teoria da literatura terry eagleton

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Resumo Terry Eagleton

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  • EAGLETON, Terry. O que literatura In Teoria da literatura: uma introduo. 4a.ed. So Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 1-22.

  • Terry Eagleton nasceu em Salford, Inglaterra no dia 22 de fevereiro de 1943. Terry filsofo e crtico literrio. Concluiu doutorado com apenas 24 anos de idade, comeou sua carreira estudando a literatura dos sculos XIX e XX, at chegar a teoria literria marxista. Eagleton j escreveu mais de quarenta livros, incluindo Teoria da Literatura: Uma Introduo (1983); A Ideologia da Esttica (1990) e As Iluses do Ps-Modernismo (1996).

  • O que literatura? In Teoria da literatura: uma introduo 4 Ed. So Paulo. Martins Fontes, 2001.Distino entre fato e fico

    possvel, por exemplo, defini-la como escrita imaginativa, no sentido de fico escrita esta que no literalmente verdica Mas se refletirmos veremos que tal definio no procede.

    A distino entre fato e fico, portanto no nos parece ser muito til, e uma das razes a de que a prpria distino muitas vezes questionvel.

  • Verdade histrica e verdade artstica

    Exemplo 1: Gibbon (historiador ingls autor de A Histria do Declnio e Queda do Imprio Romano) achava que escrevia a verdade histrica, porm, tal obra hoje lida como fato por alguns e como fico por outros.

    Exemplo 2: Newman (Telogo e Bispo- sec. XVII) sem dvida achava que suas meditaes teolgicas eram verdadeiras, mas hoje, muitos leitores as consideram literatura

    Exemplo 3: As histrias em quadrinhos e os romances de Mills Boon so fico mas isso no faz com que sejam considerados como literatura.

  • A forma da literatura Talvez a literatura seja definvel no pelo fato de ser ficcional ou imaginativa, mas porque emprega a linguagem de forma peculiar.

    A literatura transforma e intensifica a linguagem comum, afastando-se sistematicamente da fala cotidiana.

    Uma linguagem que chama a ateno sobre si mesma e exibe sua existncia material. Definio formalista.

  • O Contedo como motivador da forma

    Os formalistas no consideravam a forma como expresso do contedo. Para esse grupo o contedo era a motivao da forma. Exemplo 1: Dom Quixote.

    Exemplo 2: A revoluo dos bichos.

  • Os formalistasOs formalistas surgiram na Rssia antes da revoluo bolchevista de 1917.Eles rejeitavam as doutrinas simbolistas que, at ento, influenciava a crtica literria da poca. Os formalistas preocupavam-se com a realidade material do texto literrio, com a maneira que os textos funcionavam na prtica.Para os formalistas a obra literria no era um veculo de idias, nem uma reflexo sobre a realidade social. Era um fato material. O texto era feito de palavras, no de objetos ou sentimentos, sendo um erro consider-la como expresso do pensamento de um autor.

  • O funcionamento da obra literria podia ser analisado mais ou menos como se examina uma mquina.

    O formalismo foi a aplicao da lingstica ao estudo da literatura. E a lingstica em questo era do tipo forma, preocupada com a estrutura da linguagem e no com o que de fato poderia dizer.

  • Os artifcios e seus efeitos de estranhamento

    Os artifcios incluam som, imagens, ritmo, sintaxe, mtrica, rima, tcnicas narrativas, enfim, incluam todos os elementos literrios formais.

    Esses elementos tinham em comum era o efeito de estranhamento ou de desfamiliarizao.

    Uma linguagem que se tornar estranha. Todo o mundo cotidiano transformava-se subitamente em algo no familiar.

  • O discurso literrio torna estranha a fala comum e paradoxalmente nos leva a vivenciar a experincia de maneira mais ntima e mais intensa.

    A histria, como diriam os formalistas, usa artifcios que funcionam como entraves ou retardamentos para nos manter atentos O clmax.

  • Desvio da normaPara se identificar um desvio necessrio que se possa identificar a norma da qual ela se afasta.

    Os formalistas consideravam a linguagem como um conjunto de desvio da norma, uma espcie de violncia lingustica.

    A ideia de que existe uma nica linguagem normal, uma espcie de moeda corrente usada por todos os membros da sociedade, iluso.

    Nem todos os desvios da norma so poticos, a gria um exemplo.

    Os formalistas no queriam definir literatura, mas a literatuidade.

  • Literatura: Texto no-pragmtico

    O discurso no-pragmtico parte do que se entende por literatura, segue-se dessa definio o fato de a literatura no poder ser, de fato, definida objetivamente.

    A literatura um discurso no-pragmtico; ao contrrio dos manuais de biologia e recados deixados para o leiteiro. (...)

  • O que Pragmatismo:

    Pragmatismo uma doutrina filosfica cuja tese fundamental que a ideia que temos de um objeto qualquer nada mais seno a soma das ideias de todos os efeitos imaginrios atribudos por nos a esse objeto, que passou a ter um efeito prtico qualquer.

    O pragmatismo um pensamento filosfico criado, no fim do sculo XIX, pelo filsofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), pelo psiclogo William James (1844-1910) e pelo jurista Oliver Wendell Holmes Jr (1841-1935), que opondo-se ao intelectualismo, considera o valor prtico como critrio da verdade.

    Ser partidrio do pragmatismo ser prtico, ser pragmtico, ser realista. Aquele que no faz rodeio, que tem seus objetivos bem definidos, que considera o valor prtico como critrio da verdade.

    Ser pragmtico ter seus objetivos bem definidos, fugir do improviso, se basear no conceito de que as ideias e atos s so verdadeiros se servirem para a soluo imediata de seus problemas.

  • Exemplos1: Cachorros devem ser carregados na escada rolante

    Exemplo 2: Coloque o lixo no cesto

    Exemplo 3: Quando o poeta diz: que seu amor uma rosa vermelha

    A definio de literatura fica dependendo da maneira pela qual algum resolve ler, e no da natureza daquilo que lido

    Esse enfoque na maneira de falar, e no na realidade daquilo de que se fala, por vezes considerado como uma indicao do que entendemos por literatura.

    O que importa pode no ser a origem do texto, mas o modo pelo qual as pessoas o consideram, se decidirem que ser literatura, ento, esse o ser, mesmo contrariando o autor.

  • No existe uma essncia da literatura

    Qualquer fragmento de escrita pode ser lido no - pragmaticamente

    Literatura , nesse sentido, uma definio puramente formal, vazia.

    As pessoas consideram como literatura a escrita que lhes parece bonita

    (...) podemos abandonar a idia de que a categoria literatura objetiva no sentido de ser eterna e imutvel. Qualquer coisa pode ser literatura (...).

  • O valor da obra literria

    O fato de sempre interpretarmos as obras literrias, at certo ponto, luz de nossos prprios interesses e o fato de, na verdade, sermos incapazes de, num certo sentido, interpret-las de outra maneira poderia ser uma das razes pelas quais certas obras literrias parecem conservar seu valor atravs dos sculos.

    Todas as obras literrias, (...) so reescritas mesmo que inconscientemente, pelas sociedades que as lem (..).

    Os fatos so pblicos e indiscutveis, os valores so privados e gratuitos.

  • A leitura na verdade uma arte em processo. (...) ler questionar e buscar respostas na pgina impressa para nossos questionamentos, buscar satisfao na nossa curiosidade. Ler sobretudo desejar (CHIAPPINI, 2005, p. 193).

  • Problematizar o objeto e os mtodos da teoria literria deveria levar tambm a problematizar seu ensino, no s no plano dos contedos, mas formalmente, enquanto processo Se quisermos ser coerentes com a prpria concepo de teoria literria (...) no basta (...) transmitir aos alunos seus princpios, mas trabalhar com eles para construir, quotidianamente, esse saber sobre literatura, repropondo de forma problemtica seu objeto.

  • Literatura: Como? Porqu? Para qu? 1. Perguntar preciso. Penso na pergunta como manifestao do aluno ou da aluna que escuta ativamente uma aula e que quer entender o que est ouvindo ou ir alm, (...) estabelecendo suas prprias relaes e identificando suas prprias perplexidades, j mergulhado na aventura do conhecimento se fazendo.

  • Um esquema atravs do qual Antnio Candido explicou, de forma simples e magistral, os princpios da Semanlise de Jlia Kristeva.

  • 4. Em defesa do esteticamente correto Se hoje, achamos que o conceito de literatura no pode mais ser o mesmo do sculo XIX, preciso, para super-lo, analis-lo, incorpor-lo, ampli-lo, passar por dentro dele. Ou camos na negao superficial, que no supera, mas apenas contorna o problema de modo simplista e at mesmo condescendente, populista, discriminando quando se quer lutar contra a discriminao.

  • "Definir = traar os limites de..." (Dicionrio Aurlio)"Uma definio sorte. pegar borboletas no ar, capturar. ter um lado potico e um lado prosaico,duro. E a satisfao quando se v aquilo cristalizado.Aurlio Buarque de Hollanda

  • Impossvel definir literatura, porque definir, j sabia o velho Aurlio, traar limites. Mas ao mesmo tempo ela exige de ns uma busca constante, na tentativa sempre recomeada por uma definio essa que nos foge a cada vez com a asa de uma abelha ou como borboletas no ar.