teologia sistematica sotereologia

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  • EDUCAO TEOLGICA A DISTNCIA

    TTEEOOLLOOGGIIAA SSIISSTTEEMMTTIICCAA IIIIII

    SSootteerroollooggiiaa

    EEcclleessiioollooggiiaa

    EEssccaattoollooggiiaa

  • TREINAMENTO BBLICO INTERNACIONAL Uma Escola de Treinamento da Palavra e do Esprito

  • TEOLOGIA SISTEMTICA III SOTEROLOGIA

    ECLESIOLOGIA

    ESCATOLOGIA

    2005. Jos Evaristo de Oliveira Filho.

    2005. TREINAMENTO BBLICO INTERNACIONAL.

    Mossor-RN

    1 Edio: 2005.

    Publicado no Brasil com todos os direitos reservados por

    TREINAMENTO BBLICO INTERNACIONAL

    Rua Eufrsio de Oliveira, 38 Alto da Conceio.

    Mossor-RN

    expressamente proibida a reproduo comercial deste manual, por quaisquer meios (mecnicos, eletrnicos, xerogrficos, fotogrficos,

    gravao, estocagem em banco de dados, etc.).

  • Teologia Sistemtica III Soteriologia, Eclesiologia, Escatologia.

    2005. Direitos Reservados. TREINAMENTO BBLICO INTERNACIONAL. Rua Eufrsio de Oliveira, 38 - Alto da Conceio Mossor-RN. E-mail: [email protected]

    1

    Contedo

    Viso Geral ................................................................................ 4

    Lio Um: Soterologia (1): A Obra De Cristo ............................. 8

    O Significado Da Salvao ......................................................................... 8

    A Necessidade De Salvao........................................................................ 9

    A Morte De Cristo Foi Um Sacrifcio ....................................................... 10

    A Natureza Do Sacrifcio .......................................................................... 10

    O Aspecto Geral ..................................................................................... 10

    Em Relao A Deus Propiciao E Expiao .................................... 12

    Em Relao Ao Homem Redeno .................................................... 12

    Em Relao A Deus E Ao Homem Reconciliao ............................. 13

    O Valor Do Sacrifcio................................................................................ 14

    Lio Dois: Soterologia (2): A Salvao Vem Do Senhor .......... 17

    A Salvao Vem Do Senhor ...................................................................... 17

    O Alcance Da Salvao ............................................................................. 19

    Universalismo Qualificado ................................................................... 20

    Particularismo ....................................................................................... 20

    Lio Trs: Soterologia (3): A Ordem Da Salvao .................. 22

    Eleio ...................................................................................................... 22

    O Chamado De Deus ................................................................................ 24

    Chamado Eficaz ..................................................................................... 24

    O Chamado Do Evangelho .................................................................... 24

    Nascimento Novo ..................................................................................... 26

    Converso ................................................................................................. 26

    Justificao ............................................................................................... 26

    Adoo ...................................................................................................... 27

    Santificao .............................................................................................. 28

    Glorificao .............................................................................................. 28

    Lio Quatro: Soterologia (4): Morte E Perseverana Dos Santos ..................................................................................... 31

    O Destino Do Crente Aps A Morte ........................................................ 31

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    2

    A Perseverana Dos Santos ...................................................................... 33

    Lio Cinco: Eclesiologia (1): Existe Um Modelo Para A Igreja36

    A Importncia Deste Estudo .................................................................... 36

    Evidncias Bblicas De Um Modelo ......................................................... 37

    Lio Seis: Eclesiologia (2): A Igreja - Definio, Natureza E Origem .................................................................................... 40

    O Que Uma Igreja? ............................................................................... 41

    A Natureza Da Igreja ................................................................................ 42

    Corpo, Famlia E Noiva ............................................................................ 42

    Quando A Igreja Comeou? ..................................................................... 44

    Confundindo A Antiga Aliana Com A Igreja ......................................... 45

    Lio Sete: Eclesiologia (3): A Igreja - O Fundamento E Os Recursos.................................................................................. 48

    A Revelao De Jesus ............................................................................... 49

    Sua Centralidade ................................................................................... 50

    Sua Soberania ........................................................................................ 50

    Sua Excelncia ....................................................................................... 52

    Sua Primazia .......................................................................................... 52

    Sua Liderana ........................................................................................ 52

    Sua Suficincia ...................................................................................... 52

    Sua Singularidade ................................................................................. 53

    Os Recursos Da Igreja .............................................................................. 53

    Dons Fundamentais .............................................................................. 54

    Dons Especficos ................................................................................... 54

    Ministrios Comuns .............................................................................. 55

    Lio Oito: Eclesiologia (4): O Governo Da Igreja ................... 56

    Trs Formas De Governo ......................................................................... 56

    Episcopal ............................................................................................... 56

    Presbiteriano ......................................................................................... 57

    Congregacional ...................................................................................... 57

    O Governo Bblico Da Igreja .................................................................... 59

    Lio Nove: Escatologia ........................................................... 61

    O Estado Intermedirio ........................................................................... 61

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    3

    Falsas Doutrinas.................................................................................... 62

    O Ensino Bblico .................................................................................... 62

    A Segunda Vinda De Cristo ...................................................................... 63

    A Segunda Vinda Profetizada ............................................................... 63

    A Segunda Vinda Prometida ................................................................. 63

    As Caractersticas Da Sua Vinda ........................................................... 63

    O Tempo De Sua Vinda ......................................................................... 65

    A Doutrina Do Arrebatamento Secreto ................................................... 65

    O Milnio .................................................................................................. 66

    Amilenismo ........................................................................................... 66

    Ps-Milenismo ...................................................................................... 67

    Pr-Milenismo ....................................................................................... 68

    Ressurreio Dos Mortos E Juzo Eterno ............................................... 69

    O Novo Cu E A Nova Terra .................................................................... 70

    O Estado Eterno ....................................................................................... 70

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    TEOLOGIA SISTEMTICA I

    SOTEROLOGIA ECLESIOLOGIA

    ESCATOLOGIA

    VISO GERAL

    DESCRIO DO CURSO

    Este curso o terceiro e ltimo da srie Teologia Sistemtica. Nele ns cobriremos a soterologia, a eclesiologia e a escatologia.

    A soterologia o estudo da salvao. Assim, ns veremos como Cristo se qualificou para ser o nosso Mediador, o significado e a necessidade da salvao, os diferentes aspectos da morte de Cristo, e como algum recebe a salvao da parte de Deus. Ns veremos tambm o alcance e a ordem da salvao, e o destino do crente deps da morte e a perseverana do santos.

    A eclesiologia o estudo da igreja. Ns veremos que h modelo bblico para a Igreja e que ns precisamos edificar igrejas locais segundo este modelo. Este modelo no se baseia necessariamente numa forma correta da igreja, mas nos princpios e valores neotestamentrios, que podemos ver claramente definidos na natureza bblica da Igreja, em Seu fundamento e recursos, como tambm em sua forma de governo.

    A escatologia o estudo das ltimas coisas na profecia bblica. Isso significa estudar o estado intermedirio das pessoas antes da ressurreio do corpo (chamada de escatologia pessoal), os fatos acerca da segunda vinda de Cristo, o Milnio, a ressurreio dos mortos e o juzo final, o novo cu e a nova eterna e o estado eterno dos crentes.

    OBJETIVOS DO CURSO

    Ao concluir este curso voc ser capaz de:

    Compreender a importncia e dimenso da morte de Cristo por todos, especialmente pelos eleitos de Deus.

    Definir claramente o alcance da salvao e a segurana daqueles que so eleitos de Deus.

    Descrever em termos de valores e princpios gerais o modelo bblico da igreja.

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    Delinear os eventos que se cumpriro aps esta era da Igreja at a eternidade futura.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Bblia de Estudo NVI: Editora Vida.

    Bblia de Estudo de Genebra: Editora Cultura Crist.

    Introduo A Teologia Sistemtica: Roger L. Smalling, T.M.

    Teologia Sistemtica, Wayne Grudem: Edies Vida Nova, 2000.

    Outline In Systematic Theology, Sid Litke: Biblical Studies Press, Biblical Studies Foundation, 1998.

    Foundations Of Christian Doctrine, Kevin J. Conner. KJC Publications: 1980.

    Survey Studies in Reformed Theology, Bob Burridge: 1997.

    REQUERIMENTOS DO CURSO

    Este manual pode ser estudado em dois nveis: enriquecimento e diploma.

    Enriquecimento: voc pode usar este manual para seu enriquecimento pessoal, no sendo necessrio, portanto, que voc faa a matrcula ou envie-nos os trabalhos escritos.

    Diploma: para receber os crditos referentes ao curso e o diploma no final do programa, voc deve efetuar a matrcula e completar o exame final.

    QUESTES PARA REVISO E EXAME FINAL

    Questes Para Reviso: Ao concluir o contedo da lio, complete as questes para reviso. Voc pode usar suas notas pessoais, sua Bblia ou o contedo do estudo principal para as respostas. O propsito delas ajud-lo a focalizar os principais pontos do estudo e prepar-lo para o exame final.

    Exame Final: No final de cada manual existe um exame final que foi elaborado para testar os seus conhecimentos e, conseqentemente, esse exame serve para a sua aprovao no curso/manual. Para ser aprovado no curso/manual, voc dever conseguir pelo menos 70% de respostas corretas.

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    FORMATO DO MANUAL

    Viso Geral: Traz todas as informaes referentes ao manual: descrio da matria, objetivos, referncias bibliogrficas, requerimentos, questes para reviso, exame final e qualquer outra informao necessria.

    Lies: Cada lio contm:

    Nmero e Ttulo da Lio.

    Objetivos.

    Versculo-Chave.

    O Contedo da Lio.

    Questes Para Reviso.

    Exame Final: No final deste manual voc encontrar um exame final que contar pontos para a aprovao no curso/manual.

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    LIO UM

    SOTEROLOGIA (1):

    A OBRA DE CRISTO

    Versculos-Chave E toda carne ver a salvao de Deus (Lucas 3.6).

    INTRODUO

    Soterologia a doutrina de Cristo. O termo vem da palavra grega soter, que quer dizer salvador. Assim, a soterologia aquela matria da Teologia Sistemtica que trata da obra redentora de Jesus Cristo.

    O SIGNIFICADO DA SALVAAO

    A palavra salvao um destes termos todo-inclusivo do NT grego, ou seja, uma s palavra, mas ela tem muitos significados relacionados. Por exemplo, proteo e livramento de aflies e dificuldades, cura fsica, prosperidade, perdo dos pecados, etc. No AT, a palavra salvao usada principalmente no sentido de livramento do perigo fsico ou do sofrimento moral (Salmos 85.8-9; Isaas 62.11).

    No entanto, no NT, a palavra salvao usado com sentido especial, equivalente quele usado quando Deus livrou Israel do Egito e o salmista da morte (xodo 15.2; Salmos 116.6), e tem a ver com a condio espiritual e moral do ser humano.

    Assim, segundo a Bblia, a salvao o ato e processo pelo qual Deus livra a pessoa da culpa e do poder do pecado e a introduz numa vida nova, cheia de bnos espirituais, por meio de Cristo Jesus (Lucas 19.9-10; Efsios 1.3, 13; Romanos 1.18; 3.9; 5.21; 1 Tessalonicenses 5.9; Efsios 2.8-10). Pela graa de Deus o pecador perdoado e, assim, libertado da condenao do pecado (Joo 3.16-18, 36), recebendo a vida eterna e os demais benficos decorrentes da salvao.

    Note que a salvao tanto um ato quanto um processo. um processo por que a salvao deve ser desenvolvida pelo crente (Filipenses 2.12), at que seja completada no fim dos tempos (Romanos 13.11; 1 Pedro 1.5; 2.2).

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    Salvao no somente livra o crente do juzo de Deus, mas tambm do poder do pecado. Por meio da obra salvadora de Cristo ns somos libertados da condio natural do domnio do mundo, da carne e do diabo (Joo 8.23-24; Romanos 8.7-8; 1 Joo 5.19) e dos temores gerados por uma vida pecaminosa e dos hbitos pecaminosos que nos escravizam. Assim, ns temos nossa disposio no somente o perdo e a vida eterna, mas tambm a possibilidade real de vivermos uma vida de vitria sobre o pecado pelo poder do Esprito Santo e f em Cristo.

    A NECESSIDADE DE SALVAO

    Se salvao o ato pelo qual Deus nos livra ou resgata da culpa e penalidade do pecado, isso implica numa necessidade de salvao. Ns precisamos ser salvos da culpa do pecado.

    De maneira simples e direta, ns precisamos ser salvos porque ns somos pecadores. A Bblia diz que todos pecaram e carecem da glria de Deus (Romanos 3.23). Ento, como pecadores, ns precisamos de salvao, de um Salvador. Assim como doentes precisam de mdico e/ou remdio, assim tambm os pecadores precisam de um Salvador que lhes d salvao. Jesus ensinou:

    Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sos no precisam de mdico, e sim os doentes; no vim chamar justos, e sim pecadores (Marcos 2.17).

    Ns precisamos de salvao porque Deus Santo e exige santidade. A Bblia nos revela que Deus Santo:

    SENHOR, quem como tu entre os deuses? Quem como tu, glorificado em santidade, terrvel em feitos gloriosos, que operas maravilhas? (xodo 15.11).

    Tributai ao SENHOR a glria devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade (Salmos 29.2).

    De fato, Ele to puro de olhos que no pode ver o mal (Habacuque 1.13). Sendo um Deus Santo, puro, perfeito, o pecado uma ofensa a Sua santidade. Deus tem uma vontade moral que revelou ao homem desde o princpio do mundo e ela revela o Seu santo, sem pecado e separado dele.

    Porque Deus santo, Ele no pode tolerar que o pecado seja praticado impunemente. Ele exige que as pessoas sejam santas, especialmente o Seu povo (Levtico 11.44; 19.2). Deus exige que aqueles que permanecem em Sua presena sejam limpos de mos e puro de corao (Salmos 24.3).

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    Ns precisamos de salvao porque temos transgredido a lei de Deus, porque Todo aquele que pratica o pecado tambm transgride a lei, porque o pecado a transgresso da lei (1 Joo 3.4). Porque todos ns temos pecado contra Deus e Sua Lei, todos ns estamos sob o juzo de Deus (Joo 3.16-18, 36), at que creiamos em Cristo e pela f recebamos a Sua absolvio.

    A MORTE DE CRISTO FOI UM SACRIFCIO

    A morte de Cristo no foi um acidente inesperado, pois, estava ordenada desde a eternidade passada (Apocalipse 13.8). Ainda que seja certo dizer que os homens mataram a Cristo, tambm correto dizer que foi entregue pelo determinado desgnio e prescincia de Deus (Atos 2.23).

    A morte de Cristo foi um sacrifcio com as mesmas caractersticas dos sacrifcios do Antigo Testamento. Quais eram os elementos essenciais do sacrifcio do AT? Havia pelo menos trs:

    1. O Tabernculo

    2. O Sacerdote

    3. A Vtima

    Os ltimos dois coincidem perfeitamente na pessoa de Jesus Cristo. Jesus foi o sacerdote e a vtima ao mesmo tempo (Joo 1.29; Hebreus 7.27; 9.6-14). Com respeito ao tabernculo a Escritura diz que Cristo no entrou em santurio feito por mos, figura do verdadeiro, porm no mesmo cu (Hebreus 9.24).

    Por outro lado, a linguagem usada no NT para falar dos efeitos da morte de Cristo no pode ser entendida a menos que a Sua morte tenha sido um sacrifcio (Romanos 3.25; Efsios 1.7; 1 Joo 1.7). O prprio Senhor disse na ltima ceia: Este o meu sangue derramado por vs para a remisso de pecados. Assim, pelo que j foi dito, ns chegamos a concluso de que a morte de Cristo foi um sacrifcio puro e perfeito.

    A NATUREZA DO SACRIFCIO

    O ASPECTO GERAL:

    Em termos gerais, o sacrifcio de Cristo foi substitutivo ou vicrio, ou seja, no foi por Ele, mas sim por ns, a nosso favor, em nosso benefcio. Todos os sacrifcios de animais do AT tinham este carter. Cristo chamado de o Cordeiro de Deus e a Sua morte explicada dizendo que o justo sofreu pelos injustos (1 Pedro 3.18).

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    EM RELAO A DEUS PROPICIAO E EXPIAO:

    1. Propiciao

    Propiciao, segundo o Dicionrio da Bblia de Almeida, o ato realizado para aplacar a ira de Deus, de modo a ser satisfeita a sua santidade e a sua justia, tendo como resultado o perdo do pecado e a restaurao do pecador comunho com Deus. No AT a propiciao era realizada por meio dos SACRIFCIOS, os quais se tornaram desnecessrios com a vinda de Cristo, que se ofereceu como sacrifcio em lugar dos pecadores (xodo 32.30; Romanos 3.25; 1Joo 2.2).

    A luz desta definio to clara, ns podemos entender como Cristo a oferta que apazigua a justa ira de Deus motivada pelo pecado do homem (Romanos 3.25; 1 Joo 2.2; 4.10). O pecado do homem havia violado a Justia Divina e esta justia exige o castigo do homem. Cristo nos substituiu na cruz. Deus nos castigou em Cristo e, assim, satisfazendo a Sua justia, Ele pode ser propcio a ns.

    2. Expiao

    O Dicionrio da Bblia de Almeida define expiao como o perdo dos pecados daqueles que se arrependem deles e os confessam, acompanhado de reconciliao com Deus, atravs do SACRIFCIO de uma vtima inocente. No AT a vtima era um animal, figura e smbolo do Cristo crucificado (Levtico 1-7; Hebreus 9.19-28).

    Nosso crime o pecado. O pecado ofensa contra Deus. As duas formas mediante as quais podamos satisfazer a justia divina era sofrer a pena de nosso pecado ou mediante um substituto. No primeiro caso, seria uma expiao pessoal e no segundo uma expiao vicria. O resultado da primeira seria condenao; o da segunda salvao, pois neste caso se efetua uma mudana: a culpa do pecado imputada (atribuda) a Cristo e a justia de Cristo imputada ao pecado, por cuja razo Cristo foi crucificado e o pecador justificado. Note que no caso da expiao feita pela parte ofendida (Deus) no lugar de ser pelo ofensor. Nisto se manifesta a graa de Deus.

    EM RELAO AO HOMEM REDENO:

    Em relao ao homem o sacrifcio de Cristo redeno. O objeto da propiciao e expiao Deus, porm, o objeto da redeno, o homem. O que entendemos por redeno? Em ambos os testamentos a idia fundamental de uma compra ou resgate mediante o pagamento de um preo e uma libertao poderosa. O preo o sangue de Jesus Cristo.

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    No AT o redentor tinha que ser um parente prximo (Levtico 25.47-39). Cristo o parente dos descendentes de Abrao, pois Filho de Abrao e de Davi (Mateus 1.1). Ele o parente prximo de todos os homens porquanto Filho de Ado (Lucas 3.23 e 38). No livro de xodo encontramos tipificada nossa redeno. Ali aprendemos que:

    1. A redeno obra de Deus. Israel no pode fazer nada para salvar a si mesmo do poder de fara no Egito. O Egito um tipo do mundo com seu pecado e Fara representa a Satans como o princpio deste mundo.

    2. A redeno se efetua por meio de uma pessoa, Moiss, o libertador de Israel tipo de nosso Grande Libertador: Cristo.

    3. A redeno pelo derramamento de sangue. O sangue do Cordeiro pascal representa o sangue de Cristo (1 Pedro 1.18-19; 1 Corntios 5.7).

    4. A redeno necessitava de uma manifestao especial de poder. Em xodo o sangue pagou o preo, porm, foi o brao forte do Senhor que libertou. Em Romanos 7, o crente apresentado redimido pelo sangue, porm, lutando com o pecado. No captulo oito o poder de Deus apresentado no Esprito Santo para livrar o crente da lei do pecado e da morte. Temos que viver no captulo oito e no no sete!

    No NT o verbo redimir traz a idia de comprar um escravo para coloc-lo em liberdade. Os homens aparecem como escravos vendido escravido do pecado (Romanos 7.14), segundo o curso deste mundo, segundo o prncipe da potestade do ar, do esprito que agora atua nos filhos da desobedincia (Efsios 2.2), sob maldio (Glatas 3.10) e sentena de morte (1 Corntios 1.10). Cristo nosso Redentor, tendo comprado-nos pelo preo de Seu sangue precioso (Mateus 20.28; 1 Timteo 2.6; 1 Pedro 1.18-19).

    Recordemos que esta salvao gratuita, porm, no barata, pois custou o preo incalculvel do sangue de Nosso senhor. Aos que j foram redimidos, a Bblia nos diz que fostes comprados por preo. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (1 Corntios 6.20).

    EM RELAO A DEUS E AO HOMEM RECONCILIAO:

    Em relao a Deus e ao homem o sacrifcio de Cristo reconciliao. A reconciliao, de acordo com J. S. Banks a deposio mtua da inimizade. Esta inimizade da parte do homem era pessoal e consistia em sua atitude pecaminosa contra as leis e o carter de Deus. Da parte de Deus, era uma inimizade judicial. Com o sacrifcio de Cristo o homem recebe o perdo de seus pecados e a liberdade do poder do pecado e sua inimizade para com Deus deposta, tornando-se um verdadeiro amor

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    para com Ele. Deus, por Sua vez, tendo satisfeito a Sua justia pelo sacrifcio de Cristo, perdoa ao pecador, esquece o pecado e lhe restabelece posio de filho (2 Corntios 5.18-20; Colossenses 1.21; Efsios 2.16). Quando isso acontece, o homem e Deus tm sido reconciliados.

    O VALOR DO SACRIFCIO

    O Dr. Pendleton apresenta trs idias que ajudam a compreender o valor do sacrifcio de Cristo, as quais vamos apresentar a seguir.

    1. O Sacrifcio de Cristo foi a consumao dos sacrifcios do AT. De maneira que os sacrifcios do At eram representaes ou tipos do verdadeiro sacrifcio, o de Cristo; e este, por sua vez, o anttipo ou a consumao daqueles (Hebreus 9.9-12).

    O judeu inteligente ao oferecer suas vtimas no olhava para elas, mas sim ao futuro, ao grande sacrifcio que deus havia prometido (Isaas 53). Por isso dizemos que o valor daqueles sacrifcios era relativo enquanto que o valor do sacrifcio de Cristo intrnseco, absoluto, real. Tendo oferecido o verdadeiro sacrifcio, j no preciso mais oferecer sacrifcios pelo pecado.

    2. A nomeao de Deus. Aqui mencionamos dois textos:

    Eis o Cordeiro de Deus (Joo 1.29) e Deus, o Pai, o confirmou com seu selo (Joo 6.27). No primeiro versculo citado, Cristo identificado como o Cordeiro de Deus, a vtima para o grande sacrifcio que havia sido ordenado por Deus desde a eternidade; no segundo ns temos a idia do cordeiro selado com o selo do Templo, que neste caso Deus quem o sela e destina para o sacrifcio, o qual naturalmente ajuda a compreender o valor do sacrifcio.

    3. A dignidade da pessoa. Este o argumento principal que leva em considerao a avaliao do sacrifcio de Cristo. Os sacrifcios do AT, segundo o argumento da epstola aos Hebreus, careciam do valor para limpar o pecado porque eram sacrifcios de animais (Hebreus 10.40) e, portanto, careciam da dignidade necessria. No caso de Cristo, Sua divindade o faz ter mritos infinitos e inesgotveis (Joo 3.16; Hebreus 2.9-14; 1 Timteo 4.10; Mateus 28.18-20).

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    Lio 1 - Questes Para Reviso 1. Qual o significado bblico de salvao?

    2. Por que o homem precisa ser salvo?

    3. O que significa dizer que a morte de Cristo foi um sacrifcio?

    4. O que significa dizer que o sacrifcio de Cristo foi uma propiciao?

    5. O que significa dizer que o sacrifcio de Cristo foi uma redeno?

    6. O que significa dizer que o sacrifcio de Cristo foi uma reconciliao?

    7. Qual o valor do sacrifcio de Cristo?

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    LIO DOIS

    SOTEROLOGIA (2):

    A SALVAO VEM DO SENHOR

    Versculos-Chave Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifcio; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvao! (Jonas 2.9).

    INTRODUO

    Tendo estudado a obra de Cristo em nosso favor, ns agora iremos ver como a salvao concedida por Deus e qual o alcance da obra salvadora de Cristo.

    A SALVAO VEM DO SENHOR

    A doutrina da salvao, conforme revelada nas Escrituras, no deixa nenhum

    lugar para a glria humana, pois ela , do comeo ao fim, uma obra

    exclusivamente divina. Isso fere a sabedoria e a capacidade humana, pois ns

    queremos ser capazes de salvar a ns mesmos ou, pelo menos, ter alguma

    participao na salvao.

    Como Caim, ns no estamos satisfeitos com o caminho estabelecido por

    Deus, mas queremos traar nosso prprio caminho e usar o nosso prprio esforo

    e capacidade para obter o favor de Deus. No entanto, a verdade claramente

    apresentada na Bblia que ao SENHOR pertence a salvao!(Jonas 2.9). Outra verso da Bblia diz a salvao vem de Deus, o Senhor. O Salmo 3.8 tambm confirma que do Senhor a salvao.

    A salvao vem do Senhor. No vem do homem e nem de qualquer outra

    fonte. Ns no podemos salvar a ns mesmos, de maneira alguma. por isso que

    a morte de Cristo foi substitutiva:

    Pois tambm Cristo morreu, uma nica vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no esprito (1 Pedro 3.18).

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    18

    Cristo tomou o nosso lugar no somente porque Ele quis morrer por ns, mas

    porque ns precisvamos de um substituto. Somente um sacrifcio puro, sem

    defeito, santo seria aceitvel a Deus (xodo 12.5; Levtico 1.3; Malaquias 1.4).

    Como ns somos pecadores, ns no somos santos ou puros, portanto, ns

    precisvamos de algum qualificado para tomar o nosso lugar. O nico

    qualificado para assumir a nossa culpa foi e Jesus Cristo, nosso Senhor.

    Ns no podemos salvar a ns mesmos no somente porque somos pecadores,

    mas porque sem Cristo estamos mortos em delitos e pecados:

    Ele vos deu vida, estando vs mortos nos vossos delitos e pecados... e estando ns mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graa sois salvos (Efsios 2.1, 5).

    Ora, um morto no pode buscar a Deus nem ver o reino de Deus e muito menos se arrepender ou crer no Senhor. Um morto no tem a capacidade de tomar decises sobre si mesmo. Da mesma forma, o morto espiritual no pode decidir sobre questes espirituais. Ele tem que ser vivificado por Deus para poder receber o perdo e a vida eterna.

    A Bblia diz que ns somos salvos pela graa, mediante a f:

    Porque pela graa sois salvos, mediante a f; e isto no vem de vs; dom de Deus; no de obras, para que ningum se glorie (Efsios 2.8-9).

    A salvao pela graa, que significa favor imerecido. Graa o amor de Deus que salva os pecadores mortos em delitos e pecados. a bondade e misericrdia de Deus alcanado, chamando e convertendo o pecado. por isso tambm que a Bblia diz que a vida eterna um dom gratuito de Deus (Romanos 6.23). Ningum pode merec-la ou obt-la por qualquer pessoa ou meio, exceto por meio da graa de Deus atravs da f em Jesus apenas.

    Agora, algum poder dizer que a graa o favor de Deus que algum recebe sem merecer e assim salvo gratuitamente somente pela bondade de Deus, mas que h uma participao humana a f. Porm, o texto bblico est dizendo que isto no vem de vs. No somente a graa que no vem de ns, mas a f tambm. A f tambm um dom de Deus, um favor gratuito que Deus nos concede para que creiamos em Cristo e sejamos salvos.

    E no s isso! Deus no somente d a f para crermos em Cristo, mas Ele tambm proporciona o meio de recebermos a f para sermos salvos. A f vem por meio da pregao do Evangelho:

    E, assim, a f vem pela pregao, e a pregao, pela palavra de Cristo (Romanos 10.17).

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    Quero apenas saber isto de vs: recebestes o Esprito pelas obras da lei ou pela pregao da f? (Glatas 3.2).

    Aquele, pois, que vos concede o Esprito e que opera milagres entre vs, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregao da f? (Glatas 3.5).

    Porque tambm a ns foram anunciadas as boas novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram no lhes aproveitou, visto no ter sido acompanhada pela f naqueles que a ouviram (Hebreus 4.2).

    Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus por vs, irmos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princpio para a salvao, pela santificao do Esprito e f na verdade (2 Tessalonicenses 2.13).

    por meio da pregao do Evangelho que Deus gera a f em nosso corao

    para que recebamos a salvao em Cristo Jesus. por isso que a Bblia tambm

    confirma que Deus escolheu salvar os que crem por meio da pregao:

    Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo no o conheceu por sua prpria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crem pela loucura da pregao (1 Corntios 1.21).

    Resumindo, a salvao vem do Senhor; um presente de Deus que no pode

    ser merecido ou obtido por qualquer esforo, obra ou qualquer outra coisa de

    nossa parte. A salvao simplesmente Deus, sendo rico em misericrdia, por causa do grande amor com que nos amou (Efsios 2.4), vindo ao encontro de defuntos mortos em delitos e pecados, para conceder uma nova vida, uma vida

    eterna, o perdo dos pecados, a justificao, filiao, santificao e glorificao.

    O ALCANCE DA SALVAO

    Todos os evanglicos concordam que Cristo morreu para salvar os pecadores.

    Todos concordam que nem todos sero salvos e que direta ou indiretamente todas

    as pessoas se beneficiam da graa de Deus. Porm, uma questo divide os

    evanglicos. Qual era a inteno de Deus: fazer com que a salvao estivesse

    realmente ao alcance de todos ou somente aos eleitos?

    Bem poucos evanglicos defendem o universalismo absoluto, a crena

    (errnea) de que a morte de Cristo eventualmente salvar a todas as pessoas e

    tambm os anjos cados. Para estes universalistas, um Deus bom e misericordioso

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    no poderia condenar para sempre os seres a quem Ele ama, de maneira, que no

    final da histria, todos sero salvos. O texto favorito deles Atos 3.21, onde se

    fala da restaurao de todas as coisas. Ainda que o texto inclua a restaurao da humanidade, esta restaurao representativa, pois a verdadeira humanidade

    que ser restaurada se refere aos filhos de Deus, escolhidos e regenerados por

    Deus. Aqueles que forem salvos sero a humanidade restaurada no futuro Reino

    de Cristo sobre a terra. Ns somos o novo homem coletivo e representativo (Efsios 2.13; 4.24). Os salvos sero a humanidade restaurada, mas nem todos

    sero salvos. Ento, de fato, no h nenhum texto bblico que realmente prove, de

    alguma maneira, que todas as pessoas sero salvas; ao contrrio, h textos

    bblicos claros que apontam para o fato de alguns sero salvos e outros no.

    parte do universalismo absoluto, ns temos as duas principais posies

    evanglicas a respeito do alcance da salvao: o universalismo qualificado e o

    particularismo. O primeiro defende que Cristo morreu por todos, mas a salvao

    s efetuada naqueles que crem em Jesus. O segundo defende que Cristo morreu

    somente pelas pessoas que foram soberanamente eleitas por Deus para a

    salvao.

    UNIVERSALISMO QUALIFICADO:

    O universalismo qualificado argumenta que a sua posio a biblicamente

    correta porque:

    1. A oferta do evangelho a todos e o convite ao arrependimento para todos no

    seria uma oferta sincera da parte de Deus. Afinal de contas, como Deus poderia

    estender o convite a todos se Ele j escolheu aqueles que aceitaro o convite?

    2. A maioria dos reformadores era favorveis ao universalismo qualificado e

    que foi somente depois da ascenso calvinista que o particularismo (expiao

    limitada) se tornou a maioria entre os reformadores.

    PARTICULARISMO:

    O particularismo defende uma expiao limitada, ou seja, que Cristo morreu

    por todos, mas eficazmente, apenas para salvar os eleitos. Segundo esta posio

    teolgica, todos os eleitos, e somente eles, so eficazmente chamados; ainda que outros o possam ser, e multas vezes so exteriormente chamados pelo ministrio da palavra e tenham algumas operaes comuns do Esprito, contudo, pela sua negligncia e desprezo voluntrio da graa que oferecida, so justamente deixados na sua incredulidade e nunca vm sinceramente a Jesus Cristo (Atos 13.48, e 2.47; Mateus 22.14, e 13.20-21; Salmos 81.11-12; Joo 12.38-40)1.

    1 Catecismo Maior de Westminster.

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    Os argumentos dos particularistas usados para mostrar que esta posio

    bblica so:

    1. A Bblia mostra claramente que Cristo morreu pelas Suas ovelhas (Joo

    10.11, 15), pela Igreja (Atos 20.28; Efsios 5.25), que so os muitos mencionados em Marcos 10.45.

    2. Alm disso, h diversos textos que associam claramente a obra expiadora de

    Cristo apenas aos que crem (Joo 17.9; Glatas 1.4; 3.13; 2 Timteo 1.9; Tito

    2.3; 1 Pedro 2.24).

    3. Se a expiao ilimitada, ento, Deus seria injusto em no salvar a todos e

    os ensinamentos a respeito de eleio e predestinao na Bblia no fariam o

    menor sentido.

    4. A exegese e a hermenutica sadia deixam claro que o uso da linguagem

    universal nem sempre absoluta como podemos ver em Lucas 2.1, Joo 12.32,

    Romanos 5.18 e Colossenses 3.11.

    Lio 2 - Questes Para Reviso 1. Por que to difcil para o pecador aceitar que a salvao vem do Senhor sem qualquer esforo de sua parte?

    2. O que ensina o universalismo sobre o alcance da salvao?

    3. O que ensina o universalismo qualificado sobre o alcance da salvao?

    4. O que ensina o particularismo sobre o alcance da salvao?

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    LIO TRS

    SOTEROLOGIA (3):

    A ORDEM DA SALVAO

    Versculos-Chave Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos irmos. E aos que predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou (Romanos 8.29-30).

    INTRODUO

    Como estudamos anteriormente, salvao tanto um ato quanto um processo. Sendo um processo, isso realizado em ns atravs de vrios eventos que Deus realiza at uma consumao pr-ordenada por Ele. A aplicao destes eventos na salvao de uma pessoa chamada de a ordem da salvao.

    Os telogos divergem um pouco quanto ordem e aos eventos relacionados nossa salvao, mas a maioria concorda com a ordem apresentada nesta lio.

    A seguir ns veremos os eventos em ordem que sucedem quando Deus aplica a salvao a um indivduo.

    ELEIO

    No que diz respeito salvao, a eleio o ato eterno e insondvel de Deus, pelo qual, em sua soberana vontade, Ele escolheu pessoas coletivamente e individualmente, sem nenhum merecimento da parte delas (Romanos 9.11), para que por meio de Jesus Cristo (Efsios 1.4) recebessem pela graa a salvao (Romanos 11.5-6; Efsios 2.8-9; 1 Pedro 1.2; 2 Tessalonicenses 2.13; Joo 13.18).

    A base da eleio para a salvao o bom prazer de Deus (Efsios 1.5, 11; Mateus 11.25, 26; Joo 15.16, 19). Deus elege em graa por quem tem o

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    direito de faz-lo (Romanos 9.16, 21) e isso no depende da f ou arrependimento, mas da soberana graa de Deus (Romanos 11.4-6; Efsios 1.3-6).

    Tudo o que pertence salvao tanto os meios quanto o fim pertence a Deus (Efsios 2.8-9; 2 Tessalonicenses 2.13; Atos 5.31; 2 Timteo 2.25; 1 Corntios 1.30; Efsios 2.5,10).

    O arrependimento e a f, assim como toda as outras graas, so exerccios da alma regenerada por Deus. E a regenerao obra de Deus, a qual torna uma velha criatura numa nova criao (2 Corntios 5.17).

    Algumas pessoas foram eleitas para a salvao, para a adoo de filhos, para serem santas e irrepreensveis em amor (2 Tessalonicenses 2.13; Glatas 4.4-5; Efsios 1.4). O objetivo final da eleio o louvor da graa de Deus (Efsios 1.6, 12).

    A eleio para a salva est inseparavelmente conectada doutrina da predestinao. A predestinao se refere ao plano ou propsito de Deus para a salvao. O significado de predestinar que o eterno, soberano, imutvel e incondicional decreto de Deus governa todas os eventos (Atos 4.28; 1 Corntios 2.7) e, com respeito salvao, a predestinao significa que Deus determinou de antemo aqueles que seriam salvos (Romanos 8.29-30; Efsios 1.5, 11).

    Esta doutrina no pode ser compreendida plenamente em todos os seus detalhes porque ns somos seres humanos limitados e temos uma natureza pecadora que no se submete soberania de Deus. Ns no queremos aceitar esta verdade. Porm, como eleitos de Deus, ns que nos curvar humildemente diante da revelao da Palavra e aceitar que foi do agrado do Pai proceder assim para com a salvao dos homens.

    At onde podemos compreender, o ensino bblico da predestinao claro. Deus quem d ao Filho aqueles que sero salvos e todos os que forem predestinados iro a Cristo para receber a salvao (Joo 6.37). Jesus tambm ensinou que no somos ns que o escolhemos, mas Ele a ns (Joo 15.16).

    Na Sua orao sacerdotal, o Senhor afirma que a vida eterna concedida a quem o Pai deu a Cristo (Joo 17.2) e reafirma categoricamente que Seus discpulos foram dados pelo Pai (Joo 17.6, 9), implicando em predestinao. E em Atos 13.48 ns lemos a clara afirmao de que creram todos os que haviam sido Em destinados para a vida eterna.

    O famoso telogo Charles Hodge diz que, corretamente compreendida, esta doutrina: (1) exalta a majestade e absoluta soberania de Deus, enquanto ilustra as riquezas de Sua livre graa e Seu justo desprazer pelo pecado; (2) ela refora para ns a verdade essencial de que a salvao inteiramente por graa. Assim ningum pode protestar por ter sido aceito

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    ou gloriar-se de salvar a si mesmo; (3) ela traz o inquiridor ao absoluto desespero e ao cordial abrao da livre oferta de Cristo; (4) no caso do crente que tem o testemunho em si mesmo, esta doutrina de uma vez aprofunda sua humildade e eleva a sua confiana para uma plena certeza da esperana2.

    O CHAMADO DE DEUS

    A doutrina bblica do chamado nos mostra que Deus chama as pessoas para que aceitem a salvao realizada por meio de Jesus Cristo (Glatas 1.6). Contudo, temos que diferenciar a chamada do Evangelho do chamado eficaz.

    CHAMADO EFICAZ:

    O chamado eficaz o chamado irrecusvel salvao que encontra resposta naqueles que foram predestinados e eleitos por Deus. A Bblia diz que Deus chamou aqueles a quem Ele predestinou para a salvao e a glria eterna (Romanos 8.29-30).

    Esse chamado onipotente e jamais recusado. um chamado na graa, portanto, sem qualquer tipo de mrito da parte do homem (Glatas 1,4). um chamado eficaz porque vai alm do chamado feito pela pregao do Evangelho, sendo um resultado da iluminao e santificao do corao pela ao direta e irresistvel do Esprito Santo (Joo 16.14; Atos 26.18; Joo 6.44), que efetivamente atrai os homens a Cristo, dispondo-os e capacitando-os a receber a verdade (Joo 6.45; Atos 16.14; Efsios 1.17).

    O CHAMADO DO EVANGELHO:

    O fato de Deus soberanamente em Sua graa chamar aos eleitos por meio da obra interior do Esprito Santo no anula o fato de que Deus chama tambm por meio do Evangelho.

    Porm, convm saber que, enquanto o chamado eficaz somente para os eleitos, o chamado por meio do Evangelho para todos, inclusive para os eleitos.

    H um texto que fala claramente destes dois aspectos do chamado divino salvao:

    Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus por vs, irmos amados pelo Senhor, porque Deus vos

    2 Hodge, Charles. Outlines of Theology.

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    escolheu desde o princpio para a salvao, pela santificao do Esprito e f na verdade, para o que tambm vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcanardes a glria de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Tessalonicenses 2.13-14).

    O chamado eficaz visto na expresso Deus vos escolheu desde o princpio para a salvao e a expresso pela santificao do Esprito fala da obra interior pela qual o chamado irresistvel. Vos chamou mediante o nosso evangelho apresenta o chamado do evangelho, que um chamado exterior e necessita ser respondido com f na verdade.

    Este convite do Evangelho feito a todos os seres humanos, porm, a chamada eficaz se dirige apenas aos eleitos. A chamada eficaz, contudo, no anula a necessidade de que os eleitos escutem a mensagem do Evangelho. Portanto, a proclamao humana do Evangelho tambm est envolvida na chamada eficaz dos eleitos.

    Grudem define o chamado eficaz desta maneira:

    um ato de Deus Pai, falando atravs da proclamao humana do evangelho, pelo qual ele convoca as pessoas para si mesmo de tal modo que elas respondem com f salvfica3.

    importante notar, porm, que as pessoas no sero salvas pelo poder do chamado interior do Esprito parte do chamado do Evangelho. As duas coisas vo juntas e so necessrias para a salvao dos eleitos. Ento, mesmo para os eleitos, a resposta ao convite do evangelho tem que ser voluntria e determinada.

    por isso que Deus insiste e comanda que o Evangelho seja proclamado a todos; porque Ele determinou que a f para a salvao dos eleitos seria gerada no corao deles ao ouvirem o evangelho. Assim, o questionamento do apstolo Paulo plenamente vlido para os eleitos:

    Como, porm, invocaro aquele em quem no creram? E como crero naquele de quem nada ouviram? E como ouviro, se no h quem pregue? (Romanos 10.14).

    Assim, em Sua sabedoria, soberania e graa, o Senhor escolheu aqueles que seriam salvos antes da fundao do mundo e determinou que eles ouviriam o evangelho, seriam convencidos pelo Esprito Santo e, pela f gerada no corao pela pregao da Palavra, voluntariamente, decidiriam receber a salvao em Cristo.

    3 Grudem, Wayne. Teologia Sistemtica, pg. 580. Edies Vida Nova: 2000.

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    NASCIMENTO NOVO

    O prximo passo no processo de salvao, que ocorre no exato momento em que o Esprito ilumina e transmite f pela Palavra ao corao do eleito, o novo nascimento ou regenerao.

    A regenerao tambm uma obra de Deus. Segundo o Dicionrio da Bblia de Almeida, ela uma mudana operada pelo Esprito Santo no corao de uma pessoa que, levada f salvadora, abandona o pecado e passa a viver uma nova vida voltada para Deus e para o prximo (Joo 3.3-7; 1 Joo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4, 18).

    O novo nascimento o lavar do Esprito Santo (Tito 3.5), que opera uma mudana miraculosa na vida da pessoa, de maneira que ela passa da morte para a vida (1 Joo 3.14) e se torna uma nova criatura em Cristo Jesus (2 Corntios 5.17), ser nascido outra vez (Joo 3.5), passar por uma renovao de mente (Romanos 12.2), ser vivificado (Efsios 2.1, 5) e ressuscitando da morte (Efsios 2.6).

    Esta experincia efetuada pelo Esprito Santo e no tem nenhuma origem no homem, mas sim em Deus (Joo 1.12, 13; 1 Joo 2.29; 5.1, 4). E a necessidade desta mudana para a salvao enfaticamente afirmada na Bblia (Joo 3.3; Romanos 7.18; 8.7-9; 1 Corntios 2.14; Efsios 2.1; 4.21-24).

    CONVERSO

    Algumas vezes a converso igualada regenerao, mas na verdade ela vem um pouquinho aps o novo nascimento. A regenerao o ato pelo qual Deus concede vida para que o pecador eleito possa responder com f ao Evangelho. Desta maneira, a converso segue regenerao, porm, no h uma espera entre os dois. quase um ato simultneo, embora a regenerao produza a converso.

    O eleito salvo no somente porque foi escolhido, mas porque tendo sido escolhido regenerado e levado converso pela obra do Esprito e f na verdade que lhe foi proclamada.

    Assim, a converso uma mudana de vida operada por Deus (Atos 15.3) e tem dois aspectos: (1) o arrependimento, por meio do qual o pecador tocado por Deus e reconhece o seu pecado e sente tristeza por ele, decidindo abandon-lo, e (2) f ou confiana na pessoa e na obra salvadora de Cristo que leva o pecador a aceitar os benefcios. O resultado uma mudana total de atitude e de vida (Mateus 3.2-8; 2 Corntios 7.9-10; 2 Pedro 3.9).

    JUSTIFICAO

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    Justificao um termo que o oposto condenao. Como respeito sua natureza, a justificao um ato judicial de Deus por meio do qual Ele, em graa, perdoa e absolve da culpa de todos os pecados aqueles que crem em Cristo, e considera, aceita e trata com eles como justos aos olhos da lei. A base para esse perdo que Jesus cumpriu a Lei em lugar dos seres humanos e sofreu o castigo pelos pecados deles (Romanos 5.12-21).

    Alm do perdo dos pecados, a justificao declara que todas as reivindicaes da lei esto satisfeitas em relao ao justificado. o ato de um juiz e no de um soberano. A lei no relaxada ou colocada de lado, mas declarada cumprida no sentido extrnseco; e assim a pessoa justificada declara como qualificada para todas as vantagens e recompensas da perfeita obedincia Lei (Romanos 5.1-10). Isso se d porque imputada ou credita ao crente a justia ativa e passiva do seu Representante legal, Jesus Cristo (Romanos 10.3-9).

    A justificao, portanto, no a absolvio de um homem sem justia, mas a declarao de que ele possui uma justia que perfeita e que para sempre satisfez a lei, ou seja, a justia de Cristo (2 Corntios 5.21; Romanos 4.6-8). A nica condio sob a qual a justia imputada ou creditada ao crente f no Senhor Jesus Cristo.

    A f chamada de a condio, no porque ela possui qualquer mrito, mas apenas porque ela o instrumento, o nico instrumento pelo qual a alma se apropria de Cristo e de Sua justia (Ro 1.17 3.25,26 4.20-22; Filipenses 3.8-11; Glatas 2.16).

    O ato de f o qual assegura a nossa justificao tambm assegura a nossa

    santificao; e assim a doutrina da justificao pela f no leva licenciosidade

    (Romanos 6.2-7). Assim tambm as boas obras no justificam, mas so as

    conseqncias seguras da justia (Romanos 6.14; 7.6).

    ADOO

    Adoo o ato de tornar legalmente filho aquele que no filho por natureza; aquele que no filho recebe o nome e a posio e os privilgios de um

    filho. Pela adoo Deus aceita como membros da sua famlia os pecadores que se

    voltam para ele com arrependimento e f (Romanos 8.15-18; Glatas 3.26-28;

    4.5).

    Por Sua graa, Deus traz os eleitos Sua famlia redimida e os torna

    participantes de todas as bnos que Ele providenciou para eles. A adoo

    representa a nova relao qual o crente introduzido pela justificao e os

    privilgios relacionados tais como um interesse peculiar do amor de Deus (Joo

    17.23; Romanos 5.5-8), uma natureza espiritual (2 Pedro 1.4; Joo 1.13), a

    possesso de um Esprito que o torna filho de Deus (1 Pedro 1.14; 2 Joo 1.4;

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    Romanos 8.15-21; Glatas 5.1; Hebreus 2.15), presente proteo, consolao e

    suprimento (Lucas 12.27-32; Joo 14.18; 1 Corntios 3.21-23; 2 Corntios 1.4),

    correes paternas (Hebreus 12.5-11) e uma herana futura gloriosa (Romanos

    8.17, 23; Tiago 2.5; Filipenses 3.21).

    SANTIFICAO

    Brevemente declarado, a santificao o ato, estado e processo pelo qual Deus nos torna santos (Romanos 6.19-22; 1 Tessalonicenses 4.1-7). realizada na vida do salvo pela ao do Esprito Santo (2 Tessalonicenses 2.13; 1 Pedro 1.2).

    A santificao mais do que uma mera reforma do carter, efetuada pelo poder da verdade: a obra do Esprito Santo fazendo com que a natureza completa do homem esteja mais e mais sob a influncia dos novos e graciosos princpios implantados nele pela regenerao. Em outras palavras, a santificao levar perfeio a obra comeada na regenerao, e ela se estende ao ser integral do homem (Romanos 6.13; 2 Corntios 4.6; Colossenses 3.10; 1 Joo 4.7; 1 Corntios 6.19).

    A realizao desta obra o ofcio especial do Esprito Santo no plano da

    redeno (1 Corntios 6.11; 2 Tessalonicenses 2.13). A f instrumental para

    assegurar a santificao, da mesma maneira como ela (a) assegura a unio com

    Cristo (Glatas 2,20) e (b) leva o crente para um vivo contato com a verdade, por

    meio do qual ele levado a obedecer a Deus.

    A santificao perfeita no pode ser obtida nesta vida (Provrbios 20.9; Tiago

    3.2; 1 Joo 1.8; Romanos 7.14-25; 1 Timteo 1.15).

    GLORIFICAO

    E aos que predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou (Romanos 8.30).

    Os crentes no somente so justificados e santificados, mas tambm sero glorificados. Isso significa ser levado glria final para a qual Deus nos predestinou (Romanos 8.17-18), na qual nunca mais pecaremos ou sofreremos qualquer corrupo moral ou fsica. O verbo glorificou se encontra no passado porque isto to certo quanto a nossa justificao.

    De fato, o propsito de Deus sempre foi levar os eleitos glorificao. Deus nos chamou para compartilhar da glria de Cristo:

    Para o que tambm vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcanardes a glria de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Tessalonicenses 2.14).

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    A fim de que tambm desse a conhecer as riquezas da sua glria em vasos de misericrdia, que para glria preparou de antemo (Romanos 9.23).

    A morte de Cristo visava levar os filhos de Deus glria:

    Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos glria, aperfeioasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvao deles (Hebreus 2.10).

    Ns fomos feitos herdeiros de Deus com Cristo e seremos glorificados com Ele:

    Ora, se somos filhos, somos tambm herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, tambm com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente no podem ser comparados com a glria a ser revelada em ns (Romanos 8.17-18).

    A glorificao se dar por ocasio da vinda de Cristo, quando os mortos em Cristo sero ressuscitados e glorificados:

    Pois assim tambm a ressurreio dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupo, ressuscita na incorrupo. Semeia-se em desonra, ressuscita em glria (1 Corntios 15.42).

    Aqueles que estiverem vivos por ocasio do retorno de Cristo, eles sero transformados (1 Tessalonicenses 4.13-18) e glorificados:

    O qual transformar o nosso corpo de humilhao, para ser igual ao corpo da sua glria, segundo a eficcia do poder que ele tem de at subordinar a si todas as coisas (Filipenses 3.21).

    Normalmente, se costuma dizer que a salvao efetuada em 3 tempos:

    Passado justificao: j fomos justificados por Cristo e nosso esprito foi vivificado para Deus; fomos salvos da culpa e punio do pecado;

    Presente santificao: estamos sendo transformados em nosso carter, pensamentos e aes, para nos tornarmos cada vez mais parecidos com Jesus Cristo; estamos sendo salvos do poder do pecado;

    Futuro glorificao: no futuro, quando Jesus Cristo retornar, ns seremos levados perfeio completa (no mais cometer pecados) e receberemos um corpo glorioso e

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    incorruptvel como o de Cristo; e estaremos salvos para sempre da presena do pecado.

    A glorificao a nossa salvao futura, por isso ns somos guardados pelo poder de Deus, mediante a f, para a salvao preparada para revelar-se

    no ltimo tempo (1 Pedro 1.5).

    Hoje estamos sendo transformados para sermos como Jesus; na glorificao ns seremos realmente como Ele:

    Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de v-lo como ele (1 Joo 3.2).

    Esta esperana certa e inevitvel deve guiar cada crente santificao neste tempo que precede a nossa glorificao:

    E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperana, assim como ele puro (1 Joo 3.3).

    Lio 3 - Questes Para Reviso 1. O que eleio?

    2. O que o chamado eficaz?

    3. Qual a diferena entre o chamado eficaz e o chamado do Evangelho?

    4. O que o novo nascimento?

    5. O que a converso?

    6. O que a justificao?

    7. O que a adoo?

    8. O que a santificao?

    9. O que a santificao?

    10. O que a glorificao?

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    LIO QUATRO

    SOTEROLOGIA (4):

    MORTE E PERSEVERANA DOS SANTOS

    Versculos-Chave Estou plenamente certo de que aquele que comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus (Filipenses 1.6).

    INTRODUO

    Na lio anterior, ns consideramos a ordem da salvao e abordamos resumidamente diferentes doutrinas da salvao. H mais duas doutrinas importantes referentes salvao do crente: a destino do crente ao morrer e a perseverana dos santos. A seguir, ns consideraremos brevemente estas doutrinas.

    O DESTINO DO CRENTE APS A MORTE

    A morte o fim da vida natural e um dos resultados da queda do homem em pecado:

    Mas da rvore do conhecimento do bem e do mal no comers; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrers (Gnesis 2.17).

    Portanto, assim como por um s homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim tambm a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Romanos 5.12).

    A morte a separao do esprito (e/ou alma) do corpo:

    E o p volte terra, como o era, e o esprito volte a Deus, que o deu (Eclesiastes 12.7).

    Para o no-crente, a morte sela definitivamente a sua condenao. Embora aqueles que no crem em Cristo j estejam condenados por no crerem (Joo 3.18, 36), somente por ocasio da morte que ele

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    finalmente e tristemente se tornar convencido de seu destino eterno sem Cristo.

    Para o salvo, a morte a passagem vida eterna com Cristo:

    Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifcio, casa no feita por mos, eterna, nos cus (2 Corntios 5.1).

    Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que incomparavelmente melhor (Filipenses 1.23).

    A Bblia ensina que quando os salvos morrem eles vo para o Cu, o lugar da eterna bno do justo. para l que vo os espritos desencarnados dos salvos.

    As Escrituras descrevem e nomeiam o Cu de vrias maneiras:

    A casa do Pai (Joo 14.2).

    O Paraso (Lucas 23,43; 2 Corntios 12.4; Apocalipse 2.7).

    A Jerusalm Celestial (Glatas 4.26; Hebreus 12.22; Apocalipse 3.12).

    O reino do Cu (Mateus 25.1; Tiago 2.5).

    O reino eterno (2 Pedro 1.11).

    A herana eterna (1 Pedro 1.4; Hebreus 9.15).

    Uma ptria melhor (Hebreus 11.14, 16).

    A Bblia diz daqueles que vo para o Cu que eles sentaro com Abrao, Isaque e Jac, e estaro no seio de Abrao (Lucas 16.22; Mateus 8.11), e reinaro com Cristo (2 Timteo 2.12) e desfrutaro do descanso de Deus (Hebreus 4.10, 11).

    No Cu, as bnos do salvo consistem de:

    A possesso da vida eterna e de um eterno peso de glria (2 Corntios 4.17).

    Iseno de todo sofrimento para sempre e um libertao de todos os males (2 Corntios 5.1, 2).

    Ausncia de uma sociedade mpia (2 Timteo 4.18).

    Bnos sem fim, plenitude de alegria para sempre (Lucas 20.36; 2 Corntios 4.16, 18; 1 Pedro 1.4; 5.10; 1 Joo 3.2).

    O Cu no somente um estado de eterna bno, mas tambm um lugar, um lugar preparado para os salvos (Joo 14.2).

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    A PERSEVERANA DOS SANTOS

    A perseverana dos santos significa que os crentes certamente continuaram num estado de graa que os impede de cair em pecado e perderem a salvao. Isso significa que uma vez justificado e regenerado, o crente no pode, totalmente ou finalmente, se afastar da graa de Deus, mas com certeza perseverar nela e alcanar a vida eterna. Esta doutrina claramente ensinada nas seguintes passagens:

    Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecero, e ningum as arrebatar da minha mo. Aquilo que meu Pai me deu maior do que tudo; e da mo do Pai ningum pode arrebatar (Joo 10.28-29).

    Porque os dons e a vocao de Deus so irrevogveis (Romanos 11.29).

    Estou plenamente certo de que aquele que comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus (Filipenses 1.6).

    Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a f, para a salvao preparada para revelar-se no ltimo tempo (1 Pedro 1.5).

    A perseverana dos santos est definitivamente vinculada e dependente, e s pode ser plenamente compreendida e aceita luz das seguintes verdades:

    Imutabilidade dos decretos divinos (Jeremias 31.3; Mateus 24.22-24; Atos 13.48; Romanos 8.30).

    As provises da aliana da graa (Jeremias 32.40; Joo 10.29; Joo 17.2-6).

    A expiao e intercesso de Cristo (Isaas 53.6,11; Mateus 20.28; 1 Pedro 2.24; Joo 11.42; 17.11,15 20; Romanos 8.34) e...

    Habitao do Esprito Santo (Joo 14.16; 2 Corntios 1.21,22; 5.5; Efsios 1.14; 1 Joo 3.9).

    Deve ficar claro que esta doutrina no significa, em hiptese alguma, que o crente no pecar antes da glorificao do corpo.

    A seguir, ns reproduzimos algumas perguntas do Catecismo Maior de Westminster sobre a perseverana dos santos:

    No podero os crentes verdadeiros cair do estado de graa, em razo das suas imperfeies e das multas tentaes e pecados que os surpreendem?

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    Os crentes verdadeiros, em razo do amor imutvel de Deus e do seu decreto e pacto de lhes dar a perseverana, da unio inseparvel entre eles e Cristo, da contnua intercesso de Cristo por eles e do Esprito e semente de Deus permanecendo neles, nunca podero total e finalmente cair do estado de graa, mas so conservados pelo poder de Deus, mediante a f para a salvao (Jeremias 31.3; Joo 13.1; 2 Timteo 2.19; 2 Samuel 23.5; 1 Corntios 1.8-9; Hebreus 7.25; Lucas 22.32; 1 Joo 3.9, e 2.27; Jeremias 32.40; Joo 10.28; 1 Pedro 1.5; Filipenses 1.6).

    Podero os crentes verdadeiros ter certeza infalvel de que esto no estado da graa e de que neste estado perseveraro at a salvao?

    Aqueles que verdadeiramente crem em Cristo, e se esforam por andar perante Ele com toda a boa conscincia, podem, sem uma revelao extraordinria, ter a certeza infalvel de que esto no estado de graa, e de que neste estado perseveraro at a salvao, pela f baseada na verdade das promessas de Deus e pelo Esprito que os habilita a discernir em si aquelas graas s quais so feitas as promessas da vida, testificando aos seus espritos que eles so filhos de Deus (1 Joo 2.3; 1 Corntios 2.12; 1 Joo 4.13, 16 e 3.14, 18-21, 24; Hebreus 6.11-12; Romanos 8.16; 1 Joo 5.13; 2 Timteo 1.12).

    Tm todos os crentes sempre a certeza de que esto no estado da graa e de que sero salvos?

    A. certeza da graa e salvao, no sendo da essncia da f, crentes verdadeiros podem esperar muito tempo antes do consegui-la; e depois de gozar dela podem sentir enfraquecida e interrompida essa certeza, por muitas perturbaes, Pecados, tentaes e deseres; contudo nunca so deixados sem uma tal presena e apoio do Esprito de Deus, que os guarda de carem em desespero absoluto (2 Pedro 1.10; 1 Joo 5.13; Salmos 77.7-9, e 22.1 e 31.22, e 73.13-15, 23; 1 Joo 3.9; Isaas 54.7-11).

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    Lio 4 - Questes Para Reviso 1. Qual o destino do crente aps a morte?

    2. O que a doutrina da perseverana dos santos?

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    LIO CINCO

    ECLESIOLOGIA (1):

    EXISTE UM MODELO PARA A IGREJA

    Versculos-Chave Irmos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em ns (Filipenses 3.17).

    INTRODUO

    A palavra eclesiologia vem da palavra grega traduzida como igreja em nossas Bblias ekklesia. Eclesiologia, portanto, o estudo da Igreja.

    No curso Eclesiologia Prtica, Volumes 1 e 2, ns abordamos mais as questes prticas da Igreja. Mesmo quando ns abordamos questes da natureza da Igreja, ns procuramos fazer uma aplicao mais funcional. Alm disso, investigamos ali as funes ou propsitos da Igreja e seu funcionamento. Ento, possvel encontrar algum material similar aqui.

    No entanto, nestes estudos de eclesiologia, ns nos deteremos mais em descobrir a doutrina da Igreja do Novo Testamento, tentando mostrar no somente a importncia de compreender o que a Bblia ensina sobre a Igreja, mas a partir da encorajar a edificao de igrejas segundo o modelo encontrado no Novo Testamento.

    Como em outros temas, voc ser confrontado com idias e argumentos que possivelmente voc nunca conheceu antes ou que no so comuns no meio evanglico. Porm, o nosso compromisso no satisfazer aos homens, mas sim a Deus. Assim, ns queremos ser fiis em transmitir o ensino bblico sobre a Igreja sem preconceitos e, principalmente, determinados a seguir o padro claramente estabelecido nas Escrituras apostlicas.

    A IMPORTNCIA DESTE ESTUDO

    Hoje em dia ns encontramos muitos tipos de igreja; h igrejas para todos os gostos. As razes para a existncia de tantas igrejas so to variadas quanto o nmero de igrejas existentes. Porm, uma das

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    principais razes para a existncia de igrejas diferentes a ignorncia e, conseqentemente, a rejeio do modelo bblico da Igreja.

    Poucos crentes sabem que h um modelo na Bblia e que a Igreja deveria segui-lo para orientar corretamente a sua vida e ministrio. Eles lem a Bblia, mas no conseguem perceber que ali, nas pginas do Novo Testamento, Deus estabeleceu um padro para a Igreja seguir. Por outro lado, alguns crentes acreditam que a Bblia fornece um modelo para a Igreja, mas eles tm rejeitado este modelo, seguindo as diretrizes e padres estabelecidos por seus lderes e denominaes.

    Ns precisamos abandonar os modelos que existem por a, do contrrio no poderemos edificar uma igreja segundo o modelo de Deus. Como podemos dizer que uma igreja bblica, se ela no edificada conforme o ensinamento bblico? impossvel!

    Uma igreja, para ser bblica, deve seguir o modelo bblico. Se uma igreja no segue o padro claramente estabelecido nas Escrituras do Novo Testamento, ela no poder dizer que bblica. E, se uma igreja no bblica, por que razo ns deveramos continuar participando dela ou edificando-a? Somente o que edificado sobre a Palavra de Deus que resistir ao julgamento de Deus (1 Corntios 3.10-17; Hebreus 12.25-29; 1 Pedro 4.17; Mateus 7.24-27).

    EVIDNCIAS BBLICAS DE UM MODELO

    As Escrituras do Novo Testamento nos mostram com clareza que a Igreja foi edificada segundo um padro, um modelo, e que este modelo deveria ser seguido por todas as geraes.

    Jesus falou a respeito da edificao da Igreja e disse:

    E eu lhe digo que voc Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades no podero venc-la (Mateus 16.18, NVI).

    O Senhor Jesus apontou para uma pedra (rocha) sobre a qual a Sua Igreja seria edificada. Esta pedra no se referia nem se refere ao apstolo Pedro, cujo nome significa uma pedrinha. A Igreja no seria e no est sendo edificada sobre uma pedrinha, mas sim sobre uma rocha firme e poderosa. Esta rocha a revelao de Jesus Cristo como o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16.15-17). Uma igreja bblica no est edificada sobre homens, doutrinas ou nomes; ela est edificada sobre a rocha da revelao de Jesus Cristo como o Messias, o Filho de Deus.

    Mais adiante ns estudaremos um pouco mais acerca deste fundamento da Igreja. Aqui ns queremos apenas enfatizar que, ao declarar que a Igreja seria edificada sobre a rocha da revelao de Sua glria, o Senhor Jesus mostrou que haveria um padro sobre o qual o

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    Corpo de Cristo seria edificado, bem como as suas representaes locais, as igrejas ou comunidades locais. Paulo confirmou isso ao ensinar que ningum pode colocar outro alicerce alm do que j est posto, que Jesus Cristo (1 Corntios 3.11, NVI). Assim, as igrejas devem ser edificadas sobre este nico fundamento, do contrrio elas no podero ser consideradas igrejas bblicas.

    Ao predizer que Sua Igreja seria edificada sobre a rocha (algo que no pode ser removido facilmente ou naturalmente), o Senhor Jesus estava estabelecendo o princpio de que a Igreja deveria ser edificada de acordo com um padro, um modelo. Ele mesmo se tornou o fundamento padro sobre o qual as igrejas de todas as pocas e lugares deveriam e devem ser estabelecidas; no h outro fundamento ou alicerce e este padro deve ser preservado e mantido nas igrejas de hoje.

    O tabernculo de Moiss figura de Cristo e da Igreja foi edificado segundo um modelo. Ns lemos sobre isso em Atos 7.44 e Hebreus 8.5. Moiss foi instrudo a construir o tabernculo, sua moblia e tudo o que estava relacionado a ele, de acordo com o modelo que Deus lhe havia mostrado. Moiss no teve liberdade para inventar e fazer as coisas segundo o que lhe parecia melhor; ele havia sido ordenado a edificar segundo um padro que ele havia contemplado que Deus lhe mostrara l no monte.

    O escritor de Hebreus nos diz que o tabernculo de Moiss era uma cpia do santurio que est nos cus (Hebreus 8.5) e, portanto, deveria ser edificado exatamente segundo o modelo encontrado ali nos cus. Ora, que se faa a vontade de Deus aqui na terra como feita no cu (Mateus 6.10). A Igreja o atual tabernculo de Deus, no qual Ele habita por meio do Seu Esprito (1 Corntios 3.16; Efsios 2.20-22). A Igreja a casa de Deus (1 Timteo 3.15), o lugar de habitao de Deus. E, assim como o tabernculo, ela deveria ser edificada conforme o modelo dado por Deus. Esse modelo foi transmitido em princpios e valores por Cristo aos Seus apstolos. Depois, estes princpios e valores assumiram funes e formas ensinadas e exemplificadas pelos apstolos, incluindo Paulo. Assim, no Novo Testamento, que conta a histria de Jesus e da Igreja, bem como registra os ensinamentos de Cristo e dos Seus apstolos, ns temos o modelo e o padro para a edificao da Igreja em todos os lugares.

    Paulo propositalmente estabeleceu um modelo de vida crist para ser seguido pelos crentes: No por que no tivssemos tal direito, mas para que nos tornssemos um modelo para ser imitado por vocs (2 Tessalonicenses 3.9, NVI).

    Contudo, o padro estabelecido por Paulo no se limitava vida crist, mas abrangia as doutrinas e as prticas da igreja. A s doutrina tinha um padro que deveria ser retido: Retenha, com f e amor em Cristo Jesus, o modelo da s doutrina que voc ouviu de mim (2

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    Timteo 1.13, NVI). Este modelo de ensino era to claro que Timteo o seguiu de perto (2 Timteo 3.10). Paulo elogia os cristos de Roma porque depois que eles foram libertos do pecado, eles se entregaram de corao forma [padro, modelo] da doutrina na qual foram ensinados (Romanos 6.17).

    Paulo ensinava a mesma doutrina e dava as mesmas orientaes em cada igreja (1 Corntios 4.17; 7.11). Ele s podia fazer isso porque havia um padro, um modelo a seguir. E o modelo no deveria ser visto ou buscado somente em Paulo. O apstolo alertou a respeito daqueles que ministravam entre as igrejas e no seguiam o padro apresentado por ele: Irmos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padro que lhes apresentamos (Filipenses 3.17, NVI).

    As instrues que Paulo havia dado a Timteo, que agora fazem parte do Novo Testamento, deveriam ser seguidas sem parcialidade (1 Timteo 5.21). As tradies apostlicas (diretrizes acerca do viver cristo e do funcionamento da igreja) deveriam ser seguidas fielmente (1 Corntios 11.2; 2 Tessalonicenses 2.15).

    Fica muito claro nas Escrituras citadas acima que havia um padro no somente para o viver cristo, mas tambm para a doutrina que deveria ser ensinada nas igrejas e como as igrejas deveriam funcionar. As igrejas no eram edificadas com as tradies e doutrinas humanas, mas com a doutrina apostlica que estabelecia o padro para todas as igrejas.

    Se quisermos edificar igrejas bblicas, ns temos que seguir o padro estabelecido para a Igreja, pois h um modelo da Igreja do Novo Testamento e ns podemos e devemos segui-lo em nossos dias.

    Lio 5 - Questes Para Reviso 1. Existem bases bblicas para provar que h um modelo a ser seguido

    pela igreja? Justifique.

    2. Quais so algumas evidncias bblicas de que havia um modelo?

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    LIO SEIS

    ECLESIOLOGIA (2): A IGREJA -

    DEFINIO, NATUREZA E ORIGEM

    Versculos-Chave Grande este mistrio, mas eu me refiro a Cristo e igreja (Efsios 5.32).

    INTRODUO

    Infelizmente, ns ainda vivemos em dias de profunda confuso a respeito da

    Igreja. Por um lado, ns temos as massas incrdulas e decepcionadas com a

    Igreja Institucional, que confunde o corpo vivo de Cristo com religies,

    denominaes e organizaes que levam Seu nome. Por outro lado, h

    incontveis cristos que, embora evanglicos, deixam de desfrutar da Igreja em

    sua pureza por causa dos ensinos errneos que proliferam por a sobre a natureza,

    misso, formas e funes da Igreja.

    Eu no sei quanto a voc, mas para mim a Igreja uma coisa preciosa demais

    e que merece bastante da nossa ateno. A Igreja preciosa para mim porque,

    primeiramente, ela preciosa para Deus. A Bblia mostra-nos isso de maneira

    clara quando ela diz:

    Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela para santific-la, tendo-a purificado pelo lavar da gua mediante a palavra, e para apresent-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpvel (Efsios 5.25-27).

    Jesus ama a Cristo e est santificando-a, preparando-a para apresent-la a Si

    mesmo como igreja gloriosa. Uma das maneiras pelas quais Ele tem feito isso

    atravs dos ministrios de Efsios 4.11: apstolos, profetas, evangelistas,

    pastores e mestres. Atravs destes ministrios ungidos ns temos recebido um

    entendimento claro da vontade revelada por Deus em Sua Palavra. Assim, na

    medida em que nos curvamos revelao bblica que nos tornamos cada vez

    mais a Igreja gloriosa que Jesus est preparando para ser a Sua noiva eterna.

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    Portanto, para que possamos edificar igrejas verdadeiramente bblicas, ns

    temos que conhecer e compreender os ensinamentos do Novo Testamento que

    definem o que a igreja, sua origem e sua natureza.

    O QUE UMA IGREJA?

    A palavra que em nossas Bblias traduzida como igreja ekklesia (grego). Provavelmente, ele vem de kuriakon, que significa a casa do Senhor. No NT, a palavra ekklesia sinnima do hebraico kahal, que significa uma assemblia, cujo significado s pode ser determinado corretamente de acordo com o seu uso.

    Ela usada no sentido comum de assemblia ou ajuntamento em Atos 19.32, 39, 41. Porm, a maioria do uso do NT se refere ao povo de Cristo.

    Ekklesia nunca foi usada no NT para designar um local de adorao e s

    recebeu este significado quando os primeiros templos cristos foram construdos

    por volta do 4 sculo; tambm nunca foi usada ali para designar uma

    denominao com estatuto e regimento prprio ou mesmo uma religio. Isso

    importante porque nos ajuda a perceber o que no a Igreja.

    A Bblia faz uso da palavra igreja em quatro aspectos diferentes, porm, interligados. Os quatro aspectos da igreja nos mostram que ela:

    Universal 1 Corntios 12.12-13; Romanos 12.4-6 a uma s Igreja em todo o mundo, composta por todos os verdadeiros seguidores de Cristo aqueles que atravs do arrependimento e f foram unidos a Cristo e receberam o

    perdo dos pecados e a vida eterna. Por um lado, essa Igreja universal invisvel, cujos membros os verdadeiros salvos so conhecidos apenas por Deus. Por outro lado, essa Igreja visvel, pois ela reconhecida como sendo

    formada por todos aqueles que se declaram seguidores de Jesus. A Igreja, o

    Corpo Universal de Cristo, se expressa visvel e praticamente atravs de:

    Igrejas regionais, ou seja, vrias igrejas em uma mesma regio ou cultura podem ser denominadas de a igreja ali Atos 9.31; 15.41; Romanos 16.4; 1 Corntios 16.19; Glatas 1.1; 2 Corntios 8.1.

    Uma igreja na cidade, ou seja, o corpo visvel formado por todos os cristos de uma cidade 1 Corntios 1.1; Atos 8.1; 1 Tessalonicenses 1.1; Atos 13.1.

    Vrias igrejas ou comunidades locais dentro de uma mesma cidade 1 Corntios 16.19; Filemon 1.2; Romanos 16.5, 14, 15; Colossenses 4.15.

    Baseado nestes usos bblicos, ns podemos definir igreja:

    Um grupo de pessoas unidas a Cristo pela f e comprometidas em viver para

    Deus em comunidade e conforme os ensinamentos de Cristo (da Bblia).

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    A NATUREZA DA IGREJA

    A Bblia usa diversas figuras ou imagens para compreendermos a natureza da

    Igreja:

    O Rebanho de Deus (Atos 20.28; 1 Pedro 5.2). Esta figura enfatiza o cuidado de Deus pelo Seu povo e que este deve ser guiado pela Sua voz e no

    pelas tradies e doutrinas humanas.

    A Igreja de Deus (Atos 20.28; 1 Corntios 1.2; 10.32; 11.22; 2 Corntios 1.1; Glatas 1.13; 1 Timteo 3.15). O ttulo enfatiza que Deus o dono da Igreja. A Igreja inveno de Deus, portanto, Ele sabe melhor do que ningum o

    que ela e como ela dever ser.

    A Lavoura de Deus (1 Corntios 3.9). Enfatiza o crescimento espiritual produzido por Deus e a necessidade de cooperadores de Deus para que a Igreja

    produza os frutos que Deus espera.

    O Edifcio de Deus (1 Corntios 3.9; 1 Timteo 3.15; 1 Pedro 2.5; 1 Pedro 4.17; 1 Corntios 3.16-17; Efsios 2.21-22). Enfatiza a edificao espiritual da

    Igreja como o lugar da habitao de Deus, a necessidade de edificar a Igreja de

    acordo com a planta de Deus e deixar que Ele, por meio do Seu Esprito, administre todas as coisas na igreja.

    Cidade (Hebreus 11.10; 12.22-23) idem.

    O Corpo de Cristo (1 Corntios 12.27; Efsios 4.12; Colossenses 1.18). Enfatiza a unio da igreja com Cristo, sua misso de represent-lo e express-lo

    neste mundo e seu funcionamento orgnico.

    A Noiva do Cordeiro, A esposa de Cristo (2 Corntios 11.1-3; Apocalipse 21.9; Efsios 5.25-27, 32). Enfatiza o relacionamento amoroso e

    ntimo de Cristo e a Igreja.

    A Famlia de Deus (Efsios 2.19). Enfatiza a nossa adoo na famlia de Deus e a necessidade de relacionamentos verdadeiros no corpo de Cristo.

    O Exrcito de Deus (Efsios 6.11-13; Mateus 16.18). Enfatiza a misso da igreja como agente do reino, para avan-lo sobre esta terra, reconquistando

    os cativos do diabo para Deus.

    CORPO, FAMLIA E NOIVA

    Dentre as muitas verdades acerca da natureza da Igreja que o Senhor est

    restaurando em nossos dias, os princpios de ser Corpo de Cristo, famlia de Deus

    e a Noiva do Cordeiro merecem uma ateno especial.

    Como o Corpo de Cristo, a Igreja a expresso e representao de Cristo

    neste mundo. Assim como Cristo revelou o Pai (Joo 1.18) que ningum jamais

    viu, assim tambm a Igreja revela o Filho, o qual foi visto nesta terra, mas que

    agora est nos cus. A Igreja, portanto, est na terra para mostrar Cristo s

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    pessoas. Ela foi chamada e ungida por Jesus para ser a Sua expresso nesta terra.

    Assim, ao olhar para a Igreja, as pessoas deveriam ver a Jesus. Porm, ser que

    isso o que est acontecendo hoje em dia? Ser que o mundo pode olhar para a

    Igreja e ver o amor de Jesus? Ou Seu perdo, tolerncia, caridade, graa, poder e

    etc.?

    Ns temos que agir de acordo com a nossa natureza. A Igreja o Corpo de

    Cristo; esta a sua natureza. Portanto, ela deve agir verdadeiramente como o

    corpo de Cristo. A mensagem e as aes da Igreja devem ser um reflexo fiel de

    Jesus Cristo no mundo. Ela representa ao Senhor Jesus no mundo e deve realizar

    os Seus projetos aqui na terra. A Igreja, de fato, o agente da expanso do Reino

    de Cristo neste mundo. Quando agimos como Corpo de Cristo, ou seja, de acordo

    com a nossa natureza, ns manifestamos em palavras e aes o Reino de Jesus.

    Quando ns amamos as pessoas, cuidamos delas, oramos por elas, tratamos de

    suas feridas e doenas, e etc., ns estamos agindo como o Corpo de Cristo, como

    representantes Dele na continuao de Seu ministrio sobre a terra.

    Esta uma verdade muito importante porque ns temos esquecido que todos

    os cristos (bblicos, salvos) so membros do Corpo de Cristo e, portanto, todos

    podem e devem funcionar de acordo com sua natureza. Os membros do Corpo

    so muitos, mas devem funcionar em unidade (Romanos 12.3-6). Cada membro

    recebe pelo menos um dom para servir ao Corpo todo e abenoar o mundo

    (Romanos 12.3-8; 1 Corntios 12 a 14). Todos os membros do Corpo podem

    expressar e representar a Cristo, manifestando o Seu Esprito, por meio da

    par