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www.institutopedraviva.com.br 1 Teologia Língua Portuguesa Autora: Elizandra de Lima Silva Bastos

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Teologia Língua Portuguesa Autora: Elizandra de Lima Silva Bastos

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Objetivo

O curso livre de Teologia do Instituto Pedra Viva visa a formação integral do estudante,

especializando alunos para exercerem ministérios em suas igrejas locais, incentivando

o aperfeiçoamento do aluno na área acadêmica, estimulando o diálogo entre a igreja e a sociedade.

Metodologia

O Instituto Pedra viva trabalha com a metodologia do Ensino à distância, EAD, que é uma alternativa

de estudo para os irmãos, vocacionados ou que queiram aprimorar seu conhecimento Bíblico para um

ministério eclesiástico especifico (pastoral, missionário, educador cristão, entre outros), que não têm

possibilidade de assistir aulas no modelo convencional (presencial), seja por falta de tempo, seja pela

distância das instituições de ensino ou por qualquer outro motivo.

A Educação a Distância do Instituto Pedra Viva oferece ao aluno a possibilidade de ser o principal

responsável pelo seu desenvolvimento. Essa automotivação, garantida pela flexibilidade nos horários

das aulas e a possibilidade em tirar dúvidas através de e-mails e comunicação on-line faz do

aprendizado uma experiência única. O curso de Teologia EAD do Instituto Pedra Viva vem para

facilitar o estudo do aluno mantendo sempre a qualidade de ensino.

Processo de Ensino

O curso de Teologia oferecido pelo Instituto Pedra Viva é mediado por tecnologias em que alunos e

professores não precisam frequentar o mesmo ambiente para que sejam feitas as aulas. Mais que uma

ferramenta de ensino/aprendizado, a metodologia EAD desenvolve o senso de autonomia do aluno,

proporcionando uma experiência de automotivação e conforto fundamentais para os dias de hoje, o

que exige disciplina e dedicação do Aluno (a) no processo de aprendizagem.

O processo de ensino se dá por meio de vídeo aulas que poderão ser assistidas pelo aluno em qualquer

lugar e a qualquer hora. O material didático e matérias extras serão disponibilizados on-line, através

do Portal do Aluno. Neste espaço os estudantes terão acesso a todas as aulas de seu módulo, materiais

e avaliações, além disso o aluno terá a oportunidade de participar de fóruns virtuais interagindo com

os outros alunos e com os professores/tutores. Para tirar dúvidas os alunos podem enviar suas

perguntas por e-mail ou conversar através de uma caixa de diálogo.

Os materiais de estudo disponibilizados incluem:

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Material de Leitura: Neste material, o aluno encontra os fundamentos teóricos que lhe darão

suporte para a compreensão dos conceitos inerentes à disciplina em estudo.

Aulas Conceituais: São aulas produzidas e gravadas pelos professores autores do material de

leitura.

Processo de Avaliação

As avaliações serão de critério de cada professor. A matéria terá pelo menos duas avaliações com

datas estipuladas previamente tendo um prazo entre três a cinco dias para serem entregues os trabalhos

e/ou serem respondidas as questões da avaliação. As avaliações serão postadas ás 00:00 da data inicial

e serão retiradas do ar ás 23:59 do dia final, em caso de atraso da postagem, esse horário poderá ser

prorrogado. Se por algum motivo a avaliação do aluno for entregue duas vezes, apenas o primeiro

envio será considerado. As participações dos debates semanais (Fórum) será a base para a terceira

nota parcial. A média final para a aprovação do aluno na matéria é igual a 7.

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Língua Portuguesa

DESCRIÇÃO

A introduzir e explicar a importância e finalidade do uso correto da língua portuguesa na vida

cotidiana e profissional. Estudo dos aspectos fonéticos, morfossintáticos e semânticos da

Língua Portuguesa. Conhecimento dos tipos de texto e gêneros textuais. Leitura e compreensão

de textos bíblicos e de circulação social.

PROPÓSITO

Discutir a língua em diversidade, procedendo à leitura analítica e crítico-interpretativa de textos de

forma a ampliar o contato do aluno com os processos de leitura e produção textual, visando capacitá-

lo a analisar variadas estruturas textuais e elaborar gêneros textuais/discursivos diversos de maneira

adequada às variedades linguísticas.

UNIDADE I

1. A LÍNGUA PORTUGUESA

1.1 POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA PORTUGUESA EM UM CURSO BÍBLICO?

Talvez alguém responda à pergunta acima com uma careta ou algum desagrado, devido às

muitas regras e exceções de nossa língua; é possível que outras respostas sugiram algo da importância

da língua pátria. E você? De que forma poderia responder?

Desde o relato de Gênesis 11, há uma diversidade de línguas que acompanha a humanidade

até hoje. A confusão em Babel dificultou a comunicação entre os homens e, neste sentido, é necessário

o estudo linguístico para que seja possível a compreensão de outras formas de expressão linguística.

Podemos perceber que, entre os que falam a mesma língua, há, algumas vezes, dificuldades

na comunicação, uma verdadeira "babel". Se os falantes de um mesmo idioma não se desentendem

no plano formal de sua língua, ou seja, em tese quem fala português no norte do país será entendido

também no sul do Brasil, por outro lado, fato é que existem algumas diferenças no plano da expressão

(fonética, por exemplo) e no plano do conteúdo (significados diferentes) que possibilitam os

desencontros linguísticos não só entre falantes de uma mesma região, como também de regiões

diferentes. É justamente para eliminar tais desencontros que se faz necessário o estudo do idioma

materno.

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Por isso, para comunicar-se bem, tanto na expressão oral quanto na escrita, exige objetividade,

clareza e coesão. Evitar modismos e gírias, além de cuidar da ortografia, correção e coerência das

ideias apresentadas ajudam bastante na boa comunicação. Ainda não se deve esquecer de fazer boas

leituras (livros literários, livros técnicos, revistas, jornais e artigos).

Além desses fatos, temos uma missão: proclamar as Boas-Novas de Salvação! Não é preciso

ser pastor ou missionário, ou ser especialista em Língua Portuguesa para comunicar o Evangelho.

Jesus deu a grande comissão à Igreja, sendo assim, a responsabilidade de comunicar as verdades

espirituais é de todos os filhos de Deus e, para isto, é preciso conhecê-las e transmiti-las com clareza

e de forma correta.

1.2 O ESTUDO DA LÍNGUA

1.2.1 Língua falada e língua escrita

Não devemos confundir língua falada com escrita, pois são dois meios de comunicação

distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea,

abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de

voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias.

A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais

disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do

falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da

língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

a) Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante

da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região,

também há variações no uso da língua. No estado do Amazonas, por exemplo, há

diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada

por um cidadão do interior do estado.

b) Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo

também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa

escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso

à escola.

c) Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos

encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que

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d) Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas

formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas

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formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos,

profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros

especialistas.

e) Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais,

como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto,

daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.

A. Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada

indivíduo, para a manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe

convém, conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua

personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc.

Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais

variados níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o

que os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais

variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a

nossa.

a) Níveis da fala

Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia

a dia, principalmente em situações informais. Esse nível da fala é mais

espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de

acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.

Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas

em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o

vocabulário e pela obediência às regras gramaticais estabelecidas pela

língua.

Ainda sobre fala, veja este texto interessante escrito pela professora de Língua Portuguesa

Prof.ª Edna Solange do Nascimento (2013).

A MINHA FALA ME DENUNCIA

“Verdadeiramente tu és um deles, pois a tua fala te denuncia”. Esta frase consta em Mateus

26 – Ela foi pronunciada em referência ao apóstolo Pedro em um dos piores momentos de sua vida:

quando estava pela 3ª vez negando a Jesus.

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Mas, qual a fala de Pedro que o denunciava? Então me deparei com a frase: “Não conheço tal

homem”. Era de Pedro. Foi ela que o denunciou. E não somente esta, mas também a primeira de todas

as frases que foram pronunciadas naquela ocasião em que ele negava a Cristo: “Tu também estavas

com Jesus, o Galileu – uma criada lhe disse. Mas Pedro em sua fala (embargada e cheia de sentimentos

contraditórios) disse: “Não sei o que dizes”. (Posso ouvi-lo com meu coração). Aquela fala ecoa até

os nossos dias. E assim como Pedro, talvez tenhamos a mesma fala (que é a utilização individual da

Língua): Não conheço esse homem”. (Como assim?! Tantas vezes ceamos com ele. Está há tanto

tempo conosco... nós o conhecemos sim. E devemos prosseguir em conhecê-lo mais [Os 6.3]).

Qual é mesmo o conceito de fala? É a utilização individual da Língua. É a forma peculiar da

pronúncia de alguém. Havia em Pedro uma forma diferenciada, por isso sua fala o denunciava. Assim

também os efraimitas, tentando enganar os gileaditas, diziam Sibolete, quando deveriam pronunciar

Chibolete, para que pudessem atravessar os vaus do Jordão, mas só conseguiam dizer Sibolete (42.000

mil homens). Foram todos estes degolados pelos homens de Gileade. (Veja Juízes 12.1-7).

Há um jeito único cristão de ser. Há um modo exclusivo no falar. Somos de Cristo. Ainda que

queiramos nos esconder atrás das palavras que dizemos, a nossa fala nos denuncia sempre. E ouvimos

o que dizem, pois também estamos com Jesus – o Galileu. E nos alegramos por estarem os nossos

nomes escritos nos céus (Lucas 10.20). “Agora conheço em parte, mas então conhecerei como

também sou conhecido.” Agora, pois, te digo: Sim. Eu estou com Jesus, o Galileu. A minha fala me

denuncia, não é mesmo?! Que bom!

1.2.2 Escrita

Você pode então se perguntar: Qual a importância da comunicação escrita?

Escrever é uma das formas mais eficazes para transmitir informação e conhecimento.

Permitiu, por exemplo, que pessoas que viveram há muitos séculos pudessem passar o seu

conhecimento para as gerações vindouras.

Saber escrever bem é uma habilidade muito valorizada. E vale ressaltar: ninguém nasce com

um gene para essa habilidade. É preciso desenvolvê-la com muito treinamento. Para fazer uma boa

exposição das suas ideias em papel, é preciso que você domine formas que permitam construir, ligar

as suas ideias e guiar o seu leitor.

Em todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro. A fala e a escrita são

duas modalidades diferentes da língua. Na língua escrita há mais exigências, em relação às regras da

gramática normativa. Isso acontece porque, ao falar, as pessoas podem ainda recorrer a outros

recursos para que a comunicação ocorra - pode-se pedir que se repita o que foi dito, há os gestos, etc.

Já na linguagem escrita, a interação é mais complicada, o que torna necessário assegurar que o texto

escrito dê conta da comunicação.

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A língua muda, ainda, conforme o grupo social, a região, e o contexto histórico. São as

chamadas variações linguísticas. A gíria e o jargão são algumas dessas variações. A escrita segue a

variante chamada “padrão”, que segue as normas estabelecidas pela língua formal, ou seja, a norma

culta.

Agora, você pode estar se perguntando: Preciso conhecer perfeitamente a gramática para

escrever segundo a norma culta? Há uma forma de melhorar a escrita, que pode ser bem mais

prazerosa do que estudar exaustivamente a gramática: A LEITURA.

A leitura é ato criativo, o que significa pensar nos diferentes modos de ler e nos mais

surpreendentes objetivos por parte do leitor. Podemos praticar a leitura como distração ou como tarefa

vinculada a uma pesquisa acadêmica, como forma de aprender a escrever, como busca de soluções

profissionais como também para nos alimentar espiritualmente através da Palavra de Deus.

1.3 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros

de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários

cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela

que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a

interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por

falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária,

por exemplo.

Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois não as praticamos.

Através da leitura rotineira, tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos

posteriormente. Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler; e talvez nem

as teríamos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a

"compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das

coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade

ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa

forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta.

A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas

significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Nesse processamento do texto, tornam-se

imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor: os linguísticos, que correspondem

ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e

conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor.

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Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual a compreensão do que se lê é alcançada, esses

diversos tipos de conhecimento estão em interação. Logo, percebemos que a leitura é um processo

interativo.

Há, entretanto, uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida: o desejo do

leitor. Como afirma Daniel Pennac (1993), "o verbo ler não suporta o imperativo". Quando

transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir

o prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o

de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitados esses direitos, o leitor,

da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vínculo indissociável.

A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua

vez, não deseja desprender-se.

1.3.1 Estratégias de Leitura

As estratégias de leitura dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar

a compreensão dos dados informativos de um texto. Então, vejamos algumas táticas de

leitura que podem despertar interesse e ser um incentivo à leitura:

a) Leitura em voz alta – enquanto lê em voz alta, a concentração é facilitada, já que

a leitura silenciosa pode sofrer interferências de pensamentos alheios ao assunto

tratado no texto.

b) Exposição de pensamentos – é quando o leitor expõe, verbaliza o que está

pensando a respeito do que lê. Esta prática desperta o interesse da pessoa por

aquela leitura sem que perceba.

c) Identificação dos fatores chaves – o leitor identifica os elementos mais

importantes da narrativa: os verbos, as personagens, as características e qualidades

principais. Qual o objetivo do texto? E para qual tipo de leitor? Qual o

posicionamento do autor: a favor ou contra? Perguntas como estas são feitas e

respondidas pelo próprio leitor depois de analisadas novamente no texto.

d) Representação visual dos acontecimentos – à medida que lê, o indivíduo faz

reproduções mentais acerca dos fatos. Dessa forma, o conteúdo é internalizado

através das imagens obtidas através da leitura.

e) Antecipação das informações – diz respeito ao conhecimento prévio que o leitor

possui a respeito do que lê. Assim, enquanto faz a leitura vai se lembrando do que

já sabe sobre o tema abordado e presumindo o que virá a seguir. Este método causa

tranquilidade e conforto.

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f) Questionário – fazer perguntas sobre o texto torna a leitura fácil para algumas

pessoas. Trata-se de elaborar um questionário sobre a leitura, o qual é respondido

pelo próprio leitor, claro. Porém, há a possibilidade do mesmo tecer uma pergunta

ao lado de cada parágrafo que julgar mais importante. Assim, quando ler a

pergunta que fez, saberá do que se trata o parágrafo em questão.

g) Resumo – fazer uma síntese do texto à medida que lê. A cada período mais

importante, o leitor escreve uma oração que o resume em um papel ou então no

próprio livro, ao lado do parágrafo (faça isso, caso o livro seja seu). Essas práticas

produzem gosto pela leitura e aprimoramento, tornando-a mais prazerosa e

satisfatória. Agora é só escolher uma ou algumas e ler bastante!

1.3.2 Interpretação de Textos

Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor

quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao

parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações

implícitas e explícitas do texto.

EXERCÍCIOS – UNIDADE I

Agora que já viu conceitos importantes é hora de pôr a mão na massa, isto é, no texto!

Texto 1 Texto 2

Vamos ao texto 1 para conhecê-lo melhor. Abaixo estão algumas questões com as quais você poderá

“conversar” com o texto.

"Português é fácil de aprender porque é uma

língua que se escreve exatamente como se fala”

Pois é. U purtuguêis é muito faciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamente cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.

Jô Soares. Revista "Veja" -28.11.90 Disponível em <http://intervox.nce.ufrj.br>

"Português é fácil de aprender porque é uma

língua que se escreve exatamente como se fala."

Pois é. U purtuguêis é muintofáciudi aprender,

purqui é uma língua qui a

gentiiscreviixatamenticumu si fala. Num é

cumuinglêisqui dá até vontadidi ri quandu a

gentidiscobricumu é qui si iscrevi algumas

palavras. Impurtuguêis não. É só prestátenção. U

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Observe que o autor usou “i” e “u”, no lugar das vogais “e” e “o”. Cite alguns exemplos.

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________________________________________________________________________________

Agora, como ficariam os exemplos que você escolheu na língua padrão?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Observe que no texto o autor cita, além do Português (Língua Portuguesa) e do Inglês (Língua

Inglesa), outras duas línguas. Quais são elas?

________________________________________________________________________________

“Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala”. A

afirmação acima, em sua opinião, é falsa ou verdadeira? Por quê?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Compare a linguagem do título e a linguagem do texto. Qual delas faz uso da norma padrão?

________________________________________________________________________________

"Quem soubé falá sabi iscrevê". Você concorda com o autor? Por quê?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Na sua opinião, qual a verdadeira intenção do texto?

a. ( ) Mostrar que para escrever basta saber falar.

b. ( ) Ensinar a diferença entre o certo e o errado.

c. ( ) Brincar com a diferença entre a fala e a escrita.

Agora, vejamos o texto 2. Trata-se de uma placa de propaganda de rua. Você consegue perceber

alguma inadequação à variante padrão da língua? Se sim, qual(is)?

________________________________________________________________________________

Na sua opinião, houve comunicação?

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Qual a sua conclusão a respeito dos dois textos estudados?

________________________________________________________________________________

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Até agora, vimos textos seculares, mas e os textos bíblicos? São escritos em qual variante da língua?

( ) técnico ( ) padrão/culto

( ) regional ( ) informal

Quem lê aprende, quem lê a bíblia aprende o quê?

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UNIDADE II

2. O TEXTO

Falamos de texto, lemos textos, interpretamos textos. Mas o que é um texto?

Geralmente, entendemos o texto como um conjunto de frases, ou seja, algo que foi feito para

ser lido. Mas a definição de texto não é tão simples quanto parece.

Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página

qualquer um papel com a palavra “madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou simplesmente

não dará importância a isso.

Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém

gritar: “Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair correndo.

Isso acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o grito como um sinal

de alerta.

A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes:

1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais;

2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer

sentido.

Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido

completo, por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer sentido? Isso

depende de alguns fatores, como o contexto e o conhecimento de mundo.

2.1 CONTEXTO

O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras (o texto em que se encontra a

frase ou a frase em que se encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na situação em

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que o texto é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a palavra “madeira” seja

interpretada de maneiras diferentes. Na primeira situação, embora a palavra esteja dentro de um livro,

ela está totalmente fora de contexto, por isso não produz sentido algum.

2.1.1 Conhecimento de Mundo

Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura

dos textos. O leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de

conhecimento, entre eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma

ser adquirido informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em

sociedade. Ativar seu conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto

para salvar sua vida no meio da floresta ou para resolver questões do dia a dia, como

deixar um recado para alguém da família na porta da geladeira.

Vemos um outro exemplo:

a) Edmundo é um bom atacante, mas é desagregador.

b) Edmundo é desagregador, mas é um bom atacante.

Esses períodos relacionam diferentemente as orações. No primeiro, a oração é

desagregador é introduzida por, mas, enquanto que no segundo é a oração é um bom

atacante que é iniciada por essa conjunção.

O sentido é completamente diferente, pois o, mas introduz o argumento mais

forte e, por conseguinte, determina a orientação argumentativa da frase.

Isso significa que a primeira frase quer dizer que: não quero o jogador no meu

time, já na segunda frase: acredito que todos os seus defeitos devem ser desculpados.

2.2 TEXTOS VERBAIS E VISUAIS

Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou escritos. Mas essa noção precisa ser

ampliada, pois há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o caso,

por exemplo, da fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais. Há ainda

textos que utilizam os dois recursos, como os filmes, que usam imagens, diálogos e legendas.

Então, chegamos ao conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que faz

sentido para um determinado grupo em uma determinada situação.

Antes de prosseguirmos, vamos lembrar que, em qualquer leitura ou

produção de texto, precisamos estar perto de um amigo muito

prestativo: O DICIONÁRIO!

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EXERCÍCIOS – UNIDADE II

Leia o texto para responder à questão:

O efeito de humor na tira, é produzido porque:

(A) o Cebolinha não quer resolver a situação com a Mônica e sugere um jogo de xadrez.

(B) a Mônica utiliza o tabuleiro de xadrez como instrumento de agressão e não como jogo, como

Cebolinha propôs.

(C) o Cebolinha deseja que a Mônica não saiba jogar xadrez.

(D) a Mônica não entende que Cebolinha quer jogar xadrez.

Rir é o melhor remédio

O ratinho estava na toca. Do lado de fora, o gato:

– Miau, miau, miau...

O tempo passava e ele ouvia:

– Miau, miau...

Depois de várias horas e já com muita fome, o rato ouviu:

– Au! Au! Au!

Então deduziu: se tem cachorro lá fora, significa que o gato foi embora.

O rato saiu em disparada em busca de comida, mas deu de cara com o bichano.

Inconformado, perguntou:

– Pô, gato! Que trapaça é essa?

E o gato respondeu:

– Meu filho, nesse mundo globalizado de hoje, quem não fala pelo menos duas línguas morre de

fome.

Seleções Reader’s Digest. Rir é o melhor remédio. Rio de Janeiro: Plural Editora, maio, 2009, p.108/9

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Com relação ao texto, é correto afirmar que:

(A) a dedução do rato se mostrou coerente e correta.

(B) o gato não foi esperto o suficiente, pois o rato descobriu a trapaça.

(C) o rato, por causa de sua fome, não teve paciência para esperar e foi surpreendido pelo gato.

(D) a resposta do gato faz uma relação com a atualidade e as habilidades que as pessoas devem

desenvolver para sobreviver.

“Ficar a ver navios” é um dito popular que se origina do fato de

(A) As pessoas irem a um encontro e o outro não aparecer.

(B) O corpo do rei Dom Sebastião ter se encantado.

(C) O povo ficar aguardando, em um porto de Lisboa, o corpo desaparecido do rei Dom Sebastião.

(D) Os portugueses gostarem de ficar vendo navios.

(E) Leia a tirinha e explique o efeito de humor que ela apresenta

Leia a tirinha e explique o efeito de humor que ela apresenta

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

FICAR A VER NAVIOS

Esta frase remonta ao desaparecimento do rei de Portugal, Dom Sebastião (1554 – 1578),

na famosa batalha de Alcácer Quibir. Como o corpo do monarca não foi encontrado, criou-se a

lenda de que ele se encantou e que um dia voltaria, dando origem ao movimento messiânico

conhecido como sebastianismo. Multidões passaram a frequentar o Alto de Santa Catarina, em

Lisboa, aguardando a volta do rei e por isso ficavam a ver navios. Passou a ser aplicada a quem

perdeu o emprego ou está esperando por alguma coisa que jamais chegará, sendo utilizada também

com frequência para indicar situação em que alguém, por não comparecer ao encontro, deixou o

outro a ver navios. De onde vêm as palavras. Deonísio da Silva. Editora Mandarim, 1997.

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________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Leia as estrofes do poema para responder às questões A e B:

VIVENTES DA SECA

Céu sem nuvens,

sol imenso, denso, intenso,

inimigo castigador.

Só o sol, a luz e o calor.

Seca a mina, seca o rio,

seca o açude, secam os olhos d’água

e seca o verde alimento.

Tudo geme, suspira e reza.

Nenhuma brisa,

fome muita,

comida pouca,

pé na estrada,

pó no caminho,

bocas secas, caladas,

esperança desanimada.

Sertão nordestino,

que destino!

Gente que crê,

gente que luta,

tão sem nada.

Terra seca.

Bichos secos.

Plantas secas.

Homens secos.

Vidas secas.

(...)

JOSÉ, Elias. Ciranda Brasileira: poemas inspirados nas xilogravuras de J. Borges. São Paulo: Paulus, 2006. p. 36.

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A) A repetição da palavra seca no poema, especialmente na última estrofe, tem a função de:

(A) criar expectativa para a resolução do problema da seca.

(B) mostrar que a seca é, às vezes, um problema do nordestino.

(C) alertar e conscientizar o leitor sobre as consequências da seca.

(D) produzir um efeito de ênfase ao que não cessa, a seca.

B) Na segunda estrofe, o poeta inverte a ordem dos termos ao escrever “fome muita, comida

pouca”, e não “muita fome, pouca comida” porque:

(A) é um recurso expressivo, para salientar as palavras fome e comida.

(B) é uma forma de denunciar a condição de vida do nordestino.

(C) é um apelo de ajuda às pessoas que têm fome.

(D) é uma tentativa de escrever fora dos padrões.

Observe a imagem e responda às questões A e B:

CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes), 1944 Óleo s/ tela 190 x 180 cm. Col. Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand, São Paulo, Brasil.

A) A semelhança entre o poema de Elias José “Viventes da Seca” e o quadro de Portinari

“Retirantes” é:

(A) o tema.

(B) a forma de expressão.

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(C) o valor artístico.

(D) a beleza.

B) Ao transmitir uma mensagem, a imagem do quadro de Portinari

(A) distorce a realidade dos fatos.

(B) cria ilusões e dúvidas no leitor.

(C) aumenta a real gravidade dos fatos.

(D) explora recursos como cor.

UNIDADE III

3. COESÃO E COERÊNCIA NO TEXTO

Nesta unidade, abordaremos coesão e coerência textual, tão presentes no contexto bíblico.

3.1. A COESÃO

Na construção do texto, o autor utiliza uma série de palavras e mecanismos gramaticais, a fim

de desenvolver uma sequência argumentativa; pois um texto coeso e coerente apresenta um elo

linguístico que os mantêm únicos e ordenados.

Há dois tipos principais de coesão:

1) O primeiro: COESÃO ENDOFÓRICA: É a coesão cuja referência está no próprio

texto. Como se percebe em:

“Confia os teus cuidados ao Senhor, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja

abalado.” Salmo 55:22 (O termo a que se refere o pronome ele é o SENHOR).

2) O segundo é COESÃO EXOFÓRICA: é a coesão cuja referência está fora do universo

textual, o que pode ser exemplificado com Atos 8:30-35 e Isaías 53:7

Filipe se aproximou do Eunuco de Candace, rainha da Etiópia, o qual estava lendo o

capítulo 53 de Isaías, em especial o versículo 7. Então Filipe lhe perguntou: “Entendes

o que lês?” O eunuco lhe respondeu: “Como poderei entender se alguém não me

explicar? Peço-te – disse o eunuco – que me expliques a quem se refere o profeta. Fala

de si mesmo ou de algum outro?” Então, Filipe explicou; e começando por esta

passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus.

Veja: o texto que o eunuco estava lendo era este: “Foi levado como ovelha ao

matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu

a boca.”. Este homem não conseguiu perceber no texto lido qual era o termo de

referência para o pronome ELE. Isso ocorreu porque o termo de referência não estava

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naquele universo textual. Estava fora dele. Por isso a necessidade de que Filipe o

fizesse entender através de outros textos que se encontravam nas Escrituras.

Na imagem postada acima está escrito o texto: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos

libertará.” João 8:32. Encontra-se neste versículo um tipo especial de coesão: Repetição do mesmo

item lexical no lugar do pronome ELA. Ao utilizar “a verdade vos libertará”, repetiu-se o mesmo

item lexical (A VERDADE), porque este termo faz referência a um ELE, que é JESUS CRISTO,

quando diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” João

14:6. Sendo este um outro texto, que mantém um elo significativo com João 8:32.

Para entender COESÃO e COERÊNCIA TEXTUAL é preciso compreender conceitos como

elipse, sinônimos, conectivos; e dominar, especialmente, o emprego dos pronomes.

a) ELIPSE: Consiste na omissão de um termo [ou termos] que, no entanto, pode(m) ser

facilmente identificado(s):

ELIPSE DO SUJEITO: Jo 21.14,15,17

Jesus perguntou pela 1ª vez:

– Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?

Pedro respondeu:

Sim, Senhor, tu sabes que [...] te amo.

Jesus perguntou 2ª vez:

– Simão, filho de Jonas, amas-me?

– Sim, Senhor, tu sabes que [...] te amo.

Jesus perguntou 3ª vez:

– Simão, filho de Jonas, amas-me?

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– Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que EU te amo.

b) ZEUGMA: É tipo de elipse que consiste na omissão de um ou mais termos

anteriormente mencionados.

“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus

dos mortos, mas [é Deus] dos vivos.” Mt 22:32

“O primeiro homem, Adão foi feito em alma vivente: O último Adão [se fez] em

espírito vivificante.” I Co. 15:45.

Você deve estar agora lembrando que há diversas passagens bíblicas onde ocorrem elipse ou

zeugma, fazendo com que os textos apresentem uma ligação entre as palavras evitando repetições

excessivas e desnecessárias.

Abaixo há uma atividade em que você poderá exercitar o que aprendeu sobre essa forma de

tornar o texto coeso.

EXERCÍCIOS – UNIDADE III: ELIPSE E ZEUGMA

Descubra em cada versículo seguinte, o termo ou a expressão que falta.

1) “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas _____________ em virtude.”

I Co 4:20

2) “Pensai nas coisas que são de cima, e não ______________ nas _______________

que são da terra” Cl 3:2

3) “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas __________________ de fortaleza,

e de amor, e de moderação.” II Tm 1:7

4) “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas ________________ para a aquisição

da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” I Ts 5:9

5) “E ao servo do Senhor não convém contender, mas _______________ sim ser manso

para com todos, apto para ensinar, sofredor” II Tm 2:24

6) “Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não

___________ fome de pão, nem ____________ sede de água; mas ______________

de ouvir as palavras do Senhor.” Am 8:11

7) “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando _____________ pelos rios,

eles não te submergirão; quando passares pelo fogo não te queimarás, nem a chama

arderá em ti.” Is. 43:2

8) “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo

a carne mas _____________ segundo o espírito.” Rm 8:1

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9) “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não

_______________ agradar a nós mesmos. “Rm 15:1

10) “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas ____________ justiça, e paz,

e alegria no Espírito Santo” Rm 14:17

11) “... O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão

_____________________ em espírito vivificante.” I Co 15:45

12) “Há muito _____________ que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor

eterno te amei, também com amável benignidade te atraí.” Jr 31:3

13) “E sucedeu que, estando Josué ao pé de Jericó, levantou os seus olhos, e olhou; e eis

que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-

se Josué a ele, disse-lhe: És tu dos nossos, ou dos nossos inimigos?

E disse ele: Não, ____________ mas venho agora como príncipe do exército do

Senhor. Então Josué se prostrou sobre o rosto na terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz

meu Senhor ao seu servo? Então disse o príncipe do exército do Senhor a Josué:

Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué

assim.” Js 5:13-15

3.1.1. Mecanismos de Coesão

São os meios pelos quais ocorrem a coesão em um texto. Nossa língua dispõe

de muitos recursos que garantem os mecanismos de coesão textual. Aqui listaremos

10 conectivos, mas há outros recursos que a língua dispõe e que certamente você já

usa.

1) Por referência: os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão

que proporcionam a unidade do texto.

Jesus foi a Jerusalém na Páscoa. Em Jerusalém, Jesus foi recebido pelo povo.

Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a atuação do

advérbio e do pronome no processo de reelaboração do texto.

Jesus foi a Jerusalém na Páscoa. Lá, ele foi recebido pelo povo.

Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele” referem-se

a Jerusalém e Jesus e foram usados a fim de tornar o texto coeso.

2) Por elipse: Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.

Jesus foi a Jerusalém na Páscoa. Lá, foi recebido pelo povo.

Veja que, neste caso omitiu-se a palavra “Jesus”, pois é subentendida no

contexto.

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3) Lexical: quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de algum termo

subsequente.

Jesus foi a Jerusalém na Páscoa. Na cidade santa, foi recebido pelo povo

escolhido.

Veja que “Jerusalém foi substituída por “cidade santa” para evitar repetição e

dar um efeito mais significativo ao texto, pois há uma ligação semântica entre

“cidade santa” e povo escolhido.

4) Por oposição: Empregam-se alguns termos com valor de oposição (mas,

contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto

compreensível.

“Estavam todos lá no momento da prisão de Jesus, porém não o

acompanharam.”

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola com as próprias mãos a

derruba.”

5) Por concessão ou contradição: são eles: embora, ainda que, se bem que, apesar

de, conquanto, mesmo que.

Embora Jesus tenha predito a sua morte e ressurreição, Tomé não creu.

6) Por causa: são eles: porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que.

Embora sofrendo as dores das pragas, Faraó não libertou o povo israelita,

uma vez que seu coração fora endurecido.

“E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo

autoridade, e não como os escribas”

7) Por condição: são eles: caso, se, a menos que, contanto que.

Caso tivesse seu coração arrependido, certamente sua história seria diferente.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e Justo para nos perdoar.

8) Por finalidade: para que, para, afim de, com o objetivo de, coma finalidade de,

com a intenção de.

Deus deu seu filho unigênito a fim de que todo que nele crê não pereça.

9) Por adição: e, não só... mas também, não só... como também,

“Eu te fortaleço e te ajudo.”

10) Por tempo – quando, assim que, logo, logo que, enquanto.

“Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar

fazendo assim.” Lucas 12:43

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Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções

textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando, embora, etc.

O que seria das calças e blusas que usamos se não fossem os fios

que costuram suas partes? Se cortados, o que sobra são simples pedaços

de pano. Da mesma forma, elementos como portanto, então, já que, com

efeito, porque, ora, mas, assim, daí, dessa forma, mas etc., além de ligar as

partes de um texto, são de suma importância na construção do sentido e estabelecem uma certa relação

semântica.

Por exemplo, na frase “Ele é bonito, mas é chato”, o “mas” contrapõe argumentos orientados

para conclusões contrárias.

O “mas”, nessa frase, não pode ser substituído por outro elemento qualquer (ele é bonito,

portanto é chato). Neste caso, mudamos completamente a relação de sentido… ser chato passa a ser

uma conclusão de ser bonito. O uso inadequado dos elementos orienta o sentido do texto para uma

outra direção ou cria paradoxos semânticos.

EXERCÍCOS – UNIDADE III: COESÃO

1) Reescreva os trechos fazendo a devida coesão. Utilize artigos, pronomes ou advérbios. Não

se esqueça de que a elipse (omissão de um termo) também é um mecanismo de coesão.

a) A gravata do uniforme de Pedro está velha e surrada. A minha gravata está novinha em folha.

b) Ontem fui conhecer o novo apartamento do Tiago. Tiago comprou o apartamento com o

dinheiro recebido do jornal.

c) Perto da estação havia um pequeno restaurante. No restaurante costumavam reunir-se os

trabalhadores da ferrovia.

d) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em construção. Os carros

passavam buzinando. As brincadeiras, o barulho da construção e das buzinas tiravam-me a

concentração no trabalho que eu estava fazendo.

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e) Os convidados chegaram atrasados. Os convidados tinham errado o caminho e custaram a

encontrar alguém que orientasse o caminho aos convidados.

f) Os candidatos foram convocados por edital. Os candidatos deverão apresentar-se, munidos de

documentos, até o dia 24.

2) Dos conectivos dados abaixo, utilize apenas aqueles que tornarão o texto claro e coerente.

3)

Muito suor, pouca descoberta

O trabalho do arqueólogo tem emoções, sim. __________ não pense em Indiana Jones, bandidos e

tesouros. É verdade _______________ os arqueólogos passam um bom tempo em lugares excitantes,

como pirâmides e ruínas. ________________ as emoções acontecem mesmo é nos laboratórios,

___________________________ identificam a importância das coisas que acharam nos sítios

arqueológicos. _____________, é preciso persistência para encarar a profissão, _____________ os

resultados demoram, e muita gente passa a vida estudando sem fazer grandes descobertas. No Brasil,

é necessário fazer pós-graduação, _________________ não há faculdade de Arqueologia.

__________________, é preciso gostar de viver sem rotina, __________________o arqueólogo

passa meses no laboratório e outros em campo. O prêmio é fazer descobertas que mudam a história.

(Super for Kids, nº 1)

3) Utilize o que você aprendeu para tornar as orações abaixo em um padrão correto de coesão.

a) Hoje eu estou com um humor péssimo. Hoje eu briguei com mamãe.

b) Acordei. Minha bolsa havia sumido.

c) Eu já sabia. Tirei nota baixa.

d) Você saia. Feche a porta.

e) Estudei o assunto. Não entendi nada.

Mas – que – portanto – assim – pois – afinal – assim – no entanto – então –

porque – visto que – entretanto – portanto – embora – quando – até – eles.

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f) Li o livro. Reli o livro.

g) Você se atrasou. Você esqueceu o trabalho de produção textual.

h) Você estuda mais. Você aprende mais.

4) Utilize os conectivos adequados para completar as orações de acordo com as ideias sugeridas

entre parênteses.

a) Seria mais poeta ___________ fosse menos político. (Condição)

b) Tudo foi planejado ____________ não houvesse falhas. (Finalidade)

c) Dona Luísa fora para lá ______________ estava só. (Causa)

d) O calor era grande _______________ ligou o condicionador de ar. (conclusão)

e) Falou tanto na reunião ______________ ficou rouco. (Causa)

f) ________________ fosse convidado, não iria à reunião. (Concessão)

g) _________________ o que eu havia dito, não viajarei. (Conformidade)

h) Fiz-lhe sinal _________________ se calasse. (Finalidade)

i) Não discutíamos nunca, _________________ discordássemos em alguns pontos. (Concessão)

j) _________________ chegaram, puderem nos falar da viagem. (Tempo)

5) Identifique o valor semântico (de sentido) dos termos destacados:

I. Se um dia fores embora

Te amarei bem mais do que (amo) esta hora ______________________________________

II. Quando choramos abraçados _________________________________________________

III. Mesmo que tenhamos planejado ______________________________________________

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6) Observe a imagem e responda:

Disponível em https://www.google.com/

a) Quais os mecanismos de coesão utilizados?

b) O texto está totalmente coeso?

c) De que forma podemos perceber o humor na tira?

7) Agora é sua vez de pesquisar. Retire textos bíblicos que apresentem coesão por ideia de:

a) Condição __________________________________________________________________

b) Referência _________________________________________________________________

c) Elipse ____________________________________________________________________

3.2. COERÊNCIA

A coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num

texto sobre um determinado assunto. Refere-se, dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à sequência

ordenada das opiniões ou fatos expostos. Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação

(conectivos), faltará a coesão e, logicamente, a coerência ao texto.

Retomando a imagem da linha de costura, composta de termos e expressões, coesão une os

diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o

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emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam

gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações,

períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas

vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização

de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o

entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Observe:

Já eram cinco horas, porém não vou ler agora esse documento e já fomos dispensados do

trabalho.

Os termos utilizados são existentes na língua, porém agrupados desta forma, não produzem

um texto coerente, ou seja, tornam o enunciado sem sentido.

Ele é incoerente, pois não produz sentido. As três orações que o compõe, ainda que próprias

da língua, não apresentam uma relação clara de sentido entre si, estão desarticuladas. Se as mesmas

orações aparecem assim articuladas, havia produção de sentido:

Já são cinco horas. Não vou ler agora esse documento, pois já fomos dispensados do trabalho.

EXERCÍCOS – UNIDADE III: COERÊNCIA

1) Os textos seguintes são trechos de redações de alunos; neles há algum tipo de incoerência.

Comente-a.

a) “Eu não ganhei nenhum presente, só ganhei uma folha em branco, meu retrato de pôster e um

disco dos Beatles.”

b) Pela manhã recebi uma carta repleta de conselhos. Era uma carta em branco e não liguei para

os conselhos já que os conselhos não interessam para mim pois sei cuidar da minha vida”.

c) “Pela tarde chegou uma carta a mim endereçada, abri-a correndo sem nem tomar fôlego. O

envelope não tinha nada dentro. Estava vazio. Dentro só tinha uma folha, em branco.”

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João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava

para o leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície

coberta de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada colocada

à frente da sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho

coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e as folhagens

não permitiam ver distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto

verificou que o visitante era o seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha partido para alistar-se no

exército e, em todo este tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou

imediatamente, correu até ele, lançou-se nos seus braços e começaram a chorar.

2) Apesar de, aparentemente, bem redigido, o texto apresenta sérios problemas de coerência, o

que o torna inadequado. A fim de constatar os problemas de coerência do texto. Responda:

a) A cena narrada ocorre à noite “noite em que completava 30 anos”. No entanto, o que João

olhava, sentado à frente de sua casa?

b) João estava completando 30 anos. No entanto, o filho que retorna saíra havia 20 anos para

alistar-se no exército. Portanto, qual é a idade do filho?

c) João morava numa colina árida, diante de um cenário desértico. Que elementos do texto

contrariam essa informação?

d) À frente da casa “para o leste”. O leste ou oriente é onde nasce o sol. Que fato do texto é

incoerente com essa informação?

e) Reescreva o texto de forma que se torne coerente.

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3.3. OS DEZ MANDAMENTOS PARA QUE SEU TEXTO SURPREENDA O LEITOR:

1) Não escreva difícil, usando palavras para parecer que sabe de tudo! Prefira uma linguagem

mais simples. Não falo aqui do uso de coloquialismo, sem restrições!

2) Críticas sem fundamento, sem objetivo não devem ser feitas. A análise sobre algo deve ser

realizada baseada em fatos, acontecimentos reais. Sempre aponte soluções coerentes para os

problemas levantados.

3) Uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido!

4) A linguagem do whatsapp ou facebook deve ficar no celular. Nunca abrevie palavras: vc, qdo,

msm, dentre outras. Exceção: etc.

5) Não faça repetição desnecessária de palavras! O texto fica enfadonho e pobre, pois o leitor

verá que você não tem muita leitura, uma vez que não tem muito vocabulário. Use sinônimos:

menina, garota, criança, guria.

6) Não “encha linguiça”, como dizem! Uns dizem coisas sem sentido, outros falam a mesma

coisa várias vezes, de vários modos. Seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade.

No entanto, processos seletivos exigem o mínimo de 15 linhas. Escreva sobre algo que você

tenha conhecimento. Baseie-se (não copie) em um texto da coletânea, nas ideias expostas ali.

Faça um parágrafo para introdução, um para o desenvolvimento e um para a conclusão, pelo

menos!

7) Não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do “i”, as letras maiúsculas em nomes

próprios!

8) Coloque ponto final! Começou um novo argumento, uma nova ideia? Coloque ponto final e

não vírgula! Os períodos ficam tão confusos que o leitor não sabe nem mais qual é o assunto

inicial ou quem é o sujeito do período!

9) Faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá estar! Ficou

em dúvida? Leia a oração e identifique o sujeito, quem pratica a ação.

10) Releia o texto! É impossível tentar organizar melhor o texto, corrigir os erros e tirar nota boa

sem reler o que se escreveu! Detalhe: Coloque-se no lugar de um leitor que não sabe nada

sobre o assunto abordado em seu texto e se pergunte: Será que ele entenderia sobre o que

estou escrevendo e o meu ponto de vista?

Saiba que mandamentos foram feitos para serem seguidos, mas não como obrigação ou por

imposição, mas para nosso bem! Pense nisso!

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UNIDADE IV

4. TIPOLOGIA TEXTUAL

Agora que já vimos que o texto é um tecido costurado (coerência e coesão), vamos ver a

classificação deles. Os textos são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e finalidade. De

maneira geral, a tipologia textual é dividida em: texto narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e

injuntivo.

a) Texto Narrativo – A marca fundamental do texto narrativo é a existência de um enredo,

do qual se desenvolvem as ações das personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço.

Assim, a narração possui um narrador (quem apresenta a trama), as personagens

(principais e secundárias), o tempo (cronológico ou psicológico) e o espaço (local que

se desenvolve a história). Sua estrutura básica é: apresentação, desenvolvimento,

clímax e desfecho.

b) Texto Descritivo – O texto descritivo expõe apreciações e observações, de modo que

indica aspectos, características, detalhes singulares e pormenores, seja de um objeto,

lugar, pessoa ou fato. Dessa maneira, alguns recursos linguísticos relevantes na

estruturação dos textos descritivos são: a utilização de adjetivos, verbos de ligações,

metáforas e comparações.

c) Texto Dissertativo – O texto dissertativo busca defender uma ideia e, logo, é baseado

na argumentação e no desenvolvimento de um tema. Para tanto, sua estrutura, dividida

em três partes fundamentais, tese (introdução), antítese (desenvolvimento) e nova tese

(conclusão), define o modelo básico para apresentar uma tese (ideia, tema, assunto),

explorar argumentos contra e a favor (antítese) e, por fim, sugerir uma nova tese, ou

seja, uma nova ideia para concluir sua fundamentação. Os textos dissertativos-

argumentativos, além de ser um texto opinativo, busca persuadir o leitor.

d) Texto Expositivo – O texto expositivo pretende apresentar um tema, a partir de

recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a informação e

enumeração. Dessa forma, uma palestra, seminário ou entrevista são consideradas

textos expositivos, cujo objetivo central do emissor é explanar, discutir, explicar sobre

um assunto. São classificados em: texto informativo-expositivo (transmissão de

informações) ou texto expositivo-argumentativo (defesa de opinião sobre um tema).

Outros exemplos de textos expositivos são os verbetes de dicionários e as

enciclopédias.

e) Texto Injuntivo – O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no

método para a realização de algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio,

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manual de instruções e propagandas. Dessa forma, um dos recursos linguísticos

marcantes desse tipo de texto, é a utilização dos verbos no imperativo, de modo a

indicar uma "ordem", por exemplo, na receita de bolo: “misture todos os ingredientes”;

bula de remédio “tome duas cápsulas por dia”; manual de instruções “aperte a tecla

amarela”; propagandas “vista essa camisa”.

Há a possibilidade de encontrarmos exemplos da tipologia textual na bíblia? Tente lembrar de

alguns episódios, lugares, instruções, defesas e certamente terá vários exemplos que podem ser

inseridos na classificação acima. Fascinante, não é mesmo?

4.1 O TEXTO NARRATIVO

A Narração é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num determinado tempo e

espaço. A estrutura do texto narrativo é composta de:

Apresentação

Desenvolvimento

Clímax

Desfecho

4.5.1 Os Elementos da Narrativa

Narrador - Quem narra a história. Dividem-se em: narrador-observador; narrador

personagem e narrador- onisciente.

Enredo - É a estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações.

Pode ser: Enredo Linear, Enredo Não linear, Enredo Psicológico e Enredo

Cronológico.

Personagens - São aqueles que compõem a narrativa. São classificadas em

Personagens Principais (Protagonista e Antagonista) e Personagens Secundários

(Adjuvante ou Coadjuvante).

Tempo - Marcação do tempo, data, momento, dentro da narrativa. O tempo pode ser

Cronológico ou Psicológico.

Espaço - Local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num Ambiente

Físico, Ambiente Psicológico ou Ambiente Social.

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4.1.1.1 Tipos de Narrador

Narrador-Personagem - A história é narrada em 1ª pessoa no qual o narrador

é um personagem e participa da história. O capítulo 4 do livro de Daniel nos

mostra um exemplo de narrador personagem.

Narrador-Observador - Narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece

os fatos porém, não participa da ação.

Narrador-Onisciente - Esse narrador conhece todos os personagens e a trama.

Nesse caso, a história é narrada em 3ª pessoa e quando apresenta fluxo de

pensamentos dos personagens, a ação é narrada em 1ª pessoa.

4.5.2 Tipos de Discurso Narrativo

Discurso Direto - No discurso direto, a própria personagem fala e o narrador se utiliza

de verbos dicendi (dizer, perguntar, falar, esclarecer, responder, etc.)

Discurso Indireto - No discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem.

Em outras palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da

personagem.

Discurso Indireto Livre - No discurso indireto-livre há intervenções do narrador e das

falas dos personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto.

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O cavalo e o burro

Monteiro Lobato

O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida,

folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro —

coitado! Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:

— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é

repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.

O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.

— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?

O burro gemeu:

— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.

O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.

Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito

arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.

— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre

burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora…

Criança Brasileira, Theobaldo Miranda Santos, Quarto Livro de Leitura: de acordo com os novos programas do ensino

primário. Rio de Janeiro, Agir: 1949

Exemplos de Textos Narrativos

Importante frisar que dependendo da intenção do narrador, a narrativa pode ser elaborada nos

discursos: direto, indireto e indireto-livre. Vejamos alguns exemplos:

a) Discurso Direto

b) Discurso Indireto

"Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que

havia sonhado que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria.

Dona Abigail consciente de seus afazeres de dona-de-casa vivia constantemente

atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros gêneros, quase todos

alimentícios. Ainda bêbado de sono o marido esticou o braço e apanhou a carteira

sobre a mesinha de cabeceira: 'Quanto é que você quer?'" NOVAES, Carlos Eduardo. O sonho do feijão.

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c) Discurso Indireto Livre

EXERCÍCOS – UNIDADE IV: O TEXTO NARRATIVO

1) Leia a tirinha de Hagar:

Reescreva o primeiro quadrinho da tirinha utilizando o discurso indireto. Para tal, imagine que há,

na cena, um narrador que utiliza verbos dicendi (responder, dizer, perguntar...) e faça as modificações

estruturais necessárias.

2) Leia a tirinha e assinale a alternativa que apresenta a correta transposição da fala de

Hagar para o discurso indireto e a adequada conexão de sentido entre as duas frases.

a) Hagar disse que não queria brigar porque era do tipo quieto e sensível.

b) Hagar disse que, embora fosse do tipo quieto e sensível, não queria brigar.

Então Paula corria, corria o mais que podia para tentar resolver a situação. Logo a

mim, logo a mim isso tinha que acontecer! Ela não sabia se conseguiria chegar a

tempo e resolver aquela confusão. Tomara que eu consiga!

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c) Hagar disse que era do tipo quieto e sensível, mas não queria brigar.

3) Identifique os verbos dicendi que aparecem na anedota a seguir.

4) Escolha uma narrativa bíblica e identifique os elementos da narrativa encontrados.

4.2 O TEXTO DESCRITIVO

O texto descritivo consiste em uma percepção sensorial, representada pelos cinco sentidos

(visão, tato, paladar, olfato e audição), no intuito de relatar as impressões capturadas com base em

uma pessoa, objeto, animal, lugar ou mesmo um determinado acontecimento do cotidiano.

É como se fosse uma fotografia traduzida por meio de palavras, sendo que estas são

“ornamentadas” de riquíssimos detalhes, de modo a propiciar a criação de uma imagem do objeto

descrito na mente do leitor. Então toda vez que você expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou

paisagem para alguém está fazendo uso da descrição.

Por isso, os pormenores são essenciais para se distinguir o objeto da descrição e, desse modo,

a presença de adjetivos e locuções adjetivas é traço distinto a um texto descritivo.

Quando for descrever, tenha a sutileza ao transmitir e leve em consideração, de acordo com o

fato, objeto ou pessoa analisada:

O pai estava passeando com o filhinho. A certa altura, o garoto perguntou:

- Pai, o que é eletricidade?

- Bem, não sei ao certo - respondeu o pai. - Tudo o que sei é que é algo que faz

as coisas funcionarem.

Mais adiante, o menino fez outra pergunta. - Pai, como é que a gasolina faz os

motores funcionarem?

- Não sei, filho. Não entendo nada de motores.

Depois de curto intervalo, o garoto questionou:

- Pai, por que o asfalto brilha como se estivesse molhado nos dias de calor?

- Não sei, não entendo de pavimentação, respondeu o pai calmamente.

Outras perguntas se seguiram, com quase os mesmos resultados. Por fim, o

garoto disse:

- Pai, acho que você se aborrece quando faço todas essas perguntas.

- Claro que não, filho. De que outra forma você aprenderia alguma coisa?

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a) as cores;

b) altura;

c) comprimento;

d) dimensões;

e) características físicas;

f) características psicológicas;

g) sensação térmica;

h) tempo e clima;

i) vegetação;

j) perspectiva espacial;

l) peso;

m) textura;

n) utilidade;

o) localização; e assim por diante.

Veja no exemplo:

“Da janela de seu quarto podia ver o mar. Estava calmo e, por isso, parecia até mais azul. A

maresia inundava seu cantinho de descanso e arrepiava seu corpo...estava muito frio, ela sentia, mas

não queria fechar a entrada daquela sensação boa. Ao norte, a ilha que mais gostava de ir, era só um

pedacinho de terra iluminado pelos últimos raios solares do final daquela tarde; estava longe...longe!

Não sabia como agradecer a Deus, morava em um paraíso!”

A sensação que o leitor ou ouvinte tem que ter em um descrição é de que foi transportado para

o local da narração descritiva.

Da mesma forma, quando o objeto é descrito, o interlocutor deve ter a sensação de que está

vendo aquele sofá ou aquela xícara.

Por fim, vejamos a seguir os dois tipos de descrição existentes:

1. Descrição objetiva – acontece quando o que é descrito apresenta-se de forma direta,

simples, concreta, como realmente é:

Ana tem 1,70, pele morena, olhos castanhos claros, cabelos castanhos escuros e lisos

e pesa 65kg.

2. Descrição Subjetiva – ocorre quando há emoção por parte de quem descreve:

Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre

aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na

banda de música o lugar do violino na orquestra.

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Como você vai saber se fez uma excelente narração descritiva?

Quando reler seu texto e perceber se de fato outros leitores visualizarão como reais o que está

sendo descrito!!

EXERCÍCIOS – UNIDADE IV: O TEXTO DESCRITIVO

1) Você se lembra da brincadeira infantil de “o que é? O que é”? Escreva uma descrição

de um objeto, com detalhes, mas não o revele no texto. A intenção é que seu leitor descubra o

objeto com as pistas deixadas no texto.

2) Descreva um objeto, pessoa ou paisagem subjetivamente. Não esqueça do uso dos

atributos.

3) Pesquise trechos bíblicos em que se encontram descrições de:

a) Pessoa

b) Lugar

c) Objeto

4.3 O TEXTO DISSERTATIVO

O Texto Dissertativo é um tipo de texto argumentativo e opinativo, uma vez que expõe a

opinião sobre determinado assunto ou tema, por meio de uma argumentação lógica, coerente e coesa.

4.5.1 Estrutura do Texto Dissertativo

A estrutura de um texto dissertativo está baseada em três momentos:

1. Introdução: Também chamada de "Tese", nesse momento, o mais importante é

expor a ideia central sobre o tema de maneira clara. Importante lembrar que a

Introdução é a parte mais importante do texto e por isso deve conter a

informações que logo serão desenvolvidas.

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2. Desenvolvimento: Também chamada de "Anti-Tese" ou "Antítese", nessa parte

do texto é que se desenvolve a argumentação. Para tanto, é importante selecionar

dados, opiniões, levantamentos, estatísticas, fatos e exemplos sobre o tema, a

fim de que sua tese (ideia central) seja defendida com propriedade, organização

e clareza

3. Conclusão: O próprio nome já supõe que é necessário concluir o texto. Em outras

palavras, apresentar a síntese da discussão, a retomada da tese (ideia principal)

e além disso, a proposta de solução do tema com observações finais. Por isso,

esse momento é chamado de "Nova Tese" por ser um momento de fechamento

das ideias, e principalmente da inserção de uma nova ideia, ou seja, uma "nova

tese".

Nessa modalidade, a intenção é persuadir o leitor, convencê-lo de sua tese (ideia

central) a partir de coerente argumentação, exemplos, fatos.

O texto dissertativo argumentativo destina-se ao chamado "leitor universal", ou

seja, a qualquer pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos

amplos, genéricos, evitando particularizar situações. As construções mais adequadas,

procurando evitar-se a 1ª pessoa do singular, seriam:

"Notamos que grande parte dos brasileiros...”

“Observa-se que uma parcela da população” ...

Vejamos um exemplo de texto dissertativo-argumentativo:

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Disponível em: http://www.gramatiquice.com.br/2013/09/

EXERCÍCIOS – UNIDADE IV: TEXTO DISSERTATIVO

1) Dos assuntos dados, escolha um e redija um texto dissertativo-argumentativo.

a) Redes Sociais

b) Escassez da água

c) Liberdade Religiosa

4.4 TEXTO EXPOSITIVO

O Texto expositivo é um tipo de texto que visa a apresentação de um conceito ou de uma

ideia. Muito comum esse tipo de texto ser abordado no contexto escolar e acadêmico, uma vez que

inclui formas de apresentação, desde seminários, artigos acadêmicos, congressos, conferências,

palestras, colóquios, entrevistas, dentre outros.

4.5.1 Recursos Linguísticos

No texto expositivo, o objetivo central do locutor (emissor) é explanar sobre

determinado assunto, a partir de recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a

comparação, a informação e enumeração.

4.5.2 Classificação dos Textos Expositivos

De acordo com seu objetivo central, os textos expositivos são classificados em dois

tipos:

Texto Expositivo-argumentativo

Nesse caso, além de apresentar o tema, o emissor foca nos argumentos necessários

para a explanação de suas ideias. Dessa forma, recorre aos diversos autores e teorias

para comparar, conceituar e defender sua opinião.

Texto Expositivo-informativo

Nesta ocasião, o objetivo central do emissor é simplesmente transmitir as informações

sobre determinado tema, sem grandes apreciações e, por isso, com o máximo de

neutralidade. Podemos pensar numa apresentação sobre os índices de violência no

país, de modo que o conjunto de informações, gráficos e dados sobre o tema,

apresentam tão somente informações sobre o problema, sem defesa de opinião.

Exemplos

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Observe a seguir alguns exemplos de textos expositivos:

a) Verbete de dicionário

“Significado de Nostalgia (s.f). Tristeza causada pela saudade de sua terra ou de sua pátria;

melancolia. Saudade do passado, de um lugar etc. Disfunções comportamentais causadas pela

separação ou isolamento (físico) do país natal, pela ausência da família e pela vontade exacerbada de

regressar à pátria. Saudade de alguma coisa, de uma circunstância já passada ou de uma condição que

(uma pessoa) deixou de possuir. Condição melancólica causada pelo anseio de ter os sonhos

realizados. Condição daquele que é triste sem motivos explícitos. (Etm. Do francês: nostalgie)”.

Fonte: (Dicionário Online de Português- Dicio.com)

b) Enciclopédia

“Cervo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus), também chamado suaçuetê,

suaçupu, suaçuapara, guaçupuçu ou simplesmente cervo, é um mamífero ruminante da família dos

cervídeos e único representante do gênero Blastocerus. Ocorria em grande parte das várzeas e

margens de rios do centro da América do Sul, desde o sul do rio Amazonas até o norte da Argentina,

mas atualmente, a espécie só é comum no Pantanal, na bacia do rio Guaporé, na ilha do Bananal e em

Esteros del Iberá.”

Fonte: (Wikipédia)

c) Entrevista

“Clarice Lispector, de onde veio esse Lispector?

É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu pai desde quando havia Lispector na Ucrânia.

Ele disse que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, rolando,

perdendo algumas sílabas e foi formando outra coisa que parece “Lis” e “peito”, em latim. É um nome

que quando escrevi meu primeiro livro, Sérgio Milliet (eu era completamente desconhecida, é claro)

diz assim: “Essa escritora de nome desagradável, certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu

nome mesmo.

4.5 O TEXTO INJUNTIVO

O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização

de uma ação, ou seja, indicam o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo,

bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas.

Com isso, sua função é transmitir para o leitor mais do que simples informações, visa

sobretudo, instruir, explicar, todavia, sem a finalidade de convencê-lo por meio de argumentos.

A partir disso, note que são textos o quais incitam a ação dos destinatários, controlando, assim,

seu comportamento, ao fornecer instruções e indicações para a realização de um trabalho ou a

utilização correta de instrumentos e/ou ferramentas.

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Texto Injuntivo e Prescritivo

Há quem estabeleça uma relação entre os textos injuntivos e prescritivos e, por outro lado, há

os que defendem que são textos sinônimos e pertencem à mesma categoria, das quais compartilham

funções e finalidades.

No entanto, os linguistas que preferem dividi-los em dois tipos de textos informam que o texto

injuntivo, instrui sem uma atitude coercitiva, recurso marcante nos textos ditos prescritivos. Para esse

grupo de estudiosos, um texto injuntivo pode ser um manual de instruções ou uma receita, enquanto

os textos prescritivos asseguram um tipo de atitude coercitiva, por exemplo, os editais dos concursos,

contratos e leis.

4.5.1 Recursos Linguísticos

A linguagem dos textos injuntivos é simples e objetiva. Um dos recursos linguísticos

marcantes e recorrentes desse tipo de texto, é a utilização dos verbos no imperativo, de modo

a indicar uma “ordem”, por exemplo, na receita de bolo: “misture todos os ingredientes”; bula

de remédio “tome duas cápsulas por dia”; manual de instruções “aperte a tecla amarela”;

propagandas “vista essa camisa”.

Exemplos

Segue alguns exemplos de textos injuntivos:

a) Manual de Instruções

“Instalação: Prefira sempre os serviços da Rede de Assistência Técnica Brastemp para realizar

desde a instalação até a manutenção de seus produtos com tranquilidade e segurança.

1° passo: Veja se a tomada onde o produto será instalado tem o novo padrão plugue, segundo

o INMETRO.

2° passo: Verifique se a tensão da rede elétrica no local de instalação é a mesma indicada na

etiqueta do plugue da sua lavadora.

3° passo: Nunca altere ou use o cabo de força de maneira diferente da recomendada. Se o cabo

de força estiver danificado, chame a Rede de Serviços Brastemp para substituí-lo.

4° passo: Verifique se o local de instalação possui as condições adequadas indicadas no

Manual do Consumidor:-A pressão da água para abastecimento deve corresponder a um nível de 2 a

80 m acima do nível da torneira;

- Recomenda-se que haja uma torneira exclusiva para a correta instalação da mangueira de

entrada;

- É obrigatória a utilização de uma torneira com rosca ¾ de polegada para a instalação da

mangueira de entrada de água, a não utilização dela pode gerar vazamentos.

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- A mangueira de saída deve ser instalada no tanque (utilizando a curva plástica) ou em um

cano exclusivo para o escoamento, com diâmetro mínimo de 5 cm. O final da mangueira deve estar a

uma altura de 0,85 a 1,20 m para o correto funcionamento da Lavadora.

Caso o local de instalação não tenha as condições adequadas, providencie as modificações,

consultando um profissional de sua confiança.”

(Manual de Instruções da Lavadora Brastemp Ative Automática 9kg)

b) Bula de Remédio

c) Receita

“Massa de Panqueca Simples

Ingredientes:

1 ovo

1 xícara de farinha de trigo

1 xícara de leite

1 pitada de sal

1 colher de sopa de óleo

Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador. A seguir, aqueça uma

frigideira untada com um fio de óleo em fogo baixo. Coloque um pouco da massa na frigideira não

“Apresentação de Norfloxacino (Laboratório: Medley, Referência: Floxacin)

Comprimidos revestidos de 400 mg. Embalagens com 6 e 14 comprimidos revestidos. USO ADULTO -

USO ORAL

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém:

Norfloxacino ................................................................................ 400 mg

Excipientes q.s.p. ................................................................. 1 comprimido

(Celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, estearilfumarato de sódio, lactose

monoidratada, laurilsulfato de sódio, talco, álcool polivinílico, dióxido de titânio, macrogol, corante

laca amarelo crepúsculo).

Norfloxacino - Indicações

O Norfloxacino é indicado para tratamento das seguintes infecções:

- infecções do trato urinário;

- inflamação do estômago e intestino (gastrenterite) causada por alguns tipos de bactérias;

- gonorreia;

- febre tifoide;

O Norfloxacino pode também ser usado para a prevenção das infecções nos seguintes casos:

- contagem baixa de leucócitos: nestes casos, seu corpo fica mais sensível a infecções causadas por

bactérias que fazem parte da flora intestinal;

- quando você visitar locais em que possa ficar exposto a bactérias que possam causar inflamação do

estômago e intestinos (gastrenterite).

Contraindicações de Norfloxacino

Você não deve tomar Norfloxacino se: apresentar hipersensibilidade a qualquer componente do

produto ou a antibióticos quinolônicos.”

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muito quente e esparrame de modo a cobrir todo o fundo e ficar só uma camada fina de massa. Deixe

igualar os dois lados, até que fiquem levemente douradas. Retire com a espátula, e sirva com o recheio

de sua preferência. Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia.”

EXERCÍCIOS – UNIDADE IV

1) Identifique os tipos textuais presentes nos textos abaixo e o tipo textual que predomina

em cada texto

a) Atravessou a rua rapidamente e cruzou o portão pela primeira vez. Deparou-se imediatamente

com o diretor, um homem baixinho, bigodudo, com cara de poucos amigos. Mas, em vez de

cumprimentá-lo, seguiu direto para a sala de aula.

b) O anonimato na Internet deveria ser proibido. Todos deveriam ser obrigados a se identificar, de

modo que o governo e a polícia pudessem controlar o que cada um faz na rede. A Internet é uma

rede em escala mundial de milhões de computadores interligados. Com tamanha abrangência, é

enorme o potencial para que se cometam mais diversos crimes. Por isso, a única medida aceitável

é forçar a identificação pública de todos os internautas.

c) Em uma noite de maio, na volta do trabalho, João resolveu tomar uma cerveja antes de ir para

casa. Dois copos depois, envolveu-se em uma briga de bar com Pedrinho. Apesar do apelido,

Pedrinho era alto e forte, mal-humorado e andava armado. Resultado: João morreu antes de chegar

ao hospital. Esse acontecimento, tão banal nas grandes cidades, prova o seguinte: o porte de armas

de fogo deveria ser proibido por lei. Isso reduziria sensivelmente o número de mortes estúpidas no

país.

d) Aspirina contém a substância ativa ácido acetilsalicílico, do grupo de substâncias anti-

inflamatórias não-esteroides que inibe a formação excessiva de substâncias mensageiras da dor.

Aspirina é indicada para o alívio de dores de intensidade leve a moderada como dor de cabeça, dor

de dente, dor de garganta, dor menstrual etc. Não tome aspirina se tiver tendências a sangramentos

e se estiver no último trimestre da gravidez.

e) Em 2154, depois da destruição do planeta terra, um ser humano chamado xy47b conseguiu

pousar no gélido e arenoso Plutão. Chegando lá, ele descobriu as ruínas de uma colônia humana.

Em meio aos destroços do lugar, encontrou um computador. Por sorte, conseguiu recuperar os

dados da máquina e descobriu valiosas informações sobre o planeta. Um dos documentos

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recuperados dizia o seguinte: “Plutão é um dos menores planetas do sistema solar. É composto

principalmente de rocha e gelo, mas possui um núcleo quente e favorável à produção de energia.

Por sua localização e tamanho, Plutão pode parecer um bom lugar para refúgio. No entanto, seu

solo instável é perigoso; seus constantes tremores causaram a morte de muitas pessoas. Por isso,

recomenda-se que não se passe muito tempo no local”. Ao terminar de ler essa linha, xy47b sentiu

o chão abrir-se sob seus pés.

f) Na segunda entrevista da série “pessoas”, Ana Munchen, a garota propaganda da maior fábrica

de antidepressivos do mundo, destaca sua transformação: “Quando tinha 13 anos, eu era

magérrima, anoréxica e depressiva. Os meninos não me achavam sexy, pelo contrário. Vivia

chorando pelos cantos, chateada e entediada. Várias vezes eu fugia de casa, usava drogas e ficava

vagando sem rumo pela cidade. Hoje sou feliz, rica e tenho dois filhos lindos.”

g) O candidato chegou ao local da prova. Sentia-se gélido; estava desesperado. Ao receber a prova,

leu a primeira linha, o que aumentou sua tensão: “Marque as alternativas com cuidado, não rasure”.

Como não podia desapontar a si próprio, tentou se acalmar. No entanto, quando abriu a prova de

português e viu a palavra “injunção”, quase desmaiou. Levantou os olhos para o teto da sala,

apelando para qualquer espécie de divindade: “Deus, ou qualquer que seja seu nome, faça com que

eu me lembre do que é injunção!”.

2) Assinale o trecho com características dissertativas.

a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro.

b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.

c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.

d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas.

3) Marque o texto com características narrativas.

a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.

b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.

c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.

d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.

e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.

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A OVELHA NEGRA

Havia um país onde todos eram ladrões.

À noite, cada habitante saía, com a gazua e a lanterna, e ia arrombar a casa de um vizinho.

Voltava de madrugada, carregado e encontrava a sua casa arrombada.

E assim todos viviam em paz e sem prejuízo, pois um roubava o outro, e este, um terceiro, e

assim por diante, até que se chegava ao último que roubava o primeiro. O comércio naquele país só

era praticado como trapaça, tanto por quem vendia como por quem comprava. O governo era uma

associação de delinquentes vivendo à custa dos súditos, e os súditos por sua vez só se preocupavam

em fraudar o governo. Assim a vida prosseguia sem tropeços, e não havia nem ricos nem pobres.

Ora, não se sabe como, ocorre que no país apareceu um homem honesto. À noite, em vez de

sair com o saco e a lanterna, ficava em casa fumando e lendo romances.

Vinham os ladrões, viam a luz acesa e não subiam.

Essa situação durou algum tempo: depois foi preciso fazê-lo compreender que, se quisesse

viver sem fazer nada, não era essa uma boa razão para não deixar os outros fazerem. Cada noite que

ele passava em casa era uma família que não comia no dia seguinte.

Diante desses argumentos, o homem honesto não tinha o que objetar. Também começou a sair

de noite para voltar de madrugada, mas não ia roubar. Era honesto, não havia nada a fazer. Andava

até a ponte e ficava vendo a água passar embaixo. Voltava para casa, e a encontrava roubada.

Em menos de uma semana o homem honesto ficou sem um tostão, sem o que comer, com a

casa vazia. Mas até aí tudo bem, porque era culpa sua; o problema era que seu comportamento criava

uma grande confusão. Ele deixava que lhe roubassem tudo e, ao mesmo tempo, não roubava ninguém;

assim sempre havia alguém que, voltando para casa de madrugada, achava a casa intacta: a casa que

o homem honesto devia ter roubado. O fato é que, pouco depois, os que não eram roubados acabaram

ficando mais ricos que os outros e passaram a não querer mais roubar. E, além disso, os que vinham

para roubar a casa do homem honesto sempre a encontravam vazia; assim iam ficando pobres.

Enquanto isso, os que tinham se tornado ricos pegaram o costume, eles também, de ir de noite

até a ponte, para ver a água que passava embaixo. Isso aumentou a confusão, pois muitos outros

ficaram ricos e muitos outros ficaram pobres.

Havia ricos tão ricos que não precisavam mais roubar e que mandavam roubar para

continuarem a ser ricos. Mas, se paravam de roubar, ficavam pobres porque os pobres os roubavam.

Então pagaram aos mais pobres dos pobres para defenderem as suas coisas contra os outros pobres, e

assim instituíram a polícia e constituíram as prisões.

Dessa forma, já poucos anos depois do episódio do homem honesto, não se falava mais de

roubar ou de ser roubado, mas só de ricos ou de pobres; e no entanto todos continuavam a ser pobres.

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Honesto só tinha havido aquele sujeito, e morrera logo, de fome.

ÍTALO CALVINO. In:Um general na biblioteca. Companhia das Letras, São Paulo, 2001.

Após a leitura do texto, responda às seguintes questões:

1) A primeira frase do texto Havia um país onde todos eram ladrões direciona o leitor para um

determinado gênero textual. Levando em conta os diversos tipos textuais (narrativo, descritivo,

argumentativo, explicativo, instrucional), como você classificaria esse texto?

2) No texto, há uma sequência de ações que se estruturam em torno de um fato responsável pela

mudança da situação. Que fato narrado, responsável pela mudança da situação, é essencial para o

desenrolar das ações?

3) Dá-se o nome de círculo vicioso a uma sucessão de ideias ou fatos que retornam sempre à

ideia ou ao fato inicial. Indique uma passagem do texto em que a sucessão dos fatos forma um círculo

vicioso.

4) Com relação à expressão que serve como título ao texto, responda:

a) Qual o sentido de ovelha negra?

b) A que personagem do texto refere-se essa expressão?

c) Há coerência em usar-se essa expressão para se referir ao personagem?

5) Se o país onde aconteceram os fatos havia pessoas que ficaram muito ricas por terem roubado

os outros, como pode ser explicada a afirmação de que [...] no entanto todos continuavam a ser

pobres?

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Escolha um tema e com base na bíblia, escreva um texto:

a) Descritivo

b) Narrativo

c) Dissertativo

d) Injuntivo

UNIDADE V

5. SINAIS DE PONTUAÇÃO

Ao lermos, nem nos passa pela cabeça que a escrita nem sempre foi assim. Ou seja, com todos

estes sinais, além das letras é claro. Até mesmo o espaçamento entre as palavras não existia, e aos

poucos foi introduzido. O que seria da nossa escrita sem os sinais de pontuação? Uma loucura, não

era mesmo? Você sabe como usar os sinais de Pontuação?

Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala, nos casos

do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de

interrogação, por exemplo.

Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita,

nossas emoções, intenções e anseios.

Vejamos aqui alguns empregos:

5.1. VÍRGULA (,)

É usada para:

a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração:

O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.

Nessa oração, a vírgula separa os verbos.

b) isolar o vocativo:

Então, minha cara, não há mais o que se dizer!

c) isolar o aposto:

O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.

d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:

1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado!

(Antecipação de complemento verbal)

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2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (Antecipação de adjunto

adverbial)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além

disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas:

Brasília, 30 de janeiro de 2009.

g) isolar orações adjetivas explicativas:

O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava.

h) para indicar elipse de um termo.

Eu prefiro usar o notebook, meu irmão, o tablet.

5.2. Pontos

5.2.1. Ponto final (.)

É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:

Não quero dizer nada.

Eu amo minha família.

E em abreviaturas:

Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

5.2.1. Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?

Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma

determinada situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (Atitude de indignação)

Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (Surpresa)

Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?

(Expectativa)

5.2.2. Ponto de Exclamação (!)

Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

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a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa,

súplica, ordem, horror, espanto:

Iremos viajar! (Entusiasmo)

Foi ele o vencedor! (Surpresa)

Por favor, não me deixe aqui! (Súplica)

Que horror! Não esperava tal atitude. (Espanto)

Seja rápido! (Ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (Interjeição)

Foi você mesmo, garoto! (Vocativo)

c) Nas frases que exprimem desejo:

Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:

* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração,

o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:

Que que eu posso fazer agora?!

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há

problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:

Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

5.2.3. Ponto e vírgula (;)

É usado para:

a) separar itens enumerados:

A Matemática se divide em:

- geometria;

- álgebra;

- trigonometria;

- financeira.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas:

Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho

com seu cão.

5.2.4. Dois-pontos (:)

É usado quando:

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a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:

Ele respondeu: não, muito obrigado!

b) se quer indicar uma enumeração:

Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus

colegas e não responda à professora.

5.3. Aspas (“”)

São usadas para indicar:

a) citação de alguém:

“A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25

anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-

line, 30/01/09)

b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias:

Nada pode com a propaganda de “outdoor”.

5.4. Reticências (...)

São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que

se estava falando:

a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,

O bem que neste mundo mais invejo?

O brando ninho aonde o nosso beijo

Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...

c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

5.5. Parênteses ( )

São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.

Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (O e aparece repetido e, por isso, há o predomínio

de vírgulas).

5.6. Travessão (–)

O travessão é indicado para:

a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:

– Quais ideias você tem para revelar?

– Não sei se serão bem-vindas.

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– Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:

Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.

Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:

O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.

Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

EXERCÍCIOS – UNIDADE V

1) O texto abaixo está sem pontuação. Utilize os sinais de pontuação corretamente.

Os viajantes e o urso

Um dia dois viajantes deram de cara com um urso O primeiro se salvou escalando uma

árvore mas o outro sabendo que não ia conseguir vencer sozinho o urso se jogou no chão e fingiu-se

de morto

O urso se aproximou dele e começou a cheirar as orelhas do homem mas convencido de que

estava morto foi embora O amigo começou a descer da árvore e perguntou

O que o urso estava cochichando em seu ouvido

Ora ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que

abandona os amigos na hora do perigo

Moral a desgraça põe à prova a sinceridade da amizade.

Fábulas de Escopo

Disponível em http://www.metaforas.com.br/infantis/os_viajantes_urso.htm

2) Organize o texto, pontuando de forma que lhe dê sentido.

Parem com essa bagunça agora gritou a mãe vocês me ouviram crianças perguntou a mãe

crianças quando se juntam, sempre acabam fazendo bagunça declarou a mãe

3) Utilize a vírgula

a) Tom percebeu que o príncipe era um menino simpático bonito alegre e bem vestido.

b) Tom antes de se aproximar do palácio ficou assustado.

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4) Leia o conto abaixo e coloque nos espaços a pontuação adequada:

O LADRÃO DE BODES

Diz que___ uma vez___ um homem roubou meia dúzia de bodes____ Tranquilo____ continuou

tocando a vida___ Como a justiça tarda mas não falha, foi chamado a prestar contas diante do

juiz____

Receoso, procurou seu compadre e perguntou –lhe___

____ O que devo dizer para escapar do castigo ____

____ É fácil ___ disse o compadre___ A cada pergunta do juiz comece a berrar feito bode___

E assim ele fez____

Quando o juiz lhe perguntou____

____ Então o senhor é responsável por esse delito____

O homem berrou_________ Béééééé_____

____ O senhor não entendeu_____ Quem gritava assim eram os bodes, enquanto o senhor os

levava___ Eu quero saber se foi o senhor que roubou os bodes___

E mais uma vez, o ladrão de bodes berrou____

____ Béééééé_____

Os jurados concluíram que o homem não estava em seu juízo perfeito e o absolveram da

acusação____

Quando voltava para casa, encontrou o compadre que foi logo dizendo____

____Pois é, compadre, como você está livre por causa da minha esperteza___ sabedoria e

inteligência, quero a metade dos bodes como pagamento pela minha boa ideia____

O ladrão de bodes prontamente respondeu__________ Béééééé_____

Contos Populares

5) Indique a alternativa em que, ao retirarmos a vírgula, o sentido da frase não se altera.

a) Marta caminhava pela rua, calma.

b) Aquele garoto, revoltado, não parava de reclamar com a secretária.

c) Maria, Gabriela e Sandra foram ao shopping.

d) Os técnicos virão amanhã, e o problema será resolvido.

6) Se tomarmos a frase “Aquele garoto, revoltado, não parava de reclamar com a

secretária.” e retirarmos a vírgula, ficaremos com “Aquele garoto revoltado não parava

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de reclamar com a secretária.” Qual é a mudança de sentido que ocorre quando

retiramos a vírgula?

a) A mudança ocorre através da falta de pausa que nos faz entender que o garoto está revoltado.

b) A mudança ocorre através do novo sentido que a frase ganha: com vírgula, entendemos que

um garoto está revoltado; sem vírgula, pensamos que o garoto é uma pessoa revoltada.

c) Não há mudança de sentido. A frase continua a mesma.

d) A mudança traz uma frase que não atende às regras gramaticais, pois precisamos ter pelo

menos uma vírgula na frase.

7) Leia as frases:

Bruno, meu vizinho, é professor de matemática.

Bruno, meu vizinho é professor de matemática.

a) Justifique o uso da vírgula em cada uma delas.

b) Explique quais podem ser os contextos, ou as situações em que elas podem ser enunciadas.

8) Para treinar mais um pouco a pontuação, vamos ler a Palavra de Deus?

Romanos 3

João 4

Gênesis 44

Gênesis 45

Isaías 36

Efésios 1

Mateus 15

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UNIDADE VI

6. QUESTÕES ORTOGRÁFICAS

6.1. ALGUMAS EXPRESSÕES QUE CONFUNDEM

Quem nunca ficou na dúvida se o correto é estar “mau ou mal humorado”, “onde ou aonde

você vai?” que atire a primeira pedra ou Mesmo tendo o português como língua materna, essa nossa

mãe sempre nos deixa encurralados quando pensamos em algumas de suas regras. Por isso vamos

esclarecer de uma vez por todas para que não sejamos maus filhos dessa língua tão querida e fiquemos

de bem com o nosso querido idioma.

AFIM/A FIM DE

Afim dá ideia de afinidade, de relação. É um adjetivo, portanto, pode ser flexionado para o

plural.

Química e Física são disciplinas afins; cunhados são parentes afins.

A fim de dá ideia de objetivo, vontade É uma locução prepositiva, não podendo flexionar-se.

Não estou a fim de sair; não estou a fim de trabalhar hoje.

AJA/HAJA/HAJA VISTA

Aja é do verbo agir. Pode ser substituído por atuar, proceder.

Aja com honestidade e você será bem sucedido.

Haja é do verbo haver. Note que, no sentido de existir, ocorrer, acontecer. Ele é impessoal,

isto é, continua no singular mesmo em expressões plurais.

Haja paciência!

Espero que haja muitas pessoas em minha formatura.

Haja vista equivale a veja e é invariável no português atual.

O professor foi justo nas notas haja vista os critérios que usou na avaliação.

Haja paciência!

Ou seria:

Aja paciência!

Haja paciência! Ou seja, Tenha paciência!

Agora, se fosse “Aja com paciência” seria dessa forma, pois significaria: “Proceda com

paciência”.

Mas vejamos: é necessário que você aja rápido e decida qual usar!

Pois não quero que haja nenhum tipo de reclamação depois!

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E dessa forma, percebeu a diferença?

Lembre-se de que “haja vista” não varia e, portanto, permanece no feminino: fiquemos de

cabeça erguida, haja vista tantos problemas que já superamos. Jamais escreva “haja visto”.

MAL/MAU

Mal pode aparecer como:

- Advérbio - Neste caso ele é invariável e pode ser substituído por bem.

A garota foi mal recebida.

- Substantivo - Varia em número.

Há males que vêm para o bem.

Mau ocorre como:

- Adjetivo - Varia em gênero e número

Não eram maus alunos, somente tinham dificuldade em assimilar.

- Palavra substantivada

Os bons vencerão os maus.

MAS/MÁS/MAIS

Se você prestar bastante atenção no significado dessas três palavras, ficará bem mais fácil

utilizá-las quando for escrever

Más é o plural de má, que significa ruim.

Aquelas governantas realmente eram más para as crianças.

Mas sempre pode ser substituída pela palavra porém. Indica ideia contrária.

Tentei encontrar o caminho de volta, mas não consegui.

Mais indica acréscimo ou aumento de intensidade

Ele levou para o sítio um violão e mais outros objetos. (Acréscimo)

O rapaz parecia ainda mais preocupado. (Intensidade)

Note: Você deve dizer: mais amor e menos confiança. A expressão menas não existe, pois se

trata de advérbio, que é invariável.

ONDE/AONDE/DONDE

Onde é empregado com verbos que não indicam movimento.

Os computadores ficavam superaquecidos na sala, onde não havia ventilação adequada.

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Aonde é empregado com verbos que indicam movimento, como ir, chegar, levar, encaminhar-

se, dirigir-se...

Aonde vocês pensam que vão?

E donde é empregado com os verbos vir, provir, originar-se, normalmente questionando "de

que lugar". Exemplo:

Donde vocês vieram?

Para consulta rápida:

Onde = em que lugar (está...)

Aonde = a que lugar (para que lugar vai...)

Donde = de que lugar (vem...)

OUVE/HOUVE

Ouve é do verbo ouvir. Pode ser substituído por escuta.

Falo, falo e ninguém me ouve.

Por que você não ouve os conselhos de sua mãe?

“Fala, Senhor, que teu servo ouve!”

Houve é do verbo haver, quando tem o sentido de existiu/existiram. É impessoal, isto é, não

flexiona.

Houve gente que não ouviu a notícia.

No dia das mães houve muitas pessoas chorando de saudade.

SENÃO/SE NÃO

Senão pode significar:

a) de outra forma, de outro modo, ao contrário:

Fale, senão apanha!

Pare, senão atiro.

b) mas sim.

Minha crítica não foi para atrapalhar, senão para ajudar.

c) a não ser que, mais do que.

Ele não fará a prova, senão forçado.

Nada há neste lugar, senão lixo.

Se não são duas palavras separadas, de classes diferentes. O se é uma conjunção e pode ser

substituída por outra conjunção; o não é um advérbio de negação.

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Se não me esperar, vou ficar triste.

Posso substituir o se por outra conjunção:

Caso você não me espere, vou ficar triste.

SESSÃO/SEÇÃO/CESSÃO/EXCEÇÃO

Embora as palavras tenham pronúncia parecida, o significado é muito diferente:

Sessão significa reunião, encontro de duas ou mais pessoas.

Você não compareceu à sessão de fisioterapia.

Prefiro ir ao cinema última sessão.

Seção significa repartição, uma parte do todo.

Não esqueça, a seção de cobrança está aberta.

Na seção de tintas, há espátulas.

Cessão é um substantivo derivado do verbo ceder. Quem faz uma cessão (ou concessão), cede

algo para alguém.

O banco fez a cessão de diversas mesas para a creche

A prefeitura autorizou a cessão do terreno para a igreja.

Exceção – Esta palavra é escrita equivocadamente de diversas maneiras. Entretanto, somente

esta é a maneira correta de escrever e significa exclusão da regra geral, privilégio.

Todos, sem exceção, foram bem na prova.

Deus não faz exceção de pessoas

Note: NA PALAVRA EXCEÇÃO NÃO TEM “S”.

TRAZ/TRÁS/ATRÁS

É comum a permuta das palavras “traz” e “trás” na linguagem escrita, pois na falada não há

uma maneira exata de saber qual dos dois termos está sendo utilizado.

Você já deve ter ouvido esta oração em algum lugar: O dinheiro trás ou não felicidade?

A resposta dependerá de cada um, mas vamos nos ater à gramática.

Trás (com acento e grafado com “s”) tem o mesmo significado de atrás, detrás. Vem sempre

acompanhado de preposição (para, de, por).

Ela olhou para trás e se arrependeu do que fez.

O menino surgiu de trás da moita.

Na coreografia você deve passar por trás do seu par e não na frente dele.

O termo “traz” (sem acento e escrito com “z”) tem o mesmo significado de conduzir,

transportar, causar, ocasionar, oferecer.

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Ele traz notícias boas para nós!

A água contaminada da enchente traz doenças à população, como a leptospirose.

Ele traz café da manhã todos os dias para mim.

Só dinheiro não traz felicidade a ninguém.

Retomando a pergunta em questão “O dinheiro trás ou não felicidade?” e de acordo com a

análise do que foi exposto, observamos que o emprego da palavra “trás” é inadequado, pois não

se trata de um advérbio e sim de um verbo. Veja quando substituímos pelo verbo “trazer”:

O dinheiro traz ou não felicidade? ou O dinheiro pode ou não trazer felicidade?

Atrás significa localização posterior, às costas.

Não fique correndo atrás de mim.

Eu vou à frente, você vem atrás.

A GENTE / AGENTE / HÁ GENTE

Apesar da homofonia, igualdade fonética entre dois vocábulos ou entre um vocábulo e uma

expressão, as diferenças entre a gente, agente e há gente podem ser bem definidas.

Semanticamente, elas não têm nada em comum, o que certamente facilita o emprego correto

dos termos. Observe:

A gente:

A gente foi à escola para estudar (Nós fomos à escola para estudar).

Note que a expressão a gente pode ser substituída pelo pronome pessoal nós sem que haja

prejuízo na significação da frase. A gente é uma locução pronominal muito utilizada na

modalidade oral, na qual o coloquialismo prevalece em situações comunicacionais menos

formais. Vale lembrar que, na escrita, devemos privilegiar a norma culta, portanto, prefira o

pronome nós.

Agente: A palavra agente é um substantivo comum e, conforme definição do dicionário

Aurélio, agente é aquele “Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. O que

agencia ou trata de negócios alheios. 2 Pessoa encarregada da direção duma agência.”

Marcos, o agente de viagens, organizou uma excursão para a Europa.

Pesticidas são agentes químicos nocivos à saúde.

O agente secreto britânico James Bond é uma personagem do escritor Ian Fleming.

Há gente:

Há gente que passa uma vida inteira sem viajar.

A expressão há gente, nesse contexto, pode ser substituída pela expressão existem pessoas, sem

que haja prejuízo para a significação da frase.

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“Há gente que, em vez de destruir, constrói; em lugar de invejar, presenteia; em vez de

envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega.” (Lya Luft)

CUIDADO com a grafia das seguintes expressões:

A partir de (não existe apartir): As aulas serão dadas a partir de agosto.

De repente (não existe derrepente): O céu escureceu de repente.

Em fim (final): O tráfego fica confuso em fim de tarde.

Enfim (finalmente): Toda turma foi aprovada enfim. Em fim, sós!

EXERCÍCOS - UNIDADE VI: EXPRESSÕES QUE CONFUNDEM

1) Substitua os asteriscos (**) com os termos adequados sugeridos entre parênteses.

Lembre-se, alguns podem variar gênero ou número)

a) A aluna estudou muito ** de tirar boa nota na prova. (A fim/afim)

b) Você está contando essa história (**) de me comover, mas não vai conseguir. (A fim/afim)

c) Neste momento eu estou (**) de ficar sozinha. (A fim/afim)

d) Pedro está (**) de Laura. (A fim/afim)

e) O espanhol é uma língua (**) com o português. (A fim/afim)

f) Nesta fase das nossas vidas, não temos objetivos (**). (A fim/afim)

g) Para meu aniversário, convidarei parentes e (**). (A fim/afim)

h) Esforcei-me bastante, (**) não obtive o resultado necessário. (Mas/más/mais)

i) Ele escolheu a camiseta (**) cara da loja. (Mas/más/mais)

j) (**) você vai com tanta pressa? (Aonde/onde/donde)

k) (**) mesmo você mora? (Aonde/onde/donde)

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l) Como ela se comportou (**) durante a palestra. (Mau/mal)

m) Pedro é um (**) aluno. (Mau/mal)

2) Complete com mas, más ou mais:

a) Elas são ............... companheiras de trabalho.

b) Papai foi a livraria, ................... não encontrou todos os livros.

c) Leia ................... e você escreverá melhor.

d) Eu não acredito em ................... ideias.

e) É .................... fácil criticar do que fazer.

f) Ela era bondosa, .................... não demonstrava isso.

g) O seu boletim apresentava notas boas e ................ .

h) Os índios trouxeram ..................... notícias para nós.

i) ................, minha filha, por que você não fez o trabalho?

j) O ................... dos dias, ele acorda muito tarde.

k) Papai ................... seu irmão pensa assim.

l) A vida é dura, ................... é maravilhosa.

m) Suas ................. atitudes tornaram-no um homem sem amigos.

3) Substitua os asteriscos (**) por trás/traz/atrás

a) As crianças devem viajar no banco de (**).

b) Quando ele a chamou, ela olhou para (**).

c) As cartolinas estão guardadas por (**) do armário.

d) (**) essa caixa!

e) Não se preocupem, ele (**) o material.

f) Ela olhou para (**) e se arrependeu do que fez.

g) O menino surgiu de (**) da moita.

h) Na apresentação teatral você vai surgir por (**) da cortina.

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i) Ele (**) notícias boas para nós!

j) Não fique (**) de mim.

k) Deixe tudo (**) da porta.

l) Ele estacionou (**) do seu carro.

m) Não deixe nada para (**).

n) Ela chegou por (**) da casa.

o) Passe por (**) da árvore.

4) Complete com sessão / cessão ou seção:

a) A _____________ demorou muito a começar, mas o filme valeu a pena.

b) A ______________terá como objetivo aprovar ou não a nova lei do estudante.

c) A ______________com o psicólogo durou um pouco mais do que o planejado.

d) A _______________de suas terras foi aceita.

e) Autorizei a ______________ dos materiais deste departamento à instituição carente que os

solicitou.

f) Saiba tudo sobre as novas regras ortográficas! É só clicar na ____________ "Acordo

Ortográfico" do Portal Brasil Escola.

g) Cada _______________ deste projeto vai ter que ser analisada.

h) Ele confirmou a ________________ de suas roupas aos pobres.

i) A biblioteca cancelou a _______________ dos livros ao público.

j) A comissão da formatura agradeceu a ________________ do espaço para realização da

colação de grau.

k) Nós vamos assistir à próxima ______________ do filme.

l) Perdi a apresentação de ballet, pois foi apresentada em uma única______________.

m) Consultei a _____________ de esportes do jornal para saber sobre o meu time.

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5) Substitua os asteriscos por houve ou ouve:

a) (**) um corte nas verbas da educação.

b) (**) várias discussões na empresa por causa desse assunto.

c) (**) um grande acidente na estrada que liga o Rio de Janeiro a São Paulo.

d) (**) problemas na escola de meu filho que nunca foram resolvidos.

e) Meu avô não (**) bem.

f) Apenas se (**) o barulho da natureza.

g) Parece que meu filho nunca (**) meus conselhos.

h) (**) o que eu estou dizendo!

i) Ela (**) quando digo que não é para sair.

j) (**) e não se cales diante dos fatos!

k) Quem (**) mais, tem mais o que dizer depois!

l) (**) um arrependimento genuíno?

m) Ele (**) e seus conselhos porque sabe que és sábio!

n) Nesta semana (**) muitos afazeres!

o) Ele só (**) o que quer e por isso é tolo!

p) Quem fala o que não deve, (**) o que não quer.

q) Ele não (**) muito bem do lado esquerdo!

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r) Ele (**) muito bem, não precisa gritar!

s) (**) um tempo em que as pessoas eram mais calmas!

t) “Se queres ser bom juiz, (**) o que cada um diz”. (Provérbio)

6) Complete com senão ou se não, de acordo com a indicação do sentido entre parênteses:

a) O aluno não fez nada _____________ bagunça. (A não ser)

b) Venha rápido, ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬______________ não chegaremos a tempo!

(Caso contrário)

c) Aquela minha amiga tem apenas um ____________, é muito fofoqueira. (Defeito)

d) Você fala como ___________ o conhecesse. (Caso não)

e) _______________ conseguir entregar o projeto hoje, não se preocupe. (Caso não)

f) ______________ fosse sua ajuda, não conseguiria terminar meus afazeres.

g) Venha rápido, _______________ não chegaremos a tempo! (Caso contrário)

h) Venha rápido, _______________, não chegaremos a tempo! (Caso não)

i) Venha rápido, _____________ (vier), não chegaremos a tempo! (Caso não)

j) Devemos trabalhar, _____________ o contrato será cancelado. [Caso contrário]

k) Minha namorada é quase perfeita. Ela só tem um ______________ [defeito].

l) ___________ chover, irei encontrar meus amigos. [Caso não chova],

m) A quem, ___________ a ele, devo fazer referência durante a palestra? [Exceto]

n) Vencemos a partida de futebol não por sorte, ___________ por competência. [Mas]

o) ____________ for para ir ao cinema, vou ficar em casa mesmo. (Caso não)

p) Vamos nos apressar, ______________ chegaremos atrasados. (Do contrário)

q) Estude bastante_____________ não conseguirá aprender o suficiente! (Caso contrário, do

contrário)

r) Depois do resultado, o ambiente não era outro, __________ de alegria e festa! (Mas sim)

s) Ninguém ___________ seu melhor amigo poderá ajudá-lo a resolver esse problema. (A não

ser)

7) Substitua os asteriscos (**) por onde ou aonde:

A cidade (**) minha filha nasceu é linda.

a) (**) você colocou minha chave?

b) (**) você esteve até essa hora?

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c) Até hoje não sei (**) fica o hotel em que você se hospedou.

d) (**) devo ir para resolver esse problema?

e) (**) você pensa que vai?

f) (**) devo dirigir-me a fim de resolver esta questão?

g) Mãe, (**) está meu lápis?

h) Júlia estava meio perdida, não sabia (**) ia.

i) (**) fica a Rua 115?

j) (**) fica sua academia?

k) (**) você vai com tanta pressa?

l) Os alunos fizeram uma visita ao zoológico, (**) puderam observar várias espécies de animais.

m) O turista não sabe (**) fica o Teatro Amazonas.

n) Vivemos em um país (**) a desigualdade social é alarmante.

o) Na grandes cidades, (**) o trânsito é congestionado, demora-se muito para realizar um simples

trajeto.

p) (**) você vai depois da aula?

q) O lugar (**) vou não te diz respeito.

r) (**) você vai, com essa roupa sumariíssima?

s) Moro (**) não mora ninguém.

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6.2. POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ

O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir,

pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse

assunto.

Por que

“Por que” tem dois empregos diferenciados:

- Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o

significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? (Por qual razão)

Não sei por que de Deus o amor a mim se revelou. (Por qual motivo)

- Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo

qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (Pelo qual)

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir

acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Vocês não comeram tudo? Por quê?

Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para

que”.

Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (Pois)

Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (Uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo,

pronome, adjetivo ou numeral.

O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (Motivo)

Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (Uma razão)

EXERCÍCIOS – UNIDADE VI: USO DOS PORQUÊS

1) Complete as lacunas utilizando por que, por quê, porque ou porquê:

a) Não revelou o motivo ________________ não foi ao trabalho.

b) Estavam ansiosos ____________ o dia já havia amanhecido.

c) Eis o __________ da minha viagem.

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d) Ele não veio _____________ estava doente.

e) _____________ houve um engarrafamento, chegou atrasado ao colégio.

f) Não sei o _____________ de tanta euforia.

g) Você não compareceu à reunião ______________?

h) Os caminhos ______________ percorremos são tortuosos.

i) _______________ não desiste dessa aventura maluca?

j) Voltamos ____________ estávamos com muita saudade.

2) Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda, tendo em vista o emprego de por

que, porquê, por quê e porque:

( ) Não fiz a pesquisa * estava doente. (a) porquê.

( ) * Marcela não conta toda a verdade? (b) por quê

( ) Não quis ir ao cinema *? (c) por que

( ) Nem imagino o * dessa alegria. (d) porque.

3) No lugar dos asteriscos, coloque: Por Que, Porque, Por Quê Ou Porquê:

01. Quero saber ** estou assim.

02. Foi reprovado e não sabe **.

03. ** você está tão aborrecida?

04. Não vais à aula **?

05. Reagi à ofensa ** não sou covarde.

06. Ignora-se o ** da sua renúncia.

07. São ásperos os caminhos ** passei.

08. Não saí de casa, ** estava doente.

09. Não foi ao baile, ** não tinha roupa.

10. Quero saber ** não me disse a verdade.

11. Quero saber ** foste reprovado.

12. ** os países vivem em guerra?

13. Quero saber o ** de sua decisão.

14. **sinais o reconheceram?

15. Não sei ** motivo ele deixou o emprego.

16. Ele não viajou**?

17. Ester é a mulher ** vivo.

18. Eis ** o trânsito está congestionado.

19. Ele viajou ** foi chamado para a reunião.

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20. Lutamos ** haja maior justiça social.

21. Ele deve estar em casa ** a luz está acesa.

22. ** você não vai ao cinema?

23. Aquele é o moço ** ela se apaixonou.

24. A professora quer um ** para tudo isso.

25. Você é a favor ou contra? **?

26. Estava triste sem saber **.

27. Paulo não veio à aula ** não tem caderno.

28. Não sei ** não quero ir.

29. Muitos protestaram, mas não havia **.

30. Vocês brigaram, meu Deus, **?

31. Chegue cedo ** o estádio vai ficar lotado.

32. O espetáculo foi cancelado ** chovia muito.

33 As causas ** discuti com ele são particulares.

34. Ele não foi ** estava doente.

35. Abra a janela ** o calor está insuportável.

36. Parou **?

37. Se ele mentiu, eu queria saber **?

38. ** você não foi?

39. Gostaria de saber ** você não foi.

40. Só eu sei as esquinas ** passei.

41. A situação se agravou ** muita gente se omitiu.

42. Dê-me ao menos um ** para sua atitude.

43. Você tem coragem de perguntar **?!

44. ** você agiu daquela maneira?

45. Indaguei o ** do seu mau humor.

46. Não se sabe ** tomaram tal decisão.

47. Não sei **?

48. Não julgues ** não te julgues.

49. Creio que os ** mais uma vez não vieram à luz.

50. É fácil encontrar o ** de toda essa confusão.

51. ** ninguém apareceu até agora?

52. Não sei ** não quero ir ao cinema.

53. O túnel ** deveríamos passar desabou ontem.

54. Claro. **?

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55. Não sei o **!

56. ** há poucas escolas no país?

57. O avião não decolou **?

58. A chance ** esperava é essa.

59. Ela não me ligou e nem disse **.

60. Não posso casar ** estou desempregado.

61. Este ** é um substantivo.

62. Diga-me um ** para não fazer o que deva.

63. Estava triste sem saber **.

64. ** seu dinheiro está valendo menos.

65. ** ele foi embora?

4) Leia o quadrinho e responda as questões.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. São Paulo: Sociedade Bíblia do Brasil, 2008.

CORREIA, Andreza. Português Instrumental. 2013.

GUIMARÃES, Florianete. GUIMARÃES, Margaret. A gramática lê o texto. São Paulo: Moderna,

1997.

MESQUITA, Roberto Melo. MARTOS, Cloder Rivas. Gramática Pedagógica. São Paulo: Saraiva,

2009.

PENNAC, Daniel. Como um romance. Tradução de Leny Werneck. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

CINTRA, Anna Maria Marques e outros. Português Instrumental. São Paulo, Atlas, 1995.

FARACO, Carlos Emília e MOURA, Francisco Marto. Português–Faraco & Moura. São Paulo:

Ática.

FIORIN, José Luiz, SAVIOLI, Francisco Platão. Para Entender o Texto. São Paulo: Ática, 2000.

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1983.

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TERRA, Ernane. Curso Prático de Gramática. São Paulo: Scipione, 1997.

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