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http://activa.sapo.pt/moda/tendencias/2014-01-24-cronica-os-vicios-de-estilo-das-
portuguesas
Tuesday, January 21, 2014
Por Imperatriz Sissi
Os vcios de estilo das portuguesas
inegvel que as portuguesas se envaideceram no bom sentido e cada vez vemos pessoas
mais bonitas nas ruas. certo que sempre houve senhoras elegantes, que se vem jovens com
grande sentido de estilo e que temos algumas fashionistas de respeito entre bloggers, figuras
pblicas e profissionais de moda. Mas no geral, como povo, creio que ainda h um longo
caminho a percorrer, e isso no est necessariamente ligado a questes econmicas. Como em
tudo na vida, a culpa dos detalhes.
1- Muita manicure, muito cabeleireiro...
...essas parecem-me ser a maior preocupao das nossas meninas e senhoras em termos de
imagem, o que em teoria bom: afinal, uma senhora conhece-se pelas mos. Mas h quem
exagere e prescinda de coisas mais importantes s porque no dispensa as unhas de gel e o
brushing feito no salo. O reverso da medalha que ainda se vai abusando dos escadeados,
das extenses, de cortes "pontilhados" que lembram os anos 90, das madeixas exageradas,
dos acajous, do cabelo demasiado "feito"...e pior. H muito quem traga o cabelo algo sujo s
porque no pde passar na cabeleireira e no vive se ele no estiver esticadinho. Por muito
caro que tenha sido o trabalho do "stylist" no h factor chic que resista acumulao de
produtos, especialmente se o look for pouco natural para comeo de conversa. H que
aprender com as francesas, conhecidas pelas suas cores simples e ricas que iluminam o rosto e
pelos cortes limpos, naturais, que no pesam nem precisam de muito trabalho. Quanto s
unhas, intil fingir que fantasias, cores estranhas, bolinhas, bonequinhos ou um gel
demasiado espesso, artificial, dem bom ar a algum. As italianas e as chilenas tm o hbito
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de s as pintar em ocasies especiais, o que me lembra sempre a velha tradio "uma
verdadeira senhora no se pinta, ou pinta-se muito pouco". Quanto mais clssicas as cores,
mais dispendioso parecer o visual.
2- Pouco dermatologista e...nenhuma (ou m) maquilhagem.
As americanas e as coreanas tm com o dermatologista a mesma obsesso que as portuguesas
tm com o cabeleireiro e as brasileiras com o cirurgio plstico. O que um bom hbito: nem
todos os problemas se resolvem com cuidados superficiais e uma pele sem manchas, pura e
luminosa, meio caminho andado para um aspecto realmente impecvel. Sendo Portugal um
pas de sol, mais importante seria esse cuidado (paradoxalmente, o protector solar tambm
no um fenmeno de popularidade) .Vejo muitas portuguesas bem arranjadas, bem
penteadas, mas com pele "de camponesas". Quanto maquilhagem, embora o exagero das
espanholas no seja recomendvel, ainda se nota muita falta de informao: espalhar um
eyeliner mal feito (ou pior, azul claro) sobre uma cara de sono, sem um bocadinho de BB
cream, de corrector ou de bton no uma rotina de beleza que se veja: um disparate. Sem
uma pele bonita e algum cuidado, muito difcil ter um aspecto polido. Principalmente se isso
acompanhar com unhas s bolinhas. O que me leva a concluir que as portuguesas so exmias
a mandar fazer unhas ou penteados, mas preguiosas ou trapalhonas no que toca ao " do it
yourself".
3- O barato sai caro
Alm de no gostarem muito de dermatologistas, as portuguesas tambm gostam pouco de
costureiras. So capazes de gastar centenas de euros com o cabelo mas achar caro largar trinta
para que um fato seja adaptado na perfeio. J se sabe que a alfaiataria no sai barata, mas
dura mais que um penteado e a fronteira entre ter um vestido que caia impecavelmente e
dure anos e parecer...assim assim. Depois h um abuso tanto da fast fashion como das marcas
mdias que no saem to baratas como isso e muitas vezes, no justificam a diferena; um
investimento na quantidade e no tanto na qualidade. Conheo muitas mulheres que gastam
bastante em muita roupa da Zara e semelhantes, mas a quem faltam os bsicos essenciais. Na
hora H no tm um bom casaco simples, uma gabardina, uns sapatos pretos de confiana. Por
vezes prefervel poupar mais um pouco e ter menos, mas durvel e com bom aspecto.
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4- Rudo visual
O maior pecado da Lusitnia o abandono (ou desconhecimento) dos clssicos, a favor de
muito fru fru. Por exemplo, em vez de uma boa camisola de caxemira ou camisolo de
pescador em l escocesa, crua, tipo Jane Birkin, as portuguesas gostam de ter camisolas
sintticas em todas as cores, ou mescladas e - quase sempre - do comprimento errado. As
malhas so um assunto delicado porque algumas no caem bem em quem mais cheiinha, por
exemplo. Tnicas de tricot, tricots demasiado abertos ou finos ou vestidos do dito tm de ser
escolhidos com cuidado porque tendem a realar braos rechonchudos, barriguinhas, ancas
generosas e por a fora. O ideal, na dvida, reservar as malhas (naturais, se possvel) para
coisas simples: cardigans, twin sets, camisolas justas (pretas, cru ou brancas) e camisoles
largos um pouco abaixo da cintura, estilo pastor da Serra da Estrela. Esses nunca atraioam
ningum.
O estilo demasiado juvenil - um abuso de bluses curtos, saltos de stripper em plena luz do
dia, saias acima do joelho a mostrar a parte mais forte da perna, tecidos brilhantes, botas com
sola de borracha, para no mencionar as leggings - tambm no favorece a populao, no.
No quer dizer que estas peas no possam ser utilizadas, mas coorden-las com uma pea de
ar mais srio ou dispendioso (camisa branca, sobretudo, um bom cachecol de l fria) atenua-
lhes o aspecto barato. O que me leva aos materiais: calado sinttico, polister, anoraks estilo
"kispo" todos os dias em vez de "casacos a srio"...
5- Desconhecimento do tipo fsico
As italianas tm os seus defeitos, por vezes exageram na produo, mas ningum pode negar
que sabem tirar partido da sua silhueta, mesmo quando engordam um pouco com o passar
dos anos. Isso porque em Itlia a "bella figura" uma obsesso e sendo um pas com
verdadeira tradio de moda, as pessoas so bastante conscientes do seu bitipo, escolhendo
roupas de acordo com as propores e medidas (tambm tm conhecimento dos tecidos e
uma verdadeira mania de engomar tudo, o que ajuda mais do que parece). Quando se conhece
bem o prprio corpo uns quilos a mais ou a menos no so o fim do mundo. Por c, h muito
quem ache que uma tnica de malha, l por ser extensvel, remedeia tudo ou pior, que o que
bom para se ver nem que o "bom" seja pssimo. sobretudo uma questo de ateno e de
esforo, mas que faz uma diferena enorme.