tendências do mercado turístico europeu
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Mercados Turísticos
Tendências do Mercado
Turístico Europeu
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Mercados Turísticos
Tendências do Mercado Turístico
Europeu
Do total de chegadas internacionais à Europa
em 2006, 87% dizem respeito a países
europeus e apenas 11,8% a mercados de
longa distância (54,4 milhões de chegadas
em 2006), com a região “América” a gerar
mais de metade desse valor.
As chegadas internacionais à Europa a partir
de “Outras Regiões” aumentaram em cerca
de 20 milhões, entre 1990–2006,
apresentando uma taxa de crescimento média
anual de 9,3% neste período. Contudo, estas
chegadas representavam, em 1990, cerca de
13,3% do total de chegadas internacionais à
Europa, enquanto que em 2006 já só
representavam 11,8%.
A maior parte do turismo internacional que
chega à Europa provém de países da própria
região, daí a poder afirmar-se que existe o
mercado “Europa” dentro da região Europa,
sendo este o mais importante e, por vezes,
pouco valorizado.
Em acréscimo, o turismo europeu tem uma
grande componente nacional, que não tem
sido devidamente quantificada. Em
praticamente todos os países europeus, o
turismo praticado por pessoas do seu próprio
país ultrapassa o turismo internacional, tanto
em termos de dimensão, como em
contribuição económica.
O mercado “Europa” dentro
da região “Europa”
A Europa é a região que recebe o maior
volume de chegadas turísticas internacionais,
com 484,4 milhões de chegadas em 2007.
Embora em números absolutos as chegadas
internacionais continuem a subir (+4,8% em
2007), a taxa de crescimento anual é menor
do que em outras regiões, como Ásia/ Pacífico
e África, e situa-se abaixo da média mundial
(+6,6% em 2007). A quota de mercado tem
igualmente diminuído gradualmente nos
últimos anos, passando de 60,4% em 1990
para 53,6% em 2007.
As previsões indicam que em todo o mundo,
as chegadas turísticas internacionais
continuarão a crescer, ultrapassando os 1.500
milhões em 2020, continuando a Europa a ser
o principal destino turístico mundial, com
mais de 700 milhões de chegadas em 2020.
A taxa de crescimento anual da Europa
continuará a ser inferior à média mundial, e à
de outras regiões de destino, e a sua quota
de mercado continuará a diminuir até atingir
os 45,9% em 2020, o que representará uma
perda de quase 12 pontos percentuais em 20
anos (2000 - 2020).
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Mercados Turísticos
Tendências do Mercado Turístico
Europeu
Tendências do mercado
turístico europeu
As mudanças na procura têm tornado o
turismo europeu mais dependente do turismo
intra-regional, dos transportes terrestres e
das viagens de lazer ou com outros fins não
comerciais.
Como principais tendências do mercado
turístico europeu, podem ser apontadas:
Domínio do Euro: forte vantagem
competitiva para destinos na zona dólar e
aumento do poder de compra dos viajantes
europeus.
Europa envelhecida: envelhecimento da
população, já que na Europa, cerca de 25%
da população tem mais de 65 anos.
Crescente importância do segmento
sénior: apesar do envelhecimento
progressivo da população, como resultado do
aumento da esperança de vida e das baixas
taxas de natalidade, surge uma nova
oportunidade para transformar a indústria do
turismo.
Muitas pessoas que pertencem a este grupo
etário já alcançaram os seus objectivos
principais de vida e têm mais dinheiro e
tempo para viajar. Trata-se de uma clientela
com uma despesa diária acima da média,
além de contribuir para atenuar a
sazonalidade. As implicações para a indústria
do turismo incluem o:
aumento da procura por segurança física;
aumento da procura pela qualidade e
conforto;
aumento da procura de transporte
confortável;
aumento da procura de equipamentos de
entretenimento relaxantes (por exemplo,
Golfe);
aumento da procura por serviços
orientados para pessoas que viajam
sozinhas;
uso de uma linguagem mais adequada;
recurso a pessoal treinado e muito mais
preparado para entender e responder às
necessidades deste segmento da
população.
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Diminuição do número de pessoas que
compõem o agregado familiar: o número
de pessoas por agregado familiar irá
continuar a diminuir, aumentando o poder de
compra e levando ao aumento da procura de
produtos de luxo ("pequenos caprichos");
produtos especializados, que devem estar
disponíveis "por impulso“;
viagens curtas, em qualquer altura do
ano.
Alteração do padrão de “família”: as
pessoas que vivem sozinhas subiram para 46
milhões (Europa). A família tradicional, até
agora o principal público-alvo das viagens de
lazer, é afectada pela subida dos grupos
demográficos solteiros, casais sem filhos,
famílias monoparentais, famílias de
divorciados re-casados, etc., com requisitos
de viagem particulares.
Um consumidor mais consciente e
educado: a Comissão Europeia do Turismo
tipifica o viajante actual como um consumidor
mais consciente e mais educado e que
acredita que as ofertas de viagens devem
contemplar mais aspectos da cultura, da
história e da arte, tanto para os pacotes de
viagens organizadas como os individuais.
Também possuem preocupações com a
educação, pretendendo ampliar os
conhecimentos sobre algum aspecto do país
visitado, estando os elementos espirituais a
ganhar maior importância.
Mais viagens, mas mais curtas: esta
tendência é particularmente evidente nos
países do Norte da Europa. Em vez de uma
longa viagem de três semanas, cerca de um
terço prefere fazer uma viagem de duas
semanas e uma ou duas curtas pausas
durante o ano. As companhias aéreas low-
cost e no-frills têm tido um papel importante
no crescimento e consolidação desta
tendência, especialmente no produto city-
breaks.
Viver experiências, não só passear: o
turista procura experiências modernas,
autênticas, em vez das tradicionais visitas
turísticas.
A ascensão do "destino costumatizado":
em vez de decidir sobre um destino, o
consumidor moderno tende cada vez mais a
analisar quais são as hipóteses de oferta que
vão ao encontro das suas preferências
pessoais.
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Tendência para a reserva/ compra a
curto prazo: dada a ampla disponibilidade de
ofertas especiais, os consumidores tendem a
adiar as suas decisões de compra, enquanto
aguarda alguma promoção. Apesar dos
operadores turísticos oferecerem descontos
para a reserva com antecedência, muitos
clientes preferem aguardar, sabendo que
também podem obter promoções atraentes.
Aumento das companhias aéreas de
baixos custos: as companhias aéreas de
baixo custo têm conduzido a tendência para a
auto-organização das viagens turísticas
através da Internet. Os consumidores podem
facilmente reservar o seu voo, hotel e aluguer
de automóvel, totalmente adaptada às suas
necessidades e em poucos minutos.
Adaptação dos mega-consórcios à nova
envolvente turística: os grandes consórcios
têm vindo a implementar as suas próprias
companhias aéreas de baixos custos para
fazer face à concorrência (por exemplo
Thomson Fly na Grã-Bretanha e da Hapag
Lloyd Express, na Alemanha, do Grupo TUI).
Também a tendência para a reserva de última
hora tem o seu contra-efeito: há cada vez
mais operadores focados em oferecer
descontos para aqueles que reservam com
antecedência, na tentativa de minimizar as
vendas de último minuto.
O novo papel da agência de viagens, de
intermediário a conselheiro: o papel das
agências de viagens na Europa e em todo o
mundo, está a mudar. Cada vez menos será
um simples intermediário na venda de
produtos turísticos, no qual ganha uma
comissão, para passar cada vez mais, a ser
um consultor de viagens que ajuda a criar
soluções feitas por medida para satisfazer
necessidades específicas. Globalmente, a
fronteira entre as agências de viagens e os
operadores turísticos tem vindo a tornar-se
mais difusa, tendo a Internet contribuído para
esta tendência, uma vez que na visita a
portais muitos consumidores não sabem se
são operados pelos grossistas, retalhistas ou
qualquer outro regime de cooperação.
Também os call centers e a televisão digital
estão a ser utilizados pelos retalhistas e
grossistas.
“Dynamic Packaging” – o pacote turístico
do futuro: é um sistema que combina
electronicamente (geralmente através da
Internet) os produtos provenientes de
diferentes fornecedores (companhias aéreas,
hotéis, aluguer de veículos) e cria
instantaneamente (just in time) um pacote à
medida, com os preços do dia e um único
preço final para o consumidor.
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É a última expressão da individualização no
processo de preparação e de reserva de uma
viagem. Reservar a combinação de diferentes
produtos permite que o viajante obtenha um
preço menor do que a soma dos serviços
individuais. Tal como uma facilidade adicional,
os usuários podem reservar bilhetes para
concertos, transfers para o aeroporto,
seguros de viagem e outros serviços
auxiliares. Contudo, os consumidores não
querem interagir apenas e só com um
computador para reservar as suas viagens,
principalmente para destinos exóticos,
distantes e complexos que implicam uma
maior preparação e um maior investimento.
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Mercados Turísticos
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Europeu
Turismo cultural: prevê-se que o mercado
do turismo cultural aumente
substancialmente com o amadurecimento da
geração baby-boom.
Turismo urbano: com o surgimento das
companhias aéreas de baixo custo na Europa,
e posterior expansão da rede em todo o
continente, os city breaks serão cada vez
mais populares com a diminuição do custo de
transporte. Os turistas viajarão cada vez mais
para visitar cidades em curtas pausas.
Turismo rural: espera-se que o crescimento
do turismo rural continue, apesar de já não se
antever uma grande transferência de turistas
para este segmento. No entanto, existem
segmentos no mercado turístico que
procuram uma forma mais personalizada de
férias, longe dos grandes resorts, e será esse
o segmento mais atraído pelos produtos do
turismo rural, esperando-se uma maior
diversificação da oferta.
Cruzeiros: são esperadas alta taxas de
crescimento (cerca de 10 % por ano). Os
cruzeiros irão tornar-se cada vez mais
diversificados, com novos segmentos, como a
juventude e a terceira idade, e os destinos
incomuns (incluindo o Árctico e a Antárctica).
Segmentos mais dinâmicos
da procura turística europeia
Os segmentos mais importantes e/ou
dinâmicos ao longo do período 2005-2020
serão os seguintes:
Sol e praia: O crescimento do segmento all-
inclusive vai continuar, embora a sua taxa de
crescimento seja susceptível de diminuir. O
crescimento de férias de pequena distância
all-inclusive continuará a aumentar, embora a
um ritmo mais lento do que se tem verificado
nos últimos tempos.
Turismo de aventura: os viajantes tornam-
se cada vez mais ousados e querem
experimentar algo diferente. No futuro,
haverá mais aventura para as famílias, com
pacotes como trekking com burros, quintas
de “far-west”, etc., especificamente para
grupos familiares.
Turismo de natureza: com a crescente
consciencialização do público sobre o meio
ambiente e a necessidade de protegê-lo, o
segmento ecoturismo continuará a crescer em
popularidade ao longo da próxima década.
Estima-se que a procura para o ecoturismo
crescerá em cerca de 20% ao ano no
mercado internacional.
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Mercados Turísticos
Tendências do Mercado Turístico
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Parques temáticos: o maior desafio para a
indústria na Europa é encontrar terrenos para
parques – um problema que não se verifica
nos Estados Unidos. Os vários parques
temáticos existentes da Europa estão a
alargar as suas atracções, bem como as suas
temporadas. A tendência, especialmente na
Europa, de diminuir o tempo de lazer vai
garantir um crescimento forte em visitas aos
parques temáticos (procura de destinos com
diversas actividades num espaço condensado).
O crescimento do número de famílias
pequenas e as short breaks irão garantir que
este mercado vá expandir-se
substancialmente na próxima década.