tempo presente 20-01-2014
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OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 20/1/2014A2
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITORBrasileiro chegou ao seu limite
2014 é ano de eleições e de Copa do Mundo.Durante a realização do maior torneio de fu-tebol, o mundo estará com os olhos voltadospara o Brasil, e o grande medo dos orga-nizadores é como os brasileiros irão se com-portar. O brasileiro chegou ao seu limite, nãoengole mais sapos calado, aprendeu a ir àsruas e protestar contra o governo, os políticos,os planos de saúde, as operadoras de telefonia,a justiça, a policia, a CBF, as emissoras de TV,ou seja, tudo a sua volta. Será que o país dofutebol se calará depois da Copa, ou mostrarásua indignação nas urnas? CARLOS MAGA-LHÃES, SALVADOR (BA), [email protected]
Dilma e o “rolezinho”Jovens marcam encontro em shopping center,através das redes sociais, para beijar, se abra-car e paquerar, é o chamado “rolezinho”. Nasemana passada, dois shoppings de São Paulorequereramgarantiasnajustiçaparaprotegerlojistas e consumidores. E agora veio a pre-sidente Dilma, em campanha eleitoral, dizerque apoia essas manifestações dos jovens. Aímora o perigo, pois este movimento pode seestender por todo o país e então ficará maisdifícil para as autoridades tomarem as rédeasda situação. WILSON CAMURUGI, SALVADOR(BA), [email protected]
A polícia tem de fazer seu trabalhoComo se não bastasse o mau uso da internetpara a prática de crimes cibernéticos, surgiuessa nova modalidade de marcar encontrosatravés das redes sociais, o "rolezinho". Em SãoPaulo, virou moda e a polícia já reprimiualguns encontros por causa do tumulto e ba-derna. Já os "rolezetes" estão apelando para odiscurso de que a repressão policial é contranegro, pobres e sem-teto. Nada a ver. O tra-balho policial é prevenir contra manifesta-ções violentas, como as de junho de 2013,principalmente porque os black blocs já ade-riram ao movimento. CARLOS NEVILLE, [email protected]
Bom mocismo ou hipocrisia?Excelente. Lavou-me a alma, se é que a tenho,o artigo de Antonio Risério "Um papo sobrepolêmicas". A cultura do não bater de frentese estende pela academia. Não se defende, nãose empolga por ideias e a meta é consensomesmo sem senso. Os seminários e congres-sos são chatices melados em elogios recípro-cos. É trair os pares (não há ímpares) ques-tionar posturas. Obrigada, Risério, por res-gatar a importância da dialética, do debateacalorado, inclusive com a mãe no meio, já quediscurso não tem nada a ver com biologia. Oque chamam de harmonia e civilidade noplano de debates é disfarce para burrices ehipocrisias. Hay que tomar partido (mesmosem partido) hasta mancharse. MARY GARCIACASTRO, [email protected]
Condomínio abandonadoEstá chegando o momento de pagar o IPTU, acada ano mais caro e sem qualquer razão deser, pelo menos no que diz respeito ao cobradoem Itacimirim. Há anos, os moradores re-clamam do abandono do Condomínio Recreiodas Águas, local que nunca recebeu o menorbenefício por parte da prefeitura de Camaçariem qualquer administração. A via públicapara quem entra no aprazível recanto per-manece de barro. Ali, não há coleta de lixo, aburaqueira dificulta o trânsito até mesmo depedestres, só há iluminação em parte da via,esgoto foi apenas promessa de campanha po-lítica e a água está cada vez mais escassa, entrevários outros problemas, para os quais asautoridades fazem vista grossa. Em suma, aprefeitura precisa atender as mínimas ne-cessidades daquele logradouro público, ondeos donos de terrenos pagam regiamente oIPTU. GILBERTO SANTOS, [email protected]
Banalização da homofobiaApesar da importância de se respeitarem oscidadãos de todas as raças e gêneros, veículosde comunicação exorbitam na destinação deespaços a questionamentos relativos à sexua-lidade, como no caso da banalização da ho-mofobia. Uma suposta minoria (já começo aduvidar que seja minoria), achando-se dis-criminada, tenta a todo custo empurrar goelaabaixo da sociedade exigências, muitas abu-sivas, recheadas de preconceitos, partindosempre da premissa que ela está sempre certae que tudo o mais é homofobia, o que é umabsurdo. Recentemente, foi veiculada matériatelevisiva em que uma pessoa, autodenomi-nadoa transexual, teria exigido o uso do ba-nheiro feminino em um shopping de Sal-vador. Isso não tem cabimento, pois não bastauma pessoa se achar, pensar, agir ou mesmose sentir feminina; tem que ser mulher, ecomo nesse caso não o é, não pode reivindicaro uso di banheiro feminino, ao tempo em queevita maiores constrangimentos às mulheres.NILSON ROQUE NUNES DOS SANTOS, [email protected]
Manobra afasta árbitro baianoAtravés de uma manobra política de últimahora, retiraram o baiano Alessandro RochaMatos do quadro de árbitros da Copa. Eleestava pré-selecionado há três anos, parti-cipando de treinamentos da Fifa e agora foidiscriminado. LUIS HENRIQUE SENA, [email protected]
Carlos Alberto Di FrancoDiretor do Master em Jornalismo, professorde Ética e doutor em Comunicação pelaUniversidade de Navarra
A lbert Einstein não era um judeupraticante. Mas reconhecia a exis-tência de Deus. Acreditava em pa-
drões de certo e errado. Sua atividadeintelectual era devotada à busca não sóda verdade, mas também da certeza. Vi-veu o suficiente para sofrer com a in-terpretação equivocada do seu trabalhocientífico. “Como aquele que no conto defadas transformava tudo o que tocava emouro, comigo é em confusão que tudo setransforma nos jornais” – o comentáriode Einstein, em carta a seu amigo MaxBorn, em 1920, reflete sua angústia. Umaleitura errônea da Teoria da RelatividadeGeral estimulou a crença de que não ha-via mais absolutos: de tempo e espaço, debem e mal, de conhecimento, sobretudode valores. Assistiu, atônito, à metamor-fose de seu trabalho na epidemia do re-lativismo moral, as-sim como padeceu ador de ver a suaequação dar à luz oterror nuclear. Hou-ve muitas vezes, con-fidenciou Einsteinno final de sua vida,em que desejou tersido um simples re-lojoeiro.
Recentemente, relia encíclica VeritatisSplendor, texto obri-gatório para quemtem o ofício, compro-metedor e fascinan-te, de tentar iluminara verdade profunda dos fatos e, ao mes-mo tempo, defender aquilo que está noDNA da raça humana: a liberdade. JoãoPaulo II, um papa dotado de extraor-dinária cabeça filosófica, pretendeu res-gatar este “mundo desconjuntado”, comotristemente observava Hamlet. Na encí-clica, o pontífice falecido advertiu para a“decadência do sentido moral” na so-ciedade e suas consequências dramáticaspara a democracia.
“Uma democracia sem valores se trans-forma com facilidade num totalitarismovisível ou encoberto”, afirma o texto,com um realismo cortante. “A origem dototalitarismo moderno deve ser vista nanegação da dignidade transcendente dapessoa, sujeito natural de direitos queninguém pode violar; nem o indivíduo,nem a família, nem a sociedade, nem anação, nem o estado.” Trata-se de uma
vibrante defesa da liberdade e dos di-reitos humanos. A democracia é, semdúvida, o regime que melhor funciona. Éo sistema que mais genuinamente res-peita a dignidade da pessoa humana.Qualquer construção democrática, au-têntica, e não apenas de fachada, reclamaos alicerces da lei natural.
Não se compreende de que modo ob-teremos uma sociedade mais justa e dig-na para seres humanos (os adultos) pormeio da organização da morte de outrosseres humanos igualmente vivos (ascrianças não nascidas). Há um elo in-dissolúvel entre a prática do aborto, omassacre do Carandiru, a chacina daCandelária e outras agressões à vida: oser humano é encarado como objeto des-cartável. Os argumentos esgrimidos emdefesa dessas ações, alguns cruéis, outroscarregados de eufemismos, não conse-guem ocultar o desrespeito ao primeirodireito humano fundamental, base da so-ciedade democrática: o direito à vida.Situações traumáticas merecem compre-ensão e podem representar atenuantes,mas jamais devem justificar a elimina-ção de uma vida. O aborto, estou certo, éo primeiro elo da imensa cadeia da vio-lência e da cultura da morte. Após a im-
plantação do abortodescendente (elimi-nação do feto), virãoinúmeras manifesta-ções do aborto ascen-dente (supressão davida do doente, doidoso e, quem sabe,de todos os que cons-tituem as classes pas-sivas da sociedade).Delírio premonitó-rio? Penso que não.Trata-se, na verdade,do corolário de umsilogismo dramatica-mente lógico. A vidadeixa de ser um fato
sagrado. Converte-se, simplesmente, nu-ma realidade utilitária.
Uma das doenças culturais do nossotempo é o empenho em contrapor ver-dade e liberdade. As convicções, mesmoquando livremente assumidas, recebemo estigma de fundamentalismo. Im-põe-se, em nome da liberdade, o dogmado relativismo. Trata-se, na feliz expres-são do cineasta marxista Pier Paolo Pa-solini, da “intolerância dos tolerantes”,que, obviamente, conspira contra o sadiopluralismo democrático. O pós-moder-nismo é dramático ao dizer que não hávalores absolutos, que não há uma ver-dade, que a linguagem não pode alcançara verdade. Sem verdade as sociedadescaminham para a ruína.
C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA,QUINZENALMENTE
O pós-modernismoé dramático ao dizerque não há valoresabsolutos, que nãohá uma verdade.Sem verdadeas sociedadescaminhampara a ruína
Data da discórdiaHá duas semanas, a oposição na Fecomér-cio-Ba reclamou da falta de informações arespeito do processo eleitoral da entidade.
Agora, o grupo se queixa da data escolhidapelo presidente Carlos Amaral: 29 de abril.
O período colocou o grupo liderado pelopresidente do Sindicato do Comércio Varejistada Bahia, Paulo Motta, em uma situação com-plicada.
Sete sindicatos, incluindo o próprio Sin-dilojas-BA, estão no meio de processos elei-torais e, para se habilitar ao pleito, os in-teressados precisam estar eleitos até a pu-blicação do edital, o que já aconteceu na úl-tima quinta-feira.
– É muito difícil que aconteçam as eleiçõescom essa situação que estamos vendo hoje. Sóse esses sindicatos abrirem mão de participardo processo eleitoral. Coisa que não vai acon-tecer – afima Motta.
O caminho?– Vamos buscar novamente a Justiça – avisa
o dirigente.
CANDIDATO ESCOLHIDO – Se a oposiçãoainda vive as incertezas em relação à par-ticipação no processo, a situação deve mesmoter como candidato a substituir Amaral o em-presário e atual vice-presidente da entidade,Carlos Andrade.
Documento “deselegante”O secretário da Casa Civil, Rui Costa, con-siderou “deselegante” o documento enviadopelo Ministério Público Federal (MPF) ao Iba-ma em relação à licença do Porto Sul.
Diz ele que o MPF estaria tentando ensinaro órgão ambiental a fazer o próprio traba-lho.
– É um documento de sessenta páginasfalando de tudo o que o Ibama já faz e o quenós já estamos fazendo. Aquilo foi mais paracriar um fato midiático. Não tem nenhumanovidade.
O entendimento do secretário é que o termode ajustamento de conduta assinado pelo es-tado, Ministério Público e Ibama, que passouinclusive pela realização de novas audiênciaspúblicas, concluiu as discussões a respeito dalicença prévia.
Agora, acredita, cabe ao Ibama decidir seconcede ou não a licença de instalação.
Corte no Turismo preocupa setorEnquanto os deputados estaduais discutem oorçamento do estado para este ano, os em-presários do turismo na Bahia mostram-sepreocupados com o corte de aproximadamen-te 30% nos recursos destinados ao Turismo,previsto na proposta do governo.
É política, verdade, mas com efeitos de-vastadores para uma atividade fundamentalpara a economia da Bahia, reclamam os em-presários.
A preocupação com o estado do Centro deConvenções divide as atenções do grupo coma muito provável redução nos recursos para apromoção da Bahia.
– Precisamos resolver estas questões paraque Salvador e a Bahia voltem a captar maiseventos corporativos e fazer um marketingeficiente para a divulgação do destino – diz opresidente da Associação Brasileira da Indús-tria de Hotéis na Bahia, Manolo Garrido.
Do mesmo ladoAs negociações da senadora Lídice da Matta(PSB) com o PV vão colocar do mesmo ladodois vereadores que mal se cumprimentam.
Depois do episódio da "revolta dos ataba-ques", onde o povo de santo ocupou a CâmaraMunicipal para exigir a retirada do projeto delei de Marcell Moraes (PV), este e Sílvio Hum-berto (PSB), que organizou a mobilização dopovo das religiões de matrizes africanas, an-davam bastante afastados.
Agora vão para a eleição defendendo a mes-ma candidata a governadora.
Carnaval antecipadoO prefeito de Itabuna, Vane do Renascer, re-solveu realizar o Carnaval antecipado da ci-dade este ano, de 13 a 16 de fevereiro.
Os correligionários religiosos eram contra,os outros a favor.
Diz o prefeito que resolveu realizar a festaporque conseguiu captar R$ 1 milhão paraorganizar a festa que não custaria um centavopara os cofres do município.
Canal de problemasA localização é privilegiada, os aluguéis sãouma fortuna, mas em alguns momentos dodia, o fedor é insuportável.
É com esse cenário que convive quem tran-sita nos arredores do canal entre o SalvadorShopping e a Casa do Comércio.
Para completar, as margens do rio de de-jetos estão ocupadas pelo comércio infor-mal.
Até restaurante tem.A única coisa que falta é a prefeitura apa-
recer por lá...
Donaldson GomesJornalista
TEMPO PRESENTE A horada verdade
EditorJary Cardoso
www.atarde.uol.com.br/nononon
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