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OPINIÃO SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 20/1/2014 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR Brasileiro chegou ao seu limite 2014 é ano de eleições e de Copa do Mundo. Durante a realização do maior torneio de fu- tebol, o mundo estará com os olhos voltados para o Brasil, e o grande medo dos orga- nizadores é como os brasileiros irão se com- portar. O brasileiro chegou ao seu limite, não engole mais sapos calado, aprendeu a ir às ruas e protestar contra o governo, os políticos, os planos de saúde, as operadoras de telefonia, a justiça, a policia, a CBF, as emissoras de TV, ou seja, tudo a sua volta. Será que o país do futebol se calará depois da Copa, ou mostrará sua indignação nas urnas? CARLOS MAGA- LHÃES, SALVADOR (BA), CAMJRBAHIA@HOT- MAIL.COM Dilma e o “rolezinho” Jovens marcam encontro em shopping center, através das redes sociais, para beijar, se abra- car e paquerar, é o chamado “rolezinho”. Na semana passada, dois shoppings de São Paulo requereram garantias na justiça para proteger lojistas e consumidores. E agora veio a pre- sidente Dilma, em campanha eleitoral, dizer que apoia essas manifestações dos jovens. Aí mora o perigo, pois este movimento pode se estender por todo o país e então ficará mais difícil para as autoridades tomarem as rédeas da situação. WILSON CAMURUGI, SALVADOR (BA), [email protected] A polícia tem de fazer seu trabalho Como se não bastasse o mau uso da internet para a prática de crimes cibernéticos, surgiu essa nova modalidade de marcar encontros através das redes sociais, o "rolezinho". Em São Paulo, virou moda e a polícia já reprimiu alguns encontros por causa do tumulto e ba- derna. Já os "rolezetes" estão apelando para o discurso de que a repressão policial é contra negro, pobres e sem-teto. Nada a ver. O tra- balho policial é prevenir contra manifesta- ções violentas, como as de junho de 2013, principalmente porque os black blocs já ade- riram ao movimento. CARLOS NEVILLE, CAR- [email protected] Bom mocismo ou hipocrisia? Excelente. Lavou-me a alma, se é que a tenho, o artigo de Antonio Risério "Um papo sobre polêmicas". A cultura do não bater de frente se estende pela academia. Não se defende, não se empolga por ideias e a meta é consenso mesmo sem senso. Os seminários e congres- sos são chatices melados em elogios recípro- cos. É trair os pares (não há ímpares) ques- tionar posturas. Obrigada, Risério, por res- gatar a importância da dialética, do debate acalorado, inclusive com a mãe no meio, já que discurso não tem nada a ver com biologia. O que chamam de harmonia e civilidade no plano de debates é disfarce para burrices e hipocrisias. Hay que tomar partido (mesmo sem partido) hasta mancharse. MARY GARCIA CASTRO, [email protected] Condomínio abandonado Está chegando o momento de pagar o IPTU, a cada ano mais caro e sem qualquer razão de ser, pelo menos no que diz respeito ao cobrado em Itacimirim. Há anos, os moradores re- clamam do abandono do Condomínio Recreio das Águas, local que nunca recebeu o menor benefício por parte da prefeitura de Camaçari em qualquer administração. A via pública para quem entra no aprazível recanto per- manece de barro. Ali, não há coleta de lixo, a buraqueira dificulta o trânsito até mesmo de pedestres, só há iluminação em parte da via, esgoto foi apenas promessa de campanha po- lítica e a água está cada vez mais escassa, entre vários outros problemas, para os quais as autoridades fazem vista grossa. Em suma, a prefeitura precisa atender as mínimas ne- cessidades daquele logradouro público, onde os donos de terrenos pagam regiamente o IPTU. GILBERTO SANTOS, TANGOGIL@HOT- MAIL.COM Banalização da homofobia Apesar da importância de se respeitarem os cidadãos de todas as raças e gêneros, veículos de comunicação exorbitam na destinação de espaços a questionamentos relativos à sexua- lidade, como no caso da banalização da ho- mofobia. Uma suposta minoria (já começo a duvidar que seja minoria), achando-se dis- criminada, tenta a todo custo empurrar goela abaixo da sociedade exigências, muitas abu- sivas, recheadas de preconceitos, partindo sempre da premissa que ela está sempre certa e que tudo o mais é homofobia, o que é um absurdo. Recentemente, foi veiculada matéria televisiva em que uma pessoa, autodenomi- nadoa transexual, teria exigido o uso do ba- nheiro feminino em um shopping de Sal- vador. Isso não tem cabimento, pois não basta uma pessoa se achar, pensar, agir ou mesmo se sentir feminina; tem que ser mulher, e como nesse caso não o é, não pode reivindicar o uso di banheiro feminino, ao tempo em que evita maiores constrangimentos às mulheres. NILSON ROQUE NUNES DOS SANTOS, ROQUE- [email protected] Manobra afasta árbitro baiano Através de uma manobra política de última hora, retiraram o baiano Alessandro Rocha Matos do quadro de árbitros da Copa. Ele estava pré-selecionado há três anos, parti- cipando de treinamentos da Fifa e agora foi discriminado. LUIS HENRIQUE SENA, LULLA- [email protected] Carlos Alberto Di Franco Diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra [email protected] A lbert Einstein não era um judeu praticante. Mas reconhecia a exis- tência de Deus. Acreditava em pa- drões de certo e errado. Sua atividade intelectual era devotada à busca não só da verdade, mas também da certeza. Vi- veu o suficiente para sofrer com a in- terpretação equivocada do seu trabalho científico. “Como aquele que no conto de fadas transformava tudo o que tocava em ouro, comigo é em confusão que tudo se transforma nos jornais” – o comentário de Einstein, em carta a seu amigo Max Born, em 1920, reflete sua angústia. Uma leitura errônea da Teoria da Relatividade Geral estimulou a crença de que não ha- via mais absolutos: de tempo e espaço, de bem e mal, de conhecimento, sobretudo de valores. Assistiu, atônito, à metamor- fose de seu trabalho na epidemia do re- lativismo moral, as- sim como padeceu a dor de ver a sua equação dar à luz o terror nuclear. Hou- ve muitas vezes, con- fidenciou Einstein no final de sua vida, em que desejou ter sido um simples re- lojoeiro. Recentemente, reli a encíclica Veritatis Splendor, texto obri- gatório para quem tem o ofício, compro- metedor e fascinan- te, de tentar iluminar a verdade profunda dos fatos e, ao mes- mo tempo, defender aquilo que está no DNA da raça humana: a liberdade. João Paulo II, um papa dotado de extraor- dinária cabeça filosófica, pretendeu res- gatar este “mundo desconjuntado”, como tristemente observava Hamlet. Na encí- clica, o pontífice falecido advertiu para a “decadência do sentido moral” na so- ciedade e suas consequências dramáticas para a democracia. “Uma democracia sem valores se trans- forma com facilidade num totalitarismo visível ou encoberto”, afirma o texto, com um realismo cortante. “A origem do totalitarismo moderno deve ser vista na negação da dignidade transcendente da pessoa, sujeito natural de direitos que ninguém pode violar; nem o indivíduo, nem a família, nem a sociedade, nem a nação, nem o estado.” Trata-se de uma vibrante defesa da liberdade e dos di- reitos humanos. A democracia é, sem dúvida, o regime que melhor funciona. É o sistema que mais genuinamente res- peita a dignidade da pessoa humana. Qualquer construção democrática, au- têntica, e não apenas de fachada, reclama os alicerces da lei natural. Não se compreende de que modo ob- teremos uma sociedade mais justa e dig- na para seres humanos (os adultos) por meio da organização da morte de outros seres humanos igualmente vivos (as crianças não nascidas). Há um elo in- dissolúvel entre a prática do aborto, o massacre do Carandiru, a chacina da Candelária e outras agressões à vida: o ser humano é encarado como objeto des- cartável. Os argumentos esgrimidos em defesa dessas ações, alguns cruéis, outros carregados de eufemismos, não conse- guem ocultar o desrespeito ao primeiro direito humano fundamental, base da so- ciedade democrática: o direito à vida. Situações traumáticas merecem compre- ensão e podem representar atenuantes, mas jamais devem justificar a elimina- ção de uma vida. O aborto, estou certo, é o primeiro elo da imensa cadeia da vio- lência e da cultura da morte. Após a im- plantação do aborto descendente (elimi- nação do feto), virão inúmeras manifesta- ções do aborto ascen- dente (supressão da vida do doente, do idoso e, quem sabe, de todos os que cons- tituem as classes pas- sivas da sociedade). Delírio premonitó- rio? Penso que não. Trata-se, na verdade, do corolário de um silogismo dramatica- mente lógico. A vida deixa de ser um fato sagrado. Converte-se, simplesmente, nu- ma realidade utilitária. Uma das doenças culturais do nosso tempo é o empenho em contrapor ver- dade e liberdade. As convicções, mesmo quando livremente assumidas, recebem o estigma de fundamentalismo. Im- põe-se, em nome da liberdade, o dogma do relativismo. Trata-se, na feliz expres- são do cineasta marxista Pier Paolo Pa- solini, da “intolerância dos tolerantes”, que, obviamente, conspira contra o sadio pluralismo democrático. O pós-moder- nismo é dramático ao dizer que não há valores absolutos, que não há uma ver- dade, que a linguagem não pode alcançar a verdade. Sem verdade as sociedades caminham para a ruína. C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA, QUINZENALMENTE O pós-modernismo é dramático ao dizer que não há valores absolutos, que não há uma verdade. Sem verdade as sociedades caminham para a ruína Data da discórdia Há duas semanas, a oposição na Fecomér- cio-Ba reclamou da falta de informações a respeito do processo eleitoral da entidade. Agora, o grupo se queixa da data escolhida pelo presidente Carlos Amaral: 29 de abril. O período colocou o grupo liderado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Bahia, Paulo Motta, em uma situação com- plicada. Sete sindicatos, incluindo o próprio Sin- dilojas-BA, estão no meio de processos elei- torais e, para se habilitar ao pleito, os in- teressados precisam estar eleitos até a pu- blicação do edital, o que já aconteceu na úl- tima quinta-feira. – É muito difícil que aconteçam as eleições com essa situação que estamos vendo hoje. Só se esses sindicatos abrirem mão de participar do processo eleitoral. Coisa que não vai acon- tecer – afima Motta. O caminho? – Vamos buscar novamente a Justiça – avisa o dirigente. CANDIDATO ESCOLHIDO – Se a oposição ainda vive as incertezas em relação à par- ticipação no processo, a situação deve mesmo ter como candidato a substituir Amaral o em- presário e atual vice-presidente da entidade, Carlos Andrade. Documento “deselegante” O secretário da Casa Civil, Rui Costa, con- siderou “deselegante” o documento enviado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Iba- ma em relação à licença do Porto Sul. Diz ele que o MPF estaria tentando ensinar o órgão ambiental a fazer o próprio traba- lho. – É um documento de sessenta páginas falando de tudo o que o Ibama já faz e o que nós já estamos fazendo. Aquilo foi mais para criar um fato midiático. Não tem nenhuma novidade. O entendimento do secretário é que o termo de ajustamento de conduta assinado pelo es- tado, Ministério Público e Ibama, que passou inclusive pela realização de novas audiências públicas, concluiu as discussões a respeito da licença prévia. Agora, acredita, cabe ao Ibama decidir se concede ou não a licença de instalação. Corte no Turismo preocupa setor Enquanto os deputados estaduais discutem o orçamento do estado para este ano, os em- presários do turismo na Bahia mostram-se preocupados com o corte de aproximadamen- te 30% nos recursos destinados ao Turismo, previsto na proposta do governo. É política, verdade, mas com efeitos de- vastadores para uma atividade fundamental para a economia da Bahia, reclamam os em- presários. A preocupação com o estado do Centro de Convenções divide as atenções do grupo com a muito provável redução nos recursos para a promoção da Bahia. – Precisamos resolver estas questões para que Salvador e a Bahia voltem a captar mais eventos corporativos e fazer um marketing eficiente para a divulgação do destino – diz o presidente da Associação Brasileira da Indús- tria de Hotéis na Bahia, Manolo Garrido. Do mesmo lado As negociações da senadora Lídice da Matta (PSB) com o PV vão colocar do mesmo lado dois vereadores que mal se cumprimentam. Depois do episódio da "revolta dos ataba- ques", onde o povo de santo ocupou a Câmara Municipal para exigir a retirada do projeto de lei de Marcell Moraes (PV), este e Sílvio Hum- berto (PSB), que organizou a mobilização do povo das religiões de matrizes africanas, an- davam bastante afastados. Agora vão para a eleição defendendo a mes- ma candidata a governadora. Carnaval antecipado O prefeito de Itabuna, Vane do Renascer, re- solveu realizar o Carnaval antecipado da ci- dade este ano, de 13 a 16 de fevereiro. Os correligionários religiosos eram contra, os outros a favor. Diz o prefeito que resolveu realizar a festa porque conseguiu captar R$ 1 milhão para organizar a festa que não custaria um centavo para os cofres do município. Canal de problemas A localização é privilegiada, os aluguéis são uma fortuna, mas em alguns momentos do dia, o fedor é insuportável. É com esse cenário que convive quem tran- sita nos arredores do canal entre o Salvador Shopping e a Casa do Comércio. Para completar, as margens do rio de de- jetos estão ocupadas pelo comércio infor- mal. Até restaurante tem. A única coisa que falta é a prefeitura apa- recer por lá... Donaldson Gomes Jornalista [email protected] TEMPO PRESENTE A hora da verdade Editor Jary Cardoso www.atarde.uol.com.br/nononon www.atarde.uol.com.br/nononon DESTAQUES DO PORTAL A TARDE Primeiro beijo do BBB 2014 é entre duas ‘sisters’ Segundo melhor DJ do mundo virá para o Carnaval Reprodução Beijo entre ‘sisters’ durante festa no BBB

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OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 20/1/2014A2

[email protected]

Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

ESPAÇO DO LEITORBrasileiro chegou ao seu limite

2014 é ano de eleições e de Copa do Mundo.Durante a realização do maior torneio de fu-tebol, o mundo estará com os olhos voltadospara o Brasil, e o grande medo dos orga-nizadores é como os brasileiros irão se com-portar. O brasileiro chegou ao seu limite, nãoengole mais sapos calado, aprendeu a ir àsruas e protestar contra o governo, os políticos,os planos de saúde, as operadoras de telefonia,a justiça, a policia, a CBF, as emissoras de TV,ou seja, tudo a sua volta. Será que o país dofutebol se calará depois da Copa, ou mostrarásua indignação nas urnas? CARLOS MAGA-LHÃES, SALVADOR (BA), [email protected]

Dilma e o “rolezinho”Jovens marcam encontro em shopping center,através das redes sociais, para beijar, se abra-car e paquerar, é o chamado “rolezinho”. Nasemana passada, dois shoppings de São Paulorequereramgarantiasnajustiçaparaprotegerlojistas e consumidores. E agora veio a pre-sidente Dilma, em campanha eleitoral, dizerque apoia essas manifestações dos jovens. Aímora o perigo, pois este movimento pode seestender por todo o país e então ficará maisdifícil para as autoridades tomarem as rédeasda situação. WILSON CAMURUGI, SALVADOR(BA), [email protected]

A polícia tem de fazer seu trabalhoComo se não bastasse o mau uso da internetpara a prática de crimes cibernéticos, surgiuessa nova modalidade de marcar encontrosatravés das redes sociais, o "rolezinho". Em SãoPaulo, virou moda e a polícia já reprimiualguns encontros por causa do tumulto e ba-derna. Já os "rolezetes" estão apelando para odiscurso de que a repressão policial é contranegro, pobres e sem-teto. Nada a ver. O tra-balho policial é prevenir contra manifesta-ções violentas, como as de junho de 2013,principalmente porque os black blocs já ade-riram ao movimento. CARLOS NEVILLE, [email protected]

Bom mocismo ou hipocrisia?Excelente. Lavou-me a alma, se é que a tenho,o artigo de Antonio Risério "Um papo sobrepolêmicas". A cultura do não bater de frentese estende pela academia. Não se defende, nãose empolga por ideias e a meta é consensomesmo sem senso. Os seminários e congres-sos são chatices melados em elogios recípro-cos. É trair os pares (não há ímpares) ques-tionar posturas. Obrigada, Risério, por res-gatar a importância da dialética, do debateacalorado, inclusive com a mãe no meio, já quediscurso não tem nada a ver com biologia. Oque chamam de harmonia e civilidade noplano de debates é disfarce para burrices ehipocrisias. Hay que tomar partido (mesmosem partido) hasta mancharse. MARY GARCIACASTRO, [email protected]

Condomínio abandonadoEstá chegando o momento de pagar o IPTU, acada ano mais caro e sem qualquer razão deser, pelo menos no que diz respeito ao cobradoem Itacimirim. Há anos, os moradores re-clamam do abandono do Condomínio Recreiodas Águas, local que nunca recebeu o menorbenefício por parte da prefeitura de Camaçariem qualquer administração. A via públicapara quem entra no aprazível recanto per-manece de barro. Ali, não há coleta de lixo, aburaqueira dificulta o trânsito até mesmo depedestres, só há iluminação em parte da via,esgoto foi apenas promessa de campanha po-lítica e a água está cada vez mais escassa, entrevários outros problemas, para os quais asautoridades fazem vista grossa. Em suma, aprefeitura precisa atender as mínimas ne-cessidades daquele logradouro público, ondeos donos de terrenos pagam regiamente oIPTU. GILBERTO SANTOS, [email protected]

Banalização da homofobiaApesar da importância de se respeitarem oscidadãos de todas as raças e gêneros, veículosde comunicação exorbitam na destinação deespaços a questionamentos relativos à sexua-lidade, como no caso da banalização da ho-mofobia. Uma suposta minoria (já começo aduvidar que seja minoria), achando-se dis-criminada, tenta a todo custo empurrar goelaabaixo da sociedade exigências, muitas abu-sivas, recheadas de preconceitos, partindosempre da premissa que ela está sempre certae que tudo o mais é homofobia, o que é umabsurdo. Recentemente, foi veiculada matériatelevisiva em que uma pessoa, autodenomi-nadoa transexual, teria exigido o uso do ba-nheiro feminino em um shopping de Sal-vador. Isso não tem cabimento, pois não bastauma pessoa se achar, pensar, agir ou mesmose sentir feminina; tem que ser mulher, ecomo nesse caso não o é, não pode reivindicaro uso di banheiro feminino, ao tempo em queevita maiores constrangimentos às mulheres.NILSON ROQUE NUNES DOS SANTOS, [email protected]

Manobra afasta árbitro baianoAtravés de uma manobra política de últimahora, retiraram o baiano Alessandro RochaMatos do quadro de árbitros da Copa. Eleestava pré-selecionado há três anos, parti-cipando de treinamentos da Fifa e agora foidiscriminado. LUIS HENRIQUE SENA, [email protected]

Carlos Alberto Di FrancoDiretor do Master em Jornalismo, professorde Ética e doutor em Comunicação pelaUniversidade de Navarra

[email protected]

A lbert Einstein não era um judeupraticante. Mas reconhecia a exis-tência de Deus. Acreditava em pa-

drões de certo e errado. Sua atividadeintelectual era devotada à busca não sóda verdade, mas também da certeza. Vi-veu o suficiente para sofrer com a in-terpretação equivocada do seu trabalhocientífico. “Como aquele que no conto defadas transformava tudo o que tocava emouro, comigo é em confusão que tudo setransforma nos jornais” – o comentáriode Einstein, em carta a seu amigo MaxBorn, em 1920, reflete sua angústia. Umaleitura errônea da Teoria da RelatividadeGeral estimulou a crença de que não ha-via mais absolutos: de tempo e espaço, debem e mal, de conhecimento, sobretudode valores. Assistiu, atônito, à metamor-fose de seu trabalho na epidemia do re-lativismo moral, as-sim como padeceu ador de ver a suaequação dar à luz oterror nuclear. Hou-ve muitas vezes, con-fidenciou Einsteinno final de sua vida,em que desejou tersido um simples re-lojoeiro.

Recentemente, relia encíclica VeritatisSplendor, texto obri-gatório para quemtem o ofício, compro-metedor e fascinan-te, de tentar iluminara verdade profunda dos fatos e, ao mes-mo tempo, defender aquilo que está noDNA da raça humana: a liberdade. JoãoPaulo II, um papa dotado de extraor-dinária cabeça filosófica, pretendeu res-gatar este “mundo desconjuntado”, comotristemente observava Hamlet. Na encí-clica, o pontífice falecido advertiu para a“decadência do sentido moral” na so-ciedade e suas consequências dramáticaspara a democracia.

“Uma democracia sem valores se trans-forma com facilidade num totalitarismovisível ou encoberto”, afirma o texto,com um realismo cortante. “A origem dototalitarismo moderno deve ser vista nanegação da dignidade transcendente dapessoa, sujeito natural de direitos queninguém pode violar; nem o indivíduo,nem a família, nem a sociedade, nem anação, nem o estado.” Trata-se de uma

vibrante defesa da liberdade e dos di-reitos humanos. A democracia é, semdúvida, o regime que melhor funciona. Éo sistema que mais genuinamente res-peita a dignidade da pessoa humana.Qualquer construção democrática, au-têntica, e não apenas de fachada, reclamaos alicerces da lei natural.

Não se compreende de que modo ob-teremos uma sociedade mais justa e dig-na para seres humanos (os adultos) pormeio da organização da morte de outrosseres humanos igualmente vivos (ascrianças não nascidas). Há um elo in-dissolúvel entre a prática do aborto, omassacre do Carandiru, a chacina daCandelária e outras agressões à vida: oser humano é encarado como objeto des-cartável. Os argumentos esgrimidos emdefesa dessas ações, alguns cruéis, outroscarregados de eufemismos, não conse-guem ocultar o desrespeito ao primeirodireito humano fundamental, base da so-ciedade democrática: o direito à vida.Situações traumáticas merecem compre-ensão e podem representar atenuantes,mas jamais devem justificar a elimina-ção de uma vida. O aborto, estou certo, éo primeiro elo da imensa cadeia da vio-lência e da cultura da morte. Após a im-

plantação do abortodescendente (elimi-nação do feto), virãoinúmeras manifesta-ções do aborto ascen-dente (supressão davida do doente, doidoso e, quem sabe,de todos os que cons-tituem as classes pas-sivas da sociedade).Delírio premonitó-rio? Penso que não.Trata-se, na verdade,do corolário de umsilogismo dramatica-mente lógico. A vidadeixa de ser um fato

sagrado. Converte-se, simplesmente, nu-ma realidade utilitária.

Uma das doenças culturais do nossotempo é o empenho em contrapor ver-dade e liberdade. As convicções, mesmoquando livremente assumidas, recebemo estigma de fundamentalismo. Im-põe-se, em nome da liberdade, o dogmado relativismo. Trata-se, na feliz expres-são do cineasta marxista Pier Paolo Pa-solini, da “intolerância dos tolerantes”,que, obviamente, conspira contra o sadiopluralismo democrático. O pós-moder-nismo é dramático ao dizer que não hávalores absolutos, que não há uma ver-dade, que a linguagem não pode alcançara verdade. Sem verdade as sociedadescaminham para a ruína.

C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA,QUINZENALMENTE

O pós-modernismoé dramático ao dizerque não há valoresabsolutos, que nãohá uma verdade.Sem verdadeas sociedadescaminhampara a ruína

Data da discórdiaHá duas semanas, a oposição na Fecomér-cio-Ba reclamou da falta de informações arespeito do processo eleitoral da entidade.

Agora, o grupo se queixa da data escolhidapelo presidente Carlos Amaral: 29 de abril.

O período colocou o grupo liderado pelopresidente do Sindicato do Comércio Varejistada Bahia, Paulo Motta, em uma situação com-plicada.

Sete sindicatos, incluindo o próprio Sin-dilojas-BA, estão no meio de processos elei-torais e, para se habilitar ao pleito, os in-teressados precisam estar eleitos até a pu-blicação do edital, o que já aconteceu na úl-tima quinta-feira.

– É muito difícil que aconteçam as eleiçõescom essa situação que estamos vendo hoje. Sóse esses sindicatos abrirem mão de participardo processo eleitoral. Coisa que não vai acon-tecer – afima Motta.

O caminho?– Vamos buscar novamente a Justiça – avisa

o dirigente.

CANDIDATO ESCOLHIDO – Se a oposiçãoainda vive as incertezas em relação à par-ticipação no processo, a situação deve mesmoter como candidato a substituir Amaral o em-presário e atual vice-presidente da entidade,Carlos Andrade.

Documento “deselegante”O secretário da Casa Civil, Rui Costa, con-siderou “deselegante” o documento enviadopelo Ministério Público Federal (MPF) ao Iba-ma em relação à licença do Porto Sul.

Diz ele que o MPF estaria tentando ensinaro órgão ambiental a fazer o próprio traba-lho.

– É um documento de sessenta páginasfalando de tudo o que o Ibama já faz e o quenós já estamos fazendo. Aquilo foi mais paracriar um fato midiático. Não tem nenhumanovidade.

O entendimento do secretário é que o termode ajustamento de conduta assinado pelo es-tado, Ministério Público e Ibama, que passouinclusive pela realização de novas audiênciaspúblicas, concluiu as discussões a respeito dalicença prévia.

Agora, acredita, cabe ao Ibama decidir seconcede ou não a licença de instalação.

Corte no Turismo preocupa setorEnquanto os deputados estaduais discutem oorçamento do estado para este ano, os em-presários do turismo na Bahia mostram-sepreocupados com o corte de aproximadamen-te 30% nos recursos destinados ao Turismo,previsto na proposta do governo.

É política, verdade, mas com efeitos de-vastadores para uma atividade fundamentalpara a economia da Bahia, reclamam os em-presários.

A preocupação com o estado do Centro deConvenções divide as atenções do grupo coma muito provável redução nos recursos para apromoção da Bahia.

– Precisamos resolver estas questões paraque Salvador e a Bahia voltem a captar maiseventos corporativos e fazer um marketingeficiente para a divulgação do destino – diz opresidente da Associação Brasileira da Indús-tria de Hotéis na Bahia, Manolo Garrido.

Do mesmo ladoAs negociações da senadora Lídice da Matta(PSB) com o PV vão colocar do mesmo ladodois vereadores que mal se cumprimentam.

Depois do episódio da "revolta dos ataba-ques", onde o povo de santo ocupou a CâmaraMunicipal para exigir a retirada do projeto delei de Marcell Moraes (PV), este e Sílvio Hum-berto (PSB), que organizou a mobilização dopovo das religiões de matrizes africanas, an-davam bastante afastados.

Agora vão para a eleição defendendo a mes-ma candidata a governadora.

Carnaval antecipadoO prefeito de Itabuna, Vane do Renascer, re-solveu realizar o Carnaval antecipado da ci-dade este ano, de 13 a 16 de fevereiro.

Os correligionários religiosos eram contra,os outros a favor.

Diz o prefeito que resolveu realizar a festaporque conseguiu captar R$ 1 milhão paraorganizar a festa que não custaria um centavopara os cofres do município.

Canal de problemasA localização é privilegiada, os aluguéis sãouma fortuna, mas em alguns momentos dodia, o fedor é insuportável.

É com esse cenário que convive quem tran-sita nos arredores do canal entre o SalvadorShopping e a Casa do Comércio.

Para completar, as margens do rio de de-jetos estão ocupadas pelo comércio infor-mal.

Até restaurante tem.A única coisa que falta é a prefeitura apa-

recer por lá...

Donaldson GomesJornalista

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TEMPO PRESENTE A horada verdade

EditorJary Cardoso

www.atarde.uol.com.br/nononon

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DESTAQUES DO PORTAL A TARDE

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