temas da reforma do processo civil 98

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processo civil

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  • ANTNIO SANTOS ABRANTES GERALDES Juiz Desembargador

    TEMAS DA REFORMA

    DO

    PROCESSO CIVIL

    VOL. I

    (2.0 ed. revista e ampliada)

    1 - PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    2 - FASE INICIAL DO PROCESSO DECLARATIVO

    (2." REIMPRESSO DA EDIO DE 1998)

    \1TX ALMEDINA

  • 200 Temas da Reforma do Processo Civil

    A relao de subsidiariedade pode justificar-se quando a procedncia do pedido seja baseada, em primeira linha, num determinado fundamento. apresentando-se outro diferente para o caso daquele no proceder.

    Poder surgir tambm quando os pedidos sejam subsidirios, como ocorre quando o autor solicita a condenao do ru no cumprimento de urna determinada obrigao contratual, mas, prevendo a nulidade do negcio, pede subsidiariamente a restituio de tudo quanto foi prestado, nos termos do art0 289 do CC.

    A alternatividade das causas de pedir est normalmente associada possibilidade de formulao de pedidos alternativos, nos termos do art0 468.

    Nem sempre, porm, a alegao de vrios fundamentos do direito invocado surge imediatamente na petio inicial. Com as limitaes impostas pelos arts 272 e 273 do CPC, pode, em certos casos, haver aditamento de novas causas de pedir, a ttulo principal ou a ttulo subsidirio. ''1

    2.2.5. Exemplificao de causas de pedir:

    a) -Aces baseadas em contratos: Quanto a estas aces, e partindo da noo legal que nos dada

    pelo art0 498, n 4, podemos dizer que o ncleo essencial da causa de pedir constitudo pela celebrao de certo contrato gerador de direitos. 352

    ---------

    m A ttulo de exemplo apresenta A. Varela a situao em que o autor, numa aco de preferncia, alega a simulao do negcio para preferir pelo preo real, caso a simulao se comproYe, ou pelo preo declarado, no caso contrrio in Ma11ua/, pg . 357 e 358.

    A admissibilidade da alterao da causa de pedir. por aditamento de noYos factos, expressamente referida e aceite na RU, ano 82/pg. 37 e segs., e 318 e segs.

    Sobre a matria cfr. ainda o Ac. do STJ, de 6-10-81, comentado por A. Varela, na RU, ano 111. pgs. 113 e segs.

    '5' Cfr. o Ac. do STJ, de 25-2-93, in CJSTJ, tomo I, pg. 152. A causa de pedir, como se diz no Ac. do STJ. de 17-1-75. in BMJ 243./206.

    o facto jurdico de que emerge o direito do autor. Logo, em aco derivada de direitos de obrigao, o facto jurdico de que nasceu o direito de crdito.

    Por seu lado, no Ac. do STJ, de 31-3-93, in CJSTJ, tomo II, pg. 55, diz-se que o autor no pode, por exemplo, limitar-se a alegar que fez um contrato de mtuo; tem que dizer os factos concretos e particulares de que pode resultar urna situao a qualificar corno mtuo.

  • Fase Inicial do Processo Declarativo 201

    Para alm das clusulas essenciais definidoras do negcio celebrado, deve o autor alegar os factos materiais indispensveis integrao dos outros factos jurdicos ajustados pretenso deduzida ou, pelo menos, segundo alguma jurisprudncia, deve o autor remeter para o contedo do documento que seja apresentado para instruir a petio inicial e que contenha, de forma clara, a enunciao das clusulas contratuais.-153

    -'! Sobre a remisso para o contedo de documentos, cfr. A. Reis, in CPC anot. vol. ll, pg. 353.

    Decidindo no sentido de que a simples remisso no satisfaz a necessidade de alegao dos factos integradores da causa de pedir, cfr. o Ac. do STJ, de 22-4-97, in CJSTJ, tomo li, pg. 60, Ac. da Rei. de Lisboa. de 11-5-82, in CJ. tomo III, pg. 93. Ac da Rei. de Lisboa , de 21-4-81. in CJ. tomo II, pg. 194, e Ac. da Rei. de Lisboa, de 27-9-88, in CJ, tomo IV. pg. 115.

    Esta soluo foi contrariada pelo Ac. da Rei. de Lisboa, de 24-2-94, in CJ, tomo I, pg. 137. onde se diz que fonna til de alegar, ainda que no louvvel, a remisso para o documento que ento deve ser considerado parte integrante do articulado que para ele remeteu, designadamente, se no articulado foram transcritos os trechos mais importantes do documento".

    Tambm no Ac. do STJ . de 8-2-94, in CJSTJ, tomo I, pg. 85, se decidiu que "o documento junto com a petio considera-se sua parte integrante. suprindo lacunas que comporte", tese que foi confirmada ainda no Ac. do STJ, de 13-5-97, in BMJ 467"/507.

    J a Rei. de Lisboa, por Ac. de 23-2-89, in CJ, tomo I, pg. 141, afirmara que "no inepta a petio inicial em que a autora indica o tipo de actividade que exerce. que no exerccio dessa actividade vendeu r e esta adqu iriu diversos artigos, que desses negcios resultou que a r lhe ficou a dever a quantia que pede e que tal quantia o saldo devedor que consta da escrita comercial , conforme conta correllle que junta".

    No mesmo sentido cfr. o Ac. do STJ, de 12-3-63, in BMJ 125/405, Ac. da Rei. de Lisboa, de 3-12-85, in CJ, tomo V, pg. 96, Ac. da Rei. de Coimbra, de 14-12-93, in BMJ 432./440, e Ac. da Rei. de Lisboa, de 31-10-96. in CJ, tomo IV, pg. 147.

    verdade que o nus de alegao diz respeito matria de facto e que os documentos, em si, no so factos, mas simples meios de prova de factos que antecipada ou contemporaneamente devem ser alegados (art0 523. n I do novo CPC, e arts 341 e 362 do Cd. Civil). Por isso mesmo, a simples juno de documentos desacompanhada de qualquer alegao justificativa no constituir maneira eficaz de actuar no mbito do processo civil.

    Todavia. se ao abrigo do disposto no CPC de 1961, caracterizado por um maior rigor fonnal, j era maioritria a tese que admitia a alegao de factos por referncia a documentos simultaneamente apresentados com o respectivo articulado, a nova filosofia inerente aos princpios orientadores da reforma processual e a concretizao n ormativa a que foram sujeitos toma ainda mais defensvel a concluso acerca da admissibilidade da alegao por remisso para documentos, desde que destes resulte qual o facto neles demonstrado que se procura invocar. Isto sem prejuzo, alis, do uso dos poderes de convite ao aperfeioamento. quando se detectem imprec ises ou insuficincias na exposio ou concretizao da matria de facto (art0 508, n 3), ou do uso dos poderes conferidos pelo 3rt" 266, n 3, de obter esclarecimentos que se revelem pertinentes .

  • 202 Temas da Reforma do Processo Civil

    b)- Nas aces constitutivas em geral: De acordo com o art0 498, no 4, que consagrou a teoria da subs

    tanciao, a causa de pedir integrada pelo facto concreto que se invoca para obter o efeito jurdico pretendido.354

    Deste modo, partindo do exemplo mais corrente das aces de resoluo do contrato de arrendamento, a causa de pedir integrada pela alegao da relao de locao m e dos factos que, de acordo com a norma legal do art0 64 do RAU, constituem fundamento de resoluo, de tal modo que, improcedendo uma aco com essa base, nada impede a instaurao de outra aco assente em motivo diferente ou em factos integradores do mesmo fundamento, mas ocorridos em momento posterior aos que foram objecto de apreciao na primeira aco.

    "Mutatis mutandis" no que concerne aco de denncia do arrendamento para habitao do senhorio (art0 69 do RAU).

    Neste caso, trata-se de uma causa de pedir complexa, integrada no s pelos factos referentes necessidade (real, sria e actual ou iminente) da casa arrendada para habitao, mas ainda pelos factos integradores das restantes condies de procedncia da aco (alegao da propriedade do imvel h mais de cinco anos e no titularidade, h mais de um ano, de casa prpria ou arrendada).

    A causa de pedir neste tipo de aco no deve alhear-se da localizao temporal dos factos, nada obstando a que, apesar da improcedncia da aco, outra seja proposta com invocao de uma necessidade actual da casa para habitao ou no preenchimento das condies de procedibilidade que anteriormente no existiam.15

    A aco de divrcio tambm uma aco constitutiva e, por isso, a causa de pedir, tendo natureza complexa, constituda pelos factos concretos que so invocados como integradores dos fundamentos legais do divrcio. m

    '" Cfr. A. Reis. in CPC anot . . vol. III. pg. 126. ; No Ac. da Rei. de Lisboa, de 14-1-93, in BMJ 423/582. refere-se. porm,

    que na aco de despejo o contrato de arrendamento no faz parte da causa de pedir, mas um pressuposto.

    ''" Cfr. Ac. da Rei. de Lisboa. de 11-4-91, in CJ, tomo II, pg. 169. e Ac. da Rei. do Porto. de 18-2-92, in CJ. tomo I. pg. 299.

    '" Cfr. A. Reis. in CPC anot. vol. lll. pg. 125. e Ac. da Rei. de vora. de 10-11-88, BMJ 38!0/766.

    TenhJ.-se ainda presente que. de acordo com a doutrina do Assento do STJ, de 27-1-94, "no mbito e para efeitos do no I do art0 1779 do CC o autor tem o nus de prova da culpa do cnjuge infractor do dever conjugal de coabitao", devendo, para tal. ser alegados os factos relativos a esse pressuposto do divrcio litigioso.

  • Fase Inicial do Processo Declarativo 203

    mesma concluso chega A. Varela quando afirma que se algum vem a juzo pedir o decretamento do divrcio no se lhe pede que diga qual o dever jurdico violado mas, principalmente, que invoque os comportamentos violadores dos deveres conjugais, os actos que praticou e as circunstncias de tempo, de lugar e modo em que o fez. 35

    c) - Nas aces de anulao e declarao de nulidade: Tambm relativamente a aces com este objecto o legislador, pon

    derando as diversas teses, optou pela teoria da individualizao, de tal modo que a causa de pedir composta pelos factos de onde o autor faz derivar a nulidade ou anulabilidade do negcio jurdico.-159

    Assim, invocados factos integradores de determinado vcio do negcio jurdico (v. g. negcio celebrado contra Jei imperativa ou erro sobre o objecto do negcio), a actividade do tribuna] est limitada averiguao desses factos, nada impedindo que, posteriormente, o autor renove o pedido com base noutro fundamento de invalidade que alm no tenha sido objecto de apreciao (v. g. negcio contrrio ordem pblica ou anulvel com base em coaco moral).

    d)- Nas aces de simples apreciao: Toda a actividade jurisdicional incidente sobre direitos de nature

    za privada est confinada existncia de um pedido, por seu lado, fundado em determinados factos que, face lei substantiva, se mostrem relevantes para a procedncia da aco.

    Tais fundamentos de facto de onde emerge o direito cujo reconhecimento se pretende integram a causa de pedir, a qual, por seu lado, vai servir ainda para delimitar o mbito do caso julgado.

    Consequentemente, no pode ser pedido ao tribunal que, de uma forma genrica e vaga, desacompanhada da necessria caracterizao da factualidade jurdica concreta, proceda emisso de uma sentena de simples apreciao ou declarao.-161)

    A causa de pedir, cuja existncia configura um verdadeiro pressuposto processual, supe, nas aces de simples apreciao positiva, a alegao de uma concreta relao jurdica produtora de direitos e de obrigaes cujo contedo se discuta.

    ln RU, ano 126", pg . 47, nota I. '" Cfr. M. Andrade, in Noes. pg. 322, e A. Reis, in CPC anot. vol. III,

    pg. 126. '"" Tal como est vedado formular uma pretenso conducente interpretao

    de um preceito legal, visto no competir aos tribunais emitir pareceres jurdicos sobre problemas vagos e indefinidos - Ac. do STJ, de 1-3-80, in BMJ 295"/334.

  • 204 Temas da Refonna do Processo Civil

    J nas aces de simples apreciao negativa constituda pela alegao da inexistncia do direito ou do facto concreto e ainda pelos factos indiciadores do estado de incerteza ou de insegurana que justificam a demanda judicial. Apesar destas aces no servirem directamente qualquer direito subjectivo, no pode deixar de preencher-se a causa de pedir com a invocao de factos indiciadores do interesse processual com referncia relao jurdica ou factualidade geradora do litgio ou do estado de incerteza objectiva.3(J1

    Impe-se, pois, que o pedido de declarao da existncia ou inexistncia de um direito ou de um facto decorra da sequncia da alegao de uma determinada situao de conflitualidade entre ambos os sujeitos ou da alegao de um estado de incerteza objectivamente determinado passvel de comprometer o valor ou a negociabilidade da relao jurdica.36

    Em qualquer das situaes no pode colocar-se o tribunal perante um factualismo to vago ou impreciso que tome impossvel proferir uma sentena capaz de definir, em termos claros e com a necessria segurana, qual a realidade que foi objecto de apreciao.-'h3

    e) - Nas aces de filiao: Uma vez que a actividade jurisdicional se destina a permitir esta

    belecer a correspondncia entre a paternidade biolgica e a paternidade jurdica, a causa de pedir integrada pelos factos que confirmem (aces de investigao) ou que infirmem (aces de impugnao) tal relao biolgica. JtH

    Ac. da Rei. de vora. de 29-7-92, in CJ, tomo IV, pg. 278. Cfr Ac. do STJ, de 3-5-95, in CJSTJ. tomo II, pg. 61. ,., Foi sobre um caso destes que e debruou o Ac. da Rei. de Lisboa. de 14-6-78,

    in CJ, tomo IV, pg. 1284, em resultado de uma petio, liminar e correctamente rejeitada. por ineptido, atravs da qual se pretendia a declarao de que '"a autora no tem qualquer dvida ou qualquer obrigao de pagar ou de indemnizar, seja por contrato, acto ilcito ou qualquer outro ttulo jurdico gerador de obrigae civis ou comerciais.

    Tal questo foi objecto de um outro processo que chegou ao STJ onde, por Acrdo de I S-6-78, publicado na Rev. de Direito e Estudos Sociais. ano XXV, nos 1-2, pg. 123 e segs., se decidiu pela ineptido da petio inicial. por falta de causa de pedir. deciso que a foi comentada por T. Sousa.

    -'> Cfr. A. Varela, em comentrio ao Assento do STJ no 4/83, publicado na RU, 116/314 e segs . onde tece extensas consideraes sobre a causa de pedir nas aces de investigao de paternidade.

    O Supremo Tribunal de Justia tem interpretado restritivamente o Assento no 4/83, concluindo que no tem que ser feita a prova directa da exclusividade da cpula

  • Fase Inicial do Processo Declarativo 205

    O- Nas aces de responsabilidade civil extracontratual: Trata-se de uma causa de pedir complexa,-165 como complexa nor

    malmente a situao de facto de onde emerge o direito indemnizao, pressupondo, segundo as circunstncias, a alegao de matria de facto relacionada com o evento, a ilicitude, a conduta culposa 366 ou uma situao coberta pela responsabilidade objectiva, os prejuzos e o nexo de causalidade adequada entre o evento e os danos. 367

    g) - Nas aces reais: Mais uma vez prevaleceu, quanto s aces com esta natureza, a

    teoria da substanciao, sendo a causa de pedir preenchida pelos factos de onde o autor faz derivar o direito real (l g. o direito de propriedade)- arl0 498, n 4.36X

    da me com o investigado no perodo legal de concepo, desde que a paternidade biolgica possa provar-se com recurso aos meios cientficos actualmente ao dispor dos tribunais. tais como os exames genticos, capazes de, com elevado grau de probabilidade, permitirem o estabelecimento do vnculo biolgico entre o investigado e o pretenso pai.

    No mesmo sentido cfr. Ac. do STJ, de 19-1-93, in CJSTJ, tomo I, pg. 67, Ac. do STJ. de 26-6-9 1. in BMJ 401/581, Ac. do STJ, de 11-4-91, in BMJ 406/660, Ac. do STJ, de 29-4-92, in BMJ 416/632, Ac. do STJ, de 25-2-93, in BMJ 424/696, Ac. da Rei. do Porto, de 22-10-92. in BMJ 410"/650, Ac. da Rei. do Porto, de 9-1-97, in CJ, tomo I, pg. 193, e G. Oliveira, in RU, ano 128, pg. 180 e segs., criticando o Ac. do STJ. de 10-5-94, a publicado.

    Em sentido inverso, cfr. Ac. do STJ, de 28-5-92, in BMJ 417n50. A importncia desta questo encontra-se praticamente ultrapassada pelo avano

    legislativo concretizado atravs da alterao do art.0 1871 do CC pela Lei no 21/98. de 12 de Maio.

    Com efeito, a introduo de uma nova presuno de paternidade em situaes em que se prove a existncia de relaes sexuais com a me durante o perodo legal de concepo, dispensa, agora, a prova de exclusividade que resultava do referido Assento.

    '65 Cfr. Ac. do STJ, de 23-9-97, in CJSTJ, tomo lll, pg. 28. )61> pacfico que a culpa constitui matria de direito, por isso, necessariamente

    emergente de factos e sujeita apreciao do tribunal de revista, como se decidiu no Ac. do STJ, de 22-4-97, in CJSTJ, tomo II, pg. 70.

    367 O facto de se fundar a pretenso indemnizatria na responsabilidade civil culposa no impede. em regra, o tribunal de condenar com base na responsabilidade objectiva, questo que, segundo nos parece, no tem suscitado ultimamente qualquer controvrsia. ma.-; que j foi tratada no Ac. do STJ, de 28-10-69, com. por V. Serra, in RU, ano I 03/509 e segs .

    . !61< Sobre a problemtica da causa de pedir nas aces reais e, nomeadamente, nas aces de reivindicao do direito de propriedade, cfr. Ac. do STJ, de 21-11-96, in BMJ 461/406, Ac. do STJ, de 4-2-93, in CJ STJ, tomo I, pg 13i, Ac. da Rei. do Porto, de 20-2-97, in CJ, tomo I, pg. 238, Ac. da Rei. de Lisboa, de 25-6-92, in CJ, tomo III, pg. 216. Ac. da Rei. de Coimbra, de 1-7-86, in CJ, tomo IV, pg. 57, Ac. do STJ, de

  • 206 Temas da Reforma do Processo Civil

    Por conseguinte, o objecto da aco de reivindicao ser integrado pelo pedido de reconhecimento e de entrega do bem, com referncia ao fundamento de aquisio expressamente invocado, de maneira que a improcedncia da aco com base na aquisio derivada no impede a que se formule o mesmo pedido, assente numa forma de aquisio originria ou em simples presuno de titularidade derivada da posse ou da inscrio no registo predial.

    h) - Nas aces executivas: Tudo se resume, afinal, em determinar se a causa de pedir o pr

    prio ttulo executivo, como defende L. Cardoso/!\' ou se, como pretende C. Mendes;1711 a causa de pedir, tal como ocorre no processo declarativo, constituda pelo facto de onde emerge o direito, servindo o ttulo executivo como mero documento comprovativo desse facto jurdico.171

    6-1-88, in BMJ 373/532. Rev. de Leg. e Jur. ano 120"/208 e ano 106/281, M. Andrade, in Noes, pg. 321 . Ac. da Rei. de Lisboa, de 11-S-82, in CJ, tomo III, pg. 94.

    Contrariando a tese maioritariamente defendida na doutrina e na jurisprudncia, M. Fonseca (in Re1. do M P", n 28/35 e segs.) defende que. nos casos de aquisio derivada, o preenchimento da causa de pedir se basta com a invocao do ttulo de aquisio. no que foi recentemente secundado por O. Ascenso. em artigo intitulado Aco de Reivindicao, publicado na ROA, ano 57. pgs. S li a 545.

    No que respeita ao confronto entre a aco de reivindicao e a aco de demarcao, cfr. Ac. da Rei. do Porto. de 3-3-94, in CJ, tomo II, pg. 184. Ac. do STJ, de 10-4-86. in BMJ 356/285, Ac. da Rei. de Lisboa, de 15-4-86, in CJ. tomo II, pg. 114. Ac. da Rei. de vora, de 3-3-94. in CJ, tomo II, pg. 253.

    Em contraposio com a aco de petio de herana, cfr. Ac. Rei. Coimbra, de 17-3-98. in CJ. tomo II. pg. 22. Ac. da Rei. de Coimbra. de 20-6-95, in CJ. tomo Il l . pg. 44, Ac. da Rei. de Coimbra, de S-S-87, in CJ. tomo III. pg. 12. Ac. da Rei. de Coimbra. de 22-11-95. in CJ, tomo IV. pg. 115, Ac. da Rei. do Porto. de 7-10-93, in CJ, tomo IV. pg. 219, Ac. da Rei. de Lisboa. de 7-12-93, in CJ, tomo IV, pg. 139, e Galvo Teles. in Col. de Jur. 1983, tomo III. pg. S.

    No que concerne aco de diviso de coisa comum a causa de pedir constituda pela alegao da compropriedade - cfr. Ac. da Rei. do Porto, de 13-1-94, in CJ. tomo I. pg. 209.

    Manual da Aco Executiva, pg. 23 e 29. ""ln BFDUL, XVIII, pgs 199 e segs. ;n Neste sentido o Ac. do STJ. de 27-9-94, in CJSTJ, tomo Ill, pg. 69, e o Ac.

    do STJ. de 27-1-98, in CJSTJ, tomo I, pg. 41. Aderindo tese de L. Cardoso. cfr. Ac. do STJ. de 24-11-83. in RU 121/138 e

    segs . (com voto de vencido do Cons. Campos Costa e comentado por A. Varela). Ac. da Rei. do Porto, de 18-2-93, in CJ, tomo I, pg. 23,Ac. da Rei. de Lisboa, de 26-11-92, in CJ, tomo V, pg. 127, e Ac. da Rei. de vora. de 5-6-97. in CJ, tomo III, pg. 271.

    Quanto tese defendida por C. Mendes, in Boi. da Fac. de Direito de Lisboa, vol. XXVIII, pg. 199, cfr. L. Freitas, in Aco Executiva, 2 ed . pg. 60. A. Varela.

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