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Temas de redação / Atualidades

Prof. Rodolfo Gracioli

www.rodolfogracioli.com.br

Tema: Intolerância exacerbada com os discursos de ódio que ganham as redes sociais

TEXTO I

“Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dar a ele uma dimensão pública,

receber aplausos de seus amigos e seguidores e se sentir, de alguma forma,

validado. Além disso, a linha entre uma ameaça virtual e uma ação criminosa é

tênue, como ocorreu no caso da chacina ocorrida em Campinas (SP) no começo do

ano, quando um homem matou a ex-mulher, o filho e outras dez pessoas durante

uma festa de Ano Novo. Essa é avaliação que o psicanalista Contardo Calligaris,

doutor em psicologia clínica e autor de diversos livros, faz sobre a disseminação dos

discursos de ódio nas redes sociais, que para ele deveria ser "perseguida".

"Deveríamos ter limites claros ao que é o campo da liberdade de expressão, que é

intocável, e o momento em que aquilo se torna uma ameaça.“(http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38563773) – Acesso em fevereiro de 2018.




TEXTO IIEspecialista em cultura digital, a pesquisadora Whitney Phillips, da Mercer University, dos Estados

Unidos, acredita que a disseminação da raiva, das provocações e dos ataques pessoais nas redes

sociais não é um fenômeno da internet, mas um comportamento da vida real se manifestando em

outra plataforma.

Por que há tanta raiva na internet?

“Todos os aspectos do comportamento humano se manifestam on-line. Mas há algumas razões que

explicam o porquê de o ato de ofender ser particularmente comum na internet. Uma delas é o risco

social reduzido. Se você ofender alguém nas redes sociais, a pessoa não pode revidar com um soco.

Então, você pode fazer coisas na internet que não poderia fora dela porque teria mais consequências

negativas. Tem o lado bom e o ruim: você pode falar honestamente, explorar aspectos da sexualidade,

conversar sobre assuntos que não tem coragem. Mas também pode ser mais ofensivo do que é na

vida real. Precisamos olhar para as tecnologias e pensar como elas fabricam esses comportamentos,

mas não se pode dizer que o ódio só existe virtualmente. Racismo, homofobia e machismo são temas

off-line. São questões culturais, mas que, na internet, são mais perceptíveis”.

(https://istoe.com.br/internet-hoje-e-coberta-de-odio/) – Acesso em fevereiro de 2018.




A partir da leitura dos textos de apoio acima e com base em seu conhecimentode mundo, desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguintetema: “Intolerância exacerbada com os discursos de ódio que ganham asredes sociais”




1. Sociedade cada vez mais intolerante, extremista, com visões radicais.

• Uma sociedade que colocou o diálogo em um plano secundário –

pouco se apropria do enfrentamento saudável de ideias.

• Sociedade pautada no senso comum (ideias rasas e superficiais sobre

os temas).

• Discursos de ódio fomentados por personalidades e líderes (políticos,

principalmente).

• Violência cíclica como resposta para os desafios e divergentes

posicionamentos.

• As divergências – multiculturalismo, diversidade (racial, ideológica,

sexual, política, etc.) se tornam elementos propulsores dos discursos

de ódio.




2. Sociedade pautada em informações falsas – Era da Pós Verdade

• Um sociedade que não tem o compromisso com as ações na

dimensão virtual (há uma segregação entre vida real e natural no

que diz respeito aos aspectos de responsabilização).

• Ferramentas digitais potencializavam a voz ativa da população (o

que poderia ser visto de modo extremamente positivo, em alguns

casos, infelizmente, se desenha no sentido inverso).

• Uma sociedade que desumanizou a esfera virtual.

• Compartilhamento de informações falsas – proliferação de tragédias.




3. A visão narcisista, individualista, competitiva e egocêntrica de sociedade

provoca indivíduos que debatem a fim de satisfação pessoal.

• Falta de uma dimensão mínima para o entendimento de acontecimentos,

fatos, etc.

• Ódio generalizado / Violência maximizada / Ações irreversíveis.

• Confusão entre liberdade de expressão e formas simbólicas de violência.

• Invisibilidade (ideia do anonimato) potencializa a violência pelos espaços

virtuais.

• Pesquisa realizada pelo projeto Comunica, divulgada em 2016, mostrou

que o brasileiro cultiva discurso de ódio nas redes sociais. 84% das

menções sobre temas como racismo, política e homofobia são

negativas.







A Alemanha tem algumas das leis mais pesadas do mundo que abrangem

difamação, incitação pública a cometer crimes e ameaças de violência,

sentenças de prisão por negação do Holocausto ou incitação ao ódio contra

as minorias.

4. Intolerância nos mais variados aspectos

• Existe um processo de despolitização dos debates via redes sociais –

muito por conta da facilidade, do trânsito de informações e da

explosão de acontecimentos noticiados diariamente.

• As redes sociais se tornaram espaços de espetacularização da

informação, dos acontecimentos e também da violência escancarada.

• Democratização do acesso aos ambientes virtuais (nativos digitais).




Intervenções

- Desenvolver uma cultura de responsabilidade na dimensão virtual,

como sendo uma extensão da realidade.

- Penalizar ações que se ocupem de violência dentro desse espaço, de

forma mais rígida.

- Obrigar empresas a monitorarem perfis de risco (no caso, de

propagação de violência, por exemplo). “Lei de coações da rede” -

ALEMANHA

- Problematizar junto a população os benefícios x prejuízos das esferas

virtuais.




Crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação deinformação, o escritor e filósofo italiano Umberto Eco afirmou que as redessociais dão o direito à palavra a uma "legião de imbecis" que antes falavamapenas "em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar acoletividade".




A internet é usada 61% dos indivíduos maiores de 10 anos em 2016,apontou a TIC Domicílios. Com isso, o Brasil atingiu 107,9 milhõespessoas conectadas.

A pesquisa reafirma a tendência da preferência pelo celular antecomputadores.

Em 2016, 93% dos usuários acessavam a internet pela telinha docelular -- aumento de quatro pontos percentuais em relação a 2015.

O grupo daqueles que recorriam a computadores para isso caiu para57% no ano – em 2014, esses internautas já foram 80%.




Cibridismo: a vida simultânea do ON e OFF- Cibridismo: o termo conceitua

um movimento que está seintensificando a cada ano.

- Segundo a especialista, todosnós estamos nos tornandociber híbridos, ou seja,permanecemos on e off aomesmo tempo, passeandoentre os mundos.

- O mundo real acaba seconfundido com o virtual –propositalmente, ou não.




Doenças cibernéticas- Ainda que não seja mencionado na versão

mais recente do Manual Diagnóstico eEstatístico de Transtornos Mentais (DSM-5,datado de 2013), os profissionais depsiquiatria e psicologia do mundo inteirosão unânimes: o vício em internet existe e éuma doença bastante perigosa.

- Hoje em dia temos milhares de casos emtodo o planeta, incluindo no Brasil, ondeainda é bastante difícil encontrartratamento especializado para quem sofredesse mal.




Sandor Vegh, no livro "Classifying forms of online activism: the case ofcyberprotests against the World Bank", expões três categorias de atuaçãodo ativismo online:

1) conscientização e promoção de uma causa;2) organização e mobilização; e3) ação e reação.

Exemplos desse tipo de ativismo vão desde petições online, criação desites denúncia sobre uma determinada causa, organização e mobilizaçãode protestos e atos que aconteçam fora da rede, flashmobs,hackerativismo e o uso de games com uma função política e social.

“Estou conectado, logo existo.” (Kenneth Gergen)




Olhar filosófico para o tema

Espaços virtuais enquanto agentes de disseminação do ódio.

Democratização do acesso e a banalização da informação.

Mobilização e articulação por meio das redes sociais: teoria ou prática?

Revolução do Facebook e o termômetro social.

A efemeridade das relações nos espaços virtuais.

O impacto da tecnologia nas relações humanas.

As novas formas de comportamento nas redes sociais.

Boataria da internet e os impactos irreversíveis.

Os estereótipos construídos pela internet: modelo de revolucionário.




Contem sempre comigo!Bons estudos!

@RodolfoGracioli

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