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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico
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Tema – Gestão do Conhecimento
Projeto Pós-graduação
Curso MBA em Engenharia da Produção
Disciplina Desenvolvimento e Instrumento em Gestão de
Pessoas
Tema Gestão do Conhecimento
Professor Pablo de Assis
Introdução
Uma das áreas de maior crescimento no mercado atual diz respeito ao
trabalho com capital intelectual. A parte da organização que lida com esse tipo
de administração é a Gestão do Conhecimento. Porém, devemos perceber que
gerir conhecimentos é gerir principalmente as pessoas que constroem e
adquirem esse conhecimento.
Para nos aprofundar sobre isso, neste tema, veremos os seguintes
tópicos:
O que é gestão do conhecimento.
A relação entre gestão do conhecimento e capital intelectual.
O que é e como funciona a gestão do conhecimento organizacional.
A importância da comunicação interna e externa.
A memória organizacional.
A espiral do conhecimento.
Desafios da gestão do conhecimento.
(Vídeo disponível no material on-line)
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Problematização
Sua empresa, como tantas outras, está lidando com o problema de
acesso a redes sociais e sites impróprios no horário de trabalho pelos
colaboradores. Isso tem causado uma série de problemas que a equipe de TI
tem relatado, como lentidão nos servidores, entrada de vírus e programas
potencialmente perigosos, por isso, o pessoal da TI entende que todos esses
sites devem ser bloqueados. Além disso, há uma desconfiança por parte dos
gestores de que os colaboradores estão gastando muito tempo em sites sociais
em vez de trabalharem. Afinal, se eles têm tempo para assistir a vídeos do
Youtube ou compartilhar fotos no Facebook, eles podem produzir mais.
Apesar disso, você sabe que a visita a esses sites é uma forma de
distrair a cabeça durante algum momento no trabalho, de se manter informado
e de pesquisar o mercado. Por conta da proximidade com seus colegas e do
seu conhecimento sobre Gestão de Pessoas, a você foi dada a oportunidade
de sugerir políticas de uso da internet no período de trabalho. Quais seriam as
suas sugestões? Como você acha que uma empresa deve lidar com esses
problemas?
Você não precisa responder agora! Realize seus estudos sobre este
tema e escolha a melhor alternativa para a sua situação mais adiante.
Gestão do Conhecimento
Empresas investem em capital. Isso é uma noção básica dos negócios.
Porém, algo que está crescendo muito é a forma desse capital. A maioria das
empresas segue o modelo industrial, onde o capital e os recursos são
materiais. Por isso mesmo, muito do tratamento básico feito com as pessoas
em empresas tradicionais, que seguem o modelo industrial, acaba sendo tratá-
las como recursos humanos, semelhantes aos recursos materiais.
Porém, as grandes empresas do mundo – não necessariamente em
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tamanho, mas principalmente em abrangência – não trabalham exclusivamente
com um capital material. Elas, de um tempo para cá, têm trabalhado
principalmente com o que chamamos de Capital Intelectual, ou geração de
riqueza a partir do conhecimento e informações. E o mais importante é que a
geração de conhecimento não se dá através de máquinas e processos
industriais, mas sim através de pessoas e processos humanos. Por isso, temos
a Gestão do Conhecimento como mais um campo de trabalho da gestão de
pessoas e a motivação como uma das principais ferramentas.
Os modelos gerenciais mudaram com o tempo, assim como os modelos
de trabalho. Durante muitos séculos, a humanidade sobreviveu por meio do
trabalho agropecuário. Inclusive, foi a revolução agrícola que permitiu a
evolução humana e o desenvolvimento da sociedade como a conhecemos
milhares de anos atrás. E esse modelo vingou até o século XVIII, quando
tivemos a Primeira Revolução Industrial.
A partir dessa primeira revolução industrial tivemos uma grande
revolução social. O campo, principal fonte de renda e vida da população, foi
diminuindo de importância enquanto as cidades foram crescendo pelo fato do
aumento das indústrias. Aos poucos, percebeu-se a relevância das pessoas e
muitos direitos sociais foram obtidos, além de novas liberdades individuais.
O ápice desse processo se deu na década de 1970, com o movimento
contracultura e as diversas revoluções sociais. O mais interessante é que
nessa época temos também o início da Terceira Revolução Industrial ou
Revolução da Informação. Desse momento em diante, começamos a
perceber grandes mudanças no ambiente corporativo e organizacional.
Para usar o século XX como exemplo, durante a Segunda Revolução
Industrial e a explosão do modelo fordista, temos os modelos tradicionais de
administração, baseada na administração científica, burocrática e na
administração de recursos humanos. A partir da década de 70, vemos crescer
novos modelos administrativos, como o toyotismo, o empreendedorismo e o
holismo, entre outros.
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Esses modelos vingaram até o final do século XX, porém, agora no
século XXI, com o crescimento de novas formas de produção, de trabalho e de
relações sociais, surgiram também novos modelos administrativos. Esses
modelos emergentes se baseiam nas novas tecnologias da informação, na
internet e no uso de dispositivos virtuais de comunicação. A Revolução da
Informação também é uma revolução da comunicação e com isso temos o
surgirmos de empresas virtuais, modelos científicos baseados na biologia, na
física quântica, na teoria do caos e na complexidade, além do crescimento da
Gestão do Conhecimento.
Nossa grande questão agora é: como será nosso modelo de trabalho e
de gestão em pleno século XXI? Será que ainda nos prenderemos aos
modelos tradicionais ou aos não tão novos modelos administrativos do século
passado? Conhecer a revolução da informação e a Gestão do Conhecimento é
essencial para o gestor que quer se manter competitivo no século XX.
Conhecimento Organizacional e Capital Intelectual
Por mais que o foco da gestão do conhecimento seja as pessoas e isso
implique em dar um passo além do modelo industrial, a lógica da Gestão do
Conhecimento pode ser aplicada a qualquer organização, seja ela industrial,
agrícola ou de serviços. O importante é perceber que além da produção
material, toda organização produz, potencialmente, conhecimento, seja de seus
processos, de seu mercado ou de seus clientes.
Ao mesmo tempo, toda organização acaba lidando com o capital
intelectual não só interno como também externo. Grande parte dos processos
de mercado depende de conhecimento e inteligência. É necessário saber onde,
quando e quanto investir, saber como atingir seus clientes, conhecer as
implicações do mercado, das bolsas de valores e do comércio internacional.
Enfim, existe uma infinidade de conhecimentos que uma organização precisa
lidar para se ter sucesso.
Percebeu-se de um tempo para cá que as principais mudanças e
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inovações são devidas a importantes descobertas científicas e no investimento
na produção e aquisição de conhecimento. Sem o devido conhecimento, os
modelos organizacionais estariam estacionando. Por isso, para haver
mudanças e inovações é necessário o conhecimento, assim, uma boa gestão
do conhecimento e do capital intelectual é necessária.
Uma das primeiras questões a se perceber é que a Gestão do
Conhecimento é uma área emergente que implica no conhecimento de
diversas áreas como o marketing, a administração, a tecnologia, a economia, a
história, a sociologia e a psicologia, entre outras. O conhecimento não é único,
tampouco são seus processos e sua gestão. Mas, afinal, de que conhecimento
estamos tratando?
Alguém pode argumentar que uma organização, desde a mais simples,
sempre lida e gerencia conhecimento. Porém, o que a maioria acaba fazendo é
lidar com dados, que são simples registros dos fatos e processos: algo entra,
outro algo sai, uma reunião é marcada e escreve-se uma ata. Tudo isso é
gerenciamento de dados e, realmente, existem inúmeros sistemas de
gerenciamento de dados disponíveis há muito tempo.
Porém, quando o dado é comunicado, estamos tratando de informação e
isso implica em um processo mais elaborado, que envolve em um emissor, um
receptor, um canal de comunicação, um código a ser utilizado (como um idioma
ou uma linguagem de computador) e finalmente a mensagem, que seria o dado
em si. Como é possível perceber, esse dado precisa ser compreendido e essa
mensagem interpretada. Uma informação revela muito mais conteúdos –
principalmente conteúdos humanos e emocionais – do que um dado.
É desse fluxo de informações que tiramos o conhecimento, ou seja, dos
livros, conversas, reuniões e de todo lugar onde temos dados sendo
comunicados em forma de informação. Mas nem todo conhecimento é útil, pois
muitos deles derivam de conversas informais, documentos não essenciais
como revistas de variedades ou redes sociais. O conhecimento que estamos
falando é do conhecimento útil e válido para a organização.
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É sobre esse tipo de conhecimento que precisamos prestar atenção e
gerenciar, já que é nesse momento que o capital intelectual é tratado. Como
definição breve, o capital intelectual é toda informação que possui valor para
uma instituição. Esse curso, por exemplo, é um grande investimento em capital
intelectual, pois esse conhecimento, além de possuir um valor, irá agregar mais
valor ao seu trabalho.
Esse tipo de capital está o tempo todo sendo produzido pelas empresas,
seja na criação de uma campanha de marketing, na elaboração de um manual
de procedimentos internos ou até na comunicação de uma reunião de equipe.
Basta lembrar que todo conhecimento útil e que tenha valor em uma
organização pode ser classificado como capital intelectual.
Além disso, o capital intelectual deve ser tratado da mesma forma que o
capital material. Por exemplo, se estamos dispostos a pagar por uma peça de
computador, um bem material que possui valor material, também devemos
estar dispostos a pagar por um serviço de informática, um bem intangível,
porém com grande valor intelectual. Esse talvez seja um dos grandes desafios
da Gestão do Conhecimento: a monetização ou valorização monetária do
capital intelectual. Afinal, quanto vale um serviço ou uma informação? Quanto
devo pagar por um trabalho especializado? Ou quanto deve ser o aumento de
salário do meu colaborador que terminou sua especialização?
(Vídeo disponível no material on-line)
São muitos os desafios e caminhos para a gestão da informação. Neste
curso, iremos aprender o essencial da gestão do conhecimento organizacional.
Caso você tenha interesse em aprofundar seu conhecimento, pode começar
pesquisando essas fontes complementares e delas partir para outras pesquisas
mais detalhadas:
http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo01.htm
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http://neigrando.wordpress.com/2010/03/22/introducao-a-gestao-do-
conhecimento-nas-organizacoes/
http://www.scielo.br/pdf/prod/v18n3/a12v18n3.pdf
Gestão do Conhecimento Organizacional
A gestão do conhecimento organizacional pode parecer um processo
bastante abstrato, afinal, estamos falando de conhecimento, que é um bem
abstrato e intangível. Apesar disso, os processos de gestão do conhecimento
podem ser bastante sólidos e materiais, principalmente se utilizarmos a gestão
dos processos materiais de uma empresa como modelo.
Podemos partir do pressuposto de que a matéria-prima do conhecimento
são todos os recursos que agregam informação, como livros, publicações,
manuais e documentos. Além disso, em uma organização temos outras formas
de conhecimento, como a experiência dos colaboradores mais antigos, as
titulações adquiridas e cursos realizados. Finalmente, todo sistema
informacional também pode ser visto como fonte de conhecimento, como a
intranet e a própria internet.
Essa informação é tratada em uma infraestrutura tecnológica que facilita
a comunicação da informação. Usamos computadores e outros dispositivos
eletrônicos (fotocopiadoras, celulares smartphones, etc.), além de toda a
estrutura de logística e comunicação que a organização disponibiliza. Afinal,
esses processos também dependem do conhecimento humano, pois ajudam a
construir tal conhecimento.
Todo processo de gestão precisa ser acompanhado e existem vários
indicadores dos processos de conhecimento para isso, como pesquisas de
mercado, benchmarking, avaliações dos clientes, entre outros processos
externos. Além deles, podemos construir processos internos, como reuniões,
brainstormings e avaliações de desempenho. Todos esses processos acabam
servindo como indicadores do sucesso da gestão do conhecimento.
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Eles servem também para balizar os métodos de gestão. Por exemplo,
podemos criar formas de padronização dos processos como uso e normas
como as da ABNT, implantação de boas práticas, uso de códigos e regimentos,
além da elaboração de relatórios. Esses processos também podem ser
compilados e organizados em um sistema de informação corporativo, com
auxílio de uma boa base de dados e uma equipe de tecnologia da informação.
Esses métodos também envolvem estruturar e organizar os modelos de
gestão, como os paradigmas empresariais de visão, missão, valores, objetivos,
metas e estratégias. Esses modelos envolvem os paradigmas educacionais e
modelos de avaliação interna e externa, como cursos, acompanhamentos,
monitoriais, tutorias, entre outros. Por fim, ao falarmos de métodos, falamos
também da forma de compartilhamento e socialização da informação, seja por
meios de comunicações impressas, audiovisuais, reuniões, cursos ou outros
meios.
Finalmente, esses métodos, estruturas e avaliações precisam se voltar
também para a gestão do conhecimento do ambiente organizacional. Estamos
aqui falando de processos de cultura e clima organizacional, além da criação
de sistemas de sustentabilidade e responsabilidade social. Isso envolve
práticas de criação de hábitos, como reciclagem, por exemplo, ou então de
carona solidária. Isso tudo é relevante para criar a cultura do conhecimento na
organização.
Gerenciar o conhecimento em uma organização é como gerenciar os
processos produtivos. Porém, há aqui duas grandes diferenças:
Primeiro, o conhecimento é um processo intrinsicamente humano e,
por isso, deve ser uma preocupação da gestão de pessoas. Não
devemos tratar os processos de gestão do conhecimento como
processos mecânicos e formais. O conhecimento é fluido e orgânico,
sempre mutável.
Segundo, o conhecimento é um capital abstrato e, por isso, de difícil
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quantificação. Mas isso não quer dizer que ele não mereça um valor
monetário. Um trabalho especializado deve receber sua remuneração
apropriada, tanto quanto um trabalho específico que gere lucro. Por
exemplo, o trabalho de um psicólogo em uma organização não trará
lucro iminente como faz o departamento de vendas, mas seu trabalho
especializado poderá evitar perdas, diminuição de rotatividade,
melhoria de motivação e uma série de outros fatores que agregarão
valor ao trabalho como um todo da organização, assim, deve ser
valorizado e recompensado como tal.
(Vídeo disponível no material on-line)
Comunicação Interna e Externa
Talvez um dos processos mais delicados de uma organização seja o
processos de comunicação. Afinal, se queremos transmitir alguma ideia,
objetivo ou planejamento, precisamos nos comunicar, mas essa comunicação
precisa ser feita com clareza. Nada mais chato do que esperar algo de seus
colaboradores e não conseguir simplesmente porque não soubemos comunicar
corretamente nossas ideias.
Podemos pensar em dois processos básicos de comunicação, a interna
e a externa. A comunicação interna acontece entre a organização e seus
colaboradores, enquanto a externa ocorre com os clientes, fornecedores e
público em geral. Boa parte dessa comunicação é feita pelo setor de marketing,
tanto interna quanto externamente. Além disso, boa parte da comunicação –
principalmente interna – depende de uma boa gestão de pessoas e do
conhecimento.
Uma comunicação eficaz é, também, um conhecimento importante que
deve ser cultivado. Depende de práticas que devem ser reforçadas todos os
dias. Para isso, precisamos nos preocupar com cinco pontos que fazem parte
da comunicação:
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Emissor - é a pessoa que transmite a mensagem. Ela precisa ter
confiança e credibilidade. Não adianta pedir para alguém de outro
departamento transmitir uma informação, pois esse emissor pode não
ter a credibilidade de quem deveria de fato fazer isso.
Receptor - é quem recebe a mensagem. Pode ser seus colegas, sua
equipe, a chefia. Dependendo de quem recebe, a mensagem deve
ser direcionada. Uma coisa é conversar com colegas e outra,
completamente diferente, é conversar com a presidência.
Canal - é o meio por onde passa a mensagem. Pode ser via telefone,
escrito em um papel, colado na parede, no informativo da
organização, por e-mail, pessoalmente, através de uma conversa.
Novamente, cada tipo de mensagem implica em um canal apropriado.
Algumas mensagens precisam ser documentadas, registradas, então,
comunicações verbais não bastam. Embora, muitas pessoas se
comunicam melhor verbalmente.
Código - é a forma como a mensagem é transmitida. Pode ser usado
um código escrito, falado, uma imagem para indicar a porta do
banheiro ou um aviso sonoro que indique perigo ou o horário do
almoço. Um fato importante sobre o código é que ele precisa ser
conhecido tanto pelo emissor quanto pelo receptor.
Mensagem - é o conteúdo da informação, a essência da
comunicação. Todo processo comunicacional implica em enviar uma
mensagem de um emissor a um receptor através de um canal e um
código. Em uma organização, a mensagem é o processo que se
relaciona à gestão do conhecimento.
A mesma estrutura para a comunicação interna serve também para a
comunicação externa, mudando apenas o receptor, que pode ser o cliente ou
fornecedor e o canal, que geralmente é de comunicação em massa, para
atingir de forma eficaz muitas pessoas ao mesmo tempo.
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(Vídeo disponível no material on-line)
Memória Organizacional
Muitas teorias do conhecimento dizem que não existe conhecimento
sem memória. Como exemplo, temos o conhecimento humano. Se você diz
que conhece uma pessoa, você está inferindo que se lembra dessa pessoa. Se
você diz que conhece um processo, está implicando que se lembra de como
realizar o processo. Conhecimento e memória são intrinsicamente
relacionados.
Essa memória organizacional existe de várias formas. Os livros de
registro, as atas de reunião e os documentos oficiais são formas tradicionais de
guardar memória. Existem também os arquivos de relatórios, correspondências
e outros impressos, além de memória digital dos documentos e e-mails.
Outra forma mais efêmera de memória organizacional são as tradições.
Elas podem impactar tanto nas práticas e rotinas cotidianas, como nos clientes
e fornecedores mais ativos. Muitas vezes, não se sabe o motivo de algo
acontecer na organização, somente que algo é feito há muito tempo dessa
forma e parece estar funcionando. Essa falta de registros e confiança nas
tradições pode ser eventualmente prejudicial, principalmente quando se busca
processos objetivos e claros.
Além disso, existem as experiências acumuladas dos colaboradores.
Todos os treinamentos, as palestras e as reuniões são guardadas nas
memórias individuais e experiências das pessoas. Assim, quando chegar
alguém novo, essa experiência acumulada pode ser passada adiante. Porém,
essa forma de memória também tem uma fraqueza: ela depende
exclusivamente das pessoas. Se algo acontece com elas, seja por uma falta ou
demissão, esse conhecimento é perdido.
Por isso, é importante existir alguma forma de registro material da
memória organizacional, seja ela em arquivo físico ou digital. Esses arquivos
precisam ser atualizados e mantidos, pois mesmo um documento em papel
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corre o risco de se perder com o tempo ou com imprevisibilidades como
enchentes ou incêndios. As memórias digitais também possuem um tempo de
vida útil que precisa ser observado. Por isso, é recomendado ter alguma forma
de backup, ou cópia reserva de segurança.
(Vídeo disponível no material on-line)
Conteúdo Complementar
A memória digital é uma excelente ferramenta para manter o registro e
arquivos de uma organização, porém, ela apresenta limitações. Leia o artigo a
seguir sobre uma nova tecnologia que permite armazenar informações por até
um bilhão de anos e entenda as limitações dos sistemas de armazenamento de
dados.
http://www.tecmundo.com.br/nanotecnologia/2638-memorias-
eternas.htm
Espiral do Conhecimento
Existem diferentes formas de se trabalhar o conhecimento. Vários
autores diferenciam entre conhecimento tácito e explícito. O conhecimento
tácito é aquele intuitivo, sem registro claro e mensurável unicamente através da
ação. Incluem as tradições e experiências. Já o conhecimento explícito é
aquele que depende de uma organização formal, um registro objetivo e de
linguagem específica, como a matemática, por exemplo. É na articulação do
conhecimento explícito e tácito que temos as articulações do conhecimento.
Segundo Nonaka & Takeuchi (1997, p. 79), para se tornar uma “empresa
que gera conhecimento” a organização deve completar uma “espiral do
conhecimento”, um processo que envolve a articulação dos conhecimentos
tácitos e explícitos. Assim, o conhecimento é articulado e internalizado por
todas as pessoas, tornando-se base do conhecimento da organização como
um todo. Dizemos que esse processo é uma espiral, pois cada um dos quatro
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passos é repetido várias vezes, mas cada vez em patamares mais elevados,
com a finalidade de ampliar o conhecimento em outras áreas da organização.
Os quatro processos são:
Socialização - o compartilhamento do conhecimento tácito, por
meio da observação, imitação ou prática (tácito para tácito). Implica
em processos de treinamento inicial ou até conversas informais.
Externalização - a transformação do conhecimento tácito em
explícito e sua comunicação ao grupo (tácito para explícito). Isso
faz parte das reuniões ou relatórios construídos em cima das
práticas cotidianas.
Combinação - a padronização do conhecimento, organizando em
um manual ou guia de trabalho e incorporá-lo a um produto ou
prática interna (explícito para explícito). É uma forma de
transformar o conhecimento explícito em uma memória explícita,
útil para todos.
Internalização - quando novos conhecimentos explícitos são
compartilhados na organização e outras pessoas começam a
internalizá-los e utilizam para aumentar, estender e readequar seu
próprio conhecimento tácito (explícito para tácito). É o uso cotidiano
do novo conhecimento.
Esses processos da espiral também tendem a transformar
conhecimentos que antes eram competitivos em conhecimentos colaborativos.
Quando socializo, compartilho vários conhecimentos internos com as outras
pessoas que também podem ter os seus conhecimentos, os quais competem
com os meus, partindo para a externalização através dos processos formais de
conhecimento, transformando o que há de interno em externo. Dessa forma,
nossos conhecimentos tornam-se explícitos a todos e podem, então, ser
trabalhados pelo grupo. A combinação é um trabalho puramente externo,
juntando o que foi externalizado e transformando em algo mais útil
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coletivamente. Finalmente, a internalização retorna ao conhecimento
transformado, combinado com o conhecimento dos demais para um processo
colaborativo. Assim, aquilo que era competitivo passa a ser colaborativo
através de processos de gestão do conhecimento.
(Vídeo disponível no material on-line)
Conteúdo Complementar
A espiral do conhecimento pode ser visível nas redes sociais e mídias
sociais. Você sabe o que é uma mídia social? Este breve vídeo legendado
explica de forma bem didática e divertida como funcionam as mídias sociais.
Vale lembrar que o vídeo original tem alguns anos e algumas das informações
estão datadas, porém, o essencial permanece o mesmo. Aproveite, enquanto
assiste ao vídeo, para tentar perceber como a espiral do conhecimento se
aplica às mídias sociais!
https://www.youtube.com/watch?v=tzn3WuGIprI
Desafios da Gestão do Conhecimento
A gestão do conhecimento pode ser compreendida como os processos
que a organização deve tomar para criar, valorizar, sistematizar e aplicar o
capital intelectual à sua disposição. Com isso, a organização deve tentar
vencer vários desafios, como influenciar o comportamento do colaborador,
considerado o maior deles; fazer com que as lideranças da organização
comprem as novas ideias; e, por fim, determinar como classificar e valorizar o
conhecimento.
Além disso, parte do processo de gestão do conhecimento está em
organizar internamente os potenciais e talentos da organização e das equipes.
Não basta delegar funções sem saber como valorizar os talentos dos
colaboradores. Trabalhar com motivação é essencial para o sucesso da
produção e compartilhamento do conhecimento. Isso sem esquecer o aspecto
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ambiental e político da organização, das forças sociais e jurídicas.
Finalmente, um último desafio é preservar o capital intelectual para que
ele possa ter valor estratégico no mercado. Isso não quer dizer que a
organização deve manter em sigilo o seu conhecimento, porém, deve saber
como comunicá-lo sem comprometer seu capital. O segredo é saber diferenciar
o que deve ser explicitado, para quem e como isso deve acontecer e também o
que deve ser reservado, de quem e como isso será utilizado.
É possível refletir sobre isso observando as experiências das empresas
de informática. As grandes empresas produtoras de computadores e softwares
como a Microsoft e a Apple têm como tradição manter em sigilo seu capital
intelectual, criando produtos conhecidos como proprietários, ou seja, com a
propriedade intelectual reservada para manipulação e distribuição somente por
quem eles autorizarem. Assim, somente eles poderão lucrar com esse
conhecimento. Por isso, essas empresas estão criaram um modelo de lucro
sobre o conhecimento vendendo licenças de uso.
Suas concorrentes de modelo são empresas de software livre, ou seja,
de programas abertos para qualquer pessoa e disponíveis gratuitamente ao
consumidor. O Linux é o principal sistema operacional construído assim, o qual
concorre diretamente com o Windows e o Mac OSX. Porém, o modelo de
gestão do Linux implica em venda de serviços especializados sobre o seus
produtos distribuídos gratuitamente. Assim, qualquer pessoa poderá
inicialmente usar o Linux, mas caso queira uma personalização ou atualização
especializada, ele contrata os serviços da companhia.
São dois modelos de gestão de conhecimento e capital intelectual
diferentes. O de Software Proprietário reserva o conhecimento para exploração
unicamente pela organização. Já o de Software Livre disponibiliza o
conhecimento gratuitamente a todos e explora os serviços derivados desses
produtos. O tipo de modelo a ser utilizado deve ser planejado estrategicamente
com os gestores de conhecimento da organização.
(Vídeo disponível no material on-line)
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Conteúdo Complementar
Caso você tenha interesse em aprofundar sobre essa questão do
Software Livre e do Software Proprietário, seguem aqui umas boas
recomendações. A primeira é um vídeo do Governo do Estado de São Paulo
em um curso de introdução à informática sobre a diferença entre esses dois
modelos de softwares. A segunda é uma apresentação de slides online com
várias informações a respeito da relação dos softwares livres e proprietários e
os direitos autorais, com indicações de leis e trabalhos a respeito. Vale muito a
pena conferir!
https://www.youtube.com/watch?v=D1xe5-LlPvU
http://pt.slideshare.net/wisllayvitrio/software-livre-x-software-
proprietrio-propriedade-intelectual
Retomando a problematização
Vamos voltar agora à problematização? Você já decidiu o que deve fazer
em relação à situação apresentada no início deste tema?
a. A sugestão da TI deve ser seguida e os sites devem ser bloqueados. O
que importa é a produtividade e as redes corporativas devem servir para
o trabalho, não para a diversão.
b. Além de ser incentivado, o acesso às redes sociais precisa ser orientado
pela educação corporativa, informando aos colaboradores as limitações
e consequências de abusos, justamente para evitar a divulgação
desnecessária de informações ou o comportamento indesejado em
meios virtuais.
c. As redes sociais são fonte de informação tanto quanto qualquer outra.
Por isso, seu uso deve ser irrestrito e ilimitado.
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Feedback
a. Muito do conteúdo das redes sociais, de fato não é útil
corporativamente, porém a influência e a abrangência das redes digitais
são inegáveis. Manter os funcionários longe do acesso desses
ambientes é restringir sua abrangência a determinadas formas de
comunicação e de oportunidades, inclusive de divulgar informações
sobre a organização. O conhecimento não pode ser exclusivo e a
internet é uma grande fonte de conhecimento. A colaboração existente
nas redes pode – em certa medida – ser útil, por isso, restrições gerais
do conhecimento são sempre temerosas.
b. A melhor forma de lidar com o conhecimento é com mais conhecimento.
Educação corporativa é uma forma saudável de lidar com as redes
sociais. Ao invés de coibir ou proibir seu uso, é recomendável que os
colaboradores aprendam a utilizar as redes, seus limites e
consequências de abuso. Parte da gestão do conhecimento está em
como compartilhar o conhecimento e isso pode ser feito através de
treinamentos corporativos. Ao invés de transformar a internet em nossa
inimiga, através da educação, ela poderá ser a nossa aliada.
c. A liberação irrestrita das redes sociais pode ser um caminho
irresponsável de uso da internet. De um ponto de vista organizacional,
permitir o acesso irrestrito é também permitir a comunicação e liberação
de informações delicadas e potencialmente sigilosas. Ao mesmo tempo,
a grande reclamação da TI é o abuso do uso da internet que provoca
limitações na infraestrutura da rede. Se proibir o uso da internet não
parece ser o melhor caminho, também liberar o seu uso não é tão
interessante assim.
Síntese
Neste tema, estudamos sobre o conhecimento e o capital intelectual,
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compreendemos como se dá o processo de gestão do conhecimento e o que é
memória organizacional. Finalmente, vimos quais são os desafios da gestão do
conhecimento.
(Vídeo disponível no material on-line)
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Referências
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira, 1999.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação do conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
SANTOS, A.; PACHECO, F.; PEREIRA, H.; BASTOS Jr., P. Gestão do Conhecimento como Modelo Empresarial. Disponível em: <http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo01.htm>. Acesso em: 31 jan. 2014.
SANTOS, I.; AMATO NETO, J. Gestão do conhecimento em indústria de alta tecnologia. Produção. São Paulo, v. 18, n. 3, Dec. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132008000300012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 31 jan. 2014.
SANTOS, M. A Gestão do Conhecimento como prática coorporativa geradora de vantagem competitiva sustentada. FACOM. São Paulo: FAAP, 2005.
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Atividades
Sobre a gestão do capital intelectual em uma organização, é correto 1.
dizer que:
a. O capital intelectual gera lucros, quando bem trabalhado, da mesma
forma que o capital material, por isso, merece a mesma atenção.
b. O capital intelectual só é relevante para organizações que trabalham
com serviços. Indústrias não se beneficiam do capital intelectual.
c. O capital intelectual é um bem intangível que precisa ser
materializado na forma de livros ou serviços para poder gerar lucros.
d. O capital intelectual em uma empresa deve ser conservado como
memória organizacional, porém, poucas são as iniciativas de
investimento em capital intelectual que realmente geram lucros.
A memória organizacional tem como objetivo: 2.
a. Lembrar-se de todos os erros que o colaborador por ventura faça
para poder demiti-lo sempre por justa causa quando for necessário.
b. Servir como registro dos padrões organizacionais que deram certo
para que sempre sejam repetidos sem questionamento.
c. Manter um registro organizado das ações da empresa, preservando
as tradições e possibilitando à organização aprender com seus erros
e acertos.
d. Ajudar futuras gerações na construção do museu da história da
organização, para mostrar quão grandiosos eram os líderes na sua
época.
Sobre a espiral do conhecimento, podemos dizer que: 3.
a. Ela descreve somente os processos de aquisição de conhecimento
individual e deve ser utilizado como referência ao se planejar
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treinamentos e avaliações de conhecimento.
b. Ela descreve uma forma dinâmica da transformação do
conhecimento através do compartilhamento e socialização,
mostrando que é possível a organização crescer através disso.
c. Ela mostra como o conhecimento tácito se transforma em
conhecimento prático através de um caminho linear de ações diretas
sobre o conhecimento.
d. A espiral é um constructo teórico baseado nas escadas em espiral
que ilustra uma outra forma de crescer ao se revirar sobre um único
tema em um discurso.
Sobre a comunicação interna e externa em uma organização, é possível 4.
dizer que:
a. A comunicação interna acontece dentro das equipes e a externa
acontece no mercado como um todo.
b. Para uma boa comunicação é necessário um conhecimento interno
do assunto antes de poder externalizá-lo para seu público.
c. A comunicação começa com uma ideia que precisa ser elaborada
na relação com o meio antes de poder ser manifestada através de
memorandos ou outros meios impressos.
d. Para uma boa comunicação é necessário conhecer com quem se
fala, se é um público interno ou se é externo, pois isso modifica
completamente a mensagem, o canal e possivelmente o código.
Quais são alguns dos principais desafios da gestão do conhecimento em 5.
uma organização?
a. Saber influenciar os colaboradores, conseguir o aceite de novas
ideias e definir o valor do conhecimento.
b. Conseguir diminuir custos, melhorar a produção e ter maior
influência no mercado consumidor.
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico
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c. Evitar e coibir a pirataria e garantir o maior tempo possível de
usufruto de direitos autorais e royalties.
d. Criar sistemas de inteligência que consigam descobrir o gosto dos
clientes e segredos dos concorrentes através do que eles publicam
nas redes sociais.