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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB ESPECIALIZAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS TELECENTRO DE INFORMAÇÃO E NEGÓCIO MARIA JOSINA LÔBO MENNA BARRETO BRASÍLIA 2005

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB

ESPECIALIZAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS

TELECENTRO DE INFORMAÇÃO E NEGÓCIO

MARIA JOSINA LÔBO MENNA BARRETO

BRASÍLIA 2005

MARIA JOSINA LÔBO MENNA BARRETO

TELECENTRO DE INFORMAÇÃO E NEGÓCIO

Monografia apresentada como parte do

requisito para conclusão do curso de

especialização em Políticas Públicas da

Universidade de Brasília - UnB.

Orientador: Paulo Carlos du Pin Calmon,

PhD, University of Texas at Austin - Economia

Política e Avaliação de Programas

Governamentais e Co-0rientador: Marcelo

Grangeiro Quirino, Doutor, UFSC - Métodos

Quantitativos e Tomada de Decisão.

BRASÍLIA 2005

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares CEAM/UnB

Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas – NP³

Monografia apresentada ao Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas, como parte dos requisitos a conclusão do Curso de Especialização em Políticas Públicas.

Aprovada em

Banca Examinadora

_____________________________________ Paulo Carlos du Pin Calmon

Universidade de Brasília

______________________________________ Marcelo Grangeiro Quirino

Universidade de Brasília

Dedicação total à minha amiga Jeuse pela oportunidade de me tornar capaz de alcançar esta vitória.

Agradeço primeiramente a Deus por mais essa conquista. Ao meus orientadores pelos momentos de paciência e dedicação. E aos que ajudaram para a conclusão deste trabalho.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo principal analisar o cumprimento das metas definidas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no seu projeto de inclusão digital. Tal projeto visa fomentar o empreendedorismo, por intermédio dos telecentros de informação e negócio. A informação, quando aplicada aos negócios, é instrumento indispensável para minimizar a exclusão digital e, consequentemente, a exclusão social das empresas, e da população em geral. Tem por intuito promover a igualdade social e econômica. Com a globalização, o mercado se torna, dia a dia, mais exigente. Portanto, a qualificação e o domínio da informação vão determinar o sucesso do empreendedor em qualquer ramo de atividade. A análise do mercado, o bom gerenciamento e o monitoramento de seus números é que vão possibilitar a tomada rápida e eficaz de decisões acertadas. É preciso avaliar a possibilidade de se minimizar as dificuldades da inclusão digital de micro e pequenos empresários. Também é necessário criar mecanismos para tornar a nova tecnologia atraente e fundamental aos olhos do empresário. Os telecentros devem estar mais próximos da realidade de cada região para que possam, assim, atender às necessidades reais das micro e pequenas empresas. Uma sugestão é que os telecentros sejam capazes de fazer um diagnóstico dos problemas enfrentados pelos micro e pequenos empresários para proporcionar-lhes um processo educacional de socialização e promover a interatividade com participação igualitária. Assim, os telecentros contribuiriam para o bom desempenho da gestão de cada micro e pequeno empresário ao mesmo tempo em que fomentariam o desenvolvimento efetivo da região. O que se constatou no Distrito Federal foi uma exacerbada lentidão no processo de funcionamento dos telecentros visitados. Dessa forma não atingem o objetivo a que se destinam.

Palavras-chaves: tecnologia de informação, inclusão digital, telecentro de

informação e negócio, micro e pequena empresa, empreendedorismo.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 8

1 HIPÓTESE DO TRABALHO E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................ 10

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 11

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 11 2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................. 11

3 INCLUSÃO DIGITAL ................................................................................................... 12 3.1 As Políticas da Inclusão Digital................................................................................... 12

3.2 O Processo de Inclusão Digital.................................................................................... 13 3.3 O Papel do Governo Eletrônico na Inclusão Digital..................................................... 15

3.4 O Governo Eletrônico Como Elemento de Transformação Social................................ 16

4 TELECENTRO............................................................................................................... 20

5 TELECENTRO DE INFORMAÇÃO E NEGÓCIO ..................................................... 22 5.1 Conceito...................................................................................................................... 22

5.2 Objetivos do Projeto TIN ............................................................................................ 24 5.3 Os desafios do Projeto TIN ......................................................................................... 26

6 PESQUISA ...................................................................................................................... 27 6.1 Universo da Pesquisa .................................................................................................. 27

7 DEPOIMENTOS............................................................................................................. 28 7.1 Telecentro da Ceilândia............................................................................................... 28

7.2 Telecentro do Gama.................................................................................................... 30 7.3 Telecentro de Planaltina/DF ........................................................................................ 32

7.4 Telecentro Rural do Distrito Federal ........................................................................... 34

8 AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 37

CONCLUSÃO.................................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 42

8

INTRODUÇÃO

Para o desenvolvimento das economias mundiais tornam-se cada vez mais

necessárias e fundamentais a criação e a participação efetiva de pequenos negócios. Eles se

convertem em agentes de inclusão social ao proporcionar oportunidades por intermédio de

seus canais de acesso, uma vez que abrigam a maioria dos empregos e promovem a

distribuição de renda, tanto na produção de bens como na prestação de serviços. Além disso,

atuam como elos das grandes cadeias de negócios.

No Brasil, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as

pequenas empresas representam 99% dos negócios formais e empregam 60% dos

trabalhadores com carteira profissional assinada. Entretanto, de acordo com a Pesquisa

Industrial de Inovação Tecnológica, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

as empresas brasileiras investem pouco em novas tecnologias. A pesquisa revela que, entre

2000 e 2003, apenas 8 dos 32 ramos de atividade pesquisados realizaram investimentos em

inovação.

Recentemente, um projeto criado pelo governo federal, em parceria com

estados, municípios e entidades privadas, pretende promover a inclusão digital do micro e

pequeno empresário, com o intuito de ampliar sua capacidade de desenvolvimento.

O projeto de Telecentros de Informação e Negócio (TIN) visa ampliar as

condições de empreendimento das micro e pequenas empresas, alargando horizontes

geográficos e culturais para possibilitar a realização de negócios e parcerias. Com isso,

aumentaria o potencial de crescimento da participação das micro e pequenas empresas na

produção de riquezas nacionais.

9

Com mais investimentos em inovação tecnológica, as micro e pequenas

empresas passam a criar e adaptar produtos, transformar os processos de produção e qualificar

as estratégias de comercialização, entre outros fatores. Elas poderão, ainda, determinar o grau

de competitividade e o nível de participação do Brasil no mercado internacional. O aumento

da participação no comércio global é uma das chaves para garantir a expansão do setor

produtivo e o crescimento sustentado da economia.

Para o governo federal, mais que expandir o acesso à internet, o projeto dos

telecentros visa, principalmente, dotar o micro e pequeno empresário de um conteúdo que

tenha utilidade para os negócios. O projeto, em fase de expansão, segundo o Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, passará dos atuais 50 telecentros instalados

em todo o país para 500 até o final de 2005. Entretanto, verificou-se que atualmente conta

com apenas 99 unidades.

Se, por um lado os telecentros no Distrito Federal são um exemplo de

plataforma de inovação, de rede tecnológica voltada ao desenvolvimento e para as atividades

inovadoras nas empresas, por outro lado, no entanto, são ainda pouco utilizados. Isso decorre

do fato de os micro e pequenos empresários, assim como a sociedade em geral, não

acreditarem na possibilidade real de mudança que a inclusão digital pode proporcionar-lhes.

10

1 HIPÓTESE DO TRABALHO E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

É preciso verificar se o projeto de inclusão digital, por intermédio dos

Telecentros de Informação e Negócios (TIN), no Distrito Federal, de fato cumpre o papel a

que se propõe: capacitar o maior número de micro e pequenos empresários na tecnologia da

informação.

Sabes-se que, em um cenário mundial globalizado e de competições

acirradas, a permanência de micro e pequenas empresas no mercado, depende, cada vez mais,

do uso apropriado de tecnologias da informação.

Para o governo federal, uma gestão eficiente deve contar também com o

compartilhamento de conteúdos. A necessidade de ampla inclusão digital no Brasil levou à

criação dos telecentros de informação de negócios para micro e pequenos empresários é como

estratégia para inseri-los na sociedade da informação.

11

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar e comparar os Telecentros de Informação e Negócios do Distrito

Federal, Projeto de Inclusão Digital, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior.

Conhecer individualmente cada telecentro. Observar se está sendo realizado

a inclusão digital com vistas para o empresariado, e se os objetivos do projeto estão sendo

atingidos de maneira eficiente.

2.2 Objetivos Específicos

Comparar e analisar:

a) infra-estrutura física;

b) equipamentos;

c) gestão;

d) atividades realizadas;

e) produtos gerados e

f) resultados.

12

3 INCLUSÃO DIGITAL

3.1 As Políticas da Inclusão Digital

Apesar do crescimento, a inclusão digital continua sendo desafio para o

Brasil, declara Juliana Carpanez, da Folha Online (www1.folha.uol.com.br/folha/informatica).

Em outubro de 2004, 32,2 milhões de brasileiros com mais de 16 anos, tinham acesso à

“web”, segundo dados do IBOPE//NetRatings. Um ano antes, esse número era 22,9 milhões.

Além disso, os brasileiros só ficam atrás dos japoneses em tempo de navegação. E são,

disparados, os maiores usuários do site de relacionamento “Orkut”, verdadeira febre por aqui.

Apesar dos números animadores, ainda há muito a fazer para que a maioria

da população brasileira que, de acordo com o IBGE, já chegou a 180 milhões de pessoas,

tenham acesso à Internet.

Segundo Cecília Leite (OLIVEIRA, 2003), o fosso entre as classes sociais

que constitui esta sociedade que acessa a Internet, também denominada de “aldeia global”, e

aquela classe em que se concentra a “massa sobrante” tem sido ampliada pelas Tecnologias da

Informação e Comunicação (TIC). Essa questão vem sendo tema de estudos em diversas áreas

do conhecimento. A ciência da informação é o campo científico mais intrinsecamente afeto a

esses questionamentos, e biblioteconomia é, nesse contexto, a área mais visível dessa ciência.

A Escola e a biblioteca são, ou devem ser, os elementos fundamentais da aprendizagem e

espaço central no processo de inclusão digital (ID). Agora os telecentros passam a fazer parte

deste conjunto.

Uma das saídas que a sociedade tem encontrado, vem da iniciativa privada.

Algumas empresas já viram, na inclusão digital, a possibilidade de desenvolver projetos de

responsabilidade social. Muitas optaram por criar iniciativas com a ajuda de funcionários e

13

pessoas com certa experiência no assunto. Outras, no entanto, preferiram a ajuda de

Organizações Não Governamentais (ONGs). A principal vantagem das parcerias para as

empresas, ditas especialistas, seria trabalhar junto a instituições familiarizadas com os

problemas de comunidades carentes. Além disso, as ONGs selecionadas focam todos os seus

esforços no processo de inclusão, desde o diagnóstico, planejamento em ações sociais e

execução, o que as empresas não podem fazer.

O Governo, nos últimos dois anos, tem feito vários enfrentamentos. A

criação do Programa Brasileiro de Inclusão Digital, mais recentemente, demonstra a vontade e

os objetivos do Governo Federal para este grande desafio. Embora, ainda no início, mas

necessária, a busca de uma atuação sistematizada pode trazer bons resultados em médio prazo.

Ao fazer isto, devemos estar atentos para medir os resultados e avaliarmos as políticas que

estão sendo praticadas, tanto a nível macro como micro. Vamos entender o processo de

inclusão digital.

3.2 O Processo de Inclusão Digital

A sociedade e as instituições desenvolvem mecanismos de separação,

rotulação, localização - de pessoas, grupos, idéias. Esse mecanismos são poderosos produtores

de verdades e de ações que regulam a vida das pessoas, Ao fazer isso, porém, produzem uma

complexidade enorme de outros tantos movimentos, atravessado que é o campo social por

forças de várias ordens, naturezas e intensidade. Hoje vivemos uma revolução: a da inclusão.

Inclusão como contra face da exclusão. Revolução porque está produzindo um turbilhão de

movimentos que invadem todas as áreas, entram pelos mecanismos legais e forçam a presença

- nas empresas, nas escolas, nos lugares públicos, nas diferentes formas de culturas, lazer e

diversão, na sexualidade, segundo Marisa Faernann Eiziric, em seu artigo “É preciso inventar

14

a inclusão.” (Pellanda, 2005)

Apresentam-se três conceitos ou definições de inclusão digital. Servem para

compreender ou ilustrar os diferentes entendimentos da questão:

A inclusão social vem a ser o combate à desigualdade na era da

informação. (Livro e-government);

● Estar incluído é ser capaz de participar, questionar, produzir, decidir,

transformar, é ser parte integrante da dinâmica social, em todas as suas

instâncias (Bonilla, 2001);

● II Oficina de Inclusão Digital – “O processo de inclusão digital deve ser

entendido como acesso universal ao uso das TICs, e como o usufruto

universal dos benefícios, trazidos por essas tecnologias.

A despeito desta variedade de definiçoes as TICs, ou meio digital, podem

ser uma ferramenta poderosa para facilitar a inclusão, pois permitem novas formas de relação

e mediação entre as pessoas, empresas, comunidades , escola e sociedade organizada,

possibilitando a alfabetização digital, no primeiro momento. Mas isto só é verdadeiro quando

existe compromisso dos agentes dento do processo de inclusão, ou seja, os aprendizes, alunos,

professores, monitores e gestores. Quando vamos visitar as nossas escolas públicas,

verificamos que, mesmo aquelas que receberam suportes tecnológicos, ou as conhecidas salas

de informática, têm um outro quadro distante do esperado pelos patrocinadores, ou seja, a

eficácia e/ou eficiência do processo de inclusão deixa algumas falhas, diferenciadas conforme

a região, a instituição ou a cultura.

As TIC fizeram e impulsionaram uma revolução não declarada, ao mesmo

tempo impuseram novas necessidades, novas formas de pensar, de trabalhar e de aprender. A

mediação nesta revolução torna-se cada vez mais indispensável e visível pelas desigualdades

que esse novo tempo gerou, e torna imperativo a figura do mediador, especialmente no

15

processo educacional com inclusão digital. Aqui estamos falando do agente do processo, quer

seja ela um professor, um monitor, um bibliotecário, um outro cidadão, podendo acontecer em

uma escola, em um telecentro, em uma ONG. Podendo ser uma iniciativa do Governo,

federal, estadual ou municipal, que consiga uma ponte de travessia do fosso que separa os

cidadãos globalizados dos cidadãos excluídos.

Segundo Cecília Leite (OLIVEIRA, 2003) uma boa mediação pode ser

considerada um caminho, ou mesmo um atalho para a inclusão. Outra recomendação é que a

escola e a biblioteca devem estar sempre juntas no processo educacional. A revolução

tecnológica gerou um modelo de organização social e nos impôs novas formas de ver, pensar

e aprender, resumidas nos seguintes pressupostos: a escola pública não prepara os alunos para

a inclusão digital na sociedade da informação; a capacidade de usar as TIC com autonomia

intelectual são o cerne da inclusão digital; o treinamento de mediadores (instrutores e

monitores) deve estar ancorado numa metodologia.

3.3 O Papel do Governo Eletrônico na Inclusão Digital

O secretário-executivo do Comitê Executivo do Governo Eletrônico,

durante o Fórum e-Gov e a 2.a Oficina de Inclusão Digital, realizada no dia 29 de maio de

2003, em Brasília, apresentou as novas políticas:

1. o e-governo federal dará prioridade à entrega de novos serviços de

interesse do cidadão, e não das agências do governo federal, ou dos

serviços mais fáceis de serem disponibilizados;

2. priorizará a articulação do e-governo da União com os e-governos dos

estados e municípios;

3. otimizará o uso da infra-estrutura de telecomunicações e de hardware e

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software para reduzir o custo unitário de entrega de serviços do e-

governo;

4. priorizará o incentivo, pelo e-governo federal, à criação de soluções

brasileiras, em que seja empregado o fator mais abundante no Brasil –

inteligência dos brasileiros – e menos os fatores escassos - capital e

divisas.

3.4 O Governo Eletrônico Como Elemento de Transformação Social

O Governo Eletrônico é instrumento de transformação da sociedade

brasileira, o que exige considerar os múltiplos papéis do Governo Federal neste processo. O

primeiro papel é o de promotor da cidadania. O Governo Eletrônico terá, nos cidadãos e nas

suas organizações, os parceiros mais importantes para definição do conteúdo de suas ações, de

forma a implementar uma via de mão dupla nas relações Estado-cidadãos, por meio de

tecnologias da informação e comunicação. Isto significa que o Governo Eletrônico deverá

orientar-se para as demandas dos cidadãos, enquanto indivíduos, bem como promover o

acesso e à consolidação dos direitos da cidadania, especialmente:

1. o direito de acesso aos serviços públicos;

2. o direito à informação;

3. o direito ao usufruto do próprio tempo pelo cidadão (economia de tempo

e de deslocamentos);

4. o direito a ser ouvido pelo governo;

5. o direito ao controle social das ações dos agentes públicos;

6. o direito à participação política.

O segundo papel do Governo Eletrônico é o de atuar como instrumento de

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mudança das organizações públicas, de melhoria do atendimento ao cidadão e de

racionalização do uso dos recursos públicos. Não se trata somente de colocar mais serviços

disponíveis na Internet, mas de fazer com que a sua presença na Internet beneficie o conjunto

dos cidadãos e promova o efetivo direito de acesso aos serviços públicos. Também não se

trata de promover um discurso vazio de “transparência” desqualificada, que torna a

informação disponível apenas para os iniciados, mas trata-se de promover um movimento em

direção à apropriação dos recursos de relacionamento entre governo e sociedade representada

por suas organizações, de forma a garantir que o Governo Eletrônico construa capacidades

coletivas de controle social e de participação política.

O terceiro papel do Governo Eletrônico é promover o processo de

disseminação da Tecnologia de Informação e Comunicação - TIC, para que esta contribua

para o desenvolvimento do país. Não basta que o governo funcione como exemplo indutor na

utilização de documentos eletrônicos e novas aplicações de suporte aos processos de trabalho,

numa perspectiva voluntarista, na qual o Governo Federal renuncia a um papel mais ativo na

sociedade. Sua intervenção deverá ir além do exemplo. Espera-se que possam emergir novas

empresas nacionais, novas tecnologias e ambientes colaborativos de desenvolvimento, que

preparem a superação do paradigma do software proprietário, de maneira a reduzir as

fragilidades brasileiras nos embates internacionais em torno da propriedade intelectual.

O quarto papel do Governo Eletrônico é a promoção, uso e disseminação de

práticas de Gestão do Conhecimento na Administração Pública. A Gestão do Conhecimento é

compreendida, no âmbito das políticas de Governo Eletrônico, como um conjunto de

processos sistematizados e articulados, capazes de incrementar a habilidade dos gestores

públicos em criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar informações e conhecimentos

estratégicos, que sirvam para a tomada de decisões, gestão de políticas públicas, e inclusão do

cidadão como produtor de conhecimento coletivo.

18

A política de Governo Eletrônico deve abandonar a visão do cidadão-

usuário antes de tudo como “cliente” dos serviços públicos. O deslocamento não é somente

semântico. Significa que o Governo Eletrônico tem como referência os direitos coletivos e

uma visão de cidadania que não se restringe ao somatório dos direitos dos indivíduos. Nesse

sentido, o Governo Eletrônico orienta-se da seguinte forma:

a) promover a universalização do acesso aos serviços públicos em termos

de cobertura e equanimidade da qualidade oferecida;

b) o provimento de serviços deverá priorizar serviços básicos de interesse

dos cidadãos;

c) os sítios e serviços “on-line” do Governo Federal deverão priorizar a

prestação de serviços para as classes C, D e E, sem prejuízo da qualidade

dos demais serviços já disponíveis na Internet;

d) os sítios e serviços “on-line” do Governo Federal deverão utilizar

tecnologias includentes e oferecer garantia de acesso universal,

abrangendo portadores de necessidades especiais, cidadãos de baixa

escolaridade e usuários de diversas plataformas;

e) o Governo Eletrônico deverá assegurar a impessoalidade no acesso aos

serviços públicos, como forma de garantir a sua utilização e de romper

com tradições clientelistas.

Como também, tornar disponível a informação pública de maneira acessível

e compreensível:

● os sítios e serviços “on-line” deverão ser estruturados de forma a

promover a transparência das ações governamentais;

● os recursos do Governo Eletrônico deverão oferecer novas formas de

organizar e apresentar a informação, de maneira a facilitar o controle

social das ações de governo;

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● deverão promover a quebra de monopólios de informação, tanto no

interior da Administração Pública quanto no conjunto da sociedade, de

maneira a ampliar e democratizar a circulação de informações.

Fazer uso da Internet como um canal de comunicação entre governo e

sociedade, permitindo a participação popular e a interatividade com os cidadãos:

● fortalecer processos participativos, o que significa incorporar recursos de

interatividade que estimulem a participação ativa da sociedade;

● contribuir para ampliar a capacidade de participação das organizações da

sociedade civil nas políticas públicas, não somente pela via da inclusão

digital, mas também pelo fortalecimento de conteúdos relevantes;

● disponibilizar a informação pública de maneira ampla, acessível e

compreensível;

● articular as ações do Governo Eletrônico com as ações de

desenvolvimento e inclusão social.

● contar com políticas de atualização sistemática e permanente das

informações oferecidas.

● Finalizando, o capital social é visto como fator fundamental para

melhorar a capacidade de um país em obter maiores vantagens

competitivas, por meio do estímulo ao capital intelectual e a crescente

percepção da sociedade em relação à sua inserção em uma nova

economia, baseada em redes de informações e seus possíveis impactos no

desenvolvimento do país. Portanto, existem vários organismos no

Governo, e fora dele estimulando e fazendo o acompanhamento das

iniciativas, das ações, dos projetos e programas de inclusão digital.

20

4 TELECENTRO

Telecentro é um espaço físico, supostamente de fácil acesso ao público, que

pretende oferecer serviços de informática e telecomunicações, num contexto de

desenvolvimento social, econômico, educacional e pessoal. A concepção do telecentro se

baseia no conhecido conceito de que, com acesso ao conhecimento, o cidadão tem o seu poder

aumentado.

O telecentro é formado por um Conselho Gestor e membros da comunidade,

que ajudam em sua fiscalização e gestão.

Das muitas atividades de um telecentro, podem-se citar:

acesso à informação;

oportunidade de fortalecer a capacitação profissional e

auto-expressão local.

Os telecentros servem para incentivar a participação da população em

debates de política pública, para melhorar a administração de recursos municipais e estaduais,

para dar apoio a empresários, para criar novas oportunidades de aprendizagem e para permitir

comunicação fácil entre as organizações locais.

Verificou-se a existência de duas modalidades de telecentros, que se

baseiam nos conceitos de:

custeio governamental, em que o governo aporta recursos para a

instalação e manutenção da infra-estrutura (inclusive a conexão na rede) e

arca com os custos de pessoal. Os equipamentos são novos e as instalações

modernas e atualizadas.

21

Esses telecentros utilizam, exclusivamente, software livre em uma

configuração básica. Têm ainda, espaço para cursos e reuniões comunitárias.

São geridos por entidades da própria comunidade e buscam priorizar suas

necessidades. Não há uma proteção legal, que garanta a continuidade dos

recursos e que torne o projeto imune a mudanças de governo. Ainda é cedo

para considerá-lo um êxito a longo prazo.

Custeio em parcerias, em que as instituições governamentais, não-

governamentais, empresas do setor privado e sociedade civil estão

envolvidas em sua implantação e custeio.

Ambas as modalidades contribuem para a diminuição dos índices de

exclusão digital, a revitalização de espaços comunitários e a produção de

comunicação comunitária.

Os telecentros incentivam novos empreendimentos, aumentam a qualidade,

estimulam a competitividade, auxiliam no crescimento da produção, na

geração de renda e empregos.

Na proporção em que telecentros crescem, haverá cada vez menos excluídos

e mais oportunidades para os cidadãos.

22

5 TELECENTRO DE INFORMAÇÃO E NEGÓCIO

5.1 Conceito

No ano 2000, a Secretaria Tecnológica Industrial, do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, desenvolveu o projeto denominado

Telecentro de Informação e Negócios (TIN) para atender à necessidade de combate à exclusão

digital.

Esse conceito conhecido por Telecentro de Informação e Negócios teve

origem no Comitê Temático de Informação, do Fórum Permanente das Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte, o qual, por sua vez, foi criado por meio do Decreto nº 3.474, de

19 de maio de 2000.

O Projeto foi aprovado na Segunda Reunião Plenária do Fórum Permanente

das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, em 2001, quando foi concebido como

alternativa para a inserção das micro e pequenas empresas (MPE) na sociedade da

informação.

Para ter sucesso, um negócio precisa de uma boa análise de mercado,

somada a bom gerenciamento e monitoramento de seus números. As atividades dos pequenos

negócios estão geralmente sob a responsabilidade do dono, que deve tomar as decisões de

forma mais rápida e eficaz.

A quantidade e a qualidade das informações de que o empresário dispõe

sobre seu negócio determinam a possibilidade de seu empreendimento obter sucesso. Para

tanto, é necessário que os micro e pequenos empresários tenham um bom conhecimento sobre

a organização, clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes e funcionários.

23

Os telecentros podem funcionar como ferramenta de capacitação de

empresários e trabalhadores, por meio de cursos e treinamentos presenciais e a distância.

Também oferecem serviços, possibilitam a criação de oportunidades de negócios e fortalecem

as condições de competitividade das empresas de micro e pequeno porte. Servem ainda como

ponto de referência para aproximar os empreendedores e empresários das instituições públicas

e privadas, assim como das organizações não-governamentais e a sociedade civil.

A instalação dos telecentros é feita prioritariamente junto a comunidades

onde as empresas de menor porte não dispõem de acesso ao mundo informatizado. O objetivo

é que funcionem como elemento indutor do crescimento e da consolidação dos pequenos

negócios, estimulando a geração de emprego e renda por meio da capacitação e da inclusão

digital.

Os benefícios deste programa são:

capacitação dos empresários e dos trabalhadores no uso das tecnologias

da informação;

desenvolvimento de novos negócios para perpetuar a posição competitiva

da empresa;

promoção da integração entre a comunidade empresarial e outras

entidades;

melhoria no nível de qualidade de produtos e serviços;

fortalecimento de projetos de arranjos produtivos e novas parcerias.

O modelo original, que continua em vigor, procura estabelecer os

telecentros em associações de microempresários que queiram adentrar no mundo da

informática. O melhor resultado, porém, é obtido entre os telecentros e os arranjos produtivos

locais.

24

No projeto dos TINs, não há a obrigatoriedade de usar software livre. É

possível a utilização também de software proprietário, desde que devidamente autorizado.

O primeiro telecentro do país foi inaugurado no Piauí em dezembro de

2001. Atualmente, 99 unidades estão em funcionamento. O crescimento do número de criação

dos telecentros deve-se à iniciativa da Secretaria de Tecnologia Industrial, do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao realizar novas parcerias. A meta do

governo federal é ter uma unidade de telecentro em cada município brasileiro até o final de

2006.

O custo de implantação de cada telecentro varia de R$ 30 a R$ 50 mil reais,

dependendo do espaço físico e das atividades a serem desenvolvidas. Os recursos provêm de

órgãos públicos, e de empresas privadas.

Desde dezembro do ano passado os telecentros contam com um portal que

oferece informações sobre agronegócios, apoio à micro e pequena empresa, artesanato,

ciência e tecnologia, comércio e serviço, comércio exterior, financiamentos e indústria. O

Portal de Informações e Negócios (PIN) oferece ainda links para “comunidades virtuais”, nas

quais os profissionais e empreendedores podem interagir e vir a conhecer novas

oportunidades de negócios. Podem ainda sugerir idéias, relatar experiências, verificar e

conhecer programas, projetos e ações.

5.2 Objetivos do Projeto TIN

Os objetivos básicos dos telecentros são a inclusão digital e social, a

capacitação e o empreendedorismo. Têm ainda como finalidade a orientação e o

assessoramento na formulação e coordenação da política nacional de desenvolvimento das

25

micro e pequenas empresas. Ao buscar o desenvolvimento econômico, também

disponibilizam o acesso a serviços e informações, bem como promovem a articulação entre as

diversas variáveis que interferem no ambiente onde está inserido.

São direcionados para:

a promoção e o exercício da cidadania;

a educação e a capacitação profissional;

a articulação;

o desenvolvimento local e

a integração da comunidade.

Na visão do executor do projeto dos telecentros no Serviço Brasileiro de

Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)-DF, Renato Castelo, “o objetivo dos

telecentros de informação e negócio é sensibilizar o micro e o pequeno empresário, por meio

das associações, e mostrar-lhes algumas facilidades que a tecnologia da informação pode

oferecer e que irão beneficiá-los de alguma forma. A idéia é que o empreendedor sinta-se à

vontade com o telecentro para acessar o seu correio eletrônico, consultar pedidos, dar

manutenção à sua página, dentre outras coisas". Renato Castelo lembra, ainda, que o Sebrae já

vem desenvolvendo alguns produtos com o perfil de utilização dos telecentros, como os

cursos virtuais oferecidos pela internet e disponíveis no endereço eletrônico:

http://educacao.sebrae.com.br.

A troca de informação entre os micro e pequenos empresários proporciona-

lhes melhor conhecimento na sua área de atuação. Com isso, eles podem identificar os

problemas da organização que inibem o sucesso empresarial, bem como apontar soluções e

considerar o uso de tecnologias na gestão empresarial como fator de sucesso.

26

Quanto mais conhecer o ambiente do negócio, aliados a novas técnicas e

conhecimentos, maiores serão as chances de sucesso do empreendedor.

5.3 Os desafios do Projeto TIN

O maior desafio do projeto TIN é a sustentabilidade.

"Alguns dos problemas potenciais dos TINs dizem respeito exatamente à

sua sustentabilidade", reconhece Roberto Jaguaribe, Secretário de Tecnologia Industrial do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Por isso, há muitas formas de

obtenção de novos aportes para os telecentros, como as parcerias com os bancos. Como

exemplos, podem-se citar a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que já participam do

projeto. "Outra possibilidade são as parcerias com as empresas de telecomunicações que têm

todo o interesse em se envolverem", lembra o secretário.

Outro desafio é tentar conscientizar o empresariado local, mostrando que o

número de micro e pequenas empresas com acesso à rede mundial de computadores é ainda

muito pequeno, ficando a maior parte delas alijadas das oportunidades que a nova sociedade

da informação oferece.

As instituições mantenedoras dos telecentros devem ser ativas junto ao

empresariado local. Não se pode falar em inclusão digital apenas para os empresários. Tem-se

que incluir o cidadão no projeto.

Os micros e pequenos empresários têm uma noção mais imediatista e, em

sua grande maioria, estão situados em comunidade de baixa renda. Com isso tem-se

dificuldade de inseri-los nos telecentros. A estratégia de trabalho deverá ser mais eficiente.

27

6 PESQUISA

6.1 Universo da Pesquisa

O Projeto TIN, conta com os chamados pontos de presença que são locais

onde o projeto atua disponibilizando os serviços de inclusão digital, complementado pelas

ações dos parceiros. Deve-se lembrar que o referido projeto constitui a principal ação de

inclusão digital na esfera do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Vamos analisar, por meio de depoimentos, as atividades desenvolvidas

pelos telecentros, o contexto em que estão ocorrendo e o crescimento sócio-cultural e

econômico dos telecentros.

O telecentro de Ceilândia, no Distrito Federal, foi o pioneiro.

28

7 DEPOIMENTOS

O ponto central da pesquisa baseou-se em depoimentos dos gestores dos

telecentros de informação e negócio do Distrito Federal. Inicialmente, a intenção era

entrevistar gestores, alunos e ex-alunos, para que a análise fosse melhor fundamentada. Isso

não foi possível, pois houve muita dificuldade e obstáculos para a marcação de entrevistas.

Por isso optou-se pela obtenção de depoimentos verbais, nos quais os referidos gestores

puderam livremente discorrer sobre os telecentros. Os três primeiros gestores a prestar

depoimento administram telecentros voltados para os micro e pequenos empresários. Devido

a sua peculiaridade, escolheu-se o telecentro rural para encerrar os depoimentos.

7.1 Telecentro da Ceilândia

Sr. Sebastião Gabriel, Gestor do telecentro de Ceilândia e Presidente da

Associação das Micros e pequenas e Empresas de Ceilândia

Participo do Forúm Permanente das microempresas e empresas de pequeno

porte, fazendo parte de um dos comitês temáticos como coordenador dos telecentros. Este

telecentro já tem 03 anos, foi criado em junho de 2002, o terceiro no país. Os recursos vieram

do Sebrae para adquirir os equipamentos e o mobiliário. O sistema operacional é da

Microsoft, empresa de software americana, e foi doação de uma organização não-

governamental, o Comitê Democrático de Informação (CDI), que atualmente não é mais

parceira. O projeto de telecentro de informação e negócio é audacioso e está dando tão certo

que hoje é o carro chefe do Forúm Permanente.

29

Oferecemos cursos constantemente, mas há ocasiões em que ficamos de um

a dois meses sem ministrá-los. No momento, não há cursos disponíveis porque os

computadores estão em manutenção, atualização e está sendo instalado um programa que

dispensará o instrutor para o curso básico, pois ele é auto-explicativo.

Esse telecentro é auto-sustentável, é a fonte de renda mais importante da

Associação das Micro e Pequenas Empresas da Ceilândia (ASMEC). A sustentabilidade é

uma questão de gerência. Os micros e pequenos empresários não pagam pelo curso. Nós

administramos e gerenciamos tudo. Por exemplo, os instrutores recebem um percentual da

mensalidade de cada aluno e não um salário mensal. É feito um contrato por curso e o

instrutor ganha por produção, o que o incentiva também a procurar alunos. Muitos trabalhos

são desenvolvidos para os micros e pequenos empresários por apenas um terço do que ele

pagaria em outra situação. O mais difícil é mobilizar o micro e pequeno empresário sobre a

necessidade da inclusão digital.

Dos 3 mil associados da ASMEC, apenas 300 foram capacitados. Não há

rejeição, e sim falta de informação, o empresário não tem noção da importância da

informática, da tecnologia na empresa dele. O Brasil tem que encontrar uma maneira de

divulgar e fazer com que o micro e pequeno empresário entenda a necessidade da inclusão

digital. A divulgação para os micros e pequenos empresários é feita em reuniões da

Associação. A comunidade local não é atendida, como deveria pela falta de recursos para

divulgar o telecentro. Estamos preparados para atender o micro e pequeno empresário na área

de desenvolvimento econômico, inclusive nós somos procurados por empresários de outras

cidades próximas para executar esses trabalhos.

30

7.2 Telecentro do Gama

Sr. Frazão, Gestor do Telecentro e Presidente da Associação da Micro e

Pequena Indústria do Gama .

Não sabendo precisar a data, disse que o telecentro, foi inaugurado acerca

de 08 meses. A associação tem vários objetivos, sendo que o maior deles é buscar terrenos

para instalar 400 indústrias, numa área situada na entrada da cidade. Com muita dificuldade,

chegou ao Governo Federal, surgindo oportunidade, junto ao Ministério de Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, adquirir o telecentro. Alcançamos o Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, através da Federação da Micro e Pequena

Empresa. É muito importante o telecentro, pois vai fazer a Inclusão Digital de uma categoria

antes esquecida, hoje lembrada, que são os mecânicos, os marceneiros, os carpinteiros, etc.

São pessoas com pouco esclarecimento (estudo) e que não têm acesso à

informática. Temos tido dificuldades de ensinar a eles a importância da informática. Eles

ficaram tanto tempo sem ter acesso e hoje acham que podem viver sem ela, principalmente os

mais velhos.

Fazemos uma reunião mensal, a cada primeira quinta-feira do mês, na qual

aproveitamos à aglomeração de pessoas e tentamos colocar para os empresários e seus

funcionários o quanto é importante a Inclusão Digital, para que eles possam se manter no

mercado, uma vez que hoje a informática está em todos os lugares e que caso eles não se

incluam aos novos tempos certamente serão marginalizados. Hoje temos dois modelos de

associação: as comerciais e das Micro e Pequenas Empresas. As comerciais são muito

elitizadas e não atinge o micro e pequeno empresário. Os micro e pequenos empresários são

muito negligenciados e, com isso, surgiu a necessidade de se ter uma Associação voltada para

eles.

31

A micro e pequena empresa cresceram demais, hoje estamos com a Lei

Geral, no dia em fomos levá-la para o Congresso havia mais de 5.000 pessoas. Ela está se

organizando em todos os Estados e em Brasília é forte e tem uma Federação. Nós não

tínhamos acesso ao SEBRAE, hoje temos, não tínhamos acesso aos bancos, hoje temos. As

parcerias são com o MDIC, o ITAÚ-TEC, SEBRAE e a FEDERAÇÃO. No Brasil 70% dos

empregos formais estão nas micros e pequenas empresas e o governo viu isso e começou a

investir nelas. Antigamente, os carros eram carburados e hoje tem processador, e possuem um

computador dentro do motor do carro. Caso o profissional não entenda de informática, ele não

sabe executar o serviço. É preciso a busca da informação, com o acesso ao telecentro, o

cidadão vai aprender e, assim, vai administrar melhor, vai ter conhecimento.

Aqui há vários cursos. Quando solicitamos curso ao SEBRAE, ele manda

seu instrutor que ministra as aulas no telecentro e cobra-se apenas uma taxa. O telecentro é

sustentado pelo próprio aluno, o que é uma dificuldade.

O micro e pequeno empresário não tem tempo para fazer curso durante o

dia. Abrimos inscrição para novas turmas e estamos com 26 pessoas inscritas. A maior

procura é para turma da noite. Temos dificuldade de pagar instrutores que ministrem os cursos

e também em adquirir o software da Microsoft, pois o nosso telecentro ainda não é auto-

sustentável.

Antônio Dourado, instrutor do telecentro

Percebi que as pessoas não estavam interessadas em fazer curso básico de

informática, então fizemos uma pesquisa junto às empresas para saber quais eram suas

prioridades para atendermos melhor. Antes, só preocupávamos com o curso básico, agora

estamos buscando atender as empresas. A grande dificuldade no momento é que o software

utilizado, o linux (livre), não interessa muito, porque todos os empresários trabalham com a

32

Microsoft. Formamos umas trinta pessoas. Precisamos fazer propaganda para que a

comunidade local saiba e nos procure, temos como oferecer cursos mais especializados. O

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior forneceu a programação dos

cursos, o qual nós resumimos em uma apostila. Mesmo assim, o empresariado local não

gostou e disse que não atendia suas necessidades, por isso estamos mudando. O brasileiro

como um todo é muito imediatista e a inclusão digital só vai acontecer a longo prazo.

7.3 Telecentro de Planaltina/DF

Sr. Douglas, gestor do telecentro de Planaltina

A Associação comercial de Planaltina obteve informação sobre telecentro,

através de o projeto empreender do SEBRAE. O presidente da associação da época, com uma

visão futurista, abraçou o projeto de telecentro. Implantando o telecentro em espaço físico da

associação, como também arcando com variadas despesas. O telecentro foi implantado em

parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e SEBRAE,

em outubro de 2003. Como o SEBRAE exigiu que fizéssemos seguro dos equipamentos, só

em fevereiro de 2004, começamos a funcionar efetivamente.

O Banco do Brasil tornou-se também nosso parceiro, para a reforma das

instalações, onde estava sendo implantado o telecentro. Em contrapartida, imediatamente após

o início do telecentro, demos treinamento para micro e pequenos empresários, indicados pelo

banco. O curso ministrado foi o de gerenciador financeiro do banco, que é uma ferramenta

voltada para o micro e pequeno empresário.

33

As três primeiras turmas foram compostas por públicos bem distintos. Uma

foi infantil de 09 a 12 anos, a outra de jovens entre 14 e 17 anos e a terceira de empresários no

horário noturno.

Após a conclusão dessas três turmas, aumentou a procura por atendimento e

serviços, mas diminuiu a procura por cursos. O que nos interessa efetivamente não é só curso,

é que o micro e pequeno empresário venha fazer negócio.

O vértice do projeto é empreender através da inclusão digital. Mostrar para

o empresário que as ferramentas estão aí e que ele pode estar utilizando o telecentro. Somos

diferenciados por isso e cada vez mais a parte de serviços tem crescido.

O telecentro funciona como uma empresa. Todo serviço prestado ao micro e

pequeno empresário ou à comunidade local, é cobrado. O nosso telecentro ainda não é auto-

sustentável. A despesa do telecentro é estimada em 5.890 reais, sendo variável.

A partir do mês de outubro estaremos ministrando palestras gerenciais com

o SEBRAE e procurando mostrar ao micro e pequeno empresário o quanto é importante, a

tecnologia da informação, para sua empresa e a melhor forma de utilizá-la. Como também,

informando, aos micro e pequenos empresários que tudo o que está sendo mostrado nas

palestras ele pode obter dentro do telecentro. Com isso pretendemos aumentar o número de

usuários no telecentro, para que possamos alcançar a auto-sustentabilidade.

Muito lentamente temos conseguindo mostrar ao empresariado local a

necessidade e inclusão social. O empresário tem muito medo da tecnologia, principalmente o

de Planaltina, que é muito antigo. Fizemos um levantamento e detectou-se que a faixa etária

do empresariado do local está acima de 45 anos. Percebe-se que com os mais jovens é mais

fácil de trabalhar a nova tecnologia.

34

O telecentro utiliza dois sistemas operacionais, o livre (Linux) e o

proprietário (Microsoft), que ganhamos do Comitê Democrático da Informação (CDI). No

momento estamos funcionando, com uma turma à noite, fazendo o Linux e uma pequena

turma de 06 pessoas, no Excel avançado. O telecentro não é só de informação e negócio, é

(TIN-EI) telecentro de informação e negócio e escola de informática. O público é misto.

O acompanhamento e treinamento nos telecentros deverá ser executado pelo

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, como estavam preocupados

em expandir a rede, isso ainda será feito.

7.4 Telecentro Rural do Distrito Federal

Sra. Janilde Feitosa, Gestora do telecentro rural

O Sindicato Rural, inaugurado em 2003, congrega diversas associações e

produtores independentes que atuam na produção agropecuária do DF. Seus associados são,

na maioria, pequenos, médios e grandes produtores rurais. Conta com 700 associados

efetivos, sua finalidade estatutária é : “ ...o estudo, a instrução, o debate, a busca de soluções,

a divulgação, a defesa e a coordenação das questões de interesses das categorias econômicas

que representa, bem como a difusão e a propagação da cultura em geral e em particular, a

rural, sob todos seus aspectos”. Com o intuito de defender o interesse dos associados, o

Sindicato Rural pretende, com a implantação do Telecentro, incentivar o acesso e domínio das

tecnologias que possibilitem o uso profissional da Internet, gerando emprego e renda de

melhor qualidade no futuro. Para tanto, sua manutenção é fomentada pelo Sindicato Rural. A

implantação veio da necessidade de o Distrito Federal ter uma agricultura de excelência como

capital da República que está se transformando rapidamente em importante pólo de

35

desenvolvimento, como também, importante centro de difusão de tecnologia com sede na

Embrapa e com uma posição geográfica privilegiada. Uma estrutura fundiária adequada, sem

predominância de grandes propriedades que podem pagar pela difusão de tecnologia. Temos

empresários de excelente potencial para adequação de tecnologia, e com isso, a necessidade

de informatização no meio rural para atingir o objetivo proposto pelo Sindicato: “Agricultura

de excelência”, para exemplo no País.

Temos como objetivo permitir aos associados obter aprendizado na

tecnologia da informação e comunicação. Treinamento em uso de softwares específicos,

cursos de informática e empreendedorismo, acessam a informações de negócios disponíveis

na Internet através de sites do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,

do Fórum Permanente e do SEBRAE. No site há desenvolvimento de páginas Web,

participação em rodas de negócios, como ferramentas de apoio e ampliação das oportunidades

de negócios para o empreendimento, um espaço adicional para venda de produtos, em rodadas

virtuais. Vai representar a inclusão no processo digital dos produtores rurais e demais

membros da sociedade de informação e comunidade em geral. Esse telecentro é diferenciado

dos demais por ter uma peculiaridade que é a de trazer o produtor para a cidade para ser feito

a inclusão digital. No campo, a dificuldade de desenvolver esse telecentro é muito grande

devido ao problema de telefonia rural e de energia elétrica. Funciona durante os períodos de

safra e safrinha do DF. Em alguns meses, o telecentro fica inoperante, mas com funções para

o produtor que reside na cidade: atualização da bolsa ou alguma outra informação que ele

queira.

Os nossos parceiros são:

SENAR/DF – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – realiza diversos

cursos voltados para área rural;

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ARCO/DF – Agência Regional de Comercialização – intervém junto aos

produtores assentados para facilitar na comercialização e escoamento de seus produtos.

EMATER/DF – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF –

presta assistência técnica aos produtores rurais e facilita a divulgação do telecentro por meio

de seus escritórios rurais, aproveitando assim toda sua capilaridade com pontos de apoio no

DF;

SEBRAE/DF – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

do DF - como parceiros em arranjos produtivos locais e vários ações do Sindicato em prol dos

associados.

Todos os custos são subsidiados com recursos da contribuição dos

associados e da verba da contribuição sindical da CNA – Confederação da Agricultura e

Pecuária do Brasil.

Foram beneficiados pelo telecentro cerca de 150 produtores. Pretendemos

atingir aproximadamente 2.700 inscritos. Os produtores beneficiados puderam pela Internet,

vender seus produtos com valores superiores, puderam retirar certidões negativas, títulos

bancários, impostos, declarações de Imposto de Renda e Imposto Territorial Rural, criar

home-pages e sites, marcações de consultas via Internet e outros.

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8 AVALIAÇÃO

Neste processo de avaliação dos telecentros do Distrito Federal, fez-se uma

análise da meta dos telecentros e seu alcance junto aos micro e pequenos empresários, no que

se refere à inclusão digital e ao empreendedorismo.

Segundo o gestor federal do projeto de telecentros de informação e negócio,

são sete os telecentros implantados no Distrito Federal. Dois deles estão completamente

fechados e um ainda não foi inaugurado. De fato, apenas quatro apresentam alguma atividade.

Avaliando-se esses quatro telecentros, observou-se que o funcionamento

está muito aquém do seu potencial, pois ficam ociosos a maior parte do tempo, com poucas ou

nenhuma atividade sendo desenvolvida.

Para os gestores entrevistados, as maiores barreiras são a falta de

familiaridade do micro e pequeno empresário com o computador e a falta de confiança na

nova tecnologia, o que resulta na falta de motivação de possíveis beneficiários e na evasão de

alunos.

Constatou-se que vários fatores influenciam esse subaproveitamento, a

começar pela falta de um planejamento adequado para sua implantação dos mesmos. Melhor

localização, maior divulgação institucional e um eficiente gerenciamento são necessários para

seu bom funcionamento.

O telecentro da cidade satélite de Ceilândia tem uma localização

privilegiada por encontrar-se ao lado de uma faculdade e do SENAC. Entretanto, o prédio que

o abriga está em estado precário. O gestor do telecentro acumula diversas funções o que o

impossibilita de executar um bom gerenciamento.

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O telecentro da cidade satélite do Gama está localizado numa rua de difícil

acesso de um setor de oficinas. Suas instalações são boas. O gestor acumula diversas funções,

inclusive é proprietário de uma micro empresa, o que lhe deixa pouco tempo para se dedicar

ao funcionamento do telecentro.

O telecentro da cidade satélite de Planaltina encontra-se muito bem

localizado, com excelentes instalações. O gestor é bem articulado, entende da área de

informática, é detentor de uma bolsa de estudos do CNPq e presta serviços ao Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O telecentro rural se localiza na Asa Sul, na sede do sindicato rural do

Distrito Federal. Suas instalações são boas. É totalmente atípico, pois só funciona em

determinadas épocas do ano. Seu usuário é o proprietário rural. Pouco assiste ao verdadeiro

trabalhador rural em virtude de sua localização ser urbana. Atende mais ao médio produtor. A

comunidade próxima não sente necessidade de freqüentá-lo já que em sua grande maioria

pertence à classe média. São portanto já incluídos digitalmente. As dificuldades de

implantação e funcionamento dos telecentros no campo já foram explicadas no depoimento da

gestora do telecentro. Todas as suas atividades são gratuitas e o Sindicato Rural arca com a

sua manutenção integral.

Dos objetivos específicos propostos no início deste trabalho constatou-se

que as infra-estruturas são boas, com exceção do telecentro da Ceilândia. O mais bem

estruturado deles é o de Planaltina.

Em geral seus equipamentos apresentam o mesmo nível de qualidade. A maior

dificuldade reside na manutenção e atualização tecnológica, tanto dos equipamentos como do

sistema operacional.

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Analisando-se a gestão dos responsáveis pelos telecentros, verificou-se que

o grande obstáculo consiste na falta de dedicação exclusiva dos gestores. Faltam incentivos,

inclusive de natureza financeira, para se remunerar gestores qualificados que possam exercer

plenamente a função. Geralmente encontram-se eles envolvidos em múltiplas atividades,

como por exemplo, Comitê Temático, Federação, Associação, negócios particulares e

inclusive carreira política. Deduz-se que não lhes sobra tempo para se dedicarem ao

telecentro.

As atividades realizadas consistem nos cursos básicos e na prestação

individual de serviços diferenciados ao usuário. Contudo, essas atividades representam em

torno de 18% do tempo útil dos telecentros ficando eles ociosos a maior parte do tempo.

A análise dos produtos gerados revela um percentual muito baixo de

aproveitamento, com a capacitação de um pequeno número de empresários e outros membros

da comunidade local de cada telecentro. Os outros serviços oferecidos têm um potencial

maior ainda a ser explorado.

Como já se explicou, somente com o melhor aproveitamento do tempo e dos

equipamentos, poderão os telecentros apresentar resultados condizentes com sua proposta

inicial. Observou-se que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,

como o principal gestor do projeto, preocupa-se muito mais com a implantação de novas

unidades. Fica assim a qualidade em segundo plano. É necessário haver uma preocupação

maior com o efetivo e pleno funcionamento das unidades já implantadas. A inclusão digital

está sendo feita a passos lentos e no que se refere ao empreendedorismo, pouco tem sido feito.

Percebe-se a necessidade de que os executores do projeto se preocupem mais com os

resultados. Além disso, não há acompanhamento nem avaliação por parte dos órgãos

envolvidos, o que evidencia falta de comprometimento com o projeto.

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A título de sugestão, os telecentros poderiam, em primeiro lugar, fazer um

diagnóstico dos problemas enfrentados pelos micro e pequenos empresários. Dessa forma

poderiam proporcionar-lhes um processo educacional e social. Assim, os telecentros estariam

melhorando o desempenho da gestão de cada micro e pequeno empresário e contribuindo para

o desenvolvimento efetivo da região.

Sabe-se que o desempenho de uma organização é avaliado em função de sua

eficácia e eficiência. Quanto maior a capacidade dessa organização em cumprir a finalidade

para qual foi concebida, maior será sua eficácia, avaliada ao se comparar os objetivos com os

resultados. Nesse sentido, a inclusão digital é de suma importância para o bom desempenho e

desenvolvimento das micro e pequenas empresas brasileiras.

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CONCLUSÃO

O processo de capacitação profissional tem que estar aliado ao

desenvolvimento social e pessoal para que a qualificação tenha êxito. Acredita-se que

medidas inovadoras contribuam decisivamente para a melhoria das condições

empreendedoras. O ponto estratégico consiste em criar uma sociedade capaz de gerir seus

próprios negócios com competência. Assim fazendo, essa sociedade estará garantindo sua

sobrevivência, criando novos empregos e melhorando a qualidade de vida de toda a

comunidade na qual estão inseridas as empresas.

Apesar de as micro pequenas empresas terem capacidade de geração de

empregos, sua participação em outros indicadores de desempenho da economia é pequena.

Sua inclusão digital lhes conferirá maior competitividade. Também lhes permitirá reduzir

custos, melhorar o processo de vendas e o atendimento ao cliente. Ademais, ajudará a ampliar

o acesso a informações sobre os seus consumidores e fornecedores. Por fim, de posse das

modernas tecnologias, terão mais condições de acesso aos mercados, inclusive os externos.

Observou-se que há uma série de lacunas a serem preenchidas. As técnicas

de gerenciamento precisam ser aperfeiçoadas para que as MPEs possam responder mais

adequadamente às suas necessidades. A aplicação dos conhecimentos adquiridos por meio de

tecnologias acessíveis e adaptadas a cada empresa fará com que obtenham um melhor

desempenho.

Os resultados mostraram que muito ainda precisa ser feito para atrair e

convencer os empresários da importância da tecnologia de informação. Somente assim o

associativismo ou cooperativismo estará agregando valores e fortalecendo a categoria

empresarial.

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REFERÊNCIAS

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