tecnews - 30/07/14

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30 | 07| 2014 www.grupoastral.com.br .br Os últimos três anos da vida de Otávio Aparecido Costa Sanches, 54 anos, estão resumidos nas poucas linhas escritas por ele em quatro agendas. Morador em Lins, no interior de São Paulo, o ho- mem convive com um problema na memória e se lembra apenas dos quatro últimos dias que viveu. O restante ele nem sabe que existiu. Todas as recordações sobre a juventude, os ami- gos e familiares, por exemplo, foram apagadas. Por isso, ele passou a anotar os fatos mais impor- tantes em agendas. São páginas e páginas de anotações que servem de memória e também para que ele não desaprenda a escrever. “É como quando você lê um livro de história. Você sabe que aquilo aconteceu, mas você não vivenciou. É assim que eu me sinto ao ler o que eu mesmo escrevi. Sei que aquilo aconteceu porque está escrito, mas eu não lembro”, explica. Seis horas por dia, em média, ele dedica a rever todas as anotações feitas, além de estudar português, matemática, geografia e as placas de trânsito no computador. Noções básicas para conviver em sociedade. O que levamos anos para aprender, Otávio memoriza em algumas horas. Todos os dias, acompanhado da esposa, Sueli da Silva Costa Sanches, 54, ou do filho, Fábio da Silva Costa Sanches, 31, ele dirige pelas ruas do bairro para não esquecer como é, e para não se perder. Sueli conta que o problema surgiu em meados de 2004. “Ele me contava que passava por uma rua, mas não lembrava do quarteirão anterior. Que alguns pedaços do caminho ele não sabia como tinha percorrido. E também não comia, só tomava água, leite, tinha insônia, sempre ficava nervoso e teve depressão. Depois veio o esquecimento”, lembra. Ela diz que o fato determinante para que a família procurasse um médico foi quanto Otávio não se recordou de um amigo de infância. “Perguntei sobre um amigo dele, que eles cresceram juntos, mas ele não estava lembrando. Eu não conseguia acreditar que ele não se lembrava. Pe- gamos o carro, passamos em frente à casa do rapaz e ele não reconheceu. Entrei em desespero”, lembra. Naquele ano, os exames feitos no Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP) apontaram uma lesão no lóbulo temporal direito do cérebro causada pela exposição excessiva e intoxicação por organofosforado, substância encontrada em inseticidas. Com isso o homem foi afastado do trabalho para tratamento médico. INTOXICAÇÃO DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE EPI´S PODE TER CAUSADO LESÃO NO CÉREBRO DE HOMEM Fonte: Terra

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Informativo semanal com noticias sobre o mundo das pragas.

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Os últimos três anos da vida de Otávio Aparecido Costa Sanches, 54 anos, estão resumidos nas poucas linhas escritas por ele em quatro agendas. Morador em Lins, no interior de São Paulo, o ho-mem convive com um problema na memória e se lembra apenas dos quatro últimos dias que viveu. O restante ele nem sabe que existiu.

Todas as recordações sobre a juventude, os ami-gos e familiares, por exemplo, foram apagadas. Por isso, ele passou a anotar os fatos mais impor-

tantes em agendas. São páginas e páginas de anotações que servem de memória e também para que ele não desaprenda a escrever.

“É como quando você lê um livro de história. Você sabe que aquilo aconteceu, mas você não vivenciou. É assim que eu me sinto ao ler o que eu mesmo escrevi. Sei que aquilo aconteceu porque está escrito, mas eu não lembro”, explica.

Seis horas por dia, em média, ele dedica a rever todas as anotações feitas, além de estudar português, matemática, geografia e as placas de trânsito no computador. Noções básicas para conviver em sociedade. O que levamos anos para aprender, Otávio memoriza em algumas horas. Todos os dias, acompanhado da esposa, Sueli da Silva Costa Sanches, 54, ou do filho, Fábio da Silva Costa Sanches, 31, ele dirige pelas ruas do bairro para não esquecer como é, e para não se perder.

Sueli conta que o problema surgiu em meados de 2004. “Ele me contava que passava por uma rua, mas não lembrava do quarteirão anterior. Que alguns pedaços do caminho ele não sabia como tinha percorrido. E também não comia, só tomava água, leite, tinha insônia, sempre ficava nervoso e teve depressão. Depois veio o esquecimento”, lembra.

Ela diz que o fato determinante para que a família procurasse um médico foi quanto Otávio não se recordou de um amigo de infância. “Perguntei sobre um amigo dele, que eles cresceram juntos, mas ele não estava lembrando. Eu não conseguia acreditar que ele não se lembrava. Pe-gamos o carro, passamos em frente à casa do rapaz e ele não reconheceu. Entrei em desespero”, lembra.

Naquele ano, os exames feitos no Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP) apontaram uma lesão no lóbulo temporal direito do cérebro causada pela exposição excessiva e intoxicação por organofosforado, substância encontrada em inseticidas. Com isso o homem foi afastado do trabalho para tratamento médico.

INTOXICAÇÃO DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE EPI´S PODE TER CAUSADO LESÃO NO CÉREBRO DE HOMEMFonte: Terra

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INFESTAÇÃO DE PIOLHO DE POMBOS FAZPREFEITURA SUSPENDER AULASFonte:diarioweb.com.br

As aulas do Centro Educacional Victória Maldonado Cazarine, em Severínia (SP), foram suspensas devido a uma infestação de piolho de pombos. Pelo menos dez alunos foram picados e passa-ram por atendimento na Unidade Básica de Saúde. Na manhã de quinta-feira, 24, a Secretaria de Educação da prefeitura suspendeu as aulas até segunda-feira, 28. De acordo com pais e alunos, os pombos estão por todo o colégio, principalmente no telhado e no pátio. A escola recebe alunos do ensino fundamental do 5º ao 9º ano.

A picada do piolho acarreta coceira. Mas a presença das aves oferece risco por outros motivos. As fezes são causadoras de vários tipos de doenças, entre elas criptocose, que pode levar à menin-gite, histoplasmose, que provoca doenças pulmonares, e a salmonelose, que acarreta distúrbios gastrointestinais. A Vigilância Sanitária está analisando o caso e estudam uma dedetização na escola. Outra medida, que já está em andamento, é a colocação de telas para evitar a entrada dos pombos em forros.

Otávio desempenhava a função de agente de controle de pragas no Centro de Controle de Ve-tores da Prefeitura de Lins e, durante 10 anos, manipulou e aplicou inseticidas diariamente. “Não tinha equipamentos de proteção adequados. Isso me contaminou”, relata.

Outro neurologista apontou também o mal de Alzheimer, doença neuro-degenerativa, como possível causa dos esquecimentos. Com esse diagnóstico, Otávio foi aposentado por invalidez em maio de 2013.

“Eu não acreditava no diagnóstico. Fica até de madrugada pesquisando na internet sobre a doença. Chorando e pesquisando. O Alzheimer não tem os mesmos sintomas porque com ele a pessoa esquece o presente e vai viver lá no passado. A memória recente não tem, mas a passada tem. E não tem esse poder de organizar as coisas que os médicos chamam de parte cognitiva. Isso, graças a Deus, ele tem”, explica Sueli.

Sem estar convencida do diagnóstico a família continuou a busca incessante por uma resposta. De 2004 até hoje o homem já passou por 18 médicos e recebeu 14 diagnósticos diferentes, mas nenhum conclusivo e que aponte a verdadeira causa da perda de memória. “Os médicos falam que é complicado e que não é todo dia que aparece um problema assim”, conta a mulher.

A família corre contra o tempo em busca de uma solução já que, em 2011, os esquecimentos aconteciam em períodos de 7 dias. Após três anos, Otávio consegue se lembrar apenas do que aconteceu nos últimos quatro dias. Para ele o mais difícil é não se lembrar do filho mais novo, Felipe, que mora em Araçatuba (SP).

“Eu sei que ele é meu filho porque eu vejo na fotografia e os outros me falam. Mas eu não sei como ele é, o jeito dele. Quando ele telefona aqui em casa espero ele falar primeiro pra saber o que dizer”, lamentou Otávio, emocionado. Em uma das páginas das agendas está registrada a última visita do filho. “Felipe passou o dia aqui em casa. Milena é bem pequenininha”, diz a anota-ção, referindo-se à nora. Até as coisas mais simples do dia a dia, foram apagas da memória, como a chuva. “Choveu aqui ontem. Eu vi, achei esquisito”, disse.

GOIÂNIA REGISTRA NESTE ANO 25 CASOS DE LEISHMANIOSE, DOENÇA TRANSMITIDA POR MOSQUITO-PALHAFonte: jornalopcao.com.br

O Hospital de Doenças Tropicais Dra. Anuar Auad (HDT) registrou de janeiro ao final de junho deste ano 25 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), nú-mero que representa exatamente a metade dos casos registrados em 2013. Pela incidência no Esta-do, o hospital goiano tornou-se referência nacional no diagnós-tico e no tratamento da doença infecciosa e, por esse motivo, recebe, nesta quarta-feira (23/7), a

visita do professor Leo Joosten, pesquisador na área de imunologia de uma universidade pública da Holanda.

O médico holandês da Radboud University conhecerá o trabalho realizado pelo hospital, que oferece, há mais de 35 anos, assistência especializada na área de doenças infecciosas em Goiás.

A doença, conhecida como “úlcera de bauru” e “ferida brava”, é transmitida pelo mosquito-palha e caracteriza-se por apresentar feridas indolores na pele e nas mucosas do indivíduo afetado. Por ano aproximadamente dois milhões de novos casos de leishmaniose são registrados no mundo, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e no Brasil, o Ministério da Saúde estima que quase três mil pessoas sejam contaminadas pela doença.

A LTA provoca úlceras na pele e nas mucosas oral e nasal. O tratamento consiste na administra-ção de medicamentos específicos e acompanhamento especializado até a alta definitiva.

Segundo o Ministério da Saúde, as medidas preventivas devem visar a redução do contato entre o homem e vetor. A melhor forma de se prevenir contra a doença é utilizar mosquiteiros com malha fina, fazer a telagem de portas e janelas, usar repelentes, realizar a limpeza dos quintais, terrenos e praças, eliminando fontes de umidade, além de deixar que os animais domésticos não fiquem dentro de casa, ou seja, medidas de higiene e conservação ambiental que evitam a proliferação do inseto.

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