tecnews - 27/08/14
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Informativo semanal com notícias sobre o mundo das pragas.TRANSCRIPT
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Pela primeira vez uma vacina contra o vírus chega à última fase de testes para ser lançada no mercado. Mas especialistas afirmam que substância pode causar problema maior em vez de combater a doença.
“Nós estamos no caminho de tornar a dengue uma doença possível de prevenir por vacina “, afirma John Shiver, vice-presidente para pesquisa e desenvolvimento da Sanofi Pasteur. A com-panhia farmacêutica francesa comemora os resultados da fase 3 de testes na Ásia, que foram publicados na revista especializada The Lancet em meados deste mês.
A substância chamada CYD-TDV mostrou ter uma eficácia de 56,5% contra a dengue em crian-ças e adolescentes de entre 2 a 14 anos. “É muito menos do que nós esperávamos”, avalia, porém, Annelies Wilder Smith, pesquisadora da Universidade Tecnológica Nanyang em Cingapura.
A especialista participou da fase anterior do desenvolvimento da vacina, mas não da terceira. “Nós esperávamos mais de 90% de eficácia”, afirma a especialista, que destaca, porém o simples fato de a pesquisa ter chegado à fase 3 de testes.
Essa fase é a final e mais cara no desenvolvimento de uma vacina e ocorre antes de a companhia poder tentar registrá-la e levá-la ao mercado. Somente pesquisas bem avançadas chegam a esse ponto, e foi a primeira vez que uma vacina contra dengue foi tão longe.
VACINA CONTRA DENGUE CHEGA À FASE 3, MAS DIVIDE CIENTISTASFonte: Terra
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“Nós esperamos por um longo tempo o resultado desse estudo”, conta Jonas Schmidt Chanasit, diretor do departamento de diagnose de vírus do Instituto Bernhard Nocht, de Hamburgo. Ele diz que a boa notícia é que a vacina é segura e não produz efeitos colaterais.
A eficácia de 56% significa que o número de infecções poderia ser reduzido pela metade. O teste mostrou, além disso, que a vacina diminuiu o número de casos graves de dengue em 88,5%.
Proteção parcial
Estima-se que, por ano, 500 mil pessoas sofrem de casos graves da doença – a dengue hemorrá-gica pode levar à morte.
“O protótipo de vacina tem potencial de ter um impacto significativo na saúde pública, tendo em vista a alta carga da doença em países endêmicos”, opina Maria Rosario Capeding, do Insti-tuto de Pesquisa de Medicina Tropical das Filipinas e diretora do estudo. “A redução de 50% dos casos de dengue no mundo já é, por si só, um avanço.”
Mas, para Chanasit, o tratamento não pode ser considerado um sucesso completo, pois a prote-ção não é a mesma para os quatro subtipos da doença e isso pode ser perigoso.
Os quatro subtipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) coexistem em países com áreas endêmicas. Ao longo da vida, pessoas podem ser infectadas com os quatros seroti-pos. Se alguém desenvolve imunidade contra um, não há necessariamente proteção contra os outros três.
A vacina da Sanofi Pasteur protege com uma eficácia de 75% contra os serotipos DEN-3 e DEN-4. Já para o DEN-1 a proteção é de 50%, e para o DEN-2, de apenas 35%. Um resultado decepcio-nante, avalia Smith, pois em muitas regiões, como o Brasil, o tipo mais frequente do vírus da dengue é o 2.
Novos testes
Segundo Chanasit, há possibilidade de que a vacina piore a situação da doença em países en-dêmicos. Por um lado a vacinação poderia controlar alguns subtipos da dengue, mas por outro poderia fortalecer outros.
“Isso poderia criar um problema enorme”, afirma o especialista. Ele explica que, se alguém com imunidade alta contra alguns subtipos é infectado por outro, o curso da doença é mais severo do que em pessoas sem qualquer imunidade. Isso, segundo ele, se deve a um fenômeno chamado de amplificação dependente de anticorpos.
“Muitos cientistas e médicos aprenderam que a amplificação dependente de anticorpos acon-tece quando há uma resposta de anticorpos desequilibrada. Mas isso é um conceito teórico que não foi comprovado ainda”, pondera, por sua vez, Smith.
A pesquisadora de Cingapura diz que os dados do teste clínico revelaram o oposto. “Mesmo que ela proteja somente contra os tipos 1, 3 e 4, é provável que continue protegendo com doenças mais graves de todos os serotipos”, argumenta.
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FEBRE CHIKUNGUNYA: SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇAFonte: revistagalileu.globo.com
Febre, mal-estar e dores nas articulações são os princi-pais sintomas da febre chikungunya, uma doença viral, parecida com a dengue, transmitida por mosquitos e cuja ocorrência, segundo informações do Ministério da Saúde, era restrita há algumas décadas a áreas do continente africano.
Nos últimos anos, porém, vários casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa, e mais recente-mente, em ilhas do Caribe, Guiana Francesa e Venezuela.
No Brasil foram confirmados 20 casos de chikungunya este ano, todos com origem fora do país.
Histórico da doença
A febre chikungunya foi identificada pela primeira vez na Tanzânia, no início de 1952, e desde então têm sido relata-
dos surtos periódicos da doença na Ásia e no continente africano.
De acordo com o estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), o nome chikungunya tem sua origem em uma palavra em maconde (língua dos povos macondes que habitam o norte de Moçambique e o sul da Tanzânia) que significa “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparên-cia encurvada dos pacientes que se contorcem por causa das dores intensas nas articulações.
Sintomas
O vírus causador da doença é o CHIKV, do gênero Alphavirus, que provoca febre alta, conjuntivi-te, dor e inchaço nas articulações (especialmente nas mãos e nos pés), além do aparecimento de pequenas pústulas na pele (exantema) e de outros sintomas característicos da virose como dor de cabeça, dor muscular, vômito e fadiga.
Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.
A febre chikungunya, no entanto, costuma ter menos complicações que a dengue e não há registro de forma de manifestação hemorrágica da doença, sendo as mortes relacionadas à infecção por CHIKV bastante incomuns.
Transmissão
São dois os principais vetores do CHIKV: os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, muito comuns nas áreas tropicais, mas também presentes em latitudes mais temperadas.
Após contato com o vírus, os mosquitos tornam-se capazes de transmitir o vírus em cerca de dez dias a um hospedeiro suscetível, tal como o ser humano. Este, depois de ser picado pelo mos-quito infectado com o vírus, leva de três a sete dias para começar a sentir os sintomas da doença.
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A FÁBRICA DE MOSQUITOFonte: Carta Capital
Passados os sintomas, o paciente deixa de transmitir a doença.
Para se ter uma ideia da capacidade de propagação da doença, em 2006, um surto da epidemia atingiu a Índia ocasionando mais de 1,5 milhões de casos.
De acordo com a OMS, as autoridades locais de saúde devem ficar alertas, pois dada a distribui-ção dos vetores (mosquitos) pelas Américas, toda a região se torna muito suscetível à introdução e à propagação do vírus.
Tratamento
Com sintomas muito parecidos aos de outras doenças, a confirmação do diagnóstico é feito a partir da análise clínica de amostras de sangue.
O tratamento contra a febre chikungunya é sintomático, ou seja, analgésicos e antitérmicos, sem-pre sob supervisão médica, são indicados para aliviar os sintomas. Medidas como beber bastan-te água e guardar repouso também ajudam na recuperação.
Anti-inflamatórios e até fisioterapia podem ser indicados ao paciente se a dor nas articulações persistir mesmo depois da febre ter cessado.
Prevenção
Como não existe ainda uma vacina contra a febre chikungunya, o melhor meio de prevenir a doença é combater a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. No caso do Aedes aegypti, cuja ocorrência é mais urbana, deve-se evitar o acúmulo de lixo e objetos que possam acumular água parada para servir de criadouro do mosquito. Já no caso do Aedes albopictus, o combate é dificultado por ele viver e se reproduzir em ambientes com maior cobertura vegetal, como matas e áreas suburbanas e por se alimentar, ao contrário do Aedes aegypti, com certa frequência do sangue de outros animais vertebrados, como cachorros, gatos e bois.
Por isso, recomenda-se que qualquer caso suspeito de infecção pelo CHIKV seja notificado em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde, para que sejam identificados e isola-dos os focos de transmissão da doença.
* Com informações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde