tecnews - 16/07/14

5
16 | 07| 2014 www.grupoastral.com.br .br A Secretaria Municipal de Infra- estrutura interditou, por tempo indeterminado, o Parque Maurílio Biagi, localizado na região central de Ribeirão Preto, por infestação de carrapatos. A decisão foi tomada depois de um laudo emitido pelo Centro de Controle de Zoonoses que constatou a infestação. O parque foi fechado nesta terça- -feira (8), para que sejam tomadas medidas para controlar a infesta- ção provocada pela presença de capivaras no córrego Laureano, que corta o local, e que são as responsáveis pela proliferação dos carrapatos. A Secretaria de Infraestrutura vai adotar uma série de medidas urgentes para solucionar o pro- blema. Além da roçada e limpeza de toda a área do Parque Maurílio Biagi, serão realizadas obras para impedir que as capivaras entrem na área do entorno. “Tomamos a decisão de interditar o parque, por tempo indeterminado, por se tratar de uma questão de saúde pública. Não pode- mos colocar em risco a saúde das pessoas que frequentam o local”, afirmou a secretária Isabel de Farias. Com as medidas adotadas pela USP, que restringiu a entrada de capivaras na área do lago do campus, aumentou o número destes animais ao longo do córrego Laureano e, consequente- mente, no Parque Maurílio Biagi. Febre Maculosa Um dos problemas causados pelo carrapato é a transmissão da febre maculosa, que atinge as pessoas e que em casos mais graves pode até levar a morte. A febre maculosa é causada pela picada do carrapato estrela. Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, Maria Luiza Santa Maria, a doença é séria e pode contaminar tanto seres humanos quanto animais. “É necessário controlar a situação”, esclarece. A Divisão de Controle de Zoonoses vai iniciar, na quinta-feira, dia 10 de julho, trabalho de orien- tação aos funcionários do parque quanto aos riscos da infestação e os cuidados necessários para evitar a contaminação. PARQUE MAURÍLIO BIAGI É FECHADO POR INFESTAÇÃO DE CARRAPATOS Fonte: ribeiraopretoonline.com.br

Upload: grupo-astral

Post on 01-Apr-2016

213 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

informativo semanal com notícias sobre o mundo das pragas.

TRANSCRIPT

Page 1: TecNews - 16/07/14

16 | 0

7| 2

014

www.grupoastral.com.br.br

A Secretaria Municipal de Infra-estrutura interditou, por tempo indeterminado, o Parque Maurílio Biagi, localizado na região central de Ribeirão Preto, por infestação de carrapatos. A decisão foi tomada depois de um laudo emitido pelo Centro de Controle de Zoonoses que constatou a infestação.

O parque foi fechado nesta terça--feira (8), para que sejam tomadas medidas para controlar a infesta-ção provocada pela presença de

capivaras no córrego Laureano, que corta o local, e que são as responsáveis pela proliferação dos carrapatos.

A Secretaria de Infraestrutura vai adotar uma série de medidas urgentes para solucionar o pro-blema. Além da roçada e limpeza de toda a área do Parque Maurílio Biagi, serão realizadas obras para impedir que as capivaras entrem na área do entorno. “Tomamos a decisão de interditar o parque, por tempo indeterminado, por se tratar de uma questão de saúde pública. Não pode-mos colocar em risco a saúde das pessoas que frequentam o local”, afirmou a secretária Isabel de Farias.

Com as medidas adotadas pela USP, que restringiu a entrada de capivaras na área do lago do campus, aumentou o número destes animais ao longo do córrego Laureano e, consequente-mente, no Parque Maurílio Biagi.

Febre Maculosa

Um dos problemas causados pelo carrapato é a transmissão da febre maculosa, que atinge as pessoas e que em casos mais graves pode até levar a morte. A febre maculosa é causada pela picada do carrapato estrela.

Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, Maria Luiza Santa Maria, a doença é séria e pode contaminar tanto seres humanos quanto animais. “É necessário controlar a situação”, esclarece.

A Divisão de Controle de Zoonoses vai iniciar, na quinta-feira, dia 10 de julho, trabalho de orien-tação aos funcionários do parque quanto aos riscos da infestação e os cuidados necessários para evitar a contaminação.

PARQUE MAURÍLIO BIAGI É FECHADO POR INFESTAÇÃO DE CARRAPATOSFonte: ribeiraopretoonline.com.br

Page 2: TecNews - 16/07/14

www.grupoastral.com.br

SURTO DE MALÁRIA NA ÍNDIA DEIXA PELOMENOS 60 MORTOSFonte: chicoterra.com

Pelo menos 60 pessoas morreram nas três últimas semanas por causa de um surto de malária, no qual até hoje foram infectadas 18.603 pessoas no estado de Tripura, no nordeste da Índia, informou à Agência Efe uma fonte oficial.

Os primeiros casos foram detectados no dia 10 de junho no distrito de Dhalai, mas a doença se propagou para zonas tribais de outras quatro circunscrições, assegurou o responsável do Progra-ma de Vigilância de Doenças Integradas (IDSP), P. Chatterjee.

A mesma fonte advertiu que as equipes e remédios com os quais contam “não são suficientes” para dar assistência ao crescente número de infectados, por isso que as autoridades locais pedi-ram ajuda a organizações humanitárias e ao governo central.

Três membros da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) foram nesta quinta-feira para a região colaborar no atendimento aos doentes, que foram internados em diferentes hospitais de Tripura.

No entanto, a imprensa local publicou hoje que 40% das vítimas fatais, em sua maioria crianças, morreram em seus lares.

De acordo com o Instituto Nacional para a Pesquisa da Malária na Índia, 519 pessoas morreram em 2012 por causa desta doença em todo o país.

Um estudo publicado na revista médica “The Lancet” revelou há poucos anos que a quantidade de mortes por esta doença poderia ser até 13 vezes superior à publicada de forma oficial, e situa-va o número em cerca de 205 mil mortos por ano.

Page 3: TecNews - 16/07/14

TECNOLOGIA COMBATE DENGUE, MALÁRIA E PRAGAS AGRÍCOLASFonte: agrosoft.org.br

Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolveram uma tecnologia inovadora capaz de iden-tificar quantos e quais mosquitos estão em determinada área por meio do reconhecimento automático das espécies, a fim de combater os efeitos nocivos dos insetos.

Financiada atualmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa resultou no desenvolvimento de dois principais produtos: um sensor e uma armadi-lha, que devem contribuir para a saúde pública e a agricultura, combatendo pragas agrícolas e insetos vetores de doenças em determinada região, sem prejudicar espécies benéficas, como abelhas, por exemplo.

A tecnologia desenvolvida possui, ainda, potencial para ser amplamente comercializada, devido ao baixo custo de produção. A armadilha representa um avanço tecnológico em relação às que existem hoje. “Para medir a densidade dos insetos que há numa região, por exemplo, já existe uma armadilha não seletiva, ou “armadilha adesiva”, como é mais conhecida. O problema é que ela acaba capturando tudo, inclusive insetos que não precisariam ser capturados”, conta o coor-denador da pesquisa, Gustavo Batista.

Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia seja eficaz, principalmente, no combate aos mosquitos de gênero Anopheles, vetores da malária, e aos mosquitos do gênero Aedes, vetores da dengue e da febre amarela. “Durante as campanhas de prevenção da dengue, é comum os agentes percorrerem bairros nos quais as pessoas foram diagnosticadas com dengue, entrando nas casas em busca de locais em que os mosquitos podem se reproduzir ou com a finalidade de pulverizar inseticida”, explica Batista.

“Entretanto, existe um grande hiato entre o momento em que a pessoa foi contaminada pela doença e o momento em que a campanha é feita. Esse hiato pode ser de apenas algumas sema-nas, mas isso representa mais do que o tempo de vida de um mosquito adulto. A vantagem do sensor é que ele permite identificar onde o inseto está em tempo real”, completa o professor.

www.grupoastral.com.br

Page 4: TecNews - 16/07/14

www.grupoastral.com.br

O sensor a laser usado para identificação dos insetos funciona da seguinte forma: ao atravessar a luz emitida pelo laser, as asas do mosquito impedem, parcialmente, a passagem da luz e, por estarem em movimento, causam pequenas variações, que são captadas pelos fototransistores. Essas variações são filtradas, amplificadas e gravadas por meio de uma placa eletrônica de circui-to.

Sinais

Cada espécie analisada produz um sinal ligeiramente diferente da outra, o que possibilita aos pesquisadores compararem, computacionalmente, os sinais de cada uma, identificando as dife-rentes espécies. Os sinais obtidos pelo sensor são bastante similares a sinais de áudio. A diferença é que os dados obtidos não são originários de variação nas ondas sonoras, mas sim da variação da luz. A vantagem disso é que o sensor é totalmente surdo para qualquer agente que não atravesse a luz do laser, portanto, não sofre interferência externa, como sons de pássaros, carros ou ruído dos aviões.

Um fator adicional importante do sistema é que sua produção tem um custo muito baixo. “É possível produzir o sensor investindo-se cerca de R$ 30,00, por isso, o equipamento pode ser amplamente comercializado”, avalia o professor. Além dos mosquitos da dengue e da malária, a pesquisa também coletou dados e criou sistemas de reconhecimento automático para as seguintes espécies: mosca-de-banheiro, mosca-da-fruta, mosca doméstica, joaninha, besouro, abelha, entre outros. O trabalho mostrou, ainda, que é possível diferenciar mosquitos vetores de doenças dessas outras espécies com uma percentagem de acerto entre 98% e 99%.

Quanto a armadilha inteligente, o primeiro passo é que o inseto precisa ser atraído. Batista explica que, para isso, pode-se usar um atrativo como o dióxido de carbono, substância capaz de atrair as fêmeas de mosquitos: “Quando um mosquito se aproxima da entrada do dispositivo, ele é puxado pelo fluxo de ar em direção ao sensor a laser, já que existe um pequeno ventilador aco-plado à armadilha”. Depois de entrar na armadilha, o inseto passa pela luz do laser emitida pelo sensor, tal como explicado anteriormente. A diferença é que, no caso da armadilha, há uma porta que pode capturar o inseto ou deixá-lo sair, dependendo da avaliação que será feita pelo sensor.

“É o sensor que vai decidir se prende ou solta o inseto. Se o inseto fica preso, o ar o empurra para uma segunda câmara, onde é retido pelo papel adesivo”, completa o pesquisador. Dessa forma, na armadilha inteligente, ficam grudados no papel apenas os insetos desejados, o que possibilita estimar com facilidade sua densidade populacional. Para tornar o sensor capaz de decidir qual espécie deve ser capturada e qual deve permanecer livre, é preciso empregar técnicas de apren-dizado de máquina. Entra em campo a inteligência artificial.

“O sensor pode classificar qualquer espécie de inseto, para isso é necessário que sejam coleta-dos exemplos das espécies desejadas”, considerou o mestrando do ICMC, Diego Furtado Silva, um dos pesquisadores do projeto. Ele explica que, com esses exemplos, são obtidos dados sobre cada espécie, os quais fornecem um conhecimento prévio a respeito de como funciona o batimento das asas de cada uma. Assim, é possível desenvolver algoritmos (sequências de comandos em um computador), possibilitando ao sensor reconhecer quando é o momento de capturar uma espécie e quando é o momento de dispensá-la.

Resultados

A pesquisa teve início em 2011, quando o professor Batista estava fazendo seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos. Nessa época, o Laboratório de

Page 5: TecNews - 16/07/14

www.grupoastral.com.br

Inteligência Computacional (LABIC) do ICMC estabeleceu uma parceria, que dura até hoje, com pesquisadores da universidade norte-americana.

Naquela época, o trabalho foi financiado pela Fapesp e pela Fundação Bill and Melinda Ga-tes, cujo objetivo é apoiar pesquisas inovadoras. Na ocasião, o objetivo da pesquisa era criar um sensor específico para os vetores da malária. Hoje, ainda com financiamento da Fapesp, o trabalho conta com a colaboração da professora do ICMC Solange Rezende, além do professor da Universidade da Califórnia, em Riverside, Eamonn Keogh, e do fundador e presidente da Isca Technologies, Agenor Mafra-Neto.

Também colaboraram para a pesquisa os seguintes alunos do ICMC: o doutorando Vinícius Souza, e os mestrandos Denis Reis, Cristiano Lemes e Luan Soares. Além dos doutorandos norte--americanos, Yanping Chen, Adena Why, Moses Tataw, Bing Hu e Yan Hao.

O site do Labic é http://labic.icmc.usp.br.