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Paixão por Aprender. Prazer em Ensinar. Técnico em Fármacia Módulo: Organização do Trabalho em Farmácia Unidade: Rua Joaquim Murtinho, 2.293 - Bairro Itanhangá Park – (67) 3326-1665 e (67) 3026-1665 www.escolapadrao.com.br 1 COMERCIALIZAÇÃO, ESTOQUES E ATENDIMENTO AO CLIENTE PRÍNCÍPIOS DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE (NA FARMÁCIA E AO TELEFONE) É notório que, independente do ramo de atuação, as organizações estão cada vez mais voltadas para a necessidade de prestar um atendimento de qualidade e diferenciado de forma a fidelizar clientes. As empresas prestadoras de serviço, sobretudo, têm convivido com uma necessidade cada vez mais intensa dos clientes: Atendimento eficaz e eficiente. O nível de exigência é cada vez maior. O preço para conquistar um novo cliente é muito mais alto do que para manter os que estão com a empresa. Existe, inclusive, uma maior tolerância ao erro, abaixo serão listados sete passos que visam promover ao cliente uma experiência única e bem sucedida de um atendimento com excelência: 1-Prestar atendimento com sentimento: Inserir o sentimento no processo de atendimento faz toda a diferença. O cliente está cansado de scripts decorados e repetidos a exaustão. Um sorriso sincero e uma dedicação na hora do atendimento fazem toda a diferença no momento da verdade. 2-Ter prazer em receber o cliente na empresa : Este deve ser um grande evento, pois demonstra uma preocupação na relação empresa X cliente. Independente do motivo da visita, é de grande valia criar um clima positivo para receber o cliente e buscar entender suas reivindicações e necessidades para cultivar a relação que, por algum motivo, pode ter sofrido desgaste durante o tempo. 3-Dominar o assunto que está abordando com o cliente : O cliente ao se relacionar com alguém da empresa que contratou espera sempre um atendimento técnico e profissional, ou seja, que exista um conhecimento dos produtos e serviços prestados pela companhia, bem como das soluções para possíveis problemas que venham ocorrer, seja na prestação de serviço ou no uso do produto. 4-Demonstrar boa vontade : Este item é de grande valia na busca pela excelência no atendimento. O cliente pode tolerar qualquer tipo de problema ou limitação em um atendimento, contudo, quando percebe que falta boa vontade no tratamento do problema ou no andamento da solicitação, o nível de insatisfação aumenta consideravelmente. 5-Manter uma boa aparência : Os cuidados com a apresentação pessoal ajudam muito no atendimento presencial com o cliente. Os principais itens que devem ser observados são: Estar alinhado, cuidar dos cabelos, barba, roupas (combinação de cores também) e odores. 6-Cuidar do atendimento telefônico : A primeira impressão dos clientes com a empresa acontece pelo telefone, você já deve ter ligado para algum lugar e foi atendido com “só um minutinho”, esta é uma situação frequente, porém pode por perdê-la um negócio, e ainda deixar o cliente muito insatisfeito. Para um bom atendimento telefônico, é importante:

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Técnico em Fármacia

Módulo: Organização do Trabalho em Farmácia

Unidade: Rua Joaquim Murtinho, 2.293 - Bairro Itanhangá Park – (67) 3326-1665 e (67) 3026-1665 www.escolapadrao.com.br

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COMERCIALIZAÇÃO, ESTOQUES E ATENDIMENTO AO CLIENTE

PRÍNCÍPIOS DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE (NA FARMÁCIA E AO TELEFONE)

É notório que, independente do ramo de atuação, as organizações estão cada vez mais voltadas para a necessidade de prestar um atendimento de qualidade e diferenciado de forma a fidelizar clientes. As empresas prestadoras de serviço, sobretudo, têm convivido com uma necessidade cada vez mais intensa dos clientes: Atendimento eficaz e eficiente. O nível de exigência é cada vez maior.

O preço para conquistar um novo cliente é muito mais alto do que para manter os que estão com a empresa. Existe, inclusive, uma maior tolerância ao erro, abaixo serão listados sete passos que visam promover ao cliente uma experiência única e bem sucedida de um atendimento com excelência: 1-Prestar atendimento com sentimento: Inserir o sentimento no processo de atendimento faz toda a diferença. O cliente está cansado de scripts decorados e repetidos a exaustão. Um sorriso sincero e uma dedicação na hora do atendimento fazem toda a diferença no momento da verdade. 2-Ter prazer em receber o cliente na empresa: Este deve ser um grande evento, pois demonstra uma preocupação na relação empresa X cliente. Independente do motivo da visita, é de grande valia criar um clima positivo para receber o cliente e buscar entender suas reivindicações e necessidades para cultivar a relação que, por algum motivo, pode ter sofrido desgaste durante o tempo. 3-Dominar o assunto que está abordando com o cliente: O cliente ao se relacionar com alguém da empresa que contratou espera sempre um atendimento técnico e profissional, ou seja, que exista um conhecimento dos produtos e serviços prestados pela companhia, bem como das soluções para possíveis problemas que venham ocorrer, seja na prestação de serviço ou no uso do produto. 4-Demonstrar boa vontade: Este item é de grande valia na busca pela excelência no atendimento. O cliente pode tolerar qualquer tipo de problema ou limitação em um atendimento, contudo, quando percebe que falta boa vontade no tratamento do problema ou no andamento da solicitação, o nível de insatisfação aumenta consideravelmente. 5-Manter uma boa aparência: Os cuidados com a apresentação pessoal ajudam muito no atendimento presencial com o cliente. Os principais itens que devem ser observados são: Estar alinhado, cuidar dos cabelos, barba, roupas (combinação de cores também) e odores. 6-Cuidar do atendimento telefônico: A primeira impressão dos clientes com a empresa acontece pelo telefone, você já deve ter ligado para algum lugar e foi atendido com “só um minutinho”, esta é uma situação frequente, porém pode por perdê-la um negócio, e ainda deixar o cliente muito insatisfeito. Para um bom atendimento telefônico, é importante:

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• Não devemos ignorar o telefone, muitos clientes, quando nos telefonam, esperam tocar duas ou três vezes e depois desligam.

• Não passe a batata quente, ao receber um telefonema você é responsável pelo atendimento, esteja preparado (a).

• Se a ligação for para outra pessoa não grite para chamá-la.

• Ao atender uma ligação devemos tomar cuidado com as palavras, pois uma só frase inadequada pode por perdê-la todo um negócio e até mesmo o cliente desistir do atendimento;

• Cuidado com a espera ao telefone, se a espera for longa retorne a ligação;

• Sorria ao atender uma ligação, como regra, ao atender uma chamada utilize as expressões: “bom dia, boa tarde, boa noite” e deixe bem claro qual estabelecimento que você faz parte.

• Evite termos vulgares como: “alooôô, pois não, oi, fala, podi crê, saquei”. Você não está lidando com qualquer pessoa e sim com um cliente.

7-Cultivar a empatia: Pense como o cliente, aprenda com sua visão e experiência, pessoas diferentes de você trazem outros conhecimentos que podem ser aproveitados.A partir desta análise do cliente, procure entender suas necessidades e dificuldades, só assim você poderá dar a ele o atendimento que ele espera e até surpreendê-lo. PRÍNCIPIOS E REGRAS DE EXPRESSÃO APLICADA A VARIADOS PÚBLICOS: TOM DE VOZ, AS EXPRESSÕES MAIS USADAS E O PADRÃO DE LINGUAGEM A SER EMPREGADO EM DETERMINADAS OCASIÕES.

Uma voz cativante e autêntica é marca crucial para a construção de uma identidade atraente para sua empresa. O que dizemos e como dizemos faz uma diferença para os clientes. O atendimento telefônico ajuda a definir a personalidade da sua empresa e reforça a imagem através deste primeiro contato. Usar a primeira pessoa do plural ao longo da conversa dá a ideia de trabalho em equipe e divisão de tarefas. ("Nós iremos ajudá-lo...).

Existem alguns atributos que derivam do tom de voz e do conteúdo da conversa que são facilmente identificados pelos ouvintes:

• Acessibilidade

• Ser acessível, cortês, de “espírito” aberto e fácil de trabalhar é fundamental para construir conversas convidativas e relacionamentos perenes com os clientes.

Ao comunicar essa característica você deve usar palavras e frases que coloquem a sua empresa como sendo: • De fácil acesso • Aberta ao diálogo • Cooperativa ou colaborativa • Justa

Erros mais comuns: evitar explicações, desviar a conversa, “passar a bola” para outro colega sem esclarecer a situação, não buscar uma solução Respeito Todos nós devemos respeitar e ser respeitados, independente da posição social, idade ou condição na negociação. E é de responsabilidade da empresa manter o diálogo em conformidade com o ouvinte. Transmitir as informações de forma confiante, tranquila e nunca parecer arrogante ou irreverente demais. Algumas expressões coloquiais usadas por grupos mais jovens (tiozinho, véio, chapa, truta, etc) devem ser evitadas ou até proibidas. Essas expressões fazem parte da comunicação entre amigos, jamais devem ser transmitidas pelos canais de comunicação da empresa. Use palavras e frases que denotem:

• Cortesia • Princípios Éticos • Honestidade • Sinceridade

Erros mais comuns: ironias ou deboche quando o cliente não entende do assunto, desviar a atenção da conversa, conversas paralelas, usar termos inadequados ou muito íntimos, demonstrar conhecimento excessivo ou arrogância. Abertura e Objetividade Colaborar com seu cliente é uma habilidade muito importante (por incrível que pareça esta frase ainda precisa ser repetida nos dias de hoje), pois se ele ligou certamente há uma expectativa sobre a atuação do atendente. Fale abertamente e de forma concisa, na voz ativa (“A nossa empresa produz capas para celular”). Evite siglas muito específicas para não constranger seu cliente, não use termos complexos e não exagere nos estrangeirismos ou jargões da indústria e comércio. Quem de nós já não encerrou uma ligação sem saber o que era o preço FOB (FreeonBoard ou FreightonBoard que significa que o frete não está incluso) de uma mercadoria ou que iria receber uma NFe (Nota Fiscal Eletrônica) pelo email e chegou em casa e abriu o email pensando que era algum brinde. Neste caso deve-se falar primeiramente o significado e depois a sigla. Não se comprometa a fazer algo fora de seu alcance e se o que o cliente está solicitando não pode ser executado, dê a ele as explicações necessárias para que a sua credibilidade seja mantida e da mesma forma o cliente. Na comunicação devem ser usadas palavras e frases que sejam:

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• Diretas e claras • Proativas • Positivas • Passem confiança ao ouvinte Erros mais comuns: “enrolação”, indisposição para atender uma solicitação, desinteresse pelo problema, falta de firmeza nas

colocações, falta de conhecimento. Tranquilidade e Alegria

Procure deixar seu cliente à vontade. Demonstre claramente o prazer em receber aquela ligação e sua intenção em oferecer o melhor serviço ou orientação. Crie um ambiente de parceria sem que seja necessário mencionar claramente esta posição de parceiro, deixe que ele identifique esta característica. Ao se comunicar use palavras e frases que denotem:

• Apoio e boa vontade • Disponibilidade para atendê-lo • Opções para solucionar o problema • Responsabilidade Erros mais comuns: alto nível de stress na comunicação, pessimismo, baixo moral, palavras mal pronunciadas ou frases ditas

sem pausa, euforia excessiva. Cuidado: num mundo de diversidades em que vivemos algumas expressões pode dar a conotação de preconceito contra

alguns grupos. Muito cuidado para não citar algum assunto e “bater de frente” com um cliente que pertence a um destes grupos, pois isso poderá te causar sérios problemas. Times de futebol, orientação sexual, religiosa, classe social, escolaridade, são assuntos para aqueles que já conhecemos e ainda assim com ressalvas.

DIREITOS DO CONSUMIDOR DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) 1. Proteção da vida e da saúde Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem

oferecer à sua saúde ou segurança. 2. Educação para o consumo Você tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços. 3. Liberdade de escolha de produtos e serviços Você tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor. 4. Informação Todo produto deve trazer informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o

modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de que necessitar.

CONTROLE DE ESTOQUE: RECEBIMENTO, CLASSIFICAÇÃO, ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO

FÁBULA DA FORMIGA E DA CIGARRA "Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra, muito amigas. Durante todo o outono a formiguinha trabalhou sem parar armazenar comida para o período de inverno, não aproveitou

nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem do bate papo com os amigos ao final do expediente de trabalho tomando uma cerveja, seu nome era trabalho e seu sobrenome, sempre.

Enquanto isso a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos nos bares da cidade, não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu para valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir.

Então, passados alguns dias, começou a esfriar, era o inverno que estava começando. A formiguinha exausta entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.

Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca e quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu sua amiga cigarra dentro de uma Ferrari com um maravilhoso casaco de vison.

E a cigarra falou para a formiguinha: Olá amiga, vou passar o inverno em Paris, será que você poderia cuidar de minha toca? E a formiguinha respondeu: Claro, sem problema, mas o que lhe aconteceu que você vai para Paris e está com esta Ferrari?

No que a cigarra responde: Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz e fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?

Respondeu a formiguinha: Desejo sim, se você encontrar por lá tal de La Fontaine, mande ele para a p q p!!!"

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CLASSIFICAÇÃO ABC

Conceito “A curva ABC é um importante instrumento para o gestor. Permite identificar aqueles itens que justificam atenção e

tratamento adequados à sua conforme a sua importância relativa.” (Marco Aurélio Dias)A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto,

os quais são normalmente em menor número (Carvalho, 2002, p. 226).A curva ABC tem sua origem no gráfico de Pareto e é um instrumento de avaliação de estoque com foco em vendas

consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens de estoque, para que eles poss

A curva ABC, no caso de administração de estoques, apresenta resultados da demanda de cada item nas seguintes áreas:

• giro no estoque;

• proporção sobre o faturamento no período;

• margem de lucro obtida. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor, ou da quantidade, dá

aos intermediários, itens da classe B, e aos menos importantes, itens da classe C.

Esse método de classificação de itens é usado

produtos.

A categorização é feita da seguinte forma:

• Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a

• Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a

• Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a

Como fazer o cálculo? A partir das classificações desse método é possível fazer o cálculo para otimizar a gestão do estoque.O passo a passo que

deve ser realizado é composto pelas seguintes etapas:

• Listagem dos itens A primeira fase permite identificar as mercadorias estocadas

quantidade e a descrição de cada um.

• Reorganização do valor total A listagem anterior possibilita organizar os produtos considerando seus valores.

• Determine as categorias As proporções do método ABC devem ser usadas para determinar as categorias nesse momento.

valores para ficar mais simples.

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“A curva ABC é um importante instrumento para o gestor. Permite identificar aqueles itens que justificam atenção e importância relativa.” (Marco Aurélio Dias)

A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número (Carvalho, 2002, p. 226).

no gráfico de Pareto e é um instrumento de avaliação de estoque com foco em vendasconsiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância.

A curva ABC, no caso de administração de estoques, apresenta resultados da demanda de cada item nas seguintes áreas:

proporção sobre o faturamento no período;

Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor, ou da quantidade, dá-se a denominação de itens da classe A, aos intermediários, itens da classe B, e aos menos importantes, itens da classe C.

Esse método de classificação de itens é usado na gestão do estoque. As letras A, B e C são utilizadas para classificar os

A categorização é feita da seguinte forma:

: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do total

: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do total

: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total

A partir das classificações desse método é possível fazer o cálculo para otimizar a gestão do estoque.O passo a passo que deve ser realizado é composto pelas seguintes etapas:

A primeira fase permite identificar as mercadorias estocadas. A ideia é delimitar o preço por unidade, o valor total, a

A listagem anterior possibilita organizar os produtos considerando seus valores. Classifique do maior para o menor.

As proporções do método ABC devem ser usadas para determinar as categorias nesse momento.

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“A curva ABC é um importante instrumento para o gestor. Permite identificar aqueles itens que justificam atenção e

A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto,

no gráfico de Pareto e é um instrumento de avaliação de estoque com foco em vendas; Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou

am ser classificados em ordem decrescente de importância. A curva ABC, no caso de administração de estoques, apresenta resultados da demanda de cada item nas seguintes áreas:

se a denominação de itens da classe A,

na gestão do estoque. As letras A, B e C são utilizadas para classificar os

do total

A partir das classificações desse método é possível fazer o cálculo para otimizar a gestão do estoque.O passo a passo que

A ideia é delimitar o preço por unidade, o valor total, a

Classifique do maior para o menor.

As proporções do método ABC devem ser usadas para determinar as categorias nesse momento. É possível arredondar os

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Qual a vantagem de calcular a curva ABC? A gestão de estoques feita por meio desse método apresenta diversos benefícios.

• Possibilidade de priorizar os produtos O método ABC apresenta os produtos mais importantes para a empresa, o que possibilita ao gestor priorizar as categorias

fundamentais para o negócio. Com isso também é possível criar fluxos de entrada e saída de mercadorias que estejam adequados às necessidades de cada

produto e contexto organizacional.

• Redução de riscos predeterminados O cálculo dos produtos de maior valor e impacto no estoque é possível analisar os riscos de modo mais apurado. Uma ameaça, por exemplo, é deixar 80% do total (que corresponde aos produtos de categoria A) sob a responsabilidade de

apenas um fornecedor.Se algo acontecer, a empresa pode perder parte de sua capacidade de armazenamento.Já a implantação do método ABC possibilita diversificar a oferta de fornecedores e reduzir o impacto de imprevistos que podem surgir.

• Maior controle A empresa descobre quais são os produtos com maior giro e pode verificar se o setor de vendas está alinhado ao estoque.Por

exemplo: o item X pode ter menos importância na análise inicial, mas se ele for o mais procurado, deve-se elevar sua relevância.

• Redução do desperdício Esse método permite reduzir muito os custos com desperdícios. Desperdiça-se menos dinheiro e tempo e o controle de

estoque se torna mais preciso e fácil. Outros benefícios do cálculo da curva são a otimização de processos, a potencial elevação da margem de lucro e a conquista

de resultados diferenciados.

Visão Operacional da Curva ABC

Ênfase na produção de itens do tipo A que garantem maior lucratividade.

Visão Estratégica da Curva ABC Ênfase na produção de itens do tipo B que garantem a fidelização da clientela.

PAPEL DO ESTOQUE NA EMPRESA

Conceito de Estoque Estoques são quantidades armazenadas ou em processo de

produção com a função principal de criar uma independência entre os vários estágios da cadeia produtiva. Os estoques são uma forma da organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, a falta de qualidade de seus processos internos bem como dos externos dos quais depende pressionam no sentido de elevar o volume de estoques. Conclui-se que níveis elevados de estoques tendem a gerar conformidade com o erro e as causas dos problemas não são atacadas. O estoque bem administrado é um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimento criará valor para o consumidor final.

Papel do Estoque Garantir a Vantagem Competitiva nas Organizações por meio da eficaz administração de seus estoques.

Tipos de Estoque

• Estoques de Materiais Armazenam todos os itens a serem utilizados nos processos de transformação em produtos acabados.

• Estoques de Produtos em Processos Armazenam todos os itens que já estão na linha de produção. Entretanto, ainda não podem ser considerados finalizados.

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• Estoques de Produtos Acabados Armazenam todos os itens finalizados prontos para serem entregues ao cliente final.

• Estoques em Trânsito São os itens despachados de uma unidade da organização para as áreas de distribuição.

• Estoques em Consignação São os itens que ainda são propriedade do fabricante ou fornecedor até o momento de sua venda.

Itens de Estoque

• matéria-prima,

• material auxiliar,

• material de manutenção,

• material de escritório,

• material e peças em processos e produtos acabados.

A função do estoque O armazenamento de mercadorias é importante para atender uma série de finalidades.

Finalidades • Melhora o nível do serviço ao cliente. Os clientes valorizam a disponibilidade imediata dos produtos.

• Permite menores custos nas compras e no transporte. Ao produzir em maior quantidade a organização pode negociar menores preços nas matérias-primas. O produto acabado,

por sua vez, ao ser enviado em grande quantidade dilui o custo do frete, diminuindo seu impacto no custo. Menores custos significam que a organização pode vender mais barato ou ter maior margem de rentabilidade.

• Amortece o impacto na oscilação de demanda. Todos os setores passam por períodos de variação na quantidade vendida. Ao trabalhar com estoque, a organização pode ter

uma produção mais constante e dessa forma minimizar os efeitos de ter períodos em que não consegue atender os pedidos e períodos de sub-ocupação de mão-de-obra, máquinas e instalações.

• Permite se antecipar a aumentos. As compras podem ser antecipadas para evitar aumentos programados nos fornecedores.

• Diminui o risco de desabastecimento. Dificilmente se consegue prever a demanda futura ou o tempo de ressuprimento. Ao trabalhar com estoque de segurança, a

organização evita os custos de perda de vendas.

• Protege contra contingências. Greves, inundações, incêndios são algumas contingências que fogem do controle da administração. A organização, porém,

pode se antecipar a elas, fazendo estoque e evitando o desabastecimento. Uma das formas de medir a correta dimensão do estoque é a razão entre as vendas e o estoque médio. Quanto maior a

rotatividade do estoque maior a lucratividade da empresa.

Justificativas para os estoques Internas:

• Quebras de equipamentos,

• Não cumprimento de prazos e condições de fornecimentos pelos fornecedores, fragilidade dos processos gerenciais – especialmente planejamento;

Externas:

• Variação da demanda,

• Condições climáticas,

• Sócio-econômicas, entre outros, são eventos externos à organização e que podem demandar estoques de proteção para regular o processo de produção e entrega de produtos.

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Objetivos do planejamento dos estoques Objetivo de custo: Tem como objetivo determinar o ponto ótimo dos custos de armazenagem, de pedidos e de falta, para melhor atender à

demanda de mercado e aos acionistas. Objetivo de Nível de Serviço: Visa atender as necessidades do cliente em relação a datas de entrega dos pedidos. Esse modelo procura considerar os

estoques para atender a qualquer solicitação do mercado, através da definição de percentual de grau de atendimento. Quanto maior for o grau de atendimento, maior será o custo de manutenção de estoque.

Objetivo de Retorno de Capital: Este objetivo procura reduzir os volume financeiro empenhado em estoque e ao mesmo tempo maximizar a relação

lucro/estoque médio. Aliás, a relação entre o lucro das vendas anuais e o capital investido em estoques é utilizada como um dos indicadores do processo de gerenciamento de estoques.

Tipos de Demanda Um fator que determina o nível ideal de estoque é a demanda. Permanente Muitos produtos têm ciclo de vida muito longo, como por exemplo o leite em pó Nestlé, e outros ficam no mercado por pelo

menos cinco anos. Estes produtos podem ser considerados de demanda permanente. Para eles não existem picos de venda ou queda brusca de

procura. Dessa forma pode-se trabalhar com um ressuprimento periódico e quantificar o volume de estoque. Irregular Alguns produtos têm comportamento irregular, o que dificulta enormemente as previsões de venda. Um exemplo foi o

lançamento de uma coleção de revista de culinária. A venda de coleção tem uma curva conhecida e previsível para as editoras. Os primeiros números sempre vendem mais e os últimos vendem muito pouco. Desse modo, as editoras determinam as tiragens baseadas na venda do primeiro número. No caso desta revista, a venda superou as expectativas e obrigou a editora a fazer uma nova impressão antes de lançar o número seguinte. Lançado o segundo número, houve um encalhe da ordem de 80%. O motivo foi que a revista trazia receitas com ingredientes que não eram facilmente encontrados e isso desmotivou a maioria dos compradores iniciais de continuar comprando a coleção.

Estoque de segurança: o que é e por que prestar atenção Um estoque de segurança é um valor para o estoque que garante que o pedido de reposição seja disparado enquanto ainda

há estoques de uma determinada mercadoria e produtos do almoxarifado. Isso garante que a empresa não tenha que interromper o seu processo de produção ou de vendas pela falta de um produto

ou insumo por falta no estoque. Para evitar que isso aconteça, basta tomar algumas medidas como: 1. Quantidade de mercadorias nos estoques É importante que as empresas determinem com exatidão a quantidade de mercadoria em estoque. Para compreender melhor esse número, é necessário ter em mente dois fatores:

• O primeiro é que quanto maior for o estoque, mais alto é o capital imobilizado; o segundo é que nunca deve faltar um produto.

• Alguns produtos irão apresentar demandas diferentes, uns maiores e outros menores, mas o mais importante é que o estoque jamais fique zerado.

2. Conheça o Lead Time de sua empresa O Lead Time, também conhecido como tempo de aprovisionamento ou ciclo, nada mais é que o tempo entre o início de uma

atividade e seu término, ou seja, o tempo entre a entrada de um material e a sua saída do inventário. Esse é um dos conceitos mais importantes da logística.

Em alguns casos, processos fabris podem sofrer atrasos inesperados. Durante esses períodos, quer ocorram por atrasos ou falhas logísticas, a eficiência da empresa sofre um impacto negativo,

influenciando diretamente o fluxo de entrada e saída. Empresas que reduzem o lead time e controlam ou eliminam variações inesperadas em seu ciclo atingem a flexibilidade

necessária para satisfazer clientes e reduzir seus custos.

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O que isso significa na prática? Que algumas empresas, que tem maiores tempos para a entrega e uma variação maior de itens precisam ter mais itens em

seu estoque e essa reposição só é possível com o conhecimento do lead time. 3. Selecione as prioridades dos estoques Cada tipo de mercadoria possui uma importância diferente pelo simples fato de que umas vendem mais que as

outras.Produtos com maior saída, logicamente, demandam de um estoque maior que os produtos que possuem uma saída baixa. Logo, se um produto possui uma saída maior, necessita, obrigatoriamente, de um estoque de segurança maior, garantindo

assim que ele sempre esteja disponível. Para planejar um estoque de segurança é preciso fazer um cálculo que usa as necessidades de produtos por meio da previsão

das variações de procura, deixando assim uma margem de segurança como garantia.

Para calcular a entrada, estude a saída Para verificar como está o atendimento em relação ao estoque, há um indicador fácil de ser usado: é a Verificação do Nível

de Serviço Praticado (VNSP). Essa análise deve ser feita produto por produto. O nível do serviço é calculado da seguinte forma:

Estoque = (Estoque atual / Venda Média Diária) = dias O resultado obtido será o número de dias necessários para que o estoque termine. Se esse valor for superior a dez dias, é

preciso rever o estoque máximo desse produto. Atualmente, a não ser que a frequência de abastecimento seja superior a uma semana, as farmácias não possuem estoques máximos de produtos acima de 15 dias de giro. Se isso acontecer, revise os cálculos e as compras. RECEBIMENTO DE MERCADORIAS:

Conferência da quantidade recebida na nota fiscal, verificando sempre a presença de medicamentos sujeitos a controle especial. CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS EM ESTABELECIMENTO FARMACÊUTICO(DROGARIA)

• Medicamento referência;

• Medicamento genérico;

• Medicamento similar;

• Otc;

• Dermocosméticos;

• Perfumaria e higiene pessoal;

ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E CORRELATOS: Cada estabelecimento define um padrão, o que é excepcional em qualquer estabelecimento é as substâncias de controle

especial guardadas em armários específicos, bem como antibióticos, e que nenhum medicamento tarjado esteja em cima do balcão ou ao alcance da mão dos clientes.

DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS E CORRELATOS:

De acordo com a demando o estoque é reposto, obedecendo as curvas ABC.

FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FARMACÊUTICOS, CONTATO COM O CLIENTE, FABRICANTE E DISTRIBUIDORES

BALCONISTA: O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE

Funções do balconista O balconista de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso pode e deve

sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de produtos que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não são comercializados.

A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do balconista. É importante observar se os preços etiquetados estão correios e legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do produto, e principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo atendidas prontamente.

Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do balconista e ajudam, em muito, a organização de uma farmácia.

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Balconista: o elo entre a farmácia e o consumidor Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade. No caso do balconista de

farmácia este aspecto é muito importante, já que este profissional tem que atuar como "relações públicas" da farmácia onde trabalha, representar a própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor. Toda empresa comercial tem como objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o balconista.

O balconista é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com quem ele entra em contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.

Outro aspecto importante e que deve observado é das mãos e unhas, não só pela questão estética, mas principalmente pela higiene que se deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do balconista estão permanentemente no foco de atenção dos clientes.

Paciência e dedicação Existe um antigo ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não seja totalmente verdade é

importante que o balconista não esqueça que este ditado resume uma regra básica na relação de compra e venda. Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo. Neste caso o

balconista deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra situação deve ser um dos lemas do balconista até mesmo para se desvencilhar de um cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como ele pode estar atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos.

É fundamental nunca perder a paciência e sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o seu trabalho gira em torno dele e para ele.

A arte de atender Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o balconista deve ser amável no contato com o consumidor para que

ele se sinta bem atendido e volte outras vezes. Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua necessidade imediata, mas estar

sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível. O balconista de f armada exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à disposição para venda são na

verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde do consumidor. Recursos promocionais Além da habilidade do balconista no atendimento ao consumidor, as farmácias ou drogarias se utilizam muito de recursos

promocionais para chamar a atenção do cliente. As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente, são usadas para colocar produtos da linha de

perfumaria e cosméticos, os produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal para destacar e promover as vendas. Em displays, sobre os balcões, ficam os produtos homeopáticos. Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no preço de algumas mercadorias -cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal -para atrair os clientes e aumentar a comercialização de produtos em geral. Existem ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

NORMAS PARA DISPENSAÇÃO DE PRODUTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL PELA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Portaria 344/98 – Regulamento sobre dispensação de medicamentos que contenham substância sujeitas a controle especial. RDC 20/2011- Determina sobre o uso de Antimicrobianos como substância a serem dispensadas com retenção da receita,

com prescrição em duas vias.

O QUE SÃO PSICOTRÓPICOS? • Psico nosso psiquismo (o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim o que cada um é). • Mas trópico relaciona-se com o termo tropismo que significa ter atração por. • Então psicotrópico significa atração pelo psiquismo;

SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL • Entorpecentes - designa os psicotrópicos que têm por principal função de alterar o estado de sono. Trata-se principalmente

dos opiáceos, designados também de narcóticos. • Psicotrópicos Sedativos-Hipnóticos - São os medicamentos psicotrópicos indutores de sono, ou então controlam a

ansiedade, utilizados como calmantes.

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• Psicotrópicos anorexígenos- São os medicamentos psicotrópicos, que induzem a sensação de saciedade, utilizadas em quadros de obesidade.

• Anticonvulsivantes - Medicamento utilizados para inibir propagação anormais de impulsos elétricos, utilizados em quadros epiléticos.

• Antidepressivos - São medicamentos que atuam no Sistema Nervoso, regularizando estados de humor e ansiedade.

• Antiparkisonianos - Utilizados no tratamento da Doença de Parkinson. • Retinóides - São medicamentos utilizados no tratamento da acne

cística, psoriase. • Anabolizantes- são hormônios que estimulam o desenvolvimento de

caracteres masculinos, e efeito anabólico no controle da gordura e aumento da massa muscular.

TIPOS DE RECEITA:

De acordo com a Portaria 344/98, as substâncias das listas A (A1 e A2- entorpecentes/ A3-psicotrópicos) devem ser prescritas com a Receita tipo A, de cor amarela. As substâncias das listas B (B1-psicotrópicos/ B2 – anorexígenos) devem ser prescritas com a Receita tipo B, de cor azul. Já as substâncias das listas C (C1- outras substâncias sujeitas a controle especial/C2 –retinóides/ C4 –antiretrovirais/C5-anabolizantes) devem ser prescritas com a Receita tipo C, de cor branca.

Notificação de Receita "A" • Cor da notificação: Amarela • Receita A1/A2/A3 • A1-Entorpecentes • A2- Entorpecentes de uso permitido em concentrações especiais • A3- Psicotrópicos • Válida em todo território nacional (desde que acompanhada a justificativa de uso, para aquisição em outra unidade federativa). • Quantidade máxima por receita: 30 dias de tratamento ou 5 ampolas – 1 medicamento ou substância • Validade da receita: 30 dias corridos

Notificação de Receita "B" • Cor da notificação: Azul • Receita B1/B2 • B1 – Psicotrópicos • B2 - Psicotrópicos Anorexígenos • Válido em todo território nacional • Validade da receita: 30 dias corridos

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B1 – Psicotrópicos • Quantidade máxima por receita: 60 dias de tratamento ou 5 ampolas – 1 medicamento ou substância

B2 – Psicotrópicos Anorexígenos • Quantidade máxima por receita: 30 dias de tratamento, no caso de Sibutramina tratamento para até 60 dias– 1 medicamento ou substância

Notificação de Receita "C"

• Cor da notificação: Branca • Receita C1/ C2 • C1 – Outras substâncias sujeitas a controle especial

Quantidade máxima por receita: 5 ampolas/3 medicamentos ou substâncias Quantidade por período de tratamento: 60 dias Válida em todo território nacional – 30 dias

• C2 - Substâncias retinóicas Quantidade por período de tratamento: 30 dias - 1 medicamento ou substância O medicamento deve ser prescrito formulário próprio – “Notificação de Receita Especial Retinóides Sistêmicos” de cor branca e deve vir acompanhada do Termo de Consentimento Pós-Informação.

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Válida em todo território nacional• C3 – Substâncias imunossupressoras

Quantidade máxima por receita: Quantidade por período de tratamento: Válida em todo território nacionalO Termo de Responsabilidade/Esclarecimento deve preencsendo que a primeira via deve ficar retida no prontuário; a segunda via deve ser arquivada na farmácia e a terceira via deve ser entregue ao paciente

• C5 – Substâncias anabolizantes Quantidade máxima por receita: 5 ampolasmedicamentos Quantidade por período de tratamento: Válida em todo território nacional

C2 – Retinóides Sistêmicos

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em todo território nacional – 30 dias (talidomida)

Quantidade máxima por receita: tratamento para no máximo 30 dias. Quantidade por período de tratamento: 30 dias

em todo território nacional – 20 dias O Termo de Responsabilidade/Esclarecimento deve preenchido e assinado pelo prescritor e paciente, em 3 (três) vias, sendo que a primeira via deve ficar retida no prontuário; a segunda via deve ser arquivada na farmácia e a terceira via

xima por receita: 5 ampolas e demais substâncias para 60 dias de tratamento

Quantidade por período de tratamento: 30 dias Válida em todo território nacional

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hido e assinado pelo prescritor e paciente, em 3 (três) vias, sendo que a primeira via deve ficar retida no prontuário; a segunda via deve ser arquivada na farmácia e a terceira via

e demais substâncias para 60 dias de tratamento – 3 substâncias ou

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C3 – Imunossupressores (talidomida)

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Medicamentos lista C • Anabolizantes- são hormônios que estimulam o desenvolvimento de caracteres masculinos, e efeito anabólico no controle

da gordura e aumento da massa muscular. • Anti-inflamatórios (celecoxibe, etoricoxibe, parecoxibe) - riscos cardiovasculares. • Anticonvulsivantes - tratamento das crises convulsivas e epiléticas, neuralgias e também no tratamento de transtornos de

humor, como transtorno bipolar e ciclotimia. • Antidepressivos- São medicamentos que atuam no Sistema Nervoso, regularizando estados de humor e ansiedade. • Antipsicóticos - são medicamentos inibidores das funções psicomotoras, a qual pode encontrar-se aumentada em estados,

por exemplo, de excitação e de agitação. Paralelamente eles atenuam também os sintomas neuropsíquicos considerados psicóticos, tais como os delírios e as alucinações.

• Lítio- utilizado no tratamento de várias condições neuropsiquiátricas nas últimas três décadas, é particularmente benéfico para o tratamento agudo da mania e, normalmente, para a profilaxia e tratamento da depressão nos pacientes bipolares.

• Dissulfiram- “efeito dissulfiram" ou "efeito antabuse" se refere à hipersensibilidade ao álcool que ocorre como uma reação adversa a medicação específica, como o dissulfiram. Os sintomas são depressão respiratória, arritmias cardíacas e convulsões, o que pode levar ao óbito.

• Antiparkisonianos - Utilizados no tratamento da Doença de Parkinson.

COMO DEVE SE APRESENTAR: • O profissional não precisa, obrigatoriamente, utilizar-se deste modelo, que pode ser manuscrito, datilografado ou

informatizado, desde que observado: a) Obrigatoriedade de prescrição em 02 (duas) vias: identificação no receituário (manualmente, por computador ou impresso) de que a 1ª via se destina à FARMÁCIA e a 2ª via ao PACIENTE(PROPRIETÁRIO). b) Identificação do Emitente: nome do profissional, número da inscrição no CRM ou CRMV, endereço completo e telefone, sigla da UF ou nome da instituição, e no caso, o número do CNPJ. c) Identificação do Paciente: Nome completo, endereço, RG, orgão emissor, cidade/UF e telefone;

• Para animais(nome do animal, espécie, raça, porte e idade); Identificação do proprietário do animal (nome completo, endereço, RG, órgão emissor, cidade/UF e telefone); d) Prescrição: nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia e tempo de tratamento. e) data da emissão. f) Assinatura e carimbo do emitente. g) Identificação do comprador: informações do paciente. h) Identificação do fornecedor: de responsabilidade da farmácia e poderá ser preenchido manualmente ou mediante carimbo.

O QUE SÃO ANTIMICROBIANOS?

Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas(quimioterápicos) que agem sobre microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição.

Os antimicrobianos correspondem a uma classe de fármacos que é consumida frequentemente em hospitais e na comunidade. Entretanto, são os únicos agentes farmacológicos que não afetam somente aos pacientes que os utilizam, mas também interferem de forma significativa no ambiente hospitalar por alteração da ecologia microbiana.

Receita: De acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser prescrita em receituário simples, em duas vias e conter o nome

completo, idade e sexo do paciente. A RDC nº 20/11 não padroniza modelo específico de receituário, porém, prevê que a prescrição deve ser feita em receituário

privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde. A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia carbonada ou de uma cópia simples da primeira via, não sendo

obrigatória a inscrição “segunda via”. A dispensação deva atender essencialmente ao que foi prescrito. Desta maneira, sempre que possível deve-se dispensar a

quantidade exatamente prescrita para o tratamento. Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente.

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A RDC nº 20/2011 não proíbe a prescrição e dispensação de medicamentos antimicrobianos de uso humano para animais. Desta forma, os médicos veterinários devem realizar as prescrições em receituário em duas vias e atendendo as determinações preconizadas pelo Conselho de Classe (CRMV).

Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita para uso veterinário(prescrita por médico veterinário registrado no CRMV e dispensar o medicamento com a retenção da segunda via da receita.

Segundo o Art. 5º da RDC nº 20/2011, a prescrição deve apresentar a identificação do emitente (prescritor): identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone,assinatura e marcação gráfica (carimbo)

RECEITUÁRIOS DE EMERGÊNCIA • Emergência não se caracteriza como rotina. Se houver qualquer dúvida quanto à conduta do prescritor, o conselho regional

de classe e a autoridade sanitária competente deverão ser acionados. • Em caso de emergência, poderá ser aviada em papel não oficial (em papel não privativo do profissional ou da instituição)

a notificação de receita de medicamentos a base de substâncias constantes das listas da Portaria nº 344 / 1998 e de suas atualizações (art. 36, §2º). Para os medicamentos a base de substâncias constantes das listas "C1" (outras substâncias sujeitas a controle especial), deve-se aviar ou dispensar a receita de controle especial (art. 55, § 2º):

• A notificação de receita ou a receita de controle especial, quando se aplicar, deve, em caso de emergência, conter obrigatoriamente:

• - o diagnóstico ou CID; • - a justificativa do caráter emergencial do atendimento; • - data; • - inscrição no conselho regional e; • - assinatura devidamente identificada. • O estabelecimento que aviar a referida receita deverá anotar a identificação do comprador e apresentá-la à autoridade

sanitária do estado, Distrito Federal ou município dentro de 72 (setenta e duas) horas, para "visto". INFORMÁTICA APLICADA A FARMÁCIA: SOFTWARES DE PEDIDOS DE MEDICAMENTOS, CONTROLE DE ESTOQUE, PRONTUÁRIO ELETRÔNICO Informática aplicada à farmácia

Praticamente todas as farmácias contam com um sistema informatizado para gerenciamento de todos os produtos que entram e saem do estabelecimento indo desde o pedido do produto na distribuidora até os produtos vendidos em data ou períodos. A informatização do estabelecimento farmacêutico revolucionou toda a questão do gerenciamento de uma farmácia priorizando a facilidade de se realizar pedidos de produtos de forma ágil, precisa e segura, assim como o controle do estoque de todos os produtos melhorando a projeção de pedidos e foco de vendas.

Para tanto foram criados os softwares específicos para este tipo de estabelecimento como o Consys, P2K e VSM que são os mais utilizados nos estabelecimentos de nossa cidade. Todos contam com funções básicas como a realização das vendas, pedidos de produtos, controle do estoque, entrada de notas, balanço de produtos e controle de vendas, alguns ainda constam funções mais complexas normalmente utilizadas pelas redes uma vez que é necessário gerenciar estoque e realizar pedidos para mais de uma loja. Softwares de pedidos de medicamentos

Para facilitar a realização dos pedidos de medicamentos às distribuidoras foram criados sistemas onde constam basicamente todos os produtos cadastrados no estabelecimento normalmente pelo código EAN ou código interno. As distribuidoras muitas vezes têm seus próprios códigos internos disponibilizados para as farmácias para facilitar a aquisição dos produtos com o mínimo de erro. Os pedidos são feitos basicamente de duas formas: através da conferência do que foi vendido e a realização do pedido produto por produto (normalmente é utilizado quando o estabelecimento quer fazer a compra de um produto específico sem incluir todos que possam estar em falta) ou através da geração automática dos pedidos. A geração automática de pedidos pode ser feita através da reposição dos produtos vendidos em um dia/semana ou outro período no qual o estabelecimento julgar necessário ou através de projeção da venda e reposição antecipada de produtos antes que acabem no estoque.

Na reposição por data ou período, normalmente, apenas é gerado os pedidos com os produtos que foram vendidos no período designado além de outros que o estabelecimento julgar necessário.

Na projeção de venda os sistemas identificam quantas unidades constam de determinados produtos na loja e projetam quantos precisam ser repostos antes mesmo de acabarem, através de uma quantidade mínima a ser mantida na loja em sistema e a seguinte reposição dos que foram vendidos. Esta é a forma mais realizada, pois garante sempre o produto em loja e a rápida reposição dos que foram pedidos antes que esgotem os estoques. O próprio estabelecimento que informa ao programa a quantidade mínima em estoque de cada produto e o sistema automaticamente repõe aqueles que são vendidos.

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Controle de estoque Para que ocorra de forma correta os pedidos a fim de se preservar um estoque que garanta a disponibilidade de produtos

para venda é imprescindível que seja realizado o controle do estoque. O controle do estoque é a confirmação da presença ou não do produto em loja e a subseqüente reposição ou não deste produto. A principal atividade para garantir o controle de estoque é o balanço que deve ser feito regularmente.

O balanço pode ser feito por categoria de produto, feito semanalmente ou pelo balanço geral do estabelecimento, que costuma ser feito mensalmente. O importante deste procedimento é a confirmação do estoque físico frente ao estoque apresentado pelo sistema onde rupturas podem significar: deficiência na baixa de produtos vendidos mascarando a real venda da loja, furto de produtos, o não registro do produto no caixa sendo este o problema mais comum que leva a erros de estoque ou erro do sistema na hora de realizar a entrada da nota.

O controle do estoque é que garante a máxima lucratividade da farmácia uma vez que ele apresenta o valor em moeda do estoque atual da loja que deve ser comparado com o valor de venda para garantir que nenhum produto esteja sendo comprado de forma errônea e que venha a ficar em estoque sem ser vendido. Prontuário eletrônico

Os prontuários eletrônicos podem atuar de várias formas: para realização de pedidos, guardar dados de venda, cadastro de clientes, informações de produtos e demais informações pertinentes ou de interesse do estabelecimento.

No caso dos prontuários para realização de pedidos, estes são uma forma paralela de realizar pedido para as distribuidoras sendo de forma menos ágil, pois muitas vezes tem que ser enviada via e-mail e não via sistema o que pode gerar erros ou atrasos na geração do pedido e posteriormente na entrega sendo assim pouco empregado para esta finalidade.

O prontuário eletrônico tem a vantagem de ser gerado da forma que for necessário para guardar o dado que se deseja. Os sistemas já costumam ter prontuários específicos prontos para cada finalidade (um prontuário para clientes, outro para venda, outro para produtos, etc), independente de quantos forem necessários de acordo com a necessidade do estabelecimento.

Atualmente os formulários eletrônicos são utilizados com a finalidade apenas de guardar dados, não sendo empregados de outras formas, principalmente dados de clientes e dos produtos em loja para consulta. Noções de informática para utilização de banco de dados para confecção de rótulos e etiquetas

Os sistemas atuais já constam com suporte para a geração de rótulos e etiquetas de produtos e embalagens. As etiquetas com preços são obrigatórias em todos os produtos que ficam à disposição dos clientes na farmácia. A etiqueta pode ser de duas formas: etiqueta de gôndola que fica na testeira da gôndola ou etiqueta auto-adesiva que é colada direto no produto. A forma a ser utilizada varia de acordo com a vontade do estabelecimento lembrando que a etiqueta de gôndola tem maior preferência pela facilidade de visualização e o fato de que não é necessário realizar uma etiqueta pra cada unidade do produto. A etiqueta auto-adesiva atualmente é mais utilizada para produtos fracionados, pequenos ou que não fiquem em prateleira, mas sim, em ganchos.

Cada sistema realiza a etiquetagem de uma forma, porém todos apresentam seus comandos de forma visível e de fácil entendimento na tela do próprio sistema normalmente utilizando apenas a tecla do teclado onde a pessoa a realizar a etiquetagem apenas precisa digitar as teclas necessárias na tela ao tipo de etiquetagem que se destina.

REFERÊNCIAS Teoria Geral da Administração- Chiavenato, 2009. Introdução a Farmácia Magistral e Drogaria- Uma noção administrativa, 2006. Como ser um vencedor, seja um profissional de sucesso, editora MEENDUS, 1999. ANVISA, Manual de Dispensação de Medicamentos e substâncias sujeitas a controle especial,1998.

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CONTROLE DE QUALIDADE

INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE QUALIDADE

PRÍNCIPIOS E FILOSOFIA DA QUALIDADE TOTAL Significado de Qualidade

Qualidade é um conceito subjetivo, é o modo de ser, é a propriedade de qualificar os mais diversos serviços, objetos, indivíduos etc. Do latim qualitate.

Qualidade está relacionado às percepções de cada indivíduo e diversos fatores como cultura, produto ou serviço prestado. Necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta definição.

Qualidade pode ser qualidade de vida das pessoas de um país, qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, qualidade do serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda qualidade de um produto no geral. Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e objetiva.

Qualidade em relação a produtos e/ou serviços, há várias definições para qualidade, como o produto estar em conformidade com as exigências dos clientes, ter valor agregado, algo que produtos similares não possuem, relação custo/benefício etc.

Existe também o controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Os conceitos são usados em várias áreas, através de indicadores de qualidade e normas, como a ISO 9001, ISSO 14000 e outras.

QUALIDADE TOTAL- O QUE É E COMO FUNCIONA? Sabemos que a qualidade pode ser definida, de forma bem resumida, como “o atendimento pleno das necessidades de

um cliente”. E que este atendimento pleno às exigências de nossos clientes depende da implantação de processos de melhoria contínua. Assim, podemos dizer, então, que a qualidade total é uma decorrência da aplicação da melhoria contínua em processos dentro de uma empresa.

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É conhecida como “total”, uma vez que o seu principal objetivo é a implicação não apenas de todos os escalões de uma organização, mas também da organização estendida, ou seja, seus fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios.

Segundo Chiavenato, em sua obra “Introdução à Teoria Geral da Administração, enquanto a melhoria contínua da qualidade é aplicável no nível operacional, a qualidade total estende o conceito de qualidade para toda a organização, abrangendo todos os níveis organizacionais, desde o pessoal do escritório e do chão de fábrica até a alta cúpula em um envolvimento total.

A qualidade total deve ser aplicada a todas as áreas e níveis da empresa, devendo sempre começar do topo, com comprometimento total da alta administração. Este apoio é fundamental para o sucesso da abordagem.

Etapas da qualidade total A melhoria contínua e a qualidade total são abordagens incrementais para obter excelência em qualidade dos produtos e

processos. O objetivo é fazer acréscimos de valor continuamente. De acordo com o mesmo autor, ambas as abordagens seguem um processo composto das seguintes etapas:

• Escolha de uma área de melhoria;

• Definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria;

• Identificação dos benchmarks;

• Análise do método atual;

• Estudo piloto da melhoria;

• Implementação das melhorias. O Gerenciamento da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM) é um conceito de controle que atribui às

pessoas, e não somente aos gerentes e dirigentes, a responsabilidade pelo alcance de padrões de qualidade. A Qualidade Total está baseada no empoderamento das pessoas (empowerment), que proporciona aos funcionários a autoridade para tomar decisões que normalmente eram dadas aos gerentes. Assim, os funcionários podem resolver questões sem ter que consultarem seus gerentes a todo o momento, poupando tempo e agilizando a resolução de problemas.

Este processo de empowerment traz diversos benefícios, tanto para a empresa quanto para os clientes, que tem suas necessidades atendidas em pouco tempo. Assim, a empresa economiza tempo e dinheiro, e ainda proporciona a satisfação de seus clientes.

O gerenciamento da qualidade total trouxe técnicas muito conhecidas

• Enxugamento (downsizing),

• Terceirização (outsourcing)

• Reeducação do tempo do ciclo de produção.

Os 10 mandamentos da Qualidade Total Chiavenato nos apresenta, na mesma obra, uma lista chamada “Os 10 mandamentos da Qualidade Total”, que nos

reproduzimos abaixo, na íntegra. Confira: 1. Satisfação do cliente; 2. Delegação; 3. Gerência; 4. Melhoria Contínua; 5. Desenvolvimento das pessoas; 6. Disseminação de informações; 7. Não aceitação de erros; 8. Constância de propósitos; 9. Garantia de qualidade; 10. Gerência de Processos.

SISTEMAS DE QUALIDADE

SISTEMA PDCA

Objetivos: Demonstrar que o método é compatível com o PDCA recomendado pela norma O ciclo PDCA surgiu na década de 1930 a partir do trabalho do trabalho de W. Shewart, físico e matemático, como um

padrão de conceitos e metodologia para tratar os problemas gerenciais. Também conhecida por ciclo de Shewart, esta metodologia foi amplamente divulgada e utilizada por W.E. Deming - guru da qualidade, criador do CEP - Controle Estatístico do Processo - de tal forma que a metodologia também chegou a ser conhecida como ciclo de Deming. Mas a metodologia é atribuída a W. Shewart.

O ponto central da filosofia do PDCA é que podemos classificar os problemas em dois tipos: causas especiais e causas gerenciais (ou comuns). As causas especiais são aquelas que indicam variação ou modificação em relação à rotina que estava estabelecida ou planejada. Em resumo, são ocorrências que fogem à normalidade do dia-a-dia. Elas ocorrem inesperadamente, mas são possíveis de serem identificadas rapidamente. Exemplo: desgaste da ferramenta, não realização da manutenção da máquina. Elas representam, de acordo com Deming, quinze por cento dos problemas que ocorrem em qualquer tipo de processos (produtivo ou administrativo / gerencial). Portanto, podem ser identificadas pelo pessoal que executa diretamente a atividade através da observação do que se modificou.

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As causas gerenciais (ou comuns), ainda segundo Deming, representam os outros oitenta e cinco por cento restantes das ocorrências. São representadas pelas falhas de planejamento, decisões gerenciais equivocadas, aquisição de novos recursos (equipamentos, pessoal...) insuficientes, a forma de trabalho estabelecida - muitas vezes viciada, entre tantas possibilidades. Ou seja, os envolvidos podem estar acostumados com elas e não percebem o quão influentes podem estar junto aos problemas. Então, elas não são identificadas pelas pessoas que as executam e, sim por agentes externos. Elas ocorrem ao acaso e são inerentes ao processo. São de responsabilidade da alta gerencia (direção) para decidir a solução a ser adotada.

O modelo proposto por Shewart estabelece uma lógica de pensamento que deve ser seguido quando da análise e solução dos problemas ou mesmo da definição de um processo:

•O passo número um é estabelecer e (P)lanejar um modelo que deverá ser alcançado; •O passo número dois é realizar, (E)xecutar este modelo como foi proposto pela equipe; •O passo número três é avaliar, verificar, (C)hecar os resultados que foram obtidos durante a realização. •E, finalmente o passo número quatro, é (A)gir, tomar decisões para que seja consolidado o modelo estabelecido ou

ajustar, corrigir as divergências que ocorreram. Em inglês, cada um dos passos seria: (P)lan - planejar, (D)o - executar, (C)heck - checar, verificar e, (A)ction - agir, decidir,

ajustar. Por isto PDCA. Nas atuais normas de qualidade o PDCA é vital em alguns momentos principais: •Planejamento do sistema da qualidade: definição de processos, execução das rotinas (procedimentos), etc... • Ações Corretivas - quando há divergências com o planejado e, é necessário propor e executar uma forma de solucionar

o problema. Além disto, quando da realização de atividades de Melhoria Contínua, a adoção do PDCA será importante. Porque visa

estabelecer um novo padrão que, deve ser implementado na organização ou processo ou, ainda, no produto. De um modo geral, pode-se dizer que em todas as atividades do sistema da qualidade são requeridos os conhecimentos e uso do PDCA. Para que se possa planejar, executar, verificar e corrigir o que é feito em cada rotina ou atividade prevista. Portanto, qualquer atividade pode ser uma das etapas do ciclo de PDCA e, ao mesmo tempo devemos utilizá-lo para que funcione. A figura cinco mostra o PDCA como indicamos no texto.

O ciclo PDCA pode ser detalhado e executado como a seguir:

• Etapa um - Planejar - (P) - é nesta etapa que se definem objetivos (onde se pretende chegar, é a meta, o novo padrão). Com isto, é possível descrever como deve ser a atividade / processos e quais os recursos serão necessários para executá-lo. Desta forma é possível elaborar um cronograma de atividades para execução da atividade / processo. A abrangência e qualidade deste planejamento dependem da disponibilidade de recursos e da proposta a ser feita.

• Etapa dois - Executar - (D) - a execução é dividida em duas grandes ações. A primeira é Capacitar (educar e treinar) as pessoas que estão envolvidas com o processo ou mesmo com a atividade / problema em questão. Treinar é uma atividade que pode ser realizada no local de trabalho ou mesmo na sala de treinamento. A segunda ação é implantar efetivamente os processos e atividades planejadas.

• Etapa três - Checar - (C) - aqui deve ser verificado, a partir de dados coletados sobre o processo e, comparadas com os objetivos e expectativas, qual é o resultado dos produtos e processos. A comparação sempre será feita com as políticas, objetivos e requisitos dos clientes. •Etapa quatro - Agir - (A) - nesta etapa, tudo o que houver de divergência detectada na etapa três - check, deverá ter uma análise do ponto de vista gerencial e, ações para a resolução devem ser estabelecidas ou, havendo resultados positivos, devem se estabelecer ações para melhorar ainda mais - melhoria contínua.

O que você deve fixar deste capítulo: 1. Os problemas podem ser classificados em causas especiais e causas comuns. 2. As causas comuns impactam o gerenciamento do processo.

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3. A metodologia PDCA é planejar – executar – verificar – agir. 4. A implantação do sistema da qualidade requer a adoção do PDCA em cada etapa. 5. Alguns momentos vitais são importantes para o sistema da qualidade: 1) planejamento, 2) ações corretivas. 6. O PDCA também é adotado para a realização de melhoria contínua. 7. Cada processo deve ser analisado com base no PDCA. 8. As etapas do PDCA devem ser decompostas em passos que auxiliam a sua execução. Veja no texto. 9. As etapas do PDCA equivalem aos passos dos MASP. 10. O giro do PDCA irá levar a organização a crescer até trocar a solução de problemas pela melhoria contínua. Um toque de qualidade: 1. O PDCA foi criado na década de 1930 pelo matemático W. Shewart como padrão e metodologia para os problemas

gerenciais. 2. O PDCA também ficou conhecido como Ciclo de Deming. 3. Ao sistematizar um processo podemos padronizá-lo inicialmente com o SDCA. 4. Conceitos de empresas “serrote” e “escada”.

CONTROLE DE QUALIDADE

Conceito: Conjunto de medidas destinadas a verificar a qualidade de cada lote de medicamentos e demais produtos (análises

físico-químicas, microbiológicas e biológicas), para que satisfaçam ás normas de atividade, pureza, eficácia e inocuidade. Refere-se também a amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização, a documentação e aos procedimentos de liberação que devem assegurar que os ensaios necessários e relevantes sejam executados para garantir a qualidade do produto final.

Definição de Controle de qualidade segundo a RESOLUÇÃO-RDC Nº 67, DE 8 DE OUTUBRO DE 2007: conjunto de

operações (programação, coordenação e execução) com o objetivo de verificara conformidade das matérias primas, materiais de embalagem e do produto acabado, com as especificações estabelecidas.

O controle de qualidade é muito importante, pois é através dele que é verificado se os produtos apresentam-se dentro dos padrões exigidos pelo mercado ou não. O controle de qualidade da matéria-prima inicia-se com o controle de recebimento dos materiais. Ao consentir o recebimento de materiais de baixa qualidade, a empresa irá afetar não somente a qualidade, mas também a produção em si, por meio do acréscimo de rejeições. Assim, o departamento de compras é responsável por procurar materiais e componentes com qualidade adequada, usando padrões de qualidade estabelecidos.

O controle de processos aplica-se a procedimentos adotados para avaliar, manter e melhorar padrões de qualidade nas diversas fases de fabricação. O controle do produto refere-se a atividades para analisar a qualidade do produto final, incluindo produtos acabados estocados em armazéns e distribuidores, a análise de informações e de dados obtidos quando os produtos já estão em uso, e o retorno das informações para o processo de produção como esforço para melhorar constantemente a qualidade dos produtos.

O controle de qualidade de um produto envolve várias etapas que abrangem desde a obtenção da matéria-prima, incluindo todo o processo de produção, até a análise do produto final. A qualidade da matéria-prima não garante a eficácia do produto, mas é fator determinante da mesma. Assim, o controle de qualidade não deve limitar-se às operações laboratoriais, devendo estar envolvido em todas as decisões concernentes à qualidade de um produto.

O controle de qualidade é parte das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPFM), que asseguram que os testes necessários foram executados, sendo liberados apenas quando apresentarem resultados satisfatórios para a comercialização e utilização, visando garantir a segurança máxima dos produtos, utilizando testes físico-químicos e microbiológicos, a fim de detectar qualquer alteração na formulação original, que não tenha sido inclusa nos testes toxicológicos e biológicos.

Controle de Qualidade Físico-Químico

O controle de qualidade físico-químico deve assegurar a qualidade química e física dos produtos antes da sua dispensação, sendo assim um conjunto de medida destinadas a conferir a qualidade dos medicamentos e demais produtos, para que possam satisfazer os princípios de pureza, eficácia, atividade e inocuidade.

Os testes de qualidade dos medicamentos são efetivados com frequência na rotina dos laboratórios das indústrias, pois representam uma questão fundamental para garantir a qualidade do medicamento, ou seja, para uma maior segurança da população que irá consumir este produto.

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Ensaios físico-químicos em insumos farmacêuticos ativos, excipientes, medicamentos e cosméticos

O sucesso do tratamento farmacológico depende da eficácia, segurança e qualidade dos medicamentos. Para as análises são utilizadas monografias e métodos gerais da Farmacopeia Brasileira ou de códigos oficias reconhecidos pela ANVISA para a realização dos ensaios físico-químicos, visando garantir a qualidade dos produtos destinados à população.

Análises físico-químicas

• Identificação - Fármacos em insumos farmacêuticos ativos e formas farmacêuticas.

• Caracterização de formas farmacêuticas – São testes de controle de qualidade específicos para a forma farmacêutica a ser analisada: Desintegração, Dureza, Determinação de peso, Determinação de volume, Friabilidade, Uniformidade de doses unitárias e Viscosidade.

• Análises de impurezas - Determinação qualitativa, semi-quantitativa ou quantitativa de contaminantes orgânicos ou inorgânicos em insumos farmacêuticos ativos e formas farmacêuticas: Cinzas sulfatadas, Cromatografia em camada delgada (CCD), Cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE), Determinação de água (Karl Fischer), Ensaios limites, Perda por dessecação.

• Dissolução - O teste de dissolução é utilizado para garantir a qualidade entre lotes de medicamentos, no desenvolvimento de novas formulações e para assegurar a uniformidade da qualidade após alterações pós-registro de medicamentos, como mudanças de excipientes e alterações de processos de fabricação.

• Doseamento - Realizado para a determinação do teor de fármacos em insumos farmacêuticos e medicamentos, onde diversos métodos podem ser utilizados.

• Ensaios gerais - Características físicas e físico-químicas de insumos farmacêuticos ativos e formas farmacêuticas: Acidez ou alcalinidade, Cor de líquidos, Densidade de massa, Densidade relativa, Limpidez de líquidos, Material particulado (partículas visíveis), pH, Ponto ou faixa de fusão, Solubilidade, Teste de gotejamento, Viscosidade.

Controle de Qualidade Microbiológico

O controle de qualidade microbiológico é um dos critérios exigidos para garantir a segurança das formulações principalmente se tratando de microrganismos patogênicos para que não ocorra a alteração do produto e diminuir assim os riscos aos seus consumidores. Essa avaliação da qualidade microbiológica é necessária para determinar a carga microbiana aceitável e verificação de microrganismos considerados de risco para o usuário.

A qualidade microbiológica dos produtos farmacêuticos é definida por padrões microbianos descritos em compêndios oficiais, farmacopeias e normas regulamentadoras.

A importância do controle de qualidade microbiológico de produtos farmacêuticos é atribuída uma vez que um produto livre de microrganismos danosos à saúde humana constitui uma exigência crescente por parte dos consumidores e órgãos responsáveis pela vigilância sanitária do país. O crescimento de microrganismos pode provocar mudanças de cor, odor e consistência do produto, resultando no abandono do mesmo pelo consumidor e reclamações junto à empresa com consequentes perdas financeiras e de imagem da marca ou da empresa como um todo. Exames microbiológicos refletem ainda as condições higiênicas que envolvem a produção, armazenamento, transporte e manuseio destes produtos.

A contaminação microbiana de produtos farmacêuticos, cosméticos e fitoterápicos pode ser proveniente de várias origens devido à complexidade dos processos de produção. Nos últimos anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tem atuado mais próxima às empresas produtoras, incluindo indústrias e farmácias de manipulação, e exigido o cumprimento das regulamentações técnicas estabelecidas e procedimentos documentados do processo de fabricação, garantindo, assim, a qualidade final do produto.

Para pequenas empresas produtoras e farmácias de manipulação, a implantação de laboratório de controle de qualidade microbiológico é limitada pelo investimento necessário em infra-estrutura e pessoal requeridos. Assim, a realização das análises por laboratórios de prestação de serviços possibilita o atendimento às exigências da ANVISA.

Assim, no CQ Microbiológico analisa-se a quantidade de microrganismos existentes nos produtos. São feitos diversos testes conforme a Farmacopeia e especificações para cada matéria-prima. Os testes são:

• Microrganismos viáveis totais;

• Microrganismos patogênicos;

• Testes de esterilidade;

• Teste de pirogênios (para injetáveis, por exemplo);

• Coliformes totais;

• Coliformes fecais;

• Fungos e leveduras, etc.

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CONTROLE DE QUALIDADE DE MATÉRIAS-PRIMAS

Matéria-prima farmacêutica é definida como qualquer substância ativa ou excipientes utilizados no processo de fabricação de uma forma farmacêutica. Esta substância pode permanecer inalterada ou sofrer qualquer modificação durante o processo. De acordo com a função no produto, as matérias-primas são classificadas em dois grupos: os ingredientes ativos com atividade farmacológica, e os excipientes que permitem sua adequação à via de administração.

As matérias-primas podem ser produzidas por processos químicos sintéticos, fermentação e extração de fontes naturais. Enquanto o Controle da Qualidade faz os testes, as matérias-primas ficam em Quarentena aguardando os resultados. Se a

matéria-prima for reprovada em algum teste ela é devolvida ao fornecedor ou é destruída. Apenas as matérias-primas aprovadas podem ser utilizadas na Produção de Medicamentos.

A partir do recebimento das matérias alguns requisitos devem ser observados:

• O estado de conservação dos produtos;

• Quantidade requisitada;

• Quantidade entregue;

• Lote do insumo com o lote constante na nota fiscal;

• Informações do rótulo da matéria-prima (identificação da matéria prima: nome, DCB, DCI e CAS),quantidade contida na embalagem, data de fabricação e validade, lote, responsável técnico (com seu número de registro profissional), país de origem, nome do fabricante e data do fracionamento, caso tivesse sido fracionada pelo fornecedor, e as condições de armazenamento.

O laudo de análise da matéria-prima entregue pelo fornecedor deve ser analisado, verificando as especificações dos insumos:

• Nome, DCB, DCI e CAS;

• Referências das monografias utilizadas;

• Orientações de testes de identificação e pureza com seus resultados qualitativos e quantitativos, além de seus valores máximos e mínimos aceitáveis e recomendações de armazenamento;

• As monografias referenciais devem constar na Farmacopeia Brasileira, sempre na versão mais atual; na ausência dela, devem-se utilizar farmacopeias internacionais reconhecidas e recomendadas pela ANVISA, sempre na sua versão vigente mais atual.

Todos os testes realizados e resultados são documentados no Laudo de Análise da Matéria-Prima, estes ficam guardados por anos no arquivo da indústria, assim como amostras de retenção. Os testes de identificação mínimos recomendados pela RDC nº 67 de 8 de outubro de 2007, de acordo com disponibilidade de informações nas monografias, são:

• Características organolépticas, teste de solubilidade, pH, peso e volume(conferência com o valor informado no rótulo e o real), ponto de fusão e densidade.

• Além destes testes, podem ser aceitos testes adicionais – contaminantes, resíduos, etc – realizados pelos fornecedores.

CONTROLE DE QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS - SÓLIDOS As formas sólidas podem ser pós, granulados, comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilha, supositórios e óvulos.

Comprimidos:

• Os comprimidos são preparações sólidas obtidas pela compressão de princípios ativos secos.

• A maioria dos medicamentos está disponível sob a forma de comprimidos;

• As principais vantagens são a facilidade na execução da preparação, o baixo custo, melhor estabilidade físico-química, além da facilidade na administração, a precisão na dosagem. E entre as desvantagens tem-se a impossibilidade de ajustar a dose no produto final.

• Podem ser de vários tipos: revestidos por películas, com revestimento entérico, de liberação controlada, efervescentes, sublinguais, mastigáveis, entre outros;

• Podem apresentar vários formatos, como ovais, cilíndricos, redondos, entre outros. Podendo variar também, peso, dureza, espessura, dependendo do uso que se destinam e do método de fabricação.

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Cápsulas:

• As cápsulas são formas compostas por um envoltório comestível, que normalmente é à base de gelatina. Dentro desse envoltório, está princípio ativo. As cápsulas são administradas por via oral;

• Tem forma cilíndrica ou ovóide e é formado por duas partes que se encaixam;

• 2ª Forma Farmacêutica mais usada;

• As principais vantagens são a facilidade na liberação e administração do fármaco, melhor conservação e apresentação, além de permitir a prescrição personalizada e maior velocidade na execução da formulação. Já entre as desvantagens, destaca-se que não pode ser cortado/partido, além de ser inviável para fármacos muito solúveis, como também a limitação de uso para crianças e idosos devido ao tamanho da cápsula. Deve ser armazenada em condições de temperatura e umidade adequadas.

• Podem ser classificadas em cápsulas moles, duras, gastrorrese de liberação controlada.

Drágeas:

• São formas farmacêuticas em que o princípio ativo está em um invólucro constituído por diversas substâncias, como resinasnaturais e sintéticas, gelatinas, gomas, açúcares, ceras

• Seu núcleo é um comprimido que passou por um processo de revestimento com açúcar e corante (drageamento);

• As principais vantagens são a estabilidade físicoativos facilmente oxidáveis além de viabilizar a desintegração entérica. Como desvantagens temos a dificuldade na preparação,alto custo, e a impossibilidade de ajuste de dose.

Pastilhas:

• É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma base adocicada e com sabor. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser

Grânulos:

• Os grânulos são preparações que apresentam formato de grãos ou grânulos irregulares. Podem ser administrados diretamente ou de serem utilizados em formulações.

Supositórios e Óvulos:

• Possuem formatos cônicos ou ogivais, para aplicação retal e vaginal, respectivamente.

• Contém um ou mais princípios ativos dispersos ou

• São usados em substituição à via oral, no caso de lesão na mucosa do trato gasapresenta quadro de vômito ou dificuldade de deglutição;

• Fundem na temperatura do corpo.

Pós:

• São preparações para uso externo e interno. São compostos por uma mistura de fármac

• As principais vantagens são a facilidade na absorção devido à maior superfície de contato, a ausência de umidade que melhora a conservação, facilidade no transporte e armazenamento. Já entre as desvantagens destacamos o sabor que pode ser desagradável, a dificuldade na deglutição, a impossibilidade de usar outras vias de administração além da oral e da tópica.

CRITÉRIOS DE QUALIDADE

• As formas farmacêuticas devem conter a concentração correta do

• A aparência dos comprimidos, drágeas e cápsulas constantes.

• O fármaco deve ser liberado de modo controlado e reprodutível.

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As cápsulas são formas compostas por um envoltório comestível, que base de gelatina. Dentro desse envoltório, está princípio

são administradas por via oral;

Tem forma cilíndrica ou ovóide e é formado por duas partes que se

facilidade na liberação e administração do fármaco, melhor conservação e apresentação, além de permitir a prescrição personalizada e maior velocidade na execução da formulação. Já

se que não pode ser cortado/partido, além de ser inviável para fármacos muito solúveis, como também a limitação de uso para crianças e idosos devido ao tamanho da cápsula. Deve ser armazenada em condições de temperatura e umidade adequadas.

Podem ser classificadas em cápsulas moles, duras, gastrorresistentes

São formas farmacêuticas em que o princípio ativo está em um invólucro constituído por diversas substâncias, como resinas, gelatinas, gomas, açúcares, ceras, plastificantes. São chamados também de comprimidos revestidos;

Seu núcleo é um comprimido que passou por um processo de revestimento com açúcar e corante (drageamento);

As principais vantagens são a estabilidade físico-química, facilidade na administração, a possibilidade de proteger princípios ativos facilmente oxidáveis além de viabilizar a desintegração entérica. Como desvantagens temos a dificuldade na preparação,

lto custo, e a impossibilidade de ajuste de dose.

É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma base adocicada e com sabor. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser preparada por modelagem ou por compressão

Os grânulos são preparações que apresentam formato de grãos ou grânulos irregulares. Podem ser administrados diretamente ou de serem utilizados em formulações.

cônicos ou ogivais, para aplicação retal e vaginal, respectivamente.

s princípios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos

São usados em substituição à via oral, no caso de lesão na mucosa do trato gastrointestinal ou quando o paciente to ou dificuldade de deglutição;

ão preparações para uso externo e interno. São compostos por uma mistura de fármacos finamente divididos e secos;

principais vantagens são a facilidade na absorção devido à maior superfície de contato, a ausência de umidade que melhora a conservação, facilidade no transporte e armazenamento. Já entre as desvantagens destacamos o sabor que pode ser

culdade na deglutição, a impossibilidade de usar outras vias de administração além da oral e da tópica.

devem conter a concentração correta do fármaco.

s, drágeas e cápsulas deve ser elegante, e seu peso, suas dimensões e sua aparência devem ser

O fármaco deve ser liberado de modo controlado e reprodutível.

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São formas farmacêuticas em que o princípio ativo está em um invólucro constituído por diversas substâncias, como resinas ambém de comprimidos revestidos;

Seu núcleo é um comprimido que passou por um processo de revestimento com açúcar e corante (drageamento);

química, facilidade na administração, a possibilidade de proteger princípios ativos facilmente oxidáveis além de viabilizar a desintegração entérica. Como desvantagens temos a dificuldade na preparação, o

É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma base adocicada e com sabor. preparada por modelagem ou por compressão.

Os grânulos são preparações que apresentam formato de grãos ou grânulos irregulares. Podem ser administrados

dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos;

trointestinal ou quando o paciente

os finamente divididos e secos;

principais vantagens são a facilidade na absorção devido à maior superfície de contato, a ausência de umidade que melhora a conservação, facilidade no transporte e armazenamento. Já entre as desvantagens destacamos o sabor que pode ser

culdade na deglutição, a impossibilidade de usar outras vias de administração além da oral e da tópica.

peso, suas dimensões e sua aparência devem ser

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• Os comprimidos e drágeas devem possuir resistência mecânica suficiente para resistir à fratura e à erosão no seu manuseio.

REQUISITOS FARMACOPÉICOS PARA CQ EM ROTINA • Aspecto; • Variação de peso;

CONTROLE DE QUALIDADE

SÓLIDOS • Uniformidade de dose (conteúdo ou peso); • Teor; • Dureza; • Friabilidade; • Desintegração; • Dissolução; • Perfil de dissolução (quando necessário).

DETERMINAÇÃO DE PESO EMFORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS

O teste se aplica a formas farmacêuticas sólidas em dose unitária (comprimidos não revestidos, comprimidos revestidos, pastilhas, cápsulas duras e moles e supositórios), formas farmacêuticas sólidas acondicionadas em recipientes para dose unitária (pós estéreis, pós liofilizados, pós para injetáveis e pós para reconstituição de uso oral).

Produtos com dose unitária

• Para produtos em dose unitária, o teste permite verificar se as unidades de um mesmo lote apresentam uniformidade de peso. Para realizar o teste, é necessário determinar, previamente, o peso médio de unidades do lote.

Produtos com dose múltipla

• Para produtos acondicionados em recipientes para doses múltiplas, o teste permite verificar a homogeneidade no envase.

Comprimidos e Drágeas:

• Pesar, individualmente, 20 comprimidos e determinar o peso médio. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela 1, em relação ao peso médio, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas.

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Supositórios e óvulos:

• Pesar, individualmente, 20 supositórios ou óvulos e determinar o peso médio. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela 1,em relação ao peso médio, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas;

• Nenhuma acima ou abaixo do dobro do%de variação indicado.

Cápsulas duras e moles:

• Pesar, individualmente, 20 unidades, remover o conteúdo de cada uma, limpar adequadamente e pesar novamente;

• Determinar o peso do conteúdo de cada cápsula pela diferença de peso entre a cápsula cheia e a vazia. Com os valores obtidos, determinar o peso médio do conteúdo;

• Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela 1, em relação ao peso médio do conteúdo, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas;

• Para cápsulas moles proceder como descrito para cápsulas duras.

Pós estéreis e liofilizados e injetáveis:

• Realizar o teste com 20 unidades.

• Remover os lacres metálicos, no caso de frascos-ampola;

• Retirar rótulos que possam sofrer danos durante o teste;

• Secar se necessário à superfície externa dos recipientes;

• Pesar, individualmente, as 20 unidades, com as respectivas tampas;

• Remover o conteúdo e lavar os respectivos recipientes utilizando água e em seguida etanol. Secar em estufa a 105 ºC, por 1 hora, ou em temperaturas inferiores a essa, dependendo da natureza do material, até peso constante. Resfriar à temperatura ambiente, recolocar a tampa e pesar novamente;

• A diferença entre as duas pesagens representa o peso do conteúdo. Determinar o peso médio do conteúdo das 20 unidades. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela 1, em relação ao peso médio, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas.

Pós para reconstituição (uso oral):

• Proceder conforme descrito para pós estéreis, pós liofilizados e pós para injetáveis;

• Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela1, em relação ao peso médio, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas.

DETERMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA MECÂNICA EM COMPRIMIDOS

Estes testes visam demonstrar a resistência dos comprimidos à ruptura provocada por quedas ou fricção.

• DUREZA: O teste permite determinar a resistência do comprimido ao esmagamento ou à ruptura sob pressão radial. O

teste se aplica, principalmente, a comprimidos não revestidos.

• FRIABILIDADE: O teste permite determinar a resistênciados comprimidos à abrasão (choque ou atrito), quando

submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica. O teste se aplica, unicamente, a comprimidos não revestidos.

ENSAIOS DE DESINTEGRAÇÃO PARA COMPRIMIDOS E CÁPSULAS

• O teste de permite verificar se comprimidos e cápsulas se desintegram dentro do limite de tempo especificado, quando seis unidades do lote são submetidas à ação de aparelhagem específica sob condições experimentais descritas na monografia dos fármacos;

• O teste se aplica a comprimidos não revestidos, revestidos com filme ou com revestimento açucarado (drágeas), comprimidos com revestimento entérico, comprimidos sublinguais, comprimidos solúveis, comprimidos dispersíveis, cápsulas duras e cápsulas moles. Pode ser aplicado a comprimidos mastigáveis, nesse caso as condições e critérios de avaliação constarão na monografia individual;

• O teste não se aplica a pastilhas e comprimidos ou cápsulas de liberação controlada (prolongada).

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ENSAIOS DE DESINTEGRAÇÃO PARA SUPOSITÓRIOS, ÓVULOS E COMPRIMIDOS VAGINAIS

• Este teste permite verificar a maior ou menor capacidade dessas formas farmacêuticas de amolecerem ou se desagregarem em meio líquido, no espaço de tempo prescrito.

CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO E APROVAÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS

• Uniformidades de doses;

• Uniformidades de peso;

• Uniformidades de conteúdo;

CONTROLE DE QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS-SEMISSÓLIDOS E LÍQUIDOS

FORMAS LÍQUIDAS (Soluções, suspensões e emulsões): Soluções:

• São compostas por uma ou mais substâncias dissolvidas em um determinado solvente ou mistura de solventes miscíveis entre si que seja adequada. As soluções podem ser classificadas como xaropes e elixires;

• Xaropes - São preparações aquosas com altas concentrações de açúcar ou algum adoçante substituto, podem conter flavorizantes, que são agentes que confere um aroma característico à formulação e o princípio ativo. Os xaropes podem ser simples, flavorizados e sem açúcar;

• Elixires – São preparações hidroalcoolicas, que são mistura contendo de 20% a 50% de álcool. São edulcorados e flavorizados, além disso, quase sempre contém propilenoglicol, glicerina e xaropes nas formulações. São menos viscosos e doces que os xaropes;

• As principais vantagens das preparações líquidas são a facilidade na administração, a rápida absorção e a facilidade para o ajuste de dose. Como desvantagens destacamos a maior susceptibilidade à contaminação e alterações físico-químicas, devido ao maior teor de umidade entre outros fatores, além disso, há maior dificuldade para suavizar ou mascarar odor e sabor indesejáveis.

Suspensões:

• São preparações líquidas que contém o princípio ativo em partículas finamente divididas e distribuídas uniformemente em um veículo onde o fármaco apresenta uma mínima solubilidade.

• As suspensões podem ser administradas pelas vias oral, parenteral e tópica.

• As principais vantagens das suspensões são a possibilidade de empregar princípios ativos insolúveis em veículos mais comuns, além da maior estabilidade se comparadas às soluções, bem como melhor odor e sabor.

Emulsões:

• As emulsões são dispersões de duas fases de uma mistura não miscíveis entre si,que com o auxílio de um agente tensoativo, um emulsionante, são capazes de formar um sistema homogêneo.

• As emulsões podem ser administradas pelas vias oral, parenteral, intramuscular, intravenosa e tópica.

• As emulsões podem ser de quatro tipos: � Óleo/água – Formulação de óleo disperso em água, esse é o tipo de emulsão mais utilizada. � Água/óleo – Formulação de água dispersa em óleo, é comumente empregada em produtos cosméticos devido à

sua maior espalhabilidade. � Emulsões múltiplas – Formulações com propriedades mistas, tanto óleo/água quanto água/óleo, por isso formam

sistemas óleo/água/óleo e água/óleo/água. � Microemulsões – Formulações compostas por partículas finamente divididas elaboradas com altas concentrações

de emulsionantes, o que garante uma propriedade de alta permeabilidade cutânea.

FORMAS FARMACÊUTICAS SEMISSÓLIDAS (pomadas, cremes, pastas e géis): Pomadas:

• São preparações de consistência pegajosa e macia, monofásica, empregadas para uso externo, com solução ou dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada.

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Cremes:

• São formulações com excipientes emulsivos (óleo/água ou água/óleo), para uso externo, podendo conter um ou mais princípios ativos. Apresenta-se sob forma consistente e emulsionada, chamados também de emulsões de alta viscosidade.

Pastas:

• São preparações compostas por grande quantidade de sólidos (pós) em dispersão numa proporção que varia de 20% e 60%, sendo mais firmes e espessos que as pomadas e menos gordurosas também. As pastas são aplicáveis para uso externo.

Géis:

• É a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente gelificante para fornecer viscosidade a um sistema no qual partículas de dimensão coloidal - tipicamente entre 1nm e 1 µm - são distribuídas uniformemente. Um gel pode conter partículas suspensas.

DETERMINAÇÃO DE PESO CREMES, POMADAS, GÉIS E PASTAS

• Para realizar o teste, é necessário conhecer a quantidade nominal do envase;

• Pesar, individualmente, 10 unidades. Remover o conteúdo e lavar os respectivos recipientes utilizando solvente adequado.

• Secar, esfriará temperatura ambiente e pesar novamente;

• A diferença entre as duas pesagens representa o peso do conteúdo;

• Determinar o peso médio do conteúdo das 10 unidades. O peso médio dos conteúdos não é inferior ao peso declarado e o peso individual de nenhuma das unidades testadas é inferior à porcentagem indicada na Tabela 2, em relação ao peso declarado;

• Caso não seja cumprida essa exigência, determinar o peso individual do conteúdo de 20 unidades adicionais. O peso médio do conteúdo das 30 unidades não é inferior ao peso declarado, e o peso individual de não mais que uma unidade em 30 é inferior à porcentagem indicada na Tabela 2, em relação ao peso declarado.

DETERMINAÇÃO DE VISCOSIDADE

Viscosidade é a expressão da resistência de líquidos ao escoamento.

Unidade = Poise – Força necessária ao deslocamento de camada planade líquido, com área de 1 cm2, sobre outra camada idêntica,

paralela e distanciada q cm, à velocidade de 1 cm/s;

A determinação da viscosidade é efetuada com base em propriedades diversas.(O método mais frequente baseia-se no tempo de escoamento de líquidos através de capilares (viscosímetros de Ostwald, Ubbelohde, Baumé e Engler) devido à simplicidade e ao preço acessível dos aparelhos.

• Ensaio no qual a especificação da temperatura é imprescindível;

• IMPORTANTE: calibração prévia com líquido de viscosidade conhecida permitindo avaliação comparativa da viscosidade relativa do líquido de ensaio. Procedimento:

1. Transferir para o viscosímetro, lavado e seco, quantidade suficiente de líquido para atingir 5 mm abaixo do traço de referência inferior;

2. Fixar o aparelho em termostato a 20 ºC e esperar que o líquido adquira a temperatura controlada; 3. Aspirar o líquido pelo tubo capilar com auxílio de pêra até que o nível do líquido exceda ligeiramente o traço de

referência superior;

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4. Soltar o tubo e acionar o cronômetro de precisão, retravando-o quando o menisco passar pelo traço de referência inferior.

5. Registrar o tempo decorrido diversas vezes até que os valores não divirjam mais que 0,5 segundos; 6. Determinar a viscosidade pela forma indicada corrigindo a densidade do líquido de referência pela temperatura

utilizada no ensaio.

DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE RELATIVA

Densidade relativa de uma substância é a razão de sua massa, pela massa de igual volume de água, a mais a 20 ºC

Procedimento: 1. Utilize picnômetro limpo, seco e calibrado com capacidade de, no mínimo, 5mL; 2. A calibração consiste na determinação da massa do picnômetro vazio e da massa de seu conteúdo com água,

recentemente destilada e fervida, a 20 ºC; 3. Colocar a amostra no picnômetro, ajustar a temperatura, remover o excesso da substância e pesar; 4. Obter o peso da amostra através da diferença de massa do picnômetro cheio e vazio.

PICNÔMETRO SEGUNDO GAY-LUSSAC

D = (Mpic+A – Mpic vazio) – (Mpic+água – Mpicvazio)(Mpic+água – Mpic vazio)

DETERMINAÇÃO DE VOLUME NOMINAL Produtos Líquidos de Dose Múltipla

Procedimento:

1. Retirar o rótulo de todas as unidades, numerar e pesar individualmente cada unidade; 2. Retirar o conteúdo; 3. Lavar a embalagem com cuidado para não remover a numeração; 4. Secar em estufa à 105 ºC por 1 hora ou até peso constante; 5. Esfriar à temperatura ambiente e pesar a embalagem vazia, limpa e seca; 6. Verificar a diferença entre a embalagem vazia/cheia. Pode-se obter os volumes correspondentes através do cálculo:

V (volume) = m (massa)/d (densidade)

Produtos Líquidos de Dose Única e Injetáveis

Procedimento:

1. Testar o número de unidades indicadas de acordo com o volume comercializado; 2. Remover todo conteúdo com auxílio de seringa e agulha; 3. Efetuar a medição com auxílio de proveta calibrada; 4. Anotar os valores mínimo, máximo e individuais encontrados.

DETERMINAÇÃO DE SOLUBILIDADE

Procedimento • A indicação da solubilidade se refere às determinações feitas à temperatura de 25º C;

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• A não ser que a monografia indique, a expressão solvente se refere à água;

• A expressão partes se refere a 1 g de sólido ou 1mL de líquido no número de mL de solvente estabelecido no número de partes.

ENSAIO DE GOTEJAMENTO

Destina-se a determinar a relação do número de gotas por mililitro e a quantidade de fármaco por gota em formas farmacêuticas líquidas acondicionadas em recipientes com dispositivo dosador integrado.

Procedimento: 1. Realizar com o frasco invertido na posição vertical ou conforme o ângulo de gotejamento indicado pelo fabricante; 2. Não realizar nenhum tipo de pressão a não ser que o frasco seja de polietileno; 3. Separar 30 unidades para realização do ensaio e proceder o teste com 10 unidades; 4. O ensaio de gotejamento é composto de 3 etapas.

Critérios De Aceitação

O produto cumpre os requisitos do teste se as porcentagens individuais para cada uma das 10 unidades testadas estão situadas entre 85,0 e 115,0% da quantidade declarada e o DPR não é maior que 6,0%;

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DA GARANTIA DA QUALIDADE PROGRAMA DE GARANTIA DA QUALIDADE

O desenvolvimento e a implementação de um sistema de garantia da qualidade necessita de um suporte documental que

reflita a política, a organização, as ações, as estratégias e as instruções do serviço. Tudo que se faz tem que ser escrito segundo normas estabelecidas, depois de muito discutido e segundo o conhecimento e as possibilidades técnicas e científicas de cada momento. E aquilo que se faz é o que foi estabelecido que cada um deve fazer, como fazer, segundo procedimentos escritos.

MANUAL DA QUALIDADE:

Expõe a política da qualidade da direção e a organização do serviço. Deve conter:

• Responsabilidade da direção; • Sistema de qualidade; • Revisão do contrato; • Controle do projeto; • Controle de documentação e dos dados; • Compras; • Controle dos processos; • Inspeção e ensaio; • Controle dos equipamentos de inspeção, medição e ensaio; • Estado de inspeção e ensaio; • Controle dos produtos não conformes;

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• Ações corretivas e de prevenção; • Manipulação, armazenamento, embalagem, conservação; • Controle dos registros de qualidade; • Auditorias internas da qualidade.

Procedimentos Operacionais Padrão: Dizem obrigatoriamente quem faz o quê, quando, como e onde. São aqui definidas as responsabilidades de cada indivíduo, a forma como deve executar, interpretar e registrar cada

procedimento.

Instruções de trabalho: Descrevem um equipamento, uma técnica ou um procedimento.

Documentos Gerais: São todos documentos resultantes do registro de atividades, CQ, certificados, relatórios, formação de pessoal, registro de

produtos não conformes, etc.

NORMAS DO ISO

As Normas ISO série 9000 estão preocupadas com a previsibilidade dos resultados e com a conformidade com requisitos

estabelecidos. Com os problemas ocorridos na 1ª Guerra Mundial, a padronização tornou-se prioridade, dando origem às Normas MIL (de

MILitary) americanas. A norma MIL-Q-9858 foi uma das primeiras especificações de um Sistema da Qualidade e foi seguida pela MIL-I-45208 que especificava os requisitos de um sistema de inspeção. A OTAN, com base nestas Normas, elaborou as AQAP (AlliedQualityAssurancePublication - Publicação aliada de Garantia da Qualidade).

No Reino Unido surgiu as Defense Standard (DEF.STAN.) normas das Forças Armadas sobre Sistemas da Qualidade, que deram base para a BS 5750 (British Standard) publicada em 1979.

Neste ano nasce o ISO TC 176 (Technical Committee), para elaborar Normas sobre Qualidade, mas só em 1987 as Normas são aprovadas constituindo a Série 9000.

No Brasil elas são denominadas NBR ISO 9000 e são idênticas às Normas Internacionais. Aliás é consenso entre todos os países associados à organização ISO que as Normas ISO somente seriam traduzidas para a língua de cada país. Não seriam modificadas em nada. Então, a NBR ISO 9001 é igual à UNE 66901 espanhola ou à NEN ISO 9001 dos Países Baixos, só a linguagem é diferente.

Um Sistema de Garantia da Qualidade está preocupado em cumprir as exigências contratuais de fornecimento. Ele busca garantir que os Produtos/Serviços ofertados estão de acordo com as especificações.

As Normas ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003 são normas de Garantia da Qualidade e têm esse mesmo objetivo: a garantia que o resultado será previsível e estará de acordo com os requisitos.

Já a Norma ISO 9004 é um guia para Sistemas de Gestão da Qualidade e como tal é orientativa para as organizações que queiram implantar um Sistema de Gestão da Qualidade. Ela também descreve os elementos de um Sistema da Qualidade, por isso é usada como complemento na implantação das Normas ISO 9001, 9002 e 9003.

Ela tem várias partes:

• ISO 9004-1 - Guia para implantação da Gestão da Qualidade;

• ISO 9004-2 - Guia para Serviços;

• ISO 9004-3 - Guia para Materiais Processados;

• ISO 9004-4 - Guia para Melhoria a Qualidade.

ISO é a sigla de International Organization for Standartization (IOS) que em português quer dizer Organização Internacional para Normatização.

As normas série ISO surgiram através de uma reunião entre os países interessados em padronizar as exigências relacionadas a qualidade. A ISO foi fundada oficialmente em Genebra na Suíça no dia 23/02/1947 e é um órgão não governamental, sem fins lucrativos e que iniciou de uma fusão das normas voltadas para a área industrial de Canadá, EUA, Inglaterra e OTAN. Hoje a ISO agrega mais de 100 países.

O Brasil é representado na ISO pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (Sociedade sem fins lucrativos, tendo como associados pessoas físicas e jurídicas. Reconhecida pelo governo brasileiro e registrada no Inmetro - NBR-19000).

• ISO 9000-1: É a norma responsável por orientar e recomendar as diretrizes no uso e escolha das normas.

• ISO 9001: É a norma mais abrangente nas relações contratuais, garante o produto desde o projeto até os serviços pós-venda.

• ISO 9002: Modelo para produção, instalação e serviços pós-venda.

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• ISO 9003: Modelo para inspeção e ensaios finais.

• ISO 9004-1: É a norma elaborada para fornecer orientações a gestão da qualidade. Não se destina a fins contratuais, reguladores ou de certificação. É um guia das demais.

Quando uma empresa quer ser certificada, ela solicita a um OCC (Organismo de Certificação Credenciado) que a avalie. O

OCC usa um time de Auditores Credenciados para realizar a visita de avaliação. O resultado da visita gera um parecer que, quando positivo, é analisado por uma Comissão (do INMETRO) que concede ou não o Certificado de Conformidade. Avaliações específicas podem envolver um OI (Organismo de Inspeção), que opera sob a responsabilidade do OCC, acompanhando testes e ensaios, realizando auditorias de manutenção, etc....

O Certificado de Conformidade sai em nome do INMETRO e tem atualmente a validade de 3 anos, findos os quais a empresa deve obter nova certificação. Veja bem, o INMETRO não é o organismo certificador, ele é o validador do organismo certificador (ABNT, BRTUV, BVQI, FCAV, etc...).

• Melhoria nas comunicações internas;

• Construção da memória técnica;

• Melhoria nos processos;

• Aumento da produtividade;

• Maior competitividade;

• Melhoria na imagem da empresa;

• Maior confiabilidade de seus clientes;

• Redução dos custos;

• Reconhecimento nacional e internacional;

• Padronização dos processos;

• Vantagens na comercialização (bônus 8% BNDES).

A implantação ou adequação a ISO pode implicar em mudanças significativas no sistema de qualidade e na cultura organizacional da empresa.

A adoção de uma das normas ISO 9000, atualmente, representa uma importante vantagem competitiva de mercado. É crescente o nível de exigência para que as empresas que exportam ou pretendem exportar para a comunidade Econômica

Européia - CE, adequem seus sistemas de garantia da qualidade as Normas ISO 9000. O mesmo acontece com empresas que exportam para países fora da CE mas cujas exportações são financiadas ou avalizadas por bancos europeus. As que possuem certificação ISO recebem tratamento diferenciado.

As empresas que fornecem para estatais ou multinacionais estão sendo cada vez mais pressionadas a terem seu sistema da garantia da qualidade em conformidade com a ISO. As empresas localizadas na ponta da cadeia de fornecimento sujeitas a implementação da ISO exercerão pressões cada vez maiores no sentido da adequação de toda cadeia produtiva.

Num período inicial haverão acréscimos de esforços e de custos para adaptação e consolidação do SGQ (Sistema de Garantia da Qualidade). Os custos se referem ao tempo das pessoas disponíveis para o projeto de implementação e aos materiais, instrumentos, equipamentos e eventuais serviços de terceiros.

A alta administração deve dar total apoio ao processo de implantação do sistema, caso contrário ele fracassará. As decisões que forem remetidas ao nível estratégico devem ser tomadas e comunicadas no menor prazo possível.

A implantação ou adequação a ISO pode implicar em mudanças significativas no sistema de qualidade e na cultura organizacional.

É preciso criar um clima propício à implantação do sistema para diminuir as resistências a níveis aceitáveis. Deve ser visto como uma oportunidade de mudanças para melhor e não como ameaça a manutenção do "status".

Alguns dos problemas mais profundos da empresa vem à tona e precisam ser resolvidos. Os benefícios da qualidade e produtividade poderão ser expressivos se as informações do sistema da qualidade forem capitalizadas para as melhorias. Se a elaboração não for conduzida a nível de fluxo eficiente do processo haverá aumento da burocracia na empresa.

Quanto menores os controles existentes maiores a resistências serão os impactos das mudanças. Poderá haver formação de feudos, para se proteger do rigor do sistema.

Se por motivos outros a empresa for forçada a demissões de pessoas, isso poderá ser atribuível ao processo de implantação da ISO, com prejuízos óbvios.

Vale lembrar que é desgastante a retomada de uma interrupção no processo de implantação da ISO. A implantação de uma das Normas ISO 9000 não exime sua organização da obrigação de atender as normas técnicas para

produtos (bens e serviços), bem como as leis, normas, regulamentos, portarias e códigos vigentes no país, estado e municípios onde está instalada. Também toda tecnologia de produção deve atender às normas técnicas especificadas, independente da aplicação de uma das normas de GQ (Gestão da Qualidade).

O conceito de Qualidade Total já extrapolou os limites das atividades internas e externas da empresa e abrange todas as atividades humanas, relacionadas diretamente ou indiretamente com o produto ou serviço prestado.

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Qualidade Total é sinônimo de empresa eficaz que está constantemente surpreendendo seus clientes. Ela se baseia em Princípios, que aplicados a todas as suas atividades, lhe possibilita satisfazer seus clientes externos e

internos. Em resumo, Qualidade Total é a filosofia que coloca a Qualidade como ponto central dos negócios e atividades da

organização, disseminando-a em todas as atividades de todos os funcionários. Gestão pela Qualidade Total é o conjunto de ações que possibilitam administrar a organização com o enfoque na Qualidade

Total. Os procedimentos, instruções e métodos mais importantes para garantir a Qualidade do produto são explicitados

(formalizados) e controlados. Com a implantação da Norma ISO 9000 correspondente, várias mudanças deverão ocorrer na Organização. A mais

importante de todas é a que formaliza todas as atividades produtivas e estabelece controles destas atividades definindo os Padrões de Qualidade para seus resultados.

A previsibilidade dos processos é outro fator importante numa implantação de Sistema de Garantia da Qualidade, pois todos os meios de redução da variabilidade são definidos e os limites estabelecidos.

Ações corretivas impedem a recorrência dos problemas, e ações preventivas evitam que os problemas potenciais ocorram. Estas ações sistematizadas trazem segurança que o resultado será alcançado com o menor desperdício possível.

As Normas ISO 9000 não consideram as especificações dos produtos. Os requisitos destas Normas são direcionados ao Sistema que gerencia as atividades que influenciam a Qualidade.

As Normas aumentaram a confiança de que os produtos estão obedecendo as especificações exigidas, estão conformes. As várias atividades da organização não são modificadas substancialmente pela implantação da Norma ISO. As Normas

afetam principalmente os controles das atividades para garantir sempre a conformidade aos Padrões de Qualidade. As atividades relacionadas com segurança, higiene e proteção ambiental permanecem com sua importância inalterada. 1ª ISO 9000: Maneira sistemática e disciplinada para obtenção e melhoria contínua da qualidade. 2ª QUALIDADE: Satisfação das necessidades do cliente. 3ª SATISFAÇÃO DO CLIENTE: Sucesso no mercado. 4ª SUCESSO NO MERCADO: Sobrevivência. Logo: ISO 9000 = Sobrevivência. O sucesso para a implantação de um sistema da qualidade é 10% técnica e 90% atitudes. Normas ISO 9000, um quadro comparativo do que são mitos e o que é realidade. Há inúmeros mitos facilmente desfeitos.

ISO 9000

MITOS VERDADES

ISO 9000 burocratiza a empresa. A ISO 9000 consiste num sistema com a burocracia

necessária para se garantir a qualidade.

ISO 9000 é só para empresa de grande porte.

Há casos na Europa de empresa certificada com apenas três funcionários. Na Austrália existe uma empresa certificada e que possui uma única pessoa, o dono.

Certificação é fácil. Depende do estágio que a empresa estiver.

Normalmente, há dificuldades.

Todas certificadoras são iguais. Deveriam ser, porém há distinções quanto aos

critérios e níveis de severidade.

A ISO 9000 melhora a qualidade dos produtos e serviços da empresa.

Não. A qualidade continua a mesma, porém rastreável quanto as não-conformidades.

Conseguida a certificação... missão cumprida!!!

Puro engano, a manutenção da certificação é um grande desafio.

A ISO 9000 é um sistema normativo e não há necessidade de envolvimento dos funcionários.

Sem a atuação direta dos funcionários em todos os níveis (estratégico, tático e operacional), a certificação fica altamente comprometida.

Preparar a empresa para a A rapidez do processo é função do nível de

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certificação é relativamente rápido. atendimento do sistema à Norma, como também do empenho da empresa no processo de certificação.

ISO 9000 é moda e deve passar logo. Pelas expectativas mundiais, a certificação ISO 9000

é um processo interminável.

O maior benefício da ISO 9000 é o marketing.

O maior benefício da ISO 9000 é o sistema de Garantia da Qualidade, repetibilidade de processos.

Qualquer órgão certificador serve para auditoria.

Não necessariamente. Caso a empresa seja exportadora, é importante ser certificada por órgão acreditado internacionalmente.

Com a ISO 9000 implantada, não precisamos de outro programa.

A ISO 9000 é apenas parte do desafio da Qualidade Total. É necessário mais que a ISO para a Excelência em Qualidade.

ISO 9000 é só para indústria. Cerca de 8% das empresas certificadas no Brasil, são

do segmento de serviços e este número está crescendo.

Para estar pronto para a certificação, basta ter a documentação em ordem.

A preparação da documentação é apenas parte do processo. Sua complementação se dá com a implementação dos sistemas e com o envolvimento e comprometimento da alta administração.

Após o processo de certificação, o certificado tem validade permanente.

Não. O certificado tem validade por 3 anos e será reavaliado, após as auditorias de manutenção (semestrais ou anuais).

A empresa que consegue a certificação, está com a manutenção do certificado garantida.

Não. Caso a empresa não apresente conformidade com o Sistema da Qualidade nas auditorias de manutenção poderá perder o certificado.

As empresas são obrigadas a implantar as normas ISO para exportar.

Não existe lei que obrigue as empresas a obter a certificação, a não ser a lei do mercado em que, em alguns casos chega a ser compulsório.

A certificação é para toda empresa. Não necessariamente. A certificação pode ser por

segmento, processo ou produto.

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS

Figura 1-Imagem do site http://gruposantacasa.com.br/index.php?pagina=album&cat=58

OS 7 SEGREDOS DAS PESSOAS ORGANIZADAS 1. Possuem um lugar para cada coisa – cada item tem um local adequado. Os livros estão na estante de livros, os Cds em

caixas ou gavetas, os documentos em pastas, etc. 2. Colocam as coisas de volta no lugar-se o objeto não será mais utilizado, eles retornam para o seu lugar imediatamente. 3. Anotam suas tarefas e lembretes – pessoas organizadas costumam anotar seus compromissos, tarefas e listas de

lembretes. Isto é feito de forma constante, em suas agendas (de papel ou no computador). Elas não se arriscam a esquecer as coisas.

4. Elas não acumulam papéis – papéis e documentos que devem estar guardados são arquivados diariamente. Correspondências são abertas perto do lixo, e papéis desnecessários são descartadas imediatamente. Revistas são lidas, guardadas ou descartadas.

5. Elas não deixam as coisas para depois – quando alguma coisa deve feita, as pessoas organizadas costumam agendar, planejar e executar as tarefas o quanto antes. Desta forma, evitam acúmulo de serviço, prazos apertados e outros problemas causados pelo "deixar para depois".

6. Procuram manter apenas as coisas necessárias– pessoas organizadas não acumulam coisas, não ocupam espaço com objetos inúteis, roupas que não utilizam há anos, revistas antigas e outras tranqueiras. Elas respiram mais facilmente se puderem circular em seus espaços sem ter que esbarrar em caixas ou mergulhar em armários abarrotados.

7.Possuem prazos e objetivos – pessoas organizadas sabem que para obterem resultados, precisam saber onde querem chegar e em que prazo. Fazem revisões periódicas em seu planejamento.

E um último segredo, pessoas organizadas e produtivas não ultrapassam seus limites e sabem quando parar e procuram

também colocar diversão em seu dia, mantendo um equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional. Manipule sua felicidade.

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Organização e funcionamento de farmácias e drogarias

1. Farmácia: classificação, histórico, evolução e cenário atual Segundo a bibliografia, os primeiros documentos farmacêuticos são datados aproximadamente há 1500 aC no Antigo

Egito. Na China e, 600 aC, os chineses já extraiam produtos das plantas. Depois, outras sociedades começaram a criar métodos para a cura, como: Roma. Grécia e Índia.

No século X temos o conhecimento das primeiras boticas, onde os profissionais exerciam a profissão médica e farmacêutica, ou seja, o boticário tinha a responsabilidade de conhecer e curar as doenças, mas para exercer a profissão devia cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a preparação e guarda dos medicamentos. Isso foi na França e Espanha. Essas boticas do século X que foram os primeiros modelos para a criação das farmácias de hoje.

No século XVIII, a profissão farmacêutica separa-se da medicina e fica proibido ao médico ser proprietário de uma botica. O inicio dessa separação, dá início na antiga Roma, com Hipócrates e Galeno, porém a separação em lei só se dá em meados do século XVIII.

Hipócrates foi o pai da medicina, com a criação dos termos em latim pepsis (febre e inflamação), crisis (eliminação) juntando em um termo geral apepsia (desequilíbrio).

Galeno foi o pai da Farmácia que tratava os sintomas com o seu oposto utilizando substâncias ou compostos.

Figura 2 - Hipócrates

Figura 3 - Galeno

Galeno escreveu vários artigos sobre medicamentos e compostos. Essas escritas estão organizadas em uma lista de remédios naturais à base de vinho, conhecidos como produtos galênicos.

A história da farmácia, no Brasil, inicia-se, no período colonial, com a vinda dos primeiros boticários da Europa, sendo que, primeiro, vindo de Portugal, foi Diogo de Castro. Eram eles os responsáveis por comercializar drogas e medicamentos, nas casas comerciais chamadas boticas. Nas regiões mais afastadas, onde não existiam as boticas, os responsáveis pela comercialização destes materiais eram os mascastes, pessoas que viajavam pelo interior. Os termos “botica” e “boticário” perduraram, até a terceira década do século XIX, onde o profissional manipulava e produzia o medicamento, de acordo com a farmacopéia e a prescrição do médico. Em 1744, foi outorgado o regimento, chamado historicamente de “Regimento 1744”, que “proibia terminantemente a distribuição de drogas e medicamentos por estabelecimentos não habilitados”, criando a figura do profissional responsável e impondo algumas exigências. No entanto, tal regimento não foi cumprido, sendo que este fato era acobertado pelas próprias autoridades. A partir de então, seguiu-se uma série de intervenções legislativas, com a finalidade de definir a profissão farmacêutica, no Brasil, muitas das quais submeteram o profissional farmacêutico aos caprichos do mercado. No Brasil, nas décadas de 40 e 50, observa-se um processo de expansão industrial, com a inserção de novos fármacos no mercado. A modernização do sistema produtivo assume um perfil denominado modelo de substituição de importações, que, juntamente com as mudanças científicas, promovem profundas e aceleradas mudanças sociais, influenciando no currículo de formação do ensino farmacêutico. Em paralelo a esta caminhada, verificou-se que as boticas foram gradualmente sendo substituídas por dois outros tipos de estabelecimentos: os laboratórios farmacêuticos, responsáveis pela pesquisa, síntese e produção de medicamentos; e a farmácia, local de dispensação de fármacos.

A história do ensino farmacêutico no Brasil inicia-se em 1832, com a Faculdade de Farmácia no Rio de Janeiro associada à Faculdade de Medicina e Cirurgia, e é caracterizada pela tentativa de unificar o modelo educacional. O quadro do farmacêutico ligado somente a medicamentos começa a mudar. Em 1897 começa a funcionar em Porto Alegre a Escola Livre de Farmácia e Química Industrial.

A profissão só ganhou destaque mesmo depois das duas grandes guerras mundiais. A Primeira Guerra (1914-1919) e a Segunda Guerra (1939-1945) que desenvolveram respectivamente, a terapia antimicrobiana, quimioterapia e imunoterapia e o desenvolvimento de pesquisas químicas. A partir desses avanços, o farmacêutico foi reconhecido como um profissional que possui intelecto para realizar grandes pesquisas. Assim, a sociedade a partir de 1950 (século XX), começa a dispor dos serviços das farmácias e da qualificação do farmacêutico.

Seguindo adiante com a evolução da profissão, em 1961, o governo brasileiro sancionou a Lei 3820 de 11/11/1960 onde cria os Conselhos de Farmácia.

Demorou em aprovar essa lei por causa dos práticos em farmácia (geralmente proprietários), que aspiravam ao direito de se tornarem os responsáveis técnicos de seus estabelecimentos comerciais, e existia uma lei que assegurava isso de 1931 e 1951.

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Desde 2008, o mercado farmacêutico está em evolução. A estimativa para 2017 é que o setor dobre de tamanho. A Associação Brasileira de Redes de farmácias e drogarias (ABRAFARMA) relata que o Bmundial (hoje somos o 7º). Em vendas, o mercado brasileiro movimentou R$ 43 bilhões em 2011 e em 2008 esse valor era 83% a menos (R$ 24 bilhões).

Esse aumento foi gerado por: - Expansão econômica brasileira, com es- Aumento do emprego formal; - Melhoria na distribuição de renda e ascensão social;- Envelhecimento da população; - Queda de patentes; - Migração de volumes do institucional para o varejo pelo prograOutro motivo para a expansão do mercado é a classe C e os idosos que injetam mais recursos no setor e exigem maior

atenção aos produtos de beleza, higiene, serviços bancários e uma atenção farmacêutica. 1.1 Cenário atual – Comparando 2012 e 2013.

Figura 4 - Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2012. Site da ABRAFARMA

Figura 5 - Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2013. Site da ABRAFARMA

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Desde 2008, o mercado farmacêutico está em evolução. A estimativa para 2017 é que o setor dobre de tamanho. A Associação Brasileira de Redes de farmácias e drogarias (ABRAFARMA) relata que o Brasil será o 5º mercado em representação mundial (hoje somos o 7º). Em vendas, o mercado brasileiro movimentou R$ 43 bilhões em 2011 e em 2008 esse valor era 83% a

Expansão econômica brasileira, com estabilidade nos principais índices, como inflação e PIB;

Melhoria na distribuição de renda e ascensão social;

Migração de volumes do institucional para o varejo pelo programa Aqui tem Farmácia Popular.Outro motivo para a expansão do mercado é a classe C e os idosos que injetam mais recursos no setor e exigem maior

atenção aos produtos de beleza, higiene, serviços bancários e uma atenção farmacêutica.

Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2012. Site da ABRAFARMA

Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2013. Site da ABRAFARMA

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Desde 2008, o mercado farmacêutico está em evolução. A estimativa para 2017 é que o setor dobre de tamanho. A rasil será o 5º mercado em representação

mundial (hoje somos o 7º). Em vendas, o mercado brasileiro movimentou R$ 43 bilhões em 2011 e em 2008 esse valor era 83% a

tabilidade nos principais índices, como inflação e PIB;

ma Aqui tem Farmácia Popular. Outro motivo para a expansão do mercado é a classe C e os idosos que injetam mais recursos no setor e exigem maior

Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2012. Site da ABRAFARMA

Dados da ABRAFARMA de Jan À Dez/2013. Site da ABRAFARMA

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Pode-se perceber por esses dados que sempre ocorre a inauguração de novas farmácias no país. Isso sem contar os constantes concursos públicos para ingresso em farmácias hospitalares. O aumento em farmácias de manipulação e de distribuidoras de medicamentos.

Definição de farmácia:

A Lei 5991 de 17/12/1973, define alguns conceitos para o comércio farmacêutico: Droga - substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária; Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa

ou para fins de diagnóstico; Insumo Farmacêutico - droga ou matéria-prima aditiva ou complementar de qualquer natureza, destinada a emprego em

medicamentos, quando for o caso, e seus recipientes; Correlato - a substância, produto, aparelho ou acessório não enquadrado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação

esteja ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários;

Órgão sanitário competente - órgão de fiscalização do Ministério da Saúde, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Laboratório oficial - o laboratório do Ministério da Saúde ou congênere da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, com competência delegada através de convênio ou credenciamento, destinado à análise de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos;

Empresa - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que exerça como atividade principal ou subsidiária o comércio, venda, fornecimento e distribuição de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, equiparando-se à mesma, para os efeitos desta Lei, as unidades dos órgãos da administração direta ou indireta, federal, estadual, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e entidades paraestatais, incumbidas de serviços correspondentes;

Estabelecimento - unidade da empresa destinada ao comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos;

Farmácia - estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica;

Drogaria - estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;

Ervanaria - estabelecimento que realize dispensação de plantas medicinais; Posto de medicamentos e unidades volante - estabelecimento destinado exclusivamente à venda de medicamentos

industrializados em suas embalagens originais e constantes de relação elaborada pelo órgão sanitário federal, publicada na imprensa oficial, para atendimento a localidades desprovidas de farmácia ou drogaria;

Dispensário de medicamentos - setor de fornecimento de medicamentos industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente;

Dispensação - ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não;

Distribuidor, representante, importador e exportador - empresa que exerça direta ou indiretamente o comércio atacadista de drogas, medicamentos em suas embalagens originais, insumos farmacêuticos e de correlatos;

Farmácia Hospitalar

Histórico A partir da década de 40, com o surgimento de antibióticos e sulfas, e apesar da existência do grande número de

especialidades farmacêuticas, os farmacêuticos, na Europa e nos Estados Unidos da América, começaram a tomar conhecimento da necessidade de ampliação de suas áreas de atuação e iniciaram os primeiros passos em direção à Farmácia Hospitalar. No Brasil, a partir de 1950, os Serviços de Farmácia Hospitalar, representados na época pelas Santas Casas de Misericórdia e Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, passaram a se desenvolver e a se modernizar. O professor José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, foi o farmacêutico que mais se destacou nesta luta, sendo, inclusive, o autor da primeira publicação a respeito da Farmácia Hospitalar no País. Na década de 80, o Ministério da Saúde, através da Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar (COCIN), priorizou seu apoio à Farmácia Hospitalar através do Curso de Especialização de Farmácia Hospitalar. Com os profissionais treinados, buscava-se melhor controle das infecções hospitalares no País através de estímulo à ação efetiva do farmacêutico na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH. Organização

Seja qual for o tamanho e a complexidade do hospital, é fato comprovado que sem o medicamento e os correlatos não há sucesso na assistência sanitária ao paciente. Os medicamentos representam uma parcela muito alta do orçamento dos hospitais, justificando, portanto, a implementação de medidas que assegurem o uso racional desses produtos. A farmácia como unidade técnico-administrativa do hospital e que visa primordialmente a assistência ao paciente no âmbito dos medicamentos e correlatos, executa uma série de atividades com o objetivo de fazer o uso racional dos medicamentos. Para assegurar produtos farmacêuticos

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de boa qualidade em quantidades adequadas, com segurança quanto a eficácia e ausência de efeitos indesejáveis, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional bem elaborada e com funções bem definidas. A estrutura organizacional de uma Farmácia Hospitalar depende do tipo de atendimento assistencial da instituição, do número de leitos, das atividades da farmácia e dos recursos financeiros, materiais e humanos, disponíveis. Independentemente da complexidade da organização da farmácia, esta tem funções essenciais, que para serem executadas precisam de profissionais com conhecimentos básicos teóricos e práticos para o bom desempenho das funções.

A Farmácia Hospitalar, de acordo com a Resolução 208 do Conselho Federal de Farmácia, é definida como “unidade hospitalar de assistência técnico-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente às atividades hospitalares”.

Como foi definida, a farmácia deve ser considerada como um serviço clínico e hierarquicamente ligada à direção do hospital e ao serviço médico, e não aos serviços de administração de materiais e patrimônio, como ocorre usualmente. Localização

A Farmácia Hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos aos pacientes internados e ambulatoriais, como para receber estes e demais produtos farmacêuticos adquiridos para consumo. Além de pacientes e produtos farmacêuticos, a farmácia também recebe visitas de técnicos e de fornecedores, o que justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a troca de informações. Área Física

A Farmácia Hospitalar deve dispor de um espaço suficiente para o desenvolvimento das diferentes atividades, tendo em vista que são muitos os fatores que podem condicionar o espaço necessário para uma farmácia. Os principais são:

• Tipo de hospital (geral ou especializado); • Número de leitos; • Localização geográfica; • Tipo de assistência prestada pelo hospital; • Tipo de compras efetuadas pela farmácia (mensal, semestral ou por estoque mínimo); • Tipo de atividades da farmácia. Independentemente desses fatores, há necessidade de uma área mínima, que permita adequar todos os setores de

trabalho de forma racional. Embora alguns países da Europa e dos Estados Unidos já possuam padrões mínimos para as diversas áreas, no Brasil ainda não existem parâmetros oficiais, e a distribuição dos setores é realizada usando referências espanholas ou americanas.

De qualquer forma, toda farmácia de hospital deve dispor de pelo menos algumas áreas consideradas essenciais: CAF – Centro de abastecimento farmacêutico

A Central de Abastecimento Farmacêutico tem como objetivo básico garantir a correta conservação dos medicamentos, germicidas, correlatos e outros materiais adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas específicas, que venham assegurar a manutenção das características e qualidade necessárias à sua correta utilização.

Para tanto, faz-se necessário dotar o local de condições adequadas: acesso, água e eletricidade, comunicações, drenagem, circulação, segurança, localização, ventilação, conservação, disposição dos produtos farmacêuticos, condições ambientais.

A Central de Abastecimento Farmacêutico deverá estar organizacionalmente dividida em: recepção, armazenagem e distribuição. Os produtos deverão ser recebidos conforme as especificações padronizadas, de modo a garantir que o produto adquirido mantenha a qualidade adequada. Quando da armazenagem, os produtos deverão ser dispostos técnica e racionalmente, garantindo sua inviolabilidade e conservação. Neste sentido é primordial a utilização de um sistema de controle de prazos de validade. A distribuição deve ser efetuada de modo a permitir o atendimento correto, segundo o solicitado, verificando a prioridade de entrega e a integridade dos produtos fornecidos.

Medicamentos, correlatos, produtos inflamáveis, radiofármacos e outros, necessitam de condições específicas de armazenamento de acordo com as características físico-químicas destes, sendo conveniente a divisão em áreas isoladas:

Área de armazenagem geral - onde são acondicionadas especialidades farmacêuticas e outros produtos que não exigem condições especiais de temperatura, luz e umidade. Esta área pode ser subdividida em vários espaços ou blocos para guardar separadamente, por exemplo: soluções parenterais de grande volume, contrastes radiológicos, soluções antissépticas; matérias-primas; material para envase (frascos, etiquetas etc), correlatos e outros.

Todas as atividades onde estão envolvidos os medicamentos, germicidas e correlatos podem ser comprometidas pela armazenagem inadequada. Garantir e manter a integridade dos mesmos é básico para o desenvolvimento das mais importantes ações de prevenção, tratamento e controle das infecções hospitalares.

Área de dispensação interna

Deve permitir dispensar corretamente os medicamentos, segundo as exigências do sistema de distribuição adotado. De qualquer forma, precisa de espaço para análise das prescrições, para a guarda dos produtos dispostos de forma a facilitar a separação e preparação das doses.

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Área de Produção e Manipulação Que deverá dispor de equipamentos específicos, convenientemente instalados, cujos graus de complexidade e de

desenvolvimento estão em consonância com os medicamentos e germicidas manipulados. Esta área pode dividir-se em diferentes subáreas, tais como: áreas de preparações de produtos não- estéreis, de envase, de fracionamento, de preparações estéreis e outras. E recomendável a existência de um laboratório auxiliar que permita realizar os controles de qualidade química e físico-química em todos os produtos manipulados. O controle microbiológico deve estar preferencialmente centralizado no laboratório do hospital.

A distribuição do espaço físico e a dotação de material e de pessoal podem ser estabelecidas a partir de uma classificação das formas farmacêuticas a elaborar, e sua quantificação, segundo o grau de dificuldade e equipamentos necessários à produção e ao controle correspondentes.

A aplicação de normas de correta fabricação e controle de medicamentos (Boas práticas de fabricação) constitui uma exigência ética e jurídica e um requisito técnico sistemático. Para tanto, a unidade ou seção de farmacotécnica subdivide-se em áreas definidas e que devem estar organizadas com normas, rotinas e procedimentos específicos. A organização da unidade ou seção estará condicionada às disponibilidades de pessoal, espaço e equipamentos da farmácia e do hospital ao qual se integra. Portanto, não se pretende fixar normas rígidas, mas oferecer diretrizes gerais e flexíveis, que possam ser adequadas às várias situações vigentes nos hospitais brasileiros CIM

O centro pode ou não estar situado na própria área da farmácia, mas deve ser de fácil acesso à equipe de saúde do hospital, já que difundir informações objetivas e esclarecedoras é tão importante quanto distribuir corretamente próprios medicamentos.

Para a organização de um CIM deve-se considerar o do de hospital, a formação dos profissionais, dos de pacientes atendidos, as patologias prevalentes e sua frequência.

O acervo bibliográfico deve ser constituído de fontes bibliográficas confiáveis, como artigos publicados em revistas conceituadas que veiculam Informações atualizadas, sobre medicamentos e terapêutica.

O Centro da Informação de Medicamentos deve reunir condições de fornecer Informações referentes a medicamentos, germicidas e correlatos, segundo as necessidades do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares. As informações podem subsidiar decisões, fazer parte de cursos e treinamentos e servir de base para a confecção de boletins informativos. Área administrativa

Onde se realizam todas as atividades da aquisição de medicamentos, controle de estoques, estudos de consumo e custos, previsão das atividades, enfim, onde são analisadas todas as ações realizadas na farmácia. Outras áreas podem ser acrescidas às citadas, desde que se justifique a sua instalação. Recursos humanos

A Farmácia Hospitalar deve estar sob a responsabilidade de um farmacêutico legalmente habilitado e especialmente preparado em Farmácia Hospitalar. A farmácia deverá estar dotada de farmacêuticos, técnicos e auxiliares de farmácia, em número suficiente para exercer as funções que se queiram desenvolver de acordo com o plano de prioridades assistenciais do hospital.

Em qualquer caso, é necessário que os funcionários do hospital tenham recebido previamente uma formação especializada, adequada e suficiente. Os técnicos ou auxiliares de farmácia são servidores da saúde que receberam uma formação básica de 1º 2º graus e ensinamentos práticos para desenvolverem atividades na Farmácia Hospitalar centradas no trabalho assistencial, sob a supervisão dos farmacêuticos.

Os técnicos em farmácia representam a mão-de-obra responsável pela demanda das atividades e a sua importância cresce na razão direta do seu grau e nível de formação. É necessário que os técnicos em farmácia se mantenham atualizados, reciclando seus conhecimentos periodicamente através da educação continuada.

A atualização, tanto dos farmacêuticos como dos seus técnicos, deve contemplar conhecimentos gerais de epidemiologia e análise de custos tangíveis e intangíveis das infecções hospitalares. A correta compreensão destes elementos é fundamental para inserção e integração da Farmácia Hospitalar no programa institucional de controle de infecção. Função da FH

Farmácia Hospitalar, de acordo com a Resolução 208 do Conselho Federal de Farmácia, é unidade técnico-administrativa dirigida obrigatoriamente por um farmacêutico. É considerada como um serviço de apoio essencial ao hospital, semelhante ao de laboratório clínico, ao de radiodiagnóstico e outros.

A Farmácia Hospitalar moderna, tendo como objetivo, promover o uso racional do medicamento, sustenta seu trabalho em cinco pilares fundamentais, que são:

1)Seleção de medicamentos, germicidas e correlatos necessários ao hospital, realizada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica, associada a outras comissões quando necessário;

2) Aquisição, conservação e controle dos medicamentos selecionados, permitindo que se disponha da quantidade necessária ao atendimento e evitando o armazenamento em demasia, pelo aspecto antieconômico em detrimento de outros produtos considerados essenciais.

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3)Manipulação e produção de medicamentos, germicidas - Farmacotécnica, a farmácia pode e deve produzir medicamentos em diferentes formas farmacêuticas seja pela indisponibilidade de produtos no mercado, seja por motivos econômicos;

4) Estabelecimento de um sistema racional de distribuição de medicamentos capaz de assegurar que o medicamento prescrito chegue ao paciente a que está destinado na dose correta e no momento indicado, permitindo que a qualquer momento os esquemas de tratamento de cada paciente hospitalizado possam ser revistos e atualizados.

5) Implantação de um sistema de informação sobre medicamentos que permita otimizar a prescrição médica e a administração dos medicamentos, além de assistir os pacientes, de forma especial, no momento da alta, orientando-os adequadamente quanto ao tratamento ambulatorial ou domiciliar prescrito.

Estes cinco pilares constituem as funções que poderiam ser classificadas como prioritárias na Farmácia Hospitalar, já que qualquer outra atividade deverá sustentar-se em uma ou várias destas funções. Seria ilógico, por exemplo, desenvolver programas de monitorizarão dos níveis plasmáticos de medicamentos em pacientes hospitalizados, se não se dispõe previamente de um sistema de distribuição de medicamentos que garanta que os pacientes recebam os medicamentos prescritos e nas doses adequadas.

Uma vez consolidadas as cinco funções que se consideram prioritárias na Farmácia Hospitalar, pode-se desenvolver programas ou outras ações tendentes a conduzir ao emprego seguro e eficaz dos medicamentos, tais como:

• Estudos de utilização de medicamentos; • Participação na elaboração de protocolos terapêuticos; • Desenvolvimento de programas de farmacocinética clínica; • Participação em programas de farmacovigilância; • Desenvolvimento de programas de farmácia clínica; • Desenvolvimento de programas de suporte nutricional; • Desenvolvimento de programas que visem à implantação de central de misturas intravenosas e central de diluição,

entre outros. Estas ações estão, na grande maioria, enquadradas nas funções clínicas. Além das funções básicas e clínicas, o serviço de farmácia terá, obrigatoriamente, que desenvolver atividades

educacionais e de pesquisas e participar ativamente nas Comissões de Farmácia Terapêutica, Controle de Infecção Hospitalar, Suporte Nutricional, de Parecer Técnico para o aprimoramento da assistência farmacêutica hospitalar. CCIH e SCIH

Existem atividades específicas de controle de infecção hospitalar que devem ter a participação do farmacêutico e do técnico. Podem-se enumerar algumas:

a) Contribuir na monitorização dos níveis de sensibilidade, prevalência de microrganismos e nas investigações de surtos; b) Participar na elaboração de normas e rotinas de limpeza, desinfecção, esterilização e anti-sepsia; c) Participar dos estudos de utilização de antimicrobianos, priorizando os de uso restrito; d) Realizar a integração da CCIH e SCIH, através da divulgação de seus objetivos, com outras comissões em que tenham

participação; e) Controlar a monitorização e validação dos procedimentos e equipamentos de esterilização e desinfecção; f) Efetuar assessorias especiais quanto a hemodiálise, lavanderia, nutrição, higienização e outros; g) Monitorizar as ações de controle de vetores e da qualidade da água; h) Participar de cursos e treinamentos, transmitindo conhecimentos relativos à sua área de atuação.

Comissão do Parecer Técnico

As ações dos funcionários na Comissão de Parecer Técnico inserem se em programas de garantia da qualidade, sendo essencial a comprovação da capacidade dos fornecedores em atender os requisitos estabelecidos para o exercício das funções básicas. Neste sentido, devem-se utilizar os métodos de comprovação desta qualificação, como os descritos na ISO 9004 - Seleção de fornecedores qualificados (Normas da ABNT):

a) Avaliação in loco da capacidade e/ou do sistema de qualidade do fornecedor; b) Avaliação de amostras do produto; c) Histórico de fornecimentos similares; d) Resultados de ensaio de fornecimentos similares; e) Experiência disponível de outros usuários. Cada instituição deve formar sua Comissão de Parecer Técnico, segundo suas peculiaridades. Normalmente, fazem parte

da mesma os representantes da administração do hospital, da direção médica, da enfermagem, da farmácia, da nutrição e do controle de infecção. A comprovação da qualidade, acima descrita, demonstra a necessidade da integração da Comissão de Parecer Técnico com todas as unidades do hospital, principalmente quanto à delegação de competência a especialistas. Por exemplo, a avaliação de equipostransfusionais deve contar com a participação de representante do banco de sangue; as soluções parenterais de grande volume devem, no mínimo, ser avaliadas por farmacêutico, quanto ao processo de fabricação, por enfermeiro, na utilização das mesmas.

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Seleção de Medicamentos A seleção de medicamentos é definida como um processo contínuo, iterativo, multidisciplinar participativo, que

determina e assegura os níveis de acesso aos medicamentos necessários ao sistema de saúde. O processo baseia-se em critérios científicos e econômicos, e fornece elementos necessários ao uso racional de medicamentos.

No hospital, estas ações estão vinculadas às atividades desenvolvidas pela Comissão de Farmácia e Terapêutica. Em nosso país, muitas vezes, o processo é realizado pela Farmácia Hospitalar, tendo a necessidade de participação multidisciplinar, visando maior alcance de resultados. Comissão de Farmácia e Terapêutica

De acordo com o Ministério da Saúde, a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) pode ser definida como a instância colegiada, de caráter consultivo e deliberativo, que tem por finalidade assessorar o administrador e a equipe de saúde em assuntos referentes a medicamentos, selecionando os medicamentos da instituição e elaborando o Formulário ou Guia Farmacoterapêutico. Ela deve ser constituída por meio de um instrumento legal, para legitimar o processo, através de Portaria ou medida equivalente, envolvendo profissionais de saúde. A sua composição deve levar em consideração a complexidade dos serviços a serem cobertos, assim como seu caráter funcional.

São suas atribuições: Estabelecer normas e procedimentos relacionados à seleção, à distribuição, à produção, à utilização e à administração de

fármacos e produtos para a saúde; Padronizar, promover e avaliar o uso seguro e racional dos medicamentos no hospital; Redigir o guia farmacoterapêutico ou formulário farmacêutico; Avaliar periodicamente o arsenal terapêutico disponível, promovendo inclusões ou exclusões segundo critérios de

eficácia, eficiência clínica e custo; Disciplinar a ação dos representantes da indústria farmacêutica dentro do hospital; Normatizar procedimentos farmacoclínicos que se relacionam com a terapêutica medicamentosa; Fazer estudos e/ou revisões bibliográficas sobre medicamentos; Elaborar programas de notificação e acompanhamento de reações adversas. As comissões de farmácia e terapêutica devem possuir uma estrutura básica que deve garantir um caráter multidisciplinar

e dinâmico ao processo de seleção de medicamentos. Devem ser compostas de um médico presidente, médicos representantes das diversas clínicas de acordo com a característica do hospital, farmacêutico e representantes da enfermagem. O farmacêutico é o secretário da comissão. Seus membros não devem ser escolhidos em função de critérios de hierarquia, mas sim de motivação e experiência na área terapêutica e farmacologia. Para otimizar os trabalhos a comissão deve elaborar um regimento, definir as pautas das reuniões e documentar as ações e deliberações. Objetivos da Seleção de Medicamentos:

a) Implantar políticas de utilização de medicamentos com base em correta avaliação, seleção e emprego terapêutico no hospital;

b) Promover a atualização e reciclagem em temas relacionados à terapêutica hospitalar; c) Reduzir custos, visando obter a disponibilidade dos medicamentos essenciais à cobertura dos tratamentos necessários

aos pacientes; Critérios a Serem Considerados para a Adequada Seleção de Medicamentos: • Considerar as necessidades epidemiológicas da população atendida; • Incluir medicamentos de comprovada eficácia, baseando-se em ensaios clínicos controlados que demonstrem efeito

benéfico à espécie humana; • Eleger, dentre os medicamentos de mesma indicação e eficácia, aquele de menor toxicidade relativa, menor custo de

tratamento e maior comodidade posológica; • Escolher, sempre que possível, dentre medicamentos de mesma ação farmacológica, um representante de cada

categoria química ou com característica farmacocinética diferente, ou que possua característica farmacológica que represente vantagem no uso terapêutico;

• Evitar a inclusão de associações fixas, exceto quando os ensaios clínicos justificarem o uso concomitante e o efeito terapêutico da associação for maior que a soma dos efeitos dos produtos individuais;

• Priorizar formas farmacêuticas que proporcionem maior possibilidade de fracionamento e adequação à faixa etária; • Realizar a seleção de antimicrobianos em conjunto com a Comissão/ Serviço de Controle de Infecção Hospitalar,

verificando a ecologia hospitalar quanto a microrganismos prevalentes, padrões de sensibilidade, selecionando aqueles antimicrobianos que permitam suprir as necessidades terapêuticas;

• Reservar novos antibióticos para o tratamento de infecções causadas por microrganismos resistentes a antibióticos padrões, ou para infecções em que o novo produto seja superior aos anteriores, fundamentado em ensaios clínicos comparativos;

• Utilizar sempre as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) - Decreto n° 793 MS/93. Metodologia para o Processo de Seleção de Medicamentos:

a) Levantamento e Análise de Dados — Verificar as necessidades terapêuticas relacionadas às patologias tratadas no hospital, aos hábitos de prescrição e às condições que possam influir ou limitar a eleição (recursos, armazenagem e outros);

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b) Padronização de Medicamentos — A partir da análise dos dados coletados, e segundo os critérios de seleção, devem-se eleger os medicamentos necessários ao arsenal terapêutico do hospital. Segundo a política adotada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica, os medicamentos selecionados podem estar relacionados em uma lista contando, no mínimo, com:

• Medicamentos agrupados segundo classificação farmacoterapêutica; • Forma farmacêutica de apresentação e dose; • Índice geral segundo a classificação farmacoterapêutica; • índice remissivo dos medicamentos listados. A apresentação pode ser realizada como um Guia Farmacoterapêutico onde, para cada medicamento, exista uma

pequena monografia que conste no mínimo de: • Forma farmacêutica de apresentação e dose; • Indicações e contra-indicações; • Reações adversas; • Dose recomendada e via de administração; • Observações quanto à utilização no hospital. c)Estabelecimento de Normas — A Comissão de Farmácia e Terapêutica deverá fixar e avaliar normas e, para a utilização

de medicamentos não padronizados e para a inclusão ou exclusão dos mesmos. Além destas, deverá determinar quais medicamentos terão o seu uso restrito e o mecanismo adequado de avaliação da utilização correta. No caso de antimicrobianos, o processo de restrição de uso é necessariamente realizado com a participação da Comissão /Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

d) Informação de Medicamentos Padronizados - A correta utilização está intimamente relacionada com a adequada divulgação da seleção de medicamentos. Portanto, a Comissão de Farmácia e Terapêutica é responsável pelo estudo da melhor forma de fazer chegar a todos os profissionais de saúde do hospital estas informações. É de primordial importância a divulgação de normas de utilização racional de medicamentos, através de boletins informativos, seminários, participação em reuniões clínicas e outras, para que a padronização em forma de lista ou Guia Farmacoterapêutico possa ser mais adequadamente utilizada.

e) Avaliação da seleção— Pelo menos a cada dois anos deverá ser efetuada a revisão da padronização de medicamentos, através da análise de alguns indicadores de qualidade como a quantidade de solicitações de medicamentos não-padronizados, perfil de consumo dos medicamentos (verificar por que algumas apresentações ou medicamentos não foram utilizados), as novas alternativas terapêuticas, o grau de conhecimento e a utilização do padronizado e outros. Seleção dos correlatos

A seleção de germicidas obedece ao mesmo processo realizado com os medicamentos. A escolha dos produtos e os critérios de utilização devem ser estabelecidos conjuntamente pela Comissão? Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e a Farmácia Hospitalar. Na seleção de germicidas é necessário o conhecimento sobre a composição, mecanismo de ação, indicações e contra indicações de uso dos produtos. Os critérios oficiais para a seleção estão contidos na norma de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimento de Saúde- MS, (seleção, escolha e aquisição de produtos químicos para limpeza, descontaminação, desinfecção e esterilização em estabelecimentos de saúde). Aquisição

Procedimentos de Aquisição: A aquisição de medicamentos, germicidas e correlatos selecionados para uso hospitalar, constitui-se num processo ligado

às decisões relativas à qualidade, e aos fatores de custo, além de relacionar-se ao gerenciamento da produção, fracionamento e controle dos mesmos, quando passíveis de semi-industrialização pela Farmácia Hospitalar.

O adequado processo de aquisição está baseado em um banco de informações que torne factível responder às seguintes questões:

• O que comprar? - Exige conhecimento das características intrínsecas e do nível de qualidade do produto a ser adquirido; • Para que comprar? - Exige conhecimento da compatibilidade entre as necessidades de aquisição e as atividades

assistenciais da instituição; • Como vai ser utilizado? - Determina o grau de conhecimento sobre o produto, dando consistência ao item No que

comprar; • Para quanto tempo comprar? Quanto comprar? - Exige conhecimento da política de suprimentos da instituição e dados

referentes ao consumo dos produtos passíveis de aquisição; • Que fatores poderão contribuir para as oscilações do consumo? - Determina a essencialidade do conhecimento do

modelo de consumo e sua influência na política de abastecimento; • Quais são os fornecedores? - Determina a amplitude da concorrência para aquisição, indica qual a qualidade que se

pode esperar dos produtos, verificando-se a capacidade técnica para o fornecimento, além de proporcionar informações relativas às condições determinadas no item No que comprar;

• Qual o tipo de reposição? - Fornece informações sobre o tempo de entrega; • Quanto pagar? Como pagar? - Dados fundamentais para o planejamento institucional; • Onde armazenar? - Verifica a capacidade de armazenagem essencial à manutenção das características dos produtos

adquiridos.

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O processo de aquisição tem caráter multidisciplinar e deve estar fundamentado nos itens anteriores. O critério de qualidade deve ser avaliado por uma Comissão de Parecer Técnico ou por delegação de competência a especialistas.

Em conjunto com as funções de logística, o processo de aquisição deve evitar a ruptura dos níveis de estoque, o que determinaria a interrupção das atividades assistenciais. Para tanto, o sistema de informações deve monitorizar todo o processo a que está submetido cada artigo armazenado ou em aquisição, com o objetivo de manter estoques contínuos.

Na aquisição de medicamentos, o conhecimento detalhado sobre o fabricante e o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação deve ser considerado como critério na escolha do produto a ser adquirido.

No caso de soluções parenterais de grande volume, as normas a serem seguidas pelos fabricantes estão dispostas na legislação que segue e devem ser consideradas ao analisar as indústrias aptas a fornecer produtos com boa qualidade.

Os germicidas possuem aspectos específicos a serem considerados na aquisição, e os critérios para estes produtos constam da publicação “Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde.

Os correlatos necessitam de registro conforme estipulado na legislação (Portaria Conjunta n° 1/93), em que estão categorizados os tipos estabelecidos e os cuidados pertinentes a cada um. Em complementação, devem-se observar os seguintes itens:

• Rótulo — Verificar a adequabilidade dos dados constantes do rótulo, quanto à legislação; • Categoria do produto — Verificar se a categorização está dentro do estabelecido; • Uso único — Caso seja uso único, verificar os dados sobre esterilização. Em caso de uso de óxido de etileno ver se os

princípios da Portaria n° 4, de 31/07/91, da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do MS, foram observados e qual o sistema de controle de qualidade utilizado;

• Boas Práticas de Fabricação — Verificar se o fabricante segue as Boas Práticas de Fabricação, bem como, quais procedimentos industriais possuem controle de qualidade;

• Instruções — Verificar se existem instruções quanto ao uso, precauções, cuidados de conservação e transporte. Além dos aspectos legais observados, é necessário testar o correlato em uso, pois mesmo produtos registrados podem

apresentar problemas na sua utilização. Para tanto, alguns aspectos importantes devem ser observados: • Qualidade — Verificar se a qualidade do material corresponde àquela mencionada pelo fabricante, bem como o

comportamento do correlato em uso; • Segurança —Verificar se a utilização do material permite realizar, com segurança, para o profissional e para o paciente,

as operações a que se destina; • Simplicidade — Verificar se não existem limitações quanto à utilização, desde aspectos de manipulação até sua

funcionalidade; • Serviço — Verificar se existe assistência adequada, do fornecedor ou fabricante, para o uso do correlato; • Parecer — Submeter o correlato a testes de utilização, com o maior número possível de usuários para verificar, no

mínimo, os aspectos acima. Caso haja discordâncias, reunir os profissionais responsáveis e esclarecer os problemas, optando por materiais que cumpram suas finalidades com qualidade.

Armazenagem de Medicamentos, Germicidas e CorreIatos: Atividade de importância fundamental na assistência farmacêutica hospitalar. Tem como objetivo básico garantir a

conservação dos medicamentos, germicidas, correlatos e outros materiais adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas específicas, que assegurem a manutenção das características e qualidade necessárias à correta utilização.

Todos os produtos são armazenados obedecendo às condições técnicas ideais de luz, temperatura e umidade, em uma central de abastecimento farmacêutico.

Os produtos devem ser dispostos de forma a garantir inviolabilidade, características fisico-químicas, observação dos prazos de validade, com a manutenção da qualidade dos produtos.

Uma boa armazenagem é fator de suma importância em todo processo da assistência farmacêutica hospitalar, gerando redução de custos, a manutenção do tratamento ao paciente e uma organização nas diversas atividades da farmácia.

OBJETIVO: · Suprir reais necessidades do hospital de acordo com o perfil epidemiológico e enfermidades prevalentes. · Proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos. · Selecionar fornecedores que atendam os critérios exigidos pela instituição hospitalar e legislação vigente. Metodologia - EXEMPLO Na cadeia logística de abastecimento a aquisição de medicamentos é ponto fundamental na atividade de Gestão da

Assistência Farmacêutica. Utilizando-se a ferramenta da Qualidade dos 5 “W” e 2 “H” a aquisição de medicamentos deve levar em conta:

1- Quem vai comprar – Who (capacitação e treinamento da equipe, pois a definição de um fluxo operacional para o processo de compras, com atribuições e responsabilidades agiliza o processo)

2- O que e quais itens comprar – What/ Which A Comissão de Farmácia Terapêutica, responsável pela política de medicamentos na instituição, estabelece a

padronização dos medicamentos, produtos para saúde e outros insumos. Para a realização de aquisição desses produtos o Serviço de Farmácia Hospitalar deverá elaborar um manual de especificações técnicas desses produtos para auxiliar na qualidade dos produtos que são adquiridos. Além da definição de quais itens comprar, a Comissão de Farmácia Terapêutica também deverá definir

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os critérios de qualidade para esses produtos como por exemplo os laudos de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade dos medicamentos padronizados, além de outros critérios que julgarem necessários.

O controle de estoques dos produtos selecionados define o próximo passo de quando desencadear o processo da compra prevenindo possíveis rupturas de estoque. Para isso recomenda-se:

· estabelecer controles de segurança; · estudo da demanda; · variações sazonais. No recebimento destes produtos verificar documentação do produto: · Se atende as especificações técnicas estabelecidas; · Laudo de Controle de qualidade dos lotes recebidos; · Rotulagem: nome do produto, nº lote, validade, responsável técnico; · Conferência das quantidades solicitadas (ordem de compra) e lotes com a Nota Fiscal. 3- Quando comprar- When (ponto de compra para reposição de estoques seguindo planejamentos e estratégias com

avaliação criteriosa da curvas ABC e Curvas XYZ); Curva ABC: A Curva ABC é um sistema de classificação de produtos pela ordem de custo, sendo “A” os de maior custo e menor

quantidade (representados por cerca de 5% dos produtos), “B” os de custo intermediário (representados por cerca de 15% dos produtos) e “C” os de menor custo e maior quantidade (representados por 80%) dos produtos. A Curva ABC pode ser utilizada para estoque ou consumo, sendo uma ferramenta fundamental para a gestão dos insumos farmacêuticos.

Curva XYZ: A Curva XYZ, também conhecida como sistema VEN, classifica os produtos segundo a prioridade técnica, sendo “V” ou “X”

os medicamentos cuja falta pode prejudicar a realização de processos vitais (medicamentos imprescindíveis para a realização de um procedimento ou terapia e que não possuem substitutos ou equivalentes); “E” ou “Y” são os medicamentos essenciais cuja falta pode provocar alteração momentânea no processo de rotina, podendo paralisar ou reduzir algumas atividades e, em alguns casos, possuem substitutos ou equivalentes; “N” ou “Z” são os medicamentos necessários mas que não são imprescindíveis para a realização de um procedimento ou terapia e que geralmente possuem substitutos ou equivalentes.

A combinação dos sistemas ABC e XYZ pode ser bastante útil para uma programação mais ajustada e pode nos auxiliar na tomada de decisão em relação a prioridade.

4- Onde comprar, ou seja, de qual o fornecedor– Where Seleção e qualificação de fornecedor. Ter um Cadastro de Fornecedores que permita selecionar aqueles com as melhores

condições de atender às necessidades de entrega, com preço competitivo e qualidade assegurada. Os fornecedores selecionados devem atender todos os requisitos legais de documentação e autorizações de fabricação e comercialização. Verificar se há disponibilidade de mais de um fornecedor. Verificar documentação do fabricante/ distribuidor:

· Cadastro de Fornecedor (endereço); · Autorização de funcionamento emitida pela Anvisa; · Licença Sanitária atualizada; · Autorização de comercialização (Distribuidoras); · Registro da Empresa e do Produto no Ministério da Saúde; · Visita Técnica; · Certificado Regularidade- responsabilidade técnica; · Certificado Boas Práticas de Fabricação; · Certificado Boas Práticas de Armazenamento; · CNPJ; · Inscrição Estadual. Avaliação de desempenho do fabricante/ distribuidor · Prazos de entrega; · Condições de transporte; · Registrar as não conformidades no momento da entrega. 5- Quanto comprar e quanto custam - Howmany/ Howmuch (estabelecer uma programação e avaliar relação de custo

benefício, avaliar melhores prazos de entrega e de pagamento). Negociações de preços dos medicamentos tendem a reduzir conforme o volume da compra efetuada. A opção por contratos de compra com volume maior, com prazo determinado e entregas parceladas costumam apresentar vantagens como regularidade no abastecimento, redução dos estoques e nos custos de armazenamento, garantia de medicamentos com prazos de validade favoráveis e execução financeira planejada e gradual.

6- Como comprar - How (Como é realizado e qual a modalidade escolhida para o processo da aquisição). As compras podem ser feitas por meio de licitação, dispensa de licitação ou inexigibilidade de licitação. Sempre que possível, elas deverão ser processadas com os laboratórios oficiais ou por meio do sistema de registro de preços. No setor privado utiliza-se a cotação de preços, leilão eletrônico, não devendo esquecer que as compras também podem acontecer em regime de urgência (para atender

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casos esporádicos e específicos). Seja qual for a escolha do setor público ou privado, o processo da compra deverá atender a critérios técnicos e legais.

Na Assistência farmacêutica a gestão eficiente do processo de aquisição de medicamentos, necessita de pessoal qualificado e estrutura mínima adequada melhorando a resolutividade dos problemas do dia a dia e na racionalização dos procedimentos de compra com impacto positivo na cobertura assistencial. Para evitar-se rupturas no estoque e as consequências de um desabastecimento de medicamentos, materiais e/ou insumos farmacêuticos, deve-se prever no processo de aquisição algumas ações direcionadas a realizar uma avaliação crítica da situação e do impacto do desabastecimento na instituição, traçando estratégias que minimizem este impacto que pode levar ao comprometimento da segurança do processo assistencial e aumentar a probabilidade de erros de medicação e elevação dos custos financeiros.

Nesta analise situacional, deve-se levantar causas internas e/ou externas que possam levar a um desabastecimento, a perspectiva e o tempo do fabricante regularizar a produção e a disponibilização dos produtos no mercado. Importante estratégia, é sempre que possível identificar fornecedores alternativos no nível regional ou nacional para evitar uma ruptura brusca do estoque dos medicamentos. Os possíveis fornecedores devem ser contatados, cadastrados e verificar a disponibilidade de fornecimento do medicamento, prazo de entrega e preços.

A) Qualitativos · Prazo de entrega · Conformidade com pedido · Cancelamentos B) Quantitativos · Condições de entrega de produtos ou serviços · Condições de segurança · Nível de satisfação · Relacionamento · Aderência total do fornecedor ao serviço e segurança especificados pelo hospital contratante; · Grau de qualificação do fornecedor após a homologação inicial; · Critérios objetivos de classificação (estipular conceitos ou notas quando atende os itens da qualificação); · Reavaliação do relacionamento comercial, buscando melhoria contínua; · Transformar ações corretivas em preventivas. AQUISIÇÃO especifica:

• Documentação do produto: Cópia autenticada do Diário Oficial da União (DOU) com registro do produto na Anvisa (atualizado). Laudo de controle de qualidade do medicamento para cada lote.

• Documentação do fabricante: Autorização de funcionamento da Anvisa. Licença sanitária atualizada anualmente. Certificado de Boas Práticas emitido pela Anvisa (por linha de produção).

• Documentação do distribuidor: Autorização de funcionamento da Anvisa. Licença sanitária atualizada anualmente. Autorização do fabricante para comercialização (exclusivo para os medicamentos). Certidão de regularidade do CRF. É importante ressaltar a necessidade de avaliação dos documentos acima citados pelo farmacêutico e a manutenção

desses documentos atualizados, pois, como técnico da Farmácia Hospitalar é uma forma de garantir a qualidade dos produtos que estão sendo utilizados nessa instituição. Manipulação /Produção de Medicamentos e Germicidas — Farmacotécnica

Uma Farmácia Hospitalar deve estar preparada para manipular determinadas preparações farmacêuticas necessárias ao hospital, na forma de dosificação eficaz e segura, com apresentação adequada. O setor ou seção responsável por esta atividade é a Farmacotécnica.

A conveniência de preparação pode basear-se tanto em critérios de disponibilidade (preparações não existentes no mercado), como nos econômicos (escassez de recursos, custo de produção vantajoso e outros).

Atualmente, o desenvolvimento da tecnologia farmacêutica e, sobretudo, o crescente rigor nas exigências de qualidade determinam que a razão da existência da área de farmacotécnica no hospital seja, principalmente, a preparação de fórmulas não existentes no mercado e a manipulação de germicidas, produtos estéreis e medicamentos em condições que garantam a correta utilização das especialidades farmacêuticas produzidas pela indústria farmacêutica. Consequentemente, as atividades da área de farmacotécnica compreendem a produção o controle de uma série de preparações normalizadas e extemporâneas, a preparação de misturas intravenosas e de nutrição parenteral, além das operações de fracionamento e diluição de produtos comerciais, para sua adequação aos sistemas de distribuição próprios do hospital e às necessidades de uso, como por exemplo, de anti-sépticos germicidas.

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Objetivo Geral: A finalidade da farmacotécnica é de contribuir com as demais áreas da Farmácia Hospitalar para que esta cumpra sua

missão de serviço clínico e colabore diretamente na assistência ao paciente hospitalizado ou ambulatorial. Os Objetivos Específicos da Farmacotécnica no Hospital são: a) Proporcionar, a qualquer momento, independentemente da disponibilidade comercial, medicamentos com a qualidade

aceitável, adaptados às necessidades especificas da população que atende; b) Desenvolver fórmulas de medicamentos e produtos de interesse estratégico e/ou econômico para a Farmácia

Hospitalar e para o hospital; c) Fracionar e/ou reenvasar os medicamentos elaborados pela indústria farmacêutica a fim de racionalizar sua

distribuição e administração; d) Preparar, diluir e/ou reenvasar germicidas necessários para as ações de antissepsia, limpeza, desinfecção, esterilização; e)Garantir a qualidade dos produtos elaborados, manipulados, fracionados ou reenvasados; f) Manipular produtos estéreis,incluindo soluções de nutrição parenteral,citostáticos e misturas intravenosas, nas

condições preconizadas pelas Boas Normas de Fabricação; g) Contribuir na formação e reciclagem de pessoal auxiliar e outros farmacêuticos, nesta área de conhecimento e

tecnologia. Distribuição dos Medicamentos Alguns dos erros possíveis de ocorrer na administração de medicamentos em pacientes hospitalizados estão intimamente

relacionados ao sistema de distribuição dos mesmos. Quanto maior for à eficiência e eficácia do sistema de distribuição de medicamentos, maior contribuição será prestada

para garantir o sucesso das terapêuticas e profilaxias instauradas. O antimicrobiano adequado, na dose indicada, para o paciente certo, administrado na hora correta; o equipo de solução parenteral e a agulha hipodérmica e em condições adequadas de uso e o anti-séptico corretamente preparado, são exemplos de um conjunto de medidas adotadas pela farmácia que influem no sucesso da terapêutica antimicrobiana.

O controle da prescrição de medicamentos de uso restrito como antibacterianos, antivirais e antifúngicos, está relacionado com a dispensação destes, O cumprimento das normas e rotinas adotadas para a utilização de anti-infecciosos tem importância capital na manutenção da ecologia microbiana hospitalar em níveis passíveis de controle, além de propiciar ao paciente - no caso de insucesso da terapêutica de primeira escolha - possibilidades de ser medicado com medicamentos de reserva. O controle da distribuição de germicidas, conforme o nível de atividades determinadas pelas rotinas instituídas pelo Serviço de Controle de Infecções Hospitalares, é fundamental, para que somente pessoas treinadas tenham acesso aos mesmos. O uso indiscriminado de germicidas pode contribuir para a má utilização e desenvolvimento de resistência cruzada com antimicrobianos. Sistemas de Distribuição de Medicamentos:

A Organização Panamericana de Saúde indica como objetivos de um sistema racional de distribuição de medicamentos, os seguintes:

a) Diminuir erros de medicação — Estudos relacionam aos sistemas tradicionais uma elevada incidência de erros, que incluem desde a incorreta transcrição de prescrições, até erros de vias de administração e planejamento terapêutico;

b) Racionalizar a distribuição e administração de medicamentos — O sistema de distribuição deve facilitar a administração dos medicamentos, através de uma dispensação ordenada, por horários e por paciente, e em condições adequadas para a pronta administração;

c) Aumentar o controle sobre os medicamentos, acesso do farmacêutico às informações sobre o paciente, tais como: idade, peso, diagnóstico e medicamentos prescritos, permite efetuar avaliação da prescrição médica, monitorizar a duração da terapêutica, informar sobre possíveis reações adversas, interações, não-cumprimento do plano terapêutico, melhor forma de administração e outros. Com a sistematização dos dados, podem-se elaborar estudos de utilização e de consumo de medicamentos, os quais permitem a identificação e o planejamento de correções dos maus hábitos de prescrição;

d) Diminuir os custos com medicamentos — Com a dispensação por paciente, e no máximo por 24 horas, diminuem-se os custos de estoque e evitam-se gastos desnecessários de doses excedentes. Estudos neste sentido demonstraram que 25% do consumo de medicamentos pode ser reduzido em hospitais que adotam o sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária;

e) Aumentar a segurança para o paciente — É obtido pela consecução dos objetivos anteriores, pois existe a adequação da terapêutica, redução de erros, racionalização da distribuição e aumento do controle dos medicamentos. A experiência prática acumulada recomenda que as Farmácias Hospitalares estabeleçam um sistema que garanta a segurança, a rapidez e o controle dos medicamentos prescritos e demonstra que, dos sistemas conhecidos na atualidade, o que mais preenche os requisitos e atinge os objetivos assinalados é o sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária. No Brasil uma parte significativa dos hospitais não implantou o sistema de distribuição por dose unitária. Os sistemas mais adotados são os tradicionais de distribuição coletiva, prescrição individualizada ou combinada. Coletiva

No sistema de distribuição coletiva ou de estoque descentralizado por unidade assistencial, a Farmácia Hospitalar é mero repassador de medicamentos em suas embalagens originais segundo o solicitado pelo pessoal de enfermagem, ou segundo um estoque mínimo e máximo para cada unidade solicitante. Assim, quem mais executa as atividades de dispensação farmacêutica é o

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pessoal de enfermagem, gastando para tal cerca de 15 a 25% do seu tempo de trabalho na armazenagem e preparo de medicamentos. Ocorre alto custo de estocagem, grande perda por caducidade e/ou má armazenagem, aumento da incidência de erros de medicação, incremento da possibilidade de contaminações, facilidade para desvios, e outros.

VANTAGENS • Rápida disponibilidade de medicamentos na unidade assistencial; • Mínimas atividades de devolução à farmácia; • Redução das necessidades de recursos humanos e infra-estrutura da Farmácia Hospitalar; • Mínima espera na execução das prescrições; • Ausência de investimento inicial. DESVANTAGENS • Aumento potencial de erros de medicação; • Perdas econômicas devidas à falta de controle (p.ex: desvio, caducidade, más condições de armazenagem, e outros); • Aumento de estoque de medicamentos na Farmácia Hospitalar e nas unidades assistenciais; • Incremento das atividades do pessoal de enfermagem; • Facilidade de acesso aos medicamentos por qualquer pessoa; • Difícil integração do farmacêutico à equipe de saúde.

Individualizada O Sistema de Distribuição de Medicamentos por Prescrição Individualizada - pode ser efetuado de duas maneiras através

da transcrição da prescrição médica ou de cópia da mesma. Na primeira, tem-se a possibilidade de erros de transcrição, prescrições adulteradas e outros. Com a dispensação estabelecida pela cópia da prescrição médica, esses erros são minimizados. O fornecimento de medicamentos individualizados por paciente não determina, em larga escala, a diminuição do tempo de preparo de doses, erros de administração, perdas por deterioração, desvios e outros. Relatos afirmam que este sistema, contraposto ao de dose unitária, permite um estoque desnecessário em unidades de internação em tomo de 25%. Entretanto, a retenção de um documento mais fidedigno quanto ao consumo, o controle de estoques é mais efetivo.

Mesmo que a redução do problema seja parcial para a realidade brasileira, a implantação deste sistema representa grande avanço. Abaixo, resumo das vantagens e desvantagens inerentes a sua implantação.

VANTAGENS • Diminuição do estoque nas unidades assistenciais; • Redução potencial de erros de medicação; • Facilidade para devoluções à farmácia; • Reduz tempo do pessoal de enfermagem quanto às atividades com medicamentos; • Redução de custos com medicamentos; • Controle mais efetivo sobre medicamentos; • Aumento da integração do farmacêutico com a equipe de saúde. DES VANTAGENS • Aumento das necessidades de recursos humanos e infra-estrutura da Farmácia Hospitalar; • Exigência de investimento inicial; • Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia; • Necessidade de plantão na Farmácia Hospitalar; • Permite ainda potencial erros de medicação; • Não permite controle total sobre as perdas econômicas (caducidade, doses não administradas, desvios e outros). O sistema de distribuição por prescrição individualizada pode ser implantado, na forma de sua distribuição, pelo menos

de duas maneiras: a) Os medicamentos são dispensados em único compartimento, podendo ser um saco plástico identificado com a unidade

de internação, o número o leito, nome do paciente, contendo todos os medicamentos de forma desordenada semelhante ao sistema coletivo e para um período de 24 horas

b)Os medicamentos são fornecidos em embalagens, dispostos segundo o horário de administração constante na prescrição médica, individualizados e identificados para cada paciente e para o máximo de 24 horas. Sua distribuição pode ser feita em embalagem plástica, com separações obtidas por termossolda ou em escaninhos adaptáveis a carros de medicamentos adequados ao sistema de distribuição.

A modalidade b reduz consideravelmente erros e perdas, propiciando facilidade para a instalação de controle de qualidade da dispensação, ou seja, a revisão de todas as prescrições atendidas para verificar erros de dispensação. Além disso, propicia a verificação de interações e aumento da capacidade de controle de estoques, tanto em nível da Farmácia Hospitalar, como das unidades de internação.

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O investimento inicial da implantação deste sistema é revertido em lucro imediato, concretizado de duas maneiras principais: pela diminuição drástica dos estoques e pela diminuição dos erros de medicação.

A união destes sistemas é denominada Sistema Combinado de Distribuição de Medicamentos, em que, para as unidades de internação, o sistema de distribuição é por prescrição individualizada e, para as áreas fechadas como centro cirúrgico ambulatorial, o sistema é coletivo ou de estoque por unidade assistencial Por Dose Unitária

É um método farmacêutico de dispensação e controle de medicamentos em instituições de saúde. Pode diferir na forma de execução, dependendo das condições e necessidades institucionais. Não deve ser confundido com a dose unitária industrial, que corresponde à dose standard comercializada pelos laboratórios, fornecida em embalagem unitária, em que constam a correta identificação do fármaco, prazo de validade e outros dados.

Os elementos principais que distinguem o SDMDU dos sistemas tradicionais são medicamentos contidos em embalagens unitárias, dispostos conforme o horário de administração e prontos para serem administrados segundo a prescrição médica, individualizados e identificados para cada paciente. Sua distribuição pode serem embalagem plástica, com separações obtidas por solda ou em escaninhos adaptáveis a carros de medicamentos adequados ao sistema de distribuição, como no método b descrito para o SDMPI.

Em sua operacionalização, a prescrição módica ou cópia é enviada à farmácia, onde farmacêuticos preparam a folha de dispensação e o perfil farmacoterapêutico do paciente, para a efetivação do controle de aspectos de farmacovigilância específica da prescrição. Após a separação dos medicamentos, o farmacêutico procede à conferência da dose unitária de acordo com a prescrição médica. Caso seja necessário, no momento do registro do perfil farmacoterapêutico, as incorreções ou possíveis problemas detectados devem ser relatados à equipe médica.

A maior resistência à implantação do SDMDU encontra-se na necessidade de aumento do quadro funcional da Farmácia Hospitalar e o investimento inicial de capital para aquisição de equipamentos, embalagens e materiais.

Justifica-se a implantação do SDMDU em razão de: a) Redução da incidência de erros de medicação; b) Diminuição do tempo utilizado pelo pessoal de enfermagem para a armazenagem e preparo de medicamentos, com a

consequente elevação da qualidade assistencial; c) Economia de custo em atividades relacionadas aos medicamentos; d) Redução de estoques nas unidades assistenciais e das perdas relativas à caducidade, falta de identificação de

medicamentos e redução de desvios; e) Melhor controle e racionalização na utilização de medicamentos, através de monitorização da terapêutica; f) Otimização da higiene e organização do sistema de distribuição, prevenindo possíveis contaminações e alterações; g) Grande adaptabilidade a sistemas automatizados e computadorizados; h) Garantia da utilização do medicamento certo, na dose certa e para a hora correta, segundo a prescrição médica. Na implementação do SDMDUI faz-se necessária a adoção de providências que coloquem à disposição das unidades de

internação medicamentos para urgências. Deve-se elaborar uma listagem com quantidades máximas e mínimas de medicamentos selecionados para tal fim, bem como a forma de controle e reposição.

VANTAGENS • Redução de estoque nas unidades assistenciais ao mínimo necessário; • Diminuição drástica de erros de medicação; • Otimização das devoluções à farmácia; • Redução do tempo do pessoal de enfermagem dedicado às atividades com medicamentos (rapidez na administração de

medicamentos); • Promoção do acompanhamento de pacientes; • Controle mais efetivo sobre medicamentos (por exemplo: controle de estoque, caducidade, doses e outros); • Integração do farmacêutico com a equipe de saúde; • Oferta de medicamentos em doses organizadas e higiênicas; • Aumento da segurança do médico; • Otimização da qualidade assistencial. DESVANTAGENS • Aumento das necessidades de recursos humanos e infraestrutura da Farmácia Hospitalar; • Exigência de investimento Inicial; • Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia; • Aquisição de materiais e equipamentos especializados;

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Sistema de Distribuição de Correlatos: O sistema de distribuição de correlatos pode estar incluído nas atividades do setor de dispensação ou da Central de

Abastecimento Farmacêutico, segundo a realidade de cada instituição. A distribuição pode ser realizada, conforme os sistemas acima descritos para medicamentos.

No sistema coletivo, pode-se ter a simples solicitação das unidades de internação ou de cirurgia, diretamente ao centro distribuidor, sem controle algum. Também pode ser efetuado através de estoque por unidade assistencial, onde são estabelecidos quais produtos podem ser dispensados a cada unidade e suas quantidades máximas e mínimas. A reposição pode ser efetuada através de solicitação do pessoal de enfermagem ou automaticamente pela Farmácia Hospitalar, mediante controle dos estoques de cada unidade.

No sistema de prescrição individualizada, podem-se dispensar alguns produtos segundo a prescrição médica e, em outros, conforme a solicitação da enfermagem.

Tanto no sistema de distribuição individualizada como no SDMDU, devem-se estabelecer quais correlatos e em que quantidades deverão estar à disposição da unidade para atendimentos de urgência.

Um aspecto importante a ser observado é a questão da conservação adequada na armazenagem, bem como a vigilância dos prazos de validade nas unidades assistenciais. Sistema de Distribuição de Germicidas:

O sistema de distribuição de germicidas deve estar baseado nas rotinas estabelecidas pelo Programa de Controle de Infecções Hospitalares e ser integrante das ações e rotinas permanentes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

Caso os procedimentos de esterilização e de desinfecção de artigos sejam centralizados, o fornecimento de soluções germicidas deve ficar restrito à unidade que realize estas operações. Se o sistema adotado é o de descentralização ou combinado, as unidades autorizadas a realizarem estes procedimentos devem ser especificadas, bem como quais produtos podem ser fornecidos.

Os antissépticos devem seguir política idêntica de restrição de uso, pois os mesmos estão implicados em mecanismos de resistência bacteriana.

As soluções devem ser fornecidas prontas para uso e na concentração correta, evitando, desta forma, possíveis problemas de manipulação inadequada de implicações técnicas e econômicas.

Os produtos com ação germicida, elaborados e controlados pela Farmácia Hospitalar devem ser distribuídos para consumo com a identificação adequada, onde consta dados referentes ao princípio ativo, concentração, data de fabricação, prazo de validade, indicação de uso, cuidados especiais.

ERROS NA FARMÁCIA HOSPITALAR Os erros em farmácia hospitalar são muito comuns hoje em dia. Abaixo, temos um modelo de erros possíveis e formas de evitar

esses erros.(Figura6 - Modelo de Erro do Queijo Suíço)

A – Um erro de Prescrição passa a barreira de supervisão de um preceptor, é transcrito pelo escriturário, mas é

identificado na Farmácia e não há dano para o paciente.

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B – O mesmo erro descrito em A, deixa de ser identificado na Farmácia, mas é identificado pela Enfermagem na fase de

Administração e o Dano não ocorre.

C – O erro não é identificado por nenhuma das barreiras e pode implicar em dano para o paciente.

Estrutura organizacional drogaria

Farmácias e drogarias são exemplos do setor terciário da economia mundial. Esse tipo de setor é relacionado aos serviços. Os serviços são produtos em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econômicas deste setor econômico, podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, etc. Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a presença de atividades do setor terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. Porém é um comércio com margem de lucro limitada. A margem bruta sobre o preço do medicamento deve ser igual ou menor que 24,81%. Os valores são controlados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da ANVISA – CMED, que informa os valores máximo de cada princípio ativo dos medicamentos, o ICMS (imposto) para as UF (Unidades Federativas dos Brasil), que pode variar de 0% a 19%.

Essa é a principal diferença entre os outros tipos de comércio, pois as drogarias e farmácias trabalham com o procedimento comercial e o ético. Portanto, esse comércio, quanto ao seu aspecto comercial, é uma entidade econômica constituída com o fim de exercer uma atividade mercantil, através de operações de compra e venda que visam o lucro, porém não se deve esquecer o lado humano e sanitário.

O ramo da atividade é o comércio. A PL 4.385/94 é uma votação no Congresso Nacional para transformar as farmácias/drogarias em estabelecimento de saúde.

São comercializados medicamentos em geral (industrializados ou manipulados), compostos químicos, cosméticos e produtos de higiene pessoal.

Uma tendência das drogarias é realizar os atendimentos personalizados, onde a promoção da saúde é personalizada pela relação médico-farmacêutico-paciente.

Segundo a ABCfarma, a população mundial começou a consumir mais medicamentos por motivos da geração atual: estresse, hábitos alimentares incorretos, poluição, doenças do trabalho. O que leva cada vez mais pessoas às farmácias. Algo que

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hoje em dia é a chave para muito drogaria é a comercialização de suplementos vitamínicos e alimentares. Outra informação importante do setor da economia é que o setor farmacêutico ainda não está saturado nas grandes cidades brasileiras. Ponto

Para abrir uma farmácia, é fundamental a escolha adequada do ponto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a área de abrangência de atendimento de uma drogaria deve ter pelo menos 10 mil clientes potenciais. Portanto, deve-se pesquisar bem antes de adquirir ou alugar um imóvel e verificar quantas farmácias existem na região a fim de conhecer o tamanho de sua concorrência. Lembre-se que a boa rentabilidade é resultado de uma conjunção de fatores que envolvem principalmente o local em que foi instalado o estabelecimento. Locais de grande densidade populacional são ideais, mas não esqueça que existem exigências e restrições à instalação de farmácias e drogarias (legislação especifica).

Exemplo:

• A população alvo atinge 5000 pessoas?

• Há clínicas médicas próximos ao local?

• Como é o fluxo de pessoas (em dias e horários diferentes)?

• Há facilidade de acesso?

• Como é o estacionamento?

• Quais são os outros tipos de comércio na região?

• Há clubes recreativos? Templos religiosos?

• Outras farmácias ou redes?

• Como é a qualidade dos outros estabelecimentos?

Metragem mínima: O tamanho mínimo dos estabelecimentos farmacêuticos é controlado por códigos farmacêuticos estaduais. A média é

área total do prédio de 30 metros quadrados, sendo 20 para a área de dispensação e 10 metros quadrados para a área de laboratório (se for manipulação). Equipamentos

Balcões; Prateleiras; Vitrines; Computadores (essencial se for trabalhar com medicamentos controlados - sistema SNGPC); Móveis; Materiais e equipamentos hospitalares em geral etc.

Determinações legais

A RDC 44 de 17/08/2009 Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.

Documentos: I - Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa; II - Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável; III - Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária, segundo legislação

vigente; IV- Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia da respectiva jurisdição; e V - Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as especificidades de cada estabelecimento. VI - razão social; VII - número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; VIII - nome do Farmacêutico Responsável Técnico, e de seu(s) substituto(s), seguido do número de inscrição no Conselho

Regional de Farmácia; IX - horário de trabalho de cada funcionário; X - números atualizados de telefone do Conselho Regional de Farmácia e do órgão Estadual e Municipal de Vigilância

Sanitária. As farmácias e as drogarias devem ter, obrigatoriamente, a assistência de farmacêutico responsável técnico ou de seu

substituto, durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento, nos termos da legislação vigente.

Layout

As farmácias e drogarias devem ser localizadas, projetadas, dimensionadas, construídas ou adaptadas com infra-estrutura compatível com as atividades a serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo, ambientes para atividades administrativas, recebimento e armazenamento dos produtos, dispensação de medicamentos, depósito de material de limpeza e sanitário.

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As áreas internas e externas devem permanecer em boas condições físicas e estruturais, de modo a permitir a higiene e a não oferecer risco ao usuário e aos funcionários.

As instalações devem possuir superfícies internas (piso, paredes e teto) lisas e impermeáveis, em perfeitas condições, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis.

Os ambientes devem ser mantidos em boas condições de higiene e protegidos contra a entrada de insetos, roedores ou outros animais.

As condições de ventilação e iluminação devem ser compatíveis com as atividades desenvolvidas em cada ambiente. O estabelecimento deve possuir equipamentos de combate a incêndio em quantidade suficiente, conforme legislação

específica. O programa de sanitização, incluindo desratização e desinsetização, deve ser executado por empresa licenciada para este

fim perante os órgãos competentes. Os materiais de limpeza e germicidas em estoque devem estar regularizados junto à Anvisa e serem armazenados em

área ou local especificamente designado e identificado. O sanitário deve ser de fácil acesso, possuir pia com água corrente e dispor de toalha de uso individual e descartável,

sabonete líquido, lixeira com pedal e tampa. O local deve permanecer em boas condições de higiene e limpeza. Deve ser definido local específico para guarda dos pertences dos funcionários no ambiente destinado às atividades

administrativas. As salas de descanso e refeitório, quando existentes, devem estar separadas dos demais ambientes. O estabelecimento deve ser abastecido com água potável e, quando possuir caixa d’água própria, ela deve estar

devidamente protegida para evitar a entrada de animais de qualquer porte, sujidades ou quaisquer outros contaminantes, devendo definir procedimentos escritos para a limpeza da caixa d’água e manter os registros que comprovem sua realização.

O acesso às instalações das farmácias e drogarias deve ser independente de forma a não permitir a comunicação com residências ou qualquer outro local distinto do estabelecimento.

Tal comunicação somente é permitida quando a farmácia ou drogaria estiverem localizadas no interior de galerias de shoppings e supermercados.

As farmácias e drogarias localizadas no interior de galerias de shoppings e supermercados podem compartilhar as áreas comuns destes estabelecimentos destinadas para sanitário, depósito de material de limpeza e local para guarda dos pertences dos funcionários.

As farmácias magistrais devem observar as exigências relacionadas à infraestrutura física estabelecidas na legislação específica de Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano. Manipulação

Grupo Atividade realizada

I Manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias primas, inclusive de origem

vegetal.

II Manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico Regulamento Técnico

III Manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial

IV Manipulação de produtos estéreis

V Manipulação de medicamento homeopático

VI Manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de medicamentos em serviços de saúde

Tabela 1 - Tipos de grupos de manipulação

• Capacitação dos Recursos Humanos. Todo o pessoal envolvido nas atividades da farmácia deve estar incluído em um programa de treinamento, elaborado

com base em um levantamento de necessidades e os registros devem dispor no mínimo das seguintes informações: a) documentação sobre as atividades de capacitação realizadas; b) data da realização e carga horária; c) conteúdo ministrado; d) trabalhadores treinados e suas respectivas assinaturas; e) identificação da equipe que os treinou em cada atividade específica. Todo o pessoal, inclusive de limpeza e manutenção, deve ser motivado e receber treinamento inicial e continuado,

incluindo instruções de higiene, saúde, conduta e elementos básicos em microbiologia, relevantes para a manutenção dos padrões de limpeza ambiental e qualidade dos produtos.

Visitantes e pessoas não treinadas somente devem ter acesso às salas de manipulação quando estritamente necessário e se previamente informadas sobre a conduta, higiene pessoal e uso de vestimentas protetoras, além de acompanhadas obrigatoriamente por pessoal autorizado.

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Devem ser feitos treinamentos específicos quando a farmácia desenvolver atividades constantes dos diferentes anexos desta Resolução.

Nos treinamentos devem ser incluídos: procedimentos a serem adotados em caso de acidente ou incidentes; informações quanto à existência de riscos no desenvolvimento das atividades, suas causas e medidas preventivas apropriadas.

Todo o pessoal, durante os treinamentos, deve conhecer e discutir amplamente os princípios das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, no sentido de melhorar a compreensão de Garantia da Qualidade por toda a equipe.

Os treinamentos realizados devem ter sua efetividade avaliada.

• Saúde, Higiene, Vestuário e Conduta. A farmácia deve assegurar a todos os seus trabalhadores a promoção da saúde e prevenção de acidentes, agravos e

doenças ocupacionais, priorizando as medidas promocionais e preventivas, em nível coletivo, de acordo com as características do estabelecimento e seus fatores de risco, cumprindo Normas Regulamentares (NR) sobre Segurança e Medicina do Trabalho.

A admissão dos funcionários deve ser precedida de exames médicos, sendo obrigatória a realização de avaliações médicas periódicas de todos os funcionários da farmácia, atendendo ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Em caso de lesão exposta, suspeita ou confirmação de enfermidade que possa comprometer a qualidade da preparação magistral, o funcionário deve ser afastado temporária ou definitivamente de suas atividades, obedecendo à legislação específica.

Na área de pesagem e salas de manipulação não é permitido o uso de cosméticos, joias ou quaisquer objetos de adorno de uso pessoal.

Não é permitido conversar, fumar, comer, beber, mascar, manter plantas, alimentos, bebidas, produtos fumígenos, medicamentos e objetos pessoais nas salas de pesagem e manipulação.

Todos os empregados devem ser instruídos e incentivados a reportar aos seus superiores imediatos qualquer condição de risco relativa ao produto, ambiente, equipamento ou pessoal.

As farmácias são responsáveis pela distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual de forma gratuita, em quantidade suficiente e com reposição periódica, além da orientação quanto ao uso, manutenção, conservação e descarte.

Os funcionários envolvidos na manipulação devem estar adequadamente paramentados, utilizando equipamentos de proteção individual (EPIs), para assegurar a sua proteção e a do produto contra contaminação, devendo ser feita a colocação e troca dos EPIs sempre que necessária, sendo a lavagem de responsabilidade da farmácia. A paramentação, bem como a higiene das mãos e antebraços, deve ser realizada antes do início da manipulação.

Nas salas de manipulação os procedimentos de higiene pessoal e paramentação devem ser exigidos a todas as pessoas, sejam elas funcionários, visitantes, administradores ou autoridades.

A farmácia deve dispor de vestiário para a guarda dos pertences dos funcionários e colocação de uniformes.

• Infraestrutura física A farmácia deve ser localizada, projetada, construída ou adaptada, com uma infraestrutura adequada às atividades a

serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo: a) área ou sala para as atividades administrativas; b) área ou sala de armazenamento; c) área ou sala de controle de qualidade; d) sala ou local de pesagem de matérias-primas; e) sala (s) de manipulação; f) área de dispensação; g) vestiário; h) sala de paramentação; i) sanitários; j) área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem; k) depósito de material de limpeza. � Área ou sala para as atividades administrativas: A farmácia deve dispor de área ou sala para as atividades

administrativas e arquivos de documentação. � Área ou sala de armazenamento: deve ter acesso restrito somente a pessoas autorizadas e ter capacidade

suficiente para assegurar a estocagem ordenada das diversas categorias de matérias-primas, materiais de embalagem e de produtos manipulados, quando for o caso. A área ou sala de armazenamento deve ser mantida limpa, seca e em temperatura e umidade compatíveis com os produtos armazenados. Estas condições de temperatura e umidade devem ser definidas, monitoradas e registradas. As matérias-primas, materiais de embalagem e produtos manipulados devem ser armazenados sob condições apropriadas de modo a preservar a identidade, integridade, qualidade e segurança dos mesmos.

� Deve dispor de área ou local segregado e identificado ou sistema que permita a estocagem de matérias primas, materiais de embalagem e produtos manipulados, quando for o caso, em quarentena, em condições de segurança.

� Deve dispor de área ou local segregado e identificado ou sistema para estocagem de matérias-primas, materiais de embalagem e produtos manipulados, reprovados, devolvidos ou com prazo de validade vencido, em condições de segurança.

� Deve dispor de armário resistente e/ou sala própria, fechados com chave ou outro dispositivo que ofereça segurança para a guarda de substâncias e medicamentos sujeitos a regime de controle especial.

� As substâncias de baixo índice terapêutico, além de qualquer outra matéria-prima que venha a sofrer processo de diluição, com especificação de cuidados especiais, devem ser armazenadas em local distinto, de acesso restrito, claramente identificadas como tais sendo a guarda de responsabilidade do farmacêutico.

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� Deve dispor de local e equipamentos seguros e protegidos para o armazenamento de produtos inflamáveis, cáusticos, corrosivos e explosivos, seguindo normas técnicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal.

� Área ou sala de controle de qualidade: A farmácia deve dispor de área ou sala para as atividades de controle de qualidade.

� Sala ou local de pesagem de matérias-primas: A farmácia deve dispor de sala ou local específico para a pesagem das matérias-primas, dotada de sistema de exaustão, com dimensões e instalações compatíveis com o volume de matérias-primas a serem pesadas, podendo estar localizado dentro de cada sala de manipulação. As embalagens das matérias-primas devem sofrer limpeza prévia antes da pesagem.

� Sala(s) de manipulação: Devem existir sala(s) de manipulação, com dimensões que facilitem ao máximo a limpeza, manutenção e outras operações a serem executadas e totalmente segregados quando houver manipulação de:

-Sólidos; -Semissólidos e líquidos; A manipulação de substâncias voláteis, tóxicas, corrosivas, cáusticas e irritantes deve ser realizada em capelas com

exaustão. � Área de dispensação: A farmácia deve possuir área de dispensação com local de guarda de produtos manipulados

e/ou fracionados racionalmente organizado, protegido do calor, da umidade e da ação direta dos raios solares. Os produtos manipulados que contenham substâncias sujeitas a controle especial devem ser mantidos nas condições previstas no item descrito acima.

� Sala de Paramentação: A farmácia deve dispor de sala destinada à paramentação, ventilada, preferencialmente com dois ambientes (barreira sujo/limpo) e servindo como acesso às áreas de pesagem e manipulação. Na sala de paramentação ou junto a ela deve haver lavatório com provisão de sabonete líquido e antisséptico, além de recurso para secagem das mãos. Este lavatório deve ser de uso exclusivo para o processo de paramentação.

� Sanitários: Os sanitários e os vestiários devem ser de fácil acesso e não devem ter comunicação direta com as áreas de armazenamento, manipulação e controle da qualidade. Os sanitários devem dispor de toalha de uso individual (descartável), detergente líquido, lixeira identificada com pedal e tampa.

� Área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem: A farmácia deve dispor de área específica para lavagem de materiais de embalagem e de utensílios utilizados na manipulação, sendo permitida a lavagem em local dentro do próprio laboratório de manipulação, desde que estabelecida por procedimento escrito e em horário distinto do das atividades de manipulação.

� Depósito de Material de Limpeza (DML): Os materiais de limpeza e germicidas em estoque devem ser armazenados em área ou local especificamente designado e identificado, podendo a lavagem deste material ser feita neste local.

Os ambientes de armazenamento, manipulação e do controle de qualidade devem ser protegidos contra a entrada de aves, insetos, roedores ou outros animais e poeira.

A farmácia deve dispor de “Programa de Controle Integrado de Pragas e Vetores”, com os respectivos registros, devendo a aplicação dos produtos ser realizada por empresa licenciada para este fim perante os órgãos competentes.

Os ambientes devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas e impermeáveis, sem rachaduras, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis.

As áreas e instalações devem ser adequadas e suficientes ao desenvolvimento das operações, dispondo de todos os equipamentos e materiais de forma organizada e racional, evitando os riscos de contaminação, misturas de componentes e garantindo a sequência das operações.

Os ralos devem ser sifonados e com tampas escamoteáveis. A iluminação e ventilação devem ser compatíveis com as operações e com os materiais manuseados. As salas de descanso e refeitório, quando existentes, devem estar separadas dos demais ambientes. Devem existir sistemas / equipamentos para combate a incêndio, conforme legislação específica.

• Materiais, equipamento e utensílios A farmácia deve ser dotada dos seguintes materiais, equipamentos e utensílios básicos: a) balança (s) de precisão, devidamente calibrada, com registros e instalada em local que ofereça segurança e

estabilidade; b) pesos padrão rastreáveis; c) vidraria verificada contra um padrão calibrado ou adquirida de fornecedores credenciados pelos Laboratórios da Rede

Brasileira de Calibração, quando for o caso; d) sistema de purificação de água; e) refrigerador para a conservação de produtos termolábeis; f) termômetros e higrômetros; g) bancadas revestidas de material liso, resistente e de fácil limpeza; h) lixeiras com tampa, pedal e saco plástico, devidamente identificadas; i) armário fechado, de material liso, resistente e de fácil limpeza, ou outro dispositivo equivalente para guarda de

matérias-primas e produtos fotolábeis e/ou sensíveis à umidade. � Localização e instalação dos equipamentos. Os equipamentos devem ser instalados e localizados de forma a facilitar a manutenção, e mantidos de forma adequada às

suas operações.

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A farmácia deve dispor de equipamentos, utensílios e vidraria em quantidade suficiente para atender à demanda do estabelecimento e garantir material limpo, desinfetado ou esterilizado.

As tubulações expostas devem estar identificadas, de acordo com norma específica. A farmácia deve possuir pelo menos uma balança em cada laboratório com capacidade/sensibilidade compatíveis com as

quantidades a serem pesadas ou possuir uma central de pesagem onde as balanças estarão instaladas, devendo ser adotados procedimentos que impeçam a contaminação cruzada e microbiana.

Os equipamentos de segurança para combater incêndios devem atender à legislação específica.

• Limpeza e Sanitização. Os procedimentos operacionais de limpeza e sanitização das áreas, instalações, equipamentos e materiais devem estar

disponíveis e de fácil acesso ao pessoal responsável e operacional. Os equipamentos e utensílios devem ser mantidos limpos, desinfetados e guardados em local apropriado. O lixo e resíduos da manipulação devem ser depositados em recipientes tampados, identificados e ser esvaziados fora da área de manipulação, com descarte apropriado, de acordo com a legislação vigente. Os produtos usados na limpeza e sanitização não devem contaminar, com substâncias tóxicas, químicas, voláteis e corrosivas as instalações e os equipamentos de preparação.

É permitido à farmácia a manipulação de saneantes domissanitários para consumo próprio, em sala apropriada, levando em consideração o risco de cada matéria-prima utilizada. Nos serviços de saúde, a manipulação de saneantes, inclusive diluição e fracionamento, deve ser realizada sob responsabilidade da farmácia.

• Manipulação Devem existir procedimentos operacionais escritos para manipulação das diferentes formas farmacêuticas preparadas na

farmácia. A farmácia deve garantir que todos os produtos manipulados sejam rastreáveis. Os excipientes utilizados na manipulação de medicamentos devem ser padronizados pela farmácia de acordo com

embasamento técnico- científico. A farmácia deve possuir Livro de Receituário, informatizado ou não, e registrar as informações referentes à prescrição de

cada medicamento manipulado. O Livro de Receituário, informatizado ou não, deve conter Termos de Abertura e de Encerramento lavrados pela

Autoridade Sanitária local. O registro deve conter, no mínimo, os seguintes itens: a) Número de ordem do Livro de Receituário; b) Nome e endereço do paciente ou a localização do leito hospitalar para os casos de internação; c) Nome do prescritor e n° de registro no respectivo conselho de classe; d) Descrição da formulação contendo todos os componentes e concentrações; e) Data do aviamento. A farmácia deve manter ainda os seguintes registros na ordem de manipulação: a) Número de ordem do Livro de Receituário; b) Descrição da formulação contendo todos os componentes (inclusive os excipientes) e concentrações; c) Lote de cada matéria-prima, fornecedor e quantidade pesada; d) Nome e assinatura dos responsáveis pela pesagem e manipulação; e) Visto do farmacêutico; f) Data da manipulação; g) No caso da forma farmacêutica “cápsulas” deve constar, ainda, o tamanho e a cor da cápsula utilizada. Todas as superfícies de trabalho e os equipamentos da área de manipulação devem ser limpos e desinfetados antes e

após cada manipulação. Devem existir procedimentos operacionais escritos para a prevenção de contaminação cruzada. Nas etapas do processo de manipulação, quando forem utilizadas matérias-primas sob a forma de pó, devem-se tomar

precauções especiais, com a instalação de sistema de exaustão de ar, devidamente qualificado, de modo a evitar a sua dispersão no ambiente.

As salas de manipulação devem ser mantidas com temperatura e umidade compatíveis com as substâncias/matérias-primas armazenadas/manipuladas. As condições de temperatura e umidade devem ser definidas, monitoradas e registradas.

• Dos controles de Qualidade

• Manipulação do Estoque Mínimo. A farmácia pode manipular e manter estoque mínimo de preparações oficinais constantes do Formulário Nacional,

devidamente identificadas e de bases galênicas, de acordo com as necessidades técnicas e gerenciais do estabelecimento, desde que garanta a qualidade e estabilidade das preparações.

A farmácia de atendimento privativo de unidade hospitalar pode manipular e manter estoque mínimo de bases galênicas e de preparações magistrais e oficinais, devidamente identificadas, em quantidades que atendam uma demanda previamente estimada pelo estabelecimento, de acordo com suas necessidades técnicas e gerenciais, e desde que garanta a qualidade e estabilidade das preparações.

As preparações para compor estoque mínimo devem atender a uma ordem de manipulação específica para cada lote, seguindo uma formulação padrão. A ordem de manipulação deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

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a) nome e a forma farmacêutica; b) relação das substâncias que entram na composição da preparação e suas respectivas quantidades; c) tamanho do lote; d) data da preparação; e) prazo de validade; f) número de identificação do lote; g) número do lote de cada componente utilizado na formulação; h) registro devidamente assinado de todas as operações realizadas; i) registro dos controles realizados durante o processo; j) registro das precauções adotadas; k) registro das observações especiais feitas durante a preparação do lote; l) avaliação do produto manipulado. Os rótulos das preparações de estoque mínimo, antes da dispensação, devem conter: identificação do produto, data da

manipulação, número do lote e prazo de validade.

• Rotulagem e embalagem Devem existir procedimentos operacionais escritos para rotulagem e embalagem de produtos manipulados. Os rótulos

devem ser armazenados de forma segura e com acesso restrito. Toda preparação magistral deve ser rotulada com: a) nome do prescritor; b) nome do paciente; c) número de registro da formulação no Livro de Receituário; d) data da manipulação; e) prazo de validade; f) componentes da formulação com respectivas quantidades; g) número de unidades; h) peso ou volume contidos; i) posologia; j) identificação da farmácia; k) C.N.P.J; l) endereço completo; m) nome do farmacêutico responsável técnico com o respectivo número no Conselho Regional de Farmácia. Toda preparação oficinal deve conter os seguintes dados em seu rótulo: a) denominação farmacopéica do produto; b) componentes da formulação com respectivas quantidades; c) indicações do Formulário Oficial de referência; d) data de manipulação e prazo de validade; e) número de unidades ou peso ou volume contidos f) posologia; g) identificação da farmácia; h) C.N.P.J.; i) endereço completo do estabelecimento; j) nome do farmacêutico responsável técnico com o respectivo número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia. Para algumas preparações magistrais ou oficinais são necessários rótulos ou etiquetas com advertências complementares

impressas, tais como: "Agite antes de usar", "Conservar em geladeira", "Uso interno", "Uso Externo", "Não deixe ao alcance de crianças", "Veneno"; Diluir antes de usar; e outras que sejam previstas em legislação específica e que venham auxiliar o uso correto do produto.

Os recipientes utilizados no envase dos produtos manipulados devem garantir a estabilidade físico-química e microbiológica da preparação.

Rótulos de preparações magistrais contendo substâncias sujeitas a controle especial devem conter ainda informações previstas em legislação sanitária específica.

• Conservação e transporte A empresa deve manter procedimentos escritos sobre a conservação e transporte, até a dispensação dos produtos

manipulados que garantam a manutenção das suas especificações e integridade. Os medicamentos termossensíveis devem ser mantidos em condições de temperatura compatíveis com sua conservação,

mantendo-se os respectivos registros e controles. Os produtos manipulados não devem ser armazenados ou transportados com os seguintes materiais: a) alimentos e materiais perecíveis; b) animais; c) solventes orgânicos; d) gases;

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e) substâncias corrosivas ou tóxicas; f) pesticidas e agrotóxicos; g) materiais radioativos; h) outros produtos que possam afetar a qualidade, segurança e eficácia dos produtos manipulados.

• Dispensação. O farmacêutico deve prestar orientação farmacêutica necessárias aos pacientes, objetivando o uso correto dos produtos. Todas as receitas aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, com identificação do estabelecimento, data da

dispensação e número de registro da manipulação, de forma a comprovar o aviamento. A repetição de atendimento de uma mesma receita somente é permitida se houver indicação expressa do prescritor

quanto à duração do tratamento.

• Garantia de Qualidade A Garantia da Qualidade tem como objetivo assegurar que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de

qualidade exigidos. Para assegurar a qualidade das fórmulas manipuladas, a farmácia deve possuir um Sistema de Garantia da Qualidade

(SGQ) que incorpore as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF), totalmente documentado e monitorado. O Sistema de Garantia da Qualidade para a manipulação de fórmulas deve assegurar que: a) as operações de manipulação sejam claramente especificadas por escrito e que as exigências de BPMF sejam

cumpridas; b) a aceitação de demanda de manipulações seja compatível com a capacidade instalada da farmácia; c) os controles necessários para avaliar as matérias-primas sejam realizados de acordo com procedimentos escritos e

devidamente registrados; d) os equipamentos sejam calibrados, com documentação comprobatória; e) sejam elaborados procedimentos escritos relativos a todas as operações de manipulação, controle de qualidade e

demais operações relacionadas ao cumprimento das BPMF; f) a preparação seja corretamente manipulada, segundo procedimentos apropriados; g) a preparação seja manipulada e conservada de forma que a qualidade da mesma seja mantida; h) todos os procedimentos escritos sejam cumpridos; i) sejam realizadas auditorias internas de modo a assegurar um processo de melhoria contínua; j) exista um programa de treinamento inicial e contínuo; k) exista a proibição de uso de cosméticos, jóias e acessórios para o pessoal nas salas de pesagem e manipulação; l) a padronização dos excipientes das formulações seja embasada em critérios técnico-científicos; m) exista um sistema controlado, informatizado ou não, para arquivamento dos documentos exigidos para substâncias e

medicamentos sujeitos a controle especial; n) sejam estabelecidos prazos de validade, assim como as instruções de uso e de armazenamento das fórmulas

manipuladas. O estabelecimento deve possuir Manual de Boas Práticas de Manipulação apresentando as diretrizes empregadas pela

empresa para o gerenciamento da qualidade.

• Prazo de validade. A determinação do prazo de validade deve ser baseada na avaliação físico-química das drogas e considerações sobre a

sua estabilidade. Preferencialmente, o prazo de validade deve ser vinculado ao período do tratamento. Fontes de informações sobre a estabilidade físico-química das drogas devem incluir referências de compêndios oficiais,

recomendações dos produtores das mesmas e publicações em revistas indexadas. Na interpretação das informações sobre estabilidade das drogas devem ser consideradas todas as condições de

armazenamento e conservação. . Devem ser instituídos procedimentos que definam a política da empresa quanto às matérias-primas próximas ao

vencimento.

• Documentação. A documentação constitui parte essencial do Sistema de Garantia da Qualidade. A licença de funcionamento expedida pela autoridade sanitária local, a Autorização de Funcionamento e, quando for o

caso, a Autorização Especial expedida pela ANVISA, devem estar afixadas em local visível, e a inspeção para concessão da licença deve levar em conta o(s) grupo(s) de atividades para os quais a farmácia pode ser habilitada.

Os Livros de Receituário, Livros de Registro Específico, os balanços, as receitas, as notificações de receitas e as notas fiscais devem ser mantidos no estabelecimento, de forma organizada, informatizada ou não.

Devem ser mantidos em arquivo os documentos comprobatórios de: especificações dos materiais utilizados, análise das matérias-primas, procedimentos operacionais e respectivos registros, e relatórios de auto inspeção.

A documentação deve possibilitar o rastreamento de informações para investigação de qualquer suspeita de desvio de qualidade.

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Os documentos devem ser aprovados, assinados e datados pelo Responsável Técnico ou pessoa por ele autorizada. Qualquer alteração introduzida deve permitir o conhecimento de seu conteúdo original e, conforme o caso, ser justificado o moda alteração.

Os dados inseridos nos documentos durante a manipulação devem ser claros, legíveis e sem rasuras.Os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento

do prazo de validade do produto manipulado, ouespecial, podendo ser utilizado sistema de registro eletrônico de dados ou outros meios confiáveis e legais.

Os demais registros para os quais não foram estipulados prazos de arquiva1(um) ano.

4.7 Papel do técnico de farmácia em drogariasO Catalogo Nacional de Curso Técnicos (CNCT) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), no ano de 2010, aprovou a

profissão do técnico de farmácia. O Técnico de Farmácia é a designação profissional de uma das dezoito profissões que compõem o grupo profissional de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutico.

Os funcionários devem permanecer identificados e com uniformes limpos e em boas condições de uso.O uniforme ou a identificação usada pelo farmacêutico deve distingui

identificação pelos usuários da farmácia ou drogaria.Para assegurar a proteção do funcionário, do usuário e do produto contra contaminação ou danos

disponibilizados aos funcionários envolvidos na prestação de serviços farmacêuticos equipamentos de proteção individual (EPIs

• Das Responsabilidades e Atribuições

As atribuições e responsabilidades individuais devem estar descritas no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas do estabelecimee serem compreensíveis a todos os funcionários.As atribuições do farmacêutico responsável técnico são aquelas estaobservadas a legislação sanitária vigente para farmácias e drogarias.Os técnicos auxiliares devem realizar as atividades que não são privativas de farmacêutico respeitando os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) do estabelecimento e o limite de atribuições e competências estabelecidos pela legislação vigente, sob supervisão do farmacêutico.

Os técnicos em farmácia realizam operações farmacotécnicas identificando e classificando os diferentes tie de formas farmacêuticas, sua composição e técnica de preparação. Atua no controle de qualidade e na produção e manipulação de formas farmacêuticas e de cosméticos. Pode trabalhar em drogarias, postos de saúde e de medicamentos e farmáciasmanipulação em relação a dispensação dos medicamentos.

• Perfil de um técnico O técnico em uma farmácia não é um mero atendente atrás de um balcão. O profissional precisa ter uma sensibilidade

humana, habilidades comerciais e possuir conhecimento técnicAlém da aparência física, que deve ser a mais neutra e apresentável possível (agradável), o profissional dever ter:� Controle emocional; � Responsabilidade social e profissional;� Relacionamento interpessoal;� Maturidade;

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Unidade: Rua Joaquim Murtinho, 2.293 - Bairro Itanhangá Park – (67) 3326-1665 e

Os documentos devem ser aprovados, assinados e datados pelo Responsável Técnico ou pessoa por ele autorizada. Qualquer alteração introduzida deve permitir o conhecimento de seu conteúdo original e, conforme o caso, ser justificado o mo

s dados inseridos nos documentos durante a manipulação devem ser claros, legíveis e sem rasuras.Os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento

do prazo de validade do produto manipulado, ou durante 2 (dois) anos quando o produto contiver substâncias sob controle especial, podendo ser utilizado sistema de registro eletrônico de dados ou outros meios confiáveis e legais.

Os demais registros para os quais não foram estipulados prazos de arquivamento devem ser mantidos pelo período de

4.7 Papel do técnico de farmácia em drogarias O Catalogo Nacional de Curso Técnicos (CNCT) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), no ano de 2010, aprovou a

de Farmácia é a designação profissional de uma das dezoito profissões que compõem o grupo profissional de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutico.

Os funcionários devem permanecer identificados e com uniformes limpos e em boas condições de uso.a identificação usada pelo farmacêutico deve distingui-lo dos demais funcionários de modo a facilitar sua

identificação pelos usuários da farmácia ou drogaria. Para assegurar a proteção do funcionário, do usuário e do produto contra contaminação ou danos

disponibilizados aos funcionários envolvidos na prestação de serviços farmacêuticos equipamentos de proteção individual (EPIs

Figura 7 - Papel de um Técnico de Farmácia

As atribuições e responsabilidades individuais devem estar descritas no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas do estabelecimee serem compreensíveis a todos os funcionários. As atribuições do farmacêutico responsável técnico são aquelas estabelecidas pelos conselhos federal e regional de farmácia, observadas a legislação sanitária vigente para farmácias e drogarias. Os técnicos auxiliares devem realizar as atividades que não são privativas de farmacêutico respeitando os Procedimentos

nais Padrão (POPs) do estabelecimento e o limite de atribuições e competências estabelecidos pela legislação vigente, sob

Os técnicos em farmácia realizam operações farmacotécnicas identificando e classificando os diferentes tie de formas farmacêuticas, sua composição e técnica de preparação. Atua no controle de qualidade e na produção e manipulação de formas farmacêuticas e de cosméticos. Pode trabalhar em drogarias, postos de saúde e de medicamentos e farmáciasmanipulação em relação a dispensação dos medicamentos.

O técnico em uma farmácia não é um mero atendente atrás de um balcão. O profissional precisa ter uma sensibilidade humana, habilidades comerciais e possuir conhecimento técnico.

Além da aparência física, que deve ser a mais neutra e apresentável possível (agradável), o profissional dever ter:

Responsabilidade social e profissional; Relacionamento interpessoal;

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Os documentos devem ser aprovados, assinados e datados pelo Responsável Técnico ou pessoa por ele autorizada. Qualquer alteração introduzida deve permitir o conhecimento de seu conteúdo original e, conforme o caso, ser justificado o motivo

s dados inseridos nos documentos durante a manipulação devem ser claros, legíveis e sem rasuras. Os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento

durante 2 (dois) anos quando o produto contiver substâncias sob controle especial, podendo ser utilizado sistema de registro eletrônico de dados ou outros meios confiáveis e legais.

mento devem ser mantidos pelo período de

O Catalogo Nacional de Curso Técnicos (CNCT) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), no ano de 2010, aprovou a de Farmácia é a designação profissional de uma das dezoito profissões que compõem o

Os funcionários devem permanecer identificados e com uniformes limpos e em boas condições de uso. lo dos demais funcionários de modo a facilitar sua

Para assegurar a proteção do funcionário, do usuário e do produto contra contaminação ou danos à saúde, devem ser disponibilizados aos funcionários envolvidos na prestação de serviços farmacêuticos equipamentos de proteção individual (EPIs).

Papel de um Técnico de Farmácia

As atribuições e responsabilidades individuais devem estar descritas no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas do estabelecimento

belecidas pelos conselhos federal e regional de farmácia,

Os técnicos auxiliares devem realizar as atividades que não são privativas de farmacêutico respeitando os Procedimentos nais Padrão (POPs) do estabelecimento e o limite de atribuições e competências estabelecidos pela legislação vigente, sob

Os técnicos em farmácia realizam operações farmacotécnicas identificando e classificando os diferentes tipos de produtos e de formas farmacêuticas, sua composição e técnica de preparação. Atua no controle de qualidade e na produção e manipulação de formas farmacêuticas e de cosméticos. Pode trabalhar em drogarias, postos de saúde e de medicamentos e farmácias de

O técnico em uma farmácia não é um mero atendente atrás de um balcão. O profissional precisa ter uma sensibilidade

Além da aparência física, que deve ser a mais neutra e apresentável possível (agradável), o profissional dever ter:

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� Iniciativa; � Persuasão; � Dinamismo; � Resistência à fadiga

• Da Capacitação dos Funcionários Todos os funcionários devem ser capacitados quanto ao cumprimento da legislação sanitária vigente e aplicável às

farmácias e drogarias, bem como dos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) do estabelecimento. Todo o pessoal deve receber treinamento inicial e continuado com relação à importância do autocuidado, incluídas

instruções de higiene pessoal e de ambiente, saúde, conduta e elementos básicos em microbiologia, relevantes para a qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos usuários.

Deve ser fornecido treinamento inicial e contínuo quanto ao uso e descarte de EPIs, de acordo com o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, conforme legislação específica.

Nos treinamentos, os funcionários devem ser instruídos sobre procedimentos a serem adotados em caso de acidente e episódios envolvendo riscos à saúde dos funcionários ou dos usuários das farmácias e drogarias.

Devem ser mantidos registros de cursos e treinamentos dos funcionários contendo, no mínimo, as seguintes informações: I - descrição das atividades de capacitação realizadas; II - data da realização e carga horária; III - conteúdo ministrado; IV - trabalhadores treinados e suas respectivas assinaturas; V - identificação e assinatura do profissional, equipe ou empresa que executou o curso ou treinamento; e VI - resultado da avaliação. 4.8 Calculo de preço de compra e venda de produtos farmacêuticos Quando falamos de empresa, a finalidade especifica é lucro. Lucro é a diferença ou vantagem entre compra e venda de

algum produto. Como foi citado, a margem bruta de lucro sobre o preço de venda em drogarias é controlado pelo Ministério da Fazenda e Ministério da Saúde no Brasil e esse valor deve ser igual ou menor que 24,81%. Alguns produtos podem ser menor que 29,27% (produtos específicos).

O ICMS é o imposto de circulação de mercadorias e prestação de serviços. Esse imposto determina o preço final máximo cobrado de cada medicamento em determinado estado brasileiro (ver tabela):

ICMS UF

19% RJ

18% SP e MG

17% PR e MG(genéricos)

12% Demais estados brasileiros

Tabela 2- PMC dos medicamentos - CMED

Exemplo: medicamento Cialis (tadalafila) de 20 mg com um comprimido possui um PMC de R$ 48,64. Esse é o preço máximo cobrado ao consumidor no MS. O medicamento custa a preço de fábrica R$ 36,55. O lucro bruto é a diferença do valor vendido pelo valor comprado.

Lucro bruto: R$ 48,64 – R$ 36,55 = R$ 12,09. Margem bruta do lucro sobre o preço de custo é a porcentagem da divisão do lucro bruto pelo preço de custo do

medicamento multiplicado por 100. MBL (custo): R$ 12,09/ R$ 36,55 = 0,33 * 100 = 33% Margem bruta do lucro sobre o preço de venda é a porcentagem da divisão do lucro bruto pelo preço de venda e

multiplicando por 100. Este valor que deve ser menor que 24,81%. MBL (venda): R$ 12,09/R$ 48,64 = 0,24 * 100 = 24,81%.

Princípios básicos de administração aplicados à farmácias e drogarias

A resolução 499 de 17/12/2008 do Conselho Federal de Farmácia relata que: As aplicações de medicamentos injetáveis em farmácias ou drogarias só poderão ser feitas pelo farmacêutico ou por

profissional habilitado, com autorização expressa do farmacêutico diretor ou responsável técnico. A presença e/ou supervisão do farmacêutico é condição e requisito essencial para aplicação de medicamentos injetáveis. Só poderão ser aplicados medicamentos injetáveis, quando não houver qualquer dúvida em relação a sua qualidade. Caso o medicamento apresente características diferenciadas em sua cor ou odor, ou contenha corpo estranho em seu

interior, o mesmo não deverá ser administrado, devendo o fato ser notificado aos serviços de Vigilância Sanitária. Os medicamentos injetáveis só deverão ser administrados mediante prescrição de profissional habilitado, cabendo o

preenchimento do anexo II.

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Deverá haver registro em livro próprio, das aplicações de medicamentos injetáveis Realizadas. Para tal efeito, o estabelecimento deverá ter local privativo, equipamento e acessório apropriados, e cumprir os preceitos

sanitários pertinentes.

Estrutura do SUS

Conceito

O Sistema Único de Saúde, o SUS, é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. A iniciativa privada é permitida participar desse Sistema de maneira complementar.

O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais consagradas na Constituição de 1988. Seus princípios apontam para a democratização nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e passam a ser universais, da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a nortear-se pela descentralização.

Na verdade, o SUS representa a materialização de uma nova concepção acerca da saúde em nosso país. Antes a saúde era entendida como “o Estado de não doença”, o que fazia com que toda lógica girasse em torno da cura de agravos à saúde. Essa lógica, que significava apenas remediar os efeitos com menor ênfase nas causas, deu lugar a uma nova noção centrada na prevenção dos agravos e na promoção da saúde. Para tanto, a saúde passa ser relacionada com a qualidade de vida da população, a qual é composta pelo conjunto de bens que englobam a alimentação, o trabalho, o nível de renda, a educação, o meio ambiente, o saneamento básico, a vigilância sanitária e farmacológica, a moradia, o lazer, etc.

De acordo com essa nova concepção de saúde, compreende-se que “os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país.” Ou seja, há o acertado reconhecimento de que os indicadores de saúde da população devem ser tomados para medir o nível de desenvolvimento do país e o de bem estar da população.

Importante notar que a luta pela instituição do SUS parte da base da sociedade. As reivindicações que nortearam o movimento que ficou conhecido por “Movimento Sanitarista” eram apresentadas, fundamentalmente, por meio dos secretários municipais de saúde e foram catalisadas na Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. As resoluções dessa Conferência deram os parâmetros que mais tarde viriam a ser inscritos na Constituição de 1988.

De uma gestão extremamente centralizada, passa-se à descentralização como a melhor forma de garantir uma maior participação na formulação e na implantação dos serviços e ações de saúde. Ou seja, o município, enquanto o ente federado mais próximo da realidade da população, ganha a atribuição fundamental, bem como os recursos para tanto, de responsabilizar-se pela melhor política de saúde para a população local. Nada mais acertado, considerando a diversidade e a disparidade de realidades locais espalhadas pelo Brasil. O município é, por excelência, o melhor dos entes federados para tratar da saúde dada a sua maior proximidade e, por isso mesmo, maior conhecimento da ordem de prioridades e das demandas da população local.

No entanto, para além da descentralização dos serviços e dos recursos de saúde, a participação social passa a ser condição essencial. Assim, a existência e o funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo passam a ser obrigatórios visando garantir a participação social nas políticas de saúde, tanto em sua formulação como em sua execução. Nesse sentido, o controle e a participação social na área saúde pública paulatinamente vêm aumentando suas dimensões e aperfeiçoando seus métodos.

Desse modo, trabalha-se arduamente pela consolidação de seus princípios doutrinários (universalidade, equidade e integralidade nos serviços e ações de saúde), bem como dos princípios que dizem respeito a sua operacionalização (descentralização dos serviços, regionalização e hierarquização da rede e participação social). O trabalho é no sentido de capacitar os municípios a assumir suas responsabilidades e prerrogativas diante do SUS, bem como desenvolver ações que deem prioridade à prevenção e à promoção de saúde.

A organização operacional do SUS, sob outro aspecto, evoluiu mediante a edição de três Normas Operacionais Básicas (NOB), cada qual substituindo e aperfeiçoando a anterior. A primeira edição ocorre em 1991, à segunda em 1993 e à terceira em 1996; esta última (NOB/96), apesar das alterações e dos aperfeiçoamentos em relação a sua edição original, é a que está em vigor. Da leitura dessas e de outras normas, como uma série de portarias do Ministério da Saúde e outras tantas resoluções do Conselho e das Conferências Nacionais de Saúde, tem-se a perfeita compreensão que se trata de um processo em constante aperfeiçoamento.

Funcionamento do SUS

O SUS é um sistema de saúde de abrangência nacional, porém, coexistindo em seu âmbito subsistemas em cada estado (o SUS estadual) e em cada município (SUS municipal). E sempre bom lembrar que a ênfase está nos municípios. Assim, a totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, organizada em rede regionalizada e hierarquizada, e disciplinada segundo os subsistemas municipais — o SUS - Municipal — voltados ao atendimento integral da população local e inseridos de forma conjunta no SUS em suas abrangências estadual e nacional.

Os estabelecimentos desses subsistemas municipais, do SUS - Municipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de propriedade da prefeitura, nem precisam ter sede no território do município. Suas ações podem ser desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais ou federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com prioridade para as entidades filantrópicas) e têm que estar organizadas e coordenadas de modo que o gestor municipal possa garantir à população do respectivo município o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos meios para o atendimento integral.”

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O funcionamento do SUS faz com que a área de saúde esteja entre as mais democráticas, pois, além de comportar um alto grau de participação social, sua gestão é um dos modelos de descentralização com maior êxito nos serviços públicos brasileiros. A participação social é expressa pela existência e pelo funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo, como comentado adiante.

Já em relação ao modelo de descentralização adotado para o SUS, sua organização define como gestores corresponsáveis os três níveis de governo com mecanismos previstos para negociação e pactuação das políticas adotadas na saúde. Nesse aspecto existem: as Comissões IntergestoresBipartites (ClBs) no âmbito de cada estado; e a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) que é o fórum nacional.

As CIBs, compostas igualmente de forma paritária, são integradas pelas representações da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um dos representantes dos municípios é o secretário de saúde da capital. A Bipartite pode operar com subcomissões regionais.

Importante lembrar que o funcionamento dos conselhos de saúde é condição essencial e obrigatória ao funcionamento do SUS. A participação comunitária é enfatizada na legislação, tomando os conselhos uma instância privilegia da na discussão da política de saúde. A legislação também estabelece a composição paritária dos usuários, em relação aos outros segmentos representados. Desta forma, um conselho de saúde deverá ser composto por representantes do governo, de profissionais de saúde, de prestadores de serviços de saúde e usuários, sendo o seu presidente eleito entre os membros do conselho, em reunião plenária.

De modo geral, o número de componentes em cada conselho varia entre 10 a 20 membros. A situação de cada estado e município e a discussão com os segmentos que participarão do Conselho levam à melhor definição dessa composição numérica. A representação de órgãos e/ou entidades, apresentada a seguir como exemplo, varia de acordo com a realidade existente em cada estado, município e no Distrito Federal, preservando-se, porém, o princípio da paridade em relação aos usuários.

Em relação aos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde:

• Representante(s) do Governo Federal, indicado(s) pelo Ministro de Estado da Saúde e outros Ministérios;

• Representante da Secretaria de Saúde do Estado;

• Representante(s) das Secretarias Municipais de Saúde;

• Representante(s) dos trabalhadores na área de saúde;

• Representante(s) de prestadores de serviço de saúde, sendo 50% de entidades filantrópicas e 50% de entidades não filantrópicas.

A representação dos usuários deverá ser composta por:

• Representante(s) de entidades congregadas de sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais;

• Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde;

• Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou entidades equivalentes:

• Representante(s) de associações de portadores de deficiências;

• Representante(s) de associações de portadores de patologias;

• Representante(s) de entidades de defesa do consumidor. A representação total dos conselhos deve ser distribuída da seguinte forma: 50% de usuários, 25% de trabalhadores de

saúde e 25% de prestadores de serviços (público e privado). Os representantes dos usuários deverão ser indicados impreterivelmente pelas suas entidades.

• Conselho Nacional de Saúde Conforme o Decreto 99.438/90, as atribuições e competências do Conselho Nacional de Saúde incluem: � Deliberar sobre: a. formulação de estratégia e controle da execução da política nacional de saúde em âmbito federal; b. critérios para a definição de padrões e parâmetros assistenciais; c. manifestar-se sobre a Política Nacional de Saúde; � Decidir sobre: a. planos estaduais de saúde, quando solicitado pelos Conselhos Estaduais de Saúde; b. divergências levantadas pelos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, bem como por órgãos de representação na

área da saúde; c. credenciamento de instituições de saúde que se candidatem a realizar pesquisa em seres humanos; � Opinar sobre a criação de novos cursos superiores na área de saúde, em articulação com o Ministério da Educação e

do Desporto; � Estabelecer diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde em função das características

epidemiológicas e da organização dos serviços; � Acompanhar a execução do cronograma de transferência de recursos financeiros, consignados ao SUS, aos estados,

municípios e Distrito Federal; � Aprovar os critérios e valores para a remuneração dos serviços e os parâmetros de cobertura assistencial;

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� Acompanhar e controlar as atividades das instituições privadas de saúde, credenciadas mediante contrato, ajuste ou convênio;

� Acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação científica e tecnológica na área de saúde para a observância de padrões éticos com patíveis com o desenvolvimento sociocultural do país;

� Propor a convocação e organizar a Conferência Nacional de Saúde, ordinariamente a cada quatro anos e, extraordinariamente, quando o conselho assim deliberar, de acordo com a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Financiamento

Um dos pilares do sucesso do SUS até aqui se centra na constituição e na forma de funcionamento dos fundos nacionais, estaduais e municipais da saúde. Esses fundos financiam o SUS. A constituição dos fundos de saúde é obrigatória e encontra-se com vinculação crescente de recursos nos três níveis de governo em função da Emenda Constitucional n.° 29, de 13.09.2000 (EC 29), apresentada adiante.

A forma de funcionamento desses fundos é uma das melhores formas de descentralização existentes nos serviços públicos brasileiros, pois traz consigo o mecanismo conhecido como “transferência fundo a fundo”. Ou seja, os fundos são remunerados automaticamente, uma vez cumpridos os critérios e os requisitos exigidos e pactuados. Assim, por exemplo, estados e municípios recebem depósitos diretos e automáticos de recursos em seus respectivos fundos de saúde provenientes do Fundo Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, mediante, tão somente, o cumprimento das obrigações inerentes a cada tipo de gestão do sistema e ou aos programas para os quais se habilitem.

Além disso, os gestores do SUS podem firmar contratos, acordos, parceria s e convênios para a transferência de recursos com o objetivo de execução de projetos determinados. Assim, é muito comum, por exemplo, a celebração de convênios entre o Ministério da Saúde, os estados e ou os municípios para a realização de projetos específicos como a construção, a reforma ou o aparelhamento de unidades de saúde ou ainda para a capacitação de profissionais de saúde. Gastos de saúde: União, estados e municípios

A Emenda estabelece a participação da União, Estados, Municípios e Distrito Federal no financiamento das ações e serviços públicos de saúde, que se dá com a aplicação mínima de recursos no setor, com base em percentuais da receita, a serem fixados por lei complementar.

Ano Estados Municípios

2000 7% 7%

2001 8% 8,6%

2002 9% 10,2%

2003 10% 11,8%

2004 12% 15%

Tabela 3 - Porcentagens para financiamento do SUS 2004O princípio da universalidade

Segundo esse princípio a saúde é um direito de todos e é um dever do Poder Público a provisão de serviços e de ações

que lhe garanta. A universalização, todavia, não quer dizer somente a garantia imediata de acesso às ações e aos serviços de saúde. A universalização, diferentemente, coloca o desafio de oferta desses serviços e ações de saúde a todos que deles necessitem, todavia, enfatizando a ações preventivas e reduzindo o tratamento de agravos.

Não obstante o acesso universal, eficiente, eficaz e efetivo aos serviços e às ações de saúde ser um processo em construção, onde há muito trabalho a ser feito, a cobertura e a oferta desses serviços e dessas ações vêm ampliando-se rapidamente. Prova disso são indicadores que dão conta de um considerável aumento na oferta de consultas médicas, cujo número ultrapassa 2 (duas) consultas por habitante/ano; de internações hospitalares, que chegam a média de 7 (sete) para cada grupo de 100 (cem) habitantes/ano; dos atendimentos hospitalares para o parto que já beiram os 100%; da mesma forma são as vacinações, cada vez mais variadas e com maior cobertura.

O Princípio da integralidade

Esse princípio é um dos mais preciosos em termos de demonstrar que a atenção à saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de pessoas ou grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação ao total da população. Ou seja, a cada qual de acordo com suas necessidades, inclusive no que pertinente aos níveis de complexidade diferenciados. Colocá-lo em prática é um desafio permanente e dinâmico.

Vem-se caminhando nesse sentido. Tentativas, projetos e ações nessa direção vêm sendo constantemente testados de modo que um sem número de grupos específicos da sociedade vem recebendo atenção especial. Dessa forma há projetos e ações direcionadas especificamente aos jovens, às mulheres, aos idosos, aos portadores do HIV e de outras moléstias e enfermidades, às gestantes, aos consumidores de drogas, aos portadores de distúrbios mentais; a partir de 1999, à saúde indígena e a tantos outros grupos carentes de atenção específica.

Nesse mesmo sentido, vem se trabalhando na estruturação de redes de maneira hierarquizada, com níveis crescentes de complexidade dos serviços. As centrais de regulação de vagas têm contribuído sobremaneira para esse intento. Assim as ações de

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baixa, média e alta complexidade buscam articular-se para racionalizar o sistema, para aumentar o seu nível de resolutividade e sua capacidade de atendimento da demanda. A permissão de constituição de consórcios é um facilitador para esse intento.

Há que se notar que esses serviços e ações de saúde destinadas a grupos específicos da sociedade e com níveis diferenciados de complexidade vêm contando, cada vez mais, com esforços no sentido da capacitação profissional daqueles que prestam tais serviços. Da mesma forma, equipamentos e unidades de saúde estão sendo adequadas para o atendimento específico às necessidade de determinados grupos.

Uma das preocupações centrais para a consecução do princípio da integralidade está na necessidade da humanização dos serviços prestados e das ações realizadas no âmbito do SUS.

• O princípio da equidade Na esteira dos dois princípios apontados acima, vem a necessidade de se reduzir as disparidades sociais e regionais

existentes em nosso país. O princípio da equidade reafirma que essa necessidade deve dar-se também por meio das ações e dos serviços de saúde. Ainda são grandes as disparidades regionais e sociais do Brasil. No entanto, há uma sinergia e uma série de externalidades positivas geradas a partir da melhora das condições de saúde da população o que faz concluir que de fato a saúde é fundamental na busca de uma maior equidade.

Esse é um trabalho que também deve ser encarado como um desafio permanente, mesmo porque a saúde diz respeito a uma série de fatores ligados à qualidade de vida como um todo, como dito inicialmente. E curioso observar, por exemplo, que entre regiões como a nordeste a expectativa de vida, bem como a taxa de mortalidade infantil, são piores do que em regiões mais ricas do país, como a sul e a sudeste. Por outro lado, essas regiões mais ricas padecem de maneira mais aguda de outros males como são os índices por mortes violentas ou em decorrência da AIDS.

Reduzir disparidades regionais e sociais significa a busca de um maior equilíbrio. Fator determinante para tanto é a política adotada para a incorporação tecnológica e o investimento estratégico e prioritário no combate de situações agudas ou extremas. Isso significa dizer que o planejamento das políticas de saúde tem tomado como estratégicas a elevação de todos a um patamar mínimo a partir do qual seja possível caminhar com mais precisão segundo o princípio da integralidade, comentado acima. Um bom exemplo disso são as ações e os serviços voltados à atenção básica à saúde.

Outros princípios

A descentralização da gestão do sistema implica na transferência de poder de decisão sobre a política de saúde do nível federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS). Esta transferência ocorre a partir da redefinição das funções e responsabilidades de cada nível de governo com relação à condução político administrativa do sistema de saúde em seu respectivo território (nacional, estadual, municipal), coma transferência, concomitante, de recursos financeiros, humanos e materiais para o controle das instâncias governamentais correspondentes.

A regionalização e a hierarquização dos serviços, dizem respeito à forma de organização dos estabelecimentos (unidades de unidades) entre si e com a população usuárias. A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de saúde, que leva em conta a divisão político- administrativa do país, mas também contempla a delimitação de espaços territoriais específicos para a organização das ações de saúde, subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo. A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das unidades segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede que articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de referência e contra referência de usuários e de informações. O processo de estabelecimento de redes hierarquizadas pode também implicar o estabelecimento de vínculos específicos entre unidades (de distintos graus de complexidade tecnológica) que prestam serviços de determinada natureza, como por exemplo, a rede de atendimento a urgências/emergências, ou a rede de atenção à saúde mental.

Finalmente, a integração entre as ações promocionais, preventivas e curativas diz respeito à possibilidade de se estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as várias alternativas de intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história (natural) social”, abarcando intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde. Cabe registrar a distinção entre “integralidade” e “integração”, termos que por vezes se confundem no debate acerca da organização dos serviços de saúde. Se a integralidade, como posto anteriormente, é um atributo do modelo, algo que o modelo de atenção à saúde “deve ser”, a integração é um processo, algo “a fazer” para que o modelo de atenção seja integral. Nesse sentido, a integração envolve duas dimensões: uma dimensão “vertical”, proporcionada pelo estabelecimento da hierarquização dos serviços (SR e CR), que permite a produção de ações de distinta complexidade (primária, secundária, terciária) em função da natureza do problema que se esteja enfrentando, e uma integração “horizontal”, que permite a articulação, no enfrentamento do problema, de ações de distinta natureza (promoção, prevenção,recuperação).

Cartilhas

No sentido de aumentar a quantidade e a qualidade das informações do Ministério da Saúde (MS), cabe ressaltar a edição das Cartilhas Temáticas, publicadas pela Coordenação-Geral de Planejamento do Ministério da Saúde. Tais Cartilhas têm o propósito de explicar didaticamente os programas e as ações do MS, mostrando seus conceitos, seu funcionamento, sua divisão de responsabilidades, bem como uma avaliação sobre o respectivo andamento. Até o momento já foram editadas Cartilhas Temáticas sobre os seguintes assuntos:

� Programa Saúde da Família; � Piso de Atenção Básica — Parte Fixa;

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� Combate às Carências Nutricionais; � Controle de Endemias; � Controle do Câncer do Colo do Útero; � Assistência Farmacêutica; � Qualidade do Sangue; � Humanização do Parto; � Vacinação; � SUS — Descentralização � Agentes Comunitários de Saúde; � Saúde Indígena; � Gestante de Alto Risco � Urgência e Emergência; e � Estruturação do PPA: Visão do Planejamento Setorial da Saúde.

Cartilha da Assistência Farmacêutica AF

A estruturação da AF no SUS é considerada uma estratégia para o aumento e a qualificação do acesso da população aos medicamentos essenciais. Dessa forma, é fundamental que as Unidades de Saúde disponham de farmácias com infraestrutura física, recursos humanos e materiais que permitam a integração dos serviços e o desenvolvimento das ações de AF de forma integral e eficiente, permitindo a garantia da qualidade dos medicamentos, o atendimento humanizado e a efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência à saúde. O acesso com a qualidade necessária requer: estruturação; qualificação dos serviços de AF e a articulação de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o uso correto de medicamentos.

Estruturação da AF – A inserção e formalização da AF na estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde, estabelecendo a missão e a atribuição de cada atividade contribuirá significativamente para o pleno desenvolvimento das ações.

Estrutura Física – a estrutura da farmácia pode ou não estar vinculada a uma unidade de saúde. Farmácias desvinculadas das unidades de saúde podem servir de referência às unidades de menor porte, promovendo o melhor acesso para a população no atendimento entre os postos de saúde e a farmácia de referência.

A estrutura física deve atender à Resolução da Diretoria Colegiada - RDC ANVISA n.º 50/02, RDC ANVISA nº 44/09 e a

normas sanitárias estaduais, devendo prever: � Local para serviços farmacêuticos, para armazenamento e dispensação dos medicamentos; � Condições adequadas para o fracionamento de medicamentos; � Área de dispensação que propicie atendimento humanizado; � Espaço para atendimento individualizado pelo farmacêutico; � Área administrativa. � Recursos humanos - Quanto ao número de farmacêuticos e técnicos necessários para o desenvolvimento das

atividades que é influenciado por: � Aspectos epidemiológicos; � Complexidade do serviço; � Número de prescrições/dia atendidas; � Número de postos de saúde/UBS com farmácias que dispensam medicamentos; � Complexidade dos medicamentos dispensados; � Programas especiais implantados; � Número de equipes do Programa Saúde da Família; � Índice de Desenvolvimento Humano. Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (RENAME) - Dentre as formas de promover o Uso Racional de

Medicamentos (URM), destacam-se a constituição de Comissão de Farmácia e Terapêutica e a elaboração de uma RENAME. A RENAME é um documento que apresenta os medicamentos ofertados pelo país ou município. A seleção desses medicamentos baseia-se nas prioridades de saúde do Município, em critérios epidemiológicos, bem como na segurança, na eficácia terapêutica comprovada, na qualidade e na disponibilidade dos produtos.

Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) - equipara-se legalmente a uma distribuidora de medicamentos. Área destinada à estocagem e conservação dos produtos, visando assegurar a manutenção da sua qualidade conforme as características de cada medicamento. A denominação CAF é utilizada especificamente para medicamentos, com a finalidade de diferenciá-la de almoxarifados, depósitos, armazéns e outros espaços físicos destinados à estocagem de outros tipos de materiais.

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• Estabelecimento Comercial Farmácia - Ficha técnica - PFARMA http://pfarma.com.br/farmaceutico-drogaria-varejo/146-farmacia-ficha-tecnica.html#ixzz356OHXLcG