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PRISCILA VAUTIER MESTRADO PROFISSIONAL EM FÁRMACIA DESENVOLVIMENTO FARMACOTÉCNICO DE CÁPSULAS CONTENDO MISTURA DE EXTRATOS TIPIFICADOS DE PRÓPOLIS VERMELHA E VERDE Dissertação apresentada, como Exigência parcial à Banca Examinadora da Universidade Bandeirante de São Paulo- UNIBAN, para obtenção do Título de Mestre em Farmácia, sob a orientação do Prof. Dr. Niraldo Paulino SÃO PAULO 2011

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PRISCILA VAUTIER MESTRADO PROFISSIONAL EM FÁRMACIA

DESENVOLVIMENTO FARMACOTÉCNICO DE CÁPSULAS CONTENDO MISTURA DE EXTRATOS TIPIFICADOS DE PRÓPOLIS

VERMELHA E VERDE

Dissertação apresentada, como Exigência

parcial à Banca Examinadora da

Universidade Bandeirante de São Paulo-

UNIBAN, para obtenção do Título de

Mestre em Farmácia, sob a orientação do

Prof. Dr. Niraldo Paulino

SÃO PAULO 2011

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Vautier, Priscila

Desenvolvimento farmacotécnico de Cápsulas contendo mistura de extratos tipificados de própolis vermelha e verde/Priscila Vautier.- São Paulo: [s.n.], 2011.

86 f.;il.;30 cm Dissertação de Mestrado – Programa de Farmácia-Universidade Bandeirante de São Paulo

Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino 1. Própolis vermelha. 2. Própolis verde. 3. Desenvolvimento

farmacotécnico de cápsulas. I. Título

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Dedico este trabalho aos meus pais que sempre deram condições para que eu pudesse galgar atrás dos meus sonhos e me tornar o que sou hoje...

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AGRADECIMENTOS À Deus, por permitir mais esta conquista; Aos meus pais, Sergio e Maria Elena meus eternos amigos e amores; Ao meu marido Fernando, por todo amor, compreensão e cumplicidade; Ao meu filho Bruno, por compreender minhas ausências e me dar muita força com as alegrias proporcionadas a cada dia; Ao meu orientador e hoje amigo, Prof. Dr. Niraldo Paulino, pela supervisão e confiança em meu trabalho; À Profa. Dra. Maria Cristina Marcucci pela dedicação, amizade e sugestões importantes; Ao Prof. Dr. Daniel Rettori pela oportunidade dada no início do meu mestrado e pela disposição em avaliar meu trabalho final; Às Professoras Dra. Claudete J Valduga e Cristina Yokuyama pela avaliação e sugestões; À todos os Professores do Programa de Mestrado por contribuírem para minha formação e se tornarem grandes amigos; Aos meus colegas do Curso de Mestrado, novos amigos; Ao pessoal do laboratório pelo auxílio e amizade; Aos meus familiares e amigos que indiretamente contribuíram com este trabalho, torcendo por mim. Ao Dr. Gerson Machado, Fazenda Verdente - Machado Business Development, Boa Esperança, MG - Brasil, pelo fornecimento das amostras de própolis verde e vermelha de alta qualidade.

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“Não podemos voltar no tempo e mudar o passado, mas podemos mudar a nós mesmos agora e construirmos um futuro melhor”.

Chico Xavier

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RESUMO

VAUTIER, P. Desenvolvimento farmacotécnico de cápsulas contendo mistura

de extratos tipificados de própolis verde e vermelha. 2011. 86 f. Dissertação-

Mestrado Profissional em Farmácia, Universidade Bandeirante de São Paulo, São

Paulo, 2011.

A etapa tecnológica do desenvolvimento de um medicamento tem como

finalidade permitir e facilitar a administração de fármacos em humanos, sendo

composta por atividades de desenvolvimento da forma farmacêutica em escala de

bancada. Este estudo teve como objetivo o desenvolvimento de cápsulas, forma

farmacêutica de uso oral, contendo extratos tipificados de própolis vermelha e verde.

Prepararam-se duas formulações que foram avaliadas após o teste de estabilidade

preliminar. Evidenciaram-se, após estudo de estabilidade, a diminuição na

concentração de teor de fenóis totais em ambas as formulações e aumento na

capacidade antioxidante. Quando comparadas as formulações 1 e 2, a primeira

apresentou melhores condições para futuros estudos de fase clínica, a fim de

verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos e clínicos, tanto quanto

identificar reações adversas ao produto.

Palavras-chave: Própolis vermelha. Própolis verde. Desenvolvimento

farmacotécnico de cápsulas.

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ABSTRACT

VAUTIER, P. CAPSULES DEVELOPMENT CONTAINING EXTRACTS AS

TYPIFIED OF RED AND GREEN PRÓPOLIS 2011. 86 f. Dissertação- Mestrado

Profissional em Farmácia, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo,

2011.

The technological stage of medicine development is to allow and to facilitate the

administration of drugs in humans, being composed of development activities of the

pharmaceutical form scale workbench. The aim of this study was the development of

capsules, pharmaceutical forms of oral use, containing typified extracts of red and

green própolis. Two formulations were prepared and evaluated after the test of

preliminary stability. After the stability study was showed that the concentration of

total phenol decreased and increase in antioxidant capacity in both formulations.

When compared the formulations 1 and 2, the first presented better conditions for

futures studies of clinical phase, in order to verify the effects pharmacodinamics,

pharmacological and clinical, as much as to identify adverse reactions to the product.

Keys-words: Red propolis. Green propolis. Capsules development..

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Apis mellifica........................................................................ 18

Figura 2- Variação da própolis segundo regiões brasileiras.............. 20

Figura 3- Compostos prenilados........................................................ 22

Figura 4- Constituintes químicos da Própolis vermelha do nordeste

do Brasil..............................................................................

24

Figura 5- Desenvolvimento de medicamentos................................... 28

Figura 6- Encapsuladora Manual........................................................ 31

Figura 7- Preparação de Grânulos...................................................... 38

Figura 8- Agitador eletromagnético para análises granulométricas. 41

Figura 9- Anteparo para determinação de ângulo de repouso e

escoamento..........................................................................

42

Figura 10- Processo de Manipulação: Formulação 1 e Formulação

2...........................................................................................

52

Figura 11- Reação de seqüestro do radical livre (método do DPPH)

pelo produto avaliado (Agente H)........................................

57

Figura 12- Reta de calibração nas concentrações equivalentes a 3,0

μg/mL; 4,0 μg/mL; 5,0 μg/mL; 6,0 μg/mL; 7,0 μg/mL; 8,0

μg/mL; 9 μg/mL; 10 μg/mL; 11 μg/mL e 12 μg/mL...............

68

Figura 13- Curva concentração x resposta da Reação de Consumo do radical livre DPPH............................................................

70

Figura 14- Modelo Sugestivo de Rótulo da Embalagem do produto final........................................................................................

75

Figura 15- Modelo Sugestivo de Cartucho do Produto Final................. 75

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBOLOS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATT Atividade antioxidante total

BPE Própolis marrom

BSC Sistema de Classificação Biofarmacêutica

CAF Ácidos cafeico e cafeoilquínicos

dAP Densidade aparente

DCBEN 2-dimetil-6-carboxietenil-8-prenil-2H-1benzopirano

dCP Densidade de compactação

DHCA ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico

DPB ácido 2, 2-dimetil-8-prenil-2H-1-benzopirano-6-propenóico

DP Desvio Padrão

DPR Desvio Padrão Relativo

EERP Própolis vermelha

FPS Fator de Proteção Solar

GPE Própolis verde

HPLC Cromatografia líquida de alta performance

tan() Tangente do ângulo alfa

UV ultravioleta

p-CUM Acido p-cumárico

PHCA ácido 3-prenil-4-hidroxicinâmico

TNF- α Fator de necrose tumoral alfa

Kg kilograma

mg miligrama

mL mililitros

μg microgramas

° Graus

ºC Grau Celsius

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LISTA DE TABELAS Tabela 1- Capacidade das Cápsulas Gelatinosas Duras......................... 29

Tabela 2- Propriedades de fluxos e ângulos de repouso correspondente.........................................................................

43

Tabela 3- Limites de variação de peso de forma farmacêutica cápsula 45

Tabela 4- Formulações desenvolvidas..................................................... 52

Tabela 5- Análise de rendimento formulação 1 e 2, após preparação do granulado e calibração dos grânulos ......................................

62

Tabela 6- Teste de granulometria em jogos de peneira........................... 63

Tabela 7- Resultados de análises de granulados.................................... 63

Tabela 8- Densidade aparente e densidade de compactação................. 64

Tabela 9- Análise inicial de Peso médio, Desvio Padrão, Erro padrão e Coeficiente de variação (análise MS Excel) (Valores médios obtidos).....................................................................................

65

Tabela 10- Análise de Peso Médio, Desvio Padrão, Erro padrão e Coeficiente de Variação (análise MS Excel) e análise estatística (valor bruto).............................................................

66

Tabela 11- Decréscimo de massa das amostras de cápsulas de Própolis vermelha e verde......................................................................

67

Tabela 12- Valores de Fenóis Totais encontrados nas cápsulas após estudo de estabilidade preliminar............................................

68

Tabela 13- Resultados da Atividade Antioxidante (CE50) ........................

70

.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................... 15

2 OBJETIVO................................................................................. 17

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................... 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................... 17

3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................... 18

3.1 PROPOLIS................................................................................. 18

3.1.1 Própolis brasileira e composição química................................. 20

3.2 DELINEAMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS................ 26

3.2.1 Forma Farmacêutica Cápsulas.................................................. 29

3.2.2 Manipulação de Forma Farmacêutica Cápsulas....................... 32

3.2.3 Adjuvantes Farmacotécnicos..................................................... 32

3.2.3.1 Lactose Monoidratada............................................................... 33

3.2.3.2 Celulose Microcristalina............................................................. 35

3.2.3.3 Amido farmacêutico................................................................... 35

3.2.3.4 Talco farmacêutico.................................................................... 35

3.2.3.5 Estearato de magnésio (octadecanoato de magnésio)............ 35

3.2.3.6 Lauril Sulfato de Sódio (LSS, dodecil sulfato de sódio)............ 35

3.2.3.7 Dióxido de silício coloidal (sílica coloidal, sílica coloidal anidra

Anidrido silício, Aerosil, Cab-O-Sil.............................................

36

3.2.4 Granulação via úmida................................................................ 36

3.3 CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA................................... 38

3.4 ENSAIOS FÍSICOS DA QUALIDADE........................................ 40

3.4.1 Granulometria............................................................................. 40

3.4.2 Ângulo de Repouso.................................................................... 41

3.4.3 Volume Aparente....................................................................... 43

3.4.4 Índice de Compactabilidade....................................................... 43

3.4.5 Peso........................................................................................... 44

3.5 ESTUDO DE ESTABILIDADE.................................................... 45

3.6 LEGISLAÇÃO NORMAS PARA REGISTRO DE PRODUTOS

A BASE DE PRÓPOLIS.............................................................

46

4 MATERIAL E METODO............................................................. 48

4.1 MATERIAIS................................................................................. 48

4.1.1 Reagentes................................................................................... 48

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4.1.2 Matérias-Primas.......................................................................... 48

4.1.3 Equipamentos e Acessórios....................................................... 50

4.1.4 Amostras de Própolis.................................................................. 50

4.2 MÉTODOS.................................................................................. 51

4.2.1 Preparação do Extrato mole de própolis.................................... 51

4.2.2 Preparação dos pós.................................................................... 51

4.2.3 Determinação do rendimento...................................................... 53

4.2.4 Determinação da granulometria dos pós.................................... 53

4.2.5 Determinação da densidade aparente (dAP) e da densidade

de compactação (dCP)................................................................

53

4.2.6 Determinação do índice de compactabilidade e proporção de

Hausner......................................................................................

54

4.2.7 Determinação do ângulo de repouso.......................................... 54

4.2.8 Determinação da umidade.......................................................... 54

4.2.9 Encapsulamento......................................................................... 54

4.2.10 Determinação de peso médio..................................................... 55

4.2.11 Estudo de Estabilidade preliminar.............................................. 55

4.2.12 Teor de fenóis totais................................................................... 55

4.2.12.1 Preparo de soluções.................................................................. 56

4.2.12.2 Linearidade do método espectofotométrico UV para

determinação do teor de fenóis totais.........................................

56

4.2.12.3 Determinação do teor de fenóis totais........................................ 56

4.2.13 Atividade sequestradora do radical livre DPPH.......................... 57

5 ANÁLISE ESTATISTICA............................................................ 60

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................. 61

6.1 ESTUDO DO FLUXO DE PÓS................................................... 63

6.2 PESO MÉDIO............................................................................. 65

6.3 DETERMINAÇÃO DA PERDA POR DESSECAÇÃO EM

BALANÇA DE INFRAVERMELHO (INFRATEST)......................

67

6.4 FENÓIS TOTAIS......................................................................... 67

6.4.1 Curva padrão.............................................................................. 68

6.4.2 Doseamento de Fenóis Totais.................................................... 69

6.4.3 Atividade sequestradora de radical livre DPPH.......................... 69

7 BULA DO PRODUTO................................................................ 71

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8 SUGESTÃO DE RÓTULO E CARTUCHO................................ 75

9 CONCLUSÃO............................................................................ 76

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 77

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1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um medicamento é o resultado de esforços entre

várias áreas do conhecimento. A etapa tecnológica, que tem como finalidade permitir

e facilitar a administração de fármacos em humanos, composta pelas atividades de

desenvolvimento da forma farmacêutica, inicia-se com a atividade de pré-

formulação. A mesma permite verificar, antes do início de desenvolvimento,

incompatibilidades que poderão comprometer a eficácia e segurança do ativo.

As cápsulas duras, juntamente com os comprimidos, são as formas mais

correntes de administração oral de medicamentos. Apresentam boa proteção ao

fármaco, podem mascarar características organolépticas indesejáveis e apresentam

boa biodisponibilidade, se comparadas às outras formas farmacêuticas sólidas

(ALLEN et al., 2007).

Hoje, sabe-se que essa forma farmacêutica, além de promover um

incremento da biodisponibilidade, quando comparada aos comprimidos, se constitui

em um método simples de se obter diferentes perfis de liberação a partir de uma

dose unitária. A preparação das cápsulas gelatinosas duras consiste no

preenchimento dos invólucros (ALLEN et al., 2007). Na escolha dos adjuvantes

utilizados para o preenchimento das cápsulas, a fim de enchê-las completamente e

otimizar o desenvolvimento tecnofarmacológico, deve-se levar em conta as

características físico-químicas dos componentes da formulação, como densidade,

granulometria, ângulo de repouso e compatibilidade com o ativo (AULTON, 2005).

As atividades biológicas da própolis estão cada vez mais em evidência devido

ao crescente número de pesquisas e por isso há a necessidade de maiores estudos

sobre a mesma. A própolis é uma substância elaborada pelas abelhas a partir da

coleta de resinas de plantas. Sua composição química é bastante complexa e

variada, estando intimamente relacionada com a ecologia da flora de cada região

visitada pelas abelhas (PARK et al., 2002; PEREIRA et al., 2002) e com o período

de coleta da resina (SANTOS et al., 1999 apud SANTOS et al, 2010). Além disso, a

variabilidade genética das abelhas rainhas também influencia na composição

química (PARK et al, 1998). Deste modo, um número significativo de trabalhos com

a química da própolis foi publicado para entender que sua composição varia

grandemente e depende da flora local e da região de coleta (BANKOVA, 2005a;

SOUSA et al., 2007; FONSECA Y. M et al., 2010). Souza e colaboradores (2010)

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não observou diferenças significativas na avaliação físico-química de extratos de

própolis, em função da sazonalidade e técnica de produção.

A própolis tem sido objeto de estudos farmacológicos devido às suas

propriedades antibacteriana, antifúngica, antiviral, antiinflamatória, hepatoprotetora,

antioxidante, antitumoral, imunomodulatória, etc. (BANKOVA, 2005a; KOSALEC et

al., 2005; ALENCAR et al., 2005; SIMÕES et al., 2008). Esse potencial biológico se

deve a um sinergismo que ocorre entre os muitos constituintes da mesma

(MARCUCCI, 1996).

A utilização de extratos tipificados da própolis verde e própolis vermelha, com

potenciais terapêuticos já comprovados, no desenvolvimento de um medicamento,

poderão propiciar um incremento da atividade terapêutica do mesmo.

Este estudo teve como objetivo o desenvolvimento de cápsulas contendo dois

extratos tipificados de própolis vermelha e verde para futuros estudos

farmacológicos, possibilitando a comprovação clínica do efeito terapêutico e da

segurança de uso, a fim de atender a demanda que existe pela pesquisa e

desenvolvimento de produtos seguros e eficazes com rigor de padronização e

condições técnico-operacionais compatíveis com a produção farmacêutica.

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2 OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver farmacotecnicamente cápsulas contendo mistura de extratos

tipificados de própolis vermelha e verde.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver cápsulas contendo mistura de própolis verde e vermelha;

Avaliar a estabilidade do produto farmacêutico desenvolvido: Estudo de

Estabilidade Preliminar;

Elaboração do dossiê do produto desenvolvido.

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18

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 PRÓPOLIS

Propólis é um produto natural que se trata de uma mistura complexa, formada

por material resinoso e balsâmico coletado pelas abelhas dos ramos, flores, pólen,

brotos e exudatos de árvores com suas secreções salivares, utilizado pelas abelhas

(Figura 1) para reparar os favos de mel, para fechar pequenas frestas, embalsamar

insetos mortos, bem como proteger a colméia contra a invasão de micro-organismos

(PEREIRA et al., 2002; FRANCO et al., 2000).

Figura 1: Apis mellifica

Fonte: animals.webcontente.com

De modo geral, a própolis contêm 50 - 60% de resinas e bálsamos, 30 - 40%

de ceras, 5 - 10% de óleos essenciais, 5% de grão de pólen, além de

microelementos como alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, cobre, manganês e

pequenas quantidades de vitaminas B1, B2, B6, C e E (PARK et al., 2002; FUNARI,

FERRO, 2006;BURDOCK, 1998 apud LONGHINI, 2007). Inúmeros trabalhos

publicados, envolvendo a própolis, investigaram a sua composição que varia

grandemente sendo dependente da flora local, da região de coleta (MOREIRA,

1986; BANKOVA, 2005a; SOUSA et al., 2007), da ecologia da flora de cada região

visitada pelas abelhas (PARK et al., 2002) e do período de coleta da resina (ROCHA

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et al., 2003). PARK et al. (1998) demonstrou que a variabilidade genética das

abelhas rainhas também pode influenciar na composição química.

Segundo Lustosa et al (2008) os benefícios do uso da própolis já estão

consagrados e diversos trabalhos têm demonstrado sua atividade biológica.

Segundo o mesmo autor, até meados do ano 2000, o número de trabalhos

publicados citados no Chemical Abstracts totalizava 450, oriundos de 39 países (dos

cinco continentes), além de 239 patentes (PEREIRA et al., 2002). Uma busca

realizada no European Patent Office tomando-se Worldwide como base de dados,

partindo-se de 2003 até início de 2008, mostrou mais de 500 pedidos de patentes

relacionados a própolis, o que evidencia um interesse exponencial.

Hoje a própolis é usada como um remédio popular e encontra-se disponível

na forma de cápsulas, como extrato (hidroalcoólico ou glicólico), como enxaguatório

bucal, na forma de pó, sendo empregada em cosméticos e na indústria alimentícia

na forma de alimentos funcionais. .

Os diversos estudos com a própolis tem apresentado propriedades analgésica

(PAULINO et al 2006), antibacteriana (MARCUCCI et al., 2001, VARGAS et al.,

2004, REZENDE et al., 2006; PACKER, LUZ, 2007; CABRAL et al, 2009, JUIZ,

ALVES, BARROS, 2010), antifúngica (OLIVEIRA et al., 2006; LONGHINI et al.,

2007), antiviral (VYNOGRAD et al., 2000, GEKKER et al., 2005), antiinflamatória

(BORRELLI et al., 2002, KOSALEC et al., 2005, PAULINO et al 2006), antioxidante

(AHN et al., 2007; CARPES et a, 2008; CABRAL et al, 2009), cicatrizante (SANTOS,

VIANNA, GAMBA, 2007, BARBOSA, 2009), antitumoral, imunomodulatória

(ORSOLIC et al., 2005; SFORCIN, 2005), fitohormonal (DAUGSCH et al, 2006),

hipocolesterolêmica (ALVES, 2008). Segundo MARCUCCI (1996) esse grande

potencial biológico da própolis, deve-se a um sinergismo que ocorre entre os seus

muitos constituintes.

Nascimento et al. (2009) após incorporar extratos da própolis verde e

vermelha à formulação de fotoprotetores verificaram que estas misturas promoveram

uma intensificação dos valores de fator de proteção solar (FPS) através do efeito

sinérgico dos extratos de própolis verde e vermelha com o filtro sintético empregado,

garantido uma maior proteção solar, além de assegurarem, para preparação, as

outras propriedades da própolis (antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante e

cicatrizante). Em 2010, FONSECA et al. investigando a ação de extratos de própolis

verde e marrom, por via oral e tópica, contra o estresse oxidativo induzido pelo

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ultravioleta (UV), verificaram que em ambos tratamentos não ocorreu inibição do

aumento de secreção cutânea de proteases, porém tiveram sucesso em impedir a

depleção de glutationa (GSH) in vivo induzida por UV, sendo assim, promissores.

LIO A. et al (2010) com objetivo de investigar os efeitos de uma solução

etanólica de extratos de própolis vermelha (EERP) na adipogênese e o efeitos anti-

obesidade, verificou que a mesma, na diferenciação de adipócito em adiponectina,

induziu a diferenciação de pré adipócitos 3T3-L1, atenuando o efeito inibitório do

fator de necrose tumoral (TNF-α), sugerindo assim, o uso da própolis vermelha na

prevenção e tratamento da obesidade.

3.1.1 Própolis Brasileira e Composição química

A composição química da própolis está diretamente relacionada com a

composição química da resina da planta de origem, sendo assim, torna-se

dependente da biodiversidade da região visitada pelas abelhas (LONGHINI et al.,

2007, PEREIRA et al., 2002), ocasionando variação no odor, coloração e

consequentemente nos seus efeitos (GHISALBERTI E. L., 1979), conforme ilustrado

na Figura 2.

Figura 2: Variação da própolis segundo regiões brasileiras

Fonte: Paulino et al, 2006

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21

Inclui-se entre os compostos constituintes da própolis, flavonóides (como a

galangina, quercetina, pinocembrina e kaempferol), ácidos aromáticos e ésteres,

aldeídos e cetonas, terpenóides e fenilpropanóides (como os ácidos caféico e

clorogênico), esteróides, aminoácidos, polissacarídeos, hidrocarbonetos, ácidos

graxos e vários outros compostos em pequenas quantidades (HU et al., 2005;

HAYACIBARA et al., 2005; OZKUL et al., 2004; MATSUDA et al., 2002; ROCHA et

al., 2003 apud LUSTOSA, 2008 ). Há também na sua constituição elementos

inorgânicos como o cobre, manganês, ferro, cálcio, alumínio, vanádio e silício

(MARCUCCI, 1996).

PARK et al, MARCUCCI e PAULINO (1999) identificaram os principais

compostos da própolis brasileira e testaram a atividade biológica de flavonóides e

terpenóides. Para essa caracterização foram desenvolvidos métodos

cromatográficos que tem permitido tipificar as diferentes própolis no Brasil.

A tipificação é um processo importante que emprega marcadores químicos para

caracterizar amostras de própolis provenientes de regiões geográficas distintas,

podendo delinear um perfil químico e estabelecer padrões de qualidade,

estabelecendo a tipagem da amostra pela quantidade de cada componente próprio

da composição da própolis (BANKOVA et al., 2000; MARCUCCI, 2002;

MARCUCCIa, 2003; MARCUCCIb, 2003).

Estudos demonstraram que nas amostras brasileiras poucos flavonóides foram

identificados, destacando: canferide 5,6,7-triidroxi-3,4’diiroxiflavona, aromadendrina-

4-metil éter (BOUDOROVA-KRAVSTEVA et al. 1997), pinobanksina e um derivado

do canferide, crisina e galangina (MARCUCCI et al., 2006) e identificaram

compostos, com atividade biológica marcante, como uma classe de compostos

fenólicos, os ácidos p-cumáricos prenilados (p-CUM) (BANSKOTA et al., 1998;

BOUDOROVA-KRAVSTEVA et al., 1997; BANKOVA et al., 2000), o ácido 3-prenil-4-

hidroxicinâmico (PHCA), 9-E e 9-Z-2, o composto 2-dimetil-6-carboxietenil-8-prenil-

2H-1benzopirano (DCBEN), o ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico (DHCA) e o ácido

2, 2-dimetil-8-prenil-2H-1-benzopirano-6-propenóico (DPB) (MARCUCCI et al.,

2001).

MARCUCCI (2006) através do estudo da composição química da própolis, dividiu

a própolis em quatro grupos distintos, ou seja, com marcadores diferentes: o tipo

BRG, BRP (PR), BRP (SP/MG) e outro tipo misto com marcadores dos grupos BRG

e BRP (PR), denominado de BRPG (MARCUCCI, 2002). Também, em recentes

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estudos, os diferentes tipos de própolis foram citados como BRG, BRPG, BRP-1 e

BRV (AYRES et al , 2007).

O tipo BRG é caracterizado por apresentar os marcadores vanilina (G1), 3-

metóxi-4-hidroxicinamaldeido (G2) e 2-[1-hidroximetil]-vinil-6-acetil-5-

hidroxicumarano (I), O tipo BRP (PR) apresenta os compostos DCBEN, DPB e

PHCA como marcadores principais. O BRP(SP/MG) apresenta os marcadores

principais CAF (ácidos cafeico e cafeoilquínicos ), DHCA e p-CUM. O BRPG forma a

interface entre os tipos BRP (PR) e BRG, com compostos destes dois grupos.

Aos flavonóides, bem como aos ácidos fenólicos, são atribuídas propriedades

antibacteriana, antiviral e antioxidante (VOLPI, BERGONZINI, 2006).

A própolis brasileira produzida no cerrado mostra-se rica em derivados prenilados

do ácido-p-cumárico (BANKOVA, MARCUCCI, 1999), sendo conhecida

internacionalmente como própolis verde, green própolis, a qual tem como principal

fonte vegetal a espécie de Baccharis dracunculifolia D.C. (Figura 3).

ÀCIDO 3-PRENIL 4-HIDROXICINAMICO

ÁCIDO 3,5- DIPRENIL-4-HIDROXICINAMICO (ARTEPELIN C®)

Figura 3: Compostos prenilados Fonte: Acervo Pessoal

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Baseado nas características físico-químicas, PARK et al, (2004) classificou a

própolis brasileira em 12 grupos. Cinco tipos diferentes na região sul, um na região

sudeste e seis na região nordeste do Brasil. Nestas amostras, foram realizados

estudos para avaliar a composição qualitativa e quantitativa de flavonóides e

compostos fenólicos, demonstrando-se que ocorre variação muito grande, tanto

qualitativa como quantitativamente, destes compostos. Em geral, as amostras da

região sul e sudeste apresentam os maiores teores de compostos fenólicos,

apresentando nítida diferença qualitativa dos diferentes extratos entre amostras de

São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Foi também analisada, neste estudo, as origens botânicas das principais

própolis, como do grupo 3 que foi identificada sendo resina do botão floral de

Populus (Salicaceae), do grupo 6 e 12 identificadas sendo resina de folhas jovens

de Hyptis divaricata (Lamiaceae) e Baccharis dracunculifolia (Asteracea),

respectivamenteAtravés de análises químicas e histológicas comprovou-se a

existência de um novo grupo de própolis de origem botânica Dalbergia

ecastophyllum com alta atividade antimicrobiana e antiradical livre. Esta própolis

vermelha, em colméias localizadas ao longo do mar e costas de rios no nordeste

brasileiro, foi classificada então como própolis do grupo 13. Foi observado que as

abelhas coletavam o exudato vermelho da superfície de Dalbergia ecastophyllum (L)

Taub. (Leguminosae). A própolis vermelha foi reportada como sendo típica de Cuba

e da Venezuela, onde as origens botânicas foram identificadas como Clusia

nemorosa (Clusiaceae) e Clusia scrobiculata, respectivamente (TRUSHEVA et al.,

2006).

NUNES (2009) caracterizou os constituintes químicos principalmente os voláteis,

da própolis vermelha de Pernambuco (Brasil). A composição química mostrou-se

variada, destacando-se como constituintes majoritários o trans-anetol, α-copaeno e o

metil cis-isoeugenol. O trans-anetol, bem como o elemicin, foram apresentados em

estudo anterior por MARCUCCI et al (2006) como componentes majoritários de uma

amostra de própolis vermelha de Maceió-Alagoas, o que nos leva a correlacionar as

origens comuns para esse tipo de própolis (Figura 4).

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FONSECA et al. (2010) num estudo comparativo entre a própolis marrom (BPE)

e a própolis verde (GPE) brasileiras demonstraram que a GPE continha 1,78% e

0,23% de polifenóis e flavonóides, respectivamente e a BPE 1,33% e 0,47%.

Apesar dos extratos terem composições químicas similares, as concentrações dos

componentes antioxidantes variaram. Após análise em cromatografia líquida de alta

performance (HPLC) a GPE apresentou maiores concentrações do que a BPE. GPE

continha 275,7 μg/mL, 529,5 μg/mL 1053,7 μg/mL e 1060,8 μg/mL de ácido p-

cumárico, drupanina, artepillin C e baccharina, respectivamente enquanto a BPE

Figura 4: Constituintes químicos da Própolis vermelha do nordeste do Brasil (Trusheva

et al., 2006; Alencar et al.,2005, Awale et al,,2008)

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possuía 74,6 μg/mL, 213,6 μg/mL, 477,9 μg/mL, and 585,1 μg/mL do ácido p-

cumárico, drupanina, artepillin C e baccharina, respectivamente.

Apesar de ser aceita por órgãos regulatórios como produto com finalidade

terapêutica, a própolis precisa ser padronizada quimicamente para garantir sua

qualidade, eficácia e segurança. A determinação da origem geográfica e

principalmente a origem vegetal se faz importante no controle de qualidade e

padronização. Também são necessários estudos que relacionem a composição

química com a atividade biológica, pois assim seria possível correlacionar o tipo de

própolis com a sua aplicação terapêutica. Isso é uma tarefa imprescindível para um

mercado cada vez maior e exigente em todo o mundo.

Os produtos que contêm própolis e que apresentem indicações terapêuticas

podem ser registrados como medicamentos específicos segundo a Resolução-RDC

nº 132, de 29 de maio de 2003, sendo classificados como opoterápicos (Brasil,

2003). A comprovação de segurança e eficácia deve seguir a nota técnica da

Câmara Técnica de Medicamentos Fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (2005).

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26

3.2 DELINEAMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS

Os fármacos são raramente administrados na forma de substâncias químicas

puras, sendo freqüente a sua administração na forma de formulações ou

medicamentos. Sendo assim, medicamentos são sistemas de liberação de fármacos

(formas farmacêuticas), ou seja, constituem um meio de administrar um fármaco de

maneira segura, eficiente, reprodutível e prática ao organismo (AULTON, 2005).

A transformação de quaisquer substâncias medicamentosas numa forma

farmacêutica obriga à execução de certo número de manipulações designadas

operações farmacêuticas. Denominado atualmente como delineamento de formas

farmacêuticas, estas etapas às quais um fármaco é submetido até chegar ao

desenvolvimento final, dependem do estudo das relações entre a física, a química e

as ciências biológicas aplicadas ao fármaco, às formas farmacêuticas e a atividade

de fármacos. O delineamento abrange, portanto a compreensão de princípios

básicos de físico-química, delineamento e formulação de medicamentos, preparação

do medicamento, tanto na pequena escala (Farmacotécnica ou Farmácia galênica)

como em ampla escala (Tecnologia Farmacêutica) tanto quanto a cultura, proteção e

eliminação de microorganismos nos medicamentos (AULTON, 2005)

Didaticamente, diversos autores abordam aspectos específicos no

desenvolvimento de produtos farmacêuticos, dividindo o mesmo em etapas química,

tecnológica e biológica (LACHMANN et al , 2001; ALLEN et al, 2007, RANG et al,

2003). As etapas ocorrem em paralelo como demonstrado na Figura 5.

Na etapa química, em conjunto ao processo de desenvolvimento pré-clínico,

objetiva-se satisfazer todas as exigências necessárias antes de uma substância ser

considerada pronta, para ser testada pela primeira vez em seres humanos,

realizando-se testes de desenvolvimento químico, toxicológicos e farmacocinéticos

(RANG et al., 2003). Moléculas e/ou substâncias são submetidas a ensaios

biológicos in vivo e in vitro, com o objetivo de testar sua capacidade farmacológica

com nenhuma ou mínima toxicidade (KOROLKOVAS, 1988).

A etapa tecnológica, a qual tem como maior objetivo o desenvolvimento da forma

farmacêutica, inicia-se com uma fase de pré-formulação a fim de avaliar e conhecer

a propriedades físicas e químicas fundamentais das moléculas dos fármacos e

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verificar a compatibilidade química com adjuvantes e sua interação na forma

farmacêutica. Adjuvantes por definição são substâncias inertes farmacologicamente.

Com o desenvolvimento da forma farmacêutica em escala de bancada

possibilita-se a realização de ensaios em seres humanos que se desenvolvem

através de quatro fases distintas: ensaio farmacológico de fase I, na qual é verificada

a inocuidade de adjuvantes com respeito ao efeito farmacológico em indivíduos

sadios, ensaio farmacológico de fase II, o qual com testes em pequena escala se

avalia a eficácia e dosagem, testes de fase III, controlado em larga escala

objetivando comparar o novo fármaco com as alternativas comumente usadas e

testes de fase IV, após submissão à autoridade reguladora competente e

licenciamento para colocação no mercado, compreendendo a vigilância obrigatória

com o propósito de detectar quaisquer efeitos adversos resultantes do uso do

fármaco (ALLEN et al., 2007, RANG et al., 2003).

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Fontes naturais

Modificação molecular

Planejamento racional

Planejamento

químico

Métodos de síntese

de fármacos

Síntese de Análogos

Scale up do fármaco

Síntese do fármaco

piloto

Deenvolvimento do

processo indutrial de

síntese

Pesquisa bibliográfica

Programa Conjunto de pesquisa

Proteção por Patentes

Planejamento

biológico

Definição de

métodos de ensaios

Ensaios pré-clínicos:

toxicidade,

teratogenicidade

Ensaios clínicos

fase I

Síntese do fármaco

em escala industrial

Pesquisas

bioquímicas

Etapa de pré

formulação

Desenvolvimento

da Produção

Desenvolvimento

da Forma

farmacêutica Ensaios clínicos

fase II

Ensaios clínicos

fase III

Scale up do produto

(forma farmacêutica)

Fabricação em

escala industrial

Registro de novo produto

(Autorização)

Registro publicado

Informações

farmacoepidemiológicas

Figura 5: Desenvolvimento de medicamentos

Fonte: Adaptado de Ferreira, 1997

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3.2.1 Forma Farmacêutica Cápsula

A via oral é sem dúvida alguma a mais freqüente forma farmacêutica utilizada na

administração de fármacos. Dentre as formas farmacêuticas de uso oral têm-se os

comprimidos, cápsulas, suspensões, soluções e emulsões.

As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas, que contém fármacos e

excipientes, normalmente compostos de adjuvantes de enchimento apropriados,

acondicionados dentro de um invólucro de gelatina dura ou mole, permitindo a

uniformidade da dose a ser administrada. Estes invólucros podem diferenciar-se em

relação ao tamanho, forma e cor. As cápsulas permitem a veiculação de misturas

de pós, líquidos anidros, massas semi-sólidas e até mesmo de outras formas

farmacêuticas de menor volume (ALLEN et al., 2007).

A quantidade de ingrediente ativo por dose tem uma incidência direta sobre o

tamanho apropriado da cápsula a ser utilizada.

Na atualidade, os tamanho padrão das cápsulas produzidas industrialmente para

medicamentos de uso em seres humanos são de 00 a 4 (Tabela 1). A escolha do

tamanho da cápsula a ser utilizada, determinado no desenvolvimento do produto,

leva em consideração a quantidade de ativo (dose), a densidade e características de

compactação do fármaco e outros componentes. As cores diferenciadas auxiliam na

percepção do usuário, facilitando o reconhecimento do medicamento (ALLEN et al.,

2007; PRISTA et al., 1991).

Tabela 1 - Capacidade das Cápsulas Gelatinosas Duras

Tamanho da cápsula

Volume (mL)

00

0,95

0

0,68

1

0,50

2

0,37

3

0,30

Fonte: PRISTA et al., 1991

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As cápsulas têm em sua composição gelatina (grau farmacêutico), água, agentes

corantes e opacificantes. A gelatina em si é uma mistura de proteínas solúveis em

água, derivados principalmente de colágeno, que é o principal constituinte de

ocorrência natural da proteína do tecido conjuntivo. É obtida de colágeno, expondo

os ossos e peles de animais a um processo de extração controlada (CAPSUGEL,

2010).

As cápsulas solubilizam facilmente em água a 37°C. O invólucro de uma cápsula

dura deve dissolver-se rapidamente nos fluidos gastrintestinais e a massa

encapsulada se dispersar de maneira rápida e eficiente, fazendo com que uma

superfície relativamente grande do fármaco seja colocada em contato com estes

fluidos facilitando assim, a dissolução. Sendo assim, a incorporação de adjuvantes à

formulação de uma cápsula pode acarretar em efeitos significativos sobre a

velocidade de dissolução dos fármacos (ALLEN et al., 2007; AULTON, 2005,

PRISTA et al., 1991).

Fatores relacionados à interação fármaco-adjuvante, tipos e condições do

processo de enchimento, densidade de empacotamento do conteúdo da cápsula,

interações entre o invólucro da cápsula e o conteúdo da mesma; superfície e

tamanho da partícula do fármaco, natureza e quantidade de adjuvantes podem

afetar a biodisponibilidade de fármacos (STORPIRTIS et al., 2009, AULTON, 2005).

A forma farmacêutica cápsula além de promover um incremento da

biodisponibilidade, quando comparada aos comprimidos, se constitui em um método

simples de se obter diferentes perfis de liberação a partir de uma dose unitária, por

requerem menos etapas de processamento, resultando em menor tempo necessário

para a otimização de processos, documentação e validação de equipamentos

(COLE, 2004; AULTON, 2005; ALLEN et al., 2007).

As cápsulas também são formas farmacêuticas convenientes para mascarar

sabores objetáveis de determinados fármacos, uma vez que quando encapsulados

seus sabores desagradáveis não são percebidos devido ao isolamento

proporcionado pela parede da cápsula (ORELLI, LEUENBERGER, 2004).

3.2.2 Manipulação de forma farmacêutica cápsula

O processo de preparação de cápsulas deve obedecer as Boas Práticas de

Manipulação segundo a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de

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Vigilância Sanitária n° 67 de outubro de 2007 que estabelecem requisitos mínimos

para a aquisição e controle de qualidade da matéria-prima, armazenamento,

manipulação, fracionamento, conservação, transporte e dispensação de

preparações magistrais e oficinais, obrigatórios à habilitação de farmácias públicas

ou privadas.

Devido à facilidade no preparo, aliada à possibilidade de se preparar um

pequeno número de unidades por lote, a cápsula é a forma farmacêutica de escolha

para o preparo de fórmulas individualizadas na farmácia e em estudos clínicos

iniciais (ORELLI, LEUENBERGER, 2004).

Após pesagem e preparo do pó, a habilidade para determinar volumes

precisos de um pó ou granulado e a habilidade de transferir tais sólidos para os

invólucros das cápsulas são fatores determinantes na variação de peso e para o

grau de uniformidade de conteúdo (ALLEN et al, 2007).

Para o enchimento de cápsulas em pequenos lotes (escala de bancada)

existem diversos equipamentos simples disponíveis, que consistem em jogos de

placas de plástico providos de orifícios perfurados, capazes de conter de 30 a 360

cápsulas de um tamanho específico (Figura 6). As cápsulas vazias são colocadas

dentro dos orifícios, manualmente ou com ajuda de um dispositivo de inserção,

realiza-se a remoção das tampas e inicia-se então o enchimento dos corpos pela

deposição dos pós sobre a superfície da placa, os quais são espalhados com uma

espátula. Após o preenchimento as tampas são reposicionadas sobre os corpos, e

as partes das cápsulas novamente encaixadas por meio de pressão manual.

Figura 6: Encapsuladora Manual

Fonte: www.univision.com

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3.2.3 Adjuvantes Farmacotécnicos

Os adjuvantes, historicamente relegado a um segundo plano no passado,

considerando-se que deveriam ser ingredientes baratos, vistos apenas como

suportes inertes para os fármacos, são adicionados à formulação com o intuito de

facilitar a preparação, a aceitabilidade por parte do paciente e assegurar o

funcionamento da forma farmacêutica como um sistema de liberação do fármaco. O

conceito moderno de excipientes foi completamente revisto. A eficácia terapêutica

dos fármacos passa a ser acompanhada da necessidade de funcionalidade dos

excipientes que agora, atuam nos aspectos biofarmacêuticos e tecnológicos das

formulações, capazes de influenciar a velocidade e/ou a extensão da absorção do

fármaco (PIFFERI, RESTANI, 2003; AULTON, 2005). A utilização na produção de

formas farmacêuticas está relacionada ainda, com a via de administração, forma

farmacêutica desejada, fatores tecnológicos, ação terapêutica desejada e

características físico-químicas do fármaco (STORPIRTIS, 2009).

A seleção de adjuvantes para a preparação de cápsulas depende de fatores

como:

Propriedades do fármaco;

Dose, solubilidade, tamanho e forma da partícula do fármaco;

Tamanho da cápsula a ser utilizada.

No estudo de pré-formulação, devem-se avaliar as propriedades físico-químicas

e físico-mecânicas dos excipientes a fim de detectar a influência destes no

desempenho da formulação final, verificando a importância dos mesmos na

solubilidade, higroscopia, densidade real e aparente e compactabilidade.

Problemas tais como compactabilidade dos ingredientes e estabilidade; mistura

dos pós e homogeneidade; fluidez dos pós e lubrificação são aspectos que também

devem ser observados e precisam ser levados em consideração durante o

desenvolvimento das formulações (ALLEN et al., 2007; AULTON, 2005).

Utilizam-se no processo de produção de excipientes de cápsulas adjuvantes com

propriedades diluentes, os quais conferem propriedades necessárias para a

formação do compacto ou cilindro de pó; lubrificantes que reduzem a adesão entre

os pós e as partes metálicas; deslizantes que promovem as propriedades de fluxo

de pós; molhantes que favorecem a penetração da água; desintegrantes que

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auxiliam na desagregação dos pós e estabilizantes que melhoram a estabilidade

física do produto (FERREIRA, 2008)

Os diluentes mais utilizados na produção de cápsulas são a lactose, amido de

milho e a celulose microcristalina (PRISTA, 1991; ALLEN et al., 2007).

A celulose microcristalina aumenta a compactabilidade da formulação, portanto

em formulações com doses elevadas de fármacos é recomendável a sua adição em

maior quantidade a fim de aumentar a densidade aparente (FERREIRA, 2008).

Excipientes solúveis, tal como a lactose, teoricamente podem favorecer a

dissolução de fármacos pouco solúveis. Em contrapartida, a presença de

substâncias adjuvantes com características hidrofóbicas tal como, lubrificantes em

concentrações elevadas, podem eventualmente exercer efeito negativo sobre a

liberação do fármaco (AULTON, 2005).

Entre os desintegrantes mais empregados em cápsulas estão o amido pré-

gelatinizado, a croscarmelose, crospovidona e o glicolato sódico de amido (ALLEN

et al., 2007). Os superdesintegrantes como a croscarmelose e o glicolato sódico de

amido tem sido utilizados por absorverem água e aumentarem várias vezes seus

volumes originais trazendo a mesma para o interior do cilindro de pó contido na

cápsula facilitando assim sua desagregação (AULTON, 2005).

Agentes molhantes com atividade tensoativa, como o lauril sulfato de sódio são

adicionados à formulação para facilitar a molhagem pelos fluidos gastrintestinais e

facilitar a dissolução e absorção de fármacos (FERREIRA, 2008).

3.2.3.1 Lactose Monoidratada

A lactose monoidratada apresenta-se como pó ou partículas cristalinas

brancas ou quase brancas. É inodora e apresenta gosto ligeiramente adocicado.

Absorve odores.

Suas propriedades variam de acordo com a forma química e com o grau de

hidratação. É estável ao ar e não é afetada pela umidade em temperatura ambiente.

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3.2.3.2 Celulose Microcristalina

A celulose microcristalina, pó cristalino branco composto por partículas

porosas, inodoro e insípido é empregada como excipiente farmacêutico desde os

anos de 1950, quando o Solka-flock® foi colocado no mercado.

Apresenta-se como um pó fino que pode ser usado como diluente e

desagregante. Contudo, possui características pobres de fluxo e compactação,

sendo pouco indicada para o processo de compressão direta.

A celulose pulverizada pode ser obtida por purificação e redução da celulose,

com grau de cristalinidade entre 15 e 45%.

A celulose microcristalina caracteriza-se por sua alta cristalinidade (60-80%) e

baixo PM. O grau de cristalinidade é importante devido à influência em várias

propriedades incluindo compactação e absorção de água interferindo, diretamente,

no fluxo e na estabilidade do produto acabado (DOELKER, 1993). Sua excelente

ação como agregante é decorrente da formação de ligações de hidrogênio entre as

cadeias adjacentes, originando estrutura cristalina peculiar que facilita um

mecanismo natural de interação e reticulação.

3.2.3.3 Amido

O amido é um polissacarídeo de origem vegetal, extraído de cereais,

constituído de amilose e amilopectina. A porcentagem de cada constituinte pode

variar de acordo com a fonte de extração: milho, batata, mandioca.

Apresenta-se como pó fino, branco, sem sabor. Não há descrição bibliográfica

de incompatibilidades entre fármacos e amido.

O amido de milho pode conter uma substância estabilizante chamado

hemetileno tetramina que pode com o tempo interagir com a gelatina da cápsula,

formando ligações cruzadas e reduzindo a dissolução da gelatina (SINGH et al.,

2002).

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3.2.3.4 Talco farmacêutico

Silicato de magnésio, hidratado e purificado, caracteriza-se por ser um pó

cristalino muito fino, branco ou branco acinzentado. É untuoso e adere facilmente à

pele, sendo macio ao toque.

O talco não é higroscópico, absorvendo uma quantidade insignificante de

água, mesmo em condições de umidade relativa alta. O tamanho de suas partículas

varia de acordo com a especificação. O talco 200 Mesh apresenta um diâmetro

médio de partícula de 74 μm. É usado, primariamente, como lubrificante para formas

farmacêuticas sólidas (1 a 10%) ou como agente diluente (5 a 30%) para cápsulas e

comprimidos, devido ao efeito secante (absorvente) e lubrificante.

O talco é hidrofóbico e um retardante da dissolução, podendo reduzir a

dissolução de fármacos pouco solúveis (ROWE et al., 2003).

3.2.3.5 Estearato de magnésio (octadecanoato de magnésio)

O estearato de magnésio é um pó fino, branco e de baixa densidade com

odor característico de ácido esteárico. O pó é graxo ao toque e rapidamente adere à

pele. È empregado como lubrificante de cápsulas e comprimidos (0,25 a 5,0%).

O estearato de magnésio é hidrofóbico e pode retardar a dissolução de

fármacos em formas farmacêuticas sólidas e, portanto deve ser empregado na

menor concentração possível.

Na formulação de cápsulas este lubrificante é empregado em concentrações

variando entre 0,25 a 1% para melhorar as propriedades de fluxo da mistura de pós

(ALLEN et al., 2007).

3.2.3.6 Lauril sulfato de sódio (LSS, dodecil sulfato de sódio)

Pó, cristais ou flocos de cor branca, creme ou amarelo pálido de sabor

amargo e odor levemente característico de substâncias gordurosas. Facilmente

solúvel em água formando uma solução opalescente, não é higroscópico.

O lauril sulfato de sódio é empregado como agente molhante (1 a 2%) e

lubrificante de cápsulas e comprimidos (1 a 2%). Tem sido empregado como agente

molhante para aumentar a dissolução e biodisponibilidade de fármacos veiculados

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em formas farmacêuticas sólidas é adicionado à mistura de pós para neutralizar

forças eletrostáticas (ALLEN et al, 2007). Não deve ser utilizado em preparações

intravenosas. Pode ser moderadamente tóxico e irritante para pele, olhos,

membranas mucosas, trato respiratório superior e estômago.

3.2.3.7 Dióxido de silício coloidal (sílica coloidal, sílica coloidal anidra, anidrido

silício, Aerosil , Cab-O-Sil )

O dióxido de silício coloidal é obtido por hidrólise da fase de vapor de um

composto de sílica. Apresenta-se como um pó submicroscópico amorfo, fino, não

arenoso, leve, branco, higroscópico, inodoro e insípido com tamanho de partícula ao

redor de 15 nm. Seu pequeno tamanho de partícula e grande área de superfície

específica proporcionam características desejáveis de fluxo.

É empregado como adsorvente, dessecante, deslizante (0,1 a 0,5%), agente

suspensor (2 a 10%), agente de viscosidade (2 a 10%) e agente anti-caking.

O dióxido de silício coloidal melhora as propriedades de fluxo de pós. É

amplamente utilizado em preparações farmacêuticas de uso oral e tópico, sendo

considerada uma substância não tóxica e não irritante.

3.2.4 Granulação via úmida

Na preparação de pós farmacêuticos a técnica de granulação via úmida passa a

ser convencional, pois facilita a aplicação dos adjuvantes, anteriormente justificada

(SIMONS, et al., 2003 apud CURY et al., 2008).

Granulação é um processo através do qual, partículas em pó são conduzidas a

se aderirem umas às outras para formar entidades multiparticuladas grandes

denominadas grânulos. A técnica de granulação por via úmida permite a formação

de grânulos com boas características de fluxo e coesividade (TAKANO et al., 2002).

Como principais razões para se produzirem grânulos podem enumerar-se as

seguintes:

Densificação das várias partículas que constituem a mistura de

materiais, tornando uniforme a distribuição da substância ativa;

Melhorar a estabilidade física, química e microbiológica da substância

ativa;

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37

Melhorar o fluxo e a uniformidade do material;

Facilitar a dispensa volumétrica dos pós com redução de poeira, por

eliminação das partículas de dimensões reduzidas;

Melhorar o aspecto do medicamento; evitando a migração e/ou

segregação de constituintes presentes em proporção reduzida como

corantes ou fármacos muito ativos;

Aumentar a compactabilidade e compressibilidade dos materiais;

Tornar mais esféricas partículas de forma oblonga.

O método de granulação compreende as seguintes etapas (AUASGSBURGER,

VUPPALA, 1997; PRISTA et al., 1991; PRISTA et al., 2003) (Figura 7):

a) Mistura dos componentes: as substâncias a granular são misturadas

intimamente de modo a permitir obter nas fases sucessivas um granulado

homogêneo. Como em qualquer processo de mistura as características físico-

químicas das substâncias a granular, como por exemplo, a densidade, o

tamanho e a forma das partículas, podem influenciar o resultado deste passo;

b) Malaxagem: adição de um líquido simples, água ou solvente orgânico,

soluções, dispersões solvente-agente aglutinante, que podem ser adicionadas

a quente ou a frio a fim de conseguir homogeneizar toda a mistura e formar

uma pasta suficientemente úmida, plástica e coesa formando um corpo

susceptível de atravessar um crivo, resultando assim, pequenos aglomerados

que mantenham a sua forma sem que adiram entre si.

c) Formação dos grânulos: passagem da pasta obtida em fase anterior por

crivos ou placas perfuradas;

d) Secagem: a fim de eliminar o solvente, esta etapa possibilita que o granulado

fique com um teor de umidade adequado para a sua estabilidade e para o seu

processamento seguinte. A temperatura e o tempo de secagem dependem do

tipo de equipamento utilizado, das substâncias a secar e das características

do produto final;

e) Calibração final: fase final do método convencional de granulação que tem

como objetivo a uniformização do granulado quanto ao tamanho.

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38

Figura 7: Preparação de Grânulos

Fonte: Adaptado de Rocha et al., 2007

3.3 CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

O sistema de classificação biofarmacêutico (SCB) (AMIDON et al., 1995)

classifica as drogas em quatro classes de acordo com sua solubilidade e

permeabilidade: I – altamente solúveis e com alta permeabilidade; II - pouco solúveis

e com alta permeabilidade; III – altamente solúveis e com baixa permeabilidade; e IV

- fármacos pouco solúveis e pouco permeáveis.

O SCB pode auxiliar na previsão da absorção in vivo e identificar se a

biodisponibilidade de determinado produto farmacêutico é sensível a alterações do

processo produtivo, dos constituintes da formulação ou da concentração do fármaco

(DRESSMAN et al., 1998; KASSIN et al., 2003 apud SOUZA et al,, 2007).

Atualmente, são realizados estudos de correlação in vitro/in vivo (CIVIV), que

consistem na relação entre a propriedade biológica ou parâmetro derivado desta,

produzido pela forma de dosagem e uma propriedade físico-química da mesma

forma de dosagem (SOUZA et al., 2007).

Esta classificação pode auxiliar também, na escolha dos excipientes visto que as

características de solubilidade e permeabilidade do fármaco estão relacionadas

diretamente a boa absorção e consequentemente à biodiponibildade das

formulações orais.

Os compostos para serem administrados oralmente devem ter adequada

solubilidade aquosa e permeabilidade intestinal, de forma a atingir sua concentração

terapêutica na circulação sistêmica (CELIK, 1996). A absorção de fármacos após

administração de medicamentos, por via oral, depende de uma série de processos,

mistura molhamento solidificação aglomerado

ligante pó pontes sólidas estrutura pontes sólidas

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e, particularmente no caso de formas farmacêuticas sólidas, a absorção acontecerá

depois de adequadas condições de desintegração, dissolução e liberação do

fármaco (AULTON, 2005).

FERREIRA (2008) propôs uma metodologia, considerando aspectos

farmacotécnicos, biofarmacêuticos e incompatibilidades, empregou um algoritmo

como ferramenta de decisão com objetivo de definir critérios técnicos e fornecer

subsídios aos farmacêuticos magistrais no processo de escolha dos excipientes. A

ferramenta, que foi baseada no Sistema de Classificação Biofarmacêutica – SCB

(AMIDON et al., 1995), seleciona o excipiente mais adequado ao fármaco a ser

encapsulado em função de sua solubilidade em meio aquoso e permeabilidade

intestinal, respeitando-se ainda parâmetros como higroscopicidade,

incompatibilidade, estabilidade e propriedades de fluxo.

A etapa limitante da absorção de fármacos pouco solúveis (classe II da SCB) é a

dissolução in vivo, por isso é crescente o estudo de condições in vitro que reflitam ou

controlem o processo de dissolução in vivo.

De acordo com AULTON (2005) excipientes solúveis, tal como a lactose

teoricamente pode favorecer a dissolução de fármacos pouco solúveis. Em

contrapartida, a presença no excipiente de substâncias adjuvantes com

características hidrofóbicas tal como, lubrificantes em concentrações elevadas,

podem eventualmente exercer efeito negativo sobre a liberação do fármaco.

Fármacos facilmente solúveis são mais adequadamente misturados a diluentes

insolúveis, como o amido e a celulose microcristalina, uma vez que esses diluentes

auxiliam na desagregação sem interferir na solubilidade do fármaco no meio

dissolvente. Portanto, para fármacos de Classe II é recomendável optar por

excipientes que auxiliem na dissolução tal como, a lactose (ou outro excipiente

solúvel) e a utilização de agentes molhantes e desintegrantes.

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40

3.4 ENSAIOS FÍSICOS DE QUALIDADE

Os ensaios de qualidade têm por objetivo avaliar se determinados atributos ou

características do produto estão em conformidade com especificações estabelecidas

pelo próprio fabricante ou determinadas pelo consumidor a fim de garantir sua

eficácia terapêutica e prazo de validade (GIL, 2010).

Os ensaios podem ser divididos segundo suas aplicações: ensaios aplicados a

matérias-primas e aplicados a formas farmacêuticas.

Entre os ensaios aplicados às amostras sólidas, nas etapas de desenvolvimento

e controle de processo destacam-se a granulometria e determinação do ângulo de

repouso, os quais estão relacionados a propriedades reológicas.

3.4.1 Granulometria

O tamanho, a forma e a uniformidade da partícula determinam sua propriedade

de fluxo e consequentemente, a eficiência de uma mistura, de enchimento e

compactação (GIL, 2010).

A granulometria segundo a Farmacopéia Brasileira 4° Ed. deve ser avaliada

utilizando um jogo de peneiras de forma manual ou montadas em ordem crescente

de Mesh, em um aparelho denominado granulômetro (Figura 8).

Segundo a mesma literatura, os pós são classificados em:

a) Pó grosso: passa no tamis de malha de 1,70 mm, mas retém 40% na malha

de 0,355 mm;

b) Pó moderadamente grosso: passa no tamis de malha de 0,355 mm, mas

retém 40% na malha de 0, 250 mm;

c) Pó semifino: passa no tamis de malha de 0,710 mm, mas retém 40% na

malha de 0,180 mm;

d) Pó fino: passa no tamis de malha de 0,180 mm;

e) Pó finíssimo: passa no tamis de malha de 0,125 mm.

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41

Figura 8 - Agitador eletro-magnético para análises granulométricas. Fonte: www.bertel.com.br/mostruario.html

3.4.2 Ângulo de Repouso

O ângulo de repouso de um pó é uma das manifestações da propriedade

intrínseca de resistência ao movimento relativo de suas partículas quando

submetidos a forças externas (PRISTA et al 1991). Depende, essencialmente, da

força de fricção entre as partículas do pó ou granulado e exprime-se pela seguinte

equação (1):

Tg α=u (1)

Sendo: u o coeficiente de fricção entre as partículas

O coeficiente de fricção entre as partículas dos pós ou granulados pode ser

avaliado através da determinação do ângulo de repouso, ou em certos casos, pela

relação h/r (h= altura e r= raio).

Os métodos mais comuns para determinação do ângulo estático de repouso

podem ser classificados na base das duas variáveis experimentais importantes que

se seguem (AULTON, 2005):

1. A altura do funil através do qual o pó passa, podendo ser fixada em

relação à base, podendo ser variada conforme a pilha é formada.

2. A base em que a pilha é formada podendo ter o diâmetro fixo ou o

diâmetro do cone de pó podendo ser variado conforme a pilha se forma.

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A base, segundo a USP 32-NF27 (2009) deve ser livre de vibração e a altura

do funil deve variar cuidadosamente a fim de construir um cone de pó simétrico

(Figura 9). Deve-se tomar cuidado para prevenir vibração conforme o funil é

deslocado. Se um cone simétrico de pó não pode ser preparado, reprodutivelmente

ou com sucesso, este método não é apropriado.

Pode-se determinar o ângulo de repouso pela medição da altura do cone de

pó e calcular o ângulo de repouso, , através da seguinte equação 2:

tan() = Altura do cone/ 0,5 base (2)

Determinando-se o ângulo de repouso é possível elucidar a facilidade do

manuseio do pó e seu comportamento no escoamento e enchimento de recipientes.

Considera-se com boas propriedades de escoamento um pó com um ângulo

estático de repouso inferior a 30°. Ângulos superiores a 40° sugerem difícil fluxo de

pós ou granulados (Tabela 2).

Figura 9: Anteparo para determinação de ângulo de repouso e escoamento

Fonte: Prista et al, 1991

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Tabela 2- Propriedades de fluxo e ângulos de repouso correspondente.

Fonte: USP 32–NF27 (2009).

3.4.3 Volume aparente

O volume aparente de um pó é corresponde à soma do volume ocupado

pelas suas partículas com o volume de ar intersticial. Pode ser influenciado pela

forma e dimensão das partículas constituintes do pó.

O ensaio de determinação do volume aparente tem uma grande importância

no método de escolha do tamanho do invólucro na preparação de cápsulas, o qual

dependerá do valor do volume do pó a distribuir.

3.4.4 Índice de Compactabilidade

As propriedades de compactação são obtidas através da determinação da

capacidade de compactação, densidade aparente (dAP) e densidade de

compactação (dCP).

Verifica-se a compactação do pó através de movimentos verticais repetidos

na proveta. O volume inicial (V0) ocupado pelo produto é medido, com posterior

medição após 10 compactações, necessárias para acomodação do pó (V10), 500

compactações (V500) e 1250 compactações (V1250). Ao final das compactações é

possível determinar a capacidade de compactação pela subtração de V10 - V1250,

Propriedades de Fluxo Ângulo de Repouso (graus)

Excelente 25-30

Bom 31-35

Justo – não é necessário cuidado 36-40

Tolerável – pode ser um problema 41-45

Pobre – deve agitar ou vibrar 46-55

Muito pobre 56-65

Muito, muito pobre >66

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onde valores acima de 20 mL são considerados inadequados para manipulação de

formas sólidas, pois dificultariam o enchimento de câmaras ou de cápsulas (PRISTA,

1991).

HAUSNER (LACHMAN et al., 2001) propôs um índice (Equação 3), onde

valores menores que 1,25 indicam bom fluxo; valores maiores que 1,5 indicam fluxo

ruim; valores entre 1,25 e 1,5 exigem a adição de lubrificantes para melhorar o

escoamento. Este índice exprime apenas o potencial de compactação/compressão,

e não a facilidade ou velocidade com que estas ocorrem.

IHAUSNER = dCP / dAP (3)

3.4.5 Peso

O controle do peso é fundamental para avaliar se as cápsulas preparadas

apresentam uniformidade de peso, utilizado, entretanto, como forma de avaliar a

técnica de encapsulação do manipulador.

O controle de peso médio deve seguir as especificações da Farmacopéia

Brasileira 4° Edição e pode ser feito manualmente. Além do controle de peso médio

é importante o cálculo do desvio padrão e o coeficiente de variação (desvio padrão

relativo).

A determinação do peso médio em formas farmacêuticas é dada pelo

quociente da somatória dos pesos individuais de cada unidade pelo número de

unidades amostradas.

Na forma farmacêutica cápsula, segundo a Farmacopéia Brasileira 4° ed. o

produto será aprovado se no máximo duas unidades estiverem fora do percentual de

tolerância, desde que nenhuma extrapole os valores máximos permitidos. Caso seja

reprovado, deve-se determinar individualmente, o peso do conteúdo pela diferença

entre cápsula vazia e cápsula cheia. Neste caso, toleram-se no máximo, seis

cápsulas fora dos limites da tabela desde que a variação esteja entre limites de

tolerância e limites máximos permitidos para desvios (Tabela 3).

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Tabela 3: Limites de variação de peso de forma farmacêutica cápsula

Forma Farmacêutica Faixa de peso Limites

Cápsula Até 300mg

Acima de 300mg

± 10,0%

± 7,5%

Fonte: Farmacopeia Brasileira 4° ed.

3.5 ESTUDO DE ESTABILIDADE

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a estabilidade

de produtos farmacêuticos depende de fatores ambientais como temperatura,

umidade e luz, e de outros relacionados ao próprio produto, como propriedades

físicas e químicas de substâncias ativas e excipientes farmacêuticos, forma

farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo e propriedades dos

materiais de embalagem (BRASIL, 2005).

A escolha de excipientes pode influenciar na estabilidade física e na

biodisponibilidade da forma farmacêutica.

Dentre os testes de estabilidade, o teste de estresse, realizado durante o

processo de desenvolvimento do produto, é definido como o ensaio de

medicamentos e/ou fármacos realizado em condições superiores às utilizadas nos

testes de estabilidade de curto e longo prazo.

Segundo a Conferência Internacional sobre Harmonização (ICH) 2003, o teste de

estresse do medicamento pode ajudar a identificar os produtos de degradação

provável, que por sua vez pode ajudar a estabelecer as vias de degradação e a

estabilidade intrínseca da molécula.

O teste de estresse é realizado em um único lote do produto. Deve incluir o efeito

da temperatura (em incrementos de 10° C acima do que para testes de estabilidade

acelerado e umidade (por exemplo, 75% ou mais).

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3.6 LEGISLAÇÃO E NORMAS PARA REGISTRO DE PRODUTOS A BASE DE

PRÓPOLIS

Os produtos que tem como princípio ativo a própolis possuem os requisitos para

registro como medicamentos específicos, compreendido na classe opoterápica,

segundo a Resolução-RDC nº 132, de 29 de maio de 2003 (BRASIL c, 2003).

A comprovação da eficácia e segurança, além dos requisitos mínimos de

qualidade, é norteada pela Câmara Técnica de Medicamentos Fitoterápicos

(CATEF), por meio da nota técnica sobre o Registro de Produtos Contendo Própolis

(BRASIL, 2005a; LUSTOSA et al, 2008).

O prazo de validade deverá ser determinado após estudo de estabilidade

acelerada de três lotes-piloto utilizados nos testes, ou estudos de estabilidade de

longa duração de acordo com o GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE

ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS. Para medicamentos com três ou mais

concentrações e formulações proporcionais, apresentar os resultados do estudo de

estabilidade da menor e maior concentração.

Para registro, deverão ser apresentados relatórios completos de produção: forma

farmacêutica, descrição detalhada da fórmula completa designando os componentes

conforme a Denominação Comum Brasileira (DCB), Denominação Comum

Internacional (DCI) ou denominação descrita no Chemical Abstract Service (CAS),

respeitando-se esta ordem de prioridade; descrição da quantidade de cada

substância expressa no sistema internacional de unidades (SI) ou unidade padrão,

indicando sua função na fórmula; tamanho mínimo e máximo dos lotes industriais a

serem produzidos; descrição de todas as etapas do processo de produção

contemplando os equipamentos utilizados; metodologia de controle do processo

produtivo; descrição dos critérios de identificação do lote industrial.

Os medicamentos específicos deverão ainda, apresentar bula segundo a

Resolução da Diretoria Colegiada, RDC n°94 de 11 de dezembro de 2008. Para os

medicamentos específicos que não possuem bula padrão, como no caso de

cápsulas de própolis a legislação permite que tenham os seguintes itens:

I - "QUANDO NAO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?";

II - "O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?";

III - "QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?";

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IV - "O QUE FAZER SE ALGUEM USAR UMA GRANDE QUANTIDADE DESTE

MEDICAMENTO DE UMA SO VEZ?";

V - "CONTRA-INDICACOES";

VI - "ADVERTENCIAS E PRECAUCOES";

VII - "INTERACOES MEDICAMENTOSAS";

VIII - "REACOES ADVERSAS"; e

IX - "SUPERDOSE".

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS

4.1.1 Reagentes

Foram empregados de grau analítico, os seguintes reagentes:

Carbonato de sódio anidro

Marca: Dinâmica Química

Fenol cristalizado P.A.

Marca: Dinâmica Química

Reagente Folin- Cocalteau Merck

Marca: Merck, Darmstadt, Alemanha

DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazila)

Marca: Sigma, St.Louis, USA

4.1.2 Matérias Primas

Foram empregadas, para a preparação das cápsulas as seguintes matérias-primas,

grau farmacêutico:

Lactose Malha 200

Lote: ALL 38091

Procedência: Nacional

Validade: 01/10/2012

Celulose Microcristalina PH 102

Lote: 80965

Procedência: Taiwan

Validade: 17/09/2011

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Lauril Sulfato de Sódio

Lote: auto0822587

Procedência: Nacional

Validade: 27/10/2011

Amido farmacêutico

Lote: 25347

Procedência: Taiwan

Validade: 01/09/2011

Talco farmacêutico

Lote: All 6532

Procedência: Taiwan

Validade: 01/02/2011

Estearato de Magnésio

Lote: 2010031289

Procedência: Nacional

Validade: 01/03/11

Etanol

Lote: 126154

Procedência: Nacional

Validade: 01/12/2010

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4.1.3 Equipamentos e acessórios

Agitador eletro-magnético para análises granulométricas

Aparelho para determinação de ângulo de repouso desenvolvido no

laboratório de Especialidades Farmacêuticas da Universidade Braz Cubas

Balança de infravermelho MA 45 Sartorius®

Balança analítica Sartorius

Câmara Climática

Encapsulador de polietileno provido de 60 orifícios perfurados

Estufa com renovação e circulação de ar Marconi®

Espectrofotômetro Care 50 Probe®

Moinho de Facas

Gral e pistilo de vidro

Proveta

Balões volumétricos

Béqueres

Cálices

4.1.4 Amostras de própolis

Própolis Verde BVR

Procedência: Bambui- Minas Gerais, Brasil

Propólis Vermelha BV

Procedência: Maceió- Alagoas, Brasil

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4.2 MÉTODOS

4.2.1 Preparação do Extrato mole de própolis

Foram pesados 30 g de própolis bruta e deixados em agitação com 300 mL de

etanol PA, por aproximadamente 3 dias. Após um período de repouso, o mesmo foi

filtrado em papel de filtro e o extrato etanólico foi submetido ao processo de

rotaevaporação, por aproximadamente 2 horas e, posteriormente encaminhado a

estufa a 50°C para retirada do excesso de etanol (5 horas).

4.2.2 Preparação dos pós

Numa primeira fase, foram feitas formulações com misturas de excipientes e

extratos de própolis vermelha e verde (em diversas concentrações), avaliando a

densidade dos pós e a maior concentração possível de extratos de própolis,

Após subsídios nas avaliações preliminares, com pilotos de 50g, foram

determinados os excipientes e suas respectivas concentrações.

Após a definição das formulações foram preparados dois lotes contendo 20% de

extrato mole de própolis verde e 20% de extrato mole de própolis vermelha

(concentração máxima impregnada), conforme formulações a seguir (Tabela 4).

Para a preparação da formulação 1, preparou-se uma pasta de amido a 10%, a

qual foi adicionada à mistura de diluentes para a formação do granulado,

anteriormente à impregnação da própolis. Na formulação 2 o amido fez parte da

mistura de diluentes (a seco) e a própolis foi impregnada após dispersão em etanol.

Após a secagem dos granulados, em estufa de leito estático, a 50° C, por 3

horas, os mesmos foram submetidos ao processo de calibração no moinho de facas.

Acrescentou-se, então os componentes da fase 2 (Tabela 4), com homogeneização

manual por 5 minutos (Figura 10).

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Tabela 4: Formulações desenvolvidas

Fase Componente Formulação 1 Formulação 2

1

1

1

1

1

2

2

2

1

1

Própolis verde

Própolis vermelha

Amido farmacêutico

Lauril Sulfato de Sódio

Celulose Microcristalina PH 101

Talco farmacêutico

Dióxido de silício coloidal

Estearato de Magnésio

Etanol

Lactose

20%

20%

2% (solução 10%)

1%

20%

0,3%

0,2%

0,3%

Qs

Qsp 100%

20%

20%

4%

1%

20%

0,3%

0,2%

0,3%

Qs

Qsp 100%

FORMULAÇÃO 1

Malaxagem Após secagem Após calibração

FORMULAÇÃO 2

Malaxagem Após secagem Após calibração

Figura 10: Processo de Manipulação Formulação 1 e Formulação 2 Fonte: Acervo pessoal

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53

4.2.3 Determinação do Rendimento

O valor de rendimento foi obtido através da diferença entre a massa teórica

dos sólidos e a massa de produto seco obtido.

4.2.4 Determinação da granulometria dos pós

A determinação da granulometria foi realizada seguindo a metodologia

prevista na Farmacopéia Brasileira 4° ed. (1988).

Utilizou-se um agitador que produziu movimentos horizontais e verticais e

empregando-se tamises padronizados superpostos, partindo-se de maior diâmetro

ao menor.

Uma porção de 30,0 g foi colocada no tamis de maior malha e submetida à

tamisação durante 30 minutos. Após aplicação da metodologia prevista, foram

realizados os cálculos para a determinação da homogeneidade do pó representante

de cada lote.

4.2.5 Determinação da densidade aparente (dAP) e da densidade de compactação

(dCP)

Foram pesados 30 g da amostra de cada formulação para cada determinação

e transferidos cuidadosamente para uma proveta de 100 mL. Foi realizada a leitura

do volume visualmente.

Verificou-se a compactação do pó através de movimentos verticais repetidos

na proveta, com medição após 10 compactações (V10), 500 compactações (V500) e

1250 compactações (V1250).

Foram calculadas as densidades aparente (dAP) e de compactação (dCP)

pela equação 4:

Densidade (g/mL)= Massa (g)/ Volume (mL) (4)

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4.2.6 Determinação do índice de compactabilidade, proporção de Hausner

Após cálculo das densidades foram calculados os índices de Hausner através

do seguinte cálculo matemático (equação 5):

IHAUSNER = dCP / dAP (5)

4.2.7 Determinação do ângulo de repouso

A determinação do ângulo de repouso estático foi realizada conforme método

proposto por PRISTA et al. (1991), baseado na altura fixa do funil. Num funil o pó foi

lançado se deixando cair sobre uma folha de papel milimetrado, formando um cone.

Foi calculado o valor médio de três determinações, utilizando 30 g de pó. Pode-se

determinar o ângulo de repouso pela medição da altura do cone de pó calculando o ,

através da seguinte equação (Equação 6: Cálculo do ângulo de repouso:

tan() = Altura do cone/0,5 base (6)

4.2.8 Determinação da umidade

A umidade dos pós foi determinada por meio de balança analisadora de

umidade por infravermelho, com uma alíquota de cerca de 2 g, sendo determinada

pela diferença entre o peso inicial e final após aplicação de calor até peso constante.

4.2.9 Encapsulamento

O preenchimento das cápsulas (número 00) foi realizado em bacada, utilizando o

encapsulador de polietileno provido de 60 orifícios perfurados. As cápsulas vazias

foram colocadas dentro dos orifícios manualmente e após a remoção das tampas

foram preenchidas pela deposição dos pós sobre a superfície da placa, os quais

foram espalhados com uma espátula.

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55

Após o preenchimento as tampas foram reposicionadas sobre os corpos, e as

partes das cápsulas novamente encaixadas por meio de pressão manual.

4.2.10 Determinação de peso médio

O peso médio foi calculado segundo critérios estabelecidos pela Farmacopéia

Brasileira 4° ed. (1988). Vinte cápsulas obtidas das formulações A e B

respectivamente foram pesadas individualmente e determinou-se o peso do

conteúdo de cada cápsula pela diferença de peso entre a cápsula cheia e a vazia.

Os desvios devem ser de, no máximo, ± 7,5 %, podendo-se tolerar não mais

que duas unidades fora dos limites estabelecidos, sendo que nenhuma poderá estar

acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas (FARMACOPEIA, 1988).

4.2.11 Estudo de Estabilidade preliminar

As amostras das cápsulas, após serem acondicionadas em frascos de

polietileno, foram identificadas, levadas à câmara climática sob temperatura de 50°

C e 75% UR e guardadas em temperatura ambiente (ICH, 2010).

4.2.12 Teor de fenóis totais

O teor de fenóis totais foi determinado pelo método espectrofotométrico de

Folin-Ciocateau. Empregou-se o reagente Folin- Cocalteau, o qual se complexa com

um fenol, dando uma reação colorida, que pode ser medida pelo valor da

absorbância a 760 nm.

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56

4.2.12.1 Preparo de soluções

Solução de carbonato de sódio

Foram pesados 20,0g de carbonato de sódio e dissolveu-se em água

purificada. O volume para 100 mL foi completado em balão volumétrico devidamente

calibrado. Filtrou-se e armazenou-se em geladeira.

Solução estoque de fenol 1mg/mL

Foram pesados exatamente 0,010g de fenol e solubilizados em água

purificada. O volume foi completado para 10 mL em balão volumétrico.

4.2.12.2 Linearidade do método espectrofotométrico UV para determinação

do teor de fenóis totais

Para avaliação da linearidade foi construída uma curva de calibração nas

concentrações equivalentes a 3,0 μg/mL; 4,0 μg/mL; 5,0 μg/mL; 6,0 μg/mL; 7,0

μg/mL; 8,0 μg/mL; 9 μg/mL; 10 μg/mL; 11 μg/mL e 12 μg/mL.

Todas as soluções foram preparadas em triplicatas, adicionando em um balão

volumétrico de capacidade 10 mL, 5 mL de água destilada e uma alíquota

correspondente a cada concentração da solução de Fenol e 800 μL/mL do reagente

Folin- Cocalteau. Agitou-se por alguns segundos e no intervalo de 1 a 8 minutos

acrescentou-se 1,2 mL da solução de carbonato de sódio a 20% (deixando reagir em

banho a 20°C). Decorrido o tempo de 2 horas, foi feito o acerto do volume final a

20°C e a leitura em espectrofotômetro em 760 nm.

4.2.12.3 Determinação do teor de fenóis totais

Em gral de porcelana foi homogeneizado o conteúdo de 10 cápsulas da

amostra. Pesou-se 0,05 g da mistura de pó e solubilizou-se em um béquer com 2 mL

de etanol. Transferiu-se o conjunto para um balão volumétrico de 25 mL e completou

o volume com água destilada (solução estoque: 2 mg/mL). Em triplicata, transferiu-

se uma alíquota de 0,2 mL (200μL) para um balão volumétrico de 10 mL (1:50)

contendo, 5 mL de água destilada e 800 μL/mL do reagente Folin- Cocalteau.

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57

Agitou-se por alguns segundos e no intervalo de 1 a 8 minutos acrescentou-se 1,2

mL da solução de carbonato de sódio a 20% (deixando reagir em banho a 20°C).

Decorrido o tempo de 2 horas, foi feito o acerto do volume final a 20°C e a leitura em

espectrofotômetro em 760 nm.

Foram feitas as determinações para as amostras formulação 1-ambiente,

formulação 1- 50°C/75%, formulação 2- ambiente, formulação 2- 50°C/75%.

A concentração de fenóis totais do extrato foi determinada, utilizando-se a

curva analítica estabelecida com soluções de concentração da solução de fenol. Os

resultados foram expressos pela média de três determinações, em porcentagem da

concentração de fenóis totais frente à concentração inicial de leitura das amostras

(0,005 mg/mL).

4.2.13 Atividade sequestradora do radical livre DPPH

A dosagem de atividade antioxidante foi realizada pelo método

fotocolorimétrico in vitro do radical livre estável DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazila).

O radical livre DPPH• é um cromóforo extremamente estável que apresenta

uma banda de absorção no comprimento de onda de 515-528 nm em meio alcoólico

e possui uma coloração violeta intensa. Ao fixar um elétron H, abstraído ao

antioxidante em estudo, observa-se uma diminuição na absorbância, o que permite

calcular, após estabelecimento do equilíbrio da reação, a quantidade de antioxidante

gasta para reduzir 50% do DPPH (CE50) (BANSKOTA et al., 2000). A reação é

mostrada na Figura 11.

+ Agente..H

N

N

NO2

NO2

C6H5

O2N

N

HN

NO2

NO2

C6H5

O2N + R .

Ag. Oxidante Ag. Redutor Compostos fenólicos

(se reduz) (se oxida)

Figura 11: Reação de seqüestro do radical livre (método do DPPH) pelo produto avaliado

(Agente H)

Fonte: BANSKOTA et al., 2000

DPPH

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58

Foram preparadas soluções das amostras das cápsulas de própolis vermelha

e verde a 0,01% (p/V). Foram organizados 10 tubos, enumerando-se os mesmos de

0 até 10. Foram adicionadas as amostras pré-solubilizadas em álcool, de acordo

com a diluição desejada.

O volume de DPPH foi adicionado ao 1º tubo e o cronômetro ligado,

desligando-o depois de um minuto. O DPPH foi adicionado nos outros tubos a cada

1 minuto. A leitura foi feita em espectrofotômetro após 30 minutos da adição do

DPPH no 1º tubo no comprimento de onda de 518 nm. Todas as leituras foram

realizadas em triplicata e, com a média dos dados obtidos foi calculada a diferença

de absorbância entre a amostra e o branco e as atividades antioxidantes percentuais

foram obtidas por regressão linear cada amostra, chegando-se assim à

concentração necessária para se obter 50% do efeito antioxidante máximo estimado

de 100% (CE50).

Após a leitura foram substituídos os valores correspondentes à metade da

absorbância inicial do controle pelo y da equação da curva do DPPH, obtida para

encontrar o consumo (equação 7).

Equivalência de controle e DPPH

y = ax- b (7)

onde:

y = Absorbância inicial do controle / 2 (item determinação da atividade antioxidante

total)

x = resultado em μM DPPH

Para calcular a atividade antioxidante total (AAT) substituiu-se a absorbância

equivalente a 50% da concentração do DPPH (item determinação da atividade

antioxidante total) pelo y, na equação 8 a seguir, e encontrou o resultado que

corresponde à amostra necessária para reduzir em 50% a concentração inicial do

radical DPPH (EC50).

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59

y = ax + b (8)

onde:

y = Absorbância inicial do controle / 2 (item determinação da atividade antioxidante

total )

x = EC 50 (mg/L).

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60

5 ANALISE ESTATÍSTICA

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA)

seguida de pós-teste estatístico apropriado (Bonferroni e Tukey).

O teste “t” de Student foi empregado para amostras não pareadas. As

análises estatísticas foram conduzidas utilizando o GraphPad Instat® Versão 3.01,

onde os resultados foram expressos com nível de significância menor que 5%.

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61

6 RESULTADOS E DISCUSSÂO

A forma farmacêutica cápsula deve apresentar uma dose precisa e

disponibilidade adequada do princípio ativo. Para tal, torna-se necessário no seu

desenvolvimento, determinar a compatibilidade entre os excipientes escolhidos,

obter partículas de tamanhos adequados e uma formulação que assegure um fácil

preenchimento das mesmas (AULTON, 2005; ALLEN et al, 2007), garantindo uma

distribuição uniforme do fármaco em toda a mistura do pó, a fim de certificar-se da

uniformidade do tamanho de partículas.

As cápsulas, após sua produção, devem ser analisadas por testes de controle a

fim de verificar se estão sendo cumpridas as especificações exigidas em literaturas,

onde são estabelecidos limites mínimos de aceitabilidade, a fim de garantir a

qualidade das mesmas.

O tamanho 00 foi escolhido a fim de possibilitar a maior quantidade possível de

própolis vermelha e verde na cápsula facilitando a adesão ao tratamento. Segundo

STONE et al. (2001) a complexidade da farmacoterapia, o qual considera a

complexidade do regime como o conjunto de múltiplas características do regime

prescrito incluindo, mas não limitando, o número de diferentes medicações no

regime, o número de doses por dia, o número de unidades de dosagem por dose, o

numero total de unidades por dia e restrições de comida por dose, levam a

problemas no gerenciamento da tomada de doses e aumento na probabilidade de

não aderência ao tratamento. Trabalhos que avaliam a complexidade do regime de

medicações analisam, na sua maioria, o número de doses administradas por dia

pelo paciente, sendo esse um fator importante na aderência ao tratamento e,

portanto, importante de ser entendido tanto para os profissionais da área da saúde

quanto para os pesquisadores (GEORGE et al., 2004).

Devido às características físicas dos extratos moles de própolis verde e

vermelha, o método de granulação via úmida foi escolhida, por facilitar a

incorporação dos mesmos aos excipientes, selecionados em estudos anteriores e,

por permitirem, a formação de grânulos mais densos, que por ocuparem menor

volume por unidade de peso, possibilitaram aumentar a concentração de ativo por

unidade posológica. Para isto, os lotes foram preparados com diferentes

concentrações de aglutinante/desintegrante, tanto quanto com diferente forma de

adição do mesmo.

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62

Durante o processo de preparação do granulado, a etapa de malaxagem

apresentou-se como a mais crítica. Após testes, verificou-se que a quantidade

máxima de própolis possível de incorporação à mistura de adjuvantes era de 40%.

Após a secagem dos grânulos em estufa à 50°C, os mesmos passaram pelo

moinho de facas, a fim de proporcionar calibração.

O rendimento do processo de granulação foi calculado através da percentagem

de todo o material recolhido no final da granulação após o processo de calibração

dos grânulos sobre a massa inicial da formulação. O rendimento obtido (Tabela 5),

inferior ao valor teórico de 100% pode ser justificado pelas características do produto

(facilidade de aderência aos equipamentos e friabilidade dos grânulos).

Uma correlação entre o rendimento e o modo de adição do aglutinante e da

própolis pode ser feita. A formulação 2 em que o amido fez parte da mistura de

diluentes (a seco) e a mistura de própolis foi impregnada após dispersão em álcool

de cereais, obteve maior rendimento, conforme demonstrado na Tabela 5, podendo

ser justificada pela menor friabilidade dos grânulos.

Analisando a diferença de percentual entre o rendimento 1 (antes do processo de

calibração dos grânulos) e rendimento 2 (após calibração dos grânulos) de ambas

formulações, pode-se verificar que a perda de massa foram extremamente

significativas (p < 0,0001), justificadas talvez, pela instabilidade ao calor gerado

pelo equipamento de calibração, pois observou-se parte do granulado retido nas

peças do moinho.

Tabela 5: Análise de rendimento das formulações 1 e 2, após preparação do granulado e calibração dos grânulos.

Rendimento 1 (%) Rendimento 2 (%)

Formulação 1 78,6 72,1***

Formulação 2

88,5 80,4***

***p< 0.0001 Rendimento 1 correspondente ao processo anterior a calibração em moinho de facas, Rendimento 2 referente ao processo após a calibragem em moinho de facas

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63

6.1 ESTUDO DO FLUXO DOS POS

Os pós, obtidos após o processo de produção em bancada, foram avaliados

quanto a sua granulometria, densidade aparente e densidade de compactação.

A granulometria foi avaliada em agitador de tamises, contendo jogos de

peneiras de abertura de malha de 2 a 0,125 mm. Os resultados obtidos estão

demonstrados na tabela 6 e os resultados de densidades estão expressos na Tabela

7.

Tabela 6. Teste de granulometria em jogos de peneiras. Porcentagens cumulativas de passagem e de retenção do pó (Valores médios após análise em triplicata).

FORMULAÇÃO N° Tamis Passou/Retido

Abertura (mm)

Massa pó retido (g)

% pó Retido

1

9-20

2- 0,850

0

0

20-80 0,850-0,180 13,497 45 80-100 0,180-0,150 1,286 4,3 100-120 0,150-0,125 15,217 50,7

2 9-20 2-0,850 0,301 1

20-80 0,850-0,180 13,850 46 80-100 0,180-0,150 1,944 6,5 100-120 0,150-0,125 13,905 46,3

Tabela 7: Resultados de análises de granulados (Valores médios após análise em triplicata)

Ângulo de Repouso (°)

Indice de Hausner

Formulação 1 33,4 1,17

Formulação 2 34,9

1,18

Angulo de repouso 25 a 30°C- fluxo excelente, 31 a 35°- fluxo bom,36 a 40° fluxo razoável, 41 a 45°

fluxo tolerável, 46 a 55° fluxo pobre, 56 a 65° muito pobre e > 66° fluxo muito pobre (USP 32, 2007)

Indice de Hausner >1,25 bom fluxo; < 1,5 fluxo ruim; entre 1,25 e 1,5 exigem a adição de lubrificantes

para melhorar o escoamento (LACHMAN et al, 2001)

Segundo a classificação da Farmacopeia Brasileira 4° edição, os dois pós

foram classificados como pó semi-fino à fino, por passarem no tamis de malha de

0,710 mm, mas ficarem retidos mais de 40%, do total, na malha de 0,180 mm.

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64

Do ponto de vista farmacêutico, o tamanho e a forma das partículas que

compõe o pó contribuem para as características de fluxo e empacotamento do

mesmo. Sendo assim, complementado com os resultados obtidos nos testes de

fluxo, observou-se adequado o tamanho das partículas obtidas. Segundo BECKER

et al (1997), as propriedades dos grânulos são influenciadas pelo tipo e composição

do aglutinante, grau de molhagem da massa e em especial pelo processo de

manufatura.

Os fluxos das misturas dos granulados e pós foram avaliados indiretamente

pelo ângulo de repouso, conforme demonstrado na Tabela 7.

Os pós com ângulo de repouso pequeno fluem livremente. Ambas as

formulações apresentaram bom fluxo, visto que, segundo a USP 32 (2007) a

obtenção de ângulo de repouso 25 a 30°C corresponde a um fluxo excelente, de 31

a 35° fluxo bom, 36 a 40° fluxo razoável, 41 a 45° fluxo tolerável, 46 a 55° fluxo

pobre, 56 a 65° muito pobre e > 66° fluxo muito pobre.

Quanto ao teste de compactabilidade os dois granulados apresentaram

também, um fluxo bom.

Avaliando os resultados obtidos nos testes de densidade (entre a formulação

1 e 2) observou-se diferença extremamente significativa nos valores de densidade

de compactação para a formulação 2 (Tabela 8).

Tabela 8: Densidade aparente e densidade de compactação

Densidade Aparente (g/mL)

Densidade Compactação (g/ mL)

Formulação 1 0,613 0,717

Formulação 2 0,619 0,733***

p < 0,0001

As formas das partículas influenciam na forma de empacotamento das

mesmas. Os espaços entre as partículas, o vazio, variam de acordo com o tipo de

empacotamento (mais denso e menos denso). Se as partículas não apresentarem

tamanho uniforme as menores se acomodarão nos espaços vazios entre as

partículas maiores, diminuindo-os. O empacotamento e o fluxo afetam a eficiência

dos equipamentos de enchimento e a facilidade de manipulação (ALLEN et al,

2007).

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65

6.2 PESO MÉDIO

Após o término do processo de encapsulamento procedeu-se a avaliação do

peso médio das cápsulas, a fim de avaliar a variação de peso obtida. Foi calculado o

desvio padrão, erro padrão e coeficiente de variação conforme demonstrado na

Tabela 9.

Tabela 9: Análise inicial de Peso Médio, Desvio Padrão, Erro padrão e Coeficiente de

Variação (análise MS Excel) (Valores médios obtidos) das cápsulas das formulações 1 e 2

após processo de encapsulamento.

Peso médio teórico (mg)

Peso médio real (mg)

Desvio Padrão

Erro padrão

CV (%)

Formulação 1

0,681 0,678** 0,012 0,018 1,594483

Formulação 2

0,696 0,714*** 0,007 0,002 1,037175

** muito significativo (p < 0,001) ***extremamente significativo (p < 0,0001)

Todas as cápsulas foram aprovadas no teste de peso médio, apresentando

pesos individuais, desvio padrão e coeficiente de variação, dentro dos limites

especificados pela Farmacopéia Brasileira 4° ed.

Observando os desvios padrão, erros padrão e coeficientes de variação

obtidos, observou-se uniformidade das doses nas cápsulas. Esta uniformidade

depende de três fatores: da escolha dos invólucros, do método de mistura e

enchimento e das características do produto a ser encapsulado (PRISTA et al.,

2003; STULZER e TAGLIARI, 2006; ALLEN et al, 2007).

De acordo com os valores de densidade obtidos, considerando a capacidade

de volume da cápsula de tamanho número 00, conforme descrito em literatura de

0,95 mL, o peso teórico de pós encapsulados nas formulações 1 e 2 seriam 0,681 g

e 0,696 g respectivamente porém, obteve-se pesos médios reais de 0,672 g e 0,714

g. Portanto, obteve-se uma quantidade menor, muito significativa (p<0,001) na

formulação 1 e uma quantidade maior, extremamente significativa (p<0,0001) na

formulação 2, justificadas talvez, pela diferença na compactação manual no

processo de encapsulamento.

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66

Quando comparadas as quantidades de produtos encapsulados na

formulação 1 e 2 e consequentemente a quantidade do teor própolis verde e

vermelha (0,269 g e 0,286 g respectivamente), observou-se uma diferença

extremamente significativa entre elas, justificada pelas diferenças nas densidades

de compactação (0,717 e 0,733 g/mL, respectivamente).

Após o estudo de estabilidade preliminar, quando comparados os pesos

brutos das cápsulas (sem desconsiderar o peso do invólucro) não foram

encontradas diferenças significativas entre a fórmulação inicial 1 vs fórmulaçãp 1

exposta em 50°C/75% UR; fórmulação inicial 2 vs fórmulação 2 exposta em

50°C/75% UR, demonstrando que não houve alteração de peso após este período,

nas diferentes condições de exposição (ambiente e 50°C) (Tabela 10).

Tabela 10: Análise de Peso Médio, Desvio Padrão, Erro padrão e Coeficiente de Variação (análise MS Excel) e análise estatística (valor bruto) das cápsulas das formulações 1 e 2, após estudo de estabilidade (com invólucro).

Peso médio (mg)

Desvio Padrão

Erro padrão CV (%)

Formulação 1 inicial

0,806 0,011 0,002 1,3

Formulação 1 Após estabilidade ambiente

0,814 0,008 0,003 1,0

Formulação 1 Após estabilidade 50°C

0,803 0,010 0,003 1,3

Formulação 2 inicial

0,842 0,007 0,002 1,3

Formulação 2 Após estabilidade ambiente

0,846 0,012 0,004 1,4

Formulação 2 Após estabilidade 50°C

0,847 0,008 0,002 0,9

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67

6.3 DETERMINAÇÃO DA PERDA POR DESSECAÇÃO EM BALANÇA COM

INFRAVERMELHO (INFRATEST)

A avaliação da perda por dessecação em balança com infravermelho foi

realizada após o teste de estabilidade preliminar, a fim de avaliar a variação de

umidade após exposição nas diferentes condições (ambiente e câmara climática a

50°C/75%UR) (Tabela 11).

O teste de perda por dessecação, não demonstrou diferença estatística entre

as amostras expostas à temperatura ambiente e 50°C/75%UR (p>0,05).

Tabela 11: Decréscimo de massa das amostras de cápsulas de Própolis vermelha e verde após estudo de estabilidade.

Formulação Perda de massa (%) Desvio Padrão

1 Amostra ambiente 1,72

0,14

1 Amostra 50° C 1,60

0,03

2 Amostra ambiente 1,65

0,20

2 Amostra 50° C 1,68 0,05

6.4 FENÓIS TOTAIS

6.4.1 Curva de calibração

Para determinação do teor de fenóis totais primeiramente, foi construída uma

curva de calibração usando-se soluções aquosas padrão de fenol em concentrações

entre 3 a 12 μg/mL, conforme demonstrado na Figura 12.

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Figura 12: Reta de calibração nas concentrações equivalentes a 3,0 μg/mL; 4,0 μg/mL; 5,0 μg/mL; 6,0 μg/mL; 7,0 μg/mL; 8,0 μg/mL; 9 μg/mL; 10 μg/mL; 11 μg/mL e 12 μg/mL.

6.4.2 Doseamento de Fenóis Totais

O reagente de Folin-Ciocalteau (reagente para fenóis) permite a determinação

indireta dos compostos fenólicos. A Tabela 12 mostra os teores de fenóis totais

encontrados para as amostras de cápsulas analisadas após estudo de estabilidade

preliminar, realizados em triplicata.

Como não existem referências oficializadas por códigos autorizados pela

legislação vigente em relação ao teor de fenóis em cápsulas de própolis, admitiu-se

o uso de padrões de trabalho.

Tabela 12: Valores de Fenóis Totais encontrados nas cápsulas após estudo de estabilidade preliminar

Condição Concentração

(% m/m)

Desvio Padrão

Formulação 1 T ambiente 27,1 0,4

Formulação 1 50°C 22,7** 1,5

Formulação 2 T ambiente 21,2 2,1

Formulação 2 50°C 18,5* 0,9

*p= 0,0376 **p= 0,0004

Concentração ug/mL

Absorbância

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69

A formulação 1 apresentou maior concentração de fenóis totais quando

comparada com a formulação 2, considerada muito significativa (p=0,0036), mesmo

a formulação 2 tendo uma concentração maior de própolis vermelha e verde. Esta

diferença pode estar relacionada com a sensibilidade dos compostos fenólicos frente

ao calor. Os grânulos da formulação 2, por estarem mais duros ficaram mais tempo

no moinho de facas, tendo sua massa retida nas peças do mesmo, como já discutido

anteriormente. Os compostos fenólicos são facilmente oxidáveis pela influência de

metais, luz, calor ou meio alcalino (SIMOES, 2001). CONDE et al., 1998, observou

que a temperatura durante a extração de fenóis da própolis pode afetar os

compostos bioativos de diferentes maneiras, sendo o conteúdo total de fenólicos

diminuído com aumento da temperatura.

Observou-se, também, diferença estatisticamente muito significativa, entre os

valores de fenóis encontrados na formulação 1 armazenada em temperatura

ambiente quando comparada com esta mesma formulação exposta a 50°C/75%UR

e diferença significativa entre o teor de fenóis totais da formulação 2 exposta em

temperatura ambiente e em 50°C/75%UR.

.

6.4.3 Atividade sequestradora do radical livre DPPH

A atividade medida pelo DPPH é usada muitas vezes como parâmetro para

avaliar o poder antioxidante de extratos de plantas in vitro, que pode ser relacionado

a compostos fenólicos e flavonóides presentes.

As substâncias antioxidantes desempenham papel importante na saúde, pois

a ocorrência de diversas doenças está relacionada a aumentos nos níveis de

radicais livres em nosso organismo, entre elas: doenças cardiovasculares; doenças

reumáticas; doenças neurológicas; doenças psiquiátricas; envelhecimento precoce;

neoplasias; osteoporose; diabetes e inflamação (DEVASAGAYAN et al., 2004).

O valor de CE50% expressa a concentração que elimina 50% dos radicais

livres, isto é, quanto menor esta concentração, maior a atividade. As amostras

apresentaram atividade antioxidante distintas (Figura 13).

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Figura 13: Curva concentração x resposta da Reação de Consumo do radical livre DPPH

A formulação 1 foi a que apresentou a melhor atividade antioxidante

(CE50%=4,64) quando comparada com a atividade antioxidante da formulação 2

(CE50%=7,65), extremamente significativa (p<0,0001), conforme demonstrado na

Tabela 13, sendo também a amostra que apresentou o maior teor de fenóis totais.

As propriedades biológicas dos compostos fenólicos estão relacionadas com a

atividade antioxidante (SIMÔES, 2001). Entretanto, a amostra da formulação 1

exposta a 50° C/75%UR, que apresentou maior atividade antioxidante apresentou

também menor teor de fenóis totais, quando comparada com a amostra em

temperatura ambiente, demonstrando que apesar dos compostos fenólicos estarem

envolvidos na atividade antioxidante, outros fatores podem estar envolvidos.

Observou-se variação extremamente significativa (aumento a capacidade

antioxidante) quando se comparou as amostras expostas à temperatura ambiente e

em 50° C/75%UR (Tabela 13).

Tabela 13: Resultados da Atividade Antioxidante (CE50) para cada amostra

Formulação CE50 μg/mL

1 Amostra ambiente

4,64

1 Amostra 50° C/75%UR 3,89***

2 Amostra ambiente 7,65

2 Amostra 50° C/75%UR 4,50*** p < 0,0001

% DPPH restante

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Conc. ug/mL

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7. BULA DO PRODUTO

PROPOLIS 260MG CÁPSULAS

Forma farmacêutica: Cápsula

Via de administração: oral

Apresentação: frasco contendo 60 cápsulas gelatinosas

USO ADULTO

Composição:

Cada capsula contém:

Extrato tipificado de própolis verde..................................130 mg

Extrato tipificado de própolis vermelha............................ 130 mg

Excipiente qsp..............................................................1 cápsula

Excipientes: lactose, celulose microcristalina, lauril sulfato de sódio, amido farmacêutico, Estearato de

magnésio

INFORMAÇÕES AO PACIENTE

Como este medicamento funciona?

PRÓPOLIS é uma substância elaborada dentro da colméia. Sua composição inclui 55% de resinas e bálsamos,

30% de ceras, 10% de pólens e de metabólicos secundários incluindo, flavonóides, ácidos fenólicos, além de

minerais. Sua composição, cor, sabor, odor, e consistência dependem das espécies vegetais de onde provém.

Muito utilizada como medicamento popular no tratamento de várias enfermidades, sua principal função é

fortalecer o sistema imunológico, atuando na prevenção — e, em alguns casos, na cura — de diversas doenças.

Estudos comprovam suas propriedades terapêuticas.

Por que este medicamento foi indicado?

Cápsulas de própolis são indicadas em doenças respiratórias agudas ou crônicas, como asma, bronquite e

estados gripais; doenças inflamatórias como: sinusite, amigdalite. Pode ser utilizado como estimulador do

sistema imunológico em pacientes com baixa resistência ou com leucopenia, para o tratamento de úlceras

gástricas e duodenites causadas pelo Helicobacter pilori (mais de 60% das úlceras gástricas são provocadas por

esta bactéria) e na prevenção do envelhecimento precoce, combatendo os radicais livres.

Quando não devo usar este medicamento?

Quando tiver histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula não deve

fazer uso do produto.

Como devo usar este medicamento?

USO ORAL. Tomar 3 cápsulas ao dia ou a dosagem indicada pelo seu médico.

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Se esquecer de tomar uma cápsula de PROPOLIS 260 mg tome uma única cápsula assim que se lembrar, e siga

depois o seu esquema de aplicação habitual. Não aplique uma dose dupla para compensar.

Se estiver utilizando outro medicamento converse com o seu médico sobre o uso de PROPOLIS 260 mg

Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação de um médico e/ ou

farmacêutico

Não use o medicamento com prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.

Assim como todos os medicamentos, informe ao seu profissional de saúde o uso deste produto.

Quais os males que este medicamento pode causar?

Segundo pesquisas feitas 0,05% dos apicultores manifestam alergia à própolis. Os tipos de reação alérgica mais

freqüente são os eritemas e pápulas avermelhadas. Por isso deve haver a possibilidade real de efeito colateral

deste gênero nas pessoas mais sensíveis. Caso a ingestão da própolis ou a aplicação local provoquem eritemas

e dermatites, é mais seguro considerá-las uma espécie de reação alérgica. Caso ocorra este tipo de efeito

colateral, recomenda-se interromper a sua administração.

O que fazer se alguém usar uma grande quantidade deste medicamento de uma só vez?

Não há relatos de intoxicações por superdosagem na literatura. Em caso de suspeita de superdosagem,

suspender o uso e procurar orientação médica de imediato.

Onde e como devo guardar este medicamento?

Conservar o medicamento em sua embalagem original, protegendo da luz, calor e umidade. Nestas condições,

o medicamento se manterá próprio para o consumo, respeitando o prazo de validade indicado na embalagem.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Características farmacológicas:

Os diversos estudos com a própolis tem apresentado propriedades analgésica (PAULINO et al 2006),

antibacteriana (MARCUCCI et al., 2001, VARGAS et al., 2004, REZENDE et al., 2006; PACKER, LUZ, 2007; CABRAL

et al, 2009, JUIZ, ALVES, BARROS, 2010), antifúngica (OLIVEIRA et al., 2006; LONGHINI et al.,2007), antiviral

(VYNOGRAD et al., 2000, GEKKER et al., 2005), antiinflamatória (BORRELLI et al., 2002, KOSALEC et al., 2005,

PAULINO et al 2006), antioxidante (AHN et al., 2007; VICENTINO; MENEZES, 2007; CARPES et a, 2008; CABRAL

et al, 2009), cicatrizante (GREGORY et al., 2002, SANTOS, VIANNA, GAMBA, 2007, BARBOSA, 2009),

antitumoral, imunomodulatória (ORSOLIC et al., 2005; SFORCIN, 2005, fitohormonal (DAUGSCH et al, 2006),

hipocolesterolêmica (ALVES, 2008). Segundo MARCUCCI (1996) esse grande potencial biológico da própolis,

deve-se a um sinergismo que ocorre entre os seus muitos constituintes.

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Indicações:

Cápsulas de própolis são indicadas em doenças respiratórias agudas ou crônicas como asma, bronquite e

estados gripais; doenças inflamatórias como sinusite e amigdalite; como estimulador do sistema imunológico

em pacientes com baixa resistência ou com leucopenia, para o tratamento de úlceras gástricas e duodenites

causadas pelo Helicobacter pilori (mais de 60% das úlceras gástricas são provocadas por esta bactéria) e na

prevenção do envelhecimento precoce, combatendo os radicais livres.

Contra indicações:

Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula não devem

fazer uso do produto.

Modo de usar e cuidados de conservação:

Uso oral. Manter o medicamento em sua embalagem original, protegendo-o da luz, do calor e da umidade.

Conservar o produto em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), em sua embalagem original, ao abrigo da

luz e umidade.

Posologia:

Tomar de 2 a 3 cápsulas ao dia.

Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação de um médico e/ou

farmacêutico.

Advertências:

Caso a ingestão da própolis provoque eritemas e dermatites, é mais seguro considerá-las uma espécie de

reação alérgica. Caso ocorra este tipo de efeito colateral, recomenda-se interromper a sua administração.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco: desconhecidas até o presente momento.

Interações medicamentosas:

Desconhecidas até o presente momento.

Reações adversas a medicamentos:

Segundo pesquisas feitas, 0,05% dos apicultores manifestam alergia à própolis. Os tipos de reação alérgica mais

freqüente são os eritemas e pápulas avermelhadas. Por isso deve haver a possibilidade real de efeito colateral

deste gênero nas pessoas mais sensíveis. Caso a ingestão da própolis ou a aplicação local provoquem eritemas

e dermatites, é mais seguro considerá-las uma espécie de reação alérgica.

Superdose:

Não há relatos de intoxicações por super dosagem na literatura

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Armazenagem

Manter o medicamento em sua embalagem original, protegendo-o da luz, do calor e da umidade.

Conservar o produto em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), em sua embalagem original, ao abrigo da

luz e umidade.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

DIZERES LEGAIS

Reg. M.S. nº

Responsável Técnico: Priscila Vautier CRF: 24728

Nome completo e endereço do fabricante e do titular do registro: xxxxxxxxxxxLtda

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa: xxxxxxxxxxxxxxxx

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8 RÓTULO E CARTUCHO

Figura 14: Modelo Sugestivo de Rótulo do Frasco do Produto Final

Figura 15: Modelo Sugestivo do Cartucho do Produto Final

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9 CONCLUSÂO As própolis vermelhas e verdes possuem características químicas distintas,

sugerindo um incremento farmacológico no uso das mesmas, associadas na mesma

forma farmacêutica.

O desenvolvimento farmacotécnico de cápsulas contendo extrato de própolis

vermelha e verde requereu estratégias específicas para veiculação do mesmo,

devido suas características físicas, tendo como concentração máxima de própolis no

granulado obtido o valor de 40%, não possibilitando obter cápsulas com quantidade

maior que 290mg por unidade posológica.

O estudo de estabilidade preliminar evidenciou a diminuição na concentração

de teor de fenóis totais e o aumento da atividade antioxidante.

Na comparação entre a formulação 1 e 2 a primeira apresentou melhores

condições para futuros estudos de fase clínica, a fim de verificar os efeitos

farmacodinâmicos, farmacológicos e clínicos, tanto quanto identificar reações

adversas ao produto.

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