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TCC coordenação motora

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SOCIEDADE EDUCACIONAL PINHALZINHO

33

SOCIEDADE EDUCACIONAL PINHALZINHO

HORUS FACULDADES

Adair Werlang

AVALIAO DAS HABILIDADES MOTORAS E SUA RELAO ENTRE FATORES DO AMBIENTE EM QUE CRIANAS, COM IDADE ENTRE 6 E 7 ANOS

VIVEM

Pinhalzinho/SC

2013ADAIR WERLANG

AVALIAO DAS HABILIDADES MOTORAS E SUA RELAO ENTRE FATORES DO AMBIENTE EM QUE CRIANAS, COM IDADE ENTRE 6 E 7 ANOS VIVEMTrabalho de Concluso de Curso apresentado Horus Faculdades como parte dos requisitos para a obteno do grau de licenciado em Educao Fsica.

Professora: Me. Adriana Ftima MeneghettiPinhalzinho/SC

2013

Dedico este trabalho, em especial a minha esposa Iverni, aos meus filhos Enrique e Vitria, pelo apoio incondicional, pela motivao e pela pacincia que tiveram com este pai e esposo ausente durante a caminhada acadmica.AGRADECIMENTOS

Agradeo primeiramente a Deus pela fora e por sempre mostrar os caminhos corretos, me iluminando e impulsionando em todos os momentos.

Aos meus pais que mesmo em memria, me ensinaram que apesar das inmeras dificuldades presentes em nossa vida, a felicidade est nos pequenos detalhes. Ensinaram-me ainda o caminho do bem, da perseverana, da lealdade e da honestidade.

A minha esposa Iverni, a grande responsvel pela minha graduao, me incentivando e apoiando em todos os momentos dessa longa e rdua caminhada.

Aos meus filhos Enrique e Vitria, minha maior inspirao. Obrigado pela compreenso de passar uma grande parte de sua infncia com o pai muitas vezes ausente. A vocs dedico essa grande conquista.

A minha Professora orientadora Adriana Ftima Meneghetti, que mesmo nos momentos em que esteve distante, sempre se mostrou disposta a ajudar no que foi preciso, pelo grande crescimento profissional e acadmico que me possibilitou.

Professora Ires Frozza, que no me deixou desistir, quando os problemas pessoais quase me deixaram pelo caminho.

Ao colega e amigo Fabrcio Eberhardt, companheiro fiel e parceiro de praticamente todos os trabalhos acadmicos. Obrigado pela amizade verdadeira e pelo apoio, principalmente nos momentos mais difceis da caminhada. Ao amigo Jorge Batistel, pela amizade, pela parceria e pelos momentos de descontrao e alegria que proporcionou a todos com a sua irreverncia, simpatia e bom humor.

A minha colega e amiga Joana, pela companhia agradvel em nossas idas e voltas dirias nesses quatro anos.

Ao mestre e amigo Professor Marciano Luca Parisoto, que mudou o meu conceito de Educador Fsico, com o seu vasto conhecimento, de fundamental importncia para minha caminhada na vida acadmica e profissional!

A todas essas pessoas. MUITO OBRIGADO!!

Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo est vendo e pensar uma coisa diferente... (Roger Von Oech)RESUMOWERLANG, Adair. Avaliao das habilidades motoras e sua relao entre fatores do ambiente em que crianas, com idade entre 6 e 7 anos vivem 45 f. Trabalho de Concluso de Curso (Licenciatura em Educao Fsica). Horus Faculdades, Pinhalzinho/SC, 2013.

O presente estudo teve como principal objetivo avaliar o estgio de desenvolvimento motor e relacionar esses resultados com os fatores ambientais em crianas com idade entre seis e sete anos de duas escolas do municpio de So Carlos, sendo uma localizada na cidade e a outra no interior do municpio. A amostra foi formada em 24 alunos, sendo 12 do sexo feminino e 12 do sexo masculino. Foram avaliadas trs habilidades motoras fundamentais de cada aluno, sendo elas: o equilbrio em um p, o salto horizontal e o arremesso por cima. Cada habilidade motora fundamental dos alunos foi classificada em estgios: inicial, elementar ou maduro. Para obteno dos resultados, usamos a sequncia desenvolvimentista de movimentos fundamentais, proposta por Gallahue e Ozmun (2005). Os resultados obtidos nos indicaram uma diferena de valores entre as crianas da escola do interior e da cidade. As crianas avaliadas na escola do interior tiveram um desempenho consideravelmente superior estando em sua maioria no estgio maduro, enquanto que as crianas da cidade na sua grande maioria atingiram o estgio elementar e inicial no desenvolvimento das habilidades pesquisadas. Alm dos testes foi enviado um questionrio para os pais, a fim de investigar o ambiente em que as crianas vivem, assim como as atividades, brincadeiras e jogos praticados na maior parte do tempo livre no contra turno escolar. Atravs desse questionrio levantou-se a hiptese de que o desempenho motor dos alunos est diretamente ligado aos estmulos vindas de casa ou de atividades extraescolares, uma vez que a maioria dos alunos da cidade no tm um lugar apropriado para brincar em casa, e passam a maior parte do tempo livre em frente ao computador ou a televiso.Ao contrario, as crianas que moram na zona rural onde existe um espao adequado, e as crianas passam a maior parte do tempo livre fazendo brincadeiras e jogos que estimulam as habilidades motoras aqui pesquisadas e consequentemente, apresentaram um nvel de desenvolvimento compatvel com a idade. Palavras-chave: desenvolvimento motor, fatores ambientais, habilidades motoras fundamentais.

LISTA DE GRFICOS

Grfico 1: Referente habilidade motora de equilbrio em um p em relao escola33Grfico 2: Referente habilidade motora de salto em distncia em relao escola35Grfico 3: Referente habilidade motora arremesso por cima em relao escola36Grfico 4: Analise das habilidades motoras em relao ao gnero Escola interior37Grfico 5: Analise das habilidades motoras em relao ao gnero Escola cidade38LISTA DE FIGURASFigura 1: As fases do desenvolvimento motor18Figura 2: Estgio maduro do equilbrio em um p26Figura 3: Estgio maduro do salto horizontal27Figura 4: Estgio maduro do arremesso28LISTA DE QUADROSQuadro 1: Sequencia de desenvolvimento para equilbrio em um p26Quadro 2: Sequencia de desenvolvimento para o salto horizontal26Quadro 3: Sequencia de desenvolvimento para arremesso por cima27SUMRIO

1 INTRODUO111.1 TEMA121.2 JUSTIFICATIVA121.3 PROBLEMA131.4 OBJETIVOS141.4.1 Objetivo Geral141.4.2 Objetivos Especficos142 REFERENCIAL TERICO152.1 O SER HUMANO E SEU DESENVOLVIMENTO MOTOR152.2 AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR162.3 FATORES AMBIENTAIS E SUA INTERFERNCIA NO DESENVOLVIMENTO MOTOR182.4 HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS20

2.4.1 A fase fundamental de aquisio de habilidades motoras212.5 APRENDIZAGEM MOTORA: O PROCESSO DE AQUISIO DE HABILIDADES MOTORAS222.5.1 Fatores que influenciam na aquisio de habilidades motoras232.5.2 Habilidades motoras fundamentais em questo: equilbrio, salto e arremesso por cima243 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS293.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA293.1.1 Quanto aos objetivos293.1.2 Quanto aos procedimentos303.2 POPULAO E AMOSTRA303.3 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS314 ANLISE DOS DADOS334.1 ANALISE DA HABILIDADE MOTORA: EQUILIBRIO EM UM P334.2 ANALISE DA HABILIDADE MOTORA: SALTO EM DISTNCIA354.3 ANALISE DA HABILIDADE MOTORA: ARREMESSO POR CIMA364.4 ANALISE DA HABILIDADE MOTORA POR GNERO: MENINOS E MENINAS375 CONSIDERAES FINAIS40REFERENCIAS43APENDICE451 INTRODUO

A Educao Fsica desde a sua introduo como disciplina obrigatria nas escolas, inicialmente influenciada por mtodos e tendncias, passou por transformaes conceituais e metodolgicas importantes para o processo de ensino e aprendizagem. No passado, a Educao Fsica tinha como objetivo a resistncia fsica, inicialmente influenciada pelas instituies militares e da categoria profissional dos mdicos, dando nfase ao adestramento fsico em defesa da ptria, mo de obra necessria ao processo de industrializao e a [...] questo do esforo por ela exercido a esteriotipao do comportamento masculino e feminino em nossa sociedade (CASTELLANI, 1988, p. 14).

Buscando perceber uma Educao Fsica diferente do contexto de onde ela surgiu que nos embrenhamos nesse trabalho. Nesse sentido essa pesquisa tem como objetivo avaliar e compreender a importncia do espao adequado para as atividades recreativas e dos estmulos externos no desenvolvimento motor de crianas. Tendo em vista que as atividades fsicas sistematizadas devem estar presentes no dia a dia das crianas, buscamos entender atravs da avaliao do nvel de desenvolvimento motor, sua relao com os fatores ambientais em 24 alunos, de duas escolas do municpio de So Carlos, SC, sendo que as duas esto situadas em ambientes diferentes, ou seja, uma na cidade e a outra no interior do municpio. Para tanto, nos utilizamos dos testes motores de Gallahue (2005)

Alm disso, nos utilizamos de um questionrio respondido pelos pais, com perguntas direcionadas ao espao disponvel para a prtica de atividades e brincadeiras, ao estmulo dado pelos pais, e ocupao do tempo livre. Com o resultado dos testes, pretendemos sugerir atividades para que as aulas de Educao Fsica possam dar subsdios s crianas para que consigam atingir o estgio maduro das habilidades motoras fundamentais.Finalmente, pretendemos com essa pesquisa, mostrar a importncia de uma prtica pedaggica eficiente, uma vez que o desenvolvimento motor da criana contribui diretamente na formao intelectual dos alunos, mostrando assim para a sociedade, que a Educao Fsica escolar muito mais do que uma aula de recreao e brincadeiras. Sendo assim, o professor deve estar dotado de conhecimentos que lhe permitam usar a recreao nas aulas de Educao Fsica como ferramenta para o desenvolvimento motor das crianas.Atravs desse estudo, procuramos conhecer mais sobre o desenvolvimento motor e os fatores que influenciam na aquisio das principais habilidades motoras. 1.1 TEMA E DELIMITAO DO TEMA.

O desenvolvimento motor de extrema importncia no desenvolvimento integral da criana, portanto, o professor de Educao Fsica deve ter um amplo conhecimento sobre o assunto, para que no queimar etapas no desenvolvimento dos alunos. Assim, uma boa formao dos educadores se torna indispensvel para a qualidade das aulas que venham a contribuir na formao cognitiva, motora, intelectual e social do indivduo. O conhecimento dos processos de desenvolvimento situa-se no mago da educao, seja na sala de aula, no ginsio ou no campo de esportes. (GALLAHUE, 2005, p.3).

Em vista disso, nos propomos a fazer uma pesquisa onde verificamos o nvel de desenvolvimento motor e a sua relao entre os fatores ambientais dos alunos entre 6 e 7anos de idade, em duas escolas com diferenas ambientais e culturais.1.2 JUSTIFICATIVA

A Educao Fsica escolar nos anos iniciais assumiu uma importncia pedaggica fundamental na formao dos indivduos. de responsabilidade do professor buscar constantemente conhecimentos e mtodos facilitadores para que o processo educativo seja de fato um elo entre o movimento e a formao intelectual da criana.

A Educao Fsica uma ferramenta auxiliadora no processo de ensino/aprendizagem. Sendo assim, as metodologias usadas nas aulas devem contemplar as diferentes situaes, respeitando as faixas etrias, as diferentes capacidades fsicas e intelectuais e conhecer o contexto cultural e social em que est inserido. por essa razo que o professor de Educao Fsica deve ter o conhecimento necessrio que lhe permita conhecer os objetivos da sua rea de atuao.

Para que as aulas de Educao Fsica tenham uma contribuio na formao integral dos alunos, importante que o educador tenha o conhecimento de cada aluno, que saiba das suas capacidades fsicas e intelectuais, assim como do contexto cultural, social e ambiental no qual est inserido, e num conjunto de aes e de mtodos eficientes, desenvolver uma educao voltada ao movimento.

Muito pode ser ganho com o aprendizado do desenvolvimento motor em todas as idades e com a anlise desse desenvolvimento como um processo que dura toda a vida (GALLAHUE, 2005, p.5).

Em vista disso, a pesquisa foi realizada com o propsito de contribuir para a melhoria do conceito que a sociedade tem da Educao Fsica escolar, mostrando a importncia do professor na mediao do conhecimento e na contribuio que esta disciplina pode ter no desenvolvimento intelectual, humano e na formao do cidado como um ser total.

Ainda, essa pesquisa nos permitiu a ampliao do conhecimento acadmico, dando-nos os subsdios necessrios para contribuir no processo de ensino, trazendo para as escolas uma nova perspectiva para as aulas de Educao Fsica, capaz de promover melhorias na educao, capacitando-nos para encarar com segurana a carreira de futuros professores de Educao Fsica.

1.3 PROBLEMA

Tendo em vista que o conhecimento do tema, desenvolvimento motor, poder servir de parmetro para a prtica pedaggica nas aulas de Educao Fsica, nos perguntamos: Qual a relao entre desenvolvimento motor e fatores ambientais em crianas com idade entre 6 e 7 anos de idade ?1.4 OBJETIVOS1.4.1 Objetivo Geral

Verificar o nvel de desenvolvimento motor das habilidades motoras fundamentais e a influncia dos fatores ambientais no desenvolvimento motor, em crianas de 6 a 7 anos de idade.1.4.2 Objetivos especficos TC "1.3.2 Objetivos especficos" \l 3 Classificar as habilidades motoras pesquisadas em Inicial, Elementar e Maduro a fim de analisar seu estgio de desenvolvimento motor; Identificar os movimentos em que os alunos apresentam menor nvel de desenvolvimento das habilidades motoras pesquisadas, a fim de contribuir para a elaborao de atividades que supram essas necessidades nas aulas de Educao Fsica; Comparar as habilidades fundamentais dos meninos e meninas da mesma faixa etria para identificar se existe alguma superioridade de gnero, em relao s habilidades motoras fundamentais; Verificar se os fatores externos como espao habitacional, participao em escolinhas desportivas e estmulos dos pais influenciam no processo de desenvolvimento motor dos alunos, para compreender as individualidades; (observao e questionrios).2 REFERENCIAL TERICO

2.1 O SER HUMANO E O SEU DESENVOLVIMENTO MOTOR

de suma importncia o estudo do desenvolvimento motor para o entendimento da aquisio das habilidades motoras. Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 3):Desenvolvimento motor a contnua alterao no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interao entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivduo e as condies do ambiente. Os autores citados acima demonstram tambm que: O termo motor usado sozinho refere-se aos fatores biolgicos e mecnicos que influenciam o movimento.

O desenvolvimento um processo que se inicia com a concepo at a maturidade cessando somente com a morte. Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p.15): Maturao refere-se a alteraes qualitativas que capacitam o indivduo a progredir para nveis mais altos de funcionamento. As exigncias fsicas e motoras especficas de uma tarefa motora interagem com o fator biolgico e com o fator de experincia e aprendizagem.

Segundo Tani (2008), o desenvolvimento motor composto por fatores internos e externos. Os internos como a maturao, que gera modificaes internas que acarretam mudanas no comportamento. E, os externos, que consideram por exemplo, os estmulos adquiridos atravs do meio em que o indivduo vive. As questes bsicas do estudo do desenvolvimento motor so: O que muda, quando muda, como muda e por que muda, levando em conta ainda a natureza desse fenmeno.

Para Gallahue e Ozmun (2005), o termo motor quando utilizado sozinho refere-se aos fatores biolgicos e mecnicos que influenciam o movimento. Ento, desenvolvimento motor, consequentemente, poderia ser definido como uma alterao progressiva nos movimentos dos indivduos.

Gallahue e Donnelly (2008), dizem que vrios podem ser os fatores determinantes no processo de desenvolvimento motor do ser humano, a maturao por si s no contar para que alcancem uma fase auge do desenvolvimento. Esses fatores esto ligados ao lugar onde o indivduo vive e/ou estuda, as oportunidades de praticar movimentos diversos, uma variedade de objetos auxiliares, profissionais da rea capacitados e que entendam sobre o desenvolvimento.O desenvolvimento motor ocorre por fatores internos e externos. Fatores internos, assim como a maturao relacionada gentica do indivduo, e externos assim como os estmulos vindos do meio onde esse indivduo vive. Para Gallahue e Ozmun (2005, p. 15): maturao refere-se a alteraes qualitativas que capacitam o indivduo a progredir para nveis mais altos de funcionamento.Gallahue e Donnelly (2008), dizem que vrios podem ser os fatores determinantes no processo de desenvolvimento motor do ser humano, a maturao por si s no contar para que alcancem uma fase auge do desenvolvimento. Esses fatores esto ligados ao lugar onde o indivduo vive e/ou estuda, as oportunidades de praticar movimentos diversos, uma variedade de objetos auxiliares, profissionais da rea capacitados e que entendam sobre o desenvolvimento.Para eles, o desenvolvimento motor uma mudana progressiva no comportamento motor e resultado da interao entre a tarefa de movimento com a biologia do indivduo e as condies do ambiente de aprendizado.

Ainda segundo os mesmos autores, o comportamento dividido nas reas cognitiva, afetiva e psicomotora. No aprendizado motor o movimento desempenha a parte principal, assim como as alteraes no aprendizado e no desenvolvimento e os processos maturacionais vinculados ao desempenho motor fazem parte do comportamento motor.

2.2 AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor, nos primeiros anos de vida, um processo que ocorre gradual e progressivamente. A representao mais comum do processo de desenvolvimento enfoca a estabilidade do comportamento, ou seja, os diferentes nveis de estabilidade pelos quais o organismo passa ao longo do tempo. Entretanto, alm de a estabilidade ser importante para o desenvolvimento motor, a mudana de um nvel para outro que caracteriza esse processo, de acordo com o Tani (2008). Esses nveis correspondem aos estgios, fases ou etapas da sequncia de desenvolvimento.

Dessa forma, o desenvolvimento motor passa por algumas fases para aprimorar as habilidades fundamentais do ser humano; assim segundo Gallahue e Ozmun (2005) a transio de um padro de movimento para um padro preferido chamada de fase. Deve-se tomar cuidado para que o nvel de cobrana seja considerado individualmente, ou seja, cada indivduo possui seu tempo para desenvolver suas habilidades, alm de observar em qual nvel se encontra essa pessoa, para que ela somente d sequncia no avano de estgios atravs da aprendizagem.

De acordo com o Tani (2008) o desenvolvimento dividido em: Fase dos movimentos fetais, dos movimentos relativos e espontneos, de aes motoras bsicas, de combinao das aes motoras bsicas e de aes motoras especializadas Cada nvel do desenvolvimento motor forma uma base indispensvel para a aprendizagem do nvel posterior.

Segundo Gallahue e Ozmun(2005), o processo de desenvolvimento motor pode ser considerado sob o aspecto de fases e sob o aspecto de estgios.

As fases so classificadas por Gallahue e Donnelly (2008) como as fases do desenvolvimento reflexivo, rudimentar, fundamental e especializada. Tais termos so decorrentes de suas caractersticas, isto , a fase de desenvolvimento reflexivo conceituada como uma fase na qual a criana move-se de forma involuntria, seus movimentos so instintivos, espontneos. A fase rudimentar o perodo no qual o indivduo comea a organizar os estmulos recebidos at ento e us-los de forma consciente, voluntria.

A prxima fase, depois da reflexiva e rudimentar, a fase fundamental, na qual a criana est apta a desenvolver e construir a base de todas as aprendizagens motoras seguintes. considerada uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano. Para Gallahue e Donnelly (2008), nessa fase que as crianas conseguem atingir um estgio maduro no controle motor, isto , nas suas habilidades motoras, e partem para uma fase especializada na execuo de seus movimentos, durante a segunda fase da infncia, adolescncia e idade adulta.

Finalmente temos a fase especializada, quando a criana atinge os padres motores fundamentais maduros, que foram refinados e combinados para formar habilidades esportivas e outras habilidades motoras especficas e complexas. Habilidades especializadas so especficas de tarefas, porm os movimentos fundamentais no o so. Para Gallahue e Ozmun (2005,p.368):O desenvolvimento de habilidades motoras especializadas altamente dependente de oportunidades para a prtica, encorajamento, ensino de qualidade e o contexto ecolgico do ambiente.

Figura 1- As fases do desenvolvimento motor.

Fonte: Gallahue e Ozmunn(2005)

Ainda, essas fases so interligadas, interdependentes, ou seja, o desenvolvimento ocorre gradativamente, relacionado idade e no depende dela, mas sim de vrios fatores que a influenciam. A cada fase, o ser humano adquire caractersticas prprias do nvel de seu desenvolvimento motor. Ao longo dos anos, com a maturao e auxlio das experincias que o meio possibilita a criana avana de nvel. Cada nvel do desenvolvimento motor forma base indispensvel para a aprendizagem do nvel posterior.2.3 FATORES AMBIENTAIS E SUA INTERFERENCIA NO DESENVOLVIMENTO MOTOR .De acordo com Tani (1978), existem crianas que so mais estimuladas motoramente no ambiente em que vivem, recebem estmulos da famlia, possuem uma rea ampla e cheia de recursos para se desenvolverem plenamente. Outras crianas se encontram desprovidas de recursos, essas vivenciam pouco as situaes prprias do mundo infantil, no recebendo, desta forma, oportunidades necessrias para um desenvolvimento mais amplo, podendo aumentar a possibilidade de apresentar falha no seu desenvolvimento.De acordo com Rosa Neto (2002), a maioria dos comportamentos humanos parece resultar, em grande parte, de modelos de crescimento determinados geneticamente. O desenvolvimento motor se produz pela combinao de influncias da maturao e das influncias do ambiente.Para Gallahue e Ozmunn (2005), o processo de desenvolvimento ocorre em ambientes sociais de brincadeiras, jogos, atividade fsica e esportes e, portanto, influenciado pelo ambiente cultural do indivduo. A adolescncia caracterizada pela explorao e pela experimentao, processos que podem ter consequncias permanentes.Segundo Nobre et al. (2009), do que se tem visto nos dias atuais pode se verificar um consenso entre os tericos interacionistas, os mesmos referem em seus estudos que um indivduo se desenvolve a partir do ambiente no qual est inserido. E isto reafirmado novamente pelos estudiosos do comportamento motor, que verificam que as individualidades de cada ser, caractersticas socioeconmicas e culturais que contextualizam o ambiente inserido bem como a realizao de trabalhos em seus diferentes contextos, so primordiais para determinar o desenvolvimento motor.Ainda para o mesmo autor, um fator de suma importncia tanto quanto a organizao estrutural do ambiente fsico inserido, a atuao de um agente mediador para facilitar o processo de desenvolvimento de um indivduo, pois um agente mediador denominado como todo aquele, tanto adulto como criana, que carrega uma experincia vivenciada ou conhecimento em um determinado tipo de tarefa, a qual pode promover a evoluo de outrem. Para Silveira et al (2005), pode se verificar que uma criana no estado inicial de seu desenvolvimento motor no est relacionada apenas com a maturao neurolgica, mas sim com um sistema auto organizado, como por exemplo, as tarefas realizadas pelo indivduo, e o meio em que se encontra. Saber explorar o meio que o cerca tanto como os objetos quanto a suas relaes com o ambiente, favorece no desenvolvimento de um ser.Segundo Gallahue (2003), so necessrias condies ambientais adequadas (que devem incluir oportunidade para a prtica, encorajamento e instruo) para que a criana atinja o estgio amadurecido de suas habilidades motoras fundamentais .Essas experincias motoras iro fornecer toda a base de informaes que a criana necessita para perceber a si mesma e tambm o ambiente em que ela vive.No aprender da criana, fatores biolgicos so influenciados pelos ambientais que, por sua vez, tambm so influenciados pelos primeiros, levando aquisio de novas habilidades, conhecimentos, sentimentos etc. Segundo (Brando, 1992, p.27)

Os nossos conhecimentos intelectivos, as noes sobre os objetos, o espao, o tempo e a causalidade etc., so adquiridos por aprendizagem graas s experincias vividas ou ao que nos foi comunicado por outros. Os fatores que atuam na aprendizagem esto principalmente ligados ao meio e s condies do ambiente em que vivemos e nos desenvolvemos .

2.4 HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS

A habilidade motora:

[...] entendida aqui como um padro de movimento fundamental realizado com preciso, exatido e controle maiores. Na habilidade motora, a preciso enfatizada e o movimento extrnseco ilimitado; em um padro de movimento fundamental, o movimento enfatizado, mas a preciso limitada e no necessariamente vista como o objetivo. (GALLAHUE, OZMUN, 2005, p.19).

Para Gallahue e Donnelly (2008), o termo habilidade motora, definido como o desenvolvimento do controle motor, a preciso e a exatido na execuo dos movimentos fundamentais e especializados. Os primeiros movimentos do ser humano, ainda criana, so involuntrios, sendo que com sequencial prtica e com o passar do tempo os mesmos tornam-se voluntrios, o indivduo aumenta e melhora seu desempenho devido aquisio de habilidades motoras atravs de seu desenvolvimento biolgico e da aprendizagem motora. Dessa forma a criana consegue explorar o potencial motor de seu corpo, movimentando-se atravs do espao, ou seja, locomovendo-se. Assim tambm comea a criar estabilidade, controlar sua musculatura em oposio gravidade e tambm a manipular objetos de seu ambiente.

Para Gallahue e Ozmun (2005, p. 220): os traos bsicos de um movimento fundamental devem ser iguais em todas as crianas. Ou seja, todo movimento contm elementos bsicos que podem ser observados em toda criana ao execut-lo. possvel perceber que inicialmente a criana deve dominar as habilidades motoras separadamente, para depois gradualmente combinar e aperfeio-las de modo a torn-las habilidades esportivas. Portanto, fundamental que as crianas desenvolvam suas habilidades motoras para que ocorra o desenvolvimento motor. Sabemos que uma criana com superioridade no comportamento motor em uma rea motora, no tem a garantia de que possui habilidade semelhante em outra.

As crianas possuem um potencial de desenvolvimento para atingir o estgio maduro da maior parte das habilidades motoras fundamentais por volta da idade de 6 anos, afirmam Gallahue e Ozmun (2005, p. 221). A criana cognitiva e fisicamente normal influenciada pela maturao e pela experincia, tem progresso de um estgio a outro de forma sequencial. Mas para a habilidade motora chegar ao estgio maduro preciso a oportunidade da prtica de tais movimentos. Dessa forma, as oportunidades de praticar, o encorajamento, a instruo e as condies ambientais so de suma importncia para o desenvolvimento dos padres maduros de movimentos fundamentais.

2.4.1 A fase fundamental de aquisio de habilidades motoras possvel observar no dia a dia que as mudanas mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida da criana, assim o perodo entre dois e sete anos de idade definido por Gallahue e Donnelly (2008), como a fase fundamental de aquisio de habilidades motoras, onde a criana aprende a controlar habilidades como equilbrio, locomoo e manipulao. Alm disso, essas habilidades so desenvolvidas em trs estgios, partindo do inicial ao elementar encerrando com o estgio maduro, sendo que elas podem atingir o estgio maduro na maioria dos movimentos fundamentais aos seis ou sete anos de idade.

Para Gallahue e Ozmun (2005), as habilidades motoras so divididas em trs categorias de movimento, sendo elas a de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos. Os movimentos estabilizadores referem-se s habilidades motoras de equilbrio em relao gravidade.Os movimentos locomotores so aqueles em que o corpo transportado de um ponto para outro em sentido vertical ou horizontal, como correr, pular, escorregar ou saltar. J os movimentos manipulativos so divididos em rudimentares, relacionados ao fornecimento de fora a objetos e absoro de fora pelo uso das mos ou dos ps, tais como, arremessar, apanhar, chutar, driblar e derrubar e refinados que se referem aos controles motores necessrios para tarefas como abotoar, cortar, imprimir e escrever.Segundo Gallahue e Donnelly (2008), As habilidades motoras seguem uma sequncia de estgios, onde o indivduo progride gradualmente de acordo com a sua capacidade, ou seja, controle motor. A fase fundamental divide-se em trs estgios: Estgio Inicial, Estgio Elementar, Estgio Maduro.

O estgio inicial de desenvolvimento de uma habilidade fundamental caracteriza-se por movimentos desordenados, grosseiramente exagerados e sem coordenao rtmica. Nesse estgio geralmente so encontradas crianas de dois e trs anos. De acordo com os autores o estgio elementar a transio do estgio inicial e o maduro e tpico de crianas dos trs aos cinco anos de idade dependendo primeiramente do amadurecimento. Os movimentos parecem ser inbeis e sem fluidez. Para Gallahue e Donnelly (2008, p. 63):

Muitos adultos alcanaram somente esta fase elementar em atividades bsicas como arremessar, rebater e pegar. Eles progrediram para este estgio primeiramente atravs da maturao, mas por insuficincia da prtica, encorajamento e instruo, falharam ao atingir o estgio maduro.

J no estgio maduro ocorre a integrao de movimentos coordenados e mecanicamente corretos e eficientes. As crianas atingem esse estgio por volta dos seis ou sete anos de idade. Geralmente as crianas atingem o estgio maduro em mdias variadas, sendo que algumas apresentam falhas e outras so avanadas e alcanam o estgio maduro em habilidades especficas mais rapidamente. Essas falhas podem limitar as crianas a obter habilidades esportivas especializadas durante a segunda infncia, adolescncia e idade adulta, prejudicando a aprendizagem de todas as habilidades esportivas devido falta dessa base.

Para Gallahue e Donelly(2008), a avaliao do processo referente forma, estilo e desempenho qualitativo de um movimento fundamental ou habilidade esportiva. Para professores de suma importncia analisar primeiramente a mecnica corporal utilizada para arremessar a bola, e posteriormente a produo da ao, a distncia que a bola atingiu, quantas cestas a criana faz ou a velocidade da mesma.

2.5 APRENDIZAGEM MOTORA: O PROCESSO DE AQUISIO DE HABILIDADES MOTORAS

Conforme Gallahue e Ozmun (2005) a aprendizagem motora um processo interno que produz alteraes consistentes no comportamento individual, pois h a interao da experincia, da educao e do treinamento com processos biolgicos. Nesse sentido, podemos concluir que diferentemente do desenvolvimento motor, que ocorre independentemente da prtica, a aprendizagem motora est diretamente ligada prtica e a experincias passadas. O movimento desempenha a parte principal do aprendizado motor, sendo uma alterao quase que constante no comportamento motor em funo da prtica e de experincias passadas.

Para Gallahue e Donnelly (2008), os processos e produtos do desenvolvimento motor devem constantemente nos lembrar da individualidade do aprendiz. Cada indivduo possui um tempo individual para o desenvolvimento e uma extenso para a aquisio de habilidades.

De acordo com Tani (2008), a aprendizagem motora procura estudar processos e mecanismos envolvidos na aquisio de habilidades motoras e os fatores que a influenciam, ou seja, como a pessoa se torna eficiente na execuo de movimentos para alcanar uma meta desejada. Existem basicamente dois tipos de pesquisa em aprendizagem motora, em uma delas a investigao dos mecanismos e processos subjacentes aquisio de habilidades motoras e na outra a investigao dos fatores que afetam a aquisio de habilidades motoras. De acordo com Valentini (2002), em suas pesquisa notou que interveno motora gera aquisies qualitativas nas respostas motoras e psicolgicas em uma criana, podendo proporcionar a criana alteraes positivas em sua percepo de competncia e desempenho. Portanto foi verificado que toda criana tem que vivenciar e aprender habilidades motoras bsicas para que possa ingressar com sucesso em atividades desportivas e tambm em atividades que envolvam movimentos que melhorem a qualidade de vida.De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), todo indivduo adquire suas habilidades motoras de forma invarivel na primeira infncia e na infncia, porm o ritmo ir depender de indivduo para indivduo.Defende ainda o autor, que condies de privao ambiental podem romper tanto a sequncia como o nvel da aquisio de habilidades motoras.2.5.1 Fatores que influenciam na aquisio de habilidades motoras

Segundo Gallahue e Donnelly (2008), muitos educadores achavam que as habilidades de movimento de uma criana eram desenvolvidas automaticamente, mas agora sabemos que fatores determinantes para o desenvolvimento motor bem sucedido so os fatores ambientais, a iniciativa e o encorajamento, oportunidades frequentes para a prtica e instruo de qualidade em um ambiente ecolgico para desenvolver e aprimorar suas habilidades de movimento.Para Gallahue e Donelly(2008), fatores ambientais, incluindo oportunidades para prtica, encorajamento, instruo e ajuste ao ambiente influenciam significativamente o desenvolvimento das habilidades de movimento.Segundo Gallahue e Donelly (2008), para a criana praticar a sua habilidade motora existem trs fatores que so os recursos, equipamentos e tempo. Os recursos seriam locais para jogar, equipamentos seriam a bola, a cesta de basquete, luvas de beisebol, ou seja, as ferramentas necessrias para a brincadeira. E o tempo seria no sentido de as crianas terem a agenda cheia, pois precisam ir escola, assistir TV e jogar no computador, sendo que pouco tempo dedicado a atividades de movimento.

2.5.2 Habilidades motoras fundamentais em questo: Equilbrio, Salto e Arremesso por cima.

A estabilidade fundamental para todas as atividades que fazemos em nossa vida, afirmam Gallahue e Donnelly (2008), portanto quando trabalhamos o desenvolvimento de habilidade de equilbrio devemos seguir uma progresso partindo de simples a complexas.

As habilidades motoras de equilbrio so a base para todas as outras habilidades. Referem-se capacidade de manter a estabilidade do indivduo em relao fora da gravidade.

Para uma pessoa estar em equilbrio, a linha da gravidade que passa pelo centro da gravidade do indivduo deve tambm estar dentro da base de apoio. Se a linha de gravidade estiver fora da base de apoio, a pessoa no poder permanecer em equilbrio e cair, a menos que movimentos compensatrios sejam feitos ( GALLAHUE E DONNELLY, 2008, p.419).

Segundo Gallahue e Donnelly (2008, p. 454), o salto uma habilidade parecida com a corrida, mas que envolve uma fase de vo mais longa decolagem sobre um p e aterrissagem no outro. J o arremesso consiste em aplicar fora a um objeto com as mos, podendo ser com a mo levantada, abaixada ou de lado, e com ambas as mos.

Para Alves (2008), todo movimento se insere em um estado de tenso tornando possvel um equilbrio mecnico necessrio para que ocorra uma coordenao entre movimentos de vrios segmentos corporais entre os mesmos e no todo. O estado de equilbrio est em constante desenvolvimento de acordo com a evoluo do ser humano ele fundamental e imprescindvel para sua manuteno.

Ainda para o mesmo autor o equilbrio pode ser classificado como equilbrio esttico e dinmico, onde o primeiro definido como um movimento que no apresenta locomoo, como por exemplo, ficar em p, e o outro apresentando movimento com locomoo como andar em marcha normal.

De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), toda habilidade motora fundamental resultado de um processo de desenvolvimento motor biolgico do indivduo e influenciado pelas experincias que ele obteve at ali. Esse processo pode ser observado por possuir caractersticas particulares em cada estgio. Segundo os autores, as habilidades passam por uma sequncia desenvolvimentista em cada estgio da fase fundamental.Para Azevedo e Samelli (2009), o estado de equilbrio consiste no reparo do centro de gravidade dentro de uma rea de superfcie de apoio, apresentandose de trs maneiras: equilbrio esttico e dinmico e equilbrio recuperado.Para Gallahue e Donnelly (2008), as habilidades motoras de equilbrio so as bases para todas as outras habilidades. Referem-se capacidade de manter a estabilidade do indivduo em relao fora da gravidade.

Para uma pessoa estar em equilbrio, a linha da gravidade que passa pelo centro da gravidade do indivduo deve tambm estar dentro da base de apoio. Se a linha de gravidade estiver fora da base de apoio, a pessoa no poder permanecer em equilbrio e cair, a menos que movimentos compensatrios sejam feitos (2008, GALLAHUE E DONNELLY, p.419).

Gallahue e Ozmun (2005), definem o salto como um impulso frente e/ou a cima, atravs da ao de uma ou das duas pernas em conjunto com a ao efetiva dos braos para a impulso, fase de voo e aterrisagem.

Conforme Freire (2003), as habilidades motoras como o correr, arremessar, saltar so fundamentais para a criana, pois no trabalham somente a motricidade, como tambm a socializao, a cognio e a afetividade.Apresentaremos a seguir sequncia das habilidades motoras a serem observadas e analisadas no presente estudo.Quadro 1- Sequncia de desenvolvimento para equilbrio em um p. TC "Quadro 1- Sequncia de desenvolvimento para equilbrio em um p" \f C \l "5" Estgio maduro do equilbrio em um p

1 Pode equilibrar-se de olhos fechados

2 Usa braos e tronco conforme necessidade para manter equilbrio

3 Eleva a perna que no est suportando o peso

4 Focaliza objeto externo enquanto se equilibra

Muda para perna no dominante sem perder equilbrio

Fonte: Adaptado de Gallahue & Ozmun (2005)

Figura 2 Estgio maduro do equilbrio em um s p

TC " FIGURA 01: Salto em Distncia ou Horizontal" \f C \l "5"

Fonte: Estgio maduro do equilbrio em um p, adaptado de Gallahue & Ozmun (2005).

Quadro 2 - Sequncia de desenvolvimento para o salto horizontal TC "Quadro 02- Sequncia de desenvolvimento para o salto horizontal" \f C \l "5" Estgio maduro do salto em distncia (horizontal)

1 Braos se movem para o alto e para trs durante o agachamento

Preparatrio

2 Durante o impulso, braos se inclinam para frente com fora e

alcanam altura

3 Braos mantm-se altos durante toda a ao do salto

4 Tronco inclinado em ngulo aproximado de 45 graus

5 nfase maior na distncia horizontal

6 Agachamento preparatrio profundo e consistente

7 Extenso completa de tornozelos, joelhos e quadris ao impulsionar

8 Coxas mantm-se paralelas ao solo durante o voo; pernas pendem

Verticalmente

9 Peso corporal inclina-se para a frente ao pousar

Fonte: Adaptado de Gallahue & Ozmun (2005).

Figura 3 Estgio maduro do salto horizontal

TC " FIGURA 02: Arremesso" \f C \l "5"

Fonte: Estgio maduro do salto horizontal, adaptado de Gallahue & Ozmun (2005).

Quadro 3- Sequncia de desenvolvimento para arremesso por cima TC "Quadro 03- Sequncia de desenvolvimento para arremesso por cima" \f C \l "5" Estgio maduro do arremesso por cima

1 Brao inclinado para trs na preparao

2 Cotovelo oposto elevado para equilbrio como ao preparatria

no brao de arremesso

3 Cotovelo de arremesso se move para frente horizontalmente

enquanto se estende

4 Antebrao gira e polegar aponta para baixo

5 Tronco gira claramente para o lado do arremesso durante ao

Preparatria

6 Ombro de arremesso cai levemente

7 Rotao definida atravs dos quadris, pernas, espinha (sic) e

ombros durante o arremesso

8 Peso no p de trs durante movimento preparatrio

9 Conforme o peso se move, um passo dado com p oposto

Fonte: Adaptado de Gallahue & Ozmun (2005).

Figura 4 Estgio maduro do arremesso

TC " FIGURA 03: Estgio de Desenvolvimento" \f C \l "5"

Fonte: Estgio maduro do arremesso, adaptado de Gallahue & Ozmun (2005).

Ao analisar os quadros e figuras adaptados de Gallahue e Ozmun (2005) percebemos que os movimentos tm caractersticas que podem indicar em quais estgios de desenvolvimento motor est cada indivduo e, assim como para o estgio maduro, os autores tambm mostram a sequncia desenvolvimentista de cada habilidade em seu estgio inicial e elementar.

3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA

Realizamos uma pesquisa de campo envolvendo alunos, de 6 a 7 anos de duas escolas, sendo uma localizada no interior e outra na cidade, a fim de verificar o nvel de desenvolvimento motor das habilidades motoras fundamentais e a relao dos fatores ambientais na aquisio dessas habilidades, em crianas com idade entre 6 e 7 anos de idade.A presente pesquisa tem como carter uma abordagem qualitativa, isto , segundo Marconi e Lakatos (2008), uma metodologia que se preocupa com a anlise e interpretao de aspectos mais complexos, pois fornece informaes mais subjetivas sobre as viscissitudes do comportamento humano. tambm quantitativa, pois, de acordo com Richardson (1999, apud MARCONI; LAKATOS, 2008, p.269):

Caracteriza-se pelo emprego da quantificao tanto nas modalidades de coleta de informaes quanto no tratamento delas por meio de tcnicas estatsticas, desde as mais simples como percentual, mdia, desvio padro s mais complexas, como coeficiente de relao, anlise de regresso etc.

3.1.1 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos classifica-se como exploratria, pois tem como objetivo principal a avaliao do nvel de desenvolvimento e a influncia dos fatores ambientais no desenvolvimento motor dessas crianas.Uma pesquisa exploratria que para Minayo (2003), utilizada para realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que ser realizada, ou seja, familiarizar-se com o fenmeno que est sendo investigado, de modo que a pesquisa subsequente possa ser concebida com uma maior compreenso e preciso. A pesquisa exploratria, que pode ser realizada atravs de diversas tcnicas, geralmente com uma pequena amostra, permite ao pesquisador definir o seu problema de pesquisa e formular a sua hiptese com mais preciso. Ela tambm lhe permite escolher as tcnicas mais adequadas para suas pesquisas, e decidir sobre as questes que mais necessitam de ateno e investigao detalhada, e pode alert-lo devido potenciais dificuldades, s sensibilidades e s reas de resistncia. 3.1.2 Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos metodolgicos foi realizado um estudo de campo envolvendo alunos entre 6 e 7 anos de idade. Foram classificadas as habilidades motoras pesquisadas em Inicial, Elementar e Maduro , com o objetivo de analisar o seu estgio de desenvolvimento motor. Para alcanar esse objetivo, utilizamos testes motores de Gallahue e Ozmunn(2005).

Inicialmente, realizamos uma pesquisa bibliogrfica. Para Lakatos (1991, p. 183).A pesquisa bibliogrfica, ou de fontes secundrias, abrange toda bibliografia j tornada pblica em relao ao tema de estudo, desde publicaes avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartogrfico, etc., at meios de comunicao orais: rdio, gravaes em fita magntica e audiovisuais: filmes e televiso. Sua finalidade colocar o pesquisador em contado direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferncias seguidas de debates que tenham sido transcritos, por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

A fim de observar e identificar desenvolvimento motor tornou-se necessrio o estudo de campo, no qual compreendido por Marconi e Lakatos (1996), como uma fase aps o estudo bibliogrfico, para que o pesquisador tenha um bom conhecimento sobre o assunto, pois nesta etapa que ele vai definir os objetivos da pesquisa, as hipteses, definir qual o meio de coleta de dados, tamanho da amostra e como os dados sero tabulados e analisados.3.2 POPULAO E AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com 24 alunos entre 6 e 7 Anos de idade localizadas no interior e na cidade do Municpio de So Carlos. Optou-se em coletar os dados em duas Escolas distintas, com o objetivo de pesquisar os fatores ambientais que cercam esses crianas, a fim de relacionar os resultados obtidos com o espao cultural e o contesto em que vivem os alunos pesquisados. A amostra deu-se aleatoriamente e pela disposio voluntria dos alunos em participar dos testes.A escolha das escolas se deu pelo fato de que buscamos fazer nossas avaliaes em duas realidades ambientais distintas, onde que em uma delas procuramos crianas que vivem na zona rural com espaos habitacionais e atividades diferentes daquelas crianas que moram na sua totalidade num espao urbano.

3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

O instrumento de coleta de dados utilizado para investigao consistiu em uma avaliao do comportamento motor atravs de testes, apoiados na teoria de Gallahue e Ozmun (2005). Os dados foram analisados de forma descritiva e atravs de grficos comparativos.

A pesquisa foi realizada em Maio de 2013. Fizeram parte do estudo, 24 crianas, sendo 12 do sexo feminino e 12 do sexo masculino com idade entre 6 e 7 anos. O estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliogrfica, alm de anlise, perguntas enviadas aos pais e uma avaliao do nvel de desenvolvimento motor de crianas com idade entre 6 e 7 anos de idade. Para a classificao do estgio de desenvolvimento motor das crianas nas habilidades de equilbrio em um p s, salto horizontal e arremesso, utilizou-se a matriz de avaliao do processo sugerida por Gallahue e Ozmun (2005). Cada criana foi filmada, realizando o movimento por duas vezes e posteriormente cada vdeo foi analisado cuidadosamente considerando os aspectos que caracterizam cada estgio. Cada aluno foi classificado nas trs habilidades motoras, conforme seu nvel de desenvolvimento.

Os avaliados foram submetidos aos seguintes procedimentos na realizao de cada tarefa:

- Equilbrio em um p s: Utilizamos um banco de madeira, onde as crianas inicialmente se equilibravam em um p s com os olhos abertos e em seguida com o mesmo gesto motor, porm de olhos fechados.

- Salto em distncia: Foram utilizadas duas cordas com espaamento aproximado de um metro de distncia, onde os alunos saltavam com os dois ps no impulso e na aterrissagem.

- Arremesso por cima: Utilizamos uma bola de tnis, que os avaliados arremessaram para o avaliador a uma distncia de 3 metros aproximadamente.

A criana somente foi classificada no estgio maduro em cada valncia, quando as aes do brao, do tronco e das pernas estivessem no estgio maduro.

Alm dos testes, os alunos levaram para casa, junto com a autorizao, um questionrio (ANEXO 1), com 4 perguntas objetivas para que os pais respondessem. Perguntas essas relacionadas s atividades dos filhos no dia a dia, o ambiente em que esto inseridos, os espaos fsicos onde passam a maior parte do tempo e os estmulos recebidos pelos pais.

Assim, pde-se chegar ao mais fidedigno resultado sobre os fatores que influenciaram o desenvolvimento das habilidades motoras das crianas pesquisadas.

Os dados coletados foram analisados e sero apresentados atravs de grficos para melhor interpretao.

4 ANLISE DOS DADOS

Aps a coleta , apresentamos os dados atravs de grficos relacionados ao estgio de desenvolvimento motor das crianas pesquisadas na escola situada no interior do municpio, assim como a escola da cidade, comparando as duas fontes pesquisadas nas trs habilidades motoras em questo. Em seguida foram analisadas as respostas do questionrio, cujas questes procuram responder aos objetivos da pesquisa. De posse dos dados, partimos para a sua anlise, sustentando-nos teoricamente por autores que no ajudaram a entender e compreender essa temtica.

Realizamos as anlises na seguinte sequncia: Habilidades motoras de equilbrio, salto em distncia e arremesso por cima .

Abaixo apresentamos os valores encontrados na avaliao conforme os estgios propostos por Gallahue e Ozmun(2005), classificados em Inicial, Elementar e Maduro.4.1 ANLISE DA HABILIDADE MOTORA EQUILBRIO EM UM P.Grfico 1 Referente habilidade motora de equilbrio em um p em relao escola

Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2013.Analisando os dados do grfico 01, observamos que as crianas da escola situada no interior do municpio, encontram-se na sua maioria no estgio maduro do processo de desenvolvimento motor, representando 50%, enquanto que 41,6% esto no estgio elementar e apenas 8,4% ainda se encontram no estgio Inicial. Quando analisamos os resultados obtidos na escola situada na cidade, percebemos uma diferena considervel em relao aos estgios, sendo que somente 25% se encontram no estgio maduro. Enquanto isso na sua maioria, ou seja, 50% esto no esto no estgio elementar, e 25% se encontram ainda no estgio inicial de desenvolvimento motor.Para uma anlise e uma concluso mais efetiva, os resultados dos testes foram comparados com um questionrio (ANEXO1), o qual nos mostra que existe uma diferena considervel entre as crianas da escola do interior para a escola da cidade.

No questionrio respondido pelos pais, constatamos que 75% das crianas do interior passam a maior parte do tempo livre, brincando no quintal da casa, onde o espao para as atividades de lazer e as possibilidades de brincar muito mais amplo. O fato de morarem na zona rural, proporciona espaos muito maiores. Nessa mesma pergunta, constatamos que na cidade 58,3% das crianas passam a maior parte do tempo livre em frente do computador, ou da televiso.Para Silveira (2005), o desenvolvimento motor no est relacionado apenas com a maturao neurolgica, mas sim com um sistema auto organizado, como por exemplo, as tarefas realizadas pelo indivduo, e o meio em que se encontra. De acordo com Tani (2008), existem basicamente dois tipos de pesquisa em aprendizagem motora: em uma delas a investigao dos mecanismos e processos subjacentes aquisio de habilidades motoras e na outra, a investigao dos fatores que afetam a aquisio de habilidades motoras.

Gallahue (2003), entende que so necessrias condies ambientais adequadas (que devem incluir oportunidade para a prtica, encorajamento e instruo) para que a criana atinja o estgio amadurecido de suas habilidades motoras fundamentais e perceber a si mesma e tambm o ambiente em que ela viveEsse o maior indicativo para o resultado desses valores, que aponta um desenvolvimento das habilidades motoras maiores das crianas do interior em relao s crianas que moram na cidade.4.2 ANLISE DA HABILIDADE MOTORA SALTO EM DISTNCIA.Grfico 2 Referente habilidade motora de salto em distncia em relao escola.

Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2013.

Os dados expostos no grfico 02 mostram que as crianas da escola situada na zona rural esto na sua maioria no estgio de desenvolvimento maduro, correspondendo a 41,6% delas, enquanto que as demais crianas encontram-se no estgios elementar com 33,4% e 25% no estgio inicial. Na escola 02 situada na cidade, percebemos que no estgio inicial de desenvolvimento motor temos os mesmos 25% em relao escola situada no interior do municpio, enquanto 50% pertencem ao estgio elementar e somente 25% se encontram no estgio de desenvolvimento maduro.

Atravs do questionrio (ANEXO1) respondido pelos pais, verificamos que em relao ao espao adequado para correr, pular, saltar, equilibrar-se, entre outras atividades, 100% das crianas do interior possuem esse espao, enquanto que na cidade apenas 58,3% das crianas contam com um espao adequado para estimular as habilidades fundamentais.

Consultando os autores, constatamos que a diferena dos resultados obtidos entre as crianas das duas escolas est diretamente ligada ao ambiente e ao contexto em que esto inseridos. Gallahue e Donnelly (2008) dizem que, vrios podem ser os fatores determinantes no processo de desenvolvimento motor do ser humano. Esses fatores esto ligados ao lugar onde o indivduo vive e/ou estuda as oportunidades de praticar movimentos diversos e uma variedade de objetos auxiliares.

Para Brando (1992), os fatores que atuam na aprendizagem esto principalmente ligados ao meio e s condies do ambiente em que vivemos e nos desenvolvemos.

4.3 ANLISE DA HABILIDADE MOTORA ARREMESSO POR CIMAGrfico 3 - Referente habilidade motora arremesso por cima em relao escola.Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2013.A exposio dos dados no grfico 03, mostra os resultados obtidos pela avaliao das habilidades motoras das crianas em relao ao arremesso por cima. Com relao a escola do interior, percebemos que nessa habilidade as crianas apresentam um estgio de desenvolvimento maduro muito superior comparando com as valncias anteriores; uma vez que 66,7% das crianas se encontram no estgio maduro e 33,6% no estgio elementar, enquanto que nessa valncia nenhuma criana se encontra no estgio inicial.

Assim como nas habilidades anteriores, mais uma vez percebemos uma diferena considervel em relao aos nveis de desenvolvimento motor entre as crianas das duas escolas. Nessa habilidade especfica, as crianas da escola situada na cidade, apresentaram um nvel de desenvolvimento motor em 50% no estgio elementar, outros 33,2% pertencem ao estgio maduro, e 16,8% ainda esto no estgio inicial. Para uma melhor compreenso dos diferentes resultados obtidos de uma escola para outra, recorremos mais uma vez ao questionrio (Anexo 1) respondido pelos pais, quando constatamos ainda que as crianas do interior recebem um estmulo muito maior por parte dos pais, sendo que 58,3% dos pais responderam que proporcionam situaes e ensinam as seus filhos o que sabem em relao a jogos e brincadeiras, enquanto que na cidade somente 16,6% das crianas pesquisadas so estimuladas pelos pais Para Nobre et al. (2009), um fator de suma importncia tanto quanto a organizao estrutural do ambiente fsico inserido, a atuao de um agente mediador para facilitar o processo de desenvolvimento de um indivduo.4.4 ANLISE DAS HABILIDADES MOTORAS POR GNERO: MENINOS E MENINAS POR ESCOLAGrfico 4 - Anlise das Habilidades motoras em relao ao gnero- escola interior Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2013.

Com relao ao gnero esse grfico nos mostra que as meninas esto num estgio de desenvolvimento motor mais avanado, sendo que 66,3% atingiram o estgio maduro e 33,7 esto no estgio elementar de desenvolvimento motor. Com relao aos meninos percebemos que 50% esto no estgio maduro, enquanto que 33,7% esto no estgio elementar e 16,3% ainda permeiam no estgio de desenvolvimento inicial. Para obteno desses valores, foram somados os valores das trs habilidades; Equilbrio Salto Horizontal Arremesso por cima. Somadas as trs valncias chegamos a mdia do estgio de desenvolvimento de cada criana pesquisada.Grfico 5 Anlise das Habilidades motoras em relao ao gnero- escola cidade

Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2013.Analisando o grfico 05, adotamos o mesmo mtodo do grfico anterior, e percebemos que na mdia das trs habilidades pesquisadas, nessa escola meninos e meninas atingiram o mesmo percentual de desenvolvimento no estgio elementar, porm 33,7% dos meninos ainda esto no estgio inicial e apenas 16,7% esto no estgio de desenvolvimento maduro.Enquanto que nas meninas esses valores se invertem, uma vez que na mdia 33,7 atingiram o estgio maduro e 16,3% ainda esto no estgio inicial.Segundo Berleze et.al (2007), em relao ao desempenho motor, verificamos uma superioridade entre os meninos em relao s meninas .Essas diferenas iniciais sugestivamente se devem influncias hereditrias, mas so delineadas pelo ambiente no qual a criana cresce e se desenvolve. O nvel de atividade motora maior em meninos mesmo na infncia, mas as diferenas de sexo aumentam durante a adolescncia.

Existem autores, porm, que acreditam que essas diferenas so mais relativas a expectativas socioculturais e no a reais diferenas fisiolgicas, Thomas (1988) descreve um estudo de Hall e Lee (1984) que ao introduzir em uma escola a instruo coeducacional, enfatizando o desenvolvimento de habilidade e proficincia fsica igualmente em ambos os sexos, verificaram que as garotas progrediram em igual nvel de desempenho que os garotos e que em algumas sries o progresso feminino foi at maior.Com relao ao gnero, nossos testes mostraram que nas duas escolas as meninas tiveram um desempenho mdio melhor e esto num estgio de desenvolvimento motor mais avanado que os meninos. Constatamos que o resultado da nossa pesquisa est em concordncia com o autor do pargrafo acima. Apesar de alguns autores defenderem a idia de superioridade por parte dos meninos no desempenho motor.5 CONSIDERAES FINAIS

Concluindo a nossa pesquisa acreditamos ter atingido os objetivos propostos nesse trabalho. Foram realizados testes de avaliao motora das habilidades fundamentais que nos possibilitou avaliar os nveis de desenvolvimento, identificando assim em que estgio as crianas se encontram. Analisando as habilidades de equilbrio, salto e arremesso, verificamos uma considervel diferena nos estgios entre as crianas da escola do interior com as crianas da cidade.Com relao s habilidades pesquisadas, identificamos no salto em distncia, a habilidade onde as crianas apresentaram a maior dificuldade e atingiram o menor percentual em relao ao estgio de desenvolvimento em ambas as escolas. Nesses sentido sugerimos que a atividade de salto seja trabalhada com mais intensidade pelos professores de Educao Fsica dessas escolas, principalmente na escola da cidade onde apenas 25% dos alunos esto no estgio maduro.Ainda com relao a anlise das habilidades, constatamos ao final que no arremesso por cima a maior porcentagem de crianas atingiu o estgio maduro. O que nos chamou a ateno foi o estgio de desenvolvimento das crianas pesquisadas no interior do municpio sendo que, 66,7% delas atingiram o estgio maduroAnalisando os dados em relao ao gnero, verificamos que nas duas escolas as meninas atingiram um desempenho melhor nas habilidades motoras, comparando com os meninos, contrariando assim alguns autores que defendem uma superioridade dos meninos em relao s meninas. Destacamos nessa anlise o estgio atingido pelas meninas da escola do interior, uma vez que 66,3% delas esto no estgio de desenvolvimento maduro.

Com relao aos objetivos do nosso trabalho, foi na anlise dos fatores ambientais como espao habitacional, estmulos externos e ocupao do tempo livre, que a nossa pesquisa encontrou dados que de fato justificam a diferena de valores encontrados nas duas escolas.De posse das respostas dos pais, pudemos constatar que as crianas inseridas num contexto habitacional com espao amplo para atividades recreativas estudam na escola do interior. Observamos ainda que os pais estimulam muito mais as crianas ensinando os costumes e as brincadeiras repassadas de gerao pra gerao,confirmando a influncia de fatores externos.Alm disso, verificamos que a grande maioria das crianas do interior passa a maior parte do tempo livre brincando, beneficiadas com o espao que as cerca, estimulando assim, com maior freqncia, as habilidades motoras fundamentais.

Enquanto isso, observamos uma realidade completamente oposta com as crianas da escola situada na cidade, quando as repostas dos pais nos mostram que a maioria das crianas no dispes de espao habitacional adequado para a prtica de atividades recreativas, e acabam passando a maior parte do tempo livre em frente ao computador e televiso.

De acordo com os autores, o indivduo se desenvolve a partir do ambiente no qual est inserido. E isto reafirmado em nossa pesquisa pelos pais das crianas, que nos expem as vivncias ambientais e culturais do contexto em que as crianas vivem, bem como a realizao de trabalhos em seus diferentes aspectos. Com relao ao estmulo dado pelos pais e na participao nas brincadeiras, percebemos tambm que nesse contexto a maioria dos pais no participam das atividades, muito em funo da falta de tempo, uma vez que a grande maioria dos pais trabalham fora de casa e passam a maior parte do tempo longe dos filhos, enxergando no computador e na televiso, uma ferramenta para prender os filhos dentro de casa, enquanto eles trabalham.

Portanto, um fator de suma importncia assim como o ambiente em que as crianas esto inseridas, a atuao dos pais como agentes mediadores para facilitar o processo de desenvolvimento de um individuo.

Percebemos ento, que as crianas da escola situada no interior do municpio, apresentam-se num nvel de desenvolvimento muito superior em todas as habilidades exploradas, em relao ao mesmo nmero de crianas, na mesma faixa etria, da escola localizada na cidade.

Sabendo que aos seis anos de idade a criana est em condies fisiolgicas de atingir o estgio maduro do seu desenvolvimento motor, nos preocupa o alto ndice de crianas que ainda permeiam no estgio inicial na escola situada na cidade. Isso nos leva a crer que a urbanizao e o crescimento acelerado das cidades so fatores que influenciam diretamente essa defasagem de aquisio de habilidades motoras fundamentais.

Essa tese fica ainda mais evidente quando analisamos os dados obtidos atravs do questionrio respondido pelos pais das crianas que moram e estudam no interior do municpio. Conclumos que nessa realidade social, as crianas so beneficiadas com o espao habitacional,correm, saltam, arremessam, sobem em arvores, participam das atividades dirias dos pais que tambm interagem com as brincadeiras das crianas, estimulando e contribuindo na aquisio das habilidades motoras fundamentais.Ao final do nosso trabalho, conclumos que a nossa pesquisa alm de atingir os objetivos, contribuiu no sentido de mostrar que alm das atividades proporcionadas pelo professor de Educao Fsica, os fatores ambientais e culturais influenciam diretamente na aquisio das habilidades motoras fundamentais, sendo que todos os autores citados no trabalho enfatizam a importncia dos estmulos externos no aprimoramento dessas habilidades. REFERNCIAS

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ANEXOSQUESTIONRIO APLICADO AOS PAIS DOS ALUNOS1 Em sua residncia (bairro?) existe espao amplo, adequado para seu filho correr, pular, saltar, equilibrar-se, entre outras atividades? ( )sim ou no( )2 Voc como Pai/Me proporciona situaes que dem condio para seu filho brincar?3 Procura ensinar o que sabe jogar/fazer ao seu filho? Como?

4 O que o seu filho faz na maior parte do tempo livre, fora da escola?

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