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UNIVERSIDADE GAMA FILHO
CENTRAL DE CURSOS DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO
SENSU
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EXERCÍCIO FÍSICO APLICADO À
REABILITAÇÃO CARDÍACA E A GRUPOS ESPECIAIS
A DANÇA E A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
GIORRDANI GORKI QUEIROZ DE SOUZA
Recife
2013
1
DANÇA E A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS. 1
DANCE AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY.
GIORRDANI GORKI QUEIROZ DE SOUZA2,3,4
ORIENTADOR: PROF. Ms. DANIEL RODRIGUEZ5.
1 – Programa de Pós – Graduação Lato – Sensu em Exercício Físico Aplicado à Reabilitação Cardíaca e a Grupos Especiais da Universidade Gama Filho – UGF.
2 – Bacharel em Fisioterapia pela Hogeschool van Amsterdam – European School of Physiotherapy (2006).
3 – Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Integrada do Recife – FIR (2010).
4 – Pós graduando em Dança como Prática Terapêutica pela Faculdade Angel Vianna (RJ).
5 – Graduado em Educação Física pela Faculdades Metropolitanas Unidas; Especialista em Fisiologia do Execício pela Universidade Gama FIlho e Mestre em Educação física pela Universidade São Judas Tadeu.
Endereço para correspondência: Av. Bernardo Vieira de Melo, 1292, apto: 1204. Piedade – Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco. 54410 – 010 – Brasil E-mail : [email protected] Turma: 01582 – Recife – Pernambuco. Entrega no dia 02/02/2013.
2
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................... 3
ABSTRACT .................................................................................................................. 4
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 8
2.2 Processos fisiológicos, psicológicos e sociais referentes ao processo de
envelhecimento. ...................................................................................................... 12
2.3 Qualidade de vida na terceira idade .................................................................. 18
2.4 Importância da atividade física .......................................................................... 22
2.6 A dança como atividade física ........................................................................... 33
2.6.1 Dança de salão ........................................................................................... 35
2.6.2 Danças folclóricas ....................................................................................... 40
2.6.3 Dança Sênior .............................................................................................. 43
2.6.4 Atividade motora com música e dança aeróbica ......................................... 44
2.6.5 Dança contemporânea, Biodança ............................................................... 51
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 54
4 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 58
ANEXO 1 .................................................................................................................... 68
3
DANÇA E A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS.
RESUMO
A presente pesquisa visa, através de uma revisão bibliográfica e
investigativa, identificar e entender os processos com os quais a dança pode
influenciar positivamente a qualidade de vida das pessoas da terceira Idade. O
quadro atual de “transição epidemiológica” caracterizada de um lado, pela
queda da mortalidade por doenças infecciosas e aumento na expectativa de
vida; e do outro, a emergência das doenças crônico-degenerativas e das
causas externas de mortalidade pode ser identificado através do rápido
crescimento da população idosa a nível mundial, assim como no Brasil. Tendo
em vista que o ser humano está vivendo mais, mas não necessariamente com
melhor qualidade de vida nos anos adicionados, torna-se de vital importância a
implementação, por parte dos governos, de políticas públicas visando a
melhoria de qualidade de vida desta população. A literatura atual já entrou num
consenso sobre a importância da atividade física como agente que influencia
positivamente a qualidade de vida do idoso. A atividade física tem o potencial
de amenizar os problemas decorrentes do processo de envelhecimento tanto
em seus aspectos psicossociais quanto fisiológicos. Ao final desta pesquisa,
conseguimos observar através da literatura analisada, um forte potencial da
dança enquanto atividade física contribuir positivamente para a qualidade de
vida na terceira idade.
Palavras chave: dança, qualidade de vida, idoso(s)
4
DANCE AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY.
ABSTRACT
This research aims, through a literature review and investigation, identify
and understand the processes by which dance can positively influence the
quality of life of people of the third age. The current picture of "epidemiological
transition" characterized on one side by the decline in mortality from infectious
diseases and increased life expectancy, and the other, the emergence of
chronic diseases and external causes of mortality can be identified through the
rapid growth of the elderly population worldwide, as well as in Brazil.
Considering that humans are living longer but not necessarily with better quality
of life in the years added, it becomes vital to implementation by governments,
public policies aimed at improving the quality of life of this population. Current
literature has come to a consensus on the importance of physical activity as an
agent that positively influences the quality of life of the elderly. Physical activity
has the potential to alleviate the problems arising from the aging process in both
psychosocial and physiological aspects. At the end of this research, we can see
through the literature analyzed, a strong indication that dance as physical
activity contributes positively to the quality of life in old age.
Key words: dance, quality of life, elderly, older people
5
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) a população
mundial está envelhecendo muito rapidamente. Dentro dos próximos cinco
anos, pela primeira vez na história da humanidade, o número de adultos com
idade de 65 ou mais vai superar o número de crianças com menos de cinco
anos de idade. Em 2050, estes idosos serão mais numerosos que crianças
com 14 anos de idade. Entre os anos de 2000 e 2050, a proporção mundial de
pessoas acima dos 60 anos duplicará de 11% para 22%. As estatísticas
apontam para um aumento do número absoluto de pessoas com 60 anos ou
mais de 605 milhões para 2 bilhões, e neste mesmo período, o número de
pessoas com 80 anos ou mais irá quadriplicar para aproximadamente 395
milhões. Em 2050, 80% das pessoas idosas viverão em países pobres e em
desenvolvimento. Na África, por exemplo, o número de idosos crescerá de 54
milhões para 213 milhões. O envelhecimento populacional é um fenômeno
mundial que se repete também aqui no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) afirmam que o grupo etário composto por
pessoas acima de 65 anos cresceu de 3,5% da população total em 1970, para
8,5% em 2000. Em 2050, este grupo etário deverá responder por cerca de 19%
da população brasileira. (IBGE, 2010)
Face ao exposto, com o visível envelhecimento da população brasileira,
torna-se necessária a implementação e/ou ampliação das políticas públicas
voltadas para a assistência dos idosos, tanto no que se refere ao planejamento,
como nas formas de programação e aprimoramento dessas ações em busca
de uma melhor qualidade de vida desta população. Pereira et al (2005) citado
por Barbosa e cols. (2012) relata que o envelhecimento populacional brasileiro
caracteriza-se pelo acúmulo de incapacidades progressivas nas suas
atividades funcionais e da vida diária, associada a condições socioeconômicas
adversas. Este aumento do número de anos de vida, no entanto, precisa ser
acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida.
(OPAS, 2005)
6
Na última década o foco sobre o envelhecimento está mudando de
doença, incapacidade e demência para “envelhecimento bem sucedido”. O
conceito de “envelhecimento bem sucedido” foi introduzido por Rowe e Kahn
(1997), e é definido como a habilidade de manter três tipos chave de
comportamentos: (1) baixo risco de doenças e as incapacidades relacionadas a
elas, (2) alto desempenho mental e físico e (3) engajamento ativo com a vida.
(HUI; CHUI; WOO; 2009)
O crescimento demográfico da população idosa tem sido motivo de
grande interesse por parte dos estudiosos da terceira idade, em vários países
do mundo. Muitos desses estudos têm se voltado à saúde do idoso e, na
maioria deles, a atividade física está inserida como ponto importante na
manutenção da saúde e na melhoria da qualidade de vida dessa parcela da
população. (SILVA e MAZO; 2007)
São vários os estudos que coadunam com afirmação de que a qualidade
de vida para os idosos recebe forte influência do contexto sociocultural em que
vivem e que a atividade física tem um papel de destaque em suas vidas, sendo
entendida como algo que lhes dá prazer e contribui para a satisfação de suas
necessidades físicas, emocionais e sociais, assim como para a contribuição da
manutenção da capacidade funcional e autonomia. (PASCOAL, SANTOS,
BROEK, 2006; FRANÇA e SOARES, 1989 apud RIBEIRO, MODENA,
FONSECA, 2002; CHARION, 2007; CUNHA e cols. 2008; OLIVEIRA, 2012;
KEOGH e cols. 2009; MIRANDA e GODELI, 2003; SOUZA e cols. 2010)
Tendo em vista a importância da atividade física para a manutenção da
capacidade física, autonomia e do bem estar do idoso e a dificuldade do
mesmo em manter a aderência a programas de exercício, trona-se evidente a
necessidade de criar estratégias que possam colaborar com o engajamento de
longo termo a alguma atividade física regular. A música constitui-se em
elemento valioso no contexto da atividade física. Em se tratando de idosos,
muitos estudos sugerem a sua utilização como um fator que pode contribuir
para a adesão, com diminuição dos níveis de desistência ao longo do tempo
(CLAIR, 1996; GEIS, 2000 apud MIRANDA e SOUZA, 2009; PATROCÍNIO,
2010; MIRANDA e GODELI, 2003). Para os idosos, a atividade física com
música pode criar um contexto positivo e agradável e, dessa maneira, tornar-se
7
uma intervenção adequada para que permaneçam em atividade. (MIRANDA e
GODELI, 2003)
Levando em consideração as afirmações acima, gostaríamos de levantar
a possibilidade da dança como uma prática que pode contribuir com a
qualidade de vida na terceira idade. A dança é considerada uma atividade
coadjuvante da terapêutica de várias quadros patológicos (doença de
Parkinson, quadros demenciais, osteoartrite, osteoporose, insuficiência
cardíaca crônica) e com potencial para desacelerar vários dos eventos
fisiológicos característicos do processo de envelhecimento (sarcopenia,
osteopenia, diminuição da velocidade dos reflexos neuromusculares,
diminuição do equilíbrio), assim como, além destes benefícios, também
proporciona condicionamento físico, integração social e lazer a indivíduos
idosos, com inúmeros benefícios psicológicos. (PALO-BENGSSTON e EKMAN,
2002; RÖSLER e cols., 2002; HARMER e ORRELL, 2002; BERRYMAN-
MILLER, 1988; BERTRAM e STICKLEY, 2009 HACKNEY e EARHART, 2009
apud CONNOLLY & REDDING, 2010; FEDERICI, BELLAGAMBA e ROCCHI,
2005; EYIGOR e cols., 2009)
Com o intuito de nos aprofundarmos nas questões abordadas acima,
assim como fomentar um melhor entendimento de como a dança pode
contribuir para qualidade de vida da pessoa idosa, realizamos esta pesquisa
em formato de revisão bibliográfica e investigativa. Uma busca extensiva foi
realizada utilizando bancos de dados eletrônicos públicos e acadêmicos
(PubMed, Scielo, Lilacs, Elsevier e Google acadêmico), livros, periódicos e
revistas online. Não foi determinada uma janela de tempo para os estudos
analisados na pesquisa para que, dessa forma, se pudesse ter uma melhor
perspectiva histórica sobre o tema abordado. Para esta busca foram utilizadas
as seguintes palavras chave: em português (dança, qualidade de vida, idosos)
e em inglês (dance, quality of life, elderly, older people). Estratégias adicionais
de busca incluíram o uso de "artigos relacionados", opção oferecida pelo
PubMed, Scielo, Lilacs e Elsevier, assim como utilização das listas de
referências bibliográficas dos artigos encontrados na busca inicial. Devido a
imensa variedade em metodologias de pesquisa, estilos de dança utilizados,
métodos de avaliação, instrumentos de mensuração de variáveis e populações
estudadas, decidimos não optar por uma meta-análise. Uma revisão
8
bibliográfica ofereceu para esta pesquisa um instrumento valioso para
aprofundar as questões aqui levantadas e conhecer os tipos de estudos
experimentais, dissertações e revisões que vem sendo realizados com o intuito
de uma melhor compreensão do nosso objeto de pesquisa. Uma estratégia
utilizada durante o processo de pesquisa e elaboração deste trabalho de
Conclusão de Curso foi a criação de um blog online que serve de plataforma de
comunicação entre mim e o meu orientador, assim como, para que um registro
do processo possa ser colocado a disposição de qualquer um que tenha
interesse pelo tema abordado. O endereço eletrônico do blog pode ser
encontrado nas referências bibliográficas.
O presente estudo tem como objetivo identificar através de revisão
bibliográfica qual a influência que a dança tem na qualidade de vida de
pessoas idosas, assim como identificar quais as possibilidades e propostas
para futuras pesquisas sobre este tema.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Epidemiologia do envelhecimento no Brasil e no Mundo
Esta parte do texto tem como objetivo, tecer algumas considerações
epidemiológicas e a relação epidemiologia, atividade física e saúde
relacionadas à Terceira Idade, pois através delas serão fornecidos subsídios
para entender esse processo, bem como os meios adequados para propor
intervenções mais efetivas na sociedade.
A redução da mortalidade nos países desenvolvidos sobreveio com a
revolução industrial, que ocasionou um desenvolvimento socioeconômico
dessas sociedades. Inicia-se no final do século XIX, a era das doenças
infecciosas com seu paradigma dominante “germe” que perdura até meados do
século XX. As doenças crônicas não transmissíveis surgem em meados do
século XX, por volta de 1945, com o aumento de doenças tais como úlceras
pépticas, câncer de pulmão, doença arterial coronariana. (VILARTA, 2007)
9
Com isso, as mudanças ocorridas nas últimas décadas ocasionaram
modificações profundas no padrão demográfico e no perfil de doenças e
mortalidade das populações. Estes fenômenos são chamados de processos de
Transição Demográfica, Transição Epidemiológica e Transição Nutricional.
A transição epidemiológica envolve uma evolução gradual dos
problemas de saúde que determinam mudanças na estrutura populacional,
caracterizando alta morbidade e mortalidade por doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) em detrimento das doenças infecciosas e parasitárias,
que vem se concretizando no Brasil a partir dos anos 80, com o predomínio das
causas de óbito por DCNT. (VILARTA, 2007)
A Organização Mundial da Saúde considera que idosas são as pessoas
que se encontram com 65 anos ou mais em países desenvolvidos e 60 anos ou
mais nos países em desenvolvimento e informa que, em 2000 existiam 600
milhões de pessoas nessa faixa etária, em 2025 o total será de 1,2 bilhões e
em 2050 a estimativa é que existirá aproximadamente dois bilhões de idosos
no planeta. (WHO, 2007) O Brasil a muito tempo deixou de ser um país de
jovens e passou a ser um país também de idosos e idosas, considerando a
perspectiva de vida atual, em função da melhoria da qualidade de vida, que
esta relacionada a diversos fatores tais como: controle de doenças crônicas
através de exames periódicos e medicamentos adequados; consciência da
necessidade de alimentação balanceada e atividade física regular; vida regrada
que prevê o combate ao alcoolismo, tabagismo e horas de sono tranquilas.
(GOBBO; 2005)
Com 80% da população brasileira já recenseada, os dados preliminares
do Censo 2010, divulgados no final de setembro de 2011 pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que a pirâmide etária brasileira
se alterou profundamente na última década. Em 2000, as crianças de até
quatro anos de idade representavam 9,64% da população brasileira, hoje são
7,17%. As de cinco a nove anos, eram 9,74% e são agora 7,79%. A população
com até 24 anos somava 49,68% dos brasileiros há 10 anos e hoje constitui
41,95%.
No mesmo período, em decorrência da queda da mortalidade e da
fecundidade do país, aumentou o numero de idosos, particularmente, na faixa
etária de mais de 80 anos (Transição Demográfica), alterando a composição
10
etária dentro do próprio grupo. Isso quer dizer que a população considerada
idosa também está envelhecendo. Em 2000, esse segmento foi responsável
por 12,6% do total da população idosa. (CAMARANO, KANSO e MELLO,
2004.)
O aumento da vida média e o envelhecimento populacional aumentam a
probabilidade de acometimento por DCNT. A Transição nutricional integra os
processos de transição demográfica e epidemiológica, caracterizando-se por
modificações sequenciais no padrão de nutrição e de consumo da população,
como consequências das transformações econômicas, sociais, demográficas e
sanitárias. (BELO e GAIO; 2010)
Um fenômeno que acompanha o envelhecimento da população é a
feminização da velhice. As mulheres vivem mais do que os homens em quase
todas as partes do mundo. Por exemplo, para idades de 65 anos e mais, havia
75 homens para cada 100 mulheres na Europa em 2005. No Brasil, o censo de
2000 acusou, para a mesma faixa etária, 82 homens para cada 100 mulheres e
o estudo SABE (pesquisa longitudinal para traçar as condições de vida e saúde
dos idosos residentes no Município de São Paulo), mostrou no mesmo período,
a existência de 179 mulheres para cada 100 homens de 75 anos e mais. Várias
são as explicações para esse fenômeno como diferenças biológicas (por
exemplo: o fator de proteção conferido por hormônios femininos em relação à
isquemia coronariana); diferenças de exposição às causas de risco de trabalho;
diferenças no consumo de álcool e tabaco, que estão sabidamente associados
às causas de mortes mais frequentes na faixa etária acima dos 45 anos, como
neoplasias e doenças do aparelho circulatório; diferenças de atitudes em
relação à doença e incapacidade (as mulheres são mais atentas ao
aparecimento de sintomas e sinais). Embora a esperança de vida seja maior
para as mulheres, a proporção dessa esperança de vida sem incapacidade é
maior no sexo masculino. (LEBRÃO, 2007)
Face ao exposto, com o visível envelhecimento da população brasileira,
torna-se necessária à implementação e/ou ampliação das políticas públicas
voltadas para a assistência dos idosos, tanto no que se refere ao planejamento,
como nas formas de programação e aprimoramento dessas ações em busca
de uma melhor qualidade de vida desta população. Pereira et al (2005 apud
BARBOSA e cols., 2012) relata que o envelhecimento populacional brasileiro
11
caracteriza-se pelo acúmulo de incapacidades progressivas nas suas
atividades funcionais e da vida diária, associada a condições socioeconômicas
adversas.
Ainda é grande a desinformação sobre a saúde do idoso e as
particularidades e desafios do envelhecimento populacional para a saúde
pública em nosso contexto social. Este aumento do número de anos de vida do
ser humano a nível planetário, no entanto, precisa ser acompanhado pela
melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida. (OPAS, 2005.)
Em um contexto de importantes desigualdades regionais e sociais,
idosos não encontram amparo adequado no sistema público de saúde e
previdência, acumulam sequelas provenientes de doenças, desenvolvem
incapacidades e perdem autonomia e qualidade de vida. (CHAIMOWICZ, 1997)
O envelhecimento populacional tem sido uma preocupação constante
dos órgãos de saúde pública dos países desenvolvidos e em desenvolvimento
(WHO, 2007). O crescimento dessa população vem ocorrendo de forma muito
acelerada e em condições socioeconômicas e culturais desfavoráveis que
trazem impactos negativos para a qualidade de vida do indivíduo idoso, para a
família e para o Sistema Único de Saúde (SUS). (ALMEIDA; PEREIRA;
SAFONS; 2009)
Lima-Costa et al (2006) afirmam que, a condição de saúde da população
brasileira, em especial dos idosos, está relacionada com a condição
socioeconômica, o que leva a crer que os idosos em condição menos
favorecida têm mais problemas de saúde e menos qualidade de vida, se não
estão vivendo em cidades ou comunidades que possuem propostas oriundas
de políticas públicas que objetivam o atendimento a essa população,
considerando os diversos aspectos do seu desenvolvimento, tais como: saúde,
alimentação, lazer, atividade física, entre outros. Atividades essas que podem
promover a socialização, o bem estar, o aumento da autoestima e a constante
busca pelo viver mais e com qualidade. Simões (2006 apud BELO e GAIO;
2007), diz:
“Atualmente, observa-se uma mudança, não apenas pelo rápido aumento do número de pessoas idosas, mas porque a maioria delas tem se mostrado corporalmente viva, com disponibilidade a participar de diferentes atividades em diversos setores, com desejo
12
de progredir, com espaços abertos a novas experiências e convivências, enfrentando possíveis doenças crônicas com outros olhos, a fim de permitir substancial melhoria na qualidade de vida e sua inclusão social, gerando uma cultura positiva em relação à velhice.”
Em face aos argumentos acima, fica claro que os desafios de uma
população em processo de envelhecimento acelerado são globais, nacionais e
locais. Superar esses desafios requer um planejamento inovador e reformas
políticas substanciais tanto em países desenvolvidos como em países em
transição. Os países em desenvolvimento enfrentam os maiores desafios, e a
maioria deles ainda não possui políticas abrangentes para o envelhecimento.
É o momento de termos um novo paradigma, que perceba os idosos
como participantes ativos de uma sociedade com integração de idade,
contribuintes ativos, e beneficiários do desenvolvimento. (OPAS, 2005)
2.2 Processos fisiológicos, psicológicos e sociais referentes ao processo
de envelhecimento.
Segundo Farinatti (2008) envelhecer é uma expressão imprecisa e o
estado ao qual faz referência é de difícil percepção. Quando uma pessoa se
torna idosa, quando ela tem 50, 60, 65 ou 70 anos? Na verdade, nada varia
mais do que os limites da velhice em termos de complexidade biológica,
psicológica e social.
Vejamos alguns exemplos das categorias de idade existentes mais
frequentemente utilizados. Considerando exclusivamente o aspecto
cronológico.
Meia-idade (middle-age adults) 45 a 64 anos
Idosos-jovens (young-old) 65 a 74 anos
Idosos (old) 75 a 84 anos
Idosos-idosos (old-old) 85 a 99 anos
Extremamente idosos (oldest-old) Mais de 100 anos
Tabela 1: fonte Spidurso (1995) apud Farinatti (2008)
13
Idade média 45 a 59 anos
Idoso 60 a 74 anos
Velho 75 a 90 anos
Grandes-velhos Mais de 90 anos
Tabela 2: fonte OMS (1995)
Existem outras estratégias frequentemente utilizadas, principalmente em
trabalhos de natureza epidemiológica, nos quais a idade cronológica aparece
associada a diferentes contextos, como por exemplo, a ultrapassagem da idade
de aposentadoria, limiar este que muda constantemente em função de
problemas orçamentários ou políticas de emprego regionais. Aqui no Brasil, de
acordo com a Lei 8.842, de janeiro de 1994 (Brasil, Congresso Nacional, 1994),
e a portaria 1395/GM, de dezembro de 1999 (Brasil, Congresso nacional,
1999), dispondo sobre as características da Política Nacional do Idoso no país,
adotam a idade de 60 anos para definir que o indivíduo é considerado idoso, ou
seja, ingressa na terceira idade, assim como delimitar o alcance dos efeitos
legais propostos. Essa será a idade a partir da qual serão efetuadas as
discussões ao longo deste texto.
Deduz-se que nenhuma das propostas de categorização por faixa etária
pode ser considerada melhor que a outra. A definição de critérios para
classificar os indivíduos cuja principal característica biológica é, justamente, a
variabilidade constitui tarefa complexa e sempre imperfeita. É importante
reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as
mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem variações
significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de
independência entre pessoas mais velhas que possuem a mesma idade. (OMS
- OPAS, 2005)
Temos que levar em consideração também que idosos de países em
desenvolvimento, como é o caso do Brasil são, em princípio, menos
favorecidos, padecendo de mais dificuldades que aqueles dos países
desenvolvidos. Um indivíduo de 60 anos que habita em regiões onde as
exigências da vida são mais duras tem maior possibilidade de ser menos
autônomo e ter menos saúde que um outro que more em um lugar cujo o meio
14
ambiente é propício a uma vida independente e o amparo social é mais
presente.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento
como “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal,
não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os
membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de
fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua
possibilidade de morte”. (Brasil, 2006)
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural,
de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência -
o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No
entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes
e estresse emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira
assistência - senilidade. (Brasil, 2006)
Corroborando com este conceito, na concepção de Vieira (1996) e
Lopes (2000) citados por Netto (2004), os processos de envelhecimento se
iniciam desde a concepção, sendo então a velhice definida como um processo
dinâmico e progressivo no qual ocorrem modificações, tanto morfológicas,
funcionais e bioquímicas, como psicológicas, que determinam a progressiva
perda das capacidades de adaptação do indivíduo ao meio ambiente,
ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos
patológicos. Sociólogos e psicólogos chamam a atenção para o fato de que,
além das alterações biológicas, podem ser observados processos de
desenvolvimento social e psicológicos alterados em algumas das suas funções,
como também problemas de integração e adaptação social do indivíduo.
Em estudos sobre qualidade de vida e o idoso, encontram-se diferentes
perspectivas relacionadas com o envelhecimento e suas características, onde
segundo Birren s Scrnoots, (1994) apud Mazo (2004), se destacam as
seguintes: envelhecimento primário, secundário e terciário.
Primário, são as mudanças intrínsecas ao processo de envelhecimento, são irreversíveis, progressivas e universais (ex.: aparecimento de rugas, o embraquecimento dos cabelos, as perdas de massa
15
óssea e muscular, o declínio do equilíbrio, da força e da velocidade e as perdas cognitivas). Secundário, são as mudanças causadas por doenças que são dependentes da idade, à medida que o tempo vivido significa o aumento da probabilidade de exposição a fatores de risco. Os efeitos deletérios dessas mudanças são cumulativos, o que faz com que os organismos apresentem uma crescente vulnerabilidade com o passar da idade (ex.: doenças cerebrovasculares, cardiovasculares, esclerose múltipla, doença de Alzheimer e depressão, entre outras). Terciário, refere-se ao declínio terminal, caracterizado por um grande aumento das perdas num período relativamente curto, resultando em na morte. Birren s Scrnoots, (1994) apud Mazo (2004)
Todas estas alterações que ocorrem durante o processo de
envelhecimento do ser humano, influenciam seu comportamento devido à
diminuição de sua capacidade funcional própria da idade avançada levando-o a
executar cada vez menos tarefas ou atividades, até que se instala, em muitos
casos, a inatividade física.
Conhecida como “retrogênese”, essa fase caracteriza-se pela diminuição
da capacidade de concentração do idoso, redução da mobilidade articular,
retardo nos reflexos, diminuição progressiva da visão e tato menos apurado.
(CUNHA e cols. 2008)
Sobre os quadros senis Mazo (2008) afirma que conforme os indivíduos
envelhecem as doenças não transmissíveis (DNTs), tais como doenças
cardiovasculares, hipertensão, derrame, diabete, câncer, doença pulmonar
obstrutiva crônica, artrite, osteoporose, depressão, diminuição da visão e/ou
cegueira, entre outras, transformam-se nas principais causas de morbidade,
incapacidade e mortalidade em todas as regiões do mundo, inclusive nos
países desenvolvidos.
Além das alterações motoras na velhice, as de origem neuropsicológicas
envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e memória,
constituem um dos principais alvos de pesquisas realizadas sobre senescência,
Depressão e demência têm incapacitado idosos em todo o mundo por levarem
à perda da independência e quase inevitavelmente, da autonomia. As
desordens mentais comprometem 20% da população idosa, entre as quais se
16
destacam a demência e a depressão como prevalentes. No Brasil,
aproximadamente 10 milhões de idosos sofrem de depressão (BENEDETTI et.
al, 2008 apud ALMEIDA; PEREIRA; SAFONS; 2009)
De acordo com Lojudice e cols. (2008) o equilíbrio e a marcha são os
sistemas mais afetados com o envelhecimento em decorrência das disfunções
do aparelho locomotor e do sistema sensorial, o que contribui para o
surgimento de instabilidade. A locomoção e a marcha ficam mais lentas após
os 6570 anos; a força física, os reflexos, o equilíbrio, o controle dos
movimentos, a movimentação espacial e a execução dos programas
planejados geralmente decrescem em intensidade e em temporalidade,
dependendo de cada indivíduo em particular e da sua força física, estrutural
corporal, habilidades, hábitos, história de vida etc. (ROSA et al., 2009 apud
TOLOKA; LEME; ZANUZZO, 2011). O enfraquecimento do tônus muscular e
da constituição óssea leva a mudanças na postura do tronco e das pernas,
acentuando ainda mais as curvaturas da coluna torácica e lombar. As
articulações tornam-se mais endurecidas, reduzindo assim a extensão dos
movimentos e produzindo alterações no equilíbrio e na marcha. (MARCHI
NETTO, 2004). Podem ocorrer alterações específicas no pé, entre elas a
atrofia da musculatura intrínseca e deformidades ósseas, que podem alterar a
base de apoio levar a alterações do equilíbrio (SACCO e cols., 2008). A
manutenção e/ou recuperação do equilíbrio para os idosos é primordial porque
é a partir desse domínio motor que o idoso realiza atividades físicas e diárias
com mais segurança, com mais domínio dos movimentos e, principalmente,
com menor risco de quedas (VERDERI, 2004 apud TOLOKA; LEME;
ZANUZZO, 2011). As alterações da marcha e do equilíbrio estão vinculadas a
quedas sofridas pelos idosos, o que ocasiona maior dependência e diversas
consequências que atrapalham a qualidade de vida do idoso. (TOLOKA; LEME;
ZANUZZO, 2011)
Quedas e equilíbrio instável estão entre os problemas clínicos mais
sérios enfrentados por indivíduos idosos. Prevenção de quedas tem sido uma
área de pesquisa bastante ativa nos últimos 10-15 anos. (EYIGOR e cols.
2009)
A perda da massa muscular, principalmente nos músculos responsáveis
pela manutenção da postura ortostática pode contribuir para o aumento do
17
número de quedas e este é outro aspecto importante a ser abordado. A perda
da força e da potência musculares leva à diminuição na capacidade de
promover torque articular rápido e necessário às atividades que requerem força
moderada, como: elevar-se da cadeira, subir escadas e manter o equilíbrio ao
evitar obstáculos. Isso, além de causar maior dependência do indivíduo, pode
facilitar as quedas. Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos
e metade das com mais de 80 anos sofrem uma queda a cada ano (FEDER e
cols., 200). A queda ou a lesão decorrente dela pode ter efeito devastador na
independência do indivíduo e em sua qualidade de vida. Dentre as
consequências das quedas podemos citar: lesões musculoesqueléticas (sendo
a mais grave a fratura do fêmur proximal), o posterior medo de nova queda, a
diminuição geral das atividades da vida diária, o deterioramento funcional, o
isolamento social, a diminuição da qualidade de vida, a institucionalização e
mesmo o óbito (GREGG, 2000; LORD, 1996 apud PEDRINELI; GARCEZ-
LEME; NOBRE; 2009).
Outro ponto que não pode deixar de ser abordado é o do valor clínico
das relações afetivas a partir do apoio dos amigos e familiares. O isolamento
social é tão importante para as taxa de mortalidade quanto o fumo, a
hipertensão, o colesterol elevado, a obesidade e a falta de exercícios físicos e
a sensação de não ter com quem contar consiste em risco para a saúde,
destacando-se o estilo de vida nas modernas sociedades urbanas e o
crescente isolamento gerado pelo hábito de, sozinho, ficar a ver televisão.
(D'ALENCAR e cols. 2008)
Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crônicos
não transmissíveis (DANT) - estados permanentes ou de longa permanência -
que requerem acompanhamento constante, pois, em razão da sua natureza,
não têm cura. Essas condições crônicas tendem a se manifestar de forma
expressiva na idade mais avançada e, frequentemente, estão associadas à
“comorbidades”. Podem gerar um processo incapacitante, afetando a
funcionalidade das pessoas idosas, ou seja, dificultando ou impedindo o
desempenho de suas atividades cotidianas de forma independente. Ainda que
não sejam fatais, essas condições geralmente tendem a comprometer de forma
significativa a qualidade de vida dos idosos. (Brasil, 2006)
18
2.3 Qualidade de vida na terceira idade
Conforme a Organização Mundial da Saúde (1994) a qualidade de vida é
considerada como: [...] a percepção que o indivíduo tem acerca de sua posição
na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive,
e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um
conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física
de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas
relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes
no ambiente (OMS, 1994, p. 14).
De acordo com Faria Junior (1997 apud SANTOS; 2008) para se
desenvolver uma boa qualidade de vida é necessária a promoção de saúde
através de atividades moderadas e/ou adequadas, uma boa preparação e
conscientização dos processos fisiológicos enfrentados, manutenção de
hábitos saudáveis, desenvolvimento de um estilo de vida ativa e positiva, entre
outros. Segundo Knorst, Silva, Mantelli e Bos (2001 apud SANTOS; 2008)
qualidade de vida pode ser definida também como “capacidade de
desempenhar atividades ou tarefas da vida diária, obtendo assim satisfação”.
Dando continuidade a reflexão sobre o conceito de qualidade de vida, na
carta de Ottawa (1986) temos: “(...) mais do que ausência de doença, um
estado adequado de bem estar físico, mental e social que permite aos
indivíduos identificar e realizar suas aspirações e satisfazer suas
necessidades”. (BELO e GAIO; 2010)
É visível aqui através da conceituação de diferentes autores que a
qualidade de vida está relacionada ao bem estar das pessoas, à sua autonomia
e à independência, assim como, suas condições de vida, levando em
consideração fatores como saúde, educação, bem-estar físico, psicológico,
emocional e mental, e expectativa de vida. (SANTOS; 2008, )
No âmbito da terceira idade qualidade de vida está intimamente
relacionada à manutenção da autonomia nessa fase da vida. (OLIVEIRA;
PIVOTO; VIANNA; 2009) A avaliação da qualidade de vida em idosos sofre
efeito de vários fatores, como preconceito dos profissionais e dos próprios
idosos em relação à velhice. O idoso deve ter participação ativa no que é
melhor e mais significativo para ele, pois a qualidade de vida é subjetiva e isto
19
não é apenas uma questão metodológica, mas também ética. (PACHOAL,
2002 apud MAZO, 2008)
A proposta de prolongar a vida das pessoas é coerente, desde que seja
consolidada com a promessa e os meios para desfrutar dela com uma melhor
qualidade, e que esteja inserida no contexto social. De um modo geral a
sociedade não tem valorizado esta crescente parcela da população e, como
consequência deste fato, há uma tendência para a diminuição da qualidade de
vida desse grupo.
Segundo Franchi e Montenegro Junior (2005) existem cinco fatores que
classificam a qualidade de vida e saúde do idoso, esses cinco fatores são
recomendados para promover a saúde do idoso, a saber: vida independente,
casa, ocupação, afeição e comunicação, se alguns desses fatores estiverem
deficientes a qualidade de vida do idoso é comprometida. Esses fatores
mostram que muitos idosos com a saúde debilitada têm altos níveis de
depressão e angustia e sentem bastante dificuldade em realizar tarefas do dia-
dia. (SOUZA e cols. 2010)
Como já demostrado anteriormente, sabemos que o envelhecimento da
população é um fenômeno global, o que faz com que as questões relativas à
Terceira Idade venham tendo grande importância nos últimos tempos. Embora
o envelhecimento seja uma aspiração das sociedades, não há grande
vantagem em viver mais se, paralelamente, não forem desenvolvidos estudos e
ações visando uma melhor qualidade de vida daqueles que estão
envelhecendo.
Isso não ocorre no Brasil onde ainda são incipientes os estudos
específicos sobre essa questão. Além do mais, as políticas públicas
(assistenciais, previdenciárias e da ciência e da tecnologia) não têm atribuído
prioridade à Terceira Idade, pondo em risco a manutenção da autonomia e da
independência do idoso.
Qualidade de vida diz respeito ao bem estar do indivíduo que não se liga
unicamente ao fator saúde/ausência de doença, embora se ligue ao próprio
corpo. Uma boa saúde física leva ao bem-estar. De modo análogo, um corpo
não saudável, certamente influirá em várias áreas da vida do ser humano.
(MOREIRA, 2001 apud PASCOAL; SANTOS; BROEK; 2006)
20
Concordando com o autor, pode-se dizer que a qualidade de vida aplica-
se ao indivíduo aparentemente saudável e diz respeito ao seu grau de
satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia,
transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização profissional, vida sexual e
amorosa, relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e
segurança financeira.
Levando o exposto em consideração, podemos perceber que um grande
desafio da contemporaneidade é o estudo da qualidade de vida de indivíduos
idosos. Isto envolve, não apenas, políticas de atenção ao idoso, mas também o
estudo científico do envelhecimento.
Na perspectiva de elucidação de algumas questões importantes para
este trabalho, lançamos as questões: o que significa qualidade de vida na
terceira idade? Qual aspecto da qualidade de vida que mais interessa aos
indivíduos dessa faixa etária? Qual o papel das atividades físicas nesse
contexto? O que o indivíduo busca quando vai à academia ou à prática de
atividades físicas? Dentre essas atividades, quais as que ele mais procura?
A incorporação de um comportamento favorável à saúde gera mudanças
que são concomitantes com melhores níveis de saúde e qualidade de vida,
pois entre os indivíduos fisicamente ativos está também a maior proporção de
pessoas que se alimentam corretamente, que não possuem hábitos de fumar e
que adotam outros comportamentos favoráveis cujas características são
preventivas.
Existem várias indicações na literatura de que a representação da
qualidade de vida para os idosos recebe forte influência do contexto
sociocultural em que vivem e que a atividade física tem um papel de destaque
em suas vidas, sendo entendida como algo que lhes dá prazer e contribui para
a satisfação de suas necessidades físicas, emocionais e sociais. (PASCOAL;
SANTOS; BROEK; 2006)
A qualidade de vida da população idosa está associada à manutenção
da capacidade funcional ou da autonomia. Segundo Rowe; Kahn (1997 apud
RIBEIRO e cols., 2002), autonomia é a medida pela qual os indivíduos são
capazes de tomar decisões em relação a escolha de atividades, métodos,
maneiras de participação social, tempo de duração de atividades, dentre
outras. Os limites colocados para o idoso pela família e sociedade configuram
21
uma perda de autonomia que lhes apontam não ter os mesmos direitos que
lhes cabiam na vida adulta. Isto implica cobranças e exigências do adulto para
com os idosos que os limitam, principalmente em relação às possibilidades de
satisfação (FRANÇA, 1989 apud RIBEIRO e cols., 2002).
Alguns trabalhos sobre a autonomia, sobre os riscos de incapacidades,
atividades de vida diária, para verificação da qualidade de vida, têm sido
desenvolvidos, por meio de questionários padronizados, onde, têm sido
apontadas as doenças crônicas e os eventos agudos (fraturas, acidentes
vasculares cerebrais, artrites, entre outros) como as causas ou as geradoras
mais frequentes de incapacidade, sendo realçada a importância do suporte
social como mediador entre o status funcional e a qualidade de vida em idosos.
Críticas têm sido feitas sobre as avaliações de saúde em idosos que se
limitam a uma avaliação de seu estado físico e mental e as consequências
destes, no desempenho de atividades de vida diária. As avaliações devem,
também, levar em consideração as condições econômicas e sociais e a
situação ambiental como um todo.
Em um estudo qualitativo realizado por Ribeiro, Modena e Fonseca
(2002), foi utilizada da observação participante para analisar as representações
de envelhecimento e qualidade de vida, tal como percebidos pelos próprios
idosos. A representação de qualidade de vida apresentada pelos idosos
pesquisados se relaciona com o estilo de vida, está ligada à autonomia, ao
desempenho das atividades de vida diária, à segurança socioeconômica, à
compreensão dos fenômenos saúde-doença sob suas óticas subjetivas e às
relações familiares.
À medida que aumenta a idade cronológica, as pessoas tornam-se
menos ativas e a sua capacidade funcional diminui, contribuindo para que a
sua independência seja reduzida (VALE, 2005).
A saúde funcional do idoso tem sido associada à qualidade de vida (QV),
ao convívio social, à condição intelectual, ao estado emocional e às atitudes
perante o indivíduo e o mundo. A capacidade funcional tem atraído atenção
crescente, pois a incapacidade acarreta o aumento do número de doenças
crônicas e das dificuldades para manter a autonomia durante a velhice, o que
tem fortes ligações com a qualidade de vida.
22
Em um contexto de importantes desigualdades regionais e sociais, os
idosos não encontram amparo adequado no sistema público de saúde e
previdência; acumulam complicações decorrentes das doenças crônico-
degenerativas, desenvolvem incapacidades, perdem autonomia e qualidade de
vida (CHAIMOWICZ, 1998 apud VIDMAR e cols., 2011).
Um modelo de qualidade de vida na velhice foi elaborado por Lawton
(1991), englobando quatro dimensões conceituais: a competência
comportamental, condições ambientais, qualidade de vida percebida e bem-
estar subjetivo. A inserção do idoso em atividades físicas resulta em maior
capacidade de autonomia, o que, por sua vez, pode melhorar a qualidade de
vida desta população (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001) O autor
também afirma que a relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e
envelhecimento vem sendo cada vez mais discutida e analisada
cientificamente. Atualmente é praticamente um consenso entre os profissionais
da área da saúde que a atividade física é um fator determinante no sucesso do
processo do envelhecimento.
Através da literatura avaliada nesta pesquisa (VIDAMA, 2011; MAZO,
2008; HUI, CHUI, WOO, 2009; MATSUDO, MATSUDO, BARROS NETO, 2001;
VALE, 2005; RIBEIRO e cols., 2002; PUCCI e cols., 2012; BRASIL, 2006;
VECCHIA, 2005; PASCOAL, SANTOS, BROEK, 2006 , podemos afirmar que
há uma forte evidência de que a atividade física se apresenta como uma
possibilidade de intervir positivamente nos três tipos de comportamento chave
apontados por Rowe e Kahn.
2.4 Importância da atividade física
Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma
vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde,
participação e segurança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o
termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa
visão. (OPAS, 2005)
Mas o que é “envelhecimento ativo”? A OMS define envelhecimento
ativo como o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação
e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as
23
pessoas ficam mais velhas. Neste sentido eles ainda acrescentam que a
palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais,
econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar
fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. (OPAS, 2005) Um
conceito bem abrangente que abre espaço para uma discussão mais holística
sobreo o processo de envelhecimento.
A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos
direitos humanos, das pessoas mais velhas e nos princípios de independência,
participação, dignidade, assistência e auto realização estabelecidos pela
Organização das Nações Unidas. (OPAS, 2005)
Como evidenciado nos capítulos anteriores, manter a autonomia e
independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental
para indivíduos e governantes. Além disto, o envelhecimento ocorre dentro de
um contexto que envolve outras pessoas – amigos, colegas de trabalho,
vizinhos e membros da família. Esta é a razão pela qual interdependência e
solidariedade entre gerações são princípios relevantes para o envelhecimento
ativo.
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as
doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante
prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno
propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como
por exemplo, assistir televisão. (BRASIL, 2006)
A perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, naturais com
o envelhecimento, podem ser potencializadas com o sedentarismo e limitar o
idoso na realização de suas atividades habituais, gerando com isto um círculo
vicioso que pode privá-lo de sua independência, autonomia, e assim acelerar a
deterioração da saúde e da qualidade de vida dessa população (BARBOSA,
1999 apud TODARO, 2001)
Corroborando com esta ideia, Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001)
afirma que a inatividade física regular pode antecipar e agravar o declínio
decorrente do envelhecimento, transformando-se em fator determinante para
uma velhice mais complexa e prejudicando, assim, a qualidade de vida. Por
consequência o idoso sofre declínio em sua capacidade funcional, o que
24
contribui para a redução da sua capacidade para a realização das atividades
da vida diária (AVDs).
Quanto à capacidade funcional a OMS afirma:
“A capacidade funcional (como capacidade ventilatória, força muscular e débito cardíaco) aumenta durante a infância e atinge seu máximo nos primeiros anos da vida adulta, entrando em declínio em seguida. A velocidade do declínio, no entanto, é fortemente determinada por fatores relacionados ao estilo de vida na vida adulta – como, por exemplo, tabagismo, consumo de álcool, nível de atividade física e dieta alimentar – assim como por fatores externos e ambientais. O declínio pode ser tão acentuado que resulte em uma deficiência prematura. Contudo, a aceleração no declínio pode sofrer influências e ser reversível em qualquer idade através de medidas individuais e públicas.”
O estilo de vida de uma pessoa tem o poder de modular o seu estado de
saúde e pode tanto favorecer quanto amortecer as mudanças resultantes da
idade avançada. Contudo, a maioria dos idosos adquire o hábito de uma vida
sedentária, caracterizada por uma intensa falta de qualquer tipo de atividade
física. Por consequência, o baixo nível funcional que é observado em muitos
idosos não é um resultado da idade avançada, mas do estilo de vida e
certamente do sedentarismo. (MAVROVOUNIOTS; ARGIRIADOU;
PAPAIOANNOU, 2010)
Bocalini, Santos e Miranda (2007), coadunam com esta opinião de que o
envelhecimento conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do
organismo e que esta situação é acentuada com o sedentarismo. Sendo o
sedentarismo uma das principais causas para as doenças crônicas
degenerativas como problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão,
osteoporose, acidente vascular cerebral, dentre outros, a prática de exercícios
físicos além de ser uma forma de contribuir para combatê-los, contribui de
maneira significativa para a manutenção da aptidão física funcional do idoso,
fazendo com que ele tenha uma melhora no funcionamento geral do seu corpo.
Segundo Nahas, (2003 apud VILARTA, 2007), a inatividade física
representa uma causa importante de reduzida qualidade de vida e morte
prematura nas sociedades contemporâneas, particularmente nos países
industrializados. O número de mortes associadas à inatividade física pode ser
25
estimado combinando-se o risco relativo deste comportamento com a
prevalência (número de casos) numa população. Considerando, por exemplo,
as doenças do coração, o risco de ocorrência de um infarto é duas vezes maior
para indivíduos sedentários quando comparados com aqueles regularmente
ativos.
O conceito de atividade física (AF) é utilizado, muitas vezes, sem clareza
conceitual e confundindo com aptidão física e exercício físico. Neste trabalho,
entende-se por AF qualquer movimento voluntário produzido pelos músculos
esqueléticos, que resulta em gasto energético; por exercício físico, uma
subcategoria da AF que é planejada, estruturada e repetitiva, com intenção de
melhorar ou manter um ou mais elementos da aptidão física, o conjunto de
características possuídas ou adquiridas por um indivíduo, relacionadas com a
capacidade de realizar atividades físicas. A AF engloba os movimentos
realizados no trabalho, nas atividades domésticas e no tempo livre.
(CASPERSEN e cols., 1985)
Segundo a recomendação do American College of Sports Medicine
(ACSM) para indivíduos idosos em um bom programa de exercícios devem ser
enfatizados exercícios de flexibilidade, de resistência aeróbia e exercícios de
força, para a manutenção da massa muscular. (BOSCALINI; SANTOS;
MIRANDA; 2007)
O (ACSM) também registra que, para indivíduos idosos, um bom
programa de exercícios de flexibilidade, de resistência aeróbia e exercícios de
força resultam em avanços na saúde física dos idosos, deixando-os mais
dispostos, com um corpo mais saudável, melhorando sua qualidade de vida e
sua autoestima. (BOCALINI; SANTOS e MIRANDA, 2007).
A prática de uma atividade física de forma regular auxilia na manutenção
da massa óssea existente, fazendo com que a sua perda por causa do
envelhecimento seja menor. Wannamethe e Shaper citado por Chiarion (2007),
dizem que uma atividade física, sendo praticada de forma regular e sistemática,
aumenta e mantém a aptidão física da pessoa idosa, podendo levar a melhora
do bem estar funcional e o menor índice de morbidade e mortalidade. A prática
de atividade física regular, através dos fatores citados acima, propicia uma
melhor qualidade de vida contribuindo de forma positiva no aspecto
biopsicossocial dessa população. Atividades como, tomar banho, vestir-se,
26
atacar o sapato, levantar-se da cama ou de uma cadeira, lavar roupa, entre
inúmeras situações que, quando jovem, achamos normais, mas com o passar
do tempo são dificultadas por fatores fisiológicos. (BRASIL, 2003; SOUZA e
cols. 2010; CHARION; 2007)
De fato, em qualquer faixa etária pode-se fazer uso da atividade física
com o intuito de melhorar o condicionamento geral e promover saúde.
Entretanto, nos idosos essa necessidade é preeminente; inclusive pelo fato de
induzir várias adaptações fisiológicas como: aumento da massa muscular;
melhor controle da glicemia; redução do peso corporal e melhor perfil lipídico;
melhor controle da pressão arterial em repouso; melhora da função pulmonar;
melhora do equilíbrio e da marcha, repercutindo em uma diminuição do risco de
quedas e fraturas (Mazo et al., 2001; Okuma, 1998 apud CUNHA e cols. 2008)
Existe hoje uma grande variedade de possibilidades de exercícios
voltados para a terceira idade. O tipo, intensidade, volume e frequência dos
exercícios oferecidos a esta população devem ser aceitáveis e planejados para
satisfazer as suas necessidades específicas. Os participantes devem achar a
atividade prazerosa e ter a capacidade de participação regular. Mesmo diante
destas evidências, não existe um consenso sobre a quantidade, qualidade ou
intensidade apropriada de exercícios necessários para promover uma boa
saúde e capacidade funcional nesta população. (EYIGOR e cols. 2009) Este
autor também afirma que além desta falta de consenso, existe também a
dificuldade de iniciar e manter o hábito do exercício físico regular depois de
uma certa idade, principalmente no grupo de indivíduos que não teve o
costume de se exercitar regularmente durante o período da juventude e meia
idade.
Outro aspecto do processo de senescência que não pode ser deixado de
lado é o declínio cognitivo que pode ser, em parte, causado por insuficiência
cerebrovascular, insuficiência esta que tende a aumentar com a idade. O
exercício aeróbio (condicionamento cardiovascular) aumenta a capacidade
cerebrovascular através do aumento da capacidade aeróbia e/ou débito
cardíaco através do aumento do volume de ejeção e extração do oxigênio pelo
cérebro. (COUBARD e cols. 2011) Spirduso, (2005) apud Cassiano e cols.,
(2009) coadunam com este conceito quando afirmam que o processo cognitivo
é mais rápido e eficiente em indivíduos fisicamente ativos em razão da melhora
27
na circulação cerebral, alteração na síntese e degradação de
neurotransmissores.
Em um estudo realizado por Miranda e Godeli (2003), os autores
afirmam que, estão relacionados à satisfação com a vida, os seguintes
resultados da participação em atividade física: a) aumento da auto eficácia e da
competência; b) a melhora no autoconceito, autoestima e imagem corporal; c)
aumento no nível de qualidade de vida. Além disso, os idosos fisicamente
ativos apresentaram saúde melhor e relataram aumento na capacidade de
enfrentar o estresse e a tensão no dia-a-dia, fatores que influenciam a
percepção do nível de satisfação com a própria vida. Em comparação com
outras técnicas de redução de estresse, a atividade física apresenta vantagens
para indivíduos idosos: evita os efeitos colaterais das drogas e favorece
benefícios físicos, como melhora na resistência cardiovascular, aumento da
energia, redução de peso corporal. Em termos de sintomas específicos, a
atividade física reduz a tensão muscular, a ansiedade e a depressão. Os
benefícios físicos e psicológicos advindos da prática da atividade física
favorecem um melhor enfrentamento do estresse, seja por diminuição dos
sintomas, seja por aumento na auto eficácia, autoconceito e autoestima, fatores
integrantes dos recursos pessoais e necessários para lidar com eventos
estressores. (MIRANDA e GODELI, 2003)
Em acordo com o exposto, Santos (2008) afirma que a atividade física
para o idoso além de ser um meio de manter a saúde física e mental,
oportuniza manter contatos sociais, possibilita a manutenção e
desenvolvimento da autoimagem e do esquema corporal, contribuindo assim
para uma velhice bem sucedida.
Os benefícios da prática corporal/atividade física para a saúde têm sido
amplamente documentados. Os principais benefícios biológicos, psicológicos e
sociais proporcionados pelo desempenho da atividade física/prática corporal
podem ser observados no quadro a seguir: (BRASIL, 2006)
Benefícios da prática corporal/atividade física para o idoso
Melhor funcionamento corporal, diminuindo as perdas funcionais, favorecendo
a preservação da independência
28
Redução no risco de morte por doenças cardiovasculares
Melhora do controle da pressão arterial
Manutenção da densidade mineral óssea, com ossos e articulações mais
saudáveis
Melhora a postura e o equilíbrio
Melhor controle do peso corporal
Melhora o perfil lipídico
Melhor utilização da glicose
Melhora a enfermidade venosa periférica
Melhora a função intestinal
Melhora a resposta imunológica
Melhora a qualidade do sono
Amplia o contato social
Correlações favoráveis com a redução do tabagismo e abuso de álcool e
drogas
Diminuição da ansiedade, do estresse, melhora do estado de humor e da
autoestima
Tabela 3: fonte BRASIL, 2006
O fato de idosos apresentarem melhorias após iniciar um programa de
atividade física nem sempre podem ser medidas através de exames
laboratoriais ou físicos, assim, percebemos que a subjetividade é um dado
importante que deve ser considerado e analisado neste contexto. É importante
coletar informações com o próprio indivíduo sobre a sua percepção de bem
estar proveniente das atividades físicas em que ele está engajado.
Como já foi exposto anteriormente, é possível elencar vários malefícios
atribuídos à falta de atividade física na terceira idade como fraquezas
musculares, a dificuldade de equilíbrio, altas taxas de colesterol, problemas
cardíacos, entre outros. Sendo que os dois primeiros são os maiores
responsáveis pela queda dos idosos, considerada no Brasil uma epidemia pelo
Ministério da Saúde. (BARBOSA e cols. 2012) Quedas representam um sério
problema para as pessoas idosas e estão associadas à elevados índices de
morbi-mortalidade, redução da capacidade funcional e institucionalização
29
precoce. (BRASIL, 2006) Este é um grave problema de saúde pública com
impacto substancial na saúde e resultando em altos custos para o governo.
Skelton e Beyer (2003), ao realizar uma revisão da literatura, concluíram
que o programa de treinamento para reduzir o risco de quedas e de fraturas
pós-quedas deve incluir exercícios de equilíbrio, de coordenação e de tempo
de reação, além do fortalecimento muscular; e que treinamentos contendo só
musculação ou caminhadas são menos efetivos para a estabilidade postural.
Porém, Howe e cols., 2007, numa revisão sistemática, afirmam que diversos
tipos de exercícios trazem benefícios ao equilíbrio corporal, mesmo se
realizados isoladamente. Entre essas atividades físicas incluem: exercícios
funcionais (para balanço, marcha e coordenação), fortalecimento muscular,
caminhada, dança, tai chi chuan, bicicleta (tanto estacionária quanto livre);
essa última apresentou apenas tendência de melhora no equilíbrio corporal.
Mesmo que a literatura apresente um forte corpo de evidências de que a
atividade física regular pode exercer uma influência positiva no bem estar do
idoso, um dos maiores desafios dos profissionais de saúde que trabalham com
esta população estaria em mobilizar o interesse na adesão e depois manter
esse interesse a um nível suficiente para que continuem se exercitando
sistematicamente. Okuma (1998 apud MIRANDA e SOUZA, 2009) sugeriu que
na medida em que vão percebendo mudanças nas dimensões física, psíquica e
cognitiva, decorrentes da participação constante em atividades físicas, os
idosos se tornam conscientes de que não podem mais deixar de praticá-la, sob
o risco de retornar as condições menos favoráveis de vida. Assim, se o
contexto de prática for agradável, pode contribuir para que queiram repetir
essas experiências mais vezes, tornando-se praticantes sistemáticos.
(MIRANDA e SOUZA, 2009)
Mesmo sem haver um consenso por parte dos cientistas sobre tipo,
intensidade, volume e frequência da atividade física ideal para beneficiar a
saúde dos idosos, os Centers for Disease Control and Prevention e o American
College of Sports Medicine, no intuito de evitar os problemas de saúde da vida
sedentária, aconselham que todo adulto realize 30 minutos ou mais de
atividade física de intensidade moderada (não necessariamente de uma só
vez) cinco ou mais dias por semana. Enquanto o exercício aeróbico é mais
importante para os benefícios da saúde, a manutenção do tônus e da força
30
muscular a capacidade de realizar as tarefas rotineiras, especialmente na
velhice, além de estar relacionado com a prevenção de quedas entre a
população idosa. (PASCOAL; SANTOS; BROEK; 2006) ). Uma das vantagens
dessa prática de intensidade moderada é a estimulação da adesão por aqueles
que têm baixa motivação para a prática de exercícios.
Não está claro ainda qual o melhor tipo e nível de prática
corporal/atividade física, uma vez que esses variam acentuadamente em
diferentes estudos. Existe discordância sobre qual seria o melhor exercício
para provocar efeito benéfico no idoso. De uma forma geral, deve-se procurar
desenvolver exercícios de flexibilidade, equilíbrio e força muscular. A prática
corporal/atividade física deve ser de fácil realização e não provocar lesões.
Deve ser de baixo impacto e ocorrer em intensidade moderada (percepção
subjetiva de esforço, aumento da frequência cardíaca e/ou da frequência
respiratória, permitindo que o indivíduo respire sem dificuldade e com aumento
da temperatura do corpo). Recomenda-se iniciar com práticas corporais /
atividades físicas de baixa intensidade e de curta duração, uma vez que a
pessoa idosa, geralmente, não apresenta condicionamento físico e pode ter
limitações musculoesqueléticas.
Ao indicar uma prática corporal/atividade física para uma pessoa idosa,
deve-se considerar vários aspectos, como: prazer em estar realizando esta ou
aquela atividade, suas necessidades físicas, suas características sociais,
psicológicas e físicas. Uma avaliação abrangente deve ser realizada para que
se possa elaborar um programa apropriado.
É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência
médica e de acesso a medicamentos. A promoção de "estilos de vida
saudáveis" é encarada pelo sistema de saúde como uma ação estratégica.
Nesse processo, alguns aspectos são facilitadores para a incorporação da
prática corporal / atividade física, como o incentivo de amigos e familiares, a
procura por companhia ou ocupação, alguns programas específicos de
atividade física e, principalmente, a orientação do profissional de saúde
estimulando a população idosa a incorporar um estilo de vida mais saudável e
ativo.
Baseado no exposto acima se pode perceber que existe associação
positiva entre a prática de atividade física regular e a percepção de qualidade
31
de vida, que varia de acordo com os domínios da qualidade de vida analisados.
Devem ser estimulados mais estudos que investiguem a associação entre os
diferentes domínios da atividade física com a qualidade de vida, sobretudo em
países de renda baixa e média, como os da América Latina, em especial, o
Brasil. (PUCCI, 2012)
2.5 A música como fator estimulante à atividade física
A literatura analisada nesta pesquisa sobre a utilização da música para
beneficiar os estados psicológicos de indivíduos idosos, mesmo sendo
pequena, apoia a noção de que um ambiente de atividade física com música,
se estruturado adequadamente, poderá favorecer positivamente a motivação
dos idosos para executar as tarefas, assim como a sua permanência em
atividade por tempo prolongado. A atividade física com música para idosos
pode criar um contexto positivo e agradável e, dessa maneira, tornar-se uma
intervenção adequada para que os indivíduos permaneçam em atividade.
Miranda e Godeli (2003) em sua reflexão sobre as respostas afetivas à
música afirmam que estas podem ser vários tipos. Segundo Radocy e Boyle
(1979) citados pelas mesmas autoras, embora as experiências estéticas sejam
consideradas as sensações mais importantes provocadas pela música, existe
ainda uma grande amplitude de respostas possíveis. As respostas mais
comuns seriam os estados de ânimo refletidos ou eliciados pelos padrões
musicais, mediados pelo contexto cultural e pelas experiências anteriores que o
indivíduo teve com aquela música específica, isto é, entra em jogo o fator
aprendizagem. Outras respostas podem ser decorrentes de associações extra
música, que provocariam lembranças de experiências passadas associadas a
ela, um mecanismo que permite ao indivíduo reviver eventos significantes da
sua vida.
No que diz respeito à atividade física, a música é um instrumento
poderoso para trabalhar com os idosos. De acordo com Clair (1996 apud
MIRANDA e GODELI, (2003),
(...) a música é estímulo que promove: a) respostas físicas, através das qualidades sedativas ou estimulantes, que afetam respostas fisiológicas como pressão arterial, frequência cardíaca,
32
respiração, dilatação pupilar, tolerância à dor, dentre outras; b) respostas emocionais que estão associadas às respostas fisiológicas, como alterações nos estados de ânimo, nos afetos; c) integração social, ao promover oportunidades para experiências comuns, que são a base para os relacionamentos; d) comunicação, principalmente para idosos que têm problemas de comunicação verbal e pela música conseguem interagir significativamente com os outros; e) expressão emocional, pois utiliza a comunicação não-verbal, facilitando a expressão de emoções também por idosos que possuam falta de habilidades verbais; f) afastamento da inatividade, do desconforto e da rotina cotidiana, mediante do uso do tempo com atividades envolvendo música, melhorando a qualidade de vida dos idosos; e g) associações extra-musicais, com outras épocas, pessoas, lugares, evocando emoções ou outras informações sensoriais que estão guardadas na memória.
Baseadas na afirmação de (CLAIR, 1996; GEIS, 2000 apud MIRANDA e
SOUZA, 2009) de que a música constitui-se em elemento valioso no contexto
da atividade física. O estudo de Miranda e Souza (2009) investigou a influência
do exercício aeróbio (EA) com música nos estados subjetivos de idosos. Foram
85 idosos com idades entre 60 e 85 anos, distribuídos em três situações
experimentais: EA com música “agradável”, com música “desagradável” e sem
música. Antes e após as sessões avaliaram-se os afetos positivo, negativo e a
fadiga. Durante o EA, avaliaram-se as percepções subjetivas de esforço (PE).
Embora diferenças entre as situações com músicas agradáveis e
desagradáveis tenham sido efetivas apenas na PE avaliada no início do EA, o
estudo corrobora a teoria da música como um estímulo que pode desviar o foco
de atenção, diminuindo percepções desagradáveis inerentes ao exercício. Em
se tratando de idosos, muitos estudos sugerem a sua utilização como um fator
que pode contribuir para a adesão, com diminuição dos níveis de desistência
ao longo do tempo. (MIRANDA e SOUZA, 2009)
A natureza das atividades físicas com música assemelha-se às das
atividades interessantes, prazerosas que, conforme Reeve (1999), facilitam as
auto percepções de competência e autodeterminação, características que
33
levam os indivíduos a manterem-se nelas pela satisfação que vivenciam.
(MIRANDA e SOUZA, 2009)
A dança e o movimento corporal permeado pela musicalidade são
instrumentos importantes na vida dos participantes, por proporcionar-lhes
aumento do bem-estar físico, social e psicológico. Essa prática é benéfica para
a saúde, trazendo satisfação pessoal, superação de limites e desenvolvimento
de potencialidades e capacidades. (PATROCÍNIO, 2010)
Mavrovouniots, Argiriadou e Papaioannou (2010) em concordância com
o já exposto, afirmam que dança e o movimento com a ajuda de música
proporcionam uma melhora no bem-estar psicológico e uma clara redução dos
sintomas da ansiedade. Eles afirmam ainda que a música ajuda no potencial
expressivo do movimento e reforça os estados de humor positivamente.
Coadunando com a ideia de que a música parece ter um papel
significativo no sucesso das sessões de atividade física para idosos,
acreditamos também que é relevante a escolha de uma seleção musical que
possa contribuir para a motivação e o prazer do idoso de estar naquele
ambiente.
Até agora vimos as fortes evidências cientificas de que a atividade física
regular pode favorecer positivamente a saúde física, psíquica e social do idoso
e que a atividade física quando aliada à música tem o potencial para estimular
um maior engajamento do idoso nesta atividade. Baseados nestas premissas,
gostaríamos de apresentar o resultado de nossa revisão da bibliografia
referente à dança (atividade física + música) como agente fomentador de
qualidade de vida para esta população, assim como as nossa reflexões sobre o
assunto.
2.6 A dança como atividade física
Este capítulo apresenta os resultados da revisão da literatura no que se
refere as pesquisas que abordam a dança como uma possibilidade de atividade
física para a terceira idade e seus possíveis efeitos em várias variáveis da
aptidão física , bem estar e qualidade de vida dessa população.
34
Em nossa busca nos bancos de dados foram encontradas pesquisas
que utilizaram diversas modalidades de dança, tais como dança de salão,
dança sênior, dança criativa, danças folclóricas, jazz, dança contemporânea,
tango, biodança e dança terapia. Assim como diversas foram as modalidades
de dança utilizadas, diversos também foram as variáveis analisadas nos
estudos encontrados. Devido a esta grande variabilidade entre os estudos e
metodologias fica difícil traçar um perfil de qual seria a melhor prática para os
idosos, porém o que a quase unanimidade dos estudos afirma é que há uma
forte tendência de que a dança possa contribuir positivamente na qualidade de
vida deste grupo populacional por influenciar diretamente na sua capacidade
funcional, seu estado geral de saúde, sua independência e sua autonomia.
Para uma melhor visualização do estado geral das pesquisas que
abordam a dança e seus efeitos na vida do idoso, aconselhamos a visualização
do anexo 1, onde apresentamos os resultados em forma de tabela contendo o
nome dos autores e o ano de realização pesquisa, a modalidade de dança
utilizada, a metodologia da intervenção, dados sobre a população investigada,
as variáveis avaliadas e os resultados da pesquisa.
Diante do exposto nos capítulos anteriores, conseguimos identificar a
importância de ações voltadas fara melhora da qualidade de vida desta parcela
da população que vem crescendo rapidamente em todo o mundo. Passamos
em revisão os fatores biopsicossociais relacionados ao processo de
senescência; identificamos as evidências científicas que apontam para a
importância da atividade física regular como fator relevante na manutenção
e/ou melhoria da qualidade de vida durante este processo e identificamos o
valor da música como agente facilitador da adesão, engajamento e
permanência do idoso na prática regular de atividades físicas. Queremos agora
revisar a os resultados das pesquisas que apontam a dança como uma
atividade com imenso potencial para afetar positivamente a vida da pessoa
idosa em vários de seus aspectos biopsicossociais.
Discutir a dança como atividade física para os idosos nos remete a um
universo complexo de linguagens, emoções, significados, estilos, ritmos e
movimentos.
Dentre as pesquisas revisadas percebeu-se a multiplicidade de
modalidades de dança que vem sendo utilizadas como recurso para promover
35
qualidade de vida na terceira idade. Este fato aponta para a possibilidade que a
dança apresenta o potencial de poder atender uma grande variedade de gostos
e preferências, podendo com isto abranger um número ainda mais variado de
idosos.
Pretendemos com esse texto, coadunar com Belo e Gaio (2007) quando
eles, a partir de uma reflexão preliminar sobre saúde coletiva e qualidade de
vida, como um espaço para o ser humano prolongar a vida e promover a
saúde, indicam a dança, como uma possibilidade de lazer, socialização,
educação, arte e exercício, capazes de estimular o ser idoso a reconhecer que
o percurso da vida pode ser prazerosamente vivenciado.
E na perspectiva da imensa variedade de estilos de dança e
metodologias de pesquisa que abordaremos os estudos que compõem esta
revisão bibliográfica. Vejamos agora como cada uma das modalidades de
dança utilizadas nos trabalhos avaliados podem contribuir positivamente na
saúde e qualidade de vida na terceira idade.
2.6.1 Dança de salão
Dentre as pesquisas encontradas em nossa revisão, dos 29 estudos
clínicos, nove utilizaram a dança de salão como intervenção, tornando esta
modalidade a mais utilizada em pesquisas envolvendo a dança e os seus
possíveis efeitos na saúde e qualidade de vida da pessoa idosa. (LEAL e
HAAS, 2006; ALMEIDA; PEREIRA e SAFONS, 2009; TOLOCKA; LEME e
ZANUZZO, 2001; OLIVEIRA, 2012; CUNHA e cols., 2008; GOBBO, 2005;
SANTANA; CORRADINI e CARNEIRO, 2008; BOCALINI; SANTOS e
MIRANDA, 2007; QUADROS JUNIOR, 2008). Vejamos agora os principais
achados dessas pesquisas.
Leal e Haas (2006) em se artigo buscam um aprofundamento teórico-
prático das questões relativas ao perfil das pessoas que buscam a dança na
terceira idade. O objetivo geral da pesquisa foi analisar o significado da dança
na terceira idade. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de campo e de
análise qualitativa. A amostra foi composta por 13 idosas do sexo feminino com
idade acima de 65 anos, participantes do projeto “Dança na Terceira Idade”,
vinculado à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e à Faculdade de Educação
36
Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade. Os autores afirmam
que a dança como atividade física para os idosos é um dos exercícios mais
procurados, e vários fatores podem ser os responsáveis por essa afinidade,
mas, sem dúvida, a aceitação por parte dos próprios idosos é determinante. A
dança é importante, pois lhes proporciona bem estar físico, social e psicológico,
sendo benéfica para a saúde, além de ser uma atividade que traz satisfação
pessoal (LEAL e HAAS, 2006)
Almeida, Pereira e Safons (2009) Avaliaram os efeitos de um programa
de dança terapêutica (dança de salão) sobre a memória de idosos com vistas a
determinar a eficácia do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) como
instrumento de rastreio de possíveis déficits de memória em idosos
presumivelmente saudáveis, vivendo em comunidade familiar e extrafamiliar,
matriculados em programas de atividades físicas para idosos. Os achados
desta pesquisa relatam que O MEEM foi eficaz em detectar déficit cognitivo em
população de alunos idosos praticantes de dança terapêutica (dança de salão)
e que esta prática leva ao aumento da oxigenação cerebral o que pode
contribuir para melhoria das funções cognitivas, como também, diminuir e/ou
retardar o ritmo dos distúrbios que ocorrem nos processos cognitivos nessa
etapa da vida.
O estudo de caso de Toloka, Leme e Zanuzzo (2011) verificou a
influência de um programa de dança no padrão de marcha e equilíbrio de
idosos com patologias que interferem nestas habilidades. Estas habilidades
foram avaliadas com a escala de Tinetti. Este estudo de caso avaliou seis
idosos, com idade mediana de 82 anos, abrigados em uma moradia de longa
permanência. O programa de dança foi ministrado exclusivamente para esses
idosos, duas vezes por semana, durante dois meses, perfazendo um total de
24 sessões. Nele foram realizadas atividades de alongamentos; relaxamentos;
atividades de deslocamentos, dança de salão (forró) e dança irlandesa. Ao final
do programa os autores constataram que tanto o equilíbrio quanto a marcha
foram mantidos na maioria dos casos. Apenas um idoso apresentou piora. Eles
apontam para a possibilidade de que um programa de dança para idosos com
patologias pode auxiliar na manutenção da marcha e do equilíbrio. (TOLOCKA;
LEME e ZANUZZO, 2001)
37
Utilizando duas modalidades de dança em sua pesquisa, a dança de
salão e a dança sênior Oliveira (2012) realizou uma pesquisa do tipo descritiva,
visando analisar os principais resultados e desdobramentos dos Projetos
Dança Sênior e Dança de Salão da UNATI - UNISUAM, abordando as
principais variáveis que favoreçam melhorar a qualidade de vida dos idosos
participantes dos projetos. O instrumento usado pela pesquisadora no estudo
foi um questionário de Qualidade vida, o SF-36 versão brasileira. Constatou-se
neste estudo que a qualidade de vida dos idosos participantes dos projetos é
muito boa, pois os idosos e as idosas relataram uma mudança de vida bem
significativa, passando a se sentir mais dispostos, com mais vigor, elevando
sua autoestima, melhorando sua capacidade funcional e proporcionando a
autonomia para suas atividades cotidianas.
A pesquisa de Cunha e cols., (2008) tratou-se de um estudo descritivo
que objetivou: evidenciar os motivos que levam pessoas da terceira idade a
praticar a dança de salão; conhecer, a partir dos discursos de pessoas da
terceira idade, assim como identificar quais os efeitos da prática da dança de
salão nas suas atividades de vida diária (AVD’s). A pesquisa foi realizada numa
escola de dança de salão conceituada em Fortaleza-CE, que trabalha com a
terceira idade. Participaram da pesquisa treze (13) mulheres com idade mínima
de 60 anos, praticantes da dança de salão. Para coleta de dados os autores
utilizaram a entrevista estruturada focalizada gravada, durante o período de
05/05 a 05/06 de 2004. Como resultado desta pesquisa, constatou-se que a
dança de salão é uma atividade física prazerosa e motivante, que auxilia
pessoas a melhorar sua qualidade de vida e seu desempenho nas AVD’s,
dando-lhes autonomia e prevenindo doenças causadas pela inatividade física.
Os resultados deste estudo sugerem que os indivíduos praticantes da dança de
salão melhoraram os aspectos físicos, psíquicos e sociais, o que possibilita os
autores de concluir que a prática da dança de salão tem um grande potencial
para preservar e melhorar as capacidades funcionais, a autoestima e a
socialização das pessoas da terceira idade. (CUNHA e cols., 2008)
O objetivo da pesquisa de Gobbo (2005) foi o de identificar, como a
Dança de Salão pode beneficiar a qualidade de vida para os idosos. O autor
realizou um estudo de campo do tipo descritivo. A população contém os idosos
praticantes de Dança de Salão da Associação Paranaense de Idosos (API). A
38
amostra será composta por 50 idosos de ambos os sexos, com uma faixa
etária de 60 a 74 anos de idade, praticantes de Dança de Salão. Os
instrumentos de medida utilizados na realização deste estudo envolveram: uma
entrevista semiestruturada: atributos pessoais e percepção da qualidade de
vida (Versão brasileira do SF-36 – Health Survey of the International Quality of
Life Assesment). Ao final da pesquisa o autor afirma que quanto à qualidade de
vida dos idosos em relação com a dança de salão, esta foi considerada
“positiva” em suas percepções. Quanto ao grau de satisfação dos idosos em
relação a dança de salão, que esta trouxe benefícios ao longo da prática,
podendo destacar autonomia e o aumento das amizades (relações
interpessoais), que são de extrema importância no que diz respeito à procura
pela prática de uma atividade física, assim como a satisfação com a mesma.
(GOBBO, 2005)
O projeto de Santana, Corradini e Carniro (2008) teve por objetivo
desenvolver um curso de dança de salão para a comunidade com ênfase nos
aspectos motores, cognitivos e sociais. A análise dos benefícios com a prática
foi baseado na concepção de seus participantes. As aulas foram divididas em
estágios iniciante e intermediário com duração de dois meses cada. As aulas
foram divididas em duas turmas com total de 25 pessoas e tiveram a duração
de 60 minutos. Os participantes tinham idade acima dos 50 anos e ao final de
cada estágio foi realizada uma avaliação com base nos critérios de
musicalidade, técnica, postura e equilíbrio. Ao termino do estudo foi aplicado
um questionário para verificar a percepção dos participantes com relação aos
benefícios da prática. De acordo com a análise do primeiro estágio foi
verificado que a maioria das participantes apresentou dificuldades nos quesitos
avaliados (musicalidade, técnica, postura e equilíbrio) e que ao final do
segundo estágio houve uma melhora significativa em todos eles. Já com
relação ao questionário, os autores constataram ao final da pesquisa que os
participantes fizeram novas amizades, fortaleceram e melhoraram o convívio
social, melhoraram a postura, comunicação, autoestima e disposição. Também
foi constatada a melhora na coordenação motora e diminuição da percepção de
estresse e que, juntos, todos estes fatore auxiliaram para a melhoria da
qualidade de vida do grupo investigado. Os autores defendem que devido aos
benefícios e interesse da população, a dança de salão pode ser uma
39
possibilidade para inclusão em programas de atividade física para a terceira
idade, assim como para a população em qualquer faixa etária. (SANTANA;
CORRADINI e CARNEIRO, 2008)
A pesquisa de Bocalini, Santos e Miranda (2007) teve como objetivo
avaliar a prática de dança de salão (DS) na aptidão funcional de mulheres
idosas. O estudo contou com 37 mulheres saudáveis que foram alocadas em
dois grupos, sedentário (S: 65,2 +/_ 4,5 anos) e DS (D: 62,5 +/- 5,7 anos).
Antes e após a prática de 12 semanas de aulas DS, duas vezes por semana
com duração de 60 minutos, a qualidade de vida (QV) foi mensurada por
questionário e a aptidão física (AF) pelos testes de 800 metros, flexão de
antebraço (FB), sentar e levantar da cadeira (SLC) e o teste de sentar e
alcançar (SA). Após avaliação dos dados coletados, não foram encontradas
diferenças entre os grupos no pré-teste. Contudo, o desempenho no teste de
800 metros, o grupo D (6,15 ± 2 min) foi melhor em relação ao grupo S (10,3 ±
2,2 min). Para as variáveis neuromotoras o grupo D teve um aumento
significativo em relação ao grupo S em todos os testes funcionais de FB (D: 20
± 3,1; S: 16,2 ± 2,1 rep); SLC (D: 25 ± 2,70; 21 ± 1,2; rep) e SA (D: 27 ± 8,3; S:
20 ± 4; cm). Em relação QV foram encontradas diferenças somente nos
domínios físicos (pré: 69 ± 17; pós: 75 ± 11) e psicológicos (pré: 66 ± 17; pós:
75 ± 12) no grupo D, nos demais domínios nenhuma diferença foi encontrada.
Com isto os autores concluíram em seu estudo que os resultados indicam o
favorecimento do papel da dança de salão como importante estratégia para
melhorar tanto a qualidade de vida quanto a aptidão física, pois é possível
considerar que ela parece proporcionar sobrecarga suficiente para se obter
melhor resposta nas variáveis neuromotoras e metabólicas.
Quadros Junior (2008) em sua dissertação de mestrado dividiu a sua
pesquisa em dois estudos, um transversal e um longitudinal. O objetivo dele foi
realizar o perfil de nível de atividade física, independência funcional básica,
funções executivas, memória e estado cognitivo geral de idosos moradores de
instituições de longa permanência para idosos de Rio Claro-SP (estudo
transversal), e analisar possíveis efeitos de um programa de Dança de Salão
nestas variáveis (estudo longitudinal). Para a parte transversal da pesquisa a
amostra foi aleatória e abrangeu 89,8% da população institucionalizada. Para a
parte longitudinal, a amostra foi de, 14 idosos no Grupo Controle e de 13
40
idosos no Grupo Treinamento; o treinamento foi de três sessões de Dança de
Salão por semana, durante seis meses. Em ambos os estudos foi aplicada a
mesma bateria de testes e questionários. Ao final da pesquisa ele observou
que em ambos os estudos, o desempenho dos idosos foi muito abaixo do
esperado, porém no estudo longitudinal ele pode analisar que a prática de seis
meses de Dança de Salão: aumentou o nível de atividade física, manteve a
independência funcional básica, melhorou o estado cognitivo geral, melhorou a
manipulação mental de informação e a abstração, melhorou a memória visuo-
espacial e a memória de longo-prazo declarativa episódica, além da
capacidade atencional. Baseado nos dados coletados em sua pesquisa ele
conclui que os idosos institucionalizados que participaram desta pesquisa
apresentaram perfis preocupantes, o que leva a sugerir programas de
intervenção, não somente física, mas também cognitiva. Ele afirma ainda, que
a Dança de Salão mostra-se uma possibilidade efetiva como tratamento não-
farmacológico com potencial de beneficiar a cognição e a funcionalidade dos
idosos. (BOCALINI; SANTOS e MIRANDA, 2007)
2.6.2 Danças folclóricas
Silva (2007) teve como objetivos principais de sua pesquisa apresentar
uma revisão de literatura sobre o idoso e mais especificamente o
institucionalizado em diferentes aspectos; expor a importância de programas de
Educação Física para esta população e apresentar uma reflexão sobre o
dançar a partir da fala de idosos institucionalizados. O projeto desenvolvido
pela autora aconteceu no Lar dos Velhinhos de Piracicaba, instituição de
caráter filantrópico, que abriga pessoas acima de 60 anos sob o regime de
internação. A coleta se caracterizou por entrevistar 25 idosos, sendo 16
homens e 9 mulheres que além de frequentar as aulas de condicionamento
físico teriam que participar da quadrilha do Lar dos Velhinhos. No questionário
aplicado foram feitas três perguntas, a saber: 1. Como você se sente
dançando?; 2. Que modificações você identifica no seu corpo quando dança? e
3. Como a dança pode contribuir para sua relação com outras pessoas e em
outros ambientes? A autora em suas conclusões afirma que a dança, na
perspectiva da qualidade de vida, parece ser a adequada aos idosos. Além de
41
trabalhar o condicionamento, com exercícios físicos associados a respiração,
trabalha com o ritmo, a flexibilidade, a força, a leveza e principalmente com o
sentimento, que na dança, é o coração do bailarino. Pode-se notar através das
respostas dos participantes da pesquisa relatos de sentimentos de alegria,
emoção, liberdade, agilidade, amizade, tranquilidade, animação e suavidade.
Com a renovação de conhecimento sobre si mesmo, o processo de
envelhecimento se torna mais amplo e as atividades físicas acabam
contribuindo para a qualidade de vida dos idosos, assim, corroborando os
resultados de outros autores já citados, a prática da dança deve ser
estimulada, não só em instituições, mais em academias, clubes e escolas, para
garantir uma resposta satisfatória, que desenvolva todas as capacidades do
indivíduo idoso, cognitiva, afetiva e motora, obtendo uma vida saudável e com
mais qualidade. (SILVA, 2007)
Santos (2008) desenvolveu uma pesquisa que teve como objetivo
principal a identificação da influência da prática regular da dança folclórica
alemã nos aspectos físicos, psíquicos e sociais durante o processo de
envelhecimento. A pesquisa apresentou um delineamento descritivo e
qualitativo. Foram avaliadas 11 pessoas, com idade superior a cinquenta anos,
de ambos os sexos, que frequentam regularmente um grupo de dança
folclórica alemã na região metropolitana do Rio Grande do Sul. Utilizou-se
como instrumento de avaliação um roteiro de entrevista semiestruturada. A
partir das respostas dos entrevistados a autora constatou que a prática de
exercícios físicos pode contribuir positivamente na promoção de um
envelhecimento saudável. As atividades de dança propiciaram aos
participantes da pesquisa a melhoria da qualidade de vida, com benefícios para
a sua saúde, maior socialização e resgate da autoestima. Também se
constatou que houve melhoria nas relações pessoais, como descrito pelos
próprios participantes. (SANTOS, 2008)
Eyigor e cols., (2009) realizou uma pesquisa para investigar os efeitos
de dança folclórica turca na aptidão física, equilíbrio, depressão e qualidade de
vida em um grupo de 40 idosas saudáveis, todas com idade acima dos 65
anos. As participantes foram alocadas aleatoriamente em dois grupos (grupo 1:
dança folclórica turca; grupo 2: controle). Um programa de dança de 8
semanas foi então implementado. Os instrumentos de mensuração foram: teste
42
de marcha de 20-m, teste de caminhada de 6 minutos, tempo de subir escada
e tempo para levantar da cadeira, a escala de equilíbrio de Berg, Questionário
F-36 e a escala geriátrica de depressão. Quando comparados os dois grupos,
foi encontrado melhoras significantes em favor do grupo 1 (experimental) em
quase todos os testes de desempenho funcional e em algumas das sub-
escalas do SF-36. Depois de análise dos resultados encontrados pela autora e
seus colaboradores, ela afirma que foi alcançado melhoras no desempenho
físico, equilíbrio e qualidade de vida das idosas que participaram do estudo e
que baseada nestes resultados, ela conclui que a aplicação de programas de
dança folclórica específicas de cada país pode influenciar positivamente a
qualidade de vida de pessoas idosas. (EYIGOR e cols., 2009)
No estudo de Mavrovouniotis, Argiriadou e Papaionnou (2010), os
autores examinaram os efeitos da dança tradicional grega na melhora da
qualidade de vida de pessoas idosas. O estudo contou com a participação de
111 idosos (75 mulheres e 36 homens), todos com idade entre 60 e 91 anos.
Os participantes foram divididos em dois grupos (experimental: n=76 e
controle: n=35). O grupo controle durante o período do estudo se reuniu nos
mesmos horários que o grupo experimental no centro de convivência para
idosos onde foi realizado o estudo para assistir televisão, jogar cartas e
conversar. Os resultados demonstram de forma geral que o grupo que
participou das aulas de dança tradicional grega apresentou melhoras em seu
estado psicossomático e bem estar, diminuiu estresse e estados de ansiedade.
Através do monitoramento da frequência cardíaca (FC) durante as aulas,
verificou-se que esta foi de 75.6 bpm (media do grupo) em repouso para 96.4
bpm depois de 30 minutos de aula e para 103.93 bpm ao final de 60 minutos,
significando que houve um aumento de aproximadamente 63% da FCmax dos
participantes. É possível então perceber aqui uma tendência de que a
intensidade desta atividade seja suficiente para desenvolver e/ou manter a
capacidade cardiorrespiratória de pessoas idosas. (MAVROVOUNIOTS;
ARGIRIADOU; PAPAIOANNOU, 2010)
43
2.6.3 Dança Sênior
Em 1974 na Alemanha, Ilse Tutt criou um programa para idosos
chamado Dança Sênior. Baseada em músicas folclóricas de diversos povos, na
maioria das vezes é realizada em roda revivendo cantigas e cirandas da
infância. A dança sênior é uma dessas atividades que vem ganhando mais
espaço no Brasil como estratégia preventiva da inatividade, para retardar a
senilidade e promover qualidade de vida entre os idosos. (OLIVEIRA; PIVOTO;
VIANNA, 2009)
Cassiano e cols. (2009), por meio de relato de caso e levantamento de
literatura, apresenta-nos uma pesquisa que visa apresentar a dança sênior
(DS) como um recurso na intervenção terapêutico-ocupacional para a
promoção de saúde em idosos hígidos. A DS é uma atividade grupal que
envolve música e atividade física, trabalhando o corpo por meio de coreografias
criadas com músicas instrumentais e movimentos ritmados. Segundo os
autores ela objetiva a estimulação cognitiva e sensóriomotora, favorecendo a
autoestima e a integração do grupo. A DS foi aplicada durante um ano, com
frequência de uma vez por semana e sessões com duração de uma hora, em
um grupo de vinte idosos com faixa etária entre 65 e 84 anos junto aos
participantes do Projeto “Vale a pena viver”, vinculado à Universidade Federal
de Minas Gerais. Após um ano de aplicação, solicitou-se a cada participante
um depoimento de sua percepção quanto à sua participação na atividade.
Através dos depoimentos dos participantes verificou-se os benefícios da
utilização da DS como recurso terapêutico, concluindo-se que sua prática
propicia atividade física, lazer, ludicidade, estimulação cognitiva,
desenvolvimento da coordenação motora, autoestima e socialização. Os
ganhos obtidos com o uso contínuo da dança nas esferas física, cognitiva e
social contribuíram para a promoção da percepção da qualidade de vida dos
participantes, sugerindo que a DS pode ser utilizada para facilitar a
socialização, o conhecimento corporal, estimular a criatividade, a memória e a
coordenação motora. (CASSIANO e cols., 2009)
No trabalho realizado por Oliveira, Pivoto e Vianna (2009) para avaliar o
impacto da Dança Sênior na saúde dos idosos foi utilizado o questionário de
qualidade de vida SF-36. Para este estudo foram selecionados 103 indivíduos
44
com idade mínima de 60 anos. Os idosos participaram do programa durante
quatro messes com frequência de uma vez por semana e com aulas de 60
minutos de duração. O questionário foi aplicado no início e ao final das
participações. Através da análise dos resultados os autores observaram um
aumento significativo das pontuações em todos os componentes avaliados pelo
SF-36 comparados os momentos inicial e final da pesquisa. Os pesquisadores,
baseados nos parâmetros do SF-35 concluíram que a Dança Sênior mostrou-
se eficiente como possibilidade terapêutica na melhoria da qualidade de vida
dos idosos pesquisados. (OLIVEIRA; PIVOTO e VIANNA, 2009)
2.6.4 Atividade motora com música e dança aeróbica
Leme (2008), em sua pesquisa objetivou oferecer um programa de
atividade motora com música para pessoas idosas institucionalizadas, para
fornecer subsídios para discussão sobre a prática motora para estas pessoas
idosas. Participaram deste projeto 19 pessoas entre 60 anos e 94 anos
moradoras do Lar de Velhinhos de Piracicaba, que voluntariamente se
inscreveram no projeto, após participarem de uma entrevista, sobre a
experiência pessoal com a dança, tipo de música preferida, sentimento ao
dançar e outras atividades que realizavam durante o dia. Foram montados dois
grupos, o primeiro com os idosos que apresentaram mais dificuldades em
realizar os exercícios e o segundo grupo com os demais. As sessões de dança
foram elaboradas a partir dos dados coletados nesta entrevista, observando-se
preferência por estilos de musica e formação de grupos ou atividades
individualizadas. As aulas tinham duração de mais ou menos de 40 min. Foram
utilizados dados também de um teste de equilíbrio e marcha que os idosos
tinham realizado recentemente. Os pesquisadores realizaram monitoramento
da pressão arterial e da glicemia antes e depois dos exercícios em todos os
alunos. Para observação dos movimentos realizados pelos idosos foram
analisados equilíbrio, marcha e coordenação motora. Para o equilíbrio foi
solicitado que a pessoa permanecesse em pé com um apoio no solo, com os
membros superiores estendidos e o tronco inclinado um pouco para frente,
assim os alunos permaneciam quanto tempo conseguissem. Para a marcha o
45
movimento usado foi caminha entre os obstáculos colocados na sala. Para a
coordenação motora foram feitas sequências de movimentos dos membros
superiores e inferiores e executados tempo da música. Os autores concluíram
que mesmo com todas as dificuldades os idosos gostam e podem fazer aulas
de dança. Eles aprendem novos movimentos e houve mais melhora no
equilíbrio do que na marcha. (LEME, 2008)
O principal fator que norteou a efetivação da pesquisa de Barbosa e
cols. (2012), gira em torno da necessidade de apontar fatores relevantes para a
prática da atividade física como item predominante para a manutenção da
qualidade de vida dos idosos. Para o desenvolvimento deste trabalho foram
realizados uma análise bibliográfica sobre o tema e uma pesquisa de campo
com 65 idosos, todos com 65 anos ou mais, frequentadores do CCMI – Centro
de Convivência da Melhor Idade Maria Salvador Fais na cidade de Altamira-PA.
Primeiramente foram aplicadas atividades de dança no Centro de Convivência,
e através de observações foi analisado o comportamento dos participantes. Os
autores almejavam, através de uma pesquisa descritiva, poder observar,
registrar, analisar, interpretar os fatos, utilizando o questionário como técnica
padronizada de coleta de dados. Através das atividades propostas ao grupo,
eles observaram que as atividades que envolveram a dança foram as mais
atraentes. A análise dos resultados do questionário demonstrou que 85,70%
dos entrevistados praticam atividade física regularmente. A respeito de qual
atividade física os idosos mais gostam de praticar, 71,40% dos entrevistados
elegeram a dança como a atividade mais prazerosa, relatando que a dança
ajuda no processo de socialização. Os entrevistados reforçaram que a
socialização é de suma importância nessa fase da vida, pois muitos moram
sozinhos e o sentimento de solidão e de inutilidade os aflige constantemente.
Outro resultado relevante deste estudo é que 59,50% dos idosos que praticam
dança buscaram esta pratica como atividade física pelo fato de estarem
preocupados com o bem estar do seu corpo. Deste modo pudemos constatar
que a dança é uma atividade física que proporciona prazer e felicidade para
seus praticantes, contribuindo como um instrumento para combater o
sedentarismo e proporcionar qualidade de vida, principalmente para o individuo
idoso. Os pesquisadores afirmam terem com essa pesquisa encontrado
estreitas relações entre a dança, a atividade física, a qualidade de vida e o
46
idoso. A dança vista como atividade física regular ajuda o idoso a sair do
isolamento provocado pela aposentadoria contribui para a sua independência
social, melhora o estado físico e psicológico do indivíduo, prevenindo possíveis
doenças. (BARBOSA e cols., 2012)
Silva e Mazo (2007) realizaram uma pesquisa com 25 idosas
participantes das aulas de dança do Grupo de Estudos da Terceira Idade –
GETI através de um questionário para avaliação das aulas aplicado no final do
primeiro semestre de 2007. Elas observaram que a maioria das idosas procura
a atividade por indicação médica e que permanece pelos benefícios
proporcionados a saúde. Os resultados deste estudo reforçam a importância da
interação entre médicos, profissionais de educação física e fisioterapeutas. A
amostra foi obtida de forma intencional, tendo como critério de inclusão
frequência de 100% nas aulas durante o período da pesquisa, o que totalizou
10 idosas. As aulas de dança do GETI forram ministradas uma vez na semana,
com duração de 50 minutos cada aula. As autoras afirmam que a dança é uma
atividade física bem aceita pelos idosos, pois favorece os relacionamentos, as
recordações pessoais, apresenta uma grande riqueza de gestos e movimentos,
contribui para a expressividade e criatividade, além de trazer benefícios para a
saúde desta população. (SILVA E MAZO, 2007)
O objetivo do estudo realizado por Shigematsu (2002) foi determinar os
efeitos da dança aeróbica nos índices de queda de mulheres idosas. O autor
contou com um grupo de 38 mulheres saudáveis com idades entre 71 e 87
anos que viviam independentemente. O estudo dividiu as participantes em dois
grupos, um experimental e outro controle. 20 idosas do grupo experimental
participaram das aulas de dança aeróbica por 60 minutos, três vezes por
semana, durante 12 semanas e o grupo controle não participou de nenhum
programa de exercícios. No momento da avaliação inicial ambos os grupos
apresentaram desempenho similar em todos os testas aplicados. Ao final da
intervenção o grupo experimental apresentou mudanças significantes nos
testes de equilíbrio sobre uma só perna com olhos abertos e fechados, no teste
de alcance funcional e no de caminhada em volta de dois cones por três
minutos. Em contraste não houve melhoras significativas em nenhum dos
testes do grupo controle. Baseados nestes resultados, os autores concluem
que exercícios de dança aeróbica especificamente planejados para mulheres
47
idosas podem melhorar componentes específicos do equilíbrio, locomoção e
agilidade, atenuando desta forma o risco de quedas nesta população.
(SHIGEMATSU, 2002)
Hui, Chui e Woo (2009) em um estudo sobre os efeitos da dança no bem
estar físico e psicológico de idosos contaram com 111 idosos de ambos os
sexos residentes na comunidade. Os participantes foram alocados em dois
grupos, um grupo controle e um grupo experimental que participou de 23
sessões de dança por um período de 12 semanas, com sessões de 50 minutos
duas vezes por semana por seis semanas inicialmente, seguidas de duas
sessões por semana de 60 minutos por mais seis semanas. Todos os
participantes foram avaliados no inicio e ao final do estudo. Instrumentos de
avaliação constaram do teste de caminhada de 6 minutos (6MWT), flexibilidade
do tronco, força e endurance das extremidades inferiores (EEII), composição
corporal, equilíbrio, teste do tempo para levantar e caminhar (TUG), frequência
cardíaca de repouso e pressão arterial. A qualidade de vida foi avaliada através
do questionário SF-36. Como resultado destes testes foi averiguado que houve
diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos. As principais
diferenças em favor do grupo experimental foram vistas nas medidas de
frequência cardíaca de repouso, 6MWT, TUG, endurance das EEII, assim
como nos componentes "estado geral de saúde" e "dor" do SF-36. A maioria
dos idosos participantes do grupo experimental relatou ter a sensação de que a
intervenção melhorou o seu estado de saúde. Baseados nestes dados, os
pesquisadores afirmam que dança aeróbica de baixo impacto produz
benefícios físicos e psicológicos e deveria ser promovido como uma forma de
atividade de lazer para indivíduos idosos visando promover saúde e prevenir
doenças. (HUI, CHUI E WOO, 2009)
Partindo da afirmação compartilhada por outros autores de que aperda
de equilíbrio é um dos maiores fatores de risco para quedas em idosos e que
atividade física tem o potencial de melhorar o equilíbrio tanto em indivíduos de
meia idade quanto em idosos, Federici, Bellagamba e Rocchi (2005) realizaram
um estudo clínico para testar a eficácia de programa de atividades físicas
baseadas na dança caribenha para melhorar o equilíbrio dessa população. O
estudo contou com a participação de 40 pessoas com idade variando entre 58
e 68 anos que foram alocados aleatoriamente em dois grupos, um grupo
48
experimental (N=20) e grupo controle (N=20). O equilíbrio dos participantes foi
avaliado no início e ao final do experimento através de diferentes testes: escala
de Tinetti, teste de Romberg e teste de levantar e andar. Os resultados dos
testes apresentaram melhoras significativas no grupo experimental ao final do
estudo, enquanto que o grupo controle não apresentou nenhuma mudança
significativa. Baseados nestes resultados os autores sugerem que a dança
pode melhorar o equilíbrio e desta forma ser um instrumento útil na redução de
quedas entre a população idosa. (FEDERICI, BELLAGAMBA E ROCCHI, 2005)
O objetivo do estudo Coelho, Quadros Junior e Gobbi (2008) foi analisar
os efeitos de um programa de dança nos componentes da aptidão funcional e
no índice de aptidão funcional geral (IAFG) de mulheres de 50 a 80 anos, e
posteriormente compará-los com valores normativos já existentes na literatura.
Participaram deste estudo 28 mulheres com idade entre 50 e 80 anos (62,28 ±
6,93 anos), não praticantes regulares de atividade física sistematizada e
aparentemente saudáveis, que realizaram três sessões de dança por semana,
durante uma hora, por quatro meses. As voluntárias foram avaliadas pela
bateria de testes motores para idosos da American Alliance for Health, Physical
Education, Recreation and Dance (AAHPERD), descrita em Gobbi, Villar e
Zago (2005, apud COELHO; QUADROS JUNIOR e GOBBI, 2008). Conforme
descrevem os autores em seu artigo, tal bateria é composta de cinco testes,
que mensuram seis componentes da aptidão funcional: flexibilidade (FLEX),
coordenação (COO), agilidade e equilíbrio dinâmico (AGILEQ), resistência de
força (RESISFOR) e resistência aeróbia geral (RAG). De acordo com os
autores, ocorreram ganhos significativos após treinamento na AGILEQ (s),
RESISFOR (rep) e IAFG (pts) e manutenção das outros componentes da
aptidão funcional. Os pesquisadores baseados nestes resultados concluem que
um treinamento de quatro meses de dança é efetivo para melhorar a AGILEQ,
RESISFOR e o IAFG de mulheres de 50 a 80 anos. Os autores sugerem como
possível explicação para os benefícios nos níveis de AGILEQ o fato de que a
dança exige movimentos com rápida mudança de direção e/ou de altura do
centro de gravidade, demandando, assim, manutenção/recuperação do
equilíbrio, características da agilidade e do equilíbrio dinâmico. (COELHO;
QUADROS JUNIOR e GOBBI, 2008)
49
Sebastiao e cols. (2008) entendendo que o processo de envelhecimento
e os fatores a ele associados caracterizam-se por um declínio da capacidade
funcional (CF), realizaram uma pesquisa que teve como objetivo analisar os
efeitos da prática de dança na CF de mulheres com idade acima de 50 anos.
Participaram do estudo 21 mulheres, com idade média de 61±7,12 anos,
engajadas na modalidade dança do Programa de Atividade Física para
Terceira Idade – (PROFIT) UNESP – Rio Claro. O tempo de intervenção foi de
quatro meses com aulas três vezes por semana com duração de uma hora
cada e a CF foi avaliada por meio da bateria de testes da American Aliance for
Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD). Melhoras
significativas foram observadas apenas na resistência de força (30,14±3,49;
33,42±4,3 repetições) e na coordenação motora (10,40±2,15; 9,75±1,68
segundos). Os autores em suas conclusões ponderam que quando levamos
em consideração que a curva de declínio da capacidade funcional é mais
acentuada para as pessoas sedentárias, a interpretação dos resultados
apresentados na pesquisa deles permite concluir que, em idosas, quatro meses
de prática de dança foram suficientes para melhorar de maneira significativa os
níveis de resistência de força e coordenação motora e manter os níveis de
flexibilidade, agilidade e equilíbrio dinâmico e de resistência aeróbia geral. Eles
salientam ainda a importância do fato de que a simples manutenção dos
componentes que não sofreram alteração ao longo do tempo, para o grupo
etário do presente estudo, representa um impacto bastante positivo.
(SEBASTIÃO e cols., 2008)
Em sua dissertação de mestrado Todaro (2001) apresenta-nos uma
pesquisa metodologicamente muito bem estruturada que teve como objetivo
avaliar os efeitos de um programa de dança, considerada como atividade física
e de expressão, sobre o estado funcional e o bem-estar físico, psicológico e
social de idosos sedentários. Participaram deste estudo 40 sujeitos com idade
entre 60 e 89 anos, sendo 14 homens e 26 mulheres, que viviam no Asilo São
Vicente de Paulo, localizado na cidade de Atibaia, SP. O programa de dança
constou de duas sessões semanais de 60 minutos cada, durante quatro meses,
onde todas as atividades foram realizadas utilizando movimentos e música.
Cem por cento dos sujeitos eram funcionalmente independentes em atividades
da vida diária (AVDs) e atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), e não
50
praticavam atividade física com regularidade. O delineamento de sua pesquisa
envolveu pré-teste e pós-teste para os grupos experimental (E) e controle (C).
A coleta de dados foi feita com o auxílio de oito instrumentos, a saber: um
questionário sócio-demográfico, escala de satisfação global com a vida, uma
escala de satisfação referenciada a domínios, uma escala de ânimo, uma
escala de sociabilidade, e testes de equilíbrio, flexibilidade e agilidade. As
análises dos dados revelaram que a adesão ao Programa de Dança para
Idosos (PDI) foi de 100%, com a presença de benefícios físicos, psicológicos e
sociais relatados ao nível de significância de 5%, quando a comparação foi
feita entre os grupos e entre os dois momentos. Pode-se concluir que a
aderência ao PDI foi plena e que a dança produziu benefícios físicos,
psicológicos e sociais nos idosos sedentários, melhorando sua qualidade de
vida. (TODARO, 2001)
Ferreira (2001) desenvolveu uma pesquisa que teve como tema a
influência da dança na melhoria dos aspectos psicossociais na terceira idade.
Os participantes deste estudo faziam parte da oficina de dança da
Universidade Aberta à Terceira idade (UATI), Alagoinhas (BA). A oficina foi
formada por idosos entre 60 e 84 anos, sendo a maioria do sexo feminino e
hum indivíduo do sexo masculino. As atividades eram realizadas uma vez por
semana com duração de 50 minutos. Na oficina foram apresentados vários
conteúdos relacionados às questões culturais e foram utilizados ritmos variados
como carimbó, dança cigana, hip-hop, forró, quadrilha junina, dança de salão
dentre outros. Nas aulas foram incluídas também dinâmicas de grupos
relacionadas à aprendizagem da dança, e com alguns elementos teóricos
sobre os ritmos abordados. Esta pesquisa iniciou-se em maio de 2011, e as
atividades iniciais foram finalizadas em dezembro deste mesmo ano na II
mostra de artes cuja temática estabelecida foi “cuidar de si para cuidar do
outro”, e para a participação deste grupo de dança na mostra foi elaborada
uma coreografia para ser apresentada juntamente com os trabalhos das outras
oficinas. No período de Março à Junho de 2012, foi dada continuidade a
pesquisa, sendo então neste momento realizadas as entrevistas. Através das
falas dos idosos o autor afirma que a prática da dança pode reintegrar
socialmente o idoso, que o relembrar das músicas e danças que marcaram
suas vidas faz com que o idoso tenha sua autoestima elevada, diminua sua
51
percepção do stress e também apresentar melhora da sua locomoção e
diminuição de quedas. (FERREIRA, 2001)
2.6.5 Dança contemporânea, Biodança
No estudo de D'Alencar e cols. (2008), os autores buscaram, a partir do
método etnográfico, identificar os efeitos da Biodança nos idosos que a
vivenciam. O estudo foi realizado com oito idosos que integravam o grupo de
Biodança do SESC de Fortaleza, Ceará, no período de fevereiro de 2003 a
outubro de 2004. Os dados coletados por meio da entrevista semiestruturada e
da observação participante foram analisados pelo método de análise de
narrativa. Na busca do significado da Biodança para os idosos, evidenciou-se,
com esta pesquisa, que ela constitui um mecanismo de enfrentamento das
dificuldades com a saúde, estimulando a mudança de comportamento, por
aumentar o ímpeto vital e a vontade de viver. Os autores afirma que neste
sentido, a Biodança promove o resgate da saúde de pessoas que envelhecem.
(D'Alencar e cols., 2008)
Os autores afirmam que o método da Biodança é eficaz para manter o
indivíduo sentindo-se motivado e participativo, evitando seu isolamento social e
promovendo a alegria de viver; para promover seu ajustamento e a adaptação
ao meio e fortalecer sua identidade, o que é necessário para o enfrentamento
das dificuldades que surgem com o passar dos anos. E para respaldarem sua
afirmação citam Toro (1991) ao afirmarem:
A renovação orgânica é induzida principalmente mediante estados especiais de transe que ativam processos de renovação e regulação global das funções biológicas, diminuindo os fatores de desorganização (entropia do sistema). E, por um processo, o sentimento de “melhora” vai surgindo lentamente, sendo percebido gradualmente (TORO, 1991).
52
O objetivo do estudo de Keogh e cols. (2009) foi determinar a eficácia de
um programa de dança contemporânea durante 12 semanas, em surtir
melhoras na aptidão funcional, níveis de atividade física, e se isto teria algum
tipo de influência no índice de quedas em pessoas idosas. A pesquisa recrutou
60 indivíduos de uma instituição para idosos, todos com 70 anos ou mais que
foram inicialmente alocados em três grupos: um grupo experimental, um grupo
misto e um grupo controle. As aulas tiveram um ritmo progressivo de
intensidade, duração e desafios artísticos que foram aumentando no decorrer
das 12 semanas e aconteceram uma ou duas vezes por semana com duração
de aproximadamente 25-50 minutos. Os instrumentos de avaliação utilizados
foram teste de tempo de levantar e andar (Timed up and go- TUG), teste dos
quatro passo em vota de um quadrado (Four square step test - FSST), teste de
levantar e sentar por 30 segundos (3o sec chair raise test - CRT) para o
desempenho funcional e do questionário: índice funcional do idoso (Late life
functional test - LLFI). A avaliação ocorreu em formato pré-teste e pós-teste e a
avaliação da frequência de quedas foi determinada através de um diário.
Mesmo com uma frequência irregular dos participantes, os autores concluíram
em seu estudo que desde que o programa tenha oito semanas ou mais de
duração, benefícios significantes para a saúde podem ser alcançados pelos
idosos. Afirmam ainda que sua pesquisa oferece suporte para a hipótese que a
dança oferece muitos benefícios para os idosos, particularmente em ralação a
melhora do desempenho funcional e que isto é de fundamental importância
para a sua habilidade de permanecer ativo mantendo níveis consideráveis de
equilíbrio, mobilidade e destreza dos membros superiores. (KEOGH E COLS.,
(2009)
Outras revisões bibliográficasforam encontradas durante esta pesquisa:
SILVA e cols., 2011; BELO e GAIO, 2007; COSTA, MIGUEL e PIMENTA, 2007;
SOUZA e cols., 2010; PINTO e cols., 2008; CIPRIANO e MEDALHA, 2007;
EARHART, 2009 (Parkinson); PINTO, 2008; KEOGH, 2009; CONNOLLY e
REDDING, 2010; Centre for Policy oa Aging (Reino Unido), 2011,
BISTRATTIN, 2005. Todas elas, com suas diferentes abordagens sobre o
tema, são unânimes em apontar para a tendência da dança como uma prática
benéfica para o estado geral de saúde do idoso e para sua qualidade de vida.
53
Em face ao conteúdo apresentado acima podemos perceber que existe
um forte corpo de evidências apontando na direção de que a dança, em suas
variadas modalidades, tem um grande potencial para contribuir positivamente
em vários aspectos da saúde, qualidade de vida, aptidão funcional, nível de
atividade física do idoso.
Em todos os estudos analisados, independente dos estilos de dança
utilizados, houve um respeito aos princípios da prescrição do exercício e do
esquema geral para as fases da atividade física. As intervenções apresentaram
em sua totalidade uma divisão em parte inicial ou aquecimento, parte principal,
nas quais as diversas modalidades foram desenvolvidas e um desaquecimento
ou volta calma como parte final da aula.
Assim como grande foi a variedade de modalidades apresentadas
nestes estudos, variados também foram os objetivos e os resultados das
intervenções utilizadas. Aqui estão alguns dos objetivos apresentados nas
pesquisas presentes em nossa revisão: melhora na coordenação motora,
alinhamento corporal, equilíbrio, agilidade, estabilidade articular, amplitude de
movimento, independência funcional, melhora na aptidão funcional , melhora
na postura, no estado geral de saúde, qualidade de vida, sociabilização,
expressão individual, prazer, bem estar, diminuição do risco de quedas,
controle do estresse, da ansiedade e da depressão, melhora da autoestima e
imagem corporal, melhora a circulação sanguínea, entre outros.
A dança é uma atividade completa, por ser uma prática que exige um
maior desempenho corporal e mental. O ritmo da música ou mesmo o som
produzido a partir do próprio corpo, faz com que a dança esteja além de um
simples movimento, ultrapassando o sentido de prática, para se contextualizar
com objetivos referentes á criatividade, socialização ecomunicação.
54
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As perguntas iniciais que nortearam esta pesquisa foram:
Existe alguma relação entre a dança e a qualidade de vida do idoso?
A dança é uma atividade física adequada para idosos?
Quais os benefícios que ela pode trazer a essas pessoas?
Esses podem ser mensurados objetivamente?.
Partindo dos pressupostos expostos em nossa pesquisa, acreditamos
que mesmo sem sermos capazes de apresentar respostas definitivas para
algumas das nossas indagações iniciais, algumas direções já podem ser
apontadas.
Como discutido previamente, a enorme variedade das pesquisas
desenvolvidas sobre o tema, tanto do ponto de vista das modalidades de dança
analisadas, quanto das metodologias utilizadas e da heterogeneidade dos
grupos pesquisados, torna difícil fazer conclusões definitivas no que se refere a
qual a melhor modalidade de dança para o idoso, ou ainda, qual a prática mais
apropriada para grupos específicos de idosos.
Gradativamente, o próprio idoso parece estar, também, se
conscientizando sobre a importância de adotar hábitos saudáveis de
alimentação, de praticar exercícios físicos regulares, de estar inserido em
programas de valorização e convívio social e de buscar por atividades mais
significativas como forma de preservar e melhorar sua vida, sua saúde e seu
bem-estar. (GÁSPARI E SCHWARTZ, 2005)
Com o aumento do número de pessoas idosas no mundo e da
quantidade de anos a mais que estão sendo acrescentados as suas vidas. É
possível perceber uma mudança de paradigma quanto aos modelos que
permeiam o “envelhecer humano”. Atualmente, observa-se que uma grande
parcela dos idosos tem se mostrado corporalmente mais viva, com
disponibilidade a participar de diferentes atividades em diversos setores, com
desejo de iniciar novos projetos, com espaços abertos a novas experiências e
55
convivências, enfrentando possíveis doenças crônicas com outros olhos, a fim
de permitir substancial melhoria na qualidade de vida e promover sua inclusão
social, gerando uma cultura positiva em relação à velhice.
Gostaríamos de coadunar com Belo e Gaio (2010) sobre a reflexão
preliminar que eles fazem sobre saúde coletiva e qualidade de vida, como um
espaço para que o ser humano possa fomentar um estilo de vida mais
saudável e indicar a dança, como uma possibilidade de lazer, socialização,
educação, arte e exercício físico, capazes de estimular o ser idoso a
reconhecer seu potencial para uma vida com mais qualidade, afirmando que o
percurso da vida pode ser prazerosamente vivenciado.
Por outro lado, é fato as modificações observadas na pirâmide
populacional, doenças próprias do envelhecimento ganham maior expressão
no conjunto da sociedade. O idoso consome mais serviços de saúde, as
internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é
maior quando comparado a outras faixas etárias. Em geral, as doenças dos
idosos são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem
acompanhamento constante com cuidados permanentes, medicação contínua
e exames periódicos (LIMA COSTA; VERAS, 2003).
Esta situação gera um grande ônus para o Sistema Único de saúde.
Aqui gostaríamos de lançar a questão: se a ciência é tão clara em expor os
resultados de suas pesquisas com relação à importância da atividade física
regular para o bem estar físico, psíquico e social do idoso, então será que não
seria hora dos nossos gestores levarem estas informações mais a sério e
investirem em políticas públicas que levem o idoso e sua condição atual em
consideração?
Enquanto medidas de cunho político eficazes e eficientes não forem
tomadas, cabe aos profissionais de saúde interessados em prevenir e
minimizar os efeitos do envelhecimento, criar estratégias que possibilitem a
participação dos idosos em grupos de atividades e assim contribuir para a
melhoria da qualidade de vida, independência, autonomia e participação desta
população (VIDMAR e cols., 2011)
O termo “saúde” refere-se ao bem-estar físico, mental e social, como
definido pela Organização Mundial da Saúde. Por isso, em um projeto de
envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e
56
relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as
condições físicas de saúde. (OPAS, 2005)
A Organização Mundial da Saúde argumenta que os países podem
custear o envelhecimento se os governos, as organizações internacionais e a
sociedade civil implementarem políticas e programas de “envelhecimento ativo”
que melhorem a saúde, a participação e a segurança dos cidadãos mais
velhos. A hora para planejar e agir é agora. (OMS – OPAS, 2005)
É função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas
alcancem as idades avançadas com o melhor estado de saúde possível. O
envelhecimento ativo e saudável é o grande objetivo nesse processo. Se
considerarmos saúde de forma ampliada torna-se necessária alguma mudança
no contexto atual em direção à produção de um ambiente social e cultural mais
favorável para população idosa.
O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da
realidade da maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo. Tanto isso
é verdade que estima-se para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões
de pessoas com sessenta anos e mais no mundo, a maioria delas vivendo em
países em desenvolvimento. (MACHADO e cols. 2012)
Diante da realidade inquestionável das transformações demográficas
iniciadas no último século e que nos fazem observar uma população cada vez
mais envelhecida, evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só
uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida. (VECCHIA e
cols. 2005)
Nesse sentido, NERI e CACHIONI (1999 apud TODARO, 2001) alertam
que o elemento essencial do conceito de velhice bem-sucedida não é a
preservação de níveis de desempenho parecidos com os de indivíduos mais
jovens, mas a ideia de que o requisito fundamental para uma boa velhice é a
preservação do potencial para o desenvolvimento do indivíduo. Isso, dentro dos
limites individuais estabelecidos por condições de saúde, estilo de vida e
educação.
Concordamos plenamente com Feldenkrais (1984) quando ele afirma
que a qualidade de vida está ligada à qualidade do nosso movimento. E que as
mudanças na percepção cinestésica e na autoimagem resultam em mudanças
em todos os outros aspectos que compõem o ser humano. Exposto desta
57
forma parece tão simples e tão claro que o movimento, por si só, é uma forma
barata de se alcançar saúde, bem estar e autoconhecimento. Não precisa de
nenhuma máquina, de nenhuma fortuna, de nada, anão ser um corpo e a
vontade de mover-se.
Nós acreditamos que oferecendo suporte para organizações que
ofereçam atividades relacionadas à dança para pessoas idosas nas
comunidades, asilos, hospitais, centros comunitários e centros para a terceira
idade, podemos fazer uma grande contribuição para o bem estar físico e
psíquico do crescente número de idosos em nossa sociedade.
Segundo Cassiano (2009), pesquisadores precisam definir melhor e
padronizar as ferramentas usadas para avaliar as habilidades e deficiências
desta população e fornecer aos governantes evidências adicionais nos
processos-chave de capacitação em diversas áreas, além de medicina e
saúde. É necessário dar atenção especial às diferenças de gênero nessas
análises.
As informações e instruções sobre o envelhecimento ativo precisam ser
incorporadas ao currículo e aos programas de treinamento para todos os
trabalhadores das áreas sociais, de saúde, de recreação, planejamento urbano
e arquitetura. Os princípios e abordagens básicos no cuidado de idosos devem
ser obrigatórios no treinamento de todos os estudantes de medicina e
enfermagem, bem como de outros profissionais da área de saúde.
Para a Organização Mundial de Saúde (2005), criar medidas que
auxiliem os idosos a se manterem saudáveis é uma necessidade, sendo
imprescindível desenvolver políticas e programas de envelhecimento ativo.
(CASSIANO e cols. 2009)
Os órgãos governamentais necessitam ter a perspectiva de um
envelhecimento ativo que propicie aos idosos uma boa qualidade de vida, e
para que eles se sintam valorizados e úteis à sociedade. Uma política da saúde
específica ao idoso deveria ser sua meta prioritária. (SANTOS. 2008)
Contudo Lima-Costa e cols. (2006), afirmam que, a condição de saúde
da população brasileira, em especial dos idosos, está relacionada com a
condição socioeconômica, o que leva a crer que os idosos em condição menos
favorecida têm mais problemas de saúde e menos qualidade de vida.
58
Com base na observação dos estudos encontrados em nossa pesquisa
acreditamos que é de extrema importância que pesquisadores realizem mais
estudos clínicos sobre este tema, com amostras mais numerosas e
representativas, com metodologias mais bem definidas, assim como, com
grupos específicos (p.ex.: idosos com Parkinson, Alzheimer, problemas
ortopédicos, hipertensos, diabéticos, com problemas neuromotores etc.). Dessa
forma estaremos mais aptos a promover uma melhora substancial nas
abordagens terapêuticas e de lazer que utilizam a dança como principal
intervenção. E assim, contribuir assim para essas intervenções possam ser
tanto mais prazerosas quanto eficazes na conquista de seus objetivos.
4 CONCLUSÃO
Com base na análise dos estudos encontrados em nossa pesquisa fica
evidente que existe uma forte correlação positiva entre a dança enquanto
atividade física e o estado geral de saúde e a qualidade de vida da pessoa
idosa. Partindo desta premissa acreditamos que é de fundamental importância
uma tomada de consciência por parte de nossos gestores políticos e
profissionais de saúde sobre a implementação de políticas públicas e ações
que viabilizem a população idosa uma vida mais digna e com mais qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de um programa de dança terapêutica sobre a memória de idosos.
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139
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activity for older adults. Medicine and Science in Sports and Exercise,
Baltimore, v. 30, p. 992-1008, 1998.
59
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Blog da pesquisa: http://senescenciaativa.wordpress.com/
68
ANEXO 1
Anexo 1: tabela com os estudos experimentais encontrados nesta revisão.
Autor / ano intervenção Frequência População Variáveis analisadas
Resultados
LEME, 2008 Atividade motora com música
23 encontros 40 min
N=19 idosas 60 – 94 anos institucionalizados
Equilíbrio, marcha e coordenação motora; pressão arterial e da glicemia antes e depois dos exercícios
Houve mais melhora no equilíbrio do que na marcha
LEAL e HAAS, 2006
Dança de salão e a dança livre
60 min 1 x sem
N=13 idosas ≥ 65 anos
o significado da dança na vida do idoso antes e depois da prática desse tipo de atividade
Proporciona prazer, felicidade, satisfação, diversão, sensações prazerosas, bem-estar físico, social e psicológico; é benéfica para a saúde e é uma atividade que traz satisfação pessoal
CASSIANO, 2009
Dança Sênior Um ano 1 x sem 60 min
N=20 65 – 84 anos
Capacidade funcional e à promoção da qualidade de vida
Facilita e favorece a vivência grupal, ampliando o suporte social e estimulando as funções físicas e cognitivas, gerando também benefícios emocionais e sociais
BARBOSA e cols., 2012
Dança e outras atividades físicas
N/A N=65 ≥ 65 anos
AF preferida 71,40% dos entrevistados elegeram a dança como a atividade mais prazerosa, indicando que a dança ajuda no processo de socialização. Importante instrumento para combater o sedentarismo e promover a qualidade de vida para o individuo idoso
SILVA e MAZO, 2007
dança 6 meses 1 x sem 50 min
N=10 idosas 54 – 77 anos
Satisfação para com as aulas
Benefício para a saúde; importância social da atividade
MIRANDA e SOUZA, 2009
exercício aeróbio (EA) com música 3 grupos – música
40 min N=85 (ambos os sexos) 60 – 84 anos
Estados subjetivos - afetos positivo, negativo e a fadiga
Os resultados sugerem que apenas o ambiente com música “agradável” estaria associado a uma
69
agradável, desagradável e sem música
(percepções subjetivas de esforço)
percepção mais baixa do esforço realizado pelos idosos.; o grupo submetido à sessão sem música avaliou-se como mais fatigado do que os outros dois grupos; música como um estímulo que pode desviar o foco de atenção, diminuindo percepções desagradáveis inerentes ao exercício
ALMEIDA; PEREIRA e SAFONS, 2009
dança terapêutica (danças de salão)
1 sem N=11 (ambos os sexos) 68,09 ± 8,96 anos
Memória (Mini-Exame do Estado Mental (MEEM))
O MEEM foi eficaz em detectar déficit cognitivo em população de alunos idosos praticantes de dança terapêutica. Essa prática leva ao aumento da oxigenação cerebral o que contribui para melhoria das funções cognitivas, como também, diminui e/ou retarda o ritmo dos distúrbios que ocorrem nos processos cognitivos nessa etapa da vida.
SILVA, 2007 Quadrilha N/A N=25 (16M / 9F) ≥ 60 anos institucionalizados
Como você se sente dançando?; Que modificações você identifica no seu corpo quando dança? e 3. Como a dança pode contribuir para sua relação com outras pessoas e em outros ambientes?
o idosos relatam se sentir bem e com prazer; sentirem-se menos cansado; aumento na sociabilização
TOLOCKA; LEME e ZANUZZO, 2001
Dança de salão e dança irlandesa
2 meses 2 x sem
N= 6 Mediana= 84 anos institucionalizados
Marcha e equilíbrio
As atividades realizadas auxiliaram na manutenção do equilíbrio e da marcha para a maioria dos participantes mesmo eles possuindo patologias que podem alterar o estas habilidades.
70
D’ALENCAR e cols., 2008
Biodança 20meses N=8 Satisfação com a atividade
o método da Biodança é eficaz para manter o indivíduo sentindo-se motivado e participativo, evitando seu isolamento social e promovendo a alegria de viver; para promover seu ajustamento e a adaptação ao meio e fortalecer sua identidade,
SANTOS, 2008 Dança folclórica alemã
N/A N=11 (7F; 4M)) 56 a 81 anos
Aspectos físicos, psíquicos e sociais durante o processo de envelhecimento
As atividades de dança propiciaram a melhoria da qualidade de vida, com benefícios para a saúde dos idosos, maior socialização e resgate da autoestima.
SHIGEMATSU E COLS., 2002 Japão
Dança aeróbia e grupo controle
3 meses n=20 - dança aeróbia 12 sem 3 x sem 60 min N=18 – nenhuma atividade física Mesmo período
N=38 idosas 72 – 87 anos
Índice de quedas em senhoras idosas
grupo experimental: significante melhora em equilíbrio unipodal com olhos fechados, alcance funcional e marcha em trono de dois cones; grupo controle: nenhuma melhora significante. dança aeróbia especificamente desenhado para mulheres idosas pode melhorar componentes selecionados de equilíbrio e locomoção / agilidade e com isto atenuar o risco de quedas
COUBARD e cols., 2011 França
Dança contemporânea (DC); Programa para prevenção de quedas (Q); Tai ChiChuan (TAI)
5.7 meses 1 x sem 60 min
N=110 DC - N=16 (16F / 0M) Q - N=67 (63F / 3M) TAI - N= 27 (24F / 3M)
Atenção e concentração
os resultados sugerem que dança melhora a concentração e a capacidade de mudança de foco de atenção em idosos, enquanto que atividades que baseadas em movimentos estereotipados, não. DC pode ser útil para melhorar a flexibilidade cognitiva em idosos.
KEOGH e cols., 2009 Nova Zelandia
Dança contemporânea
12 sem 1 x semana 2 x sem ~25-50 min
N=32 ≥ 70 anos 1 x sem – N=18 (17F / 1M) 2 x sem – N=14 (13F / 1m)
Capacidade funcional e nível de aptidão física
tão logo um programa de dança tenha duração mínima de 8 semanas, benefícios significantes para a saúde acontecem,
71
institucionalizados independente se a frequência é de uma, duas ou três vezes por semana. Resultados indicam um número significante de benefícios da dança para o idoso. O programa de 12 semanas melhorou varias variáveis da capacidade funcional: Sentar e levantar da cadeira, força das EEII, mobilidade, estabilidade dinâmica, assim como melhora nos níveis de aptidão física.
OLIVEIRA; PIVOTO e VIANNA, 2009
Dança sênior 4 meses 1 x sem 60 min
N=103 (91F / 12M) ≥60 anos
Saúde e qualidade de vida (SF-36) Capacidade Funcional; 2- Aspectos Físicos; Aspectos Emocionais; 4- Dor; 5- Estado Geral de Saúde; 6- Vitalidade; 7- Aspectos Sociais e 8- Saúde Mental.
Baseado nos parâmetros avaliados pelo SF-36, concluímos que a Dança Sênior mostrou-se eficiente como possibilidade terapêutica na melhora da qualidade de vida dos idosos. Participações cresceram numericamente em todos os componentes avaliados pelo SF-36.
HUI; CHUI e WOO, 2008 Hong Kong - China
Dança aeróbia de baixo impacto
12 sem 2 x sem 60 min
N=97 Grupo experimental: N=52 Grupo controle: N=45 60 – 74 anos
Estado geral de saúde e qualidade de vida.
Este estudo prove evidência que um programa estruturado de dança é efetivo na melhora de vários aspectos da saúde física e psicológica de pessoas idosas. Todas as variáveis testadas demonstraram melhora, mas apenas estado geral de saúde, endurance das EEII, equilíbrio dinâmico, mobilidade, função cardiopulmonar e FC de repouso apresentaram significância estatística.
EYIGOR e cols., 2009 (RCT); Turquia
Dança folclórica turca
8 sem 3 x sem 60 min
N=37 Grupo experimental: N=19 Grupo controle: N=18 ≥65 anos
Capacidade física, equilíbrio, níveis de depressão e qualidade de vida
No grupo experimental foram encontradas melhoras estatisticamente significativas na maioria dos testes de aptidão física (6-min
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WT, levantar da cadeira e subir escadas), assim como no Berg Balance Scale e no SF-36.(qualidade de vida)
OLIVEIRA, 2012 Dança sênior Dança de salão
Mínimo dois anos de atividade
N=60 (55F / 5M) 53 a 86 anos
Qualidade de vida (SF-36)
Constatou-se a melhora na qualidade de vida dos idosos participantes dos projetos. Idosos relatam sentirem-se mais dispostos, com mais vigor, elevação da autoestima, melhora na capacidade funcional e na autonomia para suas atividades cotidianas.
CUNHA e cols., 2008
Dança de salão
5 x sem (retrospectivo)
N=13 idosas ≥60 anos
Atividades diárias e qualidade de vida
Constatou-se que a dança de salão é uma atividade física prazerosa e motivante, que auxilia pessoas a melhorar sua qualidade de vida e seu desempenho nas AVD’s, dando-lhes autonomia e prevenindo doenças causadas pela inatividade física.
GOBBO, 2005 Dança de salão
3 -4 anos de prática (retrospectivo)
N=50 (33F / 17M) 60 – 74 anos
Qualidade de vida (SF-36)
Quanto a qualidade de vida dos idosos em relação a dança de salão, esta é considerada “positiva” em suas percepções, tendo em vista o prazer, a conscientização e a pouca interferência de fatores externos (sociais, psicológicos, afetivos, etc)na prática de suas atividades físicas.
SANTANA; CORRADINI e CARNEIRO, 2008
Dança de salão
4 meses 2 x sem 60 min
N=25 ≥50 anos
Qualidade de vida e benefícios da prática
A maioria dos Idosos relata melhoria da qualidade de vida e considera a dança de salão uma prática prazerosa. No quesito desenvolvimento motor houve uma melhora no equilíbrio, execução dos passos e coordenação motora.
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BOCALINI; SANTOS e MIRANDA, 2007
Dança de salão
12 sem 2 x sem 60 min
N=37 idosas sedentários: N=10 +/- 65,2 anos Dança de salão: N=27 +/- 62,5 anos
Qualidade de vida e aptidão funcional
Os resultados indicam o favorecimento do papel da DS como importante estratégia para melhorar tanto a QV quanto a AF, pois é possível considerar que ela parece proporcionar sobrecarga suficiente para se obter melhor resposta nas variáveis neuromotoras e metabólicas.
FEDERICI; BELLAGAMBA e ROCCHI, 2005 Itália
Dança 3 meses
N=40 grupo de dança: N=20 grupo controle: N=20 58 - 68 anos
Equilíbrio Resultados mostram melhora significativa no equilíbrio do grupo de dança em contraste com o gruo controle que não apresentou mudança significante. 17 dos 20 participantes do grupo de dança relataram de alta a moderada satisfação com a atividade.
COELHO; QUADROS JUNIOR e GOBBI, 2008
Diversas danças (ballet, street dance, danças de salão, funk)
4 meses 3 x sem 60 min
N=28 idosas +/- 62,2 anos (50- 80 anos)
Aptidão funcional: flexibilidade (FLEX), resistência aeróbia geral (RAG), coordenação motora (COO), agilidade e equilíbrio dinâmico (AGILEQ) e resistência de força (RESISFOR).
Houve melhora significativa entre pré- e pós-treinamento na quantificação dos percentis, para os componentes AGILEQ e RESISFOR. Com base nos resultados, pode-se afirmar que um programa de quatro meses de dança é efetivo para melhorar/manter a aptidão funcional de mulheres com 50 a 80 anos. Este protocolo é efetivo para melhorar a agilidade, equilíbrio dinâmico e resistência de força de membros superiores e para manutenção da flexibilidade, coordenação motora e resistência aeróbia geral.
SEBASTIÃO, 2008
Dança (forró, samba de gafieira, hip hop, sertanejo, rock anos 60, dentre outros)
4 meses 3 x sem 60 min
N=21 idosas +/- 61 anos Previamente ativas
Aptidão funcional
Componentes da capacidade funcional apresentaram modificações significativas: coordenação motora e força.
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MAVROVOUNIOTS; ARGIRIADOU; PAPAIOANNOU, 2010 Grécia
Dança tradicional grega
10 sem 60 min
N=11 (75F / 36M) grupo experimental: N=76 grupo controle: N=35 60 - 91 anos
Qualidade de vida
Mudanças significativas foram observadas no grupo experimental: melhora do bem estar, diminuição do estresse psicológico e diminuição da percepção de fadiga.
TODARO, 2001 Dança 4 meses 2 x sem 60 min
N=40 (26F / 14M) grupo experimental: n=20 (13F / 7M)) grupo controle: N=20 (13F / 7M) 60 - 89 anos institucionalizados
Estado funcional e o bem-estar físico, psicológico e social de idosos sedentários
As escalas de saúde e capacidade física comparativa, de capacidade mental, integração e envolvimento social, de equilíbrio, agilidade e flexibilidade parecem aumentar do primeiro para o segundo momento no grupo experimental, enquanto no grupo controle os resultados dessas escalas são similares nos dois momentos estudados. A qualidade de vida de idosos submetidos ao PDI melhorou significativamente. A adesão de idosos institucionalizados ao PDI, durante quatro meses, foi plena.
FERREIRA, 2011
Dança 11 meses 1 x sem 50 min
N=6 (5F / 1M) 60 - 84 anos
Transformações psicossociais
a prática da dança pode reintegrar socialmente o idoso, fazendo com que a socialização obtida através da dança e logo o contato físico com o outro
QUADROS JUNIOR, 2008
Dança de salão
6 meses 3 x sem
N=27 grupo experimental: N=13 grupo controle: N=14
Nível de atividade física, independência funcional básica, funções executivas, memória e estado cognitivo geral
Aumentou o nível de atividade física, manteve a independência funcional básica, melhorou o estado cognitivo geral, melhorou a manipulação mental de informação e a abstração, melhorou a memória visuo-espacial e a memória de longo-prazo declarativa episódica, além da capacidade atencional.
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