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Estruturas de Contenção Tipo Gabião

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  • UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    A UTILIZAO DE GABIES COMO ESTRUTURAS DE CONTENO

    MANOEL STOTZ

    BLUMENAU 2009

  • MANOEL VICENTE ZEREDO STOTZ

    A UTILIZAO DE GABIES COMO ESTRUTURAS DE CONTENO

    Trabalho de Concluso de curso apresentado ao curso de Graduao em Engenharia Civil do Centro de Cincias Tecnolgicas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para obteno do titulo de Engenheiro Civil.

    Prof.(a) Orientador(a):

    Eng. Paulo Oscar Baier - Orientador

    BLUMENAU 2009

  • A UTILIZAO DE GABIES COMO ESTRUTURAS DE CONTENO

    Por

    MANOEL VICENTE ZEREDO STOTZ

    Trabalho de Concluso de curso aprovado para obteno do grau de bacharel em Engenharia Civil, pela banca examinadora formada por:

    __________________________________________________

    Membro: Eng. Paulo Oscar Baier Orientador, FURB

    __________________________________________________

    Membro: Eng. Dcio Zendron, Mestre, FURB

    __________________________________________________

    Membro: Eng. Ralf Klein, Mestre, FURB

    Blumenau, 24 de Junho de 2009

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo aos meus pais Luiz Henrique e Marlene que sempre me incentivaram e me deram foras para terminar meus estudos e seguir adiante na vida, e a quem devo a maior parte do meu conhecimento, aos meus avs que sempre estiveram presentes em minha vida me ajudando em quaisquer circunstncias, minha namorada Ana que me traz cada vez mais felicidades e me apia em minhas decises, e a todos os meus amigos que fizeram e fazem parte do meu cotidiano, me proporcionando seguramente os momentos de maior alegria em minha vida.

  • RESUMO

    Nos ltimos anos, novas solues para evitar o deslizamento de taludes naturais e artificiais foram desenvolvidas. Isto significa que, hoje em dia, os riscos de escorregamentos podem ser melhor controlados pela engenharia civil. Os muros em gabio so uma das possveis alternativas para conter um talude, sendo de fcil execuo e com custo mais baixo do que outras. Devido a isto, este trabalho aborda sistemas de contenes em gabies.

  • ABSTRACT

    Over the last years, new solutions to avoid the sliding of natural and artificial slopes were developed. This means that the risks of a slope failure can be better controled by civil engineering nowadays. Gabion walls are one of the possible alternatives to contain a slope, and it is easy to be constructed and cheaper than others. Due to this, this paper describes gabion wall systems.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................................... 9 2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12 2.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 12 2.2 OBJETIVO ESPECFICO ................................................................................................ 12 3 JUSTIFICATIVA E RELEVNCIA ............................................................................... 13 4 REVISO DE LITERATURA ......................................................................................... 14 5 CONTENES ................................................................................................................. 15 5.1 DEFINIO E TIPOS DE ESTRUTURAS ..................................................................... 16 5.1.1 MUROS DE GRAVIDADE ......................................................................................... 16 5.2 EMPUXO DE TERRA ...................................................................................................... 21 5.3 INFLUNCIA DA GUA ................................................................................................ 24 5.4 MTODOS DE DIMENSIONAMENTO GEOTCNICO .............................................. 24 5.5 ANLISE DE ESTABILIDADE EM TALUDES ........................................................... 25 5.6 UTILIZANDO O PROGRAMA MACSTARS ................................................................ 26 5.6.1 INTERFACE DO PROGRAMA .................................................................................. 26 5.6.2 INSERINDO DADOS .................................................................................................. 26 5.6.3 MODELAGEM DE TALUDE ..................................................................................... 28 5.6.4 ANLISE DE ESTABILIDADE ................................................................................. 34 6 CONTENO EM GABIO ........................................................................................... 38 6.1 HISTRICO ...................................................................................................................... 38 6.2 TIPOS DE GABIES ....................................................................................................... 39 6.2.1 GABIO CAIXA ......................................................................................................... 39 6.2.2 GABIO SACO ........................................................................................................... 41 6.2.3 GABIO COLCHO .................................................................................................. 43 6.3 PROCEDIMENTOS IMPORTANTES NA EXECUO ............................................... 45 6.4 AS PRINCIPAIS VANTAGENS DOS MUROS EM GABIES .................................... 45 6.5 ANLISE DE ESTABILIDADE ...................................................................................... 47 7 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 56 7.1 CARACTERSTICAS DO LOCAL ................................................................................. 56 7.2 CONTENO TIPO GABIO OPO 01 ................................................................. 58 7.2.1 DADOS SOBRE O MURO .......................................................................................... 58 7.2.2 DADOS SOBRE O TERRAPLENO ............................................................................ 58

  • 8

    7.2.3 DADOS SOBRE AS CARGAS ................................................................................... 58 7.2.4 DADOS SOBRE A FUNDAO ................................................................................ 59 7.2.5 EMPUXOS ATIVO E PASSIVO ................................................................................. 59 7.2.6 DESLIZAMENTO ....................................................................................................... 59 7.2.7 TOMBAMENTO .......................................................................................................... 60 7.2.8 TENSES ATUANTES NA FUNDAO ................................................................. 60 7.2.9 ESTABILIDADE GLOBAL ........................................................................................ 60 7.2.10 ESTABILIDADE INTERNA ....................................................................................... 60 7.2.11 VERIFICAES DE ESTABILIDADE ..................................................................... 61 7.2.12 QUADRO DE QUANTIDADES ................................................................................. 63 7.3 CONTENO TIPO MURO DE ARRIMO EM CONCRETO OPO 02 ................ 64 7.3.1 DADOS SOBRE O MURO .......................................................................................... 64 7.3.2 AES ......................................................................................................................... 64 7.3.3 DADOS GERAIS ......................................................................................................... 64 7.3.4 DESCRIO DO TERRENO ..................................................................................... 65 7.3.5 GEOMETRIA ............................................................................................................... 65 7.3.6 ESQUEMA DAS FASES ............................................................................................. 65 7.3.7 CARGAS ...................................................................................................................... 66 7.3.8 RESULTADO DAS FASES ......................................................................................... 66 7.3.9 COMBINAES ......................................................................................................... 67 7.3.10 DESCRIO DA ARMADURA ................................................................................. 67 7.3.11 VERIFICAES GEOMTRICAS E DE RESISTNCIA ........................................ 68 7.3.12 VERIFICAES DE ESTABILIDADE (CRCULO DE DESLIZAMENTO DESFAVRORVEL) .............................................................................................................. 71 7.3.13 QUADRO DE QUANTIDADES ................................................................................. 73 8 CONCLUSO .................................................................................................................... 74 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................. 76 ANEXO - ESPECIFICAES TCNICAS DE GABIES .............................................. 77

  • 9

    1 INTRODUO

    Movimentaes de macios ou deslocamentos coletivos de solos e de rochas tem sido foco de amplos estudos nas mais diversas partes do globo, no apenas por sua relevncia como principais atuantes na composio das formas de relevo e topografia, mas tambm em funo da importncia do ponto de vista econmico. Encontra-se na literatura, um vasto acervo de dados e observaes realizado pelos mais diversos profissionais: Gelogos, Geotcnicos, Engenheiros, Gegrafos, Agrimensores, etc. Nota-se claramente que as atuaes de cada um desses profissionais esto focadas e direcionadas em particularidades nem sempre semelhantes

    Os estudos em escorregamentos comearam no sculo II a.C., na China. Entretanto, tais estudos se intensificaram nos ltimos cinqenta anos, devido necessidade em corrigir os problemas de taludes (terreno inclinado, ladeira ngreme), associados implantao de rodovias e ferrovias, as chamadas obras civis lineares. A definio escorregamento tem sido usada na idia de abranger todo e qualquer movimento coletivo de materiais rochosos e terrosos, independente do tipo de processo, causa, velocidade, forma, tempo e demais peculiaridades.

    Devido a grande importncia, se encontram hoje diversificados sistemas de preveno contra os escorregamentos (Conteno e Estabilizao). Podem-se citar como exemplo, muros de arrimo em concreto armado, muros de pedra seca, cortinas, solo grampeado, terra armada, conformao de taludes, gabies, e diversos.

    Neste trabalho se enfocar o modo de conteno baseado nos muros de gravidade denominado gabies. Estes so estruturas armadas, flexveis, drenantes e de longa durabilidade e resistncia. So fabricados com malha de fios de ao doce recozido e galvanizados, em dupla toro, amarradas nas extremidades e vrtices por fios de dimetro maior. So preenchidos com seixos ou pedras britadas.

    A utilizao do gabio em projetos de conteno se deve ao fato de ser uma soluo de fcil execuo, com custo reduzido e integrando-se ao meio ambiente.

    Em Quissam RJ observa-se a utilizao de um muro de gabio em um local de difcil acesso de utilizao da empresa Petrobrs. Nota-se na figuras 1.1, o projeto do gabio, j nas figuras 1.2 e 1.3, a obra sendo executada, e na figura 1.4 o gabio j executado.

  • 10

    Figura 1.1 Projeto de gabio.

    Figura 1.2 Execuo de muro de gabio.

  • 11

    Figura 1.3 Execuo de muro de gabio.

    Figura 1.4 Muro de gabio finalizado.

  • 12

    2 OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Este TCC (Trabalho de Concluso de Curso) tem por objetivo analisar o sistema de conteno tipo gabio, bem como, seu impacto ambiental e relao custo x beneficio.

    2.2 OBJETIVO ESPECFICO

    Sero abordados neste TCC os procedimentos de execuo, formas de montagem, tipos de gabies bem como seus materiais, elaborao de projeto e anlise relao custo x benefcio outra conteno usual junto com os custos inerentes aos mesmos.

  • 13

    3 JUSTIFICATIVA E RELEVNCIA

    Em diversas reas, principalmente na construo civil, nota-se a necessidade de reduo de custos e diminuio nos prazos de execuo de obra (Cronograma Fsico-Financeiro), sempre se exigindo timo padro de qualidade e desempenho.

    A qualidade do material utilizado pea chave em qualquer situao da obra. Gabies utilizados como conteno, muitas vezes utilizam-se de material do prprio local da obra e mo-de-obra no necessariamente especializada para execuo do mesmo, podendo assim ganhar tempo e reduzir custos. Estes benefcios demonstram como a estrutura de gabio uma das tcnicas mais versteis disponvel no mercado, logo, uma das mais utilizadas. Conhecendo suas possibilidades e suas mais diversas aplicaes na rea de construo e engenharia, disponibilizamos de uma soluo simples e relativamente barata para preveno de problemas de instabilizao de taludes.

    Outro fator significativo a preservao ao meio ambiente, assunto cada vez mais abordado na sociedade, e que vem ganhando cada vez mais espao para garantir a qualidade de vida da populao seja qual for circunstncia. Por este fato, a utilizao de materiais provenientes do local da obra resulta em menor impacto ambiental integrando-se naturalmente com o meio.

  • 14

    4 REVISO DE LITERATURA

    Estruturas de conteno so obras que tm a finalidade de conter macios de solos ou rejeitos. Essas estruturas, especialmente quando localizadas em centros habitados ou em reas de lazer, devem se integrar o mximo possvel com o meio circundante seja do ponto de vista paisagstico como ambiental. tambm importante escolher solues, de simples dimensionamento, de resistncia adequada s necessidades e que garantam longa vida til obra. (Fonte: Encarte Obras de Conteno - Maccaferri Nov/2001)

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    5 CONTENES

    Conforme descrito por Almeida Barros (Obras de Conteno Maccaferri Agosto / 2005) estruturas de conteno so obras civis construdas com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de macios de solos. So estruturas que fornecem suporte a estes macios e evitam o escorregamento causado pelo seu peso prprio ou carregamentos externos. Exemplos tpicos de contenes so os muros de arrimo, as cortinas de estacas prancha e as paredes diafragma. Embora a geometria, construo e os materiais utilizados nas estruturas citadas sejam muito diferentes, todas elas so construdas para conter a ruptura do macio, suportando as presses laterais exercidas por ele.

    Estruturas de arrimo esto entre as mais antigas construes, acompanhando as civilizaes desde as primeiras construes em pedra da pr-histria. No entanto, o seu dimensionamento utilizando modelos tericos, s se desenvolveu a partir do sculo XVIII. Em 1773, Coulomb apresentou seu trabalho Essai sur une ds rgles de maximis ET minimis quelques problmes de statique, relatifs Iachitecture. O trabalho de Coulomb constitui-se, ainda hoje, numa das bases principais dos mtodos de dimensionamento de muros de arrimo. Mesmo com o desenvolvimento da mecnica dos solos, o modelo idealizado por Coulomb continua a ser amplamente aplicado.

    A anlise de uma estrutura de conteno consiste na anlise do equilbrio do conjunto formado pelo macio de solo e a prpria estrutura. Este equilbrio afetado pelas caractersticas de resistncia, deformabilidade, permeabilidade e pelo peso prprio desses dois elementos, alm das condies que regem a interao entre eles. Estas condies tornam o sistema bastante complexo e h, portanto, a necessidade de se adotarem modelos tericos simplificados que tornem a anlise possvel. Estes modelos devem levar em conta as caractersticas dos materiais que influenciam o comportamento global, alm da geometria e das condies locais.

    Do lado do macio devem ser considerados seu peso prprio, resistncia, deformabilidade e geometria. Alm disso, so necessrios dados sobre as condies de drenagem local e cargas externas aplicadas sobre o solo. Do lado da estrutura devem ser considerados sua geometria, material empregado e sistema construtivo adotado. Finalmente, do ponto de vista da interao devem ser consideradas na anlise as caractersticas das interfaces entre solo e a estrutura.

    A seguir sero apresentados os principais tipos de estruturas de conteno.

  • 16

    5.1 DEFINIO E TIPOS DE ESTRUTURAS

    Conteno todo elemento ou estrutura destinado a contrapor-se a empuxos ou tenses geradas em macio cuja condio de equilbrio foi alterada por algum tipo de escavao, corte ou aterro.

    5.1.1 MUROS DE GRAVIDADE Muros de gravidade so estruturas corridas que se opem aos empuxos horizontais pelo peso prprio. Geralmente, so utilizadas para conter desnveis pequenos ou mdios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser construdos de pedra ou concreto (simples ou armado), gabies ou ainda, pneus usados.

    - Muros de Alvenaria de Pedra: Os muros de alvenaria de pedra so os mais antigos e numerosos. Atualmente, devido ao custo elevado, o emprego da alvenaria menos freqente, principalmente em muros com maior altura. No caso de muro de pedras arrumadas manualmente, a resistncia do muro resulta unicamente da unio dos blocos de pedra. Este muro apresenta como vantagens a simplicidade de construo e a dispensa de dispositivos de drenagem, pois o material do muro drenante.

    Figura 5.1 Muro de Avenaria de Pedra

    - Muros de Concreto Ciclpico ou Concreto Gravidade: Estes muros so em geral economicamente viveis apenas quando a altura no superior a 4m. O muro de concreto ciclpico uma estrutura construda mediante o preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimenses

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    variadas. Devido impermeabilidade deste muro, imprescindvel a execuo de um sistema adequado de drenagem.

    Figura 5.2 Muro de Concreto Ciclpico

    - Muros em Fogueira (Crib Wall): Crib Walls so estruturas formadas por elementos pr-moldados de concreto armado, madeira ou ao, que so montados no local, em forma de fogueiras justapostas e interligadas longitudinalmente, cujo espao interno preenchido com material granular grado. So estruturas capazes de se acomodarem a recalques das fundaes e funcionam como muros de gravidade.

  • 18

    Figura 5.3 Crib Wall

    - Muros de Sacos de Solo Cimento: Os muros so constitudos por camadas formadas por sacos de polister ou similares, preenchidos por uma mistura de cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume). O solo utilizado inicialmente submetido a um peneiramento em uma malha de 9mm, para a retirada de pedregulhos. Em seguida, o cimento espalhado e misturado, adicionando-se gua em quantidade 1% acima da correspondente umidade tima de compactao proctor normal. Aps a homogeneizao, a mistura colocada em sacos, com preenchimento at cerca de dois teros do volume til do saco. Procede-se ento o fechamento mediante costura manual. O ensacamento do material facilita o transporte para o local da obra e torna dispensvel a utilizao de frmas.

    Figura 5.4 Muro de Sacos Solo-Cimento

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    - Muros de Flexo: Muros de flexo so estruturas mais esbeltas com seo transversal em forma de L que resistem aos empuxos por flexo, utilizando parte do peso prprio do macio, que se apia sobre a base do L, para manter-se em equilbrio. Em geral, so construdos em concreto armado, tornando-se antieconmicos para aturas de 5 a 7m. A laje de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro. A face trabalha flexo e se necessrio pode empregar vigas de enrijecimento, no caso de alturas maiores. Para muros com alturas superiores a cerca de 5m, conveniente a utilizao de contrafortes (ou nervuras), para aumentar a estabilidade contra tombamento. Tratando-se da laje de base interna, ou seja, sob o reaterro, os contrafortes devem ser adequadamente armados para resistir a esforos de trao. No caso de laje externa ao reaterro, os contrafortes trabalham compresso. Esta configurao menos usual, pois acarreta perda de espao til a jusante da estrutura de conteno. Os contrafortes so em geral espaados de cerca de 70% da altura do muro.

    Figura 5.5 Muro de Flexo em Concreto Armado

  • 20

    - Muros de Gabio: Os muros de gabies so constitudos por gaiolas metlicas preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construdas com fios de ao galvanizado em malha hexagonal de dupla toro. As dimenses usuais dos gabies so: comprimento de 2m e seo transversal quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabies mais baixos (altura = 0,5m), que apresentam maior rigidez e resistncia, devem ser posicionados nas camadas inferiores, onde as tenses de compresso so mais significativas. Para muros muito longos, gabies com comprimentos de at 4m podem ser utilizados para agilizar a construo. A rede metlica que compem os gabies apresenta resistncia mecnica elevada. No caso da ruptura de um dos arames, a dupla toro dos elementos preserva a forma e a flexibilidade da malha, absorvendo as deformaes excessivas. O arame dos gabies protegido por uma galvanizao dupla e, em alguns casos, por revestimento com uma camada de PVC. Esta proteo eficiente contra a ao das intempries e de guas e solos agressivos. As principais caractersticas dos gabies so a flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade.

    Figura 5.6 Muro de Gabio

  • 21

    5.2 EMPUXO DE TERRA

    O valor de empuxo de terra, assim como a distribuio das tenses ao longo da altura do elemento de conteno, dependem da interao solo-elemento estrutural durante todas as fases da obra (escavao e reaterro). O empuxo atuando sobre o elemento estrutural provoca deslocamentos horizontais que, por sua vez, alteram o valor e a distribuio do empuxo, ao longo das fases construtivas da obra e at mesmo durante sua vida til.

    Portanto, o carregamento do elemento estrutural de conteno depende fortemente das suas prprias caractersticas geomtricas e seu comportamento de material ante seu limite de resistncia deformao, por ser parte de um conjunto estaticamente indeterminado.

    A seqncia bsica consiste em calcular primeiramente o empuxo-fora (resultante), que nominalmente aceito como estaticamente determinado por teoria de equilbrio-limite para as condies de ruptura do solo e, subseqentemente, estimar a distribuio das tenses respectivas.

    Convenciona-se ser adequadamente determinvel o empuxo-fora mnimo (ativo) ou mximo (passivo), para a hiptese-limite de ruptura, segundo superfcie critica a pesquisar, incorporando ruptura principalmente por cisalhamento e eventual trinca de trao. Na hiptese de corpo rgido est implcito o desenvolvimento simultneo das tenses e deformaes de ruptura ao longo de toda a superfcie, hiptese esta aceitvel em macios homogneos de dimenses mdicas e de comportamento tenso-deformao plstico, no frivel.

    Nas condies de deslocamentos insuficientes para a ruptura potencial do solo, os empuxos so majorados (quando ativos) ou reduzidos (quando passivos), podendo ser avaliados em funo de estimativas associadas experincia, embora parca e dispersa, relativa magnitude dos deslocamentos. Estes empuxos assumem valores denominados Repouso-Ativo (majorado) ou Repouso-Passivo (minorado).

    Seguem figuras que ilustram de modo simplificado os empuxos ativos e passivos, como mostram as figuras 5.7 e 5.8.

  • 22

    Figura 5.7 Atuao do empuxo ativo em estruturas de conteno

    Figura 5.8 Exemplos da atuao de empuxo passivo.

    Segundo Caputo (1974), as teorias clssicas sobre empuxo de terra foram formuladas por Coulomb e Rankine, tendo sido desenvolvidas por Poncelet, Culmann, Rebhann, Krey e, mais modernamente, estudadas e criticadas por Caquot, Ohde, Terzaghi, Brinch Hansen e outros autores.

    Para ilustrar um exemplo, conforme a teoria de Rankine, tem-se as seguintes equaes do empuxo ativo e passivo, representadas nas figuras 5.9 e 5.10.

  • 23

    Figura 5.9 Equao e o diagrama do empuxo ativo (Caputo, 1974).

    Figura 5.10 Equao e o diagrama do empuxo passivo (Caputo, 1974).

  • 24

    5.3 INFLUNCIA DA GUA

    A influncia da gua marcante na estabilidade de uma estrutura de arrimo, basta dizer que o acmulo de gua, por deficincia de drenagem, pode chegar a duplicar o empuxo atuante. O efeito da gua pode ser direto, resultante do acmulo de gua junto ao tardoz interno do arrimo e do encharcamento do terrapleno, ou indireto, produzindo uma reduo da resistncia ao cisalhamento do macio em decorrncia do acrscimo das presses intersticiais. O efeito direto o de maior intensidade, podendo ser eliminado ou bastante atenuado por um sistema eficaz de drenagem. Todo cuidado, portanto, deve ser dispensado ao projeto do sistema de drenagem para dar escoamento a precipitaes excepcionais, com folga, e para que a escolha do material drenante seja feita de tal modo a impedir qualquer possibilidade de colmatao ou entupimento futuro.

    5.4 MTODOS DE DIMENSIONAMENTO GEOTCNICO

    Em relao ao dimensionamento de uma estrutura de conteno pode-se dizer que existem trs grupos bsicos de mtodos com caractersticas bem distintas.

    Mtodos Clssicos (Rankine, Coulomb, etc.), cujas teorias permitem o clculo de empuxos ativos e passivos com base apenas em parmetros geotcnicos simples. Essa simplicidade faz com que esses mtodos continuem a ser empregados, sobretudo para projeto de obras de mdio e pequeno porte, como para anteprojeto de obras de maior vulto. A grande vantagem dos mtodos clssicos que se baseiam apenas nos parmetros de resistncia ao cisalhamento: coeso, ngulo de atrito interno e massa especfica, alm de serem mtodos de dimensionamento direto, fornecendo como resultado dos clculos as dimenses da estrutura.

    Mtodos Modernos (ou mtodos numricos) surgiram com o aparecimento dos computadores e comearam a ser utilizados permitindo levar em conta caractersticas de deformabilidade dos macios e das contenes, dando origem a clculos de interao entre o macio e a estrutura. Esses mtodos exigem uma caracterizao dos macios atravs de parmetros geomecnicos que possam descrever as leis de interao solo-estrutura. Tais parmetros so mais difceis de obter, exigindo ensaios mais sofisticados, alm de medidas de deformaes e deslocamentos em estruturas reais.

  • 25

    Mtodos Empricos se valem de medies feitas em modelos, para materiais pulverulentos (no coesivos), alm de modelos ensaiados em centrfugas.

    5.5 ANLISE DE ESTABILIDADE EM TALUDES

    Os mtodos para anlise de taludes, atualmente em uso, baseiam-se na hiptese de haver equilbrio numa massa de solo, tomada como corpo rgido-plstico, na iminncia de entrar em um processo de escorregamento. Da a denominao geral de mtodos de equilbrio limite.

    A observao dos escorregamentos na natureza levou as anlises a considerar a massa de solo como um todo (Mtodo do Crculo de Atrito), ou subdividia em lamelas (Mtodo Sueco), ou em cunhas (Mtodo das Cunhas).

    O mtodo Sueco apresenta muitas variantes, como por exemplo o mtodo de Fellenius, de Bishop Simplificado, de Morgenstern-Price e outros mais.

    A partir de 1916, os Suecos desenvolveram os mtodos de anlises baseados no conceito de equilbrio limite, tal como foi definido acima. Constataram que as linhas de ruptura eram aproximadamente circulares e que o escorregamento ocorria de tal modo que a massa de solo instabilizada se fragmentava em fatias ou lamelas, com faces verticais. O conceito de crculo de atrito e a diviso da massa de solo em lamelas (ou fatias) j eram praticadas naquele tempo, e o que Fellenius fez, na dcada de 1930, foi estender a anlise para levar em conta a coeso na resistncia ao cisalhamento do solo.

    Evidentemente, no se conhece a posio da linha de ruptura ou do crculo crtico, isto , da linha qual se est associado o coeficiente de segurana mnimo, o que se consegue por tentativas. Atualmente, essa tarefa facilitada graas aos recursos disponveis de computao eletrnica.

    Existem um programa chamado MacStars, desenvolvido pela empresa Maccaferri que utiliza o mtodo de Bishop e Janbu. Para Conhecimento e visualizao deste programa, segue um resumo da obteno de crculos crticos de um talude.

  • 26

    5.6 UTILIZANDO O PROGRAMA MACSTARS

    5.6.1 INTERFACE DO PROGRAMA

    Figura 5.11 Tela inicial do programa.

    O ambiente utilizado pelo MacStars 2000 um ambiente Windows, amigvel e de fcil manuseio, onde apresenta um menu principal similar aos programas do Office (Word, Excel, PowerPoint, etc.) que dar as opes de partida ao usurio.

    5.6.2 INSERINDO DADOS

    5.6.2.1 INICIANDO UM ARQUIVO

    No menu ARQUIVO escolha a opo NOVO para comear um novo trabalho.

    Figura 5.12 Menu de opes.

  • 27

    5.6.2.2 ESCOLHENDO UMA NORMA Sempre que um novo trabalho for iniciado ser aberta uma janela onde ser mostrada uma lista para SELECO DAS NORMAS. Essa opo permite ao usurio escolher uma das opes de norma prevista na base de dados do MacStars 2000, entre elas a British Standard 8006 que a principal norma conhecida para anlise de estruturas em solo reforado. Ao escolher uma norma, deve-se estar ciente que as mesmas so regidas por fatores de segurana parciais, ou seja, para cada parmetro de entrada, como solo, reforo, carga, haver um fator multiplicador que incrementar o valor desses parmetros. Por esse motivo aconselha-se que ao optar por trabalhar com uma dessas normas, esteja com a mesma em mos, pois tambm ser pedido ao usurio o nvel de servicibilidade ou categoria que a estrutura dever ser enquadrada.

    Figura 5.13 Seleo de Normas.

    O mais comum que se opte pela opo NENHUM, que far com que a estrutura analisada esteja submetida apenas aos carregamentos impostos a ela pelo usurio. Dessa forma ser feita uma anlise de equilbrio limite, segundo o mtodo escolhido pelo usurio e o fator de segurana obtido ser a relao entre as foras estabilizantes e instabilizantes as quais a estrutura estar submetida.

    Nos exemplos a seguir, utilizaremos a opo NENHUM.

    5.6.2.3 TELA DE TRABALHO Ao selecionar a norma a qual estar submetida estrutura, ser apresentada uma janela em branco com descrio de um plano de coordenadas cartesianas e uma legenda a ser preenchida.

  • 28

    Figura 5.14 Tela de trabalho.

    5.6.3 MODELAGEM DE TALUDE

    A seguir, o seguinte trabalho ser modelado e verificado quanto sua estabilidade frente s cargas aplicadas.

    Figura 5.15 Perfil de exemplo.

  • 29

    5.6.3.1 PROPRIEDADES DO SOLO

    O primeiro passo para a modelagem de uma estrutura, a insero das propriedades e camadas de solo existentes.

    Ao clicar em DADOS DE ENTRADA, PROPIEDADES DOS SOLOS, a seguinte janela surgir:

    Figura 5.16 Propriedades do solo.

    Figura 5.17 Propriedades do solo.

  • 30

    Onde: Nome: cdigo mostrado na legenda para identificar o solo; Descrio: texto que descreve o solo analisado; (opcional) Parmetros necessrios para o clculo dos assentamentos: esta opo permite abrir uma nova janela, onde o usurio deve descrever os parmetros de deformao do solo; Cor: essa opo permite selecionar a cor que ser usada na representao grfica do solo; Coeso: valor da coeso em kPa; (tenso) ngulo de atrito: valor do ngulo de atrito interno do solo expresso em graus (); Ru: constante de poropresso; Fator multiplicador para o ngulo de atrito: permite selecionar no menu de rolagem a classe do multiplicador que ser utilizada pelo ngulo de atrito; (Apenas se houver uma Norma) Peso especfico: permite escrever o peso especfico em condies naturais (acima do nvel dgua) ou em condies de completa saturao (abaixo do nvel dgua); Fator multiplicador (para o peso especfico): permite selecionar no menu de rolagem a classe do multiplicador que ser utilizada pelo peso especfico; (Apenas se houver uma Norma)

    Os seguintes materiais sero utilizados nesse projeto:

    - Argila arenosa Coeso = 35 kPa ngulo de atrito = 18o Peso especfico natural = 18 kN/m3 Peso especfico saturado = 19 kN/m3

    - Argila siltosa Coeso = 20 kPa ngulo de atrito = 24o Peso especfico natural = 19 kN/m3 Peso especfico saturado = 19 kN/m3

    - Silte arenoso Coeso = 20 kPa

    - Areia mdia Coeso = 5 kPa ngulo de atrito = 28o Peso especfico natural = 18 kN/m3 Peso especfico saturado = 19 kN/m3

    - Pedra Coeso = 10 kPa ngulo de atrito = 40o Peso especfico natural = 26 kN/m3 Peso especfico saturado = 28 kN/m3

    ngulo de atrito = 26o Peso especfico natural = 19 kN/m3 Peso especfico saturado = 20 kN/m3

  • 31

    5.6.3.2 GEOMETRIA DAS CAMADAS Aps definidas as caractersticas de solo, devem ser definidas ento a geometria das camadas existentes.

    Ao clicar em DADOS DE ENTRADA, GEOMETRIA DAS CAMADAS, a seguinte janela surgir:

    Figura 5.18 Geometria da camadas.

    Onde: Camada: cdigo mostrado no relatrio para identificar o solo; Descrio: texto que descreve a geometria; (opcional) Horizonte de rocha: quando esta opo for selecionada, significa que a geometria inserida um horizonte de rocha; Solo: cdigo de indicao do solo da geometria inserida; Tabela das coordenadas X: valor da abscissa; Y: valor da ordenada;

    As seguintes camadas sero consideradas nesse projeto:

    - Camada 1

    Solo: Argila Siltosa

    - Camada 2

    Solo: Areia Mdia

  • 32

    - Camada 3

    Solo: Silte Arenoso

    - Camada 4

    Solo: Argila Arenosa

    As coordenadas acima descritas definem a seguinte estrutura de solo:

    Figura 5.19 Estrutura das camadas.

  • 33

    5.6.3.3 SUPERFCIE PIEZOMTRICA Pode tambm ser considerada a presena de gua no solo, atravs da considerao da superfcie piezomtrica.

    Figura 5.20 Superfcie piezomtrica.

    Figura 5.21 Configurao da superfcie piezomtrica.

  • 34

    5.6.3.4 CARGAS O programa Mac.S.T.A.R.S. realiza a verificao de estruturas sujeitas s aes concentradas, distribudas, provenientes da ao de tirantes e de ao ssmica. Nesse exemplo consideraremos a ao de uma carga distribuda de 20 kPa, da abscissa 65 m at a 95m, como mostra a figura 5.6.3.4.1.

    Figura 5.22 Configurao das cargas sobre o talude.

    5.6.4 ANLISE DE ESTABILIDADE Para um talude no reforado, como o ilustrado neste exemplo, deve ser realizada sua verificao quanto estabilidade global.

    Figura 5.23 Anlise de estabilidade.

  • 35

    Para a realizao da verificao da estrutura quanto estabilidade global, devem ser selecionadas as seguintes opes:

    Tipo de Superfcie: Circular

    - Poligonal randmica

    Metodologia de clculo Bishop

    - Janbu

    Intervalo para os pontos de incio - Primeira abscissa (0) - Segunda abscissa (50)

    Intervalo para os pontos de fim - Primeira abscissa (55) - Segunda abscissa (90)

    Comprimento dos segmentos (1) Numero de superfcies a analisar (1000) ngulo limite esquerda (0) ngulo limite direita (0) Numero de pontos iniciais (100)

    Figura 5.24 Anlise de estabilidade.

    Figura 5.25 Anlise de estabilidade.

    Onde: Mtodo de clculo: Esta seleo fornece o comportamento das unidades de reforos; rgido ou deformvel Superfcie: define o tipo de superfcie; (circular ou poligonal randmica) Janbu ou Bishop: este boto ativa o mtodo de clculo selecionado; (a opo Bishop pode ser selecionada apenas no caso de superfcie circular)

  • 36

    Intervalo para os pontos de incio das superfcies Par de coordenadas X que definem a seo geomtrica onde as superfcies potenciais de deslizamento iniciaram;

    Intervalo para os pontos de trmino das superfcies Par de coordenadas X que definem a seo geomtrica onde as superfcies potenciais de deslizamento terminaram;

    Comprimento dos segmentos: comprimento dos segmentos que formam a superfcie de deslizamento; ngulo limite a esquerda: o ngulo (sempre positivo) que subentende a parte superior da linha horizontal imaginria que parte do ponto inicial do primeiro segmento da superfcie de deslizamento; o programa considerar um valor de 5 graus se ambos os ngulos forem zero ngulo limite a direita: o ngulo (positivo ou negativo) que subentende a parte inferior da linha horizontal imaginria que parte do ponto inicial do primeiro segmento da superfcie de deslizamento; o programa considerar um valor de -45 graus se ambos os ngulos forem zero Nmero de superfcies a analisar: nmero de superfcies de tentativas geradas; Nmero de pontos iniciais: nmero de pontos iniciais (eqidistantes no segmento inicial) das superfcies;

    Depois de selecionada a modalidade a ser analisada, deve-se ento realizar o clculo.

    Figura 5.26 Anlise de estabilidade.

  • 37

    Figura 5.27 Anlise de estabilidade.

    Neste caso, o fator de segurana encontrado foi de 0,938, o que torna a estrutura instvel, ou seja, caso fosse realizada a construo considerada, o talude se romperia.

    Conforme a norma da ABNT, o valor de segurana no dever ser inferior a 1,5.

  • 38

    6 CONTENO EM GABIO

    Estruturas de conteno so obras que tm a finalidade de conter macios de solos. Quando construdas em centros urbanos ou em reas de lazer, devem se integrar o mximo possvel no meio em que se encontram, tanto do ponto de vista ambiental como paisagstico.

    Segundo Moliterno (1980), o gabio foi utilizado durante muito tempo como soluo para desvio dos cursos dos rios e fechamentos das ensecadeiras nas obras de construo de barragens.

    Seu emprego tem se diversificado, encontrando aceitao na execuo no s de muros de arrimo, como em revestimento de canais, proteo de margens de rios, e em obras de emergncia para conteno de encostas.

    6.1 HISTRICO

    A palavra gabio deriva do italiano gabbione, que quer dizer gaiolo, pois foram os italianos que mais os usaram e difundiram na histria antiga e moderna. O termo gabio utilizado nas principais lnguas modernas, como ingls, francs, espanhol, etc.

    Os egpcios usaram o principio de um invlucro em forma de cestos de vime, cheios de pedras para fazer estruturas de conteno s margens do Rio Nilo, como aparece num alto-relevo, datado de 5.000 anos antes de Cristo. Existem tambm ilustraes chinesas, do ano 1.000 AC, onde estruturas similares s obras com gabies, foram usadas margem do Rio Amarelo. O invento, por parte dos alemes, de mquinas que podiam tecer redes com malha hexagonal a dupla toro e arames grossos, fornecendo rolos de rede em forma de grandes retngulos, favoreceu enormemente o desenvolvimento do gabio/caixa moderno e mantas, em forma de paraleleppedos de diversos tamanhos, alm dos gabies/saco.

  • 39

    6.2 TIPOS DE GABIES

    Existem trs tipos de gabies: o gabio tipo caixa, o tipo colcho e o tipo saco. Cada um utilizado onde melhor se adapta seu formato conformao da obra.

    6.2.1 GABIO CAIXA

    O gabio caixa uma estrutura metlica, em forma de paraleleppedo, cujas trs medidas so da mesma magnitude. Um nico, produzido com malha hexagonal de dupla toro, forma a base, a tampa e as paredes laterais. Ao elemento de base so unidos, durante a fabricao, as duas paredes de extremidade e os diafragmas, assim encaixado e devidamente desdobrado na obra, assume a forma de um paraleleppedo (Figura 6.1).

    Figura 6.1 Gabio Caixa (Maccaferri).

    O seu interior preenchido com pedras bem distribudas e com dimenses variadas, porm com dimetro nunca inferior malha hexagonal.

    A tela produzida com arames de ao de baixo contedo de carbono, revestido com uma liga de zinco e alumnio, o que confere uma proteo contra corroso, esta rede de ao deve estar de acordo com as especificaes da norma NBR 10514 (EB 1804) e o arame de ao utilizado nesta tela deve seguir as especificaes da norma NBR 8964 (EB 1562) da ABNT.

  • 40

    Quando em contato com a gua, aconselhvel que seja utilizado o arame com revestimento plstico, o qual oferece uma proteo definitiva contra a corroso.

    Este tipo de gabio mais usado como muro, onde so sobrepostos e alinhados em toda a extenso necessria. Com base em estudos do solo o projeto de especificar as dimenses desta conteno, tais como o comprimento, a largura e a altura do muro.

    Na figura 6.2 tem-se o muro em gabio tipo caixa, para conter o talude na beira da estrada.

    Figura 6.2 Muro em gabio na beira da estrada (BR-470).

    Um outro exemplo de utilizao do gabio tipo caixa observado na figura 6.3, onde usado no fechamento do apoio da ponte.

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    Figura 6.3 Gabio utilizado no apoio da ponte.

    6.2.2 GABIO SACO

    Os gabies saco so estruturas metlicas, em forma de cilindros, constitudos por um nico pano de malha hexagonal de dupla toro, que em suas bordas livres apresentam um arame especial que passa alternadamente pelas malhas para permitir a montagem da pea na obra. Detalhes na figura:

    Figura 6.4 Gabio Saco (Maccaferri).

    um tipo de gabio extremamente verstil devido ao seu formato cilndrico e mtodo construtivo, pois as operaes de montagem e enchimento so realizadas no canteiro de obras para posterior aplicao, com auxilio de equipamentos mecnicos.

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    empregado, geralmente, em locais de difcil acesso, em presena de gua ou em solos de baixa capacidade de suporte devido extrema facilidade de colocao.

    Essas caractersticas fazem do gabio saco uma ferramenta fundamental em obras de emergncia. Depois de ter sido montado e colocados os tirantes, preenchido com rapidez, em seco, perto do local de utilizao, pela extremidade (tipo saco) ou pela lateral (tipo bolsa), fechando e lanando com auxlio de grua.

    Na figura 6.5 pode-se ver o gabio tipo saco sendo transportado para dentro do rio onde servir de fundao para o gabio caixa que est sendo executado e aparece no canto direito da figura.

    Figura 6.5 Utilizao do gabio saco (Rua Emlio Tallmann Bairro Progresso)

    O enchimento com pedras no assume a mesma importncia tomada pelos gabies caixa e pelos colches, devido s caractersticas prprias das obras em que estes so empregados. As amarraes entre os gabies saco no so necessrias. A tela confeccionada com arame plastificado, devido aos gabies saco sempre estarem em contato com a gua e colocados em posies de difcil manuteno.

  • 43

    6.2.3 GABIO COLCHO

    O gabio colcho uma estrutura metlica, em forma de paraleleppedo, e de grande rea e pequena espessura. formado por dois elementos separados, a base e a tampa, ambos produzidos com malha hexagonal de dupla toro, como mostra a figura 6.6.

    Figura 6.6 Gabio colcho (Maccaferri)

    O pano que forma a base dobrado, durante a produo, para formar os diafragmas, um a cada metro, os quais dividem o colcho em clulas de aproximadamente dois metros quadrados. Na obra desdobrado e montado para que assumam a forma de paraleleppedo. O seu interior preenchido com pedras de dimetros adequados em funo da dimenso da malha hexagonal.

    A tela a mesma utilizada no gabio caixa.

    Os colches so estruturas flexveis adequadas para o revestimento das margens e dos leitos dos cursos de gua. Como observado nas figuras 6.7, onde os gabies colcho foram revestidos com concreto projetado.

  • 44

    Figura 6.7 Canal de drenagem com a utilizao do gabio colcho (Encarte Maccaferri).

    As estruturas em gabio podem ser utilizadas combinando os trs tipos de gabio, como pode ser visto na figura 6.8.

    Figura 6.8 Combinao dos trs tipos de gabies.

  • 45

    6.3 PROCEDIMENTOS IMPORTANTES NA EXECUO

    Na execuo do muro devem-se levar em considerao alguns procedimentos para que possam ser garantidas as premissas de projeto e assim a sua eficincia. Desta forma recomenda-se atentar para os seguintes cuidados:

    Preparo da base para garantir que o muro estar assentado em terreno natural ou terreno bem compactado, compatvel com o admitido em projeto;

    Execuo de sistema de drenagem, atravs de drenos sub-horizontais profundos, drenagem superficial (para proteo da crista), drenos junto face do muro etc.;

    Reaterro compactado com controle atrs do muro. Esse reaterro deve ser executado cuidadosamente, em faixas, ao longo de toda extenso seguindo as especificaes tcnicas da Norma NBR 11682 (NB 1315) da ABNT.

    6.4 AS PRINCIPAIS VANTAGENS DOS MUROS EM GABIES

    Segue abaixo, as principais vantagens na utilizao do gabio em estruturas de contenes:

    Como j citado anteriormente a gua exerce influencia marcante na estabilidade de uma estrutura de arrimo. E o muro em gabies, estudado nesse trabalho, apresenta elevada permeabilidade e drenagem, que facilita o saneamento do terreno, por permitir o fluxo das guas de percolao, aliviando empuxos hidrostticos (fora de presso causados pela gua);

    Apresenta tambm extrema flexibilidade, o que permite a adaptao da estrutura aos movimentos do terreno, acompanhando o recalque ou acomodaes, sem comprometer a estabilidade e a eficincia estrutural, como na figura 6.9;

  • 46

    Figura 6.9 Deformao no muro em gabio (Divisa do terreno da SDR de Blumenau).

    Outra vantagem do muro em gabies a grande resistncia aos esforos de empuxo e trao do terreno, pois so muros calculados como uma estrutura monoltica por gravidade. O revestimento dos arames assegura a durabilidade por muitos anos;

    O gabio se integra facilmente ao meio ambiente, as estruturas se adaptam a qualquer ecossistema, pois no criam obstculos passagem das guas e favorecem a rpida recuperao da fauna e da flora por ser de materiais inertes. O exemplo disso pode ser visto na figura 6.10, onde as plantas cresceram em volta do muro em gabies.

    Figura 6.10 O muro coberto pela vegetao.

  • 47

    6.5 ANLISE DE ESTABILIDADE

    Para a verificao da estabilidade do muro em gabies, existe um programa chamado GawacWin, desenvolvido pela Maccaferri, onde pode-se verificar os empuxos atuantes na estrutura.

    Este programa pode ser adquirido gratuitamente no site da empresa, e para conhec-lo um pouco mais, segue uma breve apresentao para a utilizao.

    A tela inicial do programa GawacWin, para clculo de estabilidade dos muros em gabies na figura 6.11.

    Figura 6.11 Apresentao inicial do programa.

    Entra-se com os dados do muro de gabio, neste quadro representado na figura 6.12.

  • 48

    Figura 6.12 Dados gerais sobre o muro.

    Em seguida preencher com as dimenses do gabio j projetado, como no exemplo da figura 6.13, comeando sempre com as dimenses do muro de baixo para cima.

    Figura 6.13 Dimenses do muro em gabio.

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    Neste quadro, devem-se especificar as propriedades do solo, as inclinaes e a extenso do terrapleno.

    Figura 6.14 Dados sobre o terrapleno.

    Se houver lenol fretico no terreno, devem-se preencher os dados deste quadro da figura 6.15.

    Figura 6.15 Dados da superfcie fretica.

    Se houverem cargas sobre o terrapleno, deve-se especificar nesse quadro indicado na figura 6.16.

  • 50

    Figura 6.16 Cargas sobre o terrapleno.

    Aps fornecer todos os dados pode-se escolher o tipo de anlise separadamente ou todas de uma vez.

    Figura 6.17 Visualizao final da anlise.

    Com o programa obtm-se um relatrio com todos os dados e os resultados das verificaes:

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    Figura 6.18 Relatrio de Anlise.

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    Figura 6.19 Relatrio de Anlise.

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    Figura 6.20 Relatrio de Anlise.

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    Figura 6.21 Relatrio de Anlise.

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    Figura 6.22 Relatrio de Anlise.

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    7 ESTUDO DE CASO

    O presente estudo tem por objetivo apresentar dois tipos de solues diferentes de conteno, bem como os custos inerentes aos mesmos, para ento verificar anlise custo x beneficio, em um perfil criado para a ocasio, ser apresentada uma soluo com conteno em gabio (Opo 01) e uma soluo com conteno em muro de arrimo em concreto armado (Opo 02).

    7.1 CARACTERSTICAS DO LOCAL

    O referido local est situado a beira de um talude instvel de 3,08m de altura e 20m de extenso, onde dever ser executado algum tipo de conteno, receber ainda uma carga sobre o terrapleno de 0,4tf/m, o solo do local mencionado tem as seguintes propriedades:

    Peso especfico = 18,00 kN/m;

    ngulo de atrito = 30 Coeso considerada p/ clculo = 0,00 kN/m

    Na Folha 01 pode-se observar o perfil atual do terreno:

  • 57

  • 58

    7.2 CONTENO TIPO GABIO OPO 01

    A primeira opo a ser apresentada ser a de conteno tipo gabio, ser projetado um Gabio tipo Caixa com 3,00m de altura, o mesmo ser dividido em trs nveis, 2,00m de base 1,50m intermedirio e 1,00m no topo. Ser aplicada uma manta geotxtil na face em contato com o solo e ainda implantado um sistema de drenagem com uma Meia Calha 40cm na crista do talude e uma descida Dgua em cada lado da conteno desaguando em uma caixa de amortecimento para ento serem destinadas coleta de guas pluviais. Ser utilizado para o clculo do Muro o software GawacWin desenvolvido pela empresa Maccaferri.

    7.2.1 DADOS SOBRE O MURO

    Inclinao do muro : 6,00 graus Peso especfico da pedra : 24,20 kN/m Porosidade dos gabies : 30,00 % Geotxtil no terrapleno : Sim Reduo do atrito : 5,00 % Geotxtil sob a base : No Reduo do atrito : % Malha e dim. do arame: : 8x10, 2.7 mm CD

    7.2.2 DADOS SOBRE O TERRAPLENO

    Inclinao do 1 trecho : 0,00 graus Comprimento do 1 trecho : 10,00 m Inclinao do 2 trecho : 0,00 graus Peso especfico do solo : 18,00 kN/m ngulo de atrito do solo : 30,00 graus Coeso do solo : 0,00 kN/m

    7.2.3 DADOS SOBRE AS CARGAS

    Cargas distribudas sobre o terrapleno Primeiro trecho : 4,00 kN/m

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    7.2.4 DADOS SOBRE A FUNDAO

    Altura da sup. superior : 0,00 m Comprimento inicial : 10,00 m

    Inclinao : 0,00 graus Peso especfico do solo : 18,00 kN/m ngulo de atrito do solo : 30,00 graus Coeso do solo : 0,00 kN/m Presso adm. na fundao : kN/m Altura do nvel d'gua : m

    7.2.5 EMPUXOS ATIVO E PASSIVO

    Empuxo Ativo : 40,99 kN/m Ponto de apl. ref. ao eixo X : 1,73 m Ponto de apl. ref. ao eixo Y : 0,98 m Direo do empuxo ref. ao eixo X : 40,93 graus Empuxo Passivo : 0,00 kN/m Ponto de apl. ref. ao eixo X : 0,00 m Ponto de apl. ref. ao eixo Y : 0,00 m Direo do empuxo ref. ao eixo X : 0,00 graus

    7.2.6 DESLIZAMENTO

    Fora normal sob a base : 105,76 kN/m Ponto de apl. ref. ao eixo X : 0,81 m Ponto de apl. ref. ao eixo Y : -0,09 m Fora tangente sob a base : 20,02 kN/m Fora resistente na base : 61,06 kN/m Coef. de Segurana Contra o Deslizamento : 2,47

  • 60

    7.2.7 TOMBAMENTO

    Momento Atuante : 30,40 kN/m x m Momento Resistente : 115,95 kN/m x m Coef. de Segurana Contra o Tombamento : 3,81

    7.2.8 TENSES ATUANTES NA FUNDAO

    Excentricidade : 0,19 m Tenso normal na borda externa : 83,18 kN/m Tenso normal na borda interna : 22,58 kN/m Tenso mx. admissvel na fundao : 81,69 kN/m

    7.2.9 ESTABILIDADE GLOBAL

    Centro do arco ref. ao eixo X : -0,03 m Centro do arco ref. ao eixo Y : 3,95 m Raio do arco : 4,64 m Nmero de superfcies pesquisadas : 61 Coef. de Segurana Contra a Rup. Global : 1,50

    7.2.10 ESTABILIDADE INTERNA

    Cam. H (m) N (kN/m) T

    (kN/m) M (kN/m x

    m) Mx. (kN/m)

    Adm. (kN/m)

    Mx. (kN/m)

    Adm. (kN/m)

    1 2,04 54,36 8,92 37,35 5,95 43,51 39,57 552,79 2 0,99 18,52 1,31 9,81 1,31 31,92 17,48

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    Figura 7.1 Estabilidade do Muro (Fonte: Software GawacWin).

    7.2.11 VERIFICAES DE ESTABILIDADE

    Coef. de Seg. Deslizamento 2,47 Tenso na base (esquerda) 83,18kN/m Coef. de Seg. Tombamento 3,81 Tenso na base (direita) 22,58kN/m Coef. de Seg. Rup. Global 1,50 Mxima tenso admissvel 81,69kN/m

    Com o resultado dessas anlises pode-se concluir que o muro estvel contra deslizamento, tombamento e ruptura global, conforme a NBR 11682 da ABNT, o fator de segurana no dever ser inferior a 1,5, dessa forma nosso muro passa em todas as anlises.

    Na Folha 02, podemos observar agora o talude contido com o muro de gabio.

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  • 63

    7.2.12 QUADRO DE QUANTIDADES

    Foi elaborada uma planilha de custos para realizao da obra de conteno, como segue abaixo:

    Obra: CONTENO TIPO GABIO TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    PLANILHA DE CUSTOS

    Preos : Dez/2005

    Item Descrio Quantidade Unidade Preo Un. Preo Total

    TERRAPLANAGEM 50170 E.C.T. de Material de 1 Cat. DMT = 1,5 Km 91,00 m 11,80 1.073,80

    52010 Aterro Compactado 100% P.N. 70,00 m 2,94 205,80

    Sub-Total 1.279,60

    DRENAGEM 55300 Sarjeta em meia calha com d= 0,40m 20,00 m 22,26 445,20 58150 Descida DAgua em Aterros Tipo DD2 8,00 m 346,69 2.773,52 57750 Caixa de amortecimento p/ descida d'gua 2,00 ud 150,62 301,24

    Sub-Total 3.519,96

    OBRAS COMPLEMENTARES 82650 Gabio Caixa Galvanizado h=1,00m 90,00 m 215,99 19.439,10

    Sub-Total 19.439,10

    TOTAL (R$) 24.238,66

    MOBILIZAO E DESMOBILIZAO (2,00) % 484,77

    TOTAL GERAL (R$) 24.723,43

    Obs: Os preos foram retirados da tabela de preos de obras rodovirias do DEINFRA/SC

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    7.3 CONTENO TIPO MURO DE ARRIMO EM CONCRETO OPO 02

    A segunda opo a ser apresentada ser a de conteno tipo muro em concreto armado, ser projetado um muro 3,08m de altura, base de 2,00m e espessura de 0,45m. Ser implantado um sistema de drenagem com meia Calha 40cm na crista do talude e uma descida Dgua em cada lado da conteno desaguando em uma caixa de amortecimento para ento serem destinadas coleta de guas pluviais. Para clculo e dimensionamento do muro foi utilizado o software CypeCad .

    7.3.1 DADOS SOBRE O MURO

    Norma: NBR 6118:2003 (Brasil) Concreto: C25, Controle normal Ao em barras: CA-50-A e CA-60-B Tipo de ambiente: Tipo II Cobrimento no intradorso do muro: 3.0 cm Cobrimento no tardoz do muro: 3.0 cm Cobrimento superior da fundao: 5.0 cm Cobrimento inferior da fundao: 5.0 cm Cobrimento lateral da fundao: 7.0 cm Tamanho mximo agregado: 30 mm

    7.3.2 AES

    Empuxo no intradorso: Passivo Empuxo no tardoz: Ativo

    7.3.3 DADOS GERAIS

    Cota do Trreo: 0.00 m Altura do muro sobre a rasante: 0.00 m Facejamento: Tardoz Comprimento do muro em planta: 20.00 m Espaamento entre juntas: 5.00 m Tipo de fundao: Sapata corrida

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    7.3.4 DESCRIO DO TERRENO

    Percentagem de atrito interno entre o terreno e a face externa do muro: 0 % Porcentagem de atrito interno entre o terreno e o tardoz do muro: 0 % Alvio por drenagem: 100 % Porcentagem de empuxo passivo: 50 % Cota empuxo passivo: 0.70 m Tenso admissvel: 2.00 kgf/cm Coeficiente de atrito terreno-concreto: 0.60

    7.3.5 GEOMETRIA MURO

    Altura: 3.08 m

    Espessura sup.: 25.0 cm Espessura inf.: 35.0 cm

    SAPATA CORRIDA

    Com balano externo e interno Altura: 45 cm

    7.3.6 ESQUEMA DAS FASES

    Figura 7.2 Fase 1

  • 66

    7.3.7 CARGAS

    CARGAS NO TARDOZ

    Tipo Cota Dados Fase inicial Fase final

    Uniforme Na superfcie Valor: 0.4 tf/m Fase Fase

    7.3.8 RESULTADO DAS FASES

    Esforos sem majorar.

    FASE 1: FASE

    PESO PRPRIO E EMPUXO DE TERRAS COM SOBRECARGAS Cota (m)

    Diagrama de esforos axiais (tf/m)

    Diagrama de esforos cortantes (tf/m)

    Diagrama de momentos fletores (mtf/m)

    Diagrama de empuxos (tf/m)

    Presso hidrosttica (tf/m)

    0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 0.00

    -0.30 0.19 0.07 0.01 0.33 0.00

    -0.61 0.40 0.20 0.05 0.54 0.00

    -0.92 0.61 0.40 0.14 0.74 0.00

    -1.23 0.83 0.66 0.30 0.95 0.00

    -1.54 1.06 0.99 0.55 1.16 0.00

    -1.85 1.29 1.38 0.91 1.36 0.00

    -2.16 1.54 1.84 1.40 1.57 0.00

    -2.47 1.79 2.35 2.04 1.78 0.00

    -2.78 2.05 2.94 2.85 1.98 0.00

    -3.08 2.31 3.56 3.81 2.19 0.00

    Mximos 2.31 Cota: -3.08 m

    3.56 Cota: -3.08 m

    3.81 Cota: -3.08 m

    2.19 Cota: -3.08 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    Mnimos 0.00 Cota: 0.00 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    0.13 Cota: 0.00 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    PESO PRPRIO E EMPUXO DE TERRAS Cota (m)

    Diagrama de esforos axiais (tf/m)

    Diagrama de esforos cortantes (tf/m)

    Diagrama de momentos fletores (mtf/m)

    Diagrama de empuxos (tf/m)

    Presso hidrosttica (tf/m)

    0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

    -0.30 0.19 0.03 0.00 0.20 0.00

    -0.61 0.40 0.12 0.02 0.40 0.00

    -0.92 0.61 0.28 0.08 0.61 0.00

    -1.23 0.83 0.50 0.20 0.82 0.00

    -1.54 1.06 0.79 0.39 1.02 0.00

    -1.85 1.29 1.13 0.68 1.23 0.00

    -2.16 1.54 1.55 1.09 1.44 0.00

    -2.47 1.79 2.03 1.63 1.64 0.00

    -2.78 2.05 2.57 2.33 1.85 0.00

    -3.08 2.31 3.15 3.18 2.05 0.00

    Mximos 2.31 Cota: -3.08 m

    3.15 Cota: -3.08 m

    3.18 Cota: -3.08 m

    2.05 Cota: -3.08 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    Mnimos 0.00 Cota: 0.00 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    -0.00 Cota: -0.04 m

    0.00 Cota: 0.00 m

    0.00 Cota: 0.00 m

  • 67

    7.3.9 COMBINAES HIPTESES DE AES

    1 - Peso prprio

    2 - Empuxo de terras

    3 - Sobrecarga

    COMBINAES PARA ESTADOS LIMITE LTIMOS

    Hipteses de Aes Combinao 1 2 3

    1 0.90 0.90

    2 1.40 0.90

    3 0.90 1.40

    4 1.40 1.40

    5 0.90 0.90 1.40

    6 1.40 0.90 1.40

    7 0.90 1.40 1.40

    8 1.40 1.40 1.40

    COMBINAES PARA ESTADOS LIMITE DE UTILIZAO Hipteses de Aes

    Combinao 1 2 3

    1 1.00 1.00

    2 1.00 1.00 0.60

    7.3.10 DESCRIO DA ARMADURA

    COROAMENTO

    Armadura superior: 2 12.5 Ancoragem intradorso / tardoz: 16 / 15 cm

    TRAMOS

    Nm. Intradorso Tardoz

    Vertical Horizontal Vertical Horizontal

    1 10c/30 10c/25 12.5c/20 10c/25 Emendas: 0.4 m Emendas: 0.95 m

    SAPATA

    Armadura Longitudinal Transversal

    Superior 12.5c/25 16c/30 Comprimento de ancoragem em prolongamento reto: 45 cm Dobra tardoz: 22 cm

    Inferior 12.5c/25 16c/30 Dobra intradorso / tardoz: - / 22 cm

    Comprimento de dobra no arranque: 30 cm

  • 68

    7.3.11 VERIFICAES GEOMTRICAS E DE RESISTNCIA

    Referncia: Muro: Muro01 (TCC)

    Verificao Valores Estado

    Verificao aos esf. tangenciais na base do muro:

    Mximo: 19.29 tf/m Calculado: 4.98 tf/m

    Passa

    Espessura mnima do tramo:

    Jimnez Salas, J.A.. Geotecnia y Cimientos II, (Cap. 12)

    Mnimo: 20 cm Calculado: 25 cm

    Passa

    Espaamento livre mnimo armaduras horizontais:

    Norma NBR 6118:2003. Artigo 18.3.2.2 (pag.102).

    Mnimo: 3.6 cm

    -Tardoz:

    Calculado: 24 cm

    Passa

    -Intradorso:

    Calculado: 24 cm

    Passa

    Espaamento mximo armaduras horizontais:

    Norma EC-2, artigo 5.4.7.3.2

    Mximo: 30 cm

    -Tardoz:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    -Intradorso:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    Taxa geomtrica mnima horizontal por face:

    Norma EHE, artigo 42.3.5

    Mnimo: 0.0008

    -Tardoz (-3.08 m):

    Calculado: 0.00091

    Passa

    -Intradorso (-3.08 m):

    Calculado: 0.00091

    Passa

    Quantidade mnima mecnica horizontal por face:

    Critrio J.Calavera. Muros de contencin y muros de stano. (Quant. horizontal > 20% Quant. vertical)

    Calculado: 0.00091

    -Tardoz:

    Mnimo: 0.00035

    Passa

    -Intradorso:

    Mnimo: 0.00015

    Passa

    Quant. mnima geomtrica vertical face tracionada:

    -Tardoz (-3.08 m):

    Norma EHE, artigo 42.3.5

    Mnimo: 0.0009 Calculado: 0.00178

    Passa

    Quanta mnima mecnica vertical face tracionada:

    -Tardoz (-3.08 m):

    Norma EHE, artigo 42.3.2 (Flexo simples ou composta)

    Mnimo: 0.00164 Calculado: 0.00178

    Passa

    Quant. mnima geomtrica vertical face comprimida:

    -Intradorso (-3.08 m):

    Norma EHE, artigo 42.3.5

    Mnimo: 0.00027 Calculado: 0.00076

    Passa

    Quant. mnima mecnica vertical face comprimida:

    -Intradorso (-3.08 m):

    Norma EHE, artigo 42.3.2 (Flexo simples ou composta)

    Mnimo: 1e-005 Calculado: 0.00076

    Passa

    Quantidade mxima geomtrica de armadura vertical total:

    - (0.00 m):

    EC-2, art. 5.4.7.2

    Mximo: 0.04 Calculado: 0.00356

    Passa

    Espaamento livre mnimo armaduras verticais:

    Artigo 18.3.2.2 da norma NBR 6118:2003

    Mnimo: 2 cm

    -Tardoz:

    Calculado: 17.5 cm

    Passa

    -Intradorso:

    Calculado: 28 cm

    Passa

    Espaamento mximo entre barras:

    Eurocdigo 2. Artigo 5.4.7.2.

    Mximo: 30 cm

    -Armadura vertical Tardoz:

    Calculado: 20 cm

    Passa

  • 69

    -Armadura vertical Intradorso:

    Calculado: 30 cm

    Passa

    Verificao flexo composta:

    Verificao realizada por unidade de comprimento de muro

    Passa

    Verificao ao cortante:

    Captulo 19.4 (NBR 6118:2003)

    Mximo: 12.98 tf/m Calculado: 4.1 tf/m

    Passa

    Verificao de fissurao:

    Artigo 17.3.3 da norma NBR 6118:2003

    Mximo: 0.3 mm Calculado: 0.132 mm

    Passa

    Comprimento de trespasse:

    Artigo 9.5 da norma NBR 6118:2003

    -Base tardoz:

    Mnimo: 0.94 m Calculado: 0.95 m

    Passa

    -Base intradorso:

    Mnimo: 0.37 m Calculado: 0.4 m

    Passa

    Verificao da ancoragem da armadura base no coroamento:

    Critrio J.Calavera. Muros de contencin y muros de stano.

    -Tardoz:

    Mnimo: 15 cm Calculado: 15 cm

    Passa

    -Intradorso:

    Mnimo: 0 cm Calculado: 16 cm

    Passa

    rea mnima longitudinal face superior viga de coroamento:

    J.Calavera (Muros de contencin y muros de stano)

    Mnimo: 2.2 cm Calculado: 2.5 cm

    Passa

    Todas as verificaes foram cumpridas

    Informao adicional: - Cota da seo com a mnima relao 'quantidade horizontal / quantidade vertical' Tardoz: -3.08 m - Cota da seo com a mnima relao 'quantidade horizontal / quantidade vertical' Intradorso: -3.08 m - Seo crtica flexo composta: Cota: -3.08 m, Md: 5.36 mtf/m, Nd: 2.08 tf/m, Vd: 4.99 tf/m, Tenso mxima do ao: 2.782 tf/cm - Seo crtica ao esforo cortante: Cota: -2.78 m - Seo com a mxima abertura de fissuras: Cota: -3.08 m, M: 3.56 mtf/m, N: 2.31 tf/m

    Referncia: Sapata corrida: Muro01 (TCC)

    Verificao Valores Estado

    Verificao de estabilidade:

    Valor introduzido pelo usurio.

    -Coeficiente de segurana ao reviramento:

    Mnimo: 1.8 Calculado: 2.2

    Passa

    -Coeficiente de segurana ao deslizamento:

    Mnimo: 1.5 Calculado: 1.53

    Passa

    Altura mnima:

    -Sapata:

    Critrio da CYPE Ingenieros.

    Mnimo: 15 cm Calculado: 45 cm

    Passa

    Tenses sobre o terreno:

    Valor introduzido pelo usurio.

    -Tenso mdia:

    Mximo: 2 kgf/cm Calculado: 0.485 kgf/cm

    Passa

    -Tenso mxima:

    Mximo: 2.5 kgf/cm Calculado: 0.909 kgf/cm

    Passa

    Flexo na sapata:

    Verificao baseada em critrios de resistncias

    Calculado: 6.66 cm/m

    -Armadura superior tardoz:

    Mnimo: 1.03 cm/m

    Passa

  • 70

    -Armadura inferior tardoz:

    Mnimo: 0 cm/m

    Passa

    -Armadura inferior intradorso:

    Mnimo: 2.75 cm/m

    Passa

    Esforo cortante:

    Norma NBR 6118:2003. Artigo 19.4 (pag.11).

    Mximo: 19.87 tf/m

    -Tardoz:

    Calculado: 1.52 tf/m

    Passa

    -Intradorso:

    Calculado: 4.98 tf/m

    Passa

    Comprimento de ancoragem:

    Norma NBR 6118:2003. Artigo 9.4 (pag.27).

    -Arranque tardoz:

    Mnimo: 19 cm Calculado: 37 cm

    Passa

    -Arranque intradorso:

    Mnimo: 11 cm Calculado: 37 cm

    Passa

    -Armadura inferior tardoz (Dobra):

    Mnimo: 22 cm Calculado: 22 cm

    Passa

    -Armadura inferior intradorso (Dobra):

    Mnimo: 0 cm Calculado: 0 cm

    Passa

    -Armadura superior tardoz (Dobra):

    Mnimo: 22 cm Calculado: 22 cm

    Passa

    -Armadura superior intradorso:

    Mnimo: 18 cm Calculado: 45 cm

    Passa

    Cobrimento:

    Norma NBR 6118:2003. Artigo 7.4 (pag.15).

    Mnimo: 3.5 cm

    -Inferior:

    Calculado: 5 cm

    Passa

    -Lateral:

    Calculado: 7 cm

    Passa

    -Superior:

    Calculado: 5 cm

    Passa

    Dimetro mnimo:

    J. Calavera, 'Clculo de Estructuras de Cimentacin' 4 edicin, INTEMAC. Captulo 3.16 (pag.129).

    Mnimo: 10

    -Armadura transversal inferior:

    Calculado: 16

    Passa

    -Armadura longitudinal inferior:

    Calculado: 12.5

    Passa

    -Armadura transversal superior:

    Calculado: 16

    Passa

    -Armadura longitudinal superior:

    Calculado: 12.5

    Passa

    Espaamento mximo entre barras:

    Critrio da CYPE Ingenieros.

    Mximo: 30 cm

    -Armadura transversal inferior:

    Calculado: 30 cm

    Passa

    -Armadura transversal superior:

    Calculado: 30 cm

    Passa

    -Armadura longitudinal inferior:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    -Armadura longitudinal superior:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    Espaamento mnimo entre barras:

    J. Calavera, 'Clculo de Estructuras de Cimentacin' 4 edicin, INTEMAC. Captulo 3.16 (pag.129).

    Mnimo: 10 cm

    -Armadura transversal inferior:

    Calculado: 30 cm

    Passa

    -Armadura transversal superior:

    Calculado: 30 cm

    Passa

    -Armadura longitudinal inferior:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    -Armadura longitudinal superior:

    Calculado: 25 cm

    Passa

    Quantidade geomtrica mnima:

    Critrio da CYPE Ingenieros.

    Mnimo: 0.001

  • 71

    -Armadura longitudinal inferior:

    Calculado: 0.00111

    Passa

    -Armadura longitudinal superior:

    Calculado: 0.00111

    Passa

    -Armadura transversal inferior:

    Calculado: 0.00148

    Passa

    -Armadura transversal superior:

    Calculado: 0.00148

    Passa

    Quantidade mecnica mnima:

    Norma NBR 6118:2003. Artigo 17.3.5.2 (pag.90).

    Mnimo: 0.00143

    -Armadura transversal inferior:

    Calculado: 0.00148

    Passa

    -Armadura transversal superior:

    Calculado: 0.00148

    Passa

    Todas as verificaes foram cumpridas

    Informao adicional: - Momento fletor desfavorvel na seo de referncia do tardoz: 1.74 mtf/m - Momento fletor desfavorvel na seo de referncia do intradorso: 4.59 mtf/m

    7.3.12 VERIFICAES DE ESTABILIDADE (CRCULO DE DESLIZAMENTO DESFAVRORVEL)

    Referncia: Verificaes de estabilidade (Crculo de deslizamento desfavorvel): Muro01 (TCC)

    Verificao Valores Estado

    Crculo de deslizamento desfavorvel:

    Combinaes sem sismo:

    -Fase: Coordenadas do centro do crculo (-1.29 m ; 0.68 m) - Raio: 4.71 m:

    Valor introduzido pelo usurio.

    Mnimo: 1.5 Calculado: 2.163

    Passa

    Todas as verificaes foram cumpridas

    Com o resultado dessas verificaes pode-se concluir que o muro estvel contra deslizamento, conforme a NBR 11682 da ABNT, o fator de segurana no dever ser inferior a 1,5, dessa forma nosso muro passa em todas as anlises.

    Na Folha 03, podemos observar agora o talude contido com o muro de arrimo em concreto armado.

  • 72

  • 73

    7.3.13 QUADRO DE QUANTIDADES

    Foi elaborada uma planilha de custos para realizao da obra de conteno, como segue abaixo:

    Obra: CONTENO TIPO MURO DE ARRIMO EM CONCRETO ARMADO

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    PLANILHA DE CUSTOS

    Preos : Dez/2005

    Item Descrio Quantidade Unidade Preo

    Un. Preo Total

    TERRAPLANAGEM 50170 E.C.T. de Material de 1 Cat. DMT = 1,5 Km 118,22 m 11,80 1.395,01

    52010 Aterro Compactado 100% P.N. 90,94 m 2,94 267,36

    Sub-Total 1.662,37

    DRENAGEM 55300 Sarjeta em meia calha com d= 0,40m 20,00 m 22,26 445,20 58150 Descida DAgua em Aterros Tipo DD2 8,00 m 346,69 2.773,52 57750 Caixa de amortecimento p/ descida d'gua 2,00 ud 150,62 301,24

    Sub-Total 3.519,96

    OBRAS DE ARTE ESPECIAL 90020 Formas de Madeira 180,00 m 48,65 8.757,00

    90561 Concreto FCK 25 MPa - Preparo Lanam. e Cura 36,48 m 307,15 11.204,83

    Sub-Total 19.961,83

    SERVIOS AUXILIARES 45305 Armadura Ao CA-50 - Fornec. Dobrag. e Coloc. 1.756,11 Kg 6,57 11.537,64

    Sub-Total 11.537,64

    TOTAL (R$) 36.681,80

    MOBILIZAO E DESMOBILIZAO (2,00) % 733,64

    TOTAL GERAL (R$) 37.415,44

    Obs: Os preos foram retirados da tabela de referencial de preos de obras rodovirias do DEINFRA/SC

  • 74

    8 CONCLUSO

    As estruturas de conteno em gabies so eficientes, no necessitam de mo-de-obra especializada ou de meios mecnicos sofisticados para execuo, alm de terem vantagem quanto ao item drenagem, uma vez que no impedem a passagem de gua por serem auto drenantes. Os materiais utilizados, na produo e execuo, so encontrados em abundncia. Conseqentemente, favorecendo o custo menor desta estrutura em relao aos outros tipos de solues, podendo chegar num custo bem reduzido se comparado ao valor de algumas alternativas existentes no mercado (Nota-se a diferena de custo das duas opes do estudo de caso, Opo 01 = R$ 24.723,43 e Opo 02 = R$ 37.415,44 , Ou seja, a opo em gabio 34% mais barata do que a opo em muro de concreto armado). Outro fator importante a reduo de tempo p/ colocar a conteno em servio, uma vez que o muro em gabio no necessita de tempo de cura como o concreto armado, proporcionando assim utilizao imediata aps o trmino da montagem.

    Pode-se observar pelas suas caractersticas que a conteno em gabio uma das mais versteis solues tcnicas disponveis. No s executadas como muros, mas utilizadas em vrios casos como: taludes de rios, apoio de pontes, dissipadores de energia dentro de crregos, onde o fluxo de gua constante, no se observam grandes problemas na execuo, por ser uma estrutura permevel e no necessitar de reas totalmente secas.

    Em casos de remoo ou alterao do tipo de conteno, o muro em gabies tambm apresenta fcil manuseio, sem necessitar equipamentos de demolio.

    Por ser executado com materiais inertes e no criar obstculos passagem de gua favorecem a recuperao da fauna e flora, e, a integrao desta estrutura em qualquer ecossistema, auxiliando na preservao do meio ambiente, uma vez que no impedem tambm o crescimento de vegetao em volta da conteno ou at mesmo no prprio muro.

    Como so estruturas flexveis e apresentam grande resistncia trao e ao empuxo dos terrenos, deformam-se sem prejudicar o desempenho da conteno. Caso ocorra o rompimento desta estrutura, isto ocorrer de forma relativamente lenta, e no de forma abrupta. Podendo, assim evitar acidentes por haver tempo hbil a tomar as devidas precaues.

  • 75

    As contenes, de modo geral, so para garantir a segurana, tanto provisria como permanentemente. Como visto, as estruturas em gabies apresentam timo desempenho como alternativa de conteno. Muito utilizada no passado e no presente, e, ainda ser uma tima soluo no futuro, mesmo com o surgimento de novas tcnicas de conteno.

  • 76

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8964 (EB 1562). Arame de ao de baixo teor de carbono, zincado, para gabies.

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10514 (EB 1804). Redes de ao com malha hexagonal de dupla toro para confeco de gabies.

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 11682 (NB 1315). Estabilidade de taludes.

    BARROS, Prsio Leister de Almeida. Obras de Conteno Manual Tcnico So Paulo, 2005.

    CAPUTO, Homero Pinto. Mecnica dos solos e suas aplicaes Rio de Janeiro, Livros Tcnicos e Cientficos, 1974.

    CHIOSSI, Nivaldo Jos. Geologia aplicada engenharia So Paulo, 1979.

    MACCAFERRI. Gabies Maccaferri. Publicao editada pelo departamento tcnico da S.p.a. OFFICINE MACCAFERRI, 2001.

    MACCAFERRI; Gabies. Disponvel em Acesso em: 18 mar. 2009.

    MACCAFERRI; Gabies. Disponvel em Acesso em: 24 abr. 2009.

    MACCAFERRI; Gabies. Disponvel em Acesso em: 20 mai. 2009.

  • 77

    ANEXO - ESPECIFICAES TCNICAS DE GABIES

    - Especificaes Tcnicas Do Gabio Caixa (Fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser de ao doce recozido de acordo com as especificaes da NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00.

    Revestimento do Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser revestido com liga zinco-5% alumnio de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame deve ser tal que, depois do arame ter sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um dimetro igual a 3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que o zinco possa ser removido com o passar do dedo, de acordo com as especificaes da ASTM A641M-98.

    Alongamento do Arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma amostra de 30cm de comprimento.

    Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames por trs vezes meia volta, de acordo com especificaes da NBR 19514, NB 710-00 e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 8x10. O dimetro do arame utilizado na fabricao da malha deve ser de 2,4mm e 3,00mm para as bordas.

    Amarrao e Atirantamento

    Com os gabies caixa deve ser fornecida uma quantidade suficiente de arame para amarrao e atirantamento.

  • 78

    - Especificaes Tcnicas Do Gabio Saco (Fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio saco e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser de ao doce recozido de acordo com as especificaes da NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00, isto o arame dever ter uma tenso de ruptura mdia de 38 a 48 Kg/mm.

    Revestimento do Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio saco e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser revestido com liga zinco-5% alumnio de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame deve ser tal que, depois do arame ter sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um dimetro igual a 3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que o zinco possa ser removido com o passar do dedo, de acordo com as especificaes da ASTM A641M-98.

    Alongamento do Arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma amostra de 30cm de comprimento.

    Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames por trs vezes meia volta, de acordo com especificaes da NBR 19514, NB 710-00 e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 6x10. O dimetro do arame utilizado na fabricao da malha deve ser de 2,0mm e 2,4mm para as bordas.

    Amarrao e Atirantamento

    Com os gabies caixa deve ser fornecida uma quantidade suficiente de arame para amarrao e atirantamento.

    Este arame deve ter dimetro 2,2mm e sua quantidade, em relao ao peso dos gabies saco fornecidos, de 2%.

    Recobrimento Plstico

    Todo arame dever ser recoberto com uma camada de composto termoplstico base de PVC, com caractersticas iniciais de acordo com as especificaes da NBR 10514, NB 710-00 e NP 17055 00, isto :

  • 79

    Espessura mnima: 0,40mm; Massa especifica: 1,30 a 1,35 Kg/dm; Dureza: 50 a 60 shore D; Resistncia trao: acima de 210 kg/cm; Alongamento de ruptura: acima de 250% Temperatura de fragilidade: abaixo de -9 C.

    - Especificaes Tcnicas Do Gabio Colcho (Fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio colcho e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser de ao doce recozido de acordo com as especificaes da NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00.

    Revestimento do Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e atirantamento durante sua construo, deve ser revestido com liga zinco-5% alumnio de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame deve ser tal que, depois do arame ter sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um dimetro igual a 3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que o zinco possa ser removido com o passar do dedo, de acordo com as especificaes da ASTM A641M-98.

    Alongamento do Arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma amostra de 30cm de comprimento.

    Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames por trs vezes meia volta, de acordo com especificaes da NBR 19514, NB 710-00 e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 6x8. O dimetro do arame utilizado na fabricao da malha deve ser de 2,0mm e 2,4mm para as bordas.

    Amarrao e Atirantamento

    Com os gabies colcho deve ser fornecida uma quantidade suficiente de arame para amarrao e atirantamento.

    Este arame deve ter dimetro 2,2mm e sua quantidade, em relao ao peso dos gabies colcho fornecidos, de 5%.

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    Recobrimento Plstico

    Todo arame dever ser recoberto com uma camada de composto termoplstico base de PVC, com caractersticas iniciais de acordo com as especificaes da NBR 10514, NB 710-00 e NP 17055 00, isto :

    Espessura mnima: 0,40mm; Massa especifica: 1,30 a 1,35 Kg/dm; Dureza: 50 a 60 shore D; Resistncia trao: acima de 210 kg/cm; Alongamento de ruptura: acima de 250% Temperatura de fragilidade: abaixo de -9 C.