tcc engenharia clinica

59
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA VALDEMIR RODRIGUES DE MEDEIROS ENGENHARIA CLÍNICA: SUGESTÕES PARA A REESTRUTURAÇÃO DESTE SETOR EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FORTALEZA FORTALEZA – CEARÁ 2009

Upload: bruna-souto

Post on 12-Aug-2015

349 views

Category:

Documents


35 download

TRANSCRIPT

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA

VALDEMIR RODRIGUES DE MEDEIROS

ENGENHARIA CLÍNICA: SUGESTÕES PARA A REESTRUTURAÇÃO DESTE SETOR EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FORTALEZA

FORTALEZA – CEARÁ

2009

VALDEMIR RODRIGUES DE MEDEIROS

ENGENHARIA CLÍNICA: SUGESTÕES PARA A REESTRUTURAÇÃO DESTE SETOR EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FORTALEZA

Trabalho de monografia para obtenção do título de especialista em Engenharia Clínica da Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará.

Orientadora: Profª. Drª. Roseléa Alves de Sousa

Co orientadora: Profª. Drª. Léria Rosane Holsbatch

FORTALEZA – CEARÁ

2009

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA

ENGENHARIA CLÍNICA: SUGESTÕES PARA A REESTRUTURAÇÃO

DESTE SETOR EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FORTALEZA

VALDEMIR RODRIGUES DE MEDEIROS

Conceito obtido: .......................................

Aprovado em: ............. de .................................... de .................

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________Profª. Drª. Rosilea Alves de Sousa

Faculdade Integrada do Ceará

_______________________________________Prof. Mestre Francisco Vieira Paiva

Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará

_________________________________________Profª. Mestra Vládia Barbosa Sobreira

Universidade de Fortaleza

AGRADECIMENTOS

À Deus por me encorajar sempre na luta para inovar, com o objetivo de melhorar a

vida da sociedade.

À minha família: Dorinha, Adely e Matheus que souberam entender a minha ausência

no momento de dedicação a este estudo.

Aos meus pais que souberam me ensinar a viver e lutar em busca do melhor sem

prejudicar a outrem.

A minha orientadora e co-orientadora, pela ajuda na elaboração e desenvolvimento

desse trabalho.

À banca examinadora por dispor de seu precioso tempo no julgamento desse trabalho.

A todos os professores, funcionários e amigos do Curso de especialização em

Engenharia Clínica da Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará pelos

conhecimentos que me passaram.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Demonstrativo de custo e consumo de energia elétrica da maternidade

em estudo, no ano de 2007 e 2008

22

Quadro 02 Demonstrativo de custo e consumo de água da maternidade em estudo,

no ano de 2007 e ano de 2008

25

Quadro 03 Demonstrativo do consumo e custo do gás liquefeito de petróleo (GLP) 27Quadro 04 Finalidade de uso, custo e consumo médio mensal de gases medicinais

(oxigênio líquido e gasoso, nitrogênio líquido, óxido nitroso e gás co2)

nos anos de 2007 e 2008 na maternidade em estudo

28

Quadro 05 Custos e características dos serviços contratados de apoio a

manutenção da infra-estrutura no ano de 2008.

31

Quadro 06 Quantidade de equipamentos eletromédicos de acordo com o contrato

de manutenção

34

Quadro 07 Valor dos contratos de manutenção preventiva de equipamentos

eletromédicos dessa maternidade em 2008.

36

Quadro 08 Custos com mão de obra da manutenção corretiva de equipamentos

eletromédicos dessa maternidade em 2008

39

Quadro 09 Quantidade de pessoal da engenharia e manutenção atual. 42Quadro 10 Custos totais com a manutenção da infra-estrutura e dos equipamentos

eletromédicos dessa maternidade no ano de 2008.

47

SUMÁRIO

LISTA DE QUADRO 4

RESUMO 8ABSTRAT 9

1 INTRODUÇÃO 102 OBJETIVOS 122.1 Objetivo geral 122.2 Objetivos específicos 123 REVISÃO DE LITERATURA 133.1 Definição de Engenharia Clínica 143.2 Área de atuação da Engenharia Clínica 143.3 A importância da implantação de Engenharia Clinica em Estabelecimento

Assistencial de Saúde (EAS)

15

3.4 Estudos sobre manutenção 164 METODOLOGIA 194.1 Tipo de pesquisa 194.2 Ambiente da pesquisa 194.3 Coleta de dados 195 ANÁLISE DO SETOR DE ENGENHARIA ATUAL EMBASANDO

A PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA ENGENHARIA CLÍNICA

21

5.1 Análise dos custos com a infra-estrutura 215.1.1 Custo e consumo da energia elétrica 225.1.1.1 Sugestões para diminuir o consumo de energia elétrica nessa maternidade 245.1.2 Custo e consumo com água 255.1.2.1 Sugestões para diminuir o consumo com água. 265.1.3 Custo e consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) 275.1.3.1 Sugestões para diminuir os custos e consumo com gás GLP 285.1.4 Custo e consumo de gases medicinais (Oxigênio líquido e gasoso,

nitrogênio líquido, óxido nítrico e gás carbônico - CO2).

28

5.1.4.1 Sugestões para diminuir o consumo de gases medicinais. 295.1.4.2 Sugestões para melhorar a segurança interna durante o uso e transporte

dos gases medicinais

30

5.1.5 Os custos dos contratos para a manutenção da infra-estrutura 305.2 Análise dos custos com equipamentos eletromédicos nessa

maternidade

33

5.2.1 Análise da manutenção dos equipamentos eletromédicos 335.2.2 Valor dos contratos de manutenção preventiva dos equipamentos

eletromédicos.

35

5.2.2.1 Sugestões para diminuir os custos com a manutenção dos equipamentos

eletromédicos

37

5.2.3 Valor da manutenção corretiva dos equipamentos eletromédicos desta

maternidade

38

5.2.4 Análise das condições de infra-estrutura física para testar equipamentos

eletromédicos.

39

5.2.5 Calibração de equipamentos eletromédicos nessa maternidade. 405.2.6 Condições de espaço físico adequado para as atividades de manutenção de

equipamentos eletromédicos.

41

5.2.7 Análise das condições de recursos humanos para a manutenção de

equipamentos eletromédicos.

41

5.2.8 As condições atuais de treinamento técnico e operacional na área de

equipamentos eletromédicos nessa maternidade

44

5.2.9 Análise do apoio da informática no setor de engenharia atual. 455.2.10 Existência de indicadores de qualidade no setor de engenharia atual 456 CUSTO DA MANUTENÇÃO COM A INFRA-ESTRUTURA E

COM OS EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DA

MATERNIDADE EM ESTUDO NO ANO DE 2008

46

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 49REFERÊNCIAS 51APÊNDICES 52APÊNDICE I - Check-list para comparação das atividades de Engenharia

Clínica preconizada pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE e a ENGENHARIA

ATUAL.

53

APÊNDICE II – Sugestão para controle de serviços terceirizados 54ANEXOS 55ANEXO I - Equipamentos usados para testar equipamentos médicos

hospitalares(EMH’s) necessários para iniciar as atividades de Engenharia

Clínica

56

ANEXO II - Parâmetros de referência para a produção de ar comprimido

medicinal segundo a RDC-50 da ANVISA, páginas 121 e 122.

57

ANEXO III - Características e custos de serviços de manutenção de

quatro hospitais públicos localizados em Fortaleza Ceará, em 2008.

59

RESUMO

Com a crescente modernização tecnológica nos hospitais, tanto em infra-estrutura, como no parque de equipamentos, torna-se cada vez mais evidente que a melhor alternativa para enfrentar e se adequar a essas mudanças é a implantação do setor de Engenharia Clínica. Neste cenário, este estudo teve como objetivo avaliar a viabilidade de implantação da Engenharia Clínica em uma maternidade pública de Fortaleza. A pesquisa foi desenvolvida a partir da aplicação de um check-list que permitiu a análise dos serviços de engenharia em funcionamento nesta maternidade tendo como parâmetros os custos com manutenção da infra-estrutura e dos equipamentos eletromédicos e as condições de recursos humanos e infra-estrutura física. Os resultados mostraram um alto custo de manutenção da infra-estrutura e dos equipamentos eletromédicos, aliado à deficiência de condições de recursos humanos e estruturais do atual setor de engenharia dessa maternidade. A partir deste entendimento, sugere-se: modernização das tecnologias aplicadas à saúde, conscientização dos usuários sobre a importância de evitar o desperdício e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos eletromédicos. Estas medidas serão possíveis a partir da implantação de um novo modelo de gestão no setor de engenharia, no qual as atividades sejam divididas com o propósito de ter gerências independentes: uma na área de infra-estrutura e outra na área de equipamentos médicos hospitalares, sendo essa ultima com o objetivo de implantar a Engenharia Clínica.

Palavras chave: Engenharia Clínica; Equipamentos Hospitalares; Tecnologia.

ABSTRACT

The technological modernization increasing in the hospitals, such as infrastructure and medical hospital equipments show us that the best alternative to deal and adjust these changes is the Clinical Engineering sector implantation. In this scene, the objective of this study was to evaluate the Clinical Engineering operate in a public Maternity Hospital in Fortaleza. The research was developed by a check-list that analysis the engineering services running in this maternity hospital according to its parameters of the maintenance expenses, Medical equipment, Human Resources conditions and physical infrastructure. The results had shown a high cost on maintenance and medical equipment infrastructure, allied to a lack deficiency on Human Resources and engineering sector in this Maternity Hospital. According to this, it is suggested: modernization on health technologies, awareness the people about the importance to prevent the wastefulness and preventive maintenance of the medical equipments. All of these will succeed from a new management implantation in the engineering sector, in which the activities should be divided to achieve an independent management: one in the infrastructure area and another one in the medical equipments sector which focus on Clinical Engineering.

Words key: Clinical engineering; Medical Hospital equipment; Technology.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, com a crescente modernização tecnológica nos hospitais, tanto em infra-

estrutura, como no parque de equipamentos, torna-se cada vez mais evidente que a melhor

alternativa para enfrentar e se adequar a essas mudanças é a implantação do setor de

Engenharia Clínica.

A implantação da Engenharia Clínica permite um melhor gerenciamento dos serviços

de manutenção dos equipamentos e de infra-estrutura, melhorando a qualidade no

atendimento e reduz os custos hospitalares.

A Engenharia Clínica no hospital permite acompanhar as constantes inovações

tecnológicas na área da saúde e garante uma melhor especialização dos profissionais, uma vez

que a alta complexidade dos equipamentos eletromédicos e infra-estrutura adequada à

necessidade requerem profissionais cada vez mais capacitados e treinados, tanto na

manutenção, como na operacionalidade dessas novas tecnologias.

A Engenharia Clínica, além de melhorar as condições de atendimento, traz ainda como

benefício, a transparência do gerenciamento da tecnologia médico-hospitalar, visto que

otimiza o controle do sistema de manutenção preventiva e corretiva, aumentando a vida útil

dos artefatos ligados à assistência prestada no hospital e reduzindo os efeitos adversos.

Outra argumentação a favor da implantação da Engenharia Clínica é que a legislação

atual está mais exigente e os usuários estão cada vez mais conscientes dos seus direitos. Para

atender a essas reivindicações as unidades de saúde devem estar preparadas, oferecendo um

serviço de qualidade, atendendo às expectativas tanto dos usuários quanto do corpo clínico em

relação às instalações e aos equipamentos.

Vale ressaltar que apesar de um controle rigoroso que a Engenharia Clínica pode

assegurar, devido a fatores alheios aos recursos humanos e materiais desta unidade, ainda

assim, podem ocorrer os temidos efeitos adversos. Nestes casos, faz-se necessário que o

hospital esteja preparado juridicamente para qualquer eventualidade por meio de uma melhor

administração de documentos.

Observando esses aspectos, identifica-se que a Engenharia Clínica é um elemento

essencial em uma Organização Hospitalar. Porém, a implantação deste setor, muitas vezes,

não é bem vista pelos gestores, que nem sempre entendem a relevância desta nova ferramenta

da gestão hospitalar.

Dentre estas dificuldades, uma chama atenção especial: a falta de treinamento

específico, principalmente, por que não houve motivação dos funcionários para se

qualificarem. Provavelmente esta conduta esteja ligada ao fato de uma cultura organizacional

caracterizada pelo comodismo do funcionalismo público que não teme perder o emprego, ou

não se preocupa com a concorrência do mercado de trabalho.

Associada a esta realidade, pode-se ainda refletir sobre a postura dos gestores que, na

grande maioria deseja retorno imediato de suas intervenções, sendo os lucros advindos da

atuação da Engenharia Clínica, imperceptíveis de imediato. Por isso, o projeto de implantação

desta ferramenta parece um custo que pode ser adiado para um momento quando não existam

outras prioridades.

No entanto, não se conhece nenhum hospital sem problemas orçamentários –

problemas estes que até podem ser oriundos da falta da Engenharia Clínica, por isso, o projeto

de implantação deste setor não pode ser adiado indefinidamente.

Diante deste quadro e consciente da importância desta ferramenta de gestão hospitalar,

na oportunidade de realizar uma monografia como requisito de conclusão do curso de

especialização, percebe-se a importância de verificar a viabilidade de implantação da

Engenharia Clínica em uma maternidade pública de Fortaleza.

2 OBJETIVOS

o OBJETIVO GERAL

Avaliar a viabilidade de implantação da Engenharia Clínica em uma maternidade

pública de Fortaleza

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

5 Descrever o perfil dessa Maternidade em relação ao tipo de serviço oferecido, número de

leitos, número de equipamentos eletromédicos.

6 Verificar os custos atuais com infra-estrutura, tais como: consumo de gases medicinais,

energia elétrica, água e contratos de manutenção de máquinas pesadas.

7 Analisar os custos com os equipamentos eletromédicos.

8 Propor medidas de gerenciamento da manutenção e a segurança dos serviços através dos

serviços de Engenharia Clínica.

3 REVISÃO DE LITERATURA

Com o avanço da tecnologia, surgem novas técnicas e novos produtos com o objetivo

de melhorar a qualidade de vida do ser humano. A área da saúde tem sido beneficiada, pois

este avanço tecnológico possibilitou mais precisão, rapidez e segurança nos procedimentos

médicos (CALIL; TEIXEIRA, 1998)

Torna-se evidente que os benefícios da tecnologia são cada vez maiores, sendo os

avanços nas áreas de terapia e diagnósticos, nos últimos 30 anos: os Centros de Tratamento

Intensivo (ventiladores pulmonares, balão de contrapulsação aórtica, monitores

multiparamétricos); as cirurgias cardíacas (aparelhos de anestesia, de circulação extra-

corpórea, focos prismáticos, bisturis de argônio, etc.); os diagnósticos por imagem (ultra-

sonografia, tomografia computadorizada, cintilografia, ressonância magnética nuclear); os

exames laboratoriais (bioquímica, hematologia, etc.); os processos cirúrgicos cada vez menos

invasivos (vídeo-laparoscopia) (ANTUNES. et al 2002).

Porém, esta evolução é acompanhada de crescentes custos, que permanecem elevados,

mesmo quando essa tecnologia já está mais difundida. Um exemplo dos altos valores é o

preço de uma ressonância magnética nuclear, que pode atingir alguns milhões de dólares. A

justificativa para os altos custos está no fato de as pesquisas necessárias para tal evolução

consumirem recursos muito importantes, desde a investigação básica até a comercialização do

produto. Esses valores, cada vez mais crescentes, são cobrados da sociedade, ou através do

sistema público ou do sistema privado.

De fato, essa evolução tem que ser sustentada direta ou indiretamente pela sociedade,

que necessita dar conta de um conjunto de demandas que ultrapassa a assistência médica.

Sendo assim, surgem algumas ponderações: Que custos são aceitáveis? Quais são as

prioridades? Prevenir ou tratar? E como organizar o acesso às tecnologias cada vez mais

onerosas? (CALIL; TEIXEIRA, 1998).

Neste contexto, sabe-se que a comunidade científica não vai parar de pesquisar e

desenvolver novas tecnologias, pois o que se pretende é viver mais e melhor. Por isso, o

desejável seria “aproveitar” ao máximo essa evolução, pensando sempre em buscar o menor

custo com o maior “benefício” possível, ou maior eficácia/efetividade, que seriam as palavras

mais adequadas quando aplicadas à área da saúde, substituindo a relação custo/benefício por

custo/efetividade.

3.1 Definição de Engenharia Clínica

A Engenharia Clínica pode ser compreendida a partir da descrição da função do

profissional que a exerce. Conforme definição do American College of Clinical Engineering

(ACCE), “O Engenheiro Clínico é aquele profissional que aplica e desenvolve os

conhecimentos de engenharia e práticas gerenciais às tecnologias de saúde, para proporcionar

uma melhoria nos cuidados dispensados ao paciente”.

3.2 Área de atuação da Engenharia Clínica

A Engenharia Clínica é uma área multidisciplinar, que envolve o treinamento de

pessoal, trabalha os profissionais para agir nas interfaces entre os sistemas médicos, sistemas

de comunicação e tecnologias de informação. A atuação do engenheiro clínico nos

estabelecimentos assistenciais de saúde é de grande importância pois poderá ajudar para o

desenvolvimento científico de novas tecnologias para a saúde, dar apoio técnico para o

gerenciamento e aquisição de novas tecnologias para o ambiente médico hospitalar e oferecer

suporte técnico à administração da unidade de saúde para uma tomada de decisão segura.

De acordo com ANTUNES et al, (2002), dentre as várias atuações de um engenheiro

clínico, merecem destaque:

• Controlar o patrimônio dos equipamentos médico-hospitalares e seus

componentes;

• Treinar pessoal para manutenção (técnicos) e operação dos equipamentos

(operadores);

• Participar do processo de aquisição e implantação de novas tecnologias na

Unidade de Saúde

• Indicar, elaborar e controlar os contratos de manutenção preventiva/corretiva;

• Gerenciamento financeiro, gerenciamento de contratos, coordenação de

serviços e operações internas do EAS;

• Executar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos médico-

hospitalares, no âmbito da Instituição;

• Gerenciamento de risco;

• Participar no planejamento estratégico do EAS;

• Participar e coordenar de projetos de avaliação de Tecnologias;

• Preparar a Unidade de Saúde para programas de Acreditação Hospitalar;

• Investigar incidentes envolvendo equipamentos médico-hospitalares;

• Estabelecer medidas de controle e segurança do ambiente hospitalar, no que se

refere aos equipamentos médico-hospitalares;

• Elaborar projetos de novos equipamentos, ou modificar os existentes, de

acordo com as normas vigentes;

• Estabelecer rotinas para aumentar a vida útil dos equipamentos médico-

hospitalares;

• Auxiliar nos projetos de informatização, relacionados aos equipamentos

médico –hospitalares;

• Calibrar e ajustar os equipamentos médico-hospitalares, de acordo com

padrões

Reconhecidos;

a) Participar do processo de desativação dos equipamentos médico-hospitalares.

b) Apresentar relatórios de produtividade de todos os aspectos envolvidos com a

gerência e com a manutenção dos equipamentos médico-hospitalares – conhecidos

como indicadores de qualidade e/ou produção.

3.3 A importância da implantação de Engenharia Clinica em Estabelecimento

Assistencial de Saúde (EAS)

A implantação do setor de Engenharia Clínica em unidade de saúde exige um estudo

detalhado das condições em que se encontra o setor atual, analisando cuidadosamente que

pontos deverão passar por mudanças, fazer um projeto e apresentá-lo à direção da unidade

enfatizando as vantagens que a instituição pode obter após a sua implantação.

A Engenharia Clínica possibilita a redução de custos e aumenta a eficácia dos

procedimentos relacionados com a tecnologia na saúde. Segundo BETTS (1987), a maior

redução de custos ocorre nas áreas de manutenção e aquisição de capital, no entanto,

economias adicionais são possíveis, por meio do treinamento dos usuários ou pessoal de

manutenção, gerenciamento de riscos, investigação de acidentes, e construção ou reforma do

espaço físico. Para isso, o engenheiro clínico precisará coletar dados pertinentes e confiáveis

que identifiquem as áreas que apresentam potencial para redução de custos.

Por isso, desde a década de 70, a atuação do engenheiro clínico, o qual possui

formação básica em engenharia e conhece técnicas de gerenciamento de tecnologias médicas,

vem ganhando realce nos hospitais do Brasil e do mundo (RAMÍREZ, CALIL, 2000).

A Engenharia Clínica tem função estratégica em uma unidade de saúde, sendo o setor

responsável por todo o ciclo de vida da tecnologia, este setor deve participar do processo de

aquisição, recebimento, testes de aceitação, treinamento, manutenção, alienação e demais

assuntos referentes aos equipamentos médicos hospitalares (ANTUNES et al, 2002).

A Engenharia Clínica é uma área multidiscplinar, pois quando se deseja fazer um

projeto em uma unidade de saúde, vários conhecimentos são envolvidos. O objetivo desse

engajamento multiprofissional é mostrar que os vários seguimentos de uma instituição de

saúde são importantes na tomada de decisão de um processo, tornando-o mais seguro e

diminuindo a probabilidade de erros.

O processo de aquisição de equipamentos médicos hospitalares para uma unidade de

saúde particular ou pública deve contar com a participação de equipe multiprofissional com

conhecimento técnico nas áreas de saúde, arquitetura, engenharia, contabilidade, direito,

administração , entre outras.

Por isso, a Engenharia Clínica dentro do Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS)

além de participar desse engajamento, ainda possibilita a interface entre o processo de

aquisição da tecnologia, os usuários e os pacientes, caracterizando o setor de Engenharia

Clínica como um elo necessário, visto que ele está no início, no meio e fim de um processo de

aquisição de tecnologia em saúde.

Criar um departamento de Engenharia Clínica significa criar condições de estrutura

física de instalações adequadas, equipamentos de testes e recursos humanos com o objetivo de

dar melhor conforto ao paciente, visto que a sua vida no hospital, depende dos procedimentos

diagnóstico-terapêuticos e cuidados da equipe de saúde, além da qualidade das instalações e

da segurança da operação dos equipamentos eletromédicos.

3.4 Estudos sobre manutenção

A manutenção é um conjunto de ações que visam assegurar as boas condições técnicas

de um sistema, preservando-lhe suas características funcionais de segurança e qualidade.

A principal função da manutenção não é reparar, e sim prevenir a possibilidade de

falha ou defeito. Para cumpri-la, o departamento de manutenção precisa ter o domínio

completo das tarefas a ser executadas. Isso é conseguido mediante treinamento dos

funcionários, rotinas detalhadas dos serviços a serem executados e uso de instrumentos e

equipamentos de testes adequados.(BUGANZA et al, 2001)

Pode ser dividida em manutenção corretiva (MC) e a manutenção preventiva (MP)

A manutenção corretiva se caracteriza pelo desejo de corrigir uma falha a fim de

restabelecer o funcionamento seguro e confiável de um sistema. Esta falha pode ser

identificada em equipamentos médico-hospitalares, em máquinas de apoio ao funcionamento

da infra-estrutura hospitalar ou nas instalações internas. Este ato de corrigir pode ser motivado

por uma ação emergencial não programada ou por uma ação observada durante a intervenção

de uma manutenção preventiva. Este tipo de manutenção na área hospitalar é indicado

somente para o caso de uma programação planejada em função da manutenção preventiva.

Nenhum sistema de engenharia na área hospitalar está imune a falhas. Por isso, a

unidade de saúde deverá está preparada com uma equipe de manutenção treinada e

capacitada, para agir nos casos de emergência, diante de eventos adversos a fim de zerar ou

diminuir ao máximo as conseqüências para os pacientes e a instituição.

A manutenção preventiva (MP) é a intervenção prevista, preparada e programada antes

do provável aparecimento de uma falha. Esta prática tem como maior vantagem tornar os

equipamentos amplamente disponíveis e confiáveis, conservando o valor do equipamento e

assegurando a diminuição de riscos à vida de seus pacientes e operadores.

Revendo a evolução da manutenção preventiva, encontra-se que o conceito surgiu

durante a segunda guerra mundial quando o aumento da produção e redução da mão de obra

provocou a ampliação da mecanização nas indústrias de um modo geral. Com o aumento da

dependência dessa mecanização, o tempo de máquinas paradas passou a ser cada vez mais

considerado. (HOLSBACH,VARANI e CALIL, 2005)

Em nível mundial, a manutenção preventiva em equipamentos médico-hospitalares

tem registro na década 60, enquanto no Brasil este tipo de manutenção surgiu no inicio da

década 80, apoiada em financiamentos internacionais oferecidos ao governo brasileiro para

aquisição de equipamentos importados Na década de 90, com a criação da Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA), houve um aumento dos programas de manutenção

preventiva nas unidades de saúde, motivado principalmente pelo caráter fiscalizador do órgão

(OP. CIT.)

Diante deste quadro de fiscalização, é de interesse do Estabelecimento Assistencial de

Saúde ter um programa de manutenção preventiva de seus equipamentos e de sua infra-

estrutura para diminuir interrupções e perdas de tempo como resultado de problemas técnicos

e operacionais. Atualmente, com o avanço da tecnologia médico hospitalar é importante que a

unidade de saúde possua uma manutenção preventiva, e que esta seja gerenciada por um

departamento de Engenharia Clínica, como garantia de segurança e eficiência desses

hospitais.

Quanto mais eficiente a manutenção preventiva, menores são as ocorrências,

emergências, surpresas, colapso, quebras e desarranjos, por isso, o desempenho da

manutenção preventiva encontra-se na direta dependência de um sistema de manutenção

devidamente estruturado e apoiado pela administração do hospital.(KARMAN, 1994).

A administração superior das unidades de saúde precisa visualizar a implantação da

Engenharia Clínica como uma ferramenta de grande valor, sendo um elemento diferenciador

nas Instituições onde já foi implantada, melhorando a qualidade dos serviços de manutenção e

auxiliando a administração no gerenciamento dos serviços de saúde como um todo.

A manutenção eficaz nos complexos hospitalar vem se tornando cada vez mais

necessária, e a busca desta eficácia não é responsabilidade somente de engenheiros e técnicos

das áreas de exatas, sendo já uma preocupação do corpo clínico e de gestores de unidades de

saúde, pois as exigências das leis sanitárias estão cada vez mais presentes. Por isso, a

implantação de unidades de Engenharia Clínica vai se tornar uma realidade em pouco tempo e

quem não se atentar para este valioso projeto, corre o risco de ficar com seus hospitais sem

essa grande ferramenta de desenvolvimento tecnológico para o gerenciamento correto da

tecnologia médico hospitalar.

No entanto, apesar da importância o que se vê na grande maioria de hospitais do Brasil

públicos ou particulares é ainda, uma desvalorização dos setores de manutenção na área de

saúde, ao contrário do que aconteceu na indústria que logo percebeu este importante aliado. A

manutenção na indústria é vista como um elemento importante para se alcançar uma produção

eficiente. Este cuidado também deve ser seguido pelas empresas ligadas à saúde levando em

consideração a idéia de se prevenir para ser mais eficiente e ter serviços de maior qualidade e

eficácia.

4 METODOLOGIA

O percurso metodológico deste estudo seguiu as seguintes diretrizes:

4.1 Tipo de pesquisa

Pesquisa documental desenvolvida por meio de impressos relativos ao processamento

de atividades do Setor de Engenharia e Manutenção, incluindo-se: extratos de contas de

energia elétrica, água, gases medicinais, contratos de manutenção de apoio à infra-estrutura e

contratos de manutenção de equipamentos eletromédicos. Os dados referentes aos custos

foram coletados nos setores de almoxarifado, de patrimônio, de contabilidade do setor de

engenharia e manutenção e dos fornecedores externos.

Durante o processo de avaliação desses custos foi visto qual o consumo e valor dos

serviços de apoio à manutenção da infra-estrutura tais como: água, energia, gás liquefeito de

petróleo (GLP), gases medicinais e contratos de manutenção

Também foram analisados o total de equipamentos eletromédicos pertencentes a esta

maternidade e os custos com a manutenção destes equipamentos.

4.2 Ambiente da pesquisa

Essa pesquisa teve como ambiente uma Maternidade localizada no Município de

Fortaleza – Ceará. A referida maternidade é uma entidade filantrópica de direito privado

fundada em 1954.

Essa maternidade é exclusiva para usuários do SUS e possui emergência 24 horas.

Tem 911 funcionários com 225 leitos distribuídos nas seguintes unidades: obstétrica,

ginecológica, centro cirúrgico, emergência, centro de parto, sala de recuperação, UTI neonatal

e UTI materna.

Os serviços de nutrição e lavanderia são próprios, a manutenção da infra-estrutura tem

parte terceirizada e própria, enquanto a de equipamentos eletromédicos é completamente

terceirizada.

4.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi feita através de uma lista de verificação conforme o

(APÊNDICE I), que registra as informações sobre os tipos de atividades existentes no setor de

engenharia atual e que atividades deverão ser propostas para que se possa analisar a

viabilidade de se implantar a Engenharia Clínica nessa maternidade. Com a análise desses

dados foi possível conhecer o funcionamento atual do setor de engenharia e manutenção,

nortear de que forma pode-se mudar a situação atual, ou até mesmo otimizá-las e criar novos

rumos que mostrem a viabilidade de se implantar a Engenharia Clínica.

Os dados coletados foram baseados em duas áreas de funcionamento dessa

maternidade, o setor de manutenção da infra-estrutura e de manutenção dos equipamentos

eletromédico, visando dessa forma, analisar a eficácia dos serviços da engenharia atual

comparado às atividades da Engenharia Clínica preconizada pela Agencia Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) e foi condensado em um check-list para comparação das

atividades de Engenharia Clínica preconizada pelo ministério da saúde e a engenharia atual

(APÊNDICE I).

5 ANÁLISE DO SETOR DE ENGENHARIA ATUAL EMBASANDO A PROPOSTA

DE IMPLANTAÇÃO DA ENGENHARIA CLÍNICA

O diagnóstico da realidade do Setor de Engenharia atual permitiu uma análise

detalhada das condições de funcionamento e dos ganhos que poderão acontecer a partir da

implantação de um Serviço de engenharia Clínica baseado na sugestão da ANVISA.

5.1 Análise dos custos com a infra-estrutura

Neste item foram analisados os custos relativos à manutenção dos serviços essenciais.

Foram eles:

1 Custo e consumo da energia elétrica;

2 Custo e consumo com água;

3 Custos com gás canalizado GLP;

4 Custo e consumo de gases medicinais (oxigênio líquido e gasoso,nitrogênio líquido,

óxido nitroso e gás CO2);

5 Custos dos contratos de manutenção (preventiva e corretiva) de máquinas de apóio ao

funcionamento da sua infra-estrutura (Centrais de ar condicionados, elevadores,

máquinas de lavanderia, etc.)

Custo e consumo da energia elétrica

QUADRO 01 - DEMONSTRATIVO DE CUSTO E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DA MATERNIDADE EM ESTUDO, NO ANO DE 2007 E 2008.

Mês

ANO 2007 ANO 2008

CONSUMO (KWH) CONSUMO (KWH)

Na ponta(KWH) Valor (R$)

Fora da ponta

(KWH)

Valor (R$)

Na ponta(KWH) Valor (R$)

Fora da ponta

(KWH)

Valor (R$)

Janeiro 8.074 10398,00 102.659 19.956,00 8.501 10.292,00 106.016 19.432,00

Fevereiro 8.056 11.029,00 97.412 19.032,00 8.064 9.740,00 92.867 16.970,00

Março 7.776 10.528,00 90.940 17.826,00 8.451 10.286,00 103.810 19.119,00

Abril 8.635 11.744,00 108.519 21.061,00 7.647 10.270,00 89.952 16.411,00

Maio 8.076 10.658,00 96.729 20328,00 7.796 11.119,00 95.544 20.384,00

Junho 8.898 11.059,00 110.449 22.361,00 8.269 12.665,00 104.243 22.602,00

Julho 7.271 9.095,00 83.089 16.932,00 8.789 13.925,00 96.234 20.917,00

Agosto 6.759 8.423,00 82.655 16.791,00 8.743 13.401,00 94.936 20.600,00

Setembro 6.471 8.076,00 86.431 17.571,00 8.362 12.936,00 98.962 21.670,00

Outubro 7.940 9.852,00 89.846 18.158,00 9.205 14.196,90 99.688 21.764,00

Novembro 7.873 9.822,00 98.053 19.925,00 9.468 14.688,93 103.801 22.796,77

Dezembro 7.428 8.973,00 91.443 16.715,00 9.012 12.767,21 100.817 18.716,67

MÉDIA 7.771 9.971,42 94.852 18.888,00 8.526 12.190,60 98.906 20.115,20

Fonte: PesquisadorConsidere estes valores pagos em R$ sem os acréscimos de impostos, estão sendo considerados somente os valores dos Quilowatts horas consumidos.

O tipo de tarifa elétrica em exercício nessa maternidade é a tarifa horo-sazonal verde,

esta modalidade tarifária é caracterizada por apresentar preços diferenciados de

demanda e consumo de energia elétrica de acordo com as horas do dia (ponta e fora ponta) e

períodos do ano (seco e úmido).

Conforme a (Resolução N° 456 de 29 de novembro de 2000), de acordo com o perfil

da carga de cada concessionária, são escolhidas três horas compreendidas no intervalo das

17:00 às 22:00h, dos dias úteis, definido como horário de ponta. O horário fora de ponta

corresponde as 21 horas restante do dia. O consumo do horário de ponta adicionado ao

consumo do horário fora de ponta, corresponde ao consumo total da unidade consumidora O

período seco corresponde aos meses de Maio a Novembro e período úmido de dezembro a

abril. Para o caso da maternidade em estudo, o horário de ponta é o de 17h:30min às

20h:30min

Analisando os gastos com a energia elétrica nesta maternidade, visualiza-se uma conta

de energia de valor significativo, além de que há uma variação no consumo. Também, pode-se

perceber que a média mensal de consumo de energia elétrica, no horário de ponta no ano de

2007 foi de 7.098KWh, equivalente a 7.48% da média mensal do consumo no horário fora de

ponta, ou seja o restante das 20 hora do dia.

No ano de 2008, a situação de consumo se repete parcialmente, uma vez que observando

o quadro 01, também é possível constatar que a média mensal de consumo de energia elétrica,

no horário de ponta foi de 8.526KWh, o que é equivalente a 8.62% da média mensal do

consumo no horário fora de ponta.

Outro dado importante que se pode extrair dessa tabela é que em 2007 o percentual médio

mensal de consumo no horário de ponta equivale 6.96% em relação ao consumo total que é

somatório do consumo na ponta mais o consumo fora da ponta.

Da mesma forma, analisando o ano de 2008, também vemos que o percentual mensal

médio de consumo na ponta equivale a 7.93% em relação ao consumo total que é somatório

do consumo na ponta mais o consumo fora da ponta.

Comparando os anos de 2007 e 2008 percebe-se que a variação nos percentuais do

consumo no horário de ponta em relação ao consumo total tem uma diferença muito pequena,

por isso conclui-se que a tarifa verde - tipo de tarifa escolhida por esta maternidade é o

correto, pois no horário de menor consumo, o que equivale para esta maternidade o horário na

ponta, coincide exatamente em que todos os setores administrativos estão fechados, sendo um

importante fator de economia de energia elétrica.

Outro dado de grande relevância que se pode verificar no quadro 01 é em relação ao valor

pago na conta de energia dessa maternidade. Vamos analisar duas situações: A primeira

situação tem-se que o valor médio mensal pago no horário de ponta equivale a 52.82% em

relação ao valor pago no horário fora da ponta no ano de 2007. No ano de 2008, tem-se que o

valor médio mensal pago no horário de ponta equivale a 60.60% em relação ao valor pago no

horário fora da ponta. Isso mostra que o pequeno percentual de consumo na ponta comparado

com o consumo fora da ponta, tem um valor considerável a ser pago, sendo de grande

importância para esta maternidade economizar energia no horário de ponta. A segunda

situação, analisada somente para o ano de 2008, é quando se compara o valor médio mensal

pago da conta de energia no horário de ponta com o valor mensal médio pago do consumo

total. Esta relação equivale aproximadamente a 37.7%. Portanto, percebe-se que o horário de

ponta, mesmo sendo um horário de baixo consumo, comparado tanto com o consumo fora da

ponta, como também com o consumo total, o horário de ponta tem um valor significativo na

conta de energia elétrica dessa maternidade, assim, deve-se ter o cuidado de controlar o

consumo de energia neste horário.

Esta pesquisa verificou alguns serviços nessa maternidade, e foi constatado que as causas

das variações de consumos e o alto valor dessa conta de energia elétrica podem estar ligados

aos seguintes fatores:

Maior demanda de atendimento ao público leva a um maior consumo de

energia elétrica para o processamento de serviços, tais como lavanderia,

vácuo, sistema de bombeamento de água.

Instalações elétricas antigas em alguns setores, ocasionando perdas na

condução elétrica, o que contribui para o aumento desta conta de energia.

O sistema de vácuo ainda é do tipo que usa água para o resfriamento, em

alguns casos o sistema de água fica quente e o motor trabalha mais do que

o necessário para fazer o mesmo vácuo, o que ocasiona mais gasto com

energia.

Existem nesta maternidade seis torneiras elétricas com alto consumo de

energia produzindo água quente para o banho de recém nascidos.

Há uma grande quantidade de condicionadores de ar de janelas,

contribuindo para o aumento dessa conta de energia.

Não há conscientização dos usuários em relação à tarifa atual, que

possibilita diminuir o valor da energia elétrica em horário de ponta.

5.1.1.1 Sugestões para diminuir o consumo de energia elétrica nessa maternidade.

• Modernização das tecnologias aplicada à saúde, usando máquinas mais modernas,

melhorando a segurança e a eficiência dos sistemas de engenharia aplicada à saúde,

principalmente para a produção de vácuo clínico. Dispensar o sistema que usa água

além de economizar energia elétrica, diminui a fonte de infecção.

• Substituição das torneiras elétricas por sistema de energia solar

• Troca dos condicionadores de ar janeleiros por centrais de ar condicionados ou ar

condicionados air splits mais modernos e mais econômicos

• Implementação de um programa de conscientização dos usuários para o uso racional

da energia elétrica, dando apoio à criação de uma comissão interna de conservação de

energia elétrica.

• Adequação das atividades dos setores de esterilização de material e lavanderia que

consomem muita energia para processamento dos serviços, ao horário fora de ponta,

de maneira a direcionar o consumo ao período quando a tarifa é mais barata. Esta

recomendação deve ser acompanhada da conscientização dos usuários sobre a

importância da adoção destes horários.

• Comprar motores, aparelhos de ar condicionado, ventiladores e refrigeradores

eficientes, dando preferência àqueles que utilizam o selo Procel.

• Substituição de calandras elétricas por calandras á gás natural.

Custo e consumo de água

QUADRO 02 - DEMONSTRATIVO DE CUSTO E CONSUMO DE ÁGUA DA MATERNIDADE EM ESTUDO, NO ANO DE 2007 E ANO DE 2008.

Fonte: Pesquisador

Pelo o que foi observado no quadro 02, os valores de consumo e custo com água são

elevados, e isso pode ser justificado em função desta maternidade ter sua própria lavanderia,

quantidade considerável de funcionários e muito serviços que demandam a utilização de água.

5.1.2.1 Sugestões para diminuir o consumo com água.

ANO 2007 ANO 2008

Meses Consumo em M3 Valor (R$) Consumo em M3 Valor (R$)

Janeiro 3.785 30.791,05 5.392 47.104,36

Fevereiro 4.008 33.181,68 4.818 42.053,14

Março 4.332 35.489,73 5.290 46.206,77

Abril 4.482 37.194,67 4.822 42.994,19

Maio 4.422 39.732,98 3.976 34.643,57Junho 5.464 47.737,96 4.914 42.897.97

Julho 4.843 42.672,90 3.447 29.988,37

Agosto 4.439 39.292,34 4.365 40.557,43

Setembro 3.776 32.883,56 4.103 38.360,90

Outubro 4.109 35.764,00 4.152 38.823,43

Novembro 4.302 37.512,37 4.057 37.926,65

Dezembro 5.196 45.379,56 2.074 19.207,00

MÉDIA 4.430 38.136.07 4.284 37.987,80

Mesmo sabendo que o consumo de água em uma unidade de saúde é de suma

importância para manter a higienização necessária aos procedimentos, sempre é possível fazer

programas internos para evitar o desperdício de água. Podemos citar:

• Conscientização dos seus usuários sobre o custo e consumo da água, educando-os para

evitar o desperdício.

• Resfriamento da bomba de vácuo clínico com um sistema de refrigeração ou trocá-la

por um sistema mais moderno, evitando o desperdício de água para resfriar estas

bombas, já que esta água quente vai para o esgoto.

• Evitar o consumo de água para regar plantas.

• Elaborar planilhas de manutenção, para verificar todos os pontos passíveis de

vazamentos.

• Analisar a viabilidade técnica para perfurar um poço.

• Fazer um estudo de viabilidade técnica-financeira para uma possível implantação de

serviços terceirizados nas áreas de lavanderia e dietética.

• Acompanhar mensalmente o consumo de água, a fim de que possamos detectar o

porquê da variação e tomarmos as medidas cabíveis.

• Também pode se analisar a possibilidade de reutilizar a água excedente que sai de um

destilador e vai para o esgoto. Esta reutilização poderá ser usada para descargas de

banheiros, fazendo um sistema de bombeamento para elevação.

• Substituir a tubulação de água que é muito antiga com conexões de ferro e proporciona

pequenos vazamentos, a fim de garantir a segurança e continuidade dos serviços.

Custo e consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP)

QUADRO 03 - DEMONSTRATIVO DO CONSUMO E CUSTO DO GÁS GLP

ANO 2007 ANO 2008

Meses Consumo em Kg Valor (R$) Consumo em Kg Valor (R$)

Janeiro 3.072 7.987,00 3.162 8.537,10

Fevereiro 2.723 7.079,80 2.566 7.672,00

Março 2.959 7.693,40 3.251 9.720,00

Abril 3.710 9.646,00 2.969 9.651,32

Maio 2.963 7.703,80 2.779 9.033,69

Junho 2.473 6.429,00 3.402 11.058,80

Julho 2.630 6.858,00 2.644 8.933,00

Agosto 1.907 4.958,20 2.679 9.169,41

Setembro 2.546 6.619,60 3.048 10.432,30

Outubro 3.010 7.826,00 2.470 8.454,06

Novembro 2.599 6.757,00 2.583 8.840,84

Dezembro 2.512 6.531,20 3.058 10.466,62

MÉDIA 2.759 7.174,08 2.884 9.330,96

Fonte: Pesquisador

O gás GLP é usado na lavanderia, para os serviços de secagem de roupas e no setor de

dietética para cozinhar as refeições de pacientes e funcionários. O consumo de gás GLP

apresentou pouca variação em relação ao ano de 2007 e o ano de 2008, conforme mostra a

quadro 03. A variação no consumo está relacionada ao aumento da quantidade de pacientes

atendido, pois aumenta o número de refeições e a quantidade de roupas para secar na

lavanderia.

5.1.3.1 Sugestões para diminuir os custos e consumo de GLP.

• Fazer uma análise para implantação de uma tecnologia a gás natural.

• Adquirir uma tecnologia mais moderna, mais eficiente, tanto para a lavanderia, como

para o setor de nutrição e dietética.

• Fazer manutenção preventiva constante na rede de distribuição e equipamentos.

Custo e consumo de gases medicinais (Oxigênio líquido e gasoso, nitrogênio líquido, óxido

nítrico e gás carbônico - CO2).

QUADRO 04 – FINALIDADE DE USO, CUSTO E CONSUMO MÉDIO MENSAL DE

GASES MEDICINAIS (OXIGÊNIO LÍQUIDO E GASOSO, NITROGÊNIO LÍQUIDO,

ÓXIDO NITROSO E GÁS CO2) NOS ANOS DE 2007 E 2008 NA MATERNIDADE EM

ESTUDO

TIPO DE GÁS FINALIDADE DE USO

VALOR PAGO POR M3 EM R$

MÉDIA MENSAL DE CONSUMO EM M3

VALOR MÉDIO MENSAL PAGO EM R($)

2007 2008 2007 2008Nitrogênio

líquido Produção de ar medicinal 3,25 10.689 10.802 34.740,00 35.106,00

Oxigênio líquido

Produção de ar medicinal e uso na rede de gasoterapia nas UTI’s, Centro Cirúrgico, Sala de parto e enfermarias, depois de passar para o estado gasoso

4,00 9.666 10.463 38.664,00 41.852,00

Oxigênio gasoso em cilindros de

(1.0m3 a de 7.0m3 )

Uso em enfermarias e transporte interno e externo de pacientes e bateria de reserva

18,94 31.95 78.47 605,13 1.486,00

Oxido nítrico em cilindro

de 4.0m3

Usado na Unidade de Neonatologia para tratamento de recém nascidos

924,60 5 3.33 4.623,00 3.079,00

Dióxido de Carbono em cilindros de

4.5 m3 e 2.0 m3

Usado no Centro cirúrgico para cirurgias de vídeo laparoscopia. 125.19 0.375 0 .54 46.95 67,60

Fonte: Pesquisador

Se analisarmos individualmente os custos e consumo de cada um dos gases medicinais

nessa maternidade, percebemos que existem alguns gases que tem um baixo consumo, são

eles: o oxigênio gasoso armazenado em cilindros de diversos tamanhos, que é utilizado para

transportar recém nascido entre setores internos e para uso das pacientes de enfermarias; o

óxìdo nítrico que é usado na UTI Neonatal e o gás carbônico usado no centro cirúrgico em

equipamento que auxiliam nas cirurgias de vídeo laparoscopia.

Já o nitrogênio líquido e o oxigênio líquido são armazenados em tanques criogênicos

em alta pressão, grande volume e a baixas temperaturas. O alto consumo do oxigênio líquido

é devido a dois fatores: primeiro é usado na rede em diversos setores para uso terapêutico,

depois que passa pelo processo de mudanças de estado físico, do líquido para o gasoso;

segundo relaciona-se ao fato de que esta maternidade utiliza uma tecnologia que mistura o

nitrogênio líquido ao oxigênio líquido para produzir o ar medicinal comprimido sintético para

uso terapêutico no qual se mistura 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio (ANVISA, 2002).

Veja o ANEXO II.

Observando o funcionamento dessa maternidade percebe-se que ela está sempre com

sua capacidade de leitos lotada, fato presente em todos os setores. O setor de Neonatologia

abrange o maior número de leitos, provavelmente tem o maior consumo de oxigênio e ar

medicinal.

A maior variação da média de consumo aconteceu principalmente para o caso do

oxigênio gasoso. Este foi um fato isolado, uma vez que se deveu às condições de uma

paciente que estava em enfermaria precisando de oxigênio e não podia ser transferida para

UTI. O alto consumo de gases medicinais nesta maternidade é devido à quantidade de

pacientes que atende. Para o caso do óxido nítrico, no quadro acima, que tem o maior valor

por metro cúbico, a justificativa é este é um gás especial usado no setor de Neonatologia para

casos especiais de tratamento de recém nascidos.

5.1.4.1 Sugestões para diminuir o consumo de gases medicinais.

Mesmo sabendo que o consumo de gases medicinais nessa maternidade é pouco

variável, comparando o ano de 2007 e o ano de 2008 ainda vê-se que o consumo poderia ser

diminuído se algumas condições fossem melhoradas, como por exemplo:

• Instituir uma inspeção semanal com um funcionário da manutenção interna para

verificar os pontos de ar medicinal e oxigênio, se não tem vazamento.

• Manter um controle de manutenção das válvulas de retenção da rede de oxigênio e ar

medicinal, solicitando a manutenção preventiva regular da empresa terceirizada

responsável pela prestação desse serviço.

• Verificar se os manômetros dos cilindros de oxigênio estão marcando corretamente e

sem vazamentos.

• Como o maior gasto com a este serviço está na geração de ar comprimido medicinal

composto de oxigênio líquido e nitrogênio líquido, sendo o último o produto mais

caro, aconselha-se um estudo de viabilidade técnica para a da implantação de outra

tecnologia de geração de ar comprimido medicinal. Esta tecnologia deve obedecer aos

padrões de qualidade e segurança conforme estabelece a legislação brasileira em

vigor.(ANEXO II). Como a produção de ar medicinal é de grande importância para o

funcionamento dessa maternidade, visto que tem uma UTI Neonatal com uma

quantidade considerável de leitos, este estudo deve ser feito por especialistas, com

muito critério técnico, para que se possa ter a segurança necessária

5.1.4.2 Sugestões para melhorar a segurança interna durante o uso e transporte dos gases

medicinais

Deve-se treinar o pessoal da manutenção, conscientizando-os sobre as condições de

segurança. Este treinamento deve enfatizar:

• As condições de segurança de pessoal,

• Local de armazenamento do produto

• Manuseio com estes produtos.

• As condições de segurança no transporte interno e externo de paciente quando

necessitam de usar oxigênio em cilindros devem ser seguidas com o rigor, afim de que

não coloque em risco o paciente, o operador e as pessoas ao redor.

• O ambiente para armazenamento deve ser livre de substâncias inflamáveis, óleos e

graxas.

• Sempre procure informações com o próprio fabricante, pois este lhe garantirá uma

maior segurança.

5.1.5 Os custos dos contratos para a manutenção da infra-estrutura

No quadro 05 analisam-se os custos dos contratos de manutenção (preventiva e

corretiva) de máquinas de apoio ao funcionamento da sua infra-estrutura tais como:

manutenção e locação do sistema de gases medicinais, centrais de ar condicionado, aparelhos

de ar condicionado janeleiros, elevadores, máquinas de lavanderia, grupos geradores, sistema

de desinfecção e lavagem dos reservatórios de água.

QUADRO 05 - CUSTOS E CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS CONTRATADOS DE

APOIO A MANUTENÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA NO ANO DE 2008

SERVIÇOS DE APOIO A MANUTENÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA.

CUSTO MÉDIO MENSAL POR CONTRATO - ANO DE 2008

SERVIÇO CONTRATADO

TIPO DE

COBERTUR

A

PERIODICIDAD

E DE

PAGAMENTO

VALOR

Manutenção preventiva da rede de gases

medicinais.24 horas Mensal 3.126,00

Locação dos tanques criogênicos de

Oxigênio e Nitrogênio.24 horas Mensal 4.168,00

Locação do gerador de ar medicinal

( misturador )24 horas Mensal 2.605,00

Manutenção preventiva em 02 (dois)

grupos geradoresComercial Mensal 1.426,27

Locação de 02 (dois) cilindros de

oxigênio e 02(dois) de óxido nítrico24 horas Mensal 357,96

Manutenção preventiva em (03) três

elevadores24 horas Mensal 671,42

Manutenção preventiva e corretiva em 07

(sete) Centrais de ar condicionados.24 horas Mensal 6.250,00

Manutenção preventiva em ar

condicionados janeleirosComercial Mensal 800,00

Manutenção corretiva em (03) três

câmaras frigoríficasComercial Mensal 1.140,00

Incineração do lixo séptico Comercial Mensal 5.027,00

Coleta de lixo (hospitalar e comum) Comercial Mensal 846,00TOTAL PAGO MENSALMENTE 26.453,15

Fonte: Pesquisador

Os gastos constantes no Quadro 05 são considerados de grande importância para a

manutenção do um funcionamento correto de um estabelecimento assistencial de saúde, pois

proporciona a continuidade dos serviços e aumenta a qualidade da assistência, busca constante

nos dias atuais.

Analisando os custos relativos aos serviços de infra-estrutura verifica-se que a

manutenção do sistema de gases medicinais tem um valor em torno de 38.77% do total gasto

com a manutenção dos serviços de infra-estrutura dessa maternidade, sem considerar os

gastos com a manutenção preventiva dos equipamentos eletromédicos, que será tratada em um

item separadamente.

Outro item que também chama atenção é o custo do contrato com a manutenção

preventiva e corretiva das centrais de ar condicionado, que mesmo sendo um serviço de

cobertura durante 24 horas e atendendo a setores de grande importância, é um preço

considerado alto para as características técnicas das centrais existentes nessa maternidade.

Pelo visto, estes contratos têm uma importância estratégica para o funcionamento dos

serviços dessa instituição. Diminuir estes gastos de imediato é cortar diretamente alguns

desses serviços, e no momento isso não é possível, pois atingiria diretamente o funcionamento

dessa unidade de saúde.

Os contratos existentes são, numa grande maioria, para serviços especializados em

máquinas ou equipamentos com tecnologia de ponta, e envolve mão de obra especializada.

Como não exista este profissional na manutenção interna dessa maternidade a solução é

terceirizar este serviço, principalmente para gases medicinais, geradores e elevadores.

Para que haja uma redução nestes custos de manutenção com infra-estrutura é preciso

fazer um investimento na capacitação de pessoal da manutenção, principalmente para as áreas

de climatização (manutenção de aparelhos de ar condicionado janeleiros, centrais de ar

condicionados) e câmaras frigoríficas. Nas demais áreas seria importante investir em

conhecimento técnico para que o pessoal da manutenção conheça o princípio de

funcionamento das tecnologias presentes no hospital, ajudando a ter o conhecimento técnico

necessário para detectar os defeitos, saber agir em casos de emergência e acompanhar e

fiscalizar os serviços das empresas terceirizadas.

Dentre as razões para se ter contrato de manutenção dos serviços de infra-estrutura

básicos, pode-se destacar:

• Diminuir a probabilidade de falhas, aumentando a segurança da instituição, dos

funcionários e dos pacientes.

• Aumentar a vida útil das instalações e equipamentos.

• Uma unidade de saúde deve ter resposta rápida nos processos que envolvam falhas no

sistema de água, no fornecimento de energia, gases medicinais e sistema de

climatização, por isso, a manutenção dos contratos externos, devem ser mantidos,

principalmente, quando não existe uma manutenção interna qualificada.

Estes contratos de manutenção devem ser bem fiscalizados, principalmente quando se

refere ao tempo de resposta para o atendimento solicitado. Uma sugestão seria utilizar a

planilha proposta no APENDICE II.

Análise dos custos com equipamentos eletromédicos nessa maternidade.

Neste item será analisado o total de equipamentos pertencente a esta maternidade, qual

a quantidade de equipamentos que são contemplados por contratos de manutenção preventiva

regular, os gastos com este estes contrato de manutenção preventiva, as condições de infra-

estrutura física e de pessoal do setor engenharia atual em relação à manutenção dos

equipamentos eletromédicos.

Análise da manutenção dos equipamentos eletromédicos.

O quadro 06 mostra o perfil dos equipamentos eletromédicos nessa

maternidade, a quantidade e o percentual de cobertura desses equipamentos em

manutenção preventiva.

Os equipamentos que não tem contrato de manutenção preventiva quando

apresentam defeito, são consertados pela manutenção externa.

Alguns equipamentos considerados de alto risco tais como os bisturis e carros

de anestesia têm uma manutenção regular, mesmo sem ter contrato de manutenção

preventivo.

Analisando o quadro 06 percebe-se que a manutenção corretiva é que

prevalece, ou seja, só se conserta quando quebra. Isso é ruim para a unidade de saúde

que perde na qualidade e segurança dos serviços, já que não se sabe até que ponto

pode-se ter a confiança em uma tecnologia que não passa por uma análise técnica

periodicamente.

QUADRO 06 - QUANTIDADE DE EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DE ACORDO

COM O CONTRATO DE MANUTENÇÃO

ITEMDESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

ELETROMÉDICOS DA MATERNIDADE EM ESTUDO

TOTALTEM CONTRATO DE MANUTENÇÃO

PREVENTIVA REGULAR

SIM PARCIAL NÃONo %01 Incubadora estacionária. MOD. C 186 TS 29 15 52.7001 Respiradores 27 X03 Incubadora de transporte. MOD. IT 158 TS 03 02 66.6704 Berço aquecido 45 30 66.6705 Fototerapia – biliberço 08 X06 Fototerapia – bilispot 19 09 47.3607 Fototerapia – octofoto 11 X08 Monitores multipâmetros 28 X09 Oxímetro de pulso – MOD - DX 2405 19 X10 Oxímetro de pulso – mod - active s 02 X11 Oxímetro de pulso – mod – dx – 2515 09 X12 Oxímetro de pulso – mod 01 X13 Oxímetro de pulso – mod miniscope 02 X14 Aparelho de raio-x, transportável 02 X15 Eletrocardiógrafo 02 X16 Foco cirúrgigo duplo de teto - 100000 lux 06 X17 Foco cirúrgigo aux. de bateria - 600000 lux 06 X

18 Foco cirúrgigo aux. de bateria mod. inp/3f 05 X19 Foco ginecológico simples 41 X20 Cardiotocógrafo 12 X21 Bomba de seringa perfusor 11 X22 Bisturi eletrônico 06 X23 Bisturi com valvula eletrocautério 12 X24 Bisturi caf 03 X25 Bisturi eletrônico 03 X26 Desfibrilador – cardioservor 05 X

27 Aparelho de anestesia 08 X28 Microscópio 15 X29 Detector fetal 28 X

30 Sistema completo para vídeo laparoscopia(monitor,fonte de luz, câmara, etc.) 02 X

31 Colposcópio 17 X32 Aspiradores de secreção 23 06 X33 Aspiradores de secreção mod wavevac 03 X34 Estufas de cultura 0135 Banho-maria 03 02 66.6736 Estufas de secagem 03 01 33.3337 Aparelhos de ultrasonografia portátil 02 X38 Aparelhos de ultrasonografia. 05 X39 Autoclaves . 02 X

TOTAL GERAL DE EQUIPAMENTOS 429 Fonte: Pesquisador

O quadro 06 também revela que dos 429 equipamentos eletromédicos relacionados

nessa pesquisa, apenas 102 equipamentos estão cobertos pela manutenção preventiva,

evidenciando que apenas 23.77% são cobertos por contrato de manutenção regular. Esse

percentual é muito baixo, se analisarmos a segurança e a melhora no desempenho dos serviços

que a manutenção preventiva traz para uma unidade de saúde.

Observando o quadro 06 verifica-se que os equipamentos de maior significância para o

contrato de manutenção são aqueles lotados na Unidade de Neonatologia. Este fato merece

atenção, uma vez que este setor atende recém nascidos de alto risco. Justifica-se, portanto,

uma maior preocupação com a manutenção desses equipamentos e os custos resultantes desta

atividade.

A falta de manutenção no restante desses equipamentos poderá causar transtornos nos

serviços desta maternidade, pois alguns desses equipamentos poderão estar indisponíveis

quando solicitados para uma terapia, prejudicando diretamente a atenção prestada aos

pacientes.

5.2.2 Valor dos contratos de manutenção preventiva dos equipamentos eletromédicos.

Estes custos devem ser gerenciados de maneira a garantir o funcionamento correto

dessa unidade, com o mesmo cuidado atribuído aos custos com os serviços de infra-estrutura.

Em ambos os casos, estes gastos são considerados importantes e têm caráter estratégico para

manter a segurança dos serviços internos deste hospital.

O quadro 07 mostra o gasto mensal com a manutenção preventiva dos equipamentos

eletromédicos desta maternidade.

QUADRO 07 – VALOR DOS CONTRATOS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE

EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DESSA MATERNIDADE EM 2008

Tipo de equipamentoTotal de Equipamentos em

contrato de manutenção

Valor Mensal

do contrato

Respiradores 27 3.000,00Incubadora Estacionária 15 1.517,10Incubadora de transporte 02 210,46Berço aquecido de calor radiante 12 1.006,50Berço aquecido simples 18 700,00Fototerapia bilistpot 09 159,30Fototerapia biliberço 08 306,00Autoclave - B365 02 500,00Banho Maria 02 51,30Estufa de secagem 01 52,00Aspirador de secreção 06 197,35

TOTAL 102 7.700,01 Fonte: Pesquisador

O reduzido número de equipamentos eletromédicos sem contrato de manutenção

preventiva ou mesmo sem manutenção preventiva interna mostra a necessidade do serviço de

engenharia clínica, setor que poderá proceder um controle mais efetivo dos materiais

encaminhados para a manutenção externa e ao mesmo tempo oferecer melhor suporte para a

manutenção interna, realizando serviços de menor complexidade.

A deficiência atual pode estar relacionada a alguns fatores, entre os quais:

5 A falta de investimento em capacitação do pessoal da manutenção ao longo dos anos.

6 A falta de pessoal que ocasiona uma sobrecarga de trabalho, uma vez que um mesmo

profissional gerencia serviços de infra-estrutura, pessoal e equipamentos eletromédicos

ao mesmo tempo, prejudicando a eficácia do serviço atual.

Pelo exposto, percebe-se como se torna difícil traçar um plano de manutenção

preventiva interna para as condições atuais de funcionamento, pois sendo que o maior

obstáculo é a falta de pessoal e a capacidade técnica de executar tarefas mais complexas, que

é a manutenção preventiva de equipamentos médicos hospitalares.

Não existe um dimensionamento preconizado como satisfatório para a cobertura de

equipamentos por contrato de manutenção de uma unidade de saúde. Esta cobertura depende

das características da gestão do serviço e dos recursos financeiros de cada instituição. No

entanto, é importante que os hospitais busquem essa meta, a fim de conseguir o objetivo de

prestar serviços com qualidade e segurança.

Esse mérito será mais facilmente atingido se houver investimento em educação

profissional para a área da manutenção, visto que mesmo que todos os serviços de

manutenção sejam terceirizados, a capacitação técnica do pessoal da manutenção da unidade

de saúde representa uma garantia de que a terceirização está sendo levada a efeito de maneira

correta. É preciso conhecimento para se exigir o funcionamento correto de uma tecnologia,

principalmente quando se trata de equipamentos eletromédicos.

5.2.2.1 Sugestões para diminuir os custos com a manutenção dos equipamentos

eletromédicos:

• Acompanhar todos os gastos com a manutenção preventiva e corretiva de

equipamentos eletromédicos.

• Identificar qual setor estes equipamentos dão mais defeito e por que.

• Exigir das empresas terceirizadas, quando for o caso, treinamento operacional

para todos os usuários desses equipamentos.

• Capacitação técnica para o pessoal da manutenção

• Solicitar, quando for adquirir novos equipamentos, os manuais operacionais e

técnicos.

Ao analisar o setor de engenharia atual, observou-se que tem sido dada pouca

importância ao controle dos custos da manutenção preventiva e corretiva de equipamentos

eletromédicos dessa maternidade em relação ao custo total de outros serviços. Estes custos

apesar de registrados em um sistema informatizado, não se revelam importantes, uma vez que

não são trabalhados e nem usados estatisticamente para se traçar indicadores.

É importante ter maior atenção para com estes custos, uma vez que podem representar

muito para uma unidade de saúde, pois são custos diretos e indiretos que se não forem

gerenciados podem trazer prejuízos tanto para o funcionamento dos equipamentos, como para

o sistema de saúde em sua plenitude.

Seja qual for o modelo de controle que o gerente da manutenção ou o engenheiro

clínico queira adotar é preciso iniciar combatendo o mau hábito de não registrar os gastos,

principalmente com equipamentos eletromédicos.

Um dado relevante em relação ao parque tecnológico desta maternidade é a

constatação de que este está identificado e registrado no sistema de informática do

gerenciador central, o que facilita a identificação de todos os equipamentos instalados. Esta

conduta representa um grande passo, pois já existe todo um cadastramento indicado por

plaqueta com número de patrimônio dos equipamentos eletromédicos existentes. Em função

desse levantamento, foram identificados todos os equipamentos por grupo de utilização.

Estes dados podem representar um indicador importante para a viabilidade técnico-

financeira de se implantar uma Engenharia Clínica nessa maternidade, considerando que este

setor contribuirá para diminuir os custos de manutenção dos equipamentos eletromédicos e

melhorar a eficácia dos serviços.

A análise da situação atual revela a necessidade de apoio da direção da maternidade no

processo de implantação da Engenharia Clínica, oferecendo condições para que os

profissionais responsáveis pelo o setor de engenharia tracem um diagnóstico das

necessidades, entre as quais, investimento em capacitação de pessoal e melhora da estrutura

física. Este processo favorecerá a segurança dos serviços de manutenção.

Sabe-se que a manutenção representa uma área estratégica para um hospital,

justificando mais investimento em capacitação de pessoal, pois caso contrário, a instituição

não avançará tecnologicamente, estará mais vulnerável à falha de seus processos e terá um

parque tecnológico descartável prematuramente, tornando-se muito dependente

tecnologicamente do meio externo.

Para que o parque de equipamentos eletromédicos dos hospitais apresente desempenho

técnico satisfatório dentro dos padrões de qualidade, fornecendo dados seguros para

diagnósticos corretos, é preciso que haja uma manutenção correta, que só será possível

quando há investimento em profissionais para a manutenção.

5.2.3 Valor da manutenção corretiva dos equipamentos eletromédicos desta maternidade.

O quadro abaixo mostra o gasto da maternidade com mão de obra para fazer a

manutenção corretiva de equipamentos eletromédicos no ano de 2008.

QUADRO 08 – CUSTOS COM MÃO DE OBRA DA MANUTENÇÃO CORRETIVA DE

EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DESSA MATERNIDADE EM 2008.

SERVIÇO DE MANUTENÇÃO CORRETIVA VALOR DA MÃO DE OBRA

Monitores Multiparâmetros e Oxímetros 7.158,00

Bisturis, detector fetal, válvulas, fluxômetros e manômetros 5.814,59Equipamentos de neonatologia(incubadoras, fototerapias e berços

aquecidos).2.467,70

Cardiotocógrafos, detector fetal, 8.018,37Aparelhos de Raio-X 1.430,00Carros de Anestesia 6.400,00Manutenção em sistema de vídeo laparoscopia 809,00Aferição de tensiômetros, balanças e outros equipamentos de

pequeno porte.1.125,00

VALOR TOTAL NO ANO DE 2008 33.222,66MÉDIA MENSAL NO ANO DE 2008 2.768,55

Fonte: Pesquisador

O quadro 08 revela que o investimento feito em manutenção no ano de 2008 pode ser

considerado baixo quando se compara que do total de 429 equipamentos, apenas 102 tiveram

manutenção preventiva regular, ficando 327 equipamentos que somente tem manutenção

corretiva, e que destes 327, somente alguns, foram cobertos por manutenção preventiva, com

exceção daqueles que são de alto risco e precisam de uma manutenção corretiva mensal, é o

caso dos aparelhos de anestesia e dos bisturis que são analisados semestralmente.

É relevante observar que se tratando de equipamentos médicos este é um grande risco

que o hospital corre, pois não existe compensação financeira quando não há segurança.

5.2.4 Análise das condições de infra-estrutura física para testar equipamentos

eletromédicos.

Na engenharia atual, não existe laboratório para se testar equipamentos eletromédicos,

mesmo aqueles de baixa complexidade, mostrando deficiência e atraso em relação ao que se

pratica no mercado atualmente.

Uma instituição deste porte deve ter um laboratório para se fazer uma triagem dos

defeitos ora apresentado pelos equipamentos, diminuindo e selecionando os equipamentos que

deverão sair para manutenção externa.

A vantagem de um laboratório interno reside no fato de que pequenos defeitos

poderiam ser resolvidos internamente, diminuindo o tempo de desuso (parada) dos

equipamentos e aumentando sua disponibilidade para utilização.

A proposta da Engenharia Clínica é iniciar suas atividades com a resolução de defeitos

de menor complexidade, ampliando posteriormente o nível de resolubilidade dos consertos. A

implementação da Engenharia Clínica dependerá de um planejamento da própria instituição,

porém é relevante ressaltar que apesar de onerosa inicialmente, o funcionamento deste setor

trará ganhos incalculáveis para o hospital.

5.2.5 Calibração de equipamentos eletromédicos nessa maternidade.

Não existe a calibração de equipamentos eletromédicos nessa maternidade. Este

serviço é realizado por empresas terceirizadas e poucos equipamentos são contemplados por

este programa.

O custo da emissão dos laudos de calibração que deve ser providenciada em período

semestral ou anual conforme recomendação do fabricante requer recursos financeiros

programados, sendo muitas vezes indeferida em função de outros gastos que os gestores da

unidade de saúde consideram mais urgentes e necessários. Esta conduta é uma falácia diante

da relevância desse serviço, pois o que pode parecer caro, na prática pode se mostrar

compensável se analisarmos a segurança metrológica dos parâmetros fornecidos por estes

equipamentos, que devem ser fidedignos.

Lembramos que estes parâmetros são imprescindíveis para auxiliar a equipe médica no

tratamento e diagnóstico de doenças, justificando a importância desse tipo de serviço de alto

nível e de relevância para a vida do paciente.

Entendendo que os consumidores estão cada vez mais conscientes dos seus direitos e a

legislação mais rigorosa, ressalte-se ainda que estes laudos de calibração, juntamente com a

ficha de manutenção do equipamento, poderão servir como um documento de grande valor

para provar que o equipamento não apresentou falha em caso de acidente com o paciente.

Nos dias atuais, é praticamente impossível uma unidade se saúde que apresente

serviços de qualidade não possuir em sua proposta de unidades de apoio a existência de uma

Engenharia Clínica, seja ela própria ou terceirizada, visto que esta unidade, seja fiscalizando

serviços externos ou realizando internamente serviços de manutenção, aumenta a segurança

em relação à confiabilidade metrológica do parque tecnológico.

5.2.6 Condições de espaço físico adequado para as atividades de manutenção de

equipamentos eletromédicos.

A análise realizada nos permite observar a inexistência de um espaço físico adequado

para as atividades de manutenção de equipamentos eletromédicos. Na prática o serviço se

resume a uma única sala onde ficam os seguintes serviços:

Gerência do setor de engenharia e manutenção;

Um laboratório improvisado em um birô, para serviços simples em equipamentos

eletromédicos;

O setor de segurança do trabalho;

Serviços administrativos tais como: recebimento de equipamentos dos setores, registro

de Ordem de Serviço (OS) solicitada pelos setores, alimentação no sistema de

informática das ordens de serviços executadas, solicitação de serviços de empresas

externas.

As condições atuais de infra-estrutura do setor de engenharia são precárias, revelando

o acúmulo de muitas atividades para um reduzido número de profissionais, tendo como

consequência um tempo de resposta alto na resolução dos serviços solicitados pelos setores,

prejudicando a eficácia do setor de engenharia atual e a unidade de saúde.

5.2.7 Análise das condições de recursos humanos para a manutenção de equipamentos

eletromédicos.

O quadro 09 mostra o total de pessoal por oficinas para a manutenção da infra-

estrutura com o horário de execução de suas atividades, como também o total de pessoal

responsável pelo gerenciamento da tecnologia médico hospitalar e gerenciamento dos

serviços de infra-estrutura.

QUADRO 09 – QUANTIDADE DE PESSOAL DA ENGENHARIA E MANUTENÇÃO

ATUAL

ÁREA DE ATUAÇÃO FUNCIONÁRIOS DAS OFICINAS

FUNCIONÁRIOS DA ENGENHARIA

MANUTENÇÃO PREDIAL

APOIO GERENCIA

LQuantitativo Horário de

trabalhoQuantitativo Horário

de trabalho

OFI

CIN

AS

Elétrica --- 07 Plantão de 12 h

--- ---

Mecânica --- 01 Comercial --- ---Hidráulica --- 01 Comercial --- ---Construção

---- 02 Comercial ---- ----

Pintura --- 01 Comercial --- ---Carpintaria

--- 01 Comercial --- ---

--- Engenheiro eletricista

--- --- 01 Comercial

--- Engenheiromecânico

--- --- 01 Comercial

--- Agente administrativo

--- --- 03 Comercial

---- Técnico de segurança

---- --- 01 Comercial

Fonte: Pesquisador

A análise do quadro acima revela uma situação que precisa ser estudada

detalhadamente, principalmente no que se refere ao quantitativo de pessoal e regime de

trabalho que a unidade de saúde exige.

Pelo o que é percebido, o pessoal da manutenção está voltado principalmente para os

serviços de apoio à manutenção da infra-estrutura, existindo apenas um técnico de nível

médio dedicado ao serviço de equipamentos eletromédicos, e somente para auxiliar os

operadores finais.

De uma maneira geral o quadro de pessoal é muito reduzido, não atendendo a

demanda exigida pela maternidade seja em manutenção de equipamentos como em serviços

de manutenção da infra-estrutura.

Também pode se observar a falta de profissionais de Engenharia Civil, Arquitetura,

Engenharia de Segurança, deixando estas áreas sem um acompanhamento técnico imediato.

Em momentos quando se fazem necessários profissionais das áreas citadas acima, a

alternativa encontrada é a busca pela demanda externa, ou seja, por meio da solicitação de

profissionais de outros departamentos as quais a instituição é vinculada ou mesmo opta-se

pela terceirização.

Quando se deseja traçar metas para implantar um serviço de Engenharia Clínica em

uma unidade de saúde, é de praxe verificar a situação educacional do setor de engenharia e

manutenção para encontrar que profissionais podem ser aproveitados para iniciar esse projeto,

a fim de se reduzir os custos em contratação de pessoal.

O gráfico abaixo mostra o perfil educacional dos 18 funcionários do setor de

engenharia e manutenção dessa maternidade

Gráfico – 01

Este gráfico traz informações que refletem a realidade de uma grande maioria dos

serviços de manutençao da área hospitalar no Brasil. Este fato, de uma maneira geral, pode

estar relacionado à carência ou a descontinuidade de políticas públicas voltadas para a

qualificação profissional nesta área.

Mas, mesmo diante dessa situação, o que acontece atualmente, é uma busca

desenfreada por produção do pessoal da manutenção, dando pouca ênfase à qualidade técnica

na execução desses serviços.

Porém, vale ressaltar que, independentemente de qualquer que seja o tipo manutenção

interna ou terceirizada é preciso treinar e capacitar os profissionais da manutenção interna,

para que estes tenham conhecimento sobre a tecnologia existente na unidade de saúde.

5.2.8 As condições atuais de treinamento técnico e operacional na área de equipamentos

eletromédicos nessa maternidade.

O treinamento técnico e operacional na área de equipamentos eletromédicos nessa

maternidade é promovido apenas em situações nas quais os contratos de manutenção de

equipamentos eletromédicos têm esta exigência. Porém, pode-se considerar que esta iniciativa

é ainda incipiente, visto que esta forma de educação permanente tem pouca abrangência em

relação ao parque tecnológico disponível nessa maternidade.

Um dos objetivos principais dos setores de Engenharia Clínica dos hospitais é levar o

conhecimento correto da tecnologia tanto para os técnicos da manutenção como para os

operadores, justificando assim a necessidade de freqüentes programas de treinamento. Se

estes procedimentos não existem, é provável que a tecnologia fique menos disponível para os

usuários, em função do manuseio errado.

A implantação da Engenharia Clínica permite a visualização dos benefícios oriundos

dos treinamentos, em cujos resultados evidenciam-se: melhor desempenho das atividades

clínicas, aumento da vida útil dos equipamentos e segurança para os procedimentos.

O prejuízo trazido para uma unidade hospitalar, no caso, de erro de manuseio de

equipamentos é tão grave como a falta de manutenção dos mesmos. Há situações em que estes

erros são se tornam constrangedores para os pacientes, podendo causar:

• Indisponibilidade de leito.

• Adiamento de cirurgias

• Retardo de cura para os pacientes ou até mesmo a falta de cura de uma doença.

• Falta de credibilidade da unidade junto a opinião pública.

• Distúrbios psicológicos para a família de paciente.

• Situação de morte ou falência de órgãos vitais de pacientes internados, sendo

esta a mais grave conseqüência dos erros de operação ou falta de manutenção

de equipamentos.

Portanto, a implantação de serviços de Engenharia Clínica é de fundamental

importância para que possam melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pelos hospitais e

dar segurança àquelas pessoas que procuram estes hospitais para dar segurança suas vidas ou

seus entes queridos. No caso desta maternidade, que tem equipamentos de Neonatologia, tais

como incubadoras, respiradores, fototerapias e monitores multiparamétricos, esta

preocupação deve ser maior, pois a maioria dos leitos é para UTI neonatal com pacientes

prematuros.

5.2.9 Análise do apoio da informática no setor de engenharia atual.

Existe informatização, porém é um serviço que se limita ao registro de saída de

equipamentos, à entrada de serviços e ao arquivamento das ordens de serviços executados

pelos funcionários da manutenção de infra-estrutura.

Assim, não facilita o trabalho de gerenciamento do setor de engenharia atual, uma vez

que não gera indicadores que permitam maior clareza e objetividade no desenvolvimento das

atividades e melhor aproveitamento da tecnologia médico hospitalar.

Um dos propósitos da Engenharia Clínica é aproveitar a informática como uma

ferramenta para auxiliar no gerenciamento dessa tecnologia, melhorando a qualidade dos

serviços de manutenção dos equipamentos eletromédicos.

Sugere-se o uso da informática também na área de manutenção da infra-estrutura, uma

vez que esta ferramenta proporcionará melhor gerenciamento desses serviços, principalmente

com a criação de uma ordem de serviço informatizada, na qual os funcionários dos setores

possam acessar o sistema e fazer o pedido de um serviço que estivessem necessitando

A interligação do sistema permitirá que o funcionário do setor de Engenharia Clínica

repasse as ordens de serviço (OS) para as oficinas responsáveis em menor tempo.

Este modelo conceberá um avanço no gerenciamento, pois trará maior controle sobre

as requisições dos serviços tanto pelo setor solicitante, como pelo setor de Engenharia Clínica.

Esta também será uma ferramenta de grande valor para a emissão de relatórios, peça

fundamental para que a direção do hospital tome conhecimento sobre o desempenho do setor.

O uso da informática pode ser um aliado no processo de gestão, visto que podemos

armazenar uma maior quantidade de dados, ao mesmo tempo, que poderemos utilizá-la para

tomar decisões mais rápidas e melhor embasadas nos indicadores disponibilizados.

5.2.10 Existência de indicadores de qualidade no setor de engenharia atual

O setor de engenharia atual não possui estrutura que possibilitem a disponibilização de

indicadores de qualidade, representando um prejuízo para esta unidade de saúde, visto que os

resultados obtidos não podem ser utilizados para medir a eficiência da equipe ou de serviços

contratos.

Portanto, com a crescente inovação tecnológica na área de saúde, a aplicação de

indicadores com o objetivo de oferecer um melhor desempenho nos serviços de saúde, vem

crescendo e se tornando uma ferramenta valiosa para os diretores dos hospitais, por que

influenciam diretamente, na tomada de decisões, principalmente por que a inovação

tecnológica, requer recursos financeiros consideráveis que senão bem aplicados se tornarão

prejuízos em pouco tempo.

7. CUSTOS DA MANUTENÇÃO COM A INFRA-ESTRUTURA E COM OS

EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DA MATERNIDADE EM ESTUDO

NO ANO DE 2008

O quadro 10 mostra os gastos com a manutenção da infra-estrutura e com a

manutenção dos equipamentos eletromédicos. A análise desses dados será importante por que

vai mostrar a necessidade de se implantar novas mudanças no setor de engenharia atual, no

que diz respeito à estrutura, afim de melhorar a eficácia dos serviços.

Verificando-se os custos com a manutenção da infra-estrutura, percebe-se que são

consideráveis financeiramente e por isso devem ser bem gerenciados Já os custos com a

manutenção dos equipamentos eletromédicos não são tão altos, mas também merecem

atenção, pois para o caso da maternidade em estudo, significa baixo índice de manutenção,

podendo influenciar diretamente na qualidade dos serviços prestado por esta unidade de

saúde.

Mesmo sabendo que os custos com serviços de manutenção, em cada unidade de saúde

podem variar, pois estão diante da influência de fatores tais como: número de pessoas

atendidas, atividade fins, gestão diferenciada, presença de engenharia clínica, região, entre

outras. Para uma análise mais detalhada dos custos da maternidade em estudo, mostrada no

quadro 10, foi solicitado do setor de engenharia de quatro hospitais, localizados na cidade de

Fortaleza, Estado do Ceará, o custo e as características de alguns serviços do setor de

engenharia e manutenção, conforme mostra o (ANEXO III).

QUADRO 10 - CUSTOS TOTAIS COM A MANUTENÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA E

DOS EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS DESSA MATERNIDADE NO ANO DE

2008.

CUSTOS COM A MANUTENÇÃO

DA INFRA-ESTRUTURA

CUSTOS COM A MANUTENÇÃO DOS

EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS

TIPO VALOR (R$) TIPO VALOR (R$)ENERGIA ELÉTRICA *387.669,60 PREVENTIVA** 92.400,12ÁGUA 455.853.60 CORRETIVAS*** 33.222,66GÁS GLP 111.971,52 - -GASES MEDICINAIS 979.087,20 - -CONTRATOS DE

MANUTENÇÃO26.453,15 - -

TOTAL 1.961.035,07 125.622,78Fonte: pesquisador.

LEGENDA:

* Este valor não está levando em consideração os acréscimos de impostos, somente o

consumo em KWh total.

** Contratos

*** Este valor não está considerando a inclusão de peças nem consumo de materiais tais

como lâmpadas para fototerapias, filtro para incubadoras, sensores de oximetria entre

outros itens de consumo, pois não houve como gerar no sistema de informação uma relação

separadas do gasto com peças(componentes eletro-eletrônicos) e material de

consumo( lâmpadas, entre outros).

UMA BREVE COMPARAÇÃO

Apesar de não ser objetivo deste estudo, em investigação empírica em quatros

hospitais públicos, observamos que apenas um tem engenharia clínica implantada e possui

manutenção interna de baixa complexidade. Nos demais ainda não existe este serviço ou está

em processo de implantação (ANEXO III) .

Também se pode observar que exatamente o hospital que possui Engenharia Clínica

tem menor percentual de equipamentos que necessitam de contrato de manutenção,

apresentando um menor valor mensal de gasto com a manutenção externa dos equipamentos

médicos hospitalares.

Na mesma abordagem empírica observa-se que os hospitais apresentam custos com

gases medicinais inferiores ao da maternidade do estudo. Infere-se que este fenômeno ocorra

pelo fato de que os quatro hospitais utilizam a tecnologia do compressor para a geração de ar

medicinal, dispensando a utilização do nitrogênio, condição que não é adotada pela

maternidade em estudo. Vale ressaltar que dos quatro hospitais três possuem UTI

NEONATAL.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi estudado e analisado tomando como base o check-list,

(APÊNDICE.I) é evidente que essa maternidade tem um alto custo de manutenção dos

serviços de apoio ao funcionamento da infra-estrutura e dos equipamentos eletromédicos,

conforme mostra o Quadro 10. Por isso, torna-se viável que essa maternidade em função do

número de leitos, da quantidade de equipamentos eletromédicos e da complexidade dos

serviços oferecidos, tenha uma equipe de engenharia qualificada, para que possa gerenciar

estes custos quantitativos e qualitativamente.

Verificando o ANEXO III, fica claro que o hospital deve investir em manutenção

preventiva de equipamentos médicos-hospitalares, seja terceirizada, como nos caso dos

hospitais A e B ou ter manutenção interna própria de baixa complexidade, como é o caso dos

hospitais de C e D. Seja qual for o tipo de manutenção preventiva, o importante é que o

hospital possua este tipo de serviço. Como foi visto nos quadros 06 e 07 a maternidade em

estudo, possui baixo percentual de equipamentos cobertos por contratos de manutenção e

baixo investimento financeiro em manutenção do parque de equipamentos eletromédicos.

Isso serve para evidenciar a necessidade de reestruturar o setor de Engenharia atual

afim de implantar a Engenharia Clínica.

A análise do funcionamento do setor de Engenharia atual dessa maternidade, quer seja

do ponto de vista da logística dos serviços, quer se relacione à infra-estrutura física, pode-se

afirmar que as condições atuais, muitas vezes, podem afetar a qualidade dos serviços clínicos

oferecidos, e isso pode está relacionado aos seguintes fatores: deficiência de recursos

humanos, falta de investimento em educação profissional e a falta de condições infra-

estrutura tanto do ponto de vista de ambiente físico como em termos de equipamentos de

laboratório para testar equipamentos eletromédicos.

Assim, o presente estudo permite sugerir uma reestruturação do setor de Engenharia

atual, onde as atividades seriam divididas em duas unidades que contemplem: uma gestão

responsável pela manutenção da infra-estrutura e uma gestão para o parque de equipamentos

eletromédicos.

Esta divisão proporcionará: melhor gerenciamento dos serviços de manutenção, de

pessoal e equipamentos médicos hospitalares.

A gerência da infra-estrutura seria a responsável pela gestão dos serviços de

manutenção da infra-estrutura tais como: água, luz, gases medicinais, climatização, contratos

relativos a estes serviços e a manutenção predial onde englobaria as oficinas de manutenção.

A importância de se ter uma gerência das atividades separadas, para o caso da

maternidade em estudo, seria de grande vantagem, por que haveria maior controle das ordens

de serviços internas executadas pelas oficinas de manutenção predial. A

gerência do parque de equipamentos eletromédicos seria a responsável pela gestão dos

serviços em equipamentos médicos hospitalares, permitindo a implantação da Engenharia

Clínica nessa maternidade, proporcionando os seguintes benefícios:

• Maior segurança na aquisição destes equipamentos.

• Melhor gerenciamento dos contratos de manutenção preventiva e corretiva nesta área.

• Melhor gerenciamento do ciclo de vida da tecnologia médico hospitalar.

• Aquisição de ferramentas de testes, conforme o ANEXO 1 necessárias ao

acompanhamento de defeitos em equipamentos eletromédicos, fazendo uma triagem

dos com o objetivo de diminuir os custos com a manutenção de alguns equipamentos

de baixa complexidade.

Analisando as condições de infra-estrutura física e de recursos humanos do setor de

engenharia atual dessa maternidade, percebe-se que atualmente, o nível educacional dos

funcionários das oficinas não contempla uma educação técnica, seja do ponto de vista de

eletrônica ou mecânica, dificultando a criação de oficinas voltada para uma atuação de

imediato e diretamente com equipamentos eletromédicos.

Por isso, esse estudo recomenda, inicialmente, uma Engenharia Clínica mais votada

para o gerenciamento dos serviços terceirizados, aquisição e análise do ciclo de vida dos

equipamentos.

Com a reestruturação do setor de Engenharia atual criando a Engenharia Clínica é

possível no futuro criar condições para que se implemente uma manutenção interna de

equipamentos eletromédicos, proporcionado: resposta mais rápida para os setores em relação

à manutenção de equipamentos; calibração, treinamento técnico e operacional para melhor

utilização da tecnologia médico hospitalar e implementação de indicadores como

instrumentos de avaliação constante para melhorar os serviços de manutenção dessa

maternidade.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, E., VALE., M., MORDELET, P., GRABOIS,V. Gestão da Tecnologia Biomédica. Tecnovigilância e Engenharia Clínica. Cooperação Brasil-França. Éditions Scientifiques ACODESS, 2002

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitària. Resolução RDC - 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível em : <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf > . Acesso em 08/12/2208

BRITO, L. F. M., BRITO, T. R. M., BUGANZA, C. Segurança Aplicada às Instalações Hospitalares. 2. Ed. São Paulo. Editora SENAC, 2001. – (Apontamentos de Saúde; 43)

CALIL, S.J, TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de Manutenção de Equipamentos Hospitalares. Série Saúde & Cidadania. São Paulo, 1998

LIELDMAN. L. B. Gestão de Risco e Segurança Hospitalar. São Paulo: Martinari, 2008.

HOLSBACH, L. R., VARANI, M .L., CALIL, S. J. Manutenção Preventiva em Equipamentos Médicos-Hospitalares. Ministério da Saúde, Anvisa, Brasília, 2005

KARMAN, J. Manutenção Hospitalar Preditiva. São Paulo: Editora Pini, 1994.

BRASIL, Ministério da Saúde, Equipamentos Médicos–Hospitalares e o Gerenciamento da Manutenção, capacitação à distância. Brasília: Ministério da Saúde, 2002

MADUREIRA, C. R., VEIGA, K., SANT'ANA, A. F. M. Gerenciamento de tecnologia em terapia intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2000, v. 8, n. 6, pp. 68-75. ISSN 0104-1169. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rlae/v8n6/12350.pdf> . Acesso em 26/02/2009

PROCEL. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, Manual de Tarifação de Energia Elétrica, 2. Edição. Maio 2001. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/energia/Manual_de_Tarifacao.pdf > . Acesso em 27/05/2009 RAMÍREZ, E. F. F, CALDAS, E. C., SANTOS JUNIOR, P. R. Manual Hospitalar de Manutenção Preventiva. Londrina, 2002.

RAMÍREZ, E.F.F. Seminário: Ciências Exatas e Tecnológica, Londrina, v. 23, n. 1, p. 73-82, dez. 2002 Experiência de implantação de serviços de engenharia clínica no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP/UEL), via projeto de extensão do Departamento de Engenharia Elétrica da UEL. Disponível em: <http://www.uel.br/proppg/portal/pages/arquivos/pesquisa/semina/pdf/semina_23_1_22_26.pdf>. Acesso em 08/12/2008.

APÊNDICES

APÊNDICE I - Check-list para comparação das atividades de Engenharia Clínica preconizada

pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE e a ENGENHARIA ATUAL

ATIVIDADES VERIFICADAS NA

MATERNIDADE EM ESTUDO

PROPOSTA

COM A

ENGENHARIA

CLÍNICA

SITUAÇÃO DOS SERVIÇOS NA

MATERNIDADE EM ESTUDO

COMO É EXECUTADO

NA ENGENHARIA TERCEIRIZADO

ÁREA ANÁLISE SIM

O

PAR

CIA

L

SIM

O

PAR

CIA

L

SIM

O

PAR

CIA

L

MA

NU

TE

ÃO

DA

IN

FRA

-EST

RU

TUR

A Custo e consumo da energia elétrica;

Custo e consumo com água;

Custos com gás canalizado GLP

Custo e consumo de gases medicinais

(oxigênio líquido e gasoso,nitrogênio

líquido, óxido nitroso e gás CO2);

Custos com os contratos de

manutenção da Infra-Estrutura

MA

NU

TE

ÃO

DO

S

E

QU

IPA

ME

NT

OS

EL

ET

RO

DIC

OS

Manutenção preventiva

Manutenção corretivaCondições de infra-estrutura físicaCalibração de equipamentos eletromédicos nessa maternidade.

Espaço físico adequado

Quantidade de pessoal capacitada tecnicamente.Treinamento técnico e operacional

de pessoal nesta área

Informatização dos serviços

Indicadores de qualidade

APÊNDICE II – Sugestão para controle de serviços terceirizados

TEMPO DE RETORNO DE CHAMADA – CONTRATADOS / NÃO CONTRATADOS

CHAMADA EMPRESATIPO DE

EQUIPAMENTODEFEITO

RETORNO DA EMPRESA VISTO DA

MANUTENÇÃO

DO HOSPITALDATA HORA DATA HORA VISTO

ANEXOS

ANEXO I. Equipamentos usados para testar equipamentos médicos hospitalares(EMH’s)

necessários para iniciar as atividades de Engenharia Clínica.

EQUIPAMENTOS DE TESTES DE CALIBRAÇÃO DE EMH’s

Simulador multiparametrosAnalisador de oxímetro

Analisador de desfibrilador

Testador de aparelhos de ventilaçãoAnalisador PNIAnalisador de eletrocirúrgicoAnalisador de segurança elétricaAnemômetroLuxímetroTermômetro digitalDecibelímetroFonte alternativa simétricaMultímetro digitalOsciloscópioTacômetroGerador de funçãoFrequencímetroFonte: Div. de Eng. Clínica do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre.

ANEXO II. Parâmetros de referência para a produção de ar comprimido medicinal segundo a

RDC-50 da ANVISA, páginas 121 e 122.

ANEXO II. Parâmetros de referência para a produção de ar comprimido medicinal segundo a

RDC-50 da ANVISA, páginas 121 e 122.(continuação).

ANEXO III. Características e custos de serviços de manutenção de quatro hospitais públicos

localizados em Fortaleza Ceará, em 2008

SERVIÇOSHOSPITAL PÚBLICO

COM MAIS DE 200 LEITOS

EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS A B C DTem Engenharia Clínica Não Não Sim NãoForma de manutenção de EMH’S T T T e MI T e MIPercentual de EMH’S com contratos de ME 98 90 13 NIValor médio mensal dos contratos de ME dos EMH’s 121.00,00 80.00,00 13.500,00 43.202,00

SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA A B C D

Valor pago anual de oxigênio 438.603,00 810.000,00 405.000,00 202.472,00Tecnologia utilizada para a produção de ar

medicinalCompressor Compressor Compressor Compressor

Valor pago anual de água 346.000,00 NI 579.936,00 522.074,00Valor pago anual de energia elétrica 672.797,26 NI 450.00,00 753.325,00

LEGENDA: T - Manutenção é toda terceirizada. MI – tem manutenção interna de baixa

complexidade. NI – Hospital não tinha informação disponível. EMH’s – Equipamentos

Médicos Hospitalares. ME – Manutenção externa