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CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE TERESINA – CEUT FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS DE TERESINA ALEXANDRE RABÊLO NETO ANÁLISE DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FORMA DE OBTER RESULTADOS: Um Estudo de caso do “Conjunto Roque Moreira”

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Page 1: TCC Alexandre Chrisfapi

CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE TERESINA – CEUT

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS DE TERESINA

ALEXANDRE RABÊLO NETO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO COMO FORMA DE OBTER RESULTADOS: Um Estudo de caso

do “Conjunto Roque Moreira”

Teresina

2008

Page 2: TCC Alexandre Chrisfapi

ALEXANDRE RABÊLO NETO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO COMO FORMA DE OBTER RESULTADOS: Um Estudo de caso

do “Conjunto Roque Moreira”

Monografia apresentada Centro de Ensino Superior Unificado de Teresina – CEUT como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, realizada sob a orientação da Pro. Ms, Maria Auxiliadora Pereira da Cruz.

Teresina2008

Page 3: TCC Alexandre Chrisfapi

Dedico à minha avó Maria Salomé Silva Rabêlo, com muito amor.

Page 4: TCC Alexandre Chrisfapi

AGRADECIMENTOS

À minha esposa Samara Eugênia pelo estímulo, e o amor a mim dedicado. À minha orientadora Maria Auxiliadora Pereira da Cruz, pela paciência e pelo tempo dedicado.

Ao CEUT pela possibilidade de adquirir conhecimentos e fazer este importante trabalho.

Aos Componentes da Banda Roque Moreira pelo entusiasmo e dedicação ao Trabalho proposto.

Ao amigo Hortêncio (Kasbafy) pela ajuda inestimável através do seu conhecimento sobre a cena musical alternativa de Teresina, e por ceder seu estúdio de ensaio para o trabalho em questão.

Finalizando agradeço a Deus por me dispensar a paz e a saúde necessária para não desistir dessa pesquisa tão importante para mim.

Page 5: TCC Alexandre Chrisfapi

“Longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim? Vou descobrir o que me faz sentir eu caçador de mim”(Milton Nascimento)

Page 6: TCC Alexandre Chrisfapi

RESUMO

Esse estudo foi realizado com o “Conjunto Roque Moreira”, que atua no mercado musical de Teresina. A ausência de um planejamento Estratégico nos sete anos de existência desta banda motivou o presente estudo, que tem o objetivo de analisar fatores externos e internos que venham a facilitar ou dificultar a implantação desse planejamento Estratégico. Na realização deste estudo utilizou-se a metodologia de Planejamento Estratégico Participativo - PEP, desenvolvido por Souto-Maior (1994), como um meio eficaz e eficiente de se obter resultados para essa organização. A pesquisa em questão caracteriza-se como um estudo de caso, de natureza exploratória e descritiva, utilizando uma abordagem de pesquisa-ação. No desenvolvimento do estudo, inicialmente, foi feito uma pesquisa histórica sobre a música independente no país e no Estado do Piauí, e, também, uma revisão da literatura sobre os conceitos de Estratégia, Planejamento e Planejamento Estratégico Participativo. Na segunda parte do Estudo foram enumeradas e comentadas a aplicação de cada uma das etapas do PEP, nesse estudo de caso. Conclui-se que a Banda Roque Moreira necessita adotar um planejamento que estabeleça estratégias, de forma a possibilitar a manutenção da Banda no mercado musical de Teresina e do país, com produtos e serviços inovadores e de qualidade, através da otimização de seus recursos financeiros, materiais e humanos.

Palavras-chave: Estratégia. Planejamento. Planejamento participativo.

Page 7: TCC Alexandre Chrisfapi

ABSTRACTParte superior do formulário

This study was carried through with the “Roque Moreira Band”, which is in the music market of Teresina. The absence of a strategical planning in the seven years of existence of this band motivated the present study, it has the objective to identify and to analyze external and internal factors that may facilitate or make it difficult the implantation of this strategical planning. In the accomplishment of this study the Strategical Planning Participative - PEP, developed by Souto-Maior was used (1994), as an effective and efficient way of getting results for this organization. The research in question is characterized as a case study, of exploratory and descriptive nature, using an research-action approach. In the development of the study, initially, a historical research on independent music nationwide and in the state of the Piauí was made, and, also, a revision of literature on the concepts of Strategy, Planning and Strategical Planning Participative. In the second part of the Study it has been enumerated and commented the application of each one of the stages of the PEP, in this study case. The main conclusion, is that the Band Roque Moreira needs to adopt a planning that establish strategies, in a way to make it possible the maintenance of the Band in the music market of Teresina and nationwide, with innovative products and quality services  through the optimization of its financial, material and human resources.

Keywords: Strategy. Planning. Participative Planning.

Page 8: TCC Alexandre Chrisfapi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................101.1 Importância do Estudo.........................................................................................111.2 Objetivos do Estudo.............................................................................................12CAPÍTULO II - A Música Independente no Brasil......................................................132.1 A Música Independente no Piauí........................................................................162.2 Estratégia.............................................................................................................192.3 Planejamento.......................................................................................................202.4 Planejamento Estratégico....................................................................................212.5 Planejamento Estratégico Participativo...............................................................223 METODOLOGIA.....................................................................................................253.1 Formulação do Problema.....................................................................................253.2 Limitações da Pesquisa.......................................................................................263.3 Etapas da Pesquisa.............................................................................................263.4 Contexto e Participantes......................................................................................273.5 Instrumentos de Coleta de Dados.......................................................................273.6 Análise dos Dados...............................................................................................283.7 Validação da Pesquisa........................................................................................284. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RESULTADO.........................................................294.1 Fase de Preparação............................................................................................294.2 Fase de Resgate da História da Organização.....................................................314.3 Fase da Formulação da Missão, Visão e dos Valores .......................................324.4 Fase de Análise do Ambiente Externo................................................................324.5 Fase de Análise do Ambiente Interno.................................................................394.6 Fase da Formulação das Questões Estratégicas................................................464.7 Propostas Estratégicas........................................................................................474.7.1 Obstáculos Encontrados...................................................................................54CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................60REFERÊNCIAS.........................................................................................................66ANEXOS....................................................................................................................68

Page 9: TCC Alexandre Chrisfapi

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INTRODUÇÃO

Esse estudo tem a finalidade de analisar, numa perspectiva mercadológica,

a relação do “Conjunto Roque Moreira” e os novos mercados musicais existentes na

cidade de Teresina, no Estado do Piauí, no ano de 2008.

O surgimento da internet parece ter modificado a cultura de consumo cultural

e musical no mundo, e mais especificamente em Teresina. O consumidor de

músicas e shows culturais teve acesso, de uma forma mais rápida, às novas bandas

e seus produtos (cd’s, dvd’s e shows) através de Donwloads ( Arquivos com mídia

de áudio) disponibilizados nos sites da Web. Como conseqüência desse cenário

mais competitivo, as bandas estão sentindo a necessidade de desenvolver

estratégias de comunicação e comercialização de seus produtos e serviços com o

público consumidor, que sejam mais eficazes, já que a todo dia surgem uma gama

de novas bandas no mercado, que por sua vez, parece ter múltiplas e novas

demandas, pela rapidez da informação.

O planejamento estratégico para o “Conjunto Roque Moreira” é um

documento que objetiva o desenvolvimento das atividades propostas pela banda

com o fito de utilizar os recursos disponíveis de uma forma eficaz e eficiente,

focalizando e assegurando que seus membros estejam trabalhando em prol dos

mesmos objetivos, avaliando e adequando sua resposta a um esforço comum.

O “Conjunto Roque Moreira” é uma banda que atua na área de música

alternativa em Teresina desde o ano de 2001. Além da capital, já fez shows em

diversas cidades do Piauí. Já se apresentaram, também, em outras cidades do

país, com críticas favoráveis, o que denota uma grande possibilidade de crescimento

no mercado musical do Brasil. É constituída de cinco integrantes em forma de

sociedade civil.

Hodiernamente a cultura tem sido vista como um investimento estratégico,

garantia de desenvolvimento de uma sociedade, e conquista plena da cidadania. A

música como parte desse contexto tem um papel importante em todos esses

aspectos, e também, no reconhecimento de identidade cultural de uma sociedade.

Essa organização tem desempenhado ao longo dos anos suas atividades

musicais de uma forma obstinada e independente. Como resultado desse trabalho,

lançou em 2005 o CD “Sintonia da mata” - trabalho autoral com quatorze músicas -

Page 10: TCC Alexandre Chrisfapi

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através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, “Lei A. Tito Filho”, que teve como

parceira a instituição bancária “Caixa Econômica Federal”. Em 2007 participou da

“Mostra Cumbuca Cultural”, um evento onde as quatro mais representativas bandas

de música alternativa de Teresina produziram um DVD para divulgar seus trabalhos

autorais (Músicas e Show ao vivo). No início de 2008, lançou no mercado o cd “ao

vivo” da apresentação feita na “Mostra Cumbuca Cultural”.

O planejamento estratégico que esse estudo propõe como forma de

aumentar a penetração no mercado musical do “Conjunto Roque Moreira” constitui

uma abordagem estruturada e sistêmica, que incorpora visões, conceitos e métodos

de preparações de ações futuras. Desse modo, Planejar tem sido um conjunto de

princípios e normas para alavancar harmoniosamente o processo de planejamento

da situação futura desejada pela organização como um todo, permitindo focalizar

uma direção a ser seguida, visando maior grau de interação da organização com

seus ambientes internos e externos.

O mercado musical exige uma constante profissionalização e o

desenvolvimento musical das bandas, já que se caracteriza pela volatilidade. Assim

sendo, esse estudo terá uma importância teórica e prática. Teórica porque ao

analisar a implantação da metodologia PEP (Souto- Maior 1994) nessa organização,

os resultados possibilitarão uma nova abordagem na direção que as bandas

independentes poderão tomar, já que a literatura existente é insuficiente na

abordagem de planejamento estratégico para a área cultural e, principalmente para

o mercado de música independente no país.

Este Estudo, que definirá um planejamento estratégico para o “Conjunto

Roque Moreira”, será conduzido de uma forma participativa, constituindo-se em

alternativa de superação dos modelos tradicionais de gestão, possibilitando a

melhoria do desempenho da banda, através do esforço coletivo e do aumento da

auto-estima dos componentes.

Page 11: TCC Alexandre Chrisfapi

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1.1 A Importância do Estudo

Do ponto de vista prático esse estudo se justifica pela necessidade do

surgimento de novos mercados para as bandas independentes, através da

identificação dos pontos fortes e fracos da banda objeto de estudo, e das ameaças e

oportunidades existentes no mercado musical atual, com o intuito de obter

resultados de uma forma significativa.

No contexto cultural local, seria de suma importância que uma banda

independente despontasse no cenário cultural e musical do país. Isso, com certeza,

elevaria a auto-estima do povo teresinense, e em longo prazo, voltaria o olhar de

produtores nacionais para a cena musical local, o que possibilitaria um crescimento

cultural do Estado, incrementando assim, outras áreas sociais e econômicas do

Piauí. Citemos como exemplo, o Turismo Cultural, como tem acontecido em outras

capitais do nordeste, como Salvador e o “Festival de Verão”, Ceará com o “Ceará

Music”, e Recife com o “Rec Beat” e o “Abril pro Rock”.

Outro ponto a ser citado é a forma com que o empresariado local passaria a

ver as bandas independentes. Haveria uma mudança de paradigma, já que a maior

parte do empresariado de Teresina não vê o incentivo cultural como uma forma de

investimento, ou mesmo de responsabilidade social, visam somente o lucro (o que

nos remete à escola racionalista).

A maioria das bandas independentes do Piauí atua de uma forma incipiente

e sem visão de mercado. Nesse meio em que as tecnologias mudam de uma forma

imprevisível e constante, não conseguem sobreviver por muito tempo e acabam por

se desintegrarem, perdendo oportunidades de crescimento e, conseqüentemente, de

sustentabilidade do seu negócio.

1.2. Objetivos do Estudo

Analisar a viabilidade da implantação de um planejamento Estratégico

Participativo PEP (Souto- Maior 1994) para a banda “Roque Moreira” como forma de

obter melhores resultados no mercado musical do Estado do Piauí e no Brasil.

Page 12: TCC Alexandre Chrisfapi

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Elaborar uma proposta de Planejamento Estratégico Participativo que

possibilite à banda “Roque Moreira” uma maior penetração no mercado musical de

Teresina e no Brasil.

Propor a implantação de um Planejamento Estratégico Participativo para a

banda “Roque Moreira” utilizando a metodologia PEP.

CAPÍTULO II

A MÚSICA INDEPENDENTE NO BRASIL

No mercado musical artista independente é aquele que não tem ligação

alguma com as grandes gravadoras – EMI, Sony, Warner e Universal. É aquele que

financiou, sozinho, o valor da produção do seu produto (Cd ou DVD), ou seja, as

horas de estúdio, arte gráfica, prensagem do cd. Assim sendo, excluímos desse rol

de artistas e bandas como Pato Fu, Gilberto Gil, Skank, Natirus, que apesar de ter

no seu trabalho características independentes, contam com acordos firmados com

as multinacionais (Warner, Sony,Bmg, EMI) para a distribuição do seu produto.

Podemos dizer que “Feito em Casa”, de Antônio Adolfo (1977) é o primeiro

disco independente lançado no Brasil. Antônio Adolfo ficou conhecido com a canção

vencedora do V Festival Internacional da Canção “BR 3” interpretada por Tony

Tornado (1971).

Nos anos setenta e começo dos anos oitenta a produção de música

independente no país foi quase nenhuma. A causa principal desse fato é que as

gravadoras não pagavam imposto (ICM), desde que mantivessem contratos com

artistas brasileiros. Artistas e Gravadoras lançavam seus discos sem a devida

preocupação com a quantidade de discos vendidos porque as vendas dos discos

das bandas internacionais bancavam o custo de produção dos discos das bandas

nacionais.

Nos anos oitenta o marco da música independente foi o disco “Clara

Crocodilo”, de Arrigo Barnabé. Considerado uma sinfonia, o trabalho teve a

influência da semiótica de Humberto Eco, da dodecafonia que é caracterizada pela

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construção de séries de doze sons com o retardo do som já escutado pelo maior

tempo possível fugindo-se da repetição, dificultando assim, a memorização. Esse

disco serviu como fonte inspiradora da Vanguarda Paulistana. Como exemplo

podemos citar Itamar Assumpção, “Língua de Trapo”, “Premeditando o Breque”, que

através do Teatro e do selo “Lira Paulistana”, conseguiram uma independência em

relação às grandes gravadoras nacionais. O “Lira Paulistana” consolidou-se, na sua

breve existência, como alternativa para a distribuição dos discos dos artistas

experimentais e alternativos de São Paulo. Vários artistas desse movimento

assinaram, depois do “Lira Paulistana”, contratos com as grandes gravadoras.

Ocorre que as gravadoras não sabiam como trabalhar com essa vertente da música

de vanguarda brasileira, encontrando uma enorme dificuldade em divulgar e

distribuir os discos desses artistas que não tinham um padrão definido, já que

misturavam vários estilos musicais em um só trabalho.

O começo de uma nova etapa da música independente no país acontece no

início dos anos oitenta com o selo musical “Baratos e afins”, de São Paulo, com o

lançamento do disco solo de Arnaldo Baptista dos “Mutantes”. Através do selo

“Barato e afins” as bandas de rock nacionais distribuíram no mercado uma enorme

quantidade de produtos. Este selo tornou-se o principal distribuidor de música

independente do país na década de oitenta.

Durante os anos oitenta a indústria cultural passou por enormes mudanças,

causadas pela procura de algo inusitado e desconhecido. Esse viés do

comportamento adolescente da época pode ser bem delineado no movimento punk.

Ricardo Alexandre ilustra esse momento com enorme propriedade, dessa forma: “se

ninguém fala da sua banda predileta, fale você... Se ninguém faz a música que você

quer ouvir, faça você” (ALEXANDRE, 2002, p. 50). O movimento punk foi o primeiro

sinal de que as mudanças começavam a ocorrer. Saíram do cenário musical os

arranjos mais rebuscados e entraram em cena o som distorcido das guitarras

guiannini e das musicas feitas somente, como se diz, por três acordes.

Entretanto, a pequena vendagem desses discos, fez com que a indústria

musical no Brasil se retraísse. Naquele momento, passaram a preferir e esperar que

novos artistas conseguissem um determinado público antes de pensar em contratá-

los.

O movimento punk Paulista repercutiu com uma maior intensidade em

decorrência do documentário “Garotos do subúrbio”, que retratava o perfil dos

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freqüentadores da loja “Punk rock discos” onde se concentravam todos os

formadores de opinião do movimento daquela época. Podemos citar como exemplo

as bandas “Cólera”, “Olho seco” e os “Inocentes” do vocalista Clemente. Dessa

reunião de Bandas foi lançado o disco “Grito Suburbano” no começo de 1982.

Nesse mesmo período, na cidade do Rio de Janeiro, nasce a rádio

“Fluminense FM”, considerada a primeira rádio rock do país. Essa rádio tinha como

característica a divulgação de fitas demos de bandas iniciantes na sua programação.

Desse novo conceito de rádio saíram do anonimato várias bandas, entre elas,

“Paralamas do Sucesso”, “Kid Abelha”, “Lobão e os Ronaldos”, Léo Jaime e “João

Penca e os Miquinhos Amestrados”.

Na mesma época, nasceu a “Blitz” com Evandro Mesquita e Fernanda

Abreu, que se tornou a banda de maior vendagem da época, com mais de cem mil

cópias de discos vendidas.

Em São Paulo, seguindo o mesmo formato da “Fluminense FM”, surgiu a

“89 FM” na mesma época do “Rock in Rio”. O diferencial da “89 FM” foi o espaço

que ela deu às novas bandas que haviam lançado discos no ano de 1984. Surgem,

então, nesse novo cenário, as bandas Titãs, “Ultraje a Rigor”, “Paralamas do

Sucesso” (Os passos do Lui), Lulu Santos (Tudo Azul) e o “Barão Vermelho” (Maior

Abandonado).

Nesse mesmo período é lançado o primeiro disco da banda “Legião Urbana”,

que diferentemente dos Punks Paulistas, eram das classes médias e altas de

Brasília.

Se os anos oitenta têm como característica a enorme quantidade de

trabalhos independentes lançados no Mercado, os anos noventa se caracterizam

pela diversidade de estilos musicais e formas novas de penetração das bandas no

novo mercado musical que se apresentava, já que houve um grande avanço

tecnológico nos estúdios de gravação, proporcionando custos menores para a

produção da nova mídia que era o cd. Como exemplo dessa diversidade temos a

Banda de heavy metal “Sepultura” com o seu álbum “Roots” e “Chico Science e

Nacão Zumbi” com o “Mangue Beat”. No entanto, as gravadoras só passaram a

contratar artistas depois que eles conseguissem seu público no mercado

independente, daí surgiram bandas como “Skank”, “Cidade Negra”, “Jota Quest”,

“Pato Fu”, “Os Mamonas Assasinas”, “Raimundos”, “Natirus” (Nativus), entre outras.

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Com o advento do Cd e do avanço dos Softwares dos computadores

pessoais, a partir do início dos anos 2000 ficou absurdamente fácil a produção de

Cd’s, já que não era necessário pagar grandes quantias de dinheiro em horas de

Estúdio de gravação. A partir desse momento ficou possível para as bandas

independentes produzirem Cd’s - a um custo relativamente baixo - para venderem

nos Shows e para a distribuição à imprensa, facilitando a divulgação do seu produto.

Com a chegada e massificação da internet essa divulgação fica cada vez

mais fácil. O ouvinte pode escolher o que quer ouvir em qualquer lugar do mundo,

através dos sites das bandas que disponibilizam suas músicas para downloads

(pagos ou gratuitos). Esse tipo de divulgação passou a ser a preferida pelas bandas

independentes, já que é uma forma barata e de grande resultado.

A ausência do controle das gravadoras em relação aos produtos

independentes é uma característica marcante desse século. A internet é a grande

responsável por essa independência. Através desse canal de comunicação com os

diversos públicos consumidores de música, as bandas disponibilizam seus cd’s e

outros produtos (camisetas, dvd’s, vídeos e shows) sem a interferência das grandes

multinacionais da indústria musical, dando a esse consumidor a oportunidade de

adquirir produtos originais e diversificados, sem a alienação da mídia paga pelas

gravadoras (jabá) quando lançam seus produtos.

Outro fato que merece menção é que as gravadoras perderam o poder de

investimento por causa da pirataria. Isso, de certa forma, inviabiliza a existência

delas.

2.1 A Música independente no Piauí

Traçando um paralelo entre a música independente no Brasil e no Estado do

Piauí, podemos dizer que no nosso Estado o inicio se deu na década de oitenta,

através das influências que os músicos iniciantes recebiam da mídia televisiva e

escrita do país.

O “Caminhão da Cultura”, um projeto desenvolvido pelo governo do Estado

do Piauí, onde bandas iniciantes faziam seus shows pelos bairros de Teresina, pode

ser visto como o começo do movimento de música independente no Estado. A partir

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dali as bandas, principalmente as de rock, começaram a produzir material

fonográfico. O primeiro de que se tem notícia é o da banda “Vênus”, informação

recebida do produtor cultural “Kasbaf”, profundo conhecedor da “cena independente”

de Teresina. Daí foi lançado o primeiro disco de rock do Estado, o “Independência

ou Rock”, entre as bandas participantes uma chama atenção pelo nome inusitado –

“Citoplasma e suas Mitocôndrias Malucas”.

Outra vertente a ser citada como parte inicial do desenvolvimento da música

independente no Estado, é a nascida dos Festivais Universitários de Música. Destes

festivais surgiram vários nomes – vários deles ainda hoje em atividade - da música

do Estado, como por exemplo Edvaldo Nascimento, Geraldo Brito, Grupo Candeia

(Ensaio Vocal), “Grupo Varanda”, “Haja Sax” e Márcio Menezes, que atua na área

de música instrumental.

Entretanto, o espaço onde a música independente do Estado cresceu e

começou a marcar seu território, foi nos Shows promovidos pelo DCE (Diretório

Central dos Estudantes) da UFPI (Universidade Federal do Piauí), e principalmente,

os shows realizados por ocasião do Salão de Humor do Piauí, que tiveram seu auge

na década de noventa, donde saíram bandas importantes no cenário musical

alternativo daquele momento. Entre elas: “Wagark”, “M16”, “Noigandres”, “Espinha

de Peixe”, “Megahertz”, “Avalon”, “Vênus”, “Cidade Ur”, e “Asseclas”.

Desse momento em diante, as bandas começam a produzir materiais

fonográficos autorais, totalmente independentes – nisto foi pioneiro o estúdio

“Scandinnavium” de propriedade de Per Arns Johansson (Pépe) - sem nenhuma

ajuda do poder público. Tampouco tinham a ajuda das rádios, que se negavam a

abrir espaço para a música piauiense em suas programações. A desculpa era que o

material produzido pelas bandas era de péssima qualidade, o que poderia até ser

verdade, devido às limitações técnicas dos estúdios da época, mas, que não

justificava a negativa, já que naquele momento a direção tomada pelas rádios

nacionais era a contrária, principalmente no segmento de rock.

A primeira música de banda piauiense que tocou em uma rádio local, a “FM

Cidade Verde”,pela ousadia do seu diretor César Filho, foi “Segunda-Feira”, da

banda “Noigandres”. Esta foi a única rádio que, apesar dos problemas técnicos das

demos das bandas, teve a coragem de acreditar no momento inicial da música

independente do Piauí. A partir daí as demais bandas passaram a enviar material

para a “FM Cidade Verde”, que continuou a tocar as músicas, infelizmente, por

Page 17: TCC Alexandre Chrisfapi

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pouco tempo apenas, já que as rádios locais passaram a segmentar suas

programações por estilos musicais. Umas tocavam apenas forró, outras música

sertaneja, e a maioria “impregnou os ouvidos” dos teresinenses com música Baiana,

a chamada Axémusic.

No entanto, naquele momento, a resistência das bandas locais contra o

sistema de divulgação das rádios, que tocavam só o que era ditado pelas grandes

gravadoras, tomou corpo e solidez. A saída foi a produção conjunta de eventos

dessas bandas, que atingiu seu ápice com o “Setembro Rock”, o maior evento

produzido por bandas locais de música independente de que se tem notícia no

Estado do Piauí.

Na passagem da década de noventa para a década atual, o mercado

independente de música do Estado recebeu um novo estímulo para continuar

crescendo. O surgimento da banda “Narguilé Hidromecânico”, com uma mistura de

vários estilos musicais (Rock, Forró, Reggae, etc.) e a utilização de “samplers”,

influenciada pelo movimento Mangue Beat, pode ser citada como uma das

precursoras daquele momento.

Depois do Narguilé, várias bandas começaram a apostar nessa mistura

rítmica como forma de diversificar sua música, o que deu à música local uma

diversidade ímpar e de ótima qualidade, engrandecendo, assim, a produção de

música independente.

Junto com o Narguilé podemos citar as bandas “Mano Crispin”, “Eitapiula”,

“Lado2stéreo”, Teófilo Lima, “Os Caipora”, “Flagrante” (movimento hip hop) e mais

recentemente, “Acesso”, “Karranka”, ”FullReggae”, “Batuque Elétrico”, “Captamata”,

“Validuaté” e o “Conjunto Roque Moreira”, sendo as duas últimas bandas acima

citadas, as que atingiram um público maior e mais diversificado.

Atualmente, temos em nosso Estado poucas leis de incentivo cultural para

fomentar a música independente local. Como exceção podemos citar, com mérito e

louvor, na pessoa do professor José Reis, a Fundação Cultural Monsenhor Chaves,

instituição mantida pela prefeitura de Teresina, que aposta na música piauiense,

promovendo eventos importantes como o Festival de Música “Chapada do Corisco”

e o evento de música pop “Teresina é Pop”; e a “FM cultura”, que sempre divulgou a

música produzida pelos artistas locais, de forma imparcial e democrática.

A qualidade dos cd’s produzidos pelas bandas piauienses fez com que a

resistência e o preconceito das rádios por suas música diminuísse. Embora muito já

Page 18: TCC Alexandre Chrisfapi

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tenha sido feito, existe, ainda, um longo caminho a ser percorrido para que as

bandas possam sobreviver da sua arte, já que por falta de incentivo do Governo

Estadual, o piauiense tem internalizado no seu inconsciente a máxima de “o que é

bom é o que vem de fora”. Isto se dá justamente pela falta de visão dos

governantes, ao longo do tempo, que vêem na cultura um “cabide de empregos”,

não se importando com a divulgação da música produzida no Piauí como uma forma

de afirmação da auto-estima do piauiense.

2.2 Estratégia

De acordo com Andrews (Apud, Mintzberg e Quinn,1992), estratégia é um

padrão de decisões para determinar objetivos ou metas, produzir as principais

políticas e planos para atingir as metas propostas e definir a série de negócios que a

empresa vai perseguir, o tipo de organização econômica e humana que ela pretende

ser, e a natureza da contribuição econômica que ela pretende produzir para seus

acionistas, funcionários, clientes e comunidades.

Segundo Ansoff e McDonnel (1993), estratégia é um conjunto de regras de

tomada de decisão para orientação de uma organização: são regras pelas quais o

desempenho organizacional é medido; regras surgidas da relação organização e

meio ambiente (estratégia empresarial); regras surgidas no estabelecimento das

relações e dos processos internos e externos (estratégia organizacional); regras

organizacionais que conduzem as atividades do dia-a-dia (estratégia operacional).

Neste sentido uma estratégia de negócios tem diversas características, ou

seja, não resulta em qualquer ação imediata, deve ser usada para gerar projetos

estratégicos através de um processo de busca; não se faz necessária quando a

dinâmica da organização a leva aonde ela quer ir; seu uso exige um feedback

estratégico, representa o meio para alcançar os fins, diferente dos objetivos que

representam os próprios fins da organização.

Para Chandler (1962), estratégia é a determinação de metas básicas a longo

prazo e dos objetivos de uma empresa e adoção das linhas de ação e locação de

recursos necessários para alcançar suas metas e seus objetivos.

Conforme Simon (1975, p. 79), “estratégia é um conjunto de decisões que

determinam o comportamento a ser exigido em determinado período de tempo”.

Page 19: TCC Alexandre Chrisfapi

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Mintzberg e Quinn, (1992), apresentam cinco concepções na definição de

estratégia:

• Como Plano, estratégia seria um guia para lidar com uma determinada

situação. Neste sentido, as estratégias apresentam duas características: são

produzidas anteriormente às ações para as quais são aplicadas e são desenvolvidas

consciente e deliberadamente.

• Como Manobra, estratégia seria um artifício para provocar uma ação da

concorrência, que beneficiaria o seu autor, evidenciando uma visão voltada para

aspectos dinâmicos e competitivos.

• Como Padrão, estratégia seria definida como um padrão de

comportamento dentro de um fluxo de ações. Esse comportamento poderia ser

intencional ou não.

• Como Posição, estratégia seria como uma organização se localiza no seu

ambiente, seria a força mediadora entre a organização e o ambiente externos e

internos que a influenciam.

• Como Perspectiva, seria o contrário da estratégia como posição. Nessa

concepção, a visão é focalizada para dentro da organização, poderia ser vista como

o caráter da organização.

Segundo esses autores, os administradores têm que exercer um papel

proativo, consciente e racional na formulação das estratégias da organização.

Continuando, podemos dizer que toda organização apresenta uma estratégia,

mesmo que não tenha conhecimento desse aspecto em questão e mesmo que

nunca tenha concebido estratégias de uma forma mais explícita.

2.3. Planejamento

Para Friedmann (1992) a ação deveria ser planejada como um instrumento

para aproximar duas dimensões, teoria e prática.

Na visão de Motta e Caravantes (1979), a aproximação da teoria com a

prática também é verificada como decorrência da tendência crescente ao

processualismo, devido ao crescimento e a complexidade das organizações e das

pressões originadas da instabilidade do ambiente.

Page 20: TCC Alexandre Chrisfapi

21

Drucker Apud (Stoner e Freeman, 1999, p. 136) estabelece dois critérios que

são indispensáveis para o bom funcionamento das organizações: eficácia e

eficiência, sendo eficácia a capacidade de determinar objetivos apropriados, e

eficiência, a capacidade de minimizar o uso de recursos, para alcançar os objetivos

da organização. Segundo Drucker, a eficácia é mais importante, pois a eficiência,

por maior que seja, irá compensar uma escolha ruim dos objetivos, evidenciando

que não adianta a organização tornar-se eficiente operacionalmente, se antes foram

cometidos erros na definição dos objetivos da organização.

De acordo com esses autores o planejamento é a função inicial da

administração.

Talvez seja melhor pensar no planejamento como a locomotiva que puxa o trem das ações de organizar, liderar, e controlar. Ou talvez devêssemos pensar no planejamento como a raiz principal de uma magnífica árvore, da qual saem os ramos da organização, da liderança e do controle. (STONER; FREEMANN, 1999, p. 136).

Segundo Chiavenato (2004), o planejamento consiste na tomada antecipada

de decisões, não se trata da previsão das decisões que deverão ser tomadas no

futuro, mas da tomada de decisão que produzirá efeitos e conseqüências futuras.

2.4 Planejamento Estratégico

Conforme Bryson (1989), o planejamento estratégico é um instrumento que

focaliza a organização, diagnosticando e solucionando questões que lhe digam

respeito à curto prazo, cujas repercussões são relevantes e se farão notar a longo

prazo.

Ackoff (1976) entende que o planejamento estratégico representa um

aprimoramento do planejamento tradicional. Para esse autor, o planejamento

estratégico procura focalizar a organização e sua relação com o meio.

Oliveira (1993), planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que

permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando um maior grau

de interação com o ambiente.

Page 21: TCC Alexandre Chrisfapi

22

Chiavenato (2004) nos diz que o planejamento estratégico pode ser

conservador quando é voltado para a manutenção da situação existente,

planejamento estratégico otimizante que é aquele voltado para a adaptabilidade e

inovação da organização, ou prospectivo quando está voltado para as contingências

e para o futuro da organização.

Para Fischmann e Almeida (1990), o planejamento estratégico se constitui

numa técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma

organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus

pontos fortes e fracos para o efetivo cumprimento da sua missão e através desta

consciência estabelece o propósito de direção que a organização deve seguir para

aproveitar as oportunidades e evitar os riscos do ambiente.

Planejamento estratégico é um processo que consiste na análise sistemática dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças do meio ambiente como o intuito de estabelecer objetivos, estratégias e ações que possibilitem um aumento da competitividade empresarial. (FISCHMANN, ALMEIDA; CUNHA, 1998, p. 10).

Existem diversas modalidades de planejamento estratégico que podem ser

implantados nas organizações, cada um apresenta seus pontos específicos a serem

seguidos. No entanto, quase que a totalidade deles tem três pontos em comum:

- Definição de uma missão;

- Análise do ambiente interno (pontos fortes e pontos fracos) e ambiente

externo (oportunidades e ameaças);

- Definição das estratégias e como serão utilizadas pela organização;

2.5 Planejamento Estratégico Participativo

Esse modelo de planejamento estratégico foi desenvolvido por Souto-

Maior(1994) através da adaptação das etapas sugeridas por Bryson(1989), para o

Brasil. Tal adaptação levou em conta aspectos sociais, culturais e econômicos do

nosso país, e dessa abordagem originou-se o PEP ( Planejamento Estratégico

Page 22: TCC Alexandre Chrisfapi

23

Participativo). Segundo Souto-Maior, essa metodologia permite a qualquer

organização pública, privada, ou uma comunidade, desenvolver e implementar de

uma forma disciplinada e participativa um conjunto de estratégias,decisões e ações,

não só para manter a sobrevivência dessas organizações mas, principalmente,

ações fundamentais para o progresso, eficiência e a eficácia dessas organizações.

Essa metodologia permite a formulação da missão, o mandato

organizacional, a visão e os valores presentes nessa empresa.

As etapas do PEP são:

- Preparação, onde ocorrem reuniões dos tomadores de decisão para um

acordo sobre a necessidade de implantação do PEP. Nessa etapa devem ser

esclarecidos os passos do planejamento estratégico participativo, e definidos

os participantes com suas respectivas funções. O fundamental nessa etapa é

que todos se sensibilizem e se comprometam com a idéia.

- Resgate histórico da organização e definição do seu mandato. Nessa

etapa há um levantamento histórico da organização através de documentos

existentes, regimentos e estatutos com o objetivo de determinar o mandato

que estabelece qual o campo de atuação, especificando o que a organização

pode ou não fazer.

- Definição da Missão, da Visão e dos valores da organização. A missão é

a razão de ser e de existir da organização, sendo estabelecida a partir da

identificação do negócio. A visão é a imagem que a organização tem a

respeito de si e do seu futuro. É o ato de ver a si própria no espaço e no

tempo, estabelecendo uma identidade comum quanto aos propósitos da

organização para o futuro. Os valores constituem crenças e atitudes que

ajudam a determinar o comportamento individual dentro das organizações.

- Análise do ambiente externo. Neste ponto são identificados diversos

fatores externos à organização, fatores sociais, fatores políticos, inovações

tecnológicas e fatores econômicos que podem significar oportunidades ou

ameaças ao negócio da empresa e, também, a relação da organização com

seus clientes e fornecedores.

Page 23: TCC Alexandre Chrisfapi

24

- Análise do ambiente interno. Nesta etapa são avaliados internamente os

recursos materiais, financeiros e humanos da organização, bem como o

contexto em relação ao clima organizacional, à estrutura da empresa, ao

desempenho, às estratégias utilizadas, às tendências do mercado. A partir

dessa avaliação são identificados os pontos fortes e os pontos fracos da

organização que facilitam ou dificultam o alcance e o cumprimento da missão

e da visão definidas.

- Definição das questões estratégicas. Serão definidas neste ponto as

questões vitais para o desenvolvimento e a sobrevivência da organização,

tendo como base o levantamento feito nas etapas anteriores e através da

análise do quadro SWOT que tem como característica a análise sistemática

dos pontos fortes e dos pontos fracos da organização e das oportunidades e

ameaças que serão encontradas pela organização no ambiente externo.

- Formulação das propostas estratégicas. Elabora-se nesse momento

propostas estratégicas para resolver e solucionar as questões estratégicas

definidas na etapa anterior. Essas propostas serão alternativas a serem

seguidas, sendo que, para cada uma delas, é necessária a análise dos

obstáculos que a organização enfrentará para sua execução

e,também,definidas as ações de superação desses obstáculos.É de suma

importância identificar e especificar o porque,como,por quem,quando e com

que recursos estas estratégias serão implementadas.

- Acompanhamento, avaliação e revisão. Nesta última etapa são definidos

os mecanismos de controle do planejamento estratégico, com a finalidade de

corrigir problemas que possam ocorrer, sendo que essa correção contribuirá

para o desenvolvimento da organização, através dos resultados do

planejamento estratégico.

Em Souto - Maior e Gondim (1990) e Souto - Maior e Limeira (1992) estão

definidos os critérios para uma gestão participativa, são eles: oportunidade;

equidade; pluralidade; representatividade e responsabilidade.

Page 24: TCC Alexandre Chrisfapi

25

METODOLOGIA

Esse estudo se caracteriza como um estudo de caso e uma pesquisa-ação

de natureza exploratória e descritiva. Esse modelo procura analisar um objeto de

estudo singular, tendo valor em si, mesmo que depois sejam percebidas

semelhanças com outros casos. O estudo de caso, seja ele simples ou complexo, é

sempre bem delimitado e seus contornos são definidos de uma forma clara no

desenrolar do estudo.

Minucci(1992, p. 84) nos diz que “a principal característica de um estudo de

caso, é possibilitar o estudo minucioso e objetivo de uma situação que foi

investigada permitindo uma análise ampla e permitindo o intercâmbio de idéias.”

Em relação ao aspecto descritivo de uma pesquisa, Richardson (1999, p. 71)

discorre que “os estudos de natureza descritiva propõem-se em investigar o que é,

ou seja, descobrir as características de um fenômeno como tal”. Nesse sentido são

considerados como objetos de estudo uma situação específica, um grupo ou um

indivíduo.

A pesquisa ação é vista por Dencker (1998, p. 127-128) da seguinte forma:

Pesquisa empírica com estreita vinculação com uma ação ou resolução de um problema coletivo, onde os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de um modo cooperativo e participativo. Não obedece a um plano rígido de pesquisa (o plano é redefinido em função dos resultados e do andamento da pesquisa). Utiliza critérios qualitativos. Os membros das situações pesquisadas integram-se na pesquisa e o pesquisador se integra no processo, com o objetivo de agir sobre a realidade imediata, promovendo uma intervenção direta e contínua na mesma. É útil para a solução de problemas comunitários e pode ser utilizada na realização de estágios no contexto das organizações.

3.1 Formulação do problema

Toda pesquisa científica se inicia com a formulação do problema e objetiva

buscar soluções para ele. A formulação do problema é a designação do problema

prático e da área de conhecimento a ser abordada.

Page 25: TCC Alexandre Chrisfapi

26

O problema (qual seria o processo de implementação de planejamento em

uma banda) ( objetivo geral – analisar de estudo desse trabalho foi da análise da

viabilidade de implantação de um planejamento estratégico no “Conjunto Roque

Moreira” através da metodologia participativa de Souto - Maior (PEP).

3.2 Limitações da pesquisa

- O estudo foi limitado a uma banda independente, o “Conjunto Roque Moreira”.

- O estudo ficou limitado às percepções dos entrevistados, ou seja, os integrantes da

banda, essa é uma das características de uma pesquisa descritiva.

- As conclusões se limitaram a essa organização, não houve uma comparação com

outras bandas independentes.

- O estudo sofreu uma limitação pelo pouco tempo para a aplicação do método PEP.

3.3 Etapas da pesquisa

Esse estudo que foi realizado de acordo com a metodologia PEP teve as

seguintes etapas:

1) Coleta de dados através de entrevistas, depoimentos e da observação dos

envolvidos no processo;

2) Coleta e análise de dados através de reuniões durante o processo de

formulação do planejamento estratégico participativo;

3) Identificação e análise dos fatores que influenciaram na aplicação da

metodologia PEP nesta organização.

Page 26: TCC Alexandre Chrisfapi

27

3.4 Contexto dos participantes

Essa pesquisa foi realizada com o “Conjunto Roque Moreira”, banda

independente que atua no mercado musical de Teresina, no estúdio de ensaio do

Músico “Kasbafy” situado no bairro “Vermelha” em Teresina, capital do Estado do

Piauí.

Os participantes da pesquisa foram os responsáveis pela elaboração do

conhecimento e produziram as práticas para solucionar os problemas que

identificaram. Devido ao pequeno número de participantes o grupo optou por

trabalhar com todos os que fazem parte da banda, escolhidos com a intenção de

instigá-los a buscar soluções para suas questões estratégicas.

3.5 Instrumentos de coleta de dados

Para a obtenção dos dados primários foram utilizadas entrevistas semi-

estruturadas, depoimentos, reuniões e a observação direta. Os dados secundários

foram obtidos por meio da análise de publicações em revistas, internet, release, e

jornais.

Gil (1991) e Triviños (1995) colocam que o processo de análise e coleta de

dados estão estreitamente relacionados, e são conduzidos numa intenção

constante.

Para a realização das reuniões foram utilizadas as técnicas de brainstorming

e do grupo nominal. O brainstorming é uma técnica grupal de pensamentos

divergentes para a produção de idéias; expondo a inteligência dos participantes no

seu ponto máximo possível, com o objetivo de desbloquear hábitos e atitudes que

inibem o processo criativo.

Na técnica do grupo nominal, os participantes geram idéias que são listadas,

discutidas e priorizadas, com o fito de promover a participação de todos no

processo, proporcionando a tolerância de idéias contrárias.

Page 27: TCC Alexandre Chrisfapi

28

Em relação à observação direta, Richardson (1999, p. 259) nos diz que “a

observação é um exame minucioso ou a mirada atenta sobre um fenômeno no seu

todo ou em alguma de suas partes; é a captação precisa do objeto examinado”.

3.6 Análise de dados

A análise de dados nesse estudo caracterizou-se como uma análise

descritiva de natureza qualitativa, sendo utilizadas transições entre reuniões,

entrevistas e depoimentos. Por tratar-se de um planejamento estratégico

participativo, a análise de dados também foi feita pelos participantes do estudo.

Segundo Patton(1990), a análise de dados qualitativos é um processo

criativo que demanda um rigor intelectual, uma grande quantidade de dificuldades e

um trabalho muito cuidadoso,pois as diferentes pessoas dirigem sua

criatividade,seu esforço intelectual e seu trabalho de modos diferentes,não existe

apenas uma forma correta para organizar, analisar e interpretar dados qualitativos.

3.7 Validação a pesquisa

A técnica de triangulação que é a técnica que confronta as múltiplas fontes

de dados (os participantes da pesquisa, os clientes, o mercado), e os múltiplos

instrumentos de coleta de dados (documentos, entrevistas, internet, jornais e

revistas) utilizados serviram para dar validade a esta pesquisa.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta etapa do estudo foram analisados e discutidos os dados coletados

através dos instrumentos de coleta de dados relacionados no capítulo anterior.

Estão descritas as etapas da formulação do planejamento estratégico no “Conjunto

Roque Moreira”.

Page 28: TCC Alexandre Chrisfapi

29

A metodologia escolhida cujas fases foram mencionadas no capitulo dois

deste trabalho, foi a metodologia PEP, formulada por Souto-Maior (1994), com todas

as suas etapas e os seus procedimentos.

A seguir, tem-se uma descrição detalhada de cada etapa do processo de

formulação do planejamento estratégico participativo que foi proposto para o

“Conjunto Roque Moreira”.

4.1. Fase de preparação

No primeiro momento realizou-se uma reunião do pesquisador com os

integrantes do “Conjunto Roque Moreira”, onde foi apresentado um plano para

formulação do planejamento estratégico. A receptividade foi a melhor possível, e

foram marcados os dias das reuniões seguintes para todos os domingos do mês de

junho e julho com a presença de todos os envolvidos no processo.

A segunda reunião teve a duração de três horas. Sendo que a primeira hora

fora destinada à sensibilização dos participantes para a importância do planejamento

estratégico para o sucesso do negócio. Após o intervalo de quinze minutos, os

quarenta e cinco minutos restantes da segunda hora foram destinados à exposição

dos temas e conceitos do planejamento estratégico, e também as etapas que

envolvem a aplicação do PEP.

Os temas abordados foram:

- Conceitos – foram apresentados os conceitos de estratégia, planejamento,

planejamento estratégico e gestão de negócio.

- Objetivos – foram colocados os objetivos da implementação de um

planejamento estratégico em uma organização, destacando que o “Conjunto

Roque Moreira”, nunca fez parte de uma experiência deste tipo.

- Apresentação do PEP – foi detalhada cada etapa do PEP com suas

características, produtos, objetivos e resultados.

Page 29: TCC Alexandre Chrisfapi

30

Na terceira hora do seminário de sensibilização, definiram-se as regras a

serem seguidas durante as horas dedicadas às reuniões. Foram elas:

• As reuniões deveriam ser aos domingos;

• Começariam sempre às quatorze horas, e terminariam as dezessete, sob a

coordenação do pesquisador;

•Os celulares dos participantes deveriam permanecer desligados;

• Haveria intervalo de quinze minutos a cada hora;

• A chegada de todos os participantes seria imprescindível para o inicio dos

trabalhos;

• O pesquisador participaria apenas como facilitador do processo, não

interferindo nas decisões tomadas pelo grupo;

Nos minutos restantes, o espaço ficou aberto para as perguntas, sugestões

e opiniões dos integrantes do “Conjunto Roque Moreira”. Os questionamentos, em

sua maioria, giraram em torno da aplicação prática deste tipo de planejamento, e

que benefícios ele traria. Respondidas as questões, complementado o que fora

abordado nas primeiras horas da sensibilização, a reunião foi encerrada com os

participantes convencidos da importância do trabalho que se iniciava.

4.2. Fase de resgate histórico da organização e definição do seu mandato

No domingo seguinte, dia 08 de junho, iniciou-se a aplicação das técnicas de

implantação do PEP, com o objetivo de determinar o mandato histórico do “Conjunto

Roque Moreira”.

Page 30: TCC Alexandre Chrisfapi

31

Essa etapa foi realizada a partir dos depoimentos que os integrantes da

banda forneceram, e através do material de divulgação (Release, matérias de

jornais, revistas, etc.). Nesta mesma reunião foi apresentada ao grupo uma

entrevista semi-estruturada para a aplicação entre os participantes com o objetivo de

identificar os pontos que fazem parte das outras etapas do planejamento estratégico.

Feito isso, deu-se por encerrada a reunião.

4.3. Fase de formulação da Missão, Visão e dos Valores

Identificar o negócio da organização foi a primeira tarefa seguida pelo grupo,

já que o foco das ações do planejamento devem estar voltadas para o mercado e os

clientes da empresa. O grupo, através de questões levantadas sobre a área de

atuação do “Conjunto Roque Moreira”, e sobre o tipo de produto e serviço que são

oferecidos por esta empresa ao seu mercado, após as discussões que se fizeram

necessárias, chegou a um consenso sobre o negócio da organização, mediante

votação. Após a identificação do negócio partiu-se para as outras etapas.

NEGÓCIO: Prestação de serviços na área de entretenimento e música.

Após analisar os dados coletados, tendo como base o negócio da empresa,

as expectativas dos clientes e do mercado sobre sua atuação, e as reflexões sobre a

razão de existir da organização, os participantes do grupo redigiram, em folha

individual, suas propostas de missão. Em seguida foram feitas as seguintes etapas:

- Cada participante leu sua proposta de missão;

- Partes em comum foram identificadas e separadas;

- Após as discussões chegou-se a um consenso do grupo;

MISSÃO: Planejar, produzir e prover o mercado musical com produtos e

serviços de qualidade, visando a satisfação de seus clientes internos e externos.

Page 31: TCC Alexandre Chrisfapi

32

Com base na missão que o grupo determinou, o passo seguinte foi

identificar a visão da organização, que se caracteriza como um ponto futuro no

tempo e no espaço, a ser alcançado pela organização. Através da análise das

crenças e dos princípios que o “Conjunto Roque Moreira” deve priorizar para atingir

sua missão e sua visão, foram formulados os valores da empresa.

VISÃO: Tornar-se um referencial no mercado musical do país, através de

uma gestão participativa eficaz e eficiente, oferecendo ao mercado produtos e

serviços de qualidade, visando a satisfação plena do cliente de uma forma auto-

suficiente buscando sempre a melhoria contínua e a valorização do cidadão.

Definidos NEGÓCIO, MISSÃO e VISÃO, passou-se para a análise e

identificação dos valores listados por cada participante do grupo. Partes em comum

foram identificadas e separadas. Após as discussões chegou-se a um consenso

sobre quais valores deveriam ser seguidos pela organização.

VALORES: Ética profissional, gestão participativa, honestidade,

compromisso com a qualidade, compromisso com a organização, cooperação, pró-

atividade, valorização do cidadão.

4.4 Análise do Ambiente Externo

Nessa etapa foram identificadas e priorizadas as oportunidades e as

ameaças. Os participantes executaram essa fase da seguinte forma:

- Cada participante do grupo relacionou individualmente as oportunidades e

as ameaças;

- Identificou e selecionou as dez oportunidades e ameaças mais importantes;

- Foram anexadas as oportunidades e as ameaças identificadas por cada

membro do grupo às identificadas na entrevista aplicada anteriormente;

Page 32: TCC Alexandre Chrisfapi

33

- O grupo separou as oportunidades e ameaças que eram semelhantes

selecionadas no passo anterior;

- Juntou as ameaças e oportunidades selecionadas que falavam do mesmo

tema;

- Priorizou as oportunidades e as ameaças a serem trabalhadas no

planejamento estratégico participativo, através de um processo de votação.

Nessa análise de ambiente externo foram identificados como clientes do

“Conjunto Roque Moreira” os consumidores de produtos ligados à música ( Cd’s,

Dvd’s ,Shows) que, tem como perfil definido como jovens de ambos os sexos,com

idade variando entre 15 (quinze) e 30 (trinta) anos, em sua maioria universitários,

que são os formadores de opinião nesse mercado específico. Como fonte tivemos

os depoimentos dos integrantes da banda, e a observação nos shows e sites de

relacionamento como Orkut e Myspace. Como fornecedores temos as lojas de

instrumentos musicais, empresas de design gráfico, estúdios de gravação,

gravadoras, empresas de locação de P.A (Power Amplification) para show “ao vivo”

e empresas de iluminação de palco.

Abaixo, estão descritas as oportunidades e as ameaças priorizadas pelo

grupo de estudo. Cada uma delas será comentada a seguir.

- Oportunidades do Ambiente Externo:

a) Mercado em expansão;

b) Leis de incentivos culturais;

c) Facilidade de divulgação nos meios existentes;

d) Avanço tecnológico;

e) Parcerias com o terceiro setor (Sistema “S”, Ong’s);

Page 33: TCC Alexandre Chrisfapi

34

f) Movimento da música independente em expansão no país.

a) Mercado em expansão

Decorre do surgimento de outros segmentos de consumidores e da dinâmica

dos públicos-alvos existentes. O planejamento estratégico fará com que a

organização identifique outras possibilidades de crescimento no mercado que já

existe e possibilitará a prospecção de novos públicos-alvo, dentro de uma visão

empreendedora diante das oportunidades.

b) Leis de incentivos culturais

Os projetos culturais desenvolvidos pelas Fundações de Cultura do Piauí e

da prefeitura de Teresina são uma grande oportunidade para as bandas

independentes do estado. Neles a pressão pelo retorno financeiro visado pelo órgão

patrocinador é mínima, já que o objetivo principal desses projetos é o

engrandecimento da cultura local, o que é de suma importância para o

desenvolvimento da música produzida no estado.

c) Facilidade de divulgação nos meios existentes

Hoje, com o avanço da mídia existente, não é necessário que os artistas

tenham uma assessoria de imprensa trabalhando para o seu crescimento no

mercado. Os meios de divulgação são de fácil acessibilidade e de um custo

operacional relativamente pequeno. Podemos citar a internet, mais especificamente

os sites de relacionamento virtual como Myspace e o Orkut, os sites individuais das

bandas, e blogs.

d) Avanço Tecnológico

Esta oportunidade identificada é primordial. Para a sobrevivência

organização, o acompanhamento dos avanços tecnológicos dentro desse segmento

que se caracteriza pela mudança constante dos meios de produção, e pela

defasagem rápida dos equipamentos utilizados, ganhará mercado a empresa que

Page 34: TCC Alexandre Chrisfapi

35

agir com flexibilidade e rapidez diante das mudanças que venham a ocorrer. A falta

de visão para este aspecto significa um retrocesso frente à concorrência, já que a

empresa atenderá com atraso as demandas dos consumidores e da sociedade.

Nesse contexto, é necessário manter o conhecimento atualizado para manter a

competitividade.

e) Parcerias com o terceiro setor (Sistema “S”, Ong’s )

Um dos grandes incentivadores da Cultura do país é o sistema “S”, que

através de entidades como o Sebrae (Piauí-Sampa),o Sesc que em todo país

promove shows nas suas unidades – como exemplo, Sesc Pompéia( São Paulo),

Sesc Interlagos(São Paulo),e as demais unidades que tem uma vasta programação

cultural - tornando-se um nicho de mercado importante para as bandas

independentes do país inteiro. Manter parcerias com esse setor é fundamental para

o negócio dessa organização, pois através dessas entidades é possível ampliar a

visão empreendedora do negócio, aumentar os conhecimentos em relação ao

mercado e identificar oportunidades para o crescimento da organização.

f) Movimento de música independente em expansão no país

Essa década se caracteriza pelo número crescente de festivais de música

pop (Rec beat - PE, Abril pro rock - PE, Piauí music - PI, Ceará music - CE, Porão do

Rock - DF) com espaço para bandas alternativas e independentes, ou seja, as que

produzem seu produto sem a ajuda de gravadoras, e pela ausência de investimento

das grandes gravadoras em bandas iniciantes.

As multinacionais preferem esperar que as bandas consigam a aceitação de

uma fatia do mercado musical para, então, contratá-las. Entretanto, poucas são as

bandas que conseguem um bom contrato. A grande maioria consegue apenas um

contrato de distribuição, que geralmente não garante a sobrevivência nem a

sustentabilidade do negócio dessas organizações. Vê-se, diante dessa situação, que

não há vantagem alguma para as bandas nesse tipo de acordo.

As bandas independentes perceberam nesse obstáculo uma enorme

oportunidade propiciada pelo avanço dos meios de comunicação. Ocorreu uma

mudança de paradigma, e os artistas independentes passaram a utilizar a internet

Page 35: TCC Alexandre Chrisfapi

36

para fazer o trabalho que seria da gravadora, ou seja, distribuir seus cd’s e dvd’s,

vender seus shows e seus produtos secundários (Camisetas, downloads, bottons) e

para intensificar a fixação da marca dessas organizações frente aos consumidores.

Essa facilidade em produzir material independente aliada à enorme facilidade de

divulgação fez com que o número de bandas novas no mercado crescesse. Perdeu-

se o medo de concorrer com as multinacionais.

- Ameaças do ambiente externo

a) Bandas Covers ( Bandas que não tem trabalho autoral);

b) Segmentação da mídia de Rádio e TV;

c) Falta de ética dos concorrentes;

d) Falta de percepção dos produtores para a inovação;

e) Mudanças políticas;

f) Deflação nos preços praticados no mercado;

A análise de cada ameaça definida pelo grupo de estudo, segue abaixo:

a) Bandas Covers (bandas que não tem trabalho autoral)

A principal ameaça advinda das bandas covers, é que elas, por não terem

trabalho próprio, intensificam para o consumidor, uma audição exagerada do tipo de

música que são executadas nas rádios privadas. A política dessas rádios é tocar as

músicas impostas pelas gravadoras mediante pagamentos que variam de acordo

com o estilo musical (Jabá). O que vende fácil e é descartável aparece na grade de

programação das FMs com maior freqüência e o preço pago pela gravadora é maior,

pelo fato de ser um produto que alcança uma grande margem de lucro rapidamente,

no entanto, é um produto com um ciclo de vida curto. Isso dificulta ao consumidor

escolher de uma forma democrática o que ele quer ouvir.

Page 36: TCC Alexandre Chrisfapi

37

Como conseqüência as bandas alternativas têm um ínfimo espaço em rádios

privadas, ou as suas músicas só tocam em horários que não são tidos como

comerciais.

Outra ameaça a ser citada é que este tipo de banda quase sempre é

composta por profissionais de outras áreas, que tem a música como um hobby, e

que por causa disso, tocam sem cobrar um preço justo, ou não cobram,

inviabilizando a sustentabilidade do negócio das bandas profissionais e

deflacionando o mercado.

b) Segmentação da mídia de rádio e TV

Como foi dito acima, as mídias tradicionais (Rádio,TV,Jornal) segmentaram

seus espaços para conseguirem sobreviver diante do avanço tecnológico. As

rádios, por exemplo, vendem para as gravadoras suas grades de programação de

música de acordo com os estilos musicais cobrando por isso preços variados (Jabá),

e, há entre elas, aquelas que tocam apenas determinado estilo de música. Como se

vê, esse espaço nunca é destinado a bandas iniciantes, o que dificulta seu

crescimento.

Esta ameaça que o grupo de estudo identificou torna-se importante porque

limita a atuação da organização e dificulta o alcance da missão e da visão da

empresa, já que uma das características de uma banda independente é agir por sua

conta e risco, em geral, com uma deficiência de recursos financeiros.

c) Falta de ética da concorrência

A falta de ética na concorrência aparece como uma ameaça importante para

o grupo de estudo. Dela surgem as práticas desleais em relação a preços, a

fechamento de contratos, ao relacionamento entre as bandas, entre outros fatores.

Isso poderia ser minimizado se a O.M.B (Ordem dos Músicos do Brasil) exercesse

uma fiscalização severa e constante nos locais de eventos, em bares e restaurantes,

com o objetivo de inibir a prática ilegal da profissão de Músico.

Direcionando a questão para a arrecadação de direitos autorais, onde as

bandas independentes poderiam obter bons resultados para seu crescimento, o

ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), Órgão arrecadador de

Page 37: TCC Alexandre Chrisfapi

38

direitos autorais, não repassa de uma forma transparente os direitos devidos às

bandas e artistas independentes, já que o mesmo não fiscaliza de uma forma

eficiente a execução dos fonogramas nas rádios, TVs e outras espécies de mídias

que utilizam áudio no seu formato ou divulgação.

d) Falta de percepção dos produtores culturais para a inovação

O que caracteriza uma banda independente é que o material fonográfico

produzido por ela é inédito e pouco disponível para as vendas em lojas, já que este

produto não está atrelado a nenhuma gravadora. A conseqüência disso é que os

produtores não apostam nesse ineditismo e preferem investir em produtos ditos

comerciais, que estão tocando nas rádios através do “Jabá”. Por isso, o grupo de

estudo identificou esta falta de visão dos produtores como uma ameaça a ser

solucionada, pois ela atravanca o processo de desenvolvimento do mercado de

música alternativa, já que os pontos de vendas tradicionais (Lojas de cd’s) são muito

importantes para escoar essa grande produção independente, facilitando o

crescimento do público consumidor das bandas, e, conseqüentemente, um

crescimento no volume de negócios e contratos.

e) Mudanças políticas

Essa ameaça ocorre pelo fato de não haver uma continuidade dos projetos

culturais implementados. Os governos mudam sua forma de agir no campo cultural

constantemente. A cada mudança política, ocorre uma mudança no planejamento

cultural do país. Sendo assim, projetos importantes que já estão em andamento

sofrem com a falta de investimento e acabam por não alcançar os objetivos para que

foram criados. Quem perde mais com esse tipo de situação são justamente os

artistas independentes que não mantêm acordos nem são contratados de uma

grande gravadora.

f) Deflação nos preços praticados no mercado

Os shows são uma fonte de renda e de sustentabilidade para as bandas

autorais que conseguem através dos contratos manter suas atividades. A deflação

nos preços de shows causados pelas bandas covers (não autorais) que recebem

Page 38: TCC Alexandre Chrisfapi

39

abaixo da média por apresentação, fez com que os preços pagos por empresários

na área de eventos tivessem uma queda em relação aos preços praticados

anteriormente. “Em 2005 a gente conseguia fechar contratos de até mil e quinhentos

reais, hoje o máximo é seiscentos reais”. (Depoimento dos integrantes do “Conjunto

Roque Moreira”).

A conseqüência desse tipo de atuação dos empresários de eventos é que

muitas bandas não conseguem sobreviver nesse mercado desleal e competitivo,

encerrando suas atividades precocemente.

O “Conjunto Roque Moreira” tem conseguido suportar essa situação por

causa dos shows que faz fora do Estado.

4.5. Análise do Ambiente Interno

Nesta fase, onde o olhar do grupo de estudo está voltado para a

organização, analisou-se o ambiente interno do “Conjunto Roque Moreira”. Foram

seguidos os mesmos passos da etapa anterior para identificar e priorizar os pontos

fortes e os pontos fracos da empresa. Todos estão relacionados abaixo em ordem

decrescente de prioridade, e em seguida serão analisados individualmente.

- Pontos Fortes do Ambiente Interno

a) Clima organizacional favorável;

b) Comprometimento com a missão e a visão da empresa;

c) Disponibilidade dos integrantes em assumir riscos;

d) Qualidade dos músicos e do produto;

e) Qualidade dos recursos materiais utilizados;

f) Bom nível de organização nas tomadas de decisão;

Page 39: TCC Alexandre Chrisfapi

40

g) Descentralização das tarefas;

A seguir, analisaremos cada ponto definido no passo anterior.

a) Clima organizacional favorável

O ambiente interno do “Conjunto Roque Moreira” é caracterizado pela

informalidade, sem que isso se transforme em falta de foco nas ações, o que torna o

trabalho mais produtivo e alegre. No entanto, nota- se a necessidade de que os

integrantes mantenham a motivação em alta. É de suma importância, a cooperação

entre todos da organização, para se atingir os resultados esperados com esse

planejamento estratégico.

b) Comprometimento com a missão e a visão da banda

A partir da etapa em que foram determinadas a missão e a visão da banda,

os participantes decidiram fechar um pacto de comprometimento entre todos do

“Conjunto Roque Moreira”, para que fossem perseguidos incansavelmente os

objetivos da banda, através do cumprimento da missão e da visão que o grupo de

estudo definiu para a organização. O grupo identificou este aspecto como um ponto

forte em relação aos concorrentes.

c) Disponibilidade dos integrantes em assumir riscos

Esse mercado tem como uma de suas características a instabilidade e a

volatilidade, decorrentes das mudanças constantes e do avanço tecnológico. Dessa

forma, uma banda onde todos estão dispostos a correr riscos em prol de um objetivo

comum, leva uma enorme vantagem sobre as demais, já que são priorizados

aspectos positivos como a cooperação, pró-atividade, interesse coletivo,

pensamento comum entre os participantes e, serão anulados aspectos indesejáveis

tais como: egocentrismo, a falta de companheirismo entre os integrantes, os

conflitos internos desnecessários e a falta de foco nas ações.

Page 40: TCC Alexandre Chrisfapi

41

d) Qualidade dos músicos e do produto

Todos que fazem parte do “Conjunto Roque Moreira” acreditam na qualidade

de seu produto, que é conseqüência da qualidade dos seus integrantes. O cd

produzido por eles é um dos mais vendidos entre as bandas independentes de

Teresina, e suas músicas estão entre as mais tocadas na “FM Cultura”, que é a

rádio mais importante da capital, no que tange à divulgação da música independente

do Piauí.

Nota-se que, apesar das dificuldades existentes, todos estão com a auto-

estima elevada, principalmente a partir do começo desse estudo. Todos os

participantes acreditam no planejamento estratégico que está sendo proposto para o

“Conjunto Roque Moreira”.

e) Qualidade dos recursos materiais utilizados

Os recursos materiais, a que nos referimos, são os instrumentos musicais

utilizados pela banda. São todos de uma qualidade que varia de bom para ótimo, em

avaliação, o que não quer dizer que os integrantes não desejam melhorar neste

aspecto. “Instrumentos de boa qualidade ajudam a definir melhor o som da banda”,

disse um integrante. Segundo a observação que foi feita nos shows do “Conjunto

Roque Moreira” realmente é fácil constatar a opinião citada acima. Vimos que o

tempo de “passagem de som” (Horário destinado à montar os equipamentos da

banda e equalizar o som que vai ser utilizado) é menor, facilitando o trabalho e

diminuindo a fadiga e o cansaço dos integrantes.

f) Bom nível de organização nas tomadas de decisões

As decisões são tomadas através do consenso entre os integrantes, o que

às vezes demanda certo tempo; mas, por outro lado, é o meio mais democrático

para decidir as questões importantes para a empresa. Os integrantes da banda

admitem que precisam melhorar na organização interna do negócio, mas, têm

certeza que a melhor forma de gerir o empreendimento é através da participação de

todos os envolvidos no processo de crescimento, e de uma visão sistêmica e

empreendedora.

Page 41: TCC Alexandre Chrisfapi

42

g) Descentralização das tarefas

A flexibilidade é um fator competitivo para as organizações. Através de uma

contínua adaptação ao ambiente, a empresa consegue minimizar os riscos e

otimizar o uso de seus recursos e mantém seu espaço no mercado por um período

longo de tempo.

A flexibilidade só é possível a partir de uma descentralização nas tarefas a

serem executadas. Dessa maneira, a organização ganha agilidade em relação à

concorrência, mantendo o dinamismo e a competitividade, sem conflitos no processo

decisório da organização.

O grupo de estudo definiu esse tópico como um ponto forte pelo fato da

organização já ter uma descentralização de tarefas nas execuções das ações, e

todos estarem comprometidos com os resultados que serão alcançados com a

implantação do planejamento estratégico.

A seguir serão analisados os pontos fracos determinados pelo grupo de

estudo.

Pontos fracos do Ambiente Interno da organização:

a) Recursos financeiros e humanos insuficientes;

b) Ausência de uma visão empreendedora no negócio;

c) Relacionamento com a iniciativa privada deficiente;

d) Não dedicação exclusiva dos integrantes;

e) Ausência de relatórios referentes às receitas do negócio;

f) Organização deficiente na divisão de tarefas;

g) Ausência de um plano de Marketing;

Page 42: TCC Alexandre Chrisfapi

43

h) Falta de articulação com as entidades governamentais;

i) Desmotivação causada por fatores externos;

Foi feita uma análise de cada um dos tópicos citados acima.

a) Recursos financeiros e humanos insuficientes

O “Conjunto Roque Moreira” mantém suas atividades a partir dos recursos

advindos dos shows, da venda de cd’s e de patrocínios esporádicos. Esses recursos

não são suficientes para suprir as necessidades dos participantes, nem tão pouco,

para contratar pessoal de apoio (Roadies,Técnicos de som,Assessoria de imprensa).

b) Ausência de uma visão empreendedora do negócio

Não existe na organização uma preocupação em empreender, ou seja,

procurar mercados que ainda não foram identificados pela concorrência, manter-se

atualizado sobre as estratégias desenvolvidas por outras bandas, promover uma

capacitação de seus componentes, entre outros aspectos que são imprescindíveis

para o sucesso do negócio.

c) Relacionamento deficiente com a iniciativa privada

A iniciativa privada é um grande patrocinador de eventos culturais. Manter

um relacionamento constante com esse setor é uma deficiência que foi identificada

nesta empresa, por falta de uma assessoria de imprensa. Como essa banda não

tem um grande apelo comercial, as empresas privadas não vêem nela uma

oportunidade de retorno para o seu investimento, nem uma oportunidade de ganho

financeiro.

d) Não dedicação exclusiva dos integrantes

Os integrantes do “Conjunto Roque Moreira”, por terem que trabalhar em

outras atividades fora do campo da música para sobreviverem, não dedicam seu

Page 43: TCC Alexandre Chrisfapi

44

tempo integral à banda, dificultando o desenvolvimento de estratégias, a

implementação de novas ações, o ritmo de ensaios. Como conseqüência, temos o

entrave das ações propostas pelo grupo e a falta de agilidade em relação ao

mercado.

e) Ausência de Escrituração referente às receitas do negócio

Não existe no “Conjunto Roque Moreira” a preocupação em manter uma

escrituração das receitas obtidas com os contratos. O controle sobre os recursos

financeiros ocorre através de extratos bancários. Sendo assim, nesse aspecto, a

confiança entre todos é o fator mais importante.

Esse ponto fraco dificulta a exposição a todos do que ocorre financeiramente

com a banda por não existir um livro caixa. A falta desse acompanhamento provoca

instabilidade interna no negócio já que nem todos sabem realmente o que acontece

com os recursos que são injetados na empresa.

f) Organização deficiente na divisão de tarefas

Todos admitem que esse aspecto é um ponto fraco na empresa. Através de

depoimento dos integrantes ficou claro que a divisão de tarefas precisa ser melhor

estruturada, já que constantemente ocorre acúmulo de tarefas e funções para uns e

a ausência de trabalho para outros. Isso dificulta o fluxo das informações internas na

organização, causando atropelos nas decisões a serem tomadas, e,

conseqüentemente, aumentando o nível de estresse e conflitos organizacionais.

g) Ausência de um plano de Marketing

Não existe na organização um plano de marketing para otimizar a utilização

dos seus recursos.Neste contexto, ficou claro que não há uma coordenação e uma

unificação dos esforços empreendidos,dificultando o controle e a avaliação dos

resultados alcançados nas atividades.

Um plano de Marketing é importante porque através dele a organização

identifica oportunidades de mercado e cria nos participantes do negócio uma

Page 44: TCC Alexandre Chrisfapi

45

consciência de que existem obstáculos a serem superados, facilitando, através

desses pontos, o avanço rumo aos objetivos traçados pela empresa.

h) Falta de articulação com as entidades governamentais

A falta de articulação com as entidades financiadoras dos projetos culturais é

um ponto fraco que deve ser superado. Através dessa articulação, a empresa pode

ser inserida nos eventos financiados pelo Governo do Estado, que geralmente são

uma fonte de renda sem custo operacional para o prestador de serviço. Mantendo

um conhecimento prévio do que ocorre no setor cultural governamental, o “Conjunto

Roque Moreira” poderia apresentar projetos nas áreas de fomento da Fundação de

Cultura do Piauí, com o fito de manter a rotatividade do seu produto ( cd’s e dvd’s) e

do seu serviço (Shows) junto ao mercado consumidor, aumentando ali sua

penetração.

i) Desmotivação causada por fatores externos

A falta de reconhecimento causado por todos os fatores citados no capítulo

onde foram identificadas as ameaças do ambiente externo, aliadas à falta de

recursos financeiros dos seus integrantes, faz desse tópico, o ponto fraco de maior

perigo para a organização. Esses motivos, segundo os depoimentos colhidos junto

aos integrantes do “Conjunto Roque Moreira”, são os que mais influenciam na

motivação dos componentes do grupo que, algumas vezes, pensaram em desistir do

negócio.

4.6 Fase da formulação das questões estratégicas

Page 45: TCC Alexandre Chrisfapi

46

Nessa etapa, o grupo de estudo fez uma análise do quadro SWOT,

tomando como base os dados coletados em etapas anteriores, visando,

principalmente, ações neutralizadoras dos pontos fracos e das ameaças, e

priorizando ações que maximizem as oportunidades e os pontos fortes da

organização.

Foram identificadas e priorizadas as questões estratégicas da organização.

Os passos seguidos pelo grupo de estudos foram:

- Cada participante escreveu em folha separada as questões estratégicas que

ele achava importante para a organização, segundo suas percepções;

- As questões estratégicas formuladas no passo anterior que eram

semelhantes foram separadas;

- As questões estratégicas selecionadas que abordavam o mesmo assunto

foram juntadas e reformuladas;

- Foram priorizadas as questões estratégicas a serem trabalhadas no PEP,

através de votação;

Em ordem decrescente, estão relacionadas abaixo as questões estratégicas

definidas pelo grupo de estudo.

1 - Como tornar o “Conjunto Roque Moreira” uma empresa eficaz e eficiente

com uma visão empreendedora em relação ao mercado musical?

2 - Como posicionar o “Conjunto Roque Moreira” no mercado musical do

Estado do Piauí objetivando a valorização do seu produto com a finalidade de

manter um lucro constante?

3- Como intensificar a inserção do “Conjunto Roque Moreira” na mídia e

eventos no Estado do Piauí e no Brasil?

Page 46: TCC Alexandre Chrisfapi

47

4 - Como levar o produto do “Conjunto Roque Moreira” aos consumidores

através de um planejamento estratégico com técnicas de Marketing eficientes

e eficazes?

5 - Como firmar novas parcerias com o terceiro setor e o sistema “S” (Ong’s,

Sebrae, Senac, Sesi,Sesc)?

6 – Como tornar o mercado musical de Teresina mais ético e profissional em

relação a preços?

7 – Como inserir e manter o “Conjunto Roque Moreira” no mercado Musical

do país com produtos inovadores?

4.7 Propostas Estratégicas

Na definição das propostas estratégicas as questões estratégicas foram

analisadas individualmente, e para cada uma, os passos usados no tópico anterior

foram repetidos.

Após a priorização as propostas estratégicas foram classificadas quanto ao

prazo de execução em:

- Curto prazo (CP) - Até um ano após a formulação do planejamento

estratégico;

- Médio prazo (MP) – Até dois anos após a formulação do planejamento

estratégico;

- Longo prazo (LP) – Acima de dois anos após a formulação do planejamento

estratégico.

Nesta classificação, levaram-se em conta os recursos financeiros, materiais

e humanos que a organização dispõe ou planeja dispor nos próximos dois anos.

Page 47: TCC Alexandre Chrisfapi

48

Segue abaixo, em ordem decrescente de prioridade, as propostas definidas

pelo grupo de estudo para cada uma das questões estratégicas identificadas no

passo anterior. Todas as propostas foram analisadas, e entre parênteses, está sua

classificação quanto ao prazo de execução:

Questão Estratégica I – Como tornar o “Conjunto Roque Moreira” uma

empresa eficaz e eficiente com uma visão empreendedora em relação ao mercado

musical?

Propostas estratégicas:

1) – Investir em cursos de capacitação para os membros da empresa

através de parcerias com o sistema “S” ( Sebrae,Senac) – (CP) – Essa capacitação

deve ser voltada para motivar e estimular o desenvolvimento de uma visão

empreendedora entre os membros da banda. Dessa forma, todos se sentirão donos

do negócio, todos terão uma percepção melhor sobre o mercado e os obstáculos

existentes, que deverão ser superados, e estarão melhores preparados para assumir

responsabilidades e os riscos da profissão de músico e da gestão do negócio.

2) – Regularização formal da empresa – (CP) – Ter uma empresa

regularizada junto aos órgãos governamentais facilita a obtenção de parcerias, a

aquisição de novos clientes, a aquisição de equipamentos, a inserção em projetos

culturais do Governo do Estado, entre outras possibilidades de crescimento. O

objetivo da regularização formal da empresa é, dentro de uma visão

empreendedora, dimensionar melhor as ações da organização em relação aos

benefícios e oportunidades existentes dentro dos projetos na área cultural

implementadas por essas instituições.

3) – Ter uma sede própria – (CP) – A organização sente a necessidade de

ter um espaço próprio para facilitar e estruturar melhor suas ações tais como:

ensaios,gravações,tarefas institucionais, divulgação via internet. Outro fator

importante seria a facilidade de acesso dos fornecedores e clientes da empresa aos

produtos e serviços por ela oferecidos.

Page 48: TCC Alexandre Chrisfapi

49

Questão Estratégica II – Como posicionar o “Conjunto Roque Moreira” no

mercado musical do estado do Piauí objetivando a valorização do seu produto com a

finalidade de manter um lucro constante?

Propostas estratégicas:

1) – Elaborar um planejamento de Marketing para identificar o público alvo

da organização e executar ações e técnicas que possibilitem uma vantagem

competitiva da empresa em relação à concorrência no mercado da música do estado

(CP) - O posicionamento,neste contexto, é o produto na mente do consumidor,

através de uma percepção e de uma segmentação do mercado em públicos-alvos

diferentes. Uma análise de posicionamento permite concluir, por exemplo, qual a

posição atual da organização em relação à concorrência e quais são as preferências

e tendências musicais que o público consumidor está disposto a comprar, facilitando

ações e estratégias para cada setor diferente do mercado.

2) – Oferecer produtos e serviços de qualidade – (CP) – Manter a qualidade

dos produtos e serviços oferecidos pela empresa ao mercado consumidor interno e

externo é imprescindível para o crescimento da organização.Um dos objetivos desse

estudo é fazer com que o “Conjunto Roque Moreira” seja uma empresa com o foco

voltado para a satisfação dos clientes. Nesse sentido, oferecer e manter no mercado

um produto com um alto valor agregado fará com que a empresa consiga um

posicionamento competitivo em relação à concorrência, nos aspectos da qualidade

que os clientes consideram importantes, ou seja, conformidade, estética, qualidade

percebida, característica, confiabilidade.

3) – Criar uma rede de pontos de venda que facilite ao cliente a

acessibilidade aos produtos e serviços da empresa – (CP) - A organização deve

selecionar e definir seus pontos de venda objetivando uma comunicação clara e

fluida com os seus clientes,através de um mechandising interno bem planejado.

Dessa maneira, torna-se mais fácil um aumento nas vendas. O meshandising

funcionará como informação para influenciar na decisão de compra dos

consumidores com dados precisos e concretos sobre o preço, os valores agregados

à marca, facilitando o êxito das ações estratégicas da empresa, levando-se em

Page 49: TCC Alexandre Chrisfapi

50

conta a posição geográfica e as diferenças regionais quanto ao consumo, que

podem interferir diretamente na aceitação dos produtos e serviços oferecidos.

Questão Estratégica III - Como intensificar a inserção do “Conjunto Roque

Moreira” nas mídias de TV, Rádio, Jornais e Internet e nos eventos promovidos no

Estado do Piauí e no Brasil?

Propostas estratégicas:

1) – Manter uma constante atualização da marca através da inovação com a

finalidade de instigar os meios de comunicação para a divulgação dos produtos e

serviços da organização - (MP) – Essa atualização inovadora poderá ser

conseguida através da customização da marca e dos produtos e serviços com a

finalidade de manter a organização sempre em evidência no mercado, tornando-se

referência no cenário musical independente do Estado.

2) - Criar uma rede de relacionamento entre a organização e os formadores

de opinião nos meios de comunicação com o objetivo inserir melhor a empresa na

mídia local e nacional – (MP) – Através de parcerias com rádios, TV, produtores

culturais, selos de gravação, é possível intensificar a inserção da banda nos meios

de comunicação e propiciar a criação de uma rede de relacionamento para manter a

banda como um referencial a ser seguido. Assim sendo, ficará mais fácil a

participação em eventos no Estado e no país, já que estes aspectos estão inter-

relacionados, conforme notamos.

Questão Estratégica IV – Como levar o produto do “Conjunto Roque

Moreira” a consumidores do público em geral através de um planejamento

estratégico com técnicas de Marketing eficientes e eficazes?

Propostas estratégicas:

1) – Elaborar uma pesquisa de mercado que possibilite a identificação dos

públicos-alvos da organização – (CP) – Nessa pesquisa serão levadas em conta as

variáveis necessárias para o desenvolvimento de um plano de Marketing. Entre elas

Page 50: TCC Alexandre Chrisfapi

51

podemos citar os hábitos de consumo, a idade dos consumidores, a classe social e

o nível cultural dos consumidores. Desta forma, a organização poderá agir nos

pontos-chaves que irão alavancar o sucesso do empreendimento, minimizando os

riscos e maximizando os resultados.

2) – Aumentar a distribuição dos produtos e serviços da organização através

de pontos de vendas e de uma logística eficiente e eficaz – (MP) – Através de uma

análise da demanda do mercado a organização pode mensurar o volume de vendas

e as necessidades de distribuição. Essa análise também permite identificar os níveis

de serviços de distribuição requeridos pelos clientes e os custos advindos dessas

ações. Os fatores importantes que devem ser determinados pela organização antes

de implementar um sistema de distribuição são: o número,tamanho e localização

dos pontos de venda, a localização geográfica dos mercados consumidores, o

número e os tipos de produtos a serem oferecidos, a freqüência de compra dos

clientes, os custos orçados para a distribuição e o número e o tamanho dos pedidos.

3) – Intensificar a divulgação da marca nas diversas mídias existentes. (CP)

– A propaganda é uma comunicação impessoal e persuasiva que leva as pessoas a

comprarem um produto, um serviço ou uma idéia, onde a venda face a face é

excluída. Neste contexto, torna-se um diferencial competitivo em relação a outros

produtos e marcas, afetando a elasticidade da demanda pelo produto ou serviço da

organização, criando preferências e gerando dificuldades à entrada de produtos

concorrentes em um determinado negócio.

Questão Estratégica V – Como firmar novas parcerias com o terceiro setor

e o sistema “S” (Ong’s, Sebrae , Senac, Sesc, Sesi)?

Propostas estratégicas:

1) – Elaborar um portfólio do “Conjunto Roque Moreira” com o objetivo de

facilitar o interesse das instituições para o investimento no negócio da organização.

(CP) – O modelo de portfólio de negócios ou de produtos leva em consideração a

missão corporativa, as vantagens competitivas, a natureza dos mercados, as

unidades estratégicas de negócios (partes do todo que é o portfólio de negócios)

Page 51: TCC Alexandre Chrisfapi

52

com o objetivo de analisar o potencial e a competitividade da organização em

relação às oportunidades do mercado, a participação da empresa no mercado e o

crescimento do mercado ou do ramo de negócio. Outra finalidade importante do

portfólio da organização é que através de uma análise do ciclo de vida dos produtos

associada a uma análise do portfólio de produtos obtém-se um melhor controle das

estratégias implementadas. Dessa forma, as novas parcerias da empresa com as

instituições acima citadas têm uma maior probabilidade de acontecer.

2) – Propiciar uma articulação entre a empresa e as instituições do sistema

“S” através de cursos de capacitação para os membros da organização – (MP) –

Através da capacitação uma rede de comunicação entre as instituições e os

membros da organização será criada facilitando o intercâmbio de informações e

conhecimentos, e propiciando para a empresa uma melhor articulação e inserção

frente aos projetos culturais desenvolvidos por essas entidades.

Questão Estratégica VI – Como tornar o mercado musical de Teresina mais

ético e profissional em relação a preços?

Propostas estratégicas:

1) – Incentivar a sindicalização dos músicos para a construção de um

sindicato atuante e transparente – (LP) – Segundo a visão dos integrantes do grupo

de estudo, o sindicato dos músicos é a melhor forma de tornar o mercado musical de

Teresina mais ético e transparente. Para isso é necessário o apoio da classe e a

mudança dos gestores atuais.

2) – Incentivar a regularização dos músicos que atuam no mercado – (LP) –

Através de reuniões com outras bandas será colocada a importância da

regularização da profissão e a necessidade de um mercado onde os profissionais

atuem de uma forma ética e transparente. Isso se dá através da inscrição na ordem

dos músicos através da carteira funcional da O.M.B.(Ordem dos Músicos do Brasil) e

da atuação de um sindicato forte e atuante,que através da fiscalização em eventos e

casas de espetáculos coibirá a prática ilegal da profissão de músico inibindo a

prática de preços desleais no mercado.

Page 52: TCC Alexandre Chrisfapi

53

3) – Atuar junto aos órgãos reguladores da profissão (O.M.B, ECAD)

exigindo uma fiscalização junto aos promotores de eventos quanto à contratação de

músicos regularizados; e também, em relação à transparência de suas gestões –

(LP) – O grupo de estudo identificou essa sugestão como sendo a de maior

dificuldade de implantação.O maior problema é que nem os órgãos, nem os

promotores de eventos, e tampouco as bandas, estão, ainda, dispostos a mudar as

suas formas de agirem. Ou seja, ainda não há um ambiente propicio para uma

mudança de paradigma dentro das atividades exercidas pelos órgãos fiscalizadores

associadas às práticas existentes no mercado musical atual de Teresina.

Questão Estratégica VII – Como inserir e manter o “Conjunto Roque

Moreira” no mercado musical do Brasil com produtos inovadores?

Propostas estratégicas:

1) Manter uma rede de comunicação com os produtores culturais do país –

(L P) – A organização acredita que através de uma comunicação eficiente com os

formadores de opinião no mercado musical do país ficará mais fácil manter a marca

“Roque Moreira” dentro deste mercado específico. Além disso, é preciso criar meios

de diversificar os produtos e os serviços buscando sempre a melhoria contínua dos

processos de produção, através de um processo criativo e conceitual, visando uma

inovação constante a ser oferecida nos mercados-alvos da organização.

2) – Buscar o conhecimento tecnológico através de capacitações e

pesquisas com o objetivo de manter no mercado produtos criativos e inovadores –

(LP) - A busca do conhecimento para o uso da tecnologia existente no setor musical

é fator primordial para a sobrevivência e a sustentabilidade do negócio. Este setor,

especificamente, caracteriza-se pela constante mudança dos meios de produção e

pela volatilidade dos produtos ofertados no mercado. Os conceitos mudam

constantemente e o que é inovador hoje será obsoleto em um curto período de

tempo. A organização precisa ser flexível e ágil o suficiente para chegar à frente da

concorrência aos mercados por ela definidos, dentro de uma visão empreendedora,

e estar atualizado quanto às novas tecnologias, é garantir uma vantagem

Page 53: TCC Alexandre Chrisfapi

54

competitiva importante. Isso fará com que a empresa sobreviva por um período de

tempo maior e duradouro no mercado, de uma forma sustentável, através da

inovação e criatividade dos seus produtos e serviços.

4.7.1 Obstáculos Encontrados

Na identificação dos obstáculos, foram utilizadas pelo grupo de estudo, os

mesmos passos usados na definição das questões e propostas estratégicas. O

grupo observou que os obstáculos encontrados eram comuns à maior parte das

propostas estratégicas definidas anteriormente, então , ficou decidido, que não havia

a necessidade de separar os obstáculos encontrados para cada proposta

especificamente, e sim, analisá-los de uma forma geral.

Foram priorizados os obstáculos que tiveram um maior impacto sobre o

maior número de propostas estratégicas da organização.

Após a priorização os obstáculos foram analisados individualmente, e em um

momento posterior, o grupo de estudo propôs para cada um deles ações de

superação, utilizando-se da mesma técnica anterior para a definição das questões e

propostas estratégicas.

Segue abaixo os obstáculos priorizados pelo grupo de estudo, em ordem

decrescente. Após serem analisados individualmente, foram definidas as ações de

superação para cada um deles:

1º Obstáculo - A deficiência de recursos financeiros e humanos –

Observou-se que um dos maiores obstáculos enfrentados pela organização na

implantação de um planejamento estratégico é a deficiência de recursos financeiros

e humanos. Isso sobrecarrega os integrantes da empresa, que executam várias

tarefas ao mesmo tempo, com o objetivo de diminuir os custos de produção e

manutenção do negócio. A deficiência de recursos financeiros é a causa de vários

problemas encontrados nesta organização. São eles: desmotivação dos integrantes,

entrave na implantação de ações de divulgação e compra de matérias-primas,

demora na reposição de produtos, falta de capital para participação em eventos fora

do estado.

Page 54: TCC Alexandre Chrisfapi

55

“Sem dinheiro não dá para fazer nada, fica tudo parado e a gente vai

perdendo o foco e a motivação”. (Depoimento de um integrante da banda)

Ações de superação:

1 - Destinar um percentual do valor dos contratos e venda de produtos para

um fundo financeiro da organização;

2 – Redistribuir as tarefas a serem executadas pelos integrantes do negócio;

3 – Intensificar a venda de shows, cd’s e dvd’s;

4 – Promover momentos de integração entre os componentes da banda;

2° Obstáculo – Falta de conhecimento na área de pesquisa – Notou-se que

esta organização nunca desenvolveu planejamentos anteriores, por isso, ficou

evidenciado a falta de conhecimento em técnicas de pesquisa de mercado que

facilitem a implantação das estratégias propostas por esse estudo.

“Não dá para esperar mais, ou a gente faz uma pesquisa de mercado ou

vamos continuar de olhos fechados para o nosso público” (Depoimento do produtor

da banda, Kasbafy).

Ações de superação:

1 – Contratar uma empresa, através de convênio com o SEBRAE, que faça

uma pesquisa de mercado para a empresa com o objetivo de determinar e

segmentar os mercados-alvos da organização;

2 – Pesquisar nos sites de relacionamentos disponíveis (Orkut, Myspace,

Messenger) qual o perfil do público consumidor dos produtos do “Conjunto Roque

Moreira”;

3 – Promover ações de capacitação para os integrantes da banda com o

intuito de despertar neles o interesse e a visão empreendedora necessária para a

identificação de novos mercados.

Page 55: TCC Alexandre Chrisfapi

56

3º Obstáculo - Falta de credibilidade dos órgãos fiscalizadores da profissão

– Para que o mercado musical de Teresina se torne ético e profissional é necessário

que os órgãos fiscalizadores tenham credibilidade junto à classe profissional e junto

aos promotores de eventos. Hoje o que se vê é uma ausência quase que total de

fiscalização, ou uma fiscalização direcionada para os eventos maiores, onde as

bandas independentes participam sem receber cachê. Isso aumenta o descrédito

dos órgãos responsáveis pela fiscalização e regulamentação da profissão, já que

essa medida parece estar voltada apenas para a arrecadação de verbas para essas

instituições.

“A Ordem dos Músicos não está nem um pouco preocupada em resolver as

questões relacionadas ao preço cobrado pelas bandas covers e não está nem aí

para quem está tocando na noite, isso acaba com o mercado” (Depoimento dos

integrantes do “Conjunto Roque Moreira)

Ações de superação:

1 – Incentivar a regularização dos músicos que atuam no mercado para

aumentar o poder do sindicato dos músicos;

2 – Exigir uma prestação de contas da Ordem dos Músicos do Brasil – PI,

como um meio de fornecer aos músicos uma transparência nas ações dessa

instituição;

3 – Exigir uma maior fiscalização nas casas de shows e eventos que

contratam bandas e artistas independentes;

4 – Fortalecer o sindicato dos músicos com a finalidade de obter junto aos

poderes políticos constituídos uma representação que facilite as mudanças na área

cultural do estado;

5 – Manter o compromisso com a missão e a visão definida pela

organização.

Page 56: TCC Alexandre Chrisfapi

57

4° Obstáculo – Mudança constante no mercado musical do país – O

mercado de música independente se caracteriza pela enorme quantidade de

produtos lançados a cada dia no mercado e pela grande quantidade de bandas em

atividade. Isso dificulta a identificação de públicos-alvos, a comparação com as

ações da concorrência, a segmentação da linha de produtos e o processo de

atualização tecnológica da organização.

“Todo dia lançam no mercado novos instrumentos, softwares, programas de

gravação,sem falar nas bandas novas que aparecem, fica difícil acompanhar a

dinâmica do mercado musical” (Depoimento de um integrante da banda)

Ações de superação:

1 – Criar um processo de medida de desempenho e avaliação que facilite a

identificação das necessidades de mudanças que possam ocorrer;

2 – Manter os integrantes da empresa atualizados em relação às novas

tecnologias existentes no mercado;

3 – Manter uma constante pesquisa quanto a novas formas de divulgação e

identificação de mercados-alvos;

4 – Promover um intercâmbio entre a empresa e outras organizações do

mesmo setor de atuação.

5º Obstáculo – Visão dos gestores públicos e dos promotores de eventos

em relação ao mercado cultural – Os gestores e promotores de eventos culturais do

estado não vêem Cultura como forma de auto-estima do povo piauiense, isso

dificulta a penetração das bandas alternativas e independentes no mercado musical

de Teresina, já que o poder de investimento e de divulgação em rádios, TV, jornal

está atrelado a essas instituições. Todos da organização acreditam que as pessoas

não valorizam a nossa música e cultura porque não conhecem ou não são

estimulados a conhecerem o que é produzido no nosso estado em termos culturais.

Ações de superação:

Page 57: TCC Alexandre Chrisfapi

58

1 – Promover reuniões junto ao Governo do Estado para informar as ações

praticadas pelas bandas independentes como fonte alternativa de renda e trabalho e

solicitar ações que desenvolvam melhor o mercado de música no Piauí;

2 - Solicitar à prefeitura de Teresina que intensifique ações culturais e

festivais de música para o desenvolvimento do povo piauiense;

3 – Solicitar ao poder público, projetos culturais de inserção da música

piauiense no interior do Estado;

4 – Solicitar ao poder público, através da ação do sindicato dos músicos, leis

que assegurem a participação das bandas independentes do Piauí em eventos

nacionais que aconteçam no estado, com o mesmo nível de divulgação dado às

bandas nacionais;

5 – Solicitar do poder público, leis que determinem a execução dos

fonogramas produzidos pelas bandas locais nas rádios, em horários que possibilitem

uma melhor divulgação das bandas piauienses;

6 – Elaborar junto ao governo do Estado um plano de inserção nacional das

bandas independentes do estado, na mesma linha de atuação do que foi promovido

pelo governo de Pernambuco em relação às bandas daquele estado.

6° Obstáculo – Divergências de interesses entre as bandas que atuam no

mercado de Teresina – As bandas que atuam no mercado musical de Teresina

divergem em relação aos interesses e no modo de gerir seus negócios,

principalmente em relação a preços e meios de inserção e divulgação, isso causa

um clima ruim dentro desse mercado, impossibilitando o diálogo entre elas como

uma possibilidade de um crescimento mútuo, dentro de uma visão ética e

profissional.

“A gente não cobra mais caro porque tem banda que vai e toca quase de

graça, aí só quem ganha é o empresário da noite que não está preocupado com a

qualidade da música, só quer saber do preço” (Depoimento do produtor Kasbafy)

Page 58: TCC Alexandre Chrisfapi

59

Ações de superação:

1 – Promover reuniões entre as bandas para determinar uma ação conjunta

dentro do mercado;

2 – Exigir do sindicato uma fiscalização dos preços praticados e uma

punição para as bandas desleais;

3 – Exigir do sindicato uma fiscalização junto às casas de shows quanto à

contratação dos músicos para shows;

4 – Criar acordos entre as bandas com uma mesma visão de mercado para

determinar meios de atuações conjuntas quanto ao preço praticado;

5 – Manter sempre e em primeiro lugar o interesse coletivo entre as bandas

afins.

Page 59: TCC Alexandre Chrisfapi

60

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O “Conjunto Roque Moreira” desde a sua fundação nunca se utilizou da

técnica administrativa do planejamento. A empresa nasceu da necessidade dos

integrantes desenvolverem suas idéias musicais conjuntamente, sem uma

preocupação mercadológica nem econômica.

Com o passar dos anos, a organização foi agregando valores ao seu produto

e serviço, através de uma maior abrangência no mercado musical do estado do

Piauí, criando uma necessidade de diversificação nas tarefas executadas pelos

membros da equipe, o que causou um crescimento desordenado e sem um correto

planejamento.

Pelo fato do “Conjunto Roque Moreira” estar inserido em um meio

imprevisível, dentro de um setor de mercado que evolui e se diversifica de uma

forma dinâmica e veloz, torna-se evidente a necessidade de uma gestão eficiente e

eficaz, tendo como principal ferramenta de ação, a implantação de um planejamento

estratégico participativo, que é o tipo de planejamento que melhor se adapta a esse

ramo de negócio.

Na abordagem PEP, as reuniões devem ser realizadas, primeiramente, em

locais diferentes do ambiente de trabalho, em horários diferentes do expediente, de

maneira contínua. Com o “Conjunto Roque Moreira” não foi possível seguir à risca

todas as recomendações citadas acima, devido a limitações de tempo dos

integrantes e questões pessoais. Por outro lado, os aspectos que determinavam a

avaliação do ambiente interno da empresa, ficaram de fácil identificação pelo fato

das reuniões serem marcadas para o estúdio de ensaio utilizado pela banda para o

seu processo de criação e de reuniões internas da empresa. Na verdade, esse

estúdio funciona como uma espécie de sede da banda.

Na fase de preparação da metodologia PEP, foi aplicado um seminário de

sensibilização, realizadas as entrevistas e definido um calendário para as reuniões

seguintes.

Na definição do histórico da organização, essa pesquisa encontrou

dificuldades na identificação de fatos relevantes ou mudanças na estrutura da

empresa, pelo fato de não existirem registros documentais significativos e pela

Page 60: TCC Alexandre Chrisfapi

61

inexistência de um planejamento anterior das atividades executadas por esta

organização.

Na fase da formulação da missão, da visão e dos valores da empresa, o

grupo de estudo optou em determinar, inicialmente, o negócio da empresa. Em

seguida determinou-se a missão, a visão e os valores que a organização deve

cultivar na sua existência. Ficou claro, nesta fase, que o “Conjunto Roque Moreira”

não deve ser apenas mais uma banda independente no cenário musical de

Teresina, essa empresa deve oferecer ao mercado produtos de qualidade que visem

a satisfação dos seus clientes internos e externos.

Na análise dos ambientes internos e externos da organização, através das

reuniões realizadas, o grupo de estudo determinou as oportunidades e ameaças do

ambiente externo e os pontos fortes e fracos da organização, numa visão

mercadológica e empreendedora, através das respostas as entrevistas feitas ao

grupo de estudo.

No estabelecimento e na priorização das questões estratégicas foi utilizada a

análise de SWOT. O grupo de estudo chegou à conclusão que deveria priorizar sete

questões estratégicas.

Na fase de elaboração das propostas estratégicas o grupo de estudo optou

por priorizar e classificar as propostas quanto ao prazo de execução em: curto

prazo, médio prazo e longo prazo, levando-se em conta os recursos disponíveis da

organização para um período de dois anos. Nessa etapa, foram priorizados e

identificados os obstáculos à execução das propostas estratégicas definidas pelo

grupo de estudo.

As ações de superação demoraram um certo período de tempo para serem

definidas, pelo fato do grupo de estudo analisar exaustivamente os obstáculos que

dificultariam a execução das propostas estratégicas determinadas pelo grupo.

Terminada essa fase, ficou claro que o “Conjunto Roque Moreira” tem como

objetivo maior conseguir o reconhecimento e a credibilidade de seus clientes através

de produtos e serviços de qualidade, tornando-se referência no mercado musical do

estado do Piauí e no país. Para isso, a empresa deve estabelecer estratégias que

possibilitem a esta organização um melhoramento constante nos seus processos de

produção, através de uma contínua atualização tecnológica, utilizando seus recursos

financeiros e humanos de uma forma eficaz e eficiente.

Page 61: TCC Alexandre Chrisfapi

62

Ao final deste estudo, com base nos dados coletados e analisados, a

principal conclusão é de que a implantação de um planejamento estratégico no

“Conjunto Roque Moreira” é um fator primordial para a sobrevivência e a

sustentabilidade desta organização. Uma empresa que desenvolve produtos e

presta serviços a diversos clientes no estado e no Brasil, em um mercado dinâmico,

imprevisível e em desenvolvimento, não pode improvisar em relação às suas

estratégias e decisões. Esse tipo de improviso custa caro e é determinante para o

fracasso dos negócios que não buscam um planejamento para suas ações.

Analisando o comportamento dos integrantes do grupo de estudo, ficou

evidente o sentimento de todos para a priorização dos aspectos a serem trabalhados

no “Conjunto Roque Moreira”. São eles: a autonomia financeira, a capacitação dos

integrantes do grupo, um plano de Marketing, a satisfação dos clientes internos e

externos em relação aos produtos e serviços oferecidos e a busca por novas

parcerias.

Na análise dos aspectos citados acima, chegou-se à conclusão dos

seguintes fatos:

1) Em relação à autonomia financeira, as propostas apontam para um maior

faturamento com os contratos de shows,venda de cd’s e dvd’s e a busca por

novos clientes no mercado externo;

2) A capacitação dos integrantes da organização depende das parcerias

firmadas com entidades do sistema “S” e está relacionada com a autonomia

financeira;

3) Um plano de marketing depende de parcerias com órgãos de pesquisa e

sua execução requer uma análise das competências, dos recursos da

organização e de uma análise do cenário do mercado externo;

4) A satisfação dos clientes desta organização depende da correta execução

dos itens citados acima.

Segue-se às conclusões específicas para os objetivos definidos para essa

pesquisa.

Page 62: TCC Alexandre Chrisfapi

63

Nos objetivos definidos por este estudo a literatura de administração

estratégica foi revista, em particular sobre a abordagem participativa proposta por

Souto-Maior. Esses objetivos foram contemplados na fundamentação teórica desse

trabalho de pesquisa. Houve uma grande dificuldade em encontrar dados de outras

organizações parecidas com a do nosso estudo, pelo fato de ser um estudo pouco

realizado para este setor da economia. Isso causou uma limitação quanto à

comparações com outras empresas do mesmo ramo de negócio.

Considerando o fato da abordagem de planejamento estratégico proposto

para o “Conjunto Roque Moreira” ter sido participativa e a empresa ser uma

sociedade civil prestadora de serviços na área musical, faz-se necessário as

seguintes recomendações para uma implantação do modelo PEP em organizações

semelhantes ao “Conjunto Roque Moreira”.

1) - A implantação de um planejamento de Marketing – Na busca da

satisfação de necessidades recíprocas organizacionais e de clientes e

consumidores, uma instituição precisa planejar o seu futuro. Além disso, precisa ser

viável, sobrevivendo e crescendo quando possível. Um dos grandes desafios para

uma boa implantação de um planejamento estratégico é, sem dúvida, a análise dos

ambientes da organização, porque por melhores que sejam os métodos de

diagnósticos sempre restará a incerteza do ambiente em contínua mutação.

Como as necessidades atuais e futuras de empresa são muitas, é preciso

compatibilizá-las em um planejamento que estabeleça objetivos e preveja os

recursos disponíveis e indispensáveis à sua execução. Tudo se inicia com uma auto-

avaliação acerca do negócio da organização. Em que negócio ela está e em qual

deveria ou deverá estar.

A definição do negócio da organização deve respeitar as seguintes

dimensões: o grupo de consumidores a serem atendidos, as necessidades desses

consumidores, e a tecnologia necessária para atender essas necessidades.

Outro ponto importante, é a necessidade de uma constante pesquisa e

avaliação em relação aos propósitos da organização, pois eles podem ser alterados.

Há algumas questões fundamentais para essa análise, tais como: Qual é o negócio

da organização hoje? Quem é nosso cliente hoje? Qual o valor agregado do nosso

negócio para o nosso cliente hoje? Qual será nosso cliente amanhã? Qual será

nosso negócio amanhã?

Page 63: TCC Alexandre Chrisfapi

64

Todas as adaptações que possam ser feitas no negócio da organização

tornam-se mais fáceis se a empresa possui sinergias que permitam rápidas

utilizações de capacidades produtivas (produzir novos produtos com os mesmos

recursos materiais), da força distributiva (vender outros produtos ou serviços com a

mesma equipe de vendas ou com os mesmos canais de distribuição).

Neste contexto, sinergia significa as reservas operacionais, onde o todo é

maior que a soma das partes.

2) Capacitação dos funcionários – Capacitar os colaboradores já consta

como uma fase da etapa de preparação do PEP. Em uma empresa que atua nesse

ramo de negócio, que é caracterizado pela instabilidade, esse aspecto deve ter uma

ênfase muito maior, pois a capacitação para a utilização das novas tecnologias e

conhecimentos em relação ao mercado será, para essa organização, um diferencial

importante em competitividade em relação à concorrência.

3) Maior participação dos clientes – esta organização tem o objetivo de

oferecer ao mercado produtos e serviços inovadores e de qualidade, dessa

forma,torna-se impossível a proposição e a implantação de um planejamento

estratégico participativo sem ouvir e identificar as necessidades de seus clientes

internos e externos. Se a satisfação dos clientes não for conseguida com a

implementação do planejamento, todo processo terá sido em vão, ou seja, deve-se

ter o entendimento para uma correta execução do planejamento o fato de que

satisfazer o cliente é fator preponderante para o sucesso do planejamento e do

negócio da organização.

4) Realização de constantes avaliações – A evolução dos mercados e das

tecnologias leva a uma necessidade de reavaliações constantes do planejamento

estratégico de uma organização que atua na área musical, pois esse mercado é

instável e volátil, onde os produtos e serviços se modificam constantemente.

Com base no envolvimento dos integrantes do “Conjunto Roque Moreira”, o

grupo de estudo resolveu propor as seguintes recomendações e ações a serem

implementadas na estrutura da organização:

Page 64: TCC Alexandre Chrisfapi

65

- Mudanças na divisão de tarefas para que a organização se adéqüe às suas

necessidades de trabalho atuais;

- Descentralização do atendimento aos clientes consumidores através de uma

rede de pontos de venda melhor distribuída no mercado;

- Implantação de um processo de avaliação de desempenho da organização,

em relação à concorrência, através de constantes pesquisas de mercado;

- Direcionamento das ações da organização para os seus clientes internos e

externos, com a consciência de que uma organização existe para servir a

sociedade;

- Direcionamento das ações para buscar o melhoramento constante dos

processos de produção da organização;

- Buscar o aprimoramento na gestão do conhecimento e da informação como

forma de melhorar os resultados;

- Incentivar programas e treinamentos que promovam a integração dos

colaboradores com o objetivo de manter um bom clima organizacional.

Page 65: TCC Alexandre Chrisfapi

66

REFERÊNCIAS

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Page 66: TCC Alexandre Chrisfapi

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Page 67: TCC Alexandre Chrisfapi

68

ANEXOS

Page 68: TCC Alexandre Chrisfapi

69

ANEXO A

“CONJUNTO ROQUE MOREIRA”

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO

ROTEIRO PARA ENTREVISTA

Baseado nos conhecimentos adquiridos durante o seminário de sensibilização responda as seguintes questões abaixo:

1) Qual é o negócio da Organização?

2) Qual é a missão da Empresa?

3) Quais as oportunidades do ambiente externo em ordem decrescente de prioridade?

4) Quais as ameaças do ambiente externo em ordem decrescente de prioridade?

5) Quais são os pontos fortes da Organização em ordem decrescente de prioridade?

6) Quais são os pontos fracos da Organização em ordem decrescente de prioridade?

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70

ANEXO B

OPORTUNIDADES DO AMBIENTE EXTERNO

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10-

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ANEXO C

AMEAÇAS DO AMBIENTE EXTERNO

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ANEXO D

PONTOS FORTES DO AMBIENTE INTERNO

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73

ANEXO E

PONTOS FRACOS DO AMBIENTE INTERNO

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BANDA ROQUE MOREIRAANÁLISE DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

DIRETORIARESPONSÁVELMETADATA DE INÍCIODATA TÉRMINOATIVIDADES RESPONSÁVEL RECURSOS HUMANOS MATERIAIS CUSTO PRAZO

LEGENDA CONCLUÍDA DENTRO DO PRAZO ATRASADA

OBS: Para incluir a cor azul na coluna c (Controle) digite 1 , verde digite 2 e vermelho digite 3