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TATIANE JESUS GOMES BATSCHAUER ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM CANOAS, 2007

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TATIANE JESUS GOMES BATSCHAUER

ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: IMPLICAÇÕES

PARA A ENFERMAGEM

CANOAS, 2007

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TATIANE JESUS GOMES BATSCHAUER

ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM

Monografia apresentada ao curso de Enfermagem do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharel em Enfermagem sob orientação da Profa. Ms. Angela Conte Martini

CANOAS, 2007

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TERMO DE APROVAÇÃO

TATIANE JESUS GOMES BATSCHAUER

ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel do Curso de Enfermagem do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE,

pelo avaliador:

Profa. Ms. Angela Conte Martini Unilasalle

Canoas, 10 de julho de 2007.

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Ao meu amigo e marido Jean Roberto, pelo apoio,

incentivo, compreensão, paciência e pelo amor

dedicado a mim, por todas as palavras e gestos de

compreensão. Obrigada por acreditar no meu

potencial. Amo você.

Aos meus pais Cleio e Cleci, mais do que pais,

vocês se tornaram meus melhores amigos.

Dedico esta conquista por todos os momentos em

que se colocaram em segundo plano, por me

educarem, por me ampararem, por me ensinarem a

ser a pessoa que sou, e pelo muito que me sinto

amada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me amparado em todos os momentos da minha

vida, por sempre ter atendido as minhas preces.

Agradeço a cada paciente que encontrei nesta caminhada, com certeza, sem

eles nada seria possível.

A excelente professora Ms. Angela Conte Martini, por aceitar me orientar, pelo

muito que me ensinou, por toda a atenção dispensada, e principalmente por sempre

exigir mais e mais de mim na conclusão deste trabalho.

A todos que contribuíram, torceram e me incentivaram nesta trajetória e que

não foram citados nominalmente

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É ocioso pensar sobre o justo e o

injusto, o certo e o errado e os

efeitos do passado. O útil é

analisar, e se possível extrair uma

lição para o futuro.

Ghandhi

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RESUMO

Trata-se de uma revisão de literatura, que teve como objetivo realizar uma reflexão sobre os erros na administração medicamentosa e suas implicações para a enfermagem, identificando os tipos de erros, os agentes facilitadores e o comportamento dos profissionais de enfermagem. Erros referentes à administração de um medicamento não autorizado foram os mais evidenciados, seguido pelos erros de omissão e com a dose. Entretanto os profissionais ainda encontram dificuldades para identificar os erros com medicamentos deteriorados. Os fatores de risco mais importantes na ocorrência de um erro na administração medicamentosa foram a falta de conhecimento sobre o medicamento, as prescrições ilegíveis, acúmulo de atividade, planta física inadequadas, e o estresse. Na maioria das vezes a ocorrência de um erro acontece por causas multifatoriais. Quando da presença de um erro na administração medicamentosa, os profissionais referem que geralmente informam o mesmo, sendo a primeira conduta comunicar o médico assistente. Os sentimentos como ansiedade, impotência, culpa, raiva, preocupação, insegurança, desespero foram relatados. Na ocorrência de um erro, já não é mais prudente procurar apenas identificar o “culpado”, mas sim “como” e quais os “motivos” que levaram ao erro. Essa nova postura é vista como um instrumento auxiliar no processo de aprendizagem com os erros. Reconhecer o erro é o início de uma caminhada que mais tarde nos levara a necessidade de informá-lo ao maior número de pessoas possíveis, com o intuito de desenvolver estratégias e métodos para, ao menos minimizá-lo. Palavras-chaves: Erro na administração medicamentosa. Enfermagem

ABSTRACT

This is about a literature review that purposes to do a reflection about some mistakes on the drug administration and its influence on nursing, identifying types of mistakes, causes and how the nursing professional is acting in this situations. Mistakes about a drug administration not allowed were the most common, then the omission and dosage mistakes. However, professionals are still having some difficulties to identify the mistakes with damaged drugs. The most important risk factors found on a wrong drug administration were: do not know the medicine, illegible prescription, so much work to do, inappropriate place to work and stress. Sometimes, these mistakes happen because there are multifactorial causes and when there is a mistake on drug administration, the professional usually inform it for assistant doctor. Feelings as: anxiety, impotence, fault, rage, worry, insecurity and despair were related for them. When there is a mistake, it is not necessary only to know who was the blame, but know "how" and "what" was the reason for the mistake. This new point of view helps the professionals know how to learn with mistakes. And, admit a mistake is the first

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step for a long walk, that later will be important to relate for other people, developing strategies and methods to reduce it. Password: Mistake on the Drug Administration - Nursing

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10 2 OBJETIVOS............................................................................................................13 2.1 Objetivo geral .....................................................................................................13 2.2 Objetivos específicos ........................................................................................13 3 METODOLOGIA .....................................................................................................14 4 COMPREENDENDO O ERRO HUMANO ..............................................................16 4.1 A Teoria do Erro Humano..................................................................................16

4.2 Modelo do Queijo Suíço ....................................................................................17 5 ERRO NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ............................................19 5.1 Movimentos do Ministério da Saúde referente ao erro de medicação ..........20 5.2 Erros na administração de medicamentos e a Enfermagem.........................20

5.3 Tipos de erros na administração medicamentosa ..........................................22 6 IDENTIFICANDO OS TIPOS DE ERROS NA ADMINISTRAÇAÕ MEDICAMENTOSA ...................................................................................................24 6.1 Relacionando os tipos de erros conforme definição NCC MERP ..................24 6.2 Analise e reflexão dos erros na administração medicamentosa ...................26

7 RECONHECENDO OS AGENTES FACILITADORES DO ERRO .........................28 8 CONDUTAS DO PROFISSIONAL FRENTE AOS ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS................................................................................................32 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................36

REFERÊNCIAS..........................................................................................................39

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1 INTRODUÇÃO

Durante minha formação acadêmica, tanto na teoria como na prática,

identifiquei o importante relacionamento entre enfermeiro e paciente, e a

preocupação e esforços para fazer da enfermagem uma profissão cada vez mais

sólida. Neste contexto, também observei que assuntos relacionados à falhas

humanas tem sido pouco discutidos e, esta dificuldade parece estar no fato da

enfermagem trabalhar diretamente com seres humanos e que o erro poderia

significar prejuízo à qualidade de assistência.

O ato de errar se faz presente em todas as possibilidades de nossa vida, sendo

ela pessoal ou profissional. Discussões acerca do erro devem levar em consideração

vários fatores, pois na maioria das vezes, não acontece isoladamente, mas sim por

uma combinação sucessiva de eventos.

A administração medicamentosa é uma tarefa de grande responsabilidade para

a enfermagem e, na realidade brasileira, essa atividade é realizada pelos auxiliares e

técnicos de enfermagem, com supervisão da enfermeira. Responsabilidade,

conhecimento técnico e científico são consideradas atribuições necessárias para o

bom desempenho do trabalho, mas que por si só, não garantem para a equipe de

enfermagem a inexistência do erro.

Os profissionais envolvidos no sistema de medicação são os enfermeiros, os

médicos e os farmacêuticos, tornando-se essa atividade multiprofissional, porém,

como a enfermagem atua nos últimos processos - preparo, administração

medicamentosa e monitoramento - recai sobre ela a última oportunidade para se

evitar o erro de medicamentos. E se ele não for evitado, provavelmente a equipe de

enfermagem estará envolvida, podendo ser ou não responsabilizada pelo

acontecido.

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Sabe-se que erros de medicação podem ocorrer como também as condições

para que ocorram podem ser inúmeras, e menosprezar tais acontecimentos não

agregaria valor algum para um atendimento de qualidade. Por se tratar de um

assunto muito polêmico e delicado, uma postura educativa, no lugar de uma punitiva

poderia facilitar discussões sobre a problemática.

Não sabemos precisar a quantidade de erros que ocorrem diariamente. Por

ser um assunto velado, muitas vezes só é percebido quando da ocorrência de

efeitos colaterais ou mesmo a morte. Isso porque admitir um erro não é uma tarefa

fácil, principalmente dentro de uma sociedade que esta mais inclinada em descobrir

“quem foi?” do que para identificar “como?” e “por quê?” tais erros acontecem.

Vivemos numa sociedade onde a necessidade de se identificar os culpados com a

maior rapidez possível é mais valorizada, do que entender quais os fatores que

levaram a ocorrência do erro.

Quando um profissional constata que administrou alguma medicação errada,

ou até mesmo o informam do erro que cometeu não se sabe qual será sua reação.

Por isso considero importante que os administradores levem em consideração

muitos aspectos sobre o ocorrido, realizando uma análise aprofundada do contexto,

e quais fatores podem estar presentes, antes de definirem qual a melhor conduta

com futuro do funcionário.

Nos Estados Unidos, a preocupação crescente com o erro de medicamentos

fez com que muitas associações e órgãos fossem criados. No Brasil já é possível

identificar movimentos de algumas instituições públicas (Agência Nacional da

Vigilância Sanitária), e privadas da saúde preocupadas em trabalhar com o assunto.

Seguindo esse raciocínio, muitas questões surgiram em meu pensamento, e o

interesse de realizar um trabalho abordando esse tema partiu da necessidade em

realizar um levantamento junto à literatura sobre quais os tipos de erros já descritos

e os fatores de riscos também identificados. E, a partir desse embasamento,

compreender não apenas como ocorrem os erros de medicamentos, mais refletir

sobre a repercussão destes acontecimentos no comportamento dos profissionais de

enfermagem.

Esse trabalho não tem a pretensão de buscar solucionar todas as questões

envolvidas no tema, mas sim, realizar um convite à equipe de enfermagem para a

compreensão e reflexão do assunto. Sugerindo que todos se mobilizem em

discussões e estudos sobre os erros na administração medicamentosa, reafirmando

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a busca dos enfermeiros, cada vez, mas acirrada na garantia de uma assistência de

qualidade voltada para o paciente e da consolidação da enfermagem enquanto

profissão, disciplina, ciência e arte.

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2 OBJETIVOS

No presente capítulo será apresentado o objetivo geral e os objetivos

específicos referentes ao trabalho em questão.

2.1 Objetivo geral

Realizar uma reflexão sobre os erros na administração medicamentosa e suas

implicações para a enfermagem, por intermédio de uma revisão de literatura, junto

às publicações brasileiras.

2.2 Objetivos específicos

Identificar os tipos de erros na administração de medicamentos mais

evidenciados pelos pesquisadores;

Identificar e compreender os agentes facilitadores do erro na administração

medicamentosa;

Identificar e analisar o comportamento dos profissionais, frente ao erro na

administração de medicamentos.

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3 METODOLOGIA

O trabalho de revisão de literatura parte do levantamento de publicações

acerca dos assuntos sobre o tema proposto, em meio eletrônico e em material

impresso, englobando livros, teses, dissertações, artigos, entre outros.

Serão selecionados os materiais que respondam aos objetivos do estudo,

utilizando a técnica da leitura informativa. Para Marconi e Lakato (2005, p. 21), a

leitura informativa propicia a absorção completa do conteúdo e dos significados. Está

dividida em sete fases:

a) de reconhecimento ou prévia: realização de uma leitura rápida, procurando

por um assunto de interesse;

b) exploratória ou pré-leitura: com a finalidade de localizar informações que

sabemos já existirem;

c) seletiva: é realizada a seleção e concentração das informações mais

importantes, eliminando-se o supérfluo;

d) reflexiva: leitura mais aprofundada para se reconhecer e avaliar as

informações, as intenções e os propósitos do autor;

e) crítica: avaliação das informações do autor, realizada em duas fases, a

primeira é entendimento do que o autor quis transmitir, e na segunda fase

baseando-se na compreensão do quê e do porquê de suas proposições,

retificar ou ratificar nosso próprio argumento e conclusões;

f) interpretativa: se faz uma relação entre as afirmações do autor com o

problema em estudo, trata-se de uma associação de idéias, transferência

de situações e comparação de propósitos, selecionando-se apenas o que

for útil e pertinente, ou seja, que tenha função de provar, retificar ou negar,

definir, delimitar e dividir conceitos, justificar ou desqualificar e auxiliar a

interpretação de proposições, questões, métodos, técnicas, resultados ou

conclusões;

g) explicativa: objetivando verificar os fundamentos de verdade enfocados pelo

autor.

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Para contemplar os objetivos deste trabalho será desenvolvida a análise e

interpretação dos dados. Na análise serão identificadas as relações existentes entre

o fenômeno estudado e outros fatores. A interpretação dos dados esclarece o

significado do material apresentado

Os conteúdos analisados e interpretados serão organizados em temas e sub-

temas, conforme os objetivos deste estudo.

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4 COMPREENDENDO O ERRO HUMANO

Compreender as questões envolvidas no contexto do erro e do ser humano,

esta sendo o objeto de interesse para muitos profissionais, psicólogos,

farmacêuticos, engenheiros em áreas como, por exemplo, as indústrias aéreas e

nucleares, e mais recentemente na área da saúde. Um importante colaborador para

auxiliar-nos na compreensão do erro, é o psicólogo James Reason, que apresenta a

abordagem da pessoa e do sistema, para se compreender a problemática entre os

erros e os seres humanos.

4.1 A Teoria do Erro Humano

Segundo Reason (2000, p. 768) a abordagem pessoal, ou seja, voltada na

pessoa, refere-se aos erros e violações de procedimentos, que podem ser

identificados como falta de atenção, baixa motivação, esquecimento, negligência e

descuido. Logo, as contramedidas adotas para reduzir tais violações, na maioria dos

casos são campanhas baseadas no medo, medidas disciplinares e

responsabilização. Dentro desta abordagem, a origem do erro é entendida como

uma questão moral, apontando como a única causa do erro as pessoas,

desconsiderando o contexto sistêmico no qual o indivíduo esta inserido.

Na abordagem sistêmica Reason (2000, p. 768) defende que humanos são

falíveis e que erros devem ser esperados, mesmo nas melhores organizações.

Nesse contexto, os erros são vistos como conseqüências e não como causas, tendo

suas origens não somente na natureza humana, mas em fatores sistêmicos. As

contramedidas, neste caso, são apoiadas na premissa de que não se pode modificar

a condição do ser humano, porém, podem-se mudar as condições nas quais os

seres humanos trabalham, adotando sistemas de defesas diversos, para que

permitam reduzir a probabilidade da ocorrência de erros.

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Reason (2000, p. 769) ilustra a ocorrência de erros através do modelo do

queijo suíço, onde as barreiras, as defesas e as proteções podem ser derrubadas

por acidentes.

4.2 Modelo do Queijo Suíço

Geralmente, a ocorrência de um erro segue o modelo do queijo suíço, onde de

acordo com esse modelo, os processos envolvendo alta tecnologia apresentam um

número maior de camadas defensivas, sendo estas mecânicas, alicerçadas em

pessoas e procedimentos administrativos.

Essas camadas defensivas (barreiras) segundo Reason (2002, p. 769), têm o

papel de proteção para as pessoas e bens (vítimas potencias). Mas, mesmo que

essas barreiras sejam bastante efetivas, os pontos frágeis, sempre existirão.

Sendo assim, o ideal seria que essas barreiras defensivas fossem intactas,

mas, na realidade, elas se assemelham muito com as fatias de um queijo suíço, com

muitos furos. Os furos por si só, em cada fatia, não representam resultados

indesejáveis, mas, se os diversos furos nas sucessivas camadas, por uma ação

continuada, se alinharem, existirá uma probabilidade de ocorrer uma trajetória de

acidentes, que certamente apresentará vítimas e perdas.

Reason (2000, p. 769) destaca que de acordo com essa teoria, a ocorrência de

eventos adversos envolve uma combinação de dois fatores: “falhas ativas” e

“condições latentes”. Falhas ativas são como os atos inseguros cometidos pelas pessoas que

estão em contato com os pacientes ou sistemas. Podendo ser comparados

com mosquitos, que podem ser eliminados, um a um, mas que continuarão

a surgir. Condições latentes são os inevitáveis patógenos residentes dentro

do sistema, com origem que foram tomados por construtores, projetistas,

arquitetos, elaboradores de procedimentos e o alto escalão gerencial.

(REASON, 2000, p. 769)

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Figura 1 - O modelo do queijo suíço de como as defesas, barreiras, e a proteções

podem ser derrubadas por acidentes. Fonte: REASON , J. V. 320, p. 769, 2000.

Através dessa teoria, sobre o erro em relação às pessoas e sistemas,

conseguimos compreender o quanto é importante adotarmos alternativas voltadas

para ações que evitem a ocorrência de novos erros, entendendo porque eles

ocorrem, ao invés de uma gestão voltada para as punições ou demissões,

responsabilizando apenas o indivíduo.

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5 ERRO NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Segundo Bates et al (1995, p. 29) e Leape et al (1995, p. 35) os erros na

medicação são considerados eventos adversos1 ao medicamento passíveis de

prevenção, podendo ou não causar dano ao paciente, com possibilidade de ocorrer

em um ou em vários momentos dentro do processo de medicação.

Para o National Coordinating Council for Medication Error Reporting and

Prevention (NCCMERP, 1998), erro de medicação é qualquer evento previsível que

pode causar ou conduzir ao uso inadequado do medicamento ou risco ao paciente,

enquanto o medicamento está sob o controle do profissional da saúde, paciente ou

consumidor. Tais eventos podem estar relacionados à prática profissional, aos

produtos para a saúde, e aos procedimentos e sistemas, incluindo: prescrição;

comunicação da ordem; rótulo; embalagem e nomenclatura dos produtos; preparo;

dispensação; distribuição; administração; educação; monitoramento e uso.

Um outro conceito apresentado por Rosa e Perini (2003, p. 336) diz que erro na

medicação é qualquer evento evitável, de fato ou potencialmente, podendo ou não

causar ao usuário dano relacionado ao uso inadequado do medicamento, não

importando se o medicamento se encontra sob controle do profissional da saúde,

paciente e consumidor.

Conforme Otero et al (2003, p. 138) o erro na medicação inclui uma ampla

categoria de eventos que não necessariamente promovem danos, entre esses o erro

potencial. O erro potencial é um erro na medicação que poderia ter causado dano,

1 Evento Adverso ao Medicamento (EAM) É qualquer evento que ocorra em vigência da ação ou da retirada de um medicamento, sem necessariamente ter uma relação causal com o mesmo. Enquanto que Reação Adversa ao Medicamento (RAM) é qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas no homem para a profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade, conforme definido pela Organização Mundial de Saúde OMS (ANVISA, 2003).

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entretanto este dano não ocorreu, por “sorte” ou por ter sido interceptado antes de

chegar ao paciente.

Apesar de existir um consenso entre os diversos autores para definir erro de

medicação, esta definição ainda não esta amplamente divulgada, o que pode fazer

com que os enfermeiros, bem como os demais profissionais envolvidos no processo,

tenham dificuldade para identificar uma situação real de erro.

5.1 Movimentos do Ministério da Saúde referente ao erro de medicação

A ANVISA vem desenvolvendo estratégias para notificações de eventos

adversos. Como exemplo temos o projeto dos Hospitais Sentinelas, que são uma

rede de hospitais em todo o pais preparados para notificar tais eventos e queixas

técnicas de produtos de saúde, incluindo os medicamentos (BRASIL, 2007).

Outro componente importante construído pela ANVISA, foi o desenvolvimento

de um formulário denominado Notificação de suspeita de erro de medicação, que

esta disponível em seu site, para qualquer profissional da saúde que se interessar

em comunicar um erro. Este formulário encontra-se na fase de teste, e todas as

notificações são mantidas no anonimato, com essa proposta a ANVISA pretende

auxiliar na prevenção e redução dos erros envolvendo medicações (BRASIL, 2007).

Para Carvalho e Cassiani (2002, p. 528) os relatórios dos erros de medicação

não devem ser vistos com um propósito punitivo, mas como dados que permitam o

desenvolvimento de ações educacionais e administrativas.

5.2 Erros na administração de medicamentos e a Enfermagem

A enfermagem atua principalmente nos dois últimos processos da medicação,

a administração e o monitoramento deste medicamento no paciente, assim recai

sobre a mesma a última chance para se evitar um erro.

Conforme Coimbra, Ao executarem as atividades determinadas como de sua competência, os profissionais da área de saúde procuram efetiva-las com destreza e precisão, objetivando atingir sempre uma assistência benéfica. É estabelecida uma relação implícita de confiança entre a equipe de enfermagem e o cliente. Ao se defrontar com uma situação de erro, esta relação de confiança é rompida. (2004, p. 43).

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Quando se cuida do paciente, no dia-a-dia da prática de enfermagem, uma das

habilidades que se leva ao leito dos pacientes, é a capacidade de administrar

medicamentos. Dos pontos de vistas legal, ético e prático, a administração de

medicamentos é muito mais que apenas uma prestação de “serviço”. É uma

habilidade altamente técnica que requer conhecimento amplo, habilidade analítica,

julgamento profissional e experiência clínica (CABRAL, 2002, p. 03).

Conforme Cassiani (2000, p. 28), para garantir a segurança na administração

de medicamentos, cinco “certos”, devem ser cuidadosamente observados: paciente

certo, horário da administração certo, dose certa, via de administração certa e

medicamento certo.

O papel do enfermeiro no processo de administração de medicamentos é de

grande importância, motivo pelo qual ele deve compreender a atuação das drogas

no organismo, com vistas a uma assistência de enfermagem de qualidade.

(GOLDENZWAIG, 2004, p. 01). Entretanto, a enfermagem não pode se restringir ao

conhecimento técnico sobre os medicamentos. É importante que conheça como

esse medicamento chegou até a sua unidade de trabalho, ou seja, como é feita sua

distribuição, e quais as atividades que envolvem esses profissionais dentro deste

processo (MOTTA e SANTOS, 2003, p. 17).

O enfermeiro, preocupado em prestar uma assistência de enfermagem de

qualidade e com segurança ao paciente, encontrará no conhecimento um importante

aliado, pois adotar um pensamento crítico e reflexivo é uma das atribuições que

favorecem o cuidado.

Conforme Cassiani (2000, p.15) administrar medicamentos é um processo

multidisciplinar num multissistema, que envolve profissionais como médicos,

farmacêuticos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. É uma função

terapêutica de enfermagem e dependente das prescrições médicas, sendo exercida

em locais como instituições de saúde, farmácias e domicílios.

A administração, sendo considerada como um processo que envolve muitos

profissionais reporta aos enfermeiros a necessidade de se trabalhar em equipe,

conhecendo o papel de cada um dentro do contexto medicamentoso. Nesse sentido,

segundo Veiga e Crossetti (2002, p. 62), é dever do enfermeiro, enquanto membro

da equipe, questionar qualquer prescrição ambígua ou que possa ser perigosa ou

que tenha produzido para efeitos que possam comprometer de maneira efetiva a

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integridade do paciente. O conhecimento é, portanto, a base fundamental na

administração de medicamentos.

5.3 Tipos de erros na administração medicamentosa

Na literatura atual, muitos autores como CASSIANI (2000, p. 101) e a

NCCMERP (1998) já apresentaram uma taxonomia para os erros relacionados à

administração medicamentosa, sendo eles:

a) erros de omissão: falha ao administrar uma dose prescrita pelo médico, as

exceções são aquelas que incluem a recusa do paciente em tomar o

medicamento e a falha em administrar uma dose por causa das interações

reconhecidas;

b) erro na administração de um medicamento não autorizado: administrar

medicamento ao qual não havia sido prescrito, por meio de doses a

pacientes errados, doses não prescritas, administração de medicamento

errado ou descontinuada e doses fora dos parâmetros ou protocolos

clínicos;

c) erros em dose extra: administração de doses duplicadas a pacientes, ou

uma ou mais doses além da prescrita. Pode incluir a administração de

doses de medicamentos após ter sido modificada a prescrição;

d) erros com a via: administração de medicamento em via diferente daquela

prescrita ou doses administradas em via correra, mas em local incorreto

(ex.: olho direito ao invés de olho esquerdo);

e) erros com a dose incorreta: administração de dose incorreta de

medicamento a um paciente, como por exemplo, o paciente necessita

receber dois comprimidos de 40mg e recebe apenas um;

f) erros devido ao horário incorreto: administrar medicamentos fora dos

intervalos predefinidos da instituição ou da prescrição. Exemplo, o

paciente necessita receber medicamento antes das refeições e recebe

após;

g) erros devidos à incorreção na preparação do medicamento: medicamento

incorretamente formulado ou manipulado; diluição ou reconstituição

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incorreta ou inexata, falha ao agitar suspensões, diluir medicamentos que

não podiam ser diluídos, misturar medicamentos que são física ou

quimicamente incompatíveis e a inadequada embalagem do produto;

h) erros devidos a técnicas incorretas na administração: uso de

procedimentos inconvenientes ou técnicas impróprias, como falhas ao

manter técnicas de assepsia, falhas na lavagem das mãos ou técnicas

impróprias de lavagem de mãos, entre outros;

i) erros com medicamentos deteriorados: administração de medicamentos

quando a integridade física ou química da dose foi comprometida, por

exemplo, medicamento com validade expirada e medicamentos não

apropriadamente guardados;

j) outros tipos adicionais de erros incluem:

Erros de prescrição: seleção inapropriada de um medicamento

(baseada em indicações, contra-indicações, alergias conhecidas,

terapia com outros medicamentos existentes e outros fatores),

dose, apresentação, quantidade, via de administração e

concentração;

Erros de distribuição: falha em dispor um medicamento após a

prescrição do médico ou dentro de um período específico de tempo

do recebimento da prescrição, como distribuir o medicamento em

doses incorretas, rótulos inconvenientes, incorretos ou

inadequados, preparação incorreta ou inapropriada, distribuição de

medicamento com data expirada, estocado impropriamente;

Erros potenciais: erros na prescrição, distribuição ou administração

detectados e corrigidos antes da administração atual do

medicamento, ou seja, aquelas situações cujo potencial para a

ocorrência dos erros, foi detectado anteriormente.

Diferentes tipos de erros na administração medicamentosa já foram relatados

por diversos autores, no entanto é necessário que os profissionais envolvidos nesta

atividade tenham acesso a essas informações e conhecimento desses erros, como

também, plena consciência dos riscos e fatores que afetam a qualidade da

assistência de enfermagem.

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6 IDENTIFICANDO OS TIPOS DE ERROS NA ADMINISTRAÇAÕ MEDICAMENTOSA

Muitos são os tipos de erros que tendem a ocorrer quando da administração de

um medicamento. Uma das necessidades para os profissionais envolvidos nessa

problemática, é ter acesso ao conhecimento dos mesmos, para então, conseguirem

identificar cada tipo de erro possível de ocorrer. Isso porque, as instituições têm

dificuldade em avaliar e implementar medidas preventivas, principalmente por não

haver uma definição clara, entre os profissionais, do que realmente constitui um erro

da medicação (CHIERICATO et al, 2001, p. 79).

Refletindo sobre este assunto, e buscando alcançar um dos objetivos proposto

por este estudo, o presente capítulo apresentará os tipos de erros mais

evidenciados, nas referências consultadas.

6.1 Relacionando os tipos de erros conforme definição NCC MERP

Para facilitar a identificação dos diferentes tipos de erros mais evidenciados na

literatura, será utilizado como referencial a definição de erro na medicação adotada

pela NCC MERP, já descritos no capítulo 5. Os diversos tipos de erros evidenciados

pelos autores, serão alocados conforme a taxonomia da NCC MERP.

Souza et al (2000) nos apresentou os erros de omissão e falta de

medicamento, Bueno et la (1998) utiliza a denominação de não administração

medicamentosa e Monzani (2006) utiliza a denominação de omissão. Miasso et al

(2006) demonstrou em seu estudo o erro relativo ao registro de medicação, que

quando não realizado ou realizado inadequadamente, pode criar dúvidas nos

profissionais, que não saberão com exatidão se o medicamento foi ou não

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administrado. Estes erros são categorizados conforme a taxonomia da NCC MERP

como um erro de omissão. Seguindo a classificação da NCC MERP, na categoria denominada erro na

administração de um medicamento não autorizado, podemos identificar as seguintes

denominações: administração de um medicamento errado (SOUZA et al, 2000;

CARVALHO et al, 1999 e BUENO et al, 1998), paciente errado, drogas erradas

(BUENO et al, 1998), administração de um medicamento não prescrito (BUENO et

al, 1998 e MONZANI, 2006), e erro com o paciente (MIASSO et al, 2006).

Aos pesquisarmos os erros referentes às doses extras, a única denominação

adicional com o mesmo significado foi à dose incorreta, sendo compreendida com

uma dose administrada mais do que o prescrito (CARVALHO et al, 1998).

Carvalho et al (1999) refere-se aos erros com a via, apresentando

denominações como: local e via incorretos, Souza et al (2000) também utiliza a via

incorreta para identificar os erros com a via, para Bueno et al (1998) a denominação

utilizada é via de administração errada.

Dose incorreta (Carvalho et al, 1999; Souza et al, 2000 e MONZANI, 2006) foi

mencionada em estudos distintos considerando mesma denominação da NCC

MERP, e dose errada é a terminologia utilizada por Bueno et al (1998).

Erros de horário (MIASSO et al, 2006 e MONZANI, 2006) e medicamentos

incompatíveis no mesmo horário (BUENO et al, 1998) referem-se aos erros devido

ao horário incorreto (NCC MERP, SOUZA et al, 2000 e BUENO et al, 1998),

Os erros devido à incorreção na preparação do medicamento podem ser

entendidos como aqueles levantados nos estudos como: erro no preparo da

medicação (SOUZA et al, 2000; MIASSO et al, 2006), erro na administração de um

medicamento (MIASSO et al, 2006) e diluição errada (BUENO et al, 1998).

Para erros devido a técnicas incorretas na administração foram citados: técnica

incorreta (MONZANI, 2006), erros relativos ao preparo e administração dos

medicamentos (MIASSO et al, 2006) e erro na velocidade e gotejamento de um

medicamento.

Quanto aos medicamentos deteriorados, podemos observar que apenas nos

estudos de Souza et al (2000) e Bueno et al (1998) respectivamente são

evidenciados como erros com medicamentos deteriorados e medicamento vencido.

O erro potencial, a falha na requisição do medicamento, o atraso na farmácia,

falta do medicamento (SOUZA et al, 2000), erro na solicitação e dispensação do

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medicamento, falhas de comunicação, organização da unidade (MIASSO et al,

2006). Erros que incluem a apresentação do medicamento e prescrições (MONZANI,

2006) e erro referente à falta de avaliação prévia do paciente do paciente

(CARVALHO et al, 1999 e BUENO et al, 1998), podem ser classificados dentro da

taxonomia da NCC MERP como outros tipos adicionais de erros incluindo a

prescrição, distribuição e erro potencial.

Ao refletirmos sobre um erro referente à falta de avaliação prévia do paciente,

Bueno et al (1998, p. 102) afirma que o conhecimento do cliente, obtido através da

entrevista e exame físico, é também condição para administração segura dos

medicamentos.

Como podemos observar um mesmo erro, pode ser classificado, conceituado,

identificado de diferentes formas. Logo, se faz imperioso para os profissionais

ligados ao processo da administração medicamentosa, tomar conhecimento desses

conceitos, conseguindo identifica-los, de preferência ainda antes de sua ocorrência.

Muitas vezes não está claro para os funcionários o que é um erro na administração

medicamentosa. E essas obscuridades de informações e desconhecimentos podem

desencadear uma infinidade de novos erros. .

6.2 Analise e reflexão dos erros na administração medicamentosa

O erro referente à administração de um medicamento não autorizado, bem

como, erro referente a outros tipos adicionais de erros foram os mais evidenciados

com unanimidade pelos autores pesquisados.

Como segundo erro mais evidenciado pelos autores, encontramos os erros de

omissão, erros com a dose incorreta, com o horário incorreto e relativo à incorreção

no preparo do medicamento.

Apenas no estudo de Carvalho et al (1999) o erro de omissão e o erro de

horário incorreto não são citados. Para os erros relativos à dose incorreta, Miasso et

al (2006) não o cita em seus estudos. No estudo de Monzani (2006) não se

identificou nenhum erro relativo a erros devido à incorreção no preparo do

medicamento.

Os erros relacionados com a via de administração e com as técnicas

incorretas na administração foram os terceiros erros mais referenciados pelos

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autores. Sendo que os autores Manzoni (2006) e Miasso et al (2006) não

mencionam em seus estudos esse tipo de erros.

Erros relativos à administração de medicamentos deteriorados e dose extra

ocuparam respectivamente o quarto e quinto lugar em relação a sua denominação,

de acordo com os estudos pesquisados Os únicos autores que abordaram esse erro

foram Souza et al (2000).

Diante do grande número de erros relacionados na administração de

medicamentos apresentados nos estudos, podemos observar que alguns erros são

mais mencionados do que outros.

Abordar questões que envolvam os erros relativos a um medicamento

deteriorado e técnicas incorretas na administração podem estar diretamente

correlacionados com a forma como os profissionais e até mesmo a própria instituição

trabalham a educação continuada. Portanto é de fundamental importância que todos

os profissionais envolvidos no contexto da administração medicamentosa, incluído

os gestores, procurem desvendar qual o motivo para que determinados tipos de

erros sejam mais relatados que outros. O processo de compreensão de um erro na

administração medicamentosa é um ponto a ser investigado dentro deste cenário, e

muitas vezes este relacionado com o dano que o erro tende a causar no paciente.

Ao analisarmos os erros referentes à falta de avaliação prévia do paciente

podemos constatar o nível de cuidado assistencial desenvolvido pela equipe de

enfermagem, principalmente no que diz respeito a uma das atribuições da

enfermeira, a consulta de enfermagem.

Muitos dos erros aqui apresentados podem ser considerados erros relativos a

fatores individuais, entretanto, a maioria desses erros ocorrem devido a uma série de

ocorrências e estão voltados para a questão sistêmica do erro, e neste caso

precisam ser analisados de acordo com esta visão, pois quando há uma avaliação

mais aprofundada sobre a ocorrência de um erro, podemos identificar um somatório

de fatores que levam a ocorrência do mesmo.

Considerando essas possibilidades e procurando responder aos objetivos

proposto neste estudo, no próximo capítulo, será abordado os fatores que possam

facilitar a ocorrência dos erros.

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7 RECONHECENDO OS AGENTES FACILITADORES DO ERRO

Ao abordarmos a questão de erros na administração medicamentosa,

buscando identificar e compreender quais os fatores que auxiliam para a ocorrência

de erros se faz necessário considerar quais são os fatores envolvidos nesta

contextualização. Para então a partir dessas informações, desenvolvermos políticas

de segurança para os pacientes e profissionais, na tentativa de evitar os erros ao

máximo. Outro ponto importante é identificarmos quais os setores, dentro de uma

instituição, mais vulneráveis para a ocorrência das chamadas “armadilhas”.

O primeiro passo para a prevenção do erro é saber que ele existe, somando-se

a esse fato o melhor entendimento dos tipos de cada erro, suas causas e

conseqüências (HARADA, 2006, p. 28).

Com relação à administração de medicamentos, constata-se que, nas

instituições hospitalares, em suas diversas unidades, os profissionais da equipe

multidisciplinar, envolvidos nas diferentes etapas do processo de medicação,

manuseiam inúmeros medicamentos, estando, consequentemente, expostos aos

riscos de eventos adversos. (SANTOS e Padilha, 2005, p. 430). Sendo assim, a

exigência de uma equipe coesa e comprometida na identificação e compreensão

dos erros, é fator determinante para a redução dos erros.

Compreender as inúmeras causas que levam a ocorrência de um erro na

administração de medicamentos é uma atividade extremamente trabalhosa e

minuciosa, porém, ao se discutir, conhecer, entender e propagar tais fatores

conquistaremos uma grande vitória sobre os erros.

A falta de atenção, ou distração, falta de conhecimento, falta de preparo do

profissional, cansaço, estresse, negligência ou imprudência são fatores que

envolvem o próprio profissional. Falta de funcionários gerando sobrecarga de

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trabalho são identificados como fatores relativos ao trabalho. (CARVALHO et al,

1999).

Ao nos reportarmos aos casos onde o estresse é o agente facilitador de um

erro na administração, fica claro que todo o “cuidador” - pois é assim que podemos

considerar o profissional de saúde -, deve ter a sensibilidade de entender que cuidar

de si mesmo é uma das garantias para que o seu trabalho seja realizado com

excelência na assistência de enfermagem. Da mesma forma, a instituição precisa

estar sensível às condições de trabalho dos profissionais.

Como mencionado anteriormente, a administração medicamentosa é um

processo multidisciplinar, e um dos exemplos clássicos são as prescrições ilegíveis,

redigidas manualmente para então serem dispensadas pela farmácia, podendo

representar um outro agente facilitador para ocorrência de erros, pois dificultam a

leitura das mesmas. (OLIVEIRA ECT al, 2005 e CARVALHO et al, 1999), este

processo inclui o trabalho do médico, do farmacêutico e do enfermeiro.

Um outro fator muito importante refere-se exclusivamente ao próprio

medicamento (BUENO et al, 1998) podendo ser compreendidos por embalagens

semelhantes para produtos distintos. Uma das medidas adotadas pela ANVISA foi

estabelecer a padronização de cores para os rótulos dos medicamentos, incluindo o

cloreto de potássio e a glicose concentrada. Determinação esta, como resultado da

identificação desse fator causal após uma ampola de cloreto de potássio ter sido

administrada equivocadamente no lugar de uma ampola de glicose. (BRASIL, 2003)

Agentes facilitadores relacionados à organização do trabalho incluem acúmulo

de atividades, recursos humanos insuficientes e mal qualificados, locais desprovidos

de materiais, aparelhos e recursos financeiros, juntamente com fatores ambientais

entendidos como uma planta física inadequada, freqüentes interrupções de outros

profissionais, presença de ruídos e luminosidade foram evidenciados por Carvalho e

Cassiani (2000, p. 323). Neste mesmo estudo também foram apontadas algumas

falhas de não cumprimento de políticas e procedimentos, falhas no sistema de

distribuição de medicamentos, de comunicação, que contribuem para a existência do

erro.

Problemas e dificuldades em seguir normas e regras não podem ser

menosprezados, implica em uma atenção especial por parte dos gestores, para que

tais situações não sejam rotineiras. O profissional enfermeiro que conseguir

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desenvolver a liderança, certamente conseguirá transmitir a sua equipe as

necessidades de se respeitar as normas preconizadas.

Atividades rotineiras, mas prioritárias na administração de medicamentos

também podem desencadear erros na administração como, por exemplo, concentrar

grande número de medicamentos para serem administrados num determinado

período, geralmente pela manhã, administrar medicamentos em horários de

passagem de plantão (LAGANÁ et al, 1989). Mas que quando identificado, não

requer envolvimento de recursos financeiros, mas sim, de uma comunicação efetiva

com os médicos e farmacêuticos.

O excesso de trabalho, a gestão de pessoal, falhas de comunicação e

integração de pessoas e setores e um grande número de medicamentos existente

(MIASSO et al, 2006) também podem ser entendidos como fatores de risco quando

da administração de um medicamento.

Harada (2006, p. 31) também cita os fatores ambientais, humanos e

institucionais como contribuintes na ocorrência dos erros. E afirma que muitas vezes

esses fatores encontram-se entrelaçados em uma única ocorrência de erro.

Uma das melhores condutas que as instituições e os profissionais podem

realizar é a adoção de algumas normas gerais. No que diz respeito à instituição,

autores como Cassiani (2000), James Reason (2001) e Santos que aconselham que

as empresas adotem uma postura onde se estude o erro ocorrido, entendendo que o

mesmo pode ter ocorrido devido a questões de planejamento e gestão não efetivas,

considerando o assunto uma questão sistêmica, e não apenas individualista. E por

sua vez, cada profissional precisa lançar mão dessas normas estabelecidas pela

instituição, bem como, respeitar e realizar os princípios gerais utilizados para a

administração de medicamentos.

Algumas particularidades podem ser identificadas ao analisar o local onde o

erro acontece. Oliveira et al (2005, p.400) cita o setor de emergência que, por sua

rotatividade e dinâmica de atendimento agrega fatores como o stress e escassez de

profissionais. Por esse motivo, é considerada uma área de alto risco para ocorrência

de vários tipos de eventos adversos, tais como: as reações adversas, interações

medicamentosas, reações alérgicas e os erros de medicamento. Este fato pode

sinalizar um maior potencial de erros na administração medicamentosa, em

determinados setores, com características semelhantes e com alto nível de

complexidade.

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Superar as falhas e problemas requer o conhecimento de que toda atividade de

assistência à saúde possui pontos frágeis podendo comprometer a segurança do

paciente. A chave para reduzir o risco é criar um ambiente que elimine a cultura da

culpa e punição, substituindo-os por uma cultura de vigilância e cooperação,

expondo dessa forma os pontos fracos que podem concorrer para causar o erro.

(NÉRI, 2004, p.. 39)

Fatores relacionados à comunicação, revelam-se de grande importância para

todos, e neste sentido, comunicação deve ser interpretada também com a realização

das notificações de cada erro. Assim as informações contidas em uma notificação de

erro, facilitaria a identificação do mesmo em outros setores, sem que o mesmo

venha a ocorrer. Neste cenário poderíamos entendê-lo não mais com um erro

específico, mas com um erro em potencial, ou seja, que poderia acontecer, mas que

foi interceptado a tempo.

Coimbra (2004, p. 176) defende a necessidade dos gestores institucionais

reestruturarem o sistema, buscando melhoria nos recursos humanos (números

suficiente e qualificação) e ambiente de trabalho adequado (arquitetura,

equipamentos e materiais) e promoverem cursos de atualização e treinamento.

Ao estabelecermos um sistema de comunicação efetivo, estamos iniciando o

primeiro passo para a aprendizagem desses erros, como também um passo

importante para a redução dos mesmos.

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8 CONDUTAS DOS PROFISSIONAIS FRENTE AOS ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Neste capitulo apresentaremos quais as condutas que o profissional envolvido

no erro de administração medicamentosa realiza. Não se trata de um capítulo para

discutir questões jurídicas, como a imprudência, imperícia e negligência, que por si

só, já remeteriam material suficiente para um novo estudo. A decisão em não

abordar este assunto, no presente estudo, não significa que desmerecemos tal

problemática, pelo contrário, todos os profissionais de saúde devem sempre

trabalhar fundamentados pelo código de ética de suas profissões.

Mesmo considerando todas as questões jurídicas intrincadas no contexto do

erro na administração de medicamentos, nossa busca estende-se para um outro

foco, aquele relacionado com as condutas dos profissionais frente ao erro.

Das condutas que podem ocorrer perante um erro na administração de

medicamentos destacam-se a observação rigorosa das reações, comunicar ao

médico assistente, controlar os sinais vitais, comunicar e orientar o paciente sobre o

ocorrido, realizar anotações no prontuário do paciente, e comunicar o erro

imediatamente a fim de se tomar providências e apurar as responsabilidades

(BUENO el al, 1998).

Com as atitudes acima mencionadas, podemos verificar que o profissional esta

voltado exclusivamente aos cuidados que o paciente deve receber no sentido de que

algo seja feito para reverter tal situação. E talvez por isso, detendo o conhecimento

de que para muitos medicamentos existe um antagonista, uma das primeiras

atitudes é comunicar o médico.

A questão de se comunicar o erro imediatamente, com o objetivo de se apurar

as responsabilidades, parece muito apropriada, porém, é necessário que tais

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profissionais não elejam tal conduta como uma forma de apenas identificar um

responsável, mas sim de se descobrir quais os reais motivos que provocaram tal

erro.

Para as condutas que se referem às questões administrativas, onde quem

executa a conduta não é mais o profissional, mas sim a instituição, podendo ser

representada pelo enfermeiro responsável, destacam-se a expedição de relatórios,

orientação ao funcionário, advertência verbal e escrita, suspensão, demissão ou até

mesmo nenhuma providência tomada (MIASSO et al, 2006) E também elaborar

medidas para levantar as ocorrências e programas para diminuir os erros (BUENO et

al, 1998).

Vale lembrar que a orientação do pessoal é sempre uma atitude de extrema

importância, entretanto, as dúvidas devem ser examinadas e sanadas antes da

administração e não após a ocorrência do Erro. Este é sem dúvida o papel do

enfermeiro como supervisor. (BUENO el al, 1999, p. 71).

Constata-se que as providências administrativas frente ao erro na medicação

voltam-se para o profissional que errou e não para o desenvolvimento de estratégias

que transformem o erro em aprendizado para o sistema (MIASSO et al, 2006, p.

529). No estudo de Carvalho e Cassiani (2002, p. 527) ficou evidenciado que

medidas tomadas pela chefia são, na maioria, relatórios de caráter punitivo. No

entanto tal medida pode acarretar subnotificações e diminuição dos relatos

voluntários dos erros de medicação..

No estudo de Carvalho e Cassiani (2002, p. 45) pelos relatos apresentados

concluísse que a maioria dos profissionais, percebeu e comunicou os erros,

facilitando as intervenções de enfermagem e médicas para minimizar as

conseqüências aos pacientes.

Padilha et al (2002, p. 53) citam sentimentos como a ansiedade, sendo o mais

relatado, seguido pela impotência, culpa, raiva, preocupação, insegurança,

desespero ou nenhum sentimento, conforme depoimento dos enfermeiros.

Infelizmente os erros nas medicações são uma realidade no trabalho dos

profissionais da área da saúde e na vida do cliente. Na ocorrência dos mesmos,

muitos profissionais sentem-se culpados e apresentam reações emocionais que

podem desencadear demissão voluntária do emprego, definida por alguns, como um

verdadeiro pesadelo (CHIERICATO et al, 2001, p. 80).

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Quando da ocorrência de um erro na administração medicamentosa ou

qualquer outro, sentimentos como a culpa e a impotência são compreensíveis de se

destacarem, uma vez que tais eventos propiciam um risco a mais na vida dos

pacientes. E também, tal ocorrência pode se caracterizar como um ato de

“descuidar” do paciente.

Ao refletirmos sobre as condutas administrativas, não foi evidenciado por

nenhum autor, a questão de se desenvolver ações voltadas para a educação

continuada dos profissionais, que deveria ser uma das estratégias adotadas para se

evitar a ocorrência de erros. Quanto às condutas de orientar o funcionário não está

bem claro de que forma esses funcionários serão orientados, e quando. Orientações

sobre essa contextualização precisam ocorrer independentes da existência dos

erros.

Segundo Coimbra (2004, p. 44) lamentavelmente, os erros na medicação são

alarmantes, trazendo conseqüências desagradáveis tanto para a sociedade como

para os profissionais e instituições do sistema de saúde. Salienta-se que estas

conseqüências vão além de perdas de valor humano, sociais e econômicos. Neste

contexto, os sentimentos de dor, angústia, vergonha e incapacidade manifestam-se

nos profissionais envolvidos, diante dos sofrimentos das vítimas.

Embora tenhamos poucos estudos na literatura brasileira que abordem a

questão das condutas frente ao erro na administração dos medicamentos, os

estudos aqui apresentados demonstram que quando o profissional identifica um

erro, geralmente ele o comunica, mesmo levando em consideração as punições,

relatórios, advertências ou demissões.

É conveniente considerarmos que profissionais descomprometidos com a

excelência na assistência de enfermagem, e carentes de uma consciência

necessária para o desenvolvimento da terapêutica medicamentosa podem estar

inseridos no contexto dos erros da administração medicamentosa. Profissionais

estes, que infelizmente depreciam nossa profissão e não agregam valor nas

discussões e promoções voltadas para educação dos erros ocorridos. Ou seja,

esses profissionais também podem ser identificados como um agente facilitador na

ocorrência dos erros.

Os dados aqui apresentados demonstram que instituições e profissionais

precisam trabalhar em conjunto. Os profissionais já demonstram estar dispostos a

colaborar, e as instituições devem aproveitar essa colaboração para desenvolver

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ações de educação, transmitindo a todos que velhos paradigmas devem ser

superados.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalhar questões relacionadas com erros na administração medicamentosa,

ainda se constitui de um grande desafio para os profissionais e instituições. Pois

errar esta associado, porém não deveria, a atitudes negativas, depreciativas, de

inferioridade, entre outros conceitos. Qualquer ser humano tende a errar, aceitar tal

constatação, significa afirmar que, o ato de errar não é uma qualidade específica a

um determinado grupo de pessoas.

Quando da ocorrência de um erro, já não é mais prudente procurar apenas

identificar o “culpado”, mas sim investigar “como” e quais os “motivos” que levaram

ao erro. Essa nova postura é vista como um instrumento auxiliar no processo de

aprendizagem com os erros, evitando que os mesmos ocorram uma segunda vez. É

importante dizer que o estudo realizado não está defendendo a não punição, mas

sim questionando e considerando até que ponto as punições contribuem na

resolução de um problema tão abrangente.

Dentre as novas propostas para se trabalhar com essas ocorrências, destaca-

se as abordagens individual e sistêmica. A abordagem sistêmica defende a mudança

das condições de trabalhos dos seres humanos, já que a condição de falha humana

é esperada.

Para garantir uma assistência de enfermagem efetiva, os profissionais de

enfermagem devem possuir além de conhecimento técnico, capacidade de análise,

julgamento crítico e conhecimento referente à sua equipe de trabalho. Cuidar neste

contexto, não significa apenas seguir normas gerais para administração de

medicamentos, mas sim adotar uma postura de comprometimento frente à saúde do

paciente.

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Sendo assim, quando almejamos trabalhar com a prevenção dos erros de uma

forma efetiva, deve-se inicialmente padronizar os diversos tipos de erros que tendem

a ocorrer. O primeiro passo junto à problemática do erro medicamentoso é

definirmos exatamente o que é um erro na administração medicamentosa. Para

então baseados em definições, buscarmos trabalhar com a prevenção dos mesmos.

Muitos profissionais ainda encontram dificuldade para evidenciar o que significa um

erro, como por exemplo, nas situações em que o paciente não recebe medicamento

no horário por estar realizado exames. Essa situação, não foi compreendida pelos

profissionais com um erro, na maioria dos estudos, e muito menos como um erro de

omissão.

Muitas vezes o erro na administração medicamentosa só é compreendido

como tal, quando proporciona algum prejuízo ao paciente, sendo que quando não se

identifica um prejuízo, pensa-se que ali não ocorreu um erro, mas ocorrem, e um

exemplo são os erros em potencial.

A forma como cada indivíduo ou as instituições de saúde trabalham com a

problemática que envolve os erros na administração medicamentosa, tende a se

refletir na qualidade da assistência que é prestada ao paciente. Provavelmente

quando indivíduos e instituições somarem forças para trabalhar com os erros, um

ambiente mais confortável e propício se apresentará, e todos poderão usufruir das

informações levantadas.

Associar recursos tecnológicos com recursos humanos parece ser a melhor

alternativa na busca para a minimização dos erros na administração

medicamentosa. A tecnologia isoladamente não atribui muitas vantagens, pois

precisa de seres humanos para interpreta-la. Sem desconsiderar o alto custo

financeiro que a mesma ainda representa.

Se erros ocorrem independentes da nossa vontade, resta-nos uma alternativa

minimiza-los. E para isso precisamos partir do pressuposto de que reconhecer o erro

é o início de uma caminhada que mais tarde nos levará a necessidade de informá-lo

ao maior número de pessoas possíveis, para que então, as forças sejam somadas

com o intuito de desenvolver estratégias e métodos para ao menos minimizá-lo.

Sendo assim, parece claro que todo e qualquer mobilização para a

minimização dos erros na administração medicamentosa, requerem dos

interessados, uma grande capacidade de se trabalhar em equipe e a mudança de

alguns conceitos preestabelecidos.

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Ao concluir este trabalho, muito das propostas iniciais ainda podem ser

exploradas, pois se compreende que o assunto ainda é recente e de muita

importância, requerendo dos pesquisadores muita dedicação e sensibilidade para

entender o grande número de possibilidades existentes junto a este cenário.

Espera-se que os resultados apresentados neste estudo, viabilizem novas

possibilidades de pesquisas e contribuam em ações pró-ativas, na segurança do

paciente, na prestação de uma assistência de enfermagem qualificada, e muito mais

do que isso, na compreensão das limitações que todo ser humano possui.

E por fim, confiamos que num futuro próximo, assuntos referentes aos erros,

não apenas no que diz respeito à administração medicamentosa, mas de uma forma

geral, sejam tratados sem os adjetivos que ainda hoje podem ser testemunhados. E

que toda produção científica realizada, consiga além de novas informações, realizar

uma conexão viável da teoria com a prática assistencial.

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