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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL - UNIDERP TATIANA DE FREITAS PINAZO IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS RESULTANTES DA IMPLANTAÇÃO DE CONJUNTOS HABITACIONAIS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE – MS Campo Grande – MS 2008

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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO

PANTANAL - UNIDERP

TATIANA DE FREITAS PINAZO

IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS RESULTANTES DA IMPLANTAÇÃO DE

CONJUNTOS HABITACIONAIS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE – MS

Campo Grande – MS

2008

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TATIANA DE FREITAS PINAZO

IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS RESULTANTES DA IMPLANTAÇÃO DE

CONJUNTOS HABITACIONAIS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE-MS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em nível de Mestrado Acadêmico em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

Orientação Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira Profa. Dra. Vera Ramos Bononi Prof. Dr. Eron Brum

Campo Grande – MS

2008

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidata: Tatiana de Freitas Pinazo Dissertação defendida e aprovada em 11 de julho de 2008 pela Banca Examinadora: __________________________________________________________ Prof. Doutor Ademir Kleber Morbeck de Oliveira (Orientador) Doutor em Ecologia e Recursos Naturais __________________________________________________________ Profa. Doutora Lúcia Elvira Alícia Raffo de Mascaró (UFRGS) Doutora em Arquitetura __________________________________________________________ Prof. Doutor Sidiclei Formagini (UNIDERP) Doutor em Engenharia Civil

_________________________________________________ Prof. Doutor Silvio Favero

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

________________________________________________ Prof. Doutor Raimundo Martins Filho

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIDERP

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, a quem busco

minha força interior, a minha família, onde

encontro minha fortaleza e em especial ao

meu pai e minha mãe, Fernando e Adélia,

pelo apoio e credibilidade no sucesso da

realização dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram de

alguma forma para a realização deste trabalho. Sejam com palavras, experiências,

dicas, ou apenas por ouvir meus desabafos.

• Ao meu orientador Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira, pela

oportunidade de aprendizado e crescimento profissional.

• A Profa. Dra. Lúcia Elvira Alicia Raffo Mascaró que me direcionou dentro

da linha de pesquisa, uma vez, que inicialmente me deu as bases e a

orientação do meu trabalho.

• A Profa. Dra. Vera Ramos Bononi e ao Prof. Dr. Eron Brum que também

me ajudaram na realização deste trabalho.

• Aos professores do mestrado que colaboraram com a minha formação

como pesquisadora e ampliaram o meu conhecimento interdisciplinar.

• Aos meus colegas do Mestrado, pela troca de experiências e pelo convívio

que amenizou o desafio de escrever esta dissertação.

• A Profa. Therezinha de Jesus dos Santos Samways pelo fornecimento de

desconto na mensalidade do Mestrado.

• A querida Michelli dos Santos pela grande ajuda e paciência na análise

dos gráficos dos resultados dos questionários aplicados nos condomínios.

• A todos os amigos que torceram pela conclusão deste estudo e em

especial a amiga Taís Tellaroli pela força e pelas dicas.

• E finalmente agradeço a Deus e a minha família.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ...................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................11

CAPÍTULO I - IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS RESULTANTES DA

IMPLANTAÇÃO DE CONJUNTOS HABITACIONAIS NA CIDADE DE CAMPO

GRANDE – MS ...........................................................................................................7

RESUMO...................................................................................................................10

ABSTRACT...............................................................................................................14

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................15

1.1 O Processo de Verticalização das Cidades Brasileiras.......................................15

1.2 A Cidade de Campo Grande – MS e a Verticalização.........................................16

1.3 Os edifícios e seu desempenho ambiental..........................................................18

2. MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................19

2.1 Material................................................................................................................19

2.1.1 Condomínio Residencial Jardins do Jatobá .....................................................22

2.1.2 Residenciais Pratagy e Carimã ........................................................................22

2.2 Métodos...............................................................................................................24

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................26

3.1 Análise de correspondência entre o condomínio Jardins do Jatobá e os

residenciais Pratagy e Carimã...................................................................................26

3.2 Análise “in loco” dos problemas ambientais urbanos resultantes dos

empreendimentos estudados ....................................................................................33

3.2.1 Residenciais Pratagy e Carimã ........................................................................33

3.2.2 Condomínio Jardins do Jatobá.........................................................................35

4. CONCLUSÕES .....................................................................................................37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................41

ANEXOS ...................................................................................................................43

Anexo A. Quadro 2 - Análise da aparência do condomínio e residenciais. ...............44

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Anexo B. Quadro 2 - Análise da segurança do condomínio, residenciais e do bairro.

..................................................................................................................................44

Anexo C. Quadro 4 - Análise da importância de se morar em condomínio/residência.

..................................................................................................................................45

Anexo D. Quadro 5 - Análise do conforto - iluminação, ventilação e temperatura do

apartamento. .............................................................................................................45

Anexo E. Quadro 6 - Análise das áreas comuns de vizinhança do

condomínio/residencial..............................................................................................46

Anexo F. Quadro 7 - Análise da privacidade dos apartamentos do

condomínio/residencial..............................................................................................46

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1 Introdução

O setor urbano verticalizado já faz parte do cotidiano das cidades brasileiras,

sendo utilizado como uma forma de moradia de vasto contingente humano, mas sua

formação e ambientação ainda deixam muito a desejar, uma vez que são

construídos edifícios sem a existência de um programa definido e específico dos

padrões e resultados espaciais, ou seja, de padrões morfológicos determinados para

cada lugar (MACEDO,1991).

Campo Grande-MS, como outras cidades de grande porte (acima de 500.000

habitantes), possui seu mercado da construção civil voltado, principalmente para a

construção de condomínios residenciais verticiais, ficando os condomínios

horizontais e as habitações unifamiliares em menor destaque. Essas construções

têm como marketing vender uma imagem de imponência que visualmente

proporciona uma melhoria na qualidade de vida da população, ou seja, garantir

segurança, conforto, status, lazer e convívio social, porém acabam gerando diversos

impactos ambientais urbanos, uma vez que representam alterações significativas

nas condições do ambiente urbano, sendo necessário a criação de alternativas

apropriadas de caracterização e análise destes empreendimentos.

Segundo Buainain (2006), Campo Grande possui 341km² de perímetro

urbano, sendo 40% dessa área representada por terrenos baldios, contabilizando

entorno de 131.655 unidades. Devido a esses vazios, calcula-se que, até o ano de

2100, sua ocupação não será suficiente para justificar sua expansão. A cidade,

mesmo tendo sua taxa de crescimento demográfico diminuído, com relação ao

período de 1970 a 1980, continua crescendo, segundo contagem da população 2007

pelo IBGE, possuindo uma população de 724.524 pessoas (IBGE, 2007). Devida a

essa situação permeada de vazios urbanos, a ocupação do espaço urbano fica

comprometida, impedindo o seu crescimento ordenado e socialmente justo. Estes

terrenos baldios abandonados por seus proprietários geram problemas para a saúde

da população e influindo nos valores dos imóveis e aluguéis.

A malha urbana da cidade cresceu de forma desordenada, existindo muitos

parcelamentos com problemas de ocupação do solo, de topografia, de infra –

estrutura e sociais. Estas condições geram diversos impactos ambientais, a maioria,

provenientes da implantação de empreendimentos públicos e/ou privados (SOUZA,

2005). Para resolver tal situação é necessário o preenchimento desses vazios de

forma planejada e ordenada, pois de acordo com Silva (2000), a indústria da

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construção, operação e demolição de edifícios, provavelmente representa a

atividade humana com maior impacto sobre o ambiente.

A atividade da construção civil (em Campo Grande-MS) está em franco

crescimento, com a edificação de diversos condomínios verticais, com empresas já

tendo entregado dezoito prédios residenciais em quase vinte anos, sendo a média

de um prédio por ano (SOUZA, 2005). Hoje já somam vinte e dois prédios

construídos, o último entregue em maio de 2008.

A cidade de Campo Grande, na maioria de sua extensão, não possui

impedimento físico à sua ocupação, considerada uma cidade plana cortada por

córregos estreitos, porém, segundo a carta geotécnica, existem áreas extremamente

problemáticas, com grandes dificuldades de escoamento de águas pluviais, uma vez

que o lençol freático é próximo da superfície (VIEIRA, 2003).

Um exemplo de arquitetura residencial da cidade, a antiga residência do ex-

prefeito Lúdio Martins Coelho, localizada em um bairro nobre, o Jardim dos Estados,

foi demolida para a construção de um desses edifícios, entregue em 2003. De

acordo com Macedo (1991): “dentro das próprias cidades, áreas já consolidadas têm

sua paisagem totalmente modificada em poucos anos, adquirindo novas

configurações, seja pela simples mudança de uso, seja pela substituição das velhas

edificações construídas existentes”.

Segundo Ojima (2006), a bibliografia internacional acerca dos processos de

expansão urbana vem apontando um conjunto de fatores associados aos impactos

que o padrão de ocupação das áreas urbanas pode trazer. Eles são desde os

aspectos estéticos aos aspectos ambientais (poluição da água e do ar, ilhas de

calor, mudança nos regimes de precipitação, aumento de áreas alagáveis e

alterações na incidência de doenças e problemas de saúde associados).

Segundo Caldeira (2000), o surgimento de condomínios e loteamentos faz

parte de um novo padrão de segregação espacial e desigualdade social na cidade,

substituindo, aos poucos, o padrão dicotômico centro-periferia (rico-pobre). Mas não

se trata apenas de uma tendência que abrange uma parcela da população. Pois,

apesar de ter inicialmente atendido aos interesses de famílias de alta renda, esse

padrão hoje passa a representar um modelo de consumo difundido entre a maioria

das camadas sociais. Assim, as regiões periféricas, distantes dos centros

consolidados das aglomerações urbanas e que antes eram reservadas aos

conjuntos habitacionais populares, passam a ser o sonho de consumo de uma

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variada parcela da população, traduzindo as aspirações de uma determinada

qualidade de vida.

Pode-se dizer que os impactos gerados no ambiente pela verticalização vão

de aspectos facilmente identificados como aumento da densidade demográfica,

diminuição do espaço livre e insolação, aumento do volume construído, até as

conseqüências mais difíceis de serem estudadas, como a alteração na dinâmica dos

ventos e criação de microclimas alterando o conforto térmico do entorno imediato.

Como conseqüências desses primeiros impactos aparecem: uma sobrecarga da

rede viária, de esgoto, de água, de eletricidade, coleta e deposição de lixo, entre

outras (NUCCI, 1999).

Este artigo objetiva expor à problemática da urbanização sob a forma

condominial e a relação entre os modelos de condomínios horizontais e verticais,

considerando a sua importância para a cidade de Campo Grande. Demonstrando a

diversidade dos seus impactos ambientais, uma vez que os projetos de condomínios

residenciais verticais exercem uma influência na qualidade ambiental urbana, pois

interfere desde a localização, opção urbanística, topografia, rede de drenagem,

composição geológica do terreno, uso do solo e traçado das ruas que possuem

pesos diferenciados. Alteram o perfil da cidade e, muitas vezes, não resolve o

problema dos seus vazios (terrenos baldios), criando espaços segregados, no caso

os condomínios fechados, e sem harmonia com o entorno urbano, resultando no

empobrecimento da paisagem urbana. É necessário estimular as políticas

habitacionais e novos métodos de avaliação habitacional melhorando os estudos de

Avaliação Pós Ocupacional, superando projetos com soluções defasadas, ou seja,

não adequado ao meio urbano ao qual estão inseridos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUAINAIN, M.S.C.N. Campo Grande - Memória em Palavras: a cidade na visão

de seus prefeitos. 1 ed. Campo Grande. Instituto Municipal de Planejamento

Urbano, 2006. 448p.

IBGE. Censo Populacional. 2007. Disponível em: <http:// www.ibge.gov.br>. Acesso

em: 20 abr. 2008.

CALDEIRA, T. Cidade de Muros. Crime, segregação e cidadania em São Paulo.

Edusp/Editora 34, 2000. 399p.

MACEDO, S. S. O Processo de Verticalização e a Paisagem da Cidade. Sinopses,

n.15, p 68-76,1991.

NUCCI, J. C. Análise sistêmica do ambiente urbano, adensamento e qualidade

ambiental. Revista PUC SP Ciências Biológicas e do Meio Ambiente, v.1, n. 1, p.

73-88. 1999.

SILVA, V. G. Avaliação do desempenho ambiental de edifícios. Revista Qualidade

na Construção, v. 3, n. 25, p 14-22, 2000.

SOUZA, S. A. Degradação ao Meio Urbano: Estudos de Casos. Monografia

(Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – UNIDERP, Campo Grande. 2005. 106p.

OJIMA, R. A produção e o consumo do espaço nas aglomerações urbanas

brasileiras: desafios para uma urbanização sustentável. In: ENCONTRO NACIONAL

DE ESTUDOS POPULACIONAIS, ABEP, XV, 2006, Caxambu. Anais. Caxambu:

2006.

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CAPÍTULO I - IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS RESULTANTES DA

IMPLANTAÇÃO DE CONJUNTOS HABITACIONAIS NA CIDADE DE CAMPO

GRANDE – MS

Tatiana de Freitas Pinazo – Arquiteta e Urbanista

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RESUMO

A pesquisa foi realizada em dois condomínios residenciais de diferentes tipologias: o

Condomínio de luxo Jardins do Jatobá e os Residenciais populares Pratagy e

Carimã, onde se levantou alguns impactos ambientais urbanos resultantes da

produção e do uso destas construções localizadas em uma mesma região da cidade

de Campo Grande, MS. Objetivou-se verificar os tipos de impactos ambientais

decorrentes destas duas tipologias diferentes – padrão nobre e padrão popular – e

em que caso o dano é maior. A escolha destes condomínios levou em consideração

sua localização em área de fundo de vale e de reserva ambiental, bem como o seu

valor comercial. A paisagem, a infra-estrutura, a vegetação, a qualidade do ar entre

outros aspectos referentes à qualidade de vida do morador e qualidade visual da

cidade foram analisados por meio de questionários de avaliação pós–ocupacional

direcionado a população local. Também foi feita uma análise “in loco” dos problemas

ambientais urbanos causados por estas construções, com registros fotográficos

observando os traços físicos. Verificou-se que os residentes destes condomínios,

em suas diferenças, possuem em comum a escolha de se morar em condomínio

fechado pela questão de segurança e a localização privilegiada. Os resultados

obtidos indicam a necessidade de se estimular o uso de Avaliação Pós-Ocupacional

em condomínios residenciais, bem como de avaliação habitacional, priorizando

projetos com soluções funcionais e de qualidade para o conforto do morador. O

comprometimento com a cidade é outro aspecto necessário a se prevalecer em um

projeto de condomínio residencial, uma vez que este, por sua dimensão e

necessidade de grandes loteamentos (acima de 20.000m²), ocupa uma grande área

urbana modificando consideravelmente a sua paisagem, ou seja, é necessário se

priorizar o coletivo em função dos interesses meramente comerciais.

Palavras-Chave: Impactos ambientais, Conjuntos habitacionais, Condomínios

residenciais verticais, Planejamento urbano.

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ABSTRACT

A search was conducted in two residential condominiums of different types: the

gardens of the luxury condominium Jatobá and Residential popular Pratagy and

Carimã, where he raised some urban environmental impacts resulting from the

production and use of these buildings located in the same region of the city of Campo

Grande, MS. The objective was to verify the types of environmental impacts arising

from these two different types - standard pattern noble and popular - and in that case

the damage is greater. The choice of these condominiums took into consideration

their location in the valley area of substance and environmental reserves and their

commercial value. The landscape, infrastructure, vegetation, air quality and other

aspects relating to quality of life of the residents and visual quality of the city were

analyzed through questionnaires for assessing post-occupational directed the local

population and was also made an analysis "Spot" of urban environmental problems

caused by these buildings, with photographic records noting the physical traces. It

was found that residents of condominiums in their differences, have in common the

choice to live in condominium closed by the issue of security and location. The

results indicate the need to stimulate the use of Post-Evaluation Occupational in

residential condominiums, as well as assessment of housing, prioritizing projects with

functional solutions and quality for the comfort of the residents. The commitment to

the city is another aspect necessary to prevail in a residential condominium project,

since this, for its size and need lots of large (over 20.000m ²), occupies a large urban

area considerably modifying its landscape, that is, if it is necessary to prioritize the

collective according to the purely commercial interests.

Key-words: Environmental impacts, sets housing, residential condominiums vertical,

urban planning.

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1 Introdução

1.1 O Processo de Verticalização das Cidades Brasileiras

Nucci (1999) coloca que propostas de planejamento urbano colocam o

adensamento populacional como resposta às demandas sociais. O adensamento

proposto, com intensificação do uso e ocupação do solo, aparece vinculado à

disponibilidade de infra-estrutura e às condições do meio físico. Ou seja, a área com

infra-estrutura subutilizada e sem impedimentos do meio físico é considerada como

passível de adensamento, entendendo-se como infra-estrutura as redes de água,

luz, esgoto, telefone e gás encanado. Como na área urbana de uma cidade a terra já

se apresenta quase que completamente edificada, esta intensificação do uso e

ocupação do solo só pode ocorrer com a verticalização das construções.

A partir da metade do século XX, as cidades brasileiras de médio (até

500.000 hab.) e grande (acima de 500.000 hab.) porte passaram por um processo

de renovação e crescimento urbano, sendo a verticalização a sua principal

transformadora, criando novas formas de comportamento urbano (MACEDO, 1991).

Salienta-se que: “o Brasil não possuía uma legislação urbanística que

incorporasse as mínimas diretrizes de ordenamento espacial durante o período de

maior expansão urbana, que vai de 1950 a 1980”. Somente em 16 de dezembro de

1964 o Governo Federal editou a Lei N.º 4.591/64 para regulamentar a alienação da

edificação ou conjunto de edificações de um ou mais pavimentos, devido ao enorme

número de empreendimentos imobiliários que promoveram a verticalização do

espaço urbano (BARREIROS, 2003, p.1).

A partir da década de 1970 acelerou-se, no Brasil, o processo de

verticalização, resultando na elitização de determinados espaços urbanos, quando

proliferam os condomínios de classe média (MORENO, 2002).

No final da década de 1980, a urbanização realizada sob a forma

condominial, passou a ser, cada vez mais utilizada pelos empresários do setor

imobiliário devido à grande demanda pelas classes de maior poder aquisitivo por

áreas urbanizadas com qualidade urbana e ambiental e, principalmente pela

segurança (BARREIROS, 2003).

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De acordo com Macedo (1991), a construção de edifícios está ligada ao jogo

do mercado imobiliário que constrói em função de custos de retorno de seus

investimentos. As torres isoladas ou em conjunto, os condomínios verticais, são

geralmente construídas nas áreas centrais e em suas periferias imediatas. Possuem

infra-estrutura urbana adequada e se localizam em bairros de classe média e alta.

Já os conjuntos habitacionais populares são construídos nos subúrbios, ou seja, nas

áreas carentes de infra-estrutura mínima.

Desde 1988, os processos legais de expansão urbana são realizados

basicamente por meio da implantação de novos loteamentos e nos últimos anos, os

empreendedores imobiliários passaram a se interessar por empreendimentos

projetados para serem caracterizados como condomínios, ou seja, vinculado

obrigatoriamente à construção de edificação (BARREIROS, 2003).

Macedo (1991) coloca que as formas de alteração da paisagem urbana

proveniente da verticalização são as mais radicais em relação à transformação de

um setor urbano qualquer, uma vez que provocam alteração morfológica e funcional

de amplos segmentos da paisagem das cidades.

Outro problema causado pela construção de edifícios altos nas cidades é a

simplificação de seus projetos, inadequados ao meio urbano onde serão

construídos, criando-se padrões determinados e repetidos no sítio urbano,

resultando no empobrecimento da qualidade ambiental urbana (MACEDO, 1991).

1.2 A Cidade de Campo Grande – MS e a Verticalização

A verticalização da cidade de Campo Grande iniciou-se com a construção do

edifício Olinda, na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 14 de Julho, no ano de

1947. Um ano após, em 1948, inaugura-se o edifício Santa Elisa, atual Edifício

Nacao, localizado na esquina da Rua Dom Aquino. A Rua 14 de Julho, com a

presença desses dois edifícios teve o seu perfil alterado, uma vez que possuía uma

tipologia horizontal com casas comerciais térreas ou assobradadas, sendo a

principal via de comércio da cidade desde os anos 20, quando ocorreu a construção

da estação de passageiros e dos terminais de carga da ferrovia Noroeste do Brasil

(ARRUDA, 2000).

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Segundo Arruda (2000), os anos 60 marcam a trajetória da verticalização da

cidade e sua expansão territorial sem precedentes. Com 65 mil habitantes no ano de

1960, Campo Grande possuía mais habitantes que Cuiabá, a capital do Estado.

Com a inauguração de Brasília em 1960, a região Centro-Oeste, outrora

espaço regional de pouca perspectiva desenvolvimentista e com baixos

adensamentos populacionais, ganha investimentos federais por intermédio de

planos e programas estratégicos de desenvolvimento. “Os cinco anos que

sucederam à inauguração de Brasília, a área parcelada de Campo Grande cresceu

cerca de 500ha/ano. Em razão disso, o perímetro urbano da cidade foi ampliado três

vezes (...) a cidade passou a ser permeada por muitos vazios urbanos”

( WEINGARTNER, 2001, p.144).

Na década de 60, o edifício residencial se tornou o novo modelo urbano para

a cidade de Campo Grande, sendo o primeiro o edifício Rio Branco, construído em

1960, na Rua Barão do Rio Branco, com sete pavimentos. No ano seguinte, 1961,

foi construído na mesma rua o edifício Joselito, com sua planta em forma de “H”

(ARRUDA, 1999).

Em 1964 foi construído o primeiro arranha-céu, com catorze pavimentos, o

Edifício Irmãos Salomão, mais conhecido como Galeria São José, na Rua 14 de

Julho, tendo um uso misto – lojas comerciais e apartamentos residenciais (ARRUDA,

2000).

A década de 70 é marcada pelo contínuo crescimento populacional da cidade,

já com 130 mil habitantes e pela riqueza do sul do Estado de Mato Grosso por meio

da modernização da agricultura e da pecuária proporcionando a continuidade da

verticalização da cidade; pois, foram construídos os edifícios residenciais Gemini,

Concorde, Polaris, Vanguard e Apolo, todos com doze ou mais pavimentos

(ARRUDA, 1999).

A década de 1980 se caracterizou pelo Empreendimento Imobiliário voltado

para edificação destinado a habitação popular horizontal e vertical devido às

facilidades de financiamentos para o setor público e privado, o que beneficiou as

famílias de média e de baixa renda. Foram construídas mais de 5.000 unidades

residenciais entre 1984 e 1990, por meio de sistemas de crédito, mas com soluções

arquitetônicas de pouca criatividade (ARRUDA, 1999).

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1.3 Os edifícios e seu desempenho ambiental

Segundo Nita et al. (1993), em países em desenvolvimento, como o Brasil, o

impacto ambiental procedente do construbusiness é ainda mais significativo do que

em países desenvolvidos, principalmente devido a déficits habitacionais, carência de

obras de infra-estrutura, em suma, à grande demanda de obras inerentes ao

desenvolvimento.

Silva (2000) informa que os edifícios em sua fase de uso consomem água,

produzem esgoto para ser tratado e liberam voláteis e Cloro Fluor Carbono - CFC.

Isto gera impactos que pode ser irreversível como a dificuldade de abastecimento e

gestão urbana, prejuízos à saúde e rendimento de seus usuários bem como o

comprometimento da camada de ozônio.

Segundo Kowaltowski et al. (2006), a crescente preocupação com fatores

ambientais fez surgir à avaliação de desempenho ambiental dos edifícios ou de

sustentabilidade do empreendimento. Essa avaliação procura indicar medidas para a

redução de impactos a partir de alterações na forma como os edifícios são

projetados, construídos e gerenciados ao longo do tempo.

O conceito de análise de ciclo de vida embasou o desenvolvimento das

metodologias de avaliação ambiental de edifícios que surgiram estrategicamente na

década de 90 para o cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas na

Eco’92. Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos,

Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possuem sistema de avaliação de edifícios.

Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por

níveis superiores de desempenho ambiental. E todos eles concentram-se

exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade (SILVA, 2003).

A Life Cycle Assessment - LCA é uma técnica para avaliação dos aspéctos

ambientais e potenciais associados a um produto. Tem como objetivos criar um

parecer completo entre as relações ambientais e os processos analisados, bem

como a contribuição para um entendimento da natureza independente das

intervenções humanas no ambiente e suas conseqüências, pois dessa forma

possibilitará a identificação de oportunidades para manter o ambiente natural

saudável (SILVA, 2000).

O mais recente Sistema de Avaliação e Classificação de Desempenho

Ambiental é o Comprehensive Assessment System for Building Environmental

Efficiency – CASBEE (JSBC, 2002). Ele é subdividido em quatro ferramentas de

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avaliação de acordo com o usuário e avaliando um projeto ou edifício de acordo com

o estágio do ciclo de vida específico (Quadro 1). Esse conjunto de ferramentas serve

para avaliar edifícios de escritórios, escolares e multiresidenciais (SILVA, 2000).

Quadro 1. Conjunto de ferramentas de avaliação da CASBEE

Ferramenta Usuários

Objetivos/características

Ferramenta de avaliação pré-projeto

Proprietários Planejadores Projetistas

Identificação do contexto básico do projeto, com ênfase em seleção de área e impactos básicos do projeto.

EDIFÍCIOS

NOVOS

Ferramenta de projeto para o ambiente (DfE)

Projetistas Construtores

Teste simples de auto-avaliação para auxiliar a melhorar a eficiência ambiental do edifício (BEE) durante o processo de projeto

Ferramenta de certificação ambiental

Proprietários Projetistas Construtores Agentes imobiliários

Para classificar edifícios concluídos, segundo sua eficiência ambiental Determinar o valor básico de mercado do edifício certificado

EDIFÍCIOS

EXISTENTES

Ferramenta de avaliação pós–projeto (operação e renovação sustentáveis)

Proprietários Projetistas Operadores / gestores

Prover informações sobre como melhorar a BEE durante a etapa de operação

Fonte: SILVA (2003)

Outro método de avaliação de desempenho ambiental é a Avaliação de

Impacto Ambiental – AIA. De acordo com Silva (2000) esta difere da LCA porque

analisa os impactos das construções dentro de um contexto e determinado local,

enquanto que a LCA analisa os impactos desvinculados do contexto de seu entorno,

sendo o sistema de desempenho ambiental avaliado combinando o conceito destas

duas metodologias.

Segundo Philippi Jr et al. (2004, p.782): “O conceito de qualidade ambiental

no meio urbanizado também incorpora uma multiplicidade de fatores, vários deles de

ordem bastante subjetiva”. Devem-se levar em consideração os aspectos de ordem

espacial, social e de ordem econômica.

2 Material e Métodos

2.1 Material

A pesquisa levantou alguns impactos ambientais urbanos causados por duas

diferentes tipologias de conjuntos residenciais da cidade de Campo Grande – MS: o

condomínio de luxo Jardins do Jatobá e os residenciais populares Pratagy e Carimã,

implantados na mesma região urbana, no caso a do Prosa (Figura 1), expondo a

problemática da urbanização sob a forma condominial.

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0101

02

Figura 1. Região Urbana do Prosa – área de análise (01 – Condomínio

Jardins do Jatobá e 02 – Residenciais Pratagy e Carimã). Município de Campo

Grande - MS. Fonte: Campo Grande (2008)

A escolha destas edificações se baseou nos seguintes critérios: área de

implantação de grande valor comercial, localização em área de fundo de vale e de

Área de Preservação Permanente.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA – editou a Resolução nº.

237 de 19/12/97 que delega aos municípios a competência do “licenciamento

ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local e daquelas que lhe

forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio”, conforme o art. 6º

dessa resolução (PMCG, 2007).

Em 30 de abril de 1999, a Lei Nº. 3.612 “Institui o Sistema Municipal de

Licenciamento e Controle Ambiental - SILAM, cria o Fundo Municipal do Meio

Ambiente – FMMA e dá outra providencias”.

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Art.2°. - A localização, construção, instalação, ampliação, modificação ou operação de empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores e ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerá de prévio licenciamento do Executivo Municipal, na forma que dispõe esta Lei e normas decorrentes. Art.4° - Estão sujeitos ao Licenciamento Ambiental, os empreendimentos e atividades constantes no Anexo I, desta Lei.

Conforme o Art. 4º, da Lei acima, os condomínios são empreendimentos

citados no Anexo I desta Lei, classificado como atividades diversas do grupo I,

considerado como médio potencial poluidor, necessitando para a sua aprovação e

implantação das licenças Prévia, de Instalação e de Operação de acordo com as

devidas etapas do parcelamento. (Projeto de Lei nº. 4.858. – Diário Oficial nº. 322,

DE 03/05/99).

Ambas as construções encontram-se localizadas na zona leste da cidade,

pertencendo à Região Urbana do Prosa, em uma área considerada nobre, no

parcelamento de n.º 650 - Chácara Cachoeira - e no bairro Chácara Cachoeira,

aprovado em 06 de agosto de 1985 (PLANURB, 2007).

O aparecimento do bairro Chácara Cachoeira se deu com o desenvolvimento

da cidade, que, a partir de 1979, foi gradativamente ocupando a região por

empreendimentos destinados à população de mais alta renda. O surgimento destes

bairros – Autonomista, Giocondo Orsi, Carandá Bosque e Chácara Cachoeira -

urbanizados e de rápida ocupação, alterou a configuração urbana da região, e tais

empreendimentos, só se instalaram após a implantação de infra-estrutura de acesso

ao Parque dos Poderes e da continuidade da Avenida Afonso Pena, rompendo os

limites da Rua Ceará na década de 1980 (PLANURB, 1998).

A Região do Prosa por ter uma ocupação recente, possui grandes vazios

urbanos. Com a instalação de novos bairros na década de 90, foi dada à região uma

característica de heterogeneidade muito grande devido o contraste quanto à classe

e a renda de sua população.

A Região do Prosa possui o menor número de habitantes de Campo Grande,

(44.656), mas apesar da densidade baixa, apresentou um ótimo crescimento entre

1991 e 1996; isso se explica pelo grande número de bairros novos em fase de

ocupação (PLANURB, 1998).

O Plano Diretor de Campo Grande considera como Áreas de Interesse

Especial o Parque do Prosa, a Nascente do córrego Prosa e a Reserva Ecológica do

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Parque dos Poderes. Nesta região encontram-se várias nascentes que formam três

córregos principais: Sóter, Coqueiro e Prosa, sendo este último de grande

importância para o início da ocupação da cidade de Campo Grande. Segundo a

Carta de Drenagem de Campo Grande esses córregos pertencem à Bacia

Hidrográfica do Prosa e do Coqueiro e estão sujeitos a alagamentos e enchentes em

vários pontos. A nascente do Prosa, por estar dentro da Reserva Ecológica Parque

dos Poderes, tem assegurada sua preservação ambiental, mas o restante do Prosa,

bem como os outros córregos da região, tem sofrido desgastes e agressões devido

à ocupação das áreas adjacentes de forma inadequada, ocasionando desgaste do

solo por meio de erosão e assoreamento dos córregos (PLANURB, 1998).

2.1.1 Condomínio Residencial Jardins do Jatobá

O Condomínio Jardins do Jatobá, atualmente é o único condomínio

residencial da cidade de Campo Grande composto por quatro torres de vinte e cinco

andares, ocupando um terreno de 27.000 m² e uma área verde de 12.000 m² (45%

do terreno). Suas unidades variam de 132 m² a 162 m² de área privativa (SOUZA,

2005). Em média, segundo dados dos questionários, o número de habitantes por

apartamento variam de 3 a 4 pessoas, ou seja, em torno de 1000 pessoas residem

no condomínio hoje ( sem a o edifício em construção).

Caracteriza-se por um padrão moderno de ocupação, onde segundo Macedo

(1991), são construídas torres personalizadas de luxo em lotes com grandes áreas

verdes para um público de alto poder aquisitivo.

Encontra-se em uma área de fundo de vale, que deveria ser utilizada como

reserva ambiental, devido à presença da faixa de preservação e mata ciliar, sendo

ocupada indevidamente. Segundo Souza (2005), “na faixa de preservação, parte

dela ou muito próxima a ela, com todos acessórios que estes empreendimentos

impõem a sua implantação, aonde vem impedir a conservação e a propagação da

mata nativa da faixa de non aedificandi”.

É implantado na Avenida Afonso Pena, que corta a bacia do córrego Prosa

longitudinalmente (Figuras 2 e 2b), funcionando como eixo indutor de ocupação

urbana, sendo suas margens ocupadas por um desenvolvido centro comercial e de

serviços.

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Figura 2a e 2b. Imagem da localização do Condomínio Jardins do Jatobá em Campo Grande-MS. Fonte: Google, 2007

A aprovação do condomínio foi liberada mediante a Guia de Diretrizes

Urbanísticas – GDU, Licença Ambiental Modalidade Prévia nº. 01.014/2002 e

Licença de Instalação nº. 02.104/2002. De acordo com a Lei vigente - Decreto Nº.

7.884, de 30 de julho de 1999 - foi exigido o Plano de Controle Ambiental, bem como

o levantamento das arvores existentes, contemplando: locação, espécie, porte e

quantidade. Também foi pedido o projeto de revegetação da Área de Preservação

Permanente, porém não foi solicitado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

2.1.2 Residenciais Pratagy e Carimã

O conjunto residencial de padrão popular composto por trinta e cinco prédios

de dois andares divididos em dois condomínios: o residencial Pratagy, com 19

blocos e 152 apartamentos, e o residencial Carimã, com 16 blocos e 128

apartamentos, sendo todas as unidades de 55,50 m², localizados em um único

loteamento. Em média, segundo dados dos questionários, o número de habitantes

por apartamento varia, também, de 3 a 4 pessoas, ou seja, em torno de 1000

pessoas residem no condomínio hoje (sem a o edifício em construção).

A construtora responsável por suas edificações está presente a 23 anos no

mercado imobiliário de Campo Grande, MS. Até julho de 2005 foram entregues

3.700 unidades residenciais por esta empresa.

Os residenciais Pratagy e Carimã pertencem a Caixa Econômica Federal e

foram oferecidos ao público, que quando selecionados arrendaram o imóvel através

de recursos do PAR – Programa de Arrendamento Residencial. As instalações foram

entregues aos proprietários no início do ano de 2001.

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A sua implantação em uma área configurada por bairros de média e alta renda,

no caso o bairro Chácara Cachoeira, descaracterizou a malha urbana do entorno,

devido ao seu padrão tipológico popular e do seu grande loteamento – ocupando

toda uma quadra – criando uma barreira visual, devido a proximidade das

edificações, fugindo da característica uniresidencial e de loteamentos padrão

(15x30m) predominante no bairro (Figuras 3a e 3b).

Figuras 3a e 3b. Implantação e localização dos Residenciais Pratagy e Carimã em Campo Grande-MS. Fonte: Google, 2007

2.2 Métodos

Para a realização desta pesquisa, foram aplicados questionário nas duas

áreas de estudo. No Condomínio Jardins do Jatobá, composto por 3 edifícios de 25

pavimentos tipos e por um quarto edifício que está em fase de construção, somando

400 unidades (100 ainda não concluídas, última torre), foram aplicados 35

questionários e nos residenciais Pratagy e Carimã, composto por 35 blocos de 2

pavimentos tipo, que juntos, somam 280 unidades residenciais, se aplicou 30

questionários (15 em cada residencial). Para assegurar uma precisão de 95,5% nos

resultados da pesquisa e deixar uma margem de erro de apenas 0,5% no número de

questionários aplicados, foi empregada a equação estatística que determina o

tamanho da amostra, segundo Fonseca e Martins (1996).

O primeiro tópico questionado – Características do entrevistado - levantou a

composição familiar, o número de ocupantes do apartamento, o tempo de residência

no local e a profissão do responsável. No segundo tópico foram abordadas questões

referentes à segurança do condomínio e do bairro. Seguiram-se perguntas

relacionadas à adequação do uso da habitação e conforto – tamanho e localização

dos apartamentos bem como a qualidade da iluminação, ventilação e temperatura

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das construções. Também foi questionada a privacidade, aparência e convivência

social dos condomínios assim como as condições das áreas comuns, manutenção e

conservação dos edifícios, tais como: estacionamentos, entradas, calçadas, caixas

de escada, depósito de resíduos, áreas verdes, cercas, grades e condições das

fachadas.

O questionário também levantou informações da cidade de Campo Grande

com relação à qualidade de vida, segurança, poluição sonora e principalmente, se a

forma de ver a cidade influenciou na escolha de morar em um condomínio

residencial. Os entrevistados deveriam identificar cinco pontos negativos referentes

a residir em um condomínio fechado, com o intuito de levantar referências da área

urbana, índice de satisfação em relação à área residencial e a vizinhança.

Para a análise dos questionários foi aplicado o software Sphinx, ferramenta

importante para apoiar o processo de pesquisa e para análise de dados acadêmicos

realizando análises quantitativas e qualitativas, e o programa SPSS - Statistical

Package for the Social Sciences (pacote estatístico para as ciências sociais), usado

por pesquisadores de mercado, na pesquisa relacionada com a saúde, governo,

educação e outros setores. Como programa estatístico é muito popular também pela

capacidade de trabalhar com bases de dados de grande dimensão

(http://pt.wikipedia.org/wiki/SPSS).

Os resultados do questionário foram submetidos à análise de

correspondência por tabelas cruzadas justapostas dos temas correlacionados

contidos nestes. Também foram geradas tabelas comparativas entre o condomínio e

os residenciais de forma a alcançar as diferenças existentes entre os moradores das

áreas de estudo, principalmente com relação à forma de observar a cidade de

Campo Grande - MS.

Outra ferramenta de pesquisa foi à análise “in loco” dos problemas ambientais

urbanos causados por estas construções, por meio de registros fotográficos

observando os traços físicos, tais como: paisagem e infra-estrutura – rede de água,

de esgoto, de drenagem, de energia, de telefonia, sistema viário - vegetação,

qualidade do ar, das águas e ruído, entre outros. Também foram feitas pesquisas

bibliográficas e documentos fornecidos pelas Secretarias Municipais do Meio

Ambiente, Instituto Municipal de Planejamento Urbano e de Meio Ambiente –

PLANURB, Secretaria Municipal de Controle Urbanístico e Ambiental – SEMUR,

entre outras.

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3 Resultados e Discussão

Segundo Kowaltowski et al. (1995), os edifícios residenciais encontrados no

Brasil, principalmente nas regiões metropolitanas, possuem uma arquitetura

desumanizada, pela presença de elementos como monumentalidade, alta densidade

de ocupação, com a falta de paisagismo, de seriedade estética no uso excessivo de

objetos artificiais e preocupação com a segurança em oposição à proteção. Sendo

elementos arquitetônicos comuns a monotonia dos espaços, das cores e dos

detalhes.

A implantação de condomínios fechados é somente possível em áreas já

anteriormente parceladas, já composta por áreas públicas e infra-estrutura

indispensável, ou seja, o parcelamento do solo precede o condomínio. Para isso os

condomínios somente podem ser implantados em terrenos de no máximo 10.000 m²,

que já são, em sua maioria, parcelados (BARREIROS, 2003). O que não ocorre com

os condomínios em estudo que possuem terrenos acima do valor mencionado.

O condomínio Jardins do Jatobá e residenciais Pratagy e Carimã possuem,

segundo o levantamento dos questionários, uma densidade demográfica equilibrada,

a diferença entre eles, apesar das tipologias diferenciadas - vertical e horizontal,

varia em média de 300 habitantes a mais para o Jardins do Jatobá (considerando o

último edifício em construção). Com relação à impermeabilização do solo, os

residenciais Pratagy e Carimã possuem sua área praticamente impermeabilizada e

árida com ausência de área verde, conforme análise das imagens aéreas

(GLOOGLE, 2007).

3.1 Análise de correspondência entre o condomínio Jardins do Jatobá e os

residenciais Pratagy e Carimã

A análise de correspondência entre diferentes questões ambientais dentre os

dois locais de estudo demonstra que, o nível social dos moradores interfere nas

percepções ambientais destes.

Quando se analisa a correspondência entre as questões relacionadas com a

localização e segurança do condomínio Jardins do Jatobá e dos residenciais Pratagy

e Carimã, bem como da segurança do bairro, ficou claro, pelas respostas dos

moradores, que estes possuem a mesma opinião com relação ao quesito segurança

(Figura 4).

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Figura 4 – Cruzamento de informações referentes à localização do seu condomínio

(Q7) com segurança contra incêndio (Q12), Segurança contra assaltos/roubos e

invasões (Q13) e Como você classifica este bairro em relação à segurança (Q14).

Ambos os grupos demonstram que a localização dos condomínios é

fundamental para a sensação de segurança dos mesmos, indicando que estas

áreas, por serem mais nobres, já trazem maior percepção de segurança,

independentemente do poder aquisitivo dos moradores (Anexo B).

Na análise de correspondência entre as questões relacionadas com a

privacidade e a motivação de se morar em condomínio, os moradores do Jardins do

Jatobá consideram ótima a sua privacidade, escolhendo morar no condomínio por

investimento, convívio com pessoas da mesma classe social, privacidade e status

social. Já os moradores dos residenciais Pratagy e Carimã se consideram sem

privacidade e sua motivação para morar no residencial é devida a sua localização

(Figura 5).

Eixo 1 (70.31%)

Eixo 2 (29.68%)

ótimo

bom

ruim

Q12 ótimo

Q12 bom

Q12 ruim

Q13 ótimo

Q13 bom

Q13 ruim Q14 ótimo

Q14 bom

Q14 ruim

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Figura 5 - Cruzamento de informações referentes à Privacidade entre os moradores

(Q19) com a convivência com pessoas da mesma classe social (Q47), Procura de

privacidade (Q48), Status social (Q49), Melhorar padrão de habitação (Q50), Por

motivo de investimento (Q51) – Motivação de morar em condomínio.

A relação entre a satisfação pessoal de morar em um condomínio que

apresenta maior privacidade, status social e qualidade de construção aparece

claramente nas respostas dos moradores do Condomínio Jardins do Jatobá, com os

moradores demonstrando seu orgulho de residir neste ambiente. Já os moradores

dos residenciais Pratagy e Carimã, por estarem localizados em um imóvel de menor

valor comercial, com uma série de problemas, evidenciam sua insatisfação através

das respostas, demonstrando que residem ali pela localização da área e não por

escolha.

A figura 6 indica que à segurança contra assaltos e roubos é a condição de

moradia mais importante, tanto para os moradores do condomínio Jardim do Jatobá

e dos residenciais Pratagy e Carimã, seguido da facilidade de acesso ao comércio,

escola e serviços de saúde (Anexo C). Os moradores do condomínio Jardins do

Jatobá não consideram a cidade de Campo Grande - MS com problemas de

poluição sonora ambiental, falta de área disponível para lazer, ausência de

segurança, ausência de privacidade e liberdade para seus filhos, além de considerar

que existe qualidade de vida na cidade. Já os moradores dos residenciais Pratagy e

Carimã consideram a cidade de Campo Grande-MS falha com relação falta de área

disponível para lazer e ausência de privacidade e liberdade para seus filhos. Isto

Eixo 1 (81.28%)

Eixo 2 (18.71%)

ótimo

bom

ruim

Q47 Sim

Q47 Não

Q48 Sim

Q48 Não

Q49 Sim

Q49 Não

Q50 Sim

Q50 Não

Q51 Sim

Q51 Não

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indica que a falta de área de lazer e de convivência para os filhos em seu

condomínio, faz com que eles sintam ausência de área de lazer pública próxima a

sua residência, demonstrando sua insatisfação.

Figura 6 - Cruzamento de informações referentes às Condições de moradia

importante (Q38) com poluição sonora ambiental (Q39), falta de área disponível

para lazer (Q40), ausência de segurança (Q41), ausência de privacidade (Q42),

ausência de liberdade para os filhos (Q43), falta de qualidade de vida (Q44).

A figura 7 mostra que para a maioria dos moradores do condomínio Jardins do

Jatobá não existe problemas de barulho com relação à vizinhança (54,3%

classificam como ótimo) e estão plenamente satisfeitos com sua área de convivência

e lazer para jovens e idosos (média de 65,4% classificam como ótimo). Quase todos

associaram qualidade de vida com relação a conforto, segurança, área de lazer e

privacidade.

Eixo 1 (49.82%)

Eixo 2 (35.89%)

Qualidade de construção e suas instalações (água, esgoto, elétrica)

Temperatura, iluminação, ventilação, nível de ruído do apartamento

Aparência do edifício

Segurança contra assaltos e roubos

Facilidade de acesso ao comércio, escolas e serviços de saúde

Áreas verdes próximas

Q39 SimQ39 Não

Q40 Sim

Q40 Não

Q41 Sim

Q41 Não

Q42 Sim

Q42 Não

Q43 SimQ43 Não

Q44 Sim

Q44 Não

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ótimo

bom

ruim

ótimo

bom

ruim

ótimo

bom

ruim

péssimo

ótimo

bom

ruim

péssimo

ótimo bom

ruim

péssimo

ótimo

bom

ruim

péssimo

Eixo 1 (33.98%)

Eixo 2 (23.96%)

Figura 7 - Cruzamento de informações referentes à Privacidade entre os moradores

(Q19) com barulho vindo de áreas vizinhas ou externas (Q21), área de convivência e

lazer para os jovens (Q27), área de convivência e lazer para os idosos (Q29), jardins

(Q32), centro de convivência (Q35).

Já os moradores dos residenciais Pratagy e Carimã consideram as áreas de

convivência, as áreas de lazer e as áreas verdes ruins e com problemas (Anexo D e

E). Foram apenas incluídas cercas, guarita, e áreas de garagem na concepção de

projetos de implantação de conjuntos habitacionais tradicionais. É evidente a

descaracterização do conjunto, uma vez, que alguns moradores já alteraram

características da moradia, como aberturas de janelas, nichos para o ar

condicionado e colocação de cobertura para a vaga de garagem. Fica clara a

presença da descaracterização visual devido à modificação das fachadas do

condomínio. A privacidade pode ser considerada um problema, uma vez que os

apartamentos no nível térreo são expostos à circulação externa existente em volta

do edifício, às brincadeiras das crianças e ao barulho da movimentação de veículos

(Anexo F).

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Os moradores do condomínio Jardins do Jatobá, consideram a aparência dos

edifícios ótima, bem como o tamanho dos apartamentos (Figura 8). Ficou clara a

importância da beleza e da estética na aparência externa dos edifícios (Anexo A).

Consequentemente consideram, em sua maioria, seus apartamentos ótimos com

relação à iluminação natural, ventilação, temperatura e gasto com o condomínio

(Anexo D).

ótimo

bom

ruim

ótimo

bom

ruim

ótimo

bom

ruim

ótimo bom

ruim

ótimo

bom

ruim

péssimo

Eixo 1 (34.00%)

Eixo 2 (20.67%)

Figura 8 – aparência do condomínio (Q24) com iluminação natural do apartamento

(Q15), ventilação do apartamento (Q16), temperatura do apartamento (Q17), custo

com o condomínio (Q37).

Já os moradores dos residenciais Pratagy e Carimã percebem alguns

problemas na implantação dos prédios devida suas respostas referentes a aparência

do apartamento, bem como, conforto térmico, ventilação e iluminação. Pode-se

afirmar que consideram a moradia com a qualidade de vida, com relação à

adequação do uso da habitação e conforto, ruim em sua maioria, portanto não se

encontram satisfeitos com o custo do condomínio.

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A figura 9 constata que os moradores dos residenciais Pratagy e Carimã

consideram a cidade de Campo Grande carente de áreas de lazer públicas e

liberdade para seus filhos. Devido à falta de segurança preferem morar em

condomínio fechado. Porém essa escolha não foi motivada pela necessidade de

convivência com pessoas do mesmo poder aquisitivo, pela posição do status social

ou pela vontade de melhorar o padrão residencial.

Sim

Não

Sim

Não

Sim

NãoSim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Eixo 1 (58.81%)

Eixo 2 (28.70%)

Figura 9 – Falta área de lazer em Campo Grande (Q40) ausência de liberdade para

filhos em Campo Grande (Q43), falta qualidade de vida em Campo Grande (Q44),

Status social (Q49), Melhorar padrão de habitação (Q50), Por motivo de

investimento (Q51) – Motivação de morar em condomínio.

Em oposto, a maioria dos moradores entrevistados no condomínio Jardins do

Jatobá consideram a cidade de Campo Grande insuficientemente segura para os

filhos e acreditam que apesar de grandes áreas de lazer públicas existentes,

preferem os seus filhos dentro dos condomínios, ou seja, que a qualidade de vida

referente à segurança esta comprometida. Ficou claro nas respostas que esse fator

influenciou na opção de morar em condomínio vertical fechado.

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3.2 Análise “in loco” dos problemas ambientais urbanos resultantes dos

empreendimentos estudados

3.2.1 Residenciais Pratagy e Carimã

A observação dos residenciais indica uma série de problemas ambientais

relacionados à construção e a disposição das estruturas físicas.

A figura 10 indica problemas relacionados à drenagem de águas pluviais, onde

o local de saída destas está localizado diretamente na via pública, podendo

acarretar problemas com relação ao volume de descarga. Além deste fator, podem-

se observar uma série de problemas construtivos como rachaduras (fissuras e

trincas), que possibilitam a infiltração de águas pluviais.

A Ação Civil Pública, nº 0414/2007, movida pela Associação de Moradores do

Condomínio Residencial Carimã, constata através de uma inspeção técnica

realizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato

grosso do Sul – CREA-MS que as trincas e fissuras resultaram de uma ação

higroscópica. Esta foi causada por blocos de cimento ainda não totalmente curados

ou pela aplicação de argamassa de revestimento antes da secagem total da

argamassa de assentamento.

Figura 10. Foto do Residencial Pratagy e Carimã indicando o local de saída de água

pluvial no passeio público, além de rachaduras nas fachadas dos prédios, Campo

Grande - MS.

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Em relação ao sistema de depósito de lixo (Figura 11), é possível observar que

o mesmo ocupa parte do passeio público, poluindo visualmente a área, além de

estar localizado em uma parte que dificulta o acesso por parte dos moradores.

Figura 11. Sistema de depósitos de lixo externo dos residenciais Pratagy e Carimã,

Campo Grande - MS.

Os residenciais Pratagy e Carimã não possuem área verde ou de lazer, além

da mínima distância entre os prédios (em torno de 1,50m), indicando uma falta de

privacidade entre os vizinhos (Figura 12), além de proporcionar falta de ventilação e

iluminação aos apartamentos, reduzindo a qualidade de vida de seus moradores.

Também contribui para o comprometimento da paisagem do entorno pela formação

de uma barreira de concreto.

Figura 12. Residenciais Pratagy e Carimã, Campo Grande – MS.

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Os residenciais Pratagy e Carimã destoam, devido a sua forma de construção,

de todo o entorno residencial da área (Figura 13), pois as diferenças entre os tipos

de construção uniresidencial e a multiresidencial dos prédios. Isto indica que não foi

levado em consideração o entorno já existente, com predomínio de residências.

Figura 13. Visão geral dos residenciais Pratagy e Carimã e as residências do

entorno próximo, Campo Grande – MS.

3.2.2 Condomínio Jardins do Jatobá

O condomínio Jardins do Jatobá apresenta uma série de características de

construção que o tornam diferente dos residenciais anteriormente estudados.

Sua construção utilizou um local que ainda apresenta algumas características

naturais, tais como a presença de uma pequena formação vegetal acompanhando o

córrego Prosa (Figura 14).

Apesar de sua “beleza cênica”, ou seja, o marketing do condomínio é possível

observar o “estrangulamento” da mata devido às ações antrópicas anteriores, além

da presença do canteiro de obras, que apesar de provisório, pode acarretar uma

maior poluição e degradação da área.

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Figura 14. Vista parcial da Área de Preservação Permanente – APP do córrego

Prosa e do canteiro de obras do condomínio Jardins do Jatobá, Campo Grande –

MS.

As figuras 15a e 15b indicam a presença de espelho d’água na área social do

condomínio e da entrada do Parque Municipal. No processo de licenciamento, foi

exigida a construção de um lago artificial para compensar o processo de

impermeabilização do local do condomínio, acarretando uma maior taxa de

escoamento superficial, podendo levar a maiores inundações na Avenida Afonso

Pena. A criação do Parque também foi uma exigência legal, pois como os prédios

estão localizados em uma APP, é necessária uma série de compensações

ambientais que estão descritas na Guia de Diretrizes Urbanísticas – GDU, Licença

Ambiental Modalidade Prévia nº. 01.014/2002 e Licença de Instalação nº.

02.104/2002.

Figuras 15a e 15b. Visão do espelho d´água do condomínio Jardins do Jatobá e

entrada principal da Praça Osvaldo Arantes, Campo Grande – MS.

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Uma imagem que se destaca neste condomínio é a diferença de tratamento

entre as duas entradas, a principal e a de serviço, (Figura 13a e 13b) onde a

primeira mereceu um tratamento estético aprimorado, enquanto a outra, foi relegada

a uma situação visual que não combina com o entorno e com a própria imagem do

condomínio Jardins do Jatobá.

Figuras 13a e 13b. Entradas secundária e principal do condomínio Jardins do

Jatobá, Campo Grande – MS.

4 Conclusões

Em análise da situação ambiental do condomínio Jardins do Jatobá e

residenciais Pratagy e Carimã, observou-se que os moradores dos residenciais

apontam como problemas ambientais os aspectos físicos, ou seja, construtivo dos

edifícios, bem como a sua estética e, principalmente, a qualidade de vida

relacionada com o conforto, bem estar pessoal e a qualidade da área de lazer e

convívio. Já os moradores do condomínio jardins do Jatobá consideram como

problemas ambientais a falta de segurança da cidade de Campo Grande e a falta de

áreas de lazer pública.

A percepção dos impactos ambientais referentes à implantação das

construções em área de fundo de vale do córrego Prosa e na Área de Preservação

Permanente, bem como o problema de grandes áreas impermeabilizadas não são

citadas pelos moradores.

Existe uma diferença na produção dos impactos pelos condomínios e

residenciais. No condomínio Jardins do Jatobá os moradores possuem qualidade de

vida – área verde, de lazer, segurança e conforto, porém o ambiente urbano sofre

agressões, como o exemplo da nascente perfurada no canteiro de obras da última

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torre que está sendo construída e o estrangulamento da mata nativa. Já os

residenciais Pratagy e Carimã apresentam impactos urbanos e sociais, com uma

construção precária e quase totalmente impermeabilizada e mal localizada no

terreno, com suas estruturas comprometidas principalmente na época das chuvas,

bem como problemas de saúde pelas constantes reformas, falta de lazer e

privacidade.

Considera-se, portanto, necessária à reavaliação dos órgãos responsáveis pela

gestão urbana adotarem uma política mais rígida em relação à aprovação de

empreendimentos, principalmente em áreas de preservação, evitando assim, futuros

problemas ambientais urbanos que venham a prejudicar a cidade.

5 Considerações Finais

No decorrer deste artigo foram analisados os principais impactos ambientais

provocados pela implantação de dois conjuntos habitacionais na cidade de Campo

Grande – MS que, ainda hoje, estão contribuindo com a degradação ambiental do

meio físico e da qualidade de vida de seus moradores.

É necessária a preocupação com o adensamento de construções residenciais

repetitivas e impróprias para determinadas áreas, principalmente os

empreendimentos de condomínios de torres que modificam consideravelmente o

entorno ao qual estão inseridos, gerando impactos ambientais no espaço urbano.

É preciso mudanças na visão política e reavaliação dos instrumentos legais,

ou seja, estimular as políticas habitacionais através de estudos de Avaliação Pós

Ocupacional, principalmente, referente às construções populares, superando as

soluções defasadas e baseadas na quantidade em função da qualidade. Métodos

de avaliação habitacional deveriam ser desenvolvidos, evitando a repetição de

modelos inapropriados.

No processo de ordenação espacial da cidade os interesses particulares ou

meramente econômicos não devem ultrapassar os interesses coletivos. As

construtoras e agencias financiadores devem ter um melhor cuidado em suas

construções evitando edificações de baixa qualidade construtiva, acarretando

problemas ambientais no entorno ao qual estão inseridos e proporcionando uma

péssima qualidade de vida aos moradores de seus empreendimentos, que é o caso

dos residenciais Pratagy e Carimã.

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A localização do condomínio Jardins do Jatobá, sua implantação, limitando a

recuperação da mata ciliar do córrego Prosa e suas torres altas desconfigurando a

paisagem local, por si já são exemplos de impactos urbanos local. Apesar de toda a

legislação vigente ter cumprido seu papel, não foi suficiente.

Deve-se rever a Lei Nº. 3.612 que Institui o Sistema Municipal de

Licenciamento e Controle Ambiental - SILAM, melhorando algumas exigências para

liberação de tais empreendimentos, evitando problemas ambientais de maior

impacto para a cidade, uma vez que esta se encontra em franco crescimento.

A fiscalização de obras populares necessita ser mais rígida, apesar de serem

construções liberadas do Código de Obras. É preciso rever tal posição para acabar

com o barateamento e erros construtivos que acarretam problemas ambientais e

sociais para a cidade. O Programa de Arrendamento Residencial – PAR criado pela

União tem como objetivo possibilitar a melhoria da moradia da população de baixa

renda, porém na prática não está sendo aplicado, exemplificado no caso dos

residenciais Pratagy e Carimã.

Diante do exposto pode-se concluir que:

• A localização dos residenciais em áreas consideradas nobres traz uma

sensação de segurança para ambos os moradores dos condomínios;

• Condomínios de baixo custo (Pratagy e Carimã) não trazem qualidade

de vida aos moradores, em alguns casos, prejudicando a própria saúde

do morador (problemas de alergia);

• A fiscalização ambiental dos condomínios de baixa renda não é eficaz.

Carece de normas e critérios mais específicos e técnicos que atuem na

prevenção e/ou minimização dos impactos ambientais;

• A utilização das áreas de fundos de vale para processos construtivos

não leva em consideração que estas são Áreas de Preservação

Permanente, bem como que a impermeabilização pela pavimentação e

as áreas edificadas provocam o aumento de temperatura local e altera o

microclima.

Os problemas relacionados á drenagem são de maior gravidade para a cidade

de Campo Grande – MS, principalmente nos períodos de intensas precipitações

pluviométricas, em especial nas áreas de fundo de vale, originado impactos como

enchentes, erosão e assoreamento dos cursos d`água, no caso o córrego Prosa.

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Para conseguirmos rumar para uma cidade com verdadeiros princípios

ambientais é preciso adotar algumas modificações na legislação urbanística e

ambiental:

• Deve-se estimular a construção em áreas propícias e com densidade

adequada, acabando com os vazios urbanos e completando a infra-

estrutura existente;

• Adotar taxas de impermeabilização do solo urbano evitando futuros

problemas de drenagem e aumento de temperatura.

A preservação ambiental vai depender da interação entre as políticas urbanas,

a população e os governos atuantes.

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ANEXOS

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Anexo A. Quadro 2 - Análise da aparência do condomínio e residenciais.

Anexo B. Quadro 2 - Análise da segurança do condomínio, residenciais e do

bairro.

Jardins do Jatobá Pratagy e Carimã Como você considera a aparência:

% do N da coluna % do N da coluna ótimo 80,0% 0%

bom 20,0% 53,3%

ruim 0% 46,7%

péssimo 0% 0%

Do seu apartamento

nsa 0% 0%

ótimo 94,3% 0%

bom 5,7% 36,7%

ruim 0% 63,3%

Péssimo 0% 0%

Do seu condomínio

Nsa 0% 0%

Ótimo 91,4% 0%

Bom 8,6% 36,7%

Ruim 0% 63,3% péssimo 0% 0%

Das áreas de convívio

nsa 0% 0%

Jardins do Jatobá

Pratagy e Carimã

Como você classifica o seu condomínio em relação à:

% do N da coluna

% do N da coluna

ótimo 27,3% ,0%

bom 72,7% 70,0%

ruim 0% 30,0%

péssimo 0% 0%

Segurança contra incêndio:

nsa 0% 0%

ótimo 36,4% 0%

bom 63,6% 60,0%

ruim 0% 40,0%

péssimo 0% 0%

Segurança contra assaltos/roubos e invasões:

nsa 0% 0%

ótimo 30,3% 0%

bom 69,7% 83,3%

ruim 0% 16,7%

péssimo 0% 0%

Como você classifica este bairro em relação à segurança:

nsa 0% 0%

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Anexo C. Quadro 4 - Análise da importância de se morar em

condomínio/residência.

Anexo D. Quadro 5 - Análise do conforto - iluminação, ventilação e temperatura

do apartamento.

Jardins do Jatobá Pratagy e Carimã Considerando as condições de moradia no conjunto residencial / torre

residencial, marque o que é mais importante no seu ponto de vista. % do N da coluna

% do N da coluna

Qualidade de construção e suas instalações 8,6% 0% Temperatura, iluminação, ventilação, nível de ruído do apartamento

5,7% 0%

Aparência do edifício

17,1% 0%

Segurança contra assaltos e roubos

51,4% 66,7%

Facilidade de estacionamento

0% 0%

Facilidade de transporte para o trabalho

0% 0%

Facilidade de acesso ao comércio, escolas e serviços de saúde 8,6% 33,3%

Qualidade das áreas externas comuns 0% 0%

Áreas verdes próximas

8,6% 0%

Como você classifica o seu apartamento em relação à:

Jardins do Jatobá Pratagy e Carimã

ótimo 36,4% ,0% bom 63,6% 40,0% ruim

0% 60,0%

péssimo 0% 0%

Iluminação natural:

nsa 0% 0% ótimo 54,5% 0% bom 45,5% 50,0% ruim 0% 50,0% péssimo

0% 0%

Ventilação de seu apartamento:

nsa 0% 0%

ótimo 51,5% 0% bom 48,5% 40,0%

ruim 0% 60,0% péssimo 0% 0%

Temperatura de seu apartamento:

nsa 0% 0%

ótimo 45,5% 0%

bom 54,5% 53,3% ruim

0% 46,7%

péssimo 0% 0%

Iluminação das áreas comuns do condomínio:

nsa 0% 0%

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Anexo E. Quadro 6 - Análise das áreas comuns de vizinhança do

condomínio/residencial.

Anexo F. Quadro 7 - Análise da privacidade dos apartamentos do

condomínio/residencial.

Jardins do Jatobá

Pratagy e Carimã Como você qualifica as seguintes

áreas comuns:

% do N da coluna

% do N da coluna

ótimo 80,0% 0% bom 20,0% 30,0% ruim 0% 56,7% péssimo 0% 13,3%

Playground: nsa 0% 0%

ótimo 74,3% 0% bom 25,7% 0% ruim 0% 80,0% péssimo 0% 20,0%

Jardim: nsa 0% 0%

ótimo 62,9% 0% bom 37,1% 13,3% ruim 0% 73,3% péssimo 0% 13,3%

Quadra de esportes: nsa 0% 0%

ótimo 57,1% 0% bom 42,9% 23,3% ruim 0% 60,0% péssimo 0% 16,7%

Estacionamento: nsa 0% 0%

ótimo 71,4% 0% bom 28,6% 13,3% ruim 0% 80,0% péssimo 0% 6,7%

Centro de convivência: nsa 0% 0%

Jardins do Jatobá

Pratagy e Carimã

Como você classifica o seu apartamento em relação à:

% do N da coluna

% do N da coluna

ótimo 54,3% 0% bom 45,7% 26,7% ruim 0% 73,3% péssimo 0% 0%

Privacidade entre os moradores: nsa 0% 0% Distância das janelas dos apartamentos visinhos em relação a sua privacidade

ótimo 57,1% 0%

bom 42,9% 36,7% ruim 0% 63,3% péssimo 0% 0% nsa

ótimo 60,0% 0% bom 40,0% 30,0% ruim 0% 70,0% péssimo 0% 0%

Barulho vindo de áreas vizinhas ou externas

nsa 0% 0% parede 11,4% 0% piso 14,3% 6,7% teto 17,1% 6,7% janela 57,1% 86,7% estacionamento 0% 0%

De onde vem o barulho?

outros 0% 0%