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TABLET NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: ACESSIBILIDADE, APRENDIZAGEM E AUTOESTIMA

Tatiana Beatris Langwinski Bonotto (1)

Rosângela Abreu do Prado Wolf (2) Resumo: Este artigo é um relato de pesquisa das dificuldades enfrentas na Educação Especial quanto ao desempenho do processo de aprendizagem dos alunos com Deficiência Intelectual (D.I.). Um dos objetivos que norteou a pesquisa foi à busca pela inovação docente, a partir do uso do tablet para contribuir no processo de alfabetização de alunos que apresentam dificuldades cognitivas para abstrair conteúdos. Em um primeiro momento foi realizada pesquisa bibliográfica, cujos teóricos serviram de base para esse estudo, como Ausubel (1982), que defende a importância da aprendizagem significativa; Lévy (2012), Gogói (2006), Soares (2008) e Tomé (2013) que defendem o uso lúdico das tecnologias educacionais na alfabetização. Nesse sentido, em um segundo momento foi realizada uma investigação com coleta de dados, por meio da implementação de projeto de intervenção na Escola Modalidade Educação Especial Elvira Andreghetto Severgnini, de Quedas do Iguaçu (PR), com alunos que frequentam a terceira etapa do primeiro ciclo do Ensino Fundamental. A partir desta implementação os dados coletados foram analisados no tocante a utilização do tablet como ferramenta pedagógica na aprendizagem da leitura e da escrita dos alunos D.I. Os resultados alcançados nos mostraram que a tecnologia pode ser forte aliada do professor na estrutura das estratégias inovadoras, como também um eficiente recurso a promover uma aprendizagem significativa. Palavras chave: Educação Especial; tablet; alfabetização.

_________________________________

1 Professora PDE 2016, pós-graduada em Ensino da Matemática pela Universidade do Centro-Oeste/UNICENTRO e Psicopedagogia, pela Centro Tecnológico de Educação/ CETEC, Graduada em Matemática e Biologia pela Universidade do Centro Oeste Paulista/UNIOESTE, atuando como professora em Quedas do Iguaçu - PR. E-mail para contato: [email protected] 2 Professora Orientadora, lotada no Departamento de Pedagogia da Universidade o Centro-Oeste/UNICENTRO, com especializações em Supervisão Escolar e Educação Ambiental, mestrado em Linguística Aplicada pela UEM. Doutora em Educação pela PUC-PR. E-mail para contato: [email protected]

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INTRODUÇÃO

O presente artigo é parte conclusiva do Programa de Desenvolvimento

Educacional PDE, e tem por finalidade analisar o tablet como ferramenta

pedagógica, bem como a dificuldade de trabalhar conteúdo escolares, voltada

à alfabetização com alunos deficientes intelectuais (D.I.) dos anos iniciais do

Ensino Fundamental. Esses alunos apresentam deficiência mental ou

transtorno de aprendizagem e por isso necessitam de atenção individualizada.

Além do uso de uma ferramenta que auxilie no aprendizado de forma

significativa afim de melhorar o desempenho escolar, até porque precisam de

um tempo maior de permanência em cada etapa ou ciclo.

A escolha de pesquisar esse tema ocorreu em razão das observações e

experiências vivenciadas na Escola Modalidade Especial Elvira Andreghetto

Severgnini – APAE, município de Quedas do Iguaçu, Paraná. Os alunos D.I.

apresentam dificuldades de associação de ideias, de assimilação de conteúdos

e precisam de práticas escolares diferenciadas para desenvolver sua

aprendizagem. Pesquisar sobre o uso do tablet com alunos D.I. na

alfabetização se deve também a inquietação diante de uma série de

dificuldades de aprendizagem. Utilizando este recurso tecnológico e a

mediação docente, o espaço da sala de aula tende a ser atrativo e ao mesmo

tempo facilitador da aprendizagem. As tecnologias fazem parte do mundo e nos

ajudam a experimentar e obter avanços significativos na escola e na vida.

Nesse sentido, os atos de ensinar e de aprender de forma significativa

para esses alunos exige a busca de novas estratégias para o trabalho docente.

Dentre muitas possibilidades, pensa-se que o acesso à tecnologia, a

comunicação interativa e a incorporação das informações tecnológicas ao

cotidiano do estudante contribuirão para a aprendizagem, que é o objetivo

maior da educação.

Desta forma o professor desempenha o papel de mediador, identificando

as dificuldades e utilizando o tablet como ferramenta de apoio para minimizar

suas dificuldades.

Atualmente as tecnologias estão presentes no ambiente social e cultural

dos alunos. E por este motivo, torna-se uma opção para a sala de aula como

instrumento que contribuirá para a aprendizagem e o desenvolvimento da

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autoestima. Pois, considera-se que a relação interativa aluno/objeto vai sendo

construída aula a aula, através do manuseio destes objetos e pelas tentativas

de acertos e de erros, e aos poucos o aluno passe a adquire confiança,

familiaridade, além de desenvolver a mobilidade ao manusear o instrumento.

Por isso tecnologias móveis, como aplicativos no contexto escolar,

usados como ferramenta pedagógica tablets, smartphones, notebooks,

facilitam a aprendizagem de alunos com D.I.

Por esta razão o uso do tablet apresenta-se como meio relevante que

auxilia muito no trabalho com as convenções de leitura e de escrita, bem como,

com o nível de atenção, concentração, coordenação visiomotora e autoestima

do aluno D.I.

Justifica-se ainda o uso do tablet como recurso pedagógico em turmas

de Educação Especial por se constituir uma ferramenta que possibilita maior

autonomia, por meio de exercícios que ajudam o aluno a reconhecer e

identificar as letras, por exemplo.

Enfim, no uso do tablet com esses alunos, o professor desempenha o

papel de mediador, no qual vai identificando as dificuldades e orientando para

que a alfabetização seja um processo mais atrativo, lúdico e eficiente.

Conforme Moran (2002, p.02)

[…] é possível que a aprendizagem na Era da Informação, seja facilitada pelo uso da tecnologia como recurso didático. Mas isso exigirá do professor uma mudança de papel, pois passará a ser um facilitador do aluno, auxiliando na interpretação e correlação dos dados que são encontrados nesse universo diversificado de informações.

Nesta mesma perspectiva, acrescenta (Perrenoud 2000, p. 139)

As novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagem ricas, complexas e diversificadas.

Existe uma era de evolução e uma era de informação, ambas caminham

juntas. Desse entendimento temos grandes mudanças pelas quais nossa

geração vem passando, tal qual a geração de nossos alunos. Existe o lado que

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aguça a curiosidade e outro que desperta o interesse para um mundo bem

maior daquele que imaginávamos. Isso se chama avanço científico e

tecnológico.

O maior desafio da educação muitas vezes é conscientizar o professor

de que a tecnologia está presente em nosso meio, devendo assim ir em busca

domínio da máquina e utilizar como ferramenta para transmitir/construir o

conhecimento com os alunos. O uso da tecnologia necessita de docentes

dispostos a aprender novas metodologias envolvendo a mudança de hábito no

planejamento das aulas, como preparar materiais online para possam usufruir

da tecnologia como meio de aprendizagem significativa em sala de aula.

Os recursos educacionais digitais presentes no contexto da

aprendizagem auxiliam de forma significativa a ação de ensinar e de aprender.

Esses instrumentos possibilitam abordagens distintas, podendo ser usadas

como complemento no processo de ensino aprendizagem, no entanto, o

professor precisa ser mediador do processo para favorecer o ensino e a

aprendizagem na prática pedagógica, melhorando assim o relacionamento dos

alunos D.I. com o conhecimento e com sua autoestima.

1 Contribuição do tablet como ferramenta pedagógica na alfabetização de

alunos D.I.

O uso do tablet, como ferramenta pedagógica, auxilia nas dificuldades

do aluno D.I., como facilitador para a sua alfabetização podendo conciliá-lo

com o uso de outro material didático. Por ser um dispositivo móvel, de fácil

acesso, é usado em qualquer lugar e da forma mais convencional para a

situação, onde o aluno pode fazer atividades lúdicas de coordenação, conhecer

as letras e os números, ouvir suas pronúncias, fazer seu traçado, praticar a

escrita, entre outras possibilidades. Também, por ser atraente, o tablet oferece

uma motivação ao aluno com atividades interessantes e divertidas.

O aluno D.I. apresenta dificuldade em abstrair e pode-se trabalhar com

a imagem visualizando-as com maiores detalhes, ou seja, com o manuseio dos

dedos sobre a tela permite aumentar o tamanho das figuras, beneficiando ao

entendimento e a abstração.

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Ainda se acrescenta o fato do tablet apresentar dimensões semelhantes

ao caderno, facilitando o seu manuseio, e pode ser usado na posição vertical

ou horizontal, com um simples toque na sua tela com o dedo. A tela sensível ao

toque permite uma navegação muito mais intuitiva e fácil do que com o mouse,

possibilitando mesmo aos que com limitações motoras possam manuseá-lo.

Facilita aos que apresentam dificuldade na coordenação motora, como segurar

o lápis, ou seja, não possuem o movimento de pinça.

Ao usar o tablet percebe-se que reforça o aprendizado, além do que

existem muitos jogos no qual pode-se repetir a atividade de maneira diferente,

sem que o aluno D.I. se canse e aprenda brincando. E assim enriquecer as

aulas tornando-as mais atrativas, elevando a sua autoestima.

No ambiente escolar o tablet pode tornar a aprendizagem significativa e

relevante ao professor e aluno. Desta forma é importante que os educadores

aprendam e acreditem que a tecnologia facilita a aprendizagem e os alunos D.I.

aprendem de forma prolongada, pois este recurso torna as aulas muito mais

interessantes e obtendo melhores resultados, uma vez que existem aplicativos

que possibilitam apresentar letras, figuras, palavras e números.

O tablet, é uma ferramenta que fascina, motiva o aluno durante o

processo educativo, pois é algo do momento, que chama a atenção e que traz

inúmeras possibilidades através de imagens, canções, brincadeiras, jogos e

tudo mais, onde eles podem interagir e aprender de forma lúdica,

principalmente no que equivale à alfabetização. O auditivo e, principalmente o

visual, são as formas que mais favorecem tanto para que tenham maior

atenção, quanto a memorização e reprodução da aprendizagem adquirida, seja

através da linguagem oral, escrita ou expressiva da parte do aluno.

O aluno D.I. aprende de maneira diferenciada e o uso do tablet irá

favorecer melhores condições de aprendizado, pois irá aguçar a sua

curiosidade. As novas tecnologias podem ajudar enriquecendo as atividades

pedagógica, pois permitem a criação de situações de aprendizagem ricas,

complexas e diversificadas no auxílio do letramento destes educandos.

O aluno D.I. necessita de estímulos constantes, daí a necessidade de

usar recursos diferenciados. O uso do tablet vem colaborar como recurso

diferenciado aumentando a concentração e a participação nas atividades

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propostas, isso facilitará o desempenho na escola, sendo que também esse

aluno terá a mesma oportunidade que os demais, desenvolvendo autonomia e

habilidades específicas na linguagem oral e na interação social, além de

explorar recursos disponíveis para a aprendizagem, com aplicativos adequados

às necessidades de aprendizagem do aluno.

O uso do tablet vem como ferramenta facilitadora no processo de

inclusão e alfabetização de alunos D.I., aumentando a concentração do aluno e

mostrando um aliado na aprendizagem, vez que o aluno, que acaba

conseguindo montar palavras que de maneira convencional não poderia,

devido as suas limitações.

Acredita-se que o uso da tecnologia de forma planejada e aliada a outros

recursos pedagógicos possibilitará aos alunos D.I. maior desafio na

alfabetização e ao mesmo tempo na aprendizagem. Isso potencializará,

estimulará e desenvolverá as habilidades cognitivas e motoras, contribuindo

para tornar o processo de alfabetização mais atrativo, eficaz e agradável,

porque o aprendiz terá a oportunidade de ir construindo gradativamente seu

conhecimento, acrescentando saberes à medida que supera seus limites. Por

outro lado, na escola de Educação Especial ajudará com a acessibilidade na

coordenação motora, no atendimento aos alunos que precisam de ajuda e até

mesmo adaptações para fazer atividades, assumindo assim importante

atribuição de compartilhar conhecimentos que visem à superação de barreiras

ao conhecimento e colaborem com a qualificação da prática docente dos

professores da sala de aula comum.

Para que isso aconteça, não podemos descartar a utilização da

tecnologia. Ela se torna um aliado importantíssimo para o professor neste

processo. Ele poderá trabalhar com o aluno D.I. estimulando-o a superar seus

próprios limites. Mediante o uso de tablet encontramos vários aplicativos que

podem auxiliar o aluno quanto a estimulação no trabalho das áreas de

desenvolvimento e de conhecimento. Esta é a na era de grandes avanços

tecnológicos, os quais, se bem utilizados, podem possibilitar igualdade de

condições e oportunidades a todos.

No entanto, é preciso planejar, elaborar estratégias, com atividades

dinâmicas e que chamem a atenção dos alunos D.I., bem como com atividades

direcionadas ou adaptadas a cada um, para que não haja frustração e, sim,

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vontade de querer mais, avançar mais, atraindo a atenção, percepção visual e

auditiva, consequentemente favorecendo a aprendizagem, autonomia e

independência.

2 Tablet: um parceiro pedagógico

As tecnologias precisam ser utilizadas como complemento no processo

de ensino-aprendizagem. O professor é o mediador do processo e precisa

compreender seu papel, encontrando meios para aplicar as metodologias de

maneira a favorecer o processo de ensino e aprendizagem na prática

pedagógica, melhorando o relacionamento dos alunos com o conhecimento.

Acredita-se assim, que o tablet pode mudar a dinâmica da sala de aula e

melhorar o interesse e consequentemente a aprendizagem dos alunos D.I.

Cada vez mais cedo as crianças têm acesso ao mundo digital e estão

inseridas ao uso desse recurso. As crianças de hoje são diferentes da criança

que fomos. Atualmente são inúmeros recursos tecnológicos e aplicativos que

despertam a atenção das crianças, e por isso torna-se interessante aliar a

tecnologia aos conteúdos escolares.

Acredita-se que os benefícios desse uso tragam resultados positivos,

principalmente na fase de alfabetização dos alunos D.I. onde o professor

mediador utiliza o tablet como suporte pedagógico. O uso das tecnologias

como ferramenta auxilia o planejamento de atividades coerentes e condizentes

com os objetivos que se pretende alcançar. Possibilitará aos alunos D.I. uma

aprendizagem significativa em que ampliem seu repertório cognitivo e auxiliam

no processo de alfabetização.

Este estudo demonstra a necessidade de práticas educativas

viabilizados pelo uso do tablet, requerendo dos docentes, mudanças de

paradigmas. O foco é a necessidade de mudanças e aceitação de novas

metodologia de ensino. Acredita-se ainda que estamos em fase de

familiarização com as tecnologias digitais quanto ao uso escolar. O estudo vem

reforçar que o espaço escolar permeado pelas tecnologias possa vir a

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contribuir para uma melhor aprendizagem do aluno D.I. Isso tudo é de extrema

importância na construção das competências da alfabetização e do letramento.

3 Metodologia de pesquisa

Os desafios enfrentados pela Educação Especial são inúmeros,

principalmente no desempenho durante o processo de aprendizagem dos

alunos. Nesse sentido, acredita-se que a busca pela inovação na prática

docente, com a utilização do tablet enquanto ferramenta, tem muito a contribuir

na aprendizagem e na aquisição dos processos de leitura e escrita, pois os

alunos com Deficiência Intelectual (D.I.) apresentam dificuldade de

concentração e linguagem, além de suas dificuldades cognitivas de abstrair

conteúdo.

Portanto, a fim de aprofundar os estudos uma pergunta norteou a

presente pesquisa: De que forma o tablet, como ferramenta pedagógica,

pode contribuir na alfabetização e letramento em turmas de Educação

Especial, a fim de atender principalmente alunos com D.I. que necessitam

de mais estímulos para aprender e incorporar conceitos?

Para responder esta pergunta a presente pesquisa foi pauta em

metodologia de cunho qualitativo, do tipo pesquisa-ação, que é uma pesquisa

que segundo Engel (2000, p. 182)

[...] procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a compreensão desta.

Essa metodologia de pesquisa-ação caracteriza-se pela interação entre

pesquisador e participantes. Portanto, constitui-se em uma maneira de se fazer

pesquisa em situações em que também se deseja aperfeiçoar a prática

docente, buscando alternativas pedagógicas.

A presente pesquisa ação pesquisa foi realizada na Escola de Educação

Básica na Modalidade de Educação Especial Elvira Andreghetto Severgnini –

APAE, localizada n município de Quedas do Iguaçu – PR, que atende 187

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alunos, sendo alunos com atraso de desenvolvimento e/ou deficiência

intelectual e múltipla, estão distribuídos em etapas e programas como:

educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos e

educação profissional.

A pesquisa foi direcionada a uma amostra de cinco alunos que

frequentam a terceira etapa do primeiro ciclo do Ensino Fundamental,

utilizando o tablet como ferramenta pedagógica no processo de alfabetização.

Como resultado da experiencia, foi produzido uma unidade didática que servirá

de apoio pedagógico aos professores que trabalham com a Educação Especial.

A pesquisa ação objetivou articular ações no ambiente pedagógico

verificando o uso da ferramenta tablet, como meio pedagógico para ajudar a

sanar a dificuldade do aluno D.I. na sua vida escolar, de maneira a

proporcionar uma adaptação tranquila e um aprendizado de qualidade. Muitos

aplicativos, usados em tablet, inserem o usuário num ambiente de

aprendizagem e assim aumentam as habilidades e tomadas de decisões,

facilitando a aquisição de conceitos, contribuindo para o desenvolvimento de

uma grande variedade de estratégias que são importantes para a

aprendizagem, como memorização, raciocínio, habilidade psicomotoras,

aprendizado por descobertas entre outras sem contar que eleva sua

autoestima. Podendo ser justificado, assim:

Memorização: por apresentar o visual o aluno consegue memorizar com

mais facilidade podendo repetir conteúdos de diferentes estratégias/

maneiras;

Desenvolvimento de habilidades cognitivas: os aplicativos nos tablet

promovendo o desenvolvimento intelectual, pois o precisa seguir passos,

estratégias e entender como devo desenvolver a atividade para poder

passar para a próxima fase. Também desenvolve várias habilidades

cognitivas, como a tomada de decisão, reconhecimento de padrões,

processamento de informações, criatividade e trabalha com a associação

da imagem;

Aprendizado por descoberta: desenvolver a capacidade de explorar,

errar e acertar, provocam a experiência e a exploração, estimulando a

curiosidade levando a uma aprendizagem significativa;

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Experiência de novas identidades: oferecem aos alunos novas

oportunidade uma nova maneira de aprender enfrentando sua

necessidade vencendo suas dificuldades e assimilando conteúdos e

conhecimento relativos as atividades acadêmicas;

Coordenação motora: por ser um aplicativo em que se trabalha na tela

com o dedo, promove ao desenvolvimento da coordenação motora e

habilidades espaciais.

Construção do conhecimento: o uso dos aplicativos em sala de aula

implica uma mudança significativa nos processos de ensino

aprendizagem alterando o modelo tradicional de ensino, do uso do

caderno, para o uso de tablet como auxilio no desenvolvimento de

habilidades que não se consegue como lápis e papel, levantando a

tomada de decisões, acerto e erro estreitamente relacionado ao seu

raciocínio lógico.

Portanto a presente pesquisa ação seguiu as seguintes etapas:

Primeira etapa: inicialmente as intervenções procuraram verificar o grau

de aprendizagem de cada aluno a partir de uma avaliação diagnóstica

inicial para que se pudesse selecionar os aplicativos que seriam

trabalhados com cada um, considerando os diferentes níveis individuais

de conhecimento.

Segunda etapa: se familiarizando com o tablet, trabalhando de maneira

lúdica aplicativos que desenvolvam a coordenação motora,

desenvolvendo a criatividade dando oportunidade para adquirir novas

habilidades e respeitar regras proporcionando a autoconfiança e

desenvolvimento a concentração ajudando a elevar sua autoestima e

assim ajudando a trabalhar suas dificuldades de aprendizagem.

Terceira etapa: na sequência será trabalhado com aplicativos, no tablet,

e atividades selecionados de acordo com a particularidade ou

necessidade de cada aluno, dando o reforço necessário à sua

aprendizagem. Sempre direcionado a aprendizagem significativa e

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organizado afim de trabalhar os conteúdos curriculares do Plano de

Trabalho Docente.

Quarta etapa: ao final verificou-se a evolução na aprendizagem de cada

aluno com a observação e a avaliação diagnóstica final, verificando o

desenvolvimento cognitivo de cada aluno.

Essas foram as etapas da presente pesquisa ação, as quais

descreveremos e analisaremos nos próximos tópicos.

4 Implementação do projeto com os alunos na Escola Especial

O projeto de intervenção pedagógica foi inicialmente apresentado para a

Direção, Equipe Pedagógica e Conselho Escolar para ciência do planejamento

e execução. Posteriormente iniciou-se a implementação a partir de uma

avaliação diagnóstica com alunos da terceira etapa do primeiro ciclo do Ensino

Fundamental. As atividades planejadas buscaram atender uma necessidade

pedagógica da demanda da escola, para estabelecer uma aprendizagem

significativa dentre outros desafios encontrados na alfabetização.

Os relatos serão feitos pelas etapas que foram desenvolvidas para a

implementação. Pois em se tratar de aluno D.I. foram necessários mais

encontros do que o previsto na carga horaria, onde cada encontro foi de

quarenta minutos por aluno, estes têm mais dificuldade com a atenção e

concentração, desempenho as atividades em seu tempo e em seu limite,

precisando um tempo maior para sua aprendizagem. As atividades foram

desenvolvidas conforme o desenvolvimento e cada aluno dentro de suas

potencialidades e necessidades.

4.1 Primeira etapa: avaliação diagnóstica

Iniciou-se a pesquisa-ação com a apresentação do tablet e, tão logo o

aluno ia se familiarizando com o instrumento e se fazendo as intervenções.

Foi verificado o grau de aprendizagem do aluno, sua leitura e escrita, o

seu aspecto emocional e afetivo partindo assim a sua avaliação diagnostica,

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para darmos início ao projeto, com próprio tablet com aplicativos já preparados

fizemos a troca de informações verificando o seu entrosamento com o aparelho

e seu grau de aprendizagem.

Permitir que o aluno faça o manuseio do tablet livremente. Por meio da

observação identificando o que ele sabe dessa ferramenta, encorajá-lo para

que tenha confiança e de maneira lúdica e desperte seu interesse em aprender

com autonomia, dessa forma resgatar e valorizar sua autoestima.

Tendo como objetivo trabalhar a afetividade de maneira lúdica, visando

resgatar a autoestima e despertar o interesse do aluno em aprender,

favorecendo o processo de leitura e escrita.

Dentre as atividades, para melhor conhecer o aluno foram apresentados

alguns jogos. Por exemplo: um animalzinho que precisa de carinho, alimentos,

cuidados de higiene pessoal, brincar para distraí-lo, e horário de descanso,

enfim atividades cotidianas que fazem com que o animal cresça e transforme

num animal de estimação. Até o final do projeto eles puderam personalizá-lo.

No decorrer da aula foram brincando livremente e interagindo com a “bichinho”

escolhido, inclusive conversando em alguns aplicativos que reproduzem frases

ditas pelo aluno em tom estranho de voz.

Após trabalhar com a atividade lúdica, foi feita uma avaliação mais

formal verificando o conhecimento e o nível em que se encontrava o aluno. Foi

realizada uma avaliação com o alfabeto móvel, que envolveu folhas avulsas,

atividades de leitura e escrita e atividade pedagógicas com o tablet. Dentre as

questões propostas para avaliação foram observadas: se o aluno identificava o

alfabeto; na leitura e na escrita; se lia e escrevia palavras simples; se

completava as letras e sílabas nas palavras apresentadas e se escrevia o

próprio nome.

Para desenvolvimento das atividades foram utilizados aplicativos com

alfabeto, onde verificou-se o reconhecimento do traçado das letras e a

coordenação motora, além da atenção. Dessa forma, observou-se que os

alunos elevaram a autoestima durante a realização da atividade, pois por ser

lúdica atraiu a atenção e o interesse do aluno que ficava entusiasmado ao

perceber que conseguia traçar a letra com o dedo na tela, o que antes era

inviável com o uso do lápis.

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Verificou-se também que utilizando outro aplicativo houve o

reconhecimento da letra e seu som; e também foi explorado a ordem alfabética.

Todas as propostas tiveram como objetivo levar o aluno a pensar na formação

de palavras através da junção das letras, sílabas e sons.

Na sequência da observação foram apresentados aplicativos para

verificação da consciência fonológica que ajuda na formação de palavras. O

aplicativo visava formar palavras a partir da apresentação de uma figura

arrastando as sílabas para lugar correto e formar a palavra, atividade que

demanda de atenção e concentração para encaixar a sílaba no lugar correto.

4.2 Segunda etapa: aprendendo de maneira lúdica

Nesta etapa foram trabalhados os aplicativos no tablet, que desenvolve a

coordenação motora e a alfabetização, ensinando-os de maneira lúdica. Aqui o

aluno, se familiariza com o tablet, e cria intimidade com o recurso e se aventura

de maneira lúdica e atraente de aprender a ler e escrever.

Na atividade 1, denominada “Esmagando o inseto”, o aplicativo escolhido foi

trabalhar a sua atenção, agilidade, concentração, habilidade e coordenação

motora pois esse tem o objetivo de esmagar o inseto. Esse jogo é atrativo, pois

apresenta um inseto que deve ser caçado e outro não deve ser “acertado”

porque finaliza o jogo. Quanto mais acertar o inseto correto mais pontos e

avança as fases que apresentam novas regras. É um jogo simples que exige

atenção para acertar o inseto “certo” e agilidade para pontuar mais. Lembrando

que o aluno uso o dedo para jogar.

Na atividade 2, denominada “ Ligando as cores”, o aplicativo visava

desenvolver a coordenação e a percepção. Nessa atividade precisava ligar as

cores iguais para uma sequência. Resolvendo assim o quebra-cabeça, não

podendo sobrepor as cores, sempre achando estratégias para resolver o

caminho correto. Após ligar todas as cores finalizava e passava a etapa

seguinte.

Na atividade 3, denominada “Jogo da velha”, o aplicativo permite jogar

individual ou em dupla. Esse jogo é semelhante ao jogo tradicional, somente

varia porque o jogador pode traçar com o dedo sua opção: bolinha ou cruzinha.

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Contribui para desenvolver o raciocínio logico, a atenção, a concentração, a

observação, a coordenação motora, tátil e visual.

Na atividade 4, denominada “Quebra cabeça”, com esse aplicativo o aluno

formava figuras e letras. Isso contribuiu para desenvolver a concentração, a

noção espacial, a percepção visual, o desenvolvimento neurológico e

psicomotor. O aplicativo quebra-cabeça, além de divertido porque permite o

deslizar das peças na tela, ajudou a desenvolver coordenação motora fina, a

percepção e a atenção. Há vários tipos de quebra-cabeça disponíveis para baixar

conforme o grau de compreensão do aluno. Alguns quebra-cabeças apresentam sons

para acerto e erro. Alguns podem ser utilizados para a formação de imagem, letras e

associação de palavras, entre outros modelos.

Na atividade 5, denominada “Alfabeto lúdico” teve como objetivo recordar as

letras do alfabeto de maneira lúdica. A proposta era traçar as letras na ordem

alfabética e a cada letra o aluno precisa executar o traçado correto para obter o

som da letra e uma imagem, levando-o a associação de letra/imagem. Há

outros aplicativos semelhantes que permitem explorar a leitura do som e

associar as letras do alfabeto. Já outro aplicativo trabalhado permite ao aluno

percorrer com os dedos o contorno das letras do alfabeto, seguindo o traçado

corretamente, dessa forma, auxiliando no processo de memorização das letras,

traçado e sons. Assim o aluno fica familiarizado com a forma e som de cada

letra, além de aprender novas palavras. Tornando-se uma ótima ferramenta

para ensinar o alfabeto.

4.3 Terceira etapa: aprendizagem significativa

Feito as sondagens necessárias partimos para a terceira etapa na qual na

sequência trabalhou-se com aplicativos, no tablet, selecionados de acordo com

a particularidade ou necessidade de cada aluno. Sempre direcionado a

aprendizagem significativa e organizado afim de trabalhar os conteúdos

curriculares do Plano de Trabalho Docente.

É fundamental trabalhar com alunos D.I. o reforço das atividades para que

estes assimilem os conhecimentos e ampliem suas capacidades intelectuais.

Para isso pode-se usar o recurso tablet para despertar a curiosidade e facilitar

a resolução de atividades como: coordenação viso motora, coordenação

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motora fina, percepção, grafia ilegível, estimulando o interesse do aluno em

aprender a ler e a escrever.

Os aplicativos permitem explorar várias estratégias de ensino, seja pelo

desafio ou pelas etapas: fácil, médio e difícil ou pelas categorias. Eles

despertam no aluno o interesse em superar suas dificuldades, no entanto o

professor deve mediar essas aprendizagens, questionando e estimulando a

melhorar sua performance diante dos resultados. Por exemplo, há aplicativos

que apresentam até quatro possibilidades de atividades, como: vogais,

alfabeto, silabação e formação de palavras. Para que as chances de sucesso

aumentem é importante permitir ao aluno que avance as etapas, refletir com

ele ou até mesmo encoraja-lo a superar as dificuldades, principalmente de

leitura e escrita. Para os alunos D.I. que convivem com a tecnologia é natural

brincar e jogar em tablets e por isso o professor pode fazer uso cotidiano desse

recurso para o aprendizado da leitura e da escrita.

Na atividade 1, denominada “Desembaralhando as letras” consiste num

aplicativo voltado a construir a palavras de maneira correta, completando a

letra que falta. Este jogo é educativo e divertido, pois ao mesmo tempo que

diverte ensina os alunos a soletração e a construção de palavras. Conforme

aparece a figura, eles arrastavam com o dedo as letras que apareciam

embaralhadas para formar a palavra. No entanto há uma pista, isto é, uma

marca d’água que ajuda a colocar as letras nos lugares corretos. Após a

formação da palavra a leitura das letras e da palavra formada.

Esse aplicativo ajuda os alunos a treinar, de forma divertida, as

competências implicadas na leitura, como a correspondência grafo-fonética

(correspondência letra-som), fusão fonética e fusão silábica, trabalhando vários

tipos de sílabas (das mais fáceis às mais difíceis) e os casos especiais da

Língua Portuguesa.

Na atividade 2, denominada “Sílabas simples” é um aplicativo que trabalha

o com sílabas simples, facilitando o aprendizado dos sons de algumas sílabas

e o reconhecimento global da palavra. O desafio é clicar na sombra da figura,

ouvir a palavra que a representa, selecionar as sílabas dentre várias, para

formar a palavra. Se acertar a palavra que representa a figura é dita novamente

e o aluno ganha uma estrela, de forma que a cada três estrela muda de fase.

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A partir desta atividade trabalhamos com o tablet associando atividades

com jogos pedagógico e com a escrita no caderno, verificando a sua evolução

na aprendizagem.

Na atividade 3, denominada “O som e novas palavras” é um aplicativo que

forma palavras partindo da soma das sílabas, desenvolvendo a percepção

visual, observação, atenção e o raciocínio. O aplicativo traz a numeração junto

com a sílaba. O aluno deve juntar os números respeitando ao solicitado ao lado

de cada sílaba para formar as palavras.

Na atividade 4, denominada “Associando o som com a imagem” o aplicativo

apresenta várias fases, podendo ser usado em várias atividades. Trabalha com

a imagem, som, escrita e número de silabas. A atividade consiste em: ouvir o

som da palavra e identificar marcado o desenho que representa a palavra.

Outra variação é ouvir o nome do desenho identifica a silaba que está faltando.

Em outra variação ouve se a palavra e se identifica a letra. Em mais uma

variação neste aplicativa ouve se a palavras e marca o número de sílabas,

consciência fonológica.

Na atividade 5, denominada “Formando palavras com letras” o aplicativo

trabalha a formação de palavras, é um aplicativo semelhante a atividade

desenvolvida com o alfabeto móvel. Essa atividade auxilia no início da

alfabetização formando palavras simples. Conforme a imagem mostrada na

tela do tablet, o aluno vai organizando as letras para formar a palavra, quando

conferir a resposta acende uma lâmpada, amarela para acerto e vermelho para

o erro, devolvendo as letras erradas ao local de origem e possibilita uma nova

tentativa de escrita. O jogo simula o cenário de uma fábrica e solicita aos

alunos que organizem as letras disposta em uma engrenagem a formar a

palavra indicada na imagem. Esta atividade estimula a leitura e a escrita, pois

conforme o aluno acerta, acumula pontos e passa de fase.

Na atividade 6, denominada “Brincando com o alfabeto” tem como aplicativo

a utilização do tablet para leitura no início do processo de alfabetização. É um

aplicativo dinâmico e divertido que visa despertar o interesse do aluno de forma

lúdica, reforçando assim a memorização das vogais, consoantes e sílabas. O

aprendizado da junção das sílabas para formar as palavras por meio do jogo

musicado que permite ao aluno acompanhar o som de cada letra do alfabeto

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associado as vogais, formando as famílias silábicas e também as junções das

vogais.

Na atividade 7, denominado “Soletrando” neste aplicativo, testa o aluno,

que tem que ser conhecedor do alfabeto e a escrita de algumas palavras para

melhor aproveito das jogadas. A palavra é dita em voz alta e o aluno deverá

digitar as letras para formá-la corretamente dentro do tempo estipulado e

confirmar ao finalizar. Se acertar pontua, caso erre não há pontuação. É uma

atividade muito conhecida que desenvolve estratégias de leitura e o

reconhecimento global das palavras por meio da soletração das palavras,

ampliando a percepção dos modos de falar e escrever.

Na atividade 8, denominada, “Sílabas simples” neste aplicativo trabalha a

escrita e leitura o aluno aprender a juntar as sílabas e reconhecer globalmente

a palavra. É um aplicativo de sílabas simples facilita o aprendizado dos sons de

algumas sílabas e o reconhecimento global da palavra. O desafio é clicar na

sombra da figura, ouvir a palavra que a representa, selecionar as sílabas

dentre várias, para formar a palavra. Se acertar a palavra que representa a

figura é dita novamente e o aluno ganha uma estrela, de forma que a cada três

estrela muda de fase

Na atividade 9, denominada, “Caça-palavras” é um aplicativo lúdico que

consiste de letras dispostas aleatoriamente. O objetivo é encontrar as palavras

escondidas e identificar rapidamente. As palavras podem estar escritas na

vertical, diagonal ou mesmo horizontal. A maioria dos caça-palavras possuem

uma lista das que devem ser procuradas, mas há muitos que não têm, o que

torna este jogo muito mais desafiante. Usado como ferramenta educacional,

desenvolve a agilidade, o raciocínio e ajuda a perceber a forma correta da

escrita das palavras, além de ampliar o vocabulário do aluno D.I.

Outra atividade possível é formar frases (oral e escrito) com as palavras

encontradas.

Na atividade 10, denominada, “Forca” é um aplicativo semelhante ao jogo

da força em que desenvolve a criatividade e habilidade. É um jogo popular que

coloca em prova a imaginação do aluno, seu conhecimento do vocabulário e

seu manejo com as letras. Descobrir uma palavra apertando com o dedo sobre

as letras do alfabeto. A cada escolha há um sinal sonoro de acerto e outro de

erro. Para cada erro partes do boneco vão sendo acrescidas num total de seis.

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Caso não consiga formar a palavra o boneco será enforcado e o aluno perde o

jogo. Para cada escolha certa, a letra tomará a posição correta na palavra.

Também há a possibilidade de pedir dicas.

4.4 Quarta etapa: a avaliação diagnóstica final

Em um último encontro foi realizado a avaliação diagnostica final, para a

verificação de desempenho de aprendizagem de cada aluno e de sua evolução

tendo o tablet como ferramenta pedagógica, elevando sua autoestima e

superando suas dificuldades encontrada para um aprendizado convenciona.

Em sua familiarização com o instrumento (tablet), observou-se então por se

tratar de um instrumento tecnológico semelhante ao celular, e por serem de

uma geração de ¨nativos digitais¨, a adaptação com o tablet foi logo aceita, com

grande desenvoltura. Podendo assim trabalhar com uma aprendizagem

significativa despertando a curiosidade e o desejo em aprender.

Trabalhou-se aplicativos selecionados para cada aluno ajudando-o a

sanar com suas dificuldades sempre associando com o conteúdo para

favorecer no seu processo de alfabetização, ampliando as situações lúdicas,

bem como o ambiente letrado, percebendo-se com essa forma, a tecnologia

como forte aliada do professor na estrutura de estratégias inovadoras e eficaz

na aprendizagem.

5 Análises dos resultados da implementação O Projeto de Implementação desenvolvido na Escola Modalidade

Educação Especial Elvira Andreghetto Severgnini – APAE – e o Grupo de

Trabalho em Rede oportunizou a análise, reflexão e discussão das dificuldades

enfrentadas pelos professores em metodologias para alfabetizar os alunos D.I.

devido suas mobilidades cognitivas e físicas, pois é necessário utilizar formas

diferentes que facilitem o manuseio e a interação deste aluno, tornando uma

prática diferente, eficaz para a sua vida escolar.

Esta pesquisa visou beneficiar aos alunos em relação a alfabetização e

letramento, enfim interagir o aluno com ferramentas tecnológicas elevando sua

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autoestima para ter um ganho no processor ensino/aprendizagem, tornando as

práticas pedagógicas atrativas e significativas.

O uso pedagógico do tablet com o aluno D.I. pode constituir-se como um

instrumento para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, portanto, um

recurso que esse aluno utilizará por meio de jogos e de outras atividades, para

criar, pensar e selecionar informações necessárias para a resolução de

problemas propostos. Ao mesmo tempo, é um recurso a mais para o

desenvolvimento de sua autonomia, autoestima e cooperação e para sua

alfabetização.

Esta pesquisa apresenta o uso do tablet em sala de aula como

ferramenta pedagógica, demostrando oportunidades de vivenciar os conteúdos

de forma fácil /pratica e divertida levando o aluno a aprendizagem significativa,

desenvolve habilidades na construção do conhecimento. Contribuiu para a

construção do conhecimento, da autonomia e no desenvolvimento cognitivo de

alunos D.I. Visando através de atividades lúdicas contribuir no desenvolvimento

motor, psicológico e afetivo do aluno, que são essenciais na evolução do

processo de aprendizagem das crianças. Em suas implementações

acrescentar novas experiências, demonstrando que podemos trabalhar com a

tecnologia como auxiliar no processo de alfabetização e demonstrar a

potencialidade de um recurso tecnológico potente para o professor motivar

seus alunos na busca de possibilidades que contribui de maneira significativa

para o ensino aprendizagem.

Então, o professor deve ter consciência que sempre deverá estar

atualizado, o que acontece constantemente ao nosso redor, como já foi citado,

passamos muito mais tempo digitando em celulares e tablets do que

escrevendo com papel e caneta; deste modo, o tablet, como ferramenta,

ajudará o desenvolvimento de um trabalho significativo, enriquecendo assim

nossa prática didática.

6 Considerações finais

Se soubermos utilizar a tecnologia que está cada vez mais sedutora e

atraente a nosso favor da aprendizagem será um ganho na educação, as salas

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de aula não são atrativas com quadro branco e pinceis estão se tornando

lugares monótonos para os alunos acostumados com essa tecnologia, é bem

mais atraente um jogo no celular do que uma folha de papel, no caso das

escolas especiais jogos pedagógicos que estão cansados por ser sempre os

mesmos. Com o uso do tablet podemos baixar aplicativos que ao mesmo

tempo que brincam podem aprender de modo interativo.

Atualmente é um grande desafio oferecer aos alunos práticas

pedagógicas que venham ao encontro com sua necessidade de aprendizagem

e que realmente as atividades selecionadas com o uso das tecnologias,

sejam eficazes e interessantes aos alunos. Considerando isto, a escola não

pode ignorar as profundas alterações que estas tecnologias trazem na

possibilidade de perceber que os alunos criam novas maneiras de

aprender/ensinar, as quais são fundamentais para termos bons resultados

quanto a aprendizagem de nossos educandos. Tudo isso depende de muito

comprometimento por parte do professor, sendo ele o principal responsável

pela escolha de aplicativos a serem utilizados com seus alunos D.I.

Quando é criado ambientes favoráveis e estratégias diferenciadas, a

aprendizagem concretiza-se de forma significativa, onde o uso de tablets com

os aplicativos divertidos, devolvem a autoestima e o interesse em aprender. O

professor associa os conteúdos aos aplicativos e as necessidades particulares

de cada aluno, fazendo isso, a contribuição é grande na construção do

conhecimento, da melhora da autoestima, da autonomia, para o

desenvolvimento cognitivo do aluno D.I.

A realização da pesquisa ação veio acrescentar nova ferramenta, o uso

do tablet, para enriquecer e potencializar estímulos e desenvolvimento a

habilidades cognitivas e motoras do aluno D.I., tornou-se fator determinante no

processo de alfabetização por ser mais atrativo e agradável. Isso porque a

tecnologia veio para favorecer a motivação do aluno e propiciar ao professor

aulas mais atrativas. Com isso, aulas mais interessantes pelo uso de recursos

tecnológicos e aplicativos têm vida longa e podem ser adaptadas para vários

tipos de alunos, para diferentes faixas etárias e diversos níveis de aprendizado.

É importante, no entanto, que haja não apenas uma revolução

tecnológica na escola, mas sim, necessária à revolução na capacitação

docente, pois, a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos

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professores. Dessa forma, a mediação pedagógica se faz necessária para que

o aluno saia da sala de aula com capacidade de usufruir das possibilidades que

o universo digital oferece.

Acredita-se, que o processo educativo pautado na construção do

conhecimento com uso de tecnologia, motiva os alunos em sua aprendizagem.

Sendo importante, contextualizar o conhecimento de forma que faça sentido,

trabalhando com elementos que façam parte da vida do aluno, e que

contribuam para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.

Portanto, os tablets podem ser utilizados no ambiente de aprendizagem

e na proposta pedagógica, proporcionando uma aprendizagem mais

significativa. O professor como mediador oportunizará situações dinâmicas de

aprendizagem facilitando o diálogo, a troca e a valorização das potencialidades

e das habilidades de cada aluno, elevando assim, sua autoestima. Desta

forma, professor e aluno criarão uma interação de parceria que resultará em

uma aprendizagem mais significativa.

A oportunidade proporcionada pela participação no PDE possibilitou um

conhecimento mais sistemático sobre a temática aqui abordada, bem como sua

importância para a melhoria do processo ensino e aprendizagem. Esse estudo

foi de grande valia para nosso trabalho diário como educadores comprometidos

com uma formação de qualidade para nossos alunos de Educação Especial.

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