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7 – Petição Inicial II Modalidades de pedidos. Continuação... c) Pedido de prestações periódicas: Nas relações de trato sucessivo, o autor formulando o pedido da primeira parcela, todas as demais serão devidas de pleno direito . Constitui modalidade de pedido implícito . As duas expressões sublinhadas são a chave pra entender tal modalidade de pedido. Normalmente as obrigações, e aí, o direito civil costuma trabalhar com relações de trato instantâneo, diferido ou sucessivo. As relações de trato instantâneo, e aqui a contraposição é importante só entre instantâneo e sucessivo, são aquelas situações em que a obrigação se resolve em uma única prestação. Eu te devo 10 mil reais, eu te devo uma indenização ou mesmo eu te devo quatro meses de aluguel que vou pagar de uma vez só. Agora, muitas vezes, a relação do réu para com o autor protrai (ir para adiante) no tempo. Chamamos isso de relações de trato sucessivo, que não se exaurem numa única parcela. E como nós temos essa peculiaridade no direito material, nós precisamos criar dentro do plano do processo, um pedido que acomode essa situação. Então, temos o pedido de prestações periódicas, e o exemplo clássico que também temos no ordenamento é a AÇÃO DE ALIMENTOS. Vamos imaginar, e.g., que o menor vá ao judiciário cobrar alimentos do pai. Imaginemos que a ação comece em janeiro e que termine em dezembro, ou seja, o processo vai durar um ano, e a criança não pode ficar um ano sem comer. Então o menor vai ao judiciário e pede os alimentos provisórios no valor de 1000 reais, e o juiz fixa em janeiro o valor de 1000 reais. Você concorda que, em fevereiro, março, abril, maio,... Até o fim do processo, a criança tem que alimentar? Só que ela não precisa pedir alimentos em todos esses meses, se em janeiro ela pediu os alimentos provisórios e estes foram deferidos, todas as parcelas que vencerem no curso da lide são devidas de pleno direito. Então há uma pergunta muito comum em exame da OAB: - No pedido de prestações periódicas, as parcelas vincendas só serão devidas se houver expresso pedido do autor. E a resposta é negativa. Eu não preciso. Ainda que na vida prática eu me esqueça de colocar aquela clássica frase, vamos imaginar:

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Page 1: t   Web viewImaginemos que a ação comece em janeiro e que termine em dezembro, ou seja, o processo vai durar um ano, ... pedido do autor. E a resposta é negativa

7 – Petição Inicial II

Modalidades de pedidos.

Continuação...

c) Pedido de prestações periódicas:

Nas relações de trato sucessivo, o autor formulando o pedido da primeira parcela, todas as demais serão devidas de pleno direito. Constitui modalidade de pedido implícito.

As duas expressões sublinhadas são a chave pra entender tal modalidade de pedido.

Normalmente as obrigações, e aí, o direito civil costuma trabalhar com relações de trato instantâneo, diferido ou sucessivo. As relações de trato instantâneo, e aqui a contraposição é importante só entre instantâneo e sucessivo, são aquelas situações em que a obrigação se resolve em uma única prestação. Eu te devo 10 mil reais, eu te devo uma indenização ou mesmo eu te devo quatro meses de aluguel que vou pagar de uma vez só.

Agora, muitas vezes, a relação do réu para com o autor protrai (ir para adiante) no tempo. Chamamos isso de relações de trato sucessivo, que não se exaurem numa única parcela. E como nós temos essa peculiaridade no direito material, nós precisamos criar dentro do plano do processo, um pedido que acomode essa situação.

Então, temos o pedido de prestações periódicas, e o exemplo clássico que também temos no ordenamento é a AÇÃO DE ALIMENTOS.

Vamos imaginar, e.g., que o menor vá ao judiciário cobrar alimentos do pai. Imaginemos que a ação comece em janeiro e que termine em dezembro, ou seja, o processo vai durar um ano, e a criança não pode ficar um ano sem comer. Então o menor vai ao judiciário e pede os alimentos provisórios no valor de 1000 reais, e o juiz fixa em janeiro o valor de 1000 reais.

Você concorda que, em fevereiro, março, abril, maio,... Até o fim do processo, a criança tem que alimentar?

Só que ela não precisa pedir alimentos em todos esses meses, se em janeiro ela pediu os alimentos provisórios e estes foram deferidos, todas as parcelas que vencerem no curso da lide são devidas de pleno direito.

Então há uma pergunta muito comum em exame da OAB:

- No pedido de prestações periódicas, as parcelas vincendas só serão devidas se houver expresso pedido do autor . E a resposta é negativa.

Eu não preciso. Ainda que na vida prática eu me esqueça de colocar aquela clássica frase, vamos imaginar:

Eu sou contratado pra fazer uma ação de alimentos e peço os alimentos provisórios no valor de mil reais, mas eu me esqueço de colocar na minha petição inicial aquela frase que diz “E QUE ESTE VALOR SEJA DEVIDO ENQUANTO SE VENCEREM AS PARCELAS NO CURSO DA LIDE”. Esquecendo de colocar essa expressão, não que dizer que o juiz não possa outorgar mês a mês. O juiz é quem vai fazer, porque, se em janeiro é devido, em fevereiro também é, março também é. O juiz é quem vai verificar qual a melhor forma de fazer a coleta do dinheiro. Ou vai ser desconto em folha. Se o pai não tiver emprego fixo, faz depósito em conta. Se o pai não tem boa relação com a mãe: penhora online sucessiva.

Então é devido de pleno direito.

E porque constitui modalidade de pedido implícito? Porque eu não preciso pedir pra que eu possa obtê-lo.

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A última modalidade de pedido que vamos estudar é a mais importante delas.

c) Pedidos cumulados:

É a possibilidade de se cumular, dentro do mesmo processo e contra o mesmo réu de dois ou mais pedidos para que o juiz aprecie a todos.

No alternativo, eu formulo uma pluralidade de pedidos, mas o réu escolhe um deles pra cumprir. No sucessivo, eu peço um principal, se o juiz não me der, eu quero pelo menos o subsidiário.

No cumulado, eu quero que o juiz aprecie a todos os pedidos.

Existe uma classificação doutrinária que classifica a cumulação em própria e imprópria. Há pedidos de cumulação diferenciados; por ora eles não nos importam, pois não é algo importante para o exame.

Então, em regra, o pedido é simples; formulo um pedido contra o réu, mas é possível que a natureza da situação me imponha a formação de mais de um pedido, porque o réu praticou mais de um ato ilícito ou porque as consequências do ato ilícito geraram mais de um efeito. Então eu posso cobrar ( cumulativamente) dano moral com dano material; rescisão do contrato com perdas e danos; lucros cessantes com danos emergentes; despejo cumulado com cobrança de aluguéis.

Percebam que todos esses exemplos poderiam ser veiculados em ações distintas. Nada impede que haja uma ação cobrando um despejo, e, numa outra ação, cobrando aluguéis.

Mas, por economia processual, eu posso unir esses pedidos dentro do mesmo processo, e isso se chama cumulação de pedidos.

Mas para que eu possa cumular pedidos no Brasil, eu preciso preencher três requisitos:

1 - que os pedidos sejam compatíveis entre si (ainda que entre eles não haja conexão):

Parece ser uma frase contraditória, como é que os pedidos podem ser compatíveis não havendo conexão? É uma pergunta que eu sempre faço. Deve-se analisar o que vem a ser conexão.

Como o curso é intensivo, não dá tempo, mas guardem essa frase: os pedidos têm que ser compatíveis, ou seja, decorrer de uma mesma situação de direito material, mesmo que entre eles não haja conexão, apenas guarde essa frase (292, CPC).

2 - mesmo juízo competente:

Eu não posso cumular um pedido de família com outro criminal; um cível com um trabalho. Somente família com família, cível com cível, etc.

Mas em cidades pequenas, por exemplo, em que o juiz cível é o mesmo de família, eu posso cumular? Não. Não pode. Você pode distribuir para o mesmo juiz, mas em processos diferentes. Dentro do mesmo processo, a competência tem que ser a mesma. O caso é absoluta, relativa, muda por conexão, mas o que nos importa agora é a competência genérica até porque a lei não entra nessa especificidade. Então, pra todos os fins, tem de ser o mesmo juízo competente.

3 - o mesmo procedimento:

Se eu estou cumulando vários pedidos, e cada pedido tem o seu procedimento, a cumulação só é possível, se eu puder fazer com que todos tenham o mesmo tipo de procedimento.

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Eu dou sempre um exemplo: você não pode colocar um sedentário e um maratonista pra correrem juntos porque eles têm ritmos diferentes. Eu não posso colocar procedimentos distintos dentro do mesmo processo, porque eles têm ritmos diferentes.

Então, se os pedidos tiverem procedimentos distintos, não posso cumulá-los? Em regra não.

SALVO SE EU PUDER FAZER COM QUE TODOS SIGAM O RITO ORDINÁRIO (cai demais em prova).

Se todos seguirem o rito ordinário, aí sim, eu posso cumular esses pedidos.

7.1 Citação:

Nossa preocupação, ao estudar citação não é efetivamente saber o que é essa ação.

A citação vem prevista no artigo 213 do CPC, é o ato pelo qual se traz o réu ao juízo pra que se possa defender. Réu ou interessado.

O que nos importa não é a citação, mas sim as modalidades de citação que temos no Brasil.

Então citação possui duas finalidades importantes:

- dar ciência ao réu de um processo existente contra ele;

- oportunizar o contraditório.

Só que no Brasil há duas modalidades de citação: a real e a ficta.

CITAÇÃO REAL:

A citação real pode ser através de correio ou por oficial de justiça.

A citação pelo correio é a regra no Brasil (222, CPC). Ao ler tal artigo com calma, notará que no caput está assim: a citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país. E logo depois tem uma vírgula dizendo “exceto”, e aí temos as hipóteses para o oficial de justiça.

Recomendo que peguem o artigo 222 e alíneas, que são as hipóteses exclusivas para o oficial de justiça:

O que vimos são casos de citação real, porque REALMENTE ela aconteceu. O oficial de justiça foi à sua casa, entregou-lhe o mandado (ele goza de fé pública), você assinou o mandado, que voltou para os autos. O carteiro lhe entregou a contrafé (a cópia da petição inicial), você assinou o aviso de recebimento, que voltou para os autos.

Agora, eu não sei se você leu o edital, eu não sei se você foi citado por hora certa, daí o porquê da citação ficta.

CITAÇÃO FICTA

A citação ficta pode ser por edital ou por hora certa. É uma citação na ficção, é o que chamamos de presunção de citação. A gente não sabe se você foi citado.

A grande pergunta que se faz é a seguinte: nesses casos, há diferença entre real e ficta?

Existe uma diferença no plano do procedimento, porque se o réu foi citado de maneira ficta, o juiz vai nomear a ele um curador especial (artigo 9º, II, CPC).

O réu citado de maneira real não se defendeu, o azar é dele, revelia.

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O réu citado de maneira ficta, como a gente não tem certeza se ele foi de fato citado, nomeia-se um curador especial (normalmente um defensor público), vamos convir que a função dele é próxima a de um boneco de posto de gasolina, nenhuma. Vamos imaginar que o réu foi citado por edital, e o curador sumiu nesse mundo. Ninguém sabe onde está o infeliz. Como eu, curador especial, posso fazer uma defesa decente pra um sujeito que nunca vi na minha vida, como é que posso me defender numa audiência, dizendo que ele não bateu no carro ou que pagou a dívida. Daí porque o curador especial, muitas das vezes, exerce uma função folclórica.

Mas, enfim, há um provérbio alemão que diz que, em relação a leis e salsichas, é melhor você não saber como elas são feitas.

Então, na citação real, a regra é o correio e, por exceção, pelo oficial de justiça.

PRA PROVA DA ORDEM, GUARDEM AS SEIS ALÍNEAS DO ARTIGO 222 DO CPC.

Art. 222. A citação será feita pelo correio (regra), para qualquer comarca do País, exceto:

a) nas ações de estado;

b) quando for ré pessoa incapaz;

c) quando for ré pessoa de direito público (fazenda pública);

d) nos processos de execução;

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Voltando a citação ficta, vamos falar do edital primeiro.

CITAÇÃO POR EDITAL:

A citação por edital vem descrita no artigo 231, do CPC.

Ocorre citação por edital quando não se souber quem é o réu, ou este residir em local incerto ou de difícil acesso.

A citação por edital é a que chamamos de erga omnes, porque todo mundo vai saber que você é réu. Enquadrando-se numa das situações que eu vou explicar. O que se faz? O juiz tem que criar mecanismos pra te localizar. Ele não sabe onde você mora, onde está, ou então onde você mora é de difícil acesso (favelas em que carteiro ou oficial são impedidos de entrar, e.g.).

Nesses casos, o juiz vai se resguardar para que você tome ciência da causa. É possível que saia esta citação num jornal de grande circulação, pode sair num jornal local. Cidades que não tiverem jornal: rádio. No diário oficial e também no átrio do fórum.

1 - Quem é o réu: Então, a primeira situação é não saber quem é o réu. Mas é possível que eu não saiba quem é o réu? Eu vejo, às vezes, muitas perguntas como, por exemplo, aquele acidente de carro, alguém te atropela e foge; você não viu quem te atropelou. Não, isso não é um caso de citação por edital porque o responsável num primeiro momento é o proprietário do veículo. Você pegou a placa do carro, acabou.

E aquela consignação em pagamento que gera dúvidas de quem seja... Também não é.

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Em relação a não identificação do réu, há dois exemplos que eu garanto a você que são os dois únicos que podem cair em prova.

- o primeiro caso é a usucapião: quando estou numa gleba de terra, posse mansa e pacífica, minha única obrigação é saber quem é o dono daquela gleba. Às vezes eu não vou conseguir, mas, em regra, eu preciso saber. Eu puxo a matrícula daquele imóvel e entro com uma ação contra ele.

Então qual o problema do edital aí? É que não é só ele que vai estar no polo passivo. Os artigos 942 e 943 do CPC estabelecem uma série de pessoas que vão figurar no polo passivo, dentre eles, os vizinhos. Todos os vizinhos devem estar no polo passivo numa ação de usucapião. E a lei fala que os vizinhos certos, os réus certos, que você conhece serão citados nas vias ordinárias, e os que você não conhece, por edital. Então é um caso clássico; você não sabe quem é o réu: o vizinho do lado, dos fundos, enfim, os confinantes, você não sabem quem são.

- O segundo exemplo não está na lei, quem decidiu foi o STF. Trata de algum movimento agrário que invadiu sua gleba de terra. Sem emitir juízo de valor sobre o que é certo ou errado em relação a isso. Se o movimento dos sem terra, qualquer que seja ele invade sua gleba de terra, e, de repente o movimento é periculoso, as pessoas estão armadas. Você pode a citação por edital.

2 - Local incerto: Na segunda situação, você não sabe onde ele mora . Você sabe que é réu certo, mas não sabe onde ele mora, o juiz pode não confiar em você, porque você pode mentir no processo e dizer que não sabe onde ele mora. Por isso o juiz vai expedir certidão pra delegacia da receita federal, para o banco central, para o registro de imóveis; para saber se você tem casa, carro, ou seja, se por alguma informação especial eu consiga extrair dali alguma informação pra saber onde você reside. Não achando nada, o juiz cita por edital.

3 - Local de difícil acesso:

A doutrina tem vários exemplos, como as palafitas, locais ermos, aldeia indígena, de favelas (o carteiro ou o oficial não pode entrar)

CITAÇÃO POR HORA CERTA:

Artigo 227 do CPC.

É o contrário do edital. Aqui você sabe quem é o réu e sabe onde ele mora, é que ele está fugindo.

Ocorre quando o oficial de justiça comparecer por 3 vezes à casa do réu, que tem domicílio certo e presumir a tentativa de ocultação.

Essa citação é diferente. Vejam só, 3 requisitos são exigidos para que haja a citação por hora certa:

- domicílio certo.

Mas há de concorrer dois elementos:

- elemento objetivo: o oficial tem que ir 3 vezes. 3 vezes em dias e horários distintos! Não adianta o oficial comparecer 18 vezes às 4 horas da tarde, sendo que o cara trabalha de 8 às 18 horas. E não adianta o oficial ir 3 vezes no mesmo dia, e o cara passou tal dia fora.

O oficial tem que ter esse jogo de cintura. O carteiro não tem o dever de citar e sim de entregar correspondência, não é funcionário da justiça.

Diferentemente do oficial. Ele sabe que o cara chega às 6 horas da tarde, então às 6 e quinze ele chega lá. A que horas o cara almoça em casa? À uma hora. Então, ao meio-dia e meia, o oficial está lá.

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Não basta ter ido 3 vezes. Deve haver também um elemento subjetivo, a saber, a suspeita de ocultação. O oficial pode ir 300 vezes e não presumir que o réu está tentando fugir.

Deu azar, o cara é taxista, é revendedor externo.

Nesses casos específicos (muito importante isso), como funcionaria?

A dinâmica seria a seguinte;

O oficial vai uma vez, localizou? Não.

Foi uma segunda vez. Não localizou?

Foi uma terceira vez. O oficial verificando que é domicílio certo, quem estiver na casa, não importa quem seja, é avisado pelo oficial que diz: “diga para o réu que amanhã eu virei em tal horário e vou entregar o mandado definitivo”. O oficial aparece lá no horário avisado, por exemplo, ao meio-dia e vinte. Não tem ninguém? Não. CITADO ELE ESTÁ.

Esta é a essência da citação por hora certa.

Para finalizar, recomendo que vocês estudem com muita veemência o artigo 285-A do CPC, que o famoso julgamento de processos repetitivos.

Tal artigo estabelece que, se o juiz receber uma causa cuja matéria seja exclusivamente de direito, e esse juiz já tem outras sentenças sobre esse mesmo assunto, iguais, ele poderá indeferir a petição inicial; extinguir o processo com mérito sem citar o réu, ou seja, é uma sentença liminar, inaudita altera pars, que, no caso, cabe apelação, e o juiz pode se retratar em cinco dias.

Então tal artigo estabelece que, se a matéria for exclusivamente de direito, se houver outras sentenças, não importa quantas, de igual improcedência (sentenças paradigmas para aquele assunto), ele pode indeferir a petição inicial, extinguir o processo com mérito dessa sentença liminar, que vai ser sempre sem ouvir o réu, mas a favor dele. Caberá apelação, sendo facultado ao juiz se retratar no prazo de cinco dias.

Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.

§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.