(t) estudo 8 religiosidade x espiritualidade

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7 Série Vivendo Além de nós Mesmos O Profeta Elias – A HORA DO CONFRONTO RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADE I Reis 18:20-40 IPCci 13/10/2011 INTRODUÇÃO Este texto é o que chamamos de a Hora do Confronto. Semana passada, quando Elias se apresentou a Acabe, após três anos, chamamos de a Hora da Decisão. Elias precisou deixar a casa da viúva e retornar para confrontar o rei Acabe. E nessa conversa, o profeta Elias disse: Reúne todo o povo e os profetas de Baal no monte Carmelo que nos encontraremos lá. E o rei Acabe assim o fez. Se observar o início do capítulo 19 verá que a rainha Jezabel não foi ao monte Carmelo para ver o espetáculo, mas o rei Acabe foi. E também reuniu não somente os 450 profetas de Baal, mas também 400 profetas que freqüentavam o palácio. Provavelmente o rei Acabe assim o fez na expectativa de que Elias fizesse chover; pois ele tinha sido o responsável pelos céus se cerrarem. E foram todos lá para ver o que íam acontecer. Eu gostaria de olhar para este episódio e meditar com vocês sobre RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADE EXORDIO Gostaria de começar fazendo-lhes perguntas: Você quer ver a sua igreja crescer? Você gostaria de ver seus parentes e amigos convertidos? Você quer experimentar respostas claras de suas orações? Essas perguntas se resumem numa única pergunta: Porque? Porque você quer ver essas coisas acontecerem? INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO Este texto é o que chamamos de a Hora do Confronto. Semanapassada, quando Elias se apresentou a Acabe, após três anos, chamamos de a Hora da Decisão. Elias precisou deixar a casada viúva e retornar para confrontar o rei Acabe. Eu gostaria de olhar para este episódio e meditar com vocês sobre RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADE E nessaconversa, o profeta Elias disse: Reúne todo o povo e os profetas de Baal no monte Carmelo que nos encontraremos lá. 7

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Série Vivendo Além de nós Mesmos

O Profeta Elias – A HORA DO CONFRONTO

RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADEI Reis 18:20-40

IPCci 13/10/2011

INTRODUÇÃOEste texto é o que chamamos de a Hora do Confronto. Semana passada, quando Elias se apresentou a Acabe, após três anos, chamamos de a Hora da Decisão. Elias precisou deixar a casa da viúva e retornar para confrontar o rei Acabe.

E nessa conversa, o profeta Elias disse: Reúne todo o povo e os profetas de Baal no monte Carmelo que nos encontraremos lá.

E o rei Acabe assim o fez. Se observar o início do capítulo 19 verá que a rainha Jezabel não foi ao monte Carmelo para ver o espetáculo, mas o rei Acabe foi. E também reuniu não somente os 450 profetas de Baal, mas também 400 profetas que freqüentavam o palácio.

Provavelmente o rei Acabe assim o fez na expectativa de que Elias fizesse chover; pois ele tinha sido o responsável pelos céus se cerrarem.

E foram todos lá para ver o que íam acontecer.

Eu gostaria de olhar para este episódio e meditar com vocês sobre RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADE

EXORDIOGostaria de começar fazendo-lhes perguntas: Você quer ver a sua igreja crescer? Você gostaria de ver seus parentes e amigos convertidos? Você quer experimentar respostas claras de suas orações?

Essas perguntas se resumem numa única pergunta: Porque? Porque você quer ver essas coisas acontecerem?

INTRODUÇÃOHoje vamos estudar a diferença entre Religiosidade e Espiritualidade. E a diferença dessas duas práticas se fundamenta em dois requizitos:

(1) As nossas verdadeiras motivações; (2) O caminho percorrido por nossas orações.

A diferença entre o religioso e o espiritual está na motivação das coisas que praticamos e no caminho que percorremos.

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No episódio que lemos encontramos o que chamo de a Hora da Confrontação.

Mais do que isso, o tema (ou o assunto) é: Religiosidade X Espiritualidade.

No texto encontramos os representantes dois grupos: Os Religiosos (Os profetas de Baal) e os Espirituais (O profeta de Deus).

Religiosidade X Espiritualidade também podem ser denominados como a religião antropocêntrica e a religião Cristocêntrica.

Esse é o contexto que econtramos neste episódio. E, deixe-me dizer isso, ambas – religiosidade e espiritualidade - não estão longe de nós.

Não só que o Brasil seja um país extremamente religioso, sincretista, místico e idólatra; mas que nós, e individualmente, corremos o risco de transformar nossa relação espiritual com Deus em algo puramente religioso, ritualista, frio, apático, aparente e não transparente.

Nossas orações podem transformar-se em algo mecânico; nosso culto pode transformar-se em algo sem consequência prática; nossos cânticos podem tornar-se formalistas.

Para falarmos sobre Religiosidade X Espiritualidade eu gostaria de olhar para dois pontos nas ações de Elias:

1) A atitude e palavras de Elias com o povo; 2) A oração de Elias diante de Deus.

1) O QUE ELIAS DISSE E FEZ PERANTE O POVO?

Vejamos alguns detalhes do texto:

1) Veja a declaração do versículo 21 “... até quando coxeareis entre dois pensamentos?”

Arthur Pink assentua que a palavra “coxear” significa “cambalear no caminho” como uma pessoa embriagada.

O povo sentia medo do Senhor e por isso nominalmente mantinham-se como povo de Deus; mas também queriam agradar, e temiam, a família real e por isso abraçavam na prática a religião do Estado. Isso era o que Elias chamava de “coxear” entre dois pensamentos; ou cambalear-se no caminho, pendendo para um lado e para outro.

E o versículo 21 nos diz que o povo não respondeu nada. Não queriam se comprometer. O religioso vive coletivamente, mas não

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responde individualmente porque não tem nada substancioso em seu coração.

O apóstolo Pedro (1 Pe. 3:15) nos diz: “... santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.”

A religiosidade produz isso no coração do homem. Faz com que ele viva dentro da idolatria sem, primeiro, ter entronizado a Cristo em seu coração; e, segundo, sem querer fazer uma reflexão Bíblica se o que está fazendo é correto ou não.Sobre religiosidade é imperioso ainda mencionar o que Tito 1:14-15 nos advertem: “... para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. No tocande a Deus, professam conhecê-los; no entanto, o negam por suas obras...”

É por isso que Jesus disse em Mateus 7:21 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está no céu.”

2) Veja a determinação do profeta no vr. 22 “Só eu fiquei e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens”.

Os justos são valentes. Eles são honestos diante de Deus e corajosos diante dos homens.

Eles se firmam em Romanos 8:31 “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Eles também possuem o desejo de Paulo: “Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens”. (At 24:16)

É quando você está sozinho e os profetas do erro crescem diante de você, Deus te chama a dar razão da sua fé.

Lembre-se: A maioria dos religiosos um dia foi espiritual, mas quando teve que dar razão da fé, teve que escolher entre um caminho e outro, se viram sozinhos a abandonaram o caminho direito.

3) Veja a declaração do vr. 30 “... Elias restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas.”

1 Rs. 19:10 lança luz sobre esse versículo: “... porque os filhos de Israel deixaram a sua aliança e derribaram os seus altares...”

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Segundo a Lei de Moisés havia somente um lugar onde eles podiam oferecer sacrifício que era o Templo de Jerusalém. Antes, porém, da construção do Templo, podiam adorar onde os patriarcas haviam herigido altares. No caso do Monte Carmelo, Deuteronômio 27, o chama de Monte Ebal, que foi o lugar em que primeiro sacrificaram ao entrar na terra prometida.

Desde o tempo de Jeroboão, os altares de Deus tinham sido deixados de lado. Com Acabe e Jezabel, muitos desses lugares foram destruídos. Mas restava um altar no Monte Carmelo que estava totalmente arruinado.

Foi exatamente por isso que Elias os convidou para ir para o Monte Carmelo. Porque ele sabia que havia um altar ali para ser restaurado.

É interessate que os profetas de Baal não gastaram tempo construindo um altar e gastaram muito tempo orando ao vento. O profeta gastou tempo restaurando o altar, enquanto sua oração foi rápida.Deus responderá rapidamente àqueles que gastam tempo restaurando suas vidas na presença dele.

Vamos concluir esse primeiro ponto mostrando o triplo despertamente de Elias para o povo:

1. Elias apelou para a consciência do povo ao perguntar até quando coxeareis entre dois pensamentos;

2) Elias apelou para a razão (racional) do povo ao dizer “o Deus que responder por fogo, esse é Deus”;

3) Elias apelou para o coração do povo ao restaurar o altar de Deus no meio daquela nação que estava em ruínas.

Três coisas: Consciência, pensamento e coração.

E não é exatamente isso que Jesus apontava quando disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. ( Marcos 12:30 )

2) A ORAÇÃO DE ELIAS DIANTE DE DEUS -

Leiamos os versículos 31-37

Há três características desta oração de Elias diante de Deus que a diferencia como uma oração espiritual. Características estas que devem estar presentes em nossas orações e vidas espirituais:

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1. Esta foi uma oração baseada num sacrifício que obedecia os preceitos de Deus

Vr. 33 “Então armou a lenha, dividiu o novilho em pedaços, pô-lo sobre a lenha.”

Porque Elias escolheu um novilho?

Como era o sacrifício ao deus Baal? Há inúmeras passagens bíblicas:

Números 22:41 (Os Hebreus tinha Altares a Baal) Juízes 2:13 (Logo após a morte de Josué o povo de Israel serviu a Baal e a Astarote)Juízes 6:25 (Deus manda Gideão destruir o Altar de Baal)1 Reis 16:31 (Jeroboão adora Baal)1 Reis 22:54 (Acazias adora Baal e provoca a ira de Deus)2 Reis 11:18 (No reinado de Joás, o sacerdote Joada comandou a destruição do Templo de Baal)2 Reis 17:16 (Novamente adoração a Baal)2 Reis 23:05 (Referência aos adoradores de Baal, da Lua, do Sol e de outros planetas.)

Mas talvez quem lance mais luz sobre o tipo de sacrifício a Baal seja o profeta Jeremias:

Jeremias 2:8 (O profeta questiona o poder dos sacerdotes de Baal e outros deuses)Jeremias 7:9 (O profeta menciona a adoração a Baal entre pecados como o furto, assassinato. Adultério, mentiras e queima de incenso)Jeremias 19:05 e 32:32 (Aparecem sacrifícios de crianças vivas a Baal)Jeremias 23:13 (Falsas profecias em nome de Baal para fazer o povo errar)Jeremias 32:29 (Os caldeus adoraram Baal)Veja, então, que o profeta Elias escolheu um tipo de sacrifício totalmente diferente dos sacrifícios que os profetas estava acostumados a oferecer a Baal.

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Era o sacrifício de um cordeiro morto. Veja não era sacrifício vivo, como os profetas de Baal faziam; mas um sacrifício morto que obedecia os preceitos do Senhor.

Em Levítico 9:24 o Senhor aceitou o sacrifício de um animal morto como substituto, e fez a mesma coisa que Elias esperava. O texto diz: “E eis que, saindo fogo de diante do Senhor, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo jubilou e prostrou-se sobre o rosto.”

Veja ainda um detalhe importante no versículo 32 “Com aquelas pedras edificou um altar em nome do Senhor...”

Como era então oferecido o sacrifício? Era oferecido o sacrifício de um cordeiro sem defeito em nome do Senhor.

Aqui há uma figura clara do sacrifício de Cristo: O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Deus não aceitava sacrifício humano do povo de Israel, mas aceitava sacrifícios de animais. Porque?

Porque os animais, apesar de serem imperfeitos não tinham pecado. O único sacrifício humano que Deus aceitou foi o sacrifício de Cristo porque Ele era sem pecado.

Colessenses 3:17 “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação; fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”

Hebreus 13:15: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.”

Portanto, a oração espiritual precisa ser fundamentada no sacrifício e na mediação de Cristo . Qualquer oração feita em nome de qualquer outro, senão em nome de Cristo, não é aceita por Deus. É oração de religiosidade como a oração dos profetas de Baal.

2. Esta oração acentuou a unidade do povo de Deus – 12 pedras.

Vr. 31 “Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do Senhor dizendo: Israel será o teu nome.”O povo havia se dividido: I Reis 12

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As duas tribos que continuaram com Roboão, filho de Salomão, passaram a se chamar “povo de Judá” (Daí vem a profecia de que Jesus é o Leão da Tribo de Judá).

As dez tribos que se desviaram e seguiram a Jeroboão continuaram a se chamar de “povo de Israel”As duas tripos – o povo de Judá – que seguiram Roboão continuaram em Jerusalém e continuarem tempo os reinados como sucessivos de pais para filhos.

As dez tribos – o povo de Israel – que seguiram Jeroboão fixaram a capital em Siquém, na região montanhosa de Efraim.

Na oração de Elias, o profeta não menciona o Deus de Israel e nem o Deus de Judá. Ele retorna lá atrás onde tudo começou: Vr. 31 “as tribos dos filhos de Jacó”. Vr. 36 “... ó Senhor, Deus de Abraão, Isaque e Israel...”

Portanto, Elias via a Israel do ponto de vista divino e apesar de estarem separados há mais de 50 anos, para Deus os dois povos eram um só povo: O povo de Israel.

Aqui há um ensinamento eterno para a Igreja

A Igreja é o corpo de Cristo. João 11:51-52 diz que “... Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas para reunir em um só corpor os filhos de Deus, que andavam dispersos.”

Apocalipse 1:9 nos diz: “Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças... e falou comigo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.”

Não podemos perder de vista a unidade mística e essencial do povo de Deus que reúne todos aqueles em todas as denominações que professam o nome e senhorio de Cristo.

Efésios 2:5-6 nos diz: “E estando nós mortos nos nossos delitos e pecados, nos deu vida juntamente com Cristo- e pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.”

Por isso Jesus disse em João 17:20-21 – “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra, a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti; também sejam eles em nós...”

Há muitos que professam a Cristo como único e suficiente salvador que pensam diferente de nós liturgicamente, administrativamente,

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eclesiologicamente e até doutrinariamente. Mas nada disso pode roubar de nós a verdade de que somos um em Cristo.

3. Foi uma oração de zelo pela glória de Deus –

Vr. 37 “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.”

A oração do profeta Elias se fundamentava no seu zelo santo por ver a glória de Deus manifestada e a honra de Deus resgatada perante o povo idólatra e apóstata.

Só neste versículo temos várias lições:

1) Em primeiro lugar, vemos que não foi uma mera repetição de lábios, mas uma súplica veemente do profeta. Não foi uma oração prolongada, nem auto-flagerante como a oração dos profetas de Baal.

Aquele que tem comunhão com Deus e motivações certas não precisa de muito para ter suas orações respondidas.

2) Foi uma oração com a motivação certa - Foi uma oração com um anseio supremo – “para que saibam que tu és Deus”-

Aqui está a resposta da pergunta que fizemos lá no início: Porque você quer ter amigos e parentes convertidos? Porque você quer ter suas orações respondidas? Para que a glória de Deus seja exaltada.

3) Foi uma oração que visava conversão –

Veja o detalhe: “...para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.”

A Bíblia na Linguagem de Hoje é mais clara: “...para que o povo saiba que tu, o Eterno, és Deus e estás trazendo este povo de volta para ti.”

CONCLUSÃOQual é a diferença entre Religiosidade e espiritualidade? São as motivações e o cumprimento dos requzitos da oração.