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BRASÍLIA-DF, TERÇA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2012 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 14 | Número 2780 Supremo concede liminar e depoimento de Carlos Cachoeira à CPMI é adiado A liminar vale até o julgamento do habeas corpus impetrado pelo advogado de Cachoeira para ter acesso ao conteúdo dos inquéritos da Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, que estão em poder da CPMI. Depoimento estava marcado para a tarde desta terça-feira PLENÁRIO | 3 Página 5 Reunião de líderes definirá votações da semana; pauta está trancada por sete medidas provisórias Comissões da Câmara discutem nesta semana os impactos e a aplicação do novo Código Florestal MEIO AMBIENTE | 4 Segurança Pública aprova projeto que assegura a crianças direito à convivência com mãe ou pai preso JUSTIÇA | 5 PLENÁRIO | 3 Seminário Nacional LGBT discute hoje sexualidade na infância e na adolescência, papel de gênero e bullying DIÓGENIS SANTOS LUIZ ALVES

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Page 1: Supremo concede liminar e depoimento de Carlos Cachoeira à ... · A Comissão de Segurança Pública debate os furtos de cai-xas eletrônicos e de terminais de autoatendimento de

BRASÍLIA-DF, TERÇA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2012 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 14 | Número 2780

Supremo concede liminar e depoimento de Carlos Cachoeira à CPMI é adiado

A liminar vale até o julgamento do habeas corpus impetrado pelo advogado de Cachoeira para ter acesso ao conteúdo dos inquéritos da Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, que estão em poder da CPMI. Depoimento estava marcado para a tarde desta terça-feira

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Reunião de líderes definirá votações da semana; pauta está trancada por sete medidas provisórias

Comissões da Câmara discutem nesta semana os impactos e a

aplicação do novo Código Florestal

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Segurança Pública aprova projeto que assegura a crianças direito à convivência com mãe ou pai preso

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Seminário Nacional LGBT discute hoje sexualidade na infância e na adolescência, papel de gênero e bullying

Diógenis santos Luiz aLves

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Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Diretora: Sueli Navarro (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1827

1ª Vice-PresidenteRose de Freitas (PMDB-ES)2º Vice-Presidente Eduardo da Fonte (PP-PE)1º SecretárioEduardo Gomes (PSDB-TO)2º Secretário Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP)3º SecretárioInocêncio Oliveira (PR-PE)4º SecretárioJúlio Delgado (PSB-MG)

Presidente: Marco Maia (PT-RS) SuplentesGeraldo Resende (PMDB-MS), Manato (PDT-ES), Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) e Sérgio Moraes (PTB-RS)Ouvidor Parlamentar Miguel Corrêa (PT-MG)Procurador Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP)Diretor-Geral Rogério VenturaSecretário-Geral da MesaSérgio Sampaio de Almeida

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SeSSõeS SOleneSBrasília, 15 de maio de 2012

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosRoselene GuedesHenrique Eduardo AraújoIlustradorRenato Palet

Diretor de Mídias IntegradasFrederico SchmidtCoordenadora de Jornalismo Patricia Roedel

editora-chefeRosalva NuneseditoresMaria Clarice DiasRalph Machado

Seminário LGBTAs comissões de educação;

de Direitos Humanos; e de le-gislação Participativa realizam o IX Seminário lGBT, que neste ano aborda o tema “Respeito à Diversidade se Aprende na In-fância - Sexualidade, Papéis de Gênero e educação na Infância e na Adolescência”. Plenário 9, 9h

Sessão soleneHomenagem aos 85 anos da

Associação Brasileira de enfer-magem e aos 80 anos da Revista Brasileira de enfermagem. Plenário Ulysses Guimarães, 10h

Trabalho escravoA Comissão de Trabalho dis-

cute o tema “Trabalho escravo - vergonha nacional”. Plenário 12, 10h

Rio+20A Comissão de Meio Ambiente

debate o estabelecimento de APPs em todos os países que participa-rão da Rio+20. Plenário 8, 14h

Soldados da borrachaA Comissão da Amazônia

promove debate sobre a PeC que concede aos seringueiros ‘soldados da borracha’ os mesmos direitos concedidos aos ex-comba-tentes da Segunda Guerra Mundial. Plenário 15, 14h

Caixas eletrônicosA Comissão de Segurança

Pública debate os furtos de cai-xas eletrônicos e de terminais de autoatendimento de instituições financeiras. Plenário 14, 14h

Rodovias federaisAudiência da Comissão de

Viação e Transportes discute o Programa de Concessões das Rodovias Federais. Plenário 16, 14h

Terras de estrangeirosA subcomissão que analisa a

compra de terra por estrangeiros reúne-se para discussão e votação do relatório do deputado Beto Faro (PT-PA). Anexo II, Ala C, Sala T38, 14h

AlimentosA Comissão de Agricultura

discute a regulamentação do Pro-grama de Aquisição de Alimentos. Plenário 6, 14h30

TelefoniaA Comissão de Ciência e Tec-

nologia realiza audiência sobre a deficiência na p res -tação dos serviços de telefonia e o não cumpri-mento das normas do SAC. Ple-nário 13, 14h30

Planos de saúdeA Comissão de Trabalho

debate as paralisações dos aten-dimentos por parte dos médicos credenciados a planos de saúde. Plenário 12, 14h30

Fator previdenciárioA Comissão de Seguridade

Social debate o fim do fator previ-denciário. Plenário 7, 14h30

ZPEsA Comissão de Desenvolvi-

mento econômico discute as Zonas de Processamento de exportação. Plenário 5, 14h30

Diárias de hotéisA Comissão de Turismo e

Desporto promove audiência sobre os preços das diárias de hotéis no Brasil. Plenário 11, 15h

Cursos universitáriosA Comissão de Relações exte-

riores debate os resultados alcan-çados pelo Sistema de Acreditação Regional de Cursos Universitários. Plenário 3, 14h30

Reunião de líderesOs líderes partidários se reú-

nem para discutir a pauta de vo-tações do Plenário nesta semana. Gabinete da Presidência, 15h30

Parlamentares destacam participação do PMDB

na história do PaísDeputados e senadores homenagearam

ontem, em sessão solene do Congresso, a participação de peemedebistas em momen-tos decisivos da história do Brasil, como na Assembleia Nacional Constituinte, em 1987. A solenidade foi convocada para comemorar os 46 anos de fundação do Partido do Movi-mento Democrático Brasileiro (PMDB).

“Na Constituinte, tínhamos grande maio-ria de deputados e senadores — éramos mais de 300, entre os 559 congressistas que iriam formatar o novo Estado”, lembrou o vice-presidente da República, Michel Temer, ao mencionar o processo que culminou com a restauração da democracia no período pós-ditadura.

Presidente licenciado do partido, Temer ressaltou a dedicação de peemedebistas, entre os quais citou o ex-presidente da República, José Sarney, e o presidente da Assembleia Constituinte, deputado Ulysses Guimarães.

“Foi dessa conjugação, harmoniosa, que

nasceu o novo Estado, em 5 de outubro de 1988”, afirmou ele, destacando ainda o pa-pel do então senador e hoje deputado Mauro Benevides(PMDB-CE), à época vice-presi-dente da Assembleia Constituinte.

Benevides ressaltou o empenho de Ulysses Guimarães em legar ao País uma nova Cons-tituição que, nas palavras dele, “espelhasse os anseios e as reivindicações do povo”.

Democracia - A diversidade de ideias dentro do partido foi destacada pelo presi-dente do Congresso, senador José Sarney, para quem o PMDB continua se afirmando como “o fiador” da democracia brasileira. “O PMDB não tem dono; ele é de todos”, disse Sarney.

Para o atual presidente do PMDB, sena-dor Valdir Raupp, o partido tem motivos de sobra para se orgulhar da sua longevidade. “Hoje temos o vice-presidente da República, 5 ministros, 5 governadores, 21 senadores e 80 deputados federais”, contabilizou.

em sessão solene realizada na sexta-feira para homenagear o Dia do Taquígrafo, comemorado em 3 de maio, o deputado Izalci (PR-DF) ressaltou a importância desses profissionais, observando que, sem eles, o trabalho dos parlamentares ficaria sem registro.

Izalci, juntamente com os deputados Roberto de lucena (PV-SP) e Policarpo (PT-DF), foram os autores do requerimento para realização da homenagem. Roberto de Lucena salientou que a taquigrafia tem aperfeiçoado suas ferramentas de trabalho.

na Câmara, observou, está sendo testado o novo software de voz, que transforma voz em texto. Segundo o parlamentar, os taquígrafos registraram, em 2011, mais de 1400 horas de Plenário.

Policarpo afirmou que vai lutar para que seja aprovado, o mais rapidamente possível, o Pl 7358/10, que estabelece condições especiais de trabalho e aposentadoria para os taquígrafos. Segundo o texto, a jornada de trabalho será fixada em 6 horas diárias e 30 semanais, com aposentadoria especial aos 25 anos de exercício profissional.

Homenagem aos taquígrafos

TeRÇA-FeIRA15 de maio de 2011

agenda

os 46 anos de fundação do PMDB foram lembrados ontem em sessão solene do Congresso

agênCia senaDo

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

POlÍTICABrasília, 15 de maio de 2012

Eduardo Piovesan

A Medida Provisória 558/12, que muda os limites de sete unidades fede-rais de conservação, é o destaque do Plenário nesta semana. Conforme acor-do feito na semana passada, a medida será votada hoje. Essa e mais duas MPs (556/11 e 557/11) perdem a vigência em 31 de maio e precisam ser votadas tam-bém pelo Senado. Os líderes partidários se reúnem hoje com o presidente Marco Maia para definir outras propostas a se-rem votadas nesta semana.

O relator da MP 558, deputado Zé Geraldo (PT-PA), apresentou na última quinta-feira (10) um projeto de lei de conversão com duas emendas ao tex-to. Uma delas exclui 12 mil hectares da Floresta Nacional do Tapajós para regularizar ocupações. Outra suspende dívidas de plantadores de cana-de-açú-car do Pará vinculados ao extinto Proje-to Agroindustrial Canavieiro Abraham Lincoln (Pacal).

A constitucionalidade da medida provisória é contestada pelo procura-dor-geral da República, Roberto Gurgel, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele argumenta que alterações nos limi-tes de áreas de preservação ambiental podem ser feitas apenas por meio de projeto de lei. O PSDB e o PV também são contra a MP.

O governo editou a medida para resolver problemas agrários e viabili-zar legalmente usinas hidrelétricas que inundarão partes das reservas, localiza-das nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Gestantes - Outra MP com vigên-cia próxima do fim é a 557/11. Ela cria um cadastro nacional para acompanha-mento de gestantes com o objetivo de

O Plenário da Câmara realiza na quinta-feira comissão geral para discutir a situação financeira dos municípios brasileiros. O evento, com início previsto para as 16 horas, ocorre em função da XV edição da Marcha a Brasília em De-fesa dos Municípios, que ocorre de hoje até quinta-feira em Brasília. A comissão geral atende a requerimento do líder do PR, deputado lincoln Portela (PR-MG), e outros parlamentares.

em entrevista coletiva ontem, o pre-sidente da Confederação nacional dos Municípios (CnM), Paulo Ziulkoski, infor-

mou que a marcha vai defender a redis-tribuição dos royalties de petróleo e de-nunciar a crise financeira dos municípios. As prefeituras, explicou, enfrentam “uma grave situação de endividamento”, e para revertê-la, os prefeitos vão pressionar o Congresso a concluir a votação do projeto de lei (Pl 2565/11) que redistribui os royalties do petróleo a todos os mu-nicípios do País. Além disso, vão apelar para que o governo federal “honre os pagamentos de convênios acertados com as prefeituras”.

Restos a pagar - De acordo com

a confederação, os chamados “restos a pagar” da União somam R$ 24,5 bilhões neste ano. na prática, esse é o valor que o governo federal teria deixado de repassar aos municípios em convênios para obras e aquisição de equipamentos.

Ziulkoski ressaltou que as prefeitu-ras vêm assumindo, nos últimos anos, novas atribuições “impagáveis”. Além do novo salário mínimo de R$ 622,00, ele citou o impacto de R$ 5,4 bilhões provocado pelo piso do magistério, e manifestou preocupação com as pro-

postas de fixação de pisos salariais para agentes comunitários de saúde, enfermeiros e vigilantes, em tramitação no Congresso.

Pelas contas da CnM, enquanto a soma de todos os novos impactos nas finanças municipais fica em torno de R$ 60 bilhões, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) aumentou apenas R$ 8 bilhões.

A Marcha dos Prefeitos a Brasília cobra do Congresso e do governo federal uma solução para fechar essa conta.

Representantes de movimentos feministas vieram à Câmara para ques-tionar a medida provisória que cria o cadastro obrigatório de gestantes (MP 557/11). elas se encontraram na sema-na passada com o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que prometeu analisar os documentos apresentados. Segundo a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), os mo-vimentos querem que a MP “caia” por decurso de prazo para que se possam resolver os “problemas gravíssimos” do texto. Se não for votada até 31 de maio, a medida perde a validade.

A Coordenação nacional da Ar-ticulação de Mulheres Brasileiras é contra a criação de comitês locais de vigilância e acompanhamento de

gestantes, prevista na MP. A repre-sentante da coordenação, Rogéria Peixinho, reclama que a medida, além de prever o estabelecimento de um cadastro de todas as grávidas, propõe a organização de um comitê nos muni-cípios que vai monitorar as gestantes, a ser composto por organizações ou entidades. “estamos preocupadas com quem vai integrar esses comitês e fazer esse monitoramento, vigiando as mulheres”, explicou.

Janete Pietá teme que a medida provisória possa dividir a bancada feminina na Câmara. “A MP 557 tem o mérito do combate à mortalidade materna, que está entre as metas do milênio. O problema é que não se pode expor a gestante ao público.”

Dívida dos municípios é tema de comissão geral na quinta-feira

Plenário pode votar hoje medida provisória que altera áreas ambientais

Medida é contestada pelo procurador-geral da República. Para ele, uma MP não pode alterar os limites de áreas de preservação ambiental

prevenir a mortalidade materna, princi-palmente nas gestações de risco. Tam-bém autoriza a União a pagar uma ajuda de custo de R$ 50 anuais às cadastra-das para os deslocamentos necessários a esse acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O cadastramento deverá ser feito por todos os estabelecimentos de saú-de, públicos e privados, que realizem acompanhamento pré-natal, assistência ao parto e puerpério (cuidados no pós-parto).

Com quatro temas diversos, a MP 556/11 aumenta o teto de cobrança da Cide-Combustíveis sobre o álcool de R$ 37,20 por m³ para R$ 602 por m³. O governo quer ampliar sua margem de manobra para forçar as usinas a estocar mais álcool na safra e evitar saltos de preço na entressafra.

As demais MPs que trancam os tra-balhos são:

- 559/12, que autoriza as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) a adquirir o controle acionário (51% das ações) da Celg Distribuição S.A.;

- 560/12, que abre crédito extraor-dinário de R$ 40 milhões para o Mi-nistério da Defesa recuperar a Estação Comandante Ferraz, base brasileira de pesquisa na Antártica atingida por um incêndio em 25 de fevereiro deste ano;

- 561/12, que transfere a propriedade de imóveis financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida para a mu-lher em caso de separação, divórcio ou dissolução de união estável;

- 562/12, que contempla as institui-ções comunitárias ligadas à educação no campo com recursos do Fundeb e faz outras mudanças no setor de edu-cação.

Feministas querem que MP sobre gestantes perca a validade

a pauta do Plenário está trancada por sete medidas provisórias; duas deles perdem a vigência em 31 de maio

Renato aRaújo

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

MeIO AMBIenTeBrasília, 15 de maio de 2012

Comissões avaliam impactos e desdobramentos do Código Florestal

Os impactos e os desdobramentos do Código Florestal, aprovado na Câmara, serão discutidos pelas comissãões de Agri-cultura; e de Meio Ambiente. A Comissão de Agricultura realiza audiência amanhã com o relator do Código, deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e outros especialistas no assunto. Já a Comissão de Meio Am-biente vai criar grupo de trabalho para acompanhar a implementação da nova legislação.

O debate com Piau foi proposto pelos deputados Nilson Leitão (PSDB-MT), Alceu Moreira (PMDB-RS), Assis do Couto (PT-PR), Bohn Gass (PT-RS) e Homero Pereira (PSD-MT). A reunião será no Plenário 2, às 9h30. O deputa-do Nilson Leitão espera receber diversos setores interessados neste tema. “Estou contando com a participação de repre-sentantes da sociedade organizada e da imprensa”, afirmou.

Na Comissão de Meio Ambiente, um grupo de trabalho vai acompanhar

as diversas consequências do código. A iniciativa é do presidente do colegiado, deputado Sarney Filho (PV-MA). Ele observa que, no antigo código, estavam previstas a existência das áreas de preser-vação permanente, das áreas de reserva legal, e de recuperação de tais áreas, entre outros instrumentos.

Flexibilição - Para Sarney Filho, a nova lei flexibilizou demasiadamente o uso desses instrumentos, além de anistiar quem desmatou irregularmente até 22 de julho de 2008, “o que leva os ambientalis-tas a ficar atentos ao que pode acontecer com o meio ambiente a partir da efetiva aplicação do novo código”.

De acordo com o deputado, ao propor a criação deste grupo de trabalho, busca-se “estabelecer um diagnóstico do proble-ma e, ouvidos parlamentares, especialis-tas, técnicos, sociedade civil organizada e governo, propor medidas que possam vir a corrigir e mitigar os efeitos negativos desta proposição”.

Projeto alternativo tramita na CâmaraNoéli Nobre

Tramita na Câ-mara proposta que prevê a regularização ambiental de proprie-dades rurais e autoriza atividades agrossilvi-pastoris, de ecoturis-mo e de turismo rural consolidadas até 22 de julho de 2008 em áreas de preservação permanente (APPs).

A proposta (Projeto de Lei 3835/12) cria con-dições para recuperação, conservação e utilização dessas áreas em imóveis rurais de até quatro módulos fiscais. Os autores – os deputados Bohn Gass (PT-RS) e Sibá Machado (PT-AC) – argumentam que o novo Código Florestal não normatiza devidamente esses pontos.

Pelo projeto, a União terá até dois anos para im-plantar os Programas de Regularização Ambiental (PRAs) nas áreas consolidadas até 2008. É criado também o Cadastro Ambiental Rural (CAR), obri-gatório para a regularização.

Não serão permitidas atividades consolidadas nas APPs de imóveis inseridos nos limites de unidades de conservação de proteção integral criadas até a promul-gação da lei. A existência das atividades agrossilvipas-toris, de ecoturismo e turismo rural nas APPs deverá ser informada no CAR para monitoramento.

Recomposição - Será obrigatória a recomposição de faixas entre cinco e cem metros ao longo de rios,

dependendo da largu-ra do curso d’água. No entorno de nascentes e olhos d´água, a recom-posição deverá ter raio mínimo de 30 metros.

O projeto garante que a recomposição das faixas juntamente com as áreas das demais APPs do imóvel não ultrapassará o limite da reserva legal estabeleci-do para a propriedade.

A recomposição de faixas de 15 metros, contados da borda da calha do leito regular, será obrigatória no caso de imóveis com mais de quatro módulos fiscais com áreas consolidadas em torno de rios com menos de 10 metros de largura.

Incentivo - A proposta admite a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural. O texto também estabelece condições especiais de apoio à recuperação ambiental das pequenas pro-priedades. Para a área urbana, propõe instrumentos para as regularizações fundiárias de interesse social e específico em APPs.

O PL 3835/12 também regulariza a situação de proprietários que tenham desmatado área de reserva legal até 22 de julho de 2008. Nesses casos, inde-pendentemente de adesão ao Programa de Regula-rização Ambiental, o proprietário terá até 20 anos para recompor, compensar ou permitir a regeneração natural da reserva legal.

Debatedores pedem fundo de proteção ao Cerrado

A criação de um fundo internacional de proteção ao Cerrado foi defendida na semana passada em audiência na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas. A comissão, que é presidida pelo deputado Márcio Macêdo (PT-Se), debateu o pagamento por serviços ambientais.

O diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, Saulo Rodrigues Filho, destacou que instrumentos como o pagamento por serviços ambientais poderiam proteger o bioma e corrigir distorções, como a do mercado agrícola no Centro-Oeste. “O pagamento têm potência de promover não só a mitigação dos gases do efeito estufa, mas também a redução do desmatamento e da vulnerabilidade de populações socialmente desfavorecidas”, afirmou.

Serviços ambientais são atividades ligadas à manutenção da vida, como a produção de oxigê-nio; a estabilidade das condições climáticas e do ciclo hidrológico; a decomposição de dejetos; e a manutenção da fertilidade do solo.

União - Para o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Brandão Cavalcanti, é importante que o governo possa disponibilizar recursos a serem transferidos aos beneficiários em todo o País. Ele disse que alguns estados estão colocando em ordem programas de pagamento, e que a União deve dividir o desafio.

Albano Araújo, da organização The nature Conservancy, defendeu que pagamento financeiro por serviços ambientais torna mais fácil o engaja-mento na causa. O ambientalista também disse ser fundamental o apoio de prefeituras e secretarias locais de meio ambiente na implantação de projetos de pagamento por serviço ambiental.

a Comissão de agricultura realiza amanhã audiência pública sobre a nova legislação; a Comissão de Meio ambiente vai criar grupo de trabalho para discutir o tema

Diógenis santos

Bohn gass

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sibá Machado

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COMISSÃO De InQUÉRITOBrasília, 15 de maio de 2012

Liminar do Supremo suspende depoimento de Carlos Cachoeira

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello aceitou ontem a liminar para sus-pender o depoimento de Carlos Cachoeira à Co-missão Parlamentar Mis-ta de Inquérito (CPMI) que apura as relações do contraventor com agen-tes públicos e privados. A liminar vale até o julga-mento do habeas corpus impetrado pelo advoga-do de Cachoeira para ter acesso ao conteúdo dos inquéritos da Polícia Fe-deral nas operações Vegas e Monte Carlo, que estão em poder da CPMI. O depoimento es-tava previsto para a tarde de hoje.

Em entrevista à imprensa antes da decisão do STF, o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), che-gou a afirmar que não haveria prejuízo aos trabalhos da comissão caso Cacho-eira conseguisse adiar o depoimento. Como “plano B”, ele informou que rea-

lizará reunião administrativa para votar requerimentos apresentados à CPMI.

Caráter lesivo - Segundo argu-mentou o ministro Celso de Mello, Cachoeira é figura central no inquérito parlamentar, e a recusa de acesso aos elementos já produzidos pelas operações Vegas e Monte Carlo, e já formalmente incorporados ao acervo de provas em

poder da CPMI, tem um ca-ráter potencialmente lesivo a Cachoeira, “cujo direito de defesa restará alegadamente comprometido, com sérias implicações no plano pro-cessual penal”.

Celso de Mello ressaltou que os advogados de Cacho-eira pretendem, com o ha-beas corpus, tornar efetivo o amparo ao direito de defesa e à prerrogativa contra a au-toincriminação. O magistra-do destacou ainda que “uma decisão judicial que restaura a integridade da ordem jurí-dica e que torna efetivos os direitos assegurados pelas

leis e pela Constituição não pode ser considerada um ato de indevida interfe-rência na esfera do Poder Legislativo”.

Segundo o ministro, a jurisprudên-cia constitucional do Supremo, hoje consolidada pela Súmula Vinculante 14, tem garantido a qualquer pessoa sob investigação do Estado, e também ao seu advogado, o direito de conhecer as in-

formações já formalmente produzidas nos autos.

Negado na CPMI - Antes de pro-tocolar o pedido de habeas corpus no STF, a defesa de Cachoeira tinha solicitado ao presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que fornecesse as informações. No entanto, o requerimento foi negado. Segundo os advogados, Cachoeira está “impedido de conhecer com in-teireza o que pesa contra ele”. Com a decisão do ministro Celso de Mello, Cachoeira só poderá depor depois do julgamento do mérito do pedido pelo STF, ainda sem data marcada.

Carlinhos Cachoeira seria o terceiro a prestar depoimento à comissão. Até agora, foram ouvidos os delegados fede-rais Matheus Mella Rodrigues, respon-sável pela operação Monte Carlo, e Raul Alexandre Marques, que comandou a operação Vegas. Para a quinta-feira (17), está agendado o depoimento dos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oli-veira, que participaram ao lado de Mella Rodrigues da operação Monte Carlo.

CPI pode convocar mulher detida ao tentar “comprar” recém-nascido

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), quer ouvir Maria José Rodrigues, presa em flagrante no último dia 7, quando tentava “comprar” um recém-nascido de uma adolescente, na zona sul de São Paulo. O requerimento de convocação deve ser votado pelo colegiado nesta semana.

A polícia suspeita que a mulher, de 53 anos, faça parte de uma quadrilha internacional que pretendia enviar o bebê para a Itália. “O tráfico de seres hu-manos envolve redes poderosas e movimenta no mundo algo entre 32 e 35 bilhões de dólares. São quatro milhões de pessoas por ano que são vítimas desse crime, e o Brasil está entre as cinco nações com maior incidência. A situação é gravíssima e as pessoas não se dão conta disso”, disse Jordy.

De acordo com informações colhidas pela comissão, a criança, do sexo feminino, teria sido “comprada” por cerca de R$ 500, logo após a mãe, de 17 anos, deixar a maternidade. Por ser menor de idade, a adolescente foi encaminhada à Fundação Casa e poderá responder pelo crime de entrega de criança a terceiro. De acordo com a polícia, a mãe não sabia que a filha seria possivelmente vendida ou entregue para outra família no exterior.

As investigações que levaram à prisão de Maria José Rodrigues começaram em Montes Claros (MG), em março, quando a mulher, sem sucesso, tentou negociar outra criança. Segundo a polícia, as denún-cias apontavam que Maria José convencia gestantes em comunidades pobres a entregar os filhos com a promessa de dar a eles uma vida melhor.

JUSTIÇA

Aprovado direito de criança conviver com mãe ou pai presoA Comissão de Segurança

Pública e Combate ao Crime Or-ganizado aprovou o Projeto de Lei 2785/11, do Executivo, que asse-gura a crianças e adolescentes o direito à convivência com o pai ou a mãe preso. Pelo texto, os filhos de pais submetidos à pena privativa de liberdade poderão fazer visitas periódicas promovidas pelo respon-sável legal ou, quando em acolhi-mento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.

O projeto, que altera o Estatu-to da Criança e do Adolescente, segue para a análise, em caráter conclusivo, das comissões de Se-guridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O relator na comissão, deputado Marllos Sam-paio (PMDB-PI), destacou que o texto inova ao definir que a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará na destituição do poder familiar, exceto nos casos em que a condenação decorra de crime doloso contra o próprio filho ou filha. Segundo ele, com a experiência do projeto “Mães no Cárcere”, a Pastoral Carcerária identificou casos em que a mulher presa se viu destituída do poder familiar sem oportunidade de defesa.

“Apenas nos casos em que os próprios familiares da criança desrespeitam ou descuidam da sua in-tegridade física, psíquica ou moral, é possível falar, em tese, de convivência familiar que não atende o melhor interesse da criança”, disse. “Em todos os demais casos, deve o Estado garantir o direito à convivência familiar”, acrescentou.

Sampaio recomendou a aprovação do projeto com uma emenda, também acatada pela comissão, que de-termina que o oficial de justiça indague à pessoa acu-sada sobre o desejo de constituir defensor público.

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o depoimento de Cachoeira na CPMi que investiga as relações do contraventor com agentes públicos e privados estava marcado para hoje

Conforme o texto aprovado, condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar

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PlenáRIOBrasília, 15 de maio de 2012

Izalci apontadistorções no

Plano Nacional de Educação

O Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10), embora seja importante para a sociedade brasi-leira, tem distorções que precisarão ser corrigidas, avaliou o deputado Izalci (PR-DF). De acordo com o

parlamentar, o PNE traz 20 metas e 170 estratégias, mas faltam me-tas intermediárias no documento. “Não adianta só ter meta para daqui a 10 anos, temos que dar a oportunidade para a sociedade acompanhar as metas mês a mês.”

Ele defendeu que, em 2023, o investimento total em educação seja de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). “Temos uma dívida imensa com a educação no Brasil. As escolas públicas estão sucatea-das”, destacou. Para Izalci, o Brasil tem investido mal os poucos recur-sos existentes, e são constantes os desvios de verbas.“A boa gestão é fundamental”, salientou.

No entanto, o parlamentar res-saltou que o PNE deve dizer “quem vai pagar a conta”. Ele lembrou que municípios e estados estão endivi-dados e não conseguirão investir mais do que investem hoje. Atu-almente, o investimento total de municípios, estados e União em educação representa 5% do PIB.

Paulo Cesar Quartiero questiona atuação

do governo na fronteira de RoraimaO deputado Paulo Cesar Quartiero

(DEM-RR) questionou operação reali-zada pelo Exército, Polícia Federal, Iba-ma, Funai e outros órgãos na região de fronteira de Roraima. Segundo o parla-mentar, o governo, em vez de “mandar

o Exército para ações repressivas, de-veria se preocupar com as ONGs que pregam o separatismo, e em promover ações para o desenvolvimento econô-mico da região”.

Quartiero alertou que só haverá segurança na fronteira se ali houver atividade econômica. “Precisamos de-senvolver a agricultura, precisamos dos recursos hídricos para produzir ener-gia”, afirmou o deputado. Para ele, o governo federal “despreza” Roraima e condena seu povo ao atraso.

“Esses recursos que estão sendo gas-tos para repressão poderiam ser usados para melhorar a vida de cada um que mora naquela região, muito necessitada e que precisa pelo menos de respeito”, protestou.

O deputado citou estudo de um ins-tituto de Londres, publicado no jornal O Estado de São Paulo, mostrando que a Amazônia passou a ser rota do tráfico internacional de drogas e armas, mas o que favorece o tráfico é a miséria da região. “O texto conclui dizendo: a po-breza é generalizada”, disse.

Amauri Teixeira cobra política sistemática de

combate à secaO deputado Amauri Teixeira

(PT-BA) cobrou do governo fede-ral uma política mais sistemática e incisiva para o problema da seca no nordeste. “A Bahia vive a maior seca em 50 anos. São 234 muni-cípios em situação de emergência, dos quais 20 já decidiram cancelar

os festejos de São João”, lamentou. Para Teixeira, o País precisa aper-feiçoar o atual sistema de preven-ção contra intempéries climáticas. “A seca é algo com que convivemos há anos”.

Apesar do empenho de par-lamentares em aprovar medidas emergenciais, como a liberação de R$ 2,7 bilhões em socorro às áreas atingidas, para Teixeira é fundamental também a retomada dos debates sobre a revitalização do Rio São Francisco, da bacia do Paraguaçu e do aquífero de Tuca-nos. Ele defendeu a transposição do São Francisco para a bacia do rio Jacuípe. “Acho que isso vai for-talecer a barragem de São José, de Cachoeira Grande, e de todas as cidades por onde passa o Jacuípe”, argumentou.

O deputado afirmou também que se empenhará em propor à co-missão mista que analisa a Medi-da Provisória 565/12 instrumentos para amenizar o problema do endi-vidamento de pequenos e médios produtores rurais nordestinos.

Wilson Filho alerta para estado de emergência em

municípios paraibanosDos 223 municípios da Paraíba,

200 decretaram estado de emergên-cia. Segundo o deputado Wilson Filho (PMDB-PB), os animais estão morrendo de sede e o povo está be-bendo água com barro. “A bancada federal da Paraíba marcou para esta semana reunião com o ministro da

Integração para mostrar a todo o Brasil que não estamos felizes no estado”, disse.

Wilson Filho ressaltou que a melhor maneira de diminuir o so-frimento do sertanejo com a seca seria o desenvolvimento do semi-árido. Para isso, o deputado defen-deu a criação de uma zona franca no estado.

De acordo com o deputado, a Paraíba está muito atrás da reali-dade de outros estados do Nordes-te, com deficiência em áreas como saúde e segurança.

Educação - Wilson Filho tam-bém lembrou sua luta em favor da educação.

Ele ressaltou ser o autor da Pro-posta de Emenda à Constituição 94/11, que obriga a União, os es-tados, o Distrito Federal e os mu-nicípios a aplicar, de forma cola-borativa, 10% do Produto Interno Bruto em ações de manutenção e desenvolvimento do ensino.

O deputado disse ainda defen-der que 50% dos recursos do pré-sal sejam investidos em educação.

Educaçãolincoln Portela (PR-MG) disse que cerca de 500 famílias brasileiras as-

sumem a educação dos filhos de forma integral. O deputado explicou que a educação domiciliar visa preparar os filhos não apenas para a universidade ou para o mercado de trabalho, mas para todos os aspectos da vida. lincoln Portela argumentou que uma importante motivação para esse tipo de educação está no fato de que os alunos domiciliares apresentam desempenho acadê-mico igual ou superior à média daqueles em idade equivalente educados por instituições de ensino.

SecaJosé Airton (PT-Ce) destacou a análise da Medida Provisória 565/12, que

autoriza o executivo a instituir linhas de crédito especiais com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do norte, do nordeste e do Centro-Oeste. Segundo ele, o crédito vai atender os setores produtivos rural, industrial, comercial e de serviços das cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública. José Airton também apoiou a reivindicação dos servidores do Dnocs que pedem revisão de seus salários, reduzidos em 30%, referente a uma complementação paga desde 1988.

LeonaRDo PRaDo Renato aRaújo

LeonaRDo PRaDo Renato aRaújo

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DIReITOS HUMAnOSBrasília, 15 de maio de 2012

Duas comissões pro-movem hoje o 9º Semi-nário Nacional de Lés-bicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais que, neste ano, debate os temas sexualidade na in-fância e na adolescência, papel de gênero e bullying. O lema do encontro é “Respeito à diversidade se aprende na infância”. Segundo os organizado-res, o evento discutirá amplamente a questão do bullying na adolescência, ouvindo especialistas das áreas de direi-to, psicologia e educação, com o objetivo de recuperar a discussão iniciada pela apresentação do projeto “Escola sem Homofobia”.

Segundo o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), autor do requerimento para realização do seminário junto com a

deputada Erika Kokay (PT-DF), abrir esse debate para a sociedade como um todo, mas principalmente aos agentes do setor da educação, “é imprescindível neste momento, principalmente dado o impacto negativo que o bullying tem na escola e no acesso ao direito à educação de qualidade”.

Debatedores-Participarão dos deba-

tes Maria Berenice Dias, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM); Lena Franco, do Instituto Ecos – Comunicação e Sexualidade e coordenadora do projeto Escola sem Homofobia; e Miriam Abramovay – coordenadora do projeto Violência e convivência nas escolas brasileiras, além de re-presentantes do governo e de orga-nizações como Unesco e Unicef.

Também participarão do even-to, relatando experiências pessoais e representando o movimento, João W Nery, primeiro “trans-homem” brasileiro e autor do livro “Viagem

Solitária”, que descreve sua experiência sobre a influência da questão do papel de gênero em seu processo de educação; e Angélica Ivo, mãe do jovem Alexan-dre Ivo, vítima do crime de homofobia, torturado e morto aos 14 anos, em São Gonçalo (RJ).

Com três eixos temáticos, a progra-

mação do seminário terá as seguintes mesas: “Subjetividades e papéis de gê-nero (É possível falar em uma infância e adolescência gay?)”; “Educação, se-xualidade e gêneros (O que os papéis de gênero têm a ver com a prática do bullying nas escolas?)”; e “Infância, ado-lescência e estado de direitos (Como es-tender as redes de proteção da infância e da adolescência aos meninos e meni-nas que fogem dos papéis de gênero?)”. Organizado pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias, e de Educação e Cultura, o seminário também conta, pela primeira vez, com o apoio e orga-nização de duas frentes parlamentares mistas: pela Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexu-ais, e de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente. O evento será trans-mitido ao vivo pelo site da Câmara dos Deputados. O debate, que será realizado no Plenário 9, ocorrerá durante todo o dia, a partir das 9h.

Idhelene Macedo

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de considerar que um pai não cumpriu com o dever de cuidar da filha, mesmo de-pois de comprovada a paternidade reacen-deu o debate sobre o tema no Congresso. A indenização por abandono afetivo não está prevista em lei, mas projeto (PL 4294/08) em tramitação na Câmara desde 2008 altera o Código Civil e o Estatuto do Idoso para es-tabelecer a indenização por dano moral nes-ses casos. Conforme a proposta, tanto pais quanto filhos que abandonam pais idosos po-dem ser condenados a reparar danos morais. No caso da família paulista julgada pelo STJ, o tribunal determinou que o pai deve pagar uma indenização de R$ 200 mil por ter sido ausente na criação da filha. O pai tem até a data de hoje (15) para recorrer da de-cisão.

A Comissão de Segurida-de Social e Família já aprovou o projeto. A relatora na co-missão, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), observa que a justiça acaba tomando decisões de competência do Legislativo por causa da dificuldade no an-damento de temas polêmicos

como esse.Entretanto, a deputada aponta o lado po-

sitivo da decisão inédita do STJ. “Eu diria que esta indenização não é o ideal. O ideal é que os sentimentos, os valores humanos de cuida-do, de afeto com as crianças predominem na sociedade. Mas isso não está acontecendo. Por isso acredito que veio em bom momento esta indenização que, como disse a juíza, é pontual, não vai se refletir em todas as circunstâncias’, afirma.

Regulamentação - Jô Moraes destaca ainda que o abandono afetivo será tratado em regulamentação específica. “É muito di-fícil você precisar movimentos da subjetivi-dade humana. O que é a expressão afetiva de um lado para o outro. A expressão afeti-

va se materializa no cuidado. O cuidado que significa apoio material, mas também presen-ça nas relações, presença física, atenção. Evidente que isso será um processo de regulamenta-ção posterior à definição, por-que o projeto coloca questões mais genéricas, sem descer a detalhes.”

O projeto que prevê inde-nização por dano moral em ra-zão do abandono afetivo está pronto para inclusão na pauta

Seminário LGBT debate sexualidade na infância e adolescênciaEncontro tem como temas sexualidade na infância e adolescência, papel de gênero e bullying

Decisão inédita do STJ reacende debate em torno do abandono afetivo

erica Kokayjean wyllys

Renato aRaújoBeto oLiveiRa

jô Moraes

sauLo CRuz

A deputada Marina San-tanna (PT-GO) apontou em Plenário a necessidade de uma reforma política no Brasil. Para ela, as recentes operações da Polícia Federal demonstram a presença de “grupos cri-minosos que se apropriam de espaços do estado”, o que deve ser evi-tado por meio de um sistema eleitoral que amplie a repre-sentação “real” do conjunto da população bra-sileira.

“É preciso intensificar a visão de que a reforma política pode ampliar a capacidade de representação para jovens, negros, mulheres e índios. Isso fará com que realmente se traga ao Congresso nacio-nal o conjunto da população, representada na sua diversi-dade”, disse.

Marina Santanna defendeu

o financiamento público de campanha, argumentando que esse financiamento não encarece os gastos do estado e favorece a transparência das contas dos partidos. Segundo ela, ao invés de milhares de contas de candidatos, os tri-bunais fiscalizariam apenas as contas de cada partido que se organiza para concorrer em uma campanha eleitoral.

Gênero - Segundo Marina Santanna, a pa-ridade de gê-nero também é uma questão fundamental. ela af irmou que a repre-sentatividade das mulheres deve ser am-pliada, pois, na Câmara dos Deputados, por exemplo, elas totalizam apenas 9%.

“ É u m a quantidade muito pequena diante da expressão real da presença das mulheres na economia, no mercado de trabalho, na constituição das próprias famílias, no serviço doméstico, nas áreas relacio-nadas à educação, à ciência e à tecnologia”, declarou.

PlenáRIO

Para Marina Santanna, mulher precisa de

mais representatividade

Renato aRaújo

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

eCOnOMIABrasília, 15 de maio de 2012

Benedita da silva

Relator entrega parecer preliminar da LDO com regras para emendas

O texto da PeC do Trabalhador Doméstico (478/10) foi motivo de divergência na semana passada, em audiência pública da Comissão especial sobre Igualdade de Direitos Trabalhistas. Para igualar os em-pregados domésticos aos demais trabalhadores, a PeC revoga o pa-rágrafo da Constituição que garante aos domésticos apenas 9 dos 33 direitos trabalhistas assegurados aos trabalhadores em geral.

A juíza do Trabalho aposentada Comba Marques Porto afirmou que a revogação do parágrafo poderá criar uma situação de retrocesso, ao invés de garantir a igualdade de direitos. Isso porque o texto constitucional concede expressamente alguns direitos aos domésticos. “Há temor de tirar o amparo que já existe na Constituição e ficarmos num vazio perigoso”, alertou.

Redução de direitos - Para a juíza, o ideal seria alterar o parágrafo já em vigor para ampliar os direitos dos domésticos, e não revogá-lo. Já a procuradora regional do Trabalho da 10ª Região-DF Adriane Reis de Araújo afirmou que não vê riscos de redução de direitos com a revoga-ção do parágrafo da Constituição. “embora haja algumas vozes que tratem esses trabalhadores como uma categoria diferenciada, creio que o doméstico deve ser visto como um trabalhador normal de uma entidade sem fins lucrativos.”

Para a relatora da PeC, deputa-da Benedita da Silva (PT-RJ), não é possível assegurar se a retirada do parágrafo vai resolver ou não a questão do trabalhador doméstico. “A nossa reflexão sobre essa revogação deve ser profunda. Temos que fazer um esforço para que haja avanços, e não retrocesso”, disse. Benedita informou que vai elaborar um rela-tório que assegure mais direitos a esses trabalhadores. A audiência da semana passada foi realizada por sugestão da relatora.

Debatedores divergem sobre efeitos da

PEC do Trabalhador Doméstico

a inexistência do anexo de metas foi criticada pelos integrantes da Comissão de orçamento na audiência pública com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, realizada na semana passada

O prazo para apresentação de emendas ao parecer do senador Antonio Carlos Valadares à Lei de Diretrizes Orçamentárias se encerra amanhã

Janary Júnior

O relator do projeto da Lei de Dire-trizes Orçamentárias (LDO), senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), entregou, à Comissão Mista de Orça-mento, seu parecer preliminar, que traz as regras para apresentação de emen-das à proposta. A principal novidade é a decisão de criar o anexo de metas e prioridades a partir das emendas de de-putados, senadores, bancadas estaduais e comissões da Câmara e do Senado.

O projeto enviado pelo Executivo (PLN 3/12) não trouxe o anexo, como determina a Constituição. O texto limi-ta-se a dizer que as metas e prioridades para 2013 correspondem às ações do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) e do programa Brasil sem Miséria, sem, no entanto, especificá-las. O entendimento do governo é que o de-talhamento só precisa ser feito na elabo-ração da Lei Orçamentária Anual.

A inexistência do anexo foi criti-

cada pelos integrantes da Comissão de Orçamento na audiência pública com a ministra do Planejamento, Miriam Bel-chior, realizada na semana passada, na qual a LDO foi discutida. O anexo é o principal foco das emendas parlamen-tares ao projeto.

Limitador - De acordo com o pa-recer do senador Valadares, cada par-lamentar, bancada e comissão poderá apresentar até cinco emendas ao ane-xo. Elas deverão tomar como base as ações previstas nos orçamentos fiscal e da seguridade em vigor (Lei 12.595/12), informando a meta física a ser concluída no próximo ano. No caso de constru-ção de trecho rodoviário, por exemplo, o deputado terá que informar em que BR a obra vai se localizar, o programa ao qual a construção está associada e a quantidade de quilômetros que serão asfaltados com recursos do próximo or-çamento.

No conjunto, as emendas não podem ser superiores, em valor, a 20% do orça-

mento autorizado do PAC para este ano, que foi de R$ 40,6 bilhões. Portanto, o anexo de metas construído pelo Con-gresso ficará restrito a R$ 8,5 bilhões. O limitador tem o objetivo de criar um anexo mais enxuto, com um núcleo de prioridades para 2013.

Como o número de emendas apre-sentadas deverá superar o limitador, o relator do projeto da LDO decidiu que vai priorizar até as três emendas indi-viduais relativas a ações orçamentárias em andamento e propostas com maior frequência pelos parlamentares. No caso das emendas coletivas (bancadas e co-missões), todas serão aceitas.

Em relação ao texto da lei, não ha-verá limites para apresentação de emen-das.

Prazos - O prazo para apresentação de emendas ao relatório preliminar co-meçou ontem e vai até amanhã. Pelo cronograma de tramitação do projeto da LDO, o parecer deve ser votado na co-missão até a próxima quinta-feira (17).

Marise Lugullo

O professor nicolao Dino, da Uni-versidade de Brasília (UnB), defendeu na Câmara a aprovação do estatuto da Metrópole (PL 3460/04), que define cri-térios para a organização dos municípios em regiões. em audiência realizada pela comissão especial que analisa o projeto, o professor afirmou que a criação de uma política de ação integrada entre municípios poderá ajudar no combate às desigualdades.

“Para que essas ações tenham um

grau de efetividade desejável, é neces-sário que haja a fixação de padrões homogêneos e uniformes de atuação. e é exatamente essa a proposta do estatuto da Metrópole”, explicou Dino, que também é procurador regional da República.

O autor do projeto, deputado Walter Feldman (PSDB-SP), afirmou que a fina-lidade do estatuto é agilizar a execução de ações regionais urbanas, previstas na Constituição, sem necessidade de regulamentações complementares.

Segundo Feldman, o estatuto tam-

bém vai incentivar a articulação entre governos estaduais e municipais. Para o deputado, essa articulação facilitará a avaliação de problemas e soluções, com a consequente determinação de prioridades e destinação de recursos financeiros.

A comissão que analisa o estatuto da Metrópole vai fazer pelo menos mais dois debates em Brasília e também realizar reuniões nas cinco regiões do País. O relator do projeto, deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), disse que pretende concluir seu parecer ainda neste ano.

Especialista defende aprovação do Estatuto da Metrópole

gustavo LiMa

Beto oLiveiRa