suplemento do jornal causa operária nº141

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SUPLEMENTO GRATUITO DO SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA CAUSA OPERÁRIA ANO XI, Nº 141, 30 DE ABRILA 6 DE MAIO DE 2016 A luta não é no parlamento: GREVE GERAL No dia 17 de abril, por 367 votos, contra 137, foi aprovada a abertura do processo de impeachment pela Câma- ra dos Deputados. Um verdadeiro golpe foi dado no Congresso por Eduardo Cunha, réu acusado de diversas infrações, que ar- mou o processo do impeachment para que tivesse esse desfecho. Nas declarações de voto, era pos- sível contar nos dedos os deputados, desses 367, que consideraram a ma- téria em questão; se havia motivo suficiente para abrir o processo de impeachment. A população vem se mobilizando contra o impeachment e o golpe, mas o Congresso se mostrou insensível a essa mobilização. Por isso, agora é preciso intensificá-la. Não bastam apenas os atos gigan- tescos nas capitais e diversas cidades do País. É preciso uma demonstração de força e de repúdio ao golpe mais enérgica. A resposta ao golpe no Con- gresso, à tentativa de derrubar uma presidenta eleita para colocar no lugar duas figuras não eleitas e repudiadas pela população, só pode ser uma am- pla greve geral, que mobilize as mais diversas categorias de trabalhadores e pare o setor produtivo. Um grande “não ao golpe”. É preciso prepará-la desde já, mobi- lizando os trabalhadores para essa gre- ve. O golpe visa realizar um confisco da população que só pode ser impos- to por meio de um governo extrema- mente repressivo. O governo golpista facilmente descambará para uma di- tadura. É isso que precisa ser dito ao povo para que se mobilize contra o golpe, que não é um golpe contra o PT ou Dilma Rousseff, mas contra toda a população. A burguesia só entende uma lin- guagem: a das ruas, da mobilização revolucionária dos trabalhadores, da cidade e do campo. Por isso, é pre- ciso um recrudescimento dos mé- todos de luta, para de fato barrar o golpe. É preciso chamar uma greve geral ativa, com ocupações e outras formas de mobilização. Uma greve geral política, contra o golpe que a FIESP, os banqueiros e latifundiários querem impor à população. Contra a retirada de direitos, o confisco dos trabalhadores, a repressão e o roubo do patrimônio nacional. É preciso voltar aos métodos de luta tradicionais do movimento ope- rário e popular, como o bloqueio de estradas, tal como fizeram na sex- ta-feira que antecedeu a votação do impeachment. Todos os recursos do movimento operário, popular e estu- dantil devem ser usados com toda a energia para derrotar o impeachment, para derrotar o golpe.

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Page 1: Suplemento do Jornal Causa Operária nº141

Suplemento gratuito do Semanário nacional operário e SocialiStaCAUSA OPERÁRIA

ano Xi, nº 141, 30 de abrila 6 de maio de 2016

A luta não é no parlamento:

GREVE GERALno dia 17 de abril, por 367 votos,

contra 137, foi aprovada a abertura do processo de impeachment pela câma-ra dos deputados.

um verdadeiro golpe foi dado no congresso por eduardo cunha, réu acusado de diversas infrações, que ar-mou o processo do impeachment para que tivesse esse desfecho.

nas declarações de voto, era pos-sível contar nos dedos os deputados, desses 367, que consideraram a ma-téria em questão; se havia motivo suficiente para abrir o processo de impeachment.

a população vem se mobilizando contra o impeachment e o golpe, mas o congresso se mostrou insensível a essa mobilização. por isso, agora é preciso intensificá-la.

não bastam apenas os atos gigan-tescos nas capitais e diversas cidades do país. É preciso uma demonstração de força e de repúdio ao golpe mais enérgica. a resposta ao golpe no con-gresso, à tentativa de derrubar uma presidenta eleita para colocar no lugar duas figuras não eleitas e repudiadas pela população, só pode ser uma am-pla greve geral, que mobilize as mais diversas categorias de trabalhadores e pare o setor produtivo. um grande “não ao golpe”.

É preciso prepará-la desde já, mobi-lizando os trabalhadores para essa gre-

ve. O golpe visa realizar um confisco da população que só pode ser impos-to por meio de um governo extrema-mente repressivo. o governo golpista facilmente descambará para uma di-tadura. É isso que precisa ser dito ao povo para que se mobilize contra o golpe, que não é um golpe contra o pt ou dilma rousseff, mas contra toda a população.

a burguesia só entende uma lin-guagem: a das ruas, da mobilização revolucionária dos trabalhadores, da cidade e do campo. por isso, é pre-ciso um recrudescimento dos mé-todos de luta, para de fato barrar o golpe. É preciso chamar uma greve geral ativa, com ocupações e outras formas de mobilização. uma greve geral política, contra o golpe que a FIESP, os banqueiros e latifundiários querem impor à população. contra a retirada de direitos, o confisco dos trabalhadores, a repressão e o roubo do patrimônio nacional.

É preciso voltar aos métodos de luta tradicionais do movimento ope-rário e popular, como o bloqueio de estradas, tal como fizeram na sex-ta-feira que antecedeu a votação do impeachment. todos os recursos do movimento operário, popular e estu-dantil devem ser usados com toda a energia para derrotar o impeachment, para derrotar o golpe.

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supLEmEnto sEmAnAL do joRnAL CAusA opERáRiA Ano XI, edição semanal • nº 141, de 30 de abril a 6 de maio de 2016 • tiragem: 50 mil exemplares • distribuição gratuita • editado pela Secretaria Nacional de Agitação e Propaganda do CCN/PCO • Rua Serranos nº 108, Saúde, São Paulo-SP, CEP 04147-030

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Assembleia Constituinte, controlada pelo povo, para reformular o regime político de alto a baixo

A crise política expôs o caráter absoluta-mente antidemocrático do regime, ainda mais pelo fato de que a direita está impondo sua própria Constituinte contrarrevolucionária, subvertendo os preceitos constitucionais que deveriam guiar o funcionamento do regime (com o Poder Judiciário legislando, a supres-são de garantias democráticas, a diminuição do número de instâncias para julgamento, a instituição da “delação premiada” como pro-va, a prisão sem provas de acusados etc.). isso implica no completo desmantelamento do re-gime político e jurídico à revelia de qualquer participação popular. esse processo é parte fundamental do golpe em curso. no terreno le-gislativo, todos os dias surgem novas medidas contra os direitos democráticos da população.

diante disso, é preciso lutar em defesa dos interesses do povo trabalhador, pobre e opri-mido, que é a maioria no país.

- Por uma revolução agrária, contra a re-pressão aos trabalhadores sem-terra, e em defesa dos direitos democráticos sistemati-camente pisoteados pela burguesia, como a liberdade de organização sindical, o direito de greve etc.

- Liquidar os mecanismos antidemocráti-cos do regime político: fim do Senado, Câma-ra única, um congresso efetivamente propor-cional, a liberdade de organização partidária (com o fim das restrições à criação de novos

partidos e o fim da intervenção e ingerência do Judiciário e do Estado na vida dos parti-dos). E, ainda, a eleição do Judiciário, de alto a baixo, pelo voto popular, com o fim dos car-gos vitalícios.

- É preciso acabar com o monopólio da im-prensa pela burguesia golpista, cassar a con-cessão da rede globo e demais monopólios, garantir o acesso das organizações operárias, democráticas e populares aos meios de im-prensa hoje controlados por um punhado de famílias e grupos capitalistas.

- Diante desse conjunto de reivindicações democráticas, está colocada a luta por uma verdadeira Assembleia Constituinte, que seja a representação de fato do povo, pela refor-mulação das bases sociais do regime que só pode ser efetivamente democrático (no sen-tido do controle da maioria do povo sobre o regime) se se der sobre a completa liquidação do regime atual, que já está em uma profunda decomposicão.

Este conjunto de reivindicações deve apon-tar sistematicamente para o fim do monopólio político da burguesia na forma de luta por um governo dos operários, camponeses e do po-vo, de um governo dos trabalhadores, sem a participação da burguesia, seus partidos e seus dirigentes. trata-se de um movimento que de-ve surgir da mobilização revolucionária das massas, em particular da classe operária.

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