supervisão de estágio em serviço social e intervenção

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  • 7/29/2019 Superviso de estgio em Servio social e interveno

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    Superviso de estgio emServio social einterveno profissional

    Aula 1 Estgio II

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    A superviso entendida como uma atribuio profissional que selocaliza no mbito da formao graduada e permanente para aqualificao dos servios prestados sociedade direcionada para arealizao dos objetivos, valores, princpios e direo socialestratgica do projeto tico-poltico profissional com vistas emancipao social.

    Parte dos pressupostos:

    A superviso a expresso da indissociabilidade entre trabalho eformao profissional;

    expresso da unidade entre teoria e prtica;

    No pode ser compreendida desvinculada dos seus componentesterico, tico e poltico.

    No pode ser realizada independentemente do carter e modelo depolticas sociais seja pblico ou privado e das formas particulares de

    enfrentamento da questosocial pelo Estado, bem como sua relaocom a dinmica do mercado de trabalho.

    Se realiza a unidade entre ensino e aprendizagem: trata-se da inserodos sujeitos sociais numa relao dialtica, a partir do engajamento emsituaes concretas, cujo objeto o prprio movimento da realidade, oqual permite a anlise de situaes concretas.

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    A atividade de superviso direta do estgio em Servio Socialconstitui momento mpar no processo ensino-aprendizagem pois seconfigura como elemento sntese na relao teoria-prtica, naarticulao entre pesquisa e interveno profissional e que

    consubstancia como exerccio terico-prtico, mediante a insero doaluno nos diferentes espaos ocupacionais das esferas pblicas eprivadas, com vistas formao profissional, conhecimento darealidade institucional, problematizao terico-metodolgica.(Resoluo CRESS n. 533, de 29 de setembro de 2008)

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    A relao entre superviso e estgio, como faces de um mesmoprocesso, e ao mesmo tempo com atribuies distintas, para se

    efetivar como processo de ensino/aprendizagem,estgio/superviso, necessita ser construda e reconstrudapermanentemente.

    Como processo de ensino/aprendizagem a superviso conjuntaenvolve dois sujeitos profissionais, supervisor de campo eorientador pedaggico.

    Superviso configurada como um lugar que permite uma reflexosistemtica que busca apreender os processos sociais para alm dasua aparncia imediata.

    Os encontros peridicos constituem-se em espao e condioindispensvel sua realizao, na perspectiva de construir emanter espaos de problematizao, reflexo e sntesepermanentes.

    Atividade sistemtica organizada atravs de processos interativospara a aproximao e a relao entre os sujeitos envolvidos.

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    O estgio constitui-se em espao privilegiado para que o alunoamplie as possibilidades de anlise, compreenda as dimensesconstitutivas das questes especficas que se pe ao campo,supere o nvel de racionalidade imediata que prpria da vidacotidiana, adquira valores e vivncias dos mesmos, participe daconstruo de contra-hegemonias.

    No enfrentamento do cotidiano no estgio que o estudanteobserva e vivencia as expresses da questo social, podendoidentificar e problematizar a alienao e os preconceitos forjados

    na socializao desta sociedade classista, racista, patriarcal ehomofbica.

    O espao do estgio favorece a compreenso de que nos limitesde nossa sociedade e nos limites mais estreitos do trabalhoprofissional, h o que fazer, especialmente para no perder o

    rumo tico e a medida do poltico(BARROCO, 2008, p.231) Desenvolver as potencialidades da superviso como espao de

    reflexo sobre a conjuntura, sobre o contexto socioinstitucional ede aprendizado das dimenses terico-metodolgica, tcnico-operativo e tico-poltica.

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    INTERVENO PROFISSIONAL

    O conhecimento sobre a questo social que atravessa o campo deestgio permite iluminar a descoberta de estratgias e tticas de

    interveno profissional. O estgio supervisionado proporciona assim uma reflexo e

    releitura essencialmente crtica das aes profissionais nas suasmltiplas dimenses e articulaes.

    Neste aspecto relaciona-se diretamente ao mbito da interveno

    profissional uma vez que o acadmico deve estar capacitadopara: investigar, analisar criticamente, desenvolver suascapacidades argumentativas e a utilizar, construir e renovar oinstrumental tcnico profissional.

    Deve ainda problematizar o contexto socioinstitucional e o

    significado scio-histrico do trabalho profissional, vislumbrar asformas de articular nossa prtica a outras prticas profissionais,tecendo relaes interdisciplinares, por meio das quais podem seestabelecer nexos polticos, reconhecer e refletir criticamentesobre sua viso de homem e o mundo, seus preconceitos eesteretipos, desenvolver valores e adquirir competncia.

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    IMPLEMENTAO E EXECUO DO PROJETO DEINTERVENO

    Neste momento do estgio voc acadmico estar

    implementando as aes previstas no Projeto de interveno, o qualdeve estar articulado com a discusso terico-metodolgica e autilizao dos instrumentais tcnico-operativos do Servio Social.

    No estgio de Interveno o acadmico poder intervir junto populao usuria do campo de estgio, sempre sob a

    orientao do supervisor de campo. Neste momento colocarem prtica um conjunto de tcnicas e habilidades profissionais,no sentido de efetivar seu exerccio profissional.

    Os instrumentais tcnico-operativos so instrumentosimprescindveis para a realizao de tal tarefa.

    O Servio Social surge na histria como uma profissofundamentalmente interventiva, isto , que visa produzirmudanas no cotidiano da vida social das populaes atendidas os usurios do Servio Social. Assim, a dimenso prtica(tcnico-operativa) tende a ser objeto privilegiado de estudos nombito da profisso.

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    Relembrando as competncias:

    Competncia tico-poltica o Assistente Social no umprofissional neutro. Sua prtica se realiza no marco dasrelaes de poder e de foras sociais da sociedade capitalista relaes essas que so contraditrias. Assim, fundamental que o profissional tenha um posicionamentopoltico frente s questes que aparecem na realidade social,

    para que possa ter clareza de qual a direo social da suaprtica. Isso implica em assumir valores tico-morais quesustentam a sua prtica valores esses que esto expressosno Cdigo de tica Profissional dos Assistentes Sociais, e queassumem claramente uma postura profissional de articular

    sua interveno aos interesses dos setores majoritrios dasociedade;

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    Competncia terico-metodolgica o profissional deve serqualificado para conhecer a realidade social, poltica, econmica ecultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessrio um intenso

    rigor terico e metodolgico, que lhe permita enxergar a dinmica dasociedade para alm dos fenmenos aparentes, buscando apreendersua essncia, seu movimento e as possibilidades de construo denovas possibilidades profissionais;

    Competncia tcnico-operativa o profissional deve conhecer, seapropriar, e sobretudo, criar um conjunto de habilidades tcnicas quepermitam ao mesmo desenvolver as aes profissionais junto populao usuria e s instituies contratantes (Estado, empresas,Organizaes No-governamentais, fundaes, autarquias etc.),garantindo assim uma insero qualificada no mercado de trabalho,que responda s demandas colocadas tanto pelos empregadores,

    quanto pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e peladinmica da realidade social.

    Essas trs dimenses de competncias nunca podem serdesenvolvidas separadamente caso contrrio, cairemos nasarmadilhas da fragmentao e da despolitizao, to presentes nopassado histrico do Servio Social (Carvalho & Iamamoto, 2005).

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    Da a necessidade da articulao entre teoria e prtica.Investigao e interveno, pesquisa e ao, cincia e tcnicano devem ser encaradas como dimenses separadas poisisso pode gerar uma insero desqualificada do AssistenteSocial no mercado de trabalho, bem como ferir os princpios

    ticos fundamentais que norteiam a ao profissional. O Assistente Social ocupa um lugar privilegiado no mercado de

    trabalho: na medida em que ele atua diretamente no cotidianodas classes e grupos sociais menos favorecidos, ele tem a realpossibilidade de produzir um conhecimento sobre essa mesma

    realidade. E esse conhecimento , sem dvida, o seu principalinstrumento de trabalho, pois lhe permite ter a real dimensodas diversas possibilidades de interveno profissional.

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    Assim, o processo de qualificao continuada fundamental para asobrevivncia no mercado de trabalho. Estudar, pesquisar, debatertemas, reler livros e textos no podem ser atividades desenvolvidasapenas no perodo da graduao ou nos muros da universidade e

    suas salas de aula. Se no cotidiano da prtica profissional o AssistenteSocial no se atualiza, no questiona as demandas institucionais, noacompanha o movimento e as mudanas da realidade social, estarcertamente fadado ao fracasso e a uma reproduo mecnica deatividades, tornando-se um burocrata, e, sem dvidas, nopromovendo mudanas significativas seja no cotidiano da populaousuria ou na prpria insero do Servio Social no mercado de

    trabalho. Qualquer situao que chega ao Servio Social deve ser analisada a

    partir de duas dimenses: a da singularidade e a da universalidade.Para tal, necessrio que o Assistente Social tenha um conhecimentoterico profundo sobre as relaes sociais fundamentais de umadeterminada sociedade (universalidade), e como elas se organizamnaquele determinado momento histrico, para que possa superaressas armadilhas que o senso comum do cotidiano prega e quemuitas vezes mascaram as reais causas e determinaes dosfenmenos sociais. na relao entre a universalidade e asingularidade que se torna possvel apreender as particularidades deuma determinada situao. A esse processo denominamos comomtodo de investigao e mais especifiamente, de mtodo dialtico.

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    So os objetivos profissionais (construdos a partir de umareflexo terica, tica e poltica e um mtodo de investigao) que

    definem os instrumentos e tcnicas de interveno (asmetodologias de ao), conclui-se que essas metodologias noesto prontas e acabadas.

    So necessrias em qualquer processo racional de interveno,mas elas so construdas a partir das finalidades estabelecidas no

    planejamento da ao realizado pelo Assistente Social. Primeiro,ele define para qu fazer, para depois se definir comofazer.

    Relao entre as competncias terico-metodolgica, tico-polticae tcnico-operativa.

    Os instrumentos e tcnicas de interveno no podem ser mais

    importantes que os objetivos da ao profissional. Mais do que meramente aplicar tcnicas prontas como se

    fossem receitas de bolo, o diferencial de um profissional saberadaptar um determinado instrumento s necessidades que precisaresponder no seu cotidiano. (realidade dinmica).

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    Capacidade criativa.

    Pensar a instrumentalidade do Servio Social pensar para alm daespecificidade da profisso: pensar que so infinitas aspossibilidades de interveno profissional, e que isso requer, naspalavras de Iamamoto (2004), tomar um banho de realidade.

    A clara definio do Para qu da profisso, possvel desde queiluminada por uma racionalidade (como forma de ser e pensar) queseja dialtica e crtica, conectada capacidade de respondereficazmente s demandas sociais, se constituiro na condionecessria, talvez no sufi ciente, manuteno da profisso. Aquise coloca a necessidade de dominar um repertrio de tcnicas,legada do desenvolvimento das cincias sociais, fruto das pesquisas

    e do avano tecnolgico epatrimnio das profi sses sociais (e noexclusividade de uma categoria profissional), mas tambm umconjunto de estratgias e tticas desenvolvidas, criadas e recriadasno processo histrico, no movimento da realidade (GUERRA: 2004;p. 115-6).

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    Fazer uma leitura da realidade requer conhecimento toricooperativo.

    Utilizar os instrumentais tcnico-operativos, de acordo com asatividades adotadas na interveno a fim de exercitar a utilizaodos principais instrumentais do Servio Social, qualificando-se.