projeto de intervenção davi barbosa - ead00495813 - estágio iii

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Tucano - BA 2014 DAVI BARBOSA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO DO SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL

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Projeto de intervenção no Caps

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ABNT - UNOPAR - Completo

PAGE

SUMRIO31INTRODUO

42DESENVOLVIMENTO

73CONCLUSO

8REFERNCIAS

9APNDICES

10APNDICE A Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados

11ANEXOS

12ANEXO A Ttulo do anexo

1 INTRODUO

O presente trabalho um relatrio das atividades desenvolvidas no CAPS Centro de Ateno Psicossocial de Araci Ba, (Doravante denominado CAPS), dentro do plano de ao Oficina Cultural Antimanicomial: Mediando conhecimentos para reinsero social, que buscou atravs do conhecimento de mundo das pessoas com transtornos mentais, construir uma teoria de reinsero social, atravs de oficinas de artesanato, declamao de poesias, reflexes textuais, dobraduras em papel, literatura de cordel e todos os conhecimentos dos usurios apresentados por meio de sugestes dadas pelos prprios usurios nas reunies.Os Centros de Ateno Psicossocial (CAPS) so instituies brasileiras que visam substituio dos hospitais psiquitricos - antigos hospcios ou manicmios - e de seus mtodos para cuidar de afeces psiquitricas.

Os CAPS, institudos juntamente com os Ncleos de Assistncia Psicossocial (NAPS), atravs da Portaria/SNAS n 224 - 29 de Janeiro de 1992, atualizada pela Portaria n 336 - 19 de Fevereiro de 2002,2 so unidades de sade locais/regionalizadas que contam com uma populao adscrita definida pelo nvel local e que oferecem atendimento de cuidados intermedirios entre o regime ambulatorial e a internao hospitalar, em um ou dois turnos de 4 horas, por equipe multiprofissional, constituindo-se tambm em porta de entrada da rede de servios para as aes relativas sade mental..No CAPS Centro de Ateno Psicossocial de Araci - BA, que fica situado a Rua Padre Jlio Florentino, 251, Centro, atende mais de 400 pacientes entre externos, semi-intensivos e intensivos, e juntamente com a Supervisora de Campo de Estgio, identificamos que uma parte das pessoas com transtornos mentais, que so atendidas naquela unidade, sempre reclamavam do abandono familiar e de sentirem excludas pela sociedade, e at um sentimento de inutilidade perante a sociedade.Aps identificao da demanda para interveno, e recebendo orientao do campo de estgio, como toda liberdade para elaborar o plano de interveno supervisionado, como base nos direitos da pessoa com transtornos mentais conforme preconiza a Lei dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em sade mental:Art. 1o Os direitos e a proteo das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, so assegurados sem qualquer forma de discriminao quanto raa, cor, sexo, orientao sexual, religio, opo poltica, nacionalidade, idade, famlia, recursos econmicos e ao grau de gravidade ou tempo de evoluo de seu transtorno, ou qualquer outra. Art. 2o Nos atendimentos em sade mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsveis sero formalmente cientificados dos direitos enumerados no pargrafo nico deste artigo. Pargrafo nico. So direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade, consentneo s suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua sade, visando alcanar sua recuperao pela insero na famlia, no trabalho e na comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explorao; IV - ter garantia de sigilo nas informaes prestadas; V - ter direito presena mdica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou no de sua hospitalizao involuntria; VI - ter livre acesso aos meios de comunicao disponveis; VII - receber o maior nmero de informaes a respeito de sua doena e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente teraputico pelos meios menos invasivos possveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em servios comunitrios de sade mental. BRASIL 2011.Neste ponto a Lei dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em sade mental define a politica de atuao do servio social no enfretamento das expresses questo social, relacionadas pessoa portadora de transtornos mentais.Considerando a demanda identificada, a Lei dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e a propositura do plano de ao: Oficina Cultural Antimanicomial: Mediando conhecimentos para reinsero social, foi proposto o trabalho das oficinas, palestras, arte terapia, apresentao, verbalizaes, literatura de cordel e poesias.Com o fim de tornar pblica, as informaes sobre os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais do municpio de Araci, atravs de informaes que tragam um contexto reflexivo para que os mesmos possam ter um olhar diferenciado sobre a realidade social, familiar e comunitria.Desenvolvendo atividades socioeducativas que demonstrem a valorizao de seus direitos dentro da sociedade; Promovendo discusses a partir de debates elaborando proposta atravs de sugestes do mesmo e no final do projeto verificar atravs de entrevista semiestruturada o reconhecimento do sujeito social enquanto pessoa inserida na sociedade.

Este projeto de interveno realizado no Centro de Ateno Psicossocial de Araci, sobre a superviso de campo da assistente social Patrcia do Nascimento Carvalho, que com seu conhecimento, experincia e fundamentao terica foi de suma importncia para meu desenvolvimento enquanto estagirio de servio social , bem com na realizao da pratica do projeto

2 DESENVOLVIMENTOA interveno foi desenvolvida com a proposta de descobrir os conhecimentos das pessoas portadoras de transtornos mentais e de seus familiares, e atravs deste conhecimento apontar caminhos para o dialogo e a afetividade familiar, cooperao, cuidado e valorizao da pessoa enquanto ser social e portadora de um valor nico.

Aps o inicio do estgio, foi feito uma reunio com paciente intensivos do Centro de Ateno Psicossocial de Araci, e atravs da prxis dialtica assistente social estagirio pacientes, foi identificado a demanda da aproximao da famlia, valorizao da pessoa humana e reinsero social que so os objetos deste projeto de interveno.Em seguida foram discutidas as formas e os meios utilizados na inteno de alcanar tais resultados, que foram includos no plano de ao e executados durante o tempo de durao do projeto de interveno.

Na primeira oficina, foi apresentado o Cordel Dona Chica que fala da estria de uma mulher matuta que foi se consultar, e recebeu a receita do mdico para tomar dois comprimidos, conforme narra Lacerda:Enfadada, mas sem tdio

Chegou em casa, almoou

E pegando o tal remdio

Dois comprimidos tomou

Mas o bicho sendo enorme

De tamanho desconforme

Na guela no passou

Danou-se a ferver na boca

Dona Chica a sufocar

Esperneava feita louca

No podia nem falar

Pelo nariz espumava

A garganta se fechava

S faltava desmaiar

To logo se recuperou

Do triste acontecimento

Dona Chica levantou-se

E ali naquele momento

Gritou alto, esbravejou.

Fez at um juramento

E jurou bem na verdade

Depois que passou o mal

-Nunca mais vou na cidade

Te desconjuro animal

O seu remdio moderno

V seu doutor pro inferno

Com seu tal Sonrisal! LACERDA 1995Aps a apresentao da literatura de cordel, cujo trecho final foi apresentado acima. Muitos pacientes pediram a palavra para emitir opinio ou fazer comentrios a respeito da referida literatura, demonstrando grande admirao pela cultura nordestina. Houve um bom debate a respeito de cultura, de novos olhares, da evoluo dos tempos, da compreenso da fala. Foi abordada a questo da comunicao para evitar mal entendido no meio social e familiar e as formas como a comunicao pode auxiliar na soluo de conflitos.. Encerrando esta oficina foi solicitado material de reciclagem para a prxima oficina, que seria a confeco de um palhao feito de tampas de garrafa peti, detergente, amaciante, e um frasco de iogurte.Na segunda oficina, foi confeccionado um palhao feito de tampas, conforme mencionado acima. O objetivo foi estimular a sociabilizao, o trabalho em grupo e a cooperao. Todos participaram de forma entusiasmada, e todos queriam um boneco. Isso fez com que uma nova oficina seguindo o mesmo objetivo fosse marcada para data posterior. Como experincia profissional esta oficina proporcionou uma olhar mais aproximado da vivncia e das linguagens dos pacientes enquanto ser social, possuidores de uma identidade ontolgica e teleolgica bem definida e particular, demonstrando personalidade, liderana, espirito de equipe, compreenso, alegria, curiosidade, interesse e dedicao. Ao encerrar esta oficina, foi marcada a nova oficina e foi solicitado que os pacientes lesem uma poesia ou criassem um verso de sua prpria autoria, para apresentar, declamar ou mesmo ler.Na terceira oficina, aproveitando a proximidade do dia das mes, e na inteno de juntar as famlias para tal comemorao, foi escolhido o poema Me de Mario Quintana, como segue:

Me... So trs letras apenas

As desse nome bendito

Tambm o cu tem trs letras

E nelas cabe o infinito

Para louvar a nossa me,

Todo bem que se disser

Nunca h de ser to grande

Como o bem que ela nos quer

Palavra to pequenina,

Bem sabem os lbios meus

Que s do tamanho do CU

E apenas menor que Deus! MARIO QUINTANA

Aps a declamao desta poesia, que foi feito de forma efusiva e entusistica, ficou visvel emoo nos olhos dos pacientes, e alguns chorosos falavam de suas mes com carinho e saudades. Fazendo referencia a famlia como lugar de afetividade, carinho e compreenso. Em seguida foi oferecida a palavra para que os pacientes intensivos fizessem suas declamaes. Respeitando a privacidade de cada usurio, seus nomes no sero citados. Cerca de 60% dos presentes apresentaram seus versos. Alguns fizeram desenhos, e declamaram suas poesias atravs da interpretao dos desenhos, outros fizeram meno de textos religiosos, outros criaram pequenos trechos em versos e declamaram.Ao final era grande a satisfao de todos, e mesmo depois de encerrado a oficina, ainda permaneceram por horas debatendo sobre as poesias e sobre a participao de cada um sua contribuio. Foi possvel concluir o gosto pela cultura, pela msica, pela poesia. E quo esquecidas estas pessoas so pela sociedade, dai urge a efetividade do CAPS na reinsero destas pessoas a sociedade, lhes resgatando o significado social, resinificando a cultura e os valor intrnsecos a personalidade individual de cada paciente atravs de um tratamento humanizado, profissional e tico.Na quarta oficina foi proposta a criao de artes com dobraduras em papel. Bales, barquinhos, flores, avies, estaladores, chapu de soldado e peixes. Todos participaram. Desta vez a adeso foi macia, com exceo de uma dos pacientes que estava com sono e pediu pra dormir ao que prontamente foi atendido.Depois de uma coleo de dobraduras terem sido feitas, foi aberto o debate sobre aproveitar as coisas simples da vida para relaxar e combater o estresse. Foi abordado a questo da arte terapia para controlar o humor e preservar a cultura por meio de conhecimentos acumulados por geraes como patrimnio da humanidade.

Na quinta oficina, foi tomado para reflexo o texto A terceira Margem do Rio de Guimares Rosa, que foi para mim, umas maiores experincias de vida que j tive. No posso expor o texto nesta monografia, por ser um texto longo. Mas o texto fala sobre um pai de famlia que pede para seus filhos fazerem uma canoa de madeira durvel, pequena, com lugar apenas para uma pessoa. Seus filhos no fazem, ele ento encomenda a canoa a um canoeiro. Despede-se da famlia, entra na canoa, no leva o filho apesar da insistncia, e vai a contra gosto da mulher que diz que ele for no precisa voltar. E ele vai e fica no rio, dentro da canoa, isolado e sozinho.O conto leva uma vida inteira, e tem um significado profundo, que foi prontamente absorvido pelos pacientes do CAPS. Eles mesmos chegaram a concluso, que a canoa significa o isolamento, identificaram a participao da famlia na tentativa do resgate, no cuidado, na preocupao, na dedicao e na persistncia de uma vida toda.

No h palavras para descrever a experincia obtida com este texto e com esta oficina. Durante as semanas seguintes, a canoa era o tema das conversas dos pacientes intensivos no CAPS.O CAPS oferece atendimento populao, realizam o acompanhamento clnico e a reinsero social dos usurios pelo acesso ao trabalho, lazer, exerccio dos direitos civis e fortalecimento dos laos familiares e comunitrios. O CAPS apoia usurios e famlias na busca de independncia e responsabilidade para com seu tratamento. Os projetos desses servios, muitas vezes, ultrapassam a prpria estrutura fsica, em busca da rede de suporte social, que possam garantir o sucesso de suas aes, preocupando-se com a pessoa, sua histria, sua cultura e sua vida cotidiana.

A concluso do projeto de interveno foi marcada com muita alegria e expectativa, todos puderam participar da feira de cultura, apresentado em frente ao CAPS, onde a via foi fechada, e os familiares convidados a participar de um coofe break aps a apresentao da palestra Famlia tudo.

Muitos usurios agradeceram de forma entusistica pelas descobertas que puderam fazer acerca do significado do valor pessoal, da autoestima, do valor da famlia, da afetividade, e do significado em ser uma pessoa portadora de transtornos mentais e pertencer a sociedade, contribuir para ela e se sentir inserido nela.

O projeto de Interveno Oficina Cultural Antimanocimial: Mediando conhecimentos para reinsero social, foi marcada por descobertas e experincias no campo profissional de grande importncia para a pratica profissional Assistente social na rea de sade mental.

Como parte da experincia adquirida durante o estgio pode-se ressaltar os pontos a seguir: CAPS uma entidade governamental, da rea da sade mantida por financiamento da sade e dispe de equipe multiprofissional composta por mdico psiquiatra, clnico geral, psiclogos, dentre outros.

Logo, para ser atendido no CAPS, pode-se procurar diretamente esse servio ou ser encaminhado pelo Programa de Sade da Famlia ou por qualquer servio de sade. A pessoa tambm pode ir sozinha, mas na maioria dos casos levada pela famlia, devendo ser acolhida em seu sofrimento a fim de construir um vnculo teraputico e de confiana entre o profissional e o indivduo que procura o servio. Posteriormente traado um projeto teraputico individual, construdo de forma estratgica para atender as atividades de maior interesse para eles, respeitando o contexto em que esto inseridos, e atendendo tambm as suas necessidades.

O usurio neste momento tambm se compromete a cooperar com o tratamento, seguindo as prescries mdicas, participando de oficinas culturais, grupos teraputicos, atividades esportivas, oficinas expressivas (dana, tcnicas teatrais, pintura, argila, atividades musicais), oficinas geradora de renda (marcenaria, cermica, bijuterias, brech, artesanato em geral), e oficinas de alfabetizao o que possibilita exercitar a escrita e a leitura, como um recurso importante na (re)construo da cidadania, oferece atividade de suporte social, grupos de leitura e debate, que estimulam a criatividade, a autonomia, e a capacidade de estabelecer relaes interpessoais impulsionando-os insero social.

Essas oficinas podem contar com a participao da famlia e da comunidade, que so muito importantes para o processo de reabilitao e reinsero das pessoas portadoras de transtorno mental, pois produzem um grande e variado conjunto de relaes de troca, reforando os laos sociais e afetivos e proporcionando maior incluso social desses membros. A proposta de cuidado ao portador de transtorno mental no interior dos CAPS baseada em aes que visam a sua reabilitao psicossocial, pela busca de autonomia e de cidadania, ressaltando a integridade e as influncias biopsicossociais no tratamento a ser executado. Dessa forma o CAPS ser um instrumento que viabiliza a relao entre a famlia e usurio e entre o usurio e a instituio, incentivando a participao dos familiares, profissionais, e da comunidade nos projetos propostos a fim de gerar uma parceria.

Apesar deste sofrimento e desta sobrecarga, que o transtorno mental causa, percebe-se que a famlia o elo mais prximo que os usurios tm com o mundo, por isso ela desenvolve um papel importante para seu o tratamento. O indivduo encontra no servio um apoio, no qual se estabelece uma relao de encontros com outros usurios e profissionais, mantendo-se dilogos relacionados s suas necessidades, desejos, histrias e conhecimentos especficos, trazendo uma troca de experincias, e principalmente um lao afetivo com os seus cuidadores. O Centro de Ateno Psicossocial um servio especfico para o cuidado, ateno integral e continuada s pessoas portadoras de transtornos mentais. Seu pblico especfico so os adultos, mas tambm podem atender crianas e adolescentes, desde que observadas s orientaes do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). No campo de sade mental, com o entendimento da Reforma Psiquitrica e em relao substituio do modelo hospitalocntrico para ateno psicossocial em CAPS (Centro de Ateno Psicossocial) que perpassa esse relatrio final de Estgio Supervisionado II. Demonstraremos a partir desse relatrio, em uma relao terico-prtica, a construo de um fazer profissional da psicologia clnica vivenciado em Sade Pblica. Portanto, o intuito de mostrar como se deu a atuao de um estagirio de psicologia na ateno e cuidado a usurios do servio substitutivo. Relataremos o entendimento do projeto teraputico do CAPS, bem como construes terico-metodolgicas, em cooperao de trocas junto equipe tcnica do servio.

O Centro de Ateno Psicossocial (CAPS), como referido, um servios pblicos de sade mental, destinados a atender indivduos com transtornos mentais relativamente graves. Esse servio uma substituio as internaes em hospitais psiquitricos, e tem como maior objetivo tratar a sade mental de forma adequada, oferecendo atendimento populao, realizando o acompanhamento clnico, e promovendo a reinsero social dos usurios pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laos familiares e comunitrios.

Esse servio oferece trs modalidades de tratamento (intensivo, semi-intensivo, e no intensivo), que variam de acordo com a necessidade do indivduo. O atendimento intensivo trata-se de atendimento dirio oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psquico, em situao de crise ou dificuldades intensas no convvio social e familiar, precisando de ateno contnua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessrio. No semi-intensivo, o usurio pode ser atendido at doze dias no ms, modalidade oferecida quando o sofrimento e a desestruturao psquica da pessoa diminuram, melhorando as possibilidades de relacionamento. Deve-se ressaltar que o usurio ainda necessita de ateno direta da equipe do servio para se estruturar e recuperar sua autonomia. O atendimento no intensivo oferecido quando a pessoa no precisa de suporte da equipe para conviver na sociedade e realizar suas atividades na famlia e/ou no trabalho, podendo ser atendido at trs dias no ms.3 CONCLUSO imperativa a necessidade de interveno do Servio Social na garantia dos direitos sociais e humanos, na criao e fortalecimento de vnculos familiares e reinsero social junto ao CAPS, para promover e garantir os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais.

Os resultados obtidos durante o projeto de interveno demonstraram que o pblico alvo recebeu de forma positiva a interveno onde foi abordado vrias temticas de desenvolvimento para pessoas portadoras de transtornos mentais.

O pblico alvo avaliou os resultados como positivo, segundo eles foram de muita satisfao e de muita aprendizagem e que foi muito bom fazer parte destas oficinas. Ao observara a vivncia diria no CAPS ou em conversa com eles possvel perceber que o resultado esperado do projeto foi imediato, pois as pessoas portadoras de transtornos mentais tinham certa dificuldade em se relacionar com outras pessoas, inclusive com a famlia. E atravs das abordagens e debates propostos, foi assumido o compromisso de aproximao familiar e restaurao de laos afetivos por meio da iniciativa prpria.

O processo de estgio Supervisionado II abordou vrios aspectos do projeto tico politico na de uma nova classe societria, e serviu adquirir aprendizagem e formao, no campo de atuao da sade mental, pois foi visto como a Assistente Social atua em vrios casos, como se relacionar e atender um usurio que procura o servio sem contar com parte terica que de total importncia para a formao profissional.

Permite ao aluno estagirio vivenciar a pratica de sua futura profisso abordado o contexto em que vive o usurio que ira ser beneficiado com a interveno proposta no projeto de interveno que esta em consonncia com a Politica de Assistncia Social.E alm das partes tericas, um grande referencial de aporte prtico foi adquirido como experincia durante o estgio, como conhecimento de leis, atendimento ao publico, trabalho em rede e programas relacionados ao CAPS. Resumindo, na viso do estagirio, o estgio foi excelente.

REFERNCIAS

BRASIL. LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Lei dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em sade mental. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm Acessado no dia 20/04/2014.LACERDA Josenir Amorim Alves de. Dona Chica. Disponvel em: http://ideiacriativaensinofundamental1.blogspot.com.br/2012/04/texto-cordel-dona-chica.html, Acessado em 21/04/2014. 1995QUINTANA, Mario. Poema para o dia das mes. Disponvel em: http://www.esoterikha.com/presentes/poemas-poesias-poetas-poetisas-dias-das-maes.php Acessado em 10/03/2014.ROSA Guimares. A Terceira Margem do Rio. Acessado no dia 05/05/2014. Disponvel em: http://www.releituras.com/guimarosa_margem.aspAPNDICESAPNDICE A Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dadosANEXOSANEXO A Plano de Ao.

4 PLANO DE AO

SUMRIO31IDENTIFICAO.

42APRESENTAO.

53JUSTIFICATIVA.

84OBJETIVOS.

84.1OBJETIVO GERAL.

84.2OBJETIVOS ESPECIFICOS.

95PUBLICO ALVO.

106METAS.

117METODOLOGIA.

128RECURSOS HUMANOS.

139PARCEIROS.

1410AVALIAO.

1511CRONOGRAMA.

16REFERNCIAS

17APNDICES

17INSTRUMENTO DE PESQUISA UTILIZADO NA COLETA DE DADOS

33ANEXOS

33MAPA DA LOCALIZAO DO PROJETO.

34FOTOS DO PROJETO DE IRRIGAO TUCANO.

5 identificao.

Nome do Projeto: Oficina Cultural Antimanicomial: Mediando conhecimentos para reinsero social.rgo / Instituio Responsvel: CAPS Centro de ateno PsicossocialEquipe:

Supervisora de Campo: Patrcia do Nascimento Carvalho - CRESS: 8744 - 5 regio

Supervisora Acadmica: Wana Nascimento Macedo CRESS: 10465 5. RegioCaracterizao da Instituio: O CAPS Centro de Ateno Psicossocial de Araci uma unidade de sade local e regionalizada que contam com uma populao definida pelo nvel local e que oferecem atendimento de cuidados intermedirios entre o regime ambulatorial e a internao hospitalar, em um ou dois turnos de 4 horas, por equipe multiprofissional, constituindo-se tambm em porta de entrada da rede de servios para as aes relativas sade mental.O Centro de Ateno Psicossocial de Araci, como referido, um servio pblico de sade mental, destinado a atender indivduos com transtornos mentais relativamente graves. Esse servio uma substituio as internaes em hospitais psiquitricos, e tem como maior objetivo tratar a sade mental de forma adequada, oferecendo atendimento populao, realizando o acompanhamento clnico, e promovendo a reinsero social dos usurios pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laos familiares e comunitrios.

O CAPS tem como misso incentivar a reduo de danos causados pelo intenso sofrimento psquico para uma insero e reinsero psicossocial do individuo, tornando-o sujeito de sua ao, na famlia e comunidade.

Tendo como objetivos: Evitar internaes em hospitais psiquitricos, dando suporte clinico humanizado, para que os pacientes portadores de transtornos mentais e do comportamento no venham a ser transferido para a capital. Restabelecer e fortalecer os vnculos familiares trabalhando junto famlia do usurio. Investir na insero e reinsero psicossocial, desenvolvendo atividades cotidianas que buscam melhoras na qualidade de vida. Tais atividades integram os laos familiares, comunitrios, atividades ldicas recreativas e de trabalho.

A populao foco de atendimento do CAPS composta por pessoas portadoras de transtorno mentais graves e persistentes. Antes da fundao do CAPS existia uma enorme demanda reprimida, que necessitava de assistncia em sade mental. Quanto aos usurios inseridos na instituio so cerca de 500 que so divididos em trs modalidades: Intensivo que frequentam 20 dias no ms, semi-intensivos que vem ao CAPS 12 vezes no ms e no intensivos que comparecem apenas trs dias mensais para atividades e consulta psiquitrica.

Porem por ser um CAPS geral tem mais de 4.000 pronturios j registrados, atendendo uma demanda de mais de 500 usurios ativos que vm ao CAPS pelo menos de trs em trs ms realizar uma consulta ambulatorial.

Incluindo nessa demanda o atendimento a crianas e a usurios de lcool e outras drogas que no se caracterizam como publico alvo do CAPS 1, porem o servio no deixa de prestar assistncia a esses usurios por tratar de ser o nico servio de sade mental do municpio. Tambm so realizados atendimentos a, Portadores de Transtorno Mental que se encontra em regime de recluso na delegacia municipal. Sendo agendadas consultas ambulatoriais com o psiquiatra, e orientaes em conjunto com a equipe multidisciplinar junto ao carcereiro responsvel pela administrao da medio aos detentos.

Sendo um servio de ateno psicossocial com atendimento diurno das 8.00 horas da manh at as 18.00 horas da tarde, no caso de um paciente vir a necessitar de pernoitar, so disponibilizados dois leitos no Hospital Municipal para os usurios do CAPS.

A psiquiatria tradicional ao longo da historia, trata o PTM, como doente mental, alienando-o e de certa forma ocultando os seus direitos enquanto cidado, o Servio Social, intervm nesse contexto buscando uma totalidade do sujeito, ou seja, ele vem para atuar com um olhar diferenciado sobre o PTM, buscando uma reflexo, interpretando fatores sociais que influenciam na prpria doena.

A Assistente Social do CAPS, apesar de trabalhar conforme um cronograma especificado pela instituio, no possui um atuao rotineira, sendo que a cada dia novas demandas surgem e novos recursos tm de ser disponibilizados para realizar os atendimentos, demanda essa que exigem do profissional terico - pratica e uma linguagem adequada para cada situao buscando intermediar os conflitos entre usurio e instituio.6 apresentao.

Durante a realizao do 2 estgio no CAPS Centro de ateno Psicossocial de Araci. Durante este perodo foram adquiridas grandes experincias na interao com os internos, atravs do conhecimento de sua subjetividade humana, suas culturas, seu conhecimento local e se relacionamento intrafamiliar. E foi constado que esto presentes atuao de varias politicas sociais, fazendo parte da rede do SUS, alm da politicas de sade mental articulada e defendida, se configura como presena na atuao do CAPS devido a intersetorialidade a politica de Previdncia Social, atravs dos atendimentos realizados pela Assistente Social, que orienta e encaminha os usurios que atendem ao perfil para obteno de benefcios previdencirios, tais como: BPC (Beneficio de Prestao Continuada), auxilio doena e outros. A politica da cultura atravs de aes conjuntas com o NAEC (Ncleo de Arte e Cultura). A poltica de assistncia social que se mostra bastante presente no CAPS onde, esto presentes a atuao de parceiros como o CRAS (Centro de Referencia a Assistncia Social), CREAS ( Centro de Referencia Especializada a Assistncia Social. A poltica de educao e etc.Esse servio oferece trs modalidades de tratamento (intensivo, semi-intensivo, e no intensivo), que variam de acordo com a necessidade do indivduo. O atendimento intensivo trata-se de atendimento dirio oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psquico, em situao de crise ou dificuldades intensas no convvio social e familiar, precisando de ateno contnua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessrio. No semi-intensivo, o usurio pode ser atendido at doze dias no ms, modalidade oferecida quando o sofrimento e a desestruturao psquica da pessoa diminuram, melhorando as possibilidades de relacionamento. Deve-se ressaltar que o usurio ainda necessita de ateno direta da equipe do servio para se estruturar e recuperar sua autonomia. O atendimento no intensivo oferecido quando a pessoa no precisa de suporte da equipe para conviver na sociedade e realizar suas atividades na famlia e/ou no trabalho, podendo ser atendido at trs dias no ms.

Desta forma, conclui-se que o melhor caminho para reinsero social se d atravs da participao direta da famlia, por meio da utilizao de seus conhecimentos, que tornam os PTM protagonistas de sua emancipao, atravs do aproveitamento de seus conhecimentos culturais.7 JUSTIFICATIVA.A reinsero social da pessoa com transtorno mental parte da luta da reforma psiquitrica e antimacomial, na qual o servio social em rede est inserido. Nesta perspectiva, para garantir os direitos sociais da Pessoa com Transtornos Mentais, (doravante denominada PTM), esta posto o servio social, que atravs da ao direta, territorial, do micro para o macro deve intervir para evitar a excluso e a segregao da pessoa com transtornos mental, enquanto fato histrico e recorrente.

A instituio psiquitrica, de inspirao manicomial, e toda lgica asilar que lhe fundamenta, configura-se como um lugar de segregao, expurgo social, onde so confinados, na maioria das vezes sem o direito de escolher, aqueles que, desviantes do padro de razo ocidental, no correspondem s expectativas mercantilistas da sociedade. A institucionalizao da loucura, que tem no Manicmio o seu maior expoente, atravs de uma cultura asilar, cujo tratamento moral, com seus ideais de punio, regulao e sociabilidade, promove o surgimento de verdadeiras fbricas de loucos, reprodutoras de uma concepo preconceituosa e totalitria, que discrimina, isola, vigia e tem, na doena, o seu nico e absoluto objeto. Os hospitais psiquitricos so comparados a grandes campos de concentrao, devido misria e maus tratos a que so submetidos os internos. Se possvel afirmar que com Pinel o louco libertado das correntes e dos pores, pode-se tambm dizer que este no libertado do hospcio. Esta a liberdade intra-muros, ou seja, o alienado privado da liberdade para ser tratado, devendo ser dobrado, tutelado, submetido e administrado (ALVES et alli, 2009, p. 88).

Considerando o cdigo de tica profissional do Servio social, o projeto tico-politico e metodolgico, atravs de uma prxis com intencionalidades emancipatrias, atravs matricialidade e participao familiar, referendando a pessoa com transtorno mental e seus conhecimentos como protagonista de sua reinsero social.

Pretende-se atravs deste projeto de ao apropriar-se dos conhecimentos dos usurios dos servios. Bem como de suas famlias para atravs dele oferecer oficinas com ressignificao e reconstruo da afetividade familiar e a reinsero social, utilizando-se de textos, poesias, musicas, poemas, cordis, contos, causos, e toda a cultura local apresentada pelos internos no seu convcio dirio. E como partes deste projeto tambm sero aproveitados os conhecimentos mais generalista, como artesanatos, reciclagens e outros que fizerem parte do conhecimento dos usurios dos servios do CAPS.

8 Objetivos.

8.1 objetivo geral.

Desenvolver, observar e analisar o desenvolvimento da cultura e dos conhecimentos das pessoas com transtornos mentais, que so usurios dos servios CAPS, qual suas potencialidades na reinsero social e na participao familiar atravs da afetividade e do cuidado.8.2 objetivoS especificoS.

Identificar, a partir da perspectiva das pessoas com transtornos mentais, quais so as possibilidades de melhorar sua qualidade de vida atravs do conhecimento que lhes so prprios.Incentivar os usurios dos servios do CAPS, bem como seus familiares, sobre a necessidade de unidade intrafamiliar, dentro do tratamento e acompanhamento pelos profissionais, desenvolver um ambiente domstico calmo e harmonioso, regrado pelo respeito mutuo e pela considerao, atravs da msica, poesias e contos literrios.

Exercitar a cooperao e o trabalho em equipe com os usurios e com a participao da famlia.Desmistificar perante a famlia e a sociedade os fatores de segregao, atravs dos conhecimentos apresentados em leituras de cordis, declamao de poesias e versos, contos, causos e outros conhecimentos.

9 publico alvo.

Usurios dos servios do CAPS Centro de ateno Psicossocial de Araci, bem como daqueles familiares envolvidos.10 metas.

Sensibilizar 80% das famlias dos usurios do CAPS Centro de Ateno Psicossocial de Araci, quanto ao respeito e a valorizao das pessoas portadoras de transtornos mentais, bem como propor o debate sobre a reinsero social das mesmas. 11 metodologia.

Declamao de poesias.

Cantatas.

Palestras.

Reflexes. Produes artesanais.O projeto de ao esta sendo desenvolvido por um estagirio do curso de servio social do oitavo semestre, no qual a comunidade do municpio de Araci, atendida no CAPS Centro de Ateno Psicossocial de aproximadamente 500 famlias, somados pacientes externos, intensivos, e semi-intensivos A metodologia do projeto visa Identificar intervenes necessrias, a partir das estratgias de aes propostas no relatrio de interesse social.

Realizao de palestras, oficinas, reflexes, reunies, visitas domiciliares com a comunidade tendo finalidade de organizar em torno dos objetivos comuns, visando melhoria das condies de vida da comunidade. Diante desta realidade da reinsero social das pessoas com transtornos mentais, realizar-se- o projeto como forma de interveno social contribuindo e colaborando para uma melhoria dessa populao atravs de incentivos e orientaes adequadas.

Sensibilizao da famlia, para restaurao de laos afetivos, amizade, considerao, amor e acompanhamentos nos tratamentos e nas suas necessidades pessoais, em famlia e junto a unidade do CAPS Centro de ateno Social de Araci.12 recursos humanos.

Assistente Social

Psicloga.

Enfermeiro.

Pacientes portadores de transtornos mentais. Estagirio do Servio Social

13 parceiros.

CAPS Centro de Ateno Psicossocial. Ideia Criativa Solues Educacionais.14 avaliao.

O procedimento de avaliao se dar por meio de registros fotogrficos, assinatura de livros de presena, questionrios de aproveitamento e satisfao.

15 cronograma.

Atividades DesenvolvidasJulhoAgostoSetembroOutubro

Contato com CAPS.X

Contato com os pacientes.X

Palestras com os pacientes

Publicao da proposta do projeto.X

X

.

XX

X

Distribuio de ofcios

aos parceiros. X

Participao em Reunio com a equipe.XXX

Palestra preparatria para o curso.X

Palestras com profissionaisX

Oficina de artesanatoX

Avaliao do projetoXXXX

REFERNCIAS

ALVES, Carlos Frederico de Oliveira et alli. Uma Breve histria da reforma psiquitrica. IN Revista Neurobiologia, vl. 72, 2009.

APNDICES

Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dadosANEXOS

Mapa da localizao do projeto.

Fotos do Projeto de Irrigao Tucano.

Sistema de Ensino Presencial Conectado

Bacharel em Servio social

Davi Barbosa

RELATRIO FINAL DE ESTGIO DO SERVIO SOCIAL NO CAMPO DA SADE MENTAL

Tucano - BA

2014

Davi Barbosa

RELATRIO FINAL DE ESTGIO DO SERVIO SOCIAL NO CAMPO DA SADE MENTAL

Trabalho de Estagio supervisiona III apresentado Universidade Norte do Paran - UNOPAR, como requisito parcial para a obteno do Bacharel em Servio Social.

Supervisor de campo: Patrcia do Nascimento Carvalho - CRESS: 8744 - 5 regio

Orientador acadmico: Wana Nascimento Macedo CRESS: 10465 5. Regio

Tucano - BA

2014

Sistema de Ensino Presencial Conectado

Bacharel em servio social

Davi barbosa

OFICINA CULTURAL ANTIMANICOMIAL:

Mediando conhecimentos para reinsero social.

Tucano Ba.

2014

davi barbosa

OFICINA CULTURAL ANTIMANICOMIAL:

Mediando conhecimentos para reinsero social.

Projeto de ao apresentado Universidade Norte do Paran - UNOPAR, como requisito parcial para a obteno de mdia bimestral na disciplina do 2 estgio em Servio Social.

Supervisor de campo: Patrcia do Nascimento Carvalho - CRESS: 8744 - 5 regio

Orientador acadmico: Wana Nascimento Macedo CRESS: 10465 5. Regio

Tucano Ba.

2013