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˚ ˚Quadrimestral˚ ˚Distribuição˚Gratuita Nº19 janeiro 2018 SUPERALIMENTOS NA GRAVIDEZ O SEGUNDO PARTO É MAIS FÁCIL? DEPRESSÃO PÓS-PARTO PATERNA SEGURANÇA NO TRANSPORTE DO BEBÉ A médica Marcela Forjaz responde à questão colocada por quase todas as grávidas. Tire partido de alguns alimentos especialmente nutritivos. A depressão após o parto também pode afetar o pai. Conheça os sintomas. Saiba quais os pontos a considerar na aquisição da cadeira e do carrinho.

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Page 1: superalimentos na gravidez - Bial€¦ · últimas semanas de gravidez, de forma a reduzir o risco de óbito do feto durante a gestação. Os resultados da investigação baseiam-se

  Quadrimestral  Distribuição Gratuita

Nº19 janeiro 2018

superalimentos na gravidez

o segundo parto é mais fácil?

depressão pós-parto paterna

segurança no transporte do bebé

A médica Marcela Forjaz responde à questão colocada por quase todas as grávidas.

Tire partido de alguns alimentos especialmente nutritivos.

A depressão após o parto também pode afetar o pai. Conheça os sintomas.

Saiba quais os pontos a considerar na aquisição da cadeira e do carrinho.

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Saiba que tipo de alimentos deve privilegiar e evite carências nutricionais.

Durante a gravidez, a gengiva pode inflamar e sangrar mais facilmente. Previna problemas.

Saiba o que ter em conta quando escolher a cadeira

auto e o carrinho de passeio.

Entrevista com a Psicóloga Clínica Helena Martins sobre um transtorno cada vez mais evidente.

Saiba o que há de verdade nas correntes pró e contra a maior facilidade do segundo parto.

A relação entre cães/gatos e bebés é saudável, mas deve ser

sempre vigiada.

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superalimentos na gravidez

transportar o bebé em segurança

proteger a saúde oral

depressão pós-parto no pai

O segundo parto é mais fácil?

Bebés e animais de estimação

Os dados, opiniões e conclusões expressos nesta publicação não refletem necessariamente os pontos de vista da Bial, mas apenas os dos Autores. A Bial não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

PROPRIEDADE GRUPO BIAL EDITOR GOODY Consultoria, S.A.

SEDE SOcIAl Praça Bernardino Machado 11 A, Lumiar – 1750-042 Lisboa - Tel. 218 621 530 DIRETOR GERAl António Nunes ASSESSOR DA DIREçãO GERAl Fernando Vasconcelos

DIRETORA DE DIVISãO DE SAÚDE Violante Assude [email protected] REDAçãO Iolanda Veríssimo e Paula Braga FOTOGRAFIA Dreamstime DESIGn GRáFIcO Sofia Marques

TIRAGEm 12.000 exemplares PRé-ImPRESSãO E ImPRESSãO Rebelo A. Gráficas

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notícias04 05

9 meses.pt 9 meses.pt

notícias

Aumentou percentAgem de mulheres A AmAmentAr em exclusivo

Até Aos três meses

Nos últimos 20 anos, quase duplicou a prevalência de mães portuguesas que amamentam em exclusivo pelo menos até aos três ou quatro meses, indica um estudo do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e da Escola Nacional de Saúde Pública.

O estudo, que analisou dados sobre 6000 mulheres com idades entre os 15 e os 55 anos, concluiu que “a percentagem de mulheres residentes no Continente que amamentaram em exclusivo pelo menos até aos três meses aumentou de

forma estatisticamente significativa, de 34,6% em 1995/96 para 60,6% em 2014”. Segundo um comunicado divulgado no site do Serviço Nacional de Saúde, “também a percentagem de mulheres que amamentaram em exclusivo pelo menos até aos quatro meses aumentou de forma estatisticamente significativa, passando de 41,2% (2005/06) para 48,5% (2014)”.

Os autores do estudo atribuem esta melhoria às ações de divulgação de informação associada aos benefícios do aleitamento materno exclusivo.

dormir de bArrigA pArA cimA pode cAusAr problemAs Ao feto

Um estudo realizado na Nova Zelândia defende que as grávidas devem evitar dormir de barriga para cima durante as últimas semanas de gravidez, de forma a reduzir o risco de óbito do feto durante a gestação. Os resultados da investigação baseiam-se no estudo do sono de 30 mulheres nas 34-38 semanas de gestação. A análise de vídeos das mães a dormir e de eletrocardiogramas

permitiu concluir que, quando a mulher dorme de barriga para cima, o feto permanece menos ativo. Segundo um comunicado de imprensa da Sociedade de Fisiologia do Reino Unido, a atividade é um dos indicadores de bem-estar do feto e, neste caso, os bebés só permaneciam num “estado ativo” quando a mãe estava deitada de lado.

pAis com depressão pedem menos AjudA do

que As mães

Os pais podem desenvolver depressão pós-parto tal como as mães, mas existe uma maior probabilidade de os sintomas passarem despercebidos e de não pedirem ajuda. Esta é a conclusão de um estudo com cerca de 450 pais suecos, cujos resultados foram publicados no Scandinavian Journal of Psychology. Comportamentos agressivos são um sintoma de externalização que pode constituir um indício da doença nos homens, mas que não faz parte dos rastreios levados a cabo nos hospitais, clínicas e centros de saúde. Da mesma maneira, os testes de diagnóstico normalmente não detetam os denominados sintomas de internalização, como a somatização, em que a doença mental se manifesta fisicamente, através de dor, por exemplo. O estudo aponta ainda que os homens demonstram mais dificuldades em pedir apoio médico, até porque o assunto pode ser encarado como tabu.

Portugal é o quinto Pa ís da oCdE ondE

na sCEm mais bEbés Com baixo PEso (mEnos dE

2500 grama s) .

Fazer do sono da criança uma prioridade.

Promover uma rotina de sono que inclua atividades de relaxamento.

Remover todos os dispositivos eletrónicos do quarto.

segundo a universidade da Pensilvânia (eua), Pais devem:

Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge & Escola Nacional de Saúde Pública (2017). Inquéritos Nacionais de Saúde (1995/96 – 1998/99 – 2005/06 – 2014).

Psouni, E., Agebjörn, J. & Linder, H. (2017). Symptoms of depression in Swedish fathers in the postnatal period and development of a screening tool. Scandinavian Journal of Psychology.

Stone, P. R., Burgess, W., McIntyre J. et al. (2017). An investigation of fetal behavioural states during maternal sleep in healthy late gestation pregnancy: an observational study. The Journal of Physiology.

OECD (2017). Health at a Glance 2017: OECD Indicators, OECD Publishing. Paris.

LeBourgeois M.K., Hale L., Chang A.-M. et al. (2017). Digital Media and Sleep in Childhood and Adoles-cence. Pediatrics.

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Texto Iolanda Veríssimo

Com a colaboração de Ana Lúcia Silva, Nutricionista.

SuperALimeNtoS NA grAvidez

SaIba Como promoVer o equIlíbrIo nuTrICIonal na graVIdez,

TIrando parTIdo de algunS alImenToS eSpeCIalmenTe poderoSoS.

novemeses.pt novemeses.pt

Apesar de não existir uma definição científica oficial para o termo superalimento, este é geralmente associado a

alimentos com alta densidade nutricional, que apresentam importantes benefícios para a saúde. De acordo com Ana Lúcia Silva, nutricionista no Hospital da Cruz Vermelha, nesta categoria enquadram-se alimentos que, do ponto de vista nutricional, “apresentam grande qualidade, com quantidades equilibradas e variadas de nutrientes essenciais ou de substâncias consideradas antioxidantes”. Os nutrientes essenciais – como alguns aminoácidos ou alguns ácidos gordos - são imprescindíveis para o correto funcionamento do organismo, sendo exclusivamente obtidos de forma externa, através da alimentação ou de suplementação. Para além dos nutrientes essenciais, muitos superalimentos são fontes privilegiadas de antioxidantes (por exemplo: polifenóis, algumas vitaminas e minerais).

grAvidez exige mAiS eNergiAA gravidez aumenta gradualmente as necessidades do organismo em termos de energia e nutrientes. No que toca às necessidades energéticas, estas estão particularmente aumentadas durante o segundo e terceiro trimestres de gestação. “Nesta fase, para além das 2000

kcal que uma mulher adulta necessita em média diariamente, deve acrescentar aproximadamente 340 a 450 kcal por dia”, explica Ana Lúcia Silva. Existem três tipos de nutrientes que permitem a obtenção de energia para o organismo: os hidratos de carbono, as proteínas e os lípidos ou gorduras. Os hidratos de carbono são a principal fonte de energia para o desenvolvimento do bebé. Por isso, é essencial que se incluam alimentos ricos nestes nutrientes em várias refeições do dia. Os superalimentos ricos em hidratos de carbono são, na sua maioria, de origem vegetal, destacando-se os cereais integrais e as leguminosas.

reforço NutricioNALA evolução da gravidez conduz também ao aumento das necessidades em termos proteicos, devido à mobilização de recursos para a formação da placenta, crescimento dos tecidos uterinos e desenvolvimento geral do bebé. O reforço do aporte de outros nutrientes como o ácido fólico, o ferro e o iodo deve também ser assegurado. Neste caso, é fundamental que a grávida faça suplementação nutricional, não só durante a gravidez, mas também no período preconcecional e no pós-parto, para ir ao encontro das necessidades que não podem ser supridas apenas por via da alimentação (ver caixa).

A grávida deve ingerir aproximadamente 2,3 litros de água por dia, sem considerar o consumo de caldos ou outras bebidas.

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Quando integrados no quadro de uma alimentação saudável, há uma série de superalimentos que contribuem decisivamente para responder a estas necessidades.

cereAiS iNtegrAiSOs cereais integrais podem ser considerados superalimentos por serem ricos em hidratos de carbono e fornecerem magnésio e ácido fólico. “Por exemplo, a quinoa, que hoje em dia está muito na moda, é um cereal que apresenta ainda um equilíbrio nutricional bastante bom em termos de proteínas e de gordura. Também é uma excelente fonte de ácidos ómega 3, fundamentais para o desenvolvimento cognitivo do bebé”, sugere a especialista.

A quinoa é um alimento equivalente ao arroz, à massa ou aos tubérculos, pelo que pode ser consumida em substituição destes alimentos. Para a confecionar, use água com uma pitada de sal iodado, e consuma-a, por exemplo, com uma mistura de legumes.

LAticíNioSOs laticínios (leite, queijo, iogurte) são a

melhor fonte de cálcio na gravidez, promovendo um desenvolvimento adequado dos dentes e tecido ósseo do bebé. Este grupo de alimentos são ainda ricos em fósforo e vitaminas A, B2 e D. “A grávida deve ingerir 1000 mg de cálcio por dia, o que se consegue através do consumo de aproximadamente quatro copos de leite ou quatro iogurtes líquidos”, indica Ana Lúcia Silva. O consumo de iogurte permitirá também adquirir probióticos - microrganismos benéficos para a flora intestinal - que influenciam positivamente a saúde do bebé, ao passarem as bactérias boas para o bebé durante o parto, e ao promoverem a recuperação após o parto. “Não convém

que os laticínios sejam totalmente desnatados, porque a própria gordura tem alguma vitamina A e D”, acrescenta a especialista, aconselhando, por isso, a opção por leite meio-gordo. vegetAiS de foLhA verde eScurAOs vegetais de folha verde escura são extremamente benéficos, sobretudo pela

sua riqueza em ferro. Espinafres, agrião, rúcula e brócolos são bons exemplos de superalimentos para a grávida. Para além da suplementação nutricional com ferro, essencial a partir do segundo trimestre de gravidez, a mulher deve tentar seguir uma alimentação completa e equilibrada, que vá ao encontro das necessidades acrescidas em termos de ferro. A carne e o peixe são outras fontes importantes de ferro. Para melhorar a absorção deste nutriente devem misturar-se nas refeições diferentes fontes de ferro. Como por exemplo, peixe, acompanhado de leguminosas e/ou de vegetais verdes. Além disso, incluir uma fonte de vitamina C na refeição também melhora a absorção de ferro. “Por exemplo, consumir um sumo de fruta natural de laranja e/ou quivi, ou acompanhar as refeições com rodelas de laranja, gotas de limão ou salsa”, aconselha a nutricionista.

LegumiNoSAS

Alimentos como o feijão, lentilhas, favas e ervilhas estão também na lista de superalimentos na gravidez. Este tipo de

novemeses.pt novemeses.pt

Inclua uma fonte de vitamina C nas refeições principais

(ex. gotas de limão ou salsa), para uma melhor absorção

de ferro.

Tire partido de alimentos como a quinoa para reforçar

o aporte de hidratos de carbono complexos.

Substitua o sal comum por sal iodado.

Privilegie o consumo de peixe-gordo, como a sardinha, o salmão ou a

cavala.

Siga as recomendações médicas relativamente à

suplementação nutricional com iodo, ácido-fólico e ferro.

cuidAdos de nutrição

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suplementAção nutricionAl

As recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para uma gravidez

saudável incluem a realização de suplementação nutricional, a par

de uma alimentação completa, equilibrada e variada. No caso da suplementação com iodo e ácido

fólico, esta deve iniciar-se no período preconcecional, constituindo

um cuidado fundamental para a maturação do sistema nervoso central do feto e para a redução

do risco de problemas no desenvolvimento do tubo neural do

bebé. A partir do segundo trimestre, existe também um aumento

exponencial do feto e da placenta, que exige o aumento da massa

eritrocitária da mãe, sendo também recomendada a suplementação

farmacológica com ferro.

leguminosas, combinados com carne, pescado e vegetais, contribuem para suprir as necessidades de ferro e de ácido fólico. Têm também grande riqueza em magnésio, um mineral muito importante para evitar os nascimentos prematuros e o atraso no crescimento intrauterino. SAL iodAdo

O sal iodado inclui pequenas quantidades de sais de iodo, o que ajuda a aumentar as reservas deste elemento essencial para o organismo, sobretudo na gravidez. “Os últimos resultados de estudos em Portugal indicam que as grávidas têm défice de iodo. Para além da suplementação, é aconselhável a substituição do sal comum por sal iodado”, confirma a especialista, recomendando, contudo, moderação no consumo de sal.

peixeS gordoSSardinha, salmão, arenque, atum e cavala estão entre os peixes gordos cujo consumo é altamente recomendado durante a gravidez, pelo seu teor em de ácidos gordos polinsaturados ómega 3, benéficos para o desenvolvimento das capacidades sensoriais, cognitivas e motoras da criança. Segundo Ana Lúcia Silva, existem também opções vegetais que ajudam a reforçar o aporte destes ácidos gordos, nomeadamente a noz (uma noz e meia

a duas nozes garantem o aporte diário de ómega 3) e a linhaça dourada. “A linhaça dourada pode misturar-se com o iogurte, juntando-se o útil ao agradável: o iogurte, fonte de cálcio e probióticos, e a linhaça, fonte de ácido gordo ómega 3”.

frutoS SecoSPara além da noz, outros frutos secos oleaginosos podem ser encarados como superalimentos na gravidez, sobretudo pelo seu teor de magnésio, associado à prevenção da pré-eclampsia, atraso no crescimento do feto e prematuridade. A amêndoa, a avelã, o caju, o amendoim e o pinhão são alguns frutos secos com boas propriedades nutricionais. Apesar de benéficos para a saúde, os frutos oleaginosos têm um elevado teor energético, pelo que o seu consumo deve ser ajustado às necessidades energéticas individuais de cada grávida e à sua evolução ponderal. Devem ainda evitar-se frutos secos processados, fritos, com sal ou açúcar.

águAAs necessidades de água durante a gravidez também estão aumentadas. “Estima-se que a grávida deva ingerir aproximadamente 2,3 litros de água por dia, sem considerar o consumo de caldos ou outras bebidas. Esta quantidade deverá garantir que se façam todas as trocas e excreções dos produtos resultantes do metabolismo e funções vitais”.

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Referência; Silva, A. J., Vicente, L. F. (2015). Programa nacional para a vigilância da gravidez de baixo risco. Lisboa: Direção-Geral de Saúde.

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saúde oral da grávida

novemeses.pt

Durante a gravidez, a gengiva pode inflamar e sangrar mais facilmente, existindo um risco acrescido

de doenças gengivais como a periodontite – uma inflamação mais grave dos tecidos que rodeiam o dente. Esta maior suscetibilidade deve-se sobretudo às alterações hormonais típicas do período de gestação, mas pode ser colmatada com alguns cuidados simples de proteção da saúde oral.

Agende umA consultASegundo Mário Rui Araújo, Higienista Oral e Professor na Escola Superior de Saúde de Portalegre, ao saber que está grávida, é muito importante que a futura mãe agende uma consulta com um médico dentista ou um higienista oral, “de forma a perceber o estado de saúde oral e adaptar os cuidados em função da situação e do risco”. O especialista lembra que, neste contexto, atualmente existem soluções que facilitam à grávida a procura destes cuidados. “Os cuidados devem ser redobrados, para isso existe o cheque dentário da gravidez, que pode ser pedido junto do médico de família, sendo uma boa altura para visitar uma clínica dentária onde haja um higienista oral, de forma a poder estabelecer um

plano de apoio à saúde oral durante a gravidez”, sugere.

cuidAdos do diA-A-diAOs restantes cuidados de saúde oral na mulher grávida não se alteram muito em relação aos cuidados a ter por qualquer indivíduo. Escovar os dentes duas vezes por dia; controlar os espaços entre os dentes com fio dentário; e moderar a ingestão de açúcares estão entre as medidas mais fundamentais. “Uma mulher que ao engravidar tenha estes hábitos bem presentes na sua rotina, provavelmente não precisará de grandes alterações durante a gravidez”, sublinha Mário Rui Araújo.

ProblemAs mAis frequentesOs principais problemas orais durante a gravidez são as doenças da gengiva, sendo a gengivite - neste contexto denominada de gengivite gravídica - a alteração mais comum. Sinais como a gengiva avermelhada, dor e hemorragia gengival acentuada (principalmente aquando da higiene oral) são os sintomas mais comuns do aparecimento de gengivite. “O grande problema da gengivite é que em alguns casos ela pode avançar para uma periodontite (uma inflamação mais grave na gengiva) e isso pode ser um problema mais grave do ponto de vista da saúde oral e geral”, explica.

As AlterAções hormonAis tíPicAs dA grAvidez AumentAm o risco

de doençAs dA gengivA, mAs não têm de imPlicAr ProblemAs de

sAúde orAl. sAibA como cuidAr dos dentes e gengivAs.

Texto: iolanda veríssimo Com os depoimentos de: Mário rui araújo, Higienista oral, mestre e doutorando em Psicologia da saúde. Professor na escola superior de saúde de Por talegre.

É muito importante que haja uma consulta com um médico dentista ou com um higienista oral de forma a se perceber o estado de saúde oral e adaptar os cuidados em função da situação e do risco.

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imPActo nA grAvidezDe acordo com Mário Rui Araújo, apesar de a literatura científica ainda não ser conclusiva no que toca ao risco que as doenças gengivais podem representar para o feto, sabe-se que quando o problema não é tratado ou controlado, pode ter um impacto negativo na gestação. “O risco de possíveis partos prematuros, bem como bebés com baixo peso à nascença está descrito na literatura científica. Existem também indícios de que pode haver uma maior dificuldade em engravidar por parte de pacientes que tenham doenças periodontais não controladas”, explica.

grAvidez não AumentA risco de cáriesNo que toca à saúde dos dentes, existem alguns mitos que assustam as mulheres nesta fase. “A gravidez não aumenta o risco de cárie dentária, ao contrário do que ainda se pensa. Os dentes não perdem cálcio durante a gravidez e uma higiene oral normal, bem como uma dieta sem exageros em açúcares, é mais do que suficiente para proteger os dentes de uma grávida e de todos nós», esclarece o especialista.

dificuldAdes AcrescidAsSegundo Mário Rui Araújo, é comum que na gravidez surjam algumas “situações paralelas que diminuem a eficácia dos hábitos de higiene oral: o

foco no futuro bebé, diminuindo alguns aspetos do autocuidado da mãe; os enjoos matinais e alguma relutância em escovar os dentes ou utilizar o fio/escovilhão”. A consulta de um higienista oral ou médico dentista poderá desde cedo prevenir o aparecimento de inflamações na gengiva decorrentes deste tipo de dificuldades. “É importante ter essa conversa para se criar uma estratégia que proteja a grávida e para criar formas atuar perante as dificuldades que podem ir aparecendo durante os nove meses. Perceber as técnicas de escovagem mais adequadas a cada caso, o que fazer para controlar a placa bacteriana entre os dentes, qual o dentífrico adequado, a escova mais indicada, etc.”.

trAtAmentos sem riscosUm dos grandes receios das futuras mães em relação à saúde oral prende-se com a eventual necessidade de realizar tratamentos dentários, nomeadamente com recurso a anestesia. Segundo Mário Rui Araújo, as principais associações de saúde oral defendem hoje que o risco de tratamentos dentários durante a gravidez é quase nulo e que, de um modo geral, os tratamentos dentários podem ser efetuados. “Mesmo a utilização de anestesia é possível”, indica o especialista, acrescentando que o segundo trimestre é o ideal para os tratamentos. “É bem pior o risco das infeções causadas por doenças orais que não sejam tratadas durante esse período”, alerta.

A sAúde orAl do PAiComo reforça Mário Rui Araújo, apesar de a gravidez não implicar riscos acrescidos para a saúde oral do pai, o seu bem-estar neste contexto não deve ser esquecido, sobretudo face ao aumento do stresse e preocupações típicos desta fase. Neste sentido, um casal que esteja a tentar engravidar deve visitar um médico dentista ou um higienista oral para confirmar que está tudo bem. Este cuidado permitirá tratar eventuais doenças existentes, discutir as suas causas e encontrar formas de

prevenir problemas futuros, partindo para a gravidez num estado mais saudável. “A saúde oral começa a construir-se durante a gravidez e o acompanhamento deve ser feito sempre que possível com o casal”, sublinha.

o melhor futuro PArA o bebéA educação para uma boa saúde oral começa desde cedo, salienta Mário Rui Araújo. “Uma boa saúde oral vai permitir uma gravidez mais fácil e é um

investimento enorme na saúde futura do bebé”, reforça. Os pais devem esforçar-se por transmitir à criança hábitos que servirão para proteger a sua saúde ao longo da vida. “A família é algo que se constrói, desde o primeiro momento, sempre em equipa. A boca saudável das crianças depende muito dos seus familiares diretos, quer ao nível dos hábitos bem como do risco de certas doenças”, colmata.

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Escove os dentes duas vezes por dia, uma delas à noite.

Controle os espaços entre os dentes, com

fio dentário, escovilhão ou

outro meio recomendado

Modere a ingestão de açúcares.

cuidados essenciais de higiene oral

sintomas de gengivite

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a gravidez não aumenta o risco de cárie dentária, ao contrário do que ainda se pensa.

“ “ uma boa saúde oral vai permitir uma gravidez mais fácil e é um investimento enorme na futura saúde do bebé

“ “1 Gengiva avermelhada

2 Dor

3 Sangramento acentuado da gengiva (sobretudo aquando da escovagem dos dentes)

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Atualmente, os tratamentosdentários não representam

riscos para a grávida.

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www.novemeses.ptmAis conteúdos eXclusivos

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Texto: Marcela Forjaz, Ginecologista-Obstetra Edição: Iolanda Veríssimo

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Quase todas as grávidas se questionam sobre se o segundo parto será mais fácil do que o primeiro. A

intuição diz-lhes que sim, que o seu corpo já passou pelo processo e como que haverá uma aprendizagem; os receios e o raciocínio teórico podem dar-lhes um juízo contrário, ao admitirem que, sabendo já “ao que vão”, acabam por estar mais temerosas, ou que os segundos bebés podem ser maiores, e esses serem obstáculos a um parto fácil. Em Obstetrícia aprendemos que, no trabalho de parto, uma nulípara (mulher que nunca teve um parto) e uma multípara apresentarão ritmos díspares em termos de velocidade da dilatação e de descida da apresentação no canal de parto. A primeira, em média, apresentará uma dilatação de cerca de 1cm/hora, na fase ativa do trabalho de parto; já a grávida que já passou por um trabalho de parto terá um ritmo de dilatação um pouco mais acelerado, de 1,2 cm/hora, para a mesma fase. Também a velocidade a que a apresentação (a cabeça, num bebé que esteja cefálico) desce na bacia materna é distinta, sendo mais lenta na nulípara. Chegado o período expulsivo, a mãe de segunda viagem terá o seu bebé nos braços em média em 20 minutos (podendo chegar a uma hora) e a mãe estreante levará em média 40 minutos, podendo levar duas horas. Porém, mais rápido nem sempre será mais fácil. É um facto também documentado que os segundos bebés são habitualmente maiores do que os primeiros, o que pode representar alguma dificuldade acrescida relativamente à descida na bacia e à duração e linearidade do período expulsivo. E haverá outras variáveis a introduzir: é relevante se a mãe faz ou não analgesia, e fazendo, de que tipo. Podemos, com a analgesia epidural, por exemplo, conseguir um melhor relaxamento facilitador só por si, de uma mais rápida dilatação do colo.

Ou, simplesmente porque a mãe está sem dor e mesmo assim com a mobilidade preservada, poderá utilizar uma bola de Pilates e facilitar assim a descida do seu bebé. Estas mães considerarão muito mais fácil o seu parto do que grávidas com mau controlo da dor, confinadas a uma cama, onde cada contração leva a um esforço para suportar a dor, a uma contração de defesa do seu próprio corpo, em vez de receber cada contração uterina como se o seu corpo a aceitasse plenamente, facilitando-lhe os efeitos que ela deverá causar: a abertura do colo. Mobilidade, perceção e controlo da dor são assim variáveis relevantes e que poderão não ser exatamente repetíveis no primeiro e segundo parto. Mais uma vez, no entanto, podemos admitir que o primeiro foi uma aprendizagem e, para se tirar o máximo partido desta, a tendência será otimizar as variáveis do segundo parto. Depois, há ainda as condicionantes do principal ator do parto: o bebé. Para além do seu tamanho, há outros fatores pertinentes: a sua “arrumação” para a saída, sendo diferente se vem em posição fetal com pernas fletidas e braços dobrados à frente do peito, ou se vem com uma mão junto à cabeça, se vem com a cabeça bem fletida, bem rodada oferecendo os melhores diâmetros à bacia materna. Se vem simétrico e alinhado ou se inclina a cabeça mais para um dos lados, dificultando a descida. Se o cordão é longo, facilitando a descida ou pelo contrário. Enfim, também aqui há um número de fatores que podem imprimir maiores ou menores dificuldades à progressão do parto. Finalmente, existe ainda a possível diferença de abordagem do trabalho de parto no que diz respeito ao recurso a gestos ou fármacos que possam diminuir ou aumentar a intensidade, regularidade ou duração das contrações, por vezes adotados como necessidade de verificar sinais de bem-estar do bebé ou abreviar

o trabalho de parto pensando no interesse do bebé, em situações em que o seu estado não parece totalmente tranquilizador. Não há interesse em, de forma gratuita, “despachar” a grávida. Intervém-se na gestão do trabalho de parto geralmente para assegurar que o bebé nasce bem e que a sua mãe fica também bem. Há gestos que podem ser interpretados como uma forma de “despachar” ou como a incapacidade de “não interferir” que se atribui por vezes aos profissionais de saúde; porém, “interferências” como a rotura de membranas podem ter apenas o intuito de permitir apreciar a cor do líquido amniótico no caso de se necessitar de mais dados sobre o bem estar do bebé, ou juntar uma ocitocina pode também ter a intenção de acelerar o parto porque se depreende por alguma razão que o bebé precisará de “sair” com alguma rapidez ou ainda, em alguns casos, diminuir as contrações pode ser com o objetivo de corrigir a atividade de um útero que “exagera” na sua contractibilidade e que está dessa forma a prejudicar o bebé. Afinal, após todas estas considerações, diria que a Natureza traçou o seu plano no sentido de facilitar a procriação tornando cada parto mais rápido e fácil do que o anterior, mesmo com a possibilidade de que os bebés vão sendo maiores, como se o corpo, feito um caminho uma primeira vez, em velocidade de cruzeiro só tivesse que repetir aquele percurso, cada vez com maior habilidade, eficácia e engenho, mesmo que o reconhecimento do terreno proporcione algum receio de determinadas passagens. No entanto, haverá variáveis da própria Natureza e humanas, técnicas, que poderão influenciar o trajeto e as opções que se podem ir tomando a cada passo, e o resultado final será que cada parto poderá ser diferente do anterior, tendencialmente melhor, mas sempre uma experiência única e irrepetível.

O seGundO partO é Mais Fácil que O priMeirO?

descubra O que há de verdade nas cOrrentes pró e cOntra

a Facilidade de uM seGundO partO.

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a Facilidade de uM seGundO partO.

Mobilidade, perceção e controlo da dor são variáveis relevantes e que poderão não ser exatamente repetíveis no primeiro e segundo parto.

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Segurança no tranSporte do bebé

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A ntes de adquirir qualquer sistema de retenção para transporte de crianças - vulgo cadeira auto -, é

importante começar por verificar a etiqueta do produto. No âmbito europeu, todas as cadeiras para transporte de crianças têm um selo de homologação que garante o cumprimento das exigências essenciais de segurança para este tipo de artigo, as quais têm evoluído ao longo dos tempos.

Se o seu automóvel está equipado com um Sistema ISOFIX (sistema de fixação da cadeira no veículo através de encaixes existentes em ambos que dispensa o uso do cinto de segurança) deve preferir um modelo de cadeira homologado para a utilização com este sistema.

Regulamentos em vigoRExistem dois regulamentos atualmente em vigor para a homologação dos sistemas de retenção para o transporte de crianças no automóvel: o R44 e o R129 ou i-Size. Este último é o mais recente e resulta da necessidade de atualizar o anterior.

No modelo de cadeira homologado pelo R129, o número de homologação da etiqueta colada na cadeira de transporte do bebé deve começar por 00 e indicar a utilização até aos 75 cm (12 a 18 meses); na outra hipótese (R44), o número de homologação tem início em 04 e a

etiqueta deve referir até 13 kg (12 a 18 meses).

Se o seu veículo não tem sistema ISOFIX, não fique preocupado. Opte por uma cadeira que se prenda com o cinto de segurança, que obedece ainda à norma mais antiga (R44), mas que irá permanecer no mercado mais algum tempo, pelo que não há necessidade de trocar de automóvel. Para verificar se o seu veículo tem homologação ISOFIX veja as etiquetas nos bancos do automóvel, contacte a marca do veículo para confirmar ou coloque a dúvida no estabelecimento onde pensa adquirir o equipamento e, por certo, será esclarecido porque as lojas de puericultura estão familiarizadas com esta questão.

Respeite as instRuçõesA instalação e a utilização da cadeira de transporte de crianças devem respeitar as instruções do fabricante para evitar erros graves que podem originar lesões desnecessárias em caso de acidente. Sempre que possível, experimente o sistema de retenção antes de o adquirir para verificar se não há incompatibilidades com o veículo e se é possível instalar de acordo com as instruções do fabricante.

A medida mais eficaz para garantir a segurança do seu filho em viagem é usar um sistema de retenção para crianças

Saiba quaiS oS pontoS a conSiderar na aquiSição

da cadeira auto para tranSporte do bebé

e do carrinho de paSSeio.

por paula Bragacom base nas recomendações da apSi - associação para

a promoção da Segurança infanti l (1)

Para garantir um transporte seguro, a cadeirinha auto tem de estar bem instalada e deve ser adaptada à idade, ao peso e à estatura da criança.

“Os carrinhos devem proporcionar o máximo de conforto à criança, serem seguros, estáveis e fáceis de utilizar no dia-a-dia.

bebé

Verifique sempre se o sistema deencaixe do ovo ou da alcofa está

bem fixo na estrutura.

(1) Site da APSI (www.apsi.org.pt)- Guia Digital de Segurança - Produtos para Crianças da APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil

- Plano de Ação para a Segurança Infantil 2012-2016 - Conhecer os riscos, criar ambientes seguros, minimizar os acidentes; APSI, 2011.

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bem instalado, homologado segundo as normas europeias e adaptado à idade, ao peso e à estatura da criança. Não facilite, a segurança rodoviária infantil deve surgir sempre em primeiro lugar.

DifeRentes sistemas De RetençãoPara os bebés recém-nascidos o sistema de retenção mais indicado é o designado ‘baby-coque’ – também conhecido por ‘ovo’. Esta cadeira de transporte de bebés deve ser utilizada desde o nascimento até aos 13 quilogramas ou 75 centímetros (aproximadamente 12 a 18 meses), consoante seja homologada pelo R44 ou pelo R129. São sempre instaladas voltadas para trás e é proibida a sua utilização em lugares equipados com airbag frontal ativo.

As cadeiras seguintes podem ser homologadas entre os 9 e os 18 quilogramas ou até à altura máxima de

105 centímetros e em alguns casos até aos 25 quilogramas. Quando a criança tiver mais do que quatro/cinco anos (e pelo menos 15 kg de peso) já pode ser transportada numa cadeira pertencente ao grupo II/III, virada para a frente. Opte por um modelo com costas e use-as até o mais tarde possível (oito/nove anos).

Como esColheR CaRRinhos De passeioQuando se está a planear adquirir um carrinho de passeio para o bebé é recomendável analisar um conjunto de fatores que podem ser relevantes para a segurança e bem-estar da criança e para o uso correto deste equipamento.Comece por classificar o seu estilo de vida (o dos pais) – mais urbano ou mais rural – porque isso determina o tipo de rodas e de suspensão do carrinho. Segundo a APSI há modelos mais adequados ao piso mais regular e

outros mais direcionados para terrenos mais acidentados. Se o bebé vai passear sobretudo na cidade ou em pavimento plano, os pais devem optar pelos modelos tradicionais que têm uma base com quatro rodas, muitas vezes com duas grandes atrás e duas pequenas, de cada lado, à frente. Os modelos disponíveis no mercado com três rodas foram pensados sobretudo para serem utilizados em terrenos mais irregulares ou em pisos de areia/gravilha porque facilitam a condução e, por norma, têm uma boa suspensão.

as Dimensões e a funCionaliDaDeO tamanho da mala do carro deve ser outro ponto a valorizar quando escolhe um carrinho de passeio para o bebé. É fundamental perceber se o equipamento depois de fechado cabe no interior da bagageira do veículo e se ainda sobra algum espaço livre para a restante bagagem da família. Pense

também no espaço que tem em casa para o arrumar e se necessita de subir escadas.

O modelo em causa deve ser ainda leve, prático, estável e deve abrir e fechar facilmente para facilitar a vida dos pais no geral e em especial os que viajam sozinhos e necessitam de levantar e baixar um carrinho várias vezes ao dia. Sugere-se ainda que não negligencie a largura que o carrinho ocupa, por causa de portas, passeios estreitos e alguns elevadores.

O conforto, a segurança e a funcionalidade do carrinho de passeio do bebé são três aspetos essenciais e a ter em consideração no ato da compra. Os carrinhos devem proporcionar o máximo de conforto à criança, serem seguros, estáveis e fáceis de utilizar no dia-a-dia.

homologaçãoAo adquirir um carrinho de passeio, a APSI recomenda aos pais que optem por artigos que estejam homologados pela Norma Europeia EN 1888 que, embora seja facultativa, as normas definem os requisitos de segurança a observar na conceção e construção do produto, oferecendo assim mais garantias de evitarem acidentes graves na sua utilização.

ReComenDações De utilizaçãoA forma como o carrinho é utilizado é também fundamental para garantir a segurança da criança. Respeite sempre as instruções do fabricante – que devem estar disponíveis em português – e guarde-as para consulta futura. Em caso de dúvida, pode sempre esclarecer e solucionar o problema junto das lojas. Deve apertar sempre o arnês (cinto interno) para evitar que a criança possa levantar-se e cair e não se esqueça da faixa

entrepernas. Com o carrinho parado acione sempre o sistema de travagem e verifique com regularidade se funciona bem, mesmo em pisos inclinados, com a criança sentada.

Por razões de segurança e estabilidade do carrinho de passeio nunca pendure sacos ou malas nas pegas para evitar que o carrinho tombe para trás. Guarde-os no compartimento próprio, normalmente por baixo do assento do carrinho. A APSI sugere ainda que quando decidir levar o bebé a passear garanta que o sistema de encaixe do ovo ou da alcofa está bem fixo na estrutura. E quando abrir ou fechar o equipamento, mantenha a criança afastada para não correr o risco de lhe entalar os dedos. Com alguma regularidade verifique a pressão dos pneus das rodas traseiras (se for o caso) e o seu bom funcionamento, bem como, se circular à noite aplique refletores para que o carrinho seja visível pelos condutores.

evite aRtigos usaDosPara garantir a total segurança no transporte ou mesmo no passeio da criança, a APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil defende que não se adquira artigos de puericultura usados, especialmente cadeiras de transporte de crianças ou mesmo carrinhos de passeio, uma vez que é muito difícil saber as condições em que foram usados e avaliar a sua segurança. No caso de optar por artigos emprestados, a associação recomenda que selecione, de preferência, os mais recentes e em bom estado de conservação e que disponham ainda de instruções de montagem e utilização para evitar-se a ocorrência de erros graves que coloquem em causa a proteção e a segurança do bebé.

1. Respeite as instruções do fabricante.

2. Aperte sempre o arnês, não esquecendo o entrepernas.

3. Verifique com regularidade se o sistema de travagem funciona bem.

4. Nunca pendure sacos ou malas nas pegas.

6. Quando abrir ou fechar o equipamento, mantenha a criança

afastada.

7. Verifique a pressão dos pneus das rodas traseiras.

8. Aplique refletores para que o carrinho seja visível pelos condutores

à noite.

CarrinhO de PasseiO (1)

diCas Para uma utilizaçãO segura

18 19

9 meses.pt 9 meses.pt

Dicas para um transporte

seguro (1)

Transporte o bebé no banco de trás e voltado no sentido contrário ao da marcha até aos três/quatro anos de idade.

Não mude o bebé demasiado cedo do ‘baby-coque’ – Grupo 0 e 0+ – para a cadeirinha do Grupo I. Pode causar lesões traumáticas.

Só mudar quando o bebé atinge o peso máximo (13 kg), um ano de idade ou quando o arnês ficar demasiado baixo e não ao nível do ombro.

bebébebé

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Depressão pós-parto paterna

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Como desCreve a depressão pós-parto paterna?A depressão pós-parto paterna não é muito diferente da depressão pós-parto materna. É uma perturbação depressiva que surge de forma reativa a um acontecimento de vida. Também não é muito diferente - e muitos teóricos discutem esta questão - da depressão que acontece noutra fase de vida. No fundo, é uma reação, mas que não é tão esperada, por estarmos a falar do nascimento de um filho. Muitas vezes, existe uma culpabilização pelo facto de se considerar que os pais se devem sentir felizes e isso não se verificar.

Quais são os preditores da depressão pós-parto paterna?A história prévia da depressão - antes ou durante a gravidez -, problemas na relação do casal, mas o grande preditor é a depressão pós-parto na mãe. Muitas vezes, esta depressão acontece por reação à depressão do cônjuge. Daí que muitos estudos apontem para um início mais tardio. Geralmente, consideramos que o período pós-parto se estende até às quatro semanas após o nascimento do bebé. No homem esse período vai de três/seis meses até um ano após o nascimento. Isto porquê? Geralmente, os homens permitem-se sentir depois de a esposa começar a recuperar um pouco do quadro de depressão. No fundo, enquanto a mulher está mais deprimida, ele assume os cuidados, foca-se muito no bebé, nos cuidados à

companheira... E depois, quando a mãe recupera um pouco, o pai adquire um bocadinho de espaço e começa a sentir, ele próprio, aquilo que não se tinha permitido antes. 

Quais os sintomas de depressão?Há poucos estudos que nos indiquem que sintomas são efetivamente exclusivos do homem. Para além de um humor deprimido na maior parte dos dias, e do desinteresse na maioria das atividades, verifica-se muito irritabilidade, uma maior agressividade, desinvestimento na relação de casal, assim como maior número de discussões e de desacordo entre ambos os membros. Há também uma sensação muito típica de desamparo e inadequação, bem como dificuldade em se ligar emocionalmente ao bebé. Quando começa a haver evidência de algum sintoma depressivo, é comum haver uma procura de apoio no cônjuge. E se este não estiver disponível - no caso de a mulher também estar a passar por um quadro depressivo – o pai não recebe este apoio, o que leva a que mais facilmente estes sintomas se desenvolvam ao longo do tempo. 

Quais as ConseQuênCias possíveis desta situação?No homem:No bem-estar do próprio, já sabemos mais ou menos que, como em qualquer quadro depressivo, quanto mais tempo se passa sem intervenção, sem apoio, a

em entrevista à nove meses, a psiCóloga ClíniCa

Helena martins expliCa Quais os prinCipais sintomas

da depressão pós-parto no Homem e deixa algumas

orientações sobre Como reduzir o impaCto deste

transtorno no bem-estar da família.

texto: iolanda veríssimo Com os depoimentos de: Helena martins , psicóloga Clínica.

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À semelhança do que acontece com a depressão pós-parto materna, também haverá dificuldades no estabelecimento da relação de vinculação, que hoje em dia sabemos que é fundamental para o desenvolvimento ideal da criança.

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www.novemeses.ptmais ConteÚdos exClusivos

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depressão tende a agravar-se e isso tem repercussões a nível social, cognitivo, comportamental, afetando as várias dimensões da pessoa.No casal:Haverá sempre interferência na qualidade do relacionamento. Como há mais irritabilidade, há menos paciência. Também talvez haja menor capacidade de deixar passar alguma situação menos agradável, gerando mais discussão e tensão entre o casal. Há menos comunicação e menos suporte conjugal. Alguns estudos apontam para uma componente mais agressiva entre ambos os membros.No bebé:À semelhança do que acontece com a depressão pós-parto materna, também haverá dificuldades no estabelecimento da relação de vinculação, que hoje em dia sabemos que é fundamental para o desenvolvimento ideal da criança. Afetará naturalmente o seu desenvolvimento social, até porque a figura paterna é muito associada à sociabilização da criança e também à noção de segurança e proteção, visto que tende a ter uma visão menos positiva dos filhos... Ao nível emocional e relacional, naturalmente que terá repercussões. O que acontece é que por vezes estas repercussões não se vão notar logo na primeira infância ou nos primeiros meses de vida. Vão notar-se mais tarde.

e Como é Que se vão notar?Há alguns estudos que apontam para poderem estar na origem de algumas perturbações de ansiedade, depressão na própria criança, hiperatividade, embora não haja uma grande evidência em relação a esta última perturbação. Bem como atrasos na aquisição da linguagem e futuras dificuldades nos relacionamentos sociais.

Qual a prevalênCia da depressão pós-parto no Homem?Em Portugal ainda não há um estudo atual que nos diga qual é a prevalência no nosso país. O último estudo que consultei, feito com a população norte-

americana, apontava para uma prevalência entre 2.5 a 24 por cento, o que é significativo. Convém que as pessoas tenham noção de que esta situação pode acontecer a muita gente. É mais comum do que aquilo que se pensa. Porque acredito que está subdiagnosticada pela dificuldade que existe em chegarmos aos pais. É importante que as pessoas tenham atenção à sua saúde mental. Não se pense só na saúde física, porque a saúde mental também é importante, não só para o próprio indivíduo que sofre de depressão, mas para aquele novo ser que depende integralmente do bem-estar dos pais para o seu desenvolvimento ótimo.

o Que pode ser feito para prevenir este tipo de depressão?Atualmente, os pais são inundados com informação sobre como serem bons pais, como lidarem com os primeiros tempos do bebé... E, de facto, começou a haver alguns cursos de preparação para a parentalidade. Efetivamente, temos cada vez mais pais a participarem destes cursos, só que infelizmente são cursos muito focados nas questões mais práticas, ligadas ao bem-estar físico do bebé, a gerir aqueles primeiros tempos, e não tanto às questões mais emocionais, o que faz com que também não haja um sentido de prevenção do quadro de depressão. Depois, os profissionais de saúde dificilmente têm acesso aos homens. Infelizmente, muito pela questão da licença de parentalidade. A licença feminina é maior, dura mais tempo, e normalmente o que acontece é que é a mãe a acompanhar a criança às consultas com o pediatra, às consultas de enfermagem. E portanto está mais presente e exposta. O pai não está tão presente nestes momentos, então escapa um bocadinho a este filtro.

e de Que forma se pode Contornar essa situação?A partir do momento em que uma mãe é sinalizada por depressão pós-parto, o companheiro também deveria ser visto.

É importante perceber se este também já evidencia alguma sintomatologia, dada a existência de uma correlação entre a depressão pós-parto paterna e a materna. Também sensibilizar os profissionais para esta questão. Não só para a depressão pós-parto paterna, mas também para a materna. Promover uma maior sensibilização, eventualmente com formação específica nesta área para os profissionais de saúde, poderia ser uma mais-valia. Contudo, a grande dificuldade é a presença do pai nas consultas. Não estando, torna-se mais difícil fazer o diagnóstico.

Quais os tratamentos atualmente disponíveis?Neste momento não está desenvolvida nenhuma intervenção

específica. Em termos farmacológicos, faz-se o mesmo tipo de intervenção que para a depressão comum. Em termos psicoterapêuticos, não está pensado nada em particular, porque o quadro ainda não está muito estudado, portanto, ainda não conhecemos suficientemente as suas especificidades para delinear uma intervenção. Em psicoterapia é realizada uma intervenção dirigida à sintomatologia depressiva mediante as características de cada pessoa. A verdade é que, segundo o que a evidência nos diz, a intervenção ajustada às condições individuais da pessoa será sempre bastante eficaz quando combinada a psicoterapia com farmacologia, caso seja necessário.

novemeses.pt novemeses.pt

Durante a gravidez, será importante procurar planear o que vai acontecer após o parto. Tentar perceber de que forma podem reduzir o impacto daquela mudança na dinâmica familiar.

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Geralmente, os homens começam a apresentar sintomas depois de a companheira recuperar um pouco do quadro de depressão.

Para além de um humor deprimido na maior parte dos dias, e do desinteresse na maioria das atividades, verifica-se um desinvestimento na relação.

Prevenir a DePressão Pós-ParTo

Procurem planear o que vai acontecer após o parto (se vão precisar de suporte de um outro familiar ou amigo);

Aproveitem ao máximo para descansar antes do nascimento do bebé, apostando em momentos de lazer: se possível, recorram à ajuda de alguém e tentem organizar a gestão doméstica em função do que poderá vir a ser a necessário;

Procurem um equilíbrio entre o que tem de ser feito e algum descanso, percebendo que nem sempre vão conseguir fazer tudo o que faziam antes do nascimento, e manter momentos de lazer, em família e a sós. www.novemeses.pt

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Texto Paula Braga Com depoimentos de Mário Cordeiro _ pediatra

Nuno Santos _ médico veterinário

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novemeses.pt novemeses.pt

A convivência entre o bebé e o animal de estimação (cão ou gato) da família não deve ser motivo de preocupação. Os

dois vão desenvolvendo afetos progressivamente e de forma natural e, com a idade, a criança aprende a cuidar, a brincar e a responsabilizar-se pelo animal que não é um brinquedo. Mas é importante que esta relação entre os dois seres vivos seja balizada por regras desde o primeiro momento. “Os pais terão de definir essas regras e ensiná-las à criança desde cedo. Por exemplo, não deve incomodar um animal que está a comer ou que tem crias. A apresentação da criança ao animal e vice-versa também é essencial, deixando lamber e contactar um com outro”, alerta o pediatra Mário Cordeiro.

Mas lamber, perguntam muitos pais. Esta é, aliás, uma das questões que mais preocupa os progenitores. Afinal, que tipo de doenças podem ser transmissíveis ao bebé através do animal, seja cão ou gato. Nuno Santos, médico veterinário, desmistifica e assegura mesmo que se o animal estiver cuidado, os pais podem estar descansados. “Os parasitas internos ou externos são o principal foco de doenças transmissíveis através dos animais, outras patologias são casos muito raros. No entanto, os animais devem estar vacinados, desparasitados a nível interno e externo, e quando há crianças em casa, os donos devem desparasitá-los com mais regularidade”. O especialista Mário Cordeiro relembra mesmo que “a boca dos humanos tem muito mais bactérias patogénicas do que as dos cães ou dos gatos”.

Crianças alérgiCas ao PeloAs alergias ao pelo dos animais é outra das inquietações frequentes por parte

dos progenitores, mas mais uma vez sem razão. Hoje em dia há estudos científicos que provam que uma criança que cresce numa casa com cães ou gatos durante o primeiro ano de vida tem menos propensão para desenvolver doenças alérgicas quando comparado com crianças que crescem sem animais de estimação. “Sim, é uma verdade”, sublinha Mário Cordeiro. O médico pediatra adianta ainda que “na maioria dos casos de crianças alérgicas ao pelo do cão ou do gato, não é necessário retirar o animal de casa. Primeiro, porque as crianças são alérgicas a ‘mil e uma coisas’; segundo os antigénicos do cão e do gato perduram nas casas por longos anos. O correto é medicar a criança alérgica com um tratamento de longo prazo”.

Como PreParar o Cão?A chegada de um novo elemento à família traz sempre mudança nas rotinas diárias e é fundamental que prepare o seu cão ainda antes do bebé chegar a casa. Comece primeiro por identificar os problemas comportamentais do seu cão (ansioso, inseguro, agressivo ou dominante) e depois procure ajuda de um profissional especializado. “É importante treinar sempre um cão, com ou sem criança em casa. Há comandos básicos que todos os cães devem ter, como o sentar, o ficar e o deitar. São regras de convivência básica que os donos deveriam preocupar-se desde sempre, por uma questão de comportamento e de educação do animal”, esclarece Nuno Santos.O médico veterinário sugere que o cão deve ser apresentado ao bebé mesmo antes do bebé chegar a casa. Simule, por exemplo, o choro de um recém-nascido através de sons; use em si os cremes do bebé para o animal ambientar-se aos

BeBés e animais de estimação são

ComPatíveis?

a relação entre Cães/gatos e BeBés é saudável e Pode CresCer Cheia de CumPliCidades, mas deve ser semPre vigiada.

a relação entre Cães/gatos e BeBés é saudável e Pode CresCer Cheia de CumPliCidades, mas deve ser semPre vigiada.

bebé bebé

“A boca dos humanos tem muito mais bactérias patogénicas do que as dos cães ou dos gatos.”

“ “

novos aromas e é aconselhável os pais trazerem da maternidade uma fralda do bebé e dar a cheirar ao seu cão ou gato. Também é importante montar o quarto do bebé e dar a conhecê-lo ao seu animal e deixar que ele explore.

Convívio semPre suPervisionado No dia que o bebé regressa da maternidade, é essencial acalmar o cão com longos passeios, deixar que o pai entre primeiro com o bebé e só depois a mãe, para que a progenitora tenha hipótese de mimá-lo e acalmá-lo antes de apresentar o recém-nascido. A apresentação deve ser feita tranquilamente e de forma natural. Aos poucos a ansiedade do animal dissipa-se e tudo volta à normalidade. Deixe que o seu cão ou gato participe nas tarefas do bebé, mas faça-o perceber que há um espaço que deve manter entre ele e o recém-nascido. Lembre-se que o seu cão será sempre um animal, apesar de treinado e bem comportado. Não deixe o seu filho e o seu cão ou gato sozinhos, mesmo por pouco tempo. O convívio entre os dois é essencial e irá crescer de forma gradual e cheia de cumplicidades, mas deve ser sempre vigiado.

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novemeses.pt

26bebé

Antes do bebé nAscer depois do nAscimento

comportAmentos indesejAdosSe tem cães com maus hábitos e comportamentos indesejados devem ser corrigidos com antecedência. Comece por identificar os problemas do seu cão (ansioso, inseguro, agressivo ou dominante) e procure ajuda de um profissional especializado.

comAndos básicosÉ essencial que o seu cão obedeça aos comandos básicos (senta, fica, deita). Seja paciente e treine o animal. Por norma eles são muito inteligentes e aprendem rápido. Não esquecer de recompensá-lo sempre que acate as suas ordens.

ZonA de descAnso e lAZerDefina um espaço na casa para colocar a cama, as mantas, os brinquedos e a comida e água do cão. Não deve ser um espaço de passagem, mas mais sossegado. Sempre que necessário indique ao seu cão para ir para a cama e gradualmente vá aumentando o tempo para ele lá ficar. Desta forma ele passará a identificar aquele local como o seu espaço de descanso.

prepArAr o quArto do bebéÉ importante que o faça antes do recém-nascido chegar para o cão ficar familiarizado com a cama, o carrinho e outros objetos de maior dimensão. Deve também treinar o seu cão para não entrar no quarto do bebé. Existem grades próprias para colocar à entrada das divisões que limitam o seu acesso, mas permitem ao cão estabelecer contacto visual e isso é importante para o futuro relacionamento dos dois.

sons e cheiros novosDurante o dia coloquem a tocar sons que imitem um bebé a chorar e perceba como o cão reage. À medida que o tempo passa, o cão vai-se habituando. O mesmo acontece com cremes para bebés. Os donos devem utilizá-los antes do bebé chegar para o cão ambientar-se a estes novos cheiros. Também é recomendável o pai trazer uma fralda do bebé da maternidade e deixar o cão cheirar em casa.

pAsseie o seu cãoAntes de a mãe chegar a casa com o bebé procure acalmar o seu cão. Dê um grande passeio com ele para ficar mais tranquilo e menos excitado quando estiver, pela primeira vez, com o recém-nascido.

pAi e bebé primeiroO ideal é o pai entrar primeiro com o bebé e só depois a mãe porque o cão não vê a dona há alguns dias e vai ficar muito entusiasmado. Ela deve acalmá-lo e recompensá-lo com muitos mimos para tranquilizá-lo rapidamente.

ApresentAção do bebéDeve acontecer de uma forma calma, natural e gradual. O cão deve estar tranquilo, o bebé ao colo do pai, e o progenitor deve deixar o cão cheirar o bebé, mas não de forma obsessiva. A aproximação deve ser gradual de acordo com a aceitação e tranquilidade do cão.

integrAr o cão nAs rotinAs do bebéAo fazê-lo a curiosidade e a ansiedade vão desaparecendo com o passar dos dias. Estabeleça sempre um espaço entre o cão e o bebé, mas deixe-o estar por perto.

bebé sempre com supervisãoO seu cão é e será sempre um animal, com reações inesperadas perante determinados movimentos. Nunca deixe o seu filho e o seu cão juntos sem vigilância, especialmente nos primeiros anos de vida.

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cães/gAtos e bebés

pArA umA boA convivênciAdicAs

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