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COLÉGIO ESTADUAL GETÚLIO VARGAS
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
FERNANDES PINHEIRO
2007
Aos esfarrapados do mundo e aos que
neles se descobrem e, assim descobrindo-
se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com
eles lutam.
Paulo Freire
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO........................................................................................... 0042 INTRODUÇÃO................................................................................................ 0062.1 Identificação e Localização.......................................................................... 0062.2 Aspectos históricos...................................................................................... 0072.3 Organização do espaço físico...................................................................... 0092.4 Oferta de cursos........................................................................................... 0102.5 Quadro de trabalhadores em educação...................................................... 0113 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................... 0144 MARCO SITUACIONAL.................................................................................. 0155 MARCO CONCEITUAL................................................................................... 0205.1 Concepções e Princípios............................................................................. 0205.2 Currículo....................................................................................................... 0255.3 Regime escolar............................................................................................ 0285.4 Avaliação...................................................................................................... 0306 MARCO OPERACIONAL................................................................................ 0316.1 Organização interna da escola.................................................................... 0316.2 Planos e Linhas de Ação............................................................................. 0326.3 Instâncias colegiadas................................................................................... 0436.4 Formação continuada.................................................................................. 0436.5 Matriz Curricular........................................................................................... 0446.6 Condições físicas, materiais e didáticas...................................................... 0477 AVALIAÇÃO DO PPP..................................................................................... 0488 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 049ANEXOS............................................................................................................ 0501 Propostas Curriculares.................................................................................... 0511.1 Ensino Fundamental.................................................................................... 051Artes................................................................................................................... 052Ciências............................................................................................................. 064Educação Física................................................................................................. 080Ensino Religioso................................................................................................ 093Geografia........................................................................................................... 100História............................................................................................................... 120Língua Portuguesa............................................................................................. 134Matemática......................................................................................................... 151L.E.M. Inglês...................................................................................................... 1641.2 Ensino Médio............................................................................................... 175Arte..................................................................................................................... 176Biologia.............................................................................................................. 187Educação Física................................................................................................. 204Física.................................................................................................................. 215Geografia............................................................................................................ 225História............................................................................................................... 245Língua Portuguesa............................................................................................. 259Matemática......................................................................................................... 275Química.............................................................................................................. 289Filosofia.............................................................................................................. 299L.E.M. Inglês...................................................................................................... 308Sociologia........................................................................................................... 3241.3 Educação Especial....................................................................................... 3332 Projetos........................................................................................................... 368
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Agenda 21 Escolar............................................................................................. 369BioViva............................................................................................................... 371Caminhos do Amanhã........................................................................................ 373CELEM Espanhol............................................................................................... 375CELEM Inglês.................................................................................................... 383Educação Fiscal................................................................................................. 391FestDance.......................................................................................................... 394Incentivo à Leitura.............................................................................................. 396JINGEVAR.......................................................................................................... 398Nosso Mundo... Nossa Escola... Nosso Espaço... ............................................ 401Sábado Ativo...................................................................................................... 404
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1 APRESENTAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, n. 9394/96, estabelece
em seu artigo 12, inciso I, que os estabelecimentos de ensino deverão “elaborar e
executar sua proposta pedagógica”.
A Deliberação n. 14/99 do Conselho Estadual de Educação, apresenta os
“indicadores para elaboração da proposta pedagógica dos estabelecimentos de ensino
da Educação Básica em suas diferentes modalidades”, orientando e normatizando a
construção de tais propostas nos estabelecimentos de ensino da rede pública do
Estado do Paraná.
A mesma Deliberação estabelece ainda, em seu artigo 4, que a proposta
pedagógica elaborada pelo estabelecimento deverá equacionar “tempo e espaço,
visando à seleção dos conhecimentos científicos e procedimentos de avaliação,
promovendo a aquisição de conhecimentos, competências, valores e atitudes
previstas para a Educação Básica”.
O Projeto Político Pedagógico, a proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino, constitui-se no instrumento legal que, entre outros, regula as relações no
ambiente escolar e estabelece os objetivos e os meios de alcançá-los. De acordo com
Veiga “tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como
organização da escola como um todo e como organização da sala de aula” (2005, p.
14).
Construído coletivamente, traz em si as visões de mundo, os interesses e os
anseios da comunidade escolar. Situado em um dado momento histórico, reflete as
contradições e as possibilidades de um determinado período. Localizado no espaço –
local, regional e mundial - apresenta as relações que nele se dão.
Um projeto é um plano e, como tal, representa um intento, um propósito,
expresso em um conjunto de métodos e medidas para a execução de um
empreendimento. O Projeto Político Pedagógico representa como uma comunidade,
em tempo e local determinados, reconhece a si própria tal qual é, determina como
quer ser e estabelece os meios para ser.
Segundo Veiga, é um projeto político por estar “intimamente articulado ao
compromisso sóciopolítico com os interesses reais e coletivos da população
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majoritária” e pedagógico porque define as “ações educativas e as características
necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade” (2005,
p. 13).
Entendido como processo e não como objeto, como meio e não como fim, o
Projeto Político Pedagógico traz em si o germe da sua própria mudança, fruto que é de
uma sociedade em constantes transformações sociais, políticas, econômicas,
tecnológicas.
Mais do que isso, o Projeto Político Pedagógico – “construído e vivenciado em
todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola”
(VEIGA, 2005, p. 13) - é a expressão do desejo de superação das contradições e
conflitos dessa sociedade, bem como da realização de suas possibilidades.
Tradicionalmente, as passagens de século e de milênio são anunciadas como
períodos de grande esperança, como o alvorecer de uma nova humanidade, um novo
começo. Infelizmente, o início do século XXI e do terceiro milênio frustrou as
expectativas de muitos: guerras, terrorismo, pobreza, fome, miséria, doenças,
desemprego, intolerância, racismo, violência, corrupção, degradação ambiental, entre
outros, são temas cotidianos.
Mais do que objeto de acalorados e intensos debates, a educação e, por
conseguinte, a escola, são palco da luta de classes que permeia nossa sociedade.
Criatura e Criador dessa sociedade, a escola vive uma ambigüidade: dela tudo se
espera e a ela pouco se da. A par dos conhecidos obstáculos e das notórias
dificuldades, qual ou quais os desafios da escola? Quais os meios para superá-los?
Quais seus objetivos? Como alcançá-los?
Algumas pessoas afirmam que as melhores perguntas são aquelas para as quais
não possuímos resposta imediata e definitiva, pois são elas que nos fazem buscar,
refletir, criar. Esse é o espírito do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual
Getúlio Vargas – Ensino Fundamental e Médio: buscar, refletir, criar.
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2 INTRODUÇÃO
2.1 Identificação e Localização da Escola
Denominação, conforme Alteração 3.120 de 31 de agosto de 1998:
COLÉGIO ESTADUAL GETÚLIO VARGAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Ato de Autorização do Estabelecimento 4.340 de 25/01/1984
Ato de Reconhecimento do Estabelecimento 2.452 de 25/09/1989
Parecer de Aprovação do Regimento Escolar 3.195 de 10/08/1995
Distância Escola – Núcleo Regional de Educação 15 km
Localização Rua Romano Bettega, 340 - Centro, sede do Município de
Fernandes Pinheiro, Estado do Paraná, CEP 84535-000.
Fone/fax 42 3459.1163
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2.2 Aspectos históricos
O atual Colégio Estadual Getúlio Vargas – Ensino Fundamental e Médio, tem
suas origens no Grupo Escolar de Fernandes Pinheiro. Embora não haja documentação
referente ao início de suas atividades, arquivos do ano de 1936 indicam o
funcionamento de turmas de Primeira à Quarta Séries, totalizando 139 educandos. No
ano de 1956, em homenagem ao ex-Presidente da República, o Grupo Escolar passou
a ser denominado Dr. Getúlio Vargas.
Desde então a escola passou por sucessivas alterações em sua vida legal, como
segue:
Autorização 4.340 de 25/01/1984 Autoriza o funcionamento de turmas
de Primeira a Quarta Séries do
Primeiro Grau.Autorização 05 de 02/01/1986 Autoriza o funcionamento de turma
de Quinta a Oitava Série do Primeiro
Grau.Resolução 3.652/91 de 23/10/1991 Cessação definitiva das atividades
de Primeira a Quarta Séries
(Municipalização de Primeira a
Quarta Séries com a criação de
Escola Municipal, com divisão do
espaço físico).Abertura de Turno 4.587 de
10/12/1992
Autoriza o funcionamento de Quinta
a Oitava Séries no período Noturno
com implantação simultânea.Autorização de Funcionamento
1.958 de 04/06/1997.
Autoriza o funcionamento de Ensino
de Segunda Grau – Educação Geral.Alteração Denominação 1.958 de
04/06/1997
Altera denominação para Colégio
Estadual Getúlio Vargas – Ensino de
Primeiro e Segundo Graus.Alteração Denominação 3.120 de
31/08/1998
Altera denominação para Colégio
Estadual Getúlio Vargas – Ensino
Fundamental e Médio.Abertura de Turno 58.936.383 de
03/02/2004
Autoriza a abertura de turno da
Quinta à Sétima Série do Primeiro
Grau para o período Vespertino
(transferência do Primeiro Grau
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Noturno para o Vespertino).Autorização 3.065 de 07/12/2005 Autoriza o funcionamento da Sala de
Recursos do Ensino Fundamental na
área de deficiência mental e
distúrbios de aprendizagem.
Em 17 de janeiro de 2006 o Colégio Estadual Getúlio Vargas deixou de funcionar
no prédio que compartilhava com a Escola Municipal Floresval Ferreira, sendo
transferido para instalações próprias construídas pelo Instituto de Desenvolvimento
Educacional do Paraná - FUNDEPAR.
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2.3 Organização do espaço físico
Atualmente o Colégio Estadual Getúlio Vargas conta com as seguintes
instalações:
Bloco Administrativo e PedagógicoSecretariaSala de ProfessoresSala de DireçãoSala de Orientação EducacionalSala de Supervisão EscolarBiblioteca, com almoxarifadoLaboratório de Informática, com almoxarifadoSanitários feminino e masculino
Bloco de Serviço e PedagógicoRefeitórioCozinha, com despensa, sanitário e área de serviçoSanitários feminino e masculinoSanitário para portadores de necessidades especiaisSala de Múltiplo-uso, com almoxarifadoLaboratório de Ciências, com almoxarifado
Bloco PedagógicoSalas de aula (08 unidades)
Equipamentos externosPátio CentralQuadra PoliesportivaÁreas gramadasResidência para caseiro
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2.4 Oferta de cursos
O Colégio Estadual Getúlio Vargas oferece os cursos de Ensino Fundamental e
Médio, como segue:
Ensino FundamentalSérie/Período Manhã Tarde TotalQuinta 38 68 106Sexta 30 71 101Sétima 40 33 73Oitava 38 29 67Total 146 201 347
Ensino MédioSérie/Período Manhã Noite TotalPrimeira 65 28 93Segunda 44 34 78Terceira 26 34 60Total 135 96 231
Total Geral 578
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2.5 Quadro de trabalhadores em educação
Nome Cargo/Função FormaçãoLuciane Mafalda Loss Assistente
Administrativo
Ensino Médio
Ana Flávia Kaminski da
Silva
Assistente de Execução Licenciatura Plena em
CiênciasAlci Maria Fontoura Auxiliar de Serviços
Gerais
Ensino Médio
Elisandro Antonio da Silva Auxiliar de Serviços
Gerais
Ensino Médio
Glaci Rodrigues de
Oliveira
Auxiliar de Serviços
Gerais
Ensino Médio
Ivone Kuller Colesel Auxiliar de Serviços
Gerais
Normal Superior
Maria de Lurdes Tozetto Auxiliar de Serviços
Gerais
Ensino Médio
Sueli da Trindade Silveira Auxiliar de Serviços
Gerais
Ensino Médio
Beatriz Lóss Diretora Licenciatura Plena em
Educação Física e
Especialização em
Educação Física EscolarMaria Helena Pereira Diretora Auxiliar Licenciatura Plena em
Ciências e Matemática e
Especialização em
Metodologia do Ensino de
3º. e 4º. CiclosMaria José Cabral Schletz Orientadora Licenciatura Plena em
Pedagogia e Especialização
em Educação Especial e
Deficiência MentalInês Pedrozo Brandalise Orientadora Licenciatura Plena em
Pedagogia – Habilitação em
Orientação Educacional - e
Especialização em
Orientação EducacionalIan Navarro de Oliveira
Silva
Professor de Geografia Licenciatura Plena em
Geografia e Especialização
em Administração,
Supervisão e Orientação
EducacionalSandro José Ramos Professor de História e
Filosofia
Licenciatura Plena em
História e Especialização
em História e Geografia
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Mariselene Barbosa Professora de Biologia Licenciatura Plena em
Ciências BiológicasGiselda Korevar Professora de Ciências Licenciatura Plena em
Ciências e Ciências
ContábeisMaria do Carmo Lóss Professora de Ciências e
Biologia
Licenciatura Plena em
Ciências Biológicas e
Especialização em
Metodologia de Ensino de
Ciências no 3º. E 4º. CiclosEdiane Karen Sodoski Professora de Ciências,
Matemática, Física,
Biologia e Artes
Licenciatura Plena em
Ciências Biológicas
Elisangela Cristine da
Silva
Professora de Educação
Física
Licenciatura Plena em
Educação FísicaRegiane Woiski Professora de Educação
Física
Licenciatura Plena em
Educação Física e
Especialização em
InterdisciplinaridadeMárcia Aparecida Oliveira Professora de Espanhol
(CELEM)
Licenciatura em Letras -
Português e Inglês,
Especialização em Leitura e
Produção de Texto e
graduanda em EspanholLorena Luitz Byczkovski Professora de Física e
Artes
Licenciatura Curta em
Ciências e Plenificação em
FísicaGiseli Alves de Almeida Professora de Geografia Licenciatura Plena em
GeografiaPatrícia dos Santos
Padilha
Professora de História e
Ensino Religioso
Licenciatura Plena em
HistóriaAndréia Giollo Anciutti Professora de História,
Ensino Religioso e Artes
Licenciatura Plena em
História e Especialização
em Educação EspecialJoseli Aparecida Vieira
Guimarães
Professora de História,
Ensino Religioso,
Educação Artística e
Artes
Licenciatura Plena em
História
Enilza Aparecida Seidl Professora de Inglês e
Sala de Recursos
Licenciatura Português,
Inglês e Literatura,
Especialização em Língua
Portuguesa e estudos
adicionais em Deficiência
MentalIzabel Musiat Professora de Língua Licenciatura Plena em
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Portuguesa Português e Especialização
em Língua Portuguesa –
Teoria e PráticaLeocádia Kotscherowski Professora de Língua
Portuguesa e Literatura
Licenciatura Plena em
Letras – Português, Inglês e
Literatura e Especialização
em Língua PortuguesaAna Maria Pepe Professora de
Matemática
Licenciatura Curta em
Ciências e Plenificação em
MatemáticaKátia Andréia Senderski Professora de
Matemática
Licenciatura Curta em
Ciências, Licenciatura Plena
em Matemática e
Especialização em
Matemática, Ciências e
suas TecnologiasLuciane Passos Professora de
Matemática
Licenciatura Plena em
Matemática e
Especialização em
Metodologia de Ensino de
MatemáticaPrescila Aparecida
Cardoso
Professora de
Matemática
Licenciatura Plena em
CiênciasMarilene Cabral Professora de
Matemática e Artes
Licenciatura Plena em
Ciências e Especialização
em CiênciasCarin Chicalski Professora de Química Licenciatura Plena em
Ciências e Especialização
em Matemática -
Dimensões Teóricas e
MetodológicasAna Paula Pedroso Técnico Administrativo Normal SuperiorMárcia Rosana Duda Técnico Administrativo Ensino Médio
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3 OBJETIVOS GERAIS
O Colégio Estadual Getúlio Vargas, observadas as disposições legais cabíveis
(LDB 9394/96 e Deliberação 014/99 CEE, entre outros) e os contextos social, histórico
e espacial nos quais está inserido, estabelece os seguintes objetivos:
• Propiciar aos educandos seu pleno desenvolvimento enquanto seres humanos,
integrantes do meio sócio-natural;
• Preparar os educandos para o exercício da cidadania, participando ativa e
criticamente da sociedade;
• Qualificar os educandos para um mundo onde o trabalho precariza-se e
desaparece;
• Permitir aos educandos o acesso ao conhecimento social e historicamente
construído e acumulado, bem como o desenvolvimento das capacidades
necessárias à utilização, transformação e superação do conhecimento;
• Constituir-se em um espaço de contato, mediação e compreensão entre os
educandos - partindo dos conhecimentos que lhes são próprios e daqueles que
são adquiridos e desenvolvidos na escola - e a sociedade e mundo atuais, suas
contradições, impasses, dilemas e possibilidades;
• Apresentar-se como espaço de socialização dos educandos e construção de
valores éticos e morais, desenvolvendo modos de conduta e respeito perante os
outros membros da comunidade escolar, de suas próprias comunidades e da
sociedade como um todo;
• Configurar-se em um ambiente escolar onde educandos, seus responsáveis e os
trabalhadores em educação tenham a possibilidade de desenvolver suas
respectivas funções;
• Promover a integração entre o ambiente escolar e a comunidade, propiciando à
comunidade a oportunidade de participar do ambiente escolar e a este a
interação com a comunidade, sua realidade, deficiências e potencialidades;
• Propiciar a todos os educandos o acesso ao ambiente escolar, sua permanência
nele e a efetiva aprendizagem;
• Constituir-se em um ambiente democrático onde toda a comunidade escolar
tenha direito de manifestar-se e participar dos processos decisórios.
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4 MARCO SITUACIONAL
O presente marco situacional expressa a visão que a comunidade escolar
(trabalhadores em educação, educandos, pais e responsáveis e comunidade em geral)
tem do Brasil, do estado do Paraná, do município de Fernandes Pinheiro e do Colégio
Estadual Getúlio Vargas. Partindo do geral – país - para o particular – escola - procura
expor as múltiplas relações e influências que se dão nesses e entre esses espaços.
Espaços esses nos quais a comunidade escolar está inserida, sendo construída e, ao
mesmo tempo, construindo.
O Brasil é um país de contrastes impressionantes. O setor primário situa o país
entre os grandes produtores e fornecedores mundiais de alimentos e minérios; possui
um parque industrial amplo e diversificado, situando-se entre as 15 maiores
economias industriais do mundo; o setor terciário - comércio e serviços - é moderno e
integrado à economia mundial. Por outro lado, o país apresenta ainda péssimos
indicadores sócio-econômicos, destacando-se negativamente pela grande
concentração de renda e pela existência de milhões de miseráveis.
Ao analisar sua estrutura econômico-social, diversos estudiosos afirmam que
não existe um, mas sim, pelo menos dois “Brasis”. Um “Brazil” - com “z” - rico,
moderno, globalizado, branco, incluído, formal... Outro “brasil” – com “b” minúsculo -
pobre, arcaico, negro/mulato, excluído, informal... Esses “Brasis” convivem lado a
lado, amalgamam-se um ao outro mas, ao mesmo tempo, estão separados no espaço
e no tempo por barreiras econômicas, sociais, políticas e culturais construídas ao
longo de séculos de domínio e exploração, tanto das elites nacionais quanto das
estrangeiras.
O avanço das políticas neoliberais, a partir do final da década de 1980, e sua
consolidação, na década de 1990, reforçaram e agravaram esse quadro. O Estado foi
desmontado e sucateado; setores estratégicos da economia, como transporte,
exploração mineral, energia, entre outros, foram privatizados ao capital internacional;
investimentos em educação, saúde, segurança, infra-estrutura, foram reduzidos com
objetivo de diminuir as despesas do Estado e permitir o pagamento dos compromissos
externos do país.
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Embora se admita que em alguns aspectos, como estabilização econômica,
renda e consumo, por exemplo, tenha havido pequenas melhoras nos últimos anos, os
benefícios continuam sendo apropriados, principalmente, pela camada mais rica da
população, historicamente favorecida. As classes desfavorecidas continuam, com a
exploração de seu trabalho e sua miséria, sustentando a riqueza e a opulência dessas
elites.
Dentro deste contexto o Brasil é caracterizado atualmente, entre outras
questões, por:
• Emprego precário e desemprego;
• Violência generalizada e, especificamente, contra mulheres, crianças e
idosos;
• Corrupção no Poder Público e escândalos políticos;
• Tráfico e consumo de drogas ilícitas, como maconha, e também consumo
excessivo de drogas lícitas, como álcool;
• Disseminação de doenças como AIDS e ressurgimento de outras como
tuberculose e hanseníase;
• Desigualdades sócio-econômicas e discriminação racial;
• Desestruturação familiar e gravidez precoce de adolescentes;
• Deficiências de moradia, saúde, educação, segurança, transportes.
A questão ambiental e do potencial de recursos naturais coloca-se proeminente
no contexto mundial contemporâneo. O Brasil é detentor da maior biodiversidade do
mundo, da maior floresta tropical, da maior quantidade de solo agriculturável, da
maior reserva de água doce. No entanto, através da biopirataria, a biodiversidade tem
sido expropriada por empresas de outros países; a floresta tem sido devastada pela
exploração madeireira, agrícola e mineral; o solo destruído ou objeto de especulação;
a água poluída, assim como o solo e o ar.
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O estado do Paraná, dentro do contexto histórico do neoliberalismo, apresentou
na década de 1990 uma política governamental voltada para a atração de
investimentos estrangeiros, com objetivo de promover a industrialização do estado e a
alteração do seu perfil econômico, até então majoritariamente agrícola.
Para tanto foram concedidos para as empresas privadas, principalmente
estrangeiras, benefícios como doação de terrenos, construção de infra-estrutura,
dilação e isenção de impostos, empréstimos, financiamentos e investimentos diretos
com recursos públicos, entre outros.
Essa política de industrialização teve, entre outras conseqüências: a atração de
grandes contingentes populacionais em busca de emprego, do interior e de outros
estados para a Região Metropolitana de Curitiba – RMC, o centro polarizador dos
investimentos; o crescimento desordenado dos municípios da RMC sem os necessários
investimentos em habitação, infra-estrutura, segurança, educação etc; o grande
aumento da quantidade de trabalhadores desempregados ou com emprego precário;
intensificação de desigualdades regionais; impactos sócio-ambientais, como ocupação
e poluição de mananciais e aumento das favelas.
Além das questões relativas ao processo de industrialização, colocam-se para o
estado também algumas de âmbito nacional como: violência, tráfico e consumo de
drogas, desigualdades sócio-econômicas, discriminação racial, entre outras.
No entanto, o Paraná destaca-se como um estado onde a organização do
espaço, a ação do Poder Público, a vocação agrícola e as riquezas naturais, entre
outros, contribuem para enfrentar e amenizar, de certa maneira, as questões que se
colocam em nível nacional.
O município de Fernandes Pinheiro tem suas origens históricas ligadas ao
tropeirismo, constituindo-se em localidade, denominada Imbituvinha, para descanso e
reabastecimento das tropas de gado vindas do Rio Grande do Sul com destino à São
Paulo, ainda no final do século XIX. Durante a construção da Estrada de Ferro São
Paulo – Rio Grande do Sul, no princípio do século XX, recebeu uma estação ferroviária
denominada Fernandes Pinheiro, em homenagem a um dos diretores da empresa
ferroviária. Fez parte, sucessivamente, dos municípios de Imbituva, Irati e Teixeira
Soares, sendo emancipado deste último em 1995.
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Localizado na região Centro-Sul do Paraná, o município de Fernandes Pinheiro
dista aproximadamente 150 km da capital do estado. Possui área de 406,6 km2
(IPARDES/SEMA 2005) e população de 6.602 habitantes (IPARDES/IBGE 2005).
Fernandes Pinheiro é um município de perfil rural. No campo estão localizados
71,13% dos domicílios e residem 69,14% da população, que desenvolve, em sua maior
parte, atividades relacionadas à produção agropecuária. Da população que reside na
área urbana, 30,86%, a maioria está relacionada, direta ou indiretamente, às
indústrias de transformação dos produtos produzidos no meio rural (IPARDES/IBGE
2000).
A economia do município é baseada na produção agropecuária, que responde
por 77% do Valor Adicionado, com destaque para o cultivo de milho, soja, feijão,
batata, erva mate, trigo, cebola, cevada, arroz e pinus, e a criação de bovinos, suínos
e caprinos. O setor industrial responde por 17% do Valor Adicionado, representado
principalmente por indústrias de beneficiamento da erva mate, da madeira de pinus e
do leite. O setor terciário é responsável pelos 6% restantes do Valor Adicionado, com
destaque para a comercialização de alimentos, vestuário, remédios e perfumaria,
materiais de construção, brinquedos e presentes, e a prestação de serviços de
contabilidade, saúde, beleza, borracharia (IPARDES/SEFA 2004)
De acordo com as estatísticas oficiais (IPARDES/IBGE 2000) o município
apresenta 16% de desempregados. Entre outras conseqüências, são comuns as
migrações de famílias e educandos para outros municípios e estados em busca de
trabalho.
No município emergem, de forma direta e sensível, as questões destacadas nos
âmbitos nacional e estadual: desemprego e emprego precário; violência nas suas
diversas formas; gravidez precoce; deficiências do sistema de saneamento básico
(água tratada, coleta de esgoto); serviços públicos insuficientes e/ou ineficientes
(saúde, educação, segurança); doenças; tráfico e consumo de drogas; danos ao meio
ambiente; insatisfação com os dirigentes políticos.
E outras questões, que retratam a especificidade da realidade local como: a
dificuldade de deslocamento devido às más condições das estradas rurais; pequeno
desenvolvimento do comércio e serviços locais devido ao deslocamento de
consumidores para outros municípios da região.
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De modo pontual, assim como no estado e no país, as seguidas quebras de
safra proporcionadas pelas sucessivas secas e a queda do valor de determinados
produtos agrícolas, como a soja, tem provocado a diminuição da renda dos
agricultores e dos trabalhadores agrícolas, com impactos negativos na geração e
circulação de riquezas no município.
O Colégio Estadual Getúlio Vargas, localizado na sede do município de
Fernandes Pinheiro, oferece Educação Básica – Ensino Fundamental e Médio. O público
atendido é bastante heterogêneo, pois estão presentes educandos das áreas urbana e
rural; de diversas classes sócio-econômicas presentes no município; oriundos de
famílias estruturadas e desestruturadas; com idade adequada para a série e com
distorção idade-série.
A par das possíveis dificuldades e desafios colocados por essa heterogeneidade,
o reconhecimento da diversidade e a superação das diferenças, por si mesmos,
constituem-se em um momento especial de aprendizagem para a vida e o convívio em
sociedade, tanto por parte dos educandos, quanto por parte dos profissionais em
educação.
Tem sido sensível a melhora em diversos aspectos como: espaço físico
apropriado; implantação de regras de conduta e convivência; qualidade da merenda;
percepção da escola como espaço que propícia a melhoria das condições de vida;
organização e funcionamento da escola; limpeza das instalações; entre outros.
No entanto, são apontados como aspectos ainda deficientes: falta de interesse
dos educandos no processo de ensino e aprendizagem; colaboração dos educandos na
conservação e limpeza das instalações; falta de respeito mútuo entre os educandos e
entre estes e os demais profissionais de educação; necessidade de maior
compromisso dos integrantes do processo de ensino-aprendizagem, principalmente
pais e responsáveis; falta de acesso às tecnologias contemporâneas como informática
e internet; ausência de assistência e incentivo para prosseguimento dos estudos em
nível superior; educandos envolvidos com o consumo de drogas lícitas e ilícitas;
educandos com deficiências sócio-econômicas.
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5 MARCO CONCEITUAL
5.1 Concepções e Princípios
O presente marco conceitual expressa as concepções que a comunidade escolar
tem de mundo, de sociedade, de homens e mulheres, de educação e escola, de
conhecimento, de aprendizagem e de avaliação. Além disso, explicita os princípios de
igualdade de condições de acesso e permanência no processo educativo; de gestão
democrática; de liberdade; de valorização dos trabalhadores em educação.
O mundo atual é marcado pelo acirramento da disputa das grandes empresas
por novos mercados consumidores e pela garantia de fornecimento de recursos
naturais. Empresas transnacionais, Estados nacionais e instituições multilaterais
confundem-se na ação articulada pelo capital financeiro internacional em sua busca
pela reprodução. Os conflitos atuais - Iraque, Afeganistão - e as regiões de tensão
crescente – Oriente Médio, sudeste asiático, Amazônia - são conseqüências locais e
diretas, embora dissimuladas, dessa ação em escala global.
A questão ambiental é um dos grandes temas de debate e disputa no cenário
internacional contemporâneo. Aquecimento global, escassez de água, esgotamento
dos solos agrícolas, destruição das florestas e perda da biodiversidade são apenas
alguns problemas que já se fazem presentes nas diversas regiões do planeta Terra,
ameaçando as condições de vida de populações inteiras e mesmo a existência de
determinados territórios. Os países ricos do norte, cujo modelo econômico exerce uma
pressão insustentável sobre o meio ambiente, recusam-se a diminuir o consumo de
recursos naturais e a emissão de poluentes. Os países pobres do sul recusam-se a
deixar de seguir o mesmo modelo. Enquanto estendem-se as discussões políticas,
econômicas e científicas, as futuras gerações, e mesmo a atual, vão tendo ameaçado
o seu direito à condições mínimas de sobrevivência através do uso dos recursos do
planeta.
Diante desse cenário, desconsideradas ainda outras questões, pensar em um
mundo onde seres humanos convivam em harmonia, entre si e com o meio ambiente,
parece utópico. Possível talvez seja um mundo onde os seres humanos, conscientes de
21
seu papel e importância no mundo, possam participar da construção desse mundo,
não apenas com seu trabalho, mas, principalmente, expressando sua visão de mundo
através de sua criatividade, sua liberdade e suas potencialidades.
A sociedade contemporânea, a par das ideologias da Pós-modernidade e do Fim
da História, não superou ainda aquilo que Marx denominou de conflito de classes. O
capitalismo, em sua versão atual – o neoliberalismo – procura dissimular esse conflito
difundindo a idéia de que o sucesso de cada indivíduo depende dele próprio e que a
competição é o melhor caminho para o bem comum da sociedade. Os resultados são
evidentes.
O individualismo e a competição têm levado à perda dos valores morais e
éticos, do bem comum, do respeito à vida e à pessoa humana. Seres humanos são
assassinados pelos motivos mais fúteis e banais; o direito à propriedade sobrepõe-se
ao direito à vida; direitos humanos, civis e políticos são violados cotidianamente; o ter
prepondera cada vez mais sobre o ser; a família, unidade básica da sociedade, está
sendo paulatina e intencionalmente desestruturada.
Os ideais liberais de liberdade, igualdade e fraternidade nunca foram
efetivamente realizados, nem mesmo para as classes burguesas. É plausível,
considerando o conflito de classes e a ausência de perspectivas de sua superação no
contexto contemporâneo, uma sociedade em que todas as classes sociais tenham
efetiva participação na produção e apropriação da riqueza – bens e serviços -,
beneficiando-se dos avanços tecnológicos alcançados em áreas como educação,
saúde, alimentação, lazer, entre outros.
Homens e mulheres, através do trabalho, libertam-se de sua condição de
dependência do meio natural, subjugando-o e transformando-o para a satisfação de
suas necessidades. No entanto, o mesmo trabalho que liberta homens e mulheres
aliena-os, expropriando-os do domínio dos meios e técnicas de produção, assim como
do resultado de seu trabalho. A proposição de Hegel, “o homem é o lobo do próprio
homem”, ainda é válida.
Homens e mulheres, explorados por homens e mulheres através da apropriação
do seu trabalho e do resultado dele, tem suas possibilidades e potencialidades
limitadas, senão impedidas. A vocação para “ser mais” do ser humano, de que nos
22
fala Paulo Freire, é distorcida e transformada em “desumanização”. Rosseau, no seu O
Contrato Social, já afirmava “o homem nasce livre e por toda parte encontra-se a
ferros”.
A realização de homens e mulheres, suas possibilidades e potencialidades, está
relacionada, necessariamente, a como se dá apropriação do seu próprio trabalho e do
resultado dele. Homens e mulheres serão tanto mais plenos e realizados, quanto deles
forem o seu trabalho e o resultado dele.
A educação contemporânea é resultado das necessidades da classe social
dominante. A burguesia, quando ainda classe revolucionária, tinha como ideal
educacional transformar súditos em cidadãos. Para tanto, a educação das massas foi
constituída de modo a preparar o cidadão para o exercício da cidadania. Quando a
burguesia estabeleceu-se definitivamente no poder, deixando de ser revolucionária, o
ideal educacional passou a ser a formação do trabalhador, com objetivo de manter o
status quo social e garantir a formação da mão-de-obra necessária à reprodução do
capital.
À escola cabe a função de efetivar os ideais de educação estabelecidos,
materializando-os. No entanto, historicamente a escola estabeleceu-se como campo
de luta entre as classes dominante e dominada. É na escola que se trava a luta entre
os ideais estabelecidos pela classe dominante, que detém o poder político – logo faz
as Leis, estabelece planos, objetivos, meios – e a classe dominada, consubstanciada
na comunidade escolar, que participa, faz a escola.
Na década de 1990 o neoliberalismo expressou-se no campo educacional
através de ideais como os quatro pilares básico da educação; o aprender a aprender; a
educação para todos; o ciclo básico. No Brasil, tais ideais foram formalizados através
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96, do Plano Decenal de
Educação, das Diretrizes e dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Materializados na
escola, tais ideais foram alvo de contestação e resistência, identificados que foram
com os objetivos da classe dominante.
A educação, como campo de luta, depende da capacidade e possibilidade da
classe dominada em chegar efetivamente ao poder político e, produzindo seus
próprios ideais de formação de homens e mulheres, cidadãos e cidadãs, trabalhadores
e trabalhadoras, permitir à escola materializá-los.
23
O conhecimento pode ser entendido como a compreensão dos seres humanos
da realidade em que estão inseridos. É através do conhecimento que a realidade
deixa de ser um mistério e passa a ser compreendida, permitindo a satisfação das
necessidades humanas, sejam elas físicas, biológicas, estéticas ou outras.
A partir dessa concepção de conhecimento, a aprendizagem pode ser
compreendida como o conjunto dos processos necessários para a apreensão dos
conhecimentos social e historicamente construídos e acumulados pela humanidade,
bem como a superação desses conhecimentos e a construção de novos.
A avaliação constitui-se em parte integrante do processo de ensino e
aprendizagem. Mais do que aferir quantitativamente os conhecimentos apreendidos
pelos educandos, deve ser constituída de modo a permitir definir com que qualidade
ocorreu essa apreensão e indicar os caminhos para o prosseguimento do processo.
A igualdade de condições de acesso e permanência no processo educativo são
garantidas pela oferta de vagas e pelas ações que objetivam assegurar aos educandos
a efetiva participação no processo de ensino e aprendizagem pois, de acordo com
Saviani, a democracia do processo educativo deve existir como “possibilidade” no
ponto de partida e como “realidade” no ponto de chegada (2002).
A gestão democrática, princípio constitucional, é efetivada através da
participação da comunidade escolar – trabalhadores em educação, educandos, pais e
responsáveis e comunidade em geral - na tomada de decisões e na execução das
medidas propostas. De acordo com Veiga “a busca da gestão democrática inclui,
necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos
da escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas” (2005, p.
18).
24
Liberdade implica na responsabilidade por seus atos e no respeito à liberdade
do próximo. A partir desses princípios a liberdade, dentro do contexto escolar, é
definida pelo respeito ao próximo e às normas estabelecidas, com vistas ao bem
comum. Liberdade e autonomia no contexto pedagógico, da relação ensino-
aprendizagem, “remete-nos para regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos
da ação educativa, sem imposições externas” (VEIGA, 2005, p. 19).
A valorização do trabalhador em educação ocorre através do respeito ao seu
trabalho, sua criatividade e opinião, bem como da execução de políticas públicas que
lhe garantam condições dignas de trabalho (formação inicial e continuada) e vida
(remuneração, plano de cargos, carreira e salários).
25
5.2 Currículo
5.2.1 Matriz teórica e organização dos conteúdos
A matriz teórica e a organização dos conteúdos encontram-se nos anexos, como
propostas curriculares.
5.2.2 Critérios de organização de turmas
Os educandos oriundos da área rural são preferencialmente atendidos no
período da manhã, devido à disponibilidade de transporte escolar nesse período.
5.2.3 Avaliação: instrumentos, registros, recuperação e forma de comunicação dos
resultados.
São utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação é de no máximo 3,0
(três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor somado dos
instrumentos de avaliação deve totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando é a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentam aproveitamento insuficiente é oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos aborda os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utiliza quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
26
Para efeito do registro escolar, é considerado o maior valor de avaliação obtido
pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção ou análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
tradução, compreensão, elaboração de textos e diálogos em língua estrangeira;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório das ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios;
participação em palestras, atividades culturais e esportivas;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros.
Os registros são realizados nos livros de Registro de Classe e no Sistema
Estadual de Registro Escolar.
A comunicação dos resultados é feita através de Boletim Escolar, entregue
bimestralmente aos educandos para que estes os encaminhem aos pais e
responsáveis. A escola, através da direção, equipe pedagógica e corpo docente,
estabelece contato com os pais e responsáveis pelos educandos que tenham
apresentado deficiências de aprendizagem, para determinação e superação de
eventuais problemas.
27
5.2.4 Organização da hora/atividade
A organização da hora-atividade tem como objetivos propiciar aos educadores
momentos para estudo, preparação e conclusão de aulas; reflexão sobre o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem; diálogo com os demais
educadores, da sua disciplina e de outras, equipe pedagógica e direção; atendimento
personalizado aos educandos; desenvolvimento de projetos; entre outros. Sua
finalidade principal é permitir o constante desenvolvimento e aprimoramento do
processo de ensino-aprendizagem.
5.2.5 Calendário Escolar
A Secretaria de Estado de Educação propõe alternativas de calendário e a
escola, após entendimento com a Rede Municipal e o Núcleo Regional de Educação,
estabelece o mais apropriado.
28
5.3 Regime Escolar
5.3.1 Horários e períodos de funcionamento da escola
Manhã Tarde NoiteEntrada 7h 30m 13h 18h 30mIntervalo 10h às 10h 15m 15h 30m à 15h
45m
21h à 21h 15m
Saída 11h 55m 17h 25m 22h 45m
5.3.2 Modalidades de ensino ofertadas
São ofertadas a Educação Básica (compreendendo o Ensino Fundamental, de
Quinta à Oitava Séries, e o Ensino Médio, de Primeira à Terceira Séries) e a Educação
Especial (compreendendo a Sala de Recursos).
5.3.3 Organização do tempo escolar
O tempo escolar é organizado em séries anuais.
5.3.4 Oferta
Atualmente é ofertada Sala de Recursos para os alunos que apresentam
deficiências de aprendizagem. Será solicitada a implantação de Sala de Apoio para os
alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem nas disciplinas de Português e
Matemática.
5.3.5 Forma de matrícula
29
São seguidas as determinações legais emitidas pela Secretaria Estadual de
Educação e demais órgãos competentes.
5.3.6 Material didático
A escola oferece aos educandos os livros do Programa Nacional do Livro
Didático, fornecidos pela União, e do programa do Livro Didático Gratuito, fornecido
pelo Estado, além do material solicitado pelos docentes, de acordo com as
disponibilidades.
5.3.7 Inclusão social
A escola atende alunos com necessidades especiais, afro-descendentes e do
campo.
30
5.4 Avaliação
5.4.1 Avaliação da educação e da escola
São executadas as avaliações propostas pela Secretaria de Estado de Educação,
como o Processo de Auto-Avaliação Escola.
5.4.2 Ensino e Aprendizagem
A escola avalia os resultados do processo de ensino-aprendizagem através de
meios internos como o Conselho de Classe e reuniões entre os trabalhadores em
educação. Externos como a Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB, no
Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e Prova Brasil – AVA, entre outros, embora
estes não permitam avaliar as especificidades da realidade local.
5.4.3 Processos de avaliação, classificação e promoção
Os processos de avaliação, classificação e promoção seguem as determinações
emitidas pela Secretaria de Estado de Educação e demais órgãos competentes.
31
6 MARCO OPERACIONAL
6.1 Organização interna da escola/funções específicas:
Direção Organizar o funcionamento da escola, tanto na parte
administrativa quanto pedagógica.Direção Auxiliar Auxiliar a Direção e substituí-la na sua ausência.Equipe Pedagógica Auxiliar a Direção e os corpos docente e discente,
tanto na parte administrativa quanto na pedagógica.Docentes Desenvolver o processo de ensino e aprendizagem,
bem como auxiliar na parte pedagógica.Equipe Técnico-
Administrativa
Responsável pela realização dos trâmites legais.
Agente de Execução Responsável pelo uso e conservação do Laboratório
das Ciências.Agentes de Apoio Auxílio no funcionamento e conservação da
instituição escolar.
32
6.2 Planos e Linhas de Ação
PLANO DE AÇÃO - DIREÇÃO
Gestão 2006/2007
IDENTIFICAÇÃO
Estabelecimento Colégio Estadual Getúlio Vargas -
Ensino Fundamental e MédioMunicípio Fernandes Pinheiro
Núcleo Regional de
Educação
Irati
Diretora Beatriz Loss
INTRODUÇÃO
São enormes os desafios com os quais os educadores são confrontados na
atualidade, como conseqüência das novas concepções de Educação, as mudanças da
sociedade e da família e a decadência de valores morais e éticos.
Para que os profissionais de educação construam experiências significativas no
processo ensino e aprendizagem é necessário que busquem e vivenciem um processo
de formação continuada, refletindo constantemente sobre seus compromissos, sua
prática, seus ideais. O cotidiano escolar deve ser a expressão de um projeto coletivo
que envolva a todos os membros da comunidade escolar em torno de objetivos
comuns.
A gestão democrática proposta demanda mobilização conjunta, com o
estabelecimento de objetivos, metas e meios comuns envolvendo educandos,
educadores, pedagogos, direção, funcionários e a sociedade, ou seja, o conjunto da
comunidade escolar.
OBJETIVOS GERAIS
33
- Construir um espaço democrático, onde o conhecimento, a educação, a
cultura, a cidadania, o ensino e a aprendizagem estejam relacionados para a
construção de uma sociedade mais justa e digna e seres humanos plenos e capazes
de participar e atuar crítica e ativamente nessa sociedade;
- Valorizar o educando, respeitando sua dignidade enquanto pessoa humana,
sua individualidade, suas potencialidades e limitações;
- Fornecer apoio moral para os educandos superarem seus problemas
(desemprego, violência, falta de moradia, entre outros) procurando seus direitos junto
às autoridades competentes;
- Possibilitar a socialização dos educandos e a construção de valores éticos e
morais, desenvolvendo modos de conduta e respeito perante os outros membros da
comunidade escolar, de suas próprias comunidades e da sociedade como um todo;
- Proporcionar o acesso e a permanência na Escola, de acordo com as
determinações do FICA, diminuindo progressivamente os índices de evasão,
repetência e distorção idade-série;
- Construir, com engajamento de educandos, educadores, pais e responsáveis,
funcionários e equipe pedagógica, um ambiente escolar participativo, crítico, solidário
e alegre.
AÇÕES
Gestão Democrática
- Promover uma gestão democrática com a participação das instâncias
colegiadas - Conselho Escolar, a Associação de Pais, Mestres, Funcionários, o Grêmio
Estudantil - e demais membros da comunidade escolar, onde seus integrantes possam
sugerir, opinar, participar e fiscalizar as ações do Colégio;
- Incentivar o surgimento e desenvolvimento de líderes entre os educandos,
conscientizando-os de suas responsabilidades e criando mecanismos para uma
formação política básica;
34
- Auxiliar o funcionamento do Grêmio Estudantil, incentivando a participação
nos processos decisórios e atividades do Colégio;
- Instituir Conselhos de Classe com a participação de representantes dos
educandos que, juntamente com educadores, equipe pedagógica e direção, sugerirão
os melhores meios para alcançar resultados satisfatórios no processo de ensino e
aprendizagem;
- Promover encontros, reuniões, atividades culturais e esportivas, entre outros,
incentivando a participação de pais e responsáveis e promovendo a sua
conscientização sobre a importância e a responsabilidade deles na vida escolar de
seus dependentes;
- Transparência nos gastos e prestação de contas e zelando pela documentação
escolar;
- Ouvir e dedicar tempo para a reflexão, buscando encontrar soluções e tomar
decisões.
Proposta Pedagógica
- Cumprir o Calendário Escolar e as determinações legais, zelando também pela
correção da documentação escolar;
- Trabalhar pela progressiva melhoria qualidade do processo de ensino e
aprendizagem e seus resultados;
- Valorizar os profissionais de educação através da realização de reuniões
internas e divulgação de resultados;
- Descentralizar as ações delegando tarefas, divulgando informações e
integrando os setores do Colégio;
- Mobilizar a comunidade com objetivo de superar obstáculos ao bom
funcionamento do processo de ensino e aprendizagem e do Colégio;
- Estabelecer, em conjunto com a comunidade escolar, critérios claros e
factíveis de Avaliação e Recuperação;
35
- Proporcionar aos educandos com aprendizagem insuficiente os meios para
corrigir tal situação;
- Desenvolver Projetos que envolvam a participação da comunidade escolar,
propiciando inclusive o intercâmbio com outros estabelecimentos de ensino;
- Manter diálogo permanente com o Núcleo Regional de Educação e a Secretaria
de Educação do Estado.
Formação Continuada
- Incentivar educadores e funcionários a participar de cursos, eventos,
conferências e simpósios, entre outros, objetivando a sua constante atualização e
satisfação no exercício da profissão;
- Proporcionar e conscientizar sobre a importância de Grupos de Estudos e
demais cursos propostos e oferecidos pelo Núcleo Regional de Educação e Secretaria
de Educação de Estado;
- Incentivar a criação e implementação de Projetos, mantendo os que já estão
em funcionamento;
- Promover reuniões para avaliação e revisão do Projeto Político Pedagógico;
- Ordenar, dentro das possibilidades, a Hora-Atividade dos educadores por área
de atuação, de modo que possam trocar experiências e organizar trabalhos conjuntos.
Qualificação dos equipamentos e espaços
- Promover palestras e reuniões com a comunidade escolar, conscientizando-os
sobre a importância da conservação, manutenção e valorização do novo espaço
escolar;
- Identificar e aplicar os recursos existentes da melhor maneira possível;
- Desenvolver maior responsabilidade no uso de equipamentos, salas de aula,
biblioteca, laboratórios, espaços educativos e material didático em todos os membros
da comunidade escolar.
36
- Providenciar equipamentos de segurança;
- Instalar sistema de som, para melhorar a comunicação dentro do Colégio;
- Discutir e conscientizar os pais da importância do uniforme no Colégio.
Outros
- Montar equipes para trabalhar com Projetos que envolvam a comunidade
como o teatro, a dança, o canto, os esportes, para troca de experiências;
- Incentivar e proporcionar a participação em eventos culturais e esportivos
como o FERA, o Com Ciência, os Jocop’s, entre outros;
- Conservar e aprimorar as Salas de Apoio.
CRONOGRAMA
O presente Plano de Ação será executado nos anos de 2006 e 2007.
AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá semestralmente ou sempre que se fizer necessário,
envolvendo a comunidade escolar no processo de ensino e aprendizagem. A partir dos
resultados da Avaliação serão o presente plano poderá ser alterado.
37
PLANO DE AÇÃO - ORIENTAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
Estabelecimento Colégio Estadual Getúlio Vargas -
Ensino Fundamental e MédioMunicípio Fernandes Pinheiro
Núcleo Regional de
Educação
Irati
Orientadora Maria José SchletzTurno Manhã
JUSTIFICATIVA
A Orientação Educacional trabalha de forma integrada com o PPP da instituição,
como apoio pedagógico, priorizando a relação EDUCADOR/EDUCANDO mediada pelo
conteúdo. Visa, ainda, informar o aluno, enfatizando a relação homem – trabalho,
homem – mundo, o seu desenvolvimento físico-intelectual e emocional do ser - vir a
ser - medida pela realidade social.
Sua ação se dá de maneira interdisciplinar com educadores e demais
funcionários de outras áreas afins que prioriza a organização escolar utilizando-se das
experiências dos elementos envolvidos no processo ensino – aprendizagem
beneficiando – o em relação ao educando.
Tem por prioridade em seu trabalho a diminuição da evasão escolar e
repetência, e assim trabalha junto às famílias, sendo o elo de integração para
amenizar os problemas que surgem no dia a dia na escola.
METODOLOGIA
Participação ativa dos trabalhos desenvolvidos pela instituição, assessorando
educadores, ministrando pequenas palestras, utilizando recursos áudio-visuais para
enriquecer os conteúdos quando necessário.
38
Apresentação do serviço de Orientação Educacional;
Reconhecimento pelo aluno do informativo estudantil e sistema de avaliação;
Dinâmicas de grupos socializantes, para desenvolver liderança, comunicação e
o trabalho coletivo;
Palestras educativas reforçando o cuidado com a saúde, motivação, cidadania e
desenvolvimento pessoal, social e profissional;
Áudio-visuais com temas positivos de auto-ajuda, motivação que possibilitem a
reflexão do aluno diante das atitudes apresentadas no decorrer do ano letivo;
Textos e folhetos para trabalho em sala de aula;
Aconselhamentos coletivos, individuais de educandos, educadores e
funcionários;
Participação em reunião com pais e responsáveis, conselho de classe, conselho
escolar e outros quando requisitada a presença do Serviço de Orientação Educacional;
Colaborar em organizações de gincanas e eventos realizados no decorrer do
ano.
OBJETIVOS GERAIS
Promover uma Orientação Educacional Coletiva;
Promover um clima de trabalho favorável com a cooperação de todos;
Assessorar os educadores na busca de melhores condições de trabalho que
evidenciem o aperfeiçoamento pessoal e profissional;
Promover palestras educativas de acordo com as devidas necessidades
observadas. Exemplo: hábitos de estudos, saúde, qualidade de vida, a família, a
escola, educação ambiental, responsabilidade e ética educacional, sexual, DST,
drogas, alcoolismo, orientação vocacional, profissões, mercado de trabalho,
necessidade do trabalho;
39
Realizar diagnóstico das necessidades e dificuldades relativas ao
desenvolvimento do processo ensino – aprendizagem;
Orientar os educandos em sessões coletivas, individuais e encaminhar, quando
necessário, aos especialistas os casos especiais quando necessário;
Manter contato com os pais e responsáveis através de visita, reunião ou
telefone chamando-os para informar o rendimento escolar de seus dependentes
(comportamento, aproveitamento etc) sempre que necessário;
Promover a reflexão dos alunos para que compreendam que todos os momentos
vivenciados são as suas próprias historias de vida;
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes
situações sociais, utilizando o dialogo como forma de mediar conflitos e de tomar
decisões.
AVALIAÇÃO
A Avaliação será diagnostica, analisando os alunos quando à maturidade
através do comportamento assumindo dentro e fora de sala de aula e comunidade.
Dar-se-á ênfase ao bom senso, senso crítico, responsabilidade, companheirismo,
respeito, cidadania e freqüência às aulas.
O educando será avaliado no decorrer do ano letivo, considerando o seu
desempenho individual e deverá ser capaz de:
- desenvolver hábitos de estudos
- demonstrar respeito pelo Colégio, colegas, professores e funcionários;
- estudar com proveito e responsabilidade;
- ter pontualidade e assiduidade às aulas e demais atividades;
- participar de eventos realizados no Colégio;
- comportar-se de modo socializado no Colégio e na comunidade;
- demonstrar independência pessoal e responsabilidade de seus atos;
40
- assimilar hábitos, atitudes e valores positivos transmitidos pelo Colégio e
Família e demonstrá-los na comunidade;
- apresentar rendimento global satisfatório;
- demonstrar desembaraço, senso critico e persistência em todas as atividades
de vivências do cotidiano;
- respeitar a natureza, os elementos integrantes da família, Colégio e
comunidade;
- reconhecer seus sentimentos e de outras pessoas envolvidas nas situações de
vida;
- reconhecer que a atividade sexual, exige maturidade e preparo, tendo em
vista que as conseqüências atingirão também outras vidas.
CRONOGRAMA
As atividades serão desenvolvidas durante o ano letivo. Sendo que o mesmo
poderá sofrer modificações, quando necessário.
41
LINHAS DE AÇÃO
Projetos desenvolvidos no Estabelecimento de Ensino:
Atividades
Recreativas,
Culturais e
Esportivas
JINGEVAR, FestDance e Sábado Ativo.
Calendário de
festividades
Com a colaboração da APMF e do Conselho Escolar
são realizadas a Comemoração do Dia das Crianças
e Festa Junina.Iniciação Científica Participação nas Olimpíadas de Matemática,
Olimpíada Brasileira de Astronomia, Olimpíada
Paranaense e Brasileira de Física, Olimpíada
Brasileira de Química, Prêmio Jovem Cientista.Agenda 21 da Escola
Educação Ambiental
Além da presença do tema nos conteúdos
disciplinares, são desenvolvidos projetos específicos
como Agenda 21 da Escola, BioViva, Nosso Mundo...
Nossa Escola... Nosso Espaço..., Conferência
Regional de Meio Ambiente e datas específicas como
Dia do Rio, Dia da Árvore, Dia da Água e Semana do
Meio Ambiente.Educação do Campo É abordada nas disciplinas da matriz curricular.Prevenção (AREI) Em colaboração com a Secretaria Municipal de
Saúde e demais órgãos competentes são
desenvolvidos os projetos Saúde para a Vida e Pré-
vida, e são realizadas palestras de prevenção às
drogas – lícitas e ilícitas -, DST’s, gravidez na
adolescência, entre outros.Estatuto da Criança
e do Adolescente e
Ficha do Aluno
Ausente (AREI)
A escola observa o disposto no ECA com vistas à
salvaguarda dos direitos e cumprimento dos deveres
das crianças e adolescentes atendidos e segue as
determinações do FICA para combate da evasão
escolar.Ação Jovem Em colaboração com os governos Federal e Estadual
são realizados os projetos Agente Jovem e PETI.Programa de
Formação da
Cidadania (AREI)
Projeto de Educação Fiscal.
Semana da Paz Projeto Educação para a Paz.
42
(AREI)SEED/NRE Com Ciência, FERA, Jogos Colegiais do Paraná, AREI,
FICA, Feira de Ciências, Paraná Digital.Leitura Projeto de Leitura e em colaboração com os
governos Federal e Estadual o projeto Cuide do Livro
Didático.Aprimoramento
pessoal e
profissional
Caminhos do Amanhã.
43
6.3 Instâncias colegiadas
Conselho Escolar Delibera sobre questões político-pedagógicas,
administrativas e financeiras no âmbito da escola.Conselho de Classe Constitui-se em um momento de
compartilhamento de experiências sobre os
educandos para correção das possíveis
dificuldades e deficiências e melhoria do processo
de ensino-aprendizagem.Associação de Pais,
Mestres e Funcionários
Auxilia na organização e funcionamento da escola
nos aspectos administrativo, financeiro e
pedagógico, com objetivo de aproximar pais e
responsáveis.Grêmio Estudantil Trabalha em conjunto com as demais instâncias da
comunidade escolar, auxiliando no funcionamento
da escola e aproximando os educandos.
A eleição dos membros das instâncias colegiadas obedece às determinações
emitidas pela Secretaria de Estado de Educação, Núcleo Regional de Educação e
demais órgãos competentes.
6.4 Formação continuada dos trabalhadores em educação e dos conselheiros
A formação continuada dos trabalhadores em educação e dos conselheiros
escolares é realizada de acordo com a disponibilidade de cursos ofertados pela
Secretaria de Estado de Educação e demais órgãos competentes.
44
6.5 Matriz Curricular
ENSINO FUNDAMENTAL
Turno ManhãDisciplina/Série Quinta Sexta Sétima Oitava
Base
Naci
on
al C
om
um Artes 02 02 02 02
Ciências 03 03 03 04Educação Física 03 03 03 02Ensino Religioso* 01 01 00 00Geografia 03 03 04 03História 03 03 03 04Língua
Portuguesa
04 04 04 04
Matemática 04 04 04 04Sub-Total 22 22 23 23
P.D. L.E.M. – Inglês** 02 02 02 02Sub-Total 02 02 02 02
Total Geral 24 24 25 25
Turno TardeDisciplina/Série Quinta Sexta Sétima Oitava
Base
Naci
on
al C
om
um Artes 02 02 02 02
Ciências 03 03 03 04Educação Física 03 03 03 02Ensino Religioso* 01 01 00 00Geografia 03 03 04 03História 03 03 03 04Língua
Portuguesa
04 04 04 04
Matemática 04 04 04 04Sub-Total 22 22 23 23
P.D. L.E.M. – Inglês** 02 02 02 02Sub-Total 02 02 02 02
Total Geral 24 24 25 25
* Não computado na carga horária da matriz por ser facultativa para o aluno.
** O idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino.
45
ENSINO MÉDIO
Turno ManhãDisciplina/Série Primeira Segunda Terceira
Base
Naci
on
al C
om
um Arte 02 02 00
Biologia 02 03 02Educação Física 02 02 02Filosofia 00 00 02Física 02 02 02Geografia 03 02 02História 02 02 02Língua
Portuguesa
04 04 03
Matemática 04 04 04Química 02 02 02Sociologia 00 00 02
Sub-Total 23 23 23
P.D
.
L.E.M. – Inglês* 02 02 02Sub-Total 02 02 02
Total Geral 25 25 25
* O idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino.
46
ENSINO MÉDIO
Turno Noite*Disciplina/Série Primeira Segunda Terceira
Base
Naci
on
al C
om
um Arte 02 02 00
Biologia 02 03 02Educação Física 02 02 02Filosofia 00 00 02Física 02 02 02Geografia 03 02 02História 02 02 02Língua
Portuguesa
04 04 03
Matemática 04 04 04Química 02 02 02Sociologia 00 00 02
Sub-Total 23 23 23
P.D
.
L.E.M. – Inglês** 02 02 02Sub-Total 02 02 02
Total Geral 25 25 25
* Serão ministradas 03 (três) aulas de 50 minutos e 02 (duas) aulas de 45 minutos.
** O idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino.
47
6.6 Condições físicas, materiais e didáticas
A escola conta atualmente com Laboratório das Ciências, Laboratório de
Informática e Biblioteca equipados para o uso pelos educandos e educadores.
48
7 AVALIAÇÃO DO PPP
Os Projetos Políticos Pedagógicos – PPP’s - passaram a ser elaborados pelos
estabelecimentos de ensino em meados da década de 1990, em respeito à Lei
9394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
De acordo com os membros da comunidade escolar consultados, inicialmente a
construção destes projetos era realizada por um grupo restrito de pessoas, às vezes
uma única, recorrendo muitas vezes à cópias de outros projetos já prontos. Por isso,
esses projetos pouco refletiam a realidade do estabelecimento e a visão do coletivo da
comunidade escolar. Além disso, muitas vezes esses projetos, depois de aprovados,
eram guardados como “letra morta”, pois não eram utilizados. Outra referência muito
comum das pessoas entrevistadas, era o desconhecimento dos objetivos do PPP e
mesmo de como deveria ser sua construção.
Com objetivo de superar as deficiências apontadas, no processo de elaboração
deste Projeto Político Pedagógico buscou-se a participação de todos os membros da
comunidade escolar – educadores, educandos, funcionários, equipe pedagógica e
direção, pais e responsáveis, instâncias colegiadas, comunidade local - seja através de
questionamentos escritos, diálogos e reuniões. Além disso, o suporte oferecido pela
equipe do Núcleo Regional de Educação auxiliou no esclarecimento de dúvidas e
orientação sobre a sua construção.
A Avaliação deste Projeto Político Pedagógico será realizada semestralmente,
nas Semanas Pedagógicas, com objetivos de: permitir à todos os envolvidos o acesso
e o conhecimento do Projeto; verificar se o mesmo está sendo cumprido; quais suas
qualidades e quais suas deficiências. A partir dessas avaliações serão tomadas
medidas para superação das dificuldades encontradas e até mesmo a atualização do
Projeto.
49
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIANCHETTI, Roberto Gerardo. Modelo Neoliberal e Políticas Educacionais. São
Paulo: Cortez, 2001.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Ministério da Educação. Disponível em:
<http://www.mec.gov.br/legis/zip/lei9394.zip> Acesso em: 23 de maio de 2003.
ESTADO DO PARANÁ/CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Deliberação 007/99 de 09
de abril de 1999. Delibera sobre as normas gerais para avaliação do aproveitamento
escolar, recuperação de estudos e promoção de alunos do sistema estadual de ensino
em nível do ensino fundamental e médio. Relatores: Marília Pinheiro Machado de
Souza e Orlando Bogo. [Curitiba: s.n., 1999].
ESTADO DO PARANÁ/CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Deliberação 014/99 de 08
de outubro de 1999. Delibera sobre indicadores para elaboração da proposta
pedagógica dos estabelecimentos de ensino da Educação Básica em suas diferentes
modalidades. Relatores: Solange Yara Schmidt Manzochi, Clemência Maria Ferreira
Ribas, José Frederico de Mello et all. [Curitiba: s.n., 1999].
FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 35 ed. rev. amp. Campinas: Autores
Associados, 2002.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do
processo de avaliação escolar. 16 ed. São Paulo: Libertad 2006.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção
coletiva. in ___ (org.) Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção
possível. 20 ed. Campinas: Papirus, 2005. p.11-35.
50
ANEXOS
51
1 PROPOSTAS CURRICULARES
1.1 Ensino Fundamental
52
ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Arte no ensino fundamental visa construir uma proposta de
ensino para os alunos das escolas públicas levando em conta a necessidade de uma
reflexão a respeito da disciplina.
No período colonial ocorreram nas vilas onde estavam situadas reduções
jesuíticas as primeiras manifestações de arte na educação, primeiramente
desenvolveu-se uma educação de cunho religioso onde prevaleciam os grupos de
origem portuguesa, indígena e africana.
O trabalho de catequização desses povos permeava ensino religioso e artes
através da literatura, da musica, da dança, pintura e outros trabalhos manuais.
Em todas as localidades onde a Companhia de Jesus se estabeleceu foi
responsável pelas formas artísticas que se originaram.
O trabalho educacional jesuítica influenciou na construção cultural brasileira e
perdurou por dois séculos. Essas influências manifestaram-se na cultura popular
brasileira, exemplo: a música, o folclore, a dança e luta, proporcionando assim uma
grande diversidade cultural.
As significativas mudanças no ensino de artes ocorreram com a fundação da
academia de Belas Artes, onde os alunos aprenderam as artes e ofícios artísticos.
Esses princípios artísticos fundamentam-se nas idéias iluministas. Com a
reforma educacional do Brasil República os positivistas inspirados em Augusto Comte,
valorizavam a arte e os desenhos geométricos para desenvolver a mente e o
pensamento cientifico, visando preparar o trabalhador para o desenvolvimento
econômico industrial atendendo o modo de produção capitalista.
53
O marco importante para a Arte brasileira foi à Semana de Arte Moderna, onde
os modernistas deixaram de se inspirar na arte européia enfocando o nacionalismo e
os temas nacionais. Esse movimento da inicio a valorização da cultura popular e
abrem brechas a inúmeras manifestações artísticas.
A arte vai ampliar seus horizontes e possibilitar novas correntes de expressão.
“... não se restringia apenas à corrente da livre expressão, acreditava no uso de
temas e de historias reais e inventadas, como forma de integração entre a arte e a
vida, entre o conhecimento especifico e a experiência do aluno, valorizando a reflexão
e a critica no ensino de Arte” (CAVALCANTI apud DIRETRIZES CURRICULARES, 2006).
No decorrer desse processo de desenvolvimento histórico no ensino da arte,
ocorreram muitas transformações, porém essa disciplina exige reflexões que
contemplem a arte como área do conhecimento e não meramente para destacar dons
inatos.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências sobre
sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte pode servir à
ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e transformar-se em
mercadoria meramente proporcionar prazer.
Na educação, o ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos
conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o do universo
cultural da humanidade nas suas diversas representações. De acordo com as
Diretrizes Curriculares, pretende-se que os alunos possam criar formas singulares de
pensamento, apreender e expandir suas potencialidades criativas.
A partir das concepções da arte e de seu ensino, estas diretrizes consideram
alguns campos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do objeto de
estudo desta disciplina:
• O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objetivo artístico
em seus aspectos sensíveis e cognitivos.
• O conhecimento artístico que está relacionado com o fazer e com o processo
criativo.
54
• O conhecimento contextualizado que envolve o contexto histórico (político,
econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a
compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos.
A arte é criação e manifestação do poder criador do homem. Criar é transformar
e nesse processo o sujeito também se recria. A arte, quando cria uma nova realidade,
reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas criações artísticas, amplia e
enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho. A pratica pedagógica deve
contemplar as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro tendo como referencia as
relações estabelecidas entre a arte e a sociedade.
O aluno da educação básica terá acesso ao conhecimento presente nas
diferentes formas de relação da arte com a sociedade, de acordo com a proximidade
das mesmas com o seu universo. O professor, por sua vez, ao selecionar os conteúdos
específicos que irá desenvolver enfocará as formas de relação da arte com a
sociedade com maior ou menor ênfase, abordando o objeto de estudo por meio dos
conteúdos estruturantes.
55
OBJETIVOS GERAIS
• Desenvolver a percepção através da vivencias culturais, experiências
diversas e estruturas mentais;
• Desenvolver a sensibilidade ao valor estético de diferentes formas de
expressão visual;
• Desenvolver a criatividade do aluno utilizando-se intencionalmente os
elementos visuais e as interações para o enriquecimento da expressão e
recepção de mensagens visuais;
• Compreender e relacionar-se com aspectos históricos, sociais, econômicos e
culturais que influenciam o mundo tecnológico;
• Apreciar os produtos de expressão e de tecnologia de outras civilizações,
como manifestações culturais diferentes, daquelas a que estão habituados e
eventual mente sugestivas de inovações adequadas aos seus problemas;
• Identificar e analisar situações;
• Interpretar músicas existentes vivenciando um processo de expressão
individual ou grupal, dentro e fora da escola;
• Utilizar e criar de letras de canções, parlendas, rap’s, etc, como portadoras
de elementos da linguagem musical;
• Desenvolver atividades como brincadeiras, jogos, danças, atividades
diversas de movimento e suas articulações com os elementos da linguagem
musical;
• Traduzir simbolicamente as realidades interiores e emocionais por meio da
musica;
• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca
pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a
sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
56
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes
(Artes Visuais, Dança, Musica, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os
de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;
• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e
conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no
percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e
soluções;
• Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado
nas diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as
produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio
cultural e do universo natural, identificando a existência da diferenças nos
padrões artísticos e estéticos;
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e
curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e
apreciando arte de modo sensível;
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do
trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz,
aspectos do processo percorrido pelo artista;
• Trabalhar todos os itens acima citados dando uma maior ênfase aos tópicos:
Educação do Campo e Ambiental e a Cultura Afro.
57
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais de Artes estabelecem como conteúdos
estruturantes para a disciplina os elementos básicos das linguagens artísticas, as
produções e manifestações artísticas e os elementos contextualizadores, que serão
abordados em conjunto nas áreas como segue:
QUINTA E SEXTA SÉRIES
Artes Visuais
Elementos básicos das linguagens artísticas;
Produções e manifestações artísticas;
Elementos contextualizadores.
SÉTIMA SÉRIE
Música
Elementos básicos das linguagens artísticas;
Produções e manifestações artísticas;
Elementos contextualizadores.
OITAVA SÉRIE
Teatro e Dança
58
Elementos básicos das linguagens artísticas;
Produções e manifestações artísticas;
Elementos contextualizadores.
Educação Ambiental
A Educação Ambiental na disciplina de Artes será abordada no âmbito escolar
procurando ressaltar que todas e quaisquer manifestações artísticas são influenciadas
pelo meio ambiente onde o sujeito está inserido.
Educação do Campo
A Educação do Campo será contemplada na disciplina de Artes através das
festas tradicionais, gastronomia, as diferentes formas de comunicação, mostrando a
relação campo-cidade, desmistificando os conceitos existentes.
Cultura Afro-Brasileira
Através da arquitetura, dança, música, vestuários, objetos decorativos e outras
manifestações artísticas mostraremos aos alunos a contribuição desses elementos na
sociedade contemporânea.
59
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Uma escola democrática necessita apresentar-se ao aluno como um espaço no
qual se reflete e se discute a realidade, sendo a pratica social ainda propiciar aos
alunos, leituras sobre os signos existentes na cultura de massa para se discutir de que
formas a industria cultural interfere e censura as produções e manifestações culturais
com as quais os sujeitos identificam-se.
A cultura è um fator que esta em constante transformação. Cada cultura possui
sua lógica. A esse respeito Santos afirma que: “... Cultura diz respeito à humanidade
como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos
humanos” (1987 p.8-9).
A cultura funciona como uma lente através da qual o homem se vê, se
compreende, se inclui, se localiza, se insere na diversidade bem como se relaciona,
participa, ressignifica, enfim, percebe o mundo.
O encaminhamento metodológico do documento de Diretrizes Curriculares
orienta o tratamento a ser dado a cada uma das linguagens artísticas, constituindo-se
no referencial para o planejamento dos conteúdos, a ser construído pelo professor.
Contemplara as manifestações e produções artísticas através de elementos básicos,
contidos em cada linguagem artística, priorizando e valorizando o conhecimento nas
aulas de Arte.
Nas Artes Visuais o professor explorara as visualidades em formato
bidimensional, tridimensional e virtual, podendo trabalhar as características
especificas contidas na estrutura, na cor, nas superfícies, nas formas e na disposição
desses elementos no espaço.
Em Dança, o principal elemento básico a ser estudado é o movimento. A partir
do seu desenvolvimento no tempo, espaço o professor poderá explorar as
possibilidades de improvisação e composição com os alunos. As aulas de Dança
poderão também abordar questões acerca das relações entre o movimento e os
conceitos a respeito do corpo e da dança, uma vez que refletem esteticamente a
realidade vivida.
Na Linguagem Musical, a simples percepção e memorização dos sons presentes
no cotidiano não se caracterizam como conhecimento musical. Há que se priorizar no
60
tratamento escolar dessa linguagem, a escuta consciente dos sons percebidos, bem
como a identificação das suas propriedades, variações e as maneiras intencionais de
como esses sons são distribuídos numa estrutura musical.
A Linguagem Teatral poderão ser explorados como conteúdos, assim como na
Dança, as possibilidades de improvisação no trabalho com as personagens, com o
espaço da cena e com o desenvolvimento de temáticas que partam tanto de textos
literários ou dramáticos clássicos, quantos de narrativas orais e cotidianos. O
desenvolvimento da linguagem do teatro na escola também estará se ocupando de
tratar da montagem do espetáculo, a reflexão sobre cada um dos seus elementos
formadores pelo conjunto de signos presentes nessa linguagem, como construídos de
forma a proporcionar ao aluno em seu processo de aprendizagem, o conhecimento por
meio do ato de dramatizar.
Os saberes específicos em Arte, das diferentes linguagens artísticas, objetivam
viabilizar a integração destes as manifestações e produções artístico-culturais,
entendendo os alunos como sujeitos que constroem e são construídos historicamente.
61
AVALIAÇÃO
A partir dos pressupostos apontados na disciplina de artes no ensino
fundamental esta se apresenta como componente curricular e fundamental, sendo
responsável por viabilizar o acesso ao conhecimento do educando e sistematizando
tais conhecimentos, proporcionando ao aluno por meio de um conjunto de saberes a
compreensão das varias realidades e ampliando sua visão do mundo.
A avaliação é processual e diagnostica onde é preciso considerar a historia
pessoal de cada aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas em sala.
Sendo assim serão feitos trabalhos individuais e em grupo segundo a
necessidade dos conteúdos programáticos, inclusive permitindo ao aluno manifestar
seus pontos de vista, que contribuirá pra ampliar sua percepção nesse processo de
aprendizagem co-relacionando sempre que possível com os temas artísticos.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
62
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção ou análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação em palestras e atividades culturais;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros.
63
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, F. de, A cultura brasileira. 5ª edição, revista e ampliada. São Paulo:
Melhoramentos, editora da USP, 1971.
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.
BUORO, A. B.Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte. São
Paulo:Educ, Fapesp, Cortez, 2002.
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte: Conteúdos essenciais para ensino
fundamental, Editora Ática, São Paulo, 2000.
HERLING, André & YAJIMA, Eyi. Desenho (Educação Artística), 5ª, 6ª, 7ª e 8ª series. São
Paulo, IBEP.
SANTOS, J. L. O que é cultura. 6ª ed. São Paulo. Brasiliense, 1987.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEF. Diretrizes Curriculares Estaduais para o
ensino de Arte. Versão Preliminar. Curitiba; [?], 2006.
SIMAO, G.T. Emma Koch e a implantação das escolinhas de arte na rede oficial de
ensino: mudanças na cultua escolar e curitibana. Curitiba, 2003. Dissertação.
Mestrado em Educação, Universidade Federal do Paraná.
XAVIER, Natalia, AGNER, Albano, Viver com Arte: Educação Artística, Editora Ática, v.2.
5ª edição, São Paulo, 1987.
64
CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A maioria dos educandos traz consigo uma série de explicações sobre os
fenômenos naturais e tecnológicos, ou seja, todo o educando detém um conhecimento
que deve ser articulado com o conhecimento cientifico que se lhe pretende ensinar.
Este conhecimento que o educando traz para a sala de aula se concebe em seu
cotidiano, através da observação e de diversas informações que absorve. Porém, este
conteúdo constitui um conhecimento fragmentado, empirista – indutivista, que está
fundamentado na concepção que a observação é a fonte do conhecimento e que o
conhecimento científico acontece através dos fenômenos, ou seja, de métodos
científicos.
Desse modo, é muito importante que as atividades desenvolvidas em sala de
aula não se limitem a exemplificações, leituras, resoluções de exercícios, de forma
linear, fora do contexto científico e social, o que se pretende é que todas as atividades
tenham garantido espaço de reflexão, desenvolvimento e elaboração de idéias.
No ensino Ciências, quando abordado incorretamente gera, ao contrário do que
se pretende, atividades mecânicas, repetitivas, que não passam de receitas ou
instruções onde o educando segue rigorosamente as etapas para se chegar ao
resultado “correto”.
Neste sentido, para uma melhor compreensão do ensino e aprendizagem em
Ciências como um todo, inserido no contexto científico, tecnológico e social, os
saberes fundamentais (corpo humano e saúde, ambiente, matéria e energia e
tecnologia) devem articular-se entre as séries, mesmo que ainda, por uma questão de
cunho didático, estejam divididas em conteúdos específicos.
No que diz respeito à prática de experimentos, através desse tipo de método
“jogos de respostas corretas”, obriga o educador a testá-lo previamente, pois nada
poderá interferir no resultado da resposta desejada, afastando falhas que
65
possivelmente possam contrariar a idéia de que o experimento é a confirmação fiel de
uma teoria. Com isso o aluno vai formando uma imagem distorcida sobre o trabalho
científico e fica na cabeça do aluno a impressão de que os experimentos sempre
levam a respostas corretas e o professor na maioria das vezes utiliza a aula prática
para confirmar o que ensinou na teoria.
Nessa perspectiva, as Diretrizes Curriculares traz o modelo construtivista,
fundamentado nas idéias da psicologia cognitiva, os conteúdos específicos passam a
ser entendidos como um processo, superando a idéia de q o acervo de conhecimentos
está pronto e acabado.
Assim, os alunos são construtores dos conhecimentos e co-responsáveis pela
sua aprendizagem (Amaral, 2000, p. 219). Afirma-se, a perspectiva de uma educação
continuada e a busca pela integração entre a teoria e prática pedagógica,
estabelecendo uma constante movimentação, expressa em ciclos de ação e reflexão.
(Diretrizes, 2006, p. 16).
A partir do momento que há interação com o conhecimento, o processo de
ensino aprendizagem está permitindo a formação de novos conceitos,
desenvolvimento cognitivo, aprimoramento de atividades críticas, contribuindo para a
formação de um cidadão crítico, no que tange à aprendizagem futura, devido à
familiarização do sujeito com esta idéia.
O ato educacional depende do convívio tanto por parte do educador quanto do
educando, assim são fundamentais as situações em que se possa aprender a dialogar,
a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar um ponto de
vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa conjunta.
A criação de um clima favorável a tal aprendizado depende do compromisso do
educador em aceitar contribuições dos educandos, respeitando-as mesmo quando
apresentadas de forma confusa ou incorreta, pois é desta forma que o educando
constrói conhecimento científico.
Outro fator é direcionar informações, pois com as transformações tecnológicas,
econômicas e culturais exige do homem uma multiplicidade de conhecimentos. Para
além do conteúdo científico, a educação possua uma função formadora, pois os
educandos são repletos de necessidades físicas, emocionais, culturais e intelectuais.
Assim, buscar uma educação equilibrada, que atenda a todas as necessidades, é
fundamental pra a sua formação, por isso pode-se dizer que educar em sentido mais
66
amplo significa considerar as diversas experiências sociais, culturais e intelectuais dos
alunos. Ou seja, respeitar sua historia de vida, linguagem, costumes, condições
sociais, moradia e lazer.
Desta forma pode-se dizer que educar é criar e proporcionar meio para que o
educando possa desenvolver todas as suas capacidades enquanto ser humano e,
ainda mais, que esse educar proporcione aos educandos novas experiências que
possam enriquecer seu universo de conhecimento.
Neste processo de educação visa a capacitação do educando no agir
conscientemente diante de novas situações, não desprezando suas experiências
anteriores, a fim de que sejam atendidas suas necessidades individuais e coletivas.
Sabemos que os indivíduos diferem entre si. Em conseqüência disso, não há
dois alunos que sejam iguais quanto a sua maturidade, capacidade, domínio
vocabular, resistência ao cansaço, atitudes, idéias, etc.
O processo de aprendizagem deve acontecer de forma significativa, ou seja,
precisa ser relacionado com o universo de conhecimentos, experiências e vigências do
educando, permitindo que ele formule problemas e questões que lhe dizem respeito.
Necessita também ir ao encontro a problemas práticos, de natureza social e
ética que lhes sejam relevantes.
Tem que permitir que o aluno participe com responsabilidade do processo de
aprendizagem. Relacione o que aprendeu com o seu cotidiano, traga esta
aprendizagem para a vida, que suscite modificações no comportamento e até mesmo
na personalidade.
Quando a aprendizagem é realmente significativa é porque está realmente
sendo trabalhada através de objetivos concretos. Toda aprendizagem se faz em um
processo que deve ser contínuo, caso contrário, a aprendizagem sofrerá interrupções
e desvios e correrá até o risco de não oferecer condições para que o aluno possa
atingir os objetivos propostos.
A aprendizagem acontece de forma interligada, ou seja, privilegia o
desenvolvimento mental, momento em que o educando aprende a captar e processar
informações, selecionando dados, relacionando e formulando conceitos que propicia
tanto a criação quanto a resolução de problemas.
67
Pode-se dizer que a aprendizagem melhora o desenvolvimento pessoal dos
alunos, pois propícia o desenvolvimento das suas capacidades e valores, subsidiando
as relações entre o mundo individual e social.
O ensino de ciências constitui um meio importante de preparar o estudante
para enfrentar desafios que surgem de uma sociedade preocupada em integrar, mais
e mais, as descobertas científicas ao bem estar dos indivíduos. Por isso, todos os
estudantes, quaisquer que sejam suas aspirações, seus interesses e suas atividades
futuras, devem ter a oportunidade de adquirir um conhecimento básico das ciências
naturais que lhe permita não só compreender e acompanhar as rápidas
transformações tecnológicas como também participar de forma esclarecida e
responsável de decisões que dizem respeito a toda sociedade.
68
OBJETIVOS GERAIS
Instigar a curiosidade, a criatividade do aluno;
Considerar o conhecimento cognitivo e a diversidade cultural do aluno;
Respeitar os conhecimentos prévios dos alunos, como a sua produção
intelectual e também como ponto de partida para o desenvolvimento do saber;
Contribuir com a formação de cidadãos ativos e críticos, capazes de posicionar-
se frente às situações de seu tempo;
Desenvolver a responsabilidade, a solidariedade, a autonomia e o respeito ao
bem comum;
Possibilitar situações de aprendizagem nas quais os conteúdos sejam abordados
numa perspectiva de totalidade;
Incentivar uma postura e participativa face às novas tecnologias;
Auxiliá-los na compreensão das relações e inter-relações que se estabelecem na
sociedade entre os homens e homem-natureza, bem como suas respectivas
implicações;
Discutir temas de forma crítica, refletindo sobre os aspectos econômicos,
sociais, culturais, ambientais, éticos e políticos, apontando as relações de poder
existentes na produção científica;
Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho de gerações de
homens e mulheres;
Desenvolver hábitos de saúde e cuidado corporal, concebendo a saúde pessoal,
social e ambiental, como bens individuais e de coletividade que se devem conservar e
preservar;
Relacionar a capacidade e interação com o ambiente e a sobrevivência das
espécies;
Perceber a construção histórica do conhecimento científico;
69
Coletar dados e buscar informações;
Adquirir novos conhecimentos e aplicá-los na sua realidade;
Compreender os fundamentos de Ciências através da teoria e da prática.
70
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
QUINTA SÉRIE
Os seres vivos e o ambiente;
Ecologia e suas relações com o ambiente;
Cadeia e teia alimentar;
As variadas relações entre os seres vivos;
O interior da Terra;
Rochas e minerais;
Cuidados com o solo;
Doenças adquiridas através do solo contaminado;
O lixo;
As riquezas naturais;
A água: ciclo e estados físicos;
A qualidade da água;
Contaminação e poluição da água;
Densidade e flutuação dos corpos;
Pressão da água;
A atmosfera;
Composição do ar;
A pressão do ar;
A previsão do tempo;
O ar e a nossa saúde;
71
O universo;
O sistema solar;
A terra e seu satélite.
SEXTA SÉRIE
A célula e a organização dos seres vivos;
Matéria e energia;
Reprodução;
A origem da vida;
Classificação dos seres vivos;
Os vírus;
As bactérias;
Protozoários e algas unicelulares;
Fungos;
Introdução ao Reino Animal:
Poríferos;
Cnidários;
Platelmintos;
Nematelmintos;
Anelídeos;
Moluscos;
Introdução aos Artrópodes;
Insetos;
72
Crustáceos;
Aracnídeos;
Diplópodes;
Quilópodes;
Equinodermos;
Introdução aos Vertebrados;
Peixes;
Anfíbios;
Répteis;
Aves;
Mamíferos;
Introdução ao Reino Plantae;
Briófitas;
Pteridófitas;
Gimnospermas;
Angiospermas (raiz, caule, folhas, flores e sementes);
Ecossistemas terrestres;
Ecossistemas aquáticos.
SÉTIMA SÉRIE
organização do corpo humano;
células e tecidos;
os alimentos;
73
Sistema Digestório;
A alimentação equilibrada;
Sistema Respiratório;
Sistema Circulatório;
O sangue;
Sistema Urinário;
A pele;
Esqueleto;
Músculos;
Sentidos;
Sistema Nervoso;
Sistema Endócrino: Hormônios;
Sistema Reprodutor;
Cuidados para evitar a gravidez;
A puberdade;
Doenças sexualmente transmissíveis;
As bases hereditárias.
OITAVA SÉRIE
Matéria e energia;
Propriedades Físicas e Químicas da matéria;
Ciência e sociedade;
O átomo;
74
Os elementos químicos.
Substancias e misturas;
Funções químicas: ácido, base, sal e oxido;
Equação química;
Reações químicas: síntese, adição, simples troca e dupla troca;
Energia nuclear;
Introdução à Física;
O movimento com velocidade constante;
O movimento com aceleração;
Forças;
Atração gravitacional;
Trabalho e energia;
Máquinas;
O calor;
Transmissão de calor;
As ondas e o som;
A natureza da luz;
Espelhos e lentes;
Eletricidade e magnetismo;
O sistema Solar;
A Terra.
75
A Educação Ambiental será abordada na disciplina nos próprios conteúdos que
serão trabalhados, bem como a Cultura Afro-Brasileira.
A Educação do Campo será abordada dentro dos quatro eixos temáticos:
1) Trabalho: divisão social e territorial. Envolve as atividades agrícolas,
econômicas e política social.
2) Cultura e identidade. Abrangem os modos de vida e os costumes dos povos.
3) Interdependência campo-cidade, questão agrária e desenvolvimento
sustentável. Engloba os tipos de relações culturais dos povos do campo.
4) Organização política, movimentos sociais e cidadania. Analisam as condições
de existência dos povos do campo, bem como a existência dos partidos políticos, dos
representantes políticos e dos processos eleitorais.
76
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Seguindo a proposta das Diretrizes Curriculares, o ensino e aprendizagem, na
disciplina de Ciências, deve-se trabalhar de forma articulada, considerando
conhecimentos físicos, químicos e biológicos, de modo a favorecer a compreensão
dos fenômenos. Partindo do pressuposto de que ciência é uma construção humana,
passível de alteração e marcada por intensas relações de poder.
Neste sentido, é importante trabalhar os conteúdos específicos, a partir dos
estruturantes, enfatizando os aspectos históricos em que contexto o conhecimento
estudado foi produzindo, para que se conheça as intenções e as expectativas da
sociedade.
Outra linha metodologia essencial é a de contextualização, articulada com
outros conhecimentos, discutir problemas do cotidiano, analisar a origem e refletir
sobre as conseqüências. Para este trabalho metodológico as Diretrizes Curriculares
posiciona-se da seguinte forma: “... tanto os alunos quanto o professor assumem
uma postura diferente frente ao problema inicial, pois os conhecimentos científicos
tratados desta forma, propiciam a eles modificações intelectuais e qualitativas,
referentes às concepções prévias sobre o conteúdo específico estudado, passando
de uma compreensão científica menos elaborada para uma mais elaborada,
determinando um novo posicionamento...” (p. 49).
Os assuntos abordados podem ser trabalhados, também, por meio de
experimentos e atividades, articulando a teoria e prática, sempre concebendo a
ciência como mutável, falível, principalmente no que diz respeito às experiências,
cuja função não é de trazer práticas repetitivas e orientadas por meio de roteiros a
serem seguidos. Assim, os professores poderão fazer uso de recursos pedagógicos
mais variados e condizentes com a realidade dos alunos.
Na cultura afro-brasileira o professor poderá utilizar algumas temáticas como:
teoria antropológica, a teoria racista, as característica biológicas desses povos e a
contribuição dos povos africanos e de seus descendentes para os avanços da
Ciência e da Tecnologia.
77
AVALIAÇÃO
A avaliação será concebida durante o processo de ensino e aprendizagem, a
qual deve informar ao professor o que foi aprendido pelo aluno e, informar ao aluno,
quais são seus avanços, dificuldade e possibilidade. Contudo a avaliação deve assumir
um caráter construtivo e diversificado.
As formas avaliativas, segundo a concepção adotada nestas diretrizes, deverão
analisar o crescimento intelectual do aluno. Uma avaliação para ser completa precisa
diagnosticar as mudanças ou reafirmações nas atitudes dos educando. Assim,
podemos destacar: interação no processo de ensino e aprendizagem, diferentes
formas de conceber e se apropriar dos conteúdos específicos e do conhecimento
cientifico, capacidade de relacionar aspectos sócias, políticos, econômicos, éticos e
históricos com o assunto estudado, interdiciplinarizar conteúdos, contextualizar, entre
outros.
Assim, por meio os instrumentos avaliativos diversificadas, os alunos podem
expressar os avanços na aprendizagem, a medida em que interpretam, produzem,
discutem, relacionam, refletem, analisam, justificam, se posicionam e argumentam
defendendo o próprio ponto de vista. (Diretrizes Curriculares, 2006, p. 55)
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
78
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
• resolução de questionamentos escritos e orais;
• produção e análise de desenhos, tabelas, gráficos e outras formas de
expressão e representação;
• realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
• pesquisa, produção e apresentação de seminários;
• pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
• participação em palestras e atividades culturais;
• participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
• outros.
79
REFERÊNCIAS
GEWANDSZNAJDER, Fernando. “Ciências, matéria e energia”. São Paulo: Editora Ática,
2005.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino
Fundamental, versão preliminar. Curitiba: 2006
80
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Educação Física tem a proposta de humanizar e diversificar a
prática pedagógica, buscando ampliar para o trabalho que incorpora as dimensões
afetivas, cognitivas e sócio-culturais dos alunos.
A história do ser humano é uma história de cultura na medida em que tudo o
que faz é parte de um contexto que produz e reproduz conhecimentos.
“O papel da Educação Física será o de transcender aquilo que se apresenta
como senso comum, desmistificando formas já arraigadas e equivocadas sobre o
entendimento das diversas práticas e manifestações corporais. Priorizando a
construção do conhecimento sistematizado como oportunidade ímpar, de
reelaboração de idéias e práticas que, por meio de ações pedagógicas, intensifiquem
a compreensão do aluno sobre a gama de conhecimentos produzidos pela
humanidade e suas implicações para a vida. Como exemplo destes conhecimentos,
pode-se apresentar a discussão sobre a diversidade cultural em termos corporais, com
o intuito de que os alunos possam respeitar as diferenças identificadas, bem como se
posicionarem frente a elas de modo autônomo, realizando opções, pautadas nos
conhecimentos relevantes apresentados pelo professor”. (Diretrizes Curriculares,
2006).
Dentro das aulas de Educação Física o tema mais observado é a expressão
corporal, que pode ser manifestada desde o caminhar até em saltos e rolamentos. Se
expressando corporalmente o aluno mostra o seu mundo, a sua idéia, a sua
personalidade e o seu ponto de vista. Nas aulas de Educação Física busca-se
incentivar a expressividade corporal através de danças, dos jogos e de atividades que
81
façam o aluno expressar a sua emoção naquele momento e na forma que o instante
lhe permitir.
A dança das mais variadas formas faz com que o aluno aprenda a se
movimentar no ritmo correto, faz com que ele se descontraia por alguns minutos e
exprima a sua emoção em ouvir aquele som. Nos jogos também sentimos a
necessidade da expressão do corpo, seja para fazer a movimentação de um chute, ou
para comemorar um gol ou um ponto convertido. As atividades que envolvem a luta
em forma de jogo são de fundamental importância dentro da disciplina de forma social
e também física.
Pensamos nos conteúdos de Educação Física como conteúdos que busquem o
melhoramento do ser humano não para a competição, mas para o seu dia a dia.
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que
desenvolvam suas potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando seu
aprimoramento como seres humanos.
82
OBJETIVOS GERAIS
Empregar atividades recreativas, visando as brincadeiras como expressões
miméticas privilegiadas na infância, momentos organizados nos quais o mundo tal
qual as crianças o compreendem, é relembrado, contestado, dramatizado,
experienciado;
Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de
desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais,
físicas, sociais e sexuais;
Realizar atividades que melhorem as suas qualidades físicas: velocidade,
resistência, flexibilidade, força, agilidade, coordenação e equilíbrio;
Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo,
dignidade e solidariedade nas práticas de cultura corporal de movimento;
Despertar o gosto pela dança, envolvendo o folclore e cultura afro-brasileira,
além da cultura local;
Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos
saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os
efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva;
Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,
reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um direito do cidadão, em
busca de uma melhor qualidade de vida;
Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e respeitando
suas características físicas e de desempenho motor, bem como a de seus colegas,
sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais; apropriar-se
de processos de aperfeiçoamento das capacidades físicas, das habilidades motoras
próprias das situações-problema que surjam no cotidiano;
Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática dos
jogos, lutas e dos esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não violenta,
pelo diálogo e prescindindo da figura do árbitro. Saber diferenciar os contextos
83
amadores, recreativos, escolares e o profissional, reconhecendo e evitando o caráter
excessivamente competitivo em quaisquer desses contextos;
Formar cidadão crítico e autônomo.
84
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• Atletismo:
Histórico e suas provas;
Corrida de velocidade;
Corrida com revezamento;
Salto em distância;
Arremesso de peso;
• Voleibol:
Histórico;
Fundamentos;
Familiarização com a bola;
Rodízio;
Regras básicas;
Sistemas;
Jogo desportivo;
• Basquetebol:
Histórico;
Familiarização;
Iniciação dos fundamentos básicos;
Regras básicas;
85
Sistema de jogo;
Jogo desportivo;
• Handebol:
Histórico;
Familiarização;
Iniciação dos fundamentos básicos;
Regras básicas;
Sistema defensivo e ofensivo;
Jogo;
• Futebol:
Histórico;
Familiarização;
Iniciação dos fundamentos básicos;
Regras;
Jogo;
• Futsal:
Histórico;
Familiarização com a bola;
Iniciação dos fundamentos básicos;
Sistemas de jogo;
86
Regras básicas;
Jogo desportivo
• Ginástica:
Capacidades físicas;
Habilidades motoras;
Alongamento;
Ginástica de solo;
Ginástica aeróbica;
Localizada;
Rítmica;
• Atividades recreativas:
Brincadeiras ao ar livre;
Brincadeiras em sala de aula;
Gincana cultural e temática;
Festival musical;
JINGEVAR (Jogos Internos do Colégio Getúlio Vargas)
• Tênis de mesa:
Histórico;
Empunhadura;
Regras básicas;
87
Jogo propriamente dito;
• Dança:
Consciência corporal;
Expressão corporal;
Ritmo e movimento;
Folclórica;
De salão;
Ritmos atuais;
Cultura Afro-brasileira.
• Xadrez:
Histórico;
Reconhecimento do tabuleiro;
Movimentação das peças;
Regras;
Jogo;
• Lutas:
Histórico das lutas (principais);
Capoeira;
Modalidade olímpica;
Lutas na forma recreativa (briga de galo e cabo de guerra);
88
Filmes relacionados com tipos de lutas.
A Educação Ambiental será abordada na disciplina estimulando os alunos a
praticarem atividades físicas em lugares ao ar livre como parques, praias etc,
destacando a importância sua importância para as saúdes física, mental e espiritual.
Será destacada a importância da existência de vegetação para a ocorrência de
sombras e a diminuição da temperatura do ambiente, tornando-o mais ameno e
agradável. Também sobre a água serão desenvolvidas observações, destacando sua
importância para o funcionamento o bom funcionamento do organismo.
Poderão ser realizadas gincanas com temáticas ambientais, como provas de
recolhimento de lixo, solução de problemas entre outros.
A cultura Afro-Brasileira será abordada nas aulas de Educação Física temas
como a dança Afro, a importância do negro na história do esporte (principalmente nas
provas de Atletismo), a cultura através do teatro e da música em relação a diferentes
momentos históricos do negro.
Também poderá ser trabalhado a capoeira com seus sentidos e significados, os
jogos que são praticados no Brasil pelos Afro-descendentes e africanos, as práticas
corporais através dos brinquedos e brincadeiras e as manifestações corporais
expressas no folclore brasileiro.
Educação do Campo é explorar a diversidade corporal, adaptando as atividades
de acordo com a realidade local. Nem sempre a atividade que tem boa aceitação na
cidade terá também no campo. Ao se trabalhar com a Educação Física no campo, o
professor terá que valorizar a experiência do aluno e utilizá-la dentro da sua aula,
através de brincadeiras e jogos.
89
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A metodologia usada pelo professor no processo de ensino e aprendizagem
deve garantir a busca do desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a
participação social e a afirmação de valores e princípios democráticos.
Os conteúdos escolares deverão ser abordados em procedimentos de
organização, sistematização de informações, aperfeiçoamento, entre outros e
abranger interesses que venham de encontro às necessidades e expectativas da
realidade escolar. Incluir o aluno no processo de ensino e aprendizagem, considerando
sua realidade social e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e
necessidades de compreensão dessa mesma realidade. A partir de inclusão, constitui-
se um ambiente de aprendizagem significativa, que faça sentido para o aluno, no qual
ele tenha a possibilidade de trocar informações, estabelecer questões e construir
hipóteses na tentativa de respondê-las.
Trabalhar as práticas corporais no sentido que constituem um espaço de
desenvolvimento e formação de personalidade, na medida em que permitem ao aluno
experimentar e expressar diversas formas de ser e estar no mundo, contribuindo para
a construção de seu estilo pessoal de jogar, lutar, dançar e brincar.
Trabalhar a interdisciplinariedade, através de atividades na forma de gincanas,
onde todos os professores busquem os conteúdos mais importantes para serem
usados, através de provas recreativas que incentivem o interesse de aprender.
90
AVALIAÇÃO
A avaliação será de forma constante, durante todo o processo ensino e
aprendizagem, em função dos objetivos propostos, num processo contínuo, claro e
sistemático. O aluno não será avaliado por padrões técnicos, mas sim através do
conhecimento de seus limites e possibilidades. Será observado também o grau de
independência para cuidar de si mesmo, ou para organizar atividades, além da forma
como respeita os seus colegas e o respeito por si próprio.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
participação em jogos, dramatizações, brincadeiras, danças etc;
realização de atividades na quadra, na sala de aula, no laboratório de ciências,
na biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
participação em palestras, atividades culturais e esportivas;
91
resolução de questionamentos escritos e orais;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação, comprometimento e atitude em aula;
outros.
92
REFERÊNCIAS
GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para o Ensino
Fundamental. Curitiba.2006 ?
MEDINA, João Paulo S. A Educação Física Cuida do Corpo... e (Mente), Papirus Editora,
4ª edição, São Paulo, 1985.
TAFFAREL, Celi Nelza Zülke, Criatividade nas aulas de Educação Física, Ed. Ao Livro
Técnico, 1ª edição, 1985.
GONÇALVES, Maria Cristina, PINTO, Roberto Costacurta, Alves, TEUBER, Silvia Pessoa,
Aprendendo a Educação Física, Ed. Bolsa Nacional do Livro Ltda. 1ª edição, 1996.
GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Campo. Curitiba, 2006.
GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Lei 10.639. 9 de
janeiro de 2003.
93
ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ensino Religioso tem como função principal na educação básica
superar o modelo catequético e proselitista. A disciplina pretende contribuir para o
reconhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração
cultural dos povos, bem como possibilitar ao educando o livre acesso as diferentes
fontes da cultura sobre o fenômeno religioso.
“Uma das tarefas da escola é fornecer instrumentos de leitura da realidade e
criar as condições para melhorar a convivência entre as pessoas pelo conhecimento,
isto é construir os pressupostos para o dialogo” (COSTELLA, 2004, p. 101).
O ensino religioso permitira que os educandos possam refletir e entender as
formas que os diferentes grupos sociais se constituem culturalmente e a maneira que
relacionam com o sagrado, compreendendo também suas trajetórias, suas
manifestações no espaço da escola estabelecendo assim as relações de diferenças
entre cultura e o espaço de vivência dos indivíduos.
A sociedade de maneira geral busca formas para o desenvolvimento pleno do
sujeito humano nessa sociedade, no entanto, para que o homem consiga sua
realização integral necessita compreender os vários estágios pelos quais a sociedade
passou e os fatores que influenciaram e influenciam o homem em sociedade e o
Ensino Religioso torna-se uma ferramenta necessária para tal objetivo.
94
OBJETIVOS GERAIS
Definir diversidade cultural;
Despertar no indivíduo o censo de responsabilidade e de tolerância;
Refletir sobre a violência cometida em nome da fé;
Despertar no aluno o interesse pelo conhecimento das varias crenças;
Promover a reflexão e a discussão sobre a religião afro-brasileira;
Reconhecer a riqueza da formação cultural;
Despertar no aluno o interesse em grandes pensadores e filósofos que estudam
esse tema;
Refletir em sala de aula sobre as maneiras possíveis de se construir uma
sociedade mais justa e solidária;
Superar através do conhecimento, o preconceito e discriminação de qualquer
crença;
A não admissão do uso de tempo/espaço escolar para legitimar uma
manifestação do sagrado em detrimento de outra, sendo que escolar não é um espaço
de evangelização, de expressões e de ritos;
Entender as diferentes manifestações do sagrado como foco do fenômeno
religioso;
Despertar no aluno o interesse sobre o universo cultural de diferentes grupos
étnicos sociais;
Analisar e compreender o sagrado como o cerne da experiência religiosa do
cotidiano que contextualiza-se no universo cultural;
Refletir durante as aulas a base cultural sobre o sagrado e promover a
discussão englobando as relações entre as diversas culturas que permeiam o Brasil.
95
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
QUINTA E SEXTA SÉRIES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de Ensino Religioso
estabelecem como conteúdos estruturantes:
• Paisagens Religiosas – relações estabelecidas pelos diferentes povos entre a
paisagem e a religião;
• Símbolo – símbolos gráficos que representam as diversas religiões, com seus
simbolismos e significados;
• Texto Sagrado – documentos escritos que guardam e transmitem a história,
as tradições e os preceitos de cada religião.
A partir destes conteúdos estruturantes foram elencados os seguintes
conteúdos específicos:
• Conceito sobre religião;
• Convivência na diversidade (relacionamentos com o outro permeado pela
alteridade e respeito às diferenças);
• As diversas religiões;
• Catolicismo;
• Islamismo;
• Hinduísmo;
• Conceitos de Candomblé;
• Conceitos de Umbanda;
96
• Reconhecimento da singularidade de cada um;
• Festividades religiosas;
• Conceitos de espiritualidade;
• Conceitos de doutrina;
• Valorização de si mesmo e do outro;
Superação de preconceitos;
Construção do dialogo inter-religioso;
Manifestações culturais;
Direitos humanos;
Liberdade de culto;
Movimentos religiosos;
Ética e moral cristã;
Lugares Sagrados.
97
A Educação Ambiental será abordada no sentido de conscientização e
preservação do meio ambiente, enfocando sua essencial importância para a vida de
todos os seres.
A Educação do Campo é um assunto de grande importância, por identificar-se
como uma cultura e forma de vida diferenciada e que deve ser valorizada, porque o
meio rural é a base estrutural de toda uma sociedade. E também para a valorização e
auto-afirmação de nossos educandos, uma vez que a nossa escola é composta pela
maioria de alunos vindos do campo.
A sociedade brasileira surgiu da miscigenação de muitas raças. Uma delas é a
africana, a qual representa grande parte da população. Portanto é indispensável o
estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana para que nossos alunos
conheçam suas origens e a partir daí possam valorizá-la, diminuindo assim, atitudes
de discriminação..
98
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Uma das tarefas da escola é fornecer instrumentos de leitura da realidade e
criar as condições para melhorar a convivência entre as pessoas, através do
conhecimento construir os pressupostos para o diálogo. O papel da religião é central
na construção da visão coletiva e individual das realidades, nos processos de
identificação e distinção de indivíduos e grupos ao longo da história.
Procura-se superar a tradicional aula de religião que era de forma catequética e
de doutrinação para uma relação de credos e abrir perspectiva de um verdadeiro
ensino.
Instruir é a tarefa especifica da escola, educar instruindo, sem excluir horizontes
dos valores étnicos, no sentido de que faz parte da instrução educativa o
conhecimento completo dos modelos de vida e dos sistemas de significado, como faz
parte da formação das virtudes da mente a capacidade de juízo critico sobre o
universo cultural.
Propor aos alunos exercícios de construção de painéis e também cartazes sobre
po significado do termo crença, utilizando-se de desenhos e foto-colagem a fim de
refletir sobre a realidade de sermos diferentes.
Elaborar textos coletivos que discutam sobre as diferenças religiosas, sobre a
intolerância da sociedade e sobre o sagrado em linguagem pedagógica.
Abordar a trajetória histórica das sociedades sem se manter preso ao aspecto
histórico, promovendo no educando o substrato religioso que colabore com a
formação do indivíduo na sociedade.
99
AVALIAÇÃO
A avaliação será diagnostica e processual, respeitando a maneira singular de
pensar do educando sobre a disciplina de Ensino Religioso.
Viabilizar reflexão e debates sobre os temas propostos da disciplina, procurando
ressaltar a opinião do aluno, apontando a necessidade de discussão sobre a
diversidade étnica-cultural em especifico no Brasil.
Determinando assim uma avaliação democrática que incentiva o dialogo para
melhor execução dos trabalhos com os alunos.
Devido às especificidades da disciplina e ao fato da mesma ser de matrícula
facultativa, as avaliações realizadas incidirão principalmente sobre o relacionamento
dos educandos entre si e não apenas sobre a aquisição de conteúdos. Não haverá a
necessidade de Recuperação de Estudos porque não há reprovação na disciplina
devido às especificidades da mesma.
100
REFERÊNCIAS
BACHA, F. I. Ensino Religioso na Escola publica de As Paulo. Curitiba. IESDE, 2000.
CIRCULO DE COOPERAÇÃO DO URI. Coordenadora: Loures Bueno , Regina Maria.
Impressão Gráfica da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, 2005.
CORREIA, Iara Toscano. O CASO JOÃO RELOJOEIRO, um santo popular. Uberlândia, ED.
EDUFU, 2004.
CISALPINO, Murilo. Religiões. São Paulo. ED. Scipione Ltda. 1994.
COSTELLA, Domênico. O Fundamento Epistemológico do Ensino Religioso. In Junqueira,
Sérgio; WGNER, Raul (org.) O ensino religioso no Brasil, Curitiba: Champagnat, 2004.
DIRETRIZES CURRICULARES DE ENSINO RELIGIOSO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL.
Versão Preliminar. Secretaria do Estado da Educação. 2006.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo. Martins
Fontes. 1992.
HELLERN, Wictor. O livro das religiões. São Paulo, Companhia das Letras. 2000
MANOEL, Ivan. Igreja e educação feminina 1859 – 1919 uma face do conservadorismo
ED. UNESP. 1996.
PARÂMETRS CURRICULARES NACIONAIS, Ensino Fundamental. Brasília/ MEC 1998.
101
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Embora o estabelecimento da Geografia como ciência tenha ocorrido somente
no século XIX, desde a Pré-História o conhecimento geográfico faz parte da vida dos
seres humanos, pois estes “organizam-se em sociedade e vão produzindo sua
subsistência, produzindo com isso seu espaço, que vai se configurando conforme os
modos culturais e materiais de organização dessa sociedade” (CAVALCANTI, 2005, p.
11).
Os povos pré-históricos, caçadores e coletores, já observavam a dinâmica das
estações do ano e a relacionavam com o ciclo reprodutivo da natureza para realizarem
suas migrações, em busca dos frutos e da caça. Mesopotâmios e egípcios, povos
agricultores, tinham conhecimento das variações climáticas, da alternância entre
período seco e período chuvoso. O conhecimento da direção, da constância e da
dinâmica dos ventos foi fundamental para os povos navegadores, como os polinésios.
Coube aos gregos, na Antiguidade, a primazia do registro sistemático dos
conhecimentos geográficos acumulados até então, em obras como os Périplos e a
Odisséia. Os romanos, e posteriormente os árabes na Idade Média, foram herdeiros e
disseminadores da cultura grega pela Europa, norte da África e Oriente Médio. Nesses
períodos, os conhecimentos geográficos eram relacionados à descrição e organização
dos espaços conquistados, ao estabelecimento de meio de comunicação e vias de
transporte para o comércio, à elaboração de mapas; às discussões a respeito da forma
e tamanho da Terra e da distribuição de terras e águas, aos estudos sobre as
condições climáticas, relacionando-as ao aproveitamento agrícola, entre outros.
No final da Idade Média e início da Idade Moderna, as Grandes Navegações e
Descobrimentos levaram à ampliação do conhecimento geográfico, inventariando e
catalogando dados sobre os continentes e oceanos, os territórios coloniais, suas
riquezas naturais e aspectos humanos, tudo com vistas à sua exploração. Os
102
conhecimentos geográficos encontravam-se dispersos e desconexos em áreas de
conhecimento das quais viria, posteriormente, a servir-se a Geografia, como a
Astronomia, a Botânica, a Biologia, a Climatologia entre outras.
No século XIX, já na Idade Contemporânea, a Geografia foi sistematizada e
reconhecida como ciência e ramo autônomo do conhecimento humano. Essa
sistematização ocorreu na Alemanha, como imposição da necessidade burguesa de
unificar e industrializar o país e justificar seu expansionismo no continente europeu, e
na França, para fazer frente à escola alemã e justificar o imperialismo francês na
África e na Ásia.
Assim, a sistematização da Geografia, sua colocação como ciência particular e
autônoma, foi um desdobramento das transformações operadas na vida social, pela
emergência do modo de produção capitalista. No entanto, essa sistematização ocorreu
no final do processo de consolidação do capitalismo em determinados países europeus
[Alemanha e França], quando a prática da burguesia, então dominante, objetivava
justificar e manter ordem social existente (MORAES, 2002).
Para tanto, foi necessária a existência de pressupostos histórico/materiais -
conhecimento efetivo da extensão real do planeta; existência de um repositório de
informações, sobre variados lugares da Terra; aprimoramento das técnicas
cartográficas – e pressupostos filosófico/científicos - correntes filosóficas que
propunham explicações abrangentes do mundo e a compreensão dos fenômenos do
real; o pensamento político iluminista; a Economia Política, o Evolucionismo.
Desde os primórdios de sua criação como ciência, a Geografia tem passado
por mudanças teórico-metodológicas e a constante redefinição de seu objeto de
estudo e ensino. Se em princípio essas mudanças eram creditadas principalmente à
sua subordinação aos interesses hegemônicos, atualmente, em face da revolução
técnico-científica em curso, é importante que se considere que também a
Geografia, assim como vários outros ramos do conhecimento humano, atravessa
um período de profundas transformações.
Nesse sentido cabe ainda reconhecer o caráter histórico das sociedades
humanas, do conhecimento científico e das relações travadas entre estes dois
elementos. Nas palavras de Paulo Freire, reconhecer “a historicidade do
conhecimento, a sua natureza de processo em permanente devir. Significa
reconhecer o conhecimento como uma produção social, que resulta da ação e
reflexão...” (2003, p. 09).
103
Apesar do aparente fim do socialismo dito real e da ausência de um modelo
sócio-político-econômico que contraponha-se ao neoliberalismo vigente, o referencial
teórico-metodológico da Geografia tem-se consolidado, como demonstram os
trabalhos de diversos autores (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEF, 2005 ),
com a utilização do materialismo histórico e dialético.
É importante lembrar que não existe neutralidade política no processo de
ensino-aprendizagem, sendo este também um ato político daqueles que dele
participam. Nesse sentido, fica explícita a elaboração e aplicação deste como uma
forma de analisar e pensar, criticamente, a estrutura social hegemônica existente,
visando à sua superação.
Não devemos deixar de observar a relação entre a “produção [e a reprodução]
histórica do saber como uma ‘verdade’ que justifica uma relação de poder” (GOVERNO
DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM, 2005 p. 05), e ainda, que educação e política
são “práticas distintas, mas que ao mesmo tempo não são outra coisa que senão
modalidades específicas de uma mesma prática: a prática social. Integram, assim, um
mesmo conjunto, uma mesma totalidade” (SAVIANI, 2003, p. 85).
O objeto de estudo e ensino da Geografia, atualmente definido como o Espaço
Geográfico, é conceituado por Lefebvre e Santos como o espaço “produzido,
apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais e técnicos) e
ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-relacionados” (apud
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/SUED, 2006 p. 14) e por Milton Santos
como espaço
“formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório,
de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados
isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No
começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao
longo as histórias vão sendo substituídas por objetos técnicos, mecanizados
e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a
funcionar como uma máquina” (1996, p. 51).
104
E ainda “o espaço geográfico deve ser considerado como algo que participa
igualmente da condição do social e do físico, um misto, um híbrido” (SANTOS, 1996, p.
70).
O Espaço Geográfico, como objeto de estudo e ensino, é considerado como
produto da ação humana, através do trabalho social, no meio. Tal relação só pode ser
compreendida através do estudo do próprio meio e das necessidades e da capacidade
de apropriação de cada sociedade, no decorrer do processo histórico. Ao converter a
Natureza em um conjunto de objetos que seleciona à medida que desenvolve os
meios de utilizá-los, atribuindo-lhes valor, o Homem transformou-a em Segunda
Natureza, apropriando-se dela em um ato social.
A intervenção coletiva do homem na natureza objetivando a satisfação de suas
necessidades, o trabalho social, é o elo de ligação entre o homem e a própria
natureza. Não cabe a distinção entre o físico e o humano, pois a ação humana sobre a
superfície terrestre se faz presente em todas as partes. Nas palavras de Jecohti;
Filizola “a presença do homem é um fato em toda a face da Terra, e a ocupação que
não se materializou é, todavia, politicamente existente” (1992, p. 100).
Seguindo esse princípio, para compreender o meio é necessário entender a
interdependência de todos os seus elementos. Para compreender a organização
espacial faz-se necessário entender as relações sociais que ocorrem nesse mesmo
espaço, através dos processos de trabalho e satisfação das necessidades humanas.
Compreender o Espaço Geográfico é compreender as relações meio-sociedade e todas
as suas correlações inerentes e decorrentes.
Para compreensão do Espaço Geográfico faz-se necessário o domínio dos
conceitos de lugar, paisagem, região, território, natureza e sociedade (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ – SEED/SUED, 2006; CAVALCANTI, 2005).
O lugar é definido como “o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a
identidade permanecem presentes [e revela] especificidades, subjetividades,
racionalidades próprias do espaço local” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ –
SEED/SUED 2006, p. 18). No lugar ocorrem as relações pessoais e as experiências
afetivas, daí que são significados com positivos e negativos, bons e maus
(CAVALCANTI, 2005, p. 93)
A paisagem, de acordo com Santos (1988) é “o domínio do visível, aquilo que a
vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos,
105
odores, sons etc” (p. 61) e é também “materialidade, formada por objetos materiais e
não materiais. [...] fonte de relações sociais” (p. 71-72).
É ainda a “materialização de um momento histórico” e seu real significado só
pode ser alcançado através da compreensão de sua subjetividade (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 16). Essa subjetividade da paisagem é
resultado do imaginário social, das crenças e valores, dos sentimentos das pessoas
que a constroem.
A região foi configurada, segundo Milton Santos, através de “processos
orgânicos, expressos através da territorialidade absoluta de um grupo, onde
prevaleciam suas características de identidade, exclusividade e limites” e atualmente
é o “suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizariam”
(apud GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 17).
Além disso, a região é “considerada uma entidade concreta, resultado [...] da
efetivação dos mecanismos de regionalização sobre um quadro territorial já
previamente ocupado” (CORRÊA apud CAVALCANTI, 2005, p. 103) e subdivisão, Milton
Santos, “do espaço: do espaço total, do espaço nacional e mesmo do espaço local”
(apud CAVALCANTI, 2005, p. 103).
O território pode ser nacional, regional ou local e é nele que ocorre o confronto
e a associação entre o mundo e o lugar (SANTOS apud GOVERNO DO ESTADO DO
PARANÁ/SEED-SUED, 2006, p. 19). No território ocorrem as “relações de espaço e
poder” e a “normalização das ações, tanto globais quanto locais” (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 19). Os territórios, mais do que espaços
concretos, são “relações sociais projetadas no espaço” (CAVALCANTI, 2005, p. 109).
Natureza, de acordo com Mendonça, é “um conjunto de elementos naturais que
possui em sua origem uma dinâmica própria que independe da ação humana, mas
que, na atual fase histórica do capitalismo acaba sendo reduzido apenas à idéia de
recursos” (apud GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 20).
A sociedade é “aquela que produz um intercâmbio com a natureza,
transformando-a em função de seus interesses econômicos e ao mesmo tempo sendo
influenciada por ela, criando desta forma, seus espaços de acordo com as relações
políticas e as manifestações culturais” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED
2006, p. 21).
106
Também conceitos como estado, nação, cultura, imperialismo, dependência,
centro, periferia, marginalidade (CAVALCANTI, 2005, p. 16), entre outros, são
importantes para a compreensão do espaço geográfico mundial contemporâneo.
É fato pacificamente aceito que estamos em meio à Terceira Revolução Técnico-
Científica ou Revolução Informacional. Esta revolução é impulsionada, entre outros:
pela aplicação intensiva da informática aos processos produtivos; pela crescente
automatização/robotização da produção; pela capacidade cada vez ampliada de
intervenção da humanidade na Natureza; pela crescente interdependência produtiva e
de consumo entre as diversas partes do planeta, propiciada pelo desenvolvimento dos
meios de transporte e de comunicação.
Emerge daí o meio técnico-científico-informacional, expresso em regiões onde
ocorre o adensamento de meios de transporte, comunicação, centros de pesquisa,
produção e consumo avançados e as transnacionais, conglomerados produtivos que
representam a vanguarda e são a mola propulsora deste período histórico, com
operações e atuação descentralizadas pela maior parte do planeta, explorando,
produzindo e/ou comercializando em cada lugar de acordo com a melhor relação
custo/benefício econômica e política.
Por mais paradoxal e redundante que seja, vale lembrar que neste momento
histórico a capacidade produtiva existente é tão grande, que é capaz de fazer frente à
satisfação das necessidades de toda a humanidade. Os avanços da informática,
robótica, medicina, biotecnologia e de tantos outros ramos do conhecimento humano,
no entanto, estão postos à serviço de uma pequena parcela da população mundial,
concentrada nos países do norte, ricos, desenvolvidos, centrais e pulverizada nas
pequenas elites dos países do sul, pobres, subdesenvolvidos, periféricos.
À imensa maioria da população mundial reservam-se os resquícios e resíduos do
desenvolvimento técnico-científico-informacional alcançado, ou nem isso, e o papel de
produtores da riqueza de uns poucos, expropriados que são de seus recursos naturais,
de sua força de trabalho e de seu potencial intelectual.
O atual momento histórico de desenvolvimento das forças produtivas do
capitalismo, entendido este como sistema econômico-social-político hegemônico,
propõe diversos desafios que definirão o futuro do planeta Terra e da própria
Humanidade. Dentre eles, destacam-se:
107
• o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e a difusão do modelo de
sociedade de consumo, que exercem uma pressão insustentável sobre os
recursos naturais e as fontes de energia em uso, alterando o equilíbrio
climático-ecológico do planeta;
• a revitalização e maximização das relações de exploração e dominação entre
ricos e pobres, em escalas local, nacional, regional e mundial, que nega à
considerável parcela da Humanidade o acesso aos benefícios científicos e
tecnológicos existentes e mesmo a satisfação de necessidades básicas como
alimentação, educação, saúde e saneamento entre outros.
Diante destes e outros desafios, a apreensão do conhecimento geográfico da
totalidade entre humanidade e natureza, espaço e sociedade, mediados pelo trabalho
social, torna-se uma necessidade premente e inadiável, objetivando o
desenvolvimento da capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente a realidade, para melhor compreendê-la e identificar as possibilidades de
transformação no sentido de superar suas contradições.
108
OBJETIVOS GERAIS
Propiciar aos educandos a capacidade de observar, interpretar, analisar e
pensar criticamente o Espaço Geográfico - com suas relações sócio-espaciais - para
melhor compreendê-lo, identificando e atuando sobre as possibilidades de
transformação no sentido de superar seus conflitos e contradições a partir da
construção de suas próprias interpretações e representações;
Compreender o ambiente natural e social, o sistema político, a tecnologia e os
valores que fundamentam nossa sociedade;
Apropriar-se de noções geográficas sobre os diferentes recortes territoriais do
planeta, tais como os continentes, os países e os elementos físicos e humanos que os
compõem;
Perceber a relação entre meio e sociedade, tendo como elo de ligação o
trabalho social;
Analisar historicamente a formação das diversas configurações espaciais -
localizações, estruturas e processos - em escalas local, regional, nacional, e global;
Conceituar os tipos de sociedade, as maneiras e modos como estas apropriam-
se da natureza, a idéia de organização e produção do espaço;
Abordar o homem como ser biológico – elemento integrante da natureza - e
social - pertencente à sociedade e, dentro desta, à esta ou àquela classe social;
Apreender o espaço geográfico como uma totalidade que envolve o espaço e a
sociedade, a natureza e a humanidade;
Compreender a interdependência entre os diversos elementos e os impactos
ambientais provocados pela ação humana;
Desenvolver, especificamente, as capacidades de leitura, interpretação, análise,
elaboração e produção de produtos cartográficos (mapas e cartas), tabelas e gráficos;
e, de modo geral, as capacidades de observar, localizar, relacionar, compreender,
descrever, expressar e representar;
109
Possibilitar o acesso ao conhecimento científico socialmente construído e
historicamente acumulado;
Capacitar a posicionar-se, manifestar-se e atuar frente às diversas e variadas
situações, inclusive no controle democrático da esfera pública.
110
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de Geografia para a Educação
Básica (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006) estabelecem como
Conteúdos Estruturantes:
• Dimensão econômica da produção do/no espaço;
• Geopolítica;
• Dimensão sócioambiental;
• Dinâmica cultural e demográfica.
Conteúdos Estruturantes são “os saberes e conhecimentos de grande amplitude
que identificam o organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,
considerados basilares e fundamentais para a compreensão do seu objeto de estudo e
ensino”, [...] “demarcando e articulando o que é específico do conhecimento
geográfico escolar” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 23).
No conteúdo estruturante Dimensão econômica da produção do/no espaço é
abordado como os seres humanos, através do trabalho em sociedade, apropriam-se
do meio natural para satisfação das suas necessidades e acumulação de riqueza. Essa
apropriação ocorre a partir da transformação e/ou destruição do meio natural,
resultando na criação do Espaço Geográfico, envolvendo aspectos sócioambientais,
políticos, econômicos e culturais (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED
2006, p. 25, 26 e 27).
Geopolítica, enquanto conteúdo estruturante, trata de temas como: os rumos
do Estado-Nação no presente século; as possibilidades de confrontos ou crises
políticas, econômicas e/ou diplomáticas; as estratégias para os grupos manterem-se
ou tornarem-se hegemômicos na apropriação do Espaço Geográfico; a ocupação
[racional ou não] dos ambientes naturais (ALFLEN 2006, p. 15), relacionando
“episódios passados e presentes [e] concretizando a inter-relação entre espaço e
poder” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 27) econômicas e
sociais sobre o território.
A Dimensão sócioambiental, enquanto conteúdo estruturante, relaciona-se
principalmente com a interdependência das relações entre as sociedades humanas –
111
aspectos econômicos, sociais e culturais - e o meio natural – componentes físicos,
químicos e bióticos – superando a visão dicotômica meio ambiente versus seres
humanos. Para tanto, torna-se fundamental “compreender tanto a gênese da dinâmica
da natureza, quanto sua transformação em função da ação humana e sua participação
na constituição da fisicidade do Espaço Geográfico” (GOVERNO DO ESTADO DO
PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 31), observando ainda aspectos como a pobreza, a fome,
o preconceito e as diferenças culturais que se fazem presentes nesse espaço.
O conteúdo estruturante Dinâmica Cultural e Demográfica analisa o Espaço
Geográfico a partir de relações sócio-culturais e aspectos demográficos como
constituição, distribuição e mobilidade das populações. Permite a compreensão, no
contexto contemporâneo, da circulação de informações, mercadorias, capitais,
pessoas e modos de vida destacando, nesse último aspecto, as culturas de massa e
de resistência (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 32, 33 e 34).
A seguir estão elencados os conteúdos específicos por série, destacando que no
momento da aula os mesmos receberão as “ênfases específicas de cada conteúdo
estruturante”, não ocorrendo, no entanto, a “separação das abordagens, pois na
realidade concreta as dimensões socioambiental, cultural e demográfica, econômica e
geopolítica [...] não se separam, mas se intercruzam o tempo todo” (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 35 e 36).
Convém ainda ressaltar que a mediação entre o Espaço Geográfico - objeto de
estudo e ensino – com os conteúdos estruturantes ocorre através da apreensão dos
conceitos de sociedade, natureza, território, região, paisagem e lugar, entre outros
(GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 24).
112
QUINTA SÉRIE
Elementos e instrumentos da Geografia:
• Orientação, localização e representação do espaço;
• Origens do Universo, do Sistema Solar, do Planeta Terra e da Vida;
• Elementos naturais do planeta Terra;
• Paisagens natural, cultural e geográfica;
• Sociedade e Trabalho.
SEXTA SÉRIE
O espaço geográfico brasileiro e paranaense
• Unidades da federação e regionalizações;
• Localização no globo terrestre;
• Elementos naturais;
• Navegações, Apropriações e Colonizações;
• Origens e formação do povo e construção do espaço geográfico;
• Brasil contemporâneo.
SÉTIMA SÉRIE
O espaço geográfico americano
• Regionalizações: física, lingüístico-cultural e socioeconômica;
• Localização no globo terrestre;
• Navegações, Apropriações e Colonizações;
• América Latina – origens e formação do povo e construção do espaço geográfico;
• América Anglo-Saxônica - origens e formação do povo e construção do espaço
geográfico.
113
OITAVA SÉRIE
Os espaços geográficos europeu, africano, asiático, oceaníaco e polar.
Europa;
África
Ásia;
Oceania;
Regiões Polares.
A Educação Ambiental será abordada através do conteúdo estruturante
Dimensão Sócioambiental na maioria dos conteúdos específicos da disciplina e em
projetos que envolvam a questão ambiental.
A temática História e Cultura Afro-Brasileira será abordada nos estudos sobre a
origem e formação da população brasileira, a construção do espaço geográfico
brasileiro, a África e sua inserção na economia mundial, a situação dos afro-brasileiros
na sociedade contemporânea.
A Educação do Campo será abordada nos conteúdos específicos e estruturantes
através dos eixos temáticos: Trabalho - divisão social e territorial; Cultura e Identidade;
Interdependência campo-cidade, questão agrária e desenvolvimento sustentável;
Organização política, movimentos sociais e cidadania.
114
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Metodologicamente, reconhece-se a necessidade de garantir o acesso do
educando ao conhecimento social e historicamente produzido e acumulado. No
entanto, cabe valorizar o saber próprio do educando, expresso na visão do mundo em
que está inserido, pois “essa percepção [do educando] está visceralmente ligada à
experiência vivida, a um espaço que, de certa forma, a experiência vivida seleciona e
ordena” (RESENDE, 1994, p.86). Isso implica conhecer e reconhecer os aspectos
sociais, econômicos e culturais nos quais estão inseridos, como condicionantes de sua
leitura e visão de mundo.
Dentro da concepção socioconstrutivista, cabe ao educador a função de
mediador entre o educando e o conhecimento, organizando e dirigindo o processo de
ensino e aprendizagem. O educando, agente ativo da construção de seu próprio
conhecimento, interage no processo a partir das condições que lhe são próprias e
daquelas que lhe são oferecidas.
São priorizadas as atividades mental e física – aulas de campo e de observação
- como modo de: estimular a participação do educando no processo de ensino e
aprendizagem; promover sua interação com mundo dos objetos; desenvolver as suas
capacidades de observar, localizar, relacionar, compreender, descrever, expressar e
representar (CAVALCANTI, 2005, p. 145).
Situações de interação - atividades em grupo e coletivas com elementos da
classe, da escola e da comunidade - são proporcionadas para estimular a cooperação
entre os agentes do processo de ensino e aprendizagem. A interação permite também
o estabelecimento de uma relação dialógica entre educandos, educadores e a própria
sociedade, promovendo a auto-reflexão e a sócio-reflexão dos agentes envolvidos.
Os elementos básicos da mediação entre conhecimento, educando e educador,
são o livro didático, utilizado de forma crítica e seletiva, mapas, globos, atlas, matérias
jornalística de diversos meios (televisão, jornal impresso, revistas, internet etc),
multimídias/meios, audiovisuais diversos (filmes, documentários, comerciais etc),
observações e pesquisas in loco, linguagens diversificadas como textos e obras
literárias, poesia, pinturas e outras expressões das artes plásticas, músicas, histórias
em quadrinhos, caricaturas, charges, fotografias, transparências, entre outras.
115
O processo de ensino e aprendizagem terá momentos diversificados como, por
exemplo: exposição e explicação de conteúdos; diálogos; atividades individuais, em
grupo e coletivas; exercícios de compreensão e fixação, de crítica e reflexão;
observação e reconhecimento do espaço geográfico; observação de audiovisuais;
produção de textos, mapas temáticos, maquetes e outras formas de expressão;
dramatizações, jogos e simulações; avaliações, entre outros.
116
AVALIAÇÃO
A avaliação caracteriza-se por ser uma constante que perpassa todo o processo
de ensino e aprendizagem. Tem como objetivos principais avaliar qualitativamente o
processo de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento do educando e a atuação do
educador permitindo, a partir dos resultados obtidos, a melhoria constante do
processo.
Terá caráter diagnóstico, permitindo a recuperação dos conteúdos e adequação
dos processos e objetivos; contínuo, estendendo-se durante todo o processo de ensino
e aprendizagem; e diversificado, abrangendo todos os aspectos e ações do processo
de ensino e aprendizagem.
Para tanto, os objetivos a serem alcançados por educandos e educadores
deverão ser e estar claros e precisos, bem como o tempo e os meios necessários
através dos quais eles serão realizados.
As capacidades de refletir, de criticar, de sintetizar, de elaborar conclusões
pessoais e coletivas e a apreensão dos elementos essenciais ao desenvolvimento de
tais capacidades serão valorizadas e prevalecerão sobre a simples memorização de
conteúdos.
A avaliação privilegiará ainda os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
valorizará a multidisciplinariedade e a interdisciplinaridade dos conteúdos.
Poderão ser utilizados como instrumentos de avaliação os seguintes itens:
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção e análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas, mapas,
tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na biblioteca,
em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação em palestras e atividades culturais;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros instrumentos.
117
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
118
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120
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Geografia e ensino: textos críticos. 3. ed. Campinas: Papirus, 1994. p. 161 – 179.
121
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina tem como principal objetivo despertar reflexões o que se refere aos
aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais bem como ampliar as relações entre
o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico, sendo possível dessa
forma abordar os diversos temas sem a pretensão de esgotá-los.
A disciplina de História passou a ser obrigatória a partir da criação do Colégio
Dom Pedro II, no ano de 1837, nesse mesmo período houve a criação do IHGB
(Instituto Histórico Geográfico Brasileiro), que instituiu a História como disciplina
obrigatória no âmbito escolar.
A maioria dos intelectuais que elaboravam os programas escolares, os manuais
didáticos, as orientações e os conteúdos a serem ensinados, tinham a influência da
Escola Metódica e da Escola Positivista, com características da linearidade dos fatos,
abordagem política da História, uso exclusivo de documentos oficiais como única fonte
de verdade histórica e também a exarcebada valorização dos heróis.
A História aplicada nas escolas em meados do século XIX era europeizada com
a total abnegação das pessoas comuns nesse contexto histórico, até o início da
República a História terá esse caráter seletista.
A partir do governo Vargas a História do Brasil retorna aos currículos escolares
vinculado ao projeto nacionalista do Estado Novo, posteriormente nos anos de 1980 e
1990 cresceram os debates em torno das reformas na área educacional, que
repercutiram nas novas propostas do ensino de História.
O ensino de História vem se modificando ao longo dos anos de acordo com a
sociedade e suas necessidades, a análise histórica da disciplina, bem como as novas
demandas sociais para o ensino de História se apresenta como indicativo para a
elaboração de Diretrizes Curriculares na medida em que há a possibilidade de se
122
refletir a respeito dos contextos históricos em que há a valorização dos saberes do
educando sendo ele sujeito ativo desse processo.
A História, enquanto disciplina escolar, aliada as outras áreas do conhecimento,
possibilita ampliar estudos sobre as problemáticas contemporâneas situando - as nas
diversas temporalidades, servindo como arcabouço para a reflexão sobre
possibilidades e/ou necessidades de mudanças e/ou continuidades.
O ensino da História é expresso no processo de produção do conhecimento
humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a
interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão
da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não significa relativismo
teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou interpretações para um
determinado fato, algumas delas são mais válidas historiograficamente do que outras.
Esta validade é constituída pelo estado atual da ciência histórica em relação ao seu
objeto e ao seu método. O conhecimento histórico possui formas diferentes de
explicar seu objeto de investigação, construídas a partir das experiências dos sujeitos.
A integração da História como as demais disciplinas permitem sedimentar e
aprofundar temas estudados no Ensino Fundamental, redimensionando aspectos da
vida em sociedade e o papel do indivíduo nas transformações do processo histórico,
completando a compreensão das relações entre a liberdade e a necessidade.
O papel da disciplina para esse nível de ensino e o momento histórico que se
está vivendo deve ser entendido em sua dimensão mais ampla, envolvendo a
formação de uma cultura educacional. Vive — se hoje em uma sociedade marcada
pelo domínio do mito do consumo e pelas tecnologias com ritmos de transformações
aparentemente muito acelerados e informações provenientes de vários espaços,
embora predominando os meios áudios — visuais, e ainda pela fragmentação do
conhecimento sobre os indivíduos e a vida social.
O ensino da História pode desempenhar um papel importante na configuração
da identidade, ao incorporar a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas relações
pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e
suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e com
gerações do passado e do futuro.
123
A História tem como princípio o estudo dos processos relativos às ações e as
relações humanas praticadas no tempo, bem como os sujeitos dessas ações e
relações.
124
OBJETIVOS GERAIS
Manifestar disponibilidade e interesse no intercâmbio.
Revelar preocupação com a qualidade de seus registros e na representação dos
trabalhos.
Respeitar as opiniões dos outros e buscar compreender as diferenças
Fundamentar suas opiniões.
Desenvolver a capacidade de comunicar-se
Ler e interpretar textos orais, escritos, ideográficos, videográficos de caráter
sociocultural.
Interpretar e utilizar diferentes representações (tabelas, gráficos, ícones...).
Exprimir-se oralmente usando corretamente terminologia específica da área.
Produzir textos adequados ás pesquisas e trabalhos da área, formular dúvidas e
elaborar conclusões.
Saber usar as tecnologias básicas da informação, como computadores, vídeos,
gravadores, como instrumento de apoio à pesquisa e a educação.
Promover a capacidade cognitiva, através do desenvolvimento da curiosidade e
do gosto de aprender, da confiança em si próprio, do questionamento e da
investigação.
Refletir e formular juízos sobre situações socioculturais de interesse científico ou
tecnológico com que se defrontar. Enfrentar com confiança e disposição situações
novas.
Ter iniciativas na busca de informações de que necessite responsabilizar-se por
suas iniciativas.
Manifestar desejo de aprender, despertar, gosto pela pesquisa e apreço pelo
conhecimento.
125
Aplicar os conhecimentos adquiridos na sociedade, na escola, no trabalho e em
outros contextos relevantes para sua vida.
Entender o impacto das tecnologias associadas às ciências humanas sobre sua
vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e sua
vida social.
Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a Sociedade, a economia, as práticas
sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e
protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal,
social, política, econômica e cultural.
Inserção dos conteúdos de: História e Cultura Afro-Brasileira com base na Lei n.
10.639 de 09 de janeiro de 2003; História e Cultura Paranaense com base na Lei n.
13.381 de 18 de dezembro de 2001.
Trabalhar conteúdos dando ênfase à educação ambiental.
126
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de História estabelecem como
conteúdos estruturantes:
Política;
Econômico-social;
Cultural.
Os conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos construídos
historicamente e considerados fundamentais para a compreensão do objeto e
organização dos campos de estudos de uma disciplina escolar. Os conteúdos
específicos a seguir elencados são derivados destes conteúdos estruturantes, que os
permeiam.
QUINTA SÉRIE
- A pré-história
- As Sociedades da Antigüidade Oriental
- As Sociedades Antigas Clássicas
- A formação dos reinos bárbaros
- O império bizantino
- O império Árabe
SEXTA SÉRIE
- O império Árabe
- O sistema feudal
- A crise do Sistema feudal
127
- As Monarquias medievais
- A expansão marítimo-comercial européia
- Os europeus chegam à América
- O Renascimento
- As Reformas religiosas
SÉTIMA SÉRIE
- Expansão marítimo-comercial européia
- Economia canavieira
- Administração colonial
- O Estado absolutista
- A Inglaterra e a onda revolucionária do século XVII
- Revolução industrial Inglesa
- O Brasil espanhol
- A mineração no Brasil
- Como que o Brasil ficou assim
- Revolução Norte-americana
- O Iluminismo e o despotismo esclarecido
- A Revolução Francesa
- O Império Napoleônico
- As rebeliões anticoloniais
- A formação dos Estados latino-americanos
- A colônia virou Estado
128
- Primeiro Reinado
- Um Império sem Imperador: a Regência
- Com sangue também se escreveu a nossa história
- E eles queriam que D. Pedro fosse II
- A Guerra do Paraguai
- A Europa do século XIX
- Os Estados Unidos no século XIX.
OITAVA SÉRIE
- O imperialismo europeu e o neocolonialismo
- O Brasil rumo ao progresso
- Cai a monarquia: “Viva a República”
- Os novos donos do poder
- À margem do poder: os excluídos
- O mundo da indústria: expansão e consolidação no século XIX
- A Primeira Grande Guerra (1914-1918): choque de Imperialismo
- A revolução Russa
- No tempo dos cafeicultores
- O período entre – guerras
- A Revolução de 1930 e a Era Vargas
- A Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
- O populismo no Brasil
- A Guerra Fria
129
- A descolonização da África e da Ásia
- A Revolução socialista da China
- O Regime Militar
- A Nova República
A Educação Ambiental será abordada na disciplina comparando como as
civilizações antigas e as sociedades atuais se relacionam com o meio ambiente. Além
disso, poderão ser realizados trabalhos interdisciplinares, pesquisas de campo,
palestras, fóruns, seminários e outros.
A cultura afro-brasileira e africana será abordada no contexto histórico a partir
do início da escravidão no Brasil, possibilitando aos alunos conhecerem a contribuição
e participação dos negros na construção da sociedade. Contribuindo para a formação
do cidadão reflexivo, ativo e responsável, visando a construção de um mundo mais
humanizado, minimizando o preconceito racial.
A Educação do Campo será abordada na disciplina de História comparando com
as civilizações antigas e as sociedades atuais a relação campo-cidade e a importância
do campo nas sociedades atuais.
130
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No ensino de história é indispensável para o professor criar uma relação com o
conhecimento já adquirido pelo aluno, buscando relacionar esses conhecimentos com
a realidade e com o cotidiano de cada indivíduo. A história que se pretende resgatar é
a história como ciência, com um método novo que determina um caminho renovado
para a produção e a transformação do conhecimento histórico.
Os procedimentos metodológicos a serem utilizados na disciplina de história
compreendem também a interdisciplinaridade principalmente na área de ciências
humanas.
Nessa perspectiva devem ser feitas seleções de conteúdos, o que possibilita
ainda, que o aluno venha a elaborar um raciocínio histórico.
Para melhor satisfazer os objetivos pressupostos pela disciplina faz-se uso
também de debates e seminários.
Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se
mutuamente, pois o tratamento das questões trazidas pelas temáticas, expõe as inter-
relações entre os objetivos de conhecimento.
Lembrando que os conteúdos propostos serão articulados entre si para um
maior entendimento da realidade onde este inserido o aluno.
131
AVALIAÇÃO
No processo de avaliação é importante considerar o conhecimento prévio, as
hipóteses e os domínios dos alunos e relacioná-los com as mudanças que ocorrem no
processo de ensino e aprendizagem. O professor deve identificar a apreensão de
conteúdos, noções, conceitos procedimentos e atitudes como conquistas dos
estudantes, comparando o antes, o durante e depois. A avaliação não deve mensurar
simplesmente fatos ou conceitos assimilados.
Deve intervir no caráter diagnóstico e possibilitar ao educador avaliar o seu
próprio desempenho como docente, refletindo sobre intervenções didáticas e outras
possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos.
A avaliação final é subsidiada pela avaliação contínua, pois o professor recolhe
todas as informações sobre o que o aluno aprende ao acompanhá-lo,
sistematicamente.
Considerando essas preocupações, o professor a avaliará por meio de:
Observação sistemática e acompanhamento do processo de aprendizagem dos
alunos, utilizando alguns instrumentos como, registros em tabelas, listas de controle
diário de classe e outros.
Análise das produções dos alunos considerando a variedade de produções
realizadas, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas. A
avaliação pretende ser consistente e exeqüível, mesmo sabendo dos impasses
decorrentes da mudança de enfoque e de práticas, considera-se possível aos
professores caminhar num referencial qualitativo, baseando-se na observação e no
registro.
Desenvolver a percepção do valor histórico como construção humana e o
sentido da coletividade e de cooperação de que é produto.
Interessar-se pelas realidades socioculturais de seu lugar, sua região, seu país e
do mundo, na perspectiva histórica e da tecnologia, estabelecendo as inter-relações
entre os fenômenos.
Trabalhar em grupo partilhando saberes e responsabilidades.
132
Intervir na dinamização de atividades e participar da busca e elaboração de
resolução de problemas da comunidade em que se insere.
Compreender e utilizar história como elemento de interpretação e intervenção
tecnológica e como conhecimento sistemático de sentido prático.
Utilizar elementos e conhecimentos tecnológicos e científicos para diagnosticar
e analisar questões ambientais.
Associar conhecimentos científicos e tecnológicos em suas relações recíprocas.
Reconhecer o sentido histórico das tecnologias sociais, identificando o papel das
mesmas na sociedade em diferentes épocas e sua potencialidade de transformar o
meio.
Serão feitas atividades coletivas como:
• Realização de trabalhos e provas;
• Conversas: a conversação é uma técnica importante para o desenvolvimento da
atenção, observação e espírito crítico dos alunos. Por meio dela, eles vão expor
o que pensam sobre os vários temas abordados. Também contribui para o
aprendizado do comportamento em grupo;
• Debates: os temas escolhidos para os debates em sala de aula deverão ser
previamente preparados pelos alunos, sob a orientação do professor. Os
debates deverão ocorrer de forma organizada e alguns critérios de
comportamento deverão ser preestabelecidos;
• Entrevistas: esta técnica poderá ser realizada individualmente ou em grupo O
tema da entrevista poderá ser sugerido pelo professor ou pelos alunos, sempre
relacionado com o tema que está sendo trabalhado;
• Visitas e excursões: as visitas e excursões necessitam de preparação prévia.
Será organizado um roteiro do que deverá ser observado pelos alunos e, estes,
após, deverão apresentar um relatório;
• Jornal falado: a classe poderá ser dividida em grupos para reproduzir o jornal
falado. Os temas escolhidos devem estar sempre relacionados ao que está
133
sendo estudado. Podem ser atuais, de ordem política, econômica ou social, com
o objetivo de inserir o aluno na realidade.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
134
REFERÊNCIAS
COSTA, Maria Cristina Castillo. Sociologia. Introdução a Ciência da Sociedade. Ed.
Moderna. São Paulo. 1987
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. Ed. Saraiva. São
Paulo. 1993.
COTRIM, Gilberto. História do Brasil. Volume Único 2º Grau. Ed. Saraiva. São Paulo.
1990.
NADAI Elza. História Geral. Volume Único. 2º Grau. Ed.Saraiva. São Paulo. 1987.
ABREU, Marta; SOIHET, Rachel (orgs.) Ensino de História: conceitos, temáticas.
E metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.) Domínios da História.
Campinas: Campus, 1997.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEF. Diretrizes Curriculares de História –
Ensino Fundamental. Curitiba [?] 2006.
135
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas
contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da
contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção
das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que atravessam o
campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente, seus influxos, estão a
requerer, dos professores, uma mudança de posicionamento no que se refere a sua
própria ação pedagógica.
Na perspectiva de superação efetiva da postura tradicional ditada pelos livros
didáticos, as Diretrizes Curriculares fundamentam o trabalho pedagógico com a Língua
Portuguesa/Literatura, considerando o processo dinâmico e histórico dos agentes na
interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que
por meio dela interagem.
A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos histórica e
socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros em suas relações
dialógicas. Como afirma Geraldi (1991, p. 6), “a linguagem não é o trabalho de um
artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os
outros que ela se constitui”.
Na linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca experiências,
compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como participante da
sociedade. Segundo Bakhtin:
A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos),
concretos e únicos que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade
humana.
136
A definição de gênero em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a dinâmica, a
fluidez, a imprecisão da linguagem, não aprisiona os textos em determinadas
propriedades formais.
O gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e é esta a
perspectiva que deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o
contato real do estudante com a multiplicidade de textos que são produzidos e
circulam socialmente.
O texto é visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se
constroem e são construídos. Todo texto é, assim, articulação de discursos, são vozes
que se materializam, é ato humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente-se a isso
que as considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da
discursividade as relações de poder estabelecidas na sociedade.
Texto configura-se não apenas como a formalização do discurso oral ou escrito,
mas como evento que tem sua abrangência no antes, as condições de produção, de
elaboração, e no depois da formalização, a leitura ou, segundo Bakhtin (1986), a
atitude responsiva ativa, caracterizando o texto como evento que se concretiza
realmente na interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas nos limites
formais.
Diante do exposto, pode-se entender que as práticas da linguagem, enquanto
fenômeno de uma interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano,
potencializando, na escola, a perspectiva interdisciplinar.
Prática da oralidade
As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e apontam
diferentes caminhos. Esse trabalho precisa pautar-se em situações reais de uso da
fala, valorizando-se a produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua
como sujeito do processo interativo.
O professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que,
gradativamente, permita ao aluno não só conhecer e usar também a outra variedade
lingüística, a padrão, como também entender a necessidade desse uso em
determinados contextos sociais. Como afirma Soares (1991), é função da escola e do
professor trabalhar com o bidialetalismo, preparando o aluno para o emprego da
137
língua padrão, mas sabendo que, em situações informais, ele continuará utilizando o
dialeto que lhe é peculiar.
Prática da leitura
Entende-se a leitura como um processo de produção de sentido que se dá a
partir de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto e o
leitor.
Kleiman (2000) destaca a importância, na leitura, das experiências, dos
conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências sobre
o texto. O leitor, segundo a autora, constrói e não apenas recebe um significado global
para o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou
rejeita conclusões, utilizando estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico e
na sua vivência sociocultural (conhecimento de mundo).
O professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a
leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a
leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias
com a devida mediação do professor.
Prática da escrita
Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção acontece
(quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se
escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual tem suas
peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam conforme se
produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um texto de opinião, ou um
outro tipo de texto. Essas e outras composições precisam circular na sala de aula
como experiências reais de uso e não a partir de conceitos e definições de diferentes
modelos de textos.
Por outro lado, é preciso que os alunos se envolvam com os textos que
produzem, assumindo de fato a autoria do que escrevem. Para Kramer (1993, p. 83),
“[...]ser autor significa produzir com e para o outro. Somente sendo autor o aluno
interage e penetra na escrita viva e real, feita na história”. Ao se perceber como autor,
138
o aluno poderá aprimorar sua condição de escritor. A capacidade de escrita,
criatividade e outros fatores comumente relacionados ao ato de escrever, só se
aprende na prática da escrita em suas diferentes modalidades.
O envolvimento do aluno e do professor com a escrita, segundo Pazini (1998), é
um processo que acontece em vários momentos: o da motivação para a produção do
texto; o da reflexão, que deve preceder e acompanhar todo o processo de produção; o
da revisão, reestruturação e reescrita do texto, que acaba se constituindo, também,
em um produtivo momento de reflexão.
Análise lingüística e as práticas discursivas
Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão discursivo-
textual, o que importa não é o ensino da nomenclatura gramatical, de definições ou
regras (as quais até podem ser construídas pelo aluno, com a mediação do professor,
mas só após ele ter entendido a função das diferentes palavras ou expressões no
texto). O mais importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir,
levantar hipóteses, a partir da leitura e da escrita de diferentes textos, única instância
em que o aluno pode chegar à compreensão de como a língua funciona e à decorrente
competência textual.
Dominando as variações lingüísticas da Língua Portuguesa na prática da leitura,
da escrita e da oralidade, o cidadão brasileiro estará apto a enfrentar inúmeras
situações vivenciadas no seu cotidiano. Através da linguagem o homem se comunica,
recebe e repassa conhecimentos, divulga sua cultura, expõe seus ideais, e
principalmente, luta pelos direitos os quais lhe são negados.
Isso é possível quando na escola o educando tem oportunidade de conhecer as
diversas formas de falar e escrever, isto é, saber adequar a linguagem ao momento e
à situação por ele vivenciada. Interagindo com os colegas de classe, de escola e da
comunidade, o aluno certifica-se de seus conhecimentos, de suas capacidades,
aperfeiçoando seu potencial diante de tantas experiências para as quais é chamado.
Assim ele terá embasamento para sua vida pessoal e profissional conquistando o
respeito da sociedade e sentindo segurança para expor seu ponto de vista.
O cidadão brasileiro somente verá seus direitos (moradia, alimentação, trabalho
digno, saúde, segurança etc.) respeitados se estiver devidamente preparado para
competir com milhões de outros cidadãos. Essa oportunidade é oferecida ao estudante
139
através do Ensino da Língua Portuguesa nas escolas públicas estaduais, onde ele tem
seu jeito próprio de falar respeitado bem como o acesso a outras variações
lingüísticas, visando, dessa forma, ao aprimoramento do domínio discursivo, seja ele
oral ou escrito.
140
OBJETIVOS GERAIS
Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de
ensino:
empregar a língua oral, em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por
meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o
assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura;
refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo
de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização;
aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a
constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com
as práticas da oralidade, da leitura e da escrita.
É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes
supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da
inserção e participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e
escrita, inicia-se na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do
aluno e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua vida.
A ação pedagógica referente à língua precisa pautar-se na interlocução, em
atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou
escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes
contextos e situações.
141
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Nas quatro últimas séries do Ensino Fundamental (5ª, 6ª, 7ª e 8ª) os conteúdos
serão apresentados da mesma forma, porém a complexidade dos textos e das
atividades será adequada a cada série, não subestimando a capacidade cognitiva dos
alunos, mas considerando melhores possibilidades de relação com outras áreas do
ensino e com a realidade vivenciada.
Leitura
Leitura de gêneros textuais diversos: poesia, provérbios, histórias em
quadrinhos, tiras humorísticas, fábulas, receitas culinárias, classificados, manuais de
instrução, publicidade, crônicas, contos, notícias, reportagens; linguagem não- verbal:
fotos, telas, gestos, sinais de trânsito, charges e outros.
Oralidade
Contação de histórias, declamação de poemas, representação teatral, relato de
experiências vivenciadas, relato de um programa de TV ao qual assistiu, de um filme,
de um capítulo de novela, de uma notícia, de um texto lido(crônica, conto,
mensagem), contação de piadas, exposição de idéias a respeito de determinadas
situações.
Escrita
Produção de bilhetes, cartas familiares, receitas culinárias (reais e poéticas), de
textos descritivos (explorando a observação minuciosa de detalhes em paisagens,
habitações, pessoas, animais); produção de diários, avisos, cartões (de Natal, de
aniversário, postais), convites, lendas, acrósticos; produção de textos narrativos,
parágrafos dissertativos.
Análise linguística
142
A análise linguística será trabalhada nas três práticas discursivas (leitura,
escrita e oralidade) visando ao domínio gradativo das questões relacionadas com o
emprego da norma padrão e das demais variações lingüísticas existentes. Os alunos
serão instigados a perceber a multiplicidade de usos da língua nos textos lidos e
também de aplicá-la nas próprias produções orais e escritas, utilizando a variante
mais adequada ao interlocutor e considerando a intenção do escritor. Dessa forma,
trabalhar-se-á a norma culta sem desvalorizar a linguagem do aluno.
Literatura
No Ensino Fundamental a Literatura deve ser trabalhada de forma que possa
desenvolver no aluno o gosto e hábito pela leitura. Vencida esta etapa o professor
poderá incentivar a crítica sobre as leituras feitas a partir da socialização destas em
sala de aula. Também considera-se importante formar um sujeito capaz de sentir e de
expressar o que sentiu estabelecendo interação entre leitor e obra.
Educação Ambiental
Diante da grave situação de degradação do meio ambiente em que o mundo se
encontra, é necessária a conscientização do ser humano quanto a preservação
contínua do Planeta Terra.
A escola é o espaço ideal para se desenvolver tais atividades conscientizando o
cidadão a cuidar do mundo em que vive, preservando a natureza, evitando maiores
catástrofes. É urgente o controle da poluição do meio ambiente, o incentivo à
reciclagem, bem como o uso racional da água.
A Educação Ambiental será trabalhada na disciplina através de leituras,
produção de textos e relatos (orais ou escritos) de atividades realizadas em outras
disciplinas.
Cultura Afro-Brasileira
A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e
afirmação de direito, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente
143
apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9394/1996,
estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e
africanas, assegurando o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania,
assim como garante igual direito às histórias e culturas que compõem a nação
brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos
os brasileiros. Portanto a escola estará trabalhando na valorização da história e cultura
dos afro-brasileiros, assim comprometida com a educação de relações étnico-raciais.
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira
e africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem respeito a todos os
brasileiros uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma
sociedade multicultural e plurétnica, capazes de construir uma nação democrática.
Na disciplina de Língua Portuguesa o trabalho com a cultura afro-brasileira será
através de:
• Estudos e pesquisas de países que falam a Língua Portuguesa.
• Debates sobre textos propostos.
• Leitura, interpretação e análise de textos variados.
Educação do Campo
Os povos do campo durante muito tempo foram marginalizados, vistos como
sinônimos de atraso, ridicularizados pelo seu modo de vida e costumes. Os alunos das
escolas públicas recebem educação urbana, não sendo valorizados os conhecimentos,
hábitos e cultura do campo.
Visando à mudança dessa concepção, as Diretrtizes Curriculares orientam a
contemplação da Educação do Campo em todas as disciplinas nas escolas públicas.
Portanto, a cultura, os saberes da experiência, a dinâmica do cotidiano dos
povos do campo serão tomados como referência para o trabalho pedagógico nas
escolas públicas estaduais. Dever-se-ão levar em consideração as identidades sociais
e políticas dos povos do campo, fazendo com que os alunos vindos dessas localidades
não se sintam excluídos, vendo que é possível continuar no campo com qualidade de
144
vida, tendo seus direitos assegurados através de políticas sociais voltadas para o
campo.
Em Língua Portuguesa a Educação do Campo será inserida através de estudos e
produção de textos; pesquisas sobre costumes, tradições e fatos que significaram
mudanças nas comunidades habitadas pelos alunos vindos do campo; exposição oral
de situações vivenciadas por essas pessoas.
145
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Com os encaminhamentos a seguir não se pretende abarcar todo o trabalho a
ser desenvolvido na escola a respeito da oralidade, da escrita, da leitura e da análise
lingüística. É importante destacar que nenhuma prática é desenvolvida em sala de
aula sem que esteja subjacente a ela uma concepção teórica consistente. Para tanto,
a concepção sociointeracionista assumida nas Diretrizes Curriculares pretende uma
prática diferenciada, uma vez que considera que a língua só existe em situações de
interação e através das práticas discursivas, que assumem a língua em sua história e
funcionamento.
A seleção de conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um processo
histórico, social, detentor de um repertório lingüístico que precisa ser considerado na
busca da ampliação de sua competência comunicativa.
Prática da oralidade
Serão desenvolvidas em sala de aula atividades que favoreçam o
desenvolvimento das habilidades de falar e ouvir, como as relacionadas a seguir:
• apresentação de temas variados: histórias de família, da comunidade, um
filme, um livro etc;
• depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio aluno ou
pessoas de seu convívio;
• uso do discurso oral para emitir opiniões, justificar ou defender opções
tomadas, colher e dar informações, fazer e dar entrevistas, apresentar resumos, expor
programações, dar avisos, fazer convites etc;
• confronto entre os mesmos níveis de registros de forma a constatar as
similaridades e diferenças entre as modalidades oral e escrita;
• relato de acontecimentos, mantendo-se a unidade temática;
• debates, seminários, júris-simulados e outras atividades que possibilitem o
desenvolvimento da argumentação;
146
• análise de entrevistas televisivas ou radiofônicas a partir de gravações para
serem ouvidas, transcritas e analisadas, observando-se as pausas, hesitações,
truncamentos, mudanças de construção textual, descontinuidade do discurso, grau de
formalidade, comparação com outros textos, etc.
Prática da leitura
A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do leitor
perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de leitores, a
dificuldade advem de questões práticas internas de sala de aula, muitas vezes
conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado do ato de ler.
É importante que a leitura seja vista em função de uma concepção
interacionista de linguagem, segundo a qual busca-se formar leitores no âmbito
escolar. Como diz Bakhtin (1986), o texto deve ser entendido como um veículo de
intervenção no mundo, ao mesmo tempo em que está articulado ao modo de
produção social.
O que não pode ocorrer é que a leitura seja feita somente a partir dos livros
didátcos. O professor pode propor uma infinidade de textos, porém, a fim de
desenvolver a subjetividade do aluno, deve considerar, também, a preferência e a
opinião dele ao selecioná-los.
Algumas estratégias podem favorecer, na escola, o envolvimento com a leitura,
como: cercar os alunos de livros que possam ser folheados, selecionados e levados
para casa; proporcionar um ambiente iluminado e atrativo; organizar exposições de
livros; ler trechos de obras e expô-los em cartazes; produzir, com os alunos, um
quadro de avisos sobre o prazer de ler, ilustrado com seus temas preferidos; leitura
oral, desde poemas até histórias prediletas; o professor pode comentar com os alunos
o que está lendo e vice-versa; trazer convidados para ler e comentar sua história de
leitura com a classe; produzir coletivamente peças de teatro e dramatizações sobre
textos lidos; discutir, antes da leitura, o título e as ilustrações da história; encontrar
músicas apropriadas para o momento da leitura; criar momentos em que alunos
exponham suas idéias, opiniões e experiências de leitura; não vincular a leitura a
questionários, trabalhos puramente escritos e cansativos; organizar um clube do livro
para que os alunos se reunam para a realização de leitura extra-classe; escolher o
autor do mês ou do bimestre e trabalhar a leitura de suas obras.
147
Prática da escrita
Pensar a prática da escrita é ter em mente que tanto o professor quanto o aluno
necessitam, primeiramente, planejar o que será produzido; em seguida escrever a
primeira versão sobre a proposta apresentada e, finalmente, revisar, reestruturar e
reescrever esse texto. Havendo necessidade, tais atividades devem ser retomadas,
analisadas e avaliadas durante todo processo de ensino e de aprendizagem. É bom
lembrar que estas etapas são interdependentes e intercomplementares.
Por meio deste processo, em que o aluno cria o hábito de planejar, escrever,
revisar e reescrever seus textos, ele perceberá que a reformulação da escrita não é
motivo para constrangimento, não caracteriza que o texto ficou “errado” e, sim, que é
possível produzir textos que refletem seus pontos de vista, suas fantasias e
criatividade, através da troca de uma palavra por outra, de um sinal de pontuação por
outro, do acréscimo ou da exclusão de uma idéia etc.
Também vale lembrar que, quando há uma proposta de produção escrita, é
necessário saber quem será o leitor deste texto, quem será o seu destinatário.
Considerando que há o “outro”, a interação proposta tende a ser contemplada.
É importante garantir a socialização da produção textual, seja afixando no
mural da escola os textos de alguns alunos (neste caso, convém fazer um rodízio, para
que todos os alunos tenham seus textos no mural), seja reunindo os diversos textos
em uma coletânea, ou publicando-os no jornal da escola, por exemplo. Dessa forma,
além de se recuperar o caráter interlocutivo da linguagem, garante-se a constituição
dos autores dos diferentes textos e dos seus possíveis leitores em sujeitos do fazer
lingüístico.
Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto, podem ser
trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes, cartas, cartazes, avisos
(textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas (textos literários); notícias, editoriais,
cartas de leitor e entrevistas (textos de imprensa); relatórios, resumos de artigo e
verbetes de enciclopédia (textos de divulgação científica). Assim, essa prática
orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará a prática
da leitura.
Análise lingüística
148
O objetivo dessa proposta é formar usuários competentes da língua que,
através da fala, escrita e leitura, exercitem a linguagem de forma consistente e
flexível, adaptando-se a diferentes situações de uso.
Dessa forma, quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes tipos e
gêneros textuais, mais fácil será assimilar as regularidades que determinam o uso da
norma padrão. Vale lembrar que um texto se faz a partir de elementos como
organização, unidade, coerência, coesão, clareza, dentre outros. A questão aqui não é
se o professor pode ou não trabalhar a gramática normativa com seus alunos, mas,
em que medida ela dá conta da complexidade do texto, uma vez que se restringe aos
limites da oração. Considerando a interlocução como ponto de partida para todo o
trabalho com o texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus
aspectos funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a
importância de se considerar não só a gramática normativa, mas também outras,
como a descritiva e a internalizada no processo de ensino de Língua Portuguesa.
Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos alunos
a reflexão sobre seu próprio texto — tais como atividades de revisão, de
reestruturação ou refacção do texto, de análise coletiva de um texto selecionado e
sobre outros textos, de diversos gêneros, que circulam no contexto escolar e extra-
escolar.
149
AVALIAÇÃO
O professor pode utilizar a observação diária e instrumentos variados,
selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo, em lugar de avaliar apenas
por meio de provas. A avaliação precisa dar ao professor pistas concretas do caminho
que o aluno está trilhando para se apropriar, efetivamente, das atividades verbais — a
fala, a leitura e a escrita.
Leitura
Será avaliada a leitura silenciosa cujo entendimento será demonstrado pela
exposição oral; a leitura em tom de voz adequado ao ambiente e ao momento da
realização. A leitura de livros, jornais, revistas, histórias em quadrinhos, crônicas,
contos e outros será avaliada através da proposição, aos alunos, de questões abertas,
de discussões, de relatos ou outras atividades que permitam ao professor avaliar as
estratégias que os alunos empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto
lido e o seu posicionamento diante do tema, bem como valorizar a reflexão que o
aluno faz a partir do texto.
Oralidade
A oralidade será avaliada considerando-se a participação do aluno nos diálogos,
relatos e discussões, apresentação de trabalhos escolares, dramatização de situações;
a clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a fluência da sua fala, o seu
desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e,
de modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações.
Escrita
A produção escrita dos alunos será avaliada considerando-se o emprego da
estrutura adequada ao gênero textual escolhido e/ou solicitado; emprego da norma
padrão ou da variação lingüística adequada ao texto em questão; o emprego de
150
vocabulário persuasivo(no caso de textos argumentativos); a presença da intenção do
escritor em relação aos possíveis interlocutores; a fidelidade ao tema proposto e/ou
escolhido; a disposição dos alunos em revisar, reestruturar e reescrever os textos
sempre que necessário; pelo cuidado ao empregar recursos lingüísticos já abordados
em outras produções.
Observações
A nota será atribuída (nas três modalidades) a cada atividade desenvolvida
pelo(a) aluno(a), seja oral, escrita ou de leitura; individual ou em grupo. O valor de
cada atividade será estabelecido de acordo com o grau de dificuldade de cada uma,
proporcionando ao educando condições de somar pontos (notas), atingindo um
mínimo de 6,0 (seis) e o máximo de 10,0 (dez) pontos por bimestre.
Caso o(a) aluno(a) não consiga a nota mínima (média seis), ele(a) terá
oportunidade de fazer a RECUPERAÇÃO PARALELA a qual será ofertada de acordo (e
com a retomada) dos conteúdo(s) avaliado(s) naquele momento. Então, o(a) aluno(a)
fará uma nova avaliação desse(s) conteúdo(s). É importante lembrar que a
recuperação paralela não será bimestral; ela será ofertada após cada avaliação
realizada, se isso for necessário.
Os alunos também serão avaliados pela sua participação/colaboração nas aulas
em sala (individualmente ou em grupos); em palestras; nas atividades extraclasses;
nas apresentações; nos relatos orais; na resolução de atividades escritas; no
cumprimento das normas estabelecidas para o bom andamento das atividades e pelo
feitio dos deveres de casa.
Os/As alunos(as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada, não
com prejuízo dos conteúdos, mas com menos questões a respeito do assunto ou com
tempo maior para resolução das atividades ou produção de textos e com explicações
extras para cada questão ou atividade.
151
REFERÊNCIAS
GERALDI, João W. (org.).O texto na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Língua Portuguesa,
Versão Preliminar. Curitiba, julho/2006.
PÉCORA, Alcir. Problemas de redação. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
152
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A história da Matemática nos mostra como os povos antigos desenvolveram os
conceitos e conhecimentos matemáticos que vieram a compor a Matemática dos
nossos dias.
Com a Revolução Industrial a modernização tomou conta do mundo e com a
Matemática as mudanças não foram diferentes. As idéias reformadoras do ensino se
inseriram no contexto das discussões pelo movimento da Escola Nova, que defendia a
valorização do processo de ensino dos alunos e dava incentivo a atividades lúdicas,
atividades de pesquisa, jogos e experimentações.
Com o passar do tempo, outras tendências influenciaram e influenciam o ensino
da matemática no Brasil até os dias atuais.Por volta das décadas de sessenta e
setenta surgiu a tendência Construtivista, que defendia que o conhecimento
matemático resultava da ação interativa dos estudantes no ambiente e nas atividades
pedagógicas.
Mais tarde surge a tendência que valorizava os aspectos sócios – culturais
(SOCIO ETNO CULTURAL) onde na Matemática se destacou a ETNOMATEMÁTICA.
Posteriormente surge a HISTÓRICO – CRITICA presente até os dias atuais, que
concebia a matemática como um saber vivo e dinâmico.
No final da década de oitenta o Paraná elaborou um documento referência “
Currículo Básico da Escola Pública do Paraná”. Nessa proposta aprender matemática é
interpretar, construir seus próprios instrumentos, desenvolver o raciocínio lógico.
Com a Lei 9394 – tivemos os PCN, o qual indicava a matemática voltada para
aplicações na vida prática, minimizando o valor científico da matemática, ponto esse
alvo de muitas criticas. E por fim elaboram-se as atuais Diretrizes Curriculares que
colocam uma Matemática investigativa e de produção do conhecimento, visando a
formação de um ser humano crítico, capaz de agir com autonomia nas relações
153
sociais, bem como, também organizar os conteúdos estruturantes em 3 eixos
denominados: Números, Operações e Álgebra, Medidas, Geometria e Tratamento da
Informação.
154
OBJETIVOS GERAIS
- Formar cidadãos críticos, capazes de agir com autonomia nas suas relações
sociais, através dos conhecimentos apropriados.
- Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e
transformar o mundo a sua volta, através do interesse, curiosidade e espírito de
investigação.
- Resolver situações – problemas, sabendo validar estratégias e resultados,
desenvolvendo formas de raciocínio, procedimentos matemáticos, bem como
instrumentos tecnológicos.
- Interagir com seus colegas de forma cooperativa, trabalhando coletivamente
na busca das soluções dos problemas propostos.
- Possibilitar aos alunos análise, discussões e apropriação de conceitos e
formulações de idéias.
- Contribuir para que o estudante tenha condições de constatar regularidades
matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem adequada para descrever e
interpretar situações matemáticas e de outras áreas.
155
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes permitem aos professores darem uma uniformidade
aos conteúdos de matemática, nos diferentes níveis e modalidades de ensino das
unidades escolares do nosso estado. De acordo com as Diretrizes Curriculares de
Matemática do Ensino fundamental , os conteúdos na disciplina de matemática estão
assim apresentados: Números, Operações e Álgebra, Medidas, Geometria e
Tratamento da Informação.
A seguir, são relacionados por séries os conteúdos a serem trabalhados na
disciplina:
QUINTA SÉRIE
Números – Operações – Álgebra
- Sistema de numeração decimal;
- Números naturais e suas representações;
- As seis operações e suas inversas (Adição, subtração, multiplicação, divisão,
potenciação e radiciação);
- Números Racionais e suas representações;
- Transformação de números fracionários;
- Frações e as quatro operações;
- Expressões numéricas;
- Noções de Ângulos;
- Fatoração.
Medidas
156
- Organização do sistema métrico decimal, e do sistema monetário;
- Transformações de unidades de medidas de comprimento, massa, capacidade
e tempo;
- Perímetro, área, volume e aplicações na solução de problemas;
Geometria
- Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas;
- Planificação de figuras geométricas;
- Classificação de poliedros e corpos redondos;
- Desenho geométrico com uso de régua e compasso.
Tratamento de Informação
- Coleta e organização de dados;
- Leitura e interpretação de dados por meio de tabelas, diagramas e gráficos
(barras, colunas, setores...).
SEXTA SÉRIE
Números – Operações – Álgebra
- Sistema de Numeração Decimal;
- Números Inteiros e suas representações;
- As seis operações e suas inversas (adição, subtração, multiplicação, divisão,
potenciação, e radiciação);
- Expressões numéricas;
157
- Noções de variável e incógnita, valores numéricos;
- Equações, inequações de 1º grau;
- Noções de proporcionalidade, fração, razão, proporção;
- Grandezas diretamente e inversamente proporcionais;
- Noções de Ângulos.
Medidas
- Perímetro, área, volume, resolução de problemas.
Geometria
- Ângulos, polígonos e circunferência;
- Interpretação geométrica de equações e inequações.
Tratamento da Informação
- Coleta e organização de dados;
- Leitura e interpretação de dados por meio de tabelas, diagramas e gráficos
(barras, colunas, setores).
SÉTIMA SÉRIE
Números, operações e Álgebra
- Conjuntos Numéricos (Reais e Fracionais);
158
- Noções de variável e possibilidade de cálculo a partir da substituição de letras
por valores numéricos;
- Polinômios e os casos notáveis;
- Produtos Notáveis;
- Fatoração;
- Cálculo do número de diagonais de um polígono.
Medidas
- Ângulos e arcos – unidade – fracionamento e cálculo;
- Ângulos e polígonos;
- Classificação de triângulos, quadriláteros;
- Interpretação geométrica de equações e sistemas de equações.
Tratamento das Informações
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, representação e interpretação de dados por meio de tabelas, listas
quadros, e gráficos (barras, colunas e setores).
OITAVA SÉRIE
Números, Operações e Álgebra
- Conjuntos Numéricos (Reais, Racionais, Irracionais);
- As seis operações;
- Equações do 2º Grau;
159
- Noções de funções;
- Trigonometria no triângulo retângulo.
Medidas
- Congruência e semelhança de figuras planas (Teorema de Talles);
- Triangulo Retângulo (Relações Métricas e Teorema de Pitágoras);
- Áreas das figuras planas.
Geometria
- Polígonos;
- Semelhanças de Triângulos;
- Triângulos Retângulos.
Tratamento da Informação
- Coleta, organização e descrição de dados;
- Leitura, representação e interpretação de dados por meio de tabelas, quadros,
gráficos (barras, colunas, setores).
Os eixos: Educação do Campo, Educação Ambiental e História e Cultura Afro-
Brasileira serão trabalhados em todas as séries, através da análise e realização de
pesquisas de dados do município local e do IBGE.
160
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A Educação Matemática requer um ensino que possibilite aos estudantes
apropriar – se de conceitos e idéias que facilitem a realização de análises e
discussões, de situações cotidianas e a partir daí ampliem seus conhecimentos e
contribuam com a nossa sociedade.Para tanto, é necessário que o processo
ensino/aprendizagem em matemática, colabore para que o aluno tenha condições e
oportunidades de adquirir essas habilidades, tanto matemáticas como também em
outras áreas como políticas, sociais e econômicas.
Assim a matemática apresentada aos educandos, deve ser clara de forma a
perceberem que esta é uma ciência criada pelo homem em sua constante busca pelo
conhecimento e atendimento de suas necessidades. O como ensina – lá está ligado
aos estudos feitos por matemáticos que apontam algumas tendências metodológicas
na educação matemática que podem colaborar para um melhor desenvolvimento
dessa disciplina, que são:
Resolução de Problemas
Nesta tendência metodológica o aluno usando de seus conhecimentos prévios,
busca as mais diversas maneiras que chegam a solução procurada, tornando assim as
aulas mais dinâmicas e interessantes.
Modelagem Matemática
A modelagem é uma alternativa para o ensino de Matemática tanto
fundamental como médio. É algo livre, espontâneo que surge da necessidade do
homem, em compreender os fatos que o cerca para interferir ou não em seu processo
de construção.
c) Etnomatematica
Entende – se por etnomatemática, a matemática praticada por grupos
diferentes, como comunidades rurais, urbanos, trabalhadores, sociedades indígenas e
tantos outros grupos que se identificam por objetivos comuns.
Mídias Tecnológicas
161
Trata – se do uso de recursos tecnológicos dentro da disciplina, o qual apresenta
maneiras diferenciadas de se ensinar e aprender, facilitando e investigando a
investigação e a experimentação matemática, valorizando a produção do
conhecimento.
História da Matemática
Associar os conteúdos com a história da matemática, é dar oportunidade aos
alunos entenderem a matemática construída historicamente, bem como também
conhecer a matemática que se encontra em contínua construção e assim leva – los a
observações, levantamento de hipóteses, reflexões e experimentações, e
posteriormente a construção de seus próprios conceitos matemáticos.
Diante do exposto, o encaminhamento metodológico da disciplina será de
diferentes estratégias, procurando partir de situações em que o aluno possa se
identificar e ampliar seus conhecimentos.
Procurar se a abordar os conteúdos utilizando metodologias que possam
desenvolver estratégias cognitivas como argumentação, expressão de idéias,
planejamento. As aulas serão expositivas, os conteúdos serão apresentados com base
na resolução de problemas e relacionados com a história da matemática, sempre que
possível será usado o auxílio de recursos, como vídeos, transparências, instrumentos
matemáticos, construção de jogos, bem como também a modelagem matemática.
162
AVALIAÇÃO
Inovações ao se abordar os conteúdos matemáticos e na maneira de se
conceber a aprendizagem implicam em mudanças nos objetivos previstos e no modo
de se avaliar. Deve-se incluí-la como parte integrante do processo educativo,
assumindo assim a função de orientar o aluno sobre o desenvolvimento de suas
capacidades, auxiliar o professor a identificar se os objetivos propostos foram
atingidos.
Fornecer ao professor informações de como está se desenvolvendo a
aprendizagem dos alunos, assim como, possibilitar-lhe uma reflexão contínua sobre
sua pratica pedagógica, sobre suas estratégias de metodologia e sobre a retomada de
conteúdos, adequando-os ao processo de aprendizagem individual ou de um grupo.
Dessa forma a avaliação do processo de aprendizagem da disciplina será feita através
dos seguintes instrumentos:
Observações diárias por parte do professor da participação, interesse,
criatividade e autonomia na solução de problema;
Resolução de problemas pelos alunos (individual, duplas ou grupos);
Atividades com justificativas orais ou escritas;
Formulação de questões pelos alunos;
Atividades fora da classe – como tarefas, trabalhos com datas previamente
marcadas;
Pesquisas;
Testes ou provas;
Debates de questões sociais atuais estabelecendo relações da Matemática com
outras áreas do conhecimento.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
163
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
164
REFERÊNCIAS
BIEMBENGUT, Maria Sallet. Modelagem Matemática no Ensino. São Paulo:
Contexto, 2005.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a
modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
DANTE, Luis Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São
Paulo: Ática, 2005.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEF. Diretrizes Curriculares Estaduais da
Disciplina de Matemática. Curitiba: [?], 2006.
165
L.E.M. INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Tendo como princípio de que a Educação Básica deve garantir a formação
básica do cidadão e seu desenvolvimento integral, o qual inclui o desenvolvimento da
capacidade de aprender, tendo como meios, o pleno domínio da leitura e com vistas a
inclusão de todos no processo de aprendizagem no enfrentamento das desigualdades
sociais,com aqueles que, historicamente têm sido marginalizados, faz-se necessário
retomar a dimensão histórica da disciplina de Língua Inglesa. São vários os motivos
pelos quais se implantou no sistema de ensino a aprendizagem da língua inglesa:
Como modelo que expressa padrão cultural, após a Segunda Guerra Mundial, para
contribuir na formação da mentalidade do aprendiz e desenvolver hábitos de
observação e reflexão, bem como culturais, para conhecimento da civilização
estrangeira e das tradições daqueles povos – recomendando-se o Método Direto. Essa
preocupação, Pós Segunda Guerra, deriva da dependência econômica e cultural do
Brasil em Relação aos Estados Unidos.
Nos anos 50, com o desenvolvimento da ciência lingüística e o crescente
interesse pela aprendizagem de línguas, surgem mudanças significativas quanto às
abordagens e os métodos de ensino. Havia a preocupação da necessidade de formar
rapidamente pessoas que falassem outras línguas então se usavam o método
estruturalista e o áudio-oral. Depois, considerado um avanço mais eficiente, o
audiovisual. No entanto, a Língua Estrangeira, assim o Inglês também , tornava o
ensino dela como mais um instrumento das classes favorecidas para manter
privilégios. Mesmo assim, ensinar língua e civilização estrangeiras era apenas como
um recurso instrumental.
A partir de 1970, surge na Europa, a Abordagem Comunicativa em decorrência
de uma demanda que exigiu a oferta do ensino de LE para imigrantes. Em tal
abordagem a língua é concebida como um instrumento de comunicação ou interação
social, concentrado-se nos aspectos semânticos e não mais no código lingüístico.
Nessa conjuntura veio após os postulados de Chomsky (a Abordagem
166
Comunicativa), prossegue Hymes (1972) aproximando a lingüística da Sociologia: a
Sociolinguísitca; Savigon(1972) destaca que a capacidade de falar/aprender está
condicionada a elementos como o léxico, sintático e até mesmo a subjetividade. Em
1975 surge as teorias da Escola Francesa de Pêcheux e Fuchs com a análise do
discurso. Paralelamente, surgiram as teorias da Análise do discurso da Escola Anglo-
saxã a qual subsidiou o ensino pautado na Abordagem Comunicativa, cujo objeto era
a conversação cotidiana.
Em 1996, com a nova LDB, há a determinação da oferta obrigatória de pelo
menos uma LE. Em 1999 os PCNs presentificam a ênfase no ensino da comunicação
oral e escrita de LE, com vistas ao atendimento das demandas necessárias à formação
pessoal, acadêmica e profissional.
A perspectiva das Diretrizes Curriculares para a Escola Pública do Paraná,
atualmente, exige uma ampla reflexão pelo educado sobre o modo como se ensina e
para quê está ensinando. É preciso rever a função do professor de Língua Inglesa
que é ampla e vai além da transmissão de habilidades lingüísticas. O professor é
agente de conhecimentos e tem o papel de desenvolver atitudes transformadoras em
seus alunos, expondo-os a valores e e significados de diferentes culturas,
questionando concepções e práticas e encorajando-os a posicionar-se criticamente
frente a elas.
O professor de Língua Inglesa, nesta concepção, precisa ser um profissional
autônomo, de forma que tenha segurança em modificar de modo efetivo a sua prática
buscando, individual ou coletivamente, a reflexão, a pesquisa e a investigação sobre
os pressupostos teóricos e práticos das abordagens pedagógicas para que se
posicionem paradigmaticamente.
Perceber a importância das novas áreas do conhecimento, reconhecer a
necessidade de materiais didáticos diferenciados, número de alunos reduzidos por
turma, sala de aula equipada com recursos adequados para o ensino e formação
continuada crítica e reflexiva, dedicação à pesquisa, são problemas de ordem
estrutural e pedagógica que devem ser superados e abordados nos processos de
reflexão sobe o fazer prático dos professores.
167
OBJETIVOS GERAIS
A concepção de que o objeto de estudo da LE contempla relações com a
cultura, a ideologia e a identidade, tem-se clareza de suas implicações no processo de
ensino –aprendizagem da disciplina. Ensinar e aprender concepções de mundo,
constituindo e dando significado aos espaços construídos; desenvolver consciência
crítica a respeito do papel da línguas na sociedade, apresenta-se como objetivo
primeiro da aprendizagem de Língua Inglesa.
No ensino de Língua estrangeira, no caso também a Inglesa, deve-se superar a
idéia de que o objeto é apenas o lingüístico e de que os Institutos de Idiomas são
parâmetros para definir os objetivos do ensino da LE na educação. Essas escolas não
têm as mesmas preocupações da escola.
A LDB 9394/96, estabelece no art. 32 como objetivo da escolarização básica a
formação básica do cidadão, contribuindo para a constituição das identidades dos
alunos sujeitos como agentes críticos e transformadores do meio em que vivem.
No sentido anterior, a LE compromete-se com o resgate social e educacional na
Educação Básica. A sua apropriação concilia aquisição de conhecimentos específicos
com a compreensão crítica da sociedade, com vistas à sua transformação, superando
o fim utilitarista e pragmático que tem marcado historicamente o ensino dessa
disciplina.
Oportunizar aos alunos a aprendizagem de conteúdos que ampliem as
possibilidades de ver o mundo, de avaliar os paradigmas existentes e construir
sentidos; estabelecer relações entre a LE e a inclusão social; desenvolver o
reconhecimento da diversidade cultural e processo de construção de identidades
transformadoras, esse é o intento nesse objetivo.
A intercomunicação advinda do mundo globalizado não permite mais o
isolamento, então nesse sentido a Língua Inglesa: possibilitará a utilização de textos
verbais ou não-verbais, produção e compreensão de textos em situações de
comunicação de modo a inseri-los na sociedade como participantes ativos, não
limitados às suas comunidades locais. Objetiva,desse modo a inclusão social, fazendo
uso da Língua em situações significativas e contextualizadas;
168
Alargar as capacidades interpretativas e cognitivas da Língua Inglesa para
entender suas implicações político-ideológicas, é o objetivo sétimo.
Permitir o sentido de pertença à sociedade, como sujeito integrante, o aluno ao
aprender a Língua Inglesa, construirá a sua identidade e terá condições de participar
ativamente na possível transformação do mundo em que vive.
Mostrar ao aluno que o Inglês tornou-se um dos principais veículos de
comunicação nos meio diplomáticos, no comércio mundial, nas competições
esportivas, no turismo, nos encontros de líderes políticos mundiais, nos congressos de
ciências, na arte e , principalmente na tecnologia.
Levar o aluno a perceber que é importante conhecer o idioma para não se sentir
isolado do mundo globalizado de hoje;
Despertar no aluno o gosto pelo Inglês;
Levar ao aluno a compreensão, a reflexão e o aprendizado de enunciados e
comunicar-se através da Língua Inglesa.
169
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
QUINTA SÉRIE
Nome, idade, nacionalidade, apresentar-se, apresentar o outro e perguntar sobre a
vida do outro;
Descrever uma pessoa aspecto físico e características psicológicas – cabelo, olhos,
estatura, vestuário, sua profissão, sua, sentimentos;
Comprar objetos (no início objetos encontrado em classe: e em seguida pode-se
simular um bazar ou um “dia de troca” para que cada um descreva tente vender ou
trocar seu objeto);
Expressar vontades (querer objetos, fazer planos, programar uma festa de aniversário,
etc.);
Localizar objetos no espaço, descrevendo peças de casa em recortes de revistas,
fotos, desenhos á mão pelo próprio aluno;
Perguntar sobre o que o outro possui (ter ou não objetos, ter ou não vontades, ter ou
não amigos) expressar a posse.
Perguntar sobre as preferências do outro (sobre animais, esportes, cinema, livros,
jogos,etc.);
Localizar-se numa cidade ou numa estrada de um país estrangeiro (trabalhar com
mapas, guias turísticos) fazer perguntas para ir a tal lugar).
SEXTA SÉRIE
Passar alimentos durante uma refeição, servir outra pessoa, solicitar que seja servido.
Pedir um favor, uma ajuda.
Dar ordens (diretas ou não).
Pedir permissão para fazer algo (abrir a porta, sair, etc.).
Pedir informações sobre um país estrangeiro e sua população.
170
Pedir a opinião de alguém sobre o país, sua população ou outro assunto estudado.
Pedir perdão.
Fazer um convite (para uma festa, um almoço, para um fim de semana).
Aceitar ou rejeitar um convite e explicar o porquê.
Fazer perguntas no passado (recente) sobre : férias, passeios, festas, exames na
escola, o que se fez ontem.
Expressar opiniões sobre fatos (como férias, passeios, ida ao cinema, avaliações na
escola, etc.).
SÉTIMA SÉRIE
Fazer entrevistas (perguntas para pesquisar assuntos variados: leitura, cinema, lazer,
etc.). Esse ato de fala prevê a elaboração de questionários em grupos; dessa forma, o
oral e a escrita serão trabalhados.
Fazer planos para o futuro (estudos, profissão, vida afetiva,etc).
Comprar alimentos ou outros objetos nos vários estabelecimentos levando em
consideração a cultura do país em questão (padaria, açougue, mercearia, banca de
jornais, etc.). Este ato de fala deve completar o que foi visto na 5ª série, de forma
mais simples.
Narrar fatos num passado mais remoto (quando eu era pequeno,etc.).
Expressar a noção de hipótese (presente, e futuro).
Expressar a proibição e o dever (é proibido, é preciso,etc).
OITAVA SÉRIE
Narrar fatos no passado usando ao mesmo tempo o imperfeito e pretérito.
Contar a vida dos avós, a história das imigrações.
Desenvolver a noção de hipótese (passado e condicional).
171
Falar ao telefone: pedir informações sobre cinema, teatro, horário de trem e ônibus ou
avião.
Contatar um amigo para pedir ajuda (atividades escolares, receita ou empréstimo) -
Você poderia,eu esqueci...
Persuadir um amigo e fazer algo (ir ao cinema, viajar, etc.).
Defender um ponto de vista.
A Educação Ambiental será abordada na disciplina através da utilização e
produção de textos que abordem a temática.
A Língua Inglesa tem o discurso e o texto (verbal, escrito ou visual) como ponto
de partida. Esse texto trará problematização em relação à História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, sua contribuição na música, religião, alimentação, sua presença
na mídia, o racismo no Brasil e no mundo, o mercado de trabalho, conhecer a
contribuição do negro na literatura universal.
A Educação do Campo e seus eixos temáticos: trabalho, divisão social e
territorial, cultura, identidade, interdependência campo-cidade, questão agrária e
desenvolvimento sustentável, organização política, movimentos sociais e cidadania.
172
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
As práticas e os objetivos estabelecidos no contexto escolhido pela escola
acolhem a abordagem comunicativa por favorecer o uso da língua pelos alunos, mas
não deixara em hipótese alguma o trabalho com a língua discursiva com diferentes
tipos de textos, sem esvaziar as práticas sociais. A vertente mais crítica da
Abordagem comunicativa que a desvincula do plurilinguísmo e imperialismo lingüístico
no contexto histórico será envolvida no enfoque da língua.
O referencial teórico que embasa os fundamentos da escolha por tal
abordagem, identificam a pedagogia crítica como sustentáculo.Entende-se, com isso,
que a escolarização tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para
que não apenas assimilem o saber enquanto resultado, mas aprendam o processo de
sua produção, bem como as tendências de sua transformação. Assim, propõe-se fazer
da aula de Língua Inglesa um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a
diversidade lingüística e cultural, oportunizando-o engajar-se discursivamente e a
perceber possibilidades de construção de significados em relação ao mundo que vive.
A proposta aqui adotada, baseada na corrente sociológica e nas teorias do
Círculo de Bahktin, bem como de Orlandi (1999) e Foucault (2003), nos pontos e
acepções de tais teóricos convergem, concebe a língua enquanto discurso, enquanto
espaço de produção de sentidos marcado por relações contextuais de poder.
Para atingir os objetivos, a ferramenta para o desenvolvimento da consciência
crítica dos propósitos sociais e a análise das relações, para questionar e dasafiar
atitudes, valores e crenças subjacentes a eles, usar-se-á o Letramento Crítico. Este é
concretizado por meio do engajamento crítico com e através de textos e da prática
social crítica. Tendo o texto e a leitura como elementos indissociáveis.
As habilidades de ler, falar, escrever e ouvir serão efetivadas na metodologia de
trabalho considerando-se sempre o contexto e o momento histórico em que se
produziu o texto objeto da ação, atribuindo-lhe sentidos.Nessa perspectiva, há o
confronto entre o autor , texto e leitor, passando de uma atitude de passividade para
o de participante na construção de sentidos.
173
AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem de Língua Inglesa, nesta escola está atrelada à
concepção de língua definida nas Diretrizes. Neste sentido, ela constitui-se num
instrumento facilitador na busca de orientações e intervenções pedagógicas, não
apenas aos conteúdos desenvolvidos, mas aos vivenciados ao longo do processo. Ela
subsidiará a discussão acerca dos alunos sujeitos, a partir de suas produções, no
processo.
O envolvimento dos alunos nas práticas discursivas será a base para o
planejamento das avaliações. Cabe ao professor observar a participação ativa dos
alunos, produzindo sentido no processo de compreensão de textos, sejam eles verbais
ou escritos,na interação dos diferentes sujeitos que fazem a aprendizagem acontecer
e o material didático.
A ferramenta para acompanhamento do aprendizado dos alunos é a
manutenção de um portfólio ou o caderno de anotações. Seja no portfólio ou no
caderno de anotações, o professor orientará seus alunos na sua organização, na
escolha dos assuntos, incentivará a leitura das produções tanto individual como
coletiva. Esse instrumento facilita ao aluno reconhecimento de suas ações e o
fornecimento de retorno de seu desempenho e o entendimento do “erro” como parte
integrante da aprendizagem.
Embora o que se expôs aqui evidencie a avaliação processual, considerar-se-á,
na prática pedagógica, avaliações de outra natureza: diagnóstica e formativa. Dentro
desse sistema o professor terá liberdade para utilizar os seguintes instrumentos de
avaliação: prova objetiva (série de perguntas diretas, para respostas curtas, com
apenas uma solução possível); dissertativa (série de perguntas que exijam capacidade
de estabelecer relações, resumir, analisar e julgar); seminário (exposição oral,
utilizando a fala e material de apoio adequado ao assunto); trabalho em grupo
(atividade de natureza diversa – escrita, oral gráfica,etc- realizadas coletivamente);
debates (discussão em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de
assunto polêmico); relatório individual (texto produzido pelo aluno, depois de
atividades práticas ou projetos temáticos ou saída de campo); auto-avaliação (análise
oral ou por escrito, em formato livre que o aluno faz o próprio processo de
aprendizagem); observação (análise de desempenho do aluno em fatos do cotidiano
174
escolar ou em situações planejadas); co-avaliação; Conselho de Classe (reunião
liderada pela equipe pedagógica de determinada turma).
Assim ele optará em fazer a acumulação do que foi estabelecido, explicando no
quadro de observações no Livro Registro e no campo das avaliações a quantificação
dos valores mensurados. Serão consideradas 4 avaliações, para efeitos de promoção
no bimestre, com valor entre 1,0 e 3,0 pontos, totalizando 10,0 pontos.
A Recuperação Paralela será feita no final de cada período bimestral da seguinte
maneira: se o resultado médio obtido pelo aluno não atingir a média 6,0 , será
assegurada a ele uma nova oportunidade para reaver os conteúdos com metodologia
diferenciada da vista até então, permitindo, assim, a aprendizagem dos conteúdos que
não foram apreendidos. Após essa revisão será aplicado um teste para verificar se o
aluno aprendeu o que foi ensinado. Se a média da recuperação paralela for superior a
média anterior (do somatório bimestral), conserva-se essa em 100% de seu valor. Se a
média da recuperação paralela for inferior, permanece o valor mesurado na média que
o mesmo atingiu bimestralmente.
175
REFERÊNCIAS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO.
Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental- 2006.
RUBIN, Sarah Giersztel. Inglês, volume 1, 2, 3: Ensino Médio . São Paulo: Scipione,
2000 – (Coleção Novos Tempos).
ROLIM, Miriam. Insight sInto English 5,6,7e 8. São Paulo.FTD, 1998 – (coleção insight
sInto Englhish).
KLASSEN, Susana. Discovery 5, 6, 7 e 8. São Paulo. FTD, 2000 – (Coleção Discovery).
FERRARI, Marisa & RUBIN, Sarah. Englishclips 5, 6, 7 e 8. Scipione, 2001- (Coleção
Englishclips).
LIBERATO, Wilson Antonio.Compact English Book.São Paulo: FTD, 1998.
FERRARI, Marisa Tieman. Inglês Volume Único:ensino médio. São Paulo: scipione, 2000
– (coleção Novos Tempos).
176
1.2 Ensino Médio
177
ARTE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Arte no ensino fundamental visa construir uma proposta de
ensino para os alunos das escolas publicas levando em conta a necessidade de uma
reflexão a respeito da disciplina.
No período colonial ocorreram nas vilas onde estavam situadas reduções
jesuíticas as primeiras manifestações de arte na educação, primeiramente se
desenvolveu uma educação de cunho religioso onde prevaleciam os grupos de origem
portuguesa, indígena e africana.
O trabalho de catequização desses povos permeava ensino religioso e artes
através da literatura, da música, da dança, pintura e outros trabalhos manuais.
Em todas as localidades onde a Companhia de Jesus se estabeleceu foi
responsável pelas formas artísticas que se originaram.
O trabalho educacional jesuítica influenciou na construção cultural brasileira e
perdurou por dois séculos. Essas influências manifestaram-se na cultura popular
brasileira, exemplo: a música, o folclore, a dança e lutas, proporcionando assim uma
grande diversidade cultural.
As significativas mudanças no ensino de artes ocorreram com a fundação da
academia de Belas Artes, onde os alunos aprenderam as artes e ofícios artísticos.
Esses princípios artísticos se fundamentam nas idéias iluministas. Com a
reforma educacional do Brasil Republica os positivistas inspirados em Augusto Comte,
valorizavam a arte e os desenhos geométricos para desenvolver a mente e o
pensamento cientifico, visando preparar o trabalhador para o desenvolvimento
econômico industrial atendendo o modo de produção capitalista.
178
O marco importante para a Arte brasileira foi à Semana de Arte Moderna, onde
os modernistas deixam de se inspirar na arte européia e enfocam o nacionalismo e os
temas nacionais. Esse movimento da inicio a valorização da cultura popular e abre
brechas para as inúmeras manifestações artísticas.
A arte vai ampliar seus horizontes e possibilitar novas correntes de expressão,
pois
“...não se restringia apenas à corrente da livre expressão, acreditava no uso de
temas e de historias reais e inventadas, como forma de integração entre a arte e a
vida, entre o conhecimento especifico e a experiência do aluno, valorizando a reflexão
e a critica no ensino de Arte” (CAVALCANTI apud DIRETRIZES CURRICULARES, 2006).
No decorrer desse processo de desenvolvimento histórico no ensino da arte,
ocorreram muitas transformações, porém essa disciplina exige reflexões que
contemplem a arte como área do conhecimento e não meramente para destacar dons
inatos.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências sobre
sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte pode servir à
ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e transformar-se em
mercadoria para meramente proporcionar prazer.
A Arte tem um papel fundamental na formação e visualização dos sentidos,
emoção, ética, política, religião, ideologia e muitas outras, através do processo de
humanização e leitura sobre a realidade que possibilita ampliar a maneira de viver em
sociedade.
Para compreender essa importância é preciso ressaltar que lecionar Arte e que
principalmente o processo de ensino e aprendizagem, de forma significativa, privilegia
a criação e não somente o aprimoramento de técnicas, afim de alcançar a perfeição,
ou ainda, tornar a Arte repetitiva, seguindo sempre modelos e cópias do natural.
Nessa perspectiva as Diretrizes Curriculares afirmam que “na escola, esses
conceitos e processos acabam por atribuir à Arte funções meramente reprodutivas,
179
seguindo formas padronizadas e mantendo o aluno no aperfeiçoamento da técnica,
porém, limitando sua identidade criadora”. (p. 16)
No ensino de Arte, amplia-se o repertório cultural do aluno a partir dos
conceitos estéticos, artísticos e contextualizados, aproximando-o do universo cultural
da humanidade nas suas diversas representações. Neste sentido as Diretrizes
Curriculares apontam a possibilidade do aluno criar formas singulares do pensamento
e expandir suas potencialidades criativas, considerando alguns campos conceituais:
o conhecimento estético: destaca-se aspectos sensíveis e cognitivos, onde
articulam-se numa organização que expressa pensamentos e sentidos;
o conhecimento artístico: visa o processo criativo, imaginário, utilizando-se das
Artes Visuais, da Dança, da Música e do Teatro;
o conhecimento contextualizado: envolve o contexto político, econômico e
socioculturais dos objetos artísticos, possibilita um aprofundamento na investigação
desse objeto.
No ensino de Arte, há três principais concepções no campo das teorias críticas
de arte. Tendo como sujeito histórico e social, a arte e ideologia, a arte e o seu
conhecimento e a arte e o trabalho criador que norteiam e organizam a metodologia,
a seleção dos conteúdos e a avaliação na prática escolar.
Arte e ideologia:
É um conjunto de idéias, crenças e doutrinas próprias de uma sociedade, de
uma época ou de uma classe. É um produto de uma situação histórica e das
aspirações destes grupos. Destaca-se por possuir duas funções contraditórias: como
um elemento de imposição de uma classe social a outra e de forma a mascarar a
realidade e, é também, por outro lado, um elemento de coesão social,. De reação de
pertencimento a um grupo , classe ou a sua sociedade.(Diretrizes Curriculares, 2006,
p. 24-25)
Neste sentido, o que se propõe é trabalhar Arte em três principais formas: o
sistema de arte (arte erudita) que atinge uma pequena parcela da sociedade – elite –,
a arte popular, que é produzida e vivenciada pelo povo, e a industria cultural,
caracterizada por utilizar-se de tecnologias sofisticadas para a produção em serie.
180
A arte e seu conhecimento:
Segundo as Diretrizes Curriculares, a Arte pode revelar um parte do real, não
em sua essência objetiva, tarefa específica da ciência, mas em relação com a essência
humana. A Arte é um conhecimento especifico de uma realidade especifica, do
homem como um todo, único, vivo e concreto, na unidade e riqueza de suas
determinações, nas quais se fundem de modo peculiar o geral e o singular. (Váquez,
1978, p.35, in Diretrizes, 2006, p. 25-26)
Arte e trabalho e criador:
Consiste em um elemento essencial no ensino de Arte, criar é transformar, fazer
algo inédito, um objetivo novo e singular que expressa esse sujeito criador e,
simultaneamente, o transcende, enquanto objeto portador de conteúdo de cunho
social e histórico e enquanto objeto concreto, como uma nova realidade social.
181
OBJETIVOS GERAIS
No decorrer do Ensino Médio, espera-se que o aluno progressivamente adquira
competências e habilidades nas atividades escolares que se referem à disciplina de
Artes. Tendo como principal objetivo viabilizar o acesso às obras artísticas de musica,
teatro, dança e artes visuais para que os mesmos consigam familiarizar-se com as
diferentes formas de produção artística.
Este momento de familiarização com os conteúdos artísticos também envolvem
a apreciação e apropriação dos objetos da natureza e da cultura em uma dimensão
estética.
Tanto a apreciação, quanto a apropriação de tais objetos se dão inicialmente
pelos sentidos, a percepção será superficial ou profunda dependendo do
conhecimento em Arte que o educando tiver em sua vida.
A disciplina de Arte possibilitará o acesso ao conhecimento de outras áreas do
saber; a partir desse processo, o educando terá fácil interpretação das obras e da
realidade, transcendendo as aparências.
A Arte é um campo do conhecimento humano fruto da criação e do trabalho dos
indivíduos, histórica e socialmente.
Sendo assim, esse contato com o patrimônio artístico e suas diversas áreas de
pesquisa, facilitará o exercício da cidadania com cultura de qualidade.
182
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais de Artes estabelecem como conteúdos
estruturantes para a disciplina os elementos formais, a composição e os movimentos
e períodos, que serão abordados em conjunto nas áreas como segue:
PRIMEIRA SÉRIE
Artes Visuais;
Música;
Teatro;
Dança.
Educação Ambiental
A Educação Ambiental na disciplina de Artes será abordada no âmbito escolar
procurando ressaltar que todas e quaisquer manifestações artísticas são influenciadas
pelo meio ambiente onde o sujeito está inserido.
Educação do Campo
A Educação do Campo será contemplada na disciplina de Artes através das
festas tradicionais, gastronomia, as diferentes formas de comunicação, mostrando a
relação campo-cidade, desmistificando os conceitos existentes.
Cultura Afro-Brasileira
183
Através da arquitetura, dança, música, vestuários, objetos decorativos e outras
manifestações artísticas mostraremos aos alunos a contribuição desses elementos na
sociedade contemporânea.
184
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Segundo o pensamento proposto nas Diretrizes Curriculares, o objetivo de
trabalho micológico é o conhecimento. Assim, na metodologia do ensino da Arte,
deve-se destacar três momentos de organização pedagógica:
Sentir e perceber:
Possibilita aos alunos acesso e envolvimento as obras artísticas no âmbito dos
sentidos, objetos da natureza, cultura em uma dimensão estética.
No que cabe ao educador, deve-se auxiliar o educando e mediar nas
interpretações, indo além das aparências, chegando a totalidade da realidade humano
social.
Conhecimento em arte:
É a materialização do conhecimento em arte com os conteúdos estruturantes.
Deve-se enfocar a origem cultural e o grupo social dos alunos, trabalhando em suas
aulas os conhecimentos produzidos na comunidade e as manifestações artísticas que
produzem significado de vida para estes alunos, tanto na produção como na fruição.
(Diretrizes Curriculares, 2006, p. 38)
Trabalho artístico:
Consiste no exercício da imaginação e criação, o processo de produção do aluno
acontece quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e
humaniza os sentidos.
185
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Arte é diagnóstica e processual. Diagnóstica por ser
a referência para o planejamento das aulas e na avaliação dos alunos, processual por
pertencer a todos os momentos da prática pedagógica.
Nesse processo de avaliação é importante desenvolver a auto-avaliação dos
alunos, é importante que os alunos do ensino médio tenham um capital cultural.
A avaliação será somatória, considerando o comportamento e o
desenvolvimento do aluno com relação às aulas, seu interesse pelas atividades
desenvolvidas na escola e em sala, procurando dessa maneira, avaliar e valorizar cada
etapa de aprendizagem do educando.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
resolução de questionamentos escritos e orais;
186
produção ou análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação em palestras e atividades culturais;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros.
187
REFERÊNCIAS
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM. Diretrizes Curriculares de Arte para o
Ensino Médio. Versão preliminar. Curitiba: 2006.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM. Orientações curriculares - Semana
Pedagógica: Arte. Curitiba: 2006.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 1994.
188
BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA.
Desde o homem primitivo já havia a preocupação com esse fenômeno devido a
sua contemplação da natureza, para entender, explicar e manipular os recursos
naturais.
Na Antigüidade o homem tenta definir a origem desse fenômeno tendo como
principais estudiosos que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia, Platão e
Aristóteles que buscavam explicações para a compreensão da natureza.
Na Idade Média (século V à XV) o Cristianismo teve uma forte influência e todo o
conhecimento era associado à Deus e oficializado pela Igreja Católica. Nessa época
surgem as primeiras universidades medievais que começavam a discutir o
conhecimento de maneira diferente da Igreja.
O período entre Idade Média e Idade Moderna (século XV e XVI) é marcado por
grandes mudanças como, ampliação do comércio, as navegações, circulação de
dinheiro, mudanças políticas e econômicas, que derrubam o poder da Igreja, surgindo
então, as revoluções industriais no século XVIII.
Nesse período há uma grande contribuição para a Biologia com Carl von Linné
(1707-1778), fundador do Sistema Moderno de Classificação dos Seres Vivos. A
Biologia organizou-se considerando a comparação das espécies, baseando-se na
exploração empírica da natureza, de forma descritiva, caracterizando o pensamento
biológico descritivo.
Neste contexto, conceitua-se VIDA “como expressão da natureza idealizada pelo
sujeito racional” (RUSS, 1994).
189
Em meio às contradições deste período histórico, Francis Bacon contribui com
uma nova visão da Ciência através da investigação cooperativa. Propõe substituir o
misticismo pelo método indutivo baseado na observação. Surge o pensamento
biológico mecanicista.
Os princípios da origem da VIDA também são questionados. Surgem novas
idéias sobre biogênese com o físico italiano Francisco Redi. A invenção e o
aperfeiçoamento do microscópio trazem grandes contribuições para a Biologia.
Com as grandes transformações sociais, políticas e econômicas, já no início do
século XIX surgem evidências da evolução dos seres vivos, com os trabalhos
apresentados por Charles Darwin.
Darwin cria a base da Teoria da Evolução das Espécies onde o principal agente
de modificação é a ação da seleção natural. Ele foi o primeiro a utilizar o método
hipotético-dedutivo, ou seja, se o que foi levantado como hipótese conforma-se com
as evidências experimentais.
A teoria de Darwin só foi compreendida quando surgiram as leis da
hereditariedade propostas por Gregor Mendel, que, baseando-se em conhecimentos já
desenvolvidos por outros, realizou diversos cruzamentos entre ervilhas para observar
como as características eram transmitidas.
No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de Mendel,
marcando a influência do pensamento biológico evolutivo. Nesta época, a Genética
desenvolve-se como Ciência. A Biologia começou a ser vista como utilitária na
medicina, na agricultura e outras áreas.
Neste contexto de mudanças, expõe-se a crise da Ciência e a necessidade de
rever o método de construção do conhecimento científico.
Em meados dos anos 70, do século XX, busca-se entender como a Ciência
progride e como ocorre o trabalho de pesquisa dentro das instituições, expondo a
fragilidade do empirismo.
Com o desenvolvimento da genética molecular e a inovação biotecnológica, o
pensamento biológico sofre mudanças que geram conflitos e põe em discussão o
fenômeno VIDA. Surge o pensamento biológico da manipulação genética que visa ao
homem compreender a estrutura dos seres vivos. Para a Ciência houve momentos de
crise, revoluções, de mudanças, por explicações sobre o fenômeno VIDA.
190
Sendo assim, devemos, ao ensinar Biologia, adequar esses conhecimentos ao
sistema de ensino nos currículos escolares, como, criação de Cursos de Ciências
Naturais, com ênfase ao conteúdo dos livros (anos 30), ilustrações para as aulas
teóricas com incorporação de conteúdos científicos (anos 50), importância ao método
científico com os Centros de Ciências para treinar professores, produzir textos
didáticos e materiais de laboratório (anos 60). Com o impacto da revolução científica
(anos 70) surgem as questões ambientais. Os conteúdos de Biologia eram aprendidos
com base na observação e explicados por raciocínios lógicos (anos 80).
Nos anos 90, surge um outro campo de pesquisa, o da Mudança Conceitual. O
ensino sofre a influência do pensamento construtivista. Surgem os PCNs que
enfatizam competências e habilidades, em detrimento de uma abordagem profunda
dos conteúdos, apresentando propostas inovadoras, porém sem a abordagem histórica
permitindo assuntos que não contemplam conhecimentos construídos para a Biologia.
Entretanto, as mudanças ocorridas no país e no Estado do Paraná apontaram
novas perspectivas para a Educação Básica. Estabeleceu-se, assim, a construção das
Diretrizes Curriculares considerando-se a concepção histórica da Ciência articulada
com os princípios da Filosofia da Ciência.
191
OBJETIVOS GERAIS
Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho de gerações de
homens e mulheres em busca do conhecimento para a compreensão do mundo,
valorizando-o como instrumento para exercício da cidadania;
Desenvolver hábitos de saúde e cuidado corporal, concebendo a saúde pessoal,
social e ambiental como bens individuais e da coletividade e que se devem conservar
e preservar;
Discernir conhecimento científico de crendices e superstições;
Relacionar a capacidade de interação com o ambiente e a sobrevivência das
espécies;
Perceber a construção histórica do conhecimento científico;
Coletar dados e buscar informações;
Adquirir novos conhecimentos e aplicá-los na sua realidade;
Compreender os fundamentos da Biologia através da teoria e da prática;
Vivenciar os conhecimentos através de aulas práticas e demonstrativas.
192
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos apontam como a Biologia se constituiu como conhecimento, e
como ela tem influenciado na construção de uma concepção de mundo contribuindo
para que se possam compreender as implicações sociais, políticas, econômicas e
ambientais que envolvem a apropriação deste conhecimento biológico pela sociedade.
Foram baseados nos seguintes conteúdos estruturantes:
1- Organização dos Seres Vivos;
2- Mecanismos Biológicos;
3- Biodiversidade: relações ecológicas, modificações evolutivas e variabilidade
genética;
4- Implicações dos avanços biológicos no fenômeno VIDA.
A disciplina de Biologia é capaz de relacionar diversos conhecimentos
específicos entre si e com outras áreas do conhecimento e deve priorizar o
desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos e propiciar reflexão
constante sobre as mudanças de tais conceitos.
Os conteúdos estão divididos por série da seguinte maneira:
PRIMEIRA SÉRIE
Organização da Biologia;
Características Gerais dos Seres Vivos;
Formas de Vida;
Introdução à Citologia;
Organização Celular;
193
Microscópio ótico e eletrônico;
Composição química da célula;
Membrana plasmática;
Propriedades da membrana;
Citoplasma;
Hialoplasma, Retículo endoplasmático e Ribossomos;
Complexo de Golgi, Lisossomos e Vacúolos;
Mitocôndrias, Centro Celular, Cílios e Flagelos;
Célula Vegetal e Plastos;
Núcleo;
Cromossomos e Mutações Cromossômicas;
Cariótipo Humano;
Divisão Celular;
Reprodução Gâmica ou Sexuada;
Reprodução Agâmica e Casos Especiais;
Sistemas Reprodutores Masculino e Feminino;
Gametogênese;
Embriologia Animal;
Histologia Humana;
Epitélio de Revestimento e Secretor ou Glandular;
Tecido Conjuntivo;
Tecido Hematopoiético;
Tecido Muscular;
194
Tecido Nervoso;
Noções de Genética.
SEGUNDA SÉRIE
Classificação dos seres vivos em reinos;
Nomenclatura dos seres vivos;
Classificação dos seres vivos em reinos;
Estudo dos vírus;
Estudo do Reino Monera;
Estudo do Reino Protista;
Estudo do Reino Fungi;
Estudo do Reino Plantae;
Estudo do Reino Animalia;
Caracterização, morfofisiologia dos grandes animais e as suas relações com o
homem e com o meio;
Poríferos;
Cnidários;
Platelmintos;
Nematelmintos;
Anelídeos;
Moluscos;
Artrópodes;
Equinodermos;
195
Cordados;
Fisiologia Animal;
Fisiologia da digestão, circulação, respiração, excreção, sistema nervoso e
sistema endócrino;
Anatomia e fisiologia humana;
Doenças e medidas profiláticas;
Imunolgia.
TERCEIRA SÉRIE
Introdução à Genética;
1ª Lei de Mendel: Monoibridismo com Dominância;
Monoibridismo sem Dominância;
Genealogias;
Polialelismo ou Alelos Múltiplos;
Grupos Sanguíneos: Sistema ABO;
Fator Rhesus e Sistema MN;
2ª Lei de Mendel: Diibridismo e Poliibridismo;
Interação Gênica;
Herança Quantitativa ou Polimeria;
Pleiotropia;
Herança Ligada ao Sexo;
Genética molecular;
Biotecnologia;
196
Manipulação genética;
Biologia molecular;
Bioética;
Avanços tecnológicos;
Origem da Vida;
Os caminhos da Hipótese Heterotrófica;
Evolucionismo;
Provas da Evolução;
A Evolução dos Animais e Vegetais;
Formação de Novas Espécies;
Introdução à Ecologia;
Os Ecossistemas;
Ciclos Biogeoquímicos;
Fluxo de Energia e Pirâmides Ecológicas;
Dinâmica de Populações;
Fatores Abióticos;
Biogeografia;
O Homem e a Natureza.
A Educação Ambiental é comumente abordada nos conteúdos específicos da
disciplina devido à própria natureza desta.
No decorrer do ano, serão trabalhados direitos sociais, civis e culturais,
econômicos, bem como a valorização da diversidade, incluindo todas as raças. Dentro
da Biologia serão trabalhadas as Teorias Antropológicas, condições de higiene
proporcionadas à população, estudo das características biológicas (biótipo) dos
197
diversos povos, desmistificação das teorias racistas, abordar os conflitos entre
epidemias e endemias e o atendimento à saúde, doenças, bem como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).
Em relação à Educação do Campo serão trabalhados aumentos referentes à
transformação da Natureza e do próprio ser humano, atividades agrícolas, onde o
ponto de partida é a reflexão sobre as atividades humanas produtivas desenvolvidas
pelos povos do campo. A cultura e a identidade também são temas envolvidos na
educação do campo, onde a cultura é entendida como toda produção humana que se
constrói a partir das relações do ser humano com a Natureza, com o outro, e consigo
mesmo, devendo ser compreendida como os modos de vida, que são os costumes, as
relações de trabalho, familiares etc. Outro fator importante na educação do campo a
ser trabalhado são as necessidades sociais básicas, como a alimentação e a água
potável, por exemplo. Outro contexto importante na educação do campo é a
organização política e os movimentos sociais, onde se busca analisar as condições
existenciais do povo do campo e partidos políticos, bem como analisar movimentos
ecológicos, por exemplo.
198
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A Ciência presente em cada momento da história sempre esteve sujeita às
interferências, determinações e transformações da sociedade, aos valores e
ideologias, as necessidades materiais do homem em cada momento histórico. Essas
interferências influenciam o processo de construção, reafirmando, assim, o conceito
VIDA como objeto de estudo da Biologia.
A Biologia contribui para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e atuantes,
por meio de conteúdos, que proporcionem o entendimento do objeto de estudo – o
fenômeno VIDA – em toda sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos
seres vivos, no funcionamento dos mecanismos biológicos, do estudo da
biodiversidade no âmbito dos processos biológicos de variabilidade genética,
hereditariedade e relações ecológicas, e das implicações dos avanços biológicos no
fenômeno VIDA.
A observação é considerada um procedimento de investigação que consiste na
atenção sistemática de um fato natural. O ato de observar no contexto do ensino de
Biologia extrapola o olhar descomprometido ou o simples registro, pois ele inclui a
identificação de varáveis relevantes, a medidas adequadas, o uso de instrumentais
garantindo uma certa objetividade.
O método experimental continua sendo o responsável pelos avanços da
pesquisa no campo da Biologia, por exemplo, organismos geneticamente modificados,
células-tronco, farmacogenéticos e mecanismos de prevenção ambiental. No ensino, o
que se tem que discutir é a rigorosidade metódica para o avanço da Ciência e as
implicações deste avanço, mostrando as conseqüências para a vida humana, para a
saúde do homem, para os impactos ambientais.
Considerando o ensino como instrumento de transformação, para melhor
compreender a realidade, a aula experimental é um espaço de organização, discussão
e reflexão, a partir de modelos que reproduzem o real. A Biologia abarca um universo
conceitual que fundamenta-se na concepção evolutiva, entendendo os seres vivos
além da classificação e do funcionamento de suas estruturas. Envolvem as relações
ecológicas, as transformações evolutivas e a variabilidade genética e podem ser
estudadas a partir de modelos que procuram interpretar o real, nas aulas
199
experimentais. A experimentação tem a finalidade de privilegiar a construção do
conhecimento teórico, com base na exposição dialogada.
Os conhecimentos biológicos devem ser entendidos como produto histórico
indispensável à compreensão da prática social, pois revelam a realidade de forma
crítica e possibilitam a atuação dos sujeitos no processo de transformação dessa
realidade.
Como proposta metodológica para o ensino de Biologia, propõe-se a utilização
do método da prática social que parte da pedagogia histórico-crítica centrada na
valorização e socialização dos conhecimentos da Biologia.
Os conhecimentos biológicos possibilitam acesso a cultura científica,
socialmente valorizada, tendo como objetivo a formação do sujeito crítico e reflexivo,
rompendo com concepções pedagógicas anteriores.
Para o ensino dos conteúdos de Biologia são utilizadas as seguintes estratégias
metodológicas:
1. PRÁTICA SOCIAL: caracteriza-se por ser o ponto de partida onde o
objetivo é perceber e denotar, dar significação às concepções
alternativas do aluno a partir de uma visão sincrética, desorganizada,
de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado;
2. PROBLEMATIZAÇÃO: é o momento para detectar e apontar as questões
que precisam ser resolvidas na prática social e, em conseqüência,
estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução
destas questões;
3. INSTRUMENTALIZAÇÃO: apresentar os conteúdos sistematizados para
que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de
construção pessoal e profissional, que os alunos apropriem-se das
ferramentas culturais necessárias para superar a condição de
exploração em que vivem;
4. CATARSE: é a fase de aproximação entre o que o aluno adquiriu de
conhecimento e o problema em questão. O aluno passa ao
200
entendimento e elaboração de novas estruturas de conhecimento, ou
seja, passa da ação para a conscientização;
5. RETORNO À PRÁTICA SOCIAL: caracteriza-se pelo retorno à prática
social, com o saber concreto e pensado para atuar e transformar as
relações de produção que impedem a construção de uma sociedade
mais igualitária.
Para o desenvolvimento dos conteúdos propõe-se:
Observação e descrição dos seres vivos;
Comparar estruturas anatômicas e comportamentais dos seres;
Refletir sobre os avanços biológicos para o desenvolvimento da sociedade;
Observação de fenômenos desconhecidos e conhecidos, procurando descobrir
sua forma de ação;
Realização de experimentos em laboratório, visando a interpretação da
realidade, levando o aluno à reflexão sobre a teoria e a prática;
Recolhimento de dados visando comprovação de hipóteses levantadas;
Realização de atividades em grupo;
Realização de debates onde dois ou mais pontos de vista sejam discutidos e
tenham seus pontos positivos e negativos expostos e analisados;
Comentários sobre notícias de jornais, revistas e tele-jornais;
Elaboração de trabalhos e apresentações feitos pelos alunos;
Participação dos alunos em Feira de Ciências, exposições, visitas, pesquisa de
campo, etc.
Exposição do tema levando o aluno a refletir sobre suas concepções e, com
isso, desencadear perguntas relacionadas ao assunto abordado;
201
Análise de textos sobre situações cotidianas e atuais;
Jogos didáticos.
Utilização de vídeos, livros, revistas, transparências, instrumentos de laboratório
e outros materiais audio-visuais.
202
AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á durante o processo de ensino-aprendizagem, a qual deve
informar ao professor o que foi aprendido pelo aluno e, informar ao aluno, quais são
seus avanços, dificuldades e possibilidades.
A avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos
com relação à aprendizagem, não só de conceitos, mas também de procedimentos e
atitudes. Por isso, serão utilizados diversos instrumentos e situações para poder
avaliar diferentes aprendizagens.
A avaliação será constante, contínua, diagnóstica. Para isto serão utilizados
testes escritos , pesquisas, trabalhos, participação em sala de aula e no laboratório,
relatórios, exercícios, exposições, feira de Ciências, aulas práticas, debates,
entrevistas e também auto-avaliação.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
203
• resolução de questionamentos escritos e orais;
• produção ou análise de desenhos, tabelas, gráficos e outras formas de
expressão e representação;
• realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
• pesquisa, produção e apresentação de seminários;
• pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
• participação em palestras, atividades e culturais;
• participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
• outros.
204
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. J. P. M. Discursos da ciência e da escola: ideologia e leituras
possíveis. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
AMABIS E MARTHO. Fundamentos da Biologia Moderna, Editora Moderna, 1ª
edição, 1990.
APPLE, M. W. Ideologia e currículo. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ARAÚJO, I. L. Introdução à filosofia da ciência. Curitiba: UFPR, 2002.
BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de Ciências. In: NARDI, R.
Questões atuais no ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 1998.
BIZZO, N. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília,
MEC,2004.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. São Paulo: Editora Moderna, 2004.
Diretrizes Curriculares da Educação do Campo do Estado do Paraná.
GADOTTI, M. História das Idéias pedagógicas. São Paulo: Ática, 2004.
GOVERNO DO ESTADO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM. Diretrizes Curriculares
Estaduais da Disciplina de Biologia. Curitiba: [?], 2006.
KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
Lei n. 10.639/03 referente à “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” nos
Currículos Escolares.
LOSSE, J. Introdução histórica à filosofia da ciência. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000.
NARDI, R. Questões atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 2002.
PAULINO, Vilson Roberto. Biologia, Edição Completa. Ática, 2004.
RUSS, J. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas:
Autores Associados, 1997.
205
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ: Departamento do Ensino Médio.
Reestruturação do Ensino de 2º grau. Proposta de Conteúdos do Ensino de 2º
grau – Biologia. Curitiba, 1993.
206
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
As aulas de Educação Física permitem uma abordagem biológica, antropológica,
sociológica, psicológica, filosófica e política das práticas corporais, justamente por sua
constituição interdisciplinar.
“Destaca-se também que as aulas de Educação Física não podem ser um
apêndice das demais disciplinas e atividades escolares, nem um momento
subordinado e compensatório para a dureza das aulas em sala.” (Diretrizes
Curriculares, 2006).
É necessário uma adequação às séries e à idade de seus educandos, buscando
priorizar o que é de real importância para o seu desenvolvimento.
Esta proposta diferenciada é embasada na realidade social do educando
buscando por fim resgatar valores adormecidos em nossa realidade, despertando
assim a auto-estima, o respeito mútuo, estimulando o aprendizado dos conteúdos,
aperfeiçoando habilidades de forma eficaz construtiva e saudável, através dos jogos,
danças, lutas, ginásticas e esportes, visando aprimorar a formação do educando num
cidadão para o mundo e para o trabalho.
Deve então a Educação Física como parte integrante do processo educacional
trabalhar de forma coerente para que estas prerrogativas sejam alcançadas.
207
OBJETIVOS GERAIS
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os colegas, reconhecendo e respeitando características
físicas e de desempenho individuais, sem discriminação de qualquer
natureza;
• Anular de qualquer tipo de violência estimulando atitudes de respeito mútuo,
solidariedade e dignidade dentro do âmbito esportivo e social;
• Conhecer e valorizar o próprio corpo dentro da pluralidade e diversidade dos
signos corporais brasileiros;
• Estimular hábitos saudáveis de higiene, alimentação e saúde física e mental,
buscando a melhoria individual e coletiva;
• Possibilitar uma maneira saudável e equilibrada de desenvolvimento global;
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,
reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um direito do
cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida;
• Compartilhar de maneira racional as relações interpessoais e a vivência de
situações novas;
• Valorizar o diálogo e o debate ordenado na resolução de problemas;
• Conhecer os efeitos que a atividade física exerce sobre o organismo;
• Respeitar a cultura corporal do movimento individual sem causar
constrangimentos de ordens menores;
• Sociabilizar e orientar o educando, buscando apoio na interdisciplinariedade,
bem como no auxílio e ou trabalho conjunto com os demais professores;
• Formar o cidadão crítico autônomo.
208
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• Atletismo:
- Revisão do histórico e suas provas;
- Corrida de velocidade;
- Corrida com revezamento;
- Salto em distância;
- Arremesso de peso;
- Corrida com obstáculos;
• Voleibol:
- Revisão do histórico;
- Fundamentos;
- Sistemas;
- Regras;
- Jogo desportivo;
• Basquetebol:
- Revisão do histórico;
- Fundamentos;
209
- Regras;
- Sistemas de jogo;
• Handebol:
- Revisão do histórico;
- Sistemas defensivo e ofensivo;
- Regras;
- Jogo;
• Futebol:
- Regras;
- Jogo;
• Futsal:
- Regras;
- Jogo;
• Ginástica:
- Localizada;
- Rítmica;
210
- Alongamento;
- Ginástica de solo;
- Ginástica postural;
- Ginástica e saúde;
- Aeróbica;
• Atividades recreativas:
- Brincadeiras ao ar livre;
- Brincadeiras em sala de aula;
- Gincana cultural;
- Festival musical;
• Tênis de mesa:
- Regras;
- Jogo;
• Dança:
- De salão;
- Folclórica;
- Danças afro-brasileiras;
211
• Xadrez:
- Regras;
- Jogo;
• Esporte e boa alimentação:
- Palestras;
• Noções de primeiros socorros:
- Torção;
- Ferimentos;
- Queimaduras leves;
• Noções de higiene:
• Lutas:
- - Histórico das lutas;
- - Filmes relacionados com os tipos de lutas;
- - Capoeira.
212
A Educação Ambiental será abordada na disciplina estimulando os alunos a
praticarem atividades físicas em lugares ao ar livre como parques, praias etc,
destacando a importância sua importância para as saúdes física, mental e espiritual.
Será destacada a importância da existência de vegetação para a ocorrência de
sombras e a diminuição da temperatura do ambiente, tornando-o mais ameno e
agradável. Também sobre a água serão desenvolvidas observações, destacando sua
importância para o funcionamento o bom funcionamento do organismo.
Poderão ser realizadas gincanas com temáticas ambientais, como provas de
recolhimento de lixo, solução de problemas entre outros.
Em relação à cultura afro-brasileira será abordado nas aulas de Educação Física
temas como a dança afro, a importância do negro na história do esporte
(principalmente nas provas de atletismo), a cultura através do teatro e da música em
relação à diferentes momentos históricos do negro.
Também poderá ser trabalhado a capoeira com seus sentidos e significados, os
jogos que são praticados no Brasil pelos Afro-descendentes e africanos, as práticas
corporais através dos brinquedos e brincadeiras e as manifestações corporais
expressas no folclore brasileiro.
Explorar a diversidade corporal, adaptando as atividades de acordo com a
realidade local. Nem sempre a atividade que tem boa aceitação na cidade terá
também no campo. Ao se trabalhar com a Educação Física no campo o professor terá
que valorizar a experiência do aluno e utiliza-la dentro de sua aula.
213
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A metodologia usada pelo professor no processo de ensino e aprendizagem
deve garantir a busca do desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a
participação social e a afirmação de valores e princípios democráticos.
Os conteúdos escolares deverão ser abordados em procedimentos de
organização, sistematização de informações, aperfeiçoamento, entre outros e
abranger interesses que venham de encontro às necessidades e expectativas da
realidade escolar. Incluir o aluno no processo de ensino e aprendizagem, considerando
sua realidade social e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e
necessidades de compreensão dessa mesma realidade. A partir de inclusão, constitui-
se um ambiente de aprendizagem significativa, que faça sentido para o aluno, no qual
ele tenha a possibilidade de trocar informações, estabelecer questões e construir
hipóteses na tentativa de respondê-las.
Trabalhar as práticas corporais, relacionadas com as outras áreas de
conhecimento no sentido que constituem um espaço de desenvolvimento e formação
de personalidade, na medida em que permitem ao aluno experimentar e expressar
diversas formas de ser e estar no mundo, contribuindo para a construção de seu estilo
pessoal de jogar, lutar, dançar e brincar.
214
AVALIAÇÃO
A avaliação será de forma constante, durante todo o processo ensino e
aprendizagem, em função dos objetivos propostos, num processo contínuo, claro e
sistemático. O aluno não será avaliado por padrões técnicos, mas sim através do
conhecimento de seus limites e possibilidades. Será observado também o grau de
independência para cuidar de si mesmo, ou para organizar atividades, além da forma
como respeita os seus colegas e o respeito por si próprio.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
participação em jogos, dramatizações, brincadeiras, danças etc;
realização de atividades na quadra, na sala de aula, na biblioteca, em saídas de
campo e em domicílio;
participação em palestras, atividades culturais e esportivas;
215
resolução de questionamentos escritos e orais;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação, comprometimento e atitude em aula;
outros.
216
REFERÊNCIAS
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM Diretrizes Curriculares de Educação
Física para o Ensino Médio. Curitiba [?], 2006.
MEDINA, João Paulo S. A Educação Física Cuida do Corpo... e (Mente), Papirus
Editora, 4ª edição, São Paulo, 1985.
TAFFAREL, Celi Nelza Zülke, Criatividade nas aulas de Educação Física, Ed. Ao
Livro Técnico, 1ª edição, 1985.
GONÇALVES, Maria Cristina, PINTO, Roberto Costacurta, Alves, TEUBER, Silvia Pessoa,
Aprendendo a Educação Física, Ed. Bolsa Nacional do Livro Ltda. 1ª edição, 1996.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação do
Campo. Curitiba, 2006.
GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e
Africana. Lei 10.639, 9 de janeiro de 2003.
217
FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A obtenção de conhecimentos está ligada à necessidade de sobrevivência do
homem.
A Física possibilita ao homem colocar-se como agente cada vez mais atuante no
processo do desenvolvimento tecnológico e social, pois lhe concebe conhecer cada
vez mais o seu universo físico, apropriar-se das Leis Físicas, construir o seu espírito
crítico, desenvolver o raciocínio associativo e capacidades dedutivas que possibilitem
inserir novos conhecimentos no contexto da tecnologia avançada, ou mesmo, em
simples aplicações do cotidiano.
Esses fatos possibilitarão uma vida melhor e com ampliadas condições para o
seu futuro.
Neste sentido a ciência surge na tentativa humana de decifrar o universo físico,
determinada pela necessidade humana de resolver problemas práticos e necessidades
materiais em determinada época, logo é histórica, constituindo-se em visão de
mundo. (Diretrizes Curriculares, 2006, p. 17)
Cabe ressaltar que “a verdade” aceita na comunidade cientifica está
impregnada de imparcialidade, pois é um ser humano quem faz ciência, por isso,
deve-se considerar todo um contexto econômico, político, social e cultural. Enfim,
entender a ciência significa considerá-la na sociedade onde ela é produzida, as
instituições de pesquisas que a apoia e sustenta, os avanços técnicos e cientificas,
pois isso muda em função dessa sociedade.
Por isso, entende-se que uma abordagem histórica dos conteúdos se apresenta
como útil e rica, pois pode auxiliar os sujeitos a reconhecerem a ciência como um
objeto humano, tornando o conteúdo cientifico mais interessante e compreensível,
humanizando a ciência, aproximando-a dos estudantes.
218
Um outro aspecto é o de considerar algumas curiosidades como motivadoras do
ensino como, por exemplo, a descoberta da gravidade por Newton a partir da queda
da maçã. Segundo Martins (1990), esse tipo de anedota não é útil ao ensino, pois
apresenta uma idéia distorcida da evolução das idéias em torno da teoria e, talvez,
fosse melhor utilizar-se de piadas. (Diretrizes Curriculares, 2006, p.19)
O que se pretende introduzindo a História no ensino de Física é mostrar a
evolução das idéias e conceitos em Física, um caminho quase sempre não-linear,
cheio de erros e acertos, avanços e retrocessos típicos de um objeto essencialmente
humano, que é produção cientifica. Mas, também, uma história que mostre a não
neutralidade da produção cientifica, suas relações externas, sua interdependência
com os sistemas produtivos, enfim, os aspectos sociais, políticos, econômicos e
culturais desta ciência.
Assumindo para o ensino de Física o pressuposto fundamental que considera a
ciência como uma produção cultural, um objeto humano construído e produzido nas e
pelas relações sociais e, a partir desse pressuposto, consensuamos:
a) que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, deve partir do
conhecimento prévio trazido pelos estudantes, como fruto de suas experiências de
vida em seu contexto social e que, na escola, se fazem presentes no momento em
que se inicia aquele processo. Interessam-nos particularmente, as concepções
alternativas apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns conceitos, as quais
acabam por influenciar a aprendizagem desses conceitos do ponto de vista cientifico;
b) que a experimentação no ensino de Física é importante se entendida como
uma metodologia de ensino que pode contribuir para fazer a ligação entre teoria e
prática, por proporcionar uma melhor interação entre o professor e alunos e, entre
grupos de alunos, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e social dos
estudantes, dentro de um contexto especial que é a escola;
c) que o saber Matemático não pode ser um pré-requisito para ensinar Física,
ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma ferramenta para a
Física. Entendemos que precisamos permitir que os estudantes se apropriem do
conhecimento físico, aí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto, descartar
o formalismo matemático;
d) que embora estamos adotando um tratamento disciplinar, devemos ir além,
visto que a Física não se separa das outras disciplinas, o que se deve ser considerado
219
no planejamento de nossas atividades e; e) que é preciso localizar os conteúdos a
serem trabalhados num contexto social, econômico, cultural e histórico, situando-os
no tempo e no espaço.
No que se refere a abordagem dos conteúdos no ensino da Física ressaltam-se
três campos fundamentais e interdependentes de estudo: movimento, termodinâmica
e eletromagnetismo.
Apesar de serem estudados separadamente, a articulação entre os conteúdos
estruturantes é essencial para o entendimento dos conceitos, fórmulas e princípios da
conservação, por exemplo, além de permitir ao educando visualizar a construção do
conhecimento científico através de pressupostos e principalmente paradigmas a
serem corroborados ou superados.
220
OBJETIVOS GERAIS
Estudar o comportamento energético da matéria, visando à qualificação das diferentes
formas de energia envolvidas em todos os fenômenos físicos;
Instigar a curiosidade, a criatividade do aluno;
Considerar o conhecimento cognitivo e a diversidade cultural do aluno;
Respeitar os conhecimentos prévios dos alunos, como a sua produção intelectual e
também como ponto de partida para o desenvolvimento do saber;
Contribuir com a formação de cidadãos ativos e críticos, capazes de posicionar-se
frente às situações de seu tempo;
Possibilitar situações de aprendizagem nas quais os conteúdos sejam abordados numa
perspectiva de totalidade;
Incentivar uma postura e participativa face às novas tecnologias;
Discutir temas de forma crítica, refletindo sobre os aspectos econômicos, sociais,
culturais , ambientais, éticos e políticos, apontando as relações de poder existentes na
produção científica;
Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho, não linear, de
gerações;
Perceber a construção histórica do conhecimento científico;
Coletar dados e buscar informações;
Adquirir novos conhecimentos e aplicá-los na sua realidade;
Compreender os fundamentos de Física através da teoria e da prática.
221
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
PRIMEIRA SÉRIE
Física e suas partes;
Cinemática;
Dinâmica;
Gravitação Universal;
Estática;
Hidrostática.
SEGUNDA SÉRIE
Termometria;
Dilatação térmica;
Calorimetria;
Estudos dos gases;
Termodinâmica;
Óptica Geométrica;
Ondulatória;
Acústica.
TERCEIRA SÉRIE
Eletrostática;
Eletrodinâmica;
Eletromagnetismo.
A Educação Ambiental, a Educação do Campo e os conteúdos de História e Cultura
Afro-Brasileira serão desenvolvidos na disciplina através de contextualizações,
utilização de problemas e exemplificações.
222
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Seguindo a proposta das Diretrizes Curriculares, o ensino e aprendizagem, na
disciplina de Física, deve contemplar o conhecimento prévio dos estudantes, onde se
incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas, sobre os quais a
ciência tem um conceito científico.
No que remete aos modelos matemáticos no ensino de Física, as Diretrizes
Curriculares posicionam-se da seguinte forma, “sabe-se da importância da linguagem
matemática na Física, visto que essa Ciência está estruturada em modelos que são
trazidos em equações matemáticas. Mas os modelos criados pelos cientistas não
determinados pela natureza exterior à ele e, enquanto o cientista, normalmente,
escreve para os seus pares, nossa conversa é com os estudantes. Daí a importância
de se considerar também o conhecimento do estudante, se o que se quer é chegar a
um saber científico, contrapondo-se à imparcialidade e à unilateralidade do empírico.”
Já no que diz respeito ao papel da experimentação no ensino de Física, as
Diretrizes fomentam a idéia de que atividades desenvolvidas em laboratório não se
limitem a manipulações de aparelhos, fora do contexto experimental, o que se
pretende é que todas as atividades práticas tenham garantido espaço de reflexão,
desenvolvimento e elaboração de idéias.
O ensino experimental quando utilizado incorretamente gera, ao contrário do
que se pretende, atividades mecânicas, repetitivas, que não passam de receitas ou
instruções onde o educando segue rigorosamente as etapas para se chegar ao
resultado “correto”.
Se analisarmos historicamente o ensino de Física em relação ao experimento,
evidenciamos a utilização das aulas práticas no sentido de ilustrar conhecimentos
previamente abordados em aulas teóricas e nunca, ou quase nunca, como um
processo de investigação e de viabilização de construção de conceitos pelos alunos. O
combate ao caráter ilustrativo ou demonstrativo da experimentação restringiu-se,
unicamente, à proposta e a ênfase do “método da descoberta”, modismo que data
desde os anos 60.
O ensino de Física através desse tipo de método - jogos de respostas corretas -
obriga o educador a testá-lo previamente, pois nada poderá interferir no resultado da
223
resposta desejada, afastando falhas que possivelmente possam contrariar a idéia de
que o experimento é a confirmação fiel de uma teoria. Com isso o aluno vai formando
uma imagem distorcida sobre o trabalho científico e fica na cabeça do aluno a
impressão de que os experimentos sempre levam a respostas corretas e o professor
na maioria das vezes utiliza a aula prática para confirmar o que ensinou na teoria.
224
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ter um caráter diversificado, levando em consideração todos
os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a capacidade de análise de um
texto, seja ele literário ou científico, emitindo uma opinião que leve em conta o
conteúdo físico; a capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou
qualquer outro evento que envolva a Física.
No entanto, a avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com
uma nota, como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar o aluno ou
mesmo puni-lo, mas sim de auxiliá-lo na aprendizagem. Ou seja, avaliar só tem
sentido quando se utilizada como instrumento para intervir no processo de
aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.
As formas avaliativas, segundo a concepção adotada nestas diretrizes, deverão
analisar o crescimento intelectual do aluno. Uma avaliação para ser completa precisa
diagnosticar as mudanças ou reafirmações nas atitudes dos educando. Assim,
podemos destacar: interação no processo de ensino e aprendizagem, diferentes
formas de conceber e se apropriar dos conteúdos específicos e do conhecimento
cientifico, capacidade de relacionar aspectos sociais, políticos, econômicos, éticos e
históricos com o assunto estudado, interdiciplinarizar conteúdos, contextualizar, entre
outros.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
225
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Instrumentos de avaliação:
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção ou análise desenhos, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e
representação;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação em palestras e atividades culturais;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros.
226
REFERÊNCIAS
BONJORNO, José Roberto; BONJORNO, Regina Azenha; BONJORNO, Valter; RAMOS,
Clinton Marcico. “Física Completa”. São Paulo: Editora FTD, 2001.
CHIQUETTO, Marcos; PAGLIARI, Estéfano; VALENTIM, Bárbara. “Aprendendo Física 1
– Mecânica”. São Paulo: Editora Scipione, 1996.
CHIQUETTO, Marcos; PAGLIARI, Estéfano; VALENTIM, Bárbara. “Aprendendo Física 2
– Física Térmica e Ondas”. São Paulo: Editora Scipione, 1996.
CHIQUETTO, Marcos; PAGLIARI, Estéfano; VALENTIM, Bárbara. “Aprendendo Física 3
– Eletromagnetismo e Introdução à Física Moderna”. São Paulo: Editora
Scipione, 1996.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM. Diretrizes Curriculares de Física para
o Ensino Médio, versão preliminar. Curitiba: 2006
227
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Embora o estabelecimento da Geografia como ciência tenha ocorrido somente
no século XIX, desde a Pré-História o conhecimento geográfico faz parte da vida dos
seres humanos, pois estes “organizam-se em sociedade e vão produzindo sua
subsistência, produzindo com isso seu espaço, que vai se configurando conforme os
modos culturais e materiais de organização dessa sociedade” (CAVALCANTI, 2005, p.
11).
Os povos pré-históricos, caçadores e coletores, já observavam a dinâmica das
estações do ano e a relacionavam com o ciclo reprodutivo da natureza para realizarem
suas migrações, em busca dos frutos e da caça. Mesopotâmios e egípcios, povos
agricultores, tinham conhecimento das variações climáticas, da alternância entre
período seco e período chuvoso. O conhecimento da direção, da constância e da
dinâmica dos ventos foi fundamental para os povos navegadores, como os polinésios.
Coube aos gregos, na Antiguidade, a primazia do registro sistemático dos
conhecimentos geográficos acumulados até então, em obras como os Périplos e a
Odisséia. Os romanos, e posteriormente os árabes na Idade Média, foram herdeiros e
disseminadores da cultura grega pela Europa, norte da África e Oriente Médio. Nesses
períodos, os conhecimentos geográficos eram relacionados à descrição e organização
dos espaços conquistados, ao estabelecimento de meio de comunicação e vias de
transporte para o comércio, à elaboração de mapas; às discussões a respeito da forma
e tamanho da Terra e da distribuição de terras e águas, aos estudos sobre as
condições climáticas, relacionando-as ao aproveitamento agrícola, entre outros.
No final da Idade Média e início da Idade Moderna, as Grandes Navegações e
Descobrimentos levaram à ampliação do conhecimento geográfico, inventariando e
catalogando dados sobre os continentes e oceanos, os territórios coloniais, suas
riquezas naturais e aspectos humanos, tudo com vistas à sua exploração. Os
conhecimentos geográficos encontravam-se dispersos e desconexos em áreas de
228
conhecimento das quais viria, posteriormente, a servir-se a Geografia, como a
Astronomia, a Botânica, a Biologia, a Climatologia entre outras.
No século XIX, já na Idade Contemporânea, a Geografia foi sistematizada e
reconhecida como ciência e ramo autônomo do conhecimento humano. Essa
sistematização ocorreu na Alemanha, como imposição da necessidade burguesa de
unificar e industrializar o país e justificar seu expansionismo no continente europeu, e
na França, para fazer frente à escola alemã e justificar o imperialismo francês na
África e na Ásia.
Assim, a sistematização da Geografia, sua colocação como ciência particular e
autônoma, foi um desdobramento das transformações operadas na vida social, pela
emergência do modo de produção capitalista. No entanto, essa sistematização ocorreu
no final do processo de consolidação do capitalismo em determinados países europeus
[Alemanha e França], quando a prática da burguesia, então dominante, objetivava
justificar e manter ordem social existente (MORAES, 2002).
Para tanto, foi necessária a existência de pressupostos histórico/materiais -
conhecimento efetivo da extensão real do planeta; existência de um repositório de
informações, sobre variados lugares da Terra; aprimoramento das técnicas
cartográficas – e pressupostos filosófico/científicos - correntes filosóficas que
propunham explicações abrangentes do mundo e a compreensão dos fenômenos do
real; o pensamento político iluminista; a Economia Política, o Evolucionismo.
Desde os primórdios de sua criação como ciência, a Geografia tem passado por
mudanças teórico-metodológicas e a constante redefinição de seu objeto de estudo e
ensino. Se em princípio essas mudanças eram creditadas principalmente à sua
subordinação aos interesses hegemônicos, atualmente, em face da revolução técnico-
científica em curso, é importante que se considere que também a Geografia, assim
como vários outros ramos do conhecimento humano, atravessa um período de
profundas transformações.
Nesse sentido cabe ainda reconhecer o caráter histórico das sociedades
humanas, do conhecimento científico e das relações travadas entre estes dois
elementos. Nas palavras de Paulo Freire, reconhecer “a historicidade do
conhecimento, a sua natureza de processo em permanente devir. Significa reconhecer
o conhecimento como uma produção social, que resulta da ação e reflexão...” (2003,
p. 09).
229
Apesar do aparente fim do socialismo dito real e da ausência de um modelo
sócio-político-econômico que contraponha-se ao neoliberalismo vigente, o referencial
teórico-metodológico da Geografia tem-se consolidado, como demonstram os
trabalhos de diversos autores (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEF, 2005 ),
com a utilização do materialismo histórico e dialético.
É importante lembrar que não existe neutralidade política no processo de
ensino-aprendizagem, sendo este também um ato político daqueles que dele
participam. Nesse sentido, fica explícita a elaboração e aplicação deste como uma
forma de analisar e pensar, criticamente, a estrutura social hegemônica existente,
visando à sua superação.
Não devemos deixar de observar a relação entre a “produção [e a reprodução]
histórica do saber como uma ‘verdade’ que justifica uma relação de poder” (GOVERNO
DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM, 2005 p. 05), e ainda, que educação e política
são “práticas distintas, mas que ao mesmo tempo não são outra coisa que senão
modalidades específicas de uma mesma prática: a prática social. Integram, assim, um
mesmo conjunto, uma mesma totalidade” (SAVIANI, 2003, p. 85).
O objeto de estudo e ensino da Geografia, atualmente definido como o Espaço
Geográfico, é conceituado por Lefebvre e Santos como o espaço “produzido,
apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais e técnicos) e
ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-relacionados” (apud
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/SUED, 2006 p. 14) e por Milton Santos
como espaço
“formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de
sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como
o quadro único no qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada
por objetos naturais, que ao longo as histórias vão sendo substituídas por objetos
técnicos, mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial
tenda a funcionar como uma máquina” (1996, p. 51).
E ainda “o espaço geográfico deve ser considerado como algo que participa
igualmente da condição do social e do físico, um misto, um híbrido” (SANTOS, 1996, p.
70).
230
O Espaço Geográfico, como objeto de estudo e ensino, é considerado como
produto da ação humana, através do trabalho social, no meio. Tal relação só pode ser
compreendida através do estudo do próprio meio e das necessidades e da capacidade
de apropriação de cada sociedade, no decorrer do processo histórico. Ao converter a
Natureza em um conjunto de objetos que seleciona à medida que desenvolve os
meios de utilizá-los, atribuindo-lhes valor, o Homem transformou-a em Segunda
Natureza, apropriando-se dela em um ato social.
A intervenção coletiva do homem na natureza objetivando a satisfação de suas
necessidades, o trabalho social, é o elo de ligação entre o homem e a própria
natureza. Não cabe a distinção entre o físico e o humano, pois a ação humana sobre a
superfície terrestre se faz presente em todas as partes. Nas palavras de Jecohti;
Filizola “a presença do homem é um fato em toda a face da Terra, e a ocupação que
não se materializou é, todavia, politicamente existente” (1992, p. 100).
Seguindo esse princípio, para compreender o meio é necessário entender a
interdependência de todos os seus elementos. Para compreender a organização
espacial faz-se necessário entender as relações sociais que ocorrem nesse mesmo
espaço, através dos processos de trabalho e satisfação das necessidades humanas.
Compreender o Espaço Geográfico é compreender as relações meio-sociedade e todas
as suas correlações inerentes e decorrentes.
Para compreensão do Espaço Geográfico faz-se necessário o domínio dos
conceitos de lugar, paisagem, região, território, natureza e sociedade (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ – SEED/SUED, 2006; CAVALCANTI, 2005).
O lugar é definido como “o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a
identidade permanecem presentes [e revela] especificidades, subjetividades,
racionalidades próprias do espaço local” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ –
SEED/SUED 2006, p. 18). No lugar ocorrem as relações pessoais e as experiências
afetivas, daí que são significados com positivos e negativos, bons e maus
(CAVALCANTI, 2005, p. 93)
A paisagem, de acordo com Santos (1988) é “o domínio do visível, aquilo que a
vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos,
odores, sons etc” (p. 61) e é também “materialidade, formada por objetos materiais e
não materiais. [...] fonte de relações sociais” (p. 71-72).
231
É ainda a “materialização de um momento histórico” e seu real significado só
pode ser alcançado através da compreensão de sua subjetividade (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 16). Essa subjetividade da paisagem é
resultado do imaginário social, das crenças e valores, dos sentimentos das pessoas
que a constroem.
A região foi configurada, segundo Milton Santos, através de “processos
orgânicos, expressos através da territorialidade absoluta de um grupo, onde
prevaleciam suas características de identidade, exclusividade e limites” e atualmente
é o “suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizariam”
(apud GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 17).
Além disso, a região é “considerada uma entidade concreta, resultado [...] da
efetivação dos mecanismos de regionalização sobre um quadro territorial já
previamente ocupado” (CORRÊA apud CAVALCANTI, 2005, p. 103) e subdivisão, Milton
Santos, “do espaço: do espaço total, do espaço nacional e mesmo do espaço local”
(apud CAVALCANTI, 2005, p. 103).
O território pode ser nacional, regional ou local e é nele que ocorre o confronto
e a associação entre o mundo e o lugar (SANTOS apud GOVERNO DO ESTADO DO
PARANÁ/SEED-SUED, 2006, p. 19). No território ocorrem as “relações de espaço e
poder” e a “normalização das ações, tanto globais quanto locais” (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 19). Os territórios, mais do que espaços
concretos, são “relações sociais projetadas no espaço” (CAVALCANTI, 2005, p. 109).
Natureza, de acordo com Mendonça, é “um conjunto de elementos naturais que
possui em sua origem uma dinâmica própria que independe da ação humana, mas
que, na atual fase histórica do capitalismo acaba sendo reduzido apenas à idéia de
recursos” (apud GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 20).
A sociedade é “aquela que produz um intercâmbio com a natureza,
transformando-a em função de seus interesses econômicos e ao mesmo tempo sendo
influenciada por ela, criando desta forma, seus espaços de acordo com as relações
políticas e as manifestações culturais” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED
2006, p. 21).
Também conceitos como estado, nação, cultura, imperialismo, dependência,
centro, periferia, marginalidade (CAVALCANTI, 2005, p. 16), entre outros, são
importantes para a compreensão do espaço geográfico mundial contemporâneo.
232
É fato pacificamente aceito que estamos em meio à Terceira Revolução Técnico-
Científica ou Revolução Informacional. Esta revolução é impulsionada, entre outros:
pela aplicação intensiva da informática aos processos produtivos; pela crescente
automatização/robotização da produção; pela capacidade cada vez ampliada de
intervenção da humanidade na Natureza; pela crescente interdependência produtiva e
de consumo entre as diversas partes do planeta, propiciada pelo desenvolvimento dos
meios de transporte e de comunicação.
Emerge daí o meio técnico-científico-informacional, expresso em regiões onde
ocorre o adensamento de meios de transporte, comunicação, centros de pesquisa,
produção e consumo avançados e as transnacionais, conglomerados produtivos que
representam a vanguarda e são a mola propulsora deste período histórico, com
operações e atuação descentralizadas pela maior parte do planeta, explorando,
produzindo e/ou comercializando em cada lugar de acordo com a melhor relação
custo/benefício econômica e política.
Por mais paradoxal e redundante que seja, vale lembrar que neste momento
histórico a capacidade produtiva existente é tão grande, que é capaz de fazer frente à
satisfação das necessidades de toda a humanidade. Os avanços da informática,
robótica, medicina, biotecnologia e de tantos outros ramos do conhecimento humano,
no entanto, estão postos à serviço de uma pequena parcela da população mundial,
concentrada nos países do norte, ricos, desenvolvidos, centrais e pulverizada nas
pequenas elites dos países do sul, pobres, subdesenvolvidos, periféricos.
À imensa maioria da população mundial reservam-se os resquícios e resíduos do
desenvolvimento técnico-científico-informacional alcançado, ou nem isso, e o papel de
produtores da riqueza de uns poucos, expropriados que são de seus recursos naturais,
de sua força de trabalho e de seu potencial intelectual.
O atual momento histórico de desenvolvimento das forças produtivas do
capitalismo, entendido este como sistema econômico-social-político hegemônico,
propõe diversos desafios que definirão o futuro do planeta Terra e da própria
Humanidade. Dentre eles, destacam-se:
o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e a difusão do modelo de
sociedade de consumo, que exercem uma pressão insustentável sobre os recursos
233
naturais e as fontes de energia em uso, alterando o equilíbrio climático-ecológico do
planeta;
a revitalização e maximização das relações de exploração e dominação entre
ricos e pobres, em escalas local, nacional, regional e mundial, que nega à considerável
parcela da Humanidade o acesso aos benefícios científicos e tecnológicos existentes e
mesmo a satisfação de necessidades básicas como alimentação, educação, saúde e
saneamento entre outros.
Diante destes e outros desafios, a apreensão do conhecimento geográfico da
totalidade entre humanidade e natureza, espaço e sociedade, mediados pelo trabalho
social, torna-se uma necessidade premente e inadiável, objetivando o
desenvolvimento da capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente a realidade, para melhor compreendê-la e identificar as possibilidades de
transformação no sentido de superar suas contradições.
234
OBJETIVOS GERAIS
Propiciar aos educandos a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente o Espaço Geográfico - com suas relações sócio-espaciais - para melhor
compreendê-lo, identificando e atuando sobre as possibilidades de transformação no
sentido de superar seus conflitos e contradições a partir da construção de suas
próprias interpretações e representações;
Compreender o ambiente natural e social, o sistema político, a tecnologia e os valores
que fundamentam nossa sociedade;
Apropriar-se de noções geográficas sobre os diferentes recortes territoriais do planeta,
tais como os continentes, os países e os elementos físicos e humanos que os
compõem;
Perceber a relação entre meio e sociedade, tendo como elo de ligação o trabalho
social;
Analisar historicamente a formação das diversas configurações espaciais -
localizações, estruturas e processos - em escalas local, regional, nacional, e global;
Conceituar os tipos de sociedade, as maneiras e modos como estas apropriam-se da
natureza, a idéia de organização e produção do espaço;
Abordar o homem como ser biológico – elemento integrante da natureza - e social -
pertencente à sociedade e, dentro desta, à esta ou àquela classe social;
Apreender o espaço geográfico como uma totalidade que envolve o espaço e a
sociedade, a natureza e a humanidade;
Compreender a interdependência entre os diversos elementos e os impactos
ambientais provocados pela ação humana;
Desenvolver, especificamente, as capacidades de leitura, interpretação, análise,
elaboração e produção de produtos cartográficos (mapas e cartas), tabelas e gráficos;
e, de modo geral, as capacidades de observar, localizar, relacionar, compreender,
descrever, expressar e representar;
235
Possibilitar o acesso ao conhecimento científico socialmente construído e
historicamente acumulado;
Capacitar a posicionar-se, manifestar-se e atuar frente às diversas e variadas
situações, inclusive no controle democrático da esfera pública.
236
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de Geografia para a Educação
Básica (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006) estabelecem como
Conteúdos Estruturantes:
• Dimensão econômica da produção do/no espaço;
• Geopolítica;
• Dimensão sócioambiental;
• Dinâmica cultural e demográfica.
Conteúdos Estruturantes são “os saberes e conhecimentos de grande amplitude
que identificam o organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,
considerados basilares e fundamentais para a compreensão do seu objeto de estudo e
ensino”, [...] “demarcando e articulando o que é específico do conhecimento
geográfico escolar” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 23).
No conteúdo estruturante Dimensão econômica da produção do/no espaço é
abordado como os seres humanos, através do trabalho em sociedade, apropriam-se
do meio natural para satisfação das suas necessidades e acumulação de riqueza. Essa
apropriação ocorre a partir da transformação e/ou destruição do meio natural,
resultando na criação do Espaço Geográfico, envolvendo aspectos sócioambientais,
políticos, econômicos e culturais (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED
2006, p. 25, 26 e 27).
Geopolítica, enquanto conteúdo estruturante, trata de temas como: os rumos
do Estado-Nação no presente século; as possibilidades de confrontos ou crises
políticas, econômicas e/ou diplomáticas; as estratégias para os grupos manterem-se
237
ou tornarem-se hegemômicos na apropriação do Espaço Geográfico; a ocupação
[racional ou não] dos ambientes naturais (ALFLEN 2006, p. 15), relacionando
“episódios passados e presentes [e] concretizando a inter-relação entre espaço e
poder” (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 27) econômicas e
sociais sobre o território.
A Dimensão sócioambiental, enquanto conteúdo estruturante, relaciona-se
principalmente com a interdependência das relações entre as sociedades humanas –
aspectos econômicos, sociais e culturais - e o meio natural – componentes físicos,
químicos e bióticos – superando a visão dicotômica meio ambiente versus seres
humanos. Para tanto, torna-se fundamental “compreender tanto a gênese da dinâmica
da natureza, quanto sua transformação em função da ação humana e sua participação
na constituição da fisicidade do Espaço Geográfico” (GOVERNO DO ESTADO DO
PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 31), observando ainda aspectos como a pobreza, a fome,
o preconceito e as diferenças culturais que se fazem presentes nesse espaço.
O conteúdo estruturante Dinâmica Cultural e Demográfica analisa o Espaço
Geográfico a partir de relações sócio-culturais e aspectos demográficos como
constituição, distribuição e mobilidade das populações. Permite a compreensão, no
contexto contemporâneo, da circulação de informações, mercadorias, capitais,
pessoas e modos de vida destacando, nesse último aspecto, as culturas de massa e
de resistência (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 32, 33 e 34).
A seguir estão elencados os conteúdos específicos por série, destacando que no
momento da aula os mesmos receberão as “ênfases específicas de cada conteúdo
estruturante”, não ocorrendo, no entanto, a “separação das abordagens, pois na
realidade concreta as dimensões socioambiental, cultural e demográfica, econômica e
geopolítica [...] não se separam, mas se intercruzam o tempo todo” (GOVERNO DO
ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 35 e 36).
Convém ainda ressaltar que a mediação entre o Espaço Geográfico - objeto de
estudo e ensino – com os conteúdos estruturantes ocorre através da apreensão dos
conceitos de sociedade, natureza, território, região, paisagem e lugar, entre outros
(GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-SUED 2006, p. 24).
238
PRIMEIRA SÉRIE
Elementos e instrumentos da Geografia:
• Orientação, localização e representação do espaço;
• Origens do Universo, do Sistema Solar, do Planeta Terra e da Vida;
• Elementos naturais do planeta Terra;
• Paisagens natural, cultural e geográfica;
• Sociedade e Trabalho;
• Setores e Atividades econômicas;
• População.
SEGUNDA SÉRIE
O espaço geográfico brasileiro
• Unidades da federação e regionalizações;
• Localização no globo terrestre;
• Elementos naturais;
• Navegações, Apropriações e Colonizações;
• Origens e formação do povo e construção do espaço geográfico;
• Brasil contemporâneo.
TERCEIRA SÉRIE
239
O espaço geográfico mundial
• Capitalismo: o domínio do capital;
• Socialismo: alternativa ao capitalismo;
• Guerra Fria: capitalismo versus socialismo;
• Neoliberalismo e Globalização;
• Economias Industriais Centrais;
• Economias Industriais Periféricas;
• Economias Primárias.
A Educação Ambiental será abordada principalmente através do conteúdo
estruturante Dimensão Sócioambiental na maioria dos conteúdos específicos da
disciplina e em projetos que envolvam a questão ambiental.
A temática História e Cultura Afro-Brasileira será abordada nos estudos sobre a
origem e formação da população brasileira, a construção do espaço geográfico
brasileiro, a África e sua inserção na economia mundial, a situação dos afro-brasileiros
na sociedade contemporânea.
A Educação do Campo será abordada nos conteúdos específicos e estruturantes
através dos eixos temáticos: Trabalho - divisão social e territorial; Cultura e Identidade;
Interdependência campo-cidade, questão.agrária e desenvolvimento sustentável;
Organização política, movimentos sociais e cidadania.
240
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Metodologicamente, reconhece-se a necessidade de garantir o acesso do
educando ao conhecimento social e historicamente produzido e acumulado. No
entanto, cabe valorizar o saber próprio do educando, expresso na visão do mundo em
que está inserido, pois “essa percepção [do educando] está visceralmente ligada à
experiência vivida, a um espaço que, de certa forma, a experiência vivida seleciona e
ordena” (RESENDE, 1994, p.86). Isso implica conhecer e reconhecer os aspectos
sociais, econômicos e culturais nos quais estão inseridos, como condicionantes de sua
leitura e visão de mundo.
Dentro da concepção socioconstrutivista, cabe ao educador a função de
mediador entre o educando e o conhecimento, organizando e dirigindo o processo de
ensino e aprendizagem. O educando, agente ativo da construção de seu próprio
conhecimento, interage no processo a partir das condições que lhe são próprias e
daquelas que lhe são oferecidas.
São priorizadas as atividades mental e física – aulas de campo e de observação
- como modo de: estimular a participação do educando no processo de ensino e
aprendizagem; promover sua interação com mundo dos objetos; desenvolver as suas
capacidades de observar, localizar, relacionar, compreender, descrever, expressar e
representar (CAVALCANTI, 2005, p. 145).
Situações de interação - atividades em grupo e coletivas com elementos da
classe, da escola e da comunidade - são proporcionadas para estimular a cooperação
entre os agentes do processo de ensino e aprendizagem. A interação permite também
o estabelecimento de uma relação dialógica entre educandos, educadores e a própria
sociedade, promovendo a auto-reflexão e a sócio-reflexão dos agentes envolvidos.
Os elementos básicos da mediação entre conhecimento, educando e educador,
são o livro didático, utilizado de forma crítica e seletiva, mapas, globos, atlas, matérias
jornalística de diversos meios (televisão, jornal impresso, revistas, internet etc),
multimídias/meios, audiovisuais diversos (filmes, documentários, comerciais etc),
observações e pesquisas in loco, linguagens diversificadas como textos e obras
literárias, poesia, pinturas e outras expressões das artes plásticas, músicas, histórias
em quadrinhos, caricaturas, charges, fotografias, transparências, entre outras.
241
O processo de ensino e aprendizagem terá momentos diversificados como, por
exemplo: exposição e explicação de conteúdos; diálogos; atividades individuais, em
grupo e coletivas; exercícios de compreensão e fixação, de crítica e reflexão;
observação e reconhecimento do espaço geográfico; observação de audiovisuais;
produção de textos, mapas temáticos, maquetes e outras formas de expressão;
dramatizações, jogos e simulações; avaliações, entre outros.
242
AVALIAÇÃO
A avaliação caracteriza-se por ser uma constante que perpassa todo o processo
de ensino e aprendizagem. Tem como objetivos principais avaliar qualitativamente o
processo de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento do educando e a atuação do
educador permitindo, a partir dos resultados obtidos, a melhoria constante do
processo.
Terá caráter diagnóstico, permitindo a recuperação dos conteúdos e adequação
dos processos e objetivos; contínuo, estendendo-se durante todo o processo de ensino
e aprendizagem; e diversificado, abrangendo todos os aspectos e ações do processo
de ensino e aprendizagem.
Para tanto, os objetivos a serem alcançados por educandos e educadores
deverão ser e estar claros e precisos, bem como o tempo e os meios necessários
através dos quais eles serão realizados.
As capacidades de refletir, de criticar, de sintetizar, de elaborar conclusões
pessoais e coletivas e a apreensão dos elementos essenciais ao desenvolvimento de
tais capacidades serão valorizadas e prevalecerão sobre a simples memorização de
conteúdos.
A avaliação privilegiará ainda os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
valorizará a multidisciplinariedade e a interdisciplinaridade dos conteúdos.
Poderão ser utilizados como instrumentos de avaliação os seguintes itens:
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção e análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
realização de atividades na sala de aula, no laboratório de ciências, na
biblioteca, em saídas de campo e em domicílio;
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios;
participação em palestras e atividades culturais;
243
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros instrumentos.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
244
REFERÊNCIAS
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recuperação de estudos e promoção de alunos do sistema estadual de ensino em nível
do ensino fundamental e médio. Relatores: Marília Pinheiro Machado de Souza e
Orlando Bogo. [Curitiba: s.n., 1999].
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Pedagógica: Geografia. [Curitiba: s.n., 2005].
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247
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina tem como principal objetivo despertar reflexões o que se refere aos
aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais bem como ampliar as relações entre
o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico, sendo possível dessa
forma abordar os diversos temas sem a pretensão de esgota-los.
A disciplina de História passou a ser obrigatória a partir da criação do Colégio
Dom Pedro II, no ano de 1837, nesse mesmo período houve a criação do IHGB
(Instituto Histórico Geográfico Brasileiro), que instituiu a História como disciplina
obrigatória no âmbito escolar.
A maioria dos intelectuais que elaboravam os programas escolares, os manuais
didáticos, as orientações e os conteúdos a serem ensinados, tinham a influência da
Escola Metódica e da Escola Positivista, com características da linearidade dos fatos,
abordagem política da História, uso exclusivo de documentos oficiais como única fonte
de verdade histórica e também a exarcebada valorização dos heróis.
A História aplicada nas escolas em meados do século XIX era europeizada com
a total abnegação das pessoas comuns nesse contexto histórico, até o início da
República a História terá esse caráter seletista.
A partir do governo Vargas a História do Brasil retorna aos currículos escolares
vinculado ao projeto nacionalista do Estado Novo, posteriormente nos anos de 1980 e
1990 cresceram os debates em torno das reformas na área educacional, que
repercutiram nas novas propostas do ensino de História.
O ensino de História vem se modificando ao longo dos anos de acordo com a
sociedade e suas necessidades, a análise histórica da disciplina, bem como as novas
demandas sociais para o ensino de História se apresenta como indicativo para a
elaboração de Diretrizes Curriculares na medida em que há a possibilidade de se
248
refletir a respeito dos contextos históricos em que há a valorização dos saberes do
educando sendo ele sujeito ativo desse processo.
A História, enquanto disciplina escolar, aliada as outras áreas do conhecimento,
possibilita ampliar estudos sobre as problemáticas contemporâneas situando - as nas
diversas temporalidades, servindo como arcabouço para a reflexão sobre
possibilidades e/ou necessidades de mudanças e/ou continuidades.
O ensino da História é expresso no processo de produção do conhecimento
humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a
interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão
da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não significa relativismo
teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou interpretações para um
determinado fato, algumas delas são mais válidas historiograficamente do que outras.
Esta validade é constituída pelo estado atual da ciência histórica em relação ao seu
objeto e ao seu método. O conhecimento histórico possui formas diferentes de
explicar seu objeto de investigação, construídas a partir das experiências dos sujeitos.
A integração da História como as demais disciplinas permitem sedimentar e
aprofundar temas estudados no Ensino Fundamental, redimensionando aspectos da
vida em sociedade e o papel do indivíduo nas transformações do processo histórico,
completando a compreensão das relações entre a liberdade e a necessidade.
O papel da disciplina para esse nível de ensino e o momento histórico que se
está vivendo deve ser entendido em sua dimensão mais ampla, envolvendo a
formação de uma cultura educacional. Vive-se hoje em uma sociedade marcada pelo
domínio do mito do consumo e pelas tecnologias com ritmos de transformações
aparentemente muito acelerados e informações provenientes de vários espaços,
embora predominando os meios áudios — visuais, e ainda pela fragmentação do
conhecimento sobre os indivíduos e a vida social.
O ensino da História pode desempenhar um papel importante na configuração
da identidade, ao incorporar a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas relações
pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e
suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e com
gerações do passado e do futuro.
249
A História tem como princípio o estudo dos processos relativos às ações e as
relações humanas praticadas no tempo, bem como os sujeitos dessas ações e
relações.
250
OBJETIVOS GERAIS
Manifestar disponibilidade e interesse no intercâmbio.
Revelar preocupação com a qualidade de seus registros e na representação dos
trabalhos.
Respeitar as opiniões dos outros e buscar compreender as diferenças
Fundamentar suas opiniões.
Desenvolver a capacidade de comunicar-se.
Ler e interpretar textos orais, escritos, ideográficos, videográficos de caráter
sociocultural.
Interpretar e utilizar diferentes representações (tabelas, gráficos, ícones...).
Exprimir-se oralmente usando corretamente terminologia específica da área.
Produzir textos adequados ás pesquisas e trabalhos da área, formular dúvidas e
elaborar conclusões.
Saber usar as tecnologias básicas da informação, como computadores, vídeos,
gravadores, como instrumento de apoio à pesquisa e a educação.
Promover a capacidade cognitiva, através do desenvolvimento da curiosidade e
do gosto de aprender, da confiança em si próprio, do questionamento e da
investigação.
Refletir e formular juízos sobre situações socioculturais de interesse científico ou
tecnológico com que se defrontar. Enfrentar com confiança e disposição situações
novas.
Ter iniciativas na busca de informações de que necessite responsabilizar-se por
suas iniciativas.
Manifestar desejo de aprender, despertar, gosto pela pesquisa e apreço pelo
conhecimento.
251
Aplicar os conhecimentos adquiridos na sociedade, na escola, no trabalho e em
outros contextos relevantes para sua vida.
Entender o impacto das tecnologias associadas às ciências humanas sobre sua
vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e sua
vida social.
Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a Sociedade, a economia, as práticas
sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e
protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal,
social, política, econômica e cultural.
Inserção dos conteúdos de: História e Cultura Afro-Brasileira com base na Lei n.
10.639 de 09 de janeiro de 2003; História e Cultura Paranaense com base na Lei n.
13.381 de 18 de dezembro de 2001.
Trabalhar conteúdos dando ênfase à educação ambiental.
252
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de História estabelecem como
conteúdos estruturantes:
Relações de trabalho;
Relações de poder;
Relações culturais.
Os conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos construídos
historicamente e considerados fundamentais para a compreensão do objeto e
organização dos campos de estudos de uma disciplina escolar. Os conteúdos
específicos a seguir elencados são derivados destes conteúdos estruturantes, que os
permeiam.
PRIMEIRA SÉRIE
A pré-história
As Sociedades da Antigüidade Oriental
As Sociedades Antigas Clássicas
A formação dos reinos bárbaros
O império bizantino
O império Árabe
O sistema feudal
A crise do Sistema feudal
As Monarquias medievais
253
SEGUNDA SÉRIE
A época moderna
A expansão marítimo-comercial européia
O Renascimento
As Reformas religiosas
Os europeus chegam à América
O estado absolutista
A Inglaterra e a onda revolucionária do século XVII
Revolução industrial Inglesa
Revolução Norte-americana
O iluminismo e o despotismo esclarecido
Mundo contemporâneo
A Revolução Francesa
O Império Napoleônico
A formação dos Estados latino-americanos
Os Estados Unidos no século XIX.
O mundo da indústria: expansão e consolidação no século XIX
A Europa do século XIX
O imperialismo europeu e o neocolonialismo
A Primeira Grande Guerra (1914-1918): choque de Imperialismo
A revolução Russa
O período entre - guerras
254
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A descolonização da África e da Ásia
A Guerra Fria
A Revolução socialista da China
A América Latina: conflitos do século XX
TERCEIRA SÉRIE
História do Brasil
A conquista e a colonização
Economia canavieira
Administração colonial
O Brasil espanhol: Reação holandesa expansão bandeirante
A mineração no Brasil
Como foi que o Brasil ficou assim
As reformas pombalinas no Brasil
A crise do sistema colonial
O estado escravista Monárquico-brasileiro
As rebeliões: o olhar dos colonos insurgentes
A colônia virou Estado
O Primeiro Reinado
Um império sem imperador: A regência
Com sangue também se escreveu nossa história
E eles queriam que D. Pedro fosse II
255
A Guerra do Paraguai
O Brasil rumo ao progresso
Liberdade para o povo negro: terra e trabalho para imigrante
Brasil Contemporâneo
Cai a Monarquia: "Viva a República"
Os Novos donos do poder
No tempo dos cafeicultores.
À margem do poder: os excluídos
A Revolução de Trinta e a Era Vargas
O Populismo no Brasil: ascensão e colapso
O regime militar
A Nova República
A Educação Ambiental será abordada na disciplina comparando como as
civilizações antigas e as sociedades atuais se relacionam com o meio ambiente. Além
disso, poderão ser realizados trabalhos interdisciplinares, pesquisas de campo,
palestras, fóruns, seminários e outros, sobre a questão.
A cultura afro-brasileira e africana será abordada no contexto histórico a partir
do início da escravidão no Brasil, possibilitando aos alunos conhecerem a contribuição
e participação dos negros na construção da sociedade. Contribuindo para a formação
do cidadão reflexivo, ativo e responsável, visando a construção de um mundo mais
humanizado, minimizando o preconceito racial.
A Educação do Campo será abordada na disciplina de História comparando com
as civilizações antigas e as sociedades atuais a relação campo-cidade e a importância
do campo nas sociedades atuais.
256
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No ensino de história é indispensável para o professor criar uma relação com o
conhecimento já adquirido pelo aluno, buscando relacionar esses conhecimentos com
a realidade e com o cotidiano de cada indivíduo. A história que se pretende resgatar é
a história como ciência, com um método novo que determina um caminho renovado
para a produção e a transformação do conhecimento histórico.
Os procedimentos metodológicos a serem utilizados na disciplina de história
compreendem também a interdisciplinaridade principalmente na área de ciências
humanas.
Nessa perspectiva devem ser feitas seleções de conteúdos, o que possibilita
ainda, que o aluno venha a elaborar um raciocínio histórico.
Para melhor satisfazer os objetivos pressupostos pela disciplina faz-se uso
também de debates e seminários.
Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se
mutuamente, pois o tratamento das questões trazidas pelas temáticas, expõe as inter-
relações entre os objetivos de conhecimento.
Lembrando que os conteúdos propostos serão articulados entre si para um
maior entendimento da realidade onde está inserido o aluno.
257
AVALIAÇÃO
No processo de avaliação é importante considerar o conhecimento prévio, as
hipóteses e os domínios dos alunos e relacioná-los com as mudanças que ocorrem no
processo de ensino e aprendizagem. O professor deve identificar a apreensão de
conteúdos, noções, conceitos procedimentos e atitudes como conquistas dos
estudantes, comparando o antes, o durante e depois. A avaliação não deve mensurar
simplesmente fatos ou conceitos assimilados.
Deve intervir no caráter diagnóstico e possibilitar ao educador avaliar o seu
próprio desempenho como docente, refletindo sobre intervenções didáticas e outras
possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos.
A avaliação final é subsidiada pela avaliação contínua, pois o professor recolhe
todas as informações sobre o que o aluno aprende ao acompanhá-lo,
sistematicamente.
Considerando essas preocupações, o professor a avaliará por meio de:
Observação sistemática acompanhamento do processo de aprendizagem dos
alunos, utilizando alguns instrumentos como, registros em tabelas, listas de controle
diário de classe e outros.
Análise das produções dos alunos considerarem a variedade de produções
realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens
conquistadas. A avaliação pretende ser consistente e exeqüível, mesmo sabendo dos
impasses decorrentes da mudança de enfoque e de práticas, considera-se possível aos
professores caminhar num referencial qualitativo, baseando-se na observação e no
registro.
Desenvolver a percepção do valor histórico como construção humana e o
sentido da coletividade e de cooperação de que é produto.
Interessar-se pelas realidades socioculturais de seu lugar, sua região, seu país e
do mundo, na perspectiva histórica e da tecnologia, estabelecendo as inter-relações
entre os fenômenos.
Trabalhar em grupo partilhando saberes e responsabilidades.
258
Intervir na dinamização de atividades e participar da busca e elaboração de
resolução de problemas da comunidade em que se insere.
Compreender e utilizar história como elemento de interpretação e intervenção
tecnológica e como conhecimento sistemático de sentido prático.
Utilizar elementos e conhecimentos tecnológicos e científicos para diagnosticar
e analisar questões ambientais.
Associar conhecimentos científicos e tecnológicos em suas relações recíprocas.
Reconhecer o sentido histórico das tecnologias sociais, identificando o papel das
mesmas na sociedade em diferentes épocas e sua potencialidade de transformar o
meio.
Serão feitas atividades coletivas como:
Realização de trabalhos e provas
Conversas: a conversação é uma técnica importante para o desenvolvimento da
atenção, observação e espírito crítico dos alunos. Por meio dela, eles vão expor o que
pensam sobre os vários temas abordados. Também contribui para o aprendizado do
comportamento em grupo.
Debates: os temas escolhidos para os debates em sala de aula deverão ser
previamente preparados pelos alunos, sob a direção do professor Os debates deverão
ocorrer de forma organizada e alguns critérios de comportamento deverão ser
preestabelecidos.
Entrevistas: esta técnica poderá ser realizada individualmente ou em grupo O
tema da entrevista poderá ser sugerido pelo professor ou pelos alunos, sempre
relacionado com o tema que está sendo trabalhado.
Visitas e excursões: as visitas e excursões necessitam de preparação prévia.
Será organizado um roteiro do que deverá ser observado pelos alunos e, estes, após,
deverão apresentar um relatório.
Jornal falado: a classe poderá ser dividida em grupos para reproduzir o jornal
falado. Os temas escolhidos devem estar sempre relacionados ao que está sendo
estudado. Podem ser atuais, de ordem política, econômica ou social, com o objetivo de
inserir o aluno na realidade.
259
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
260
REFERÊNCIAS
COSTA, Maria Cristina Castillo. Sociologia. Introdução a Ciência da Sociedade. Ed.
Moderna. São Paulo. 1987
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. Ed. Saraiva. São
Paulo. 1993.
COTRIM, Gilberto. História do Brasil. Volume Único 2º Grau. Ed. Saraiva. São Paulo.
1990.
NADAI Elza. História Geral. Volume Único. 2º Grau. Ed.Saraiva. São Paulo. 1987.
ABREU, Marta; SOIHET, Rachel (orgs.) Ensino de História: conceitos, temáticas. e
metodologias . Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.) Domínios da História. Campinas:
Campus, 1997.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM. Diretrizes Curriculares de História –
Ensino Médio. Curitiba [?] 2006.
261
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas
contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da
contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção
das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que atravessam o
campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente, seus influxos, estão a
requerer, dos professores, uma mudança de posicionamento no que se refere a sua
própria ação pedagógica.
Na perspectiva de superação efetiva da postura tradicional ditada pelos livros
didáticos, as Diretrizes Curriculares fundamentam o trabalho pedagógico com a Língua
Portuguesa/Literatura, considerando o processo dinâmico e histórico dos agentes na
interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que
por meio dela interagem.
A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos histórica e
socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros em suas relações
dialógicas. Como afirma Geraldi (1991, p. 6), “a linguagem não é o trabalho de um
artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os
outros que ela se constitui”.
Na linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca experiências,
compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como participante da
sociedade. Segundo Bakhtin:
A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos),
concretos e únicos que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade
humana.
262
A definição de gênero em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a dinâmica, a
fluidez, a imprecisão da linguagem, não aprisiona os textos em determinadas
propriedades formais.
O gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e é esta a
perspectiva que deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o
contato real do estudante com a multiplicidade de textos que são produzidos e
circulam socialmente.
O texto é visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se
constroem e são construídos. Todo texto é, assim, articulação de discursos, são vozes
que se materializam, é ato humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente-se a isso
que as considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da
discursividade as relações de poder estabelecidas na sociedade.
Texto configura-se não apenas como a formalização do discurso oral ou escrito,
mas como evento que tem sua abrangência no antes, as condições de produção, de
elaboração, e no depois da formalização, a leitura ou, segundo Bakhtin (1986), a
atitude responsiva ativa, caracterizando o texto como evento que se concretiza
realmente na interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas nos limites
formais.
Diante do exposto, pode-se entender que as práticas da linguagem, enquanto
fenômeno de uma interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano,
potencializando, na escola, a perspectiva interdisciplinar.
Prática da oralidade
As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e apontam
diferentes caminhos. Esse trabalho precisa pautar-se em situações reais de uso da
fala, valorizando-se a produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua
como sujeito do processo interativo.
O professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que,
gradativamente, permita ao aluno não só conhecer e usar também a outra variedade
lingüística, a padrão, como também entender a necessidade desse uso em
determinados contextos sociais. Como afirma Soares (1991), é função da escola e do
professor trabalhar com o bidialetalismo, preparando o aluno para o emprego da
263
língua padrão, mas sabendo que, em situações informais, ele continuará utilizando o
dialeto que lhe é peculiar.
Prática da leitura
Entende-se a leitura como um processo de produção de sentido que se dá a
partir de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto e o
leitor.
Kleiman (2000) destaca a importância, na leitura, das experiências, dos
conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências sobre
o texto. O leitor, segundo a autora, constrói e não apenas recebe um significado global
para o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou
rejeita conclusões, utilizando estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico e
na sua vivência sociocultural (conhecimento de mundo).
O professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a
leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a
leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias
com a devida mediação do professor.
Prática da escrita
Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção acontece
(quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se
escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual tem suas
peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam conforme se
produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um texto de opinião, ou um
outro tipo de texto. Essas e outras composições precisam circular na sala de aula
como experiências reais de uso e não a partir de conceitos e definições de diferentes
modelos de textos.
Por outro lado, é preciso que os alunos se envolvam com os textos que
produzem, assumindo de fato a autoria do que escrevem. Para Kramer (1993, p. 83),
“[...]ser autor significa produzir com e para o outro. Somente sendo autor o aluno
interage e penetra na escrita viva e real, feita na história”. Ao se perceber como autor,
264
o aluno poderá aprimorar sua condição de escritor. A capacidade de escrita,
criatividade e outros fatores comumente relacionados ao ato de escrever, só se
aprende na prática da escrita em suas diferentes modalidades.
O envolvimento do aluno e do professor com a escrita, segundo Pazini (1998), é
um processo que acontece em vários momentos: o da motivação para a produção do
texto; o da reflexão, que deve preceder e acompanhar todo o processo de produção; o
da revisão, reestruturação e reescrita do texto, que acaba se constituindo, também,
em um produtivo momento de reflexão.
Análise lingüística e as práticas discursivas
Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão discursivo-
textual, o que importa não é o ensino da nomenclatura gramatical, de definições ou
regras (as quais até podem ser construídas pelo aluno, com a mediação do professor,
mas só após ele ter entendido a função das diferentes palavras ou expressões no
texto).
O mais importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir, levantar
hipóteses, a partir da leitura e da escrita de diferentes textos, única instância em que
o aluno pode chegar à compreensão de como a língua funciona e à decorrente
competência textual.
Dominando as variações lingüísticas da Língua Portuguesa na prática da leitura,
da escrita e da oralidade, o cidadão brasileiro estará apto a enfrentar inúmeras
situações vivenciadas no seu cotidiano. Através da linguagem o homem se comunica,
recebe e repassa conhecimentos, divulga sua cultura, expõe seus ideais, e
principalmente, luta pelos direitos os quais lhe são negados.
Isso é possível quando na escola o educando tem oportunidade de conhecer as
diversas formas de falar e escrever, isto é, saber adequar a linguagem ao momento e
à situação por ele vivenciada. Interagindo com os colegas de classe, de escola e da
comunidade, o aluno certifica-se de seus conhecimentos, de suas capacidades,
aperfeiçoando seu potencial diante de tantas experiências para as quais é chamado.
Assim ele terá embasamento para sua vida pessoal e profissional conquistando o
respeito da sociedade e sentindo segurança para expor seu ponto de vista.
265
O cidadão brasileiro somente verá seus direitos (moradia, alimentação, trabalho
digno, saúde, segurança etc.) respeitados se estiver devidamente preparado para
competir com milhões de outros cidadãos. Essa oportunidade é oferecida ao estudante
através do Ensino da Língua Portuguesa nas escolas públicas estaduais, onde ele tem
seu jeito próprio de falar respeitado bem como o acesso a outras variações
lingüísticas, visando, dessa forma, ao aprimoramento do domínio discursivo, seja ele
oral ou escrito.
266
OBJETIVOS GERAIS
Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de
ensino:
empregar a língua oral, em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por
meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o
assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura;
refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo
de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização;
aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a
constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com
as práticas da oralidade, da leitura e da escrita.
É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes
supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da
inserção e participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e
escrita, inicia-se na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do
aluno e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua vida.
A ação pedagógica referente à língua precisa pautar-se na interlocução, em
atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou
escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes
contextos e situações.
267
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos para as três séries do Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª) são os mesmos,
porém a complexidade dos textos, das atividades e dos trabalhos será adequada a
cada série, não subestimando a capacidade cognitiva dos alunos, mas considerando
possibilidades de melhores relações com outras disciplinas e com a realidade
vivenciada.
Leitura
Leitura de diferentes gêneros textuais: poemas, contos, crônicas, romances,
novelas, documentos, manuais de instrução, charges, notícias, reportagens, resenhas,
editoriais, cartas de leitores, publicidade, classificados, sinais de trânsito, legendas,
fotos, telas, resenhas, entrevistas e outros.
Oralidade
A partir das leituras acima citadas propõem-se debates, discussão, exposição de
opinião a respeito do que se leu ou ouviu. Também haverá momentos para contação
de histórias, relatos de experiências vivenciadas na escola ou fora dela; declamação
de poemas; relatos de textos ou livros lidos; representação teatral.
Escrita
De acordo com os assuntos trabalhados nos textos lidos, com as situações
vivenciadas pelos alunos e com os acontecimentos divulgados pela imprensa falada
ou escrita, serão produzidos textos: narrativos, descritivos e dissertativos, de notícia,
de humor, argumentativos, publicitários, textos de campanhas educativas e/ou
preventivas, poemas, cartazes, avisos, relatórios, resumos, cartas.
Análise linguística
268
A análise linguística será trabalhada nas três práticas discursivas (leitura,
escrita e oralidade) visando ao domínio gradativo das questões relacionadas com o
emprego da norma padrão e das demais variações lingüísticas existentes. Os alunos
serão instigados a perceber a multiplicidade de usos da língua nos textos lidos e
também de aplicá-la nas próprias produções orais e escritas, utilizando a variante
mais adequada ao interlocutor e considerando a intenção do escritor. Dessa forma,
trabalhar-se-á a norma culta sem desvalorizar a linguagem do aluno.
Literatura
Nas três séries do Ensino Médio, a literatura não será dividida
cronologicamente. Haverá contemplação dos diferentes períodos literários de acordo
com as possibilidades de “diálogo” entre um texto retirado do Romantismo, por
exemplo, com textos de autores do Realismo, Arcadismo, Modernismo etc.
Educação Ambiental
Diante da grave situação de degradação do meio ambiente em que o mundo se
encontra, é necessária a conscientização do ser humano quanto a preservação
contínua do Planeta Terra.
A escola é o espaço ideal para se desenvolver tais atividades conscientizando o
cidadão a cuidar do mundo em que vive, preservando a natureza, evitando maiores
catástrofes. É urgente o controle da poluição do meio ambiente, o incentivo à
reciclagem, bem como o uso racional da água.
A Educação Ambiental será trabalhada na disciplina através de leituras,
produção de textos e relatos (orais ou escritos) de atividades realizadas em outras
disciplinas.
Cultura Afro-Brasileira
A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e
afirmação de direito, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente
apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9394/1996,
269
estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e
africanas, assegurando o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania,
assim como garante igual direito às histórias e culturas que compõem a nação
brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos
os brasileiros. Portanto a escola estará trabalhando na valorização da história e cultura
dos afro-brasileiros, assim comprometida com a educação de relações étnico-raciais.
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira
e africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem respeito a todos os
brasileiros uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma
sociedade multicultural e plurétnica, capazes de construir uma nação democrática.
Na disciplina de Língua Portuguesa o trabalho com a cultura afro-brasileira será
através de:
• Estudos e pesquisas de países que falam a Língua Portuguesa.
• Debates sobre textos propostos.
• Leitura, interpretação e análise de textos variados.
Educação do Campo
Os povos do campo durante muito tempo foram marginalizados, vistos como
sinônimos de atraso, ridicularizados pelo seu modo de vida e costumes. Os alunos das
escolas públicas recebem educação urbana, não sendo valorizados os conhecimentos,
hábitos e cultura do campo.
Visando à mudança dessa concepção, as Diretrtizes Curriculares orientam a
contemplação da Educação do Campo em todas as disciplinas nas escolas públicas.
Portanto, a cultura, os saberes da experiência, a dinâmica do cotidiano dos
povos do campo serão tomados como referência para o trabalho pedagógico nas
escolas públicas estaduais. Dever-se-ão levar em consideração as identidades sociais
e políticas dos povos do campo, fazendo com que os alunos vindos dessas localidades
não se sintam excluídos, vendo que é possível continuar no campo com qualidade de
vida, tendo seus direitos assegurados através de políticas sociais voltadas para o
campo.
270
Em Língua Portuguesa a Educação do Campo será inserida através de estudos e
produção de textos; pesquisas sobre costumes, tradições e fatos que significaram
mudanças nas comunidades habitadas pelos alunos vindos do campo; exposição oral
de situações vivenciadas por essas pessoas.
271
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Leitura
A partir das experiências dos estudantes que a Língua se transforma em objeto
de reflexão, tendo em vista o É resultado de sua produção oral ou escrita ou de sua
leitura. Trabalhando dessa forma, o professor valoriza os alunos enquanto sujeitos da
linguagem, os quais selecionam os recursos mais coerentes para interpretar, no caso
da leitura, e para significar, quando produzem seu texto oral ou escrito.
A leitura compreende o contato do aluno com uma ampla variedade de textos
— discursos produzidos numa igualmente ampla variedade de práticas sociais; o
desenvolvimento de uma atitude crítica de leitura, que leve o aluno a perceber o
sujeito presente nos textos; o desenvolvimento de uma atitude responsiva diante dos
textos. O ato de ler é identificado com o de familiarizar-se com diferentes textos
produzidos em diferentes práticas sociais: notícias, crônicas, piadas, poemas, artigos
científicos, ensaios, reportagens, propagandas, informações, charges, romances,
contos, etc, percebendo em cada texto a presença de um sujeito histórico, de uma
intenção.
Ressalte-se, aqui, que não obstante todo texto pressuponha uma
intencionalidade, essa intenção não é determinante da leitura do texto. A construção
dos significados de um texto é de responsabilidade do leitor. Um leitor pode, inclusive,
ler e interpretar um texto para o qual ele não era o interocutor originário.
A escola, no processo de leitura, não pode deixar de lado as linguagens não
verbais — a leitura das imagens (fotos, outdoors, propagandas, imagens digitais e
virtuais, figuras) que povoam, com intensidade crescente, nosso universo cotidiano.
As atividades de leitura devem considerar a formação do leitor e isso implica
não só considerar diferentes leituras de mundo, diferentes experiências de vida e,
conseqüentemente, diferentes leituras, mas também o diálogo dos estudantes com o
texto (e não sobre o texto, dirigido pelo professor).
O aluno deve ser instigado a perceber a intenção do texto escrito, os recursos
lingüísticos utilizados pelo autor para compor seus personagens e para expor seu
ponto de vista. Acrescentando a própria experiência de vida ao texto, o aluno será
capaz de tirar suas conclusões.
272
Oralidade
As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e nos apontam
diferentes caminhos: debates, discussões, seminários, transmissão de informações, de
troca de opiniões, de defesa de ponto de vista (argumentação), contação de histórias,
declamação de poemas, representação teatral, relatos de experiência, entrevistas,
etc. Além disso, podemos analisar a linguagem em uso: em programas televisivos,
como jornais, novelas, propagandas; em programas radiofônicos; no discurso do poder
em suas diferentes instâncias; no discurso público; no discurso privado, enfim, nas
mais diversas realizações do discurso oral. No que concerne à literatura oral, cabe
considerar a potência dos textos literários como Arte, produzindo a necessidade de
considerar seus estatutos, sua dimensão estética e suas forças políticas particulares.
Na prática da oralidade o aluno será orientado a empregar a variação lingüística
adequada ao momento da fala, à intenção do falante e de acordo com as
características de seu(s) interlocutor(es).
Escrita
A ação com a língua escrita deve valorizar a experiência lingüística do
estudante em situações específicas, e não a língua ideal. A norma real, aquela usada
socialmente, mesmo se tratando da norma padrão ou da norma culta, aprende-se
lendo e escrevendo e não a partir de conceitos. É nas experiências concretas de
produção de textos que o estudante vai aumentando seu universo referencial e
aprimorando sua competência de escrita. É analisando seu texto segundo as intenções
e as condições de sua produção que ele vai adquirindo a necessária autonomia para
avaliar seus próprios textos e o universo de textos que o cercam. É na experiência
com a escrita que o aluno vai apreender as exigências dessa manifestação linguística,
o sistema de organização próprio da escrita, diferente da oralidade, da organização da
fala.
Produzir textos argumentativos, descritivos, de notícia, narrativos, cartas ou
memorandos, poemas, abaixo assinados, crônicas ou textos de humor, informativos ou
literários, quaisquer que possam ser os gêneros, deve sempre constituir resposta a
uma intenção e a uma situação, para que o estudante posicione-se como sujeito
daquele texto, daquele discurso, naquela determinada circunstância, naquela esfera
273
de atuação, e para que ele perceba seu texto como elo de interação, também pleno
de expectativa de atitudes responsivas ativas por parte de seus possíveis leitores.
A função social dos textos será contemplada através da exposição das
produções escritas em mural na escola; da reunião dos textos em uma coletânea; da
publicação no jornal da escola. No caso das campanhas educativas e/ou preventivas
os cartazes poderão ser expostos em postos de saúde e em locais de maior circulação
de pessoas.
Análise linguística
Considerando a interlocução como ponto de partida para todo o trabalho com o
texto, os conteúdos gramaticais serão estudados a partir de seus aspectos funcionais
na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância de se
considerar não só a gramática normativa, mas também outras, como a descritiva e a
internalizada no processo de ensino de Língua Portuguesa. O aluno precisa ampliar
suas capacidades discursivas em atividades de uso da leitura, a partir das quais o
professor vai explorar os aspectos textuais e as exigências específicas de adequação
da linguagem (por exemplo: operadores argumentativos, aspectos de coerência,
coesão, situacionalidade, intertextualidade, informatividade, referenciação,
concordância, regência, formalidade/informalidade, entre outros).
274
AVALIAÇÃO
O professor pode utilizar a observação diária e instrumentos variados,
selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo, em lugar de avaliar apenas
por meio de provas. A avaliação precisa dar ao professor pistas concretas do caminho
que o aluno está trilhando para se apropriar, efetivamente, das atividades verbais — a
fala, a leitura e a escrita.
Leitura
Será avaliada a leitura silenciosa cujo entendimento será demonstrado pela
exposição oral; a leitura em tom de voz adequado ao ambiente e ao momento da
realização. A leitura de livros, jornais, revistas, histórias em quadrinhos, crônicas,
contos e outros será avaliada através da proposição, aos alunos, de questões abertas,
de discussões, de relatos ou outras atividades que permitam ao professor avaliar as
estratégias que os alunos empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto
lido e o seu posicionamento diante do tema, bem como valorizar a reflexão que o
aluno faz a partir do texto.
Oralidade
A oralidade será avaliada considerando-se a participação do aluno nos diálogos,
relatos e discussões, apresentação de trabalhos escolares, dramatização de situações;
a clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a fluência da sua fala, o seu
desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e,
de modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações.
Escrita
A produção escrita dos alunos será avaliada considerando-se o emprego da
estrutura adequada ao gênero textual escolhido e/ou solicitado; emprego da norma
padrão ou da variação lingüística adequada ao texto em questão; o emprego de
275
vocabulário persuasivo(no caso de textos argumentativos); a presença da intenção do
escritor em relação aos possíveis interlocutores; a fidelidade ao tema proposto e/ou
escolhido; a disposição dos alunos em revisar, reestruturar e reescrever os textos
sempre que necessário; pelo cuidado ao empregar recursos lingüísticos já abordados
em outras produções.
Observações
A nota será atribuída (nas três modalidades) a cada atividade desenvolvida
pelo(a) aluno(a), seja oral, escrita ou de leitura; individual ou em grupo. O
valor de cada atividade será estabelecido de acordo com o grau de
dificuldade de cada uma, proporcionando ao educando condições de somar
pontos (notas), atingindo um mínimo de 6,0 (seis) e o máximo de 10,0 (dez)
pontos por bimestre.
Caso o(a) aluno(a) não consiga a nota mínima (média seis), ele(a) terá
oportunidade de fazer a RECUPERAÇÃO PARALELA a qual será ofertada de
acordo (e com a retomada) dos conteúdo(s) avaliado(s) naquele momento.
Então, o(a) aluno(a) fará uma nova avaliação desse(s) conteúdo(s). É
importante lembrar que a recuperação paralela não será bimestral; ela será
ofertada após cada avaliação realizada, se isso for necessário.
Os alunos também serão avaliados pela sua participação/colaboração nas aulas
em sala (individualmente ou em grupos); em palestras; nas atividades
extraclasses; nas apresentações; nos relatos orais; na resolução de
atividades escritas; no cumprimento das normas estabelecidas para o bom
andamento das atividades e pelo feitio dos deveres de casa.
Os/As alunos(as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada, não
com prejuízo dos conteúdos, mas com menos questões a respeito do assunto
ou com tempo maior para resolução das atividades ou produção de textos e
com explicações extras para cada questão ou atividade.
276
REFERÊNCIAS
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Língua Portuguesa,
Versão Preliminar. Curitiba, julho/2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Orientações Curriculares Língua
Portuguesa. Departamento de Ensino Médio. Curitiba, fev/2006.
PÉCORA, Alcir. Problemas de redação. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
277
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Matemática no Ensino Médio deve contemplar a necessidade da sua
adequação para o desenvolvimento dos educandos na construção do conhecimento
científico, bem como na sua interseção na sociedade. Neste sentido a Educação
Matemática centra-se na pratica pedagógica da Matemática, relacionando-se no
ensino, aprendizagem e conhecimento matemático.
O ensino da matemática tem por objetivo desenvolvê-la em dois campos: o
investigativo e de produção de conhecimento – natureza científica, cujo campo prevê
a formação de um cidadão crítico, construindo conhecimento matemático, por meio de
conceitos anteriormente apresentados, discutindo, reconstruindo, produzindo idéias e
tecnologias e a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem da Matemática –
natureza progmática. (Diretrizes Curriculares, 2006, p. 16)
Nesta perspectiva, optar pelo ensino da Matemática no campo da Educação
Matemática, possibilita o docente o desenvolvimento intelectual e profissional e a
reflexão sobre a prática. Lecionar Matemática, requer continuidade, uma análise
crítica aos pressupostos que articulam a pesquisa, o currículo e a proposta pedagógica
no sentido de potencializar meios para superação e desafio.
A Matemática deve ser voltada tanto para a cognição do estudante como para a
relevância social do ensino. Assim, a Educação Matemática, do ponto de vista do seu
fazer e do seu pensar e da construção histórica, implica também, no olhar o ensinar e
o aprender Matemática, buscando compreendê-los. (Medeiros, 1987, p. 27, in
Diretrizes Curriculares, 2006)
Baseando-se nos aspectos propostos pela Educação Matemática vistos até
agora, devemos considerar também a abrangência da disciplina que possibilita o
educando realizar analises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos,
278
formulação de idéias, enfim, práticas que amplie seu conhecimento e, por
conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade.
No que diz respeito à correlação do conhecimento matemático cientifico com a
sociedade é importante ressaltar que é essencial fazer uso do equilíbrio entre prática e
teoria. Utilizar práticas contextualizadas, é ensinar Matemática sob uma ótica
meramente funcionalista, ou seja, perde-se o caráter cientifico da disciplina e do
conteúdo matemático. Ir além do senso comum pressupõe conhecer a teoria cientifica,
cujo papel é oferecer condições para apropriações dos aspectos que vão além
daqueles observados pela aparência da realidade além daqueles observados pela
aparência da realidade (Ramos, 2004, in Diretrizes Curriculares, 2006)
Cabe a disciplina de Matemática disponibilizar ao educando instrumentos sócio-
educacionais, promovendo e principalmente auxiliando-o na construção do
conhecimento cientifico e na aquisição do seu espaço junto à sociedade.
No Paraná foi adotado à partir da gestão 2003, o Documento das Diretrizes
Curriculares no que se refere ao ensino de Matemática, que resgata importantes
considerações sobre o ensino e aprendizagem de Matemática. As Diretrizes
Curriculares contemplam os conteúdos estruturantes que são referências que
permitem aos professores contemplar a Matemática de maneira uniforme nos
diferentes níveis de ensino.
Para o Ensino Médio os conteúdos estruturantes são: Números e Álgebra;
Geometria; Funções e Tratamento da Informação.
Trabalhar com o conteúdo estruturante Números e Álgebra é produzir
significados para situações e descrever relações com vários contextos.
A Geometria permite a percepção, a linguagem e o raciocínio geométrico que
influenciam na construção e apropriação de conceitos abstratos.
As Funções modelam situações que, a partir de resolução de problemas
auxiliam as atividades humanas através da leitura e interpretação da linguagem
gráfica, bem como pela possibilidade de análise para prever resultados.
O Tratamento da Informação possibilita condições de realizar leituras críticas
dos fatos que ocorrem, interpretar informações por meio de tabelas, gráficos,
possibilidades, eventos em um processo investigativo.
279
OBJETIVOS GERAIS
Refletir sobre a Matemática enquanto uma forma de percepção e compreensão
do mundo;
Despertar o senso de cooperação trabalhando em grupos para a solução de
problemas e questionar estratégias;
Assegurar ao educando a capacidade de autonomia na construção de
conhecimentos matemáticos desenvolvendo-os;
Contribuir para a integração do aluno na sociedade em que vive,
proporcionando-lhe conhecimentos básicos e teoria prática da Matemática;
Estimular a curiosidade, o interesse e a criatividade do aluno, para que ele
explore novas idéias e descubra novos caminhos na aplicação dos conceitos
adquiridos e na resolução de problemas;
Desenvolver o uso do pensamento, capacidade de elaborar hipóteses, descobrir
soluções, estabelecer relação e tirar conclusões;
Colaborar para o desenvolvimento educacional do aluno com necessidades
educacionais especiais;
Levar o aluno a uma atitude positiva em relação à Matemática, desenvolvendo
sua capacidade de “fazer Matemática”, construindo conceitos e procedimentos e
formulando resoluções por si só, e assim, aumentar sua auto-estima e perseverança
na busca de soluções para um problema;
Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na
busca de soluções para problemas propostos;
Promover a realização pessoal mediante o sentimento de segurança em relação
as suas capacidades matemáticas;
Aplicar seus conhecimentos matemáticos a situações diversas, utilizando-as na
interpretação da ciência, na atividade tecnológica e nas atividades cotidianas;
Analisar e valorizar informações provenientes de diferentes fontes, utilizando
ferramentas matemáticas para formar uma opinião própria que lhe permita expressar-
280
se criticamente sobre problemas de Matemática, das outras do conhecimento e da
atualidade;
Expressar-se oral, escrita e graficamente em situações matemáticas.
281
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
PRIMEIRA SÉRIE
Números e Álgebra
• Conjuntos;
• Conjuntos Numéricos;
• Sucessão ou Seqüência.
Funções
• Função polinomial do 1º. Grau;
• Função polinomial do 2º. Grau;
• Função modular;
• Função exponencial;
• Função logarítimica;
• Progressões Aritméticas;
• Progressões Geométricas.
Geometria
• Geometria plana.
Tratamento da Informação
282
• Gráficos de funções.
SEGUNDA SÉRIE
Números e Álgebra
• Matrizes;
• Determinantes;
• Sistemas Lineares.
Funções
• Trigonometria;
• Funções Circulares;
• Relações Trigonométricas;
• Transformações trigonométricas;
• Equações trigonométricas.
Geometria
• Razões trigonométricas no triângulo retângulo (revisão);
• Circunferência.
Tratamento da Informação
283
• Análise Combinatória;
• Binômio de Newton;
• Probabilidades.
TERCEIRA SÉRIE
Números e Álgebra
• Números Complexos;
• Polinômios.
Funções
• Estudando a reta no plano cartesiano.
Geometria
• Geometria espacial;
• Geometria analítica.
Tratamento da Informação
• Estatística;
• Matemática Financeira.
284
Os eixos Educação do Campo, Educação Ambiental e História e Cultura Afro-
Brasileira serão trabalhados em todas as séries, através da análise e realização de
coleta de dados no município local e do IBGE.
285
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No processo de ensino e aprendizagem proposta em Matemática, os conteúdos
estruturantes priorizam relações e interdependências entre si e entre os conteúdos
específicos com a finalidade de enriquecer a prática docente.
Articulação, essa é uma das faces da metodologia proposta. Abordar conteúdos
disciplinares com base numa organização linear, pode incorrer em práticas docentes
que impossibilitam a produção de um ensino significativo. (Diretrizes Curriculares,
2006, p. 31).
Desta forma, esta proposta baseia-se em tendências metodológicas elencadas e
estudadas no campo de estudo da Educação Matemática. Portanto, essas tendências
devem ser entendidas como meio que fundamentará metodologias para a prática
docente.
Nessa perspectiva, uma tendência deverá complementar outra, sendo
abordadas em conjunto, não distinguindo entre superior ou inferior a outra.
Resolução de problemas:
Tendência que possibilitará o educando aplicar conhecimentos previamente
adquiridos em novas situações, afim de buscar várias alternativas para tal solução.
De acordo com o pensamento de Schoenfeld (1997) as Diretrizes Curriculares
aponta a resolução de problemas como ferramenta para tornar as aulas mais
dinâmicas, criando oportunidades aos alunos de compreender os argumentos
matemáticos e ajudar a vê-los como um conhecimento passível de ser aprendido.
Etnomatemática:
Sua função é reconhecer e registrar questões de relevância social que
produzem conhecimentos matemáticos. Busca uma organização da sociedade que
permite o exercício da crítica e da análise da realidade.
286
Neste sentido, D’Ambrósio (2001, p.42, in Diretrizes Curriculares) afirma que “
reconhecer e respeitar as raízes culturais não significa ignorar e rejeitar as raízes do
outro, mas num processo de síntese reforçar suas próprias raízes.”
Portanto, a etnomatemática, visa preocupar-se com uma questão maior: o
individuo e suas relações com os ambientes, produção e trabalho e manifestações
culturais como arte e religião.
Modelagem Matemática:
Consiste numa metodologia que valoriza o educando no seu contexto social,
procurando levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de
vida.
Segundo as Diretrizes Curriculares, para Bassanezi (2004, p. 35) “a modelagem
Matemática consiste na arte de transformar problemas reais com os problemas
matemáticos e resolve-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real”.
(2006, p. 35).
Enfim, a abordagem Matemática, por meio da modelagem Matemática, em
fenômenos diários, sejam eles, físicos, biológicos e sociais, contribuem para análises
críticas e compreensões diversas de mundo.
Mídias Tecnológicas:
São recursos metodológicos que utilizam tecnologias para dinamizar e
potencializar o processo de ensino e aprendizagem. Dentre esses recursos estão o
software, a televisão, as calculadoras, os aplicativos da internet entre outros.
Neste sentido, Borba e Penteado (2001) consideram as ferramentas
tecnológicas interfaces importantes no desenvolvimento de ações em Educação
Matemática.
Portanto, o trabalho realizado com as mídias tecnológicas, insere formas
diferencias de ensinar e aprender, e valoriza o processo de produção de
conhecimentos.
287
História da Matemática
É importante entender a História da Matemática pois se faz necessário que os
estudantes compreendam a natureza da Matemática. Ela direciona as explicações
dadas aos porquês da Matemática, possibilitando aos alunos maior compreensão e
aprendizagem.
288
AVALIAÇÃO
Percebe-se um crescimento do ensino e da aprendizagem em Matemática. Por
conta disso, a avaliação merece uma atenção especial por parte dos professores da
disciplina.
As práticas avaliativas encontram-se atravessadas, mais por uma pedagogia do
exame que por uma que por uma pedagogia do ensino e da aprendizagem (Luckesi,
2002, in Diretrizes Curriculares, 2006, p. 39)
O professor de Matemática ao propor atividades em suas aulas, deve sempre
insistir para que os alunos explicitem os procedimentos adotados e que tenham a
oportunidade de explicar suas afirmações. É necessário que o professor reconheça que
o conhecimento matemático não é fragmentado e seus conceitos não são concebidos
isoladamente, o que pode limitar as possibilidades dos alunos expressarem seus
conhecimentos.
Avaliar, segundo a concepção de Educação Matemática adotada nestas
diretrizes, tem um papel de mediação no processo de ensino, aprendizagem e
avaliação que devem ser vistos, integrados na prática docente, e cabe ao professor
buscar diversos métodos avaliativos.
Uma avaliação para ser completa precisa contemplar toda a complexa relação
do aluno e o conhecimento. Isso significa, em que medida o aluno atribui significado
ao que aprendeu e consegue materializá-lo em situações que exigem raciocínio
matemático.
Na disciplina de Matemática não se deve ser em conta apenas o resultado final
das operações e algoritmos, e sim considerar todo o processo de construção.
Os alunos serão avaliados através de pelo menos quatro instrumentos como
avaliações escritas, realização de atividades em sala de aula e em domicílio,
participação em sala, trabalhos entre outros. O valor de cada instrumento deverá
variar entre 1,0 e 3,0 pontos, sendo que a somatória de todos equivalerá a 10,0
pontos.
Aos alunos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
289
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
290
REFERÊNCIAS
BONJORNO, José Roberto, GIOVANNI, José Rui, GIOVANNI JR., José Rui. Matemática
Fundamental – 2º grau, volume único. Editora FTD, 1994, São Paulo.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED/DEM. Diretrizes Curriculares de Matemática
para o Ensino Médio, versão preliminar. Curitiba: 2006
LOGEN, Adilson. Matemática – Ensino Médio. Editora Positivo, 2004, Curitiba.
291
QUÍMICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Química está presente em todos os setores da nossa vida com alcance
econômico, social e político, mais do que nunca, seria impossível viver sem os
conhecimentos que a Química acumulou através dos séculos.
A maioria das culturas antigas se preocupou em entender a relação existente
entre o ser humano e o mundo da natureza seus fenômenos. Para isso, esses povos
criaram mitos e lendas, na tentativa de explicar a criação do mundo, a origem do
fogo, a descoberta de ferramentas, etc.
O filósofo grego Empédocles lançou a idéia para explicar a constituição da
matéria. Ela seria formada por quatro elementos primários: o fogo, o ar, a água e a
terra. Esses elementos seriam indestrutíveis, mas estariam sofrendo constantes
transformações.
Mais tarde, Aristóteles defendeu a idéia de que esses quatro elementos podiam
ser diferenciados por suas propriedades: o fogo seria quente e seco; o ar seria quente
e úmido; a água seria fria e úmida e a terra seria fria e seca.
Nem todos os filósofos gregos tinham a mesma concepção a respeito da
natureza da matéria. Por volta de 400 a.c., os filósofos Leucipo e Demócrito
formularam uma idéia segunda a qual a matéria seria constituída de pequenas
partículas que sempre existiram e que seriam indivisíveis: os átomos.
O conceito de Empédocles e Aristóteles foi aceito por mais de dois mil anos. Foi
a mola propulsora dos alquimistas, os quais, até o século XV, tentavam transformar
metais baratos, como o chumbo, em ouro.
Os alquimistas foram muito importantes para a química. Tentando encontrar a
pedra filosofal e o elixir da longa vida, criaram um grande número de aparelhos de
laboratório e desenvolveram processos importantes para a produção de metais, de
292
papiros de sabões e de muitas substâncias, como o ácido nítrico, o ácido sulfúrico, o
hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio.
Na transição dos séculos XV e XVI estudos desenvolvidos pelo suíço Paracelso,
possibilitaram o nascimento da latroquímica, antecessora da Química (Biogeoquímica).
O emprego dos conhecimentos da latroquímica era apenas terapêutico, uma vez que a
metodologia aplicada contrariava a da ciência moderna.
No século XVII, com a publicação do livro de Robert Boyle (O químico cético), a
concepção de Aristóteles foi abandonada. Boyle mostrou ser impossível extrair os
quatro elementos a partir de uma substância. Boyle fumdamentou sua teoria na
realização de experimentos e na interpretação dos resultados obtidos, processo que
hoje se denomina método científico.
Ocorreu um grande desenvolvimento na experimentação química no decorrer
do século XVIII. Entre as experimentações destacam-se o isolamento dos elementos
gasosos (nitrogênio, cloro, hidrogênio e oxigênio) e a descoberta de alguns elementos
químicos como cobalto, platina, zinco, níquel, bismuto, manganês, molibdênio, telúrio
tungstênio e cobre.
Neste mesmo período Lavoisier elaborou o Tratado Elementar da Química,
dando início à fase moderna dessa ciência. Desta forma, a química ganhou não só
uma linguagem universal quanto à nomenclatura adotada, mas também quanto aos
seus conceitos fundamentais.
No final do século XIX, com o surgimento dos laboratórios de pesquisa, a
Química se consolidou como a principal disciplina associada aos efetivos resultados na
indústria.
A Química e todas as outras ciências naturais tiveram um grande
desenvolvimento no século XX. Com o esclarecimento da estrutura atômica, foi
possível entender melhor a constituição e a formação das moléculas em especial a do
DNA.
Os cientistas contribuíram e continuam contribuindo com conhecimentos e
descobertas realizadas em gabinetes e laboratórios, que interferem no
desenvolvimento da Química. Contudo, esses conhecimentos foram incorporados à
prática dos professores e abordados conforme a necessidade dos alunos. Assim, a
Química pode ser tratada com os alunos de modo a possibilitar o entendimento do
mundo e a sua interação com ele.
293
A química foi consolidada como uma ciência que estuda tanto a composição dos
materiais quanto às transformações que eles podem vir a sofrer. Desta forma,
conhecer Química significa compreender as transformações químicas que ocorrem no
mundo físico de forma abrangente e integrada e assim poder julgar de forma mais
fundamentada as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da escola e
tomar suas próprias decisões.
O estudo da Química, assim como de outras áreas de conhecimento, é
fundamental para desenvolver a capacidade de raciocinar logicamente, observar,
redigir com clareza, experimentar e buscar explicações sobre o que vê, o que se lê,
para compreender e refletir sobre fatos do cotidiano ou sobre questões veiculadas
pela imprensa ou pela televisão, enfim analisar criticamente a realidade.
Assim, estudar Química significa reunir um conjunto de conhecimentos, para a
transmissão de informações com os colegas e a sociedade, ter conhecimento
acumulado e de fácil compreensão para poder aprender a Ciência Química em todos
os sistemas produtivos industriais e agrícolas.
Deve-se considerar que a química utiliza uma linguagem própria para a
representação do real, as transformações químicas, através de símbolos, fórmulas,
convenções e códigos para reconhecer e saber utilizar tal linguagem, sendo capaz de
entender e empregar esse conhecimento. Nesse sentido, podem ser explorados vários
exemplos da vivência do aluno. Desta forma, a química visa contribuir para a
formação da cidadania, e dessa forma deve permitir o desenvolvimento de
conhecimentos e valores que possam servir de instrumentos mediadores da interação
do indivíduo com o mundo.
294
OBJETIVOS GERAIS
Formar alunos que se apropriem dos conhecimentos químicos e que sejam
capazes de refletir de forma crítica o período histórico atual;
Compreender que a química não é um conjunto de conhecimentos
definitivamente estabelecidos, mas que se modifica ao longo do tempo, buscando
sempre corrigi-los e aprimorá-los;
Compreender as idéias científicas básicas, de modo que ele possa entender
melhor e prever fenômenos, sobretudo aqueles relacionados ao cotidiano, inclusive
aos que tratam-se da sua realidade, que é a Educação do Campo, e acompanhar as
descobertas científicas divulgadas pelos meios de comunicação, avaliando os aspectos
éticos dessas descobertas;
Reconhecer os limites éticos e morais, respeitando as descendências étnicas,
sobretudo a afro-descendência, que podem ser envolvidos no desenvolvimento da
química e da tecnologia;
Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do
ser humano com o ambiente, ressaltando a sensibilização quanto à preservação
ambiental;
Desenvolver o pensamento lógico e o espírito crítico, utilizados para identificar
e resolver problemas, formulando perguntas e hipóteses, testando, discutindo e
redigindo explicações para os fenômenos naturais, comunicando suas conclusões aos
colegas para que elas sejam debatidas com todos.
295
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio estabelecem como
conteúdos estruturantes para a disciplina a Matéria e sua Natureza – a natureza da
matéria -, a Biogeoquímica – interações entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera -, e a
Química Sintética – síntese de novos produtos e materiais.
A partir destes conteúdos estruturantes foram elencados os conteúdos
específicos a seguir:
PRIMEIRA SÉRIE
Introdução à Química;
Elementos químicos;
Matéria, energia, substância, misturas;
Propriedades da matéria;
Estrutura atômica.
Classificação Periódica;
Propriedades aperiódicas;
Propriedades periódicas.
Ligação Química;
Ligação Iônica;
Ligação Covalente;
Ligação Covalente Dativa;
• Introdução às funções inorgânicas;
• A utilização de compostos inorgânicos na lavoura, e sua conseqüência em
relação ao meio ambiente;
296
• Conceito e nomenclatura dos ácidos;
• Classificação e propriedade dos ácidos;
• Bases;
• Identificação dos diferentes tipos de solo quanto ao seu ph;
• Sais;
• Óxidos.
SEGUNDA SÉRIE
• Reações Químicas: balanceamento das equações químicas;
• Grandezas Químicas: unidade de massa (u), número de massa (A), massa
atômica (MA), massa molecular (MM), número de Avogadro, massa molar
(M), volume dos gases em CNTP.
• Estequiometria;
• O estudo dos gases.
• Mistura e dispersões;
• Soluções;
• Equivalente-grama;
• Concentrações.
• Diluição e mistura de soluções;
• Relação química/meio ambiente;
• Titulometria;
• Termoquímica.
297
TERCEIRA SÉRIE
• Introdução à Química Orgânica;
• Classificação Orgânica;
• Estudo dos compostos orgânicos relacionados à lavoura;
• Estudo das relações orgânicas quando ao meio ambiente;
• Funções Orgânicas;
• Hidrocarbonetos.
• Ésteres;
• Éteres;
• Aminas;
• Amidas;
• Haletos Orgânicos;
• Isomeria.
• Cinética Química;
• Eletroquímica;
• Radioatividade.
A Educação Ambiental será abordada na disciplina alertando os alunos em
relação aos elementos químicos radioativos que podem trazer danos ao meio
ambiente. No estudo das soluções pode-se enfatizar a questão da poluição da água,
na questão dos gases relatar a poluição gasosa.
298
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O estudo da química será iniciado pelo seu histórico para possibilitar ao aluno a
compreensão do processo de elaboração desse conhecimento. Os elementos químicos
e as substâncias químicas serão estudados de maneira que o aluno possa conhecer os
métodos de obtenção e característica procurando compreender melhor os seus efeitos
e a sua utilização nos diversos setores da vida humana.
Serão elaboradas aulas teóricas e expositivas sobre a importância do
conhecimento químico no cotidiano. Através de aulas práticas procurar realizar as
reações possíveis, baseando-se em experimentos simples e ao mesmo tempo
necessários para visualizar a presença da química em nossa vida. Os elementos
químicos e as substâncias serão estudados de maneira que o aluno possa conhecer os
métodos de obtenção e sua característica procurando compreender seus efeitos e sua
utilização.
Utilizando a tabela periódica e os produtos comercializados contendo em suas
composições alguns elementos químicos, aprofundando o estudo dos mesmos.
Para o aluno adquirir um conhecimento básico da disciplina de Química,
também serão realizados métodos ligados com a realidade local do aluno.
299
AVALIAÇÃO
A avaliação deve considerar os caminhos percorridos pelos alunos, e deverá
possibilitar o diagnóstico e acompanhamento do processo de aprendizagem dos
alunos, ao mesmo tempo, para o professor, o diagnóstico e a reorganização do
processo de ensino. Podendo dessa forma, exigir do professor formas diversificadas de
atendimento e alterações na rotina diária da sala, tais como: acompanhamento mais
individualizado, em grupos ou coletivo, até mesmo reformular as atividades
realizadas. Portanto, a avaliação será feita através de:
- Atividades em sala de aula;
- Provas escritas;
- Trabalho de pesquisa;
- Participação nas atividades propostas;
- Outros.
Essas atividades terão peso entre 1,0 e 3,0 pontos cada uma, totalizando assim,
10,0 pontos.
A recuperação será paralela a todas as avaliações que serão realizadas.
300
REFERÊNCIAS
TITO & CANTO. Química na abordagem do cotidiano. Editora Moderna. Volume
único. 1ª ed., 1996.
UTIMARA, T. Química Fundamental. Volume único. Editora FTD, 1996.
SALVADOR, Usberco. Química. Editora Saraiva. Volume único, 1ª ed., 1997.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM. Diretrizes Curriculares de Química para
o Ensino Médio. Curitiba: [?], 2006.
301
FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No Brasil, a Filosofia como disciplina figura nos currículos escolares desde o
ensino jesuítico, ainda nos tempos coloniais, sob as leis do Ratio Studiorum. Com a
Proclamação da República, a Filosofia passou a fazer parte dos currículos oficiais, até
mesmo como disciplina obrigatória.
Durante o regime militar o currículo escolar não deu espaço para o ensino e
estudo da Filosofia e a partir da LDB 9394/96 o ensino de Filosofia no nível médio
começou a ser discutido embora como matéria transversal.
No estado do Paraná, foi aprovada a Lei 15.228/06 tornando a Filosofia
obrigatória na Matriz Curricular do Ensino Médio.
A filosofia enquanto disciplina escolar que trata do pensar, de refletir sobre algo,
está sempre associado a outras Ciências Humanas. Ela deverá ser considerada como
contingência escolar e determinar uma ordem de conhecimentos e práticas inscritas
na própria história da Filosofia, na ação pedagógica dimensionada como ensinar, ao
que pode ser ensinado e aprendido, incluindo-se como se aprende em vistas de
formação e saberes inscritos culturalmente e solicitados socialmente. Aderir ao espaço
da experimentação de idéias, ações, capacidade de análises, de leitura, de abstração
de técnicos de raciocínio e questionamento e problematização, numa linguagem que
articula conceitos, argumentações, sistematização e significação.
Filosofia como disciplina do currículo, visa mais a idéia de exercício intelectual,
dimensionando como ensinar, ou seja, desenvolver habilidades mínimas de leitura,
análise e argumentação, que compreenda a configuração de um modo de
pensamento, justificação de posições, interpretação com possibilidade de
transferência de aplicação e a outros problemas. Vista também a elaboração de
linguagem teórica, discursiva, que permita ao aluno a transitar intelectualmente nas
relações de conhecimento, valorização de atitudes interpessoais, sociais, políticas e
302
culturais. Permite desenvolver habilidade de pensamento crítico para construir, avaliar
e poder intervir no meio em que está inserido.
303
OBJETIVOS GERAIS
• Proporcionar o pleno desenvolvimento do educando e seu preparo para o
exercício da cidadania;
• Possibilitar ao educando o aprimoramento como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;
• Permitir ao educando desenvolver sua capacidade de responder, utilizando
os conhecimentos adquiridos, às questões advindas das mais variadas
situações;
• Ler textos filosóficos de modo significativo;
• Ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros;
• Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo;
• Debater, tomando uma posição, defendendo - a argumentativamente e
mudando de posição face à argumentos mais consistentes;
• Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos de modos
discursivos nas Ciências Naturais Humanas, nas Artes e em outras produções
culturais;
• Contextualizar conhecimentos filosóficos tanto no plano de sua origem
específica, quanto em outros planos: o pessoal – biográfico; o entorno sócio –
político, histórico e cultural; o horizonte da sociedade científico – tecnológica.
304
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de Filosofia estabelecem como
conteúdos estruturantes Mito e Filosofia, Teoria do Conhecimento, Filosofia da Ciência
e Estética e Filosofia Política.
Nesta proposta, os conteúdos específicos derivam dos estruturante como
segue:
TERCEIRA SÉRIE
Mito e Filosofia
• O que é filosofar.
Teoria do Conhecimento
• O conhecimento científico;
• Conhecer ou não conhecer, eis a diferença.
Ética
• A Moral;
• A Liberdade.
Filosofia da Ciência e Estética
• O Amor;
305
• A Morte.
Filosofia Política
• Indivíduo e Sociedade;
• Ideologia;
• Cidadania e Política;
• Trabalho e Realização;
• A Civilização Tecnológica.
A Educação Ambiental será abordada na disciplina através de discussões,
debates, reflexões, leitura e produção de textos, entre outros, sobre a temática.
A cultura afro-brasileira e africana será abordada no contexto filosófico a partir
do início da escravidão no Brasil, possibilitando aos alunos conhecerem a contribuição
e participação dos negros na construção da sociedade. Contribuindo para a formação
do cidadão reflexivo, ativo e responsável, visando a construção de um mundo mais
humanizado, minimizando o preconceito racial.
A Educação do Campo será abordada na disciplina de Filosofia comparando com
as civilizações antigas e as sociedades atuais a relação campo-cidade e a importância
do campo nas sociedades atuais.
306
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os conteúdos da disciplina de Filosofia devem ser abordados de forma
contextualizada e a metodologia usada deve estar voltada para um trabalho
interdisciplinar e que contribua na conjugação de um repertório de conhecimentos,
que funcionam como um sistema de referências para discussões, julgamentos,
justificações e valorizações, e de procedimentos básicos de análise, leitura e produção
de textos. As atividades serão desenvolvidas também com debates, trabalhos
individuais e em grupo.
A disciplina visa introduzir o acadêmico às principais reflexões filosóficas acerca
da cronologia e eventos históricos sobre um prisma filosóficos da ciência, seus
pressupostos e métodos, bem como promover uma reflexão ética sobre a ciência.
Partindo, de tal, consideração acerca da descoberta da racionalidade no mundo do
homem, na Grécia antiga, da instituição da ciência moderna e da sua hegemonia
como modelo de conhecimento. Tópicos avançados especiais, com leitura dirigida e
apresentações de seminários abordando a evolução da civilização, grandes
pensadores, suas obras e o seu impacto filosófico no contexto da ciência.
307
AVALIAÇÃO
Em filosofia a avaliação dar-se-á de forma diagnóstica. Desta maneira ela
possibilitará ao professor condição de compreensão do estágio em que o aluno se
encontra, tendo em vista, o trabalho com ele, para que saia de estágio defasado em
que se encontra e possa avançar em termos dos conhecimentos necessários para o
exercício de sua cidadania.
Propõem-se as seguintes atividades coletivas:
Conversas: a conversação é uma técnica importante para o desenvolvimento da
atenção, observação e espírito crítico dos alunos. Por meio dela, eles vão expor o que
pensam sobre os vários temas abordados. Também contribui para o aprendizado do
comportamento em grupo.
Debates: os temas escolhidos para os debates em sala de aula deverão ser
previamente preparados pelos alunos, sob a direção do professor Os debates deverão
ocorrer de forma organizada e alguns critérios de comportamento deverão ser
preestabelecidos.
Entrevistas: esta técnica poderá ser realizada individualmente ou em grupo O
tema da entrevista poderá ser sugerido pelo professor ou pelos alunos, sempre
relacionado com o tema que está sendo trabalhado.
Jornal falado: a classe poderá ser dividida em grupos para reproduzir o jornal
falado. Os temas escolhidos devem ser relacionados aos que estão sendo estudados.
Podem ser atuais, de ordem política, econômica ou social, com o objetivo de inserir o
aluno na realidade.
Outros instrumentos que poderão ser utilizados:
resolução de questionamentos escritos e orais;
produção ou análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
realização de atividades na sala de aula, na biblioteca, em saídas de campo e
em domicílio;
308
pesquisa, produção e apresentação de seminários;
pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
participação em palestras e atividades culturais;
participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
outros.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
309
REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática
SILVA, Franklin Leopoldo e, Teoria do Conhecimento.
CHAUÍ, Marilena. O retorno do teólogo-político.
CANTO, Monique. (org.) Dicionário de Ética e Filosofia Moral. - São Leopoldo:
Sperber/Unisinos, 2003.
KANT, I. Textos Seletos. Trad. Raimundo Vier. Petrópolis: Vozes, 1974
RAEYMACKER, Luís de Introdução à filosofia, - Editora herder, São Paulo, Trad. De
Alexandre Correia, 1961.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. Ed. Saraiva. São
Paulo. 1993.
RUSSEL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. – Cia.ed. Nacional, Trad.
Português
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM. Diretrizes Curriculares Estaduais da
Disciplina de Filosofia. Curitiba: [?], 2006.
310
L.E.M. INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A flexibilização do currículo e as formas de ensinar permitem ao Estado
reformular as orientações advindas de mudanças sociais, pesquisas e estudos
teóricos metodológicos. São nestas relações de ensino, currículo, sociedade e
sua dimensão histórica que buscou-se subsídios que nortearam o ensino de
Língua Estrangeira nas escolas da rede pública estadual.
Por volta de 1500 o ensino da Língua Estrangeira começou a se configurar
no Brasil ainda colônia, pois o desejo dos portugueses em dominar e expandir o
catolicismo, repassaram aos jesuítas que caberia a eles, através da educação, a
responsabilidade de evangelizar e de ensinar o latim aos povos que habitavam o
território, como exemplo de língua culta.
Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a contratação de
professores não religiosos as línguas consideradas importantes eram as clássicas
grego e latim as quais ajudavam no desenvolvimento do pensamento e através
dela ensinava-se o vernáculo, a história e a geografia.
Mas somente em 1808 depois da chegada da família real, o ensino das
línguas estrangeiras modernas começou a ser valorizado, devido a sua
importância para o desenvolvimento comercial após a abertura dos portos. A
criação em 1837 do Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,
apresentava em seu currículo sete anos de francês, cinco de inglês e três de
alemão.
Em 1916 com a obra de Ferdinand Saussure “Cours de Linguistic Génerele”
iniciou-se os estudos da linguagem em caráter científico, na qual estabelece a
diferença entre língua (lange) e palavra (parole) e seus significados em
contextos sociais. Os estudos deste sistema fundamentaram uma das principais
correntes da língua moderna: o estruturalismo.
311
Fins do século XIX e início do século XX os problemas de ordem social –
política e econômica na Europa fizeram com que muitos europeus saíssem de lá
e viessem ao Brasil com a esperança de uma vida melhor. Estes acontecimentos
fizeram com que muitos colonos europeus se radicassem aqui e se organizassem
para manter escolas para seus filhos, cujo currículo era baseado no ensino da
língua e da sua cultura e o Estado brasileiro não ofertava este tipo de
atendimento.
Segundo citação de Nagle nas DCE’s a partir de meados da década de
1910, entendendo-se para a década seguinte, o nacionalismo passa a ter uma
ampla abrangência envolvendo pessoas e instituições de natureza e posições
diversas e neste momento o governo fecha as escolas estrangeiras (dos
imigrantes) e cria com recursos federais as escolas primárias de
responsabilidade dos estados.
Em 1942, a Reforma Capanema atribuiu ao ensino secundário um caráter
patriótico e as línguas privilegiadas são o francês, o inglês e o espanhol, que é
introduzido no lugar do alemão.
Conforme texto das DCE’s (p. 7) a dependência econômica e cultural do
Brasil em relação aos Estados Unidos fez com que surgisse a necessidade de se
aprender inglês o que ampliava o seu espaço no currículo em detrimento do
francês que era então ensinado desde o império e que agora estava ameaçado
com a vinda do cinema falado ao Brasil.
Em meio a mudanças, reformas políticas, sociais e novas concepções de
linguagem o ensino da língua estrangeira também se viu fortemente influenciado
por estes acontecimentos e neste contexto o ensino de inglês tornou-se
hegemônico, cujo objetivo é instrumentalizar os falantes e não mais trabalhar
língua e civilização.
Para romper com a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas
em 1982 criou-se o Centro de Línguas Estrangeiras no Colégio Estadual do
Paraná que ofertava aulas de inglês, espanhol, francês e alemão, no contraturno.
Esta medida ganhou força quando a Universidade Federal do Paraná incluiu no
vestibular as línguas espanhola, italiana e alemã. Em 1986 criou-se oficialmente
os Centros de Estudos de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM’s) no Paraná,
como forma de valorização das diversidades étnicas que marca a história do
estado.
312
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.9394
determina a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna,
escolhida pela comunidade escolar no Ensino Fundamental. Quanto ao Ensino
Médio, a Lei determina que seja incluída uma língua estrangeira moderna como
disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda em
caráter optativo, dependendo da disponibilidade da instituição.
Em 2005, a criação da Lei 11.161 decreta a obrigatoriedade da língua
espanhola nos estabelecimentos do Ensino Médio, sendo a oferta obrigatória,
mas de matrícula facultativa para o aluno, com prazo de 05 anos para sua
implementação.
Concepção da Disciplina
O trabalho com a língua estrangeira na escola não deve ser entendido
apenas como um instrumento para que o aluno tenha acesso a novas
informações, mas como uma nova possibilidade de ver e entender o mundo e de
construir significados.
Essa abordagem possibilita uma nova perspectiva, pois agrega, aos
estudos lingüísticos o falante e o uso efetivo que ele faz da linguagem,
deslocando o foco das atividades de sala de aula da forma (correção gramatical)
e privilegiando a prática lingüística.
O processo de aprendizagem de uma língua estrangeira exige o confronto
das formas discursivas da língua materna com a língua que se está aprendendo.
Ao participar desse processo, o sujeito não será mais o mesmo de antes de
iniciá-Io. Essa perspectiva permite que, tanto alunos como professores percebam
que é possível construir significados além daqueles que são possíveis na língua
materna, percebam que há outras possibilidades de se entender o mundo.
Na medida em que se aproxima de outra língua e de outra cultura, o aluno
percebe a língua como algo que se constrói e é construído por uma determinada
comunidade - se por um lado, a língua determina a realidade cultural, por outro,
os valores e as crenças culturais criam, em parte, sua realidade lingüística.
Dessa forma, o conhecimento de uma língua estrangeira colabora para a
elaboração da consciência da própria identidade, pois o aluno consegue
perceber-se também ele como um sujeito histórico e socialmente constituído.
313
Língua e cultura, portanto, constituem um dos pilares da identidade do sujeito
como cidadão e da comunidade como formação social.
Desse modo, o aluno vê a sua cultura e a sua língua como uma entre várias
possibilidades igualmente desejáveis e válidas e, ao constatar e vivenciar criticamente
a diversidade cultural, pode delinear um contorno para a sua própria identidade,
cumprindo assim, um objetivo pedagógico fundamental na aula de língua estrangeira,
que é contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as convenções
e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua estrangeira, de
forma crítica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou uma cultura
melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres humanos
elegem para regular suas vidas e que são passíveis de mudanças ao longo do tempo,
posto que, como a língua, correspondem ao contexto histórico e social de uma
comunidade que está em constante movimento e transformação.
Essa visão de língua proporciona ao aluno uma consciência crítica do papel das
línguas na sociedade, principalmente porque percebe que toda enunciação é um elo
da cadeia dos atos de fala, é uma resposta a alguma coisa e é construída como tal, é
produzida e orientada pelo contexto ideológico do qual é parte integrante. (Bakhtin,
1992)
A apresentação do discurso nos seus mais variados gêneros, orais, escritos ou
visuais, garantirá ao aluno o estímulo necessário para que entre no 'universo' da
língua estrangeira e interaja com ele.
314
OBJETIVOS GERAIS
-Oportunizar aos alunos da escola pública a vivência de valores ligados à
cidadania, democratizando o acesso à aprendizagem de língua inglesa para a
comunicação/ interação com grupos e culturas diferentes.
-Criar possibilidades de tornar o aluno interculturalmente competente, isto é,
capaz de refletir sobre a sua própria cultura e a do "outro".
-Utilizar outras habilidades comunicativas de modo a poder atuar em situação
diversas.
-Instrumentalizar o aluno para que ele seja capaz de usar a língua estrangeira
em situações de comunicação.
-Reconhecer as implicações da diversidade cultural construída lingüisticamente:
a) compreender que o significado é social e historicamente construído e
passível de transformação;
b) perceber-se como parte integrante da sociedade e como participante ativo do
mundo em que vive;
-Perceber o papel da linguagem na sociedade: linguagem como possibilidade de
acesso à informação, de conhecer e expressar modos de entender o mundo,
como forma de construir significados no mundo.
-Demonstrar compreensão geral de tipos de textos variados, apoiado em
elementos icônicos (gravuras, tabelas, fotografias, desenhos) e/ou em palavras
cognatas.
-Selecionar informações específicas do texto.
-Demonstrar conhecimento da organização textual por meio do reconhecimento
de como a informação é apresentada no texto e dos conectores articuladores do
discurso e de sua função enquanto tais.
-Demonstrar, consciência de que a leitura não é um processo linear que exige o
entendimento de cada palavra.
315
-Demonstrar consciência crítica em relação aos objetivos do texto, em relação
ao modo como escritores e leitores estão posicionados no mundo social.
-Demonstrar conhecimento dos padrões de natureza fonético–fonológica e de
interação social.
-Demonstrar adequação na produção, no que diz respeito, particularmente, a
aspectos que afetam o significado no nível da sintaxe, da morfologia, do léxico e
da fonologia.
-Identificar família/ nacionalidade/ características culturais.
-Apresentar alguém formal e informalmente.
-Solicitar e fornecer endereços.
-Localizar determinados lugares em relação a outros pontos de referência da
cidade.
-Descrever os meios de locomoção utilizados no dia-a-dia.
-Opinar sobre à realidade dos meios de transporte.
-Opinar sobre profissões/ emprego/ salário, a partir de um texto/ contexto.
316
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Constituirá o conteúdo estruturante para o ensino de língua estrangeira
moderna o discurso, entendido como prática social sob os seus vários gêneros.
O que vai possibilitar uma abordagem do discurso em sua totalidade e garantir
a compreensão e expressão do aluno na Língua Estrangeira Moderna são as seguintes
práticas:
Leitura;
Escrita;
Fala;
Compreensão auditiva.
Leitura
Ler em LEM pressupõe a familiarização do aluno com os diferentes tipos
textuais, provenientes das várias práticas sociais de uma determinada comunidade
que utiliza a língua que se está aprendendo - literatura, publicidade, jornalismo, mídia
(pois atualmente com o avanço das telecomunicações somos 'bombardeados' com
uma quantidade enorme de informações, muitas vezes de forma caótica), etc. Cabe ao
professor criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas que seja
um leitor crítico e que reaja aos diferentes textos com que se depare. Para isso, o
aluno deverá perceber que por traz de cada texto há um sujeito, com uma história,
com valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido e sempre
carrega uma intenção. Além disso, o aluno deverá ser capaz de perceber que as
formas lingüísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o mesmo
significado, mas são flexíveis e variam dependendo do contexto e da situação em que
a prática social de uso da língua ocorre. Não se pode esquecer que a leitura se refere
também aos textos não-verbais - estejam eles combinados ou não com o texto verbal.
É claro que o leitor de língua estrangeira será um leitor diferente do leitor de língua
materna, não se pode esperar a mesma fluência, mas o que se deve garantir é que o
aluno receba subsídios para que consiga, gradualmente, compreender os enunciados
na língua meta.
317
Escrita
Com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser vista como uma
atividade sociointeracional, ou seja, deve ser significativa. Ainda, o aluno deve
perceber que, entre outras coisas, há a necessidade de adequação ao gênero,
planejamento, articulação das partes, seleção da variedade lingüística adequada
(formal/ informal), etc. Ao realizar escolhas que dependem da sua intenção, do
interlocutor a que se dirige e da construção de um estilo, o aluno estará
desenvolvendo a sua identidade e se constituindo como sujeito crítico. Também na
escrita, é fundamental que o professor proporcione ao aluno subsídios para que ele
consiga expressar-se na língua estrangeira.
Fala e compreensão auditiva
É preciso levar o aluno a desenvolver a sua capacidade de expressar-se
oralmente e compreender enunciados orais. Para se atingir esse objetivo é necessário
que se criem condições de prática significativa, que o aluno pratique a sua oralidade
para compreender e produzir enunciados que sejam realmente plenos de significado -
perguntar a um aluno 'o que é aquilo?', apontando para um quadro que está ·na
parede não é significativo; significativo seria perguntar qual a sua impressão sobre o
quadro, por exemplo. Além disso, é preciso que o aluno perceba que, mesmo
oralmente, há uma diversidade de gêneros, que existe a necessidade de adequação
da variedade lingüística para as diferentes situações, tal como ocorre na escrita e em
língua materna.
Enfim, se o objetivo é que o aluno consiga interagir na LEM para ampliar seu
conhecimento de mundo e ser capaz de interferir criticamente na sociedade, é
necessário que ele desenvolva a sua capacidade de ler, escrever, produzir e
compreender enunciados orais.
De que maneira se conseguirá isso?
Um retrospecto mostrará que, em um primeiro momento, os conteúdos básicos
para aprendizagem de LEM eram o vocabulário e a gramática e se enfatizavam a
leitura e a escrita. Em um segundo momento, os conteúdos valorizados foram as
estruturas, que os aprendizes, pela repetição, deviam internalizar - nesse momento se
318
enfatizava a oral idade.
Atualmente, com o desenvolvimento das ciências lingüísticas e as contribuições
das teorias de aprendizagem e da educação, é preciso que se leve em conta, para um
ensino/ aprendizagem de línguas, a interação significativa do aprendiz com a língua e
a cultura a ser aprendida. Para tanto, diferentemente do ensino/ aprendizagem de
língua materna, na qual o aluno já tem um domínio bastante amplo de conhecimentos,
pois está em contato com ela desde que nasce, é preciso que o aluno de língua
estrangeira seja estimulado a utilizar os conhecimentos lingüísticos de que já dispõe e
seja subsidiado com os conhecimentos de que não dispõe.
Os conhecimentos fundamentais para que o aprendiz possa eficientemente
entender e expressar-se em uma língua estrangeira, baseados nos desdobramentos
da competência comunicativa descrita por Canale, são:
Conhecimentos discursivos
Dizem respeito ao modo como se combinam formas gramaticais e significados
em textos falados ou escritos, nos diferentes gêneros. Por exemplo, o aluno deverá ser
capaz de perceber a diferença entre uma carta comercial e um bilhete para a mãe (a
estrutura, a escolha das palavras, o tom, o cuidado formal, etc serão diferentes).
Dizem respeito aos elementos que garantem a unidade nos textos: a coesão (refere-se
ao modo como as frases se unem estruturalmente e facilita a interpretação) e a
coerência (trata das relações entre os diferentes significados em um texto -
significados literais, funções comunicativas, atitudes, etc.).
Conhecimentos sociolingüísticos
Referem-se ao conhecimento das particularidades do comportamento social e
verbal - pois, a língua estrangeira, tal qual a materna, também tem variações: léxicas,
fonético-fonológicas e morfossintáticas - e permitem escolher a forma lingüística
adequada, de acordo com a situação, levando em conta o interlocutor e as intenções
do falante Dizem respeito às regras de adequação social, (às formas lingüísticas
necessárias para atender o telefone, por exemplo), às restrições temáticas para
determinadas situações sociais ..
319
Conhecimentos gramaticais
Dizem respeito ao domínio do código lingüístico-vocabulário, pronúncia,
ortografia, regras para a formação de palavras e frases, etc.
Conhecimentos estratégicos
Ajudam o falante a preencher lacunas nos outros conhecimentos estabelecidos
como sendo fundamentais no ensino-aprendizagem de LEM. Podem ser verbais ou
não-verbais. Por exemplo, quando o aprendiz não lembra do nome de algum objeto ao
qual deseja se referir pode usar uma paráfrase ou símbolos não-verbais para se fazer
entender.
Se o discurso, em seus infinitos gêneros e diferentes modalidades–verbal (oral
ou escrito) ou não-verbal - é o eixo do estudo, esses conhecimentos - discursivos,
sociolingüísticos, gramaticais e estratégicos - deverão ser utilizados simultaneamente.
Além disso, é preciso levar em conta, que esse conjunto de conhecimentos
perpassará as quatro práticas fundamentais da realização da língua: FALAR,
ESCREVER, LER, COMPREENDER AUDITIVAMENTE.
Essas práticas podem ser trabalhadas juntas, simultaneamente, ou pode
enfatizar-se uma ou duas delas, dependendo do discurso (verbal-oral/ escrito ou não-
verbal) com que o aluno interage, do interesse dos aprendizes e das condições em
que acontece a prática de ensino/ aprendizagem.
Já os conhecimentos citados anteriormente funcionarão como elementos
integradores - estarão presentes em qualquer situação de interação do aprendiz com a
LEM, seja em que prática for: leitura, escrita, fala ou compreensão auditiva.
PRIMEIRA SÉRIE
Present continuous tense;
320
Simple present tense;
Personal pronouns;
Present continuous diferente de simple present;
Regular and irregular verbs;
Simple past tense;
Past continuous tense;
Possessive adjetives and pronouns;
Simple future tense;
Some, any, no and compounds;
Would: request and offers.
SEGUNDA SÉRIE
The future:going to;
Was (were) going to;
Prepositions of place;
Presente perfect tense;
The comparative and superlative degrees;
Present perfect whith just;
Already and yet;
For and since;
Relative pronouns;
Comparative intensifiers;
Modal verbs;
321
Imperative;
Conditional clauses (type 1);
Time clauses;
Conditional clauses (type 2);
If & unless;
Prepositions of movement.
TERCEIRA SÉRIE
Passive constructions;
Time linkers;
Reflexive pronouns;
Possessive’s;
Two-object verbs;
Adverbs of manner;
Past perfect tense;
Conditional Clauses (type 3);
Countable and uncontable nouns;
Indefinite article: alan;
Definitive article: the;
Reported speech;
Reported questions;
Reported commands, requests etc;
Question tags.
322
A Educação Ambiental será inserida na disciplina através de textos que
abordem a questão em diferentes países e procurar estabelecer um paralelo com
as questões nacionais, uma vez que os problemas e soluções são em parte
comuns a todos os países.
A Língua Inglesa tem o discurso e o texto (verbal, escrito ou visual) como ponto
de partida. Esse texto trará problematização em relação à História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, sua contribuição na música, religião, alimentação, sua presença
na mídia, o racismo no Brasil e no mundo, o mercado de trabalho, conhecer a
contribuição do negro na literatura universal.
A Educação do Campo e seus eixos temáticos: trabalho, divisão social e
territorial, cultura, identidade, interdependência campo-cidade, questão agrária e
desenvolvimento sustentável, organização política, movimentos sociais e cidadania.
323
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
-Maior contato com a língua através de livros, filmes, folders etc.
-Intercâmbio entre alunos.
-Aquelas que permitam ao aluno condições de entrar em contato com a língua
de forma real e significativa.
-Comunicação, troca de idéias sobre determinado assunto, a assimilação com o
dia-a-dia.
-Assimilação de método lúdico e atrativo que atraia interesse pela comunicação.
-Trabalhar com aluno na sua realidade e o que acontece no mundo que o rodeia.
-Trabalhar objetivamente situações de uso em momentos reais.
-Situar o ensino no contexto mundial (globalização).
-Aproximação do inglês do seu cotidiano.
-Priorizar ensino através de níveis de capacidade de aprendizagem dos alunos.
-Coisas de interesse dos alunos.
324
AVALIAÇÃO
Serão utilizados no mínimo quatro instrumentos de avaliação:
- Realização de atividades em sala de aula: escritas – traduções, pequenas
produções textuais;
- Realização de atividades em sala de aula: orais – dramatização de textos
que apresentem diálogos com uso efetivo da linguagem em restaurantes, lojas,
escola, para pedir informações, para apresentar a alguém e também para a
observação dos aspectos gramaticais da estrutura da língua estrangeira;
- Resumos de textos após a tradução para avaliar a compreensão dos
mesmos;
- Música – no sentido de desenvolver a oralidade e a participação do aluno.
A nota será obtida através da cotação atribuída a cada instrumento acima
citado, cujo valor ficaria entre 1,0 e 3,0 pontos para cada critério, que no total
somaria 10,0.
Em caso de aproveitamento insuficiente por parte do aluno, a atividade
será refeita considerando-se a maior nota obtida.
325
REFERÊNCIAS
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM . Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderno para o Ensino Médio. Curitiva: [?], 2006.
FERRARI, Mariza Tiemann, et RUBIN, Sara Giersztel. Inglês para o Ensino Médio.
Vol. Único – Scipione – São Paulo, 2002.
MARQUES, Amadeu. Inglês – Novo Ensino Médio. Vol. Único – Ática 6ª ed., 2006.
326
SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A adoção da disciplina de Sociologia nos cursos secundários ocorreu no início da
República vinculada à disciplina de Moral. Nos anos 1930 a criação de cursos
superiores de Ciências Sociais e a formação de sociólogos em universidades
possibilitou um avanço na discussão e implantação da Sociologia como disciplina no
Ensino Médio, antigo Segundo Grau, pela Lei 5.692/71, que instituía obrigatoriedade
de ensino.
Posteriormente, a Lei 9394/96 abriu novas perspectivas da inclusão da
Sociologia nas grades curriculares, mas de modo tranversal. No estado do Paraná foi
aprovada a Lei 15.228/06 tornando a Sociologia obrigatória na Matriz Curricular do
Ensino Médio.
A Sociologia deve ser vista como construtora histórica e social desempenhando
o papel de localizar os problemas que moldura a realidade, questionando e buscando
respostas múltiplas para a construção de caminhos viáveis para a convivência
coletiva.
Metodologicamente, uma proposta norteada de currículo deve levar em
consideração as diferentes matrizes de pensamento para ampliar as possibilidades de
análise, tendo em vista a complexidade dos fenômenos sociais, hoje, pois nenhum
deles pode ser explicado apenas a partir de uma única perspectiva teórica.
Dessa forma, a construção de um campo de análise que amplie a capacidade de
compreensão da vida e do mundo, passa, necessariamente pela busca de
pensamentos diversos que possam colocar referências para uma investigação dos
problemas contemporâneos.
A sociedade brasileira pode ser privilegiada, enquanto objeto de análise e eixo
de trabalho, proporcionando uma via de mão dupla do questionamento de seus
327
problemas ao campo teórico que possibilite sua compreensão e proponha novos
caminhos de investigação.
A compreensão do mundo do trabalho poderá ser construída a partir de
diferentes perspectivas que abordem a revolução contemporânea no seu modo de
organização, bem com as diferentes determinantes da sua divisão técnica, em nível
internacional, observando-se, porém, as especificidades regionais e locais.
É de fundamental importância proporcionar uma visão sobre a constituição das
relações sociais em nível internacional e nacional. Da mesma forma, é importante
perceber o processo de globalização da economia e da inserção do país no mercado
internacional.
Nesse sentido, é desejável que os alunos desenvolvam seus conhecimentos
para utilizá-los em diferentes níveis de análise e avaliação sobre as conseqüências
sociais marcadas pela ordem mundial, e as dificuldades de ingresso e permanência no
mercado de trabalho formal.
A construção de uma concepção de sociedade deve permitir ao estudante do
ensino médio estabelecer relações entre os diferentes elementos que a compõem,
compreendendo seus mecanismos de funcionamento como uma totalidade, mas
sendo capaz de expressar o que é diverso e parcial.
A partir da construção dessa concepção de sociedade é possível o aluno
compreender a emergência dos temas que hoje ocupam o cenário das manifestações
sociais, tais como os de ordem étnica, religiosa, racial, sexual e ecológica, que exige
uma discussão sobre a diversidade cultural.
Pode-se proporcionar, assim, a compreensão de que diferentes manifestações
culturais são as legítimas expressões de povos, nacionalidades, raças e etnias que,
atualmente buscam novas significações para suas identidades coletivas. Pretende-se
através dessa discussão, possibilitar a formação de uma identidade social e pessoal
que permite ao aluno respeitar o outro a partir do princípio de respeito mútuo.
De outro lado, podem-se ampliar as possibilidades de exercício da cidadania a
partir do conhecimento sobre a construção histórica dos direitos e deveres dos
cidadãos, tendo em vista a construção de noções de sociedade política, sociedade
civil, direitos individuais e coletivos, legitimidade e governabilidade, representação,
participação e poder.
328
OBJETIVOS GERAIS
Introduzir reflexões sociológicas acerca da cronologia e eventos históricos sobre
um prisma sociológico da ciência, seus pressupostos e métodos, bem como promover
uma reflexão ética sobre a ciência. Partindo, de tal, consideração acerca da
descoberta da racionalidade no mundo do homem, da instituição da ciência moderna
e da sua hegemonia como modelo de conhecimento.
Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e conseqüentemente a
agir nas diversas instâncias sociais.
Refletir a respeito do ensino da Sociologia
Articular conhecimentos sociais e diferentes conteúdos de modos discursivos
nas Ciências Naturais Humanas, nas Artes e em outras produções culturais.
Contextualizar conhecimentos tanto no plano de sua origem específica, quanto
em outros planos: o pessoal – biográfico; o entorno sócio – político, histórico e cultural;
o horizonte da sociedade científico – tecnológica.
Articular conhecimentos sociais e diferentes conteúdos de modos discussivos
nas Ciências Naturais, Humanas, nas Artes e em outras produções culturais.
Contextualizar conhecimentos tanto no plano de sua origem específica, quanto
em outros planos: o pessoal – biográfico; o entorno sócio-político, histórico e cultural; o
horizonte da sociedade científico-tecnológica.
329
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Disciplina de Sociologia estabelecem
como conteúdos estruturantes:
O processo de socialização e as instituições sociais;
Cultura e Industrial Cultural;
Trabalho, Produção e Classes Sociais;
Poder, Política e Ideologia;
Cidadania e Movimentos Sociais.
Os conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos construídos
historicamente e considerados fundamentais para a compreensão do objeto e
organização dos campos de estudos de uma disciplina escolar. Os conteúdos
específicos a seguir elencados são derivados destes conteúdos estruturantes, que os
permeiam.
TERCEIRA SÉRIE
Conceitos básicos de Sociologia;
A Família: sua influência no indivíduo e na sociedade;
A Igreja e seu papel na sociedade;
Conceito de Sociedade;
Sociedade de classes;
Educação Popular.
330
A Educação Ambiental será abordada na disciplina através de trabalhos
interdisciplinares, pesquisas de campo, palestras, fóruns, seminários e outros.
A cultura afro-brasileira e africana será abordada no contexto sociológico a
partir do início da escravidão no Brasil, possibilitando aos alunos conhecerem a
contribuição e participação dos negros na construção da sociedade. Contribuindo para
a formação do cidadão reflexivo, ativo e responsável, visando a construção de um
mundo mais humanizado, minimizando o preconceito racial.
A Educação do Campo será abordada na disciplina de Sociologia comparando
com as civilizações antigas e as sociedades atuais a relação campo-cidade e a
importância do campo nas sociedades atuais.
331
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Capacitar o aluno compreendera realidade social em que vive e a participação
ativamente de sua transformação
Tomar conhecimento das estruturas sociais, bem como suas repercussões na
educação das novas gerações atuando de forma critica e construtiva.
Identificar a educação e a mudança social, fazendo uma analogia específica de
cada uma.
Caracterizar a democratização das oportunidades educacionais.
Identificar a escola como grupo social, seus agrupamentos e mecanismos, e a
interação social na sala de aula.
Caracterizar os fatores culturais e forças sociais que interagem na sociedade.
Desenvolver o pensamento sociológico.
Compreender a sociologia (dentre as demais Ciências) como um contexto,
histórico e socialmente determinado.
Compreender a totalidade social como expressão de simultaneidade e
complexidade dos fenômenos sociais, produto de condicionantes diversos.
Perceber o processo de globalização da economia e de inserção de país no
mercado internacional.
Perceber os direitos e respectivos deveres do cidadão como parte de uma
construção social.
Compreender as diferentes manifestações culturais como expressão de um
povo, etnias, nacionalidades, segmentos sociais diversos.
Construir a identidade social e política de modo a viabilizar o exercício da
cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja
efetivamente uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o
cidadão e também entre os diferentes grupos.
332
Construir sua identidade social (e pessoal) a partir do princípio de alteridade.
Compreender a Indústria cultural em suas ações como os contextos
econômicos, político, social e cultural em que se insere.
Estabelecer relações entre o conhecimento teórico e as práticas sociais.
Elaborar hipóteses sobre as práticas sociais, exercitando análises,
interpretações sínteses, servindo-se para tanto dos conhecimentos sociológicos.
Exercitar, relacionar práticas sociais com contextos diversos.
Tópicos avançados especiais, com leitura dirigida e apresentações de
seminários abordando a evolução da civilização, sociólogos, suas obras e o seu
impacto delas no contexto da ciência.
Ler textos sociológicos de modo significativo.
Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.
Debater, tomando uma posição, defendendo - a argumentativamente e
mudando de posição face a argumentos mais consistentes.
333
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Sociologia deve ser de forma diagnóstica, de forma
a enfrentar situações — problemas que venham a superar dificuldades encontradas no
decorrer das atividades desenvolvidas.
Ela deve construir e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para a
compreensão de fenômenos naturais, de processos históricos - geográficos, da
produção tecnológica e manifestações artísticas, utilizando diversas formas de
avaliação, como pesquisas, debates, interrogatórios, testes, trabalhos, provas,
dinâmicas de grupos, etc.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 3,0 (três) e de no mínimo 1,0 (um) ponto. Ao final de cada bimestre, o valor
somado dos instrumentos de avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será oferecida a
Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos abordará os conteúdos nos quais o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utilizará quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo no qual seu aproveitamento foi
considerado insuficiente.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
334
REFERÊNCIAS
DIRETRIZES CURRICULARES DE SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO. Versão
Preliminar. Secretaria do Estado da Educação. 2006.
ALVES, R. Filosofia da Ciência. São Paulo :Ars Poética , 1996.
AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia
geral. 11ª. Ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
CHAUÍ, M. S. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
COMTE., A. Sociologia São Paulo Ática, 1978.
ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Rio de janeiro:
Civilização Brasileira, 1978.
MARX, K. O Capital; crítica da economia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
335
9.1.3 Educação Especial
336
EDUCAÇÃO ESPECIAL
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Especial na atualidade está consolidando – se sobre novos
paradigmas que sinalizam para a construção de uma sociedade inclusiva, orientada
por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento,
com qualidade, em todas as dimensões da vida.
Essa concepção de educação que repudia qualquer possibilidade de exclusão
encontra – se sistematizada nos principais documentos internacionais que norteiam as
agendas dos governos e políticas educacionais em todo mundo, com destaque à
Declaração Mundial de Educação para todos (Jomtien, Tailândia – 1990), a Declaração
de Salamanca (Espanha – 1994) e a Declaração de Guatemala (Honduras – 2001).
Nestes documentos sintetiza – se o ideal de uma educação que valoriza a
diversidade, reconhece as diferenças e oferece respostas educativas a todos os alunos
de modo a enfatizar suas potencialidades e remover as barreiras para sua
aprendizagem.
Os principais dispositivos legais e políticos – filosóficos que possibilitam
estabelecer o horizonte das políticas educacionais asseguram o atendimento
educacional especializado, com oferta preferencial na rede regular de ensino, de modo
a promover a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade no processo
educativo. Dentre eles destacam – se a Constituição Federal (art. 208), o Capítulo V
(art. 58,59 e 60) da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96,
regulamentação pelas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação
Básica (Ris. CNE/CEB n.º 02/2001) e, no Paraná, pela Deliberação n.º 02/03, aprovada
pelo Conselho Estadual de Educação.
O Departamento de Educação Especial é o órgão responsável, no Estado pela
orientação da política de atendimento às pessoas com necessidades especiais, em
337
cumprimento aos dispositivos legais e filosóficos estabelecidos na esfera federal em
consonância com os princípios norteadores da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná.
Uma vez que a terminologia necessidades educacionais especiais pode ser
atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam
deficiências permanentes até aqueles que por, razões diversas, fracassam em seu
processo de aprendizagem escolar, será ofertado atendimento educacional
especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes de:
I. Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento;
II. Dificuldades de comunicação e sinalização;
III. Superdotação ou altas habilidades.
A Deliberação n.º 02/03 que normaliza a Educação Especial no Paraná assegura
a oferta de apoio e serviços pedagógicos especializados aos alunos com necessidades
educacionais especiais.
A Instrução n.º 05/04 estabelece critérios para o funcionamento da Sala de
Recursos para o Ensino Fundamental, na área da Deficiência mental e Distúrbios de
Aprendizagem.
A sala de Recursos é um serviço especializado de natureza pedagógica que
apóia e complementam o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do
Ensino Fundamental de quinta a oitava séries.
O atendimento oferecido na Sala de Recursos destina – se a alunos
regularmente matriculados no Ensino Fundamental de Quinta à Oitava Séries egressos
da Educação Especial ou aqueles que apresentam problemas de aprendizagem com
atraso acadêmico significativo, distúrbios de aprendizagem e/ou deficiência mental e
que necessitam de apoio especializado complementar para obter sucesso no processo
de aprendizagem na Classe Comum.
O ingresso do aluno na Sala de Recursos se dá mediante matrícula e freqüência
no ensino regular e avaliação pedagógica realizada no contexto do Ensino Regular,
pelo professor da Classe Comum, professor especializado e equipe técnico –
pedagógica da Escola, com assessoramento de uma equipe multiprofissional (externa)
338
e equipe do Núcleo Regional de Educação e/ ou Secretaria Municipal de Educação,
quando necessário. A avaliação pedagógica de ingresso realizada no contexto do
Ensino Regular deverá enfocar conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática das
Séries iniciais, além das áreas do desenvolvimento. A avaliação pedagógica no
contexto escolar deverá ser registrada em relatório, com indicação dos procedimentos
de intervenção e encaminhamentos. Quando o aluno da Sala de Recursos freqüentar a
Classe Comum em outro estabelecimento deverá apresentar relatório de avaliação
pedagógica no contexto, declaração de matrícula e encaminhamento: O aluno de
primeira a quarta série deverá apresentar o último relatório semestral da avaliação do
professor especializado.
Quanto a ORGANIZAÇÃO da Sala de Recursos para vinte horas semanais, o
número máximo de 30 (trinta) alunos, com atendimento por intermédio de
cronograma. O horário de atendimento deverá ser em período contrário ao que o
aluno está matriculado e freqüentando a Classe Comum. O aluno da Sala de Recursos
deverá ser atendido individualmente ou em grupos de até 10 (dez) alunos, com
atendimento por meio de cronograma pré-estabelecido. Os grupos de alunos em
atendimento serão organizados preferencialmente por faixa etária e/ ou conforme as
necessidades pedagógicas semelhantes dos mesmos.
O cronograma de atendimento deverá ser elaborado pelo professor da Sala de
Recursos junto com a Equipe técnico–pedagógica da Escola, e, sempre que possível ou
se fizer necessário, com os professores da Classe Comum, em consonância com os
procedimentos de intervenção pedagógica que constam no relatório da avaliação no
contexto escolar.
No cronograma deverá ser garantido um período para o encontro entre o
professor da Sala de Recursos, os professores da Classe Comum e a equipe técnica –
pedagógica da Escola em que o aluno freqüenta a Classe Comum.
O aluno deverá receber atendimento de acordo com as suas necessidades,
podendo ser de 2 (duas) a 4 (quatro) vezes por semana, não ultrapassando 2 (duas)
horas diárias.
O professor da Sala de Recursos deverá prever:
a. Controle de freqüência dos alunos por intermédio de formulário elaborado
pela própria Escola;
339
b. Contato periódico com a equipe técnica – pedagógica da Escola, e,
sempre que possível ou se fizer necessário, com os professores da Classe Comum para
o acompanhamento do desenvolvimento do aluno;
c. Participação no Conselho de Classe.
A pasta individual do aluno, além dos documentos exigidos para a Classe
Comum, deverá conter os relatórios de avaliação pedagógica no contexto escolar e de
acompanhamento semestral elaborados pelo professor da Sala de Recursos, equipe
técnico – pedagógica da Escola e , sempre que possível ou se fizer necessário, com
apoio dos professores da Classe Comum, após o Conselho de Classe.
Quando o aluno freqüentar a Sala de Recursos em outra escola deverá ser
mantida na pasta individual da Classe Comum a documentação acima citada, vistada
pela equipe técnico pedagógica de ambas as escolas.
No Histórico Escolar não deverá constar que o aluno freqüentou Sala de
Recursos.
Caberá à Secretaria da Escola que mantiver a sala de Recursos a
responsabilidade de organizar e manter a documentação do aluno atualizada.
Recursos Humanos
Para atuar na Sala de Recursos o professor, conforme Del. N.º 02/03 – CEE, art.
Nº 33 e 34, deverá ter:
Especialização em cursos de Pós – Graduação na área específica ou;
Licenciatura Plena com habilitação em Educação Especial ou;
Habilitação específica em Nível Médio, na extinta modalidade de Estudos
Adicionais e atualmente na modalidade Normal.
340
Equipe técnica – pedagógica habilitada ou especializada (Deliberação 02/03 –
CEE, art. 11, inciso II) e/ ou em formação profissional continuada por meio da oferta de
cursos que contemplem conteúdos referentes à área de Educação Especial.
Para atuar em Sala de Recursos recomenda–se que o professor tenha
experiência de no mínimo 2 (dois) anos nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Recursos Materiais
Espaço Físico: tamanho adequado, localização, salubridade, iluminação e
ventilação de acordo com os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT 9050/1994).
Materiais pedagógicos: a escola, por intermédio de sua mantenedora, proverá
para a sala de Recursos materiais pedagógicos específicos, adequados às
peculiaridades dos alunos, para permitir–lhes o acesso ao currículo.
341
ASPECTOS PEDAGÓGICOS
O trabalho a ser desenvolvido na Sala de Recursos deverá partir dos interesses,
necessidades e dificuldades de aprendizagem específicas de cada aluno, oferecendo
subsídios pedagógicos e contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos na Classe
Comum.
A programação a se elaborada deverá observar as áreas do desenvolvimento
(cognitiva, motora, sócio afetiva – emocional) de forma a subsidiar os conceitos
defasados no processo de aprendizagem, para atingir o currículo da Classe Comum.
Os conteúdos pedagógicos defasados, das séries iniciais, deverão ser
trabalhados com metodologias e estratégias diferenciadas.
O trabalho desenvolvido na Sala de Recursos não deve ser confundido com
reforço escolar (repetição de conteúdo da prática educativa da sala de aula).
O professor da Sala de Recursos deverá apoiar e orientar o professor da Classe
Comum, quanto ás adaptações curriculares, avaliação e metodologias que poderão ser
utilizadas na sala de aula, em atendimento aos alunos com necessidades educacionais
especiais.
MATEMÁTICA
Os conteúdos serão organizados de modo a contemplar o desenvolvimento
cognitivo, priorizando as noções de conservação, classificação, seriação e
reversibilidade, indispensáveis á construção do conhecimento matemático.
CONSERVAÇÃO (da matéria, peso, volume, distância, etc.)
O conceito de conservação quer dizer que um objeto, ou um conjunto de objetos
é considerado invariante no que diz respeito à estrutura de seus elementos, apesar da
mudança de sua forma, desde que não lhe seja tirado ou acrescentando nada
(CONDEMARIN, 1.989).
342
Exemplo: Se tivermos um pedaço de massinha de modelar, o dividimos em duas
partes iguais e uma delas subdividimos em quatro, a criança deverá ser capaz de
racionar que a quantidade mantém – se constante apesar da subdivisão.
SERIAÇÃO
Significa estabelecer uma sistematização dos objetos seguindo uma certa
ordem ou seqüência determinada previamente. (CONDERMARIN, 1.989).
Exemplos: - Colocar em ordem crescente 10 bastões pequenos de madeira (de 2
a 20cm). A diferença de um bastão para outro deverá ser de 2 cm.
- Fazer a série inversa (decrescente).
- Fazer séries de três elementos: maior, médio e menor, usando objetos
variados (sementes, pedras, os colegas de classe, etc.)
CLASSIFICAÇÃO.
É a capacidade de reconhecer classes de objetos por suas características
comuns e de usá – las ao estabelecer relações lógicas (DROVET, 1.990)
EXEMPLOS: Dado um conjunto de objetos, separa – los segundo critérios
estabelecidos: cor, tamanho, etc.
- Diante de certos objetos agrupar os que têm a mesma função (meios de
transporte, alimentação, etc.)
REVERSIBILIDADE
Implica ser capaz de regressar ao ponto de partida, quer seja pela “negação”,
“inversão” ou pela “reciprocidade”. (CONDERMARIN, 1.989).
EXEMPLOS: João é irmão de Pedro e, por fim, Pedro é irmão de João.
3 + 5 = 8 : 8 -3 = 5
343
A seguir, com o objetivo de sistematizar e proporcionar clareza na organização
dos conteúdos apresentamos os principais eixos do trabalho com a matemática,
lembrando sempre que, embora em alguns momentos um ou outro tema seja
enfatizado, os demais estarão em relação permanente com o mesmo.
1.1 Noção de tamanho
1.2 Noção de quantidade
1. Conceituação 1.3 Noção de forma
1.4 Noção de espessura
1.5 Noção de cor
MATEMÁTICA
2. Sistemas de
Numeração
3. Operações
Aritiméticas
Apresentamos também as dificuldades mais comuns nestes processos, seguidas
de sugestões de encaminhamentos a serem desenvolvidos.
CONCEITUAÇÃO
Noção de tamanho (grande – pequeno – alto – baixo, maior – menor, médio).
Noção de quantidade (muito – pouco - mais – menos, vários – nenhum, todos –
alguns, cheio – vazio).
Noção de forma (formas – formatos e figuras).
Noção de espessura (grosso – fino, largo – estreito – comprido – curto – médio)
Noções de cor (primárias e secundárias).
344
SISTEMA DE NUMERAÇÃO
Correspondência biunívoca (termo a termo).
Exemplo: Não consegue relacionar o número de crianças em uma sala ao
número de cadeiras.
Contagem com sentido.
Exemplo: Embora diga os números, a relação entre o símbolo e a quantidade
não está consolidada.
Associação de símbolos auditivos e visuais.
Exemplo: Conta auditivamente mas não identifica os números visualmente.
Associação de símbolos numéricos a quantidade.
Exemplo: Não associa o número 3 a quantidade de elementos (***).
Sistema cardinal.
Exemplo:
- Inversão do número em espelho (3/3 7/7).
- Inversão do número em posição (69/96 31/13)
f. Sistema ordinal.
Exemplo: Primeiro, segundo, último.
g. Escrever e ler números independentes.
Exemplo: 102 = 1002.
Outras.
OPERAÇÕES ARITMÉTICAS.
Compreensão do significado dos sinais das operações aritméticas.
345
Exemplo: Não distingue os sinais + e x, por serem idênticos, diferenciando – se
apenas por estarem em posições diferentes.
Estruturação das operações aritméticas.
Exemplo: Invertem números (235 em vez 532).
Número isolado (24 + 3) 24
+3
Memorização da seqüência de passos que devem ser seguidos nas quatro
operações.
Resolução de problemas.
- Escolher caminhos para solucionar problemas.
- Relacionar o enunciado dos problemas com as devidas operações.
- Escrever as respostas dos problemas.
e. Outras
Para superação das dificuldades, acima mencionadas é necessário que
seja priorizado o trabalho com atividades que desenvolvam processos de:
- Conservação.
- Classificação.
- Seriação.
- Processo psicomotores, cognitivos e sensórios – perceptivos.
.LÍNGUA PORTUGUESA
Os conteúdos e/ ou atividades desenvolvidas em Sala de Recursos serão
elaborados a partir do diagnóstico do educando: destacamos alguns exemplos de
diagnósticos e aplicações na leitura e escrita, pra crianças que apresentam um desvio
significativo no seu ritmo de aprendizagem.
346
LEITURA
Dificuldades na leitura oral.
Dificuldades na leitura silenciosa.
Dificuldades na compreensão da leitura.
Dificuldade na Leitura Oral.
Problema:
- leitura com repetição: repete palavras, linhas e parágrafos.
Ex: Eu vi um lindo cachorro no parque.
Eu vi um lindo lindo cachorro no parque.
Pode ser:
- Necessidade de tempo para elaborar o conceito significativo.
- Dificuldade no processo análise e síntese.
- Desorganização têmporo – espacial.
- Falta de compreensão.
- Dificuldades na percepção visual e auditiva.
Trabalhar:
- O processo de análise e síntese, percepção temporal e espacial.
- Atividades que favorecem a simbolização, iniciando pela imagem
corporal.
- Trabalhar conceitos e compreensão
- Trabalhar discriminação auditiva e visual.
347
Problema:
- Inversão da ordem das letras, sílabas e/ ou palavras.
Pode ser:
- Falta na seqüência temporal.
- Dificuldade visomotora.
- Dificuldade de observação.
- Dificuldade de detalhes.
- Dificuldades de lateralidade.
- Consciência do esquema corporal não estabelecido.
- Ansiedade.
Trabalhar:
- Orientação temporal.
- Esquema corporal
- Coordenação visomotora
- Concentração, atenção (jogos de memória, quebra – cabeça e outros).
- Reeducação da ansiedade
Problema:
- leitura sem ritmo, sem pontuação
A Criança lê quando a palavra é mostrada lentamente, mas não consegue ler as
palavras com rapidez.
Pontuação ausente ou inadequada.
Pode ser:
348
- Falha na organização temporal
- Inadequação do ritmo respiratório na leitura
- Dificuldade na interpretação do símbolo na pontuação
- Ansiedade
Trababalhar:
- A organização através do ritmo, respiração e a pontuação como um
símbolo.
- Discriminação visual e auditiva.
- Análise e síntese
- Auto estima
Problema:
- Confusão de letras ou palavras semelhantes.
Ex: BOLA E BOLO / FALHA E FOLHA.
Pode ser:
- A criança não nota detalhes, não consegue ver configurações gerais.
Trabalhar:
- Discriminação visual.
- Estruturação espacial.
- Percepção visual.
- Atenção/ concentração / auto imagem.
349
Problema:
- Omissão e acréscimo de letras, sílabas e troca de palavras.
- Adição – A criança lê frases adicionando palavras que não estavam no
texto.
Ex. O menino é grande.
- Omissão – lê omitindo palavras ou frases inteiras.
Ex: O vestido vermelho da menina é bonito.
O vestido é bonito.
Pode ser:
- Falha no processo de análise e síntese.
- Falha na apreensão do estímulo como um todo e das partes que a
compõem.
- Dificuldades de orientação temporal
- Ansiedade / impulsividade.
- falta de atenção / concentração.
Trabalhar:
- O processo de análise e síntese.
- Representação corporal.
- Atenção / concentração (através do jogo).
- Discriminação visual.
- Orientação temporal.
Problema:
350
- Substituição ou troca de consoantes surda ou sonora: F/V; P/B; CH/J; T/D;
S/Z; C/G.
Ex: Cama lê Gama.
Pode ser:
- Falha na discriminação visual.
- Dificuldades na seqüência temporal.
- Falta de consciência no esquema corporal.
- Dificuldades de lateralidade.
Trabalhar:
- Discriminação visual.
- Noção temporal.
- Lateralidade.
- Esquema corporal.
- Auto - estima.
Dificuldades na leitura silenciosa.
1. Problema:
- Leitura Silenciosa.
- Lentidão no ler , acompanhada de dispersão.
- Leitura cochichada.
Pode ser:
351
- Dispersão.
- Dificuldade na lateralidade
- Inadequação do ritmo respiratório
- Desorganização têmporo – espacial.
Trabalhar.
- Lateralidade
- Exercícios corporais
- Ritmo
- Organização espacial
2. Problema:
- Uso do apoio tátil e/ ou articulatório
- Necessidade de apontar as palavras com lápis, régua ou dedo
Pode ser:
- Necessidade de apoio concreto na tentativa de codificar a escrita
- Apoio concreto para manter a atenção
- Dificuldade na lateralidade
- Desorganização têmporo – espacial
- consciência do esquema corporal não estabelecido
Trabalhar:
- Simbolização: Códigos em geral, corpo
352
- Orientação temporal
- Estruturação espacial
- Atenção, concentração (jogos)
3. Problema
- Pula linha ao ler
Pode ser:
- Falha no processo de análise e síntese
- Dificuldade de figura fundo
- Falha na seqüência temporal
- Dificuldade de coordenação visual
- Ansiedade / impulsividade
Trabalhar:
- O processo de análise e síntese, figura fundo, seqüência temporal e
coordenação visomotora
- Atenção / concentração
- Ritmo
- Respiração
- redução da ansiedade
- Auto – estima
Dificuldades na compreensão da leitura
353
1. Problema:
- Não compreende o que lê
- Compreender o que lê quer dizer perceber integralmente o significado do
que esta sendo falado (ouvido).
Pode ser:
- Dificuldade de compreensão de idéias
- Dificuldades no manejo do significado dos termos
- Dificuldades de análise de idéias
- Dificuldades de comparação
- Dificuldades de memorização
- Utilização inadequada de pontuação
- Incapacidade para seguir instruções
- Dificuldade de memória imediata
- Deficiência de vocabulário
Trabalhar:
- A compreensão, o pensamento em si, os conceitos
- Fazer leituras das vivências, dos objetos, rótulos, desenhos
- Jogos de memória, quebra – cabeça, jogos de palavras
- Discriminação visual
354
- Graduar o nível de dificuldades (oferecer, em um primeiro momento,
textos curtos, mensagem simples e do interesse da criança, palavras do cotidiano,
para depois aumentar as dificuldades).
- Apoio, na leitura e interpretação (orientar a interpretação, fazendo alguns
questionamentos)
- Auto – imagem
ESCRITA:
Escrita como ato motor
Escrita como ato simbólico
Erros de formulação e síntese
a. Escrita como ato motor
1. Problema:
- Escrita irregular, angulosa “garranchos”
Pode ser:
- Conseqüências das dificuldades de coordenação
- Esquema corporal não estabelecido
Trabalhar:
- Motricidade fina
- Lateralidade
355
- Esquema corporal
2. Problema:
- Pressão forte, pressão débil
- Pressão ora débil, ora forte
Pode ser
- Emocional
- Hipertonia (musculatura rígida) (segura o lápis com muita força)
- Hipotonia (musculatura flácida) (segura o lápis com pouca força: - o lápis
cai freqüentemente das mãos da criança)
- Muito perto da ponta do lápis ou muito longe desta
Trabalhar:
- Exercícios de musculatura (tônus muscular)
- Consciência do esquema corporal
- Lateralidade
- Postura
- Equilíbrio
- Motricidade fina
- Coordenação visomotora
- Intensificar relaxamento se for hipertônico e tensão muscular, se for
hipotônico
- Auto estima, valorização do aluno
356
3. Problema:
- Macrogafismo
Pode ser:
- Compensação das dificuldades de tônus
- Exigências pedagógicas
- Dificuldades emocionais
Trabalhar:
- Diminuir o nível de exigência pedagógica
- Diminuir a ansiedade
- Trabalhar a auto – estima
4. Problema:
- Lentidão
Pode ser:
- Conseqüências das dificuldades motoras
- Problemas emocionais
- Dificuldade perceptiva e sensorial
- Condições ambientais desfavoráveis (luz insuficiente, ruído)
Trabalhar:
357
- Coordenação motora ampla e fina.
- Auto estima, auto – confiança
- Condições ambientais favoráveis
5. Problema:
- Cansaço
Pode ser
- Dificuldades motoras
- Dificuldades da respiração
- Excesso de atividades pedagógicas
- Postura inadequada
Trabalahar:
- Coordenação motora
- Esquema corporal
- Lateralidade
- Respiração
- Adequação das atividades Pedagógicas
6. Problema:
- Postura inadequada
358
Pode ser:
- Dificuldades na motricidade ampla
- Problemas de equilíbrio estático
Trabalhar:
- Controle postural
- Motricidade ampla
7. problema
- Aglutinação e dissociação de palavras
Pode ser:
- Falhas no freio inibitório (descontrole motor – ex: a criança não tem
consciência que deve parar de escrever).
Trabalhar:
- Exercícios perceptivos
- Motricidade fina
8. Problema:
- Escrita em espelho
Pode ser:
359
- Dificuldade de consciência corporal
- Dificuldade de dominância e direcionalidade
Trabalhar:
- Esquema corporal
- Lateralidade
- Consciência corporal
9. Problema:
- Movimentos contrários aos da escrita convencional – Ex: 5 S
Pode ser:
- Dificuldade de lateralidade
- Falta de coordenação motora fina
- Falta de estruturação espacial
- Dificuldades visomotora
- Postura corporal
Trabalhar:
- Esquema corporal
- Estruturação espacial
- Coordenação motora
- Orientar postura corporal
360
- Visomotor
10.Problema:
- Irregularidade no espaçamento das letras na palavra
- Dificuldade na escrita e no alinhamento dos números na página
Pode ser:
- Dificuldades de lateralidade
- Falta de coordenação motora fina
- Falta de estruturação espacial
- Dificuldades visomotora
Trabalhar:
- Esquema corporal
- Estruturação espacial
- Coordenação motora
11.Probema
- Margens malfeitas ou inexistentes; a criança ultrapassa ou para muito
antes da margem, não respeita limites, amontoa letras na borda da folha.
Pode ser:
- Dificuldades na lateralidade
361
- Falta de coordenação motora fina
- Falta de estruturação espacial
- Dificuldades visomotora
- Postura corporal, posição do papel
Trabalhar:
- Dificuldades de lateralidade
- Falta de coordenação motora fina
- Falta de estruturação espacial
- Dificuldades visomotora
- Orientação da postura corporal
b. Escrita como Ato Simbólico
1. Problema:
- Troca de letras (trocas visuais)
- Simétricas: b/d, p/q
- Semelhantes: e/a, b/h, f/t
2. Pode ser:
- Dificuldades perceptivas auditivas e/ ou visuais
- Dificuldades de simbolização
- Falhas na atenção / concentração
362
Trabalhar:
- Discriminação visual e auditiva
- Atenção / concentração
2. Problema:
- Troca de palavras com o mesmo perfil gráfico
Ex: pato/pelo
Pode ser:
- Dificuldade na percepção visula
- Falhas no processo de análise e síntese (aprende o todo como uma
unidade sem conseguir discriminar as partes que o compõem).
Trabalhar:
- O processo de análise e síntese
- Figura fundo
- Percepção visual
3. Problema:
- Omissão e adição de letras e/ ou palavras
- Inversão na ordem das letras
Ex: Omissão – (caixa/casa)
363
Adição – (árvore / árvovore)
Inversão – (pipoca / picoca)
Pode ser:
- Falha no processo de análise e síntese
- Falha na organização temporal e espacial
Trabalhar:
- O processo de análise e síntese
- Percepção temporal
- Percepção espacial
c. Erros de Formulação e Sintaxe
Problemas:
- A criança consegue ler com fluência e apresenta uma linguagem oral
perfeita, compreendendo e copiando palavras, mas não consegue escrever cartas,
histórias e nem dar respostas a perguntas escritas em provas, isto é não consegue
organizar os seus pensamentos em forma adequada para a comunicação escrita.
Pode ser:
- Falha na integração visomotora
- Falha na memória visual
- Falhas no processo de análise e síntese
364
Trabalhar:
- Coordenação visomotora
- Memória visual
365
AVALIAÇÃO
- A modalidade de atendimento em Educação Especial no ensino regular
Sala de Recursos vêm atender exatamente os alunos, que pelas suas dificuldades de
aprendizagem, já sofreram várias reprovações, ficando defasada tanto na sua relação
idade/ série, como dos conteúdos curriculares, tendo por objetivo possibilitar a
inclusão dos mesmos na trajetória do sistema regular de ensino.
Na Educação Especial, entendemos por avaliação diagnóstica todo
instrumento que permita ao professor detectar as dificuldades dos alunos e por meio
delas ofertar novos encaminhamentos que facilitem o processo ensino –
aprendizagem.
Com esta visão de a avaliação, o professor assume um papel de
pesquisador, que investiga as dificuldades do aluno, analisando as causas e os efeitos,
estudando com cuidado suas produções, ouvindo suas justificativas diante do erro,
detectando assim sua forma de construir o conhecimento podendo então interferir na
sua forma de aprender.
A avaliação só servirá como instrumento de aprendizagem, quando o
professor utilizar de todas as informações, para planejar suas intervenções, propondo
encaminhamentos metodológicos, para que os alunos posam alcançar sucesso na
aquisição de novos conhecimentos.
Esta intervenção deverá atender ás necessidades individuais do aluno,
nas áreas específicas do desenvolvimento (psicomotricidade, cognição, linguagem...)
ou acadêmica, onde muitas vezes o professor deixará suas práticas tradicionais para
se voltar a práticas que favoreçam o desenvolvimento global do aluno.
As informações, que o professor obtiver através da avaliação diagnóstica,
servirão como instrumento de aprendizagem, quando forem utilizadas para planejar
sua intervenção junto ao aluno.
Estas intervenções exigirão formas individualizadas de atendimento para
que os alunos possam trafegar pelas vias do conhecimento. É esta forma de avaliação
que determinará se o atendimento será em grupo ou individual.
366
Para que o professor possa mudar seu olhar diante da produção do aluno,
será necessário que o mesmo tenha certeza dos seus objetivos de trabalho. Na análise
da produção do aluno, poderá fazer a comparação dele com seu próprio progresso,
nunca compara – lo com o outro. Assim, é preciso ter bem claro o que se espera que o
aluno alcance.
Ao assumir esta visão de avaliação, o professor observará
cuidadosamente cada um dos seus alunos, no seu processo de aprendizagem,
registrando cuidadosamente suas observações. É indispensável que o professor esteja
partilhando esta análise com seu aluno, para que o mesmo possa reconhecer os seus
avanços, suas dificuldades, desenvolvendo nele a consciência de seus progressos
com relação ás situações anteriores. Isto só ajudará a adquirir autonomia, tornando –
se, portanto, sujeito do seu aprendizado, melhorando suas competências.
A organização de pastas individuais, onde o professor poderá guardar as
principais atividades desenvolvidas pelo aluno, tem por finalidade permitir a
visualização do seu processo de aprendizagem, durante determinado tempo,
identificando dificuldades e potencialidades.
O professor deverá ajuda – lo na reflexão sobre sua forma de aprender. A
auto - avaliação coloca o aluno em posição de poder olhar criticamente o seu caminho
na aprendizagem.
Outra forma de enriquecimento da percepção de si é poder ver o seu
trabalho pelo olhar do outro.Esta forma de procedimento é riquíssima, quando os
alunos podem estar interagindo através da apreciação dos trabalhos dos outros,
indicando o que mais gostou, o que entenderam, ou não entenderam, podendo
inclusive opinar sobre a melhoria da qualidade dos mesmos.
Quando a avaliação é continuada, possibilita uma maior reflexão sobre os
processos da aprendizagem. É necessário, também que existam momentos
específicos previstos em calendário, para que o professor de Sala de Recursos e da
Classe Comum possam fazer uma síntese do desempenho do aluno.
Estes encontros permitirão uma visão mais clara do progresso do aluno e do
grupo. São momentos para uma reflexão mais profunda sobre a relação processo –
produto
Na elaboração desta síntese serão usadas as produções do aluno e as
anotações feitas pelos professores.
367
Com esta visão, a avaliação é usada a favor do aluno e de seu processo
de aprendizagem, bem como instrumento de trabalho para o professor.
368
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Amélia. A Educação Especial no Paraná: Revendo alguns aspectos e
sua história. In: ALMEIDA, M. A. (org). Perspectivas multidisciplinares em
Educação Especial. Londrina: Ed. UEL, 1998. pp. 11-14
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394/96.
Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial.
Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC / SEESP: 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Parecer CNE/CEB nº
017/2001.
BRASIL. Ministério de Educação / Secretária de Educação Especial. Educação
Inclusiva. Direito à Diversidade. Curso de Formação de Gestores e Educadores.
Brasília: MEC/SEESP, 2004.
EDLER CARVALHO, Rosita. Educação Inclusiva: com os pingos nos is. PortoAlegre:
Mediação, 2004.
EDLER CARVALHO, Rosita. Removendo barreiras para a aprendizagem: Educação
Inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2001.
EDUCAR EM REVISTA. Curitiba, PR: Ed. UFPR, n.º 23, 2004.
FACION, José Raimundo (org). Inclusão Escolar e suas Implicações. Curitiba: IBPEX,
2005.
FERREIRA, Maria Elisa Caputo; GUIMARÃES, Marly. Educação Inclusiva. Rio de
Janeiro: DP & A, 2003.
MATISKEI, Angelina C. R. M. Políticas Públicas de Inclusão Educacional: desafios e
perspectivas. In: EDUCAR EM REVISTA. Curitiba, PR: Ed. UFPR, n.º 23, 2004. p. 185
-202.
MAZZOTTA, Marcos. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São
Paulo: Cortez, 1996.
369
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Especial.
Fundamentos Teórico Metodológicos da Educação Especial. Curitiba, SEED/ SUED /
DEE: 1994.
PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação. Ensino
Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná.
Curitiba: SEED/SUED, 2005. Mimeog.
370
2 PROJETOS
371
AGENDA 21 ESCOLAR
Nome da Escola COLÉGIO ESTADUAL GETÚLIO VARGAS ENSINO MÉDIO E
FUNDAMENTAL
Endereço: Rua Romano Bettega, 340
Telefone: (42) 3459 1163 Município: FERNANDES PINHEIRO
Núcleo de Jurisdição: NRE DE IRATI
Endereço Eletrônico: [email protected]
Coordenador Técnico da Agenda 21 Escolar: SANDRO JOSÉ RAMOS
A Agenda 21 prevê iniciativas e ações voltadas para a melhoria da qualidade de
vida de toda a população. Não podemos, no entanto, fazer da Agenda 21 uma simples
listagem de problemas que a Prefeitura ou o Estado devam resolver. A participação de
todos os setores sociais é condição indispensável para a sua construção e as soluções
sempre devem ser buscadas de forma criativa.
Agenda 21 Escolar é a proposta que resulta do estudo das Agendas 21 Global,
Brasileira, Estadual e Local e dos diagnósticos, para ser implementada no meio de
influência da escola, tanto nos recintos escolares quanto no meio familiar e social
onde tal influência é exercida.
Idealizado por alunos, professores e representantes da comunidade vem
buscando, diagnosticar a realidade do município, buscar soluções para os problemas
encontrados e ainda conscientizar e despertar nos alunos e na população o desejo de
preservar e restaurar a natureza, fazendo-os refletirem e debaterem idéias e
sugestões em relação aos danos que são causados ao meio ambiente e a importância
da preservação ambiental e utilização dos recursos naturais de forma equilibrada e
sustentável.
O projeto Luta Pela Vida e Pela Qualidade de Vida busca as causas e os efeitos
da falta de cuidados com o meio ambiente no intuito de alertar a todos ,
principalmente os alunos , para que o município no futuro possa desfrutar de um
ambiente mais saudável, proporcionando melhores condições de vida aos cidadãos em
equilíbrio com a fauna e a flora.
372
Vinte e um Compromissos para o Século 21
1 – Produção e consumo sustentáveis, contra a cultura do desperdício.
2 – Ecoeficiência e responsabilidade social das empresas.
3 – Retomada do planejamento estratégico, infra-estrutura e integração regional.
4 – Energia renovável e biomassa.
5 – Informação e conhecimento para o desenvolvimento sustentável.
6 – Educação permanente para o trabalho e para a vida.
7 – Promover a saúde e evitar a doença, democratizando o SUS.
8 – Inclusão social e distribuição de renda.
9 – Universalizar o saneamento ambiental, protegendo o ambiente e a saúde.
10 - Gestão do espaço urbano e autoridade metropolitana.
11 – Desenvolvimento sustentável do Brasil rural.
12 – Promover agricultura sustentável.
13 – Promover a Agenda 21 local e o desenvolvimento integrado e sustentável.
14 – Implantar o transporte de massa e a mobilidade sustentável.
15 – Preservar a quantidade e melhorar a qualidade da água nas bacias hidrográficas.
16 – Política florestal, controle de desmatamento e corredores da biodiversidade.
17 – Descentralização e o pacto federativo: parcerias, consórcios e poder local.
18 – Modernização do Estado: gestão ambiental e instrumentos econômicos.
19 – Relações internacionais e governança global para o desenvolvimento sustentável.
20 – Cultura cívica e novas identidades na sociedade da comunicação.
21 – Pedagogia da sustentabilidade: ética e solidariedade.
(fonte Agenda 21 Brasileira: www.mma.gov.br)
373
BIOVIVA
PROJETO
Idealizado por alunos, professores e representantes da comunidade vem
buscando, desde sua criação em 2003, diagnosticar a realidade do município, buscar
soluções para os problemas encontrados e ainda conscientizar e despertar nos alunos
e na população o desejo de preservar e restaurar a natureza, fazendo-os refletirem e
debaterem idéias e sugestões em relação aos danos que são causados ao meio
ambiente e a importância da preservação ambiental e utilização dos recursos naturais
de forma equilibrada e sustentável.
O projeto BIOVIVA transformou-se em um projeto permanente o qual busca as
causas e os efeitos da falta de cuidados com o meio ambiente e providências a serem
tomadas para que o município possa desfrutar de um ambiente mais saudável,
proporcionando melhores condições de vida aos cidadãos em equilíbrio com a fauna e
a flora.
DIAGNÓSTICO
Através de levantamentos feitos no município, foram encontrados diversos
problemas, tanto na zona urbana como na zona rural: falta de saneamento básico,
poluição de córregos com dejetos humanos e animais, lixo em terrenos baldios e nas
ruas, plantações próximas a córregos e nascentes d’ água, derrubada da mata ciliar,
problemas de erosão, poluição por embalagens de agrotóxicos depositados em
nascentes ou próximos a córregos, drenos em áreas de várzea, entre outros.ffyhhryyA
concretização tem-se dado através de diversas atividades como: palestras, oficinas,
artesanato com material reciclado, pintura, confecção de cartazes, teatro, coletas de
lixo reciclável nas proximidades do colégio, pequenas passeatas com coleta simbólica
de lixo das ruas centrais do município, distribuição de panfletos visando orientar a
comunidade quanto à necessidade de preservação do meio ambiente, realização de
Conferências e Seminários sobre o Meio ambiente, visitas e plantio de mudas nativas
em áreas devastadas, principalmente tentando preservar e reconstruir as matas
ciliares de alguns rios, córregos e nascentes.
374
Em busca de maiores resultados, o projeto BIOVIVA ao sendo a cada ano
apresenta um lema diferente e busca difundir e trabalhar as questões de “Qualidade
de vida em um ambiente preservado e protegido, ressaltando a utilização inteligente
dos recursos naturais para o progresso econômico e cultural através do
desenvolvimento sustentável”.
“VIVA, PROTEJA, PROGRIDA”
DENOMINAÇÃO
BioViva – do grego: bíos = vida; e viva; ou seja, Vida-Viva: a vida (o meio ambiente, a
água) em condições favoráveis à sobrevivência de todas as espécies vegetais e
animais em harmonia com o ser (des)humano. Trazendo o significado da palavra VIDA
para a difusão da (re)construção de um meio ambiente em que realmente a vida de
todas as espécies seja favorecida, equilibrada e verdadeiramente VIVA. Além de
ordenar para que VOCÊ trabalhe e busque melhorias no meio ambiente para que a sua
Vida possa continuar Viva, (no âmago da palavra), sem doenças, sem falta de água e
com alimentos, pois a sua vida depende apenas de suas ações para mantê-la e da
preservação do meio ambiente.
COORDENAÇÃO
Sandro José Ramos
375
CAMINHOS DO AMANHÃ
JUSTIFICATIVA
Este projeto encontra sua justificativa na necessidade de incentivar os
educandos a prosseguirem seus estudos após a conclusão do Ensino Fundamental, em
cursos profissionalizantes de nível médio integrados, ou ainda ao término Ensino
Médio, em cursos profissionalizantes pós-médio ou nível superior.
OBJETIVOS
- Incentivar os educandos a prosseguirem seus estudos, aprimorando-se pessoal
e profissionalmente;
- Realizar a aproximação entre os educandos, os estabelecimentos de ensino
que ofertam ensino profissionalizante em nível médio e as instituições de ensino
superior.
- Despertar nos educandos o interesse pelo conhecimento e pelos estudos;
- Oportunizar a abertura de novos caminhos para os educandos.
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
Participação em Feiras de Profissões e atividades semelhantes;
Palestras e outros eventos envolvendo profissionais dos estabelecimentos de
ensino que ofertam ensino profissionalizante em nível médio e das
instituições de ensino superior;
Visitas aos estabelecimentos de ensino que ofertam ensino profissionalizante
em nível médio e às instituições de ensino superior;
376
Realização de atividades que possibilitem o intercâmbio e a troca de
experiências entre os educandos, estudantes de cursos
profissionalizantes e acadêmicos;
Palestras que abordem assuntos como Vestibular, Processo Seletivo
Simplificado, FIES, PROUNI, ENEM e Sistemas de Cotas, entre outros.
Realização de atividades de orientação vocacional como testes ou palestras.
EXECUÇÃO
Este projeto será executado durante o período letivo, preferencialmente com os
educandos concluintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, podendo ser
estendido às demais séries.
AVALIAÇÃO
Será feita através da participação dos educandos e da produção de relatórios
sobre as atividades, entre outros.
COORDENAÇÃO
Ian Navarro de Oliveira Silva
377
CELEM - ESPANHOL
APRESENTAÇÃO
O ensino de um idioma estrangeiro em nosso país é parte da construção da
cidadania. A LEM (espanhol) está aos poucos conquistando espaços nas escolas de
ensino fundamental e médio e também em todos os meios de comunicação. Desde o
ponto de vista político-cultural, o ensino de uma nova língua é bem mais que o
oferecimento de um simples instrumento de interação social; é uma das portas que
permitirá ao aluno se identificar com seu meio social e desempenhar efetivo trabalho
como cidadão reafirmando assim, sua identidade sociocultural.
É de conhecimento de todos, que a língua espanhola é a segunda língua mais
falada em todo o mundo. Na América do Sul, a grande maioria dos paises fala como
língua oficial o espanhol, somente o Brasil tem como língua oficial o Português. Diante
disso, a língua espanhola passa a ser uma necessidade para o bom relacionamento
com outras culturas vizinhas de nosso país. Bem como, também, porque a sociedade
esta cada vez mais multicultural por muitas razões, o turismo, o prazer, as regiões
fronteiras, e ainda, pelos negócios dentro do Mercosul.
378
OBJETIVOS GERAIS
• Propiciar aos alunos o desenvolvimento das competências comunicativas:
falar, ouvir, interpretar e escrever em atividades atrativas e lúdicas de
expressão e compreensão oral e escrita;
• Conhecer e utilizar o espanhol como instrumento de trabalho e acesso a
informações de outras culturas vizinhas e de outros grupos culturais, bem
como, propor situações de uso efetivo do idioma em situações
comunicativas de descrição, narração e reflexão.
379
CONTEÚDOS
PRIMEIRO SEMESTRE
• Diferentes sons das letras do alfabeto;
• Dias da semana;
• Identificar as cores, objetos da casa e da escola;
• Vestimenta;
• Apresentações;
• Cumprimentos;
• Profissões, nacionalidades, idade, e pronomes;
• Formas verbais do presente do indicativo;
• Música, brincadeiras e jogos;
SEGUNDO SEMESTRE
• Dar e pedir informações;
• Conversação telefônica;
• Atividades diárias;
• Aceitar ou recusar um convite;
• Características físicas e psicológicas;
• Conhecer animais e sua alimentação e habitat;
• As formas verbais do passado;
• Expressar desejos e opiniões;
380
• Localização de lugares e coisas;
• Música, brincadeiras e jogos educativos.
TERCEIRO SEMESTRE
• Feitos passados;
• Dar e pedir instruções;
• Dúvidas e hipóteses (presente e futuro)
• Expressar obrigação, necessidade ou proibição;
• Utilizar pronomes possessivos e pessoais;
• As formas verbais no futuro;
• Fazer compras no supermercado ou no shopping;
• Música, vídeos,jogos e brincadeiras.
QUARTO SEMESTRE
• Expressar hipóteses no tempo passado ou condicional;
• Expressar ponto de vista;
• Pedir informações telefônicas sobre hora e preços;
• Interpretação de textos diversos;
• Produção de textos diversos;
• Leitura de livros, periódicos, revistas e tiras;
• Criação de propagandas, tiras e canções;
• Músicas, paródias, brincadeiras, vídeos e jogos.
381
METODOLOGIA
Desde o princípio da aprendizagem o aluno deveria falar na língua estrangeira
proposta, sem ter medo ou vergonha de cometer erros. A partir disso, as aulas
ministradas serão sempre que possível, fazendo com que o aluno seja o centro do
trabalho.
É fundamental, ao desenvolvimento do trabalho, que seja oportunizado para o
aluno um ambiente de confiança e estimulo. Com tal ambiente, ele falará mais, não só
por obrigação, e sim, por prazer.
Recursos Didáticos
DVD, aparelho de som, televisão, vídeo, jornais, revistas, retro-projetor, giz,
caderno, folhas, caneta, lápis, régua, cola, tesoura, dicionário, etc.
Proposta de Trabalho
As quatro habilidades lingüísticas: oralidade, audição, interpretação e escrita
de textos variados.
Os aspectos gramaticais serão abordados dentro do contexto, bem como,l de
acordo com a necessidade de entendimento do texto ou música em estudo, as
traduções não serão literais, ou seja, serão feitas de acordo com o nível de
conhecimento da turma.
Os materiais utilizados deverão contemplar os interesses dos educandos, tendo
em vista, que os mesmos podem e devem permitir a flexibilidade do idioma espanhol.
• Habilidade oral – É fundamental ao desenvolvimento oral do aluno que fale
sem medo de errar. Errar é bom. Errando se aprende. Se os próprios
companheiros se corrigem uns aos outros, será duplamente melhor, o aluno
aprende com seus companheiros e vede ser muito atento para observar
382
erros alheios. A prática da oralidade deve estar presente em todas as
classes, por isso a necessidade do professor só falar na língua ministrada.
• Habilidade escrita – Desde o princípio o aluno deverá escrever. Começará
com pequenas frases, aumentando a complexidade de acordo com o aluno,
até escrever textos próprios. Quando o aluno conseguir fazer uma redação é
através dela que revelará seu conhecimento da língua no que se refere ao
vocabulário, estrutura gramatical e criatividade. A escrita de um texto é o
mais importante exercício escrito que se pode fazer para conhecer o nível de
aprendizagem.
• Habilidade auditiva – Ouvir canções, diálogos e textos na língua estrangeira
é um excelente exercício oral e de imaginação, e claro, de conseqüente
domínio da língua. O que vale é a constância oral com a qual o aluno vai se
aperfeiçoar. A música, como exercício fonético, é altamente didática. Mas
não se pode esquecer que a letra da canção é também uma produção
textual feita com um objetivo, o aperfeiçoamento auditivo e textual, além
disso, o aluno vai trabalhar também sua imaginação e criatividade. Ouvir
música faz bem ao corpo e a alma.
• Habilidade de interpretação e leitura – Trabalhar com diversos tipos de
textos verbais e não verbais, como tiras humorísticas, desafios, jogos,
exercícios gramaticais, quebra cabeças, adivinhas, propagandas, jornais,
revistas, desenhos, canções, poemas, etc.
383
AVALIAÇÃO
A avaliação deve contemplar todo o aprendizado. Os alunos serão avaliados em
todas as atividades desenvolvidas durante as aulas.
A avaliação terá como objetivo maior averiguar, através da oralidade e dos
textos escritos, o nível de compreensão e proveito das atividades propostas.
Todo esse processo levará em conta a improvisação, a criatividade, o interesse
e a participação do aluno em todos os trabalhos individuais ou em grupo.
384
REFERÊNCIAS
ALVES, A.N.M. MELLO, A. ! VALEenzamos. 2 ed. São Paulo: Santillana, 1999.
GARCIA, M. L. J. Español Sin Fronteiras – Curso de Lengua Española. São Paulo:
Scipione, 1999.
385
CELEM - INGLÊS
APRESENTAÇÃO
O aprimoramento em Língua Estrangeira Moderna - Inglês é oferecido aos
alunos que já concluíram o Ensino Fundamental, com o objetivo de oportunizar aos
alunos da escola pública o acesso à aprendizagem da Língua Inglesa para
comunicação/interação com grupos e cultura diferentes. Cumprirá o cronograma de 4
(quatro) aulas semanais em dois dias no período noturno.
386
OBJETIVOS GERAIS
Compreender textos variados, apoiados em elementos icônicos (gravuras,
tabelas, fotografias e desenhos) e/ou em palavras cognatas.
Selecionar informações específicas no texto.
Demonstrar consciência crítica em relação aos objetivos do texto, em relação ao
modo como escritores e leitores estão posicionados no mundo social.
Identificar família/nacionalidade/características culturais.
Opinar sobre profissões/emprego/salário/a partir de um texto/contexto.
Usar adequadamente na produção elementos que influenciam o significado no
nível da sintaxe, da morfologia, do léxico e da fonologia.
387
CONTEÚDOS
1. Estratégias e habilidades de leitura em Língua Inglesa. Técnicas para a
compreensão de textos variados, visando a ampliar os conhecimentos na referida
língua.
2. Subsídios teóricos e práticos para o entendimento das variedades das
características da linguagem escrita, presentes em textos diversos.
3. Busca no contexto, para a solução de eventuais dificuldades com vocabulário.
Programa
1. Aquisição das seguintes estratégias de leitura:
- uso do conhecimento anterior;
- uso da informação não-verbal que inclui as ilustrações e as dicas tipográficas;
- predições;
- skimming (compreensão geral do texto);
- scanning (dados específicos do texto;
- localização dos pontos principais;
- uso do dicionário;
- uso da estrutura do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão.
2. Aquisição das seguintes estratégias de vocabulário:
reconhecimento de palavras repetidas;
reconhecimento de palavras-chave;
reconhecimento de palavras cognatas;
388
uso de inferência;
reconhecimento de afixos.
3. Aquisição das seguintes estratégias gramaticais:
estrutura nominal;
estrutura verbal.
4. Desenvolvimento da habilidade de estudo:
habilidade de selecionar informações relevantes.
Serão abordadas as estratégias de leitura, de vocabulário e estratégias
gramaticais de modo expositivo e, em seguida, demonstradas através da aplicação
das mesmas nos textos, e, à medida que, os estudantes sentirem necessidade de
explicações adicionais sobre as estruturas da Língua Inglesa, estas lhe serão
fornecidas.
Levando-se em consideração que, os discentes já possuem conhecimento
básico da língua, os textos contemplarão os seguintes itens gramaticais, dentre outros
que se fizerem necessários:
1. Prepositions.
2. Simple Past, Auxiliary Verbs, Present Continuous, Past Continuous, Future
Forms, Modal Verbs, Present Perfect, Modal Verbs.
3. Adjectives and Adverbs.
4. Conjunctions.
5. Connectors.
6.Conditional Sentences.
7. Relative Clauses and Pronouns.
389
Conteúdos complementares
1.Vocabulário essencial utilizado para “pesquisas” na Internet.
2. Conteúdos Diversos, tais como:
A importância da Língua Inglesa.
Internet.
Problemas sociais.
Cidadania.
Economia dentre outros.
390
METODOLOGIA
Aulas expositivas;
Trabalhos em grupo;
Oficinas diversificadas: Leitura e produção.
391
AVALIAÇÃO
Será realizada através das atividades individuais, em grupo da participação e da
valorização do esforço de aprendizagem pelo aluno.
392
REFERÊNCIAS
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SEED-DEM. Diretrizes Curriculares Estaduais -
Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: [?], 2006.
FERRARI, Mariza Tiemann, RUBIN, Sarah Giersztel. Inglês para o Ensino Médio.
Scipione, 2002.
LEFFA, V. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional.
LIBERATO, Wilson. Compact English Book. – Inglês-Ensino Médio – v. único. São
Paulo: FTD, 1998.
393
EDUCAÇÃO FISCAL
JUSTIFICATIVA
Desde a redemocratização do Brasil e a promulgação da atual Constituição
Federal, na década de 1980, tem crescido a pressão por maior participação e controle
popular nas atividades do Estado e das diversas esferas de governo, inclusive devido
aos sucessivos casos de desvio e mal uso do dinheiro público.
Nesse contexto faz-se necessário ofertar ao educando-cidadão a educação
fiscal, para que este possa compreender o funcionamento do Sistema Tributário
Nacional e, principalmente, exercer o controle democrático das contas públicas, entre
outros.
OBJETIVOS
- Promover e institucionalizar a educação fiscal para o pleno exercício da
cidadania;
- Sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo;
- Levar conhecimentos aos cidadãos sobre administração pública;
- Incentivar o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos recursos
públicos;
Criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.
EXECUÇÃO
Este projeto será executado no decorrer do ano letivo, com educandos da
Educação Básica.
394
METODOLOGIA
O presente projeto privilegiará a interdisciplinaridade entre as disciplinas,
principalmente, de Artes, Filosofia, Geografia, História, Língua Portuguesa,
Matemática e Sociologia. Serão valorizadas também a interação dos educandos
com o conhecimento, sua aplicação prática e o exercício da cidadania.
ATIVIDADES
Sensibilização
Provocar o questionamento sobre a necessidade e as funções do Estado e
dos tributos através da exposição de imagens e problematização.
Prática Social
Seleção de um tributo e seu estudo – fundamentação legal, arrecadação
e uso - objetivando o Controle Democrático.
Socialização
Divulgação dos conhecimentos adquiridos e dos resultados obtidos para
a comunidade escolar.
AVALIAÇÃO
A avaliação será parte integrante de todas as etapas do processo de ensino e
aprendizagem, mensurando qualitativamente os resultados obtidos pelos educandos e
educadores e indicando possíveis caminhos a serem seguidos.
395
COORDENAÇÃO
Ian Navarro de Oliveira Silva
396
FESTDANCE Festival de Dança
JUSTIFICATIVA
Este projeto tem como justificativa atender a necessidade de implantar na
escola momentos de descontração e de criatividade através da dança, oportunizando
à um número cada vez maior de educandos o acesso à esta atividade.
A dança faz parte de nosso cotidiano e é através de atividades como esta que
os educandos podem externar de maneira de externar sua capacidade criativa, o que
pode refletir-se em suas atitudes perante os outros e a si próprio.
OBJETIVOS
- Incentivar a dança na escola;
- Aprimorar os movimentos rítmicos;
- Oportunizar um maior número de praticantes;
- Favorecer o surgimento de novos talentos;
- Criar momentos de descontração;
- Estimular a criatividade.
EXECUÇÃO
Será executado durante o ano letivo em várias etapas, sendo que ao final deste,
teremos a realização de um Concurso, o qual elegerá as melhores apresentações de
dança.
397
AVALIAÇÃO
Os educandos serão avaliados pela sua participação nas atividades propostas.
COORDENAÇÃO
Beatriz Loss.
398
INCENTIVO À LEITURA
OBJETIVO
Incentivar a ampliação do universo de leitura dos alunos, valorizando-a como
fonte de informação, entretenimento e gratificação.
JUSTIFICATIVA
A leitura é de indiscutível importância para o desenvolvimento intelectual das
pessoas. Essa prática possibilita ao indivíduo novas leituras do mundo em que vive,
ampliando seu universo de conhecimentos e a capacidade de análise crítica de
discursos dominantes. Por isso o Colégio Estadual Getúlio Vargas propõe (durante o 2º
semestre do ano letivo de 2.006) atividades interdisciplinares de leitura de material
diverso em dias e horários alternados, contemplando a todos os alunos desta
Instituição e todas as áreas do conhecimento com a riqueza dessa prática.
PROBLEMATIZAÇÃO
Estímulo à leitura sem que esta seja pretexto para outras atividades escritas
(leitura por prazer). Espera-se que o ato de ler seja a construção do significado de
mundo, pois havendo interação entre leitor e autor, haverá êxito na leitura e prazer
em continuá-la fora da escola.
CONTEÚDO
Leitura de livros, jornais, revistas, gibis e outros.
METODOLOGIA
399
Os participantes do projeto terão liberdade para escolher o material para
leitura, sendo aos poucos incentivados a ler também outros pelos quais não
demonstram tanto interesse.
CRONOGRAMA
As atividades de leitura serão desenvolvidas uma vez por mês, em dias
alternados.
AVALIAÇÃO
Não haverá cobrança de trabalhos referentes à leitura, visto que não se objetiva
o preenchimento de fichas ou a simples cópia de um resumo já feito por alguém.
Haverá, sim, uma avaliação gradativa do projeto como um todo, considerando-se os
aspectos positivos e negativos como ponto de partida para futuras mudanças ou
adequações.
COORDENADORES
lzabel Musiat
Leocádia Kotscherowski
400
JINGEVAR Jogos Internos do Colégio Getúlio Vargas
JUSTIFICATIVA
Este projeto encontra sua justificativa na necessidade de ofertar aos educandos
espaço e tempo para desenvolverem, aprimorarem e demonstrarem suas habilidades
criativas, intelectuais, culturais e físicas, entre outras, em atividades coletivas que
incentivem a solidariedade e o trabalho em equipe.
OBJETIVOS
- Promover a integração dos educandos do Colégio;
- Incentivar a participação de todos;
- Promover o esporte e a recreação no Colégio;
- Oportunizar o surgimento de novos talentos;
- Propiciar momentos de confraternização entre a comunidade escolar.
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
- Futsal;
- Voleibol de duplas;
- Basquetebol;
- Handebol;
- Xadrez;
- Tênis de mesa;
401
- Atletismo;
- Maratona intelectual;
- Gincana cultural;
- Teatro;
- Música;
- Dublagem;
- Filmes;
- Coral;
- Outros.
EXECUÇÃO
Este projeto será executado preferencialmente no mês de outubro, durante a
Semana Cultural e Esportiva, no turno de aula com a participação de todos os
educandos do Colégio, que serão divididos em equipes.
Para a participação nas diferentes provas, deverão ser obedecidos os seguintes
critérios: categoria, sexo, idade.
INSTALAÇÕES FÍSICAS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- Quadra poliesportiva;
- Vias públicas;
- Salas de Aula;
- Uniformes;
- Material Esportivo;
- Outros.
402
AVALIAÇÃO
Será feita através da participação, priorizando principalmente a socialização, de
forma competitiva e recreativa.
COORDENAÇÃO
Beatriz Loss
Elisangela Cristine da Silva
Regiane Woiski
403
NOSSO MUNDO... NOSSA ESCOLA...
NOSSO ESPAÇO.
JUSTIFICATIVA
Desde meados do século XX a questão ambiental tem assumido grande
importância no cenário político e econômico mundial devido às alterações climático-
ecológicas provocadas pela ação humana no meio.
A Educação Ambiental é considerada como uma das mais importantes ações
para a preservação e conservação do planeta, alterando atitudes, sensibilizando e
desenvolvendo o senso crítico dos educandos para a questão.
Os conteúdos costumeiramente desenvolvidos, embora importantes e válidos,
muitas vezes não abordam a temática ambiental na escala mais próxima da relação
de ensino e aprendizagem: a própria escola.
Nesse contexto, sem desprezar as escalas regional e global, o presente projeto
tem como justificativa a necessidade de abordar a questão ambiental tendo com
espaço de estudo e ação, iniciais, o próprio ambiente escolar, compreendido este
como as instalações do Colégio Estadual Getúlio Vargas.
OBJETIVOS
• Proporcionar aos educandos a possibilidade de refletir sobre a questão
ambiental nos âmbitos global, regional e local;
• Questionar o modelo econômico hegemônico e a sociedade de consumo;
• Observar, refletir, desenvolver o senso crítico e alterar atitudes com relação
à manutenção, conservação e preservação do ambiente escolar;
404
• Criar um espaço de discussão, reflexão e tomada de decisão por parte dos
próprios educandos sobre o uso do meio ambiente escolar.
EXECUÇÃO
Este projeto será executado no decorrer do ano letivo, com educandos da
Educação Básica.
METODOLOGIA
O presente projeto privilegiará a interdisciplinaridade, a realização de atividades
práticas, de pesquisa e produção de conhecimento, observação e análise, a relação
com outras escalas, a reflexão, a tomada de decisões e a mudança de atitude em
relação ao meio ambiente escolar.
ATIVIDADES
Sensibilização
Propriciar o reconhecimento do meio ambiente escolar, a observação da sua
situação e suas conseqüências.
Instrumentalização
• Descrever a situação do meio ambiente escolar, suas causas e
conseqüências, quais ações podem ser desenvolvidas para melhorar a
situação;
• Dialogar sobre a questão, socializando resultados, e tomar decisões quanto
às ações a serem tomadas;
405
Prática Social
Implementar, acompanhar e avaliar a ações decididas coletivamente.
Socialização
Divulgar os conhecimentos adquiridos e os resultados obtidos para a
comunidade escolar.
AVALIAÇÃO
A avaliação será parte integrante de todas as etapas do processo de ensino e
aprendizagem, valorizando a participação nas atividades propostas e mensurando
qualitativamente os resultados obtidos pelos educandos e educadores. Seus
resultados também serão utilizados para avaliar o próprio projeto, aprimorando-o
sempre que necessário.
COORDENAÇÃO
Ian Navarro de Oliveira Silva
406
SÁBADO ATIVO
JUSTIFICATIVA
Este projeto encontra sua justificativa na necessidade de ofertar aos educandos
espaço e tempo para desenvolverem, aprimorarem e demonstrarem suas habilidades
criativas, intelectuais e físicas, entre outras, em atividades coletivas que incentivam a
solidariedade e o trabalho em equipe, assim como proporcionar-lhes momentos de
recreação e descontração.
OBJETIVOS
- Promover a integração dos educandos do Colégio, inclusive com seus
familiares;
- Incentivar a participação de toda a comunidade escolar;
- Promover a cultura, o esporte e a recreação no Colégio;
- Oportunizar o surgimento de novos talentos;
- Propiciar momentos de confraternização entre a comunidade escolar.
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
- Futsal;
- Voleibol de duplas;
- Basquetebol;
- Handebol;
- Xadrez;
- Tênis de mesa;
407
- Cursos de artesanato (pintura em tecido etc)
- Exibição de filmes;
- Danças;
- Outros.
EXECUÇÃO
Este projeto será executado bimestralmente aos sábados com a participação de
todos os educandos do Colégio. Estes serão divididos em equipes, conforme seus
níveis de habilidade e através de sorteio.
Para a participação nas diferentes provas as equipes serão formadas por
turmas, configurando-se em uma competição inter-séries.
INSTALAÇÕES FÍSICAS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- Quadra poliesportiva;
- Salas de Multi-uso;
- Refeitório;
- Material Esportivo;
- Outros.
AVALIAÇÃO
Será feita através da quantidade de participantes e da qualidade das atividades
desenvolvidas.
COORDENAÇÃO
408
Beatriz Loss
409