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DIREITO AMBIENTAL

SUMÁRIO

1. A problemática ambiental no âmbito do direito

2. Direito Ambiental na União Européia

3. Legislação e Políticas Ambientais na América Latina

4. A Constituição Federal (CF) de 1988: Garantias e Direitos Constitucionais

5. Legislação Específica Brasileira: solos, águas, atmosfera

6. Licenciamento Ambiental

7. P1: Trabalhos em equipe

8. P2: Prova (Questões objetivas)

9. MF = (P1 + P2)/2

Prof. Dr. Francisco Chaves

Sustentabilidade, Eixo da Questão Ambiental

• Decisões complexas sobre o destino da “casa comum”

- nos lares mais modestos;

- nos diferentes ambientes sociais de trabalho;

- nos gabinetes com decisões sobre o destino das famílias e das cidades.

As Questões:

- Como será possível sobreviver e sustentar-se?

- Em que bases e com que meios será possível continuar alimentendo-se e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento da família humana?

- Haverá recursos e condições para que todos os nossos melhores projetos possam concretizar-se?

Resposta: “A era das certezas se encerrou”!


O pensamento jurídico sobre a Gestão Ambiental alinha-se em dois aspectos:

1º: reflexões que podem subsidiar a doutrina e a prática jurídicas;

2º: contextualização da prática e exercício do Direito em um universo mais amplo – ações de cunho científico, social, econômico, cultural e político se correlacionam.

O Direito está inserido nas Ciências Sociais com a religação dos saberes e interdisciplinariedade


Direito e Ética Ambientais estão comprometidos com os fatos naturais e os feitos humanos sem poder ignorá-los. O pensamento de Al Gore (Americano, estadista e democrata): - “A ameaça mais perigosa ao meio ambiente de nosso planeta talvez não seja representada pelas ameaças estratégicas, mas por nossa percepção dessas ameaças – a maioria ainda não aceita o fato de que a crise é grave. Sempre existe um certo grau de incerteza sobre assuntos complexos, e são sempres necessários estudos cuidadosos, porém é muito fácil exagerar essas incertezas e estudar o problema em demasia – há quem faça exatamente isso, para evitar a conclusão que incomoda. Contudo, existem pessoas que estão genuinamente atentas ao fato de que, embora saibamos muito a respeito da crise ambiental, ainda há muito que desconhecemos”.

• Riscos Ambientais para o Planeta Terra e à família humana

Qual é o destino próximo do ecossistema planetário e da espécie humana? Conflitos: atritos entre nações na busca do controle sobre os bens essenciais – a questão ideológica é um “biombo” a esconder essa

verdade. -No Oriente Médio, p. ex., a água é produto raro, mais importante que petróleo –

fator determinante de situações de guerra e paz. -Condição atual: nossas ações são incompatíveis com nossos deveres e direitos e

compromete nosso próprio destino. -Paradoxo: “A história humana é cada vez mais uma corrida entre a educação e

o desastre” (WELLS, H.G.)



• Riscos Ambientais para o Planeta Terra e à família humana

Ameaças Iminentes – Riscos Globais

Efeito Nuclear

Perda da diversidade biológica

Efeitos limiares imprevisíveis - das novas tecnologias

Mudanças climáticas: efeito estufa (redução da dispersão do calor)

Incremento exagerado da população mundial (entre nações mais carentes de

tecnologias e vítimas de enfermidades econômicas endêmicas – “Países inviáveis do século XXI;

Rivero, O., 2002);


• Riscos Ambientais para o Planeta Terra e à Família Humana

(Ameaças Iminentes – Riscos Globais)

Convenções não subscritas pelos Estados Unidos, oriundas da Rio92 (Conferência das Nações Unidas)

A da Diversidade Biológica – na gestão de George Buch pai;

E aquela das Mudanças Climáticas – na gestão de George W. Buch filho.

Comentário:

- situação de alerta e redobrada atenção;

- o fator tempo acelera sempre mais o fenômeno que tememos.


Al Gore (Americano, estadista e democrata)

“Uma verdade inconveniente” – mas, investir em M.A. proporciona ganhos e é excelente para o planeta. Exs: Redução de perdas e desperdícios

James Lovelock (Inglês, ex-consultor da Nasa)

“A hipótese de Gaia” – a natureza como organismo vivo. Ponto de não retorno do aquecimento global – “um organismo que afeta o ambiente será eliminado”; “

Nicholas Stern (Inglês, ex-presidente do Banco Mundial)

“Estudo Stern” – se deixarmos as coisas como estão hoje, o planeta vai perder entre 5% e 20% do PIB mundial (7 trilhões de dólares); impacto que o aquecimento global terá sobre a vida dos mais pobres; gastos com saúde pública etc..

“Modelos específicos sugerem que dentro de 50 ou 100 anos a Amazônia pode secar e morrer”.

Comentário: a conjugação do Direito Ambiental e da Ética Ambiental poderá aliar-se aos esforços da Ciência – da fatalidade para a esperança.

As preocupações materialistas do ter sufocam as preocupações do ser.


Em busca de uma saída

- Conferência das Nações Unidas sobre M.A. e Desenvolvimento-CNUMAD: Rio 92

- Desenvolvimento Sustentável (DS) como meta em todos os países;

Princípio-4: “para alcançá-lo a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”.

- O dilema “ou desenvolvimento ou meio ambiente” é falso!

- A busca é por harmonização – A Mãe Terra retribui na medida de 100 por um. Se a esterelizarmos ela já não terá como atender às nossas necessidades legítimas.


Prof. José Carlos Barbieri (FGV/SP):

“DS sugere legado permanente de uma geração a outra. A qualidade daquilo que é sustentável passa de manutenção e conservação ad aeternum dos recursos naturais. Exige avanços científicos e tecnológicos para ampliar constantemente a capacidade de utilizar, recuperar e conservar esses recursos, bem como novos conceitos de necessidades humanas”. Carlos Gabaglia Penna (PUC-RJ) Contra o consumismo inconsequente: o DS exige que as necessidades sejam satisfeitas pelo aumento da produtividade/eficiência e oportunidades políticas, econômicas e sociais iguais para todos. Intervenção dos governos de modo a garantir qualidade de vida a todos”.


Da Declaração do Rio (ECO 92):

O Princípio 11: “Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz (…)”;

O Princípio 13: Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à

responsabilidade e à indenização das vítimas de poluição e outros danos ambientais”.


Características de uma Comunidade Sustentável:

a. Senso de comunidade, solidariedade, iniciativa própria para solução de problemas;

b. Possui elevada capacidade de mobilização; c. Tem pleno conhecimento de seus direitos; d. Tem intensa participação nos espaços e fóruns representativos, para o

aperfeiçoamento das políticas públicas (conselhos locais e regionais); e. Garante a subsistência por meio de iniciativas próprias; f. Vivencia processos participativos consistentes; g. Elemento ativo e determinante do seu próprio desenvolvimento; h. Busca soluções simples e adaptadas aos recursos e condições de vida; i. Valores locais difundidos com linguagem comunitária – rede social atuante; j. Forte organização comunitária e autogestão – econômica, social, ambiental e

cultural;

Sustentabilidade, Eixo da Questão Ambiental Contexto Brasileiro

Diretrizes Básicas para o Zoneamento Industrial: Lei 6.803, 02.07.1980, em seu art. 1º reza que:

“Nas áreas críticas de poluição (…), as zonas destinadas à instalação de indústrias serão definidas em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental”.

Instrumentalização do conceito - já aprimorado: Lei 6.038/1981, em seu art. 9º, III – Política Nacional do Meio Ambiente

“elegeu a avaliação dos impactos ambientais como meio de preservar os processos ecológicos essenciais”.

Comentário: O conceito de desenvolvimento sustentável se encontra com frequência em textos paralegais de normas e diretrizes de Governo.


Uma simples advertência

Sustentabilidade é base para a Gestão do Meio Ambiente.

Trata-se de um ideal de natureza utópica: é impossível reparar certos estragos já perpetuados pelo homem, em função das dificuldades cotidianas para cercear o mal.

‘Só haverá verdadeiro desenvolvimento – que não se deve confundir com crescimento econômico, no mais das vezes resultado de mera modernização de elites – ali onde existir um projeto social subjacente’ (Celso Furtado, Economista).


Por uma ordem sustentável Empreendedorismo Social – a transição para a sociedade sustentável (Prof. Francisco P. Melo Neto, Prof. César Froes)

Sustentabilidade: capacidade natural de suporte às ações empreendedoras locais (Neira Alva, ex-diretor da Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL) O paradigma da sustentabilidade, na relação economia/ambiente/sociedade, deve ser entendido para além do tratamento da produção de bens e serviços no espaço urbano de forma isolada do espaço rural.

O mundo rural é mais abrangente – o complexo agroindustrial abarca quase todas as atividades antrópicas com visíveis impactos no ambiente. Captação de renda também por amenidades (paisagens, unidades de conservação, produtos de origem etc) – turismo rural. A sustentabilidade é relativa: função da disponibilidade real e taxa de utilização até a condição de rejeitos finais.


Por uma ordem sustentável

“Atualmente os países são avaliados pela forma como sabem usar a água, e não pelo que têm de água. É mais importante saber usar a água do que ostentar a abundância” (Prof. Aldo Rebouças, USP)

Déficit hídrico anual da Terra (2002): 163 bilhões de m3

Abordagem mínima da sustentabilidade no Direito do Ambiente:

Econômico

Social

Cultural

Político

Tecnológico

Jurídico


Por uma ordem sustentável

No Direito do Ambiente não figura ‘desenvolvimento sustentável’ ou ‘sustentabilidade’ como normas explicitas e bem definidas de conduta da sociedade ou do Poder Público.

Nenhum instrumento legal propos-se a definí-los e estabelecer formas e requisitos para sua aplicação.

Mas, os objetivos da sustentabilidade constam do Direito, como ciência e prática, pela interpretação dos textos da legislação:

Constituição Federal (CF)

Conjunto da legislação infraconstitucional

Decretos regulamentadores.

Atos menores: resoluções, regulamentos, e portarias

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