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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

A GEOGRAFIA ESCOLAR E A QUESTÃO AMBIENTAL NO

MUNICÍPIO DE ITAMBÉ – PR

Valdinéia Oliveira Silva Santana

Ilton Jardim de Carvalho Junior

RESUMO

Este artigo tem por finalidade apresentar os resultados da implementação

didática do projeto pedagógico que desenvolvemos na escola estadual "Prof.

Giampero Monacci", no município de Itambé – PR, tendo como público alvo

alunos do sexto ano do ensino fundamental II. O grande tema é a Geografia

socioambiental, e especificamente tratamos da realidade socioambiental do

referido município, enfocando os problemas específicos da região estudada,

construindo uma educação ambiental voltada para um futuro sustentável, com

a proposição de soluções e mudanças de hábitos e valores.

Palavras-chave: educação ambiental, geografia, sustentabilidade, Itambé

1. Introdução

O objetivo deste artigo é refletir sobre o ensino da temática ambiental na

disciplina de Geografia, apresentando os resultados da implementação didática

desenvolvida durante participação no PDE, de modo a contribuir com a práxis

pedagógica dos docentes que desejem aprimorar suas estratégias

pedagógicas no ensino da Geografia sócioambiental.

Num mundo marcado por grande consumismo e pela perda gradativa do

respeito ao ser humano e à natureza em que ele vive, a educação ambiental é

uma urgência global. Qualidade de vida tem se tornado um conceito-chave

para a questão ambiental, e tal conceito tem sido subavaliado pelas políticas

públicas em geral.

A sociedade e a ciência ainda engatinham na compreensão da

complexidade da questão ambiental. A cada dia novos problemas são criados

pelas novas técnicas, e o mundo cada vez mais tecnológico anda sofrendo

violentos espasmos, frutos do desconhecimento da sociedade em como lidar

com seu meio ambiente.

A natureza exige cuidados especiais e zelo, exige conhecimento

científico aprofundado, exige conscientização ambiental para que as gerações

futuras possam viver em maior harmonia com a natureza.

Com o advento da revolução industrial inglesa no século XVIII,

aumentou o antropismo da natureza, e a poluição chegou a níveis alarmantes.

A produção incentivada pelos patrões acelerava a produtividade e estimulava o

comércio e o consumo, aumentando então a poluição do ar, das águas, a

poluição sonora e visual, a produção de lixo e o êxodo rural. As cidades

"incharam”, e a grande concentração de pessoas causou graves danos ao

sistema hídrico, à vegetação, atmosfera, fauna etc.

É preciso repensar a sustentabilidade ambiental do município de Itambé

e a necessidade de preservação do espaço público, conservando-o para que

propicie maior qualidade de vida à população. O trabalho de conscientização

visa atender à necessidade de mudanças em busca de preservação e hábitos

coerentes à necessidade do momento.

Vivemos em um mundo globalizado onde o consumo está desenfreado,

contribuindo com o acúmulo de lixo e a contaminação do solo, de lençóis

freáticos e da atmosfera. A educação ambiental ainda é pouco desenvolvida no

Brasil, embora aconteçam muitas reportagens e campanhas publicitárias

fazendo alertas sobre sustentabilidade. A legislação ambiental é avançada,

mas ainda contém muitos equívocos e não é levada a cabo, além da falta de

fiscalização. Órgãos como o IBAMA não possuem infraestrutura física e

humana suficientes para fiscalizar o amplo território brasileiro.

Diante desse quadro preocupante, é preciso revalorizar a vida em

sociedade e os cuidados com nossa terra-mater, desenvolvendo nos alunos

uma concepção mais científica de meio ambiente, para que, possuindo

conhecimentos mais sólidos e complexos, possam compreender a necessidade

de conservação e preservação da natureza e de seus recursos, de modo a

permitir seu uso pelas futuras gerações. É preciso resgatar o sentimento,

perdido com as sucessivas ondas de urbanização e modernização da

civilização ocidental, de pertencimento à natureza, para que o aluno possa

sentir-se filho do planeta, conscientizando-se de que estamos todos no mesmo

barco e que nosso futuro depende de uma nova postura educacional frente aos

desafios ambientais do novo milênio. Um novo cenário é possível e o ensino da

Geografia é um ator essencial na formação interdisciplinar dos educandos.

A escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender um

número cada vez maior de estudantes oriundos de classes populares,

intensificando-se as necessidades de discussões contínuas sobre o papel do

ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país. (DIRETRIZES

CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008)

Um projeto de intervenção pedagógica deve enfatizar a escola como um

lugar de socialização e produção do conhecimento. Os conteúdos disciplinares

devem ser tratados, nas escolas, de modo contextualizado, estabelecendo-se

entre eles relações interdisciplinares visando melhorias para todos.

(FRIGOTTO, 2004)

A Geografia socioambiental tem dado grande contribuição à

compreensão do espaço Geográfico pela preocupação crescente com a

dimensão ambiental da relação sociedade-natureza. Para compreendermos a

problemática ambiental em sua totalidade e singularidade, é preciso nos voltar

para a teoria da complexidade de Edgar Morin (2000), principalmente para o

que o autor chama de “princípios do conhecimento pertinente”.

A educação do futuro não pode mais sustentar a desunião dos saberes e

a contínua separação das disciplinas em áreas isoladas, sem diálogo com as

áreas afins. É fundamental que se estabeleça uma ponte entre a área

específica e os conhecimentos gerais necessários a um estudo mais

abrangente e cuidadoso, que preze pelo entendimento da totalidade a qual

pertence certo fenômeno.

As bases teóricas de nosso trabalho e pesquisa, desenvolvidos no PDE,

estão alicerçadas na teoria da complexidade de Edgar Morin e na

epistemologia ambiental de Henrique Leff (2001), ambos preocupados com a

ideia da complexidade ambiental. Nessa direção, Morin (2000) afirma que

existe uma profunda inadequação entre essa separação e compartimentação

dos conhecimentos e a realidade caracterizada pelas noções de contexto,

global, multidimensional e complexo.

A geografia, por sua natureza interdisciplinar e por situar-se na interface

ciências da terra/ciências humanas, é particularmente privilegiada como um

saber que pode facilitar o encontro de diferentes áreas pela ótica do contexto,

do global, do multidimensional e do complexo.

Para Morin (2000), todos os fenômenos comportam uma

muldimensionalidade. Sobre a questão ambiental, Leff (2001) oferece

indagações fundamentais, como: o que é ambiente? Como conhecemos e

apreendemos o ambiente? Em que princípios se fundam um saber e uma

racionalidade ambiental? A obra mostra que o ambiente não é a ecologia, mas

a complexidade do mundo; complexidade esta que deve ser buscada no

entendimento de ambiente como um saber fundado nas formas de apropriação

da natureza por meio de relações de poder que se inscrevem nas formas

dominantes de conhecimento.

Leff enfatiza a necessidade de repensarmos a crise ambiental como uma

crise do conhecimento, pois a complexidade da natureza desafia a

racionalidade cartesiana que tudo separa e tudo reduz:

A crise ambiental é a crise de nosso tempo. O risco ecológico questiona o conhecimento do mundo. Esta crise apresenta-se a nós como um limite no real, que ressignifica e reorienta o curso da história: limite do crescimento o econômico e populacional; limite dos desequilíbrios ecológicos e das capacidades de sustentação da vida; limite da pobreza e da desigualdade social. Mas também crise do pensamento ocidental: da “determinação metafísica” que, ao pensar o ser como ente, abriu caminho para a racionalidade cientifica e instrumental que produziu a modernidade como uma ordem coisificada e fragmentada, como formas de domínio e controle sobre o mundo. (LEFF, 2001 p.195)

Leff enfatiza a ideia de complexidade ambiental, em consonância com a

teoria da complexidade de Edgar Morin, ao dizer que essa complexidade

ambiental inaugura uma reflexão inovadora sobre a natureza do ser, do saber

e do conhecer, e que isso só é possível com a hibridização do conhecimento

no seio da transdisciplinaridade e na interdisciplinaridade, dependendo, para

isso, de uma revolução do pensamento, da mentalidade, uma metamorfose do

conhecimento e das práticas educativas, culminando assim em uma nova

racionalidade que busque a sustentabilidade, a democracia e a justiça social.

Em suas palavras: “A complexidade emerge como resposta a este

constrangimento do mundo e da natureza pela unificação ideológica,

tecnológica e econômica.”

A questão ambiental é uma problemática de caráter eminentemente

social, esta foi gerada e está atravessada por um conjunto de processos

sociais. Entretanto, as ciências sociais não transformaram seus conceitos,

métodos e paradigmas teóricos para abordar as relações entre os processos

sociais e as mudanças ambientais emergentes. (LEFF, 2000, p.111)

Para Leff, a problemática ambiental gerou mudanças globais em

sistemas socioeconômicos complexos que afetam as condições de

sustentabilidade do planeta, e esse problema global afeta todas as escalas

locais, como é o caso do município de Itambé.

A intervenção pedagógica realizada na escola estadual "Prof. Giampero

Monacci" trabalhou diversos problemas ambientais, e destacou as

problemáticas ambientais do município de Itambé/PR, fazendo ponte desta

escala local com as escalas regionais e globais, de modo a evidenciar para o

aluno que todos os problemas ambientais nos interessam, pois, como exemplo,

um dano causado no norte do Brasil pode afetar regiões do Sul do Brasil, já

que a natureza forma um todo integrado e com fortes inter-relações. A parte

afeta o todo e o todo afeta as partes. O todo é mais que a mera soma das

partes e as partes somadas em grupo formam vários todos, de diversos

tamanhos, exibindo uma grande complexidade escalar.

2. PRÁXIS PEDAGÓGICA E IMPLEMENTAÇÃO DIDÁTICA

A fase da implementação didática foi realizada com o objetivo de

desenvolver maior consciência ambiental nos alunos, para que a partir deles,

se multipliquem hábitos de maior cuidado ambiental com a escola e com o

município. Os objetivos específicos das atividades didáticas desenvolvidas

foram:

• Compreender os conceitos de preservação ambiental e desenvolvimento

sustentável.

• Refletir sobre o conceito de qualidade de vida e correlacioná-lo ao

estado ambiental do município.

• Levar ao conhecimento dos alunos que a falta de conscientização nos

traz danos irreparáveis ao longo dos anos.

• Refletir sobre alguns hábitos e valores envolvidos no cotidiano da

cidade, e que ameaçam a qualidade de vida e a saúde ambiental

• Conhecer, por meio de imagens, algumas alterações ambientais

ocorridas em seu espaço de vivência.

• Treinar o olhar dos alunos (desenvolver hábitos visuais) a respeito dos

tipos de poluição existentes no município, e desenvolver atitudes de respeito

com os espaços públicos e com a natureza.

• Repensar e reconhecer os desafios da cultura do desperdício que tem

vigorado no Brasil, que está relacionada ao crescente consumismo da

população.

• Mostrar a necessidade de recuperar as áreas que tem sofrido ações

depredatórias

• Valorizar o patrimônio público como espaço de todos e preservá-lo de

maneira a evitar acúmulo de lixo, pichações, depredações

A aplicação deste projeto se iniciou com uma conversa informal, na

qual a professora apresentou parcialmente o projeto aos alunos, instigando-os

e despertando curiosidades a respeito do trabalho que iria iniciar. Em um

primeiro momento foi diagnosticado o conhecimento prévio dos alunos a

respeito dos trabalhos que seria sobre a questão ambiental no município de

Itambé, direcionando a uma reflexão e questionamentos a respeito da

realidade, partindo do lugar onde cada aluno morava, fazendo perguntas

relacionadas e um levantamento de dados e informação oral sobre os lugares

onde eles moram.

Após o levantamento mental foi pedido para que os alunos

repassassem todas as informações para o papel, em forma de produção de

texto, e partindo para um diálogo a respeito do que foi feito.

Antes de iniciar a segunda atividade foi ressaltada a importância em

cuidar e preservar nosso espaço de vivencia, destacando para eles o que isto

poderia acarretar para a humanidade, no decorrer dos tempos e que existem

problemas ambientais que são irreversíveis, os alunos demonstravam grande

curiosidade e preocupação.

Os alunos foram para o laboratório de informática pesquisar sobre a

degradação ambiental e os efeitos causados por estes hábitos, seguindo para

sala de aula onde aconteceu um debate, cada aluno apontando itens negativos

a respeito do problema que havia pesquisado. Os alunos demonstraram muito

interesse a respeito do trabalho que estava em pauta.

Aproveitando a ocasião de grande entusiasmo, foi debatido e orientado

que os alunos deveriam pesquisar a real situação em seus bairros, avenidas e

lugares pertencentes ao município, sendo que este deveria ser fotografado; e

apontados os seguintes problemas percebidos por eles. Após esta etapa os

alunos confeccionaram banner com as fotos e frases chamando atenção da

população para a tal situação.

Estes banners foram expostos em sala de aula com reflexão e debate,

e em seguida foram expostos para toda a comunidade escolar, para que todos

os alunos da escola conhecessem e percebessem a gravidade do problema

existente em nosso município e no mundo, e se sensibilizassem a respeito do

problema. Junto aos banners foi deixada uma caixa de sugestões e de críticas

relacionadas ao assunto abordado neste momento de estudo. Os alunos

demonstraram interesses em pesquisar cada vez mais, e descobrir soluções

para os problemas ambientais de seu espaço de vivência.

Complementando o trabalho com uma reflexão e uma produção de

texto, os alunos assistiram a um vídeo: “A menina do vestido Azul”.

Na sequência, os alunos fizeram um mapeamento do município,

agrupados em dupla para explorar mais sobre o assunto, cada dupla

entrevistou moradores pioneiros do município para saber sobre o

desmatamento e a degradação ambiental. A coleta de dados foi levada para

sala de aula e compartilhada com a turma em forma de seminário, e realizaram

uma mostra de fotografias de lugares pertencentes ao município, que foi

modificado ao longo dos anos, destacando pontos positivos e negativos que

surgiram com as modificações deste espaço de vivencia.

Os alunos também entrevistaram o secretario do meio ambiente do

município onde receberam informações sobre a questão ambiental e

analisaram a Lei Orgânica do município de Itambé, destacando a problemática

que é a do lixo produzido no município e o destino do mesmo. Problema este

que é muito sério, pois o município conta ainda com o famoso Lixão a céu

aberto. Em seguida os alunos foram fazer uma visita ao lixão a céu aberto que

se encontra no município, acompanhados pela professora PDE, secretária da

escola e o secretário do meio ambiente do município que esclarecia dúvidas a

respeito do que transcorria neste lixão como, por exemplo, a respeito do

chorume e o gás metano na atmosfera.

Percebendo grande êxito nesta atividade os alunos realizaram ainda

uma pesquisa para complementar seus conhecimentos. A professora

procurava sanar dúvidas que surgiram após a visita ao lixão, sobre os riscos e

os danos causados pelo destino inadequado do lixo no ambiente, como por

exemplo: o chorume e o gás metano. Finalizamos este trabalho com uma

palestra com um profissional do IAP (Instituto Ambientalista Paranaense), que

durante sua palestra expôs um vídeo “O lixo extraordinário”, este vídeo

mostrava uma comunidade que transformava todo o lixo em arte,

reaproveitando-o na reciclagem, dando um destino correto ao lixo e orientando

a reciclagem em nosso município.

Logo após, com o intuito de analisar e refletir sobre a grande

necessidade de reciclar o lixo, os alunos ficaram entusiasmados com o projeto

demonstrando grande interesse e participação nas atividades proposta que era

pesquisar e transformar lixo em arte. Fomos para o laboratório de informática

pesquisar um pouco mais sobre reciclar, onde cada aluno tinha o desafio de

produzir dois objetos a partir de embalagens e objetos descartados. Os objetos

foram inusitados e a criatividade surpreendente, os objetos foram expostos no

encerramento do projeto.

Na sequência os alunos partiram para uma pesquisa de campo para

saber sobre o destino do óleo saturado utilizado nas lanchonetes, restaurantes,

feira do produtor e residências. O resultado das pesquisas surpreendeu os

alunos, que se indignaram com o incorreto destino desses resíduos, como por

exemplo, o fato de serem descartados de maneira inadequada jogando-o

diretamente no solo, em vaso sanitário, pia de cozinha etc.

Em sala de aula, com o resultado das pesquisas (entrevistas), os

alunos participaram de um seminário, chegando à conclusão que deveria ser

feito algo com o óleo saturado, então foram para o laboratório de informática

pesquisar o que poderia ser feito com este óleo ao não ser mais utilizado como

fonte de alimento e descobriram um destino útil ao mesmo, como receitas de

produtos de limpeza, sabão e detergente. Providenciamos os ingredientes,

onde coletamos óleo da população e com a ajuda de uma professora de

química, confeccionamos o sabão de álcool e o detergente, dando destino

correto a este óleo, já que o detergente é menos agressor ao meio ambiente e

mais fácil de ser tratado.

Antes de iniciar a outra atividade, a professora apresentou o projeto em

sua plenitude, destacando os objetivos desta etapa, notando o entusiasmo da

turma, percebia-se cada vez mais a sensação de dever cumprido.

Ao termino do tempo estipulado ao trabalho, foi realizado uma

socialização e uma reflexão sobre tudo que havia ocorrido nestes meses,

finalizamos o trabalho no dia 24/06/2014 com uma apresentação de dança

explorando a música de Chitãozinho e Xororó Planeta Azul, uma exposição de

fotos, produtos reciclados confeccionados pelos alunos e uma palestra para

toda a comunidade escolar, pais, alunos e autoridades locais com o professor

João Luís Veríssimo, professor da UEM. Nesta ocasião os alunos prepararam

uma amostra com produtos reciclados confeccionados por eles, e entregou

para todos os convidados uma lembrancinha feita com pote de sorvete,

transformando-o em um porta-esmalte, em sabão de álcool e em detergente,

produzidos com os materiais reciclados coletados por eles.

A organização destas atividades ocorreu de forma tranquila, os alunos

demonstraram grande interesse e colaboraram de forma constante em todas as

etapas propostas. A única questão negativa foi o tempo, pois com o sexto ano

são apenas duas aulas semanais, de forma que foi necessário pedir aulas a

professores de outras disciplinas como: ciências e arte, para dar continuidade

ao trabalho de forma interdisciplinar.

É muito importante o professor utilizar metodologias diversificadas em

suas aulas, pois os alunos se interessam e aprendem mais, demonstrando

grande interesse a respeito deste assunto. Percebemos também que os alunos

continuaram com este espirito de buscar soluções e maiores cuidados com o

meio ambiente. Além disso, foi possível notar que os nossos alunos gostaram

muito de terem participado deste trabalho demonstrando interesse em tudo o

que foi realizado neste período.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Certamente, todas estas atividades desenvolvidas, nos dois anos de

pesquisa e trabalho com o PDE, vieram ao encontro dos interesses dos alunos

e do professor, oportunizando uma experiência única e melhor aprendizagem

através de pesquisas direcionadas e uma metodologia significativa sobre a

importância de preservar, cuidar do que é nosso em busca de qualidade de

vida para todos. Oferecemos aos alunos condições para refletir sobre as

nossas praticas diárias. É necessário utilizar novos mecanismos e muita

conscientização a respeito desse processo, adequando as necessidades dos

locais a serem transformados em busca de uma eficaz aprendizagem com

resultados positivos.

Nas palavras de Milton Santos:

“No principio, tudo eram coisas, enquanto hoje, tudo tende a ser objeto, já que as próprias coisas, dadivas da natureza, quando utilizadas pelos homens, a partir de um conjunto de intenções sociais passam, também a serem objetos. Assim a natureza se transforma em um verdadeiro sistema de objetos e não mais de coisas e, ironicamente, é o próprio movimento ecológico que completa o processo de desnaturalização da natureza, dando a esta ultima um valor”. (SANTOS, 1997, p. 53)

Analisar criticamente as nossas escolhas e nossas condutas em um

mundo que não é meu, mas de todos, é fundamental para uma sociedade

saudável. Além disso, refletiu-se a respeito do processo de ensino e

aprendizagem, onde devemos planejar e traçar metas em busca de soluções

para os problemas existentes, tanto na escola como em sociedade.

Finalizando, resta dizer que nosso trabalho propiciou ao aluno uma

maior proximidade e envolvimento emocional e intelectual com os desafios e

obstáculos ambientais de seu espaço de vivência, e assim espera-se ter

contribuído com o futuro ambiental e social do município, que poderá contar

com cidadãos mais esclarecidos e críticos em relação ao seu espaço

geográfico.

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