gilberto freyre – trajetória e singularidade

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GILBERTO FREYRE – TRAJETÓRIA E SINGULARIDADE Gilberto Velho MDU | 2015 Tópicos Avançados em Dinâmica e Gestão Urbana: Pobreza Urbana e sua Expressão Espacial: Nexos conceituais Profª: Mª Ângela de Almeida Souza Paulo Ferreira

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Análise do artigo de Gilberto Velho sobre a vida e obra de Gilberto Freyre

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Gilberto Freyre trajetria e singularidade Gilberto Velho

Gilberto Freyre trajetria e singularidadeGilberto VelhoMDU | 2015Tpicos Avanados em Dinmica e Gesto Urbana: Pobreza Urbana e sua Expresso Espacial: Nexos conceituaisProf: M ngela de Almeida SouzaPaulo FerreiraTrajetria- Do Recife Escola Protestante Universidade no Texas- Evolucionismo x Religiosidade = contradies para o desenvolvimento de uma atitude e postura de reforma social- Cincias Humanas - Antropologia e Histria em Columbia - Indivduo e sociedade = Interao social / Cultura e personalidade

Fontes - Antropologia Britnica- Sociologia Francesa- Pensamento Social e Filosfico Alemo- Cincias Sociais Americanas

Formao do intelectoDa Escola da Personalidade e Cultura (Columbia) Sociedades tribais, tradicionais e de pequena escalaDo prprio Freyre reflexes sobre o desenvolvimento e transformaes da sociedade mundialCosmopolitismo intelectual e existencial aproximao da condio humana X especialista acadmicoDe sua Produo Antropologia Fsica (Franz Boas) Biologia, Cultura e Sociedade

Formao do intelectoInfluncias das Cincias Sociais:

- Spencer Evolucionismo- Weber/Simmel/Marx Marxismo- Boas CulturalismoFormao do intelectoDe seu autodidatismo Possibilidade de circular por diversas reas do conhecimentoDe sua postura poltica Oposio revoluo de 1930 e URSS (e ao PCB) (apesar da boa relao com pensadores marxistas)Defensor da miscigenao brasileira e do modo de colonizao portugus e sua: ....contribuio dos diferentes grupos tnicos e culturais na constituio da sociedade brasileira.

Crtico do Determinismo Geogrfico, por seu cunho racista(Ratzel - o homem o produto do meio, ou seja, as condies naturais que determinam a vida em sociedade.)

Interpretao do Brasil Em sua obra, buscava um: equilbrio de antagonismos na anlise da sociedade brasileira

Anlise de uma sociedade complexa moderno-contempornea, extensa geograficamente, com milhes de habitantes de diferentes origens e caractersticas, espalhados por cidades e campos.

Interpretao do Brasil - Buscava rejeitar entender o Brasil como Paraso Tropical. - Relaes raciais melhores que em outras colnias - Famlia patriarcal como eixo fundamentalO cristo portugus no Brasil, ao contrrio, no tardou em fazer da mandioca dos ndios o seu segundo po s vezes o nico; da mulher ndia ou africana sua mulher, s vezes sua esposa; da me dgua um alongamento de sua moura encantada, s vezes uma deformao de sua Nossa Senhora dos Navegantes;do suco de caju seu dentifrcio; do tatu seu segundo porco...in FREYRE, Gilberto, Uma cultura ameaada: a Luso-Brasileira, 1 ed., Recife, 1940Casa Grande & Senzala Produto de um intelectual que desenvolveu extensas pesquisas, sustentadas por uma perspectiva prpria e singular- Diferente da obra de um intelectual restritoAutor de um ecletismo criativo l, analisa e inova - Permanente enriquecimento e incorporao de novos elementos- Para a crtica: contradio e incoerncia

Mistura a erudio do scholar + o talento literrio brasileiro

Sobrados & Mucambos

- Vanguarda do estudo da vida urbana- Micro-sociologia: estudo dos cotidianosPreocupao com as relaes de produo em uma viso ampla (longue dure)- Relaes entre religio, valores e capitalismoFreyre Por FreyreVida e obra extremamente complexas e necessariamente contraditrias- Posio au-dessus de la mle- Aristocracismo x Anarquismo intelectual

relaes com as universidades brasileiras- Ironia e Sarcasmo x cientificismo esquerdizante (Sudeste)- fronteira do literrio anacrnico e conservador- Freyre e De Holanda adversriosH quem pense que todo o livro com pretenses a cientfico precisa ser absolutamente objetivo e impessoal, de modo a no se refletirem nele ideias, sentimentos ou preconceitos do autor. O autor de livro com pretenses a cientfico deveria ir ao extremo de comear por no ter estilo, desde que o estilo o homem ou expresso de personalidade. De FREYRE, Gilberto, Sociologia, 2 ed., Rio de Janeiro, 1957motivos para revisitar- Roberto da Matta Pesquisa histrica, antropolgica, sociolgica - Sebastio Vila Nova Papel da escola de Chicago na obra

Ningum escreveu em portugusno brasileiro de sua lnguaesse -vontade que o da rede,dos alpendres, da alma mestiamedindo sua prosa de sestaou prosa de quem se espreguia.Casa Grande e Senzala, Quarenta Anos, Joo Cabral de Melo Neto