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0800 601 8686 | verbojuridico.com.br 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 2 2 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ...................................................................................................... 2 2.1 Disposições Gerais.................................................................................................................... 3 2.2 Competência ............................................................................................................................... 6 2.3 Cumprimento Provisório........................................................................................................... 7 2.4 Defesa do Executado no Cumprimento de Sentença ........................................................... 9 3 QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 12 4 LEGISLAÇÃO CITADA ..................................................................................................................... 14 5 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ................................................................................. 18

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 2

2 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ...................................................................................................... 2

2.1 Disposições Gerais .................................................................................................................... 3

2.2 Competência ............................................................................................................................... 6

2.3 Cumprimento Provisório ........................................................................................................... 7

2.4 Defesa do Executado no Cumprimento de Sentença ........................................................... 9

3 QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 12

4 LEGISLAÇÃO CITADA ..................................................................................................................... 14

5 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ................................................................................. 18

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1 INTRODUÇÃO

Estudo sobre o cumprimento de sentença, examinando a competência para o cumprimento, o

procedimento e as disposições gerais sobre este instituto, destacando-se os pontos de maior incidência em

concursos públicos.

2 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Os títulos executivos judiciais estão catalogados no art. 515 do CPC/2015. Não apenas as sentenças

(art. 203, §1.º, do CPC/2015), mas também as decisões interlocutórias de mérito (como as decisões parciais

de mérito do art. 356 do CPC/2015) podem produzir títulos executivos judiciais.

Depois da reforma do CPC, é mais adequado falar em liquidação e cumprimento de decisões, do que

apenas de sentenças. Segundo o art. 356 do CPC/2015:

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso;

II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 . § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.

O art. 515 do CPC/2015 contempla o rol de títulos executivos judiciais, em atenção ao princípio

processual da nulla executio sine título:

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1.º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.

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§ 2.º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.

O inciso I, ao definir como títulos executivos judiciais “as decisões proferidas no processo civil que

reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa”, amplia

essa categoria, para abranger não apenas as sentenças, como também qualquer decisão interlocutória que

reconheça a exigibilidade de tais obrigações, como as decisões parciais de mérito e as decisões concessivas de

tutela provisória.

Os incisos. VI, VII e VIII registram os títulos executivos judiciais que se processam em processos

autônomos de execução, nos quais é preciso propor a ação de execução perante o juízo cível nacional

competente e promover a citação do executado para o cumprimento ou para liquidação, no prazo de 15 (quinze)

dias, de acordo com o previsto no art. 515, §1º, do CPC/2015.

Por fim, não apenas as sentenças estrangeiras, mas também as decisões interlocutórias estrangeiras

passam a gozar do status de título executivo judicial, as primeiras após a homologação pelo STJ (inc. VIII),

as segundas após a concessão do exequatur pelo STJ à respectiva carta rogatória (inc. IX). Ambas serão

executadas perante a Justiça Federal de primeiro grau (art. 109, X, da CF/1988), a qual detém competência

funcional para tanto.

> Modalidades de Cumprimento de Sentença

a) Obrigação de pagar quantia certa – art. 523 e ss. do CPC

b) Obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa – arts. 536 e ss. Do CPC

c) Obrigação de pagar alimentos – art. 528 e ss. do CPC

d) Obrigação de pagar quantia pela Fazenda – art. 534 e ss. do CPC

2.1 Disposições Gerais

Em geral, o cumprimento é um desdobramento da mesma relação processual iniciada com o

protocolo da petição inicial da ação de conhecimento. Apenas excepcionalmente o cumprimento de

sentenças ou de decisões interlocutórias de mérito constituirá relação processual nova e autônoma,

conforme já visto anteriormente.

Quanto à iniciativa do cumprimento de decisão, o CPC/2015 positiva o entendimento jurisprudencial

do STJ, que exige requerimento do exequente para o cumprimento de decisão que reconheça o dever de

pagar quantia no prazo de 15 dias, provisório ou definitivo, conforme o art. 513, §1º do CPC/2015.

Se o devedor não tiver advogado constituído nos autos, ou se for representado pela Defensoria

Publica, aquele será pessoalmente intimado para cumprir a obrigação, conforme o §4º do art. 513:

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.

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§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. § 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo. § 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.

Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não

recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente

comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da

correspondência no primitivo endereço.

O parágrafo segundo do art. 513 do CPC/2015 resolve outras situações especiais, que exigem

tratamento diferenciado quanto ao ato de intimação para cumprir a decisão:

a) Caso o executado (“devedor”) não tenha advogado constituído nos autos ou esteja representado

pela Defensoria Pública (não se inclui a representação por advogado dativo), a intimação se dará por carta

com aviso de recebimento, considerando-se realizada a intimação postal quando o executado houver mudado

de endereço sem prévia comunicação ao juízo;

b) Tratando-se de empresa pública ou privada, com exceção das microempresas e empresas de

pequeno porte, sem advogado constituído nos autos, a intimação se dará por meio eletrônico, conforme o

cadastro que a empresa estará obrigada a manter nos sistemas processuais eletrônicos, cadastro esse que deverá

ser providenciado, no juízo onde a empresa tenha sede ou filial, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da entrada

em vigor do novo Código ou da data de inscrição do ato constitutivo da pessoa jurídica, caso posterior;

considera-se realizada a intimação eletrônica quando o executado houver mudado de endereço eletrônico sem

prévia comunicação ao juízo;

c) Caso o executado tenha sido citado por edital e permanecido revel na fase de conhecimento, sem

constituir advogado nos autos, sua intimação também será por edital, mesmo havendo curador especial

designado para representá-lo.

1. Pagamento por Iniciativa do Devedor

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Importante salientar que, via de regra, o cumprimento de sentença se inicia a requerimento do

credor. Porém, o pagamento pode ocorrer por iniciativa do devedor, conforme o art. 526 do CPC:

Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.

O réu não precisa mais aguardar a iniciativa do exequente, podendo comparecer em juízo, desde que

antes de ser intimado para pagar, e depositar o valor que entender devido, segundo os critérios definidos

pela decisão, apresentando memória discriminada do cálculo, nos moldes previstos no art. 524 do

CPC/2015. O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo

do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. Se o autor não se opuser, o juiz declarará

satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Caso contrário, concluindo o juiz pela insuficiência do

depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados

em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.

2. Protesto

O novo dispositivo torna inequívoca a possibilidade de protesto de qualquer decisão judicial

condenatória, por quantia certa, transitada em julgado, desde que transcorrido o prazo de 15 (quinze) dias

para pagamento voluntário, previsto no art. 523 do CPC/2015.

Em princípio, descabe o protesto do título judicial por iniciativa do juiz, pois o parágrafo primeiro do

art. 517 do CPC/2015 estabelece que, para efetivar o protesto, o exequente deve apresentar, no cartório de

protestos, certidão de teor da decisão fornecida no prazo de 3 dias. Cumpre observar que, além do protesto

do título judicial, como forma de execução indireta, também é possível ao juiz, a requerimento da parte,

“determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes”, inscrição essa que será

“cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta

por qualquer outro motivo” (art. 782, §§ 3º a 5º, CPC/2015). Para manter a harmonia dos dispositivos legais,

deve-se entender que a referida inscrição, tal como o protesto, somente pode ser efetivada após

transcorrido o prazo para pagamento voluntário.

A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício

a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que

comprovada a satisfação integral da obrigação. Eis a íntegra do artigo em tela:

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Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. § 1.º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2.º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3.º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4.º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.

2.2 Competência

A competência para o cumprimento de sentença ou decisão é distribuída da seguinte forma:

a) Os tribunais, nas causas de sua competência originária;

b) O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;

c) O juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral

ou de sentença estrangeira homologada pelo STJ.

Assim é segundo o art. 516 do CPC/2015:

Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

A referência ao “acórdão proferido por Tribunal Marítimo” é ineficaz, pois houve veto à regra que o

instituía como título executivo judicial – art. 515, X, do CPC/2015. O novo Código mantém a tradição

inaugurada pela Lei 11.232/05 no CPC/1973, ao permitir exceção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis

(art. 43 do CPC/2015), autorizando que, nas hipóteses dos incs. II e III, possa ocorrer alteração superveniente

da competência territorial, quando o exequente optar:

a) Pelo juízo do atual domicílio do executado,

b) Pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou

c) Pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer.

Nesses casos, a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem, que fará o controle

da admissibilidade da opção. O juízo de origem poderá averiguar se a opção realizada pelo exequente

efetivamente representa as alternativas do parágrafo único do art. 516 do CPC/2015. Poderá, por

exemplo, exigir documentos que comprovem a localização dos bens do executado sujeitos à penhora ou mesmo

ouvir previamente o executado sobre o seu atual domicílio. Constatada a adequação da opção, o juiz de origem

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remeterá os autos ao novo juiz da execução, escolhido pelo exequente, com baixa na distribuição. O novo

juízo da execução não poderá, de ofício, recusar o recebimento dos autos para cumprimento de sentença

ou de decisão, uma vez que eventual incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

Súmula 33 – STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio.

2.3 Cumprimento Provisório

O cumprimento provisório da decisão é realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo,

de acordo com o art. 520 do CPC/2015. O artigo em comento deve ser interpretado à luz do poder geral de

efetivação das ordens judiciais, previsto no art. 139, IV, do CPC/2015, o qual permite ao juiz flexibilizar,

pragmaticamente, as regras legais para fazer valer a autoridade das suas decisões.

O cumprimento provisório é possível quando a decisão estiver sendo impugnada por recurso

desprovido de efeito suspensivo. Essa possibilidade vale não apenas para as decisões que reconhecem

obrigação de pagar quantia, como também, no que couber, para as que reconhecem obrigação de fazer,

não fazer ou de dar coisa:

Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1.º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. § 2.º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3.º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4.º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5.º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.

Tratando-se de cumprimento provisório de decisão que reconheça obrigação de pagar quantia,

incide a multa de 10% e os honorários advocatícios de 10% previstos no parágrafo primeiro do art. 523 do

CPC/2015, podendo o executado apresentar impugnação depois de escoado o prazo para pagamento ou

depósito voluntário. Nesse caso, se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a

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finalidade de se isentar da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele

interposto, de acordo com o art. 520, §3º, do CPC/2015, pelo que não haverá preclusão lógica.

Para prestigiar o cumprimento provisório e para preservar os interesses do terceiro de boa-fé, a

restituição ao estado anterior, caso necessário, não implicará o desfazimento da transferência de posse

ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre,

o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.

1. Dispensa de Caução

O art. 521 do CPC/2015 traz casos de dispensa da caução no cumprimento provisório. Nota-se que

o artigo contempla casos isolados, não cumulativos, em que se autoriza a dispensa da caução para levantamento

de depósito em dinheiro ou para expropriação de bens penhorados. Assim, independentemente do valor em

execução, pode ser liberado o dinheiro depositado, ou adjudicado/alienado o bem penhorado, em cumprimento

provisório, quando:

Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I – o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II – o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; (redação dada pela Lei 13.256/2016) IV – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.

Nos dois últimos casos se aceita o cumprimento provisório pois a chance de reforma é mínima.

Entretanto, mesmo nestas quatro hipóteses, o juiz pode não dispensar a caução, conforme o parágrafo único do

art. 521. Para usar essa cláusula de reserva, no entanto, deverá o juiz explicar os motivos concretos da

“incidência” desses conceitos jurídicos indeterminados (art. 489, § 1º, II, do CPC/2015).

2. Requerimento e Instrução do Cumprimento Provisório

O cumprimento provisório de decisão corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, pelo

que será necessário requerimento por petição dirigida ao juízo competente. O juízo competente é definido

de acordo com as regras do art. 516 do CPC/20151.

Tratando-se de autos físicos, a petição requerendo o cumprimento provisório deverá ser instruída

com cópias das peças catalogadas no parágrafo único do art. 522, cuja autenticidade poderá ser certificada

1 Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

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pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Faltando cópias, cabe emenda, no prazo de 15

(quinze) dias, sob pena de indeferimento.

O art. 522 do CPC/2015 está assim redigido:

Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I – decisão exequenda; II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III – procurações outorgadas pelas partes; IV – decisão de habilitação se for o caso; V – facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.

2.4 Defesa do Executado no Cumprimento de Sentença

O CPC/2015 estabeleceu uma cláusula geral de atipicidade das defesas na execução, aplicável para

títulos executivos judiciais:

Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.

A exceção da pré-executividade é meio de defesa atípico do executado, materializada por simples

petição nos próprios autos onde se desenvolve a execução, mas de cognição parcial, pois permite o

conhecimento apenas de matérias de ordem pública, que não demandem dilação probatória.

Da decisão do juiz que resolve a exceção de pré-executividade cabe agravo de instrumento (art. 1.015,

parágrafo único, do CPC/2015), ressalvada a hipótese de extinção da execução, que se faz por sentença,

impugnável por apelação.

1. Impugnação ao cumprimento de decisão

A impugnação continua a figurar como o meio de defesa típico do executado no cumprimento de

decisão por quantia certa. Mas, no CPC/2015, há uma diferença marcante: o executado não mais precisa

garantir o juízo pela penhora para poder impugnar.

CPC/1973 CPC/2015

↓ ↓

Impugnação Impugnação

↓ ↓

Exige PENHORA NÃO exige PENHORA

O prazo para impugnar é de 15 dias úteis, como estabelecido no art. 229 do CPC/2015, mas será

contado em dobro na hipótese de litisconsortes com advogados diferentes, atuando em autos físicos, que

estão previstas no art. 525, §3º do CPC/2015. Esse prazo se inicia imediatamente após o transcurso do prazo

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de 15 dias úteis para pagamento voluntário, sem adimplemento, independentemente de nova intimação.

Em outras palavras, contados da intimação para pagar, o executado terá 30 (trinta) dias úteis para impugnar:

Intimação para pagar → 15d → sem pagamento → 15d → impugnação

A impugnação continua a se apresentar como um incidente de cognição na fase de cumprimento de

decisão, apresentada por petição dentro dos mesmos autos. Ainda, não suspende a execução, nem impede

o levantamento de dinheiro depositado ou a expropriação de bens penhorados. Excepcionalmente, poderá

o juiz conceder o efeito suspensivo à impugnação, exclusivamente para impedir atos de expropriação, desde

que reúna os seguintes requisitos:

1) Requerimento do exequente;

2) Garantia do juízo por penhora, caução ou depósito suficiente;

3) Relevância da fundamentação contida na impugnação; e

4) Perigo de dano grave de difícil ou incerta reparação pelo prosseguimento da execução.

Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da

execução, a execução irá prosseguir quanto a parte sem efeito suspensivo. Sobre o assunto, o art. 525 do

CPC estabelece, em seus parágrafos:

Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1.º Na impugnação, o executado poderá alegar: I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II – ilegitimidade de parte; III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV – penhora incorreta ou avaliação errônea; V – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2.º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 3.º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4.º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5.º Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6.º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficiente, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7.º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6.º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.

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§ 8.º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9.º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1.º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

Na decisão que aprecia o requerimento de efeito suspensivo à impugnação deverá o juiz explicar

os motivos concretos da “incidência” dos conceitos jurídicos indeterminados referidos (art. 489, § 1.º, II,

do CPC/2015). Essa decisão é sujeita a agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo único, do CPC/2015). Mas

ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da

execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.

A impugnação ao cumprimento de decisão permite apenas uma cognição parcial, ou seja, ao

impugnante é lícito deduzir apenas as matérias taxativamente arroladas no parágrafo primeiro do art. 525 do

CPC/2015, as quais pouco diferem do rol do art. 475-L do CPC/1973 (reformado pela Lei 11.232/2005).

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3 QUESTÕES COMENTADAS

01 (Procurador – Câmara de Palmas – COPESE-UFT – 2018) Com relação ao cumprimento de sentença previsto

no Novo Código de Processo Civil é CORRETO afirmar que:

A) dispensa-se o requerimento do exequente para iniciar o cumprimento da sentença que reconhece o dever de

pagar quantia provisória ou definitiva.

B) nos termos do Novo Código de Processo Civil é possível a prisão civil do devedor de alimentos que não pagar

o valor da condenação, ou que, mesmo apresentando justificativas para o seu descumprimento, o juiz às rejeite.

C) o cumprimento de sentença poderá ser feito em face do fiador ou coobrigado, mesmo que não tenha participado

da fase processual de conhecimento.

D) a reforma do Código de Processo Civil eliminou a multa de 10% e os honorários advocatícios de 10% em caso

de não ocorrência de pagamento voluntário da condenação de quantia certa.

Resposta: B

Comentários:

De acordo com o CPC:

A) Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre

parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o

executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

B) Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão

interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente

para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

(...)

§3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o

pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

C) Art. 513, §5. O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do

corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.

D) Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre

parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o

executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

§1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo de 15 dias (caput), o débito será acrescido de multa de 10%e

de honorários advocatícios no mesmo percentual.

02 (Procurador Jurídico – Prefeitura de Jataí – CS-UFG – 2018) Referendando o norte teórico das reformas

processuais do CPC/1973, o CPC/2015 permitiu o cumprimento provisório de sentença. Nesse contexto,

A) o cumprimento provisório de sentença corre por iniciativa da parte exequente, que se exime da responsabilidade

de reparar os danos que tenha sofrido o executado, caso a sentença seja reformada.

B) antes do trânsito em julgado, para levantamento de dinheiro proveniente de depósito judicial, é necessário que

o exequente promova caução suficiente e idônea arbitrada pelo juiz.

C) se a sentença, objeto do cumprimento provisório, for modificada ou anulada em parte, a execução de todo o

objeto da sentença ficará sem efeito.

D) a possibilidade de cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, não fazer ou dar

coisa não foi referendada pelo CPC/2015.

Resposta: B

Comentários:

Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será

realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:

I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os

danos que o executado haja sofrido; (Letra A)

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II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as

partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;

III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta

ficará sem efeito a execução; (Letra C)

IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação

de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de

caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. (Letra B)

(...)

§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa

aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Letra D)

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4 LEGISLAÇÃO CITADA

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. § 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo. § 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. § 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.

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Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 . § 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda;

II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada. § 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. § 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. § 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. § 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos

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apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 . § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens § 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação,

assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 . § 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º,

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decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. § 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo,

contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes . Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. § 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados. § 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. § 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. § 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.

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5 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

01 (Procurador Municipal – Prefeitura de São José – IESES – 2019) Em relação ao cumprimento de sentença,

é correto afirmar:

A) A sentença arbitral não é considerada como título executivo para fins de cumprimento de sentença.

B) A intimação em cumprimento de sentença será somente por meio eletrônico ou carta.

C) O cumprimento de sentença não pode ser efetuado perante os tribunais de Justiça.

D) O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável

que não tiver participado da fase de conhecimento.

02 (Juiz Substituto – TJ/RO – VUNESP – 2019) Com relação ao cumprimento de sentença, é correto afirmar

que

A) a sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência do pedido, constitui título

executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa,

admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos.

B) são indevidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais não impugnados de cumprimento de

sentença decorrente de ação coletiva movidos em face da Fazenda Pública.

C) o cumprimento de decisão definitiva que condena ao pagamento de prestação alimentícia se dará no juízo que

decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição ou no juízo do atual domicílio do credor, sendo certo que a intimação

do devedor se dará na pessoa de seu advogado.

D) nas causas de sua competência originária, o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante os tribunais,

podendo o exequente, no entanto, optar pelo juízo do atual domicílio do executado, no juízo do local onde se

encontrarem os bens sujeitos à execução ou no juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou

de não fazer.

E) constitui título executivo judicial a decisão homologatória de autocomposição judicial envolvendo as partes do

processo, e título executivo extrajudicial a decisão homologatória de acordo que envolva sujeito estranho ao

processo ou relação jurídica não deduzida em juízo.

03 (Técnico Ministerial – MPE/CE – CESPE – 2020) Julgue o próximo item, de acordo com o estabelecido no Código de Processo Civil acerca de extinção de processo, coisa julgada, liquidação e cumprimento de sentença. Decorrido o prazo para cumprimento voluntário de decisão judicial transitada em julgado, o exequente poderá

levar a protesto a decisão judicial inadimplida pelo executado.

( ) Certo ( ) Errado

04 (Titular de Serviços de Notas e de Registros – TJ/MG – CONSULPLAN – 2019) De acordo com as normas

e princípios contidos no Código de Processo Civil, analise as afirmativas a seguir.

I. São títulos executivos judiciais somente as sentenças condenatórias proferidas no processo civil que

reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.

II. A instauração do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer

e de entregar coisa certa se dará de ofício, pelo juiz, ou a requerimento da parte.

III. O credor, munido de título executivo extrajudicial, está impedido de optar pelo processo de conhecimento,

como, por exemplo, a ação de cobrança.

IV. Informam a execução forçada, dentre outros, o princípio de que a finalidade primeira do processo de execução

é a plena satisfação do credor e o princípio de que a execução deve realizar-se da forma o menos prejudicial ao

devedor.

Estão corretas as afirmativas

A) I, II, III e IV.

B) II e IV, apenas.

C) I, II e III, apenas.

D) I, III e IV, apenas.

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05 (Analista Administrativo – PGE/PE – CESPE – 2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença,

da execução contra a fazenda pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de

Processo Civil.

O credor poderá promover imediatamente o cumprimento da sentença, dispensando a fase de liquidação, quando

a apuração do valor a ser executado depender somente de cálculo aritmético.

( ) Certo ( ) Errado

06 (Juiz Substituto – TJ/PR – CESPE – 2019) Paulo requereu o cumprimento provisório da sentença que

condenou Fernando a lhe pagar a quantia de cinquenta mil reais em uma demanda que tramitou pelo procedimento

comum. À petição em que requereu o início do cumprimento de sentença, Paulo juntou cópia da decisão

exequenda, certidão de interposição do recurso de Fernando não dotado de efeito suspensivo e outros

documentos necessários ao cumprimento. Ele, ainda, requereu ao juízo no qual o título foi formado que:

• o cumprimento de sentença fosse remetido ao juízo da localidade onde Fernando possui bens; • fossem fixados

honorários para a fase de cumprimento de sentença; • fosse imposta multa por eventual inadimplemento de

Fernando; • dispensassem-no do pagamento de caução, em razão da sua situação de necessidade, que foi

demonstrada.

Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que

A) o pedido de remessa à localidade onde Fernando possui bens deve ser rejeitado, porque o cumprimento de

sentença é de competência exclusiva do juízo que profere a sentença.

B) não cabe o arbitramento de honorários na fase de cumprimento provisório da sentença, porque essa fase

processual é um ato facultativo de Paulo.

C) Fernando poderá depositar o referido valor com o único intuito de evitar a incidência da multa, ato que não será

tido como incompatível com o recurso interposto por ele.

D) Paulo poderá ser dispensado do pagamento de caução apenas se tiver firmado com Fernando negócio

processual com essa finalidade e devidamente homologado pelo juízo competente.

07 (Juiz Substituto – TJ/MS – FCC – 2020) No que tange ao procedimento concernente ao cumprimento da

sentença, é correto afirmar:

A) como regra, o devedor será intimado pessoalmente para cumprir a sentença espontaneamente em quinze dias,

sob pena de multa.

B) o cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á de ofício

ou a requerimento do credor.

C) o cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável

que não tiver participado da fase de conhecimento.

D) quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença não dependerá

de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.

E) o cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo não poderá em

nenhuma situação admitir o levantamento de depósito em dinheiro ou a prática de atos que importem transferência

de posse ou domínio, pela possibilidade de irreversibilidade dos efeitos de tais atos.

08 (Juiz Substituto – TJ/RO – VUNESP – 2019) Com relação ao cumprimento de sentença, é correto afirmar

que

A) a sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência do pedido, constitui título

executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa,

admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos.

B) são indevidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais não impugnados de cumprimento de

sentença decorrente de ação coletiva movidos em face da Fazenda Pública.

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C) o cumprimento de decisão definitiva que condena ao pagamento de prestação alimentícia se dará no juízo que

decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição ou no juízo do atual domicílio do credor, sendo certo que a intimação

do devedor se dará na pessoa de seu advogado.

D) nas causas de sua competência originária, o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante os tribunais,

podendo o exequente, no entanto, optar pelo juízo do atual domicílio do executado, no juízo do local onde se

encontrarem os bens sujeitos à execução ou no juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou

de não fazer.

E) constitui título executivo judicial a decisão homologatória de autocomposição judicial envolvendo as partes do

processo, e título executivo extrajudicial a decisão homologatória de acordo que envolva sujeito estranho ao

processo ou relação jurídica não deduzida em juízo.

09 (Analista Jurídico – MPE/SP – VUNESP – 2018) Assinale a alternativa correta a respeito do procedimento de

cumprimento da sentença, disciplinado no Código de Processo Civil.

A) A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não

tenha sido deduzida em juízo.

B) A decisão judicial transitada em julgado não poderá ser levada a protesto.

C) A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza é título executivo extrajudicial.

D) O cumprimento da sentença poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que

não tiver participado da fase de conhecimento.

E) Há um procedimento especial e benéfico à Fazenda Pública para o caso de cumprimento de sentença que

impõe ao ente público o pagamento de quantia certa ou a obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa.

10 (Juiz Substituto – TRF 3ª Região – Banca Própria – 2018) No cumprimento de sentença, afigura-se

CORRETO afirmar que:

A) A decisão judicial sujeita a recurso desprovido de efeito suspensivo poderá ser levada a protesto, depois de

transcorrido o prazo para pagamento.

B) É título executivo judicial a decisão homologatória da autocomposição judicial, sendo que essa última pode

versar relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo, desde que se limite aos sujeitos já presentes no

processo.

C) O cumprimento provisório, a ser realizado da mesma forma que o definitivo, corre por iniciativa e

responsabilidade do exequente, e será iniciado mediante prestação de caução.

D) Em se tratando de quantia certa, não ocorrendo o pagamento voluntário no prazo legal, o débito será acrescido

de multa e de honorários advocatícios, ambos no percentual de dez por cento (10%) cada.

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GABARITO

01.D

02.A

03.Certo

04.B

05.Certo

06.C

07.C

08.A

09.A

10.D