stakeholders - ivan ramalho (setembro/outubro - 2011)

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Ivan Ramalho Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece) STAKEHOLDERS O desempenho da corrente de comércio, que deve chegar à marca histórica de US$ 500 bilhões, em 2011, é visto de forma positiva pelo presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho. Ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e com larga experiência na área, ele elogia a distribuição da pauta exportadora do Brasil, o que garante bom desempenho mesmo nas crises mundiais, e desmitifica a relação de importação entre China e Brasil. Publicação TRANSAEX | Venda Proibida Distribuição Dirigida KATARINE ALMEIDA TSX NEWS

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Ivan Ramalho - Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece)

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Page 1: STAKEHOLDERS - Ivan Ramalho (Setembro/Outubro - 2011)

Ivan Ramalho

Presidente da Associação Brasileira

de Empresas de Comércio Exterior

(Abece)

STAKEHOLDERSO desempenho da corrente de comércio, que deve chegar à marca histórica de US$ 500 bilhões, em 2011, é visto de forma positiva pelo presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho. Ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e com larga experiência na área, ele elogia a distribuição da pauta exportadora do Brasil, o que garante bom desempenho mesmo nas crises mundiais, e desmitifica a relação de importação entre China e Brasil.

Publicação TRANSAEX | Venda ProibidaD i s t r i b u i ç ã o D i r i g i d a

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Page 2: STAKEHOLDERS - Ivan Ramalho (Setembro/Outubro - 2011)

TRANSAEX

Atenciosamente,Paulo Eduardo Pinto

DIRETOR CORPORATIVO

Comunicação, credibilidade, governança, comércio interna-cional, pesquisa, transportes, políticas públicas entre outros te-mas compõem nosso encarte STAKEHOLDERS, publicação da TRANSAEX com distribuição dirigida que visa promover o diá-logo entre clientes, parceiros, colaboradores, governo, amigos e for-necedores, enfim nossos stakeholders. Convidamos a todos para uma boa leitura e participação.

DEPOIMENTOS

“A comunicação direta com todos: diretores, gerentes, chefes e demais empregados. Nada de cafezinho ou fazer proselitismo, o

importante é abrir o jogo e tratar com todos.”

Luiz André Rico Vicente - Conselheiro da Ferrous Resources do BrasilSTAKEHOLDERS - abril 2011

“Qualquer empresa bem-sucedida precisa de um nível de controle adequado, senão não sobrevive. As práticas de

governança demonstram isso de uma maneira clara. O cuidado é não ter excesso.”

Constantino de Oliveira Júnior - Presidente da Gol Linhas AéreasSTAKEHOLDERS - agosto 2011

MATRIz: Rua Alagoas , 1000 - Conj 1001 Funcionários - Belo Horizonte / MG - 30130-160Tel: (31) 3232.4252 - www.transaex.com.br

PUBLICAÇÃO TRANSAEX • TSX NEWSSETEMBRO/2011| Venda Proibida

A TSX News é uma publicação da TRANSAEX Comércio Internacional.Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade dos autores e não representam a opinião do informativo ou da TRANSAEX. A reprodução de matérias e artigos somente será permitida se previamente autorizada, por escrito, pela equipe edito-rial, com créditos da fonte. Mais informações: www.transaex.com.br.

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Page 3: STAKEHOLDERS - Ivan Ramalho (Setembro/Outubro - 2011)

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• Que avaliação o senhor faz do desempenho do comércio exterior para o Brasil em 2011?

Este é um ano em que o Brasil vai regis-trar resultados excelentes. A exportação vai passar de US$ 270 bilhões e já está registrando crescimento de 30% o que é um resultado extraordinário. Muitos dizem que há uma participação muito grande de commodity na nossa pauta, mas te-mos de ressaltar que as exportações de manufaturados estão crescendo mais de 20% em um ano como este, em que existe crise de consumo em grandes paí-ses e com o câmbio que vinha carregan-do uma defasagem muito grande. As importações, na sua maioria formada por produtos destinados ao processo produ-tivo brasileiro, estão crescendo cerca de 25%. Neste ano, só 17% das importações são de bens de consumo, os outros 83%, de uma forma ou de outra, estão vincula-dos à produção. A importação é de mui-to boa qualidade e, como é menor que a exportação, garante um superávit da balança comercial entre US$ 22 bilhões e US$ 23 bilhões, resultado bem maior do

que o do ano passado. Pela primeira vez na história, a corrente de comércio vai se aproximar de US$ 500 bilhões.

• Mesmo com esse resultado, há críti-cas quanto à concentração da pauta de exportação. O senhor concorda?

Metade da participação da nossa pauta é de produtos básicos, os outros 50% são de produtos industriais, com aproximada-mente 40% de manufaturados e mais uns 15% de semimanufaturados, que são também industriais. Vejo isso de ma-neira positiva. De modo geral, as pessoas estão preocupadas com a questão da desindustrialização. Mas há uma preocu-pação mais exclusiva com a indústria do que com o todo. O que se faz é apeque-nar o que o Brasil tem de muito positivo. Somos muito competitivos internacional-mente em produtos agrícolas. Diante dis-so, é natural que a agricultura ocupe um lugar muito grande na exportação e no PIB. O Brasil é líder na produção mundial de alimentos, é um grande exportador, é muito competitivo. Não há porque dimi-nuir a importância que isso tem. A partici-

pação da indústria no todo do comércio exterior está em aproximadamente 50%, um percentual considerável.

• Isso beneficia o Brasil em momen-tos de crise?

Sim, porque quando ocorre crise no co-mércio mundial, como essa que está se desenhando agora novamente e como aconteceu em 2008, o produto mais afetado é sempre o industrializado. Se avaliar o desempenho das exportações brasileiras em 2009, nota-se uma queda muito grande nos produtos industriais, mas no total não houve uma queda expressiva porque o Brasil tem a outra metade que é muito menos vulnerável a crises externas. Além disso, o produto agrícola brasileiro movimenta uma ca-deia industrial bem grande.

Ivan Ramalho

“Pela primeira vez na história, a corrente de comércio do Brasil vai se aproximar de US$ 500 bilhões”

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• Também há preocupação com a ampliação de importações chinesas. Como o senhor vê esse cenário?

A performance brasileira está sendo ofus-cada por setores mais preocupados com protecionismo, sobretudo porque está crescendo a importação da China. Criticam muito a China, mas se as impor-tações de lá forem analisadas, tomando por base dados oficiais, há disponíveis os 52 principais produtos importados. Desse total, só nove são de bens de consumo os outros 43, ou seja, a maioria (cerca de 80%), são peças, insumos, equipa-mentos comprados pela indústria. Quer dizer, a importação da China, na verda-de, não substitui a produção nacional, e sim complementa a produção nacional.

Além disso, a China compra do Brasil um valor muito maior do que vende. O Brasil tem com a China um superávit na balan-ça comercial de mais de US$ 5 bilhões.

• Que pontos devem ser priorizados para termos melhores resultados?

É necessário haver facilitação do comér-cio para simplificar e agilizar o processo aduaneiro. Também é preciso reduzir os custos tributários das operações de comércio exterior, ampliar e facilitar as li-nhas de financiamento e fazer melhorias logísticas. Além disso, nos preocupamos com as medidas que vêm sendo toma-das na área de defesa comercial que, em muitos casos, encarecem as impor-tações, buscando defender os interes-

ses da indústria nacional. Mas temos de olhar também para o importador e para o consumidor.

• Qual o reflexo da variação cam-bial sobre o comércio internacional?

Câmbio é um tema muito importante no comércio exterior. Ele determina o comportamento das exportações e das importações. Não dá para saber ainda onde esse movimento vai pa-rar. É difícil prever o que vai acontecer. Para o comércio exterior, a avaliação mais simplista e primeira é que o ex-portador já está tendo uma remunera-ção melhor e o produto importado vai começar a ficar um pouco mais caro para o consumidor.

O crescimento e a estabilização da eco-nomia brasileira trazem o aumento da ati-vidade industrial. Desenvolvem também a exportação e a importação de mer-cadorias. Integrando todo esse processo está a logística, responsável pelo ir e vir de cargas essenciais ao crescimento.

É importante compreender, entretanto que a logística se insere num contex-to mais amplo, extrapolando os limites da simples remoção, armazenagem e transferência de cargas. A cultura do integrador logístico global, responsável por aglutinar as interlocuções com os principais envolvidos da cadeia de for-necimento, orientando-os, fazendo a gestão de todos num objetivo único e que a cada dia ganha mais destaque no mercado nacional, é uma demanda cada vez maior. As empresas inseridas nesse contexto buscam não apenas uma prestação de serviço, mas a inteli-gência da gestão logística.

Quando se faz a gestão logística de projetos de investimento há de se levar em conta não só o embarque, mas todos os elementos que fazem parte desse processo. É preciso um minucio-so planejamento, que mensura riscos e avalia todos os prós e os contras da operação, analisando cada detalhe até o destino final, avaliando todas as possibilidades de otimização do tem-po e dos recursos disponíveis, conside-rando sempre a garantia da integrida-de física dos produtos.

O planejamento responde pela geração de economia e pela contenção de cus-tos. Com toda a operação organizada, a carga não fica ociosa, não há atraso de montagem dos equipamentos nem gastos com diárias de transporte. É preci-so produzir e distribuir toda a informação, municiando os extremos participantes do processo com dados e pareceres atualizados e confiáveis.

Além da competitividade no custo do transporte, a gestão antecipada e mu-niciada de informações detalhadas da carga na origem, aliada ao conheci-mento do potencial de carregamento no porto e dos limitadores de descarga nos pontos de destino, também permite a criação de um sistema de transporte regular, que considera a mínima existên-cia de veículos subutilizados.

O trâmite gerado pelos processos que envolvem o comércio internacional é complexo, extenso e requer muito co-nhecimento e expertise. Faz-se necessá-rio obter absoluta propriedade das várias regras, legislações e culturas envolvidas para que o processo se dê de forma mais ágil e eficiente. No mercado, poucas em-presas estão capacitadas a atender a esta demanda. É necessário cautela na contratação, para que, em meio às tan-tas etapas e critérios, não se perca opor-tunidades e, muito menos, investimentos.

ARTIGO

Flávio Leite, diretor daTransaex Comércio Internacional

A complexa logística do comércio internacional

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