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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Diversidade dos vírus e dos reinos

Monera, Protista e Fungi

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ORGANIZAÇÃO: EDIÇÃO DE CONTEÚDO:

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EDIÇÃO DE ARTE:ILUSTRAÇÕES:

PROJETO GRÁFICO:EDITORAÇÃO:

CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyAugusto Adolfo BorbaCarla MoralesLuciane LazariniShirlei França dos SantosLúcia Burzynski BialliTatiane Esmanhotto KaminskiIlma Elizabete RodenbuschAngela Giseli de SouzaAngela Giseli / Divo / Eduardo Borges / Jack Art / Luis MouraO2 ComunicaçãoBettina Toedter Pospissil / Expressão DigitalP. Imagens/Carlos Renato Fernandes; © iStockphoto.com/ktsimage; © Shutterstock/Leigh Prather; © Shutterstock/Mopic; © Shutterstock/serg_dibrova; © Wikimedia/Luc ViatourEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

Neste livro, você encontra ícones com códigos de acesso aos conteúdos digitais. Veja o exemplo:

Acesse o Portal e digite o código na Pesquisa Escolar.

@BIO826Principais

características

da drenagem

linfática

@BIO826

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

B726 Borba, Augusto Adolfo.

Ensino médio : modular : biologia : diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi / Augusto Adolfo Borba ; ilustrações Angela Giseli ... [ et al.]. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7065-3 (livro do aluno)

ISBN 978-85-385-7066-0 (livro do professor)

1. Biologia. 2. Ensino médio – Currículos. I. Giseli, Angela. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Diversidade dos vírus

Unidade 2: Reino Monera: organismos procariontes

Unidade 3: Reino Protista (Protoctista): protozoários e algas

Unidade 4: Reino Fungi: fungos

Características dos vírus 6

Replicação viral 7

Doenças virais 9

Estrutura bacteriana 17

Fisiologia das bactérias 18

Doenças bacterianas 21

Cianobactérias 22

Armas biológicas 23

Protozoários 29

Sistemática dos protozoários 29

Fisiologia dos protozoários 30

Protozooses: doenças causadas por protozoários 32

Algas 39

Sistemática das algas 39

Importância das algas 42

Características gerais dos fungos 47

Fisiologia dos fungos 48

Sistemática dos fungos 48

Reprodução dos fungos 51

Doenças causadas por fungos 52

Liquens 53

Micorrizas 53

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Fora de escala numérica

Imagem ampliada

Representação artística

Formas em proporção

Escala numérica

Imagem microscópica

Coloração artificial

Coloração semelhante ao natural

Fora de proporção

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As sementes da grande descoberta estão constantemente flutuando

ao nosso redor, mas apenas criam raízes nas mentes mais bem

preparadas para recebê-las.

Joseph Henry

Diversidade do vírus1

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi4

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“A genética ajuda a esclarecer o passado”

O médico infectologista Stefan Cunha Ujvari conta como o estudo dos micro-organismos pode contribuir para a pesquisa histórica

[...] Em 2008, Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo, decidiu reunir as descobertas de vários trabalhos do gênero em um livro voltado para o grande público. Assim nasceu A história da humanidade contada pelos vírus. [...] Nesta entrevista à História Viva, Ujvari conta como o DNA está se tornando uma nova fonte para o estudo do passado. História Viva – Como a infectologia contribui para a pesquisa histórica? Stefan Cunha Ujvari – O estudo do material genético de micro-organismos ajuda a esclarecer o que aconteceu no passado. Um exemplo é a peste de Atenas, que castigou a cidade em 430 a.C. Há muito tempo os historiadores debatem a natureza dessa doença. Alguns achavam que era varíola, outros falavam em sarampo ou diarreia. Pensou--se até em ebola. O mistério só foi desvendado na déca-da de 1990, quando arqueólogos descobriram uma vala coletiva da época da peste. Eles quebraram a polpa do dente de algumas ossadas para ver se a bactéria causadora da epidemia tinha parado ali – porque, quando a pessoa morre, todo o organismo se decompõe, mas o dente fica preservado – e encontraram o DNA da Salmonella typhi, bactéria causadora da febre tifoide presente em água e alimentos contaminados. [...]História Viva – E quanto ao choque biológico que marcou a chegada dos europeus ao Novo Mundo? Ujvari – As versões dos vírus do sarampo, da varíola e da gripe que afetam o homem se originaram na Ásia, da domesticação, respectivamente, do gado, de camelos e roedores, e de aves e porcos. Mais tarde, essas doenças foram levadas para a Europa pelo Império Romano. Ou seja: todos esses vírus surgiram no Velho Mundo. Quando os europeus vieram para a América, eles trouxeram essa tríade. Sarampo, varíola e gripe foram as três enfermida-des que mataram mais de 50% da população indígena. Mas não foram só os europeus que trouxeram doenças. Há indícios de que a sífilis foi levada da América para o Velho Mundo, já que ela apareceu na Europa em 1494, logo depois do retorno de Colombo. Um estudo recente

realizado por médicos canadenses identificou uma popula-ção indígena da Guiana que tinha lesões de pele causadas por uma bactéria muito parecida com a da sífilis. Essa descoberta os levou a achar que esse micro-organismo sofreu uma mutação e deu origem à bactéria da sífilis. Tudo indica, portanto, que se trata de um micro-organismo que se desenvolveu na América. História Viva – A origem do sarampo, da varíola e da gripe mostra como a ação do homem mudou a configuração dos micro-organismos. Quais foram os principais períodos da história em que isso aconteceu? Ujvari – Um deles foi a domesticação dos animais. Ao aglomerar certas espécies, você cria condições para os vírus de cada uma delas circular entre as demais. Quando o homem se tornou sedentário, ele passou a não mais deixar seus dejetos para trás, como acontecia quando era nômade. Os humanos passaram a viver em torno de rios, riachos e represas que recebiam os seus dejetos, e assim apareceram as diarreias infecciosas, transmitidas pela água contaminada. [...] Outro momento importante foi o das grandes navegações, quando os europeus levaram doenças como sarampo e varíola para regiões mais dis-tantes, como a América e Oceania, exterminando parte das populações nativas. [...]História Viva – Qual foi o impacto das grandes trans-formações trazidas pelo século XX na proliferação dos micro-organismos? Ujvari – Um dos impactos foi a aglomeração de animais. A gripe suína de 2009 surgiu por causa da inundação de porcos domesticados, que têm o seu vírus influenza e muitas vezes moram junto com o homem e com aves de criação. Com isso, o vírus influenza de cada espécie circulou entre as outras duas. Se um porco recebe o vírus da ave e do homem ao mesmo tempo, esses dois vírus podem misturar o material genético e formar um novo, mais poderoso. Então, a receita para nascer um novo vírus influenza é o aumento de porcos, aves e homens convivendo no mesmo espaço. [...]

UJVARI, Stefan Cunha. A genética ajuda a esclarecer o passaso. História viva, São Paulo, ano 8, n. 91, p. 16-18, maio 2011. Entrevista concedida a Bruno Fiuza.

Ensino Médio | Modular 5

BIOLOGIA

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De acordo com as informações do texto, responda:

a) De que maneira os estudos genéticos auxiliam a desvendar os mistérios do passado?

b) De que forma os vírus de doenças como varíola, sarampo e gripe se espalharam entre os diferentes povos ao longo da história?

c) Por que as populações nativas foram as mais afetadas por essas doenças?

d) Qual é a relação do sedentarismo com as diarreias infecciosas?

e) Que fatores possibilitaram o surgimento da gripe (Influenza A-H1N1)?

Características dos vírus

A palavra vírus origina-se do latim e significa “toxina” ou “veneno”. Até 1880, os pesquisadores sabiam da existência de dois tipos de agentes infecciosos no organis-

mo humano. Um desses agentes eram as bactérias, consideradas micro-organismos infecciosos com grande capacidade de multiplicação. Esses seres podiam ser visualizados por meio dos microscópios existentes na época. O outro agente infeccioso era conhecido como “veneno químico”, pois, em razão de seu reduzido tamanho, não podia ser visualizado. Os pesquisadores apenas sabiam que esse veneno se multiplicava e desconheciam sua composição estrutural.

A estrutura dos vírus só começou a ser compreendida quando os bacteriófagos (“comedores de bactérias”) foram descobertos, independentemente, pelo inglês Frederick Twort, em 1915, e pelo cana-dense Félix D'Herelle, em 1917. O estudo mais detalhado da estrutura viral ocorreu após a descoberta da microscopia eletrônica, em 1930. Como são extremamente pequenos, medindo entre 10 nm e 300 nm (cada nanometro equivale a um milionésimo de milímetro), não podem ser vistos ao microscópio de luz (óptico).

A estrutura viral é muito simples. Consiste basicamente em uma cápsula proteica denominada capsídeo e um ácido nucleico que forma o genoma viral. O conjunto capsídeo mais ácido nucleico forma o nucleocapsídeo.

De modo geral, os vírus apresentam o genoma constituído de DNA ou RNA; entretanto, já foram descobertos vírus com ambos – DNA e RNA.

A descoberta

dos vírus

@BIO904

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi6

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Estrutura do vírus bacteriófago

Replicação viral

A reprodução viral denomina-se replicação, pois não há aumento do volume do vírus para sua posterior divisão, como ocorre com os organismos celulares.

Para a formação de novos vírus, deve ocorrer a repli-cação (duplicação) do ácido nucleico viral e a síntese das proteínas que formam o capsídeo. Tudo isso depende dos mecanismos de células hospedeiras vivas, pois, como os vírus não apresentam estrutura celular, precisam invadir células hospedeiras para se replicar. Com isso, utilizam os ribosso-mos e as enzimas das células parasitadas para a formação de novas proteínas que produzem cópias virais. Cada tipo de vírus exerce parasitismo em determinados tipos de células, dependendo da proteína que forma o envoltório viral.

Quando estão fora das células, os vírus parecem peque-nos cristais. Nessa forma, são conhecidos como vírions, podendo permanecer assim por muito tempo até encontrarem uma célula para a montagem de novas cópias.

Embora os mecanismos de replicação possam variar de acordo com a estrutura viral, certos princípios são seme-lhantes. O primeiro passo no ciclo de infecção é aquele em que o vírion se adere à superfície da célula hospedeira. Em seguida, injeta o ácido nucleico no interior da célula, enquanto o capsídeo permanece fora. Raramente, os vírus penetram completamente na célula. Se isso ocorrer, como no

Seguem as principais características virais: Não apresentam constituição celular (acelulares).

Não têm metabolismo próprio.

São parasitas intracelulares obrigatórios.

Têm especificidade celular, parasitando determina-das células de um organismo ou seres unicelulares específicos.

A maioria apresenta o genoma constituído de DNA ou RNA.

Certos vírus são formados apenas pelo nucleocapsídeo, como o vírus do mosaico do tabaco, que parasita as folhas do fumo. Outros podem ser envolvidos por lipídios, carboidratos e proteínas, formando um envoltório (envelope) que tem a constituição semelhante à membrana celular da célula parasitada. Esse envoltório possibilita a identificação das células que o vírus pode parasitar, facilitando a interação com a membrana celular para que ocorra a penetração do genoma viral.

caso dos vírus das gripes, os quais sofrem endocitose, verifica-se uma terceira eta-pa, denominada desenvelopamento. Desse modo, o ácido nucleico pode ser liberado do capsídeo.

Para compreender a replicação viral, veremos como ocor-re esse processo com o vírus bacteriófago, conhecido como “fago T”, parasita da bactéria intestinal Escherichia coli. Esse vírus tem uma cápsula proteica com duas regiões. Uma delas denomina-se cabeça, tem forma poligonal e delimita o DNA viral, já a outra se chama cauda, tem forma cilíndrica e fibras proteicas nas extremidades.

Ilust

raçõ

es: D

ivo.

201

2. 3

D.

A estrutura do vírus HIV é constituída de envelope externo, RNA e proteínas

Funções das

proteínas que

compõem o

capsídeo

@BIO902

Etapas da

replicação viral

@BIO906

Ensino Médio | Modular 7

BIOLOGIA

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O vírus bacteriófago pode realizar dois ciclos de repli-cação: ciclo lítico e ciclo lisogênico. O início dos dois ciclos é o mesmo, pois, ao entrar em contato com a bactéria, o vírion do bacteriófago se adere à parede celular bacteriana por meio de proteínas existentes nas fibras de sua cauda.

Sem essa aderência, os vírus não podem infectar as células hospedeiras. Após a ativação das enzimas da cauda, a parede da célula bacteriana é perfurada e o DNA do bacteriófago é injetado no citoplasma. Depois disso, os dois ciclos se diferenciam.

Ciclo lítico do vírus bacteriófago

Ciclo líticoUma vez no interior da bactéria, o DNA do bacteriófago é transcrito em RNA (mensageiro) e traduzido

em proteínas virais. Isso ocorre porque as enzimas de transcrição e tradução da bactéria não distinguem os genes do invasor de seus próprios genes. As primeiras proteínas virais formadas induzem a replicação do DNA viral, ao mesmo tempo que interrompem a atividade metabólica bacteriana, pois o funcionamento do cromossomo bacteriano é inibido. Em poucos minutos, a bactéria está totalmente controlada pelo bacteriófago.

Em seguida, as proteínas virais constituintes das cabeças e caudas são montadas, formando vírions completos. Cerca de 30 minutos após a entrada de um único fago invasor, a célula hospedeira encontra-se repleta de partículas virais. Nesse momento, são produzidas enzimas que iniciam a destruição ou lise (do grego lysis, dissolução) da parede bacteriana, que se rompe e libera centenas de vírions completos. Assim, podem infectar outras bactérias, reiniciando o ciclo viral.

Ciclo lisogênicoNo ciclo lisogênico (do grego lysis, dissolução, e gen, gerar), o DNA viral se incorpora ao cromossomo bac-

teriano sem interromper a atividade da bactéria. Desse modo, quando a bactéria se reproduz (assexuadamente), ocorre a formação de duas novas células que apresentam o DNA viral incorporado e inativo. No entanto, esse DNA invasor pode se manifestar, separando-se do cromossomo bacteriano e iniciando, assim, o ciclo lítico.

O ciclo lisogênico ocorre com os vírus causadores do herpes (incluindo o citomegalovírus), AIDS e hepatite C, que podem permanecer incubados no hospedeiro em um estado de latência ou inatividade.

Quando o organismo sofre uma diminuição da imunidade ou está sob efeito de mutações provocadas por agentes químicos ou físicos (radiações), os vírus causadores dessas doenças podem se desprender do DNA celular e se comportarem como no ciclo lítico. Esse fato também ocorre no ciclo do bacteriófago, que pode ser lisogênico e lítico.

Edua

rdo

Borg

es. 2

012.

Dig

ital.

No ciclo lisogênico, as células invadidas mantêm o ácido nucleico viral inativo e não o reconhecem como um agente estranho

Mecanismo

de ação dos

bacteriófagos

(ciclo lítico)

@BIO700

Ação do DNA

viral dentro

da célula

hospedeira

@BIO670

Ação do

DNA viral

combinado

com o DNA

da célula

hospedeira

@BIO540

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi8

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Doenças virais

Diversas doenças infecciosas são causadas por vírus. A transmissão viral pode ocorrer pelo ar, por contato direto (gotículas de saliva ou muco e sangue) e indireto (utensílios, água, alimentos conta-minados, picada de insetos ou mordida de animais). Cada virose apresenta um conjunto de sintomas característicos e muitos desses vírus têm grande virulência. No Brasil, existem vacinas contra diversas viroses, entre elas poliomielite, hepatites (A e B), sarampo, rubéola, caxumba, gripes, etc. Virulência é

a capacidade patogênica

de um micro--organismo

(viral ou bacteriano), medida pela mortalidade

que ele produz e/ou

por seu poder de invadir tecidos do

hospedeiro.

Exemplos das principais doenças causadas por vírus

Virose Contágio Características

Varicela(catapora)

Contato direto, saliva e objetos con-taminados.

Febre alta, falta de apetite, náuseas, manchas avermelhadas. A imunidade reduzida pode fazer com que vírus latentes se manifestem, causando febre forte, dores no corpo e vermelhidão na pele. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

DenguePicada de mosquitos do gênero Aedes (vetores).

Inflamação do endotélio (tecido epitelial dos vasos sanguíneos), causando um consumo exagerado de plaquetas. A falta das plaquetas interfere no processo de coagulação e o organismo pode apresentar hemorragias. Provoca febres, náuseas, cefaleia, vômito, dores musculares e hemorragias nos casos mais graves. Não há vacinas. Devem-se evitar os focos de água parada, que atuam como criadouros dos mosquitos vetores.

Febre Amarela

Picada dos mosquitos do gênero Aedes (febre amarela urbana) ou Haemogogus (febre amarela silvestre).

Febre alta, cefaleia, vômitos. O vírus atinge a cor-rente sanguínea e chega ao fígado, rins ou baço, causando erupção na pele, náuseas e hemorra-gias nos órgãos. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Gripe (Influenza)

Gotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala.

Disfunções respiratórias, febre alta, dores no cor-po, cefaleia, náusea, vômito. Vacinação contra os grupos principais de vírus.

Caxumba(parotidite)

Contato direto, gotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala.

Dor de cabeça, calafrios, falta de apetite, mal- -estar, febre, inchaço das glândulas salivares pa-rótidas. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

SarampoGotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala.

Febre alta, tosse seca, conjuntivite, erupções na pele. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Raiva(hidrofobia)

Mordida de animais infectados (cães, morcegos).

Afeta o sistema nervoso periférico e pode atingir o sistema nervoso central. A vacinação antirrábica anual de cães e gatos a partir de três meses de idade é o principal mecanismo de prevenção. A utilização de vacina na prevenção da raiva humana abrange a profilaxia pré-exposição (vacinação preventiva) e a profilaxia pós-exposição (vacinação curativa).

RubéolaGotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala. Pode ser transmitida via congênita.

Manchas avermelhadas na pele, febre, mal-estar, dor muscular e articular, conjuntivite. A forma congênita pode provocar más-formações fetais, principalmente até o terceiro mês de gestação. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Principais

características

das doenças

virais

@BIO543

Ensino Médio | Modular 9

BIOLOGIA

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PoliomieliteTransmissão fecal-oral, objetos con-taminados por fezes.

Afetam o sistema nervoso, causando paralisia e atrofia da musculatura das pernas (mais comum) e braços. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Condiloma acuminado(verrugas genitais)

Doença sexualmente transmis-sível (DST). Existe a possibilida-de de contaminação por meio de objetos, como toalhas, roupas íntimas, vasos sanitários ou banheiras.

Papilomavírus humano que provoca a formação de verrugas nas regiões genital e anal. É o maior causador de câncer do colo uterino. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Hepatite AGotículas de muco, saliva e contami-nação fecal de água e outros objetos.

Afeta o fígado, provocando mal-estar, fraqueza, náu-sea, dores abdominais, urina escura, pele amarelada. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Rotavirose

Transmissão pela via fecal-oral do rotavírus ou por secreções respirató-rias de pessoas infectadas. A água e os alimentos contaminados também podem ser fontes de transmissão.

Vômito, diarreias com intensa desidratação, febre alta e dores abdominais. A profilaxia ocorre por meio da vacinação.

Herpes I e II

A transmissão ocorre por meio do contato direto com pessoas contami-nadas, principalmente quando as feri-das estão na fase de manifestação da doença, ou por contato sexual (DST).

Há dois tipos básicos de herpes: tipo I e tipo II. O herpes tipo I caracteriza-se por pequenas bolhas que formam feridas na pele ou nos lábios. O herpes II é uma doença sexualmente transmissível, que causa a formação de feridas na região genital e anal. As medidas preventivas são o tratamento dos doentes e o não contato com pessoas contaminadas.

A Influenza pandêmica, conhecida como gripe “A”, é uma patologia causada por uma variedade do vírus Influenza responsável pela gripe comum. Existem três tipos de vírus causadores da gripe comum: tipos A, B e C. O tipo A subdivide-se em vários tipos (H1N1, H2N2 e H3N2) responsáveis por grandes epidemias no mundo. Os tipos mais comuns em humanos, responsáveis pela chamada gripe sazonal, são os subtipos B e C. As principais formas de contágio em seres humanos são: o contato direto com secreções infectadas presentes no ar, na água, nos alimentos e utensílios contaminados. Por isso, é importante a assepsia das mãos com álcool (70%), o que diminui a probabilidade de transmissão. Nesse caso, o álcool destrói o envelope lipoproteico do vírus. Acesse seu livro digital para ver um esquema sobre infecção causada por um vírus Influenza tipo A.

Evolução do vírus do câncerA sociedade Americana de Câncer estima que 17% de todos os casos de câncer no país – mais de 1,8 milhão por

ano – sejam causados por vírus e outros agentes infecciosos. Os cientistas estudam a evolução desses patógenos para descobrir pistas para combatê-los. Um deles é o papilomavírus humano, responsável pela maioria do meio milhão de casos de câncer de colo de útero diagnosticados a cada ano. Os vírus podem fazer as células hospedeiras se dividirem até muito depois de as células normais pararem e as impede de reparar mutações em seu DNA.

Cientistas reconstruíram parte da história evolutiva do vírus pelo sequenciamento e comparação dos genomas de centenas de diferentes tipos de vírus. Os papilomavírus, que formam uma grande família, são encontrados na maioria dos vertebrados, nos quais geralmente produzem apenas verrugas e outros tumores benignos. Quando o Homo sapiens emergiu – há cerca de 200 mil anos, na África – nossos ancestrais já portavam várias cepas que poderiam infectar a espécie humana e nenhum outro animal, entre as quais estavam os tipos causadores de câncer.

O vírus

Influenza

tipo A

@BIO967

Sintomas da

hepatite viral

e principais

cuidados

@BIO466

Infecção e

sintomas da

poliomielite

@BIO589

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi10

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Esquema de infecção pelo HPV e o processo cancerígeno provocado pelo vírus

De acordo com o texto e seus conhecimentos, responda:

a) Pode-se afirmar que houve um processo de coevolução entre o papilomavírus (HPV) e os seres humanos? Justifique.

b) Por que o HPV e muitos outros vírus são causadores de câncer?

Os antibióticos não combatem os vírus. Alguns tipos de remédios servem apenas para tratar os sintomas das infecções virais. Já as vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus.

Depois de cerca de 100 mil anos, o Homo sapiens saiu da África e se espalhou por outros continentes, levando os vírus com ele. À medida que as populações humanas se isolaram umas das outras, o mesmo ocorreu com seus papilomavírus. Consequentemente, a genealogia dos papilomavírus humanos reflete a genealogia humana. [...]

ZIMMER, Carl. Pistas evolutivas do câncer. Scientific American Brasil, São Paulo, n. 43, p. 35, set. 2011. (Edição especial).

AIDS: a deficiência da imunidadeA AIDS (acquired immunodeficiency syndrome), também conhecida por SIDA (Síndrome da

imunodeficiência adquirida), é provocada por dois tipos de vírus HIV (Human immunodeficiency vírus): HIV I e HIV II. Esses dois vírus têm diversos subtipos mutantes e, por isso, existe uma grande dificuldade na produção de vacinas.

ContágioPelo fato de o vírus HIV se encontrar no sangue, no sêmen (esperma), no fluido vaginal e na

linfa, sua transmissão pode ocorrer durante as relações sexuais (sem proteção), o uso de seringa ou material cirúrgico contaminados pelos vírus e nas transfusões sanguíneas contaminadas pelo HIV. Quando a mãe é portadora, também pode ocorrer a passagem do vírus na fase intrauterina ou durante a amamentação.

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rdo

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Vias de

transmissão

do vírus HIV

@BIO733

BIOLOGIA

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Ciclo de replicação do HIV no interior do linfócito T4 (CD4)

Para saber se um indivíduo é soropositivo, ou seja, portador do vírus, é preciso fazer o exame anti-HIV. Esse exame detecta a presença de anticorpos no sangue. No entanto, deve-se destacar que a produção dos anticorpos necessários para a detecção nos exames pode demorar entre 25 e 30 dias (na grande maioria dos casos) após o contato com o vírus HIV. Existem casos em que a detecção ocorre em três meses. Esse período denomina-se janela imunológica e, por isso, a pessoa suspeita não pode realizar transfusão sanguínea. Esses exames são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Embora possa não manifestar nenhuma doença, o portador pode transmitir o vírus e, por isso, deve ser orientado para evitar a contaminação de outras pessoas.

Ciclo do HIVAo infectar a célula hospedeira (linfócito T4 ou CD4), o envelope desse vírus liga-se à membrana celular,

possibilitando a entrada do capsídeo viral no interior da célula parasitada. Dentro do citoplasma, o RNA viral é liberado com suas enzimas: transcriptase reversa e integrase. A primeira permite a transformação do RNA viral em um DNA viral no citoplasma; esse DNA passa para o núcleo e, auxiliado pela integrase, liga-se ao cromossomo do linfócito T4 (CD4). Uma vez integrado ao genoma da célula hospedeira, os genes do HIV passam a comandar o processo de síntese proteica e de formação de novas moléculas de RNA.

Durante essa etapa, uma nova proteína viral é sintetizada: a protease viral. Essa enzima tem a função de unir as proteínas do capsídeo viral que estão sendo produzidas. Essas novas proteínas envolvem o novo material genético, montando os vírus-filhos. Por último, à medida que são liberados, os novos vírus são envolvidos por um pedaço de membrana da célula hospedeira, que constitui seus envelopes.

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3D

.

Ciclo de

infecção

do HIV

@BIO944

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi12

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ComplicaçõesApós a transmissão, o vírus HIV parasita principalmente o linfócito T4 (CD4). Essas células produzem subs-

tâncias denominadas interleucinas, as quais estimulam os linfócitos B a se transformarem em plasmócitos, que, por sua vez, são as células que iniciam a produção de anticorpos (proteínas de defesa). Como os vírus são replicados no interior dos linfócitos T4 e, consequentemente, essas células são destruídas, todo o processo de imunização é interrompido. Com a diminuição na produção dos anticorpos, o sistema imunológico torna-se deficiente. Com isso, vários tipos de micro-organismos patogênicos podem se instalar no organismo imuno-logicamente suprimido. Isso possibilita o surgimento de doenças oportunistas, como tuberculose, candidíase, herpes simples, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer de pele), linfoadenopatias, pneumonia, etc.

TratamentoNão existe cura para a AIDS; no entanto, o tratamento dos indivíduos soropositivos é feito com base

em substâncias inibidoras das enzimas que permitem a replicação viral. Entre esses inibidores, existem os medicamentos AZT, 3TC, etc., que impedem a enzima transcriptase reversa de copiar moléculas de DNA a partir de moléculas de RNA. Essa cópia reversa caracteriza os retrovírus. Além desses, existem os inibidores de protease. Essa enzima possibilita o amadurecimento do HIV na fase final do ciclo.

Por causa das mutações virais, existe uma grande dificuldade na produção de vacinas contra o vírus HIV. Ao ser vacinado, o organismo passa a produzir anticorpos específicos contra determinado subtipo viral. Com as constantes mutações do HIV, os anticorpos não respondem adequadamente e, assim, os vírus conseguem se instalar nos linfócitos T4, reduzindo a defesa imunitária.

1. (UFRJ) O HPV (papiloma vírus humano) é um vírus sexualmente transmitido, causador do aparecimen-to de verrugas genitais em homens e mulheres. A infecção pelo HPV em mulheres está diretamente relacionada à incidência de um tipo de câncer que pode ser diagnosticado precocemente por meio de um teste histológico simples e barato, o teste de Papanicolau. Após a puberdade, esse teste é reali-zado regularmente pela maioria das mulheres em países ricos, o que não ocorre nos países pobres. Um resultado positivo no teste permite tratamento precoce e é importante para que as mulheres pos-sam evitar a transmissão posterior do HPV.

Progressão

e sintomas

da AIDS

@BIO621

Prevenção

contra o

vírus HIV

@BIO647

O gráfico anterior mostra a incidência de três tipos de câncer em mulheres de países ricos e pobres.

a) Identifique o tipo de câncer causado por infec-ção pelo HPV. Justifique sua resposta.

b) Indique um método eficaz para evitar a trans-missão do HPV por indivíduos sexualmente ativos. Justifique sua resposta.

2. Interessado no processo de replicação viral, um microbiologista preparou um meio de cultura esterilizado e com diversos nutrientes. Ao fazer a inoculação dos vírus, o microbiologista verifi-cou que não houve replicação viral no meio de cultura. Explique o motivo.

3. (UNIFEI – MG) A campanha nacional contra a rubéola bateu recorde histórico de pessoas vaci-nadas, principalmente por trazer inovações para atingir o público, como vacinar em estádios, ro-deios, praças, praias e outros lugares com muito fluxo, especialmente de homens, que são histori-camente resistentes à vacinação. Assinale a alter-nativa incorreta:

Ensino Médio | Modular 13

BIOLOGIA

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a) A rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus que acomete crianças e adultos, ca-racterizada, quando presentes, por sintomas como febre, dores nos músculos e articula-ções, manchas tipo “urticária” na pele e au-mento de gânglios linfáticos.

b) Os vírus não se ajustam bem a nenhuma das categorias tradicionais em que os seres vivos se distribuem. Sabe-se que são desprovidos de es-trutura celular, constituídos apenas por genes e proteínas. Exemplos de outras doenças virais são sarampo, tétano, poliomielite e coqueluche.

c) A rubéola pode tornar-se potencialmente grave quando acomete mulheres grávidas, pois pode causar malformações no feto, sobretudo quan-do contamina gestantes no início da gravidez.

d) A rubéola é adquirida por meio da inalação de gotículas de secreção nasal de pessoas contami-nadas que contêm o vírus ou por via sanguínea, no caso do feto, a partir da mãe grávida.

4. A imagem a seguir mostra o ciclo de replicação do vírus HIV, considerado um retrovírus.

Para que os indivíduos portadores de HIV pos-sam realizar o tratamento, é administrado um coquetel de medicamentos que, além de inibir a ação da enzima transcriptase reversa, tem inibi-dores de proteases.

Como os medicamentos que inibem a atividade das proteases atuam nas pessoas portadoras do vírus HIV?

5. (UNIR – RO) Algumas doenças sexualmente trans-missíveis (DST) podem ser prevenidas por meio de vacinas além da proteção por preservativos, por exemplo, o HPV, que é a doença viral sexualmente transmissível mais comum. O HPV é causador:

a) do câncer de útero; b) da candidíase;

c) do melanoma; d) da AIDS;

e) da sífilis.

6. (UFT – TO) Avalie a figura abaixo e marque a al-ternativa que apresenta a sequência correta.

1. A figura representa os ciclos lítico e lisogênico de um vírus.

2. O ciclo lítico está representado em I.

3. No ciclo lisogênico o DNA viral é incorporado ao DNA da célula hospedeira.

4. O ciclo lítico não está relacionado com o rom-pimento da célula hospedeira.

5. O ciclo lisogênico sempre resulta em morte da célula hospedeira.

a) 1-V, 2-V, 3-F, 4-F, 5-V.

b) 1-V, 2-V, 3-F, 4-F, 5-F.

c) 1-V, 2-V, 3-V, 4-V, 5-V.

d) 1-V, 2-F, 3-F, 4-F, 5-V.

e) 1-V, 2-V, 3-V, 4-F, 5-F.

7. A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se constitui num dos principais problemas de saúde pública exis-tentes no mundo, exceto nos países da Europa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 e 100 milhões de pessoas são infec-tadas por ano por pelo menos uma das variações do vírus. Sobre esse tema, analise as proposições a seguir e coloque verdadeiro (V) ou falso (F).

( ) Depois de curada, uma pessoa que contraiu a dengue fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda po-derá ser contaminada por outras formas do vírus da dengue.

( ) A dengue hemorrágica pode ocorrer mes-mo na primeira vez em que o indivíduo contraiu a doença.

( ) A maneira mais importante de combater a epidemia é uma ampla campanha edu-cativa sobre o hábitat do mosquito Aedes aegypti e a responsabilidade de cada um neste combate.

( ) O ovo do Aedes aegypti pode permanecer vivo em ambiente seco por quase um ano.

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi14

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Se, neste período, ele entrar em contato com água, poderá originar uma larva; por isso, o controle do mosquito é tão impor-tante no controle da dengue.

( ) O mosquito põe seus ovos em águas pa-radas e limpas; por isso, o maior risco de propagação da doença é o acúmulo de lixo nas grandes cidades, onde garrafas aber-tas, pneus e outros objetos que acumulam água são os principais vilões.

8. (IFSC) Com base na imagem abaixo e nos seus co-nhecimentos, assinale a alternativa que apresentar corretamente o principal meio de transmissão, bem como, os principais sintomas da febre amarela.

Disponível em: <http://caouivador.wordprees.com/2008/01/25/ a-febre-amarela-me-pegou>. Acesso em: 31 ago. 2009.

a) Picada de mosquitos do gênero Culex; febre, moleza, dores musculares, cefaleia, náusea, vômito e diarreia.

b) Picada do mosquito do gênero Aedes; febre alta, infecções, cefaleia, vômitos, calafrios e hemorragia.

c) Gotículas de secreção expelidas pelas vias respi-ratórias; problemas respiratórios, febre, dores no corpo, cefaleia, anorexia, náusea e vômito.

d) Fecal-oral, objetos contaminados por fezes; paralisia muscular nos casos mais graves.

e) Sangue, relação sexual, drogas injetáveis, líquor; febre, moleza, dores musculares, cefaleia, náu-sea, vômito e diarreia.

9. (IFSP) O Ministério da Saúde divulgou, em 25/07/2010, que o Brasil registrou, em 2009, um total de 1 632 óbitos causados pelo vírus H1N1, contra 71 óbitos, pelo mesmo vírus, no primeiro semestre de 2010. Essa considerável diminuição está provavelmente associada ao sucesso das me-didas preventivas utilizadas contra este agente.

<http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO> NOTI-CIA=11562, acessado em agosto de 2010.

Assinale a alternativa que explica corretamente o sucesso das medidas utilizadas pelo Ministério da Saúde para a redução dos casos associados ao H1N1 no Brasil.

a) As campanhas de prevenção garantiram a imunização dos grupos de risco através de vacinas com anticorpos específicos contra os antígenos do vírus H1N1.

b) A prevenção contra infecções pelo vírus H1N1 está associada à determinação do Ministério sobre a restrição do consumo de carne suína crua ou mal cozida.

c) A redução dos casos de óbitos pelo H1N1 está relacionada às campanhas de prevenção com vacinas contendo antígenos específicos do vírus.

d) As campanhas de prevenção se caracterizaram pela distribuição de soros terapêuticos con-tendo antígenos específicos do vírus H1N1.

e) A diminuição dos casos de infecção pelo vírus H1N1 deve-se ao tratamento dos indivíduos infectados, com antibióticos específicos.

10. (ENEM) Estima-se que haja atualmente no mun-do 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continuam crescendo, principal-mente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certa-mente seria um marco na história planetária e também uma esperança para as populações ca-rentes de tratamento antiviral e de acompanha-mento médico.TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra AIDS: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009. (Adaptado).

Uma vacina eficiente contra o HIV deveria

a) induzir a imunidade, para proteger o organis-mo da contaminação viral;

b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas pro-tetoras;

c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do organismo humano;

d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do vírus para os seres humanos;

e) estimular a imunidade, minimizando a trans-missão do vírus por gotículas de saliva.

Ensino Médio | Modular 15

BIOLOGIA

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Superbactérias

Nas últimas décadas, o mundo tem testemunhado uma grande proliferação de bactérias patogênicas, envolvidas em uma variedade de doenças, que apresentam resistência a múltiplos antibióticos. O termo superbactérias, muito usado atualmente, refere-se a bactérias que acumularam vários genes determinantes de resistência, a ponto de se tornarem refratárias a, praticamente, todos os antimicrobianos utilizados nos tratamentos médicos, deixando clínicos e cirurgiões sem muitas opções para combater as infecções. Sem dúvida, um dos mais importantes fatores envolvidos na proliferação de superbactérias é a ampla utilização de antibióticos no ambiente hospitalar, na população extra-hospitalar (comunitária) e na agropecuária.

[...]As superbactérias têm surgido a partir de diversas espécies ou grupos de micro-organismos, alguns dos quais podem

ser encontrados normalmente em nosso corpo (na pele e nos intestinos, por exemplo). Entre as espécies mais associa-das à resistência a antimicrobianos estão Staphylococcus aureus resistente à meticilina (conhecida pela sigla MRSA), Acinetobacter baumannii, Enterococcus faecium, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium difficile, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.

[...] Outras superbactérias em destaque, na atualidade, são as produtoras de uma enzima denominada carbape-nemase. Esses micro-organismos estão relacionados a surtos de infecções hospitalares em todo o mundo, inclusive no Brasil. O mecanismo de resistência dessas bactérias está diretamente associado à liberação dessa enzima, que pertence ao grupo das betalactamases, que atuam rompendo e inativando o anel betalactâmico, importante compo-nente da estrutura química dos antimicrobianos. A quebra desse anel impede a ação do antibiótico. O surgimento e a disseminação universal desse tipo de resistência (a antibióticos do tipo carbapenemas) representam desafios tanto para a terapêutica médica quanto para o controle das infecções hospitalares.

Bactérias que produzem carbapenemases do grupo A, conhecidas como KPC (sigla de Klebsiella pneumoniae--carbapenemases, por terem sido encontradas inicialmente nessa bactéria), foram descritas nos Estados Unidos desde o começo da década de 2000 e, segundo estudos recentes, têm se disseminado para outros países. [...]

O sucesso das superbactérias parece depender de três fatores principais: a presença de elementos genéticos móveis, permitindo a transmissão de genes de resistência de uma bactéria a outra [...]; a intensa utilização de antimicrobianos, levando à proliferação desses micro-organismos resistentes; e a rapidez com que as pessoas viajam de um país para outro, disseminando tais bactérias entre indivíduos de regiões geográficas distintas. Sem dúvida, a questão da múltipla resistência aos antibióticos tornou-se uma crise sanitária global.

[...]

FERREIRA, Fabienne Antunes; CRUZ, Raquel Souza; FIGUEIREDO, Agnes Marie Sá. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 48, n. 287, p. 23-27, nov. 2011.

Reino Monera: organismos procariontes

2

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi16

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Estrutura bacteriana

As bactérias têm diâmetros entre 0,5 e 5 m (1 m = 10-3 mm). Quando analisadas ao micros-cópio eletrônico, percebe-se nelas a presença de certas estruturas, como a parede bacteriana, a membrana celular e o citoplasma.

A célula bacteriana típica tem as seguintes características:

Cápsula – Certas bactérias produzem uma substância mucilaginosa formada por lipopo-lissacarídeos, que se encontra fora da parede celular. A presença dessa cápsula auxilia na proteção contra o ataque de leucócitos que realizam a fagocitose bacteriana. Além disso, as bactérias que têm essa estrutura são mais resistentes aos antibióticos.

Parede celular – É uma estrutura constituída por peptidoglicano, que dá forma, suporte e proteção à célula bacteriana. A presença de parede celular impede o rompimento da célula quando a bactéria se encontra em meio hipotônico. No entanto, quando em meio hipertônico, a parede não impede a perda de água, o que pode causar a morte celular. Um dos modos de atuação dos antibióticos é evitar a formação da parede celular.

Membrana plasmática – Assim como em outros seres vivos, a composição química da membrana celular apresenta uma dupla camada fosfolipídica com proteínas. Essa membrana forma invaginações denominadas mesossomos, cuja superfície tem enzimas respiratórias, re-lacionadas ao metabolismo energético bacteriano. Os mesossomos também auxiliam a divisão celular.

De acordo com as informações do texto e seus conhecimentos, responda:

a) Por que superbactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase são transmitidas principalmente em ambientes hospitalares?

b) De que maneira o controle da venda de antibióticos pode diminuir a propagação das superbactérias?

c) Como a enzima carbapenemase atua na defesa bacteriana contra os antibióticos?

Estrutura

das células

procariontes

@BIO1022

Ensino Médio | Modular 17

BIOLOGIA

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Fisiologia das bactérias

A Engenharia Genética realiza a inserção de genes

humanos no plasmídeo bacte-

riano. Com isso, as bactérias fa-

bricam proteínas humanas, como a

insulina, hormônio de crescimento

(GH), etc.

As bactérias podem apresentar diversas formas de nutrição, de atividades metabólicas energéticas e maneiras de reprodução.

Nutrição bacterianaAs bactérias diferem quanto à obtenção da fonte primária de energia para seus processos metabólicos.

Desse modo, podem ser heterotróficas (absorvem os nutrientes) ou autotróficas (realizam fotossíntese ou quimiossíntese). Além disso, podem estabelecer numerosos tipos de relações tróficas entre as diversas cadeias alimentares de que fazem parte. Muitas bactérias atuam como organismos sapróbios (degradam matéria orgânica), mutualísticos (digerem celulose em ruminantes) ou parasitas (causam doenças).

Quanto à fotossíntese bacteriana, algumas bactérias, como as do gênero Thodospirillum têm uma proteína, conhecida como bacterioclorofila, que capta a energia da luz para a síntese de glicose. No entanto, esse processo não é igual à fotossíntese das algas e plantas, pois nele não ocorre a liberação de O2 e a fonte de hidrogênio não é a água, mas outros compostos inorgânicos, como o H2S.

Em 1930, Cornelius van Niel sugeriu que os processos fotossintéticos de sulfobactérias e plantas verdes são semelhantes. Ele desenvolveu argumentos bioquímicos ao comparar bactérias fotossin-téticas anaeróbias e plantas aeróbias. Em seus experimentos, mostrou que a fotossíntese transfere hidrogênios da água ou do H2S para o CO2, formando como produto a glicose. Na reação descrita a seguir, a letra A representa enxofre (S) ou oxigênio (O).

Estrutura da célula bacteriana

Flagelos – Muitas bactérias realizam movimentos decorrentes da presença de um ou mais flagelos, formados a partir da proteína flagelina.

Fímbrias – Estruturas numerosas e curtas, semelhantes a cílios. As fímbrias possibilitam a fixação da bactéria ao substrato e a movimentação de substâncias para o interior e exterior do citoplasma. Muitas bactérias podem ter um tipo especial de fímbria denominado pili (pilus) ou fímbria sexual. Sua função é reconhecer outras bactérias e transferir genes durante o processo de conjugação.

Citoplasma – Apresenta enzimas e ribossomos, mas sem orgânulos membranosos organiza-dos e individualizados, como mitocôndrias, retículos endoplasmáticos, complexo golgiense, lisossomos e plastos.

Material genético – O cromossomo bacteriano é constituído de um ácido nucleico (DNA) circular e sem proteínas (histonas). Localiza-se em uma região do citoplasma não envolvida por membrana e denominada nucleoide. Além do cromossomo bacteriano, muitas bactérias possuem plasmídeos, pequenos anéis de DNA presentes no citoplasma, que se replicam independentemente do DNA cromossômico. O DNA do plasmídeo pode codificar enzimas que

possibilitam a resistência a antibióticos. Por exemplo, a penicilinase é uma enzima que degrada o antibiótico peni-cilina. Desse modo, a eficiência dos antibióticos no com-bate às doenças está diminuindo, pois seu uso frequente, ao longo dos anos, seleciona as bactérias mais resistentes a esses medicamentos, as quais têm sua frequência ele-vada com o tempo, conforme explicado anteriormente no texto sobre as superbactérias.

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Formas de

nutrição nos

procariontes

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Clonagem: o uso

do plasmídeo

bacteriano

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Estrutura geral

das bactérias

@BIO1067

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A quimiossíntese é um processo exclusivo de algumas bactérias que conseguem produzir matéria orgânica (carboi-dratos) na ausência da luz. Por não terem clorofila, as bactérias quimiossintetizantes não conseguem absorver a energia luminosa. Por isso, obtêm energia química por meio da oxidação de substâncias inorgânicas.

A quimiossíntese é realizada em duas etapas: a primeira consiste na obtenção da energia de oxidação; já a segunda, na utilização dessa energia para a produção dos carboidratos.

1ª. etapa: Composto inorgânico + O2 → Composto inorgânico + ENERGIA

2ª. etapa: CO2 + H2O → carboidratos

reduzido oxidado

Equação geral da fotossíntese:

n CO2 + 2n H2A + energia da luz → (CH2O)n + n H2O + 2n A

Em sulfobactérias:

6 CO2 + 12 H2S + energia da luz → C6H12O6 + 6 H2O + 12S

Em cianobactérias, algas e plantas clorofiladas:

6 CO2 + 12 H2O + energia da luz → C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2

Respiração bacterianaO processo energético bacteriano depende das enzimas presentes nos

mesossomos. Quanto à utilização de oxigênio molecular (O2) do ambiente, as bactérias podem ser:

Aeróbias – Utilizam O2 no metabolismo, obtendo energia da res-piração aeróbia. Assim, não conseguem sobreviver na ausência do oxigênio molecular. Ex.: Bacillus anthracis, bactéria causadora do antraz, e Micrococcus luteus, encontrada na pele e poeira.

Anaeróbias obrigatórias ou restritas – Morrem em presença de O2. Ex.: Clostridium tetani, causadora do tétano, e Methanobacterium formicicum, encontrada em esgotos.

Anaeróbias facultativas – Quando existe O2 no ambiente, essas bactérias podem utilizá-lo, mas, em sua ausência, realizam o pro-cesso de fermentação. Ex.: Escherichia coli, bactéria intestinal.

Nas diferentes culturas bacterianas representadas, temos as aeróbias (1), as anaeróbias obrigatórias ou restritas (2) e as anaeróbias facultativas (3)

Reprodução assexuada nas bactériasAs bactérias se multiplicam rapidamente, realizando a reprodução assexuada por cissiparidade

(bipartição ou divisão binária). Essa grande capacidade reprodutiva possibilita a formação de um elevado número de gerações clones de bactérias em pouco tempo.

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Produção

de energia

através da

quimiossíntese

@BIO1094

Ensino Médio | Modular 19

BIOLOGIA

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Recombinações gênicas em bactérias: transformação (1), transdução (2) e conjugação (3)

Reprodução sexuada nas bactériasAs bactérias não apresentam reprodução sexuada típica, mas, em certas espécies, há a incorporação

de genes de outro indivíduo. Esse processo, denominado recombinação gênica, leva à formação de bactérias com características genéticas diferentes, possibilitando novas combinações de genes com capacidade de transmissão às futuras gerações. Por tal motivo, podem surgir as superbactérias, como as mencionadas no texto introdutório desta unidade.

As recombinações podem ocorrer por meio dos seguintes processos:1) Transformação – A bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio, provenientes de outras

bactérias mortas.2) Transdução – Vírus ou plasmídeos podem servir de vetores para a passagem de segmentos de DNA

entre bactérias vivas. Os cientistas têm utilizado a transdução como técnica de Engenharia Genética para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas (bactérias geneticamente modificadas).

3) Conjugação – Duas bactérias se unem temporariamente por meio de uma ponte citoplasmática. Em uma das células, denominada "doadora" ou "macho", ocorre a duplicação de parte do cromossomo. A porção duplicada se separa e, através de uma ponte de conjugação (pili), passa para a outra célula, denominada "receptora" ou "fêmea". Em seguida, o DNA que atravessou a ponte (DNA recombinante) se liga ao cromossomo da célula receptora. Essa bactéria começa então a apresentar constituição genética diferente e, na sequência, realiza cissiparidade, originando outras células recombinantes iguais a ela.

Cissiparidade ou bipartição

bacteriana

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Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi20

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pH ótimo de crescimento bacteriano De modo geral, os ambientes naturais apresentam uma faixa de pH situada entre 5 e 9, o que possibilita a prolife-

ração de diferentes espécies de bactérias. Algumas delas sobrevivem com pH abaixo de 7, por isso são chamadas de acidófilas, como Thiobacillus, que pode sobreviver entre 0,5 e 6,0 (com pH ótimo entre 2 e 3,5). Outras bactérias, como Bacillus e Paenibacillus sp., são consideradas alcalifílicas, pois vivem em pH alcalino.

(UFPR) Considere a figura ao lado, que apresenta as principais porções do sistema digestório. A tabela mostra o gradiente de pH e a biomassa bacteriana em algumas destas porções. A partir das informações apresentadas, é correto afirmar:

a) O pH mais ácido favorece a proliferação bacteria-na.

b) A porção 12 apresenta o menor número de célu-las bacterianas por mL.

c) Ao longo do trajeto pelo tubo digestório, o alimen-to é exposto a um gradiente decrescente de pH.

d) O maior número de células bacterianas por mL é encontrado nas porções 10 e 11.

e) O número de células bacterianas por mL encontra-do na porção 7 é maior do que o encontrado na porção 4.

Doenças bacterianas

DoençaAgente etioló-

gico (causador)Características

TuberculoseMycobacterium tuberculosis(bacilo de Koch)

Contágio por inalação de ar contaminado (gotículas expelidas pela tosse de um doente). Geralmente, afeta os pulmões, podendo atacar ossos, rins, meninges, nervo óptico, próstata, etc. Sua prevenção se dá por meio da vacina BCG.

PneumoniaStreptococcus pneumoniae

Contágio por inalação de ar contaminado (gotículas expelidas pela tosse de um doente). Afeta os pulmões, podendo acometer as regiões terminais dos bronquíolos.

Cólera Vibrio choleraeContágio por ingestão de dejetos fecais presentes na água e alimentos. Causa grave infecção intestinal, a qual provoca intensa desidratação e pode causar a morte.

CoquelucheBordetella pertussis

Contágio por inalação de ar contaminado (gotículas expelidas pela tosse de um doente). As bactérias aderem ao epitélio ciliado dos brônquios sem invadir as células, permanecendo no espaço extacelular. Sua prevenção se dá por meio de vacinação.

Local Gradiente de pHBiomassa bacteriana

(células/mL)

jejuno 7,0 – 9,0 104-5

cólon 5,0 – 7,0 1011

íleo 7,0 – 8,0 108

estômago 1,5 – 5,0 102-3

duodeno 5,0 – 7,0 103-4

Dados

epidemiológicos

da cólera

@BIO1953

Ensino Médio | Modular 21

BIOLOGIA

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Cianobactérias

As cianobactérias (antigamente chamadas de algas azuis ou cianofíceas) são maiores que os outros procariontes e realizam fo-tossíntese com o auxílio de pigmentos fotossintéticos variados, como clorofila a e carotenoides. Esses seres vivos têm lamelas internas, nas quais se localizam os pigmentos e as enzimas fotossintéticas.

Geralmente, as cianobactérias vivem livremente, mas podem estabelecer relações mutualísticas com outros organismos, como os fungos, resultando nos liquens, ou formar colônias filamentosas. A maioria habita ambientes de água doce, sendo também encon-tradas na água, salgada ou salobra, no solo úmido, sobre cascas de árvores, rochas ou em fontes termais com temperatura superior a 80˚C. As cianobactérias apresentam uma grande capacidade de adaptação, podendo até mesmo sobreviver em ambientes inóspitos, nos quais iniciam a colonização dessas regiões.

A reprodução das cianobactérias ocorre principalmente por cissiparidade ou bipartição (divisão binária). No entanto, as for-mas coloniais (Anabaena sp. e Nostoc sp.) podem fragmentar o talo, que tem várias células denominadas hormogônios. Após a fragmentação, formam-se novas colônias. Em condições ina-dequadas de sobrevivência, as cianobactérias formam esporos especiais denominados acinetos.

Algumas espécies possuem heterocistos, células especiais que realizam a fixação do nitrogênio atmosférico. Com isso, conseguem matéria-prima para formarem suas proteínas, o que as auxilia a sobreviverem em ambientes desfavoráveis.

A reprodução sexuada das cianobactérias é pouco conhecida, pois o processo de conjugação só foi observado em condições laboratoriais.

TétanoClostridium tetani

Contaminação acidental por ferimentos profundos. A bactéria é estritamente anaeróbia e libera uma neurotoxina que produz espasmos musculares e pode provocar a morte. Sua prevenção se dá por meio de vacinação.

DifteriaCorynebacterium diphteriae

Consiste na colonização inicial das tonsilas e faringe, onde as bactérias se multiplicam e provocam inflamação da mucosa da garganta, do nariz e, às vezes, da traqueia e dos brônquios.Sua prevenção se dá por meio de vacinação.

BotulismoClostridium botulinum

Intoxicação alimentar causada por uma neurotoxina produzida pela bactéria. Provoca paralisia muscular, podendo impedir o movimento do diafragma e provocar a morte por asfixia.

Blenorragia (Gonorreia)

Neisseria gonorrheae

Infecção uretral que provoca ardência ao urinar, formando um corrimento amarelo e purulento que sai da uretra. É uma doença sexualmente transmissível.

SífilisTreponema pallidum

Lesão no pênis e na vagina. Se não tratada adequadamente, pode provocar graves danos ao sistema nervoso central (SNC) e ao coração. Pode ser transmitida ao feto du-rante gravidez e por transfusão sanguínea. É uma doença sexualmente transmissível.

GastrenteriteSalmonella enterica

Contágio por ingestão de dejetos fecais presentes na água e alimentação, os quais provocam graves distúrbios intestinais. Os sintomas incluem perda de apetite, náuseas, vômitos, diarreias, cólicas e desconforto abdominal.

Hanseníase(lepra)

Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen)

Contágio por contato prolongado com o paciente. Provoca lesões avermelhadas na pele, áreas insensíveis ao toque, queimadura, etc.

Pestebubônica

Yersinia pestis

Contágio por meio da pulga de ratos (Rattus rattus) e outros roedores com a bactéria. Sua penetração ocorre através da pele, espalhando-se para os linfo-nodos, onde se multiplicam. Do sangue, as bactérias podem invadir diversos orgãos, sendo comum a infecção pulmonar.

LeptospiroseLeptospira interrogans

Em razão de a bactéria estar presente na urina do rato, prolifera-se nas águas de enchentes. É uma doença infecciosa febril e aguda.

Antraz (carbúnculo)

Bacillusanthracis

Sua transmissão pode ocorrer de três formas: cutânea (pele), respiratória e gastroin-testinal. É uma doença infecciosa aguda comum em animais herbívoros (gado, ovelhas, cabras, camelos, antílopes, etc.), mas também pode afetar seres humanos expostos a animais infectados. Na grande maioria dos casos (95%), a bactéria infecta a pele (feridas negras como carvão) quando os esporos entram no organismo através de um corte.

Sintomas e

tratamento da

sífilis

@BIO1844

Infecção e

sintomas da

gastroenterite

@BIO1969

Dados

epidemiológicos

e sintomas da

peste bubônica

@BIO1876

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi22

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Armas biológicas

Uma das mais temerosas armas existentes é a biológica. De modo geral, essas armas são vírus, bactérias ou fungos (ou suas toxinas) transformados geneticamente, tornando-se extre-mamente nocivos aos seres humanos e a outras formas de vida.

Atualmente, as técnicas de biologia molecular e manipulação dos genes permitem alterar células e organismos de maneira altamente específica, possibilitando o desenvolvimento de novas armas biológicas com alta capacidade de destruição em massa.

Guardadas as devidas proporções, as técnicas bioterroristas são praticadas desde a Antiguidade, quando muitos exércitos utilizavam carcaças apodrecidas de animais para contaminar o abastecimento de água de uma cidade sitiada ou atiravam dentro das muralhas inimigas pedaços de corpos de vítimas contaminadas com o vírus da varíola.

Entre o atual arsenal do terrorismo biológico, alguns dos mais temidos são: antraz, botulismo, varíola, vírus ebola e peste bubônica. Os agentes causadores dessas patologias podem ser facilmente transportados e inoculados em áreas de grande aglomeração de pessoas.

Considerando-se a rapidez com que se adquire tecnologia de ponta em diversas áreas científicas, é perfeitamente possível

imaginar que um laboratório que trabalhe com diversos micro--organismos possa disponibilizá-los em quantidades capazes de contaminar muitas pessoas. Além disso, essas formas de vida microscópicas podem ser manipuladas geneticamente e transformadas em agentes resistentes a todos os mecanismos de defesa existentes na atualidade, como os antimicrobianos, os antivirais, as vacinas, etc. Por esse motivo, muitos países já se prepararam para eventuais ataques bioterroristas, usando, para isso, sistemas de identificação e isolamento de agentes patogênicos utilizados como armas biológicas.

Atualmente, o desenvolvimento e o emprego do bioterroris-mo, como técnica de real capacidade de destruição em massa, é um grande desafio que se transformou em uma séria ameaça à paz no século XXI.

Filamento colonial de Anabaena sp. (1) e estrutura celular de cianobactéria (2)

Símbolo de risco biológico (1) e roupas especiais utilizadas em possível ataque bioterrorista (2)

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Características

estruturais das

cianobactérias

@BIO1582

Ensino Médio | Modular 23

BIOLOGIA

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Faça uma pesquisa sobre as principais características de dois perigosos agentes que podem ser uti-lizados como armas biológicas: a bactéria causadora do antraz (Bacillus anthracis) e o vírus causador da varíola (família Poxviridae). Em sua pesquisa, inclua as possíveis formas de contaminação e os principais sintomas nas pessoas atingidas.

Pânico contagioso!

A característica verdadeiramente única de algumas armas biológicas – aquela que as distingue das armas nucleares e, na realidade, de todos os tipos de armas – é seu poder de contágio. Nenhuma outra arma pode se reproduzir e se disseminar. Qualquer outra espécie de ataque, por mais horror que cause, está contida em termos de tempo e espaço; seus danos são infligidos apenas nas coordenadas do ataque. Para as vítimas é uma coisa terrível, mas, se você não estava lá, os efeitos no seu caso são emocionais: o sentimento de luto, solidariedade ou revolta; se você não é atingido fisicamente. Já o bioataque contagioso em determinado lugar coloca todo mundo em risco.

O surto de gripe espanhola de 1918 matou mais de quarenta milhões de pessoas no mundo, numa época que a população total da Terra era 1/3 da atual e não existiam as modernas redes de transportes. Dadas as opções de deslocamento de pessoa que há hoje em dia, um ataque biológico eficiente seria mais estratégico do que a própria natureza para espalhar uma doença altamente contagiosa incapaz de ser contida e que poderia expor pontos de vul-nerabilidade no planeta inteiro. Nenhum outro tipo de ataque oferece tal potencial de difusão.

FOLHADES.PAULO. Armas biológicas são eficientes e baratas, diz consultor da Interpol. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/774792-armas-biologicas-sao-eficientes-e-baratas-diz-consultor-da-interpol.shtml>. Acesso em: 23 mar. 2012.

De acordo com o texto, qual o grande perigo de um ataque bioterrorista nos dias de hoje?

24 Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi

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1. De acordo com reportagem publicada na revista Ciência Hoje (n. 287, vol. 48, nov. 2011, p. 27), em 5 de maio de 2011, o governo brasileiro to-mou uma importante decisão para restringir o uso abusivo de antibióticos. Editou a Resolução nº. 20, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária), que dispõe sobre a prescrição, comercialização e embalagem desses medica-mentos. O documento determina normas mais rígidas de prescrição, prevê a retenção de cópias das receitas nas farmácias e drogarias, além de obrigar os comerciantes do setor a manter o re-gistro dessas vendas, com a identificação dos compradores, em livros tradicionais ou eletrô-nicos.

Por que foram estabelecidas normas mais rígidas para a venda de antibióticos?

2. As infecções hospitalares são frequentemente causadas por bactérias que passaram por um processo de seleção e se tornam muito resisten-tes aos antibióticos. A situação é agravada com o fato de esses micro-organismos realizarem re-combinação de seu material genético.

Denomine os processos de recombinação indica-dos no esquema a seguir.

1: _________________________________________

2: _________________________________________

3: _________________________________________

3. (UFPR) Um fabricante oferece diferentes tipos de elementos filtrantes de água para consumo hu-mano. Os filtros de cerâmica, com uma malha de poros de até 200 nm, são considerados os mais eficientes para evitar que a água contenha mi-cro-organismos. Explique a razão pela qual esses filtros são considerados esterilizantes.

4. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o horror público provocado pelas armas quí-micas levou a esforços diplomáticos interna-cionais para o estabelecimento de um acordo sobre a produção e o uso de armas de des-truição em massa. O Protocolo de Genebra (1925) proibia o uso de agentes asfixiantes, venenosos e bacteriológicos como armas de guerra. No entanto, o tratado não impôs res-trições à pesquisa, produção e posse dessas mesmas armas. Na Segunda Guerra, ambos os lados possuíam programas de guerra bio-lógica. Nazistas usaram gases nos campos de concentração e, assim como os japoneses, in-fectaram prisioneiros de guerra com patógenos. Ingleses desenvolveram experimentos com o B. antracis na Ilha Gruinard, que permaneceu interditada até sua total descontaminação, em 1986. O programa americano de armas biológi-cas teve início em 1942, sob a direção de uma agência civil e supervisionado por um magnata da indústria farmacêutica.A AMEAÇA bioterrorista. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/pdf/M10.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2012.

a) Que características apresentam os agentes mencionados para serem incluídos na catego-ria de agentes do bioterrorismo?

b) Sabendo-se que a varíola foi erradicada das Américas em 1971 e do mundo em 1977, em razão das intensas campanhas de vacinação, por que motivo essa doença é tão perigosa na atualidade?

5. Comente a importância das cianobactérias dos gêneros Nostoc e Anabaena para a fertilidade do solo.

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Ensino Médio | Modular 25

BIOLOGIA

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6. (ENEM) O uso prolongado de lentes de contato, sobretudo durante a noite, aliado a condições precárias de higiene representam fatores de risco para o aparecimento de uma infecção de-nominada ceratite microbiana, que causa ulce-ração inflamatória da córnea. Para interromper o processo da doença, é necessário tratamento antibiótico. De modo geral, os fatores de risco provocam a diminuição da oxigenação corneana e determinam mudanças no seu metabolismo, de um estado aeróbico para anaeróbico. Como decorrência, observa-se a diminuição no núme-ro e na velocidade de mitoses do epitélio, o que predispõe ao aparecimento de defeitos epiteliais e à invasão bacteriana.CRESTA. F. Lente de contato e infecção ocular. Revista Sinop-se de Oftalmologia, São Paulo: Moreira Jr., v, n.04, 04. 2002. (Adaptado).

A instalação das bactérias e o avanço do pro-cesso infeccioso na córnea estão relacionados a algumas características gerais desses micro- -organismos, tais como:

a) A grande capacidade de adaptação, conside-rando as constantes mudanças no ambiente em que se reproduzem e o processo aeróbico como a melhor opção desses micro-organis-mos para a obtenção de energia.

b) A grande capacidade de sofrer mutações, au-mentando a probabilidade do aparecimento de formas resistentes e o processo anaeróbico da fermentação como a principal via de ob-tenção de energia.

c) A diversidade morfológica entre as bactérias, aumentando a variedade de tipos de agentes infecciosos e a nutrição heterotrófica, como forma de esses micro-organismos obterem matéria-prima e energia.

d) O alto poder de reprodução, aumentando a variabilidade genética dos milhares de indiví-duos e a nutrição heterotrófica, como única forma de obtenção de matéria-prima e ener-gia desses micro-organismos.

e) O alto poder de reprodução, originando mi-lhares de descendentes geneticamente idên-ticos entre si e a diversidade metabólica, con-siderando processos aeróbicos e anaeróbicos para a obtenção de energia.

7. (ENEM) Na embalagem de um antibiótico, en-contra-se uma bula que, entre outras informa-ções, explica a ação do remédio do seguinte modo: O medicamento atua por inibição da sín-tese proteica bacteriana. Essa afirmação permite concluir que o antibiótico

a) impede a fotossíntese realizada pelas bacté-rias causadoras da doença e, assim, elas não se alimentam e morrem;

b) altera as informações genéticas das bactérias causadoras da doença, o que impede manu-tenção e reprodução desses organismos;

c) dissolve as membranas das bactérias respon-sáveis pela doença, o que dificulta o trans-porte de nutrientes e provoca a morte delas;

d) elimina os vírus causadores da doença, pois não conseguem obter as proteínas que se-riam produzidas pelas bactérias que parasi-tam;

e) interrompe a produção de proteína das bac-térias causadoras da doença, o que impede sua multiplicação pelo bloqueio de funções vitais.

8. (UFF – RJ) As Doenças Sexualmente Transmissí-veis (DSTs) se tornaram um problema de Saúde Pública na faixa etária de 12 a 16 anos, dada a ilusão dos jovens em considerar que outras for-mas de sexo (oral, anal, coito interrompido) não apresentam riscos e que metodologias exclusi-vamente contraceptivas (tabelinha, pílula anti-concepcional) são suficientes para protegê-los. Três adolescentes que se consideravam contami-nados por alguma DST resolveram se autome-dicar, usando um antifúngico (adolescentes A e B) ou um antibiótico (adolescente C). A tabela abaixo mostra a análise dos três adolescentes para identificação das respectivas DSTs.

ADOLESCENTE

AGENTE CAUSADOR (NÍVEL = UA*)

Neisseria gonorrhoeae

Candidaalbicans

Vírus daImunodeficiência

Adquirida

A 5,60 0,10 0,12

B 0,20 8,50 0,18

C 0,08 2,03 13,0

*Unidades arbitrárias – positivo > 3,00 UA

De acordo com a tabela [...], pode-se afirmar que:

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi26

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a) Os medicamentos escolhidos pelos adoles-centes A e B podem ter um efeito benéfico, visto que a gonorreia e a candidíase são cau-sadas por fungos.

b) Os medicamentos escolhidos pelos adolescen-tes A e C não terão qualquer efeito benéfico, visto que a gonorreia é causada por bactéria, enquanto a AIDS é causada por um vírus.

c) O medicamento escolhido pelo adolescente C pode ter um efeito benéfico, visto que a AIDS é causada por uma bactéria.

d) Os medicamentos escolhidos pelos adolescen-tes B e C não terão qualquer efeito benéfico, visto que a candidíase é causada por um fungo, enquanto a gonorreia é causada por um vírus.

e) O medicamento escolhido pelo adolescente A pode ter um efeito benéfico, visto que a go-norreia é causada por um fungo.

9. (UFPR) Após os atos terroristas de 11 de setem-bro, perpetrados contra a cidade de Nova Iorque, os Estados Unidos passaram a viver sobressalta-dos com a perspectiva de uma guerra biológica, em que poderia ser utilizado o Bacillus anthracis, causador do antraz. Sobre as preocupações com essa perspectiva e os fatos que as fundamen-tam, é correto afirmar:

(01) O Bacillus anthracis tem a propriedade de esporulação, o que permite sua sobrevivên-cia prolongada.

(02) Os esporos invisíveis da bactéria, ao serem inalados, são responsáveis pelo antraz pul-monar, forma rapidamente fatal da doença.

(04) As preocupações dos Estados Unidos devem- -se a fato de a bactéria ser resistente à peni-cilina, o que dificulta o tratamento do antraz.

(08) Embora a população esteja vacinada, a pro-teção conferida é insuficiente.

(16) As preocupações são infundadas, pois o antraz é uma doença de animais, que não atinge o ser humano e não pode, portanto, ser utilizada em guerra biológica.

(32) Os esporos da bactéria penetram no organis-mo através da pele ou membranas mucosas.

10. (ENEM) A cárie dental resulta da atividade de bactérias que degradam os açúcares e os trans-formam em ácidos que corroem a porção mi-neralizada dos dentes. O flúor, juntamente com o cálcio e um açúcar chamado xilitol, agem ini-bindo esse processo. Quando não se escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem aos dentes, formando a placa bac-teriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de alimentos em ácidos, que corroem o esmalte do dente formando uma ca-vidade, que é a cárie. Vale lembrar que a pla-ca bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva.Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br>. Aces-so em: 11 ago. 2010. (Adaptado).

cárie 1. destruição de um osso por corrosão pro-gressiva.

* cárie dentária: efeito da destruição da estrutu-ra dentária por bactérias.

HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão 1.0. Editora Objetiva, 2001. (Adaptado).

A partir da leitura do texto, que discute as causas do aparecimento de cáries, e da sua relação com as informações do dicionário, conclui-se que a cárie dental resulta, principalmente, de

a) falta de flúor e de cálcio na alimentação diária da população brasileira;

b) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na dieta alimentar diária do indivíduo;

c) redução na proliferação bacteriana quando a saliva é desbalanceada pela má alimenta-ção;

d) uso exagerado do flúor, um agente que em alta quantidade torna-se tóxico à formação dos dentes;

e) consumo excessivo de açúcares na alimenta-ção e má higienização bucal, que contribuem para a proliferação de bactérias.

Ensino Médio | Modular 27

BIOLOGIA

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Considere os fragmentos do poema de cordel a seguir:

A doença de ChagasConheça a doença de ChagasPara saber do perigoAcompanhando esses versosQue você vai ler comigo

A doença tem o nome De quem primeiro a viu Foi o Doutor Carlos Chagas Que esse mal descobriu É doença é perigosa E pode até ser fatal Atinge muito o homem E também o animal

Os animais atingidosSão tatu, morcego e ratoA cutia e o gambá O cão, o macaco e o gato

O transmissor é um insetoQue vem picar o vivente

Para sugar o seu sangueDeixando a pessoa doente [...]

[...] E depois que chega a noiteQuando o povo vai dormirEle sai do esconderijoE já começa a agir

Procura logo a pessoaPra sua pele picarPara lhe sugar o sangue E dele se alimentar

Depois de sugar o sangueO ferimento fica abertoO Barbeiro ali defecaDeixando as fezes por perto

Se a pessoa coçar Onde ele deu a picadaO parasita penetra É a porta de entrada

DIAS, Fernando Lianza. A doença de Chagas. Disponível em: <www.fiocruz.br/chagas/media/Cordel_A_Doenca_de_Chagas.doc>. Acesso em: 3 abr. 2012.

O autor deste cordel, Fernando Lianza Dias, é cardiologista do estado da Paraíba (João Pessoa), ex-presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Cardiologia e diretor-presidente do Prontocor. Os direitos autorais foram cedidos à Associação dos Portadores de Doença de Chagas.

Reino Protista (Protoctista): protozoários e algas

3

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi28

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Os versos se referem à doença de Chagas, um mal que afeta milhões de brasileiros e que tem como agente causador (etiológico) um protozoário denominado Trypanosoma cruzi.

Protozoários

Sistemática dos protozoários

Os protozoários (do grego proto, primeiro, e zoon, animal) são protistas unicelulares com nutrição totalmente heterotrófica. Sua estrutura celular tem muitas semelhanças às células animais. No entanto, no interior dessa estrutura ocorrem todas as funções vitais necessárias à sobrevivência, como locomoção, obtenção de alimento, digestão, excreção e reprodução. Já nos animais, existe a multicelularidade, sendo as células especializadas na execução de certas funções.

Atualmente, existem cerca de 35 mil espécies de protozoários. A maioria vive livremente e há também algumas espécies fixas ao substrato. Habitam principalmente os ambientes aquáticos, mas podem ser encontrados nos mais variados locais. Diversos protozoários são parasitas humanos, causando doenças, como malária, amebíase, giardíase, doença de Chagas, leishmaniose, trico-moníase, etc. Muitos mantêm relações harmoniosas com diferentes hospedeiros invertebrados e vertebrados, trocando favores mútuos.

Algumas espécies de protozoários ciliados (como Frontonia leucas) atuam na depuração da água, em razão do hábito de se alimentarem de bactérias e sólidos em suspensão, produzindo um efluente clarificado e auxiliando, assim, a manutenção da qualidade dos ambientes aquáticos. Por tal motivo, são considerados importantes componentes dos ecossistemas.

O termo protozoário é uma unidade artificial e atualmente sem valor taxonômico; no entanto, continua sendo usado amplamente.

O principal critério para a classificação dos protozoários são o tipo e a presença da estrutura utilizada na locomoção. Desse modo, são agrupados em quatro grupos principais: Sarcodina (sarcodíneos ou rizópodes), Mastigophora (flagelados ou mastigóforos), Ciliophora (ciliados) e Apicomplexa ou Sporozoa (esporozoários).

Protozoário ciliado Frontonia leucas (1) e protozoários flagelados Trypanosoma cruzi (2)

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Diversidade e

características gerais

do Reino Protista

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Características

gerais dos

protozoários

@BIO492

Sistemática dos

protozoários

@BIO1633

Ensino Médio | Modular 29

BIOLOGIA

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Grupo Locomoção e características Exemplos

Sarcodina (rizópodes)Usam pseudópodes para a locomoção e captura de alimentos (fagocitose) e seu hábitat é marinho ou de água doce. Os foraminíferos têm carapaça rígida de car-bonato de cálcio, o que facilita a fossiliza-ção. Por isso, são indicadores da presença de petróleo.

Entamoeba histolytica, Amoeba proteus (amebas), Globigerina bulloides (foraminífero).

Mastigophora (flagelados)

Têm flagelo(s) para a locomoção e cap-tura de alimentos. Podem ser aquáticos de vida livre, parasitas ou mutualísticos. Nesse último caso, podem viver associados harmonicamente a outros organismos, por exemplo, o Trichonympha sp, o qual digere celulose no interior do cupim.

Giardia intestinalis, Leishmania braziliensis, Trichomonas vaginalis, Trypanosoma cruzi (parasitas), Trichonympha collaris (mutualístico).

Ciliophora (ciliados)Usam cílios para a locomoção e captura de alimentos. A maioria vive em hábitat aquá-tico e tem vida livre. Existem espécies fixas por pedúnculo. Apresentam dois ou mais núcleos, diferenciados em macronúcleo (vegetativo) e micronúcleo (reprodutivo).

Paramecium caudatum, Balantidium coli, Stentor coeruleus (fixo).

Apicomplexa ou Sporozoa (esporozoários)

Não apresentam estrutura locomotora e são parasitas, obtendo alimentos por absorção dos nutrientes dos organismos parasitados.

Plasmodium vivax, Toxoplasma gondii.

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Fisiologia dos protozoários

A estrutura celular dos protozoários tem uma membrana plasmática semelhante às membranas celulares de outros seres vivos. O citoplasma de muitos deles, como das amebas, possui duas regiões distintas: a mais externa e consistente denomina--se ectoplasma, já a mais interna e fluida recebe o nome de endoplasma. No citoplasma, existem as diversas organelas

que atuam nas funções metabólicas dos protozoários. De um modo geral, são seres uninucleados; contudo, os

ciliados têm dois ou vários núcleos. Quando há mais de um núcleo, eles se diferenciam no tamanho e função. Nesse caso, o macronúcleo executa as funções relacionadas ao metabolismo, e o micronúcleo exerce a função reprodutiva.

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Trichomonas vaginalis

Paramecium caudatum

Toxoplasma gondii

Ameba proteus

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi30

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A nutrição de certos protozoários, a exemplo das amebas, ocorre por englobamento (fagocitose) de partículas nutritivas existentes no ambiente ou, até mesmo, pelo predatismo de micro-organismos, inclusive de outros protozoários. Após a penetração do alimento, forma-se um vacúolo digestivo (alimentar) que realiza o processo de digestão intracelular. Os resíduos são eliminados da célula por exocitose.

Como a atividade metabólica dos protozoários origina substâncias tóxicas, deve ocorrer a difusão desse material para o exterior da célula. Essa eliminação constitui o processo de excreção que também pode ser realizada por meio do vacúolo pulsátil ou contrátil. Essa organela está presente nos protozoários de água doce e, além da função excretora, possibilita o equilíbrio osmótico da célula.

Como a água doce é um ambiente hipotônico para esses organismos, a água penetra continuamente (osmose) em seu interior. E para evitar que o protozoário inche e estoure, o vacúo-lo contrátil bombeia o excedente de água para fora da célula.

A respiração dos protozoários é principalmente aeróbia, ocorrendo difusão direta dos gases em toda a superfície celular. Alguns protozoários podem ser anaeróbicos, como os que habitam o intestino de vertebrados e os que realizam a decomposição de matéria orgânica nos ambientes aquáticos.

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(UNESP) Analise a figura. O organoide mencionado é o vacúolo contrátil, presente em alguns seres protistas.

a) Quais as principais funções desta or-ganela citoplasmática e em que grupo de protistas ela está presente?

b) Em quais condições ambientais esta organela entra em atividade?

Processo de digestão intracelular na ameba. Esse protozoário realiza os processos de locomoção e fagocitose por meio da utilização de seus pseudópodes

Estrutura interna de um protozoário ciliado binucleado (Paramecium caudatum)

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Fisiologia do

protozoário

Paramecium

caudatum

@BIO1277

Ensino Médio | Modular 31

BIOLOGIA

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Reprodução dos protozoáriosO processo reprodutivo mais comum entre os protozoários é assexuado e ocorre principalmente por cis-

siparidade (bipartição). Diversos parasitas do tubo digestório dos animais, como algumas amebas e giárdias, não conseguem sobreviver sob sua forma adulta e ativa (trofozoíta) fora do corpo de seu hospedeiro. Assim, para resistir ao meio externo, bem diferente daquele em que os protozoários se encontram, eles se modificam – eliminam água, desintegram organelas, sintetizam substâncias de reserva, diminuem o metabolismo e secretam um envoltório quitinoso ao seu redor. Essa forma de resistência denomina-se cisto.

A reprodução sexuada (recombinação) também pode ocorrer, sendo mais comum a conjugação. Esse processo ocorre em protozoários ciliados, pois estes apresentam micronúcleos que podem ser trocados mu-tuamente, permitindo uma recombinação de genes, sem que estejam primeiro acondicionados em óvulos ou células espermáticas. Para que isso ocorra, é necessário que dois ciliados sexualmente compatíveis se unam ao longo de uma superfície compartilhada. Assim, a membrana desaparece e ocorre uma troca mútua de genes (isso possibilita o aumento da variação genética entre os protozoários ciliados). Depois da conjugação, esses organismos realizam a cissiparidade.

Cisto é a forma de resistência ou inativa do

protozoário. O protozoário se-

creta uma parede resistente, deno-

minada cística, que o protegerá

quando estiver em meio inadequado de sobrevivência, mantendo-se em fase de latência.

Muitos protozoários são parasitas humanos, causando patologias denominadas protozooses. Essas parasitoses são muito comuns no Brasil e, de modo geral, a ocorrência depende da multiplicação dos agentes transmissores (insetos), da falta de saneamento básico e higiene pessoal e de más condições de moradia da população.

Disenteria amebiana: amebíaseA amebíase é uma doença causada pelo protozoário sarcodíneo (rizópode) denominado Entamoeba

histolytica (ameba). Esse parasita ataca o intestino grosso e provoca dores abdominais, intensa diarreia, fezes com muco e

sangue, além de anemia. Sua transmissão ocorre por contágio direto com alimentos contaminados e água contendo os cistos da ameba. As principais medidas preventivas para a amebíase incluem cuidados higiênicos com as mãos, os alimentos e a água, além de saneamento básico. Essa última medida requer a instalação de redes de esgotos para evitar a eliminação das fezes no ambiente, pois os cistos resistem longos períodos, podendo assim contaminar a água dos rios, os frutos, as verduras, entre outros alimentos de consumo humano.

Protozooses: doenças

causadas por protozoários

Cissiparidade (1) e conjugação (2) em paramécios. Essa fusão pode durar horas e somente os micronúcleos funcionam na conjugação, já que o macronúcleo se desintegra durante o processo sexuado (recombinação)

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Reprodução dos

protozoários

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Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi32

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Giardíase

No ciclo da Giardia intestinalis

existe o risco zoonótico, ou seja,

a contaminação pode ocorrer dos

animais, como cães e gatos, para

os humanos, e vice-versa

Caso a Entamoeba histolytica consiga atravessar a parede intestinal, pode chegar à corrente san-guínea e se alojar em órgãos como fígado, pulmões e cérebro, provocando graves lesões.

A giardíase é uma doença causada pelo protozoário flagelado Giardia intestinalis (giárdia) e é comum em cães, gatos e humanos. Seu ciclo vital e sintomas são semelhantes aos da amebíase, ocasionando vários distúrbios digestórios, como lesões na parede intestinal, dor abdominal, náuseas e diarreia.

A profilaxia para a giardíase também envolve educação sanitária e saneamento básico. Além disso, medidas simples devem ser adotadas, como a ingestão de água filtrada e fervida, lavagem das frutas e verduras e combate às moscas, que podem transmitir os cistos de giárdias.

Ciclo biológico da Entamoeba

histolytica

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Dados

epidemiológicos

e caracterização

da amebíase

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Infecção e

sintomas da

giardíase

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Ensino Médio | Modular 33

BIOLOGIA

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A doença de Chagas é causada pelo protozoário flagela-do denominado Trypanosoma cruzi. Esse organismo tem como reservatório natural animais silvestres, como tatus, macacos, tamanduás, morcegos, gambás, araras, etc.

Em 1909, na região norte de Minas Gerais, o cientista brasi-leiro Carlos Chagas iniciou os estudos que o levaram a descobrir sozinho todos os principais fatos relacionados ao ciclo biológico do Trypanosoma cruzi. Chagas descobriu não somente o agente causador da doença, mas o inseto transmissor e os reservatórios naturais desses protozoários. Além disso, descreveu os sintomas da doença em humanos. Foi o único pesquisador a descrever to-dos os elos da cadeia epidemiológica de uma doença infecciosa.

Ciclo biológicoOs insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) tria-

tomíneos das espécies Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus, popularmente conhecidos como bar-beiros, são considerados os hospedeiros intermediários (HI) da doença. Esses insetos são percevejos (não confundir com mosquitos) que se escondem em buracos no chão, nas paredes e entre a palha da cobertura das casas de pau a pique. Durante a noite, geralmente, o inseto pica o rosto das pessoas e defeca no local. Em suas fezes, são comuns as formas infectantes do Trypanosoma, que podem penetrar na pele quando a pessoa coça o local da picada causando pequenas lesões.

Na região, surge um edema característico, chamado cha-goma, indicando a lesão inicial. Em geral, a doença tem duas etapas distintas: a fase inicial, aguda, caracterizada por elevada

parasitemia (grande número de parasitas flagelados no sangue, os tripomastigotas) e estado febril, seguida da fase crônica. Esta última fase caracteriza-se pela diminuição do número de parasitas circulantes, pois os tripanossomos tripomastigotas pas-sam da corrente sanguínea para diversos órgãos (fígado, baço, intestinos, por exemplo) afetando principalmente o coração, onde atua como um histoparasita. Nessa fase crônica, os parasitas perdem o flagelo e recebem a denominação de amastigotas.

Quando o indivíduo contaminado é picado pelo inseto triato-míneo (barbeiro), transmite-lhe o parasita, que se converte para a forma epimastigota e se reproduz intensamente por divisão longitudinal (cissiparidade) no intestino do inseto. Depois de alguns dias, o barbeiro passa a apresentar nas fezes as formas infestantes (tripomastigotas) do Trypanosoma cruzi.

Momento em que o triatomíneo (barbeiro) suga o sangue do hospedeiro humano e defeca em sua pele. Ao coçar, os tripanossomos penetram pelo orifício da picada e chegam à corrente sanguínea

Doença de Chagas: tripanossomíase americana

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Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi

Ciclo do Trypanosoma cruzi em triatomíneos Ciclo do Trypanosoma cruzi em humanos e outros mamíferos

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Sintomas e profilaxiaOs principais problemas cardíacos que a doença de Chagas causa são: cardiomegalia (dilatação

do coração), taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) e miocardite (inflamação do miocárdio). Além disso, também pode ocorrer hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço), encefalite, febre, anemia, cansaço, hipertrofia ganglionar, etc.

Não existem vacinas para prevenir a doença ou medi-camentos eficazes para curá-la totalmente, exceto na fase inicial (aguda), quando as formas flageladas de Trypanosoma cruzi se encontram no sangue. Assim, as principais medidas profiláticas são:

Melhoria nas condições de habitação da população, por meio da substituição de casas de pau a pique ou barreadas por habitações de alvenaria.

Uso de telas em portas e janelas para evitar a penetra-ção do barbeiro.

Combate aos triatomíneos.

Cuidados na recepção de sangue e hemoderivados.

Assistência médica às gestantes portadoras do parasita.Casa de pau a pique

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A doença de Chagas também pode ser transmitida por meio do contato com sangue contaminado ou por via congênita (placenta), recepção de órgãos transplantados de pessoas infectadas e contaminação por ingestão de alimentos com fezes de barbeiros infectados.

Tricomoníase: doença sexualmente transmissívelA tricomoníase ou tricomonose é causada pelo protozoário flagelado Trichomonas vaginalis, um

parasita do sistema reprodutor humano. Sua transmissão ocorre comumente durante as relações sexuais, por isso os principais órgãos afetados são uretra, próstata, vagina e útero. Pode também ser transmitida por meio da contaminação direta em piscinas, sanitários, roupas mal lavadas e toalhas de uso comum. Os sintomas principais são pruridos, leucorreia, edema, vaginite e uretrite.

As medidas profiláticas principais incluem higiene pessoal, uso de preservativos e tratamento das pessoas afetadas.

Leishmaniose tegumentar: Úlcera de BauruA leishmaniose é uma doença infectocontagiosa classificada como zoonose, uma vez que pode ser

transmitida de animais, como cães e roedores, ao ser humano, e vice-versa. Essa doença tem como agente etiológico (causador) o protozoário flagelado Leishmania braziliensis.

Nas Américas, esse parasita é transmitido pela picada da fêmea do mosquito hematófago deno-minado Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente por mosquito-palha, corcundinha ou birigui. Por isso, a prevenção consiste basicamente no combate aos mosquitos vetores, eliminação dos focos desses insetos e uso de telas nas janelas e portas, bem como mosquiteiros sobre as camas.

Esse tipo de leishmaniose é uma doença tegumentar ou muco-cutânea e se caracteriza por lesões (feridas) principalmente na boca e na pele e nas áreas cartilaginosas do nariz.

Transmissão

e sintomas da

tricomoníase

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BIOLOGIA

Ensino Médio | Modular 35

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No ciclo da leishmaniose, não existe a transmissão

pelo contato direto entre os humanos e também entre

outros vertebrados. Para que o ciclo se complete, deve existir

o mosquito flebótomo

Mosquito Anopheles (fêmea) sugan-do sangue do hospedeiro hu-mano. Apenas as fêmeas são hematófagas, necessitando de sangue para a maturação dos ovos

Malária: ameaça tropicalA malária, impaludismo ou febre intermitente é uma protozoose causada pelo protozoário

esporozoário chamado Plasmodium sp., caracterizada pela febre periódica e anemia em razão da destruição das hemácias. O nome da doença surgiu da expressão em italiano male aria, que sig-nifica “ar ruim”, contaminado. Essa doença é a mais antiga patologia conhecida pelo ser humano. Existem registros de seu conhecimento pelos chineses, egípcios e indianos, há mais de 2 700 anos.

Hospedeiros da malária

Hospedeiro intermediário (HI) – ser humano, uma vez que o Plasmodium realiza o ciclo assexuado ou esquizogônico em seu interior.

Hospedeiro definitivo (HD) – fêmea do mosquito Anopheles (mosquito--prego), uma vez que o Plasmodium realiza o ciclo sexuado ou esporo-gônico em seu interior.

Espécies causadoras: agentes etiológicos

Plasmodium vivax – o ciclo eritrocítico dura 48 horas e ocorre febre terçã benigna.

Plasmodium falciparum – ciclo de 36 a 48 horas e ocorre febre terçã maligna. É responsá-vel por aproximadamente 95% das mortes, sendo a única forma que pode afetar o cérebro.

Plasmodium malariae – seu ciclo dura 72 horas e há ocorrência de febre quartã.

Plasmodium ovale – seu ciclo dura 48 horas e há ocorrência de febre terçã benigna. É comum na África e inexistente no Brasil.

Existe também a leishmaniose visceral ou calazar, causada pelo protozoário Leishmania donovani. Esse parasita provoca inchaço de órgãos, como fígado e baço. Além disso, causa atrofia do tecido hematopoiético, localizado na medula óssea (região de produção dos elemen-tos figurados do sangue). Por isso, o indivíduo apresenta redução dos leucócitos, hemácias e plaquetas, ocasionando com isso tendências à baixa imunidade, anemia e hemorragia. No Brasil, a transmissão ocorre por meio da picada de mosquitos pertencentes à espécie Lutzomyia longipalpis.

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Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi36

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Ciclo biológico

A contaminação da malária inicia-se quando a fêmea do mos-quito Anopheles (mosquito-prego) pica uma pessoa. Caso esse inseto esteja infectado por meio da saliva, ocorre a penetração dos plasmódios na forma de esporozoítos (forma infectante humana), atingindo a corrente sanguínea.

Esses parasitas passam a se instalar em órgãos diversos, como fígado e baço. Nas células do fígado, realizam a repro-dução assexuada (esquizogonia) e formam os merozoítos. Depois de alguns dias, eles voltam à corrente sanguínea e penetram no interior das hemácias, transformando-se em trofozoítos jovens, que novamente se reproduzem assexuada-mente, originando novos merozoítos. Isso provoca a destruição de muitas hemácias por causa do rompimento da membrana dessas células. Em muitos casos, a perda das hemácias é tão intensa que o paciente se torna anêmico.

O ataque de calafrios e febre nas pessoas com malária coincide com a liberação dos merozoítos que estavam nas he-mácias e que liberam substâncias tóxicas, como hemozoína.

A duração do ciclo febril corresponde ao tempo que os plas-módios levam para completar o ciclo reprodutivo dentro das hemácias.

Após certo número de gerações, alguns merozoítos se transformam em gametócitos masculinos e femininos, que são formas reprodutivas. Quando o mosquito suga um indivíduo doente, recebe os gametócitos, que completam seu desenvolvimento, transformando-se em verdadeiros gametas.

No tubo digestório do mosquito, ocorre a reprodução sexuada (por isso, o mosquito é hospedeiro definitivo) por esporogonia. O zigoto se instala na parede do estômago, formando uma estrutura denominada oocisto ou oocineto. Assim, formam-se novos esporozoítos, que migram para a glândula salivar do mosquito. Ao picar um indivíduo sadio, o mosquito injeta os parasitas em sua corrente sanguínea, começando, dessa forma, um novo ciclo, como mostra o esquema a seguir:

Ciclo biológico do Plasmodium sp.

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Ciclo biológico da

malária

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Ensino Médio | Modular 37

BIOLOGIA

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Sintomas e profilaxia Os sintomas da malária incluem dores de cabeça, picos

de febres de até 41ºC, anemia, sudorese, calafrios, hepa-toesplenomegalia (aumento do fígado e do baço). A febre malárica ocorre com a ativação do sistema imunológico na tentativa de destruir os invasores por meio do calor intenso.

Sua prevenção consiste principalmente no combate ao mosquito transmissor. Por isso, é necessário utilizar insetici-das para evitar a formação de novas larvas, assim como usar mosquiteiros sobre as camas, especialmente das crianças, e

telas de proteção nas portas e janelas. Também é importante atentar para transmissões via sanguínea e placentária.

O tratamento do paciente baseia-se na interrupção do ciclo reprodutivo do plasmódio, por meio da utilização de quinino, cloroquina, artemisinina, etc. Apesar de haver in-tensas pesquisas sobre a malária, ainda não existem vacinas eficazes contra essa doença, pois o ciclo de vida do parasita é muito complexo. Além disso, existem muitas formas variantes do Plasmodium falciparum e a vacina produzida teria de ser eficaz contra todas essas variações.

É importante lembrar que o combate aos mosquitos transmissores (vetores) de moléstias como malária, dengue, febre amarela e leishmaniose consiste em não deixar que a água se acumule em pneus, vasos, latas, garrafas, etc. e em fazer a devida drenagem das áreas alagadas. Também se deve evitar a derrubada da mata, pois, além de isso provocar o desaparecimento dos hospedeiros naturais, sem as árvores, o sol aquece lagoas e poças, transformando--as em criadouros de mosquitos. Essas medidas evitam a multiplicação desses insetos, que dependem da água para o desenvolvimento das suas larvas.

No caso da malária, a cada dois dias, a fêmea do Anopheles coloca de 100 a 150 ovos, que, após aproximadamente 10 dias, transformam-se em novos mosquitos.

Valendo-se dos estudos a respeito da malária, faça uma pesquisa sobre essa doença contemplando os seguintes itens:

Motivo de ser considerada endemia. Locais do Brasil em que a doença tem caráter en-dêmico e por quê.

Medidas preventivas. Outras formas de contaminação. Relação do aquecimento global com a propagação da doença em regiões não tropicais.

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1. Recentemente, foram descritos casos de pacientes que contraíram a doença de Chagas no norte do país por meio da ingestão de derivados de açaí, o que causou a morte de alguns dos doentes. Esse fato cha-mou a atenção das autoridades sanitárias e da população em geral, pois, curiosamente, esse não era o padrão conhecido de contágio pelo Trypanosoma cruzi. Qual pode ter sido a causa dessas infecções?

2. (UNICAMP – SP) A malária é a principal parasitose dos países tropicais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano e 500 mil deles ocorrem no Brasil. Até hoje, a principal forma de combate à malária consiste no controle do vetor de seu agente etiológico. No entanto, em estudo publicado na revista Science em setembro de 2011, cientistas anunciaram que vacinas produ-zidas a partir de células inteiras do agente causador da malária, depois de submetidas a uma dose letal de radiação γ, deram bons resultados em estudos preliminares realizados inclusive com humanos.

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a) Qual é o agente causador da malária? E qual é o seu vetor?

b) Qual é a importância do tratamento das células dos agentes causadores da malária com dosagem letal de radiação? Como células mortas podem agir como vacina?

Algas

As algas constituem um grupo muito heterogêneo de seres pertencentes ao Reino Protista. O termo alga (do latim algae) é genérico, pois não é incluído em nenhuma categoria taxonômica, assim como ocorre com o termo protozoário.

Já foram descritas cerca de 22 mil espécies, podendo ser uni ou pluricelulares, micro ou macroscópicas e ter colorações bem variáveis. Esses organismos são encon-trados em diversos ambientes – lagos, rios, solos úmidos, cascas de árvores e principalmente em oceanos. Nos ecossistemas aquáticos, as algas são os principais orga-nismos fotossintetizantes e constituem a base nutritiva que permite a manutenção de praticamente todas as ca-deias alimentares desses ambientes. Por isso, são os mais importantes componentes do fitoplâncton, os organismos flutuantes clorofilados.

As algas são pertencentes ao Reino Protista

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Além das algas unicelulares, a sistemática e filogênese dos seres vivos incluem as pluricelulares como pertencentes ao Reino Protista, e não ao Reino Plantae, como tradicionalmente eram conhecidas, por causa de sua similaridade aparente com as plantas. A adoção dessa sistemática se deve à ausência de tecidos bem diferenciados nas algas.

Sistemática das algas

A presença de diferentes pigmentos fotossintetizantes, substâncias de reserva e constituição da parede celular são alguns dos critérios para a classificação das algas em seus respectivos filos.

Euglenophyta: euglenófitasAs euglenófitas são algas unicelulares que têm um ou dois flagelos para a locomoção na água doce,

seu principal ambiente de sobrevivência. A célula é delimitada por uma membrana plasmática sobre a qual se dispõe estrias proteicas flexíveis, que formam uma película. Esta estrutura, ao contrário das paredes celulares dos outros grupos de algas, não é rígida e permite que a célula mude de forma, o que é um meio alternativo de locomoção nas espécies que vivem na lama.

Euglenófitas:

algas

unicelulares

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BIOLOGIA

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Representantes das diatomáceas (1) e seu aspecto morfológico, mostrando as duas carapaças (valvas) silicosas (2)

Bacillariophyta (Chrysophyta): algas douradasAs bacilariófitas, também conhecidas como crisófitas (criso = dourado) constituem um grupo

de algas unicelulares com coloração dourada. Existem cerca de 10 mil espécies vivendo em diversos ambientes – água doce, mar e solo úmido.

Os mais importantes representantes das crisófitas são as diatomáceas, as quais são algas mi-croscópicas que constituem os principais componentes do fitoplâncton marinho e de água doce. Além de servirem de alimento para outros animais aquáticos, elas produzem a maior parte do oxigênio do planeta por meio da fotossíntese. Além das clorofilas a e c, têm carotenos (pigmentos alaranjados) e xantofilas (pigmentos amarelados), responsáveis pela coloração dourada característica.

A parede celular, geralmente impregnada de sílica, forma uma carapaça rígida denominada frús-tula, com duas metades (valvas) que se encaixam uma na outra. Depois que essas algas morrem, elas afundam e formam depósitos das carapaças silicosas, chamados diatomitos (terra de diatomáceas). Esses depósitos podem ser utilizados industrialmente na produção de abrasivos para polidores de metais e em pastas de dentes, filtros, fabricação de tijolos, etc.

Existem cerca de mil espécies descritas, sendo o gênero Euglena o mais comum e devendo-se a ele o nome desse grupo de algas. No interior do citoplasma existem vacúolos pulsáteis (contráteis), os quais são organelas que acumulam o excesso de água que entra no citoplasma e o eliminam perio-dicamente para o exterior, mantendo o equilíbrio osmótico da célula. As células também apresentam uma mancha ocelar, contendo pigmentos fotossensíveis. Essa estrutura permite às algas orientar-se em direção à luz, o que é fundamental para a fotossíntese.

Possuem clorofilas a e b e outros pigmentos, como ca-rotenoides (alaranjados) e xantofila (amarelo), e armazenam carboidratos na forma de paramilo, um polissacarídeo de reserva exclusivo das euglenófitas.

Euglena viridis e sua estrutura celular

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Bacilariófita:

algas douradas

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Pyrrophyta: pirrófitas (dinoflagelados)As algas pirrófitas são principalmente unicelulares e biflageladas. De modo geral, seus flagelos se localizam

no interior de dois sulcos. Um dos flagelos rodeia a célula como um cinto, já o outro é perpendicular ao primeiro. A agitação deste último possibilita um movimento circular da célula, semelhante ao de um pião. Existem cerca de 2 mil espécies, sendo a grande maioria formadora do fitoplâncton marinho e poucas de água doce.

Muitas pirrófitas apresentam placas celulósicas rígidas ou tecas, que lhes dão um aspecto de armadura medieval. Para absorverem luminosidade, possuem clorofilas a e c, além de carotenoides como a peridinina, semelhante à fucoxantina. O carboidrato de reserva é o amido.

Os dinoflagelados simbiontes ou zooxantelas se associam com esponjas, cnidários, etc. Essas algas são as principais res-ponsáveis pela nutrição e, consequentemente, pela proliferação dos recifes de coral em águas tropicais, pobres em nutrientes.

Algumas espécies de dinoflageladas são bioluminescen-tes. Em certas épocas do ano, o movimento da água faz com que essas algas produzam uma luminescência que pode ser observada durante a noite. Certas pirrófitas são causadoras do fenômeno conhecido como “maré vermelha”. Esse fenômeno é causado pelo crescimento anormal dessas populações de algas, o que altera a cor da água e ocasiona o acúmulo de neurotoxinas altamente nocivas, que, se ingeridas, causam a morte de muitos organismos.

Bioluminescência na alga dinofla-gelada marinha Pyrocystis noctiluca

Clorófitas como a Ulva lactuca são muito comuns no litoral brasileiro

Chlorophyta: clorófitas (algas verdes)As clorófitas formam um grupo bem diversificado entre as algas (cerca de 8 mil espécies), com re-

presentantes uni e pluricelulares e predominantemente aquáticos, podendo ser marinhos ou dulcícolas. Existem ainda espécies terrestres, que habitam os troncos úmidos de árvores. A cor característica das algas verdes é determinada pela predominância de clorofilas a e b em suas células, as quais podem também conter pigmentos carotenoides, como xantofila (amarelados) e caroteno (alaranjados).

Por apresentarem uma estrutura celular semelhante à das plantas, acredita-se que as algas verdes são suas ancestrais, a exemplo dos grupos dos musgos (briófitas) e das samambaias (pteridófitas). Entre algumas dessas semelhanças, há a presença de clorofilas a e b, parede celular com celulose, hemicelulose e substâncias pécticas nas clorófitas. Além disso, armazenam amido como material de reserva e já têm certas adaptações no tegumento (cutícula) para evitar a perda de água no ambiente terrestre.

Como exemplos de clorófitas bem estuda-das, podem ser citados os seguintes gêneros: Chlamydomonas, alga unicelular e biflagelada; Chlorella, alga unicelular, imóvel e muito usada na indústria alimentícia; Spirogyra, alga pluri-celular que realiza a reprodução sexuada por conjugação.

Já entre as espécies mais conhecidas, tem--se a Ulva lactuca (alface-do-mar), clorofícea marinha que se encontra aderida às rochas no litoral brasileiro e que pode ser utilizada na ali-mentação humana.

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Phaeophyta: feófitas (algas pardas)As algas feófitas são todas pluricelulares e quase ex-

clusivamente marinhas. Formam talos filamentosos que podem atingir dezenas de metros. Existem cerca de 1 500 espécies, predominantes nos litorais rochosos. Habitam as águas transparentes desde o nível de maré baixa até aproximadamente 30 metros de profundidade.

As algas pardas crescem muito rapidamente e são bastante utilizadas industrialmente, pois sua parede celular é rica em algina, um polissacarídeo usado para a formação de géis, filmes (tintas, vernizes, papéis especiais) e retenção de água. Possuem clorofilas a e c, sendo a fucoxantina o pigmento predominante, o qual é responsável pela coloração marrom-escura ou verde-oliva típica das feófitas. Os óleos e a laminarina são as principais reservas.

O gênero Sargassum é encontrado em grande quantidade no Mar dos Sargaços, região próxima à Ilha dos Açores, Portugal. Outros gêneros importantes são Fucus e Laminaria, etc.

Rhodophyta: rodófitas

(algas vermelhas)As rodófitas são também conhecidas como algas

vermelhas (do grego rhodon, vermelho) por causa de sua pigmentação – entre os pigmentos, há as clorofilas a e d, ficocianina, ficoeritrina (pigmento avermelhado) e ca-rotenoides.

Nesse filo existem cerca de 6 mil espécies, sendo a grande maioria marinha. De modo geral, são pluricelulares, atingem grandes dimensões e crescem junto aos corais, fazendo parte do bênton (comunidade de algas fixas ao solo marinho).

A pigmentação avermelhada possibilita a sobrevivência em ambientes mais profundos que os tolerados por outros grupos, o que é possível por conseguirem absorver a luz azul, a qual penetra mais profundamente.

A parede celular é mucilaginosa e dela são extraídos ágar-ágar e carragenina. As algas vermelhas co-ralinas reforçam a formação de recifes de coral, pois apresentam depósitos de carbonato de cálcio em suas paredes celulares, o que as torna muito resistentes e como substância de reserva têm o amido das florídeas.

Os gêneros Porphyra (nori), Polysiphonia e Porolithon (coralina) são alguns exemplos de algas rodófitas.

Importância das algas

Certas algas marinhas pluricelulares são usadas como fertili-zantes do solo. A alga Sargassum sp., por exemplo, depois de res-secada e moída, fornece um adubo rico em diversos sais minerais.

A algina extraída das algas é amplamente utilizada na indústria alimentícia para dar consistência a alimentos como o sorvete, e também pelos fabricantes de produtos de higiene pessoal, a exemplo de sabonetes e pastas de dente.

Como explicado, muitas algas vermelhas fornecem uma subs-tância chamada ágar-ágar, que é um tipo de gelatina usado pela indústria farmacêutica como meio de cultura microbiana e como cápsulas de medicamentos e supositórios e, ainda, pelas indústrias alimentícias para fabricar chocolates, pudins, cremes, sabonetes, etc. Na atualidade, o ágar-ágar também tem sido empregado na cicatrização de queimaduras.

Rodófitas:

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feófitas: algas

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A alga parda Sargassum sp. apresenta vesícu-las de flutuação que auxiliam a sua manuten-ção na superfície e facilitam a captação da luz

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As algas vermelhas são bastante utiliza-das comercialmente

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A floração das algas provoca a desoxigenação dos ambientes aquáticos e, consequentemente, a morte de diversos organismos, como os peixes

Algumas algas conquistaram um grande espaço na indús-tria alimentícia, como a alga vermelha nori (Porphyra sp.), usada na preparação do sushi, prato típico da culinária japonesa.

A presença de muitas variedades de algas nos ambien-tes aquáticos (especialmente nas camadas superficiais dos oceanos, rios e lagos), onde formam o fitoplâncton, é o principal fator de oxigenação do planeta Terra.

Essas algas planctônicas e outras variedades de algas pluricelulares não planctônicas (não superficiais) constituem a base das cadeias alimentares aquáticas, pois, além do oxigênio, a fotossíntese produz a matéria orgânica necessária para a formação de inúmeras cadeias alimentares.

Como são as maiores responsáveis pela fotossíntese da biosfera, as algas capturam grande parte do CO2 liberado na atmosfera. Com isso, auxiliam na manutenção da temperatu-ra, evitando o acúmulo do CO2, o principal gás que intensifica o aquecimento global.

Algas e alterações ambientaisAs algas têm um papel muito importante para toda a biodiver-

sidade. No entanto, o acúmulo excessivo de muitas espécies pode provocar algumas alterações nas cadeias alimentares aquáticas.

Floração das algasQuando um ambiente aquático é excessivamente fer-

tilizado por nutrientes com nitrogênio e fósforo (fenômeno conhecido como eutrofização), pode ocorrer o crescimento acentuado de algas que necessitam dessas substâncias nu-tritivas. Por exemplo, os fertilizantes usados na agricultura ou os esgotos lançados na água têm grandes concentrações desses nutrientes. Com isso, as algas formam uma espécie de “tapete” esverdeado, fenômeno ao qual se dá o nome floração das águas.

Em muitos casos, grande parte da superfície de um lago ou represa é recoberta por esse “tapete” formado pelo entrela-çamento de algas, o que diminui a oxigenação da água. Essa diminuição ocorre porque as algas possibilitam a liberação do oxigênio para a atmosfera sem que esse gás se dissolva na água. Além disso, a camada superficial de algas dificulta a penetração dos raios luminosos e impede a realização da fotossíntese pelas algas e plantas submersas. Consequente-mente, ocorrem a redução na produção de oxigênio e a morte desses seres autótrofos.

Maré vermelhaA maré vermelha ocorre quando o fenômeno de floração

das águas aumenta as populações de certas espécies de algas, principalmente as pertencentes ao grupo das pirrófitas (dino-flagelados). Como já explicado, esse crescimento excessivo de algas produz uma mudança na coloração da água, que se torna avermelhada. Alguns dos principais fatores ambientais que possibilitam essas florações incluem maiores temperaturas na superfície, eutrofização e águas mais calmas.

Essas algas são produtoras de toxinas que podem ser acumuladas na cadeia trófica (alimentar), provocando graves distúrbios gastrointestinais e neurológicos em humanos e outros animais.

As marés vermelhas podem ocorrer em diversos ambien-tes marinhos onde há a proliferação excessiva dessas algas. Esse fenômeno finda quando o ambiente volta às condições normais ou quando ventos dispersam as algas e diminuem a temperatura da água. Mesmo com o fim do fenômeno, peixes, moluscos e, principalmente, mariscos da região contaminada não devem ser consumidos, uma vez que podem sobreviver com as toxinas acumuladas em seus organismos.

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As algas vermelhas prensadas são utilizadas na preparação do sushi

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1. Um casal deseja saber se seu filho recém-nascido corre o risco de manifestar a doença de Chagas. O casal tem a doença já há seis anos e há quatro anos mudaram-se da zona rural de Alagoas para a região central de Maceió. Em consulta a um médico, informaram que a criança nunca havia saído da cidade.

Com base nesses dados, responda se o recém--nascido corre risco de apresentar a doença de Chagas e justifique sua resposta.

2. (UFCG – PB) Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas (1878-1934), médico e sanitarista brasileiro, des-creveu em 1909 a doença que leva o seu nome – “doença de Chagas”. O protozoário Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da infecção que tem como reservatório natural animais silvestres. In-setos triatomíneos conhecidos por “Barbeiro” (Triatoma), ao sugar o sangue desses animais, ad-quirem o parasita e se transformam em vetores.

Sobre a doença de Chagas, responda:

Descreva o modo de transmissão da doença des-crita por Carlos Chagas e cite 03 (três) medidas profiláticas que podem ser adotadas atualmente para conter a propagação da doença.

3. Leia o texto e responda à questão a seguir:

[...]

Ação e reação

A utilização de protozoários ciliados como bioindi-cadores apresenta diversas vantagens em compa-ração a outros organismos. “Além de muito adap-táveis a ambientes poluídos, os protistas têm um tempo de geração curto, ampla distribuição geo-gráfica e são facilmente mantidos em laboratório”,

enumera a professora Marta d’Agosto. A espécie Frontonia leucas, por exemplo, foi encontrada nos cinco pontos de coleta, mas apresentou caracterís-ticas distintas em cada local. Nas nascentes, esse ci-liado alimenta-se de algas e, nos pontos poluídos, de cianobactérias, o que altera até mesmo sua mor-fologia.

[...]

BIOINDICADORES. Disponível em: <http://revista.fapemig.br/ma-teria.php?id=327>. Acesso em: 4 abr. 2012.

Qual a importância do protozoário Frontonia leucas para o ambiente aquático?

4. (FUVEST – SP) Qual a importância das algas planctô-nicas (fitoplâncton) nos ecossistemas aquáticos?

5. (UFPR) Em um recente artigo da revista Superin-teressante (edição 244 – out. 2007), intitulado “A vida ferve no gelo”, Pedro Burgos relata: “Pes-quisadores perceberam que, enquanto vagam lentamente pelo Mar de Weddel (sul do Atlânti-co), os pedaços de gelo que se soltaram da An-tártida vão derretendo, deixando pelo caminho um rastro de nutrientes que ficaram congelados por milhões de anos. Isso atrai o fitoplâncton, micro-organismos que fazem fotossíntese e for-mam imensas florestas marinhas”. Segundo a matéria, esse derretimento contribui para o au-mento da biodiversidade da região e para a cap-tura de CO2.

a) De que maneira o fitoplâncton que se desen-volve nessa região contribui para o aumento da biodiversidade?

b) De que maneira o derretimento dos icebergs contribui para a captura de CO2?

Entre algumas das principais espécies de algas pirrófitas (dinoflagelados) causadoras de marés vermelhas, podem ser citados os seguintes exemplos: Gymnodinium catenatum, Gonyaulax catenella, Pyrodinium bahamense, Gymnodinium breve e Dinophysis acuminata.

O fenômeno de maré vermelha provoca graves alterações ambientais e prejuízos aos

habitantes dos locais próximos

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6. (UFC – CE) Preencha as lacunas do texto a seguir:

O “sushi” é um prato típico da culinária ja-ponesa e, no seu preparo, certas espécies de _______________ são usadas, como é o caso da nori (Porphyra). Por ser rico em _______________, esse organismo auxilia no combate a uma do-ença carencial, denominada escorbuto. Esse organismo é constituído por células que pos-suem, envolvendo a membrana plasmática, uma _______________, formada por uma camada mais interna e rígida de _______________, e outra mais externa, mucilaginosa, composta dos polissacarí-deos ágar e carrageano (ou carragenina). Dentre as características consideradas importantes para a classificação desses organismos, incluem-se os diferentes tipos de _______________________.

7. (UFPE) Diferentes enfermidades atingem o ho-mem, minando sua resistência e provocando uma qualidade de vida, muitas vezes, apenas razoável. Muitas dessas doenças, consideradas erradicadas, voltam a atormentar o homem em pleno século XXI, algumas das quais de fácil con-trole. Nesse contexto, analise as proposições a seguir e marque verdadeiro (V) ou falso (F):( ) Malária: doença causada por esporozoá-

rios transmitidos ao homem pela picada de mosquitos de um determinado gênero. Quando liberadas no sangue humano, as toxinas produzidas por esses protozoários causam acessos febris.

( ) Doença de Chagas: doença causada por um nematódeo, cujas larvas infectantes, se ingeridas por mosquito hematófago do gênero Culex, podem ser transmitidas ao homem pela picada do inseto.

( ) Hanseníase ou lepra: doença transmitida pelo ar ou pela saliva de pessoa contamina-da com o bacilo Clostridium; provoca ulce-rações na pele, no fígado e nos rins.

( ) Tuberculose: doença causada pelo baci-lo Mycobacterium tuberculosis e que tem como medida profilática a aplicação da va-cina BCG. Causa infecção dos pulmões e de outros órgãos.

( ) Condiloma acuminado ou blenorragia: do-ença causada pela bactéria Mycobacterium gonorrheae, conhecida como gonococo, cujos sintomas são lesões verrucosas na uretra e na região anal, seguidas de secreção purulenta.

8. (UEAP – AP) Recentemente foi verificado um au-mento no número de casos de malária nos bair-ros centrais da cidade de Macapá/AP.

Marque a alternativa correta em relação à princi-pal causa apontada para o ressurgimento dessa doença na cidade.

a) Migração dos mosquitos Aedes da área rural para as regiões urbanas.

b) Utilização de vacinas contaminadas com o ví-rus ativo da febre palustre.

c) Vinda, para a cidade, de pessoas contamina-das na área rural e a presença de mosquito vetor na área urbana.

d) Contaminação dos reservatórios de água po-tável das áreas urbanas pela bactéria patogê-nica.

e) Vinda, para a cidade, de pessoas contamina-das na área rural, que transmitiram o vírus por via aérea.

9. (UFPE – PE) As algas podem viver fixas, sobre ro-chas submersas, ou livres, tanto no fundo das águas quanto flutuando. Com relação às algas, analise as [afirmativas] a seguir, assinalando ver-dadeiro (V) ou falso (F).( ) A Ulva (alface-do-mar) ocorre no litoral bra-

sileiro aderida às rochas; são algas verdes pertencentes ao filo Chlorophyta.

( ) De algas vermelhas (Rodophyta) podem ser extraídas substâncias utilizáveis em culiná-ria e no preparo de meios de cultura.

( ) As algas pardas (Phaeophyta), como, por exemplo, o Sargassum, além da fucoxanti-na, podem apresentar outros pigmentos.

( ) As diatomáceas são algas rodofíceas, das quais se extrai o ágar. Elas compõem os bentos marinhos.

10. (MACKENZIE – SP) Assinale a alternativa que pre-enche, correta e respectivamente, as lacunas I, II, III e IV da tabela abaixo.

Doença CausadorMosquito

transmissorVacina

Malária I Anopheles Sim

Dengue Vírus III Não

Febre Amarela II Aedes IV

a) Protozoário; vírus; Anopheles; sim.

b) Vírus; bactérias; Aedes; não.

c) Protozoário; vírus; Anopheles; não.

d) Protozoário; vírus; Aedes; sim.

e) Vírus; vírus; Aedes; sim.Ensino Médio | Modular 45

BIOLOGIA

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Agaricus bisporus (1), Lentinula edodes (2) e Amanita muscaria (3) são exemplos de fungos (cogumelos) bem conhecidos

Qual é o maior ser vivo?A maior criatura do planeta foi descoberta apenas em 1996: um fungo que

cresce sob o solo da Floresta Nacional de Malheur, no Estado do Oregon, Estados Unidos.

Esse Armillaria ostoyae, popularmente conhecido como “cogumelo do mel”, nasceu como uma partícula minúscula, impossível de ser vista a olho nu, e foi estendendo seus filamentos durante um período estimado de 2 400 anos. Da superfície, dá para ver apenas suas extremidades junto aos troncos das árvores, mas debaixo da terra ele ocupa 880 hectares – o equivalente a 1 220 campos de futebol. “Ele ainda cresce de 70 centímetros a 1,20 metro por ano”, diz o engenheiro agrônomo João Lúcio de Azevedo, da USP. Antes de sua descoberta, o maior ser vivo era outro fungo da mesma espécie, encontrado em 1992. Até os anos 1990, o título pertencia a uma árvore sequoia da Califórnia.

MUNDOESTRANHO. Qual é o maior ser vivo? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-eo-maior-ser-vivo>. Acesso em: 4 abr. 2012.

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O fermento biológico é formado por uma grande quantidade de leveduras (Saccharomyces cerevisiae), que são fungos unicelulares muito utilizados na fabricação de bebidas alcoólicas, pães, bolos, biscoitos, etc.

Os cogumelos são organismos pertencentes ao Reino Fungi. Além dos cogumelos, esse reino também é constituído de outros tipos de fungos, entre eles: as leveduras (Saccharomyces cerevisiae), responsáveis pelos processos de fermentação de pães e bebidas, os bolores (Rhizopus stolonifer), que se alojam nos frutos, e os “sapinhos” (Candida albicans), parasitas da pele humana, etc.

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O fungo basidiomiceto Armillaria ostoyae cresce junto às árvores, formando micorrizas que se esten-dem abaixo do solo

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Reino Fungi: fungos4

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi46

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Ferrugem do cafeeiro (1), bolor dos frutos (2) e micoses de pele (3) são alguns exemplos de fungos parasitas e decompositores

O hábitat dos fungos é predominantemente terrestre, mas existem alguns que vivem em meio aquático.

Todos são heterótrofos, pois não realizam a fotossíntese, e a maioria age como seres sapróbios (do grego saprós, podre, e bio, vida) para obter alimento, ou seja, usam matéria orgânica proveniente de organismos mortos para sua nutrição. Desse modo, é possível haver a reciclagem nos ecossistemas, pois, com as bac-térias, eles são os mais importantes agentes decompositores. Por outro lado, alguns são parasitas e retiram seus nutrientes diretamente de outros organismos, prejudicando-os e podendo, até mesmo, causar-lhes doenças, como as micoses.

Características gerais dos fungos

Os esporos dos fungos são muito resistentes e se espalham especialmente pelo ar e pela água. Embora a temperatura ideal para o desenvolvimento dos fungos esteja entre 20 e 30°C, alguns podem suportar temperaturas superiores a 100°C. O pH ideal para a sobrevivência é ácido.

Os fungos podem ser uni ou pluricelulares. Nos pluricelulares, as células estão intimamente ligadas umas às outras, formando uma massa compacta de longos filamentos denominados hifas. Essas es-truturas são tubos microscópicos que se formam após a germinação dos esporos (células reprodutivas) e podem ou não apresentar septos (paredes) transversais, delimitando as células. As hifas sem septos denominam-se cenocíticas (do grego koinos, comum, e cito, célula) e compartilham um citoplasma comum com diversos núcleos. A reunião das hifas ramificadas e entrelaçadas constitui o micélio.

Hifas septadas (1) e cenocíticas (2)

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Importância

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BIOLOGIA

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Conjunto de hifas (cenocíticas) resultante da germinação do esporo. O entrelaçamento das hifas constitui o micélio, que forma o corpo dos fungos pluricelulares

As células dos fungos têm parede celular, que reforça externa-mente a membrana plasmática, a exemplo do que ocorre nas algas e vegetais. Esse reforço apresenta depósitos de quitina, substância característica do exoesqueleto dos artrópodes e dá extrema resis-tência aos fungos. Por isso, o tratamento antifúngico é difícil. Outra característica semelhante à dos animais é a presença de glicogênio como substância de reserva.

De modo geral, os fungos mais desenvolvidos vivem fixados ao substrato por meio de hifas, as quais também auxiliam na absorção de nutrientes. Um fato curioso a respeito da nutrição dos fungos é a digestão externa. Os fungos liberam enzimas digestivas sobre o substrato alimentício e absorvem as partículas previamente digeridas. As substâncias são distribuídas por meio de uma corrente citoplasmática que percorre todas as células.

A respiração pode ser aeróbia ou anaeróbia facultativa.

Esta última é comum nas leveduras. Muitas delas, como a espécie Saccharomyces cerevisiae, realizam a fermentação alcoólica (processo anaeróbio) e por isso são muito usadas na produção de pães, vinhos e cervejas. No processo de panificação, o crescimento da massa se deve à liberação de dióxido de carbono (CO2) durante a fermentação alcoólica.

A excreção é feita por difusão direta dos resíduos meta-bólicos para o exterior das células.

Atualmente, existem aproximadamente 57 mil espécies descritas e tantas outras a serem descober-tas pela Micologia (do grego myketos, fungo, e logos, estudo). A classificação dos fungos pode variar de acordo com os diferentes taxonomistas. Mas, de modo geral, é realizada com base nas estruturas reprodutivas, que são as mais diferenciadas de seu ciclo biológico, e no tipo de hifas.

Fisiologia dos fungos

Sistemática dos fungos

Comparação entre o processo aeróbio e anaeróbio de pro-

dução energética

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Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi48

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Ascomicetos de valor comercial: Penicillium roqueforti (1), usado na fabricação do queijo roquefort, Morchella esculenta (2), de grande valor nutritivo, e Aspergillus oryzae (3) no arroz, usado na fabricação do saquê

Os zigomicetos são muito comuns na decomposição dos alimentos

Filo Ascomycota (Ascomicetos)Trata-se do grupo mais numeroso de fungos, com mais de 30 mil espécies descritas. A designação

desse filo deriva do ascocarpo, uma estrutura reprodutiva em forma de saco. No interior dessa estrutura, existem os ascosporângios, onde são produzidos os esporos sexuados, denominados ascósporos. Assim, o ascocarpo (do grego askos, bolsa ou saco, e carpo, fruto) constitui o corpo de frutificação desses fungos, ou seja, as estruturas responsáveis pela propagação dos ascomicetos.

Pertencem a esse filo as leveduras, como as do gênero Saccharomyces, fungos unicelulares utilizados na fabricação de pães, cervejas e vinhos por realizarem a fermentação alcoólica.

Além das leveduras, esse filo inclui numerosos fungos de importância econômica, como as trufas (Tuber sp), que se desenvolvem sob o solo, geralmente, formando micorrizas com raízes de árvores como o carvalho. Entre outras espécies de valor comercial, existem as do gênero Aspergillus, usadas na fabricação do saquê (bebida fermentada japonesa) e do molho de soja shoyu; Penicillium roqueforti e Penicillium camemberti, empregadas na fabricação de queijos; Penicillium notatum, usada na produção da penicilina; e Morchella esculenta, um ascomiceto utilizado na alimentação humana.

A maioria dos ascomicetos realiza decomposição de matéria orgânica, mas alguns podem parasitar vegetais. É o caso do Claviceps purpurea que causa uma patologia vegetal conhecida como “esporão do centeio”. Esse fungo produz um alcaloide tóxico denominado ergotamina, de onde se extrai o LSD (dietilamida do ácido lisérgico).

Filo Chytridiomycota (Quitridiomicetos)Reúne os fungos mais simples, os quais não desenvolvem o micélio característico. A grande parte

das cerca de 800 espécies habita os ambientes aquáticos e apresentam flagelos em algum estágio de seu ciclo de vida. Nenhum dos outros grupos de fungos tem flagelo. Algumas espécies são unicelulares, mas a maioria é filamentosa com hifas cenocíticas. Muitas espécies de quitridiomicetos atuam na decomposição de plantas e animais.

Os fungos desse filo podem ser empregados no controle biológico (de animais, plantas ou outros fungos danosos para a economia) e ainda no controle da poluição de águas continentais.

Filo Zygomycota (Zigomicetos)Com aproximadamente 760 espécies conhecidas, abrange os fungos de organização

simples, com hifas cenocíticas, ou seja, sem septos ou paredes transversais. Esses fungos podem ser terrestres ou aquáticos, sem formas móveis em nenhuma fase da vida. A maioria atua na decomposição da matéria orgânica e alguns são parasitas de plantas e animais.

Os exemplares mais conhecidos no cotidiano são as espécies Mucor racemosus (bolor do pão) e Rhizopus stolonifer (bolor dos frutos). Esses fungos se propagam em qualquer material armazenado úmido e rico em carboidratos. Por isso, é comum vê-los em pedaços de pão ou em frutos.

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Reprodução de

zigomicetos

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Ciclo

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BIOLOGIA

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Carvão-do-milho (1) e ferrugem do cafeeiro (2)

O cogumelo Amanita phalloides é uma espécie de basidiomi-ceto extremamente tóxica e letal. A ingestão de apenas 50 g

desse fungo pode matar um indivíduo adulto. Por esse motivo, é preciso ter muito cuidado com a ingestão de alguns cogumelos

Muitos fungos produzem substâncias denomina-das ciclopéptidos, capazes de inibir a síntese de mRNA nas células musculares do miocárdio. Bas-ta a ingestão de um único corpo de frutificação (cogumelo) do basidiomiceto Amanita phalloides, por exemplo, para ocorrer a morte de uma pes-soa. Esse cogumelo tem semelhanças morfológi-cas com espécies de cogumelos comestíveis.

Explique por que razão é muito frequente a morte de pessoas por ingestão acidental de cogumelos da espécie Amanita phalloides.

Filo Basidiomycota (Basidiomicetos)Corresponde aos fungos mais desenvolvidos, conhecidos como cogumelos, apresentando aproximadamente

25 mil espécies descritas. Podem ser encontrados em diversos ambientes, como troncos de árvores, solos úmidos, etc. Muitos deles

são fitoparasitas, ou seja, parasitam plantas, como o carvão-do-milho (Ustilago sp.) e a ferrugem do cafeeiro (Hemileia sp.).

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Os basidiomicetos caracterizam-se por apresentarem basídios (do grego basis, base), isto é, estruturas reprodutivas responsáveis pela produção dos esporos denominados basidiósporos. Os basí-dios podem se agrupar em um corpo de frutificação, formando o basidiocarpo (parte do cogumelo acima do solo).

Alguns basidiomicetos produzem toxinas e alcaloides potentes e são conhecidos como cogumelos alucinógenos. Isso ocorre nas espécies Psilocybe mexicana, Psilocybe sebaeruginacens, Amanita muscaria, etc. Já a espécie Amanita phalloides é letal. Muitas espécies são alimentícias, como o Agaricus sp. conhecido por champignon. Outras, como os orelhas-de-pau (Polyporus sp.) vivem aderidos em madeiras e troncos em decomposição.

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Processo

reprodutivo dos

basidiomicetos

@BIO1777

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi50

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Reprodução dos fungos

A meiose dos fungos é diferente da

que ocorre nos animais e

nas plantas, que nunca re-

alizam meiose logo após a

formação do zigoto. No

caso dos fun-gos, a meiose

é zigótica, o que possibilita

a formação de hifas

haploides.

Dependendo da espécie de fungo, pode ocorrer o processo reprodutivo assexuado ou sexuado.

Reprodução assexuadaOs fungos unicelulares, como as leveduras, podem realizar a reprodução assexuada por brota-

mento. Muitos pluricelulares formam células reprodutivas, denominadas esporos, que germinam e, por mitoses sucessivas, formam várias hifas. Essas hifas se alongam e constituem novos indivíduos adultos sem a necessidade de fundir-se a outra célula.

Em fungos aquáticos, os esporos podem ser flagelados (zoósporos), dispersando-se na água; já nos terrestres, os esporos não têm flagelos (aplanósporos), dispersando-se com o efeito do vento. Essas células reprodutivas são produzidas em estruturas especiais denominadas esporângios. Geralmente, a localização dos esporângios se dá acima do micélio, o que facilita a esporulação, ou seja, a dispersão dos esporos.

Reprodução sexuadaNos zigomicetos, ascomicetos e basidiomicetos ocorre o processo sexuado por meio da fusão de

hifas. Nesse caso, o zigoto realiza a meiose (zigótica), originando esporos haploides que germinam e dão origem a novas hifas também haploides. Essas hifas se entrelaçam e formam o micélio, que apresenta o corpo de frutificação.

Nos ascomicetos, o corpo de frutificação denomina-se ascocarpo, e nos basidiomicetos, basidio-carpo. Nos ascocarpos, ocorre a produção de esporos denominados ascósporos e nos basidiocarpos há a produção de basidiósporos.

As etapas do ciclo reprodutivo de um basidiomiceto são as seguintes: O micélio passa por duas fases distintas. Em uma delas, as hifas são monocarióticas, ou seja, suas

células têm um único núcleo; na outra, as hifas são dicarióticas, isto é, há dois núcleos celulares. A germinação do esporo origina hifas monocarióticas, que constituem o micélio primário.

A reprodução sexuada se inicia com o encontro de dois tipos de hifas sexualmente compatíveis. Ao entrarem em contato, as hifas+ e as hifas- fundem-se (plasmogamia), originando hifas dicarióticas.

O novo micélio, composto de hifas dicarióticas, denomina-se micélio secundário (dicariótico), o qual forma o corpo vegetativo. Ele cresce e constitui o corpo de frutificação (basidiocarpo), co-nhecido popularmente como cogumelo. Essa fase predomina no ciclo de vida dos basidiomicetos.

Em determinada fase do ciclo, a célula terminal de certas hifas adquire a forma de uma clava e pas-sa a ser chamada de basídio. Este se forma na superfície das lamelas localizadas na parte inferior do chapéu do cogumelo. Os dois núcleos do basídio fundem-se (cariogamia) e dão origem a um zigoto com núcleo diploide. Imediatamente, esse núcleo se divide por meiose (zigótica), produzindo quatro núcleos haploides.

Esporos sem flagelo ou

aplanósporos (1), esporos flagela-

dos ou zoósporos (2) e reprodução

assexuada por brotamento em

leveduras (3)

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Ensino Médio | Modular 51

BIOLOGIA

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Alguns tipos de fungos podem provocar doenças em hu-manos (e outros animais) e plantas:

Candida albicans – provoca candidíase, também co-nhecida como “sapinho”.

Hemileia vastatrix – responsável pela ferrugem do cafeeiro (doença que destruiu grande parte dos cafe-zais brasileiros na década de 1970).

Tinea pedis e Trycophyton sp. – provocam micoses conhecidas como “tinha do couro cabeludo” e “friei-ra” ou “pé de atleta”, respectivamente.

Paracoccidioides braziliensis – causador da micose conhecida como blastomicose sul-americana.

Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus – produ-tores de aflatoxinas, um grupo de compostos tóxicos, considerados metabólitos secundários, que podem ser encontradas em alimentos como amendoim, mi-lho, trigo, nozes, etc. O acúmulo dessas toxinas no organismo pode causar necrose aguda, cirrose e car-cinoma de fígado.

Doenças causadas por fungos

Enquanto a meiose ocorre, formam--se na superfície do basídio quatro protuberâncias em forma de dedos. Cada um dos núcleos haploides for-mados na meiose migra para o inte-rior de uma dessas protuberâncias, a qual se isola do resto do basídio e desenvolve uma parede grossa e resistente, transformando-se em um esporo denominado basidiósporo.

Os basidiósporos maduros despren-dem-se então do basídio e se disper-sam pelo ar. Ao encontrar condições favoráveis, o basidiósporo germina e origina um novo micélio primário, que repetirá o ciclo, isto é, as hifas compatíveis se fundem e formam um novo micélio.

Micoses são infecções cutâneas causadas por fungos que atingem a pele, unhas e cabelos. Como os fungos se encontram em diversos locais, pode haver alguns em nossa pele, sem neces-sariamente causar a doença. Nesses casos, os fungos apenas se alimentam da queratina, que é uma proteína encontrada nas regiões superficiais do organismo. Mas, quando encontram condi-ções favoráveis, como umidade, calor e baixa da imunidade, os fungos causadores de micoses se reproduzem, dando origem à doença.

Detalhe do ciclo reprodutivo de um basidiomiceto (Amanita muscaria)

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Regiões

do corpo

afetadas

por

micoses

@BIO908

Diversidade dos vírus e dos reinos Monera, Protista e Fungi52

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Líquen rochoso à beira-mar – na ilustração há a representação da relação mutualística entre as células das algas ou gonídias e as hifas dos fungos

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São associações mutualísticas entre fungos (geralmente, ascomicetos) e algas (principalmente clorófitas) ou cianobactérias.

Para que ocorra a formação de um líquen, as hifas dos fungos revestem e protegem as células das algas denominadas gonídias. Forma-se, então, um conjunto tão homogêneo e harmonioso que dá ao líquen o as-pecto de um único organismo. Nessa relação mutualística, a alga fornece glicose ao fungo, ao passo que o fungo fornece proteção à alga, além de absorver umidade e sais minerais. Assim, o líquen formado consegue sobreviver em condições ambientais em que as algas e fungos não conseguiriam sobreviver separadamente.

Os liquens se reproduzem assexuadamente por meio de sorédios. Essas estruturas são pequenos fragmentos que contêm hifas e gonídias. Depois de separados, os sorédios se espalham com o vento e, ao encontrarem um substrato com nutrientes adequados, crescem e formam novos liquens.

Muitos liquens produzem o ácido liquênico, capaz de degradar as rochas que lhes servem de substrato. Essa degradação auxilia na fer-

tilização do solo, permitindo a instalação de plantas e, consequentemente, a

colonização de um ambiente com poucas formas de vida (suces-são ecológica).

Os liquens (principalmente coloridos) são extremamente

sensíveis à poluição ambien-tal. Por isso, um ambiente com

muitos liquens coloridos indica que o ar possivelmente não está poluído.

Liquens

Alguns fungos são usados pela indústria farmacológica para a produção de antibióticos e outros medicamentos.O fungo Penicillium notatum, por exemplo, é utilizado na produção da penicilina, o primeiro antibiótico a ser usado

contra infecções bacterianas. Esse medicamento foi descoberto pelo bacteriologista escocês Alexander Fleming em 1929. Com isso, Fleming ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 e aumentou a perspectiva de vida humana.

Os fungos mutualísticos podem viver associados às raízes de plantas, formando as micorrizas (do grego mykes, fungo, e rhiza, raiz).

Conforme explicado, o fungo é heterótrofo e necessita de compostos orgânicos para sua nutrição. Já as plantas são autótrofas, mas precisam de compostos inorgânicos, como água e sais minerais, como o fósforo.

Micorrizas

As hifas dos fungos envolvem toda a estrutura das raízes, formando as micorrizas

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Liquens, algas

e fungos em

mutualismo

@BIO1747

Tipos de

micorrizas

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Micorrizas,

fungos e raízes

associados

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BIOLOGIA

53Ensino Médio | Modular

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1. (UEL – PR) A figura a seguir representa o ciclo de vida da ferrugem do trigo Puccinia graminis (filo Basidiomycota, classe Teliomycetes). A ferrugem do trigo é heteroécia, isto é, parte do ciclo de vida passa sobre Berberis e parte, sobre uma gramínea (neste caso, o trigo).

Referência da imagem: Adaptado: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2007. p. 296-297.

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta. a) A germinação de um esporo origina hifas cons-

tituídas por células dotadas de um único núcleo (monocarióticas), as quais constituem o micélio primário.

b) A reprodução assexuada deste fungo começa pela cariogamia, ou seja, fusão de dois micélios compatíveis, originando hifas dicarióticas.

c) A figura é uma representação esquemática do ciclo assexuado de fungos basidiomicetos, cons-tituído por duas fases distintas, ambas formadas por hifas monocarióticas.

d) O micélio constituído por hifas monocarióticas, conhecido como micélio secundário, cresce e se desenvolve depois que ocorre a fusão dos núcleos.

Associação entre fungo e raiz de gimnosperma, formando micorrizas

A micorriza é uma perfeita associação de certos fungos do solo, que absorvem nutrientes inorgânicos para as plantas (eucalipto, pinheiro, carvalho, etc.), com raízes que fornecem glicose para eles.

Essa relação melhora a capacidade de absorção e uso dos nutrientes, de absorção de água, assim como a tolerância às condições desfavoráveis do solo e a resistência a micro- -organismos patogênicos. Por isso, a formação de micorrizas aumenta a produtividade agrícola e diminui a necessidade de fertilizantes industriais.

e) Plasmogamia é a fusão dos pares de núcleos diploides, que originam núcleos zigóticos di-ploides os quais podem se dividir imediata-mente por mitose.

2. Fungos e bactérias têm sido constantemente considerados os “vilões” entre os seres vivos. Sa-bemos, entretanto, que ambos têm aspectos po-sitivos e desempenham importantes funções eco-lógicas.

a) Cite uma forma pela qual as bactérias e os fungos podem contribuir para a reciclagem de nutrientes minerais.

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b) Cite um exemplo de conquista científica no com-bate a infecções que foi possível a partir da utili-zação de fungos.

3. O fermento biológico (lêvedo) é adicionado à massa do pão para que cresça e, depois de assada, torne-se saborosa. Explique o que possibilita o crescimento da massa.

4. (UFRJ) Um dos armários do laboratório da escola apareceu com pontos e fios brancos em suas por-tas, do lado interno. Um dos alunos identificou os pontos e os fios brancos como sendo um tipo de mofo. Para eliminá-lo, passou um pano embebido em álcool na porta, até limpá-la totalmente. Na se-mana seguinte, para surpresa do aluno, os pontos e fios reapareceram.

A partir dos seus conhecimentos a respeito da estru-tura e biologia dos fungos, explique por que o mofo reapareceu.

5. O líquen é uma rede organizada de hifas ou filamen-tos, constituindo um falso parênquima. Nas cama-das superiores dessa rede, situam-se muitos grupos de pequenas algas verdes (clorofíceas) ou, mais ra-ramente, cianobactérias. Qual é a importância das algas e hifas dos fungos nessa relação mutualística?

6. Um pesquisador visa produzir uma pomada que eli-mine, simultaneamente, bactérias decompositoras e fungos existentes entre os dedos do pé. Para isso, deve combinar substâncias que atuem como princí-pios ativos na inibição desses micro-organismos.

De acordo com os modos de ação a seguir discri-minados, responda quais princípios ativos o pesqui-sador deve utilizar nessa pomada e justifique sua resposta.

PRINCÍPIOS MODO DE AÇÃO

MDestrói polissacarídeos compostos (como do exoesqueleto dos artrópodes).

N Fragmenta moléculas circulares de DNA.

O Impede a formação de membranas tilacoides.

P Impede a síntese de celulose na parede celular.

Q Degrada o glicogênio presente na célula.

7. (PUC – SP) Foram feitas três afirmações a respeito dos liquens:

I. São organismos pioneiros em um processo de sucessão ecológica.

II. Os dois tipos de organismos que constituem um líquen são capazes de produzir glicose e oxigênio utilizando gás carbônico, água e energia luminosa.

III. Os organismos que constituem um líquen apre-sentam uma relação mutualística.

Assinale:

a) se apenas uma das afirmações estiver correta;

b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas;

c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas;

d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas;

e) se as afirmações I, II e III estiverem corretas.

8. (UFV – MG) Observe abaixo as fotos da microscopia de dois tipos de fungos e a numeração I, II, III e IV indicada.

Assinale a afirmativa incorreta:

a) IV indica forma sexuada por gemulação de leve-duras formando brotos.

b) I indica um esporângio em cujo interior se for-mam esporos haploides.

c) II indica uma hifa especial que cresce ereta, cha-mada de esporangióforo.

d) III indica os aplanósporos que são adaptados à disseminação pelo ar.

9. (UFPE) Com relação às algas e aos fungos, é incorre-to afirmar que:

a) o fenômeno das marés vermelhas, um sério pro-blema ambiental, é provocado pela proliferação intensa de algas do grupo dos dinoflagelados;

b) entre as algas, observa-se reprodução sexuada e assexuada, podendo esta última se dar por divi-são binária;

c) além de servir de alimento para praticamente todos os organismos marinhos, as algas do fito-plâncton produzem a maior parte do oxigênio da atmosfera terrestre;

d) certas espécies de fungos são parasitas, vivendo à custa de plantas e de animais vivos. Outras es-pécies vivem em associações harmoniosas com outros organismos, trocando benefícios;

e) certas espécies de fungos, como as micorrizas e os liquens, são importantes para o reaproveitamen-to da matéria orgânica dos seres mortos, devido a seus papéis como agentes decompositores.

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Anotações