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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
DE NITERÓI – RJ.
Camilla da Silva Couto
ORIENTADORA: Profª. Dra. Edna Massae Yokoo
CO-ORIENTADORA: Dra. Bárbara da Silva Nalin de Souza
NITERÓI
2017
2
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
DE NITERÓI – RJ.
Camilla da Silva Couto
ORIENTADORA: Profª. Dra. Edna Massae Yokoo
CO-ORIENTADORA: Dra. Bárbara da Silva Nalin de Souza
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de
Saúde Coletiva da Universidade Federal
Fluminense como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
NITERÓI
2017
3
Biblioteca da Faculdade de Medicina – ficha elaborada pela
Bibliotecária Thaíssa Matias – CRB7: 5764.
CDD 613.2
Couto, Camilla da Silva
Sono e consumo alimentar em adolescentes de
uma escola pública de Niterói-RJ/ Camilla da
Silva Couto, 2017.
110 f.
Orientadora: Edna Massae Yooko.
Coorientadora: Bárbara da Silva Nalin de Souza
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)–
Universidade Federal Fluminense, Faculdade de
Medicina, 2018.
1. Consumo alimentar. 2. Dieta. 3. Sono. 4.
Fases do sono. I. Titulo.
C871
4
À minha mãe, Ailamar, por seu amor incondicional.
5
AGRADECIMENTOS
Sou grata a Deus por ter me concedido, como a todo ser humano, os recursos internos
necessários para conduzir conscientemente minha vida e encaminhar a realização de todos os
meus objetivos, sejam eles de qualquer ordem, rumo ao verdadeiro objetivo da vida: estar
cada vez mais próxima de Deus.
Agradeço a Raumsol, criador da Logosofia, por proporcionar à humanidade
conhecimentos que tem me possibilitado dar o verdadeiro valor a cada campo da minha vida.
Ao entender o que é transitório e permanente na vida, pude viver essa experiência acadêmica
buscando o equilíbrio entre as realizações materiais e as realizações internas.
Agradeço à minha orientadora, profª Edna Massae Yokoo, pela precisão e equilíbrio
em sua orientação, que tanto contribuíram para minha formação acadêmica. Agradeço
também à minha co-orientadora, profª Bárbara da Silva Nalin de Souza, por ter me auxiliado
em todo o processo de elaboração da dissertação, especialmente na análise dos dados, e por
me inspirar com sua paciência ao ensinar e sua capacidade reflexiva.
Agradeço a todos os colegas de turma, por termos enfrentado esse grande desafio
juntos! Compartilhar as dificuldades e as alegrias ao longo desse percurso foi fundamental
para torná-lo menos árduo. Agradeço também a todos os professores do Programa de Pós
Graduação em Saúde Coletiva, pois me possibilitaram observar elementos docentes que serão
muito úteis para construir a imagem da docente que quero ser.
Agradeço a todos os professores e colegas que participaram da coleta de dados do
“PAPPAS 2.5”. A colaboração só é possível quando o ideal é comum. Também agradeço a
toda a comunidade escolar da Escola Municipal João Brazil, por ter acolhido a equipe e ter
colaborado ativamente para o êxito dessa pesquisa.
Agradeço a Ana Paula Mattos, Carine Cardinelli e Maria Gabriela Flores, colegas de
trabalho e amigas para toda a vida, pelo incentivo que me deram desde o início dessa jornada.
Agradeço também à chefia do Serviço de Nutrição do HUAP, pelo apoio que tem concedido à
qualificação de seus servidores.
Agradeço especialmente a todos os meus queridos residentes de Nutrição do HUAP.
Para mim, é um privilégio contribuir para a formação de tantos profissionais e esse é um dos
meus maiores estímulos para seguir trabalhando com alegria e entusiasmo!
Agradeço a todos os amigos e familiares pelo carinho e afeto que sempre dedicaram a
mim. Todos contribuíram diretamente para que eu pudesse manter os estímulos para a
conclusão do mestrado.
6
“Estude muito, e predisponha seu ânimo de forma
que o estudo chegue a seduzi-lo tanto que você se
entregue a ele com alegria. Mas não interprete o
que lhe digo como se devesse dedicar-se unicamente
ao que os livros ensinam. Não; o estudo terá de
seguir em você um processo de atividade intelectiva
permanente, derivado da observação, que você
poderá exercitar em todo momento e nos ambientes
que freqüentar. Sua vida será, pois, motivo
constante de estudo. Logo compreenderá que não há
estudo mais belo.”
Raumsol
7
LISTA DE ABREVIATURAS
CDC Center for Disease Control and Prevention
CG Carga glicêmica
DGI-CA Dietary Guideline Index for Children and Adolescents
DHS Duração habitual do sono
ERICA Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes
HELENA Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IG Índice glicêmico
IMC Índice de Massa Corporal
IOTF International Obesity Task Force
IQD Índice de Qualidade da Dieta
KIDMED Mediterranean Diet Quality Index in children and adolescents
MARCA Multimedia Activity Recall for Children and Adults
NCHS National Center for Health Statistics
NCI National Cancer Institute
NSF National Sleep Foundation
OMS Organização Mundial de Saúde
PAPPAS Pais, Alunos e Professores Pela Alimentação Saudável
PDA Personal Digital Assistant
PDSS Pediatric Daytime Sleepiness Scale
PeNSE Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
POF Pesquisa de Orçamentos Familiares
QFA Questionário de frequência alimentar
RS Restrição de sono
SN Sono normal
VET Valor Energético Total
VHS Variabilidade habitual do sono
YAQ Youth and Adolescent Questionnaire
WHO World Health Organization
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Ensaios clínicos de restrição de sono realizados em adolescentes.
Quadro 2. Estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar realizados
em adolescentes.
Quadro 3. Estudos observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar realizados
em adolescentes.
Quadro 4. Alimentos citados nos recordatórios de 24 horas, de acordo com os grupos de
alimentos.
Quadro 5. Classificação do estado nutricional de adolescentes (WHO, 2007).
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização e distribuição de dados comportamentais, antropométricos e
dietéticos de adolescentes.
Tabela 2. Coeficientes de regressão para associação entre duração do sono e nutrientes,
ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Tabela 3. Coeficientes de regressão para associação entre duração do sono e grupos de
alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Tabela 4. Coeficientes de regressão para associação entre hora de dormir e nutrientes,
ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Tabela 5. Coeficientes de regressão para associação entre hora de dormir e grupos de
alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
10
RESUMO
INTRODUÇÃO: Os adolescentes têm apresentado hábitos alimentares não saudáveis e tem se
observado redução na duração do sono nessa faixa etária, ocasionada por alterações
fisiológicas, além de outros fatores vinculados ao estilo de vida. A curta duração do sono tem
se destacado como potencial fator de influência no consumo alimentar, pois tem se associado
a alterações nos hormônios do apetite. Estudos realizados em adolescentes mostram
associações entre duração do sono e hora de dormir com escolhas alimentares desfavoráveis,
mas há resultados discordantes. OBJETIVO: analisar a associação entre sono, considerando a
duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar de adolescentes matriculados em
uma escola pública de Niterói/RJ. MÉTODOS: Estudo transversal com adolescentes de 10 a
17 anos. Foi aplicado questionário autopreenchível com Personal Digital Assistant (PDA), no
qual eram informadas a hora habitual de dormir e acordar; foram aplicados dois recordatórios
de 24 horas através de software específico, com cálculo de ingestão de macronutrientes e
açúcar de adição, e classificação de oito grupos alimentares (refrigerantes, bebidas, biscoito
salgado, bolos e biscoitos doces, doces, feijão, frutas e hortaliças); foram aferidos peso e
estatura para cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC); e foi avaliada maturação sexual por
autoclassificação. Foi aplicado método do National Cancer Institute para estimar o consumo
usual dos macronutrientes, açúcar de adição e grupos de alimentos. Foi utilizada regressão
linear múltipla para verificar associação das variáveis de exposição (duração do sono e hora
de dormir) com o consumo de macronutrientes e açúcar de adição, e regressão gama com link
de log para os grupos de alimentos, com as seguintes variáveis de ajuste: sexo, idade, IMC,
maturação sexual e ingestão usual de energia. Foram considerados significativos os valores de
p ≤0,05. RESULTADOS: Foram incluídos 295 adolescentes, 49,8% do sexo masculino, com
duração média de sono de 8,3 horas e média de hora de dormir de 22h31. Nas regressões
ajustadas dos nutrientes, observou-se associação inversa estatisticamente significativa entre
duração do sono e consumo de carboidratos (β= -1,38; p= 0,027), proteínas (β= -0,27; p=
0,039) e lipídios (β= -0,33; p= 0,048), e com nível de significância borderline no consumo de
açúcar de adição (β= -0,63; p= 0,061); não foram encontrados resultados estatisticamente
significativos nas análises com hora de dormir. Nas regressões ajustadas dos grupos de
alimentos, foi observada associação direta entre duração do sono e consumo de frutas (Exp β=
1,03; p= 0,035) e hortaliças (Exp β= 1,01; p= 0,036), e associação inversa entre hora de
dormir e consumo de frutas (Exp β= 0,95; p= <0,001) e hortaliças (Exp β= 0,97; p= 0,017).
CONCLUSÃO: A curta duração do sono e o hábito de dormir tarde podem estar associados a
escolhas alimentares menos saudáveis entre os adolescentes.
Palavras-chave: Sono. Duração do sono. Hora de dormir. Dieta. Adolescente.
11
ABSTRACT
BACKGROUND: Adolescents have presented unhealthy eating habits and a reduction in
sleep duration in this age group has been observed, due to physiological changes, as well as
other factors related to lifestyle. Short sleep duration has been highlighted as a potential
influence factor in food intake, since it has been associated with changes in appetite
hormones. Studies in adolescents have shown associations between sleep duration and
bedtime with unfavorable eating choices, but there are conflicting results. OBJECTIVE: to
analyze the association between sleep, considering sleep duration and bedtime, and food
intake of adolescents enrolled in a public school in Niterói/RJ. METHODS: Cross-sectional
study with adolescents aged 10 to 17 years. Self-administered questionnaire was applied with
Personal Digital Assistant (PDA), in which the usual bedtime and wake-up time were
informed; two 24-hour food recall were applied through specific software, with calculation of
macronutrient intake and added sugar, and classification of eight food groups (soft drinks,
beverages, salted biscuits, cakes and sweet biscuits, sweets, beans, fruits and vegetables);
weight and height were obtained for the calculation of Body Mass Index (BMI); and sexual
maturation was assessed by self-classification. The National Cancer Institute's was applied to
estimate usual intake of macronutrients, added sugar and food groups. Multiple linear
regression was used to verify the association of the exposure variables (sleep duration and
bedtime) with macronutrients and added sugar intake, and gamma regression with log linkage
for food groups, adjusted by sex, age, BMI, sexual maturation and usual energy intake in all
models. Values of p ≤0.05 were considered significant. RESULTS: A total of 295 adolescents
were included, 49.8% were male, with a mean sleep duration of 8.3 hours and a mean of
bedtime of 22h31. In the adjusted regressions with nutrients, there was a statistically
significant inverse association between sleep duration and consumption of carbohydrates (β=
-1,38; p= 0,027), protein (β= -0,27; p= 0,039) and lipids (β= -0,33; p= 0,048), and a
borderline significance level in added sugar intake (β = -0.63; p= 0.061); no statistically
significant results were found in analyzes with bedtime. In the adjusted regressions with food
groups, a direct association between sleep duration and fruits (Exp β= 1.03; p= 0.035) and
vegetables intake (Exp β= 1.01; p= 0.036) was observed, and an inverse association between
bedtime and fruits (Exp β= 0.95; p= 0.001) and vegetables intake (Exp β= 0.98; p= 0.017).
CONCLUSION: Short sleep duration and later bedtimes may be associated with unhealthy
eating choices among adolescents.
Keywords: Sleep. Sleep duration. Bedtime. Diet. Adolescent.
12
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação é parte da pesquisa denominada “Pais, Alunos e Professores Pela
Alimentação Saudável – PAPPAS 2”, coordenada pela professora Rosely Sichieri do Instituto
de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e desenvolvida em
parceria com o Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e com o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense
(UFF), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
Eu, Camilla, participei da coleta de dados realizada no segundo semestre de 2015, que
teve como objetivo verificar a viabilidade de utilização de novos instrumentos de coleta para a
terceira fase do PAPPAS. Alguns resultados preliminares da dissertação foram apresentados
no X Congresso de Epidemiologia (Florianópolis) e IUNS 21st International Congress of
Nutrition (Buenos Aires), ambos realizados em 2017.
A dissertação está estruturada da seguinte forma: (1) Introdução, que aborda de forma
geral as relações existentes entre consumo alimentar e os hábitos de sono, fornecendo
embasamento teórico para a justificativa do estudo; (2) Revisão da Literatura, que contempla
os aspectos referentes ao perfil do consumo alimentar dos adolescentes, a descrição de alguns
dados sobre a duração do sono e hora de dormir entre adolescentes, os aspectos fisiológicos
que tem fundamentado a associação entre sono e consumo alimentar e uma descrição dos
estudos já publicados com essa temática em adolescentes; (3) Objetivos, onde são descritos os
propósitos do estudo; (4) Justificativa, onde é destacada a relevância da realização do presente
estudo; (5) Métodos, onde são detalhados todos os procedimentos e técnicas empregados na
coleta, tratamento e análise dos dados; (6) Resultados e Discussão, que são apresentados na
forma de artigo, que teve como objetivo avaliar a associação entre hábitos de sono,
considerando a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar de adolescentes; e
(7) Considerações Finais, com a síntese das conclusões do estudo. A dissertação contém
ainda, as referências bibliográficas e anexos.
A submissão do manuscrito em periódico indexado será feita após a avaliação e
aprovação pela banca examinadora.
13
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14
2. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 16
2.1. Consumo alimentar em adolescentes ......................................................................... 16
2.2. Duração do sono e hora de dormir em adolescentes .................................................. 17
2.3. Sono e consumo alimentar: bases fisiológicas ........................................................... 20
2.4. Sono e consumo alimentar em adolescentes .............................................................. 23
3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 37
4. OBJETIVOS...................................................................................................................... 38
5. MÉTODOS........................................................................................................................ 39
5.1. Desenho e população do estudo ................................................................................. 39
5.2. Cálculo da amostra ..................................................................................................... 40
5.3. Coleta de dados .......................................................................................................... 41
5.4. Variáveis do estudo .................................................................................................... 42
5.4.1. Duração do sono ................................................................................................. 42
5.4.2. Consumo alimentar ............................................................................................. 42
5.4.3. Maturação sexual ................................................................................................ 45
5.4.4. Antropometria ..................................................................................................... 45
5.5. Análise estatística ...................................................................................................... 46
5.6. Aspectos éticos .......................................................................................................... 47
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 48
Artigo (versão preliminar): Hábitos de sono e consumo alimentar de adolescentes. ........... 48
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 48
MÉTODOS........................................................................................................................ 49
RESULTADOS ................................................................................................................. 52
DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 63
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 69
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 70
9. ANEXOS ........................................................................................................................... 80
9.1. Questionário ............................................................................................................... 80
9.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................................... 108
9.3. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ................................................................. 109
14
1. INTRODUÇÃO
A adolescência, compreendida entre a faixa etária de 10 a 19 anos (OMS, 1986),
constitui-se como um período de intensas transformações biológicas iniciadas pela puberdade,
e que são acompanhadas por influências sociais e comportamentais. Os hábitos desenvolvidos
na adolescência tendem a se manter ao longo da vida com relação às práticas sociais e
também aos hábitos de saúde (OMS, 1997). Dentre estes, podemos ressaltar as práticas
alimentares como elementos fundamentais para a manutenção da saúde na vida adulta.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2012 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com alunos do 9º ano de escolas públicas e
privadas do Brasil, observou o consumo frequente de alguns alimentos saudáveis, tais como
feijão e leite em 69,9% e 51% dos adolescentes, respectivamente. Já as frutas e hortaliças são
consumidas frequentemente por um terço dos adolescentes. No entanto, entre os alimentos
não saudáveis, observou-se o consumo frequente de guloseimas por 41,3% dos adolescentes, e
de refrigerantes por 33,2% (IBGE, 2013).
Estudos recentes têm apontado a curta duração do sono como um fator que poderia
interferir diretamente na ingestão alimentar (GARAULET et al, 2011; BEEBE et al, 2013;
KHAN et al, 2015). Este é um achado relevante, visto que a redução na duração do sono é um
comportamento cada vez mais presente entre os adolescentes (MATRICCIANI et al, 2012;
LEGER et al, 2012; LEE & PARK, 2014). Seu provável mecanismo fisiológico está na
alteração dos hormônios reguladores do apetite, tais como grelina e leptina (TAHERI et al,
2004; SPIEGEL et al, 2004).
Os estudos em adultos mostram que indivíduos em restrição de sono possuem maior
ingestão energética (BRONDEL et al, 2010) e maior ingestão de alimentos com densidade
energética elevada (NEDELTCHEVA et al, 2009; HEATH et al, 2012; BROUSSARD et al,
2016).
Alguns estudos realizados em adolescentes observaram maior ingestão de doces e
outros alimentos de baixa qualidade nutricional (WESTERLUND et al, 2009; WEISS et al,
2010; STEA et al, 2014), enquanto outros estudos verificaram resultados discordantes (AL-
HAZZAA et al, 2014; HE et al, 2015).
Além do efeito da duração do sono, outros estudos também têm avaliado a hora de
dormir como um fator associado ao consumo alimentar, tendo em vista que o hábito de dormir
tarde pode ter relação com escolhas alimentares desfavoráveis entre os adolescentes
(GOLLEY et al, 2013; THELLMAN et al, 2017).
15
Portanto, o objetivo do presente estudo é analisar a associação entre sono, sendo
consideradas para esta avaliação a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar
de adolescentes matriculados em uma escola pública de Niterói/RJ.
16
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Consumo alimentar em adolescentes
As alterações fisiológicas e metabólicas próprias da adolescência elevam as
necessidades nutricionais, o que exigiria maior adequação a escolhas alimentares mais
saudáveis (DAS et al, 2017). O comportamento alimentar do adolescente sofre influências
pessoais, como as preferências alimentares, e ambientais, como as interações com amigos,
família e mídia (STANG & STORY, 2005), que têm impactado diretamente na qualidade da
dieta deste grupo etário.
Os estudos de vigilância de risco em saúde realizados em adolescentes americanos
verificaram que, dentre os marcadores de alimentação saudável, 63,3% dos adolescentes
haviam ingerido frutas ou sucos naturais pelo menos uma vez ao dia, 61% haviam ingerido
hortaliças pelo menos uma vez ao dia e 32,6% dos adolescentes referiram ingerir dois ou mais
copos de leite por dia, em relação aos últimos sete dias anteriores à entrevista. Dentre os
marcadores de alimentação não saudável, observou-se que 20,4% dos adolescentes ingeriram
um copo ou mais copos de refrigerante por dia, 13% ingeriram dois ou mais copos de
refrigerante por dia, e 13,8% dos adolescentes não realizaram o desjejum nos sete dias
anteriores à entrevista (KANN et al, 2016).
Apenas um terço dos adolescentes europeus relataram consumir frutas e hortaliças
diariamente. Com relação aos alimentos não saudáveis, 26% relataram consumo diário de
doces e 19% relataram consumo diário de refrigerantes, mas é importante ressaltar que as
tendências de consumo vêm apresentando redução, em comparação com pesquisas anteriores
(INCHLEY et al, 2017). Em adolescentes uruguaios, verificou-se que o consumo habitual de
cinco ou mais porções de frutas ou hortaliças foi de 24,4%, e 71% relatou ingerir bebidas
adoçadas uma ou mais vezes ao dia (MINISTERIO DE SALUD PUBLICA, 2012).
Alguns estudos em âmbito nacional também têm evidenciado algumas características
do consumo alimentar em adolescentes brasileiros. Através de uma subamostra da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, o IBGE investigou o consumo alimentar
individual através da coleta de dois registros alimentares em dias não consecutivos, sendo
realizados por todos os moradores do domicílio com mais de 10 anos de idade. Observou-se
maior consumo per capita de biscoitos recheados, refrigerantes e sucos nos adolescentes, em
comparação com adultos e idosos, além de menor consumo de salada crua, em comparação
com os outros grupos etários (IBGE, 2011a). As elevadas prevalências de inadequação de
cálcio, fósforo, vitamina A e vitamina E, associados ao consumo excessivo de sódio,
17
confirmam que as escolhas alimentares dos adolescentes não estão atendendo de forma
satisfatória às suas necessidades nutricionais (VEIGA et al, 2013).
Outro estudo de abrangência nacional foi o Estudo de Riscos Cardiovasculares em
Adolescentes (ERICA), desenvolvido com o objetivo de verificar os fatores de risco
cardiovascular mais prevalentes nos adolescentes escolares brasileiros, bem como estimar a
prevalência de síndrome metabólica nos adolescentes de 12 a 17 anos (BLOCH et al, 2016).
Dentre os alimentos com maior prevalência de consumo entre os adolescentes, destacaram-se
o arroz, os feijões, sucos e pães, sendo o refrigerante o sexto alimento mais consumido.
Observou-se também que a contribuição energética de açúcar livre (compreendendo o açúcar
de adição e o açúcar contido em sucos de frutas naturais) foi maior que 20% do valor
energético total (VET) ingerido pelos adolescentes. De forma semelhante ao resultado obtido
na POF, a prevalência de inadequação de ingestão de cálcio, vitaminas A e E foi elevada,
assim como a ingestão de sódio ultrapassou os limites máximos em mais de 80% dos
adolescentes, com pequenas variações entre regiões (SOUZA et al, 2016).
Em Niterói, foram realizados dois estudos transversais representativos dos
adolescentes da rede pública de ensino em 2003 e 2008. Nesse período, observou-se aumento
na ingestão de energia, carboidratos, cálcio e sódio, com redução na ingestão de lipídios,
fibras, vitaminas A e E (VASCONCELOS et al, 2016). Na mesma população, também se
verificou uma queda significativa na qualidade da dieta, com redução do consumo de vegetais
e de alimentos de maior teor proteico (carnes, ovos e feijões) (MONTEIRO et al, 2016a);
dentre o consumo de bebidas, houve redução na prevalência de consumo de leite e elevou-se o
consumo de refrigerantes e xaropes à base de guaraná durante os dias de semana
(MONTEIRO et al, 2016b). Esses dados mostram que, em um curto espaço de tempo, já se
podem observar modificações negativas nos hábitos alimentares dos adolescentes.
2.2. Duração do sono e hora de dormir em adolescentes
A duração do sono adequada é importante para garantir o crescimento e
desenvolvimento de crianças e adolescentes (CARSKADON, 1990). Neste período de
transição, observam-se diversas alterações no ciclo sono-vigília que possibilitam mudanças na
maturação cerebral em seu aspecto funcional, com impactos no desenvolvimento psicológico
(BRAND & KIROV, 2011). Como consequências negativas relacionadas à curta duração do
sono, pode-se identificar o decréscimo na performance escolar, ocasionado pela sonolência e
menor capacidade retentiva da memória, alterações de humor, e até mesmo acidentes
(CARSKADON et al, 2004; STEA et al, 2014; AGOSTINI et al, 2016). Em um estudo
18
realizado em Taiwan, observou-se que os adolescentes com sono adequado têm melhor senso
de responsabilidade pela própria saúde e nutrição, melhor autoestima e controle do estresse,
maior frequência na prática de atividade física e menor frequência de visitas ao médico
(CHEN et al, 2006).
Diversos países têm identificado a redução na duração do sono entre os adolescentes
ao longo das últimas décadas, mas isto não ocorre de maneira uniforme: observou-se redução
do sono nos Estados Unidos, Canadá, Ásia e Europa, porém houve tendência de aumento no
Reino Unido e Austrália (MATRICCIANI et al, 2012).
Maslowsky e Ozer (2014) investigaram o tempo médio de sono entre a adolescência e
a vida adulta em uma amostra representativa dos Estados Unidos e identificaram uma
tendência de redução na duração do sono ao longo da adolescência, seguida de aumento das
horas de sono entre os 19 e 22 anos, e outra fase de redução ao longo da fase adulta, até os 32
anos. A prevalência de curta duração do sono, considerada como menor que seis horas por
dia, eleva-se ao longo da adolescência: aos 13 anos, apenas 1,1% dos adolescentes apresentam
curta duração do sono; aos 18 anos, a prevalência passa para 8,5%. A longa duração do sono,
considerada como maior que 10 horas, foi mais prevalente no início da adolescência (4,5%
aos 13 anos) e na sua fase tardia (5% aos 19 anos), sendo considerado um evento menos
frequente que a curta duração do sono na faixa etária estudada (MASLOWSKY & OZER,
2014).
Através de estudos observacionais, a curta duração do sono tem sido verificada em
diversos países: entre os adolescentes coreanos, 60% dormem menos que oito horas por dia
(LEE & PARK, 2014). Na França, os adolescentes têm uma duração média de sono de 8h40,
mas que apresenta importante queda conforme a idade: aos 11 anos, a média foi de 9h26 e aos
15 anos, decaiu para 7h55 (LEGER et al, 2012). Em um estudo realizado em Omã, 41,5% dos
meninos e 43% das meninas dormiam menos que sete horas por dia (KILANI et al, 2013).
Em estudo de coorte realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, a média de duração de
sono relatada pelos adolescentes aos 18 anos foi de 8,4 horas (SCHAFER, 2016). Em uma
pesquisa realizada com adolescentes de Maravilha, Santa Catarina, verificou-se que a duração
média do sono nos dias com aulas foi de 7,9 horas e a prevalência de duração do sono menor
que 8 horas, em dias com aulas, foi de 53,6% (FELDEN et al, 2016). Em um estudo realizado
com adolescentes de duas escolas de São Paulo, verificou-se que a duração média do sono nos
dias com aulas foi de 8,83 horas. Dos alunos entrevistados, 39,0% dormiam oito horas ou
menos nos dias de aula e 23,2%, nos dias sem aula. O estudo também apontou que, na
19
amostra estudada, a duração do sono diminui conforme o aumento da idade e com a elevação
do nível socioeconômico (BERNARDO et al, 2009).
Alguns fatores são considerados como determinantes para a redução na duração do
sono, tais como o maior tempo de uso e disponibilidade de tecnologias (VAN DEN BULCK,
2004), uso de produtos ricos em cafeína (CALAMARO et al, 2009), assim como o
cumprimento de jornada de trabalho (CARSKADON, 1990).
Além dos fatores ambientais, observa-se que, durante a adolescência, ocorre um atraso
no ciclo circadiano, promovendo alterações fisiológicas que fazem com que o adolescente
tenha maior propensão a dormir mais tarde (CROWLEY et al, 2007). Concomitantemente, ao
longo da adolescência, os pais passam a interferir menos no horário em que o adolescente
deve dormir (PYPER et al, 2017).
Como o horário de acordar é regulado pelas atividades escolares, o hábito de dormir
tarde pode contribuir para a redução da duração do sono, o que pode promover modificações
nos períodos correspondentes às fases do sono, comprometendo sua qualidade e eficiência
(AGOSTINI et al, 2016). Por este motivo, o turno escolar também pode ser um fator de
influência no sono dos adolescentes, tal como se demonstra em um estudo realizado em duas
cidades do Rio Grande do Sul: a média de sono entre os adolescentes que estudam de manhã
foi de 8,06 horas, e de 9,35 horas entre os que estudam a tarde. Também se identificou que as
diferenças na hora de dormir entre os dias de semana e finais de semana são maiores nos
alunos do turno da manhã (1,5 h), em comparação com o turno da tarde (0,3 h) (CARISSIMI
et al, 2016).
Em crianças de 9 a 11 anos da Nova Zelândia, a duração do sono foi obtida por
actígrafo, sendo observada uma média de hora de dormir às 21h40. Ao considerar a mediana
da hora de acordar e hora de dormir, os autores criaram quatro classificações de padrões de
sono, a saber: “dormir cedo – acordar cedo”; “dormir cedo – acordar tarde”; “dormir tarde –
acordar cedo”; e “dormir tarde – acordar tarde”. Os adolescentes que estavam classificados no
padrão “dormir tarde – acordar tarde” apresentavam média de hora de dormir às 22h20
(HARREX et al 2017).
Em crianças e adolescentes obesos do Canadá, foi realizada uma classificação a partir
do ponto médio do sono, verificando diferenças estatisticamente significativas na média de
hora de dormir entre os que dormem cedo (21h54) e os que dormem tarde (23h01), sem
diferença significativa na duração do sono entre os grupos (9,2 h para ambos) (ADAMO et al,
2013).
20
O instituto americano National Sleep Foundation (NSF) realizou uma revisão
sistemática da literatura, verificando as recomendações de sono adequado para as diferentes
faixas etárias, e posteriormente, promoveu a avaliação dos resultados com o auxílio de
especialistas a partir de critérios metodológicos. Concluiu-se a partir deste estudo que a
duração de sono recomendada para a faixa etária de 6 a 13 anos é de 9 a 11 horas de sono, e
para a faixa de 14 a 17 anos, 8 a 10 horas de sono (HIRSHKOWITZ et al, 2015). A
recomendação canadense também propõe 9 a 11 horas de sono para indivíduos de 5 a 13 anos
e de 8 a 10 horas de sono para indivíduos de 14 a 17 anos, salientando que a duração do sono
estabelecida considera o sono noturno ininterrupto (TREMBLAY et al, 2016).
2.3. Sono e consumo alimentar: bases fisiológicas
Uma das hipóteses discutidas para a interação entre o sono e a ingestão alimentar está
baseada nas funções que o hipotálamo desempenha na secreção de hormônios responsáveis
pela regulação do ciclo sono-vigília e do balanço energético. É possível que a redução
persistente das horas de sono promova alterações em hormônios envolvidos na regulação do
apetite, produzindo alterações no comportamento alimentar (KNUTSON et al, 2007;
ADAMANTIDIS & LECEA, 2008).
A regulação do balanço energético é realizada pelo hipotálamo através dos níveis
circulantes de grelina e leptina. A grelina é um hormônio produzido no estômago que
promove estímulo ao apetite; já a leptina é produzida pelo tecido adiposo, sendo responsável
por produzir saciedade, e tem sua secreção proporcionalmente mais elevada de acordo com a
massa adiposa (ROMERO & ZANESCO, 2006). No entanto, entre os indivíduos obesos,
existem mecanismos de resistência à ação da leptina (GUIMARÃES et al, 2007). Sugere-se
que a secreção de leptina teria influência no aumento do gasto energético, bem como a grelina
promoveria maior conservação de energia (KNUTSON et al, 2007).
A leptina atua na inibição da produção do neuropeptídeo Y e a proteína relacionada à
agouti no hipotálamo, ambos responsáveis pelo aumento do apetite e redução do gasto
energético, e na estimulação do pró-ópio melanocortina e dos transcritos relacionados à
anfetamina e cocaína, que têm potente efeito anorexígeno. É possível que os neurônios
produtores desses mediadores possam interagir com os sistemas de regulação hormonal das
hipocretinas e do hormônio concentrador de melanina, que atuam simultaneamente no apetite
e na regulação do sono (ADAMANTIDIS & LECEA, 2008).
As hipocretinas são neuropeptídios que promovem a manutenção da vigília e aumento
do gasto energético com aumento da atividade locomotora, e são responsáveis pelo maior
21
sistema de recompensa natural associado ao comportamento alimentar, ou seja, a busca por
alimentos que possam trazer sensação de prazer. Já o hormônio concentrador de melanina é
responsável pela manutenção do sono e a conservação de energia. No entanto, a inter-relação
destes hormônios com a regulação do sono ainda não está completamente elucidada
(ADAMANTIDIS & LECEA, 2008). Além disso, a privação do sono também pode atuar
diretamente na secreção de alguns hormônios, tais como o hormônio do crescimento, cortisol
e hormônios tireoidianos, além da elevação de citocinas pró-inflamatórias, tais como a
interleucina 6, promovendo resistência à insulina (VANITALLIE, 2006; KNUTSON et al,
2007; LEPROULT & VAN CAUTER, 2010).
Spiegel et al (2004) realizaram um estudo experimental com 11 adultos do sexo
masculino submetidos a seis dias de restrição a quatro horas de sono, seguidos de seis dias
com doze horas de sono. Houve redução de 19% nos níveis de leptina, aumento na produção
do cortisol e diminuição do hormônio estimulador da tireoide no período de restrição do sono.
Em adultos voluntários, observou-se que a curta duração do sono se associava a níveis
séricos reduzidos de leptina quando relacionado ao relato de duração do sono habitual em
questionário, e maiores níveis de grelina na ocorrência de privação aguda do sono identificada
por polissonografia (TAHERI et al, 2004).
Broussard et al (2016) realizaram um estudo com 19 adultos do sexo masculino,
submetidos a 4,5 horas de restrição de sono por quatro dias, verificou que houve elevação nos
níveis séricos de grelina, inclusive no período pós-prandial, mas sem alterações nos níveis de
leptina. A restrição de sono também esteve associada a maior ingestão energética e de
carboidratos durante o período de alimentação ad libitum. Além disso, houve correlação
positiva entre níveis de grelina e ingestão de doces (BROUSSARD et al, 2016).
Outro estudo experimental realizado somente com mulheres adultas realizou uma
restrição gradual de sono por quatro dias (7 horas no primeiro dia, 6 horas no segundo e
terceiro dias e 4 horas no quarto dia), resultando na elevação dos níveis séricos de leptina no
período de restrição de sono, enquanto que os níveis de grelina não se alteraram. Além disso,
houve aumento da ingestão energética sem alteração no gasto energético de repouso, e um
ganho médio de peso de 0,4 kg, valor pouco expressivo, porém significativo. É importante
ressaltar, no entanto, que foram incluídas 14 mulheres nesse estudo, sendo oito delas
eutróficas, três com sobrepeso e três com obesidade, e não é possível saber se o estado
nutricional das participantes poderia interferir na secreção dos hormônios e na ingestão
energética (BOSY-WESTPHAL et al, 2008).
22
Um estudo americano avaliou os efeitos da restrição de sono no ganho de peso em 252
indivíduos, sendo 198 indivíduos submetidos à restrição de sono e 27 controles, dentre os
quais extraiu-se uma subamostra para avaliação do consumo alimentar (n=31 no grupo
intervenção e n=6 no grupo controle). O protocolo seguido em laboratório constava de uma
noite com 10 horas de sono (baseline); uma noite com hora de dormir tardia (às 4h); e quatro
noites com restrição a 4 horas de sono. Observou-se ganho de peso nos indivíduos em
restrição de sono, especialmente entre os homens negros. A ingestão energética se elevou
significativamente nos dias com hora de dormir tardia e com restrição de sono, em
comparação com os controles (SPAETH et al, 2013).
Adultos submetidos a oito dias de restrição de sono em laboratório tiveram maior
ingestão energética sem alteração nos níveis de atividade física, mas não apresentaram
diferenças significativas nos níveis séricos de leptina e grelina (CALVIN et al, 2013). Além
disso, St-Onge et al (2011) observaram que indivíduos com restrição a quatro horas de sono
por cinco dias seguidos aumentaram a ingestão energética, especialmente de lipídios, mas não
elevaram o gasto energético em repouso. Nedeltcheva et al (2009) também não observaram
diferenças significativas no gasto energético de repouso entre os grupos de intervenção (5,5
horas de sono) e controle (8,5 horas de sono), e entre os indivíduos com 5,5 horas de sono,
verificou-se maior ingestão energética por snacks.
Brondel et al (2010) realizaram a privação de sono em adultos em três etapas: dois
dias de controle, um dia de restrição de sono e mais um dia com duração de sono por livre
escolha. Ao avaliar o segundo dia após a privação de sono, observou-se que os indivíduos
com restrição do sono relataram ter mais fome antes do desjejum do que o grupo sem
restrição, bem como na avaliação do apetite antes do jantar, havendo maior ingestão
energética nestas refeições e maior VET neste grupo. Houve, porém, aumento na atividade
física dos indivíduos com restrição no sono.
McNeil et al (2016) realizaram um estudo com 18 adultos, com o objetivo de avaliar o
efeito da restrição do sono no gasto energético e na ingestão energética no dia seguinte à
restrição. Foi o primeiro estudo experimental que realizou a restrição do sono considerando a
redução em horas e a hora de dormir, definindo um grupo controle; um grupo com redução de
50% da duração do sono usual com a hora de dormir tardia; e um grupo com 50% da duração
do sono usual e com a hora de dormir mais cedo. Os indivíduos foram submetidos à
polissonografia para verificação de distúrbios do sono e, após a primeira noite em laboratório,
passaram mais 36 horas com acelerômetros e com fornecimento dos alimentos a serem
23
consumidos no mesmo período. Os grupos com restrição de sono obtiveram maior ingestão
energética e de carboidratos no segundo dia, sendo mais elevado nos indivíduos com hora de
dormir tardia. Com relação ao gasto energético, verificou-se elevação da atividade física
intensa no grupo com hora de dormir mais cedo e elevação da atividade física moderada no
grupo com hora de dormir tardia, mas apenas no primeiro dia.
Ao avaliar associações entre a hora de dormir e ingestão energética em mulheres
americanas, a partir da avaliação do sono por actigrafia e registro alimentar, verificou-se que
no grupo de sono tardio (definido a partir do ponto médio de sono mais tarde que 5h30) houve
maior ingestão de proteínas, carboidratos e lipídios após as 20h, sendo estes resultados
associados a uma maior ingestão energética e maior IMC (BARON et al, 2013).
Observa-se, portanto, que os estudos experimentais realizados em adultos nos auxiliam
a afirmar que há aumento da ingestão energética nos indivíduos com restrição do sono.
Sugerem-se algumas causas para essa alteração, como o aumento dos níveis séricos de grelina
(BROUSSARD et al, 2016), o maior tempo de disponibilidade para ingestão de alimentos
palatáveis e as alterações no mecanismo de recompensa (NEDELTCHEVA et al, 2009), mas
ainda há resultados discrepantes sobre as alterações no gasto energético. Ainda são escassos
os estudos em adultos que consideram a hora de dormir, mas a hipótese inicial é de que essa
característica do sono se constitua como um fator que influencia o consumo alimentar,
independente da duração do sono (THELLMAN et al, 2017).
2.4. Sono e consumo alimentar em adolescentes
Os estudos experimentais permitem verificar os efeitos da restrição de sono no
consumo alimentar, no apetite e no gasto energético, mas ainda são escassos os estudos
realizados com adolescentes. A descrição dos estudos experimentais com restrição de sono
realizados em adolescentes está disponível no Quadro 1.
Beebe et al (2013) dividiram os adolescentes avaliados em dois grupos: um deles com
restrição de 6,5 horas de sono por dia, e outro com duração de sono de 10 horas, durante um
período de cinco dias. Após dois dias de washout com duração de sono por livre escolha dos
indivíduos, os grupos foram invertidos. Em seus resultados, observaram maior escolha de
alimentos com índice glicêmico e carga glicêmica mais elevados entre os adolescentes em
privação de sono, ocorrendo também uma tendência de maior ingestão de energia e
carboidratos, que não se mostrou estatisticamente significativa.
24
Quadro 1. Ensaios clínicos de restrição de sono realizados em adolescentes.
Autor (ano) País Amostra/Duração Instrumentos
utilizados
Principais
resultados
Klingenberg
(2012)
Dinamarca 21 indivíduos (sexo
masculino)
15 a 19 anos
RS: 3 noites
consecutivas (4h)
Intervalo de 3 a 4
semanas
SN: 3 noites
consecutivas (9h)
Antropometria;
Polissonografia;
Calorimetria;
Questionário
autopreenchido.
O grupo RS
apresentou
maior gasto
energético que
o grupo SN.
Em uma
refeição ad
libitum, a
ingestão
energética foi
mais elevada
no grupo SN.
Beebe
(2013)
Estados
Unidos
41 indivíduos de 14 a
16 anos
Controle- 7 dias
Semana 1:
Grupo 1- RS (6,5h)
Grupo 2- SN (10h)
Fim de semana: duração
do sono
autodeterminada
Semana 2- inversão dos
grupos
Actígrafo;
Recordatório de
24 horas,
aplicado ao final
de cada semana
experimental.
O grupo RS
apresentou
maior consumo
de alimentos
com maior IG
e CG, além de
consumir mais
porções de
doces.
Simon
(2015)
Estados
Unidos
31 indivíduos de 14 a
17 anos
Controle- 7 dias
Semana 1:
Grupo 1- RS (6,5h)
Grupo 2- SN (10h)
Fim de semana: duração
do sono
autodeterminada
Semana 2- inversão dos
grupos
Actígrafo e
diário de sono;
Recordatório de
24 horas
aplicado ao final
de cada semana
experimental;
Escalas visuais
analógicas –
apetite e fome.
O grupo RS
apresentou
maior interesse
por doces e
sobremesas
através da
escala visual
analógica.
Abreviaturas - CG: carga glicêmica; IG: índice glicêmico; RS: restrição de sono; SN: sono normal.
Klingenberg et al (2012) conduziram um estudo experimental com adolescentes do
sexo masculino, com realização de polissonografia, atividade física programada e controle do
consumo alimentar durante três noites consecutivas de restrição a quatro horas de sono,
seguido de três noites com nove horas de sono. Os resultados apontaram aumento do gasto
energético total nos indivíduos em restrição de sono, justificado pelo maior tempo em vigília.
Foi oferecida uma única refeição sob livre demanda aos adolescentes, havendo menor
25
ingestão energética pelo grupo sob restrição de sono. Ao avaliar os níveis séricos de leptina e
grelina, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.
Há evidências de que a influência da duração do sono nos hormônios reguladores do
apetite também promoveria alteração nas escolhas alimentares realizadas pelos adolescentes.
Neste estudo, foi também verificado o impacto da restrição do sono no apetite através de
escalas visuais analógicas, encontrando valores estatisticamente significativos para um maior
desejo de ingestão de carnes e de alimentos doces, além de tendências não significativas para
ingestão de alimentos ricos em gorduras e alimentos salgados (KLINGENBERG et al, 2012).
Simon et al (2015) induziram à privação do sono em adolescentes e observaram que,
durante uma exibição de escalas visuais analógicas, os alimentos doces foram mais atraentes
para os indivíduos em restrição de sono, em comparação aos indivíduos com duração normal
de sono.
Um aspecto que deve ser considerado na realização dos estudos experimentais são os
métodos usados para avaliação do sono, pois em alguns deles, opta-se por métodos em que é
necessário que o indivíduo seja monitorado em laboratório em maior ou menor extensão do
período da pesquisa, tais como a polissonografia, o que pode representar um viés, visto que o
indivíduo é retirado de sua rotina habitual e do ambiente domiciliar.
Não há consenso na literatura sobre a influência da restrição do sono, em condições
experimentais, no consumo alimentar de adolescentes. Além disso, ainda não é possível
afirmar que as alterações provocadas por períodos curtos de restrição de sono são as mesmas
entre adolescentes que apresentam restrição de sono crônica.
Os estudos observacionais também têm buscado estabelecer associações entre a
duração do sono e a ingestão alimentar dos adolescentes, avaliada de forma quantitativa,
através da estimativa de ingestão energética e dos macronutrientes, ou qualitativa, avaliando o
consumo de determinados grupos alimentares ou da qualidade da dieta. A descrição dos
estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar está presente no Quadro
2.
Weiss et al (2010) avaliaram a duração do sono por actigrafia e o consumo alimentar
através de dois recordatórios de 24 horas, um deles feito por telefone, com a técnica de
passagens múltiplas (multiple pass method), que consiste no seguimento de três etapas para a
realização do recordatório: listagem de alimentos ingeridos ao longo do dia; registro das
porções consumidas; e repasse das informações (JOHNSON et al, 1998). Identificou-se maior
ingestão energética e de lipídios e menor ingestão de carboidratos entre os adolescentes com
26
oito horas ou menos de sono. No entanto, as diferenças entre as médias ajustadas dos grupos
de curta e longa duração do sono mostraram significância estatística apenas entre as meninas.
Também se observou que a ingestão energética elevada por consumo de snacks entre as
meninas que apresentavam duração do sono menor que oito horas era de quatro vezes a
chance das meninas que tinham sono adequado, associação que não foi verificada entre os
meninos.
No entanto, um estudo realizado na Arábia Saudita apenas com adolescentes do sexo
feminino encontrou resultados opostos: uma maior ingestão de carboidratos e menor de
lipídios nos indivíduos com duração de sono menor que cinco horas (AL-DISI et al, 2010).
Este foi o único estudo observacional que realizou exames bioquímicos analisando hormônios
associados ao apetite, sendo identificada associação inversa entre duração do sono e níveis
séricos de grelina.
He et al (2015) investigaram a associação entre o consumo alimentar e a duração
habitual do sono, obtida através da média de duração do sono durante os sete dias de
avaliação por actigrafia; e a variabilidade habitual do sono, que é o desvio padrão
intraindividual da duração habitual do sono. Foram analisados os dados de um questionário de
frequência alimentar (QFA) validado (ROCKETT et al, 1995), no qual a frequência de
ingestão de 152 itens alimentares foi convertida para a ingestão diária estimada. Observou-se
associação positiva na ingestão de energia, carboidratos e lipídios com a variabilidade
habitual do sono. Além disso, a chance de consumir snacks após o jantar foi mais elevada
entre os adolescentes com maior variabilidade do sono. Com a duração habitual do sono, não
foram observadas associações estatisticamente significativas. Os autores colocaram a hipótese
de que a variação elevada na duração do sono também poderia causar distúrbios na secreção
dos hormônios reguladores do apetite.
O estudo multicêntrico Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence
(HELENA Study), realizado em dez cidades da Europa, mostrou que a duração do sono
adequada poderia estar associada a um melhor padrão alimentar, visto que o sono maior que
oito horas se relacionou com maior ingestão de frutas, vegetais, peixes e leite desnatado
(GARAULET et al, 2011). O QFA utilizado neste estudo foi validado em crianças e
adolescentes belgas (VEREECKEN & MAES, 2003), mas os autores não definiram o que foi
considerado como ingestão adequada para cada grupo alimentar. Além disso, também
verificaram uma baixa correlação inversa, porém significativa, entre duração do sono e
ingestão de hambúrguer, massas e pizza.
27
Entretanto, Al-Hazzaa et al (2014) observaram que os adolescentes que relataram
dormir oito ou mais horas de sono apresentaram maior consumo de doces, bolos, batatas fritas
e bebidas açucaradas, resultados que se contrapõem às hipóteses. Ademais, foi encontrada
associação entre menor duração do sono e menor frequência de realização do desjejum, a qual
os autores consideraram que os adolescentes com sono adequado podem ter maior tempo
disponível para realizar esta refeição em casa.
Em adolescentes noruegueses, a duração do sono menor que oito horas esteve
associada a maior consumo de doces e balas. Também foi avaliada a frequência de realização
de refeições, considerando a omissão da refeição ao menos uma vez na semana como um
comportamento irregular. Obteve-se, em todas as refeições avaliadas (desjejum, almoço,
jantar e lanche da noite), uma maior prevalência de irregularidade de refeições entre os que
dormiam menos. Além disso, considerou-se como um padrão irregular de refeições aquele em
que o indivíduo tem menos de quatro refeições ao dia, também observando maior prevalência
entre os adolescentes com menor duração do sono (STEA et al, 2014).
Em outro estudo originado do HELENA Study (BEL et al, 2013), foi construído índice
de qualidade da dieta (IQD) validado com índice de adequação de refeições (HUYBRECHTS
et al, 2010), adaptado para adolescentes, com dois recordatórios de 24 horas preenchidos
pelos próprios adolescentes em programa específico. Identificou-se associação direta
estatisticamente significativa entre duração do sono e IQD. O estudo foi feito com uma
amostra de 5 mil adolescentes, mas foram excluídos desta análise os indivíduos que não
realizaram dois recordatórios de 24 horas. Foram observadas diferenças significativas entre os
indivíduos da subamostra e os excluídos desta análise, podendo representar um viés de
seleção (BEL et al, 2013).
Khan et al (2015) construíram o IQD (escore de 0 a 100) (KIM et al, 2003) com base
em um QFA validado (Youth and Adolescent Questionnaire – YAQ) (ROCKETT et al, 1995),
e concluíram, após análise multivariada, que a duração do sono é um fator que influencia na
qualidade da dieta de modo independente.
Um estudo realizado com adolescentes italianos (FERRANTI et al, 2016) utilizou um
QFA adaptado a partir de dois instrumentos: um desenvolvido para crianças e adolescentes
28
Quadro 2. Estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar realizados em adolescentes.
Autor (ano) País Amostra Ponto de corte da
duração do sono
Instrumentos utilizados Principais Resultados Variáveis de
ajuste
Westerlund
(2009)
Finlândia 1265
indivíduos
9 a 11 anos
Hora de dormir e
acordar em dia de
semana e fim de
semana típicos,
com cálculo de
média*.
Duração do sono
em horas
QFA de 16 itens (grupos alimentares),
com construção de escore de alimentos
altamente energéticos e nutritivos;
Questionário de atividade física;
Tempo de tela.
Duração do sono teve
associação inversa com
consumo de alimentos
altamente energéticos.
A associação entre
duração do sono e
alimentos com maior
densidade nutricional
foi direta entre meninas
e inversa entre
meninos.
Sexo, idade,
atividade
física e tempo
de tela
Al-Disi
(2010)
Arábia
Saudita
126
indivíduos
(sexo
feminino)
14 a 18
anos
Duração usual de
sono
< 5h; 5-7h; >7h
QFA e recordatório de 24 horas;
Peso, estatura, circunferências de
cintura e quadril, dobras cutâneas
tricipital e da coxa;
IMC classificado pelo IOTF (Cole,
2000);
Exames bioquímicos: glicose, perfil
lipídico, adiponectina, resistina, leptina,
insulina, grelina;
Questionário socioeconômico e história
clínica;
Padrão de sono: intermitente/contínuo.
Maior ingestão de
carboidratos e menor
ingestão de lipídios
entre os indivíduos que
dormem menos que 5
horas/dia. O padrão de
sono intermitente se
relacionou com maior
ingestão de
carboidratos. A grelina
teve correlação inversa
com a duração do sono.
Não há.
Weiss
(2010)
Estados
Unidos
240
indivíduos
16 a 19
anos
Actigrafia.
Cálculo de média
da duração do
sono nos dias de
Dois recordatórios de 24 horas (um
presencial e um por telefone);
Peso e estatura;
IMC classificado pelo CDC (NCHS,
Menor duração do sono
associou-se a maior
ingestão energética,
maior percentual do
Sexo, idade,
prematuridade
e escolaridade
dos pais.
29
semana.
<8h; ≥8h (NSF,
2000)
2002);
Prematuridade;
Nível de escolaridade materno e
paterno;
VET em lipídios e
menor percentual do
VET em carboidratos.
Entre as meninas que
dormem menos que
oito horas, observou-se
chance quatro vezes
maior de ingestão de
snacks.
Garaulet
(2011)
Europa 3311
indivíduos
12,5 a 17,5
anos
Duração usual do
sono em dias de
semana e fim de
semana, com
cálculo de média*
<8h; ≥8h (NSF,
2006)
QFA de 15 itens
Questionário de atividade física e
acelerômetro (7 dias);
Tempo assistindo TV;
Peso, estatura, circunferências da
cintura, quadril e coxa proximal;
IMC (referência não citada);
Dobras cutâneas bicipital, tricipital,
subescapular, suprailíaca e da coxa;
Bioimpedância.
Estado puberal.
Indivíduos com sono
adequado (maior que
oito horas)
apresentaram maior
ingestão adequada de
frutas, vegetais, peixes
e leite desnatado; e
correlação inversa
entre duração do sono e
ingestão de pizza,
hambúrguer e massas.
Sexo, estado
puberal e
cidade.
Bel
(2013)
Europa 1522
indivíduos
12,5 a 17,5
anos
Duração usual do
sono em dias de
semana e fim de
semana, com
cálculo de média*
<8h; 8-9h; >9h
(NSF, 2006)
Dois recordatórios de 24 horas em dois
dias não consecutivos
(autopreenchidos), com cálculo de IQD;
Questionário de atividade física;
Peso e estatura;
IMC classificado pelo British 1990
Growth Reference Data (Cole, 1995);
Percentual de gordura a partir de dobras
cutâneas tricipital e subescapular;
Estado puberal;
Questionário socioeconômico.
A média do IQD foi
menor entre os
indivíduos com
duração do sono <8h
de sono/dia.
Sexo, estado
puberal, nível
de
escolaridade
materno,
percentual de
gordura
corporal e
atividade
física
moderada a
30
vigorosa.
Al-Hazzaa
(2014)
Arábia
Saudita
2868
indivíduos
15 a 19
anos
Duração usual do
sono
<8h; >8h
QFA;
Questionário de atividade física;
Tempo de tela;
Peso, estatura, circunferência da cintura;
IMC (referência não é citada).
Menor duração do sono
se associou a menor
frequência de
realização do desjejum.
O consumo de doces,
bolos, batatas fritas e
bebidas açucaradas foi
maior entre os
indivíduos com ≥8h de
sono/dia.
Sexo, idade,
tipo de escola,
localidade e
IMC.
Franckle
(2015)
Estados
Unidos
766
indivíduos
Média 12,3
anos
Hora de dormir e
acordar em dia de
semana típico.
<10h; ≥10h (NSF,
s.d.)
Frequência de ingestão de alimentos no
dia anterior à entrevista;
Questionário de atividade física;
Tempo de tela;
Peso e estatura;
IMC (referência não é citada).
Duração do sono
menor que 10 horas se
associou inversamente
com ingestão de suco
natural no dia anterior,
e diretamente com
ingestão de
refrigerantes no dia
anterior.
Sexo, idade,
raça/etnia,
cidade,
participação
em atividade
física na
última
semana,
tempo de tela
e TV no
quarto.
Stea
(2014)
Noruega 2432
indivíduos
15 a 17
anos
Hora de dormir e
acordar em dia de
semana típico.
<8h; ≥8h (NSF,
2006)
QFA de 13 itens (grupos alimentares);
Regularidade de refeições;
Questionário de atividade física;
Tempo de tela;
Peso e estatura referidos;
IMC classificado pelo IOTF (Cole,
2000);
Uso de cigarro e rapé;
Desempenho acadêmico;
Menor duração do sono
associou-se a maior
consumo de doces e
balas e a maior
irregularidade de
refeições (ter menos de
quatro refeições ao
dia).
Idade, sexo e
nível de
escolaridade
dos pais.
31
Nível de escolaridade materno e
paterno.
He
(2015)
Estados
Unidos
324
indivíduos
Média 16,7
anos
Polissonografia
(dia 1)
Actigrafia por oito
noites
consecutivas
Duração do sono
em horas
QFA convertido em ingestão diária;
Peso e estatura;
IMC classificado pelo CDC (NCHS,
2002);
Questionário demográfico e história
clínica;
Uso de cigarro.
Maior VHS associou-
se a maior ingestão
energética, de
carboidratos e lipídios.
Não foi observada
associação entre
nutrientes e a DHS.
Idade, sexo,
raça, percentil
do IMC e
fumo.
A VHS é
variável de
ajuste da DHS
e vice versa.
Khan
(2015)
Canadá 5560
indivíduos
10 a 11
anos
Média de hora de
dormir e acordar
em dia de semana
e fim de semana
típicos*. Pergunta
aos pais.
Duração do sono
em horas
QFA com cálculo de IQD;
Questionário de atividade física;
Questionário socioeconômico;
Peso e estatura;
Classificação do IMC pelo IOTF (Cole,
2000);
Avaliação de sonolência e presença de
roncos.
A duração do sono
influencia na qualidade
da dieta.
Sexo, renda
familiar, nível
de
escolaridade
dos pais, local
de residência e
ingestão
energética.
Ferranti
(2016)
Itália 1586
indivíduos
11 a 14
anos
Média de hora de
dormir e acordar
em dia de semana
e fim de semana
típicos*.
Duração do sono
em horas
QFA com cálculo do KIDMED;
Questionário de atividade física;
Peso, estatura, circunferência de cintura;
IMC classificado pelo IOTF (Cole,
2000);
Bioimpedância;
Escala de sonolência (PDSS) (Drake,
2003);
Questionário demográfico e
socioeconômico.
A duração do sono se
mostrou diretamente
associada a consumo
de frutas e vegetais e
inversamente associada
a consumo de
doces/snacks.
Idade, sexo,
atividade
física, nível de
escolaridade
dos pais e
ocupação dos
pais.
*Média: [(duração do sono em dia de semana x 5) + (duração do sono em fim de semana x 2)]/7
Abreviaturas – CDC: Center for Disease Control and Prevention; DHS: Duração habitual do sono; IMC: Índice de Massa Corporal; IOTF: International Obesity Task Force; IQD: Índice
de Qualidade da Dieta; KIDMED: Mediterranean Diet Quality Index for children and adolescents; NCHS: National Center for Health Statistics; NSF: National, Sleep Foundation; QFA:
Questionário de Frequência Alimentar; PDSS: Pediatric Daytime Sleepiness Scale; VET: Valor Energético Total; VHS: Variabilidade habitual do sono.
32
(GROSSO et al, 2013) e outro para adultos (TURCONI et al, 2010). A partir disso, foi
construído o Índice de Qualidade da Dieta Mediterrânea adaptado para crianças e
adolescentes (KIDMED) (SERRA-MAJEN et al, 2004), composto de 16 itens. Na análise de
regressão multivariada, o escore KIDMED não foi apresentado, mas alguns de seus
componentes foram considerados, havendo associação positiva entre duração do sono e
ingestão de porções de frutas e vegetais, e associação negativa com ingestão de doces e
snacks.
Foi também aplicado QFA em um estudo com adolescentes finlandeses, com 16 itens,
utilizado para construção de escore com os grupos alimentares, definindo-os como alimentos
altamente energéticos (pizza, hambúrguer, pastelaria ou cachorro quente, batata frita ou
pipoca, biscoitos, sorvetes, doces ou chocolates, refrigerantes) ou com maior densidade
nutricional (frutas, vegetais frescos, legumes cozidos, pão de centeio). Observou-se
associação negativa entre duração do sono e ingestão de alimentos altamente energéticos,
especialmente entre os meninos; e o consumo de alimentos com maior densidade nutricional
apresentou discrepâncias em seus resultados, sendo diretamente associado à duração do sono
em meninas e inversamente associado entre os meninos (WESTERLUND et al, 2009).
Franckle et al (2015) consideraram a frequência de alguns alimentos ingeridos no dia
anterior à entrevista, tais como frutas, vegetais, sucos naturais e refrigerantes. Esse tipo de
inquérito dietético foi aplicado previamente em outro estudo americano, com crianças de 9 a
11 anos (THIAGARAJAH et al, 2008). Como os autores não apresentaram a idade mínima
dos participantes, apenas com a média de idade de cada ano escolar, foram considerados
somente os dados dos adolescentes do sétimo ano (média de 12 anos). Nesta faixa etária,
encontrou-se uma associação entre duração do sono menor que 10 horas com menor ingestão
de sucos naturais e maior ingestão de refrigerantes.
Além do efeito da duração do sono, outro aspecto que tem sido avaliado é a hora de
dormir. São poucos os estudos publicados com este tema, mas alguns resultados positivos têm
associado o hábito de dormir tarde, independentemente de a duração do sono ser adequada, a
menor qualidade nutricional e também a maior risco de sobrepeso. A descrição dos estudos
observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar está presente no Quadro 3.
Em crianças e adolescentes participantes de uma pesquisa nacional realizada na
Austrália, foi avaliada a associação entre a hora de dormir, o Índice de Massa Corporal (IMC)
e as escolhas alimentares. Os dados sobre consumo alimentar foram obtidos através da
aplicação de dois recordatórios de 24 horas, sendo o segundo realizado por telefone, seguindo
o multiple pass method (JOHNSON et al, 1998). As quantidades foram transformadas em
33
porções, aplicando o Dietary Guideline Index for Children and Adolescents (DGI-CA), um
IQD com 11 grupos alimentares (GOLLEY et al, 2011). Os dados sobre a hora de dormir e
acordar foram obtidos através de recordatório de atividade física autopreenchido, previamente
validado em comparação com o actígrafo (RIDLEY et al, 2006). Os horários de dormir e
acordar foram ajustados por sexo e idade e foram realizadas categorias de sono, de acordo
com as medianas de hora de dormir e acordar, em combinação com a duração de sono, sendo
criadas quatro categorias: “dormir cedo – acordar cedo”; “dormir cedo – acordar tarde”;
“dormir tarde – acordar cedo”; “dormir tarde – acordar tarde”. Os grupos que dormiam tarde
apresentaram maior IMC e menor pontuação no IQD (GOLLEY et al, 2013). Além disso,
também apresentaram menor consumo de frutas e hortaliças, e maior consumo de doces, fast
food e refrigerantes.
Um aspecto que pode dificultar a análise dos resultados obtidos com o hábito de
dormir tarde são os impactos que isto pode ter na duração do sono em si, já que o indivíduo
pode ter atividades que o exijam acordar cedo, reduzindo o período de sono. No entanto,
neste estudo se observou que, mesmo que os grupos “dormir cedo – acordar cedo” e “dormir
tarde – acordar tarde” apresentassem duração do sono semelhantes, por volta de 9 horas de
sono, os indivíduos que dormiam mais tarde apresentavam maior IMC (GOLLEY et al, 2013).
Em adolescentes da Alemanha, foram verificadas associações entre o consumo
alimentar, estimado através de sete dias de registro alimentar, com posterior classificação dos
alimentos em seis grupos de interesse (fast food; bebidas cafeinadas e à base de cola;
laticínios; doces; hortaliças e carnes), e o cronotipo, calculado a partir do ponto médio de
sono, considerando os horários habituais de dormir e acordar nos dias de semana e finais de
semana. Verificou-se associação positiva entre o cronotipo e a ingestão de fast food e bebidas
cafeinadas e associação inversa com o consumo de laticínios (FLEIG & RANDLER, 2009).
Thellman et al (2017) realizaram a estimativa da hora de dormir e de acordar nos dias
de semana e fins de semana para obter o ponto médio de sono, sendo o primeiro quartil foi
considerado como o grupo com hora de dormir cedo, e o último quartil com hora de dormir
tardia. Os hábitos alimentares foram coletados a partir de questionário de regularidade de
realização de refeições e frequência de consumo de nove grupos de alimentos por hora do dia,
com uma escala de cinco pontos (nunca, raramente, algumas vezes, maior parte das vezes,
quase sempre). Os nove grupos foram posteriormente recategorizados em três grupos, a saber:
bebidas adoçadas e cafeinadas; alimentos doces, com alto teor de gordura ou alto teor de
sódio; hortaliças, frutas, carboidratos e proteínas. Os autores não informaram se esse tipo de
inquérito dietético foi previamente validado. Verificou-se que os adolescentes que dormem
34
tarde têm maior consumo de bebidas adoçadas e cafeinadas e alimentos de baixa qualidade
nutricional. Além disso, a hora de dormir também modifica os horários de consumo mais
frequente de alguns grupos de alimentos, especialmente entre as bebidas adoçadas e
cafeinadas, que são consumidas com maior frequência pelos indivíduos que dormem tarde a
partir do horário vespertino, mantendo elevado consumo ao longo do período noturno.
Harrex et al (2017) avaliaram a associação entre os padrões de sono, tais como os
definidos por Golley et al (2013), e o consumo alimentar, estimado por QFA previamente
validado na população de estudo (SAEEDI et al, 2016). Os dados foram posteriormente
agrupados em dois escores de padrão alimentar: “snacks”, com preponderância de alimentos
com elevada densidade energética e “frutas e hortaliças”, com alimentos de maior qualidade
nutricional (DAVISON et al, 2017). Observou-se que os padrões de sono “dormir tarde –
acordar cedo” e “dormir tarde – acordar tarde” apresentaram menores valores no escore do
padrão alimentar “frutas e hortaliças” em comparação com os indivíduos do grupo “dormir
cedo – acordar cedo”. O consumo de porções de frutas e hortaliças também foi inferior no
grupo “dormir tarde – acordar tarde” em relação ao grupo “dormir cedo – acordar cedo”.
Também foi verificado maior consumo de bebidas adoçadas pelos indivíduos que dormem
tarde e acordam tarde, em relação aos indivíduos que dormem cedo.
Entre os estudos que utilizam métodos qualitativos de avaliação do consumo
alimentar, observa-se que a curta duração do sono se associa, em grande parte dos estudos, a
um padrão alimentar não saudável, com maior tendência de ingestão de alimentos de menor
qualidade nutricional entre os indivíduos com menor duração do sono. Já entre os estudos que
obtiveram a ingestão de forma quantitativa, os resultados são discrepantes entre si (AL-DISI
et al, 2010; WEISS et al, 2010). Com relação aos estudos que avaliam a hora de dormir, os
resultados observados mostram associações estatisticamente significativas, mas ainda são
poucos os estudos publicados.
Observa-se grande heterogeneidade de métodos adotados para avaliação do consumo
alimentar, bem como para a mensuração da duração do sono, mostrando que a associação
entre os hábitos de sono, tais como a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo
alimentar ainda não é clara.
35
Quadro 3. Estudos observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar realizados em adolescentes.
Autor
(ano)
País Amostra Avaliação da hora
de dormir
Instrumentos utilizados Principais Resultados Variáveis de
ajuste
Fleig &
Randler
(2009)
Alemanha 152
indivíduos
11 a 17
anos
Cálculo do ponto
médio do sono com
relato de hora de
dormir e acordar
usuais.
Registro alimentar (7 dias), com
separação dos alimentos em 6
grupos;
Peso e estatura referidos;
IMC.
Adolescentes que
dormem tarde tem
maior consumo de fast
food e bebidas
cafeinadas e menor
consumo de laticínios.
Sexo, idade,
IMC, ingestão de
energia.
Golley
(2013)
Austrália 2200
indivíduos
9 a 16 anos
Categorias de sono:
Dormir e acordar
cedo
Dormir cedo e
acordar tarde
Dormir tarde e
acordar cerdo
Dormir e acordar
tarde
Dois recordatórios de 24 horas (um
presencial e um por telefone), com
cálculo de IQD (DGI-CA) (Golley et
al, 2011);
Questionário de atividade física
(MARCA) (Ridley et al, 2006);
Questionário demográfico e
socioeconômico;
Peso e estatura;
IMC classificado pelo IOTF (Cole,
2000).
Grupos que dormem
tarde apresentaram
menor ingestão de
frutas e hortaliças e
menor pontuação no
IQD.
Sexo, idade,
IMC, ingestão de
energia, duração
do sono,
atividade física,
renda familiar e
educação
materna.
Thellman
(2017)
Estados
Unidos
119
indivíduos
9 a 15 anos
Cálculo do ponto
médio do sono com
relato de hora de
dormir e acordar
usuais
1º Quartil – Dormir
cedo
4º Quartil – dormir
tarde
Frequência de consumo de alimentos
por hora do dia;
Questionário demográfico.
Adolescentes que
dormem tarde tem
maior consumo de
bebidas adoçadas,
bebidas cafeinadas e
alimentos de baixa
qualidade nutricional,
sendo mais elevado no
horário noturno.
Sexo e idade.
36
Harrex
(2017)
Nova
Zelândia
439
indivíduos
9 a 11 anos
Categorias de sono:
Dormir e acordar
cedo
Dormir cedo e
acordar tarde
Dormir tarde e
acordar cerdo
Dormir e acordar
tarde
QFA de 28 itens (Saeedi et al, 2016),
para cálculo de escores de padrão
alimentar (Davison et al, 2017);
Questionário de atividade física;
Tempo de tela;
Actigrafia;
Peso e estatura;
IMC classificado pela WHO (2007).
Grupos que dormem
tarde apresentaram
menor consumo de
porções de frutas e
hortaliças e maior
consumo de bebidas
adoçadas, além de
apresentar menor
escore de padrão
alimentar saudável.
Sexo, idade,
IMC, nível
socioeconômico,
tempo válido de
uso do
acelerômetro,
duração do sono
média, tempo de
tela.
Abreviaturas – DGI-CA: Dietary Guideline Index for Children and Adolescents; IMC: Índice de Massa Corporal; IOTF: International Obesity Task Force; IQD: Índice de Qualidade da
Dieta; MARCA: Multimedia Activity Recall for Children and Adults; QFA: Questionário de Frequência Alimentar; WHO: World Health Organization.
37
3. JUSTIFICATIVA
Na adolescência, o indivíduo passa a se reconhecer como o autor de suas próprias
escolhas e todos os comportamentos associados à saúde têm consequências em seu
desenvolvimento físico e cognitivo. Logo, é importante levar ao adolescente as orientações
que possam norteá-lo a tomar melhores decisões, pois neste momento da vida, há uma grande
capacidade de adaptação e mudança, e os comportamentos adotados nesta fase tendem a
permanecer na vida adulta (OMS, 2014).
O sono constitui-se como um campo de investigação importante na saúde do
adolescente, pois este comportamento pode sofrer influências de fatores socioeconômicos,
psicológicos e até fisiopatológicos que necessitem de atenção individualizada.
Além disso, a menor duração do sono e o hábito de dormir tarde são práticas
frequentes entre os adolescentes que podem levar a escolhas alimentares não saudáveis, e essa
relação parece estar associada a alguns fatores de risco à saúde, como o excesso de peso,
maior tempo de tela e menor frequência de atividade física (HITZE et al, 2009; OLDS et al,
2011; FATIMA et al, 2015).
A orientação dos adolescentes quanto à importância do sono adequado é uma medida
de baixo custo que promoveria a redução de um comportamento que pode estar associado ao
desenvolvimento da obesidade, tendo em vista a sua possível relação com práticas alimentares
não saudáveis. Além disso, outras medidas que se relacionam positivamente à melhor
qualidade do sono e que podem ser incentivadas são a prática de atividade física e a redução
de tempo gasto em atividades sedentárias.
A avaliação da associação entre sono e o consumo alimentar de adolescentes,
independente de outros fatores de risco, é importante, considerando que não há consenso na
literatura dessa associação.
38
4. OBJETIVOS
• Geral
o Analisar a associação entre sono, considerando a duração do sono e a hora de
dormir, e o consumo alimentar de adolescentes matriculados em escola pública
de Niterói, Rio de Janeiro.
• Específicos
o Descrever a duração do sono e hora de dormir dos adolescentes;
o Descrever o estado nutricional e a maturação sexual dos adolescentes;
o Caracterizar o consumo alimentar dos adolescentes;
o Analisar as associações entre o sono, considerando a duração do sono e a hora
de dormir, e o consumo alimentar.
39
5. MÉTODOS
5.1. Desenho e população do estudo
O presente trabalho foi desenvolvido como parte integrante do estudo de intervenção
de base escolar PAPPAS (Pais, Alunos e Professores Pela Alimentação Saudável). Sua
primeira edição foi realizada no município de Duque de Caxias, com 559 escolares do quinto
ano do ensino fundamental, de vinte escolas da rede pública, com o objetivo de realizar
atividades de intervenção primária que encorajavam o aumento do consumo de feijão e frutas
e a redução do consumo de bebidas adoçadas e biscoitos, observando sua influência na
redução do ganho de peso excessivo (CUNHA, 2013).
A segunda edição do estudo (PAPPAS 2) foi realizada no município de Niterói em
2014, com alunos do sexto e sétimo ano, com o objetivo de verificar a viabilidade da
combinação de prevenção primária e secundária na redução da prevalência de excesso de peso
em adolescentes. Entre as doze escolas que ofereciam estas turmas em suas grades
curriculares, foram sorteadas a Escola Municipal Honorina de Carvalho como controle e a
Escola Municipal João Brazil como local de intervenção (RODRIGUES, 2016).
No segundo semestre de 2015, foi iniciado um novo estudo, de delineamento
transversal, na Escola Municipal João Brazil, com o objetivo de verificar a viabilidade de
coleta de dados referentes ao consumo alimentar e à pressão arterial, bem como a utilização
de novos instrumentos de coleta, como o Personal Digital Assistant (PDA) para o
questionário e o software ERICA-REC24, para obtenção dos recordatórios de 24 horas.
De um universo de 436 alunos matriculados, foram incluídos 429 adolescentes de 10 a
19 anos que cursavam do quinto ao nono ano. Destes, 42 alunos não apresentaram o termo de
consentimento, sendo coletados os dados de 387 alunos.
Para o presente estudo, foram selecionados apenas os que apresentaram informações
de duração do sono e consumo alimentar. Foram retirados 28 indivíduos que não
apresentavam informações sobre duração do sono. Também foram retirados 21 indivíduos em
que foram verificadas inconsistências nas informações fornecidas, tais como a colocação de
horários que não correspondiam a horas de dormir e acordar coerentes, além de indivíduos
que relatavam duração do sono de 2 horas ou menos, ou maior que 15 horas de sono. Destes,
foram retirados 33 adolescentes que não possuíam informações sobre o consumo alimentar,
bem como de alguma das covariáveis necessárias para a estimativa de consumo usual,
totalizando 295 indivíduos (Figura 1).
40
Figura 1. Fluxograma de inclusão de participantes no presente estudo.
5.2. Cálculo da amostra
Para a coleta de dados do estudo PAPPAS, o cálculo da amostra foi realizado
considerando uma prevalência de 19,2% de excesso de peso entre adolescentes de Niterói
(NOGUEIRA & SICHIERI, 2009), e nível de significância de 5%. Estimou-se amostra final
de, no mínimo, 239 indivíduos.
De acordo com Pocock (1983):
n= 1,96² x [P (1-P)]
Ɛ²
Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.
n = 1,962 x [0,192 (1-0,192)] / 0,052 = 238,39 239 indivíduos.
Tendo em vista que o estudo não foi planejado inicialmente para o estudo da duração
do sono, foi considerada a prevalência de 76,7% de duração do sono insuficiente, definido
436 indivíduos matriculados
Exclusão
5 alunos com necessidades
especiais
1 aluna gestante
1 aluno menor de 10 anos
429 indivíduos elegíveis
387 indivíduos participantes
295 indivíduos com informação
de sono e consumo alimentar
42 alunos sem consentimento
dos pais
49 alunos sem dados de sono
e 33 alunos sem dados de
consumo alimentar
41
como menor que oito horas por dia, entre adolescentes de 14 a 19 anos de Santa Catarina
(FELDEN et al, 2017), e nível de significância de 5%. Estimou-se amostra de, no mínimo,
275 indivíduos.
De acordo com Pocock (1983):
n= 1,96² x [P (1-P)]
Ɛ²
Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.
n = 1,962 x [0,767 (1-0,767)] / 0,052 = 274,6 275 indivíduos.
5.3. Coleta de dados
Em julho de 2015, foi realizado o treinamento da equipe de pesquisadores da coleta de
dados, abordando todos os instrumentos e técnicas a serem aplicados na pesquisa de campo.
Dessa forma, padronizaram-se os procedimentos de coleta, garantindo menor variabilidade
inter e intraindividual. A coleta foi realizada de agosto a dezembro de 2015.
O questionário foi aplicado através de PDA (Figura 2), contendo questões sobre dados
sociodemográficos e comportamentos relacionados à saúde, tais como as práticas alimentares,
atividade física, tempo gasto em aparelhos eletrônicos e fatores psicossociais (Anexo 9.1). O
PDA é um computador de mão no qual é possível inserir softwares contendo questionários e
formulários para coleta de dados. Todos os adolescentes foram orientados quanto à sua forma
de utilização e, durante o período em que permaneceram com os aparelhos, havia avaliadores
presentes para responder às dúvidas. Este método de aplicação dos questionários foi utilizado
anteriormente nas duas edições da PeNSE, possuindo como vantagem principal a inexistência
de erros por digitação, tendo em vista que os dados são transferidos diretamente para os
bancos de dados (IBGE, 2010; IBGE, 2013).
Figura 2. Personal Digital Assistant (PDA)
42
As variáveis utilizadas no presente estudo estão descritas a seguir.
5.4. Variáveis do estudo
5.4.1. Duração do sono
A duração do sono e a hora de dormir habituais foram obtidas através de duas
perguntas presentes no questionário, a saber: “Em geral, a que horas você vai dormir?
(Indique a hora que mais se aproxima do horário em que usualmente você deita para dormir)”
e “Em geral, a que horas você acorda? (Indique a hora que mais se aproxima do horário em
que você acorda)”.
Realizou-se a subtração entre a hora de dormir e a hora de acordar para obter a
duração do sono em horas.
5.4.2. Consumo alimentar
Para compor a avaliação do consumo alimentar, foi realizado o recordatório de 24
horas. Considerado como o método mais utilizado para obtenção de dados dietéticos
quantitativos, o recordatório de 24 horas possui como vantagem o bom nível de resposta dos
indivíduos, mas a aplicação de um único recordatório não permite avaliar a dieta habitual
(RUTISHAUSER, 2005). Para minimizar essa desvantagem, realizou-se a coleta de dois
recordatórios em dias não consecutivos.
O recordatório de 24 horas foi aplicado pelos entrevistadores através do software
ERICA-REC24h (BARUFALDI et al, 2016), utilizado no Estudo de Riscos Cardiovasculares
em Adolescentes (ERICA), um estudo multicêntrico nacional que avaliou cerca de 75 mil
adolescentes (BLOCH et al, 2016).
O ERICA-REC24h foi baseado no Brasil-Nutri, base de dados utilizada pelo Inquérito
Nacional de Alimentação, realizado com uma subamostra da POF 2008-2009 (IBGE, 2011a).
Nesta base, foram registrados inicialmente cerca de 1500 itens alimentares selecionados a
partir dos registros de aquisição de alimentos da POF 2002-2003 e, após a incorporação de
demais itens citados pelos indivíduos entrevistados, totalizou-se a inclusão de 1971 itens,
organizados em 21 grupos de alimentos (IBGE, 2011a; SOUZA et al, 2013).
A primeira etapa a ser preenchida no programa consistia em uma pergunta sobre o
produto mais utilizado pelo adolescente para adoçar bebidas, tendo como opções de resposta:
(1) açúcar, (2) adoçante, (3) açúcar e adoçante e (4) nada. Na segunda etapa, foram
registrados todos os alimentos consumidos, com o horário e o local onde o alimento foi
43
consumido, com as seguintes opções: (1) em casa, (2) na escola ou (3) na rua. Na terceira
etapa, cada alimento era descrito conforme o modo de preparo e a quantidade consumida,
estimada com o auxílio de imagens das medidas caseiras utilizadas mais frequentemente para
cada tipo de alimento ou preparação. O programa realizava a quarta etapa de revisão, caso se
tivesse registrado que o adolescente permaneceu mais de três horas sem ingerir alimentos, e
também permitia ao entrevistador ratificar se houve ingestão de alimentos frequentemente
omitidos, como balas e chicletes (BARUFALDI et al, 2016).
O cálculo da ingestão de nutrientes foi realizado a partir das Tabelas de Composição
Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, utilizada na POF 2008-2009 (IBGE,
2011b). Para o cálculo de açúcar de adição, a pergunta realizada ao início do preenchimento
do recordatório foi considerada, sendo padronizada a adição de açúcar a 10% para os
indivíduos que relataram usar açúcar, e a 5% para os indivíduos que relataram usar açúcar e
adoçante em bebidas frequentemente adoçadas, tais como café, chás e sucos.
Foram formados grupos de alimentos para avaliação de marcadores de hábitos
alimentares saudáveis e não saudáveis, adaptados dos grupos de alimentos considerados pela
PeNSE (IBGE, 2013). De acordo com os códigos dos itens alimentares registrados na base de
dados, foram definidos oito grupos de alimentos, a saber: frutas, hortaliças, feijão e outras
leguminosas, bolos e biscoitos doces, biscoitos salgados, doces, refrigerantes, e outras bebidas
adoçadas. No total, foram citados 146 itens alimentares classificados nestes grupos de
alimentos (Quadro 4). As quantidades ingeridas de cada grupo de alimentos estão
apresentadas em gramas ou mililitros.
Quadro 4. Alimentos citados nos recordatórios de 24 horas, de acordo com os grupos de
alimentos.
Hortaliças (24)
Alface
Salada ou verdura cozida
Couve
Repolho
Salada ou verdura crua
Couve flor
Brócolis
Agrião
Espinafre
Abóbora
Cenoura
Chuchu
Pepino
Tomate
Beterraba
Nabo
Outros legumes cozidos
Quiabo
Abobrinha
Azeitona
Berinjela
Cebola
Vagem
Pimentão
44
Refrigerantes (13)
Agua tônica tradicional
Coca Cola® tradicional
Fanta® laranja tradicional
Fanta® uva tradicional
Paraguai® refrigerante light
Paraguai® refrigerante tradicional
Refrigerante de cola diet
Refrigerante de cola light
Refrigerante de cola tradicional
Refrigerante de guaraná tradicional
Refrigerante de limão diet
Refrigerante não especificado
Sprite® refrigerante tradicional
Biscoito salgado (4)
Biscoito de polvilho
Biscoito salgado
Biscoito salgado light
Chips (salgadinhos)
Feijões (3)
Feijão
Feijoada
Ervilha em grão
Frutas (17)
Abacate
Abacaxi
Banana
Fruta não especificada
Goiaba
Jambo
Laranja
Manga
Melancia
Melão
Morango
Pera
Pêssego
Salada de frutas
Tangerina
Uva
Uva passa
Bolos e biscoitos doces (17)
Amidomil®
Bolo de aipim
Bolo de banana
Bolo de chocolate
Bolo de coco
Bolo de laranja
Bolo de milho
Bolo de trigo
Broa
Barra de cereais
Barra de cereais diet
Biscoito doce
Biscoito recheado
Bolo de chocolate diet
Canudinho recheado
Filhós
Waffer (biscoito)
Doces (42)
Achocolatado em pó
Açúcar
Algodão doce
Amendoim achocolatado
Bala
Barra de chocolate
Bombom
Brigadeiro
Caramelo (bala)
Chiclete
Gelatina
Geleia de frutas
Geleia de mocotó
Goiabada
Ioiô creme®
Jujuba
Milk shake
Mousse
Paçoca
Paçoquinha de amendoim
45
Chocolate
Churro
Cocada
Confete
Cuscuz de tapioca
Danette® pudim
Doce de amendoim
Doce de frutas cristalizadas
Doce de frutas em calda
Doce de leite/doce à base de leite
Geladinho
Pavê
Pé de moleque
Picolé
Pirulito
Pudim de qualquer sabor
Rocambole
Sonho
Sorvete
Sustagem®
Tortas doces
Trufa
Bebidas (26)
Agua de coco
Café
Chá
Guaraná tradicional
Q-refresko®
Q-suco®
Q-suco® diet
Q-suco® light
Refresco de caju
Refresco de limão
Refresco de maracujá
Suco
Suco de acerola
Suco de abacaxi
Suco de abacaxi orgânico
Suco de goiaba
Suco de laranja
Suco de laranja orgânico
Suco de mamão
Suco de manga
Suco de maracujá
Suco de maracujá orgânico
Suco de morango
Suco de melão
Suco orgânico
5.4.3. Maturação sexual
A avaliação do estágio de maturação sexual foi feita por autoclassificação, através de
um questionário incluído no PDA, baseada nos critérios de Marshall e Tanner (1969; 1970),
sendo apenas avaliada a presença dos pelos pubianos. Após uma breve explicação sobre as
fases de desenvolvimento na adolescência, eram exibidas cinco imagens com descrição que
ilustravam cinco diferentes estágios da presença de pelos pubianos. Os adolescentes foram
classificados nos estágios pré-púbere (estágio I), púbere (estágios II, III e IV) e pós-púbere
(estágio V).
5.4.4. Antropometria
Para a realização da avaliação antropométrica, foram feitas as medidas de massa
corporal e estatura, para cálculo do IMC.
Para a aferição da estatura, foi utilizado estadiômetro portátil com escala numérica em
centímetros, com precisão de 1 mm, da marca Alturexata®, sendo instalado em local plano.
Os avaliadores colocaram o indivíduo no estadiômetro, sem sapatos ou meias, encostando os
46
calcanhares e escápulas no aparelho. Após posicionar o adolescente no plano de Frankfort, a
leitura da estatura foi realizada ao final da expiração. Foram feitas duas medidas da estatura e
se houvesse diferença maior que 0,5 cm, uma nova medida era realizada.
Para a aferição do peso, foi utilizada balança portátil de bioimpedância tetrapolar da
marca Tanita® Ironman BC-558. Foi solicitado ao adolescente retirar os pertences que
estivessem em bolsos, bem como acessórios metálicos. O adolescente foi orientado a segurar
firmemente as alças da balança e, posteriormente, subir na plataforma e permanecer parado
até a leitura completa dos segmentos corporais.
O IMC foi calculado pela divisão do peso pelo quadrado da estatura (peso/estatura²) e
a classificação nutricional foi realizada pelo índice IMC para idade, em escores-z, de acordo
com as curvas de crescimento de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos da OMS (WHO,
2007) (Quadro 5).
Quadro 5. Classificação do estado nutricional de adolescentes (WHO, 2007).
Valores críticos IMC-para-idade
<Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Escore-z -3 e <Escore-z -2 Magreza
≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia
>Escore-z + 1 e≤ Escore-z + 2 Sobrepeso
>Escore-z + 2 Obesidade
5.5. Análise estatística
As variáveis contínuas foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis
categóricas foram apresentadas em percentuais. Foi realizado teste T de Student e ANOVA
para as diferenças de médias, e a correlação de Spearman entre variáveis contínuas.
A estimativa de consumo usual dos nutrientes e grupos de alimentos foi realizada com
a aplicação do método proposto pelo National Cancer Institute (NCI), com os dados de dois
recordatórios de 24 horas. Foram utilizadas as macros MIXTRAN, DISTRIB e INDIVINT,
fornecidas pelo NCI. A estimativa de consumo foi realizada com o método de uma parte
(amount), tanto para os nutrientes quanto para os grupos de alimentos. Foram incluídas as
seguintes covariáveis: idade, sexo, IMC e ingestão de energia usual, também estimada pelo
método NCI.
Após a geração dos dados de consumo usual, foi utilizada a regressão linear múltipla
para verificar associações entre duração de sono em horas, como variável de exposição, e os
47
macronutrientes e açúcar de adição (expressos em gramas) como desfechos, tendo em vista
que a distribuição destas variáveis é aproximada à curva normal. Para a avaliação dos grupos
de alimentos como desfechos, foi utilizada a regressão gama com link de log, tendo em vista a
distribuição assimétrica dessas variáveis. Também foram realizadas as análises dos nutrientes
e grupos de alimentos considerando a hora de dormir como variável de exposição de interesse.
As variáveis de ajuste utilizadas nos modelos de regressão foram: sexo, idade, IMC,
maturação sexual e ingestão de energia usual. Foram considerados como valores
estatisticamente significativos os que obtiveram nível de significância ≤0,05.
O pacote estatístico SPSS versão 21 foi utilizado para análises descritivas e com
regressão gama e linear, e o programa SAS versão 9.3 foi utilizado na estimativa de consumo
usual pelo método NCI.
5.6. Aspectos éticos
Todos os adolescentes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a
ser assinado pelo responsável (Anexo 9.2). Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, nº do parecer 1.188.890, de 17 de
agosto de 2015 (Anexo 9.3).
48
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados e a discussão estão apresentados em formato de artigo a ser submetido
para publicação na revista Cadernos de Saúde Pública.
Artigo (versão preliminar): Hábitos de sono e consumo alimentar de adolescentes.
Palavras-chave: sono; dieta; adolescente.
INTRODUÇÃO
Estudos populacionais mostram que os adolescentes têm adotado hábitos alimentares
desfavoráveis, com baixo consumo de frutas e hortaliças e ingestão elevada de alimentos de
baixa qualidade nutricional, tais como refrigerantes e doces 1-4. Além disso, observa-se que o
comportamento alimentar se deteriora conforme o adolescente se aproxima da idade adulta 5,6.
Os hábitos de saúde desenvolvidos na adolescência, em especial as práticas alimentares,
geralmente se mantêm ao longo da vida 7.
Entre os fatores associados ao consumo alimentar, a duração do sono tem se
destacado, tendo como provável mecanismo fisiológico a alteração nos hormônios
reguladores do apetite, tais como grelina e leptina 8,9. Sabe-se que, durante a adolescência,
ocorrem alterações fisiológicas que fazem com que o adolescente tenha maior propensão a
dormir mais tarde 10, mas algumas características do estilo de vida, como o uso de tecnologias
11 e as atividades escolares e profissionais 12,13 têm influenciado diretamente nos hábitos de
sono, promovendo redução na duração do sono entre os adolescentes nas últimas décadas 14.
Os estudos em adultos mostram que indivíduos em restrição de sono possuem maior
ingestão energética 15 e maior ingestão de alimentos com densidade energética elevada 16-18.
Entretanto, os estudos realizados com adolescentes trazem alguns resultados discrepantes:
alguns estudos observaram que a curta duração do sono está associada a maior ingestão de
doces e outros alimentos de baixa qualidade nutricional 19-21; enquanto outros estudos
verificaram resultados discordantes 22,23. Estudos recentes têm evidenciado que o hábito de
dormir tarde também pode estar associado a escolhas alimentares desfavoráveis entre os
adolescentes 24,25.
Portanto, o objetivo do presente estudo é verificar a associação entre os hábitos de
sono, sendo consideradas para esta avaliação a duração do sono e a hora de dormir, e o
consumo alimentar em adolescentes.
49
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal realizado com adolescentes de ambos os sexos, entre
10 e 17 anos, estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental de uma escola municipal
localizada no município de Niterói, Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada de agosto a
dezembro de 2015, por pesquisadores treinados. Foram coletados dados de 387 alunos e para
o presente estudo, foram selecionados os adolescentes que apresentaram informações de
duração do sono e consumo alimentar, totalizando 295 indivíduos.
Estimou-se uma amostra de, no mínimo, 275 indivíduos, considerando-se dados de
prevalência de 76,7% de duração do sono insuficiente, definido como menor que oito horas
por dia, entre adolescentes de 14 a 19 anos do estado de Santa Catarina, Brasil 26, e nível de
significância de 5%.
De acordo com Pocock 27:
n= 1,96² x [P (1-P)]
Ɛ²
Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.
n = 1,962 x [0,767 (1-0,767)] / 0,052 = 274,6 275 indivíduos.
O questionário autopreenchível foi aplicado utilizando o Personal Digital Assistant
(PDA), contendo questões sobre dados sociodemográficos e comportamentos relacionados à
saúde, tais como as práticas alimentares e atividade física, tempo gasto em aparelhos
eletrônicos e fatores psicossociais. Todos os adolescentes foram orientados quanto à sua
forma de utilização.
A hora de dormir e a duração do sono habituais foram obtidas através de duas
perguntas presentes no questionário, a saber: “Em geral, a que horas você vai dormir?
(Indique a hora que mais se aproxima do horário em que usualmente você deita para dormir)”
e “Em geral, a que horas você acorda? (Indique a hora que mais se aproxima do horário em
que você acorda)”. Realizou-se a subtração entre a hora de dormir e a hora de acordar para
obter a duração do sono em horas.
Para a avaliação do consumo alimentar, foi aplicado o recordatório de 24 horas em
dois dias não consecutivos através do software ERICA-REC24h, utilizado no Estudo de
Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo multicêntrico nacional que
avaliou cerca de 75 mil adolescentes no Brasil 28. O programa foi baseado nos dados do
Inquérito Nacional de Alimentação, que foi realizado, no Brasil, com uma subamostra da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 29.
50
A primeira etapa a ser preenchida no programa consistia em uma pergunta sobre o
produto mais utilizado pelo adolescente para adoçar bebidas, tendo como opções de resposta:
(1) açúcar, (2) adoçante, (3) açúcar e adoçante e (4) nada. Na segunda etapa, foram
registrados todos os alimentos consumidos, com o horário e o local onde o alimento foi
consumido, com as seguintes opções: (1) em casa, (2) na escola ou (3) na rua. Na terceira
etapa, cada alimento era descrito conforme o modo de preparo e a quantidade consumida,
estimada com o auxílio de imagens das medidas caseiras utilizadas mais frequentemente para
cada tipo de alimento ou preparação. O programa realizava a quarta etapa de revisão, caso se
tivesse registrado que o adolescente permaneceu mais de três horas sem ingerir alimentos, e
também permitia ao entrevistador ratificar se houve ingestão de alimentos frequentemente
omitidos, como balas e chicletes 30.
O cálculo da ingestão de nutrientes foi realizado a partir das Tabelas de Composição
Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, utilizada na POF 2008-2009 31. Para o
cálculo de açúcar de adição, a pergunta realizada ao início do preenchimento do recordatório
foi considerada, sendo padronizada a adição de açúcar a 10% para os indivíduos que relataram
usar açúcar, e a 5% para os indivíduos que relataram usar açúcar e adoçante em bebidas
frequentemente adoçadas, tais como café, chás e sucos.
Foram formados grupos de alimentos para avaliação de marcadores de hábitos
alimentares saudáveis e não saudáveis, adaptados dos grupos de alimentos considerados pela
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 3, sendo definidos oito grupos de alimentos,
a saber: frutas; hortaliças; feijão e outras leguminosas; bolos e biscoitos doces; biscoitos
salgados; doces; refrigerantes; e bebidas. No total, foram citados 146 itens alimentares
classificados nestes grupos de alimentos. As quantidades ingeridas de cada grupo de
alimentos estão apresentadas em gramas ou mililitros.
Para a realização da avaliação antropométrica, foram feitas as medidas de massa
corporal e estatura, para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), e a classificação
nutricional foi realizada pelo índice IMC para idade, em escores-z, de acordo com as curvas
de crescimento de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos da Organização Mundial da Saúde
32. Para a aferição da estatura, foi utilizado estadiômetro portátil com escala numérica em
centímetros, com precisão de 1 mm, da marca Alturexata®, sendo instalado em local plano.
Os avaliadores colocaram o indivíduo no estadiômetro, sem sapatos ou meias, encostando os
calcanhares e escápulas no aparelho. Após posicionar o adolescente no plano de Frankfort, a
leitura da estatura foi realizada ao final da expiração. Foram feitas duas medidas da estatura e
51
se houvesse diferença maior que 0,5 cm, uma nova medida era realizada. Para aferição do
peso, foi utilizada balança portátil de bioimpedância tetrapolar da marca Tanita® Ironman
BC-558. Foi solicitado ao adolescente que retirasse os pertences que estivessem em bolsos,
bem como acessórios metálicos.
A avaliação do estágio de maturação sexual foi feita através de autoclassificação, por
um questionário incluído no PDA, baseado nos critérios de Marshall e Tanner 33,34, no qual
eram exibidas cinco imagens com descrição que ilustravam cinco diferentes estágios da
presença de pelos pubianos. Os adolescentes foram classificados nos estágios pré-púbere
(estágio I), púbere (estágios II, III e IV) e pós-púbere (estágio V).
Todos os adolescentes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que
foi assinado pelo responsável. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Análise estatística
As variáveis contínuas foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis
categóricas foram apresentadas em percentuais. Foi realizado teste T de Student e ANOVA
para as diferenças de médias, e a correlação de Spearman entre variáveis contínuas.
A estimativa de consumo usual dos nutrientes e grupos de alimentos foi realizada com
a aplicação do método proposto pelo National Cancer Institute (NCI), com os dados de dois
recordatórios de 24 horas. Foram utilizadas as macros MIXTRAN, DISTRIB e INDIVINT,
fornecidas pelo NCI. A estimativa de consumo foi realizada com o método de uma parte
(amount), tanto para os nutrientes quanto para os grupos de alimentos. Foram incluídas as
seguintes covariáveis: idade, sexo, IMC e ingestão de energia usual, também estimada pelo
método NCI.
Após a geração dos dados de consumo usual, foi utilizada a regressão linear múltipla
para verificar associações entre duração de sono em horas, como variável de exposição, e os
macronutrientes e açúcar de adição (expressos em gramas) como desfechos, tendo em vista
que a distribuição destas variáveis é aproximada à curva normal. Para a avaliação dos grupos
de alimentos como desfechos (expressos em gramas), foi utilizada a regressão gama com link
de log, devido à distribuição assimétrica dessas variáveis. Também foram realizadas as
análises dos nutrientes e grupos de alimentos considerando a hora de dormir como variável de
exposição de interesse. As variáveis de ajuste utilizadas em todos os modelos de regressão
foram: sexo, idade, IMC, maturação sexual e ingestão de energia usual. Foram considerados
como valores estatisticamente significativos os que obtiveram nível de significância ≤0,05.
52
O pacote estatístico SPSS v. 21 foi utilizado para análises com regressão gama com
link de log e regressão linear múltipla, e o programa SAS versão 9.3 foi utilizado na
estimativa de consumo usual pelo método NCI.
RESULTADOS
Foram incluídos 295 adolescentes, sendo 147 do sexo masculino (49,8%) e média de
idade de 12,8 anos. Observou-se que 31,2% dos adolescentes apresentaram sobrepeso ou
obesidade e 81,4% estão na fase púbere ou pós-púbere (Tabela 1).
A duração média do sono foi de 8,3 horas e a média de hora de dormir foi em torno de
22h30. No presente estudo, 66,1% dos adolescentes relataram acordar às 6h, mas 42,8%
relataram dormir às 23h ou mais tarde (dados não apresentados em tabela).
Verificou-se alta ingestão usual de açúcar de adição (112,4 g) entre os adolescentes,
representando um terço da ingestão de carboidratos, além de elevada ingestão diária usual de
refrigerantes, bebidas e doces. Dentre os marcadores de alimentação saudável, verificou-se
baixa ingestão de frutas e hortaliças, mas com uma ingestão usual elevada de feijão (Tabela
1).
Conforme verificado na Tabela 1, a duração do sono apresentou maior correlação com
a idade em direção negativa (r= -0,33; <0,001), baixa correlação negativa com o IMC (r= -
0,141; p= 0,015) e diferença estatisticamente significativa na duração média de sono entre os
estágios de maturação sexual, em que os adolescentes na fase pós-púbere apresentaram a
média mais baixa (7,5 h).
As correlações entre duração do sono e ingestão de carboidratos (r= 0,128; p= 0,028),
lipídios (r= 0,141; p= 0,015) e açúcar de adição (r= 0,152; p= 0,009) foram estatisticamente
significativas, e a ingestão de proteínas apresentou nível de significância borderline (r= 0,104;
p= 0,075). Em relação aos grupos de alimentos, as correlações foram estatisticamente
significativas (exceto para feijão), positivas e baixas, porém mais elevadas do que as
observadas nos nutrientes, sendo as correlações mais baixas encontradas nas bebidas (r=
0,126; p= 0,031) e biscoitos salgados (r= 0,159; p= 0,006) e mais elevadas nas hortaliças (r=
0,222; p<0,001) e frutas (r= 0,249; p<0,001) (Tabela 1).
A hora de dormir apresentou baixa correlação negativa com carboidratos, proteínas e
lipídios, com valores de r= -0,11, aproximadamente, além de correlação com nível de
significância borderline com o açúcar de adição (r= -0,105; p= 0,071). Os grupos de
alimentos também apresentaram baixa correlação negativa estatisticamente significativa
53
(exceto para refrigerantes, bolos e biscoitos doces, e doces), com valores de correlação
variando de r= -0,114; p= 0,051 (biscoitos salgados) a r= -0,188; p= 0,001 (frutas).
Nas regressões múltiplas, cujos desfechos eram os nutrientes, observou-se associação
inversa estatisticamente significativa entre duração do sono e consumo de todos os
macronutrientes, que é maior entre as meninas e se eleva conforme aumentam IMC e idade, e
diminui nos adolescentes em estágio púbere e pós-púbere (Tabela 2). Em relação ao açúcar de
adição, a duração do sono apresentou tendência à associação inversa com nível de
significância borderline (β= -0,63; p= 0,061), e a associação foi estatisticamente significativa
e inversa com o IMC, tanto nas regressões bruta e ajustada com o açúcar de adição (Tabela 2).
Nas regressões ajustadas dos grupos de alimentos, os adolescentes com maior duração
do sono apresentaram maior consumo de frutas (Exp β= 1,03; p= 0,035) e hortaliças (Exp β=
1,01; p= 0,036). As frutas são mais consumidas entre os adolescentes mais jovens e com
estágio de maturação pós-púbere; e as hortaliças são mais consumidas entre as meninas, os
mais jovens e com IMC mais elevado. Também se verificou tendência à associação direta,
com nível de significância borderline, entre duração do sono e consumo de feijões (Exp β=
1,01; p= 0,060) e biscoitos salgados (Exp β= 1,01; p= 0,078) (Tabela 3).
Não foi observada associação estatisticamente significativa entre hora de dormir e os
nutrientes (Tabela 4). Entretanto, com os grupos de alimentos, foi verificada associação
inversa estatisticamente significativa entre hora de dormir e o consumo de frutas (Exp β=
0,95; p<0,001) e hortaliças (Exp β= 0,98; p= 0,017), considerando as mesmas variáveis de
ajuste das análises realizadas com a duração do sono (Tabela 5).
54
Tabela 1. Caracterização e distribuição de dados comportamentais, antropométricos e dietéticos de
adolescentes.
Características
Total (n=295) Duração do sono (h) Hora de dormir (h)
Média (DP) rc Valor de
p
rc Valor
de p
Idade (anos) 12,8±1,7 -0,333 <0,001 0,055 0,343
Duração de sono
(horas/noite)
8,3±2,1 - - -0,612 <0,001
Hora de dormir (horas) 22h31 ± 1h30 -0,612 <0,001 - -
Índice de Massa Corporal
(kg/m²)
20,1±4,5 -0,141 0,015 0,024 0,677
Macronutrientes (g/dia)
Carboidratos
Proteínas
Lipídios
Açúcar de adição
344,7±128,3
92,9±30,3
79,5±30,6
112,4±51,4
0,128
0,104
0,141
0,152
0,028
0,075
0,015
0,009
-0,114
-0,114
-0,113
-0,105
0,050
0,051
0,052
0,071
Grupos de alimentos (g/dia)
Refrigerantes
Bebidas adoçadas
Bolos e biscoitos
doces
Doces
Biscoitos salgados
Feijão
Hortaliças
Frutas
290,3±71,4
381,2±125,9
60,8±27,7
65,6±53,3
58,2±34,7
266,6±68,6
24,4±6,8
43,4±23,8
0,165
0,126
0,169
0,166
0,159
0,087
0,222
0,249
0,004
0,031
0,004
0,005
0,006
0,137
<0,001
<0,001
-0,085
-0,125
-0,094
-0,095
-0,114
-0,131
-0,161
-0,188
0,144
0,032
0,109
0,105
0,051
0,024
0,006
0,001
Sexo
Masculino
Feminino
147 (49,8)
148 (50,2)
8,3 ± 1,9
8,3 ± 2,3
0,735
22h38 ± 1h36
22h25 ± 1h23
0,209
Estado nutricional*
Magrezaa
Eutrofia
Sobrepeso
Obesidade
9 (3,1)
194 (65,8)
53 (18,0)
39 (13,2)
7,1 ± 1,9
8,4 ± 2,0
8,2 ± 2,2
8,3 ± 2,4
0,327
22h53 ± 1h54
22h30 ± 1h28
22h31 ± 1h35
22h38 ± 1h34
0,848
Maturação sexualb **
Pré-púbere
Púbere
Pós-púbere
54 (18,7)
201 (69,6)
34 (11,8)
7,8 ± 2,5
8,5 ± 2,0
7,5 ± 1,6
0,006
22h50 ± 1h49
22h26 ± 1h26
22h40 ± 1h31
0,209
aMagreza acentuada n=1 bn=289 cCoeficiente de correlação
*Classificado de acordo com WHO, 2007
**Classificado de acordo com Marshall & Tanner (1969;1970)
55
Tabela 2. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e nutrientes, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Carboidratos Proteínas Lipídios Açúcar de adição
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
β Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
43,54
0,003
-31,23
<0,001
13,52
<0,001
-3,46
<0,001
6,24
0,080
-11,31
<0,001
1,66
0,782
-28,91
<0,001
Idade -3,11 0,492 4,51 <0,001 0,33 0,757 1,54 <0,001 -1,38 0,202 0,51 0,020 -3,31 0,067 0,51 0,020
Duração do sono 6,66 0,060 -1,38 0,027 1,31 0,116 -0,27 0,039 1,68 0,046 -0,33 0,048 3,03 0,033 -0,63 0,061
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
29,79
2,30
0,129
0,934
-8,05
-14,78
0,017
0,003
7,74
3,03
0,095
0,647
-1,65
-2,94
0,018
0,004
5,76
-2,76
0,219
0,680
-1,96
-3,74
0,029
0,005
7,08
-10,31
0,368
0,358
-3,51
-6,95
0,051
0,009
IMC -3,43 0,038 1,60 <0,001 -0,18 0,656 1,04 <0,001 -0,71 0,073 0,49 <0,001 -2,24 0,001 -0,48 0,002
Energia 0,27 <0,001 0,29 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,11 <0,001 0,12 <0,001 a Regressão linear múltipla
56
Tabela 3. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Refrigerantes Bebidas Bolos e biscoitos doces Doces
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
Exp β Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
0,99
0,852
0,88
<0,001
1,10
0,008
0,92
<0,001
1,08
0,131
0,81
<0,001
0,75
<0,001
0,46
<0,001
Idade 0,95 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,197 0,99 0,013 0,95 0,001 0,99 0,054 0,92 <0,001 0,97 <0,001
Duração do sono 1,02 0,010 0,99 0,341 1,02 0,078 0,99 0,456 1,03 0,010 1,00 0,933 1,05 0,012 1,00 0,917
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
1,03
0,94
0,443
0,258
0,99
0,98
0,707
0,470
1,07
0,98
0,134
0,800
1,00
0,99
0,979
0,794
1,08
0,95
0,223
0,609
1,02
1,02
0,354
0,490
0,96
0,60
0,674
0,001
0,98
0,96
0,210
0,035
IMC 0,98 <0,001 0,99 <0,001 1,00 0,916 1,01 <0,001 0,97 <0,001 0,98 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001
Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log
Tabela 3. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes
(Continuação).
Biscoito salgado Feijão Frutas Hortaliças
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
Exp β Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
0,76
<0,001
0,51
<0,001
1,25
<0,001
1,11
<0,001
1,12
0,023
0,99
0,815
0,87
<0,001
0,80
<0,001
Idade 0,98 0,244 1,03 <0,001 1,03 0,003 1,03 <0,001 0,93 <0,001 0,95 0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001
Duração do sono 1,04 0,020 1,01 0,078 1,01 0,208 1,01 0,060 1,05 <0,001 1,03 0,035 1,03 <0,001 1,01 0,036
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
1,00
0,71
0,975
0,005
1,04
1,00
0,201
0,992
1,09
1,10
0,021
0,086
0,99
0,97
0,533
0,320
1,16
1,18
0,020
0,067
1,07
1,19
0,297
0,049
1,01
0,88
0,885
0,022
1,02
1,03
0,453
0,509
IMC 0,98 0,001 0,98 <0,001 1,00 0,948 1,01 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,160 1,00 0,275 1,01 <0,001
Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log
57
Tabela 4. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e nutrientes, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Carboidratos Proteínas Lipídios Açúcar de adição
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
β Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
43,54
0,003
-31,28
<0,001
13,52
<0,001
-3,47
<0,001
6,24
0,080
-11,32
<0,001
1,66
0,782
-28,93
<0,001
Idade -3,11 0,492 4,94 <0,001 0,33 0,757 1,63 <0,001 -1,38 0,202 0,61 0,004 -3,31 0,067 1,22 0,004
Hora de dormir -12,26 0,013 1,22 0,141 -2,91 0,013 0,21 0,218 -2,84 0,016 0,32 0,153 -4,53 0,023 0,66 0,134
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
29,79
2,30
0,129
0,934
-8,44
-14,40
0,013
0,004
7,74
3,03
0,095
0,647
-1,73
-2,87
0,014
0,005
5,76
-2,76
0,219
0,680
-2,05
-3,65
0,023
0,006
7,08
-10,31
0,368
0,358
-3,66
-6,77
0,042
0,011
IMC -3,43 0,038 1,63 <0,001 -0,18 0,656 1,04 <0,001 -0,71 0,073 0,49 <0,001 -2,24 0,001 -0,46 0,003
Energia 0,27 <0,001 0,29 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,06 <0,001 0,70 <0,001 0,11 <0,001 0,12 <0,001 a Regressão linear múltipla
58
Tabela 5. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.
Refrigerantes Bebidas Bolos e biscoitos doces Doces
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
Exp β Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
0,99
0,852
0,89
<0,001
1,10
0,008
0,92
<0,001
1,08
0,131
0,81
<0,001
0,75
<0,001
0,46
<0,001
Idade 0,95 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,197 0,99 0,018 0,95 0,001 0,99 0,046 0,92 <0,001 0,97 <0,001
Hora de dormir 0,98 0,086 1,00 0,408 0,97 0,014 0,99 0,856 0,97 0,049 1,01 0,190 0,94 0,013 1,00 0,652
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
1,03
0,94
0,443
0,258
0,99
0,98
0,678
0,494
1,07
0,98
0,134
0,800
1,00
0,99
0,956
0,809
1,08
0,95
0,223
0,609
1,02
1,02
0,306
0,478
0,96
0,60
0,674
0,001
0,98
0,96
0,192
0,035
IMC 0,98 <0,001 0,99 <0,001 1,00 0,916 1,01 <0,001 0,97 <0,001 0,98 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001
Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log
Tabela 5. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes
(continuação).
Biscoito salgado Feijão Frutas Hortaliças
Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado
Exp β Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor de
p Exp β
Valor
de p Exp β
Valor
de p
Sexo
Feminino (ref.)
Masculino
0,76
<0,001
0,51
<0,001
1,25
<0,001
1,11
<0,001
1,12
0,023
0,99
0,802
0,87
<0,001
0,80
<0,001
Idade 0,98 0,244 1,03 <0,001 1,03 0,003 1,03 <0,001 0,93 <0,001 0,94 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001
Hora de dormir 0,95 0,019 0,99 0,405 0,98 0,014 1,00 0,423 0,93 <0,001 0,95 <0,001 0,97 0,002 0,98 0,017
Maturação sexual
Pré-púbere (ref.)
Púbere
Pós-púbere
1,00
0,71
0,975
0,005
1,04
1,00
0,163
0,961
1,09
1,10
0,021
0,086
0,99
0,97
0,608
0,268
1,16
1,18
0,020
0,067
1,07
1,18
0,330
0,057
1,01
0,88
0,885
0,022
1,02
1,03
0,434
0,582
IMC 0,98 0,001 0,98 <0,001 1,00 0,948 1,01 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,122 1,00 0,275 1,01 <0,001
Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log
59
DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo mostram que os adolescentes com menor duração do sono
tendem a apresentar maior consumo dos macronutrientes e menor ingestão de frutas e
hortaliças, sendo esta associação também encontrada entre os adolescentes que dormem tarde.
A duração média de sono observada neste estudo (8,3 horas) é similar à encontrada em
outros estudos: na França, os adolescentes têm duração média de sono de 8h40 35; nos Estados
Unidos, a duração média de sono aos 13 anos é 8,5 horas e declina para 7,3 horas aos 18 anos
36. Em um estudo de coorte no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, a média de duração
de sono relatada por adolescentes aos 18 anos foi de 8,4 horas 37, e em uma pesquisa realizada
com adolescentes de Maravilha, Santa Catarina, verificou-se que a duração média do sono nos
dias com aulas foi de 7,9 horas 38.
Nas últimas décadas, observou-se decréscimo importante na duração do sono entre os
adolescentes 14. Este comportamento traz consequências negativas à saúde, tais como maior
risco de depressão e de acidentes 39, além de estar associado a maior risco de obesidade 40.
Alguns fatores ambientais contribuem para a redução da duração do sono, tais como a maior
disponibilidade de tecnologias 11,41, o uso de produtos ricos em cafeína 42, o cumprimento de
jornada de trabalho 12,43 e o turno escolar 13.
Observou-se que a ingestão dos macronutrientes entre os adolescentes no presente
estudo foi mais elevada do que a média nacional, verificada pelo Inquérito Nacional de
Alimentação 44. O estudo ERICA verificou elevada contribuição energética de açúcar livre
(compreendendo o açúcar de adição e o açúcar contido em sucos de frutas naturais) na dieta
dos adolescentes, sendo maior que 20% do valor energético total (VET) ingerido 45. Tendo em
vista que a ingestão média de açúcar de adição em nosso estudo promove uma ingestão
energética média de 450 kcal, pode-se inferir que sua contribuição ultrapassa os 10% do VET
recomendados 46.
Dentre os dez alimentos mais citados pelos adolescentes brasileiros, estão os
refrigerantes, sucos e doces e sobremesas 45. Na PeNSE, verificou-se um consumo frequente
de feijão por 60,7% dos adolescentes brasileiros, também encontrado em nosso estudo; o
consumo frequente de doces foi relatado por 41,6% dos adolescentes e de alimentos
ultraprocessados salgados, por 31,3% 3. A média de ingestão de refrigerantes também se
mostrou mais elevada do que a encontrada em estudo realizado no município de Piracicaba,
estado de São Paulo (290,3 ml vs 226,3 ml) 47.
60
Verificou-se neste estudo que a menor duração do sono se associa a maior ingestão de
todos os macronutrientes. Os resultados de estudos anteriores são discrepantes: Weiss et al 20
identificaram maior ingestão de energia e de lipídios, e menor ingestão de carboidratos em
adolescentes com oito horas ou menos de sono. Em adolescentes da Arábia Saudita, observou-
se maior ingestão de carboidratos e menor de lipídios nas meninas com duração de sono
menor que cinco horas 48. Em crianças de 9 a 11 anos, também foi verificado maior percentual
do valor energético total proveniente de carboidratos e menor de lipídios nos indivíduos com
maior duração do sono, e também foi observada associação inversa com nível de significância
borderline entre duração do sono e consumo de açúcar total 49, resultado semelhante ao
verificado no presente estudo, no qual foi avaliada a ingestão de açúcar de adição. No entanto,
He et al 23 não observaram diferenças significativas entre ingestão de energia e de
macronutrientes com a duração habitual do sono, medida por actigrafia.
Os resultados obtidos no nosso estudo mostraram que os adolescentes com menor
duração média de sono apresentaram menor consumo de frutas e hortaliças, reforçando a
hipótese de que a curta duração do sono esteja associada a escolhas alimentares desfavoráveis.
O HELENA Study, estudo multicêntrico realizado com adolescentes na Europa, mostrou que
os indivíduos com duração de sono maior que oito horas apresentavam maior ingestão de
frutas, vegetais, peixes e leite desnatado 50. Em adolescentes italianos, observou-se associação
negativa entre duração do sono e ingestão de doces e snacks, e associação positiva com a
ingestão de porções de frutas e hortaliças 51. Franckle et al 52, ao considerar a frequência de
alguns alimentos ingeridos no dia anterior à entrevista, verificaram associação entre duração
do sono menor que 10 horas com menor ingestão de sucos naturais e maior ingestão de
refrigerantes. Entretanto, Al-Hazzaa et al 22 observaram em estudo multicêntrico realizado em
três escolas da Arábia Saudita que adolescentes com oito ou mais horas de sono apresentaram
maior consumo de doces, bolos, batatas fritas e bebidas açucaradas, contrariando as
tendências observadas neste estudo e nos demais trabalhos.
Verificou-se que os adolescentes que apresentaram maior duração do sono também
apresentaram tendência a maior consumo de biscoitos salgados, um resultado não esperado,
por ser considerado um marcador de consumo alimentar negativo. No entanto, 80% das
citações neste grupo de alimentos foram referentes ao consumo de biscoito salgado, com as
demais citações correspondentes a biscoito de polvilho e salgadinhos do tipo chips.
Pressupõe-se que a frequência elevada de consumo de biscoito salgado é devido à
disponibilidade ou oferta no ambiente escolar 53.
61
Em nosso estudo, verificou-se média de hora de dormir de 22h30. Mesmo que a hora
de dormir tenha apresentado pequena variabilidade, o hábito de dormir tarde se associou ao
menor consumo de frutas e hortaliças. Golley et al 24 também observaram que em crianças e
adolescentes australianos que referiam dormir mais tarde, houve menor consumo de frutas e
hortaliças e, além disso, maior consumo de doces, fast food e refrigerantes. Harrex et al 54
observaram que crianças que dormem tarde apresentam menor consumo de porções de frutas
e hortaliças, maior consumo de bebidas adoçadas e menor pontuação em escore de padrão
alimentar saudável. Adolescentes americanos que dormem mais tarde apresentaram maior
consumo de bebidas adoçadas, bebidas cafeinadas e alimentos de baixa qualidade nutricional,
e o consumo desses alimentos é maior elevado no período noturno 25. A avaliação do
cronotipo, que diz respeito ao ritmo circadiano individual, também encontrou associação
positiva entre o ponto médio do sono com a ingestão de fast food e bebidas cafeinadas e
associação inversa com o consumo de laticínios 55.
A redução da duração do sono parece estar relacionada ao comportamento alimentar
através de alterações na regulação dos hormônios grelina e leptina, relacionados ao aumento e
diminuição do apetite, respectivamente 56,57. Possivelmente, as alterações nesse mecanismo
também se associam ao estímulo à produção de hipocretina, que atua simultaneamente na
regulação do sono e no apetite, através do sistema de recompensa natural associado ao
comportamento alimentar, promovendo a busca por alimentos que possam trazer sensação de
prazer 57. Estudos experimentais realizados em adultos mostram maior consumo de snacks nos
indivíduos em restrição de sono 16,17 e também já existem evidências de que a privação do
sono tem influência no apetite, ao verificar através de escalas visuais analógicas que os
alimentos doces são mais atraentes para adolescentes submetidos à restrição de sono 58,59.
O atraso no ciclo circadiano é uma alteração fisiológica própria da adolescência,
levando à propensão a dormir mais tarde 10, mas como o horário de acordar é frequentemente
regulado pelas atividades escolares 60, pode-se considerar que o hábito de dormir tarde
estabelece sua associação com o consumo alimentar por sua influência direta na duração do
sono. No entanto, estudos realizados com adolescentes mostram que a hora de dormir pode
estar associada ao consumo alimentar, independentemente da duração do sono 24,25.
O presente estudo apresenta como vantagem a utilização de dados de consumo
alimentar, apresentados tanto em macronutrientes quanto em grupos de alimentos, em
associação com os hábitos de sono dos adolescentes, avaliados através da duração de sono e
hora de dormir habituais. Entretanto, alguns aspectos devem ser considerados. Ao estimar a
62
informação de duração do sono referida, podem haver discordâncias entre a hora de se deitar e
a hora de dormir. Dentre os estudos já realizados, apenas três utilizaram a actigrafia como
método de obtenção da duração do sono ou da hora de dormir 20,23,54, e um destes também
utilizou polissonografia 23. Alguns estudos foram realizados para verificar se os métodos
objetivo e subjetivo poderiam ser comparados. Em americanos de origem latina, obteve-se
correlação moderada entre a informação coletada por questionário e actigrafia, que era menor
em indivíduos mais jovens e do sexo masculino 61. Em adolescentes brasileiros, a comparação
entre o uso do questionário e do actígrafo obteve uma diferença significativa de uma hora, que
é mais acentuada entre os meninos, chegando a uma diferença média de duas horas entre os
métodos 62.
A obtenção do consumo alimentar dos adolescentes a partir de dois recordatórios de
24 horas possibilitou a aplicação do método NCI, que permite obter uma estimativa do
consumo usual. Sua aplicação com o uso de dois recordatórios de 24 horas demonstrou ter
resultados comparáveis aos obtidos na estimativa usual a partir da média de vinte
recordatórios de 24 horas 63. Deve-se observar, no entanto, que o método NCI se baseia na
premissa de que não há viés de informação na obtenção do recordatório de 24 horas 64. O
método utilizado nesse estudo visava à redução desse viés, a partir da aplicação dos
recordatórios de 24 horas por pesquisadores treinados, a partir de software próprio, que segue
o multiple pass method 65.
Verificou-se no presente estudo que os adolescentes com redução da duração do sono
apresentaram maior ingestão dos macronutrientes e menor consumo de frutas e hortaliças,
também ocorrendo associação inversa entre o consumo destes grupos de alimentos e a hora de
dormir. Estes resultados indicam que a curta duração do sono e o hábito de dormir tarde
podem estar associados a escolhas alimentares menos saudáveis entre os adolescentes.
63
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sono constitui-se como um fator preponderante no estilo de vida do adolescente, e
tem-se verificado sua associação com o consumo alimentar.
Os resultados encontrados no presente estudo mostraram que adolescentes com menor
duração do sono apresentaram maior consumo de todos os macronutrientes, além de menor
consumo de frutas e hortaliças. Com relação à hora de dormir, foi verificado que os
adolescentes que tem o hábito de dormir mais tarde apresentaram menor consumo destes
grupos de alimentos.
A avaliação do consumo alimentar através dos recordatórios de 24 horas possibilitou a
utilização da composição centesimal para obter a ingestão de macronutrientes e de grupos de
alimentos de interesse, proporcionando uma estimativa de ingestão usual através da aplicação
do método NCI. Além disso, a avaliação dos hábitos de sono através da duração do sono e da
hora de dormir permitiu verificar que ambas as características podem estar associadas aos
hábitos alimentares.
No entanto, pesquisas com mensurações mais específicas dos hábitos de sono com
delineamento de estudo de coorte ou de intervenção são necessárias para melhor definir a
relação entre sono, consumo alimentar e saúde dos adolescentes, pois a investigação dos
fatores que incidem nos hábitos alimentares dos adolescentes é fundamental para que as
intervenções nutricionais instituídas sejam mais eficazes.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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80
9. ANEXOS
9.1. Questionário
ID: |___ ___ ___ ___|
1. Qual o seu e-mail? _________________________________________
2. Qual o número do seu telefone celular? ( _ _ ) _ _ _ _ _ - _ _ _ _
3. Qual o número do telefone da sua casa? ( _ _ ) _ _ _ _ - _ _ _ _
4. Qual o número do telefone celular da sua mãe ou do seu pai?
( _ _ ) _ _ _ _ _ - _ _ _ _
5. Sua mãe trabalha fora de casa? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não
6. Qual é a sua cor ou raça?
( 0 ) Não sei / prefiro não responder
( 1 ) Branca
( 2 ) Negra / Preta
( 3 ) Parda / mulata / morena
( 4 ) Amarela (oriental)
( 5 ) Indígena
7. Qual é a sua idade? __ __ anos
8. Você come a merenda oferecida pela escola?
( 0 ) Não como a merenda da escola
( 1 ) Como merenda da escola às vezes
( 2 ) Como merenda da escola todos os dias
9. Você compra lanche na cantina da escola?
( 0 ) Na minha escola não tem cantina
( 1 ) Não compro lanche na cantina da escola
( 2 ) Compro lanche na cantina da escola às vezes
( 3 ) Compro lanche na cantina da escola todos os dias
10. Em um dia de semana comum, quantas horas você usa computador ou assiste TV ou
joga videogame ou usa o tablet / celular?
( 1 ) < 2 horas
( 2 ) 2 – 4 horas
( 3 ) 4 – 6 horas
( 4 ) 6 – 8 horas
( 5 ) > 8 horas
11. Alguma vez você tentou ou experimentou fumar cigarros, mesmo uma ou duas tragadas?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
81
12. Alguma vez você experimentou bebidas alcóolicas (exemplo: cerveja, cachaça, vodkaetc)?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
13. Como você gostaria que fosse o seu peso?
( 1 ) Eu estou satisfeito com meu peso
( 2 ) Menor
( 3 ) Muito menor
( 4 ) Maior
( 5 ) Muito maior
14. Em geral, a que horas você vai dormir? (indique a hora que mais se aproxima do horário
em que usualmente você deita para dormir)
_ _ horas da noite (exemplo: 06 horas da noite)
15. Em geral, a que horas você acorda? (indique a hora que mais se aproxima do horário em
que você acorda)
_ _ horas da manhã (exemplo: 06 horas da manhã)
16. Na sua opinião a sua alimentação é saudável? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não
17. Você gostaria de reduzir o seu consumo de refrigerantes?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
18. Você gostaria de aumentar o seu consumo de água? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não
19. Você gostaria de aumentar o seu consumo de frutas?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
20. Você considera seu consumo de frutas adequado? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não
21. Há quanto tempo você mantém esse consumo de frutas?
( 1 ) há menos de 6 meses
( 2 ) há 6 meses ou mais
22. Você pretende aumentar seu consumo de frutas no futuro?
( 1 ) sim, nos próximos 30 dias
( 2 ) sim, nos próximos 6 meses
( 3 ) não pretendo aumentar
23. No último mês você teve dor na parte de trás do pescoço?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
82
24. Quantas vezes você já teve dor na parte de trás do pescoço?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
25. Você teve dor na parte de trás do pescoço na última semana?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
26. Você está com dor na parte de trás do pescoço hoje?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
27. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.
28. No último mês você teve dor no meio das costas?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
PARTE DE TRÁS DO PESCOÇO
83
29. Quantas vezes você já teve dor no meio das costas?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
30. Você teve dor no meio das costas na última semana?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
31. Você está com dor no meio das costas hoje?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
32. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.
33. No último mês você teve dor na parte de baixo das costas?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
MEIO DAS COSTAS
84
34. Quantas vezes você já teve dor na parte de baixo das costas?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
35. Você teve dor na parte de baixo das costas na última semana?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
36. Você está com dor na parte de baixo das costas hoje?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
37. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.
38. Quantas vezes você deixou de ir à escola por causa de sua dor nas costas?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
PARTE DE BAIXO DAS COSTAS
85
39. Quantas vezes sua dor nas costas te impediu de realizar alguma atividade física (esporte
ou recreação)?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
40. Quantas vezes você foi ao médico, ao fisioterapeuta ou ao hospital por causa da sua dor
nas costas?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
41. Quantas vezes você usou medicação por causa da sua dor nas costas?
( 1 ) Muitas vezes
( 2 ) De vez em quando
( 3 ) Uma ou duas vezes
( 4 ) Nunca
Como você está? Como você se sente? Quando pensar na sua resposta, lembre-se dos últimos
7 dias.
42. De uma forma geral, como está a sua saúde?
( 1 ) Excelente
( 2 ) Muito boa
( 3 ) Boa
( 4 ) Ruim
( 5 ) Muito ruim
43. Você tem se sentido bem e disposto (a)?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
44. Você tem praticado atividades físicas (por exemplo: correr, andar de bicicleta, jogar bola
etc.)?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
86
45. Você tem sido capaz de correr bem?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
46. Você tem se sentido com energia?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
47. A sua vida tem sido agradável?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
48. Você tem estado de bom humor?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
49. Você tem se divertido?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
50. Você tem se sentido triste?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
51. Você tem se sentido tão mal que não tem vontade de fazer nada?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
87
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
52. Você tem se sentido sozinho(a)?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
53. Você se sente feliz do jeito que você é?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
54. Você tem tido tempo suficiente para você mesmo?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
55. Você tem feito as coisas que quer no seu tempo livre?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
56. Seus pais têm tempo suficiente para você?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
57. Seus pais te tratam com justiça?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
88
58. Seus pais estão disponíveis para conversar quando você deseja?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
59. Você tem tido dinheiro suficiente para fazer as mesmas coisas que os seus amigos(as)?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
60. Você tem dinheiro suficiente para as suas despesas?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
61. Você tem passado tempo com seus(suas) amigos(as)?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
62. Você se diverte com seus(suas) amigos(as)?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
63. Você e seus(suas) amigos(as) se ajudam?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
64. Você confia em seus(suas) amigos(as)?
( 1 )Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
89
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
65. Você se sente feliz na escola?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
66. Você está indo bem na escola?
( 1 ) Nada
( 2 ) Pouco
( 3 ) Moderadamente
( 4 ) Muito
( 5 ) Totalmente
67. Você tem se sentido capaz de prestar atenção na escola?
( 1 ) Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
68. Você se dá bem com os seus professores?
( 1 ) Nunca
( 2 ) Raramente
( 3 ) Algumas vezes
( 4 ) Frequentemente
( 5 ) Sempre
As próximas perguntas estão relacionadas ao seu consumo de frutas e verduras.
Marque F se você considera a questão FALSA e V se considera que é VERDADEIRA:
69. Eu aprendi com meus amigos a comer verduras e legumes quase todos os dias.
(F) (V)
70. Ninguém na minha casa gosta de comer frutas, verduras e legumes todos os dias.
(F) (V)
71. Nos almoços ou refeições que faço com meus amigos, não tem verduras e legumes.
(F) (V)
90
72. As pessoas famosas são magras porque comem frutas, verduras e legumes.
(F) (V)
73. Para a minha família sempre deve ter saladas ou verduras e legumes cozidos no almoço
ou no jantar.
(F) (V)
74. Eu e meus amigos pensamos que os jovens não necessitam comer frutas, verduras e
legumes.
(F) (V)
75. Eu gosto de verduras e legumes cozidos e de saladas, porém na minha casa quase nunca
comemos esses alimentos.
(F) (V)
76. As pessoas que tem o corpo em forma não necessitam comer frutas, verduras e legumes
quase todos os dias.
(F) (V)
77. Na minha família, não comemos saladas, verduras e legumes cozidos quase todos os
dias.
(F) (V)
78. As frutas, verduras e legumes são para pessoas gordas.
(F) (V)
79. Como frutas, legumes e verduras quase todos os dias para manter meu peso e assim me
sentir bem.
(F) (V)
80. Para manter o meu corpo como frutas, legumes e verduras quase todos os dias.
(F) (V)
81. Eu só como frutas, verduras e legumes quando quero perder peso.
(F) (V)
82. Minha família me ensinou desde pequeno(a) a comer todo tipo de verduras e legumes.
(F) (V)
83. Na minha família, as frutas, verduras e legumes não fazem parte da alimentação diária.
(F) (V)
84. Eu e meus amigos(as) não comemos frutas, verduras e legumes todos os dias, embora
saibamos que faz bem a saúde .
(F) (V)
91
Assinale a alternativa que descreve a importância que você dá às qualidades dos alimentos
que você escolhe para comer.
94. Para mim, o alimento deve ter uma grande quantidade de vitaminas e minerais
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
95. Para mim, o alimento deve me manter saudável.
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
96. Para mim, o alimento deve ser nutritivo.
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
85. Meus pais quase não compram frutas, verduras e legumes em nossa casa, porque eles
não gostam.
(F) (V)
86. Prefiro ser gordo que comer frutas, verduras e legumes.
(F) (V)
87. Quando eu e meus amigos(as) saímos, não levamos frutas.
(F) (V)
88. Tenho que comer frutas, verduras e legumes quase todos os dias para não engordar e
virar motivo de piada entre os meus amigos.
(F) (V)
89. Meus amigos(as) não gostam de comer frutas diariamente.
(F) (V)
90. Não faz sentido comer frutas, verduras e legumes quando o corpo está em forma.
(F) (V)
91. Na minha família sempre fomos acostumados a comer frutas todos os dias.
(F) (V)
92. Está na moda, entre os adolescentes, comer frutas, verduras e legumes.
(F) (V)
93. Eu aprendi com meus amigos a comer verduras e legumes quase todos os dias.
(F) (V)
92
97. Para mim, o alimento deve ter muita proteína
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
98. Para mim, o alimento deve ser bom para a minha pele/dentes /cabelos / unhas,
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
99. Para mim, o alimento deve me deixar satisfeito
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
100. Para mim, o alimento deve ter bom cheiro
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
101. Para mim, o alimento deve ter boa aparência
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
102. Para mim, o alimento deve ser gostoso
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
103. Para mim, o alimento deve ter agradável quando coloco na boca
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
104. Para mim, o alimento deve ser gostoso
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
105. Para mim, o alimento deve não deve conter aditivos
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
93
106. Para mim, o alimento deve ter ingredientes naturais
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
107. Para mim, o alimento não deve ter ingredientes artificiais
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
108. Para mim, o alimento não deve ser caro
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
109. Para mim, o alimento deve ter um preço justo
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
110. Para mim, o alimento deve ser como eu costumo comer
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
111. Para mim, o alimento deve ser parecido com a comida que eu comia quando era mais
novo
( 0 ) não é importante
( 1 ) é pouco importante
( 2 ) é muito importante
Veja as figuras abaixo e responda as questões correspondentes:
112. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) couve
( 2 ) repolho
( 3 ) alface
94
113. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
114. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
115. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) batata
( 2 ) inhame
( 3 ) abóbora
116. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
117. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
118. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) abobrinha
( 2 ) chuchu
( 3 ) berinjela
119. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
120. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
95
121. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) chuchu
( 2 ) pimentão
( 3 ) abobrinha
122. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
123. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
124. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) couve
( 2 ) alface
( 3 ) agrião
125. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
126. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
96
127. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) abobrinha
( 2 ) jiló
( 3 ) pimentão
128. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
129. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
130. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) pepino
( 2 ) berinjela
( 3 ) pimentão
131. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
132. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
97
133. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) berinjela
( 2 ) chuchu
( 3 ) pimentão
134. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
135. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
136. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) quiabo
( 2 ) vagem
( 3 ) abobrinha
137. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
138. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
98
139. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) couve
( 2 ) repolho
( 3 ) couve-flor
140. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
141. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
142. O nome desse alimento é?
( 0 ) não sei responder
( 1 ) abobrinha
( 2 ) tomate
( 3 ) chuchu
143. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
144. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não
145. No último mês, em quantos dias você comeu feijão?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
99
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 ou mais vezes por dia
146. No último mês, em quantos dias você comeu pelo menos um tipo de legume ou verdura
crus ou cozidos? Exemplo: couve, tomate, alface, abóbora, chuchu, brócolis, espinafre, etc.
sem contar inclua batata e aipim
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 ou mais vezes por dia
147. No último mês, em quantos dias você comeu salada crua?
Exemplo: alface, tomate, cenoura, pepino, cebola, etc.
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 ou mais vezes por dia
148. No último mês, em quantos dias você comeu salgadinho de pacote ou batata frita de
pacote? Exemplo: Ruffles, Doritos, Fandangos, Fofura, torcida, cheetos, etc
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
149. No último mês, em quantos dias você comeu biscoitos salgados? Exemplo: cream
craker, club social etc?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
100
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
150. No último mês, em quantos dias você comeu biscoitos doces ou recheados. Exemplo:
biscoito maisena, trackinas, passatempo, waffer
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
151. No último mês, em quantos dias você comeu doces, balas, chocolates, bombons ou
pirulitos?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
152. No último mês, em quantos dias você comeu frutas? Exemplo: maçã, pêra, banana,
abacaxi, mamão, uva etc
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 ou mais vezes por dia
153. No último mês, em quantos dias você tomou leite?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
101
154. No último mês, em quantos dias você tomou refrigerante?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
155. No último mês, em quantos dias você tomou sucos ou refresco industrializado?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
156. No último mês, em quantos dias você tomou sucos ou refresco natural?
( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês
( 1 ) 1-3 vezes por mês
( 2 ) 1 vez por semana
( 3 ) 2-4 vezes por semana
( 4 ) 5-6 vezes por semana
( 5 ) 1 vez por dia
( 6 ) 2 -3 vezes por dia
( 7 ) 4 ou mais vezes por dia
157. Quantos copos de água você bebe em um dia?
( 0 ) Não bebo água
( 1 ) 1 a 2 copos por dia
( 2 ) 3 a 4 copos por dia
(3 ) Pelo menos 5 ou mais copos por dia
158. Quantas vezes no período de aula você bebe água no bebedouro da escola?
(0 ) Não bebo água no bebedouro
( 1 ) 1 vez
( 2 ) 2 vezes
( 3 ) 3 ou mais vezes
As próximas questões falam sobre atividade física que pode ser feita ao praticar esportes,
brincar com os amigos ou caminhar até a escola. Alguns exemplos de atividade física são:
102
correr, andar de bicicleta, dançar, jogar futebol, voleibol, basquete, handebol, nadar, andar de
skate, etc.
159. Nos últimos 7 dias, em quantos dias você foi ou voltou a pé ou de bicicleta para a
escola? (Não considerar a garupa ou bicicleta elétrica).
( 0 ) Nenhum dia (0 dia)
( 1 ) 1 dia
( 2 ) 2 dias
( 3 ) 3 dias
( 4 ) 4 dias
( 5 ) 5 dias ou mais dias
160. Quando você vai ou volta da escola a pé ou de bicicleta, quanto tempo você gasta? (Se
você vai e volta, some o tempo que gasta).
( 0 ) Não vou ou volto da escola a pé ou de bicicleta
( 1 ) menos de meia hora
( 2 ) de meia hora a uma hora
( 3 ) uma hora ou mais
161. Nos últimos 7 dias, quantos dias por semana você participou das aulas de educação
física?
( 0 ) Nenhum dia (0 dia)
( 1 ) 1 dia
( 2 ) 2 dias
( 3 ) 3 dias
( 4 ) 4 dias
( 5 ) 5 dias ou mais
162. Nos últimos 7 dias, quanto tempo por dia você fez exercício físico ou esporte durante as
aulas de educação física na escola?
( 0 ) Não fiz aula de educação física na escola
( 1 ) menos de meia hora
( 2 ) de meia hora a uma hora
( 3 ) uma hora ou mais
163. Nos últimos 7 dias, sem contar as aulas de educação física da escola, em quantos dias
você praticou algum exercício físico como esportes, dança, ginástica, musculação, lutas ou
outra atividade?
( 0 ) Nenhum dia (0 dia)
( 1 ) 1 dia
( 2 ) 2 dias
( 3 ) 3 dias
( 4 ) 4 dias
( 5 ) 5 dias
( 6 ) 6 dias
( 7 ) 7 dias
103
164. Normalmente, quanto tempo por dia dura essas atividades (como esportes, dança,
ginástica, musculação, lutas ou outra atividade) que você faz? (SEM CONTAR as aulas de
educação física)
( 0 ) não faço nenhuma dessas atividades
( 1 ) menos de meia hora
( 2 ) de meia hora a uma hora
( 3 ) uma hora ou mais
165. Se você pudesse fazer exercício físico ou esporte mais vezes na semana, o que você
faria?
( 0 ) Não faço e não mudaria
( 1 ) Já faço e não mudaria
( 2 ) Aumentaria um pouco
( 3 ) Aumentaria muito
166. Quantos quartos tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
167. Quantos banheiros tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
168. Quantas televisões tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
169. Quantos carros tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
104
170. Quantos rádios tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
171. Quantas geladeiras tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
172. Quantos aparelhos de DVD tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
173. Quantas máquinas de lavar roupa tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
174. Quantos fornos de micro-ondas tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
175. Quantos computadores ou tablets tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
105
176. Quantos aparelhos de ar condicionado tem na sua casa?
( 0 ) 0 (zero)
( 1 ) 1
( 2 ) 2
( 3 ) 3 ou mais
177. Tem água encanada na sua casa?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
178. A rua que você mora é asfaltada?
( 1 ) Sim ( 0 ) Não
106
FICHA DE ANTROPOMETRIA (a ser preenchida pelo entrevistador)
179. Data de nascimento: ___ / ___ / ____
180. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
181. A aluna está grávida? ( ) sim ( ) não ( ) não se aplica(em caso de meninos)
182. APENAS PARA AS MENINAS. Com que idade você ficou menstruada pela primeira
vez?
( ) Ainda não menstruei
( ) 9 anos ou menos
( ) 10 anos
( ) 11 anos
( ) 12 anos ou mais
183. Peso: ___ ___ ___ , ___ ___ kg
184. Percentual de gordura: ___ ___ , ___ %
185. Altura1: ___ ___ ___ , ___ cm
186. Altura2: ___ ___ ___ , ___ cm
Circunferência da cintura
187. 1ª medida: |___|___|___|, |___| cm
188. 2ª medida: |___|___|___|, |___| cm
107
TANNER
APENAS PARA AS MENINAS
Nesta parte do questionário, precisamos saber em que fase de desenvolvimento você se encontra.
Meninos e meninas podem ter a mesma idade e estar em fase de desenvolvimento, de algumas
características do corpo, diferentes. Só sabendo qual é esta fase é que podemos avaliar as suas
necessidades nutricionais. Por isto, observe estas figuras, leia a descrição sobre cada uma delas e
marque qual delas mais se parece com o seu corpo. As informações são totalmente confidenciais.
189. Marque a figura que mais se parece com os pelos na sua região genital neste momento
APENAS PARA OS MENINOS
Nesta parte do questionário, precisamos saber em que fase de desenvolvimento você se encontra.
Meninos e meninas podem ter a mesma idade e estar em fase de desenvolvimento, de algumas
características do corpo, diferentes. Só sabendo qual é esta fase é que podemos avaliar as suas
necessidades nutricionais. Por isto, observe estas figuras, leia a descrição sobre cada uma delas e
marque qual delas mais se parece com o seu corpo. As informações são totalmente confidenciais.
190. Marque a figura que mais se parece com os pelos da sua região genital neste momento
108
9.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Propósito
Você e seu filho ou filha estão sendo convidados a participar, como voluntários, de uma
pesquisa sobre práticas de alimentação saudável e exercícios físicos. As atividades vão
ocorrer nas escolas selecionadas para o estudo. A participação não é obrigatória.
Procedimentos
O estudo avaliará o consumo alimentar da família e a prática de exercícios físicos por meio de
questionários. Serão também medidos o peso, percentual de gordura corporal, altura, cintura e
pressão arterial.
Riscos, desconfortos e inconveniências:
Como em qualquer pesquisa científica, os sujeitos participantes desta pesquisa estão sujeitos à
riscos mínimos, como desconforto ao ser submetido às aferições de peso, estatura, cintura e
pressão arterial.
Benefícios
Os participantes serão beneficiados no sentido de receber informações sobre hábitos de vida
saudáveis e o resultado das medidas realizadas.
Privacidade e confidencialidade
As identificações serão removidas dos dados e nenhum pesquisador ou assistente poderá
fornecer qualquer informação sobre os seus dados ou de seus filhos.
Questões
Se você tem dúvidas sobre o estudo você poderá entrar em contato com Rosely Sichieri ou
Camilla Estima no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Rua São Francisco Xavier, 524, sala 6004, telefone: 2587-7303, ramal 158, ou por e-mail:
[email protected] ou [email protected]
Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Social da UERJ: Rua São Francisco
Xavier, 524 – sala 7.003-D, Maracanã, Rio de Janeiro, CEP 20559-900, telefone (21) 2334-
0235, ramal 108. E-mail: [email protected]
Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na
pesquisa, e que concordo em participar.
Outras informações gerais
Os resultados das análises e do estudo estarão disponíveis ao final do estudo. Você pode
deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem que isso afete seu filho ou seu
atendimento pelo serviço de saúde. Você não receberá nenhum tratamento especial, exceto
aqueles associados com a pesquisa.
Eu fui informado(a) da natureza e propósito desta pesquisa, seus procedimentos, benefícios,
riscos e desconfortos. Eu aceito fazer parte desta pesquisa e entendo que minha participação é
voluntária, que eu sou livre para retirar este consentimento e sair deste projeto a qualquer
hora. Uma cópia assinada deste consentimento estará disponível para mim.
Niterói, _____ de __________________ de 201_.
Assinatura do(a) responsável: ________________________________
Assinatura do pesquisador: ________________________________
109
9.3. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
110