sono e consumo alimentar em adolescentes de uma … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade...

110
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE NITERÓI RJ. Camilla da Silva Couto ORIENTADORA: Profª. Dra. Edna Massae Yokoo CO-ORIENTADORA: Dra. Bárbara da Silva Nalin de Souza NITERÓI 2017

Upload: others

Post on 13-Nov-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA

DE NITERÓI – RJ.

Camilla da Silva Couto

ORIENTADORA: Profª. Dra. Edna Massae Yokoo

CO-ORIENTADORA: Dra. Bárbara da Silva Nalin de Souza

NITERÓI

2017

Page 2: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

2

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA

DE NITERÓI – RJ.

Camilla da Silva Couto

ORIENTADORA: Profª. Dra. Edna Massae Yokoo

CO-ORIENTADORA: Dra. Bárbara da Silva Nalin de Souza

Dissertação apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de

Saúde Coletiva da Universidade Federal

Fluminense como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em Saúde

Coletiva.

NITERÓI

2017

Page 3: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

3

Biblioteca da Faculdade de Medicina – ficha elaborada pela

Bibliotecária Thaíssa Matias – CRB7: 5764.

CDD 613.2

Couto, Camilla da Silva

Sono e consumo alimentar em adolescentes de

uma escola pública de Niterói-RJ/ Camilla da

Silva Couto, 2017.

110 f.

Orientadora: Edna Massae Yooko.

Coorientadora: Bárbara da Silva Nalin de Souza

Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)–

Universidade Federal Fluminense, Faculdade de

Medicina, 2018.

1. Consumo alimentar. 2. Dieta. 3. Sono. 4.

Fases do sono. I. Titulo.

C871

Page 4: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

4

À minha mãe, Ailamar, por seu amor incondicional.

Page 5: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

5

AGRADECIMENTOS

Sou grata a Deus por ter me concedido, como a todo ser humano, os recursos internos

necessários para conduzir conscientemente minha vida e encaminhar a realização de todos os

meus objetivos, sejam eles de qualquer ordem, rumo ao verdadeiro objetivo da vida: estar

cada vez mais próxima de Deus.

Agradeço a Raumsol, criador da Logosofia, por proporcionar à humanidade

conhecimentos que tem me possibilitado dar o verdadeiro valor a cada campo da minha vida.

Ao entender o que é transitório e permanente na vida, pude viver essa experiência acadêmica

buscando o equilíbrio entre as realizações materiais e as realizações internas.

Agradeço à minha orientadora, profª Edna Massae Yokoo, pela precisão e equilíbrio

em sua orientação, que tanto contribuíram para minha formação acadêmica. Agradeço

também à minha co-orientadora, profª Bárbara da Silva Nalin de Souza, por ter me auxiliado

em todo o processo de elaboração da dissertação, especialmente na análise dos dados, e por

me inspirar com sua paciência ao ensinar e sua capacidade reflexiva.

Agradeço a todos os colegas de turma, por termos enfrentado esse grande desafio

juntos! Compartilhar as dificuldades e as alegrias ao longo desse percurso foi fundamental

para torná-lo menos árduo. Agradeço também a todos os professores do Programa de Pós

Graduação em Saúde Coletiva, pois me possibilitaram observar elementos docentes que serão

muito úteis para construir a imagem da docente que quero ser.

Agradeço a todos os professores e colegas que participaram da coleta de dados do

“PAPPAS 2.5”. A colaboração só é possível quando o ideal é comum. Também agradeço a

toda a comunidade escolar da Escola Municipal João Brazil, por ter acolhido a equipe e ter

colaborado ativamente para o êxito dessa pesquisa.

Agradeço a Ana Paula Mattos, Carine Cardinelli e Maria Gabriela Flores, colegas de

trabalho e amigas para toda a vida, pelo incentivo que me deram desde o início dessa jornada.

Agradeço também à chefia do Serviço de Nutrição do HUAP, pelo apoio que tem concedido à

qualificação de seus servidores.

Agradeço especialmente a todos os meus queridos residentes de Nutrição do HUAP.

Para mim, é um privilégio contribuir para a formação de tantos profissionais e esse é um dos

meus maiores estímulos para seguir trabalhando com alegria e entusiasmo!

Agradeço a todos os amigos e familiares pelo carinho e afeto que sempre dedicaram a

mim. Todos contribuíram diretamente para que eu pudesse manter os estímulos para a

conclusão do mestrado.

Page 6: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

6

“Estude muito, e predisponha seu ânimo de forma

que o estudo chegue a seduzi-lo tanto que você se

entregue a ele com alegria. Mas não interprete o

que lhe digo como se devesse dedicar-se unicamente

ao que os livros ensinam. Não; o estudo terá de

seguir em você um processo de atividade intelectiva

permanente, derivado da observação, que você

poderá exercitar em todo momento e nos ambientes

que freqüentar. Sua vida será, pois, motivo

constante de estudo. Logo compreenderá que não há

estudo mais belo.”

Raumsol

Page 7: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

7

LISTA DE ABREVIATURAS

CDC Center for Disease Control and Prevention

CG Carga glicêmica

DGI-CA Dietary Guideline Index for Children and Adolescents

DHS Duração habitual do sono

ERICA Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes

HELENA Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IG Índice glicêmico

IMC Índice de Massa Corporal

IOTF International Obesity Task Force

IQD Índice de Qualidade da Dieta

KIDMED Mediterranean Diet Quality Index in children and adolescents

MARCA Multimedia Activity Recall for Children and Adults

NCHS National Center for Health Statistics

NCI National Cancer Institute

NSF National Sleep Foundation

OMS Organização Mundial de Saúde

PAPPAS Pais, Alunos e Professores Pela Alimentação Saudável

PDA Personal Digital Assistant

PDSS Pediatric Daytime Sleepiness Scale

PeNSE Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

POF Pesquisa de Orçamentos Familiares

QFA Questionário de frequência alimentar

RS Restrição de sono

SN Sono normal

VET Valor Energético Total

VHS Variabilidade habitual do sono

YAQ Youth and Adolescent Questionnaire

WHO World Health Organization

Page 8: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Ensaios clínicos de restrição de sono realizados em adolescentes.

Quadro 2. Estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar realizados

em adolescentes.

Quadro 3. Estudos observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar realizados

em adolescentes.

Quadro 4. Alimentos citados nos recordatórios de 24 horas, de acordo com os grupos de

alimentos.

Quadro 5. Classificação do estado nutricional de adolescentes (WHO, 2007).

Page 9: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização e distribuição de dados comportamentais, antropométricos e

dietéticos de adolescentes.

Tabela 2. Coeficientes de regressão para associação entre duração do sono e nutrientes,

ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Tabela 3. Coeficientes de regressão para associação entre duração do sono e grupos de

alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Tabela 4. Coeficientes de regressão para associação entre hora de dormir e nutrientes,

ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Tabela 5. Coeficientes de regressão para associação entre hora de dormir e grupos de

alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Page 10: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

10

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os adolescentes têm apresentado hábitos alimentares não saudáveis e tem se

observado redução na duração do sono nessa faixa etária, ocasionada por alterações

fisiológicas, além de outros fatores vinculados ao estilo de vida. A curta duração do sono tem

se destacado como potencial fator de influência no consumo alimentar, pois tem se associado

a alterações nos hormônios do apetite. Estudos realizados em adolescentes mostram

associações entre duração do sono e hora de dormir com escolhas alimentares desfavoráveis,

mas há resultados discordantes. OBJETIVO: analisar a associação entre sono, considerando a

duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar de adolescentes matriculados em

uma escola pública de Niterói/RJ. MÉTODOS: Estudo transversal com adolescentes de 10 a

17 anos. Foi aplicado questionário autopreenchível com Personal Digital Assistant (PDA), no

qual eram informadas a hora habitual de dormir e acordar; foram aplicados dois recordatórios

de 24 horas através de software específico, com cálculo de ingestão de macronutrientes e

açúcar de adição, e classificação de oito grupos alimentares (refrigerantes, bebidas, biscoito

salgado, bolos e biscoitos doces, doces, feijão, frutas e hortaliças); foram aferidos peso e

estatura para cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC); e foi avaliada maturação sexual por

autoclassificação. Foi aplicado método do National Cancer Institute para estimar o consumo

usual dos macronutrientes, açúcar de adição e grupos de alimentos. Foi utilizada regressão

linear múltipla para verificar associação das variáveis de exposição (duração do sono e hora

de dormir) com o consumo de macronutrientes e açúcar de adição, e regressão gama com link

de log para os grupos de alimentos, com as seguintes variáveis de ajuste: sexo, idade, IMC,

maturação sexual e ingestão usual de energia. Foram considerados significativos os valores de

p ≤0,05. RESULTADOS: Foram incluídos 295 adolescentes, 49,8% do sexo masculino, com

duração média de sono de 8,3 horas e média de hora de dormir de 22h31. Nas regressões

ajustadas dos nutrientes, observou-se associação inversa estatisticamente significativa entre

duração do sono e consumo de carboidratos (β= -1,38; p= 0,027), proteínas (β= -0,27; p=

0,039) e lipídios (β= -0,33; p= 0,048), e com nível de significância borderline no consumo de

açúcar de adição (β= -0,63; p= 0,061); não foram encontrados resultados estatisticamente

significativos nas análises com hora de dormir. Nas regressões ajustadas dos grupos de

alimentos, foi observada associação direta entre duração do sono e consumo de frutas (Exp β=

1,03; p= 0,035) e hortaliças (Exp β= 1,01; p= 0,036), e associação inversa entre hora de

dormir e consumo de frutas (Exp β= 0,95; p= <0,001) e hortaliças (Exp β= 0,97; p= 0,017).

CONCLUSÃO: A curta duração do sono e o hábito de dormir tarde podem estar associados a

escolhas alimentares menos saudáveis entre os adolescentes.

Palavras-chave: Sono. Duração do sono. Hora de dormir. Dieta. Adolescente.

Page 11: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

11

ABSTRACT

BACKGROUND: Adolescents have presented unhealthy eating habits and a reduction in

sleep duration in this age group has been observed, due to physiological changes, as well as

other factors related to lifestyle. Short sleep duration has been highlighted as a potential

influence factor in food intake, since it has been associated with changes in appetite

hormones. Studies in adolescents have shown associations between sleep duration and

bedtime with unfavorable eating choices, but there are conflicting results. OBJECTIVE: to

analyze the association between sleep, considering sleep duration and bedtime, and food

intake of adolescents enrolled in a public school in Niterói/RJ. METHODS: Cross-sectional

study with adolescents aged 10 to 17 years. Self-administered questionnaire was applied with

Personal Digital Assistant (PDA), in which the usual bedtime and wake-up time were

informed; two 24-hour food recall were applied through specific software, with calculation of

macronutrient intake and added sugar, and classification of eight food groups (soft drinks,

beverages, salted biscuits, cakes and sweet biscuits, sweets, beans, fruits and vegetables);

weight and height were obtained for the calculation of Body Mass Index (BMI); and sexual

maturation was assessed by self-classification. The National Cancer Institute's was applied to

estimate usual intake of macronutrients, added sugar and food groups. Multiple linear

regression was used to verify the association of the exposure variables (sleep duration and

bedtime) with macronutrients and added sugar intake, and gamma regression with log linkage

for food groups, adjusted by sex, age, BMI, sexual maturation and usual energy intake in all

models. Values of p ≤0.05 were considered significant. RESULTS: A total of 295 adolescents

were included, 49.8% were male, with a mean sleep duration of 8.3 hours and a mean of

bedtime of 22h31. In the adjusted regressions with nutrients, there was a statistically

significant inverse association between sleep duration and consumption of carbohydrates (β=

-1,38; p= 0,027), protein (β= -0,27; p= 0,039) and lipids (β= -0,33; p= 0,048), and a

borderline significance level in added sugar intake (β = -0.63; p= 0.061); no statistically

significant results were found in analyzes with bedtime. In the adjusted regressions with food

groups, a direct association between sleep duration and fruits (Exp β= 1.03; p= 0.035) and

vegetables intake (Exp β= 1.01; p= 0.036) was observed, and an inverse association between

bedtime and fruits (Exp β= 0.95; p= 0.001) and vegetables intake (Exp β= 0.98; p= 0.017).

CONCLUSION: Short sleep duration and later bedtimes may be associated with unhealthy

eating choices among adolescents.

Keywords: Sleep. Sleep duration. Bedtime. Diet. Adolescent.

Page 12: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

12

APRESENTAÇÃO

Esta dissertação é parte da pesquisa denominada “Pais, Alunos e Professores Pela

Alimentação Saudável – PAPPAS 2”, coordenada pela professora Rosely Sichieri do Instituto

de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e desenvolvida em

parceria com o Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ) e com o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense

(UFF), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq).

Eu, Camilla, participei da coleta de dados realizada no segundo semestre de 2015, que

teve como objetivo verificar a viabilidade de utilização de novos instrumentos de coleta para a

terceira fase do PAPPAS. Alguns resultados preliminares da dissertação foram apresentados

no X Congresso de Epidemiologia (Florianópolis) e IUNS 21st International Congress of

Nutrition (Buenos Aires), ambos realizados em 2017.

A dissertação está estruturada da seguinte forma: (1) Introdução, que aborda de forma

geral as relações existentes entre consumo alimentar e os hábitos de sono, fornecendo

embasamento teórico para a justificativa do estudo; (2) Revisão da Literatura, que contempla

os aspectos referentes ao perfil do consumo alimentar dos adolescentes, a descrição de alguns

dados sobre a duração do sono e hora de dormir entre adolescentes, os aspectos fisiológicos

que tem fundamentado a associação entre sono e consumo alimentar e uma descrição dos

estudos já publicados com essa temática em adolescentes; (3) Objetivos, onde são descritos os

propósitos do estudo; (4) Justificativa, onde é destacada a relevância da realização do presente

estudo; (5) Métodos, onde são detalhados todos os procedimentos e técnicas empregados na

coleta, tratamento e análise dos dados; (6) Resultados e Discussão, que são apresentados na

forma de artigo, que teve como objetivo avaliar a associação entre hábitos de sono,

considerando a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar de adolescentes; e

(7) Considerações Finais, com a síntese das conclusões do estudo. A dissertação contém

ainda, as referências bibliográficas e anexos.

A submissão do manuscrito em periódico indexado será feita após a avaliação e

aprovação pela banca examinadora.

Page 13: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14

2. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 16

2.1. Consumo alimentar em adolescentes ......................................................................... 16

2.2. Duração do sono e hora de dormir em adolescentes .................................................. 17

2.3. Sono e consumo alimentar: bases fisiológicas ........................................................... 20

2.4. Sono e consumo alimentar em adolescentes .............................................................. 23

3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 37

4. OBJETIVOS...................................................................................................................... 38

5. MÉTODOS........................................................................................................................ 39

5.1. Desenho e população do estudo ................................................................................. 39

5.2. Cálculo da amostra ..................................................................................................... 40

5.3. Coleta de dados .......................................................................................................... 41

5.4. Variáveis do estudo .................................................................................................... 42

5.4.1. Duração do sono ................................................................................................. 42

5.4.2. Consumo alimentar ............................................................................................. 42

5.4.3. Maturação sexual ................................................................................................ 45

5.4.4. Antropometria ..................................................................................................... 45

5.5. Análise estatística ...................................................................................................... 46

5.6. Aspectos éticos .......................................................................................................... 47

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 48

Artigo (versão preliminar): Hábitos de sono e consumo alimentar de adolescentes. ........... 48

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 48

MÉTODOS........................................................................................................................ 49

RESULTADOS ................................................................................................................. 52

DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 63

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 69

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 70

9. ANEXOS ........................................................................................................................... 80

9.1. Questionário ............................................................................................................... 80

9.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................................... 108

9.3. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ................................................................. 109

Page 14: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

14

1. INTRODUÇÃO

A adolescência, compreendida entre a faixa etária de 10 a 19 anos (OMS, 1986),

constitui-se como um período de intensas transformações biológicas iniciadas pela puberdade,

e que são acompanhadas por influências sociais e comportamentais. Os hábitos desenvolvidos

na adolescência tendem a se manter ao longo da vida com relação às práticas sociais e

também aos hábitos de saúde (OMS, 1997). Dentre estes, podemos ressaltar as práticas

alimentares como elementos fundamentais para a manutenção da saúde na vida adulta.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2012 pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com alunos do 9º ano de escolas públicas e

privadas do Brasil, observou o consumo frequente de alguns alimentos saudáveis, tais como

feijão e leite em 69,9% e 51% dos adolescentes, respectivamente. Já as frutas e hortaliças são

consumidas frequentemente por um terço dos adolescentes. No entanto, entre os alimentos

não saudáveis, observou-se o consumo frequente de guloseimas por 41,3% dos adolescentes, e

de refrigerantes por 33,2% (IBGE, 2013).

Estudos recentes têm apontado a curta duração do sono como um fator que poderia

interferir diretamente na ingestão alimentar (GARAULET et al, 2011; BEEBE et al, 2013;

KHAN et al, 2015). Este é um achado relevante, visto que a redução na duração do sono é um

comportamento cada vez mais presente entre os adolescentes (MATRICCIANI et al, 2012;

LEGER et al, 2012; LEE & PARK, 2014). Seu provável mecanismo fisiológico está na

alteração dos hormônios reguladores do apetite, tais como grelina e leptina (TAHERI et al,

2004; SPIEGEL et al, 2004).

Os estudos em adultos mostram que indivíduos em restrição de sono possuem maior

ingestão energética (BRONDEL et al, 2010) e maior ingestão de alimentos com densidade

energética elevada (NEDELTCHEVA et al, 2009; HEATH et al, 2012; BROUSSARD et al,

2016).

Alguns estudos realizados em adolescentes observaram maior ingestão de doces e

outros alimentos de baixa qualidade nutricional (WESTERLUND et al, 2009; WEISS et al,

2010; STEA et al, 2014), enquanto outros estudos verificaram resultados discordantes (AL-

HAZZAA et al, 2014; HE et al, 2015).

Além do efeito da duração do sono, outros estudos também têm avaliado a hora de

dormir como um fator associado ao consumo alimentar, tendo em vista que o hábito de dormir

tarde pode ter relação com escolhas alimentares desfavoráveis entre os adolescentes

(GOLLEY et al, 2013; THELLMAN et al, 2017).

Page 15: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

15

Portanto, o objetivo do presente estudo é analisar a associação entre sono, sendo

consideradas para esta avaliação a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo alimentar

de adolescentes matriculados em uma escola pública de Niterói/RJ.

Page 16: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

16

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Consumo alimentar em adolescentes

As alterações fisiológicas e metabólicas próprias da adolescência elevam as

necessidades nutricionais, o que exigiria maior adequação a escolhas alimentares mais

saudáveis (DAS et al, 2017). O comportamento alimentar do adolescente sofre influências

pessoais, como as preferências alimentares, e ambientais, como as interações com amigos,

família e mídia (STANG & STORY, 2005), que têm impactado diretamente na qualidade da

dieta deste grupo etário.

Os estudos de vigilância de risco em saúde realizados em adolescentes americanos

verificaram que, dentre os marcadores de alimentação saudável, 63,3% dos adolescentes

haviam ingerido frutas ou sucos naturais pelo menos uma vez ao dia, 61% haviam ingerido

hortaliças pelo menos uma vez ao dia e 32,6% dos adolescentes referiram ingerir dois ou mais

copos de leite por dia, em relação aos últimos sete dias anteriores à entrevista. Dentre os

marcadores de alimentação não saudável, observou-se que 20,4% dos adolescentes ingeriram

um copo ou mais copos de refrigerante por dia, 13% ingeriram dois ou mais copos de

refrigerante por dia, e 13,8% dos adolescentes não realizaram o desjejum nos sete dias

anteriores à entrevista (KANN et al, 2016).

Apenas um terço dos adolescentes europeus relataram consumir frutas e hortaliças

diariamente. Com relação aos alimentos não saudáveis, 26% relataram consumo diário de

doces e 19% relataram consumo diário de refrigerantes, mas é importante ressaltar que as

tendências de consumo vêm apresentando redução, em comparação com pesquisas anteriores

(INCHLEY et al, 2017). Em adolescentes uruguaios, verificou-se que o consumo habitual de

cinco ou mais porções de frutas ou hortaliças foi de 24,4%, e 71% relatou ingerir bebidas

adoçadas uma ou mais vezes ao dia (MINISTERIO DE SALUD PUBLICA, 2012).

Alguns estudos em âmbito nacional também têm evidenciado algumas características

do consumo alimentar em adolescentes brasileiros. Através de uma subamostra da Pesquisa de

Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, o IBGE investigou o consumo alimentar

individual através da coleta de dois registros alimentares em dias não consecutivos, sendo

realizados por todos os moradores do domicílio com mais de 10 anos de idade. Observou-se

maior consumo per capita de biscoitos recheados, refrigerantes e sucos nos adolescentes, em

comparação com adultos e idosos, além de menor consumo de salada crua, em comparação

com os outros grupos etários (IBGE, 2011a). As elevadas prevalências de inadequação de

cálcio, fósforo, vitamina A e vitamina E, associados ao consumo excessivo de sódio,

Page 17: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

17

confirmam que as escolhas alimentares dos adolescentes não estão atendendo de forma

satisfatória às suas necessidades nutricionais (VEIGA et al, 2013).

Outro estudo de abrangência nacional foi o Estudo de Riscos Cardiovasculares em

Adolescentes (ERICA), desenvolvido com o objetivo de verificar os fatores de risco

cardiovascular mais prevalentes nos adolescentes escolares brasileiros, bem como estimar a

prevalência de síndrome metabólica nos adolescentes de 12 a 17 anos (BLOCH et al, 2016).

Dentre os alimentos com maior prevalência de consumo entre os adolescentes, destacaram-se

o arroz, os feijões, sucos e pães, sendo o refrigerante o sexto alimento mais consumido.

Observou-se também que a contribuição energética de açúcar livre (compreendendo o açúcar

de adição e o açúcar contido em sucos de frutas naturais) foi maior que 20% do valor

energético total (VET) ingerido pelos adolescentes. De forma semelhante ao resultado obtido

na POF, a prevalência de inadequação de ingestão de cálcio, vitaminas A e E foi elevada,

assim como a ingestão de sódio ultrapassou os limites máximos em mais de 80% dos

adolescentes, com pequenas variações entre regiões (SOUZA et al, 2016).

Em Niterói, foram realizados dois estudos transversais representativos dos

adolescentes da rede pública de ensino em 2003 e 2008. Nesse período, observou-se aumento

na ingestão de energia, carboidratos, cálcio e sódio, com redução na ingestão de lipídios,

fibras, vitaminas A e E (VASCONCELOS et al, 2016). Na mesma população, também se

verificou uma queda significativa na qualidade da dieta, com redução do consumo de vegetais

e de alimentos de maior teor proteico (carnes, ovos e feijões) (MONTEIRO et al, 2016a);

dentre o consumo de bebidas, houve redução na prevalência de consumo de leite e elevou-se o

consumo de refrigerantes e xaropes à base de guaraná durante os dias de semana

(MONTEIRO et al, 2016b). Esses dados mostram que, em um curto espaço de tempo, já se

podem observar modificações negativas nos hábitos alimentares dos adolescentes.

2.2. Duração do sono e hora de dormir em adolescentes

A duração do sono adequada é importante para garantir o crescimento e

desenvolvimento de crianças e adolescentes (CARSKADON, 1990). Neste período de

transição, observam-se diversas alterações no ciclo sono-vigília que possibilitam mudanças na

maturação cerebral em seu aspecto funcional, com impactos no desenvolvimento psicológico

(BRAND & KIROV, 2011). Como consequências negativas relacionadas à curta duração do

sono, pode-se identificar o decréscimo na performance escolar, ocasionado pela sonolência e

menor capacidade retentiva da memória, alterações de humor, e até mesmo acidentes

(CARSKADON et al, 2004; STEA et al, 2014; AGOSTINI et al, 2016). Em um estudo

Page 18: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

18

realizado em Taiwan, observou-se que os adolescentes com sono adequado têm melhor senso

de responsabilidade pela própria saúde e nutrição, melhor autoestima e controle do estresse,

maior frequência na prática de atividade física e menor frequência de visitas ao médico

(CHEN et al, 2006).

Diversos países têm identificado a redução na duração do sono entre os adolescentes

ao longo das últimas décadas, mas isto não ocorre de maneira uniforme: observou-se redução

do sono nos Estados Unidos, Canadá, Ásia e Europa, porém houve tendência de aumento no

Reino Unido e Austrália (MATRICCIANI et al, 2012).

Maslowsky e Ozer (2014) investigaram o tempo médio de sono entre a adolescência e

a vida adulta em uma amostra representativa dos Estados Unidos e identificaram uma

tendência de redução na duração do sono ao longo da adolescência, seguida de aumento das

horas de sono entre os 19 e 22 anos, e outra fase de redução ao longo da fase adulta, até os 32

anos. A prevalência de curta duração do sono, considerada como menor que seis horas por

dia, eleva-se ao longo da adolescência: aos 13 anos, apenas 1,1% dos adolescentes apresentam

curta duração do sono; aos 18 anos, a prevalência passa para 8,5%. A longa duração do sono,

considerada como maior que 10 horas, foi mais prevalente no início da adolescência (4,5%

aos 13 anos) e na sua fase tardia (5% aos 19 anos), sendo considerado um evento menos

frequente que a curta duração do sono na faixa etária estudada (MASLOWSKY & OZER,

2014).

Através de estudos observacionais, a curta duração do sono tem sido verificada em

diversos países: entre os adolescentes coreanos, 60% dormem menos que oito horas por dia

(LEE & PARK, 2014). Na França, os adolescentes têm uma duração média de sono de 8h40,

mas que apresenta importante queda conforme a idade: aos 11 anos, a média foi de 9h26 e aos

15 anos, decaiu para 7h55 (LEGER et al, 2012). Em um estudo realizado em Omã, 41,5% dos

meninos e 43% das meninas dormiam menos que sete horas por dia (KILANI et al, 2013).

Em estudo de coorte realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, a média de duração de

sono relatada pelos adolescentes aos 18 anos foi de 8,4 horas (SCHAFER, 2016). Em uma

pesquisa realizada com adolescentes de Maravilha, Santa Catarina, verificou-se que a duração

média do sono nos dias com aulas foi de 7,9 horas e a prevalência de duração do sono menor

que 8 horas, em dias com aulas, foi de 53,6% (FELDEN et al, 2016). Em um estudo realizado

com adolescentes de duas escolas de São Paulo, verificou-se que a duração média do sono nos

dias com aulas foi de 8,83 horas. Dos alunos entrevistados, 39,0% dormiam oito horas ou

menos nos dias de aula e 23,2%, nos dias sem aula. O estudo também apontou que, na

Page 19: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

19

amostra estudada, a duração do sono diminui conforme o aumento da idade e com a elevação

do nível socioeconômico (BERNARDO et al, 2009).

Alguns fatores são considerados como determinantes para a redução na duração do

sono, tais como o maior tempo de uso e disponibilidade de tecnologias (VAN DEN BULCK,

2004), uso de produtos ricos em cafeína (CALAMARO et al, 2009), assim como o

cumprimento de jornada de trabalho (CARSKADON, 1990).

Além dos fatores ambientais, observa-se que, durante a adolescência, ocorre um atraso

no ciclo circadiano, promovendo alterações fisiológicas que fazem com que o adolescente

tenha maior propensão a dormir mais tarde (CROWLEY et al, 2007). Concomitantemente, ao

longo da adolescência, os pais passam a interferir menos no horário em que o adolescente

deve dormir (PYPER et al, 2017).

Como o horário de acordar é regulado pelas atividades escolares, o hábito de dormir

tarde pode contribuir para a redução da duração do sono, o que pode promover modificações

nos períodos correspondentes às fases do sono, comprometendo sua qualidade e eficiência

(AGOSTINI et al, 2016). Por este motivo, o turno escolar também pode ser um fator de

influência no sono dos adolescentes, tal como se demonstra em um estudo realizado em duas

cidades do Rio Grande do Sul: a média de sono entre os adolescentes que estudam de manhã

foi de 8,06 horas, e de 9,35 horas entre os que estudam a tarde. Também se identificou que as

diferenças na hora de dormir entre os dias de semana e finais de semana são maiores nos

alunos do turno da manhã (1,5 h), em comparação com o turno da tarde (0,3 h) (CARISSIMI

et al, 2016).

Em crianças de 9 a 11 anos da Nova Zelândia, a duração do sono foi obtida por

actígrafo, sendo observada uma média de hora de dormir às 21h40. Ao considerar a mediana

da hora de acordar e hora de dormir, os autores criaram quatro classificações de padrões de

sono, a saber: “dormir cedo – acordar cedo”; “dormir cedo – acordar tarde”; “dormir tarde –

acordar cedo”; e “dormir tarde – acordar tarde”. Os adolescentes que estavam classificados no

padrão “dormir tarde – acordar tarde” apresentavam média de hora de dormir às 22h20

(HARREX et al 2017).

Em crianças e adolescentes obesos do Canadá, foi realizada uma classificação a partir

do ponto médio do sono, verificando diferenças estatisticamente significativas na média de

hora de dormir entre os que dormem cedo (21h54) e os que dormem tarde (23h01), sem

diferença significativa na duração do sono entre os grupos (9,2 h para ambos) (ADAMO et al,

2013).

Page 20: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

20

O instituto americano National Sleep Foundation (NSF) realizou uma revisão

sistemática da literatura, verificando as recomendações de sono adequado para as diferentes

faixas etárias, e posteriormente, promoveu a avaliação dos resultados com o auxílio de

especialistas a partir de critérios metodológicos. Concluiu-se a partir deste estudo que a

duração de sono recomendada para a faixa etária de 6 a 13 anos é de 9 a 11 horas de sono, e

para a faixa de 14 a 17 anos, 8 a 10 horas de sono (HIRSHKOWITZ et al, 2015). A

recomendação canadense também propõe 9 a 11 horas de sono para indivíduos de 5 a 13 anos

e de 8 a 10 horas de sono para indivíduos de 14 a 17 anos, salientando que a duração do sono

estabelecida considera o sono noturno ininterrupto (TREMBLAY et al, 2016).

2.3. Sono e consumo alimentar: bases fisiológicas

Uma das hipóteses discutidas para a interação entre o sono e a ingestão alimentar está

baseada nas funções que o hipotálamo desempenha na secreção de hormônios responsáveis

pela regulação do ciclo sono-vigília e do balanço energético. É possível que a redução

persistente das horas de sono promova alterações em hormônios envolvidos na regulação do

apetite, produzindo alterações no comportamento alimentar (KNUTSON et al, 2007;

ADAMANTIDIS & LECEA, 2008).

A regulação do balanço energético é realizada pelo hipotálamo através dos níveis

circulantes de grelina e leptina. A grelina é um hormônio produzido no estômago que

promove estímulo ao apetite; já a leptina é produzida pelo tecido adiposo, sendo responsável

por produzir saciedade, e tem sua secreção proporcionalmente mais elevada de acordo com a

massa adiposa (ROMERO & ZANESCO, 2006). No entanto, entre os indivíduos obesos,

existem mecanismos de resistência à ação da leptina (GUIMARÃES et al, 2007). Sugere-se

que a secreção de leptina teria influência no aumento do gasto energético, bem como a grelina

promoveria maior conservação de energia (KNUTSON et al, 2007).

A leptina atua na inibição da produção do neuropeptídeo Y e a proteína relacionada à

agouti no hipotálamo, ambos responsáveis pelo aumento do apetite e redução do gasto

energético, e na estimulação do pró-ópio melanocortina e dos transcritos relacionados à

anfetamina e cocaína, que têm potente efeito anorexígeno. É possível que os neurônios

produtores desses mediadores possam interagir com os sistemas de regulação hormonal das

hipocretinas e do hormônio concentrador de melanina, que atuam simultaneamente no apetite

e na regulação do sono (ADAMANTIDIS & LECEA, 2008).

As hipocretinas são neuropeptídios que promovem a manutenção da vigília e aumento

do gasto energético com aumento da atividade locomotora, e são responsáveis pelo maior

Page 21: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

21

sistema de recompensa natural associado ao comportamento alimentar, ou seja, a busca por

alimentos que possam trazer sensação de prazer. Já o hormônio concentrador de melanina é

responsável pela manutenção do sono e a conservação de energia. No entanto, a inter-relação

destes hormônios com a regulação do sono ainda não está completamente elucidada

(ADAMANTIDIS & LECEA, 2008). Além disso, a privação do sono também pode atuar

diretamente na secreção de alguns hormônios, tais como o hormônio do crescimento, cortisol

e hormônios tireoidianos, além da elevação de citocinas pró-inflamatórias, tais como a

interleucina 6, promovendo resistência à insulina (VANITALLIE, 2006; KNUTSON et al,

2007; LEPROULT & VAN CAUTER, 2010).

Spiegel et al (2004) realizaram um estudo experimental com 11 adultos do sexo

masculino submetidos a seis dias de restrição a quatro horas de sono, seguidos de seis dias

com doze horas de sono. Houve redução de 19% nos níveis de leptina, aumento na produção

do cortisol e diminuição do hormônio estimulador da tireoide no período de restrição do sono.

Em adultos voluntários, observou-se que a curta duração do sono se associava a níveis

séricos reduzidos de leptina quando relacionado ao relato de duração do sono habitual em

questionário, e maiores níveis de grelina na ocorrência de privação aguda do sono identificada

por polissonografia (TAHERI et al, 2004).

Broussard et al (2016) realizaram um estudo com 19 adultos do sexo masculino,

submetidos a 4,5 horas de restrição de sono por quatro dias, verificou que houve elevação nos

níveis séricos de grelina, inclusive no período pós-prandial, mas sem alterações nos níveis de

leptina. A restrição de sono também esteve associada a maior ingestão energética e de

carboidratos durante o período de alimentação ad libitum. Além disso, houve correlação

positiva entre níveis de grelina e ingestão de doces (BROUSSARD et al, 2016).

Outro estudo experimental realizado somente com mulheres adultas realizou uma

restrição gradual de sono por quatro dias (7 horas no primeiro dia, 6 horas no segundo e

terceiro dias e 4 horas no quarto dia), resultando na elevação dos níveis séricos de leptina no

período de restrição de sono, enquanto que os níveis de grelina não se alteraram. Além disso,

houve aumento da ingestão energética sem alteração no gasto energético de repouso, e um

ganho médio de peso de 0,4 kg, valor pouco expressivo, porém significativo. É importante

ressaltar, no entanto, que foram incluídas 14 mulheres nesse estudo, sendo oito delas

eutróficas, três com sobrepeso e três com obesidade, e não é possível saber se o estado

nutricional das participantes poderia interferir na secreção dos hormônios e na ingestão

energética (BOSY-WESTPHAL et al, 2008).

Page 22: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

22

Um estudo americano avaliou os efeitos da restrição de sono no ganho de peso em 252

indivíduos, sendo 198 indivíduos submetidos à restrição de sono e 27 controles, dentre os

quais extraiu-se uma subamostra para avaliação do consumo alimentar (n=31 no grupo

intervenção e n=6 no grupo controle). O protocolo seguido em laboratório constava de uma

noite com 10 horas de sono (baseline); uma noite com hora de dormir tardia (às 4h); e quatro

noites com restrição a 4 horas de sono. Observou-se ganho de peso nos indivíduos em

restrição de sono, especialmente entre os homens negros. A ingestão energética se elevou

significativamente nos dias com hora de dormir tardia e com restrição de sono, em

comparação com os controles (SPAETH et al, 2013).

Adultos submetidos a oito dias de restrição de sono em laboratório tiveram maior

ingestão energética sem alteração nos níveis de atividade física, mas não apresentaram

diferenças significativas nos níveis séricos de leptina e grelina (CALVIN et al, 2013). Além

disso, St-Onge et al (2011) observaram que indivíduos com restrição a quatro horas de sono

por cinco dias seguidos aumentaram a ingestão energética, especialmente de lipídios, mas não

elevaram o gasto energético em repouso. Nedeltcheva et al (2009) também não observaram

diferenças significativas no gasto energético de repouso entre os grupos de intervenção (5,5

horas de sono) e controle (8,5 horas de sono), e entre os indivíduos com 5,5 horas de sono,

verificou-se maior ingestão energética por snacks.

Brondel et al (2010) realizaram a privação de sono em adultos em três etapas: dois

dias de controle, um dia de restrição de sono e mais um dia com duração de sono por livre

escolha. Ao avaliar o segundo dia após a privação de sono, observou-se que os indivíduos

com restrição do sono relataram ter mais fome antes do desjejum do que o grupo sem

restrição, bem como na avaliação do apetite antes do jantar, havendo maior ingestão

energética nestas refeições e maior VET neste grupo. Houve, porém, aumento na atividade

física dos indivíduos com restrição no sono.

McNeil et al (2016) realizaram um estudo com 18 adultos, com o objetivo de avaliar o

efeito da restrição do sono no gasto energético e na ingestão energética no dia seguinte à

restrição. Foi o primeiro estudo experimental que realizou a restrição do sono considerando a

redução em horas e a hora de dormir, definindo um grupo controle; um grupo com redução de

50% da duração do sono usual com a hora de dormir tardia; e um grupo com 50% da duração

do sono usual e com a hora de dormir mais cedo. Os indivíduos foram submetidos à

polissonografia para verificação de distúrbios do sono e, após a primeira noite em laboratório,

passaram mais 36 horas com acelerômetros e com fornecimento dos alimentos a serem

Page 23: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

23

consumidos no mesmo período. Os grupos com restrição de sono obtiveram maior ingestão

energética e de carboidratos no segundo dia, sendo mais elevado nos indivíduos com hora de

dormir tardia. Com relação ao gasto energético, verificou-se elevação da atividade física

intensa no grupo com hora de dormir mais cedo e elevação da atividade física moderada no

grupo com hora de dormir tardia, mas apenas no primeiro dia.

Ao avaliar associações entre a hora de dormir e ingestão energética em mulheres

americanas, a partir da avaliação do sono por actigrafia e registro alimentar, verificou-se que

no grupo de sono tardio (definido a partir do ponto médio de sono mais tarde que 5h30) houve

maior ingestão de proteínas, carboidratos e lipídios após as 20h, sendo estes resultados

associados a uma maior ingestão energética e maior IMC (BARON et al, 2013).

Observa-se, portanto, que os estudos experimentais realizados em adultos nos auxiliam

a afirmar que há aumento da ingestão energética nos indivíduos com restrição do sono.

Sugerem-se algumas causas para essa alteração, como o aumento dos níveis séricos de grelina

(BROUSSARD et al, 2016), o maior tempo de disponibilidade para ingestão de alimentos

palatáveis e as alterações no mecanismo de recompensa (NEDELTCHEVA et al, 2009), mas

ainda há resultados discrepantes sobre as alterações no gasto energético. Ainda são escassos

os estudos em adultos que consideram a hora de dormir, mas a hipótese inicial é de que essa

característica do sono se constitua como um fator que influencia o consumo alimentar,

independente da duração do sono (THELLMAN et al, 2017).

2.4. Sono e consumo alimentar em adolescentes

Os estudos experimentais permitem verificar os efeitos da restrição de sono no

consumo alimentar, no apetite e no gasto energético, mas ainda são escassos os estudos

realizados com adolescentes. A descrição dos estudos experimentais com restrição de sono

realizados em adolescentes está disponível no Quadro 1.

Beebe et al (2013) dividiram os adolescentes avaliados em dois grupos: um deles com

restrição de 6,5 horas de sono por dia, e outro com duração de sono de 10 horas, durante um

período de cinco dias. Após dois dias de washout com duração de sono por livre escolha dos

indivíduos, os grupos foram invertidos. Em seus resultados, observaram maior escolha de

alimentos com índice glicêmico e carga glicêmica mais elevados entre os adolescentes em

privação de sono, ocorrendo também uma tendência de maior ingestão de energia e

carboidratos, que não se mostrou estatisticamente significativa.

Page 24: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

24

Quadro 1. Ensaios clínicos de restrição de sono realizados em adolescentes.

Autor (ano) País Amostra/Duração Instrumentos

utilizados

Principais

resultados

Klingenberg

(2012)

Dinamarca 21 indivíduos (sexo

masculino)

15 a 19 anos

RS: 3 noites

consecutivas (4h)

Intervalo de 3 a 4

semanas

SN: 3 noites

consecutivas (9h)

Antropometria;

Polissonografia;

Calorimetria;

Questionário

autopreenchido.

O grupo RS

apresentou

maior gasto

energético que

o grupo SN.

Em uma

refeição ad

libitum, a

ingestão

energética foi

mais elevada

no grupo SN.

Beebe

(2013)

Estados

Unidos

41 indivíduos de 14 a

16 anos

Controle- 7 dias

Semana 1:

Grupo 1- RS (6,5h)

Grupo 2- SN (10h)

Fim de semana: duração

do sono

autodeterminada

Semana 2- inversão dos

grupos

Actígrafo;

Recordatório de

24 horas,

aplicado ao final

de cada semana

experimental.

O grupo RS

apresentou

maior consumo

de alimentos

com maior IG

e CG, além de

consumir mais

porções de

doces.

Simon

(2015)

Estados

Unidos

31 indivíduos de 14 a

17 anos

Controle- 7 dias

Semana 1:

Grupo 1- RS (6,5h)

Grupo 2- SN (10h)

Fim de semana: duração

do sono

autodeterminada

Semana 2- inversão dos

grupos

Actígrafo e

diário de sono;

Recordatório de

24 horas

aplicado ao final

de cada semana

experimental;

Escalas visuais

analógicas –

apetite e fome.

O grupo RS

apresentou

maior interesse

por doces e

sobremesas

através da

escala visual

analógica.

Abreviaturas - CG: carga glicêmica; IG: índice glicêmico; RS: restrição de sono; SN: sono normal.

Klingenberg et al (2012) conduziram um estudo experimental com adolescentes do

sexo masculino, com realização de polissonografia, atividade física programada e controle do

consumo alimentar durante três noites consecutivas de restrição a quatro horas de sono,

seguido de três noites com nove horas de sono. Os resultados apontaram aumento do gasto

energético total nos indivíduos em restrição de sono, justificado pelo maior tempo em vigília.

Foi oferecida uma única refeição sob livre demanda aos adolescentes, havendo menor

Page 25: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

25

ingestão energética pelo grupo sob restrição de sono. Ao avaliar os níveis séricos de leptina e

grelina, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Há evidências de que a influência da duração do sono nos hormônios reguladores do

apetite também promoveria alteração nas escolhas alimentares realizadas pelos adolescentes.

Neste estudo, foi também verificado o impacto da restrição do sono no apetite através de

escalas visuais analógicas, encontrando valores estatisticamente significativos para um maior

desejo de ingestão de carnes e de alimentos doces, além de tendências não significativas para

ingestão de alimentos ricos em gorduras e alimentos salgados (KLINGENBERG et al, 2012).

Simon et al (2015) induziram à privação do sono em adolescentes e observaram que,

durante uma exibição de escalas visuais analógicas, os alimentos doces foram mais atraentes

para os indivíduos em restrição de sono, em comparação aos indivíduos com duração normal

de sono.

Um aspecto que deve ser considerado na realização dos estudos experimentais são os

métodos usados para avaliação do sono, pois em alguns deles, opta-se por métodos em que é

necessário que o indivíduo seja monitorado em laboratório em maior ou menor extensão do

período da pesquisa, tais como a polissonografia, o que pode representar um viés, visto que o

indivíduo é retirado de sua rotina habitual e do ambiente domiciliar.

Não há consenso na literatura sobre a influência da restrição do sono, em condições

experimentais, no consumo alimentar de adolescentes. Além disso, ainda não é possível

afirmar que as alterações provocadas por períodos curtos de restrição de sono são as mesmas

entre adolescentes que apresentam restrição de sono crônica.

Os estudos observacionais também têm buscado estabelecer associações entre a

duração do sono e a ingestão alimentar dos adolescentes, avaliada de forma quantitativa,

através da estimativa de ingestão energética e dos macronutrientes, ou qualitativa, avaliando o

consumo de determinados grupos alimentares ou da qualidade da dieta. A descrição dos

estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar está presente no Quadro

2.

Weiss et al (2010) avaliaram a duração do sono por actigrafia e o consumo alimentar

através de dois recordatórios de 24 horas, um deles feito por telefone, com a técnica de

passagens múltiplas (multiple pass method), que consiste no seguimento de três etapas para a

realização do recordatório: listagem de alimentos ingeridos ao longo do dia; registro das

porções consumidas; e repasse das informações (JOHNSON et al, 1998). Identificou-se maior

ingestão energética e de lipídios e menor ingestão de carboidratos entre os adolescentes com

Page 26: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

26

oito horas ou menos de sono. No entanto, as diferenças entre as médias ajustadas dos grupos

de curta e longa duração do sono mostraram significância estatística apenas entre as meninas.

Também se observou que a ingestão energética elevada por consumo de snacks entre as

meninas que apresentavam duração do sono menor que oito horas era de quatro vezes a

chance das meninas que tinham sono adequado, associação que não foi verificada entre os

meninos.

No entanto, um estudo realizado na Arábia Saudita apenas com adolescentes do sexo

feminino encontrou resultados opostos: uma maior ingestão de carboidratos e menor de

lipídios nos indivíduos com duração de sono menor que cinco horas (AL-DISI et al, 2010).

Este foi o único estudo observacional que realizou exames bioquímicos analisando hormônios

associados ao apetite, sendo identificada associação inversa entre duração do sono e níveis

séricos de grelina.

He et al (2015) investigaram a associação entre o consumo alimentar e a duração

habitual do sono, obtida através da média de duração do sono durante os sete dias de

avaliação por actigrafia; e a variabilidade habitual do sono, que é o desvio padrão

intraindividual da duração habitual do sono. Foram analisados os dados de um questionário de

frequência alimentar (QFA) validado (ROCKETT et al, 1995), no qual a frequência de

ingestão de 152 itens alimentares foi convertida para a ingestão diária estimada. Observou-se

associação positiva na ingestão de energia, carboidratos e lipídios com a variabilidade

habitual do sono. Além disso, a chance de consumir snacks após o jantar foi mais elevada

entre os adolescentes com maior variabilidade do sono. Com a duração habitual do sono, não

foram observadas associações estatisticamente significativas. Os autores colocaram a hipótese

de que a variação elevada na duração do sono também poderia causar distúrbios na secreção

dos hormônios reguladores do apetite.

O estudo multicêntrico Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence

(HELENA Study), realizado em dez cidades da Europa, mostrou que a duração do sono

adequada poderia estar associada a um melhor padrão alimentar, visto que o sono maior que

oito horas se relacionou com maior ingestão de frutas, vegetais, peixes e leite desnatado

(GARAULET et al, 2011). O QFA utilizado neste estudo foi validado em crianças e

adolescentes belgas (VEREECKEN & MAES, 2003), mas os autores não definiram o que foi

considerado como ingestão adequada para cada grupo alimentar. Além disso, também

verificaram uma baixa correlação inversa, porém significativa, entre duração do sono e

ingestão de hambúrguer, massas e pizza.

Page 27: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

27

Entretanto, Al-Hazzaa et al (2014) observaram que os adolescentes que relataram

dormir oito ou mais horas de sono apresentaram maior consumo de doces, bolos, batatas fritas

e bebidas açucaradas, resultados que se contrapõem às hipóteses. Ademais, foi encontrada

associação entre menor duração do sono e menor frequência de realização do desjejum, a qual

os autores consideraram que os adolescentes com sono adequado podem ter maior tempo

disponível para realizar esta refeição em casa.

Em adolescentes noruegueses, a duração do sono menor que oito horas esteve

associada a maior consumo de doces e balas. Também foi avaliada a frequência de realização

de refeições, considerando a omissão da refeição ao menos uma vez na semana como um

comportamento irregular. Obteve-se, em todas as refeições avaliadas (desjejum, almoço,

jantar e lanche da noite), uma maior prevalência de irregularidade de refeições entre os que

dormiam menos. Além disso, considerou-se como um padrão irregular de refeições aquele em

que o indivíduo tem menos de quatro refeições ao dia, também observando maior prevalência

entre os adolescentes com menor duração do sono (STEA et al, 2014).

Em outro estudo originado do HELENA Study (BEL et al, 2013), foi construído índice

de qualidade da dieta (IQD) validado com índice de adequação de refeições (HUYBRECHTS

et al, 2010), adaptado para adolescentes, com dois recordatórios de 24 horas preenchidos

pelos próprios adolescentes em programa específico. Identificou-se associação direta

estatisticamente significativa entre duração do sono e IQD. O estudo foi feito com uma

amostra de 5 mil adolescentes, mas foram excluídos desta análise os indivíduos que não

realizaram dois recordatórios de 24 horas. Foram observadas diferenças significativas entre os

indivíduos da subamostra e os excluídos desta análise, podendo representar um viés de

seleção (BEL et al, 2013).

Khan et al (2015) construíram o IQD (escore de 0 a 100) (KIM et al, 2003) com base

em um QFA validado (Youth and Adolescent Questionnaire – YAQ) (ROCKETT et al, 1995),

e concluíram, após análise multivariada, que a duração do sono é um fator que influencia na

qualidade da dieta de modo independente.

Um estudo realizado com adolescentes italianos (FERRANTI et al, 2016) utilizou um

QFA adaptado a partir de dois instrumentos: um desenvolvido para crianças e adolescentes

Page 28: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

28

Quadro 2. Estudos observacionais sobre duração do sono e consumo alimentar realizados em adolescentes.

Autor (ano) País Amostra Ponto de corte da

duração do sono

Instrumentos utilizados Principais Resultados Variáveis de

ajuste

Westerlund

(2009)

Finlândia 1265

indivíduos

9 a 11 anos

Hora de dormir e

acordar em dia de

semana e fim de

semana típicos,

com cálculo de

média*.

Duração do sono

em horas

QFA de 16 itens (grupos alimentares),

com construção de escore de alimentos

altamente energéticos e nutritivos;

Questionário de atividade física;

Tempo de tela.

Duração do sono teve

associação inversa com

consumo de alimentos

altamente energéticos.

A associação entre

duração do sono e

alimentos com maior

densidade nutricional

foi direta entre meninas

e inversa entre

meninos.

Sexo, idade,

atividade

física e tempo

de tela

Al-Disi

(2010)

Arábia

Saudita

126

indivíduos

(sexo

feminino)

14 a 18

anos

Duração usual de

sono

< 5h; 5-7h; >7h

QFA e recordatório de 24 horas;

Peso, estatura, circunferências de

cintura e quadril, dobras cutâneas

tricipital e da coxa;

IMC classificado pelo IOTF (Cole,

2000);

Exames bioquímicos: glicose, perfil

lipídico, adiponectina, resistina, leptina,

insulina, grelina;

Questionário socioeconômico e história

clínica;

Padrão de sono: intermitente/contínuo.

Maior ingestão de

carboidratos e menor

ingestão de lipídios

entre os indivíduos que

dormem menos que 5

horas/dia. O padrão de

sono intermitente se

relacionou com maior

ingestão de

carboidratos. A grelina

teve correlação inversa

com a duração do sono.

Não há.

Weiss

(2010)

Estados

Unidos

240

indivíduos

16 a 19

anos

Actigrafia.

Cálculo de média

da duração do

sono nos dias de

Dois recordatórios de 24 horas (um

presencial e um por telefone);

Peso e estatura;

IMC classificado pelo CDC (NCHS,

Menor duração do sono

associou-se a maior

ingestão energética,

maior percentual do

Sexo, idade,

prematuridade

e escolaridade

dos pais.

Page 29: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

29

semana.

<8h; ≥8h (NSF,

2000)

2002);

Prematuridade;

Nível de escolaridade materno e

paterno;

VET em lipídios e

menor percentual do

VET em carboidratos.

Entre as meninas que

dormem menos que

oito horas, observou-se

chance quatro vezes

maior de ingestão de

snacks.

Garaulet

(2011)

Europa 3311

indivíduos

12,5 a 17,5

anos

Duração usual do

sono em dias de

semana e fim de

semana, com

cálculo de média*

<8h; ≥8h (NSF,

2006)

QFA de 15 itens

Questionário de atividade física e

acelerômetro (7 dias);

Tempo assistindo TV;

Peso, estatura, circunferências da

cintura, quadril e coxa proximal;

IMC (referência não citada);

Dobras cutâneas bicipital, tricipital,

subescapular, suprailíaca e da coxa;

Bioimpedância.

Estado puberal.

Indivíduos com sono

adequado (maior que

oito horas)

apresentaram maior

ingestão adequada de

frutas, vegetais, peixes

e leite desnatado; e

correlação inversa

entre duração do sono e

ingestão de pizza,

hambúrguer e massas.

Sexo, estado

puberal e

cidade.

Bel

(2013)

Europa 1522

indivíduos

12,5 a 17,5

anos

Duração usual do

sono em dias de

semana e fim de

semana, com

cálculo de média*

<8h; 8-9h; >9h

(NSF, 2006)

Dois recordatórios de 24 horas em dois

dias não consecutivos

(autopreenchidos), com cálculo de IQD;

Questionário de atividade física;

Peso e estatura;

IMC classificado pelo British 1990

Growth Reference Data (Cole, 1995);

Percentual de gordura a partir de dobras

cutâneas tricipital e subescapular;

Estado puberal;

Questionário socioeconômico.

A média do IQD foi

menor entre os

indivíduos com

duração do sono <8h

de sono/dia.

Sexo, estado

puberal, nível

de

escolaridade

materno,

percentual de

gordura

corporal e

atividade

física

moderada a

Page 30: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

30

vigorosa.

Al-Hazzaa

(2014)

Arábia

Saudita

2868

indivíduos

15 a 19

anos

Duração usual do

sono

<8h; >8h

QFA;

Questionário de atividade física;

Tempo de tela;

Peso, estatura, circunferência da cintura;

IMC (referência não é citada).

Menor duração do sono

se associou a menor

frequência de

realização do desjejum.

O consumo de doces,

bolos, batatas fritas e

bebidas açucaradas foi

maior entre os

indivíduos com ≥8h de

sono/dia.

Sexo, idade,

tipo de escola,

localidade e

IMC.

Franckle

(2015)

Estados

Unidos

766

indivíduos

Média 12,3

anos

Hora de dormir e

acordar em dia de

semana típico.

<10h; ≥10h (NSF,

s.d.)

Frequência de ingestão de alimentos no

dia anterior à entrevista;

Questionário de atividade física;

Tempo de tela;

Peso e estatura;

IMC (referência não é citada).

Duração do sono

menor que 10 horas se

associou inversamente

com ingestão de suco

natural no dia anterior,

e diretamente com

ingestão de

refrigerantes no dia

anterior.

Sexo, idade,

raça/etnia,

cidade,

participação

em atividade

física na

última

semana,

tempo de tela

e TV no

quarto.

Stea

(2014)

Noruega 2432

indivíduos

15 a 17

anos

Hora de dormir e

acordar em dia de

semana típico.

<8h; ≥8h (NSF,

2006)

QFA de 13 itens (grupos alimentares);

Regularidade de refeições;

Questionário de atividade física;

Tempo de tela;

Peso e estatura referidos;

IMC classificado pelo IOTF (Cole,

2000);

Uso de cigarro e rapé;

Desempenho acadêmico;

Menor duração do sono

associou-se a maior

consumo de doces e

balas e a maior

irregularidade de

refeições (ter menos de

quatro refeições ao

dia).

Idade, sexo e

nível de

escolaridade

dos pais.

Page 31: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

31

Nível de escolaridade materno e

paterno.

He

(2015)

Estados

Unidos

324

indivíduos

Média 16,7

anos

Polissonografia

(dia 1)

Actigrafia por oito

noites

consecutivas

Duração do sono

em horas

QFA convertido em ingestão diária;

Peso e estatura;

IMC classificado pelo CDC (NCHS,

2002);

Questionário demográfico e história

clínica;

Uso de cigarro.

Maior VHS associou-

se a maior ingestão

energética, de

carboidratos e lipídios.

Não foi observada

associação entre

nutrientes e a DHS.

Idade, sexo,

raça, percentil

do IMC e

fumo.

A VHS é

variável de

ajuste da DHS

e vice versa.

Khan

(2015)

Canadá 5560

indivíduos

10 a 11

anos

Média de hora de

dormir e acordar

em dia de semana

e fim de semana

típicos*. Pergunta

aos pais.

Duração do sono

em horas

QFA com cálculo de IQD;

Questionário de atividade física;

Questionário socioeconômico;

Peso e estatura;

Classificação do IMC pelo IOTF (Cole,

2000);

Avaliação de sonolência e presença de

roncos.

A duração do sono

influencia na qualidade

da dieta.

Sexo, renda

familiar, nível

de

escolaridade

dos pais, local

de residência e

ingestão

energética.

Ferranti

(2016)

Itália 1586

indivíduos

11 a 14

anos

Média de hora de

dormir e acordar

em dia de semana

e fim de semana

típicos*.

Duração do sono

em horas

QFA com cálculo do KIDMED;

Questionário de atividade física;

Peso, estatura, circunferência de cintura;

IMC classificado pelo IOTF (Cole,

2000);

Bioimpedância;

Escala de sonolência (PDSS) (Drake,

2003);

Questionário demográfico e

socioeconômico.

A duração do sono se

mostrou diretamente

associada a consumo

de frutas e vegetais e

inversamente associada

a consumo de

doces/snacks.

Idade, sexo,

atividade

física, nível de

escolaridade

dos pais e

ocupação dos

pais.

*Média: [(duração do sono em dia de semana x 5) + (duração do sono em fim de semana x 2)]/7

Abreviaturas – CDC: Center for Disease Control and Prevention; DHS: Duração habitual do sono; IMC: Índice de Massa Corporal; IOTF: International Obesity Task Force; IQD: Índice

de Qualidade da Dieta; KIDMED: Mediterranean Diet Quality Index for children and adolescents; NCHS: National Center for Health Statistics; NSF: National, Sleep Foundation; QFA:

Questionário de Frequência Alimentar; PDSS: Pediatric Daytime Sleepiness Scale; VET: Valor Energético Total; VHS: Variabilidade habitual do sono.

Page 32: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

32

(GROSSO et al, 2013) e outro para adultos (TURCONI et al, 2010). A partir disso, foi

construído o Índice de Qualidade da Dieta Mediterrânea adaptado para crianças e

adolescentes (KIDMED) (SERRA-MAJEN et al, 2004), composto de 16 itens. Na análise de

regressão multivariada, o escore KIDMED não foi apresentado, mas alguns de seus

componentes foram considerados, havendo associação positiva entre duração do sono e

ingestão de porções de frutas e vegetais, e associação negativa com ingestão de doces e

snacks.

Foi também aplicado QFA em um estudo com adolescentes finlandeses, com 16 itens,

utilizado para construção de escore com os grupos alimentares, definindo-os como alimentos

altamente energéticos (pizza, hambúrguer, pastelaria ou cachorro quente, batata frita ou

pipoca, biscoitos, sorvetes, doces ou chocolates, refrigerantes) ou com maior densidade

nutricional (frutas, vegetais frescos, legumes cozidos, pão de centeio). Observou-se

associação negativa entre duração do sono e ingestão de alimentos altamente energéticos,

especialmente entre os meninos; e o consumo de alimentos com maior densidade nutricional

apresentou discrepâncias em seus resultados, sendo diretamente associado à duração do sono

em meninas e inversamente associado entre os meninos (WESTERLUND et al, 2009).

Franckle et al (2015) consideraram a frequência de alguns alimentos ingeridos no dia

anterior à entrevista, tais como frutas, vegetais, sucos naturais e refrigerantes. Esse tipo de

inquérito dietético foi aplicado previamente em outro estudo americano, com crianças de 9 a

11 anos (THIAGARAJAH et al, 2008). Como os autores não apresentaram a idade mínima

dos participantes, apenas com a média de idade de cada ano escolar, foram considerados

somente os dados dos adolescentes do sétimo ano (média de 12 anos). Nesta faixa etária,

encontrou-se uma associação entre duração do sono menor que 10 horas com menor ingestão

de sucos naturais e maior ingestão de refrigerantes.

Além do efeito da duração do sono, outro aspecto que tem sido avaliado é a hora de

dormir. São poucos os estudos publicados com este tema, mas alguns resultados positivos têm

associado o hábito de dormir tarde, independentemente de a duração do sono ser adequada, a

menor qualidade nutricional e também a maior risco de sobrepeso. A descrição dos estudos

observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar está presente no Quadro 3.

Em crianças e adolescentes participantes de uma pesquisa nacional realizada na

Austrália, foi avaliada a associação entre a hora de dormir, o Índice de Massa Corporal (IMC)

e as escolhas alimentares. Os dados sobre consumo alimentar foram obtidos através da

aplicação de dois recordatórios de 24 horas, sendo o segundo realizado por telefone, seguindo

o multiple pass method (JOHNSON et al, 1998). As quantidades foram transformadas em

Page 33: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

33

porções, aplicando o Dietary Guideline Index for Children and Adolescents (DGI-CA), um

IQD com 11 grupos alimentares (GOLLEY et al, 2011). Os dados sobre a hora de dormir e

acordar foram obtidos através de recordatório de atividade física autopreenchido, previamente

validado em comparação com o actígrafo (RIDLEY et al, 2006). Os horários de dormir e

acordar foram ajustados por sexo e idade e foram realizadas categorias de sono, de acordo

com as medianas de hora de dormir e acordar, em combinação com a duração de sono, sendo

criadas quatro categorias: “dormir cedo – acordar cedo”; “dormir cedo – acordar tarde”;

“dormir tarde – acordar cedo”; “dormir tarde – acordar tarde”. Os grupos que dormiam tarde

apresentaram maior IMC e menor pontuação no IQD (GOLLEY et al, 2013). Além disso,

também apresentaram menor consumo de frutas e hortaliças, e maior consumo de doces, fast

food e refrigerantes.

Um aspecto que pode dificultar a análise dos resultados obtidos com o hábito de

dormir tarde são os impactos que isto pode ter na duração do sono em si, já que o indivíduo

pode ter atividades que o exijam acordar cedo, reduzindo o período de sono. No entanto,

neste estudo se observou que, mesmo que os grupos “dormir cedo – acordar cedo” e “dormir

tarde – acordar tarde” apresentassem duração do sono semelhantes, por volta de 9 horas de

sono, os indivíduos que dormiam mais tarde apresentavam maior IMC (GOLLEY et al, 2013).

Em adolescentes da Alemanha, foram verificadas associações entre o consumo

alimentar, estimado através de sete dias de registro alimentar, com posterior classificação dos

alimentos em seis grupos de interesse (fast food; bebidas cafeinadas e à base de cola;

laticínios; doces; hortaliças e carnes), e o cronotipo, calculado a partir do ponto médio de

sono, considerando os horários habituais de dormir e acordar nos dias de semana e finais de

semana. Verificou-se associação positiva entre o cronotipo e a ingestão de fast food e bebidas

cafeinadas e associação inversa com o consumo de laticínios (FLEIG & RANDLER, 2009).

Thellman et al (2017) realizaram a estimativa da hora de dormir e de acordar nos dias

de semana e fins de semana para obter o ponto médio de sono, sendo o primeiro quartil foi

considerado como o grupo com hora de dormir cedo, e o último quartil com hora de dormir

tardia. Os hábitos alimentares foram coletados a partir de questionário de regularidade de

realização de refeições e frequência de consumo de nove grupos de alimentos por hora do dia,

com uma escala de cinco pontos (nunca, raramente, algumas vezes, maior parte das vezes,

quase sempre). Os nove grupos foram posteriormente recategorizados em três grupos, a saber:

bebidas adoçadas e cafeinadas; alimentos doces, com alto teor de gordura ou alto teor de

sódio; hortaliças, frutas, carboidratos e proteínas. Os autores não informaram se esse tipo de

inquérito dietético foi previamente validado. Verificou-se que os adolescentes que dormem

Page 34: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

34

tarde têm maior consumo de bebidas adoçadas e cafeinadas e alimentos de baixa qualidade

nutricional. Além disso, a hora de dormir também modifica os horários de consumo mais

frequente de alguns grupos de alimentos, especialmente entre as bebidas adoçadas e

cafeinadas, que são consumidas com maior frequência pelos indivíduos que dormem tarde a

partir do horário vespertino, mantendo elevado consumo ao longo do período noturno.

Harrex et al (2017) avaliaram a associação entre os padrões de sono, tais como os

definidos por Golley et al (2013), e o consumo alimentar, estimado por QFA previamente

validado na população de estudo (SAEEDI et al, 2016). Os dados foram posteriormente

agrupados em dois escores de padrão alimentar: “snacks”, com preponderância de alimentos

com elevada densidade energética e “frutas e hortaliças”, com alimentos de maior qualidade

nutricional (DAVISON et al, 2017). Observou-se que os padrões de sono “dormir tarde –

acordar cedo” e “dormir tarde – acordar tarde” apresentaram menores valores no escore do

padrão alimentar “frutas e hortaliças” em comparação com os indivíduos do grupo “dormir

cedo – acordar cedo”. O consumo de porções de frutas e hortaliças também foi inferior no

grupo “dormir tarde – acordar tarde” em relação ao grupo “dormir cedo – acordar cedo”.

Também foi verificado maior consumo de bebidas adoçadas pelos indivíduos que dormem

tarde e acordam tarde, em relação aos indivíduos que dormem cedo.

Entre os estudos que utilizam métodos qualitativos de avaliação do consumo

alimentar, observa-se que a curta duração do sono se associa, em grande parte dos estudos, a

um padrão alimentar não saudável, com maior tendência de ingestão de alimentos de menor

qualidade nutricional entre os indivíduos com menor duração do sono. Já entre os estudos que

obtiveram a ingestão de forma quantitativa, os resultados são discrepantes entre si (AL-DISI

et al, 2010; WEISS et al, 2010). Com relação aos estudos que avaliam a hora de dormir, os

resultados observados mostram associações estatisticamente significativas, mas ainda são

poucos os estudos publicados.

Observa-se grande heterogeneidade de métodos adotados para avaliação do consumo

alimentar, bem como para a mensuração da duração do sono, mostrando que a associação

entre os hábitos de sono, tais como a duração do sono e a hora de dormir, e o consumo

alimentar ainda não é clara.

Page 35: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

35

Quadro 3. Estudos observacionais sobre hora de dormir e consumo alimentar realizados em adolescentes.

Autor

(ano)

País Amostra Avaliação da hora

de dormir

Instrumentos utilizados Principais Resultados Variáveis de

ajuste

Fleig &

Randler

(2009)

Alemanha 152

indivíduos

11 a 17

anos

Cálculo do ponto

médio do sono com

relato de hora de

dormir e acordar

usuais.

Registro alimentar (7 dias), com

separação dos alimentos em 6

grupos;

Peso e estatura referidos;

IMC.

Adolescentes que

dormem tarde tem

maior consumo de fast

food e bebidas

cafeinadas e menor

consumo de laticínios.

Sexo, idade,

IMC, ingestão de

energia.

Golley

(2013)

Austrália 2200

indivíduos

9 a 16 anos

Categorias de sono:

Dormir e acordar

cedo

Dormir cedo e

acordar tarde

Dormir tarde e

acordar cerdo

Dormir e acordar

tarde

Dois recordatórios de 24 horas (um

presencial e um por telefone), com

cálculo de IQD (DGI-CA) (Golley et

al, 2011);

Questionário de atividade física

(MARCA) (Ridley et al, 2006);

Questionário demográfico e

socioeconômico;

Peso e estatura;

IMC classificado pelo IOTF (Cole,

2000).

Grupos que dormem

tarde apresentaram

menor ingestão de

frutas e hortaliças e

menor pontuação no

IQD.

Sexo, idade,

IMC, ingestão de

energia, duração

do sono,

atividade física,

renda familiar e

educação

materna.

Thellman

(2017)

Estados

Unidos

119

indivíduos

9 a 15 anos

Cálculo do ponto

médio do sono com

relato de hora de

dormir e acordar

usuais

1º Quartil – Dormir

cedo

4º Quartil – dormir

tarde

Frequência de consumo de alimentos

por hora do dia;

Questionário demográfico.

Adolescentes que

dormem tarde tem

maior consumo de

bebidas adoçadas,

bebidas cafeinadas e

alimentos de baixa

qualidade nutricional,

sendo mais elevado no

horário noturno.

Sexo e idade.

Page 36: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

36

Harrex

(2017)

Nova

Zelândia

439

indivíduos

9 a 11 anos

Categorias de sono:

Dormir e acordar

cedo

Dormir cedo e

acordar tarde

Dormir tarde e

acordar cerdo

Dormir e acordar

tarde

QFA de 28 itens (Saeedi et al, 2016),

para cálculo de escores de padrão

alimentar (Davison et al, 2017);

Questionário de atividade física;

Tempo de tela;

Actigrafia;

Peso e estatura;

IMC classificado pela WHO (2007).

Grupos que dormem

tarde apresentaram

menor consumo de

porções de frutas e

hortaliças e maior

consumo de bebidas

adoçadas, além de

apresentar menor

escore de padrão

alimentar saudável.

Sexo, idade,

IMC, nível

socioeconômico,

tempo válido de

uso do

acelerômetro,

duração do sono

média, tempo de

tela.

Abreviaturas – DGI-CA: Dietary Guideline Index for Children and Adolescents; IMC: Índice de Massa Corporal; IOTF: International Obesity Task Force; IQD: Índice de Qualidade da

Dieta; MARCA: Multimedia Activity Recall for Children and Adults; QFA: Questionário de Frequência Alimentar; WHO: World Health Organization.

Page 37: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

37

3. JUSTIFICATIVA

Na adolescência, o indivíduo passa a se reconhecer como o autor de suas próprias

escolhas e todos os comportamentos associados à saúde têm consequências em seu

desenvolvimento físico e cognitivo. Logo, é importante levar ao adolescente as orientações

que possam norteá-lo a tomar melhores decisões, pois neste momento da vida, há uma grande

capacidade de adaptação e mudança, e os comportamentos adotados nesta fase tendem a

permanecer na vida adulta (OMS, 2014).

O sono constitui-se como um campo de investigação importante na saúde do

adolescente, pois este comportamento pode sofrer influências de fatores socioeconômicos,

psicológicos e até fisiopatológicos que necessitem de atenção individualizada.

Além disso, a menor duração do sono e o hábito de dormir tarde são práticas

frequentes entre os adolescentes que podem levar a escolhas alimentares não saudáveis, e essa

relação parece estar associada a alguns fatores de risco à saúde, como o excesso de peso,

maior tempo de tela e menor frequência de atividade física (HITZE et al, 2009; OLDS et al,

2011; FATIMA et al, 2015).

A orientação dos adolescentes quanto à importância do sono adequado é uma medida

de baixo custo que promoveria a redução de um comportamento que pode estar associado ao

desenvolvimento da obesidade, tendo em vista a sua possível relação com práticas alimentares

não saudáveis. Além disso, outras medidas que se relacionam positivamente à melhor

qualidade do sono e que podem ser incentivadas são a prática de atividade física e a redução

de tempo gasto em atividades sedentárias.

A avaliação da associação entre sono e o consumo alimentar de adolescentes,

independente de outros fatores de risco, é importante, considerando que não há consenso na

literatura dessa associação.

Page 38: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

38

4. OBJETIVOS

• Geral

o Analisar a associação entre sono, considerando a duração do sono e a hora de

dormir, e o consumo alimentar de adolescentes matriculados em escola pública

de Niterói, Rio de Janeiro.

• Específicos

o Descrever a duração do sono e hora de dormir dos adolescentes;

o Descrever o estado nutricional e a maturação sexual dos adolescentes;

o Caracterizar o consumo alimentar dos adolescentes;

o Analisar as associações entre o sono, considerando a duração do sono e a hora

de dormir, e o consumo alimentar.

Page 39: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

39

5. MÉTODOS

5.1. Desenho e população do estudo

O presente trabalho foi desenvolvido como parte integrante do estudo de intervenção

de base escolar PAPPAS (Pais, Alunos e Professores Pela Alimentação Saudável). Sua

primeira edição foi realizada no município de Duque de Caxias, com 559 escolares do quinto

ano do ensino fundamental, de vinte escolas da rede pública, com o objetivo de realizar

atividades de intervenção primária que encorajavam o aumento do consumo de feijão e frutas

e a redução do consumo de bebidas adoçadas e biscoitos, observando sua influência na

redução do ganho de peso excessivo (CUNHA, 2013).

A segunda edição do estudo (PAPPAS 2) foi realizada no município de Niterói em

2014, com alunos do sexto e sétimo ano, com o objetivo de verificar a viabilidade da

combinação de prevenção primária e secundária na redução da prevalência de excesso de peso

em adolescentes. Entre as doze escolas que ofereciam estas turmas em suas grades

curriculares, foram sorteadas a Escola Municipal Honorina de Carvalho como controle e a

Escola Municipal João Brazil como local de intervenção (RODRIGUES, 2016).

No segundo semestre de 2015, foi iniciado um novo estudo, de delineamento

transversal, na Escola Municipal João Brazil, com o objetivo de verificar a viabilidade de

coleta de dados referentes ao consumo alimentar e à pressão arterial, bem como a utilização

de novos instrumentos de coleta, como o Personal Digital Assistant (PDA) para o

questionário e o software ERICA-REC24, para obtenção dos recordatórios de 24 horas.

De um universo de 436 alunos matriculados, foram incluídos 429 adolescentes de 10 a

19 anos que cursavam do quinto ao nono ano. Destes, 42 alunos não apresentaram o termo de

consentimento, sendo coletados os dados de 387 alunos.

Para o presente estudo, foram selecionados apenas os que apresentaram informações

de duração do sono e consumo alimentar. Foram retirados 28 indivíduos que não

apresentavam informações sobre duração do sono. Também foram retirados 21 indivíduos em

que foram verificadas inconsistências nas informações fornecidas, tais como a colocação de

horários que não correspondiam a horas de dormir e acordar coerentes, além de indivíduos

que relatavam duração do sono de 2 horas ou menos, ou maior que 15 horas de sono. Destes,

foram retirados 33 adolescentes que não possuíam informações sobre o consumo alimentar,

bem como de alguma das covariáveis necessárias para a estimativa de consumo usual,

totalizando 295 indivíduos (Figura 1).

Page 40: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

40

Figura 1. Fluxograma de inclusão de participantes no presente estudo.

5.2. Cálculo da amostra

Para a coleta de dados do estudo PAPPAS, o cálculo da amostra foi realizado

considerando uma prevalência de 19,2% de excesso de peso entre adolescentes de Niterói

(NOGUEIRA & SICHIERI, 2009), e nível de significância de 5%. Estimou-se amostra final

de, no mínimo, 239 indivíduos.

De acordo com Pocock (1983):

n= 1,96² x [P (1-P)]

Ɛ²

Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.

n = 1,962 x [0,192 (1-0,192)] / 0,052 = 238,39 239 indivíduos.

Tendo em vista que o estudo não foi planejado inicialmente para o estudo da duração

do sono, foi considerada a prevalência de 76,7% de duração do sono insuficiente, definido

436 indivíduos matriculados

Exclusão

5 alunos com necessidades

especiais

1 aluna gestante

1 aluno menor de 10 anos

429 indivíduos elegíveis

387 indivíduos participantes

295 indivíduos com informação

de sono e consumo alimentar

42 alunos sem consentimento

dos pais

49 alunos sem dados de sono

e 33 alunos sem dados de

consumo alimentar

Page 41: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

41

como menor que oito horas por dia, entre adolescentes de 14 a 19 anos de Santa Catarina

(FELDEN et al, 2017), e nível de significância de 5%. Estimou-se amostra de, no mínimo,

275 indivíduos.

De acordo com Pocock (1983):

n= 1,96² x [P (1-P)]

Ɛ²

Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.

n = 1,962 x [0,767 (1-0,767)] / 0,052 = 274,6 275 indivíduos.

5.3. Coleta de dados

Em julho de 2015, foi realizado o treinamento da equipe de pesquisadores da coleta de

dados, abordando todos os instrumentos e técnicas a serem aplicados na pesquisa de campo.

Dessa forma, padronizaram-se os procedimentos de coleta, garantindo menor variabilidade

inter e intraindividual. A coleta foi realizada de agosto a dezembro de 2015.

O questionário foi aplicado através de PDA (Figura 2), contendo questões sobre dados

sociodemográficos e comportamentos relacionados à saúde, tais como as práticas alimentares,

atividade física, tempo gasto em aparelhos eletrônicos e fatores psicossociais (Anexo 9.1). O

PDA é um computador de mão no qual é possível inserir softwares contendo questionários e

formulários para coleta de dados. Todos os adolescentes foram orientados quanto à sua forma

de utilização e, durante o período em que permaneceram com os aparelhos, havia avaliadores

presentes para responder às dúvidas. Este método de aplicação dos questionários foi utilizado

anteriormente nas duas edições da PeNSE, possuindo como vantagem principal a inexistência

de erros por digitação, tendo em vista que os dados são transferidos diretamente para os

bancos de dados (IBGE, 2010; IBGE, 2013).

Figura 2. Personal Digital Assistant (PDA)

Page 42: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

42

As variáveis utilizadas no presente estudo estão descritas a seguir.

5.4. Variáveis do estudo

5.4.1. Duração do sono

A duração do sono e a hora de dormir habituais foram obtidas através de duas

perguntas presentes no questionário, a saber: “Em geral, a que horas você vai dormir?

(Indique a hora que mais se aproxima do horário em que usualmente você deita para dormir)”

e “Em geral, a que horas você acorda? (Indique a hora que mais se aproxima do horário em

que você acorda)”.

Realizou-se a subtração entre a hora de dormir e a hora de acordar para obter a

duração do sono em horas.

5.4.2. Consumo alimentar

Para compor a avaliação do consumo alimentar, foi realizado o recordatório de 24

horas. Considerado como o método mais utilizado para obtenção de dados dietéticos

quantitativos, o recordatório de 24 horas possui como vantagem o bom nível de resposta dos

indivíduos, mas a aplicação de um único recordatório não permite avaliar a dieta habitual

(RUTISHAUSER, 2005). Para minimizar essa desvantagem, realizou-se a coleta de dois

recordatórios em dias não consecutivos.

O recordatório de 24 horas foi aplicado pelos entrevistadores através do software

ERICA-REC24h (BARUFALDI et al, 2016), utilizado no Estudo de Riscos Cardiovasculares

em Adolescentes (ERICA), um estudo multicêntrico nacional que avaliou cerca de 75 mil

adolescentes (BLOCH et al, 2016).

O ERICA-REC24h foi baseado no Brasil-Nutri, base de dados utilizada pelo Inquérito

Nacional de Alimentação, realizado com uma subamostra da POF 2008-2009 (IBGE, 2011a).

Nesta base, foram registrados inicialmente cerca de 1500 itens alimentares selecionados a

partir dos registros de aquisição de alimentos da POF 2002-2003 e, após a incorporação de

demais itens citados pelos indivíduos entrevistados, totalizou-se a inclusão de 1971 itens,

organizados em 21 grupos de alimentos (IBGE, 2011a; SOUZA et al, 2013).

A primeira etapa a ser preenchida no programa consistia em uma pergunta sobre o

produto mais utilizado pelo adolescente para adoçar bebidas, tendo como opções de resposta:

(1) açúcar, (2) adoçante, (3) açúcar e adoçante e (4) nada. Na segunda etapa, foram

registrados todos os alimentos consumidos, com o horário e o local onde o alimento foi

Page 43: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

43

consumido, com as seguintes opções: (1) em casa, (2) na escola ou (3) na rua. Na terceira

etapa, cada alimento era descrito conforme o modo de preparo e a quantidade consumida,

estimada com o auxílio de imagens das medidas caseiras utilizadas mais frequentemente para

cada tipo de alimento ou preparação. O programa realizava a quarta etapa de revisão, caso se

tivesse registrado que o adolescente permaneceu mais de três horas sem ingerir alimentos, e

também permitia ao entrevistador ratificar se houve ingestão de alimentos frequentemente

omitidos, como balas e chicletes (BARUFALDI et al, 2016).

O cálculo da ingestão de nutrientes foi realizado a partir das Tabelas de Composição

Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, utilizada na POF 2008-2009 (IBGE,

2011b). Para o cálculo de açúcar de adição, a pergunta realizada ao início do preenchimento

do recordatório foi considerada, sendo padronizada a adição de açúcar a 10% para os

indivíduos que relataram usar açúcar, e a 5% para os indivíduos que relataram usar açúcar e

adoçante em bebidas frequentemente adoçadas, tais como café, chás e sucos.

Foram formados grupos de alimentos para avaliação de marcadores de hábitos

alimentares saudáveis e não saudáveis, adaptados dos grupos de alimentos considerados pela

PeNSE (IBGE, 2013). De acordo com os códigos dos itens alimentares registrados na base de

dados, foram definidos oito grupos de alimentos, a saber: frutas, hortaliças, feijão e outras

leguminosas, bolos e biscoitos doces, biscoitos salgados, doces, refrigerantes, e outras bebidas

adoçadas. No total, foram citados 146 itens alimentares classificados nestes grupos de

alimentos (Quadro 4). As quantidades ingeridas de cada grupo de alimentos estão

apresentadas em gramas ou mililitros.

Quadro 4. Alimentos citados nos recordatórios de 24 horas, de acordo com os grupos de

alimentos.

Hortaliças (24)

Alface

Salada ou verdura cozida

Couve

Repolho

Salada ou verdura crua

Couve flor

Brócolis

Agrião

Espinafre

Abóbora

Cenoura

Chuchu

Pepino

Tomate

Beterraba

Nabo

Outros legumes cozidos

Quiabo

Abobrinha

Azeitona

Berinjela

Cebola

Vagem

Pimentão

Page 44: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

44

Refrigerantes (13)

Agua tônica tradicional

Coca Cola® tradicional

Fanta® laranja tradicional

Fanta® uva tradicional

Paraguai® refrigerante light

Paraguai® refrigerante tradicional

Refrigerante de cola diet

Refrigerante de cola light

Refrigerante de cola tradicional

Refrigerante de guaraná tradicional

Refrigerante de limão diet

Refrigerante não especificado

Sprite® refrigerante tradicional

Biscoito salgado (4)

Biscoito de polvilho

Biscoito salgado

Biscoito salgado light

Chips (salgadinhos)

Feijões (3)

Feijão

Feijoada

Ervilha em grão

Frutas (17)

Abacate

Abacaxi

Banana

Fruta não especificada

Goiaba

Jambo

Laranja

Manga

Melancia

Melão

Morango

Pera

Pêssego

Salada de frutas

Tangerina

Uva

Uva passa

Bolos e biscoitos doces (17)

Amidomil®

Bolo de aipim

Bolo de banana

Bolo de chocolate

Bolo de coco

Bolo de laranja

Bolo de milho

Bolo de trigo

Broa

Barra de cereais

Barra de cereais diet

Biscoito doce

Biscoito recheado

Bolo de chocolate diet

Canudinho recheado

Filhós

Waffer (biscoito)

Doces (42)

Achocolatado em pó

Açúcar

Algodão doce

Amendoim achocolatado

Bala

Barra de chocolate

Bombom

Brigadeiro

Caramelo (bala)

Chiclete

Gelatina

Geleia de frutas

Geleia de mocotó

Goiabada

Ioiô creme®

Jujuba

Milk shake

Mousse

Paçoca

Paçoquinha de amendoim

Page 45: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

45

Chocolate

Churro

Cocada

Confete

Cuscuz de tapioca

Danette® pudim

Doce de amendoim

Doce de frutas cristalizadas

Doce de frutas em calda

Doce de leite/doce à base de leite

Geladinho

Pavê

Pé de moleque

Picolé

Pirulito

Pudim de qualquer sabor

Rocambole

Sonho

Sorvete

Sustagem®

Tortas doces

Trufa

Bebidas (26)

Agua de coco

Café

Chá

Guaraná tradicional

Q-refresko®

Q-suco®

Q-suco® diet

Q-suco® light

Refresco de caju

Refresco de limão

Refresco de maracujá

Suco

Suco de acerola

Suco de abacaxi

Suco de abacaxi orgânico

Suco de goiaba

Suco de laranja

Suco de laranja orgânico

Suco de mamão

Suco de manga

Suco de maracujá

Suco de maracujá orgânico

Suco de morango

Suco de melão

Suco orgânico

5.4.3. Maturação sexual

A avaliação do estágio de maturação sexual foi feita por autoclassificação, através de

um questionário incluído no PDA, baseada nos critérios de Marshall e Tanner (1969; 1970),

sendo apenas avaliada a presença dos pelos pubianos. Após uma breve explicação sobre as

fases de desenvolvimento na adolescência, eram exibidas cinco imagens com descrição que

ilustravam cinco diferentes estágios da presença de pelos pubianos. Os adolescentes foram

classificados nos estágios pré-púbere (estágio I), púbere (estágios II, III e IV) e pós-púbere

(estágio V).

5.4.4. Antropometria

Para a realização da avaliação antropométrica, foram feitas as medidas de massa

corporal e estatura, para cálculo do IMC.

Para a aferição da estatura, foi utilizado estadiômetro portátil com escala numérica em

centímetros, com precisão de 1 mm, da marca Alturexata®, sendo instalado em local plano.

Os avaliadores colocaram o indivíduo no estadiômetro, sem sapatos ou meias, encostando os

Page 46: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

46

calcanhares e escápulas no aparelho. Após posicionar o adolescente no plano de Frankfort, a

leitura da estatura foi realizada ao final da expiração. Foram feitas duas medidas da estatura e

se houvesse diferença maior que 0,5 cm, uma nova medida era realizada.

Para a aferição do peso, foi utilizada balança portátil de bioimpedância tetrapolar da

marca Tanita® Ironman BC-558. Foi solicitado ao adolescente retirar os pertences que

estivessem em bolsos, bem como acessórios metálicos. O adolescente foi orientado a segurar

firmemente as alças da balança e, posteriormente, subir na plataforma e permanecer parado

até a leitura completa dos segmentos corporais.

O IMC foi calculado pela divisão do peso pelo quadrado da estatura (peso/estatura²) e

a classificação nutricional foi realizada pelo índice IMC para idade, em escores-z, de acordo

com as curvas de crescimento de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos da OMS (WHO,

2007) (Quadro 5).

Quadro 5. Classificação do estado nutricional de adolescentes (WHO, 2007).

Valores críticos IMC-para-idade

<Escore-z -3 Magreza acentuada

≥ Escore-z -3 e <Escore-z -2 Magreza

≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia

>Escore-z + 1 e≤ Escore-z + 2 Sobrepeso

>Escore-z + 2 Obesidade

5.5. Análise estatística

As variáveis contínuas foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis

categóricas foram apresentadas em percentuais. Foi realizado teste T de Student e ANOVA

para as diferenças de médias, e a correlação de Spearman entre variáveis contínuas.

A estimativa de consumo usual dos nutrientes e grupos de alimentos foi realizada com

a aplicação do método proposto pelo National Cancer Institute (NCI), com os dados de dois

recordatórios de 24 horas. Foram utilizadas as macros MIXTRAN, DISTRIB e INDIVINT,

fornecidas pelo NCI. A estimativa de consumo foi realizada com o método de uma parte

(amount), tanto para os nutrientes quanto para os grupos de alimentos. Foram incluídas as

seguintes covariáveis: idade, sexo, IMC e ingestão de energia usual, também estimada pelo

método NCI.

Após a geração dos dados de consumo usual, foi utilizada a regressão linear múltipla

para verificar associações entre duração de sono em horas, como variável de exposição, e os

Page 47: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

47

macronutrientes e açúcar de adição (expressos em gramas) como desfechos, tendo em vista

que a distribuição destas variáveis é aproximada à curva normal. Para a avaliação dos grupos

de alimentos como desfechos, foi utilizada a regressão gama com link de log, tendo em vista a

distribuição assimétrica dessas variáveis. Também foram realizadas as análises dos nutrientes

e grupos de alimentos considerando a hora de dormir como variável de exposição de interesse.

As variáveis de ajuste utilizadas nos modelos de regressão foram: sexo, idade, IMC,

maturação sexual e ingestão de energia usual. Foram considerados como valores

estatisticamente significativos os que obtiveram nível de significância ≤0,05.

O pacote estatístico SPSS versão 21 foi utilizado para análises descritivas e com

regressão gama e linear, e o programa SAS versão 9.3 foi utilizado na estimativa de consumo

usual pelo método NCI.

5.6. Aspectos éticos

Todos os adolescentes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a

ser assinado pelo responsável (Anexo 9.2). Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, nº do parecer 1.188.890, de 17 de

agosto de 2015 (Anexo 9.3).

Page 48: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

48

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e a discussão estão apresentados em formato de artigo a ser submetido

para publicação na revista Cadernos de Saúde Pública.

Artigo (versão preliminar): Hábitos de sono e consumo alimentar de adolescentes.

Palavras-chave: sono; dieta; adolescente.

INTRODUÇÃO

Estudos populacionais mostram que os adolescentes têm adotado hábitos alimentares

desfavoráveis, com baixo consumo de frutas e hortaliças e ingestão elevada de alimentos de

baixa qualidade nutricional, tais como refrigerantes e doces 1-4. Além disso, observa-se que o

comportamento alimentar se deteriora conforme o adolescente se aproxima da idade adulta 5,6.

Os hábitos de saúde desenvolvidos na adolescência, em especial as práticas alimentares,

geralmente se mantêm ao longo da vida 7.

Entre os fatores associados ao consumo alimentar, a duração do sono tem se

destacado, tendo como provável mecanismo fisiológico a alteração nos hormônios

reguladores do apetite, tais como grelina e leptina 8,9. Sabe-se que, durante a adolescência,

ocorrem alterações fisiológicas que fazem com que o adolescente tenha maior propensão a

dormir mais tarde 10, mas algumas características do estilo de vida, como o uso de tecnologias

11 e as atividades escolares e profissionais 12,13 têm influenciado diretamente nos hábitos de

sono, promovendo redução na duração do sono entre os adolescentes nas últimas décadas 14.

Os estudos em adultos mostram que indivíduos em restrição de sono possuem maior

ingestão energética 15 e maior ingestão de alimentos com densidade energética elevada 16-18.

Entretanto, os estudos realizados com adolescentes trazem alguns resultados discrepantes:

alguns estudos observaram que a curta duração do sono está associada a maior ingestão de

doces e outros alimentos de baixa qualidade nutricional 19-21; enquanto outros estudos

verificaram resultados discordantes 22,23. Estudos recentes têm evidenciado que o hábito de

dormir tarde também pode estar associado a escolhas alimentares desfavoráveis entre os

adolescentes 24,25.

Portanto, o objetivo do presente estudo é verificar a associação entre os hábitos de

sono, sendo consideradas para esta avaliação a duração do sono e a hora de dormir, e o

consumo alimentar em adolescentes.

Page 49: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

49

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal realizado com adolescentes de ambos os sexos, entre

10 e 17 anos, estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental de uma escola municipal

localizada no município de Niterói, Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada de agosto a

dezembro de 2015, por pesquisadores treinados. Foram coletados dados de 387 alunos e para

o presente estudo, foram selecionados os adolescentes que apresentaram informações de

duração do sono e consumo alimentar, totalizando 295 indivíduos.

Estimou-se uma amostra de, no mínimo, 275 indivíduos, considerando-se dados de

prevalência de 76,7% de duração do sono insuficiente, definido como menor que oito horas

por dia, entre adolescentes de 14 a 19 anos do estado de Santa Catarina, Brasil 26, e nível de

significância de 5%.

De acordo com Pocock 27:

n= 1,96² x [P (1-P)]

Ɛ²

Onde, P= % de eventos esperados. O Ɛ é usualmente fixado em 5%.

n = 1,962 x [0,767 (1-0,767)] / 0,052 = 274,6 275 indivíduos.

O questionário autopreenchível foi aplicado utilizando o Personal Digital Assistant

(PDA), contendo questões sobre dados sociodemográficos e comportamentos relacionados à

saúde, tais como as práticas alimentares e atividade física, tempo gasto em aparelhos

eletrônicos e fatores psicossociais. Todos os adolescentes foram orientados quanto à sua

forma de utilização.

A hora de dormir e a duração do sono habituais foram obtidas através de duas

perguntas presentes no questionário, a saber: “Em geral, a que horas você vai dormir?

(Indique a hora que mais se aproxima do horário em que usualmente você deita para dormir)”

e “Em geral, a que horas você acorda? (Indique a hora que mais se aproxima do horário em

que você acorda)”. Realizou-se a subtração entre a hora de dormir e a hora de acordar para

obter a duração do sono em horas.

Para a avaliação do consumo alimentar, foi aplicado o recordatório de 24 horas em

dois dias não consecutivos através do software ERICA-REC24h, utilizado no Estudo de

Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo multicêntrico nacional que

avaliou cerca de 75 mil adolescentes no Brasil 28. O programa foi baseado nos dados do

Inquérito Nacional de Alimentação, que foi realizado, no Brasil, com uma subamostra da

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 29.

Page 50: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

50

A primeira etapa a ser preenchida no programa consistia em uma pergunta sobre o

produto mais utilizado pelo adolescente para adoçar bebidas, tendo como opções de resposta:

(1) açúcar, (2) adoçante, (3) açúcar e adoçante e (4) nada. Na segunda etapa, foram

registrados todos os alimentos consumidos, com o horário e o local onde o alimento foi

consumido, com as seguintes opções: (1) em casa, (2) na escola ou (3) na rua. Na terceira

etapa, cada alimento era descrito conforme o modo de preparo e a quantidade consumida,

estimada com o auxílio de imagens das medidas caseiras utilizadas mais frequentemente para

cada tipo de alimento ou preparação. O programa realizava a quarta etapa de revisão, caso se

tivesse registrado que o adolescente permaneceu mais de três horas sem ingerir alimentos, e

também permitia ao entrevistador ratificar se houve ingestão de alimentos frequentemente

omitidos, como balas e chicletes 30.

O cálculo da ingestão de nutrientes foi realizado a partir das Tabelas de Composição

Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, utilizada na POF 2008-2009 31. Para o

cálculo de açúcar de adição, a pergunta realizada ao início do preenchimento do recordatório

foi considerada, sendo padronizada a adição de açúcar a 10% para os indivíduos que relataram

usar açúcar, e a 5% para os indivíduos que relataram usar açúcar e adoçante em bebidas

frequentemente adoçadas, tais como café, chás e sucos.

Foram formados grupos de alimentos para avaliação de marcadores de hábitos

alimentares saudáveis e não saudáveis, adaptados dos grupos de alimentos considerados pela

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 3, sendo definidos oito grupos de alimentos,

a saber: frutas; hortaliças; feijão e outras leguminosas; bolos e biscoitos doces; biscoitos

salgados; doces; refrigerantes; e bebidas. No total, foram citados 146 itens alimentares

classificados nestes grupos de alimentos. As quantidades ingeridas de cada grupo de

alimentos estão apresentadas em gramas ou mililitros.

Para a realização da avaliação antropométrica, foram feitas as medidas de massa

corporal e estatura, para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), e a classificação

nutricional foi realizada pelo índice IMC para idade, em escores-z, de acordo com as curvas

de crescimento de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos da Organização Mundial da Saúde

32. Para a aferição da estatura, foi utilizado estadiômetro portátil com escala numérica em

centímetros, com precisão de 1 mm, da marca Alturexata®, sendo instalado em local plano.

Os avaliadores colocaram o indivíduo no estadiômetro, sem sapatos ou meias, encostando os

calcanhares e escápulas no aparelho. Após posicionar o adolescente no plano de Frankfort, a

leitura da estatura foi realizada ao final da expiração. Foram feitas duas medidas da estatura e

Page 51: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

51

se houvesse diferença maior que 0,5 cm, uma nova medida era realizada. Para aferição do

peso, foi utilizada balança portátil de bioimpedância tetrapolar da marca Tanita® Ironman

BC-558. Foi solicitado ao adolescente que retirasse os pertences que estivessem em bolsos,

bem como acessórios metálicos.

A avaliação do estágio de maturação sexual foi feita através de autoclassificação, por

um questionário incluído no PDA, baseado nos critérios de Marshall e Tanner 33,34, no qual

eram exibidas cinco imagens com descrição que ilustravam cinco diferentes estágios da

presença de pelos pubianos. Os adolescentes foram classificados nos estágios pré-púbere

(estágio I), púbere (estágios II, III e IV) e pós-púbere (estágio V).

Todos os adolescentes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que

foi assinado pelo responsável. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Análise estatística

As variáveis contínuas foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis

categóricas foram apresentadas em percentuais. Foi realizado teste T de Student e ANOVA

para as diferenças de médias, e a correlação de Spearman entre variáveis contínuas.

A estimativa de consumo usual dos nutrientes e grupos de alimentos foi realizada com

a aplicação do método proposto pelo National Cancer Institute (NCI), com os dados de dois

recordatórios de 24 horas. Foram utilizadas as macros MIXTRAN, DISTRIB e INDIVINT,

fornecidas pelo NCI. A estimativa de consumo foi realizada com o método de uma parte

(amount), tanto para os nutrientes quanto para os grupos de alimentos. Foram incluídas as

seguintes covariáveis: idade, sexo, IMC e ingestão de energia usual, também estimada pelo

método NCI.

Após a geração dos dados de consumo usual, foi utilizada a regressão linear múltipla

para verificar associações entre duração de sono em horas, como variável de exposição, e os

macronutrientes e açúcar de adição (expressos em gramas) como desfechos, tendo em vista

que a distribuição destas variáveis é aproximada à curva normal. Para a avaliação dos grupos

de alimentos como desfechos (expressos em gramas), foi utilizada a regressão gama com link

de log, devido à distribuição assimétrica dessas variáveis. Também foram realizadas as

análises dos nutrientes e grupos de alimentos considerando a hora de dormir como variável de

exposição de interesse. As variáveis de ajuste utilizadas em todos os modelos de regressão

foram: sexo, idade, IMC, maturação sexual e ingestão de energia usual. Foram considerados

como valores estatisticamente significativos os que obtiveram nível de significância ≤0,05.

Page 52: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

52

O pacote estatístico SPSS v. 21 foi utilizado para análises com regressão gama com

link de log e regressão linear múltipla, e o programa SAS versão 9.3 foi utilizado na

estimativa de consumo usual pelo método NCI.

RESULTADOS

Foram incluídos 295 adolescentes, sendo 147 do sexo masculino (49,8%) e média de

idade de 12,8 anos. Observou-se que 31,2% dos adolescentes apresentaram sobrepeso ou

obesidade e 81,4% estão na fase púbere ou pós-púbere (Tabela 1).

A duração média do sono foi de 8,3 horas e a média de hora de dormir foi em torno de

22h30. No presente estudo, 66,1% dos adolescentes relataram acordar às 6h, mas 42,8%

relataram dormir às 23h ou mais tarde (dados não apresentados em tabela).

Verificou-se alta ingestão usual de açúcar de adição (112,4 g) entre os adolescentes,

representando um terço da ingestão de carboidratos, além de elevada ingestão diária usual de

refrigerantes, bebidas e doces. Dentre os marcadores de alimentação saudável, verificou-se

baixa ingestão de frutas e hortaliças, mas com uma ingestão usual elevada de feijão (Tabela

1).

Conforme verificado na Tabela 1, a duração do sono apresentou maior correlação com

a idade em direção negativa (r= -0,33; <0,001), baixa correlação negativa com o IMC (r= -

0,141; p= 0,015) e diferença estatisticamente significativa na duração média de sono entre os

estágios de maturação sexual, em que os adolescentes na fase pós-púbere apresentaram a

média mais baixa (7,5 h).

As correlações entre duração do sono e ingestão de carboidratos (r= 0,128; p= 0,028),

lipídios (r= 0,141; p= 0,015) e açúcar de adição (r= 0,152; p= 0,009) foram estatisticamente

significativas, e a ingestão de proteínas apresentou nível de significância borderline (r= 0,104;

p= 0,075). Em relação aos grupos de alimentos, as correlações foram estatisticamente

significativas (exceto para feijão), positivas e baixas, porém mais elevadas do que as

observadas nos nutrientes, sendo as correlações mais baixas encontradas nas bebidas (r=

0,126; p= 0,031) e biscoitos salgados (r= 0,159; p= 0,006) e mais elevadas nas hortaliças (r=

0,222; p<0,001) e frutas (r= 0,249; p<0,001) (Tabela 1).

A hora de dormir apresentou baixa correlação negativa com carboidratos, proteínas e

lipídios, com valores de r= -0,11, aproximadamente, além de correlação com nível de

significância borderline com o açúcar de adição (r= -0,105; p= 0,071). Os grupos de

alimentos também apresentaram baixa correlação negativa estatisticamente significativa

Page 53: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

53

(exceto para refrigerantes, bolos e biscoitos doces, e doces), com valores de correlação

variando de r= -0,114; p= 0,051 (biscoitos salgados) a r= -0,188; p= 0,001 (frutas).

Nas regressões múltiplas, cujos desfechos eram os nutrientes, observou-se associação

inversa estatisticamente significativa entre duração do sono e consumo de todos os

macronutrientes, que é maior entre as meninas e se eleva conforme aumentam IMC e idade, e

diminui nos adolescentes em estágio púbere e pós-púbere (Tabela 2). Em relação ao açúcar de

adição, a duração do sono apresentou tendência à associação inversa com nível de

significância borderline (β= -0,63; p= 0,061), e a associação foi estatisticamente significativa

e inversa com o IMC, tanto nas regressões bruta e ajustada com o açúcar de adição (Tabela 2).

Nas regressões ajustadas dos grupos de alimentos, os adolescentes com maior duração

do sono apresentaram maior consumo de frutas (Exp β= 1,03; p= 0,035) e hortaliças (Exp β=

1,01; p= 0,036). As frutas são mais consumidas entre os adolescentes mais jovens e com

estágio de maturação pós-púbere; e as hortaliças são mais consumidas entre as meninas, os

mais jovens e com IMC mais elevado. Também se verificou tendência à associação direta,

com nível de significância borderline, entre duração do sono e consumo de feijões (Exp β=

1,01; p= 0,060) e biscoitos salgados (Exp β= 1,01; p= 0,078) (Tabela 3).

Não foi observada associação estatisticamente significativa entre hora de dormir e os

nutrientes (Tabela 4). Entretanto, com os grupos de alimentos, foi verificada associação

inversa estatisticamente significativa entre hora de dormir e o consumo de frutas (Exp β=

0,95; p<0,001) e hortaliças (Exp β= 0,98; p= 0,017), considerando as mesmas variáveis de

ajuste das análises realizadas com a duração do sono (Tabela 5).

Page 54: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

54

Tabela 1. Caracterização e distribuição de dados comportamentais, antropométricos e dietéticos de

adolescentes.

Características

Total (n=295) Duração do sono (h) Hora de dormir (h)

Média (DP) rc Valor de

p

rc Valor

de p

Idade (anos) 12,8±1,7 -0,333 <0,001 0,055 0,343

Duração de sono

(horas/noite)

8,3±2,1 - - -0,612 <0,001

Hora de dormir (horas) 22h31 ± 1h30 -0,612 <0,001 - -

Índice de Massa Corporal

(kg/m²)

20,1±4,5 -0,141 0,015 0,024 0,677

Macronutrientes (g/dia)

Carboidratos

Proteínas

Lipídios

Açúcar de adição

344,7±128,3

92,9±30,3

79,5±30,6

112,4±51,4

0,128

0,104

0,141

0,152

0,028

0,075

0,015

0,009

-0,114

-0,114

-0,113

-0,105

0,050

0,051

0,052

0,071

Grupos de alimentos (g/dia)

Refrigerantes

Bebidas adoçadas

Bolos e biscoitos

doces

Doces

Biscoitos salgados

Feijão

Hortaliças

Frutas

290,3±71,4

381,2±125,9

60,8±27,7

65,6±53,3

58,2±34,7

266,6±68,6

24,4±6,8

43,4±23,8

0,165

0,126

0,169

0,166

0,159

0,087

0,222

0,249

0,004

0,031

0,004

0,005

0,006

0,137

<0,001

<0,001

-0,085

-0,125

-0,094

-0,095

-0,114

-0,131

-0,161

-0,188

0,144

0,032

0,109

0,105

0,051

0,024

0,006

0,001

Sexo

Masculino

Feminino

147 (49,8)

148 (50,2)

8,3 ± 1,9

8,3 ± 2,3

0,735

22h38 ± 1h36

22h25 ± 1h23

0,209

Estado nutricional*

Magrezaa

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

9 (3,1)

194 (65,8)

53 (18,0)

39 (13,2)

7,1 ± 1,9

8,4 ± 2,0

8,2 ± 2,2

8,3 ± 2,4

0,327

22h53 ± 1h54

22h30 ± 1h28

22h31 ± 1h35

22h38 ± 1h34

0,848

Maturação sexualb **

Pré-púbere

Púbere

Pós-púbere

54 (18,7)

201 (69,6)

34 (11,8)

7,8 ± 2,5

8,5 ± 2,0

7,5 ± 1,6

0,006

22h50 ± 1h49

22h26 ± 1h26

22h40 ± 1h31

0,209

aMagreza acentuada n=1 bn=289 cCoeficiente de correlação

*Classificado de acordo com WHO, 2007

**Classificado de acordo com Marshall & Tanner (1969;1970)

Page 55: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

55

Tabela 2. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e nutrientes, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Carboidratos Proteínas Lipídios Açúcar de adição

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

β Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

43,54

0,003

-31,23

<0,001

13,52

<0,001

-3,46

<0,001

6,24

0,080

-11,31

<0,001

1,66

0,782

-28,91

<0,001

Idade -3,11 0,492 4,51 <0,001 0,33 0,757 1,54 <0,001 -1,38 0,202 0,51 0,020 -3,31 0,067 0,51 0,020

Duração do sono 6,66 0,060 -1,38 0,027 1,31 0,116 -0,27 0,039 1,68 0,046 -0,33 0,048 3,03 0,033 -0,63 0,061

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

29,79

2,30

0,129

0,934

-8,05

-14,78

0,017

0,003

7,74

3,03

0,095

0,647

-1,65

-2,94

0,018

0,004

5,76

-2,76

0,219

0,680

-1,96

-3,74

0,029

0,005

7,08

-10,31

0,368

0,358

-3,51

-6,95

0,051

0,009

IMC -3,43 0,038 1,60 <0,001 -0,18 0,656 1,04 <0,001 -0,71 0,073 0,49 <0,001 -2,24 0,001 -0,48 0,002

Energia 0,27 <0,001 0,29 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,11 <0,001 0,12 <0,001 a Regressão linear múltipla

Page 56: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

56

Tabela 3. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Refrigerantes Bebidas Bolos e biscoitos doces Doces

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

Exp β Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

0,99

0,852

0,88

<0,001

1,10

0,008

0,92

<0,001

1,08

0,131

0,81

<0,001

0,75

<0,001

0,46

<0,001

Idade 0,95 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,197 0,99 0,013 0,95 0,001 0,99 0,054 0,92 <0,001 0,97 <0,001

Duração do sono 1,02 0,010 0,99 0,341 1,02 0,078 0,99 0,456 1,03 0,010 1,00 0,933 1,05 0,012 1,00 0,917

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

1,03

0,94

0,443

0,258

0,99

0,98

0,707

0,470

1,07

0,98

0,134

0,800

1,00

0,99

0,979

0,794

1,08

0,95

0,223

0,609

1,02

1,02

0,354

0,490

0,96

0,60

0,674

0,001

0,98

0,96

0,210

0,035

IMC 0,98 <0,001 0,99 <0,001 1,00 0,916 1,01 <0,001 0,97 <0,001 0,98 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001

Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log

Tabela 3. Coeficientes de regressãoa para associação entre duração do sono e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes

(Continuação).

Biscoito salgado Feijão Frutas Hortaliças

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

Exp β Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

0,76

<0,001

0,51

<0,001

1,25

<0,001

1,11

<0,001

1,12

0,023

0,99

0,815

0,87

<0,001

0,80

<0,001

Idade 0,98 0,244 1,03 <0,001 1,03 0,003 1,03 <0,001 0,93 <0,001 0,95 0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001

Duração do sono 1,04 0,020 1,01 0,078 1,01 0,208 1,01 0,060 1,05 <0,001 1,03 0,035 1,03 <0,001 1,01 0,036

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

1,00

0,71

0,975

0,005

1,04

1,00

0,201

0,992

1,09

1,10

0,021

0,086

0,99

0,97

0,533

0,320

1,16

1,18

0,020

0,067

1,07

1,19

0,297

0,049

1,01

0,88

0,885

0,022

1,02

1,03

0,453

0,509

IMC 0,98 0,001 0,98 <0,001 1,00 0,948 1,01 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,160 1,00 0,275 1,01 <0,001

Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log

Page 57: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

57

Tabela 4. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e nutrientes, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Carboidratos Proteínas Lipídios Açúcar de adição

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

β Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

43,54

0,003

-31,28

<0,001

13,52

<0,001

-3,47

<0,001

6,24

0,080

-11,32

<0,001

1,66

0,782

-28,93

<0,001

Idade -3,11 0,492 4,94 <0,001 0,33 0,757 1,63 <0,001 -1,38 0,202 0,61 0,004 -3,31 0,067 1,22 0,004

Hora de dormir -12,26 0,013 1,22 0,141 -2,91 0,013 0,21 0,218 -2,84 0,016 0,32 0,153 -4,53 0,023 0,66 0,134

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

29,79

2,30

0,129

0,934

-8,44

-14,40

0,013

0,004

7,74

3,03

0,095

0,647

-1,73

-2,87

0,014

0,005

5,76

-2,76

0,219

0,680

-2,05

-3,65

0,023

0,006

7,08

-10,31

0,368

0,358

-3,66

-6,77

0,042

0,011

IMC -3,43 0,038 1,63 <0,001 -0,18 0,656 1,04 <0,001 -0,71 0,073 0,49 <0,001 -2,24 0,001 -0,46 0,003

Energia 0,27 <0,001 0,29 <0,001 0,06 <0,001 0,07 <0,001 0,06 <0,001 0,70 <0,001 0,11 <0,001 0,12 <0,001 a Regressão linear múltipla

Page 58: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

58

Tabela 5. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes.

Refrigerantes Bebidas Bolos e biscoitos doces Doces

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

Exp β Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

0,99

0,852

0,89

<0,001

1,10

0,008

0,92

<0,001

1,08

0,131

0,81

<0,001

0,75

<0,001

0,46

<0,001

Idade 0,95 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,197 0,99 0,018 0,95 0,001 0,99 0,046 0,92 <0,001 0,97 <0,001

Hora de dormir 0,98 0,086 1,00 0,408 0,97 0,014 0,99 0,856 0,97 0,049 1,01 0,190 0,94 0,013 1,00 0,652

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

1,03

0,94

0,443

0,258

0,99

0,98

0,678

0,494

1,07

0,98

0,134

0,800

1,00

0,99

0,956

0,809

1,08

0,95

0,223

0,609

1,02

1,02

0,306

0,478

0,96

0,60

0,674

0,001

0,98

0,96

0,192

0,035

IMC 0,98 <0,001 0,99 <0,001 1,00 0,916 1,01 <0,001 0,97 <0,001 0,98 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001

Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log

Tabela 5. Coeficientes de regressãoa para associação entre hora de dormir e grupos de alimentos, ajustado por variáveis biológicas e antropométricas em adolescentes

(continuação).

Biscoito salgado Feijão Frutas Hortaliças

Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado Modelo Bruto Modelo Ajustado

Exp β Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor de

p Exp β

Valor

de p Exp β

Valor

de p

Sexo

Feminino (ref.)

Masculino

0,76

<0,001

0,51

<0,001

1,25

<0,001

1,11

<0,001

1,12

0,023

0,99

0,802

0,87

<0,001

0,80

<0,001

Idade 0,98 0,244 1,03 <0,001 1,03 0,003 1,03 <0,001 0,93 <0,001 0,94 <0,001 0,96 <0,001 0,97 <0,001

Hora de dormir 0,95 0,019 0,99 0,405 0,98 0,014 1,00 0,423 0,93 <0,001 0,95 <0,001 0,97 0,002 0,98 0,017

Maturação sexual

Pré-púbere (ref.)

Púbere

Pós-púbere

1,00

0,71

0,975

0,005

1,04

1,00

0,163

0,961

1,09

1,10

0,021

0,086

0,99

0,97

0,608

0,268

1,16

1,18

0,020

0,067

1,07

1,18

0,330

0,057

1,01

0,88

0,885

0,022

1,02

1,03

0,434

0,582

IMC 0,98 0,001 0,98 <0,001 1,00 0,948 1,01 <0,001 0,98 <0,001 0,99 0,122 1,00 0,275 1,01 <0,001

Energia 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 1,00 <0,001 a Regressão gama com link de log

Page 59: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

59

DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo mostram que os adolescentes com menor duração do sono

tendem a apresentar maior consumo dos macronutrientes e menor ingestão de frutas e

hortaliças, sendo esta associação também encontrada entre os adolescentes que dormem tarde.

A duração média de sono observada neste estudo (8,3 horas) é similar à encontrada em

outros estudos: na França, os adolescentes têm duração média de sono de 8h40 35; nos Estados

Unidos, a duração média de sono aos 13 anos é 8,5 horas e declina para 7,3 horas aos 18 anos

36. Em um estudo de coorte no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, a média de duração

de sono relatada por adolescentes aos 18 anos foi de 8,4 horas 37, e em uma pesquisa realizada

com adolescentes de Maravilha, Santa Catarina, verificou-se que a duração média do sono nos

dias com aulas foi de 7,9 horas 38.

Nas últimas décadas, observou-se decréscimo importante na duração do sono entre os

adolescentes 14. Este comportamento traz consequências negativas à saúde, tais como maior

risco de depressão e de acidentes 39, além de estar associado a maior risco de obesidade 40.

Alguns fatores ambientais contribuem para a redução da duração do sono, tais como a maior

disponibilidade de tecnologias 11,41, o uso de produtos ricos em cafeína 42, o cumprimento de

jornada de trabalho 12,43 e o turno escolar 13.

Observou-se que a ingestão dos macronutrientes entre os adolescentes no presente

estudo foi mais elevada do que a média nacional, verificada pelo Inquérito Nacional de

Alimentação 44. O estudo ERICA verificou elevada contribuição energética de açúcar livre

(compreendendo o açúcar de adição e o açúcar contido em sucos de frutas naturais) na dieta

dos adolescentes, sendo maior que 20% do valor energético total (VET) ingerido 45. Tendo em

vista que a ingestão média de açúcar de adição em nosso estudo promove uma ingestão

energética média de 450 kcal, pode-se inferir que sua contribuição ultrapassa os 10% do VET

recomendados 46.

Dentre os dez alimentos mais citados pelos adolescentes brasileiros, estão os

refrigerantes, sucos e doces e sobremesas 45. Na PeNSE, verificou-se um consumo frequente

de feijão por 60,7% dos adolescentes brasileiros, também encontrado em nosso estudo; o

consumo frequente de doces foi relatado por 41,6% dos adolescentes e de alimentos

ultraprocessados salgados, por 31,3% 3. A média de ingestão de refrigerantes também se

mostrou mais elevada do que a encontrada em estudo realizado no município de Piracicaba,

estado de São Paulo (290,3 ml vs 226,3 ml) 47.

Page 60: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

60

Verificou-se neste estudo que a menor duração do sono se associa a maior ingestão de

todos os macronutrientes. Os resultados de estudos anteriores são discrepantes: Weiss et al 20

identificaram maior ingestão de energia e de lipídios, e menor ingestão de carboidratos em

adolescentes com oito horas ou menos de sono. Em adolescentes da Arábia Saudita, observou-

se maior ingestão de carboidratos e menor de lipídios nas meninas com duração de sono

menor que cinco horas 48. Em crianças de 9 a 11 anos, também foi verificado maior percentual

do valor energético total proveniente de carboidratos e menor de lipídios nos indivíduos com

maior duração do sono, e também foi observada associação inversa com nível de significância

borderline entre duração do sono e consumo de açúcar total 49, resultado semelhante ao

verificado no presente estudo, no qual foi avaliada a ingestão de açúcar de adição. No entanto,

He et al 23 não observaram diferenças significativas entre ingestão de energia e de

macronutrientes com a duração habitual do sono, medida por actigrafia.

Os resultados obtidos no nosso estudo mostraram que os adolescentes com menor

duração média de sono apresentaram menor consumo de frutas e hortaliças, reforçando a

hipótese de que a curta duração do sono esteja associada a escolhas alimentares desfavoráveis.

O HELENA Study, estudo multicêntrico realizado com adolescentes na Europa, mostrou que

os indivíduos com duração de sono maior que oito horas apresentavam maior ingestão de

frutas, vegetais, peixes e leite desnatado 50. Em adolescentes italianos, observou-se associação

negativa entre duração do sono e ingestão de doces e snacks, e associação positiva com a

ingestão de porções de frutas e hortaliças 51. Franckle et al 52, ao considerar a frequência de

alguns alimentos ingeridos no dia anterior à entrevista, verificaram associação entre duração

do sono menor que 10 horas com menor ingestão de sucos naturais e maior ingestão de

refrigerantes. Entretanto, Al-Hazzaa et al 22 observaram em estudo multicêntrico realizado em

três escolas da Arábia Saudita que adolescentes com oito ou mais horas de sono apresentaram

maior consumo de doces, bolos, batatas fritas e bebidas açucaradas, contrariando as

tendências observadas neste estudo e nos demais trabalhos.

Verificou-se que os adolescentes que apresentaram maior duração do sono também

apresentaram tendência a maior consumo de biscoitos salgados, um resultado não esperado,

por ser considerado um marcador de consumo alimentar negativo. No entanto, 80% das

citações neste grupo de alimentos foram referentes ao consumo de biscoito salgado, com as

demais citações correspondentes a biscoito de polvilho e salgadinhos do tipo chips.

Pressupõe-se que a frequência elevada de consumo de biscoito salgado é devido à

disponibilidade ou oferta no ambiente escolar 53.

Page 61: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

61

Em nosso estudo, verificou-se média de hora de dormir de 22h30. Mesmo que a hora

de dormir tenha apresentado pequena variabilidade, o hábito de dormir tarde se associou ao

menor consumo de frutas e hortaliças. Golley et al 24 também observaram que em crianças e

adolescentes australianos que referiam dormir mais tarde, houve menor consumo de frutas e

hortaliças e, além disso, maior consumo de doces, fast food e refrigerantes. Harrex et al 54

observaram que crianças que dormem tarde apresentam menor consumo de porções de frutas

e hortaliças, maior consumo de bebidas adoçadas e menor pontuação em escore de padrão

alimentar saudável. Adolescentes americanos que dormem mais tarde apresentaram maior

consumo de bebidas adoçadas, bebidas cafeinadas e alimentos de baixa qualidade nutricional,

e o consumo desses alimentos é maior elevado no período noturno 25. A avaliação do

cronotipo, que diz respeito ao ritmo circadiano individual, também encontrou associação

positiva entre o ponto médio do sono com a ingestão de fast food e bebidas cafeinadas e

associação inversa com o consumo de laticínios 55.

A redução da duração do sono parece estar relacionada ao comportamento alimentar

através de alterações na regulação dos hormônios grelina e leptina, relacionados ao aumento e

diminuição do apetite, respectivamente 56,57. Possivelmente, as alterações nesse mecanismo

também se associam ao estímulo à produção de hipocretina, que atua simultaneamente na

regulação do sono e no apetite, através do sistema de recompensa natural associado ao

comportamento alimentar, promovendo a busca por alimentos que possam trazer sensação de

prazer 57. Estudos experimentais realizados em adultos mostram maior consumo de snacks nos

indivíduos em restrição de sono 16,17 e também já existem evidências de que a privação do

sono tem influência no apetite, ao verificar através de escalas visuais analógicas que os

alimentos doces são mais atraentes para adolescentes submetidos à restrição de sono 58,59.

O atraso no ciclo circadiano é uma alteração fisiológica própria da adolescência,

levando à propensão a dormir mais tarde 10, mas como o horário de acordar é frequentemente

regulado pelas atividades escolares 60, pode-se considerar que o hábito de dormir tarde

estabelece sua associação com o consumo alimentar por sua influência direta na duração do

sono. No entanto, estudos realizados com adolescentes mostram que a hora de dormir pode

estar associada ao consumo alimentar, independentemente da duração do sono 24,25.

O presente estudo apresenta como vantagem a utilização de dados de consumo

alimentar, apresentados tanto em macronutrientes quanto em grupos de alimentos, em

associação com os hábitos de sono dos adolescentes, avaliados através da duração de sono e

hora de dormir habituais. Entretanto, alguns aspectos devem ser considerados. Ao estimar a

Page 62: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

62

informação de duração do sono referida, podem haver discordâncias entre a hora de se deitar e

a hora de dormir. Dentre os estudos já realizados, apenas três utilizaram a actigrafia como

método de obtenção da duração do sono ou da hora de dormir 20,23,54, e um destes também

utilizou polissonografia 23. Alguns estudos foram realizados para verificar se os métodos

objetivo e subjetivo poderiam ser comparados. Em americanos de origem latina, obteve-se

correlação moderada entre a informação coletada por questionário e actigrafia, que era menor

em indivíduos mais jovens e do sexo masculino 61. Em adolescentes brasileiros, a comparação

entre o uso do questionário e do actígrafo obteve uma diferença significativa de uma hora, que

é mais acentuada entre os meninos, chegando a uma diferença média de duas horas entre os

métodos 62.

A obtenção do consumo alimentar dos adolescentes a partir de dois recordatórios de

24 horas possibilitou a aplicação do método NCI, que permite obter uma estimativa do

consumo usual. Sua aplicação com o uso de dois recordatórios de 24 horas demonstrou ter

resultados comparáveis aos obtidos na estimativa usual a partir da média de vinte

recordatórios de 24 horas 63. Deve-se observar, no entanto, que o método NCI se baseia na

premissa de que não há viés de informação na obtenção do recordatório de 24 horas 64. O

método utilizado nesse estudo visava à redução desse viés, a partir da aplicação dos

recordatórios de 24 horas por pesquisadores treinados, a partir de software próprio, que segue

o multiple pass method 65.

Verificou-se no presente estudo que os adolescentes com redução da duração do sono

apresentaram maior ingestão dos macronutrientes e menor consumo de frutas e hortaliças,

também ocorrendo associação inversa entre o consumo destes grupos de alimentos e a hora de

dormir. Estes resultados indicam que a curta duração do sono e o hábito de dormir tarde

podem estar associados a escolhas alimentares menos saudáveis entre os adolescentes.

Page 63: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Song Y, Park M, Paik H, Joung H. Secular trends in dietary patterns and obesity-related

risk factors in Korean adolescents aged 10–19 years. Int J Obes (Lond). 2010 Jan;34(1):48-56.

2. Diethelm K, Jankovic N, Moreno L, et al. Food intake of European adolescents in the light

of different food-based dietary guidelines: results of the HELENA (Healthy Lifestyle in

Europe by Nutrition in Adolescence) Study. Public Health Nutr. 2012 Mar;15(3):386-98.

3. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística; 2016 [cited 2018 Feb 11]. 131 p. Available from:

<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf>.

4. Larson N, Story M, Eisenberg M, Neumark-Sztainer D. Secular trends in meal and snacks

patterns among adolescents from 1999 to 2010. J Acad Nutr Diet. 2016 Feb;116(2):240-50.

5. Lien N, Lytle L, Klepp K. Stability in consumption of fruit, vegetables, and sugary food in

a cohort from age 14 to age 21. Prev Med. 2001 Sep;33(3):217-26.

6. Larson N, Neumark-Sztainer D, Hannan P, Story M. Trends in adolescent fruit and

vegetable consumption, 1999–2004. Am J Prev Med. 2007 Feb;32(2):147-50.

7. Actividades a favor de la salud de los adolescentes: Hacia un programa común.

Recomendaciones de un Grupo de Estudio conjunto [Internet]. Geneva: Organización

Mundial de la Salud; 1997. [cited 2015 Out 04]. 13 p. Available from:

<http://www.who.int/maternal_child_adolescent/documents/frh_adh_97_9/es/>.

8. Taheri S, Lin L, Austin D, Young T, Mignot E. Short sleep duration is associated with

reduced leptin, elevated ghrelin, and increased body mass index. PloS Med. 2004

Dec;1(3):210-7.

9. Spiegel K, Leprout R, L’Hermite-Balériaux M, Copinschi G, Penev P, Van Cauter E.

Leptin levels are dependent on sleep duration: relationships with sympathovagal balance,

carbohydrate regulation, cortisol, and thyrotropin. J Clin Endocrinol Metab. 2004

Nov;89(11):5762-71.

10. Crowley S, Acebo C, Carskadon M. Sleep, circadian rhythms, and delayed phase in

adolescence. Sleep Med. Sep 2007;8(6):602-12.

11. Hale L, Guan S. Screen time and sleep among school-aged children and adolescents: a

systematic literature review. Sleep Med Rev. 2015 Jun;21:50-8.

Page 64: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

64

12. Pereira E, Bernardo M, D’Almeida V, Louzada F. Sono, trabalho e estudo: duração do

sono em estudantes trabalhadores e não trabalhadores. Cad Saude Publica. 2011

May;27(5):975-84.

13. Carissimi A, Dresch F, Martins A, et al. The influence of school time on sleep paterns of

children and adolescents. Sleep Med. 2016 Mar;19:33-9.

14. Matricciani L, Olds T, Petkov J. In search of lost sleep: Secular trends in the sleep time of

school-aged children and adolescents. Sleep Med Rev. 2012 Jun;16(3):203-11.

15. Brondel L, Romer M, Noughes P, Touyarou P, Davenne D. Acute partial sleep

deprivation increases food intake in healthy men. Am J Clin Nutr. 2010 Jun;91(6):1550-9.

16. Nedeltcheva A, Kilkus J, Imperial J, Kasza K, Schoeller D, Penev P. Sleep curtailment is

accompanied by increased intake of calories from snacks. Am J Clin Nutr. 2009

Jan;89(1):126-33.

17. Heath G, Roach G, Dorrian J, Ferguson S, Darwent D, Sargent C. The effect of sleep

restriction on snacking behavior during a week of simulated shiftwork. Accid Anal Prev. 2012

Mar;45(Suppl):62-7.

18. Broussard J, Kilkus J, Delebecque F, et al. Elevated ghrelin predicts food intake during

experimental sleep restriction. Obesity (Silver Spring). 2016 Jan;24(1):132-8.

19. Westerlund L, Ray C, Roos E. Associations between sleeping habits and food

consumption patterns among 10-11-year-old children in Finland. Br J Nutr. 2009

Nov;102(10):1531-7.

20. Weiss A, Xu F, Storfer-Isser A, Thomas A, Ievers-Landis C, Redline, S. The association

of sleep duration with adolescents’ fat and carbohydrate consumption. Sleep. 2010

Sep;33(9):1201-9.

21. Stea T, Knutsen T, Torsveit M. Association between short time in bed, health-risk

behaviors and poor academic achievement among Norwegian adolescents. Sleep Med. 2014

Jun;15(6):666-71.

22. Al-Hazzaa H, Musaiger A, Abahussain N, Al-Sobayer H, Qahwaji D. Lifestyle correlates

of self-reported sleep duration among Saudi adolescents: a multicentre school-based cross-

sectional study. Child Care Health Dev. 2014 Jul;40(4):533-42.

Page 65: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

65

23. He F, Bixler E, Berg A, et al. Habitual sleep variability, not sleep duration, is associated

with caloric intake in adolescents. Sleep Med. 2015 Jul;16(7):856-61.

24. Golley R, Maher C, Matricciani L, Olds T. Sleep duration or bedtime? Exploring the

association between sleep timing behavior, diet and BMI in children and adolescents. Int J

Obes (Lond). 2013 Apr;37(4):546-51.

25. Thellman K, Dmitrieva J, Miller A, Harsh J, LeBourgeois. Sleep timing is associated with

self-reported dietary patterns in 9- to 15-year-olds. Sleep Health. 2017 Aug;3(4):269-75.

26. Felden E, Barbosa D, Ferrari Junior G, Santos M, Pelegrini A, Silva D. Factors associated

with sleep duration in Brazilian high school students. Chronobiol Int. 2017 May

24;34(6):773-81.

27. Pocock S. Clinical trials: a practical approach. New York: Wiley; 1983.

28. Bloch K, Cardoso M, Sichieri R. Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes

(ERICA): resultados e potencialidades. Rev Saude Publica. 2016;50(suppl 1):1s-3s.

29. Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar

pessoal no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;

2011 [cited 2017 Aug 13]. 150 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50063.pdf>.

30. Barufaldi L, Abreu G, Veiga G, et al. Programa para registro de recordatório alimentar de

24 horas: aplicação no Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes. Rev Bras

Epidemiol. 2016 Abr-Jun;19(2):464-8.

31. Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares 2008-2009: Tabelas de Composição

Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística; 2011 [cited 2017 Aug 13]. 351 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf>.

32. World Health Organization (WHO) [Internet]. Growth reference 5 – 19 years. [cited 2017

Mar 03]. Available from: <http://www.who.int/growthref/who2007_bmi_for_age/en/>

33. Marshall W, Tanner J. Variations in the pattern of pubertal changes in girls. Arch Dis

Child. 1969 Jun;44(235):291-303.

34. Marshall W, Tanner J. Variations in the pattern of pubertal changes in boys. Arch Dis

Child. 1970 Feb;45(239):13-23.

Page 66: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

66

35. Leger D, Beck F, Richard J-B, Godeau E. Total sleep time severely drops during

adolescence. PLoS One. 2012;7(10):[6 p.].

36. Maslowsky J, Ozer E. Developmental trends in sleep duration in adolescence and young

adulthood: Evidence from a national US sample. J Adolesc Health. 2014 Jun;54(6):691-7.

37. Schäfer A, Domingues M, Dahly D, et al. Correlates of self-reported weekday sleep

duration in adolescents: the 18-year follow-up of the 1993 Pelotas (Brazil) Birth Cohort

Study. Sleep Med. 2016;23:81-8.

38. Felden E, Filipin D, Barbosa D, Andrade R, Meyer C, Louzada F. Fatores associados à

baixa duração do sono em adolescentes. Rev Paul Pediatr. 2016 Mar;34(1):64-70.

39. Owens J. Insufficient Sleep in Adolescents and Young Adults: An Update on Causes and

Consequences. Pediatrics. 2014 Sep;134(3):e921-32.

40. Fatima Y, Doi S, Mamun A. Longitudinal impact of sleep on overweight and obesity in

children and adolescents: a systematic review and bias-adjusted meta-analysis. Obes Rev.

2015 Feb;16(2):137-49.

41. Van den Bulck, J. Television viewing, computer game playing, and Internet use and self-

reported time to bed and time out of bed in secondary-school children. Sleep. 2004 Feb

1;27(1):101-4.

42. Calamaro C, Mason T, Ratcliffe S. Adolescents living the 24/7 lifestyle: effects of

caffeine and technology on sleep duration and daytime functioning. Pediatrics. 2009

Jun;123(6):e1005-10.

43. Carskadon M. Patterns of sleep and sleepiness in adolescents. Pediatrician. 1990;17(1):5-

12.

44. Veiga G, Costa R, Araujo M, et al. Inadequate nutrient intake in Brazilian adolescents.

Rev Saude Publica. 2013 Feb;47(Suppl. 1):212S-21S.

45. Souza A, Barufaldi L, Abreu G, Giannini D, Oliveira C, Santos M, et al. ERICA: ingestão

de macro e micronutrientes em adolescentes brasileiros. Rev. Saude Publica. 2016 Feb;50

(suppl 1):[15 p.].

46. Information note about intake of sugars recommended in the WHO guideline for adults

and children. [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2015. [cited 2018 Feb 11]. 6 p.

Available from:

Page 67: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

67

<http://www.who.int/nutrition/publications/guidelines/sugar_intake_information_note_en.pdf

?ua=1&ua=1>.

47. Carmo M, Toral N, Silva M, Slater B. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com

adição de açúcar entre adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Rev

Bras Epidemiol. 2006;9(1):121-30.

48. Al-Disi D, Al-Daghri N, Khanam L, et al. Subjective sleep duration and quality influence

diet composition and circulating adipocytokines and ghrelin levels in teen-age girls. Endoc J.

2010;57(10):915-23.

49. Martinez S, Tschann J, Butte N, et al. Short sleep duration is associated with eating more

carbohydrates and less dietary fat in Mexican American children. Sleep. 2017 Feb

1;40(2):[7p.]

50. Garaulet M, Ortega F, Ruiz J, et al. Short sleep duration is associated with increased

obesity markers in European adolescents: effect of physical activity and dietary habits. The

HELENA study. Int J Obes (Lond). 2011 Oct;35(10):1308-17.

51. Ferranti R, Marventano S, Castellano S, et al. Sleep quality and duration is related with

diet and obesity in young adolescent living in Sicily, Southern Italy. Sleep Sci. 2016 Apr;

doi:10.1016/j.slsci.2016.04.003.

52. Franckle R, Falbe J, Gortmaker S, et al. Insufficient sleep among elementary and middle

school students is linked with elevated soda consumption and other unhealthy dietary

behaviors. Prev Med. 2015 May;74:36-41.

53. Pinto R. Consumo de sódio e potássio e alteração da pressão arterial em adolescentes

escolares do município de Niterói – RJ. [master’s thesis]. Niterói: Universidade Federal

Fluminense; 2017.

54. Harrex H, Skeaff S, Black K, et al. Sleep timing is associated with diet and physical

activity levels in 9–11-year-old children from Dunedin, New Zealand: the PEDALS study. J

Sleep Res. 2017 Nov 20;[10p.]

55. Fleig D, Randler C. Association between chronotype and diet in adolescents based on

food logs. Eat Behav. 2009 Apr;10(2):115-8.

56. Knutson K, Spiegel K, Penev P, Van Cauter E. The metabolic consequences of sleep

deprivation. Sleep Med Rev. 2007 Jun;11(3)163-78.

Page 68: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

68

57. Adamantidis A, Lecea L. Sleep and metabolism: shared circuits, new connections. Trends

Endocrinol Metab. 2008 Dec;19(10):362-70.

58. Klingenberg L, Chaput J, Holmbäck U, Jennum P, Astrup A, Sjödin A. Sleep restriction is

not associated with a positive energy balance in adolescent boys. Am J Clin Nutr. 2012

Aug;96(2):240-8.

59. Simon S, Field J, Miller, L, DiFrancesco M, Beebe, D. Sweet/dessert foods are more

appealing to adolescents after sleep restriction. PLoS One. 2015 Feb 23;10(2):[8 p.].

60. Agostini A, Carskadon M, Dorrian J, Coussens S, Short M. An experimental study of

adolescent sleep restriction during a simulated school week: changes in phase, sleep staging,

performance and sleepiness. J Sleep Res. 2016 Nov 21. doi: 10.1111/jsr.12473.

61. Cespedes E, Hu F, Redline S, et al. Comparison of self-reported sleep duration with

actigraphy: results from Hispanic Community Health Study/Study of Latinos Sueño Ancillary

Study. Am J Epidemiol. 2016 Mar 15;183(6):561-73.

62. Guedes L, Abreu G, Rodrigues D, Teixeira L, Luiz R, Bloch K. Comparison between self-

reported sleep duration and actigraphy among adolescents: gender differences. Rev Bras

Epidemiol. 2016 Apr-Jun;19(2):339-4.

63. Verly-Jr E, Oliveira D, Fisberg R, Marchioni D. Performance of statistical methods to

correct food intake distribution: comparison between observed and estimated usual intake. Br

J Nutr. 2016 Sep;116(5):897-903.

64. Tooze J, Kipnis V, Buckman D, et al. A mixed-effects model approach for estimating the

distribution of usual intake of nutrients: The NCI method. Stat Med. 2010 Nov;29(27):[20 p.].

65. Raper N, Perloff B, Ingwersen L, Steinfeldt L, Anand J. An overview of USDA Dietary

Intake Data System. J Food Compost Anal. 2004 Jun-Aug;17(3-4):545-55.

Page 69: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

69

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sono constitui-se como um fator preponderante no estilo de vida do adolescente, e

tem-se verificado sua associação com o consumo alimentar.

Os resultados encontrados no presente estudo mostraram que adolescentes com menor

duração do sono apresentaram maior consumo de todos os macronutrientes, além de menor

consumo de frutas e hortaliças. Com relação à hora de dormir, foi verificado que os

adolescentes que tem o hábito de dormir mais tarde apresentaram menor consumo destes

grupos de alimentos.

A avaliação do consumo alimentar através dos recordatórios de 24 horas possibilitou a

utilização da composição centesimal para obter a ingestão de macronutrientes e de grupos de

alimentos de interesse, proporcionando uma estimativa de ingestão usual através da aplicação

do método NCI. Além disso, a avaliação dos hábitos de sono através da duração do sono e da

hora de dormir permitiu verificar que ambas as características podem estar associadas aos

hábitos alimentares.

No entanto, pesquisas com mensurações mais específicas dos hábitos de sono com

delineamento de estudo de coorte ou de intervenção são necessárias para melhor definir a

relação entre sono, consumo alimentar e saúde dos adolescentes, pois a investigação dos

fatores que incidem nos hábitos alimentares dos adolescentes é fundamental para que as

intervenções nutricionais instituídas sejam mais eficazes.

Page 70: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

70

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Actividades a favor de la salud de los adolescentes: Hacia un programa común.

Recomendaciones de un Grupo de Estudio conjunto [Internet]. Geneva: Organización

Mundial de la Salud; 1997. [cited 2015 Out 04]. 13 p. Available from:

<http://www.who.int/maternal_child_adolescent/documents/frh_adh_97_9/es/>.

Adamantidis A, Lecea L. Sleep and metabolism: shared circuits, new connections. Trends

Endocrinol Metab. 2008 Dec;19(10):362-70.

Adamo K, Wilson S, Belanger K, Chaput J. Later bedtime is associated with greater daily

energy intake and screen time in obese adolescents independent of sleep duration. J Sleep

Disorders Ther. 2013 Jul 1;2:126-31.

Adolescencias: un mundo de preguntas. II Encuesta mundial de salud adolescente, GSHS,

2012. Uruguay. [Internet] Montevideo: Ministério de Salud Pública; 2012. [cited 2017 Nov

07]. 154 p. Available from:

<http://www.msp.gub.uy/sites/default/files/archivos_adjuntos/II_Encuesta_Mundial_de_Salu

d_Adolescente_.pdf>

Adolescent sleep needs and patterns: research report and research guide [Internet].

Washington, DC: National Sleep Foundation; 2000. [cited 2016 Aug 13]. 26 p. Available

from: <https://sleepfoundation.org/sites/default/files/sleep_and_teens_report1.pdf>

Agostini A, Carskadon M, Dorrian J, Coussens S, Short M. An experimental study of

adolescent sleep restriction during a simulated school week: changes in phase, sleep staging,

performance and sleepiness. J Sleep Res. 2016 Nov 21. doi: 10.1111/jsr.12473.

Al-Disi D, Al-Daghri N, Khanam L, Al-Othman A, Al-Saif M, Sabico S, et al. Subjective

sleep duration and quality influence diet composition and circulating adipocytokines and

ghrelin levels in teen-age girls. Endoc J. 2010;57(10):915-23.

Al-Hazzaa H, Musaiger A, Abahussain N, Al-Sobayer H, Qahwaji D. Lifestyle correlates of

self-reported sleep duration among Saudi adolescents: a multicentre school-based cross-

sectional study. Child Care Health Dev. 2014 Jul;40(4):533-42.

Baron K, Reid K, Van Horn L, Zee P. Contribution of evening macronutrient intake to total

caloric intake and body mass index. Appetite. 2013 Jan;60(1):246-51.

Barufaldi L, Abreu G, Veiga G, Sichieri R, Kuschnir M, Cunha D, et al. Programa para

registro de recordatório alimentar de 24 horas: aplicação no Estudo de Riscos

Cardiovasculares em Adolescentes. Rev Bras Epidemiol. 2016 Abr-Jun;19(2):464-8.

Beebe D, Simon S, Summer S, Hemmer S, Srotman D, Dolan L. Dietary intake following

experimentally restricted sleep in adolescents. Sleep. 2013 Jun 1;36(6):827-34.

Bel S, Michels N, De Vriendt T, Patterson E, Cuenca-García M, Diethelm K, et al.

Association between self-reported sleep duration and dietary quality in European adolescents.

Br J Nutr. 2013 Sep 14;110(5):949-59.

Page 71: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

71

Bernardo M, Pereira E, Louzada F, D’Almeida V. Duração do sono em adolescentes de

diferentes níveis socioeconômicos. J Bras Psiquiatr. 2009;58(4):231-7.

Bloch K, Cardoso M, Sichieri R. Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes

(ERICA): resultados e potencialidades. Rev Saude Publica. 2016;50(suppl 1):1s-3s.

Bosy-Westphal A, Hinrichs S, Jauch-Chara K, Hitze B, Later W, Wilms B, et al. Influence of

partial sleep deprivation on energy balance and insulin sensitivity in health women. Obes

Facts. 2008;1(5):266-73.

Brand S, Kirov R. Sleep and its importance in adolescence and in common adolescent somatic

and psychiatric conditions. Int J Gen Med. 2011 Jun 7;4:425-42.

Brondel L, Romer M, Noughes P, Touyarou P, Davenne D. Acute partial sleep deprivation

increases food intake in healthy men. Am J Clin Nutr. 2010 Jun;91(6):1550-9.

Broussard J, Kilkus J, Delebecque F, Abraham V, Day A, Whitmore H, et al. Elevated ghrelin

predicts food intake during experimental sleep restriction. Obesity (Silver Spring). 2016

Jan;24(1):132-8.

Calamaro C, Mason T, Ratcliffe S. Adolescents living the 24/7 lifestyle: effects of caffeine

and technology on sleep duration and daytime functioning. Pediatrics. 2009

Jun;123(6):e1005-10.

Calvin A, Carter R, Adachi T, Macedo P, Albuquerque F, van der Walt C, et al. Effects of

experimental sleep restriction on caloric intake and activity energy expenditure. Chest. 2013

Jul;144(1):79-86.

Carissimi A, Dresch F, Martins A, Levandovski R, Adan A, Natale V, et al. The influence of

school time on sleep paterns of children and adolescents. Sleep Med. 2016 Mar;19:33-9.

Carmo M, Toral N, Silva M, Slater B. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com adição

de açúcar entre adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Rev Bras

Epidemiol. 2006;9(1):121-30.

Carskadon M. Patterns of sleep and sleepiness in adolescents. Pediatrician. 1990;17(1):5-12.

Carskadon M, Acebo C, Jenni O. Regulation of adolescent sleep: implications for behavior.

Ann N Y Acad Sci. 2004 Jun;1021:276-91.

Castilhos C, Schneider B, Muniz L, Assunção M. Qualidade da dieta de jovens aos 18 anos de

idade, pertencentes à coorte de nascimentos de 1993 da cidade de Pelotas (RS), Brasil. Cien

Saude Colet. 2015;20(11):3309-18.

Cespedes E, Hu F, Redline S, Rosner B, Alcantara C, Cai J, et al. Comparison of self-reported

sleep duration with actigraphy: results from Hispanic Community Health Study/Study of

Latinos Sueño Ancillary Study. Am J Epidemiol. 2016 Mar 15;183(6):561-73.

Chen M, Wang E, Jeng Y. Adequate sleep among adolescents is positively associated with

health status and health-related behaviors. BMC Public Health. 2006;6: [8 p.].

Page 72: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

72

Cole T, Freeman J, Preece M. Body mass index reference curves for the UK, 1990. Arc Dis

Child. 1995 Jul;73(1):25-9.

Cole T, Bellizzi M, Flegal K, Dietz W. Establishing a standard definition for child overweight

and obesity worldwide: international survey. BMJ. 2000 May 6;320(7244):1240-3.

Crowley S, Acebo C, Carskadon M. Sleep, circadian rhythms, and delayed phase in

adolescence. Sleep Med. Sep 2007;8(6):602-12.

Cunha D. Efetividade de um ensaio comunitário randomizado de base escolar envolvendo

familiares e professores para redução do ganho excessivo de peso em adolescentes.

[dissertation]. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2013. 213 p.

Das J, Salam R, Thornburg K, Prentice A, Campisi S, Lassi Z, et al. Nutrition in adolescents:

physiology, metabolism, and nutritional needs. Ann N Y Acad Sci. 2017 Apr;1393(1):21-33.

Davison B, Saeedi K, Harrex H, Haszard J, Meredith-Jones K, Quigg R, et al. The association

between parent diet quality and child dietary patterns in nine- to eleven-year-old children

from Dunedin, New Zealand. Nutrients. 2017 May 11;9(5):[11p.].

Department of Health and Human Services. 2000 CDC growth charts for the United States:

methods and development [Internet]. Hyattsville: National Center for Health Statistics; 2002

May [cited 2016 Aug 13]. 190 p. Available from:

<http://www.cdc.gov/nchs/data/series/sr_11/sr11_246.pdf>

Diethelm K, Jankovic N, Moreno L, Huybrechts I, Henauw S, Vriendt T, et al. Food intake of

European adolescents in the light of different food-based dietary guidelines: results of the

HELENA (Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence) Study. Public Health

Nutr. 2012 Mar;15(3):386-98.

Drake C, Nickel C, Burduvali E, Roth T, Jefferson C, Badia P. The Pediatric Daytime

Sleepiness Scale (PDSS): Sleep habits and school outcomes in middle-school children. Sleep.

2003 Jun 15;26(4):455-8.

Enes C, Lucchini B. Tempo excessivo diante da televisão e sua influência sobre o consumo

alimentar de adolescentes. Rev Nutr. 2016 May-Jun;29(3):391-9.

Fatima Y, Doi S, Mamun A. Longitudinal impact of sleep on overweight and obesity in

children and adolescents: a systematic review and bias-adjusted meta-analysis. Obes Rev.

2015 Feb;16(2):137-49.

Felden E, Filipin D, Barbosa D, Andrade R, Meyer C, Louzada F. Fatores associados à baixa

duração do sono em adolescentes. Rev Paul Pediatr. 2016 Mar;34(1):64-70.

Felden E, Barbosa D, Ferrari Junior G, Santos M, Pelegrini A, Silva D. Factors associated

with sleep duration in Brazilian high school students. Chronobiol Int. 2017 May

24;34(6):773-81.

Page 73: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

73

Ferranti R, Marventano S, Castellano S, Giogianni G, Nolfo F, Rametta S, et al. Sleep quality

and duration is related with diet and obesity in young adolescent living in Sicily, Southern

Italy. Sleep Sci. 2016 Apr; doi:10.1016/j.slsci.2016.04.003.

Fleig D, Randler C. Association between chronotype and diet in adolescents based on food

logs. Eat Behav. 2009 Apr;10(2):115-8.

Franckle R, Falbe J, Gortmaker S, Ganter C, Taveras E, Land T, et al. Insufficient sleep

among elementary and middle school students is linked with elevated soda consumption and

other unhealthy dietary behaviors. Prev Med. 2015 May;74:36-41.

Garaulet M, Ortega F, Ruiz J, Rey-López J, Béghin L, Manios Y, et al. Short sleep duration is

associated with increased obesity markers in European adolescents: effect of physical activity

and dietary habits. The HELENA study. Int J Obes (Lond). 2011 Oct;35(10):1308-17.

Guedes L, Abreu G, Rodrigues D, Teixeira L, Luiz R, Bloch K. Comparison between self-

reported sleep duration and actigraphy among adolescents: gender differences. Rev Bras

Epidemiol. 2016 Apr-Jun;19(2):339-4.

Golley R, Hendrie G, McNaughton S. Scores on the dietary guideline index for children and

adolescents are associated with nutrient intake and socio-economic position but not adiposity.

J Nutr. 2011 Jul;141(7):1340-7.

Golley R, Maher C, Matricciani L, Olds T. Sleep duration or bedtime? Exploring the

association between sleep timing behavior, diet and BMI in children and adolescents. Int J

Obes (Lond). 2013 Apr;37(4):546-51.

Grosso G, Mistretta A, Turconi G, Cena H, Roggi C, Galvano F. Nutrition knowledge and

other determinants of food intake and lifestyle habits in children and young adolescents living

in a rural area of Sicily, South Italy. Public Health Nutr. 2013 Oct;16(10):1827-36.

Guimarães D, Sardinha F, Mizurini D, Carmo M. Adipocitocinas: uma nova visão do tecido

adiposo. Rev Nutr. 2007 Sep-Oct;20(5)549-59.

Hale L, Guan S. Screen time and sleep among school-aged children and adolescents: a

systematic literature review. Sleep Med Rev. 2015 Jun;21:50-8.

Harrex H, Skeaff S, Black K, Davison B, Haszard J, Meredith-Jones K, et al. Sleep timing is

associated with diet and physical activity levels in 9–11-year-old children from Dunedin, New

Zealand: the PEDALS study. J Sleep Res. 2017 Nov 20;[10p.]

He F, Bixler E, Berg A, Kawasawa Y, Vgontzas A, Fernandez-Mendoza J, et al. Habitual

sleep variability, not sleep duration, is associated with caloric intake in adolescents. Sleep

Med. 2015 Jul;16(7):856-61.

Heath G, Roach G, Dorrian J, Ferguson S, Darwent D, Sargent C. The effect of sleep

restriction on snacking behavior during a week of simulated shiftwork. Accid Anal Prev. 2012

Mar;45(Suppl):62-7.

Page 74: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

74

Hirshkowitz M, Whiton K, Albert S, Alessi C, Bruni O, Doncarlos L, et al. National Sleep

Foundation’s sleep time duration recommendations: methodology and results summary. Sleep

Health. 2015 Mar;1(1):40-43.

Hitze B, Bosy-Westphal A, Bielfeldt F, Settler U, Plachta-Danielzik S, Pfeuffer M, et al.

Determinants of sleep duration in children and adolescents: data of the Kiel Obesity

Prevention Study. Eur J ClinNutr. 2009 Jun;63(3):739-46.

Huybrechts I, Vereecken C, De Bacquer D, Vandevijvere S, Van Oyen H, Maes L, et al.

Reproducibility and validity of a diet quality index for children assessed using a FFQ. Br J

Nutr. 2010 Jul;104(1):135-44.

Inchley J, Currie D, Jewell J, Breda J, Barnekow V. eds. Adolescent obesity and related

behaviours: trends and inequalities in the WHO European Region, 2002–2014. Observations

from the Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) WHO collaborative cross-

national study [Internet]. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe; 2017 [cited 2017

Out 20]. 98 p. Available from: <

http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0019/339211/WHO_ObesityReport_2017_v3.

pdf>

Information note about intake of sugars recommended in the WHO guideline for adults and

children. [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2015. [cited 2018 Feb 11]. 6 p.

Available from:

<http://www.who.int/nutrition/publications/guidelines/sugar_intake_information_note_en.pdf

?ua=1&ua=1>.

Johnson R, Soultanakis R, Matthews D. Literacy and body fatness are associated with

underreporting of energy intake in US low-income women using multiple pass 24-hour recall:

a doubly labeled water study. J Am Diet Assoc. 1998 Oct;98(10):1136-40.

Kann L, McManus T, Harris W, Shanklin S, Flint K, Hawkins J, et al. Youth risk behavior

surveillance – United States, 2015. MMWR CDC Surveill Summ. 2016 Jun 10;65(6):1-174.

Khan M, Chu Y, Kirk S, Veugelers P. Are sleep duration and sleep quality associated with

diet quality, physical activity, and body weight status? A population-based study of Canadian

children. Can J Public Health. 2015 Jul-Aug;106(5):e277-82.

Kilani H, Al-Hazzaa H, Waly M, Musaiger A. Lifestyle habits: diet, physical activity and

sleep duration among Omani adolescents. Sultan Qaboos Univ Med J. 2013 Nov;13(4):510-9.

Kim S, Haines P, Siega-Riz A, Popkin B. The Diet Quality Index-International (DQI-I)

provides an effective tool for cross-national comparison of diet quality as illustrated by China

and the United States. J Nutr. 2003 Nov;133(11):3476-84.

Klingenberg L, Chaput J, Holmbäck U, Jennum P, Astrup A, Sjödin A. Sleep restriction is not

associated with a positive energy balance in adolescent boys. Am J ClinNutr. 2012

Aug;96(2):240-8.

Knutson K, Spiegel K, Penev P, Van Cauter E. The metabolic consequences of sleep

deprivation. Sleep Med Rev. 2007 Jun;11(3)163-78.

Page 75: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

75

Larson N, Neumark-Sztainer D, Hannan P, Story M. Trends in adolescent fruit and vegetable

consumption, 1999–2004. Am J Prev Med. 2007 Feb;32(2):147-50.

Larson N, Story M, Eisenberg M, Neumark-Sztainer D. Secular trends in meal and snacks

patterns among adolescents from 1999 to 2010. J Acad Nutr Diet. 2016 Feb;116(2):240-50.

Lee J, Park H. Relation between sleep duration, overweight, and metabolic syndrome in

Korean adolescents. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2014 Jan;24(1):65-71.

Leger D, Beck F, Richard J-B, Godeau E. Total sleep time severely drops during adolescence.

PLoS One. 2012;7(10):[6 p.].

Leproult R; Van Cauter E. Role of sleep and sleep loss in hormonal release and metabolism.

Endocr Dev. 2010;17:11-21.

Lien N, Lytle L, Klepp K. Stability in consumption of fruit, vegetables, and sugary food in a

cohort from age 14 to age 21. Prev Med. 2001 Sep;33(3):217-26.

Lopes T, Luiz R, Hoffman D, Ferrioli E, Pfrimer K, Moura A, et al. Misreport of energy

intake assessed with food records ans 24-h recalls compared with total energy expenditure

estimated with DLW. Eur J Clin Nutr. 2016 Nov;70(11):1259-64.

Marshall W, Tanner J. Variations in the pattern of pubertal changes in girls. Arch Dis Child.

1969 Jun;44(235):291-303.

Marshall W, Tanner J. Variations in the pattern of pubertal changes in boys. Arch Dis Child.

1970 Feb;45(239):13-23.

Martinez S, Tschann J, Butte N, Gregorich S, Penilla C, Flores E, et al. Short sleep duration is

associated with eating more carbohydrates and less dietary fat in Mexican American children.

Sleep. 2017 Feb 1;40(2):[7p.].

Maslowsky J, Ozer E. Developmental trends in sleep duration in adolescence and young

adulthood: Evidence from a national US sample. J Adolesc Health. 2014 Jun;54(6):691-7.

Matricciani L, Olds T, Petkov J. In search of lost sleep: Secular trends in the sleep time of

school-aged children and adolescents. Sleep Med Rev. 2012 Jun;16(3):203-11.

McNeil J, Doucet E, Brunet J, Hintze L, Chaumont I, Langlois E, et al. The effects of sleep

restriction and altered sleep timing on energy intake and energy expenditure. Physiol Behav.

2016 Oct 1;164(Pt A):157-63.

Monteiro L, Rodrigues P, Veiga G, Marchioni D, Pereira R. Diet quality among adolescents

has deteriorated: a panel study in Niterói, Rio de Janeiro State, Brazil, 2003-2008. Cad Saude

Publica. 2016a Dec 22;32(12):[10 p.].

Monteiro L, Vasconcelos T, Veiga G, Pereira R. Modificações no consumo de bebidas de

adolescentes de escolas públicas na primeira década do século XXI. Rev Bras Epidemiol.

2016b Abr-Jun;19(2):348-61.

Page 76: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

76

National Sleep Foundation [Internet]. Washington, DC [cited 2016 Aug 13]. Available from:

<https://sleepfoundation.org/sleep-topics/children-and-sleep>.

Nedeltcheva A, Kilkus J, Imperial J,Kasza K, Schoeller D, Penev P. Sleep curtailment is

accompanied by increased intake of calories from snacks. Am J Clin Nutr. 2009

Jan;89(1):126-33.

Nogueira F, Sichieri R. Associação entre consumo de refrigerantes, sucos e leite, com o índice

de massa corporal em escolares da rede pública de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saude

Publica. 2009 Dez;25(12):2715-24.

Olds T, Maher C, Matricciani L. Sleep duration or bedtime? Exploring the relationship

between sleep habits and weight status and activity patterns. Sleep. 2011 Oct 1;34(10):1299-

307.

Owens J. Insufficient Sleep in Adolescents and Young Adults: An Update on Causes and

Consequences. Pediatrics. 2014 Sep;134(3):e921-32.

Pereira E, Bernardo M, D’Almeida V, Louzada F. Sono, trabalho e estudo: duração do sono

em estudantes trabalhadores e não trabalhadores. Cad Saude Publica. 2011 May;27(5):975-84.

Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no

Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2011a [cited

2016 Dez 11]. 150 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50063.pdf>

Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares 2008-2009: Tabelas de Composição Nutricional

dos Alimentos Consumidos no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística; 2011b [cited 2017 Aug 13]. 351 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf>.

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009: Avaliação do estado nutricional dos escolares

do 9º ano do Ensino Fundamental [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística; 2010 [cited 2016 Nov 28]. 45 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv43063.pdf >.

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística; 2013 [cited 2015 Out 03]. 256 p. Available from:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64436.pdf>.

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística; 2016 [cited 2018 Feb 11]. 131 p. Available from:

<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf>.

Pinto R. Consumo de sódio e potássio e alteração da pressão arterial em adolescentes

escolares do município de Niterói – RJ. [master’s thesis]. Niterói: Universidade Federal

Fluminense; 2017.

Pocock S. Clinical trials: a practical approach. New York: Wiley; 1983.

Page 77: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

77

Pyper E, Harrington D, Manson H. Do parents’ support behaviours predict whether or not

their children get sufficient sleep? A cross-sectional study. BMC Public Health. 2017 May

24;17(1):[10p.].

Raper N, Perloff B, Ingwersen L, Steinfeldt L, Anand J. An overview of USDA Dietary

Intake Data System. J Food Compost Anal. 2004 Jun-Aug;17(3-4):545-55.

Ridley K, Olds T, Hill A. The Multimedia activity recall for children and adolescents

(MARCA): development and evaluation. Int J Behav Nutr Phys Act. 2006 May;3(10):[11p.].

Rockett H, Wolf A, Colditz G. Development and reproducibility of a food questionnaire to

assess diets of older children and adolescents. J Am Diet Assoc. 1995 Mar;95(3):336-40.

Rodrigues R. Associação entre tempo de tela e consumo alimentar em adolescentes escolares

de Niterói/RJ. [master’s thesis]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2016.

Romero C, Zanesco A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Rev

Nutr. 2006 Jan/Feb;19(1):85-91.

Rutishauser I. Dietary intake measurements. Public Health Nutr. 2005 Oct;8(7A):1100-7.

Saeedi P, Skeaff S, Wong J, Skidmore P. Reproducibility and Relative Validity of a Short

Food Frequency Questionnaire in 9–10 Year-Old Children. Nutrients. 2016 May

7;8(5):[13p.].

Salud para los adolescentes del mundo: Una segunda oportunidad en la segunda década

[Internet]. Geneva: Organización Mundial de la Salud; 2014. [cited 2015 Out 11]. 14 p.

Available from:

http://www.who.int/enti/maternal_child_adolescent/topics/adolescence/second-

decade/es/index.html>.

Schäfer A, Domingues M, Dahly D, Meller F, Gonçalves H, Wehrmeister F, et al. Correlates

of self-reported weekday sleep duration in adolescents: the 18-year follow-up of the 1993

Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. Sleep Med. 2016;23:81-8.

Serra-Majen L, Ribas L, Ngo J, Ortega R, García A, Pérez-Rodrigo C, et al. Food, youth and

the Mediterranean diet in Spain. Development of KIDMED, Mediterranean Diet Quality

Index in children and adolescent. Public Health Nutr. 2004 Oct;7(7):931-5.

Silva D, Silva R. Association between physical activity level and consumption of fruit and

vegetables among adolescents in northeast Brazil. Rev Paul Pediatr. 2015;33(2):167-73.

Simon S, Field J, Miller, L, DiFrancesco M, Beebe, D. Sweet/dessert foods are more

appealing to adolescents after sleep restriction. PLoS One. 2015 Feb 23;10(2):[8 p.].

Song Y, Park M, Paik H, Joung H. Secular trends in dietary patterns and obesity-related risk

factors in Korean adolescents aged 10–19 years. Int J Obes (Lond). 2010 Jan;34(1):48-56.

Page 78: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

78

Souza A, Pereira R, Yokoo E, Levy R, Sichieri R. Alimentos mais consumidos no Brasil:

Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009. Rev Saude Publica. 2013 Feb;47(suppl

1):190S-9S.

Souza A, Barufaldi L, Abreu G, Giannini D, Oliveira C, Santos M, et al. ERICA: ingestão de

macro e micronutrientes em adolescentes brasileiros. Rev. Saude Publica. 2016 Feb;50 (suppl

1):[15 p.].

Spaeth A, Dinges D, Goel N. Effects of experimental sleep restriction on weight gain, caloric

intake, and meal timing in healthy adults. Sleep. 2013 Jul 1. 36(7):981-90.

Spiegel K, Leprout R, L’Hermite-Balériaux M, Copinschi G, Penev P, Van Cauter E. Leptin

levels are dependent on sleep duration: relationships with sympathovagal balance,

carbohydrate regulation, cortisol, and thyrotropin. J Clin Endocrinol Metab. 2004

Nov;89(11):5762-71.

St-Onge M, Roberts A, Chen J, Kellerman M, Keeffe M, RoyChoudhury A, et al. Short sleep

duration increases energy intakes but does not change energy expenditure in normal-weight

individuals. Am J Clin Nutr. 2011 Aug;94(2):410-6.

Stang J, Story M. eds. Guidelines for adolescent nutrition services [Internet]. Minneapolis,

MN: Center for Leadership, Education and Training in Maternal and Child Nutrition, Division

of Epidemiology and Community Health, School of Public Health, University of Minnesota;

2005. [cited 2017 Out 20]. 239 p. Avaliable from:

<http://www.epi.umn.edu/let/pubs/adol_book.shtm>.

Stea T, Knutsen T, Torsveit M. Association between short time in bed, health-risk behaviors

and poor academic achievement among Norwegian adolescents. Sleep Med. 2014

Jun;15(6):666-71.

Summary of Findings: Sleep in America Poll [Internet]. Washington, DC: National Sleep

Foundation; 2006. [cited 2016 Aug 22]. 76 p. Available from:

<https://sleepfoundation.org/sites/default/files/2006_summary_of_findings.pdf>,

Taheri S, Lin L, Austin D, Young T, Mignot E. Short sleep duration is associated with

reduced leptin, elevated ghrelin, and increased body mass index. PloS Med. 2004

Dec;1(3):210-7.

Thellman K, Dmitrieva J, Miller A, Harsh J, LeBourgeois. Sleep timing is associated with

self-reported dietary patterns in 9- to 15-year-olds. Sleep Health. 2017 Aug;3(4):269-75.

Thiagarajah K, Fly A, Hoelscher D, Bai Y, Lo K, Leone A, et al. Validating the food behavior

questions from elementary school SPAN questionnaire. J NutrEducBehav. 2008 Sep-

Oct;40(5):305-10.

Tooze J, Kipnis V, Buckman D, Caroll R, Freedman L, Guenter P, et al. A mixed-effects

model approach for estimating the distribution of usual intake of nutrients: The NCI method.

Stat Med. 2010 Nov;29(27):[20 p.].

Page 79: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

79

Tremblay M, Carson V, Chaput J, Gorber S, Dihn T, Duggan M, et al. Canadian 24-Hour

movement guidelines for children and youth: an integration of physical activity, sedentary

behavior, and sleep. Appl Physiol Nutr Metab. 2016;41(6):S311-27.

Turconi G, Bazzano R, Roggi C, Cena H. Reliability and relative validity of a quantitative

food-frequency questionnaire for use among adults in Italian population. Int J Food Sci Nutr.

2010 Dec;61(8):846-62.

Van den Bulck, J. Television viewing, computer game playing, and Internet use and self-

reported time to bed and time out of bed in secondary-school children. Sleep. 2004 Feb

1;27(1):101-4

VanItallie T. Sleep and energy balance: interactive homeostatic systems. Metabolism. 2006

Oct;55(10 Suppl 2):S30-5.

Vasconcelos T, Veiga G, Sichieri R, Pereira R. Evolução da ingestão de energia e nutrientes

de adolescentes de escolas públicas de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, 2003-2008. Cad Saude

Publica. 2016 Ago;32(8): [11 p.].

Veiga G, Costa R, Araujo M, Souza A, Bezerra I, Barbosa I, et al. Inadequate nutrient intake

in Brazilian adolescents. Rev Saude Publica. 2013 Feb;47(Suppl. 1):212S-21S.

Vereecken C, Maes L. A Belgian study on the reliability and relative validity of the Health

Behaviour in School-Aged Children food-frequency questionnaire. Public Health Nutr. 2003

Sep;6(6):581-8.

Verly-Jr E, Oliveira D, Fisberg R, Marchioni D. Performance of statistical methods to correct

food intake distribution: comparison between observed and estimated usual intake. Br J Nutr.

2016 Sep;116(5):897-903.

Weiss A, Xu F, Storfer-Isser A, Thomas A, Ievers-Landis C, Redline, S. The association of

sleep duration with adolescents’ fat and carbohydrate consumption. Sleep. 2010

Sep;33(9):1201-9.

Westerlund L, Ray C, Roos E. Associations between sleeping habits and food consumption

patterns among 10-11-year-old children in Finland. Br J Nutr. 2009 Nov;102(10):1531-7.

World Health Organization (WHO) [Internet]. Growth reference 5 – 19 years. [cited 2017

Mar 03]. Available from: <http://www.who.int/growthref/who2007_bmi_for_age/en/>.

Young people’s health - a challenge for society [Internet]. Geneva: World Health

Organization; 1986. [cited 2018 Feb 02]. 120 p. Available from:

<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/41720/1/WHO_TRS_731.pdf>.

Page 80: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

80

9. ANEXOS

9.1. Questionário

ID: |___ ___ ___ ___|

1. Qual o seu e-mail? _________________________________________

2. Qual o número do seu telefone celular? ( _ _ ) _ _ _ _ _ - _ _ _ _

3. Qual o número do telefone da sua casa? ( _ _ ) _ _ _ _ - _ _ _ _

4. Qual o número do telefone celular da sua mãe ou do seu pai?

( _ _ ) _ _ _ _ _ - _ _ _ _

5. Sua mãe trabalha fora de casa? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não

6. Qual é a sua cor ou raça?

( 0 ) Não sei / prefiro não responder

( 1 ) Branca

( 2 ) Negra / Preta

( 3 ) Parda / mulata / morena

( 4 ) Amarela (oriental)

( 5 ) Indígena

7. Qual é a sua idade? __ __ anos

8. Você come a merenda oferecida pela escola?

( 0 ) Não como a merenda da escola

( 1 ) Como merenda da escola às vezes

( 2 ) Como merenda da escola todos os dias

9. Você compra lanche na cantina da escola?

( 0 ) Na minha escola não tem cantina

( 1 ) Não compro lanche na cantina da escola

( 2 ) Compro lanche na cantina da escola às vezes

( 3 ) Compro lanche na cantina da escola todos os dias

10. Em um dia de semana comum, quantas horas você usa computador ou assiste TV ou

joga videogame ou usa o tablet / celular?

( 1 ) < 2 horas

( 2 ) 2 – 4 horas

( 3 ) 4 – 6 horas

( 4 ) 6 – 8 horas

( 5 ) > 8 horas

11. Alguma vez você tentou ou experimentou fumar cigarros, mesmo uma ou duas tragadas?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

Page 81: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

81

12. Alguma vez você experimentou bebidas alcóolicas (exemplo: cerveja, cachaça, vodkaetc)?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

13. Como você gostaria que fosse o seu peso?

( 1 ) Eu estou satisfeito com meu peso

( 2 ) Menor

( 3 ) Muito menor

( 4 ) Maior

( 5 ) Muito maior

14. Em geral, a que horas você vai dormir? (indique a hora que mais se aproxima do horário

em que usualmente você deita para dormir)

_ _ horas da noite (exemplo: 06 horas da noite)

15. Em geral, a que horas você acorda? (indique a hora que mais se aproxima do horário em

que você acorda)

_ _ horas da manhã (exemplo: 06 horas da manhã)

16. Na sua opinião a sua alimentação é saudável? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não

17. Você gostaria de reduzir o seu consumo de refrigerantes?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

18. Você gostaria de aumentar o seu consumo de água? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não

19. Você gostaria de aumentar o seu consumo de frutas?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

20. Você considera seu consumo de frutas adequado? ( 1 ) Sim ( 0 ) Não

21. Há quanto tempo você mantém esse consumo de frutas?

( 1 ) há menos de 6 meses

( 2 ) há 6 meses ou mais

22. Você pretende aumentar seu consumo de frutas no futuro?

( 1 ) sim, nos próximos 30 dias

( 2 ) sim, nos próximos 6 meses

( 3 ) não pretendo aumentar

23. No último mês você teve dor na parte de trás do pescoço?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

Page 82: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

82

24. Quantas vezes você já teve dor na parte de trás do pescoço?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

25. Você teve dor na parte de trás do pescoço na última semana?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

26. Você está com dor na parte de trás do pescoço hoje?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

27. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.

28. No último mês você teve dor no meio das costas?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

PARTE DE TRÁS DO PESCOÇO

Page 83: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

83

29. Quantas vezes você já teve dor no meio das costas?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

30. Você teve dor no meio das costas na última semana?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

31. Você está com dor no meio das costas hoje?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

32. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.

33. No último mês você teve dor na parte de baixo das costas?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

MEIO DAS COSTAS

Page 84: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

84

34. Quantas vezes você já teve dor na parte de baixo das costas?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

35. Você teve dor na parte de baixo das costas na última semana?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

36. Você está com dor na parte de baixo das costas hoje?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

37. Marque a carinha abaixo que melhor mostra a intensidade da sua dor.

38. Quantas vezes você deixou de ir à escola por causa de sua dor nas costas?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

PARTE DE BAIXO DAS COSTAS

Page 85: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

85

39. Quantas vezes sua dor nas costas te impediu de realizar alguma atividade física (esporte

ou recreação)?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

40. Quantas vezes você foi ao médico, ao fisioterapeuta ou ao hospital por causa da sua dor

nas costas?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

41. Quantas vezes você usou medicação por causa da sua dor nas costas?

( 1 ) Muitas vezes

( 2 ) De vez em quando

( 3 ) Uma ou duas vezes

( 4 ) Nunca

Como você está? Como você se sente? Quando pensar na sua resposta, lembre-se dos últimos

7 dias.

42. De uma forma geral, como está a sua saúde?

( 1 ) Excelente

( 2 ) Muito boa

( 3 ) Boa

( 4 ) Ruim

( 5 ) Muito ruim

43. Você tem se sentido bem e disposto (a)?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

44. Você tem praticado atividades físicas (por exemplo: correr, andar de bicicleta, jogar bola

etc.)?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

Page 86: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

86

45. Você tem sido capaz de correr bem?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

46. Você tem se sentido com energia?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

47. A sua vida tem sido agradável?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

48. Você tem estado de bom humor?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

49. Você tem se divertido?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

50. Você tem se sentido triste?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

51. Você tem se sentido tão mal que não tem vontade de fazer nada?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

Page 87: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

87

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

52. Você tem se sentido sozinho(a)?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

53. Você se sente feliz do jeito que você é?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

54. Você tem tido tempo suficiente para você mesmo?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

55. Você tem feito as coisas que quer no seu tempo livre?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

56. Seus pais têm tempo suficiente para você?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

57. Seus pais te tratam com justiça?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

Page 88: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

88

58. Seus pais estão disponíveis para conversar quando você deseja?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

59. Você tem tido dinheiro suficiente para fazer as mesmas coisas que os seus amigos(as)?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

60. Você tem dinheiro suficiente para as suas despesas?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

61. Você tem passado tempo com seus(suas) amigos(as)?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

62. Você se diverte com seus(suas) amigos(as)?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

63. Você e seus(suas) amigos(as) se ajudam?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

64. Você confia em seus(suas) amigos(as)?

( 1 )Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

Page 89: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

89

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

65. Você se sente feliz na escola?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

66. Você está indo bem na escola?

( 1 ) Nada

( 2 ) Pouco

( 3 ) Moderadamente

( 4 ) Muito

( 5 ) Totalmente

67. Você tem se sentido capaz de prestar atenção na escola?

( 1 ) Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

68. Você se dá bem com os seus professores?

( 1 ) Nunca

( 2 ) Raramente

( 3 ) Algumas vezes

( 4 ) Frequentemente

( 5 ) Sempre

As próximas perguntas estão relacionadas ao seu consumo de frutas e verduras.

Marque F se você considera a questão FALSA e V se considera que é VERDADEIRA:

69. Eu aprendi com meus amigos a comer verduras e legumes quase todos os dias.

(F) (V)

70. Ninguém na minha casa gosta de comer frutas, verduras e legumes todos os dias.

(F) (V)

71. Nos almoços ou refeições que faço com meus amigos, não tem verduras e legumes.

(F) (V)

Page 90: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

90

72. As pessoas famosas são magras porque comem frutas, verduras e legumes.

(F) (V)

73. Para a minha família sempre deve ter saladas ou verduras e legumes cozidos no almoço

ou no jantar.

(F) (V)

74. Eu e meus amigos pensamos que os jovens não necessitam comer frutas, verduras e

legumes.

(F) (V)

75. Eu gosto de verduras e legumes cozidos e de saladas, porém na minha casa quase nunca

comemos esses alimentos.

(F) (V)

76. As pessoas que tem o corpo em forma não necessitam comer frutas, verduras e legumes

quase todos os dias.

(F) (V)

77. Na minha família, não comemos saladas, verduras e legumes cozidos quase todos os

dias.

(F) (V)

78. As frutas, verduras e legumes são para pessoas gordas.

(F) (V)

79. Como frutas, legumes e verduras quase todos os dias para manter meu peso e assim me

sentir bem.

(F) (V)

80. Para manter o meu corpo como frutas, legumes e verduras quase todos os dias.

(F) (V)

81. Eu só como frutas, verduras e legumes quando quero perder peso.

(F) (V)

82. Minha família me ensinou desde pequeno(a) a comer todo tipo de verduras e legumes.

(F) (V)

83. Na minha família, as frutas, verduras e legumes não fazem parte da alimentação diária.

(F) (V)

84. Eu e meus amigos(as) não comemos frutas, verduras e legumes todos os dias, embora

saibamos que faz bem a saúde .

(F) (V)

Page 91: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

91

Assinale a alternativa que descreve a importância que você dá às qualidades dos alimentos

que você escolhe para comer.

94. Para mim, o alimento deve ter uma grande quantidade de vitaminas e minerais

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

95. Para mim, o alimento deve me manter saudável.

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

96. Para mim, o alimento deve ser nutritivo.

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

85. Meus pais quase não compram frutas, verduras e legumes em nossa casa, porque eles

não gostam.

(F) (V)

86. Prefiro ser gordo que comer frutas, verduras e legumes.

(F) (V)

87. Quando eu e meus amigos(as) saímos, não levamos frutas.

(F) (V)

88. Tenho que comer frutas, verduras e legumes quase todos os dias para não engordar e

virar motivo de piada entre os meus amigos.

(F) (V)

89. Meus amigos(as) não gostam de comer frutas diariamente.

(F) (V)

90. Não faz sentido comer frutas, verduras e legumes quando o corpo está em forma.

(F) (V)

91. Na minha família sempre fomos acostumados a comer frutas todos os dias.

(F) (V)

92. Está na moda, entre os adolescentes, comer frutas, verduras e legumes.

(F) (V)

93. Eu aprendi com meus amigos a comer verduras e legumes quase todos os dias.

(F) (V)

Page 92: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

92

97. Para mim, o alimento deve ter muita proteína

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

98. Para mim, o alimento deve ser bom para a minha pele/dentes /cabelos / unhas,

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

99. Para mim, o alimento deve me deixar satisfeito

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

100. Para mim, o alimento deve ter bom cheiro

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

101. Para mim, o alimento deve ter boa aparência

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

102. Para mim, o alimento deve ser gostoso

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

103. Para mim, o alimento deve ter agradável quando coloco na boca

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

104. Para mim, o alimento deve ser gostoso

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

105. Para mim, o alimento deve não deve conter aditivos

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

Page 93: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

93

106. Para mim, o alimento deve ter ingredientes naturais

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

107. Para mim, o alimento não deve ter ingredientes artificiais

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

108. Para mim, o alimento não deve ser caro

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

109. Para mim, o alimento deve ter um preço justo

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

110. Para mim, o alimento deve ser como eu costumo comer

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

111. Para mim, o alimento deve ser parecido com a comida que eu comia quando era mais

novo

( 0 ) não é importante

( 1 ) é pouco importante

( 2 ) é muito importante

Veja as figuras abaixo e responda as questões correspondentes:

112. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) couve

( 2 ) repolho

( 3 ) alface

Page 94: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

94

113. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

114. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

115. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) batata

( 2 ) inhame

( 3 ) abóbora

116. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

117. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

118. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) abobrinha

( 2 ) chuchu

( 3 ) berinjela

119. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

120. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

Page 95: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

95

121. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) chuchu

( 2 ) pimentão

( 3 ) abobrinha

122. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

123. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

124. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) couve

( 2 ) alface

( 3 ) agrião

125. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

126. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

Page 96: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

96

127. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) abobrinha

( 2 ) jiló

( 3 ) pimentão

128. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

129. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

130. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) pepino

( 2 ) berinjela

( 3 ) pimentão

131. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

132. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

Page 97: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

97

133. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) berinjela

( 2 ) chuchu

( 3 ) pimentão

134. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

135. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

136. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) quiabo

( 2 ) vagem

( 3 ) abobrinha

137. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

138. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

Page 98: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

98

139. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) couve

( 2 ) repolho

( 3 ) couve-flor

140. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

141. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

142. O nome desse alimento é?

( 0 ) não sei responder

( 1 ) abobrinha

( 2 ) tomate

( 3 ) chuchu

143. Você já experimentou esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

144. Você costuma comer esse alimento? ( 1 ) sim ( 0 ) não

145. No último mês, em quantos dias você comeu feijão?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

Page 99: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

99

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 ou mais vezes por dia

146. No último mês, em quantos dias você comeu pelo menos um tipo de legume ou verdura

crus ou cozidos? Exemplo: couve, tomate, alface, abóbora, chuchu, brócolis, espinafre, etc.

sem contar inclua batata e aipim

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 ou mais vezes por dia

147. No último mês, em quantos dias você comeu salada crua?

Exemplo: alface, tomate, cenoura, pepino, cebola, etc.

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 ou mais vezes por dia

148. No último mês, em quantos dias você comeu salgadinho de pacote ou batata frita de

pacote? Exemplo: Ruffles, Doritos, Fandangos, Fofura, torcida, cheetos, etc

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

149. No último mês, em quantos dias você comeu biscoitos salgados? Exemplo: cream

craker, club social etc?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

Page 100: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

100

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

150. No último mês, em quantos dias você comeu biscoitos doces ou recheados. Exemplo:

biscoito maisena, trackinas, passatempo, waffer

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

151. No último mês, em quantos dias você comeu doces, balas, chocolates, bombons ou

pirulitos?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

152. No último mês, em quantos dias você comeu frutas? Exemplo: maçã, pêra, banana,

abacaxi, mamão, uva etc

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 ou mais vezes por dia

153. No último mês, em quantos dias você tomou leite?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

Page 101: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

101

154. No último mês, em quantos dias você tomou refrigerante?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

155. No último mês, em quantos dias você tomou sucos ou refresco industrializado?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

156. No último mês, em quantos dias você tomou sucos ou refresco natural?

( 0 ) Nunca ou menos de 1 vez por mês

( 1 ) 1-3 vezes por mês

( 2 ) 1 vez por semana

( 3 ) 2-4 vezes por semana

( 4 ) 5-6 vezes por semana

( 5 ) 1 vez por dia

( 6 ) 2 -3 vezes por dia

( 7 ) 4 ou mais vezes por dia

157. Quantos copos de água você bebe em um dia?

( 0 ) Não bebo água

( 1 ) 1 a 2 copos por dia

( 2 ) 3 a 4 copos por dia

(3 ) Pelo menos 5 ou mais copos por dia

158. Quantas vezes no período de aula você bebe água no bebedouro da escola?

(0 ) Não bebo água no bebedouro

( 1 ) 1 vez

( 2 ) 2 vezes

( 3 ) 3 ou mais vezes

As próximas questões falam sobre atividade física que pode ser feita ao praticar esportes,

brincar com os amigos ou caminhar até a escola. Alguns exemplos de atividade física são:

Page 102: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

102

correr, andar de bicicleta, dançar, jogar futebol, voleibol, basquete, handebol, nadar, andar de

skate, etc.

159. Nos últimos 7 dias, em quantos dias você foi ou voltou a pé ou de bicicleta para a

escola? (Não considerar a garupa ou bicicleta elétrica).

( 0 ) Nenhum dia (0 dia)

( 1 ) 1 dia

( 2 ) 2 dias

( 3 ) 3 dias

( 4 ) 4 dias

( 5 ) 5 dias ou mais dias

160. Quando você vai ou volta da escola a pé ou de bicicleta, quanto tempo você gasta? (Se

você vai e volta, some o tempo que gasta).

( 0 ) Não vou ou volto da escola a pé ou de bicicleta

( 1 ) menos de meia hora

( 2 ) de meia hora a uma hora

( 3 ) uma hora ou mais

161. Nos últimos 7 dias, quantos dias por semana você participou das aulas de educação

física?

( 0 ) Nenhum dia (0 dia)

( 1 ) 1 dia

( 2 ) 2 dias

( 3 ) 3 dias

( 4 ) 4 dias

( 5 ) 5 dias ou mais

162. Nos últimos 7 dias, quanto tempo por dia você fez exercício físico ou esporte durante as

aulas de educação física na escola?

( 0 ) Não fiz aula de educação física na escola

( 1 ) menos de meia hora

( 2 ) de meia hora a uma hora

( 3 ) uma hora ou mais

163. Nos últimos 7 dias, sem contar as aulas de educação física da escola, em quantos dias

você praticou algum exercício físico como esportes, dança, ginástica, musculação, lutas ou

outra atividade?

( 0 ) Nenhum dia (0 dia)

( 1 ) 1 dia

( 2 ) 2 dias

( 3 ) 3 dias

( 4 ) 4 dias

( 5 ) 5 dias

( 6 ) 6 dias

( 7 ) 7 dias

Page 103: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

103

164. Normalmente, quanto tempo por dia dura essas atividades (como esportes, dança,

ginástica, musculação, lutas ou outra atividade) que você faz? (SEM CONTAR as aulas de

educação física)

( 0 ) não faço nenhuma dessas atividades

( 1 ) menos de meia hora

( 2 ) de meia hora a uma hora

( 3 ) uma hora ou mais

165. Se você pudesse fazer exercício físico ou esporte mais vezes na semana, o que você

faria?

( 0 ) Não faço e não mudaria

( 1 ) Já faço e não mudaria

( 2 ) Aumentaria um pouco

( 3 ) Aumentaria muito

166. Quantos quartos tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

167. Quantos banheiros tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

168. Quantas televisões tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

169. Quantos carros tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

Page 104: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

104

170. Quantos rádios tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

171. Quantas geladeiras tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

172. Quantos aparelhos de DVD tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

173. Quantas máquinas de lavar roupa tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

174. Quantos fornos de micro-ondas tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

175. Quantos computadores ou tablets tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

Page 105: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

105

176. Quantos aparelhos de ar condicionado tem na sua casa?

( 0 ) 0 (zero)

( 1 ) 1

( 2 ) 2

( 3 ) 3 ou mais

177. Tem água encanada na sua casa?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

178. A rua que você mora é asfaltada?

( 1 ) Sim ( 0 ) Não

Page 106: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

106

FICHA DE ANTROPOMETRIA (a ser preenchida pelo entrevistador)

179. Data de nascimento: ___ / ___ / ____

180. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

181. A aluna está grávida? ( ) sim ( ) não ( ) não se aplica(em caso de meninos)

182. APENAS PARA AS MENINAS. Com que idade você ficou menstruada pela primeira

vez?

( ) Ainda não menstruei

( ) 9 anos ou menos

( ) 10 anos

( ) 11 anos

( ) 12 anos ou mais

183. Peso: ___ ___ ___ , ___ ___ kg

184. Percentual de gordura: ___ ___ , ___ %

185. Altura1: ___ ___ ___ , ___ cm

186. Altura2: ___ ___ ___ , ___ cm

Circunferência da cintura

187. 1ª medida: |___|___|___|, |___| cm

188. 2ª medida: |___|___|___|, |___| cm

Page 107: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

107

TANNER

APENAS PARA AS MENINAS

Nesta parte do questionário, precisamos saber em que fase de desenvolvimento você se encontra.

Meninos e meninas podem ter a mesma idade e estar em fase de desenvolvimento, de algumas

características do corpo, diferentes. Só sabendo qual é esta fase é que podemos avaliar as suas

necessidades nutricionais. Por isto, observe estas figuras, leia a descrição sobre cada uma delas e

marque qual delas mais se parece com o seu corpo. As informações são totalmente confidenciais.

189. Marque a figura que mais se parece com os pelos na sua região genital neste momento

APENAS PARA OS MENINOS

Nesta parte do questionário, precisamos saber em que fase de desenvolvimento você se encontra.

Meninos e meninas podem ter a mesma idade e estar em fase de desenvolvimento, de algumas

características do corpo, diferentes. Só sabendo qual é esta fase é que podemos avaliar as suas

necessidades nutricionais. Por isto, observe estas figuras, leia a descrição sobre cada uma delas e

marque qual delas mais se parece com o seu corpo. As informações são totalmente confidenciais.

190. Marque a figura que mais se parece com os pelos da sua região genital neste momento

Page 108: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

108

9.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Propósito

Você e seu filho ou filha estão sendo convidados a participar, como voluntários, de uma

pesquisa sobre práticas de alimentação saudável e exercícios físicos. As atividades vão

ocorrer nas escolas selecionadas para o estudo. A participação não é obrigatória.

Procedimentos

O estudo avaliará o consumo alimentar da família e a prática de exercícios físicos por meio de

questionários. Serão também medidos o peso, percentual de gordura corporal, altura, cintura e

pressão arterial.

Riscos, desconfortos e inconveniências:

Como em qualquer pesquisa científica, os sujeitos participantes desta pesquisa estão sujeitos à

riscos mínimos, como desconforto ao ser submetido às aferições de peso, estatura, cintura e

pressão arterial.

Benefícios

Os participantes serão beneficiados no sentido de receber informações sobre hábitos de vida

saudáveis e o resultado das medidas realizadas.

Privacidade e confidencialidade

As identificações serão removidas dos dados e nenhum pesquisador ou assistente poderá

fornecer qualquer informação sobre os seus dados ou de seus filhos.

Questões

Se você tem dúvidas sobre o estudo você poderá entrar em contato com Rosely Sichieri ou

Camilla Estima no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Rua São Francisco Xavier, 524, sala 6004, telefone: 2587-7303, ramal 158, ou por e-mail:

[email protected] ou [email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Social da UERJ: Rua São Francisco

Xavier, 524 – sala 7.003-D, Maracanã, Rio de Janeiro, CEP 20559-900, telefone (21) 2334-

0235, ramal 108. E-mail: [email protected]

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na

pesquisa, e que concordo em participar.

Outras informações gerais

Os resultados das análises e do estudo estarão disponíveis ao final do estudo. Você pode

deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem que isso afete seu filho ou seu

atendimento pelo serviço de saúde. Você não receberá nenhum tratamento especial, exceto

aqueles associados com a pesquisa.

Eu fui informado(a) da natureza e propósito desta pesquisa, seus procedimentos, benefícios,

riscos e desconfortos. Eu aceito fazer parte desta pesquisa e entendo que minha participação é

voluntária, que eu sou livre para retirar este consentimento e sair deste projeto a qualquer

hora. Uma cópia assinada deste consentimento estará disponível para mim.

Niterói, _____ de __________________ de 201_.

Assinatura do(a) responsável: ________________________________

Assinatura do pesquisador: ________________________________

Page 109: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

109

9.3. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

Page 110: SONO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE UMA … da... · 2020. 7. 27. · 2 universidade federal fluminense instituto de saÚde coletiva programa de pÓs graduaÇÃo em saÚde

110