sÓlidos - mpf.mp.br filebelém: 1,234 boa vista: 1,835 ... cempre (compromisso empresarial para a...

81
Lei da política nacional de Resíduos sólidos Ilidia Juras Suely Araújo

Upload: dangque

Post on 22-Oct-2018

215 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Lei da política nacional de Resíduos sólidos

Ilidia Juras Suely Araújo

PANORAMA GERAL NO PAÍS

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

RESÍDUOS SÓLIDOS:

“O homo lixus produz resíduos de todo tipo ao transformar a natureza nos bens e serviços que consome. Usa tecnologias que poluem o meio ambiente e desperdiça matérias-primas e energia, insumos dessa produção.” Maurício Andrés Ribeiro

Tendências: crescimento de geração de resíduos sólidos maior que

crescimento da população aumento na diversidade e complexidade de resíduos

DADOS

Brasil: a questão dos resíduos sólidos é um dos mais graves problemas ambientais urbanos.

Falta de informações confiáveis = dados escassos, falhos e conflitantes

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) – realizada esporadicamente pelo IBGE a partir de questionários aplicados às prefeituras municipais e entidades responsáveis pela prestação dos serviços.

A COLETA DE RESÍDUOS

PNSB 2000: 5.475 municípios pesquisados 1.814 declararam realizar coleta de lixo em 100% dos

domicílios (33,13%) 489: coleta de até 50% dos domicílios

2.978: coleta entre 50 e 99% dos domicílios

PNSB 2008: 5.564 municípios 5.540 declararam realizar coleta domiciliar regular de

lixo (99,57%) PNAD 2009: 57,557 milhões de domicílios

50,590 milhões tinham serviço de coleta de lixo - 87,90%

PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Fragilidade dos dados PNSB 2000: produção diária

228.412 toneladas PNSB 2008: quantidade coletada pelos municípios

183.488 toneladas Redução não consistente com o crescimento

populacional e o aumento do consumo de bens verificado no período

Abrelpe 2009: 161.084 t/dia - coleta 2010: 173.583 t/dia - coleta

GERAÇÃO PER CAPITA

ABRELPE 2010: Geração: 1,213 Kg/hab/dia (média para o Brasil) Coleta: 1,079 Kg/hab/dia (média para o Brasil) Coleta em algumas cidades:

Belém: 1,234 Boa Vista: 1,835 Manaus: 1,338 Fortaleza:1,389 Natal: 1,204 Recife: 1,29 Salvador: 1,318 Brasília: 1,624 Goiânia: 1,255 Belo Horizonte: 1,259 Rio de Janeiro: 1,861 São Paulo: 1,221 Curitiba: 1,223 Porto Alegre: 1,11

DESTINO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

É o maior problema da gestão de resíduos! PNSB 2000:

71,5% dos distritos – disposição dos resíduos em vazadouros a céu aberto (lixões)

17,3% dos distritos dispunham de aterro sanitário PNSB 2008:

2.810 municípios: vazadouros a céu aberto (lixões) 14: áreas alagadas ou alagáveis 1.254: “aterros controlados” (22,53%) 1.540: aterros sanitários (27,67%)

50,75

MAZELA SOCIAL

Trabalho infanto-juvenil nos lixões Fórum Lixo & Cidadania PNSB 2008

área de disposição final com: catadores: 1.703 municípios moradias: 285 animais de pequeno e médio porte: 1.478 queima de resíduos a céu aberto: 1.982

COLETA SELETIVA

PNSB 2008: 994 municípios Cempre (Compromisso Empresarial para a

Reciclagem): 443 municípios (PESQUISA CICLOSOFT 2010)

CONCLUSÃO

Os resíduos sólidos têm sido negligenciados tanto pelo poder público quanto pela sociedade no país.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL, LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE E OUTRAS NORMAS NACIONAIS APLICÁVEIS À GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ANTERIORES À LEI 12.305/2010

LEGISLAÇÃO NACIONAL

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Meio ambiente: competência executiva comum e legislativa concorrente

Capítulo sobre meio ambiente – art. 225: Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado Prevê que as condutas e atividades consideradas lesivas ao

meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Competência municipal - art. 30 legislar sobre assuntos de interesse local prestação dos serviços

Lei de Crimes Ambientais

Lei 9.605/1998: responsabilidade penal da pessoa jurídica tipos penais aplicáveis:

Art. 54. Causar poluição [...] Art. 56. Produzir, processar [...] produto ou substância

tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente [...]

Art. 60. Construir [...], estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença [...]

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: [...]

Responsabilidade pós-consumo

Lei 9.974/2000, que alterou a Lei 7.802/1989: devolução de embalagens de agrotóxicos após o uso pelo

consumidor As empresas são responsáveis pela destinação final.

Resoluções Conama pilhas e baterias: Resolução 257/1999, substituída pela

Resolução 401/2008 pneus: Resolução 258/1999, substituída pela Resolução

416/2009 óleos lubrificantes: Resolução 362/2005

Outras Responsabilidades

plano de gerenciamento de resíduos sólidos: Resolução Conama 005/1993 estabelecimentos prestadores de serviços de saúde –

Resolução 358/2005 portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários.

controle específico de resíduos industriais: Resolução Conama 006/1988, substituída pela Resolução 313/2002.

Gestão de resíduos da construção civil: Resolução Conama 307/2002

As Resoluções e a Lei

As resoluções do Conama foram recepcionadas pela Lei 12.305/2010?

LEGISLAÇÃO ESTADUAL E MUNICIPAL

Exemplos: Ceará Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul Paraná Pernambuco Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Rondônia Roraima Santa Catarina São Paulo

Como analisar o conteúdo dessas leis que permanece em vigor após a Lei 12.305/2010?

SÍNTESE DO PROCESSO QUE GEROU A LEI DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI 12.305/2010)

O DEBATE DA LEI

O DEBATE DA LEI

Projeto de Lei do Senado Federal (PLS) no 354/1989 Senador Francisco Rollemberg 27/10/1989 dispunha sobre o acondicionamento, a

coleta, o tratamento, o transporte e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde.

Na Câmara dos Deputados: 01/04/1991 PL 203/1991

O DEBATE DA LEI

> 100 PLs apensos ao PL 203/1991 Propostas abrangentes – PL 3.333/1992

Propostas específicas: pilhas e baterias pneus embalagens reciclagem importação de resíduos incineração outros tópicos

O DEBATE DA LEI

2001 - comissão especial Relator: Deputado Emerson Kapaz

2005 nova comissão especial Em 20/07/2006: aprovação da proposição principal e

parte de seus apensos na forma de um substitutivo. Mais 57 proposições apensas ao PL 203/1991

PL 1.991/2007, do Poder Executivo, que “institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências”.

O DEBATE DA LEI

04/06/2008 – constituição de grupo de trabalho (GT) Coordenador: Deputado Arnaldo Jardim 15/10/2009: aprovação de subemenda substitutiva

global de plenário ao PL 203/1991 e seus apensos 10/03/2010: aprovação da matéria no plenário da

Câmara dos Deputados pequenas modificações em relação ao texto aprovado

no grupo de trabalho supressão de dispositivos que tratavam da concessão de

incentivos econômicos a atividades relacionadas à reciclagem e ao tratamento de resíduos sólidos.

O DEBATE DA LEI

07/07/2010: aprovação do substitutivo da Câmara dos Deputados ao PL 203/1991, com emendas

02/08/2010: sanção pelo Presidente da República, sem vetos

TÍTULOS, CAPÍTULOS E SEÇÕES DA LEI 12.305/2010

A ESTRUTURA DA LEI

A ESTRUTURA DA LEI

TÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I – DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO CAPÍTULO II – DEFINIÇÕES

TÍTULO II – DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS CAPÍTULO III – DOS INSTRUMENTOS

A ESTRUTURA DA LEI

TÍTULO III – DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO II – DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Seção I – Disposições Gerais Seção II – Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos Seção III – Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos Seção IV – Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos Seção V – Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A ESTRUTURA DA LEI

CAPÍTULO III – DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO Seção I – Disposições Gerais Seção II – Da Responsabilidade Compartilhada

CAPÍTULO IV – DOS RESÍDUOS PERIGOSOS CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS CAPÍTULO VI - DAS PROIBIÇÕES

TÍTULO IV – DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

DESTAQUES NO CONTEÚDO DA LEI 12.305/2010

O CONTEÚDO DA LEI

O CONTEÚDO DA LEI

Título I Objeto e campo de aplicação:

contempla as normas básicas sobre a atuação do Poder Público e da sociedade na gestão dos resíduos sólidos;

não se aplica aos resíduos radioativos; inter-relação com:

a Lei 11.445/2007 (Lei do Saneamento Básico), que inclui os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

a Lei 7.802/1989 (Lei de Agrotóxicos), no que se refere à responsabilidade pós-consumo.

O CONTEÚDO DA LEI

Conceitos: resíduos sólidos versus rejeitos; destinação final ambientalmente adequada versus

disposição final ambientalmente adequada; gerenciamento de resíduos sólidos versus gestão

integrada de resíduos sólidos; responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos

produtos, logística reversa e acordo setorial.

O CONTEÚDO DA LEI

Título II – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Princípios: prevenção e precaução; poluidor-pagador e protetor-recebedor; desenvolvimento sustentável e ecoeficiência; cooperação entre o Poder Público e a sociedade, e

responsabilidade compartilhada; reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e

reciclável como um bem econômico e de valor social.

O CONTEÚDO DA LEI

Objetivos: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos

resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;

redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;

gestão integrada de resíduos sólidos;

integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos;

estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

O CONTEÚDO DA LEI

Instrumentos: planos de resíduos sólidos; inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos; coleta seletiva e sistemas de logística reversa; Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos

e Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico; Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos; acordos setoriais, termos de compromisso e termos de

ajustamento de conduta; consórcios e outras formas de cooperação entre os entes

federados.

O CONTEÚDO DA LEI

Título III – diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos:

Disposições preliminares:Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. [...] Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima. [...].

O CONTEÚDO DA LEI

Classificação dos resíduos (art. 13): urbanos

domiciliares de limpeza urbana

de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços de saneamento básico Industriais de serviços de saúde da construção civil agrossilvopastoris de serviços de transportes de mineração

Quanto à periculosidade: perigosos e não perigosos.

O CONTEÚDO DA LEI

Planos de resíduos: Plano Nacional de Resíduos Sólidos; planos estaduais de resíduos sólidos; planos microrregionais de resíduos sólidos; planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou

aglomerações urbanas; planos intermunicipais de resíduos sólidos; planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos; planos de gerenciamento de resíduos sólidos,

em todos, aplica-se a diretriz de publicidade e controle social.

Coordenação e não hierarquia

O CONTEÚDO DA LEI

Plano Nacional de Resíduos Sólidos: vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 anos, atualização a cada 4 anos. Coordenação do MMA.

Plano estadual de resíduos sólidos: vigência por prazo indeterminado, abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de atuação de vinte anos e revisões a cada 4 anos. Em dois anos (art. 55), condição para os Estados terem

acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. Prioridade para a gestão microrregional.

O CONTEÚDO DA LEI

Plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: em dois anos (art. 55), condição para o repasse de recursos federais. Prioridade para soluções consorciadas intermunicipais e para municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores.

Importante: esse plano trata também dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico e dos sistemas de logística reversa (art. 19, caput, inciso IV).

Para municípios com menos de 20 mil habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado.

O CONTEÚDO DA LEI

Observação: a inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos órgãos competentes (art. 19, § 8º).

O CONTEÚDO DA LEI

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos: geradores de resíduos sólidos:

serviços públicos de saneamento básico indústrias serviços de saúde mineração

os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: gerem resíduos perigosos gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não

perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal

as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama

serviços de transporte atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão

competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa

O CONTEÚDO DA LEI

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos: Conteúdo mínimo do plano de gerenciamento - art.

21. Relação com o plano municipal de gestão integrada –

ver §§ 1º e 2º do art. 21. Plano simplificado para microempresas e empresas de

pequeno porte – regulamento. Exigência de RT – art. 22. O plano integra o licenciamento ambiental – art. 24.

Oitiva do órgão municipal no processo.

CAPÍTULO III DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO

TÍTULO III

Atribuição das responsabilidades

poder público

setor empresarial

coletividade

Atribuição das responsabilidades

Titular dos serviços públicos: organização e prestação dos serviços (art. 26)

Geradores especiais (art. 20): implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (art. 27)

contratação de terceiros: não isenta da responsabilidade por danos etapas realizadas pelo poder público: remuneradas

Gerador de resíduos sólidos domiciliares: disponibilização adequada para a coleta devolução (logística reversa)

Responsabilidade compartilhadaResponsabilidade compartilhada pelo ciclo de

vida dos produtos:fabricantes, importadoresdistribuidores comerciantesconsumidores titulares dos serviços públicos de limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos

Responsabilidades dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes

concepção dos produtos: reutilização, reciclagem ou outra forma de destinação

ambientalmente adequada geração da menor quantidade de resíduos sólidos possível

informações para evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos

logística reversa: recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso e destinação final ambientalmente adequada

produtos não inclusos no sistema de logística reversa: participação das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos – mediante acordos ou termos de compromisso com o Município

(art. 31)

Embalagens

Devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem. Regulamento: dispor sobre os casos em que, por razões de

ordem técnica ou econômica, não seja viável atender a essa exigência.

Cabe aos responsáveis assegurar que as embalagens sejam: restritas em volume e peso às dimensões requeridas à

proteção do conteúdo e à comercialização do produto projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira

tecnicamente viável e compatível com as exigências aplicáveis ao produto que contêm

recicladas, se a reutilização não for possível

Quem é responsável: manufatura embalagens ou fornece materiais para a

fabricação de embalagens coloca em circulação embalagens, materiais para a

fabricação de embalagens ou produtos embalados

(art. 32)

Logística reversa (1) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens

pilhas e baterias

pneus

óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens

lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista

produtos eletroeletrônicos e seus componentes

Pode ser estendida a outros produtos e embalagens:

regulamento

acordos setoriais

termos de compromisso

Logística reversa (2) Obrigações dos fabricantes,

distribuidores e comerciantes: implantar procedimentos de compra de

produtos ou embalagens usados disponibilizar postos de entrega de resíduos

reutilizáveis e recicláveis atuar em parceria com cooperativas de

catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis

Acordos setoriais e termos de compromisso

Podem ter abrangência: nacional regional estadual municipal

Acordos setoriais e termos de compromisso firmados em âmbito nacional: prevalência sobre os firmados em âmbito regional ou estadual, e estes sobre os firmados em âmbito municipal.

Acordos com menor abrangência geográfica: podem ampliar, mas não abrandar, as medidas de proteção ambiental constantes nos acordos setoriais e termos de compromisso firmados com maior abrangência geográfica.

RESÍDUOS PERIGOSOS

Autorização ou licenciamento: demonstração de capacidade técnica e econômica

Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos Obrigatório para as pessoas jurídicas que operam com resíduos

perigosos, em qualquer fase do gerenciamento (art. 38). Cadastramento: RT

Plano de gerenciamento de resíduos perigosos, submetido ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do SNVS – art. 39. pode integrar o plano mais amplo de gerenciamento de

resíduos sólidos

RESÍDUOS PERIGOSOS

Outras obrigações: manter registro atualizado dos procedimentos informar sobre: quantidade, natureza e destinação temporária

ou final dos resíduos medidas para reduzir o volume e a periculosidade dos resíduos informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a

ocorrência de acidentes ou outros sinistros relacionados aos resíduos perigosos

RESÍDUOS PERIGOSOS

Pode ser exigida a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente ou à saúde pública (art. 40).

O Governo Federal deve estruturar e manter ações voltadas à descontaminação das áreas órfãs (art. 41).

Instrumentos econômicos (1) Prevê (genericamente) instituição de medidas indutoras e linhas de financiamento para:

prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo desenvolvimento de produtos com menores impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo de vida implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas de catadores desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou regional estruturação de sistemas de coleta seletiva e de logística reversa descontaminação de áreas contaminadas desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos

Instrumentos econômicos (2) União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios a:

indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas de catadores empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas

Consórcios públicos (Lei 11.107/2005) constituídos para viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo Federal.

Instrumentos econômicos (3)

Lei 12.375/2010: estabelecimentos industriais fazem jus, até 31/12/2014, a crédito presumido do IPI na aquisição de resíduos sólidos utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na fabricação de seus produtos. Condição: que os resíduos sólidos sejam adquiridos

diretamente de cooperativa de catadores de materiais recicláveis com número mínimo de cooperados pessoas físicas definido em ato do poder executivo, vedada a participação de pessoas jurídicas.

Proibições (1)

São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: lançamento em praias, no mar ou em quaisquer

corpos hídricos; lançamento in natura a céu aberto, excetuados os

resíduos de mineração; queima a céu aberto ou em recipientes,

instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade;

outras formas vedadas pelo poder público.

Proibições (2)

São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: utilização dos rejeitos dispostos como alimentação catação (progressividade segundo os planos

estaduais) criação de animais domésticos fixação de habitações temporárias ou permanentes outras atividades vedadas pelo poder público

É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.

O CONTEÚDO DA LEI

Título IV – disposições finais e transitórias:

Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.

O CONTEÚDO DA LEI

Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e no § 2º do art. 39 desta Lei é considerada obrigação de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei nº 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa.[manutenção de informações atualizadas e disponíveis sobre a execução do plano de gerenciamento de resíduos; e manutenção de registros sobre o plano de gerenciamento de resíduos perigosos, relato anual, adoção de medidas para sua redução e gestão e comunicação sobre acidentes]

Disposições finais

Dispositivos temporários: 4 anos: disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos

2 anos: planos estaduais e municipais como condição para repasse de recursos federais

Implantação progressiva da logística reversa para lâmpadas e produtos eletroeletrônicos – cronograma definido em regulamento.

O CONTEÚDO DA LEI

Aspectos temporais da aplicação: Disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos: quatro anos. Como interpretar? Planos estaduais e municipais como condição para

repasse de recursos federais: dois anos. Logística reversa: progressivamente no que se refere

às lâmpadas e produtos eletroeletrônicos.

DESTAQUES NO DECRETO 7.404/2010

O REGULAMENTO

O REGULAMENTO

O comitê interministerial criado no art. 3º do Decreto 7.404/2010 para apoio à aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos é presidido por representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e conta com a representação de nove ministérios, além do MMA, e de dois órgãos da Presidência da República. Poderão ser criados grupos técnicos, a exemplo do que ocorre, por exemplo, no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O REGULAMENTO

No que toca ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos previsto pelo art. 15 da Lei 12.305/2010, o comitê surge com responsabilidade tanto de instituir os procedimentos para a elaboração, quanto de elaborar o plano e avaliar sua implementação.

Constitui tarefa do comitê a definição de informações complementares ao plano de gerenciamento de resíduos perigosos demandado pelo art. 39 da Lei 12.305/2010. Questão para debate: quais são os limites do poder

normativo desse órgão colegiado?

O REGULAMENTO

Art. 33: Comitê Orientador para Implantação de Sistemas de Logística Reversa, presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e integrado ainda pelo titulares dos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e da Fazenda.

Orientação estratégica para a implantação da logística reversa; estabelecimento de prioridades e cronogramas nesse âmbito; aprovação de estudos de viabilidade técnica e econômica, a definição das embalagens que ficam dispensadas da obrigatoriedade de fabricação com materiais que propiciem a reutilização e a reciclagem, bem como da forma de realização da consulta pública relativa a proposta de implementação de sistemas de logística reversa, e outras atribuições conexas.

O REGULAMENTO

Decreto 7.505/2010: institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências.

O REGULAMENTO

Debater: art. 8º (embalagens e exportação); § 1º do art. 9º (coleta seletiva e obrigatoriedade); art. 11 (catadores); arts. 20 a 29 (centralização na União); art. 36 (recuperação energética e co-processamento); art. 50, § 2º (atribuição ao município de indicação de

medidas saneadoras para passivos ambientais de empreendimentos controlados via licenciamento).

O REGULAMENTO

Ao tratar do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, o decreto inova. No art. 55, admite a apresentação do referido plano, de forma coletiva e integrada, por empreendimentos localizados em um mesmo condomínio, município, microrregião, região metropolitana ou aglomeração urbana, que exerçam atividades características de um mesmo setor produtivo e que possuam mecanismos formalizados de governança coletiva ou de cooperação em atividades de interesse comum (grifamos). Não especifica, todavia o que vêm a ser tais mecanismos formalizados de governança coletiva, o que, sem dúvida, dificulta a aplicação do dispositivo.

O REGULAMENTO

No art. 58 do decreto, admite-se a participação de cooperativas de catadores no plano de gerenciamento de resíduos sólidos dos empreendimentos listados no art. 20 da Lei 12.305/2010, em três situações: se houver cooperativas capazes técnica e operacionalmente de realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos; se for economicamente viável; e se não houver conflito com a segurança operacional do empreendimento. Comparar com o art. 21, § 3º, da Lei 12.305/2010.

O REGULAMENTO

No art. 61, caput, prevê que o plano de gerenciamento de resíduos sólidos das microempresas e empresas de pequeno porte, quando exigível, poderá ser inserido no plano de gerenciamento de empresas com as quais operam de forma integrada, desde que estejam localizadas na área de abrangência da mesma autoridade de licenciamento ambiental. O que significa “operar de forma integrada”? Poderia ser prestar serviço a uma empresa de grande porte? Ou basta ser fornecedora de peças?

O REGULAMENTO

Há um título voltado aos resíduos perigosos, que se inicia com a definição do que vêm a ser os geradores ou operadores de resíduos perigosos (art. 64). Os critérios podem levar a uma extensa gama de atividades, mas isso ficará a critério do órgão ambiental, que o decreto também não define qual será.

O REGULAMENTO

Instrumentos econômicos: ler arts. 80 e 81.

O REGULAMENTO

Ver art. 84, com alterações no art. 62 do Decreto 6.514/2008.

Ver art. 85, que acresce o art. 71 no Decreto 6.514/2008.