software gerador de malhas triangulares para anÁlise com o mÉtodo dos elementos finitos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL MAGNO PEREIRA ALMEIDA SOFTWARE GERADOR DE MALHAS TRIANGULARES PARA ANÁLISE COM O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS. Belém PA 2014

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O avanço da tecnologia trouxe diversas ferramentas e métodos que auxiliam a resolução dos mais variados problemas físicos. O Método dos Elementos Finitos (MEF) é atualmente um dos mais importantes métodos numéricos utilizados para se obter essas soluções, a ideia principal desse método consiste em se dividir o meio analisado em finitas sub-regiões, formando a malha de elementos finitos. A precisão dos resultados do MEF está diretamente ligada à qualidade dessa malha. A geração automática de malhas é hoje um dos principais alvos de estudo e aperfeiçoamento a respeito desse método e é o foco principal deste trabalho, que desenvolveu um gerador para malhas triangulares aplicando os algoritmos de Delaunay

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR

    INSTITUTO DE TECNOLOGIA

    FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

    MAGNO PEREIRA ALMEIDA

    SOFTWARE GERADOR DE MALHAS TRIANGULARES PARA

    ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS.

    Belm PA

    2014

  • MAGNO PEREIRA ALMEIDA

    SOFTWARE GERADOR DE MALHAS TRIANGULARES PARA

    ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    como exigncia parcial para a obteno do

    Ttulo de Engenheiro Civil, submetido banca

    examinadora da Universidade Federal do Par,

    do Centro Tecnolgico, da Faculdade de

    Engenharia Civil, elaborado sob a orientao do

    Prof. PhD. Remo Magalhes de Souza.

    Belm PA

  • 2014

    MAGNO PEREIRA ALMEIDA

    Trabalho de Concluso de Curso submetido a Faculdade de Engenharia

    Civil do Centro Tecnolgico, da Universidade Federal do Par, como

    parte dos requisitos para a obteno do ttulo de Engenheiro Civil, sendo

    considerado satisfatrio e APROVADO em sua forma final pela banca

    examinadora existente.

    Banca Examinadora

    _________________________________________________

    Prof. PhD. Remo Magalhes de Souza

    Professor-Orientador ITEC / UFPA

    _________________________________________________

    Prof. D.Sc. Regina Augusta Campos Sampaio

    Examinador ITEC / UFPA

    _________________________________________________

    Prof. MSc. Jos Hlio Alvarez Elarrat

    Examinador ITEC / UFPA

  • Dedico aos meu pais, que so os grandes

    alicerces de minha vida.

    Agradeo aos familiares, amigos e

    professores, que sempre contriburam para meu

    crescimento e aprendizado. Minha dvida com

    vocs inesgotvel.

  • RESUMO

    O avano da tecnologia trouxe diversas ferramentas e mtodos que auxiliam a

    resoluo dos mais variados problemas fsicos. O Mtodo dos Elementos Finitos

    (MEF) atualmente um dos mais importantes mtodos numricos utilizados para se

    obter essas solues, a ideia principal desse mtodo consiste em se dividir o meio

    analisado em finitas sub-regies, formando a malha de elementos finitos. A preciso

    dos resultados do MEF est diretamente ligada qualidade dessa malha. A gerao

    automtica de malhas hoje um dos principais alvos de estudo e aperfeioamento a

    respeito desse mtodo e o foco principal deste trabalho, que desenvolveu um

    gerador para malhas triangulares aplicando os algoritmos de Delaunay.

    Palavras Chaves: Malha de Elementos Finitos; Gerao automtica de malha;

    Mtodo dos Elementos Finito, Triangulao de Delaunay.

  • SUMRIO

    LISTA DE ILUSTRAES ................................................................................................. 7

    INTRODUO ............................................................................................................ 9

    1.1 OBJETIVOS .............................................................................................................. 9

    1.2 ORGANIZAO DO TEXTO ......................................................................................... 9

    O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ............................................................... 11

    2.1 ANLISE ESTRUTURAL ............................................................................................ 11

    2.2 SURGIMENTO DO MEF ........................................................................................... 13

    2.3 FUNDAMENTOS BSICOS DO MEF ........................................................................... 14

    2.4 FORMULAO MATEMTICA .................................................................................... 16

    2.4.1 Princpios dos Deslocamentos Virtuais ........................................................ 17

    2.4.2 Formulao Geral ......................................................................................... 21

    2.5 PROBLEMA DE ESTADO PLANO ............................................................................... 22

    2.5.1 Estado plano de tenso ................................................................................ 24

    2.5.2 Estado plano de deformao ........................................................................ 26

    2.6 ELEMENTOS ISOPARAMTRICOS .............................................................................. 27

    2.6.1 Elemento Triangular de Deformao Constante (CST)................................ 29

    MALHAS DE ELEMENTOS FINITOS ...................................................................... 32

    3.1 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DAS MALHAS ............................................................ 32

    3.2 MALHAS TRIANGULARES ......................................................................................... 36

    3.3 MTODOS GERADORES DE MALHAS ........................................................................ 37

    3.3.1 Mtodo da Colocao dos Ns ..................................................................... 37

    3.3.2 Mtodo da Decomposio Recursiva do Domnio. ...................................... 38

    3.3.3 Mtodo do Avano de Fronteira ................................................................... 39

    3.3.4 Qualidade das Malhas .................................................................................. 40

    IMPLEMENTAO COMPUTACIONAL E RESULTADOS .................................... 43

    4.1 AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 43

    4.2 ALGORITMOS E IMPLEMENTAO ............................................................................ 43

    4.2.1 Geometria do Domnio .................................................................................. 45

    4.2.2 Insero dos Ns .......................................................................................... 45

  • 4.2.3 Gerao e Otimizao da Malha .................................................................. 48

    4.3 ANLISES COM O MEF E RESULTADOS .................................................................... 50

    4.3.1 Viga Engastada Livre com Carga Concentrada ........................................... 50

    4.3.2 Chapa com Furo submetidas a Trao Uniaxial .......................................... 52

    CONCLUSO ........................................................................................................... 55

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 56

    ANEXOS ................................................................................................................... 58

    A - MALHAS GERADA COM DIFERENTE DOMNIOS ................................................ 58

    B - CDIGO FONTE DO PROGRAMA GERADOR DE MALHA ................................... 61

  • 7

    Lista de Ilustraes

    TABELA 2.1 ETAPAS DE MODELAGEM NUMA ANALISE ESTRUTURAL (SOTELITO, 2013). ....................................................... 12

    FIGURA 2.1 TPICAS GEOMETRIAS DE ELEMENTOS FINITOS. (FELIPPA, 2004). .................................................................... 15

    FIGURA 2.2 MALHA TRIANGULAR DE ELEMENTOS FINITOS. (SOUZA, 2003)...................................................................... 15

    FIGURA 2.3 INCREMENTO DE ENERGIA DE DEFORMAO ESPECIFICA. ADAPTADA DE VAZ (2011). ........................................... 17

    FIGURA 2.4 INCREMENTO DE TRABALHO EXTERNO. ADAPTADA DE VAZ (2011). .................................................................. 19

    FIGURA 2.5 CHAPA PLANA DE ESPESSURA t COM PLANO MDIO xy . ADAPTADA DE VAZ (2011). ........................................ 23

    FIGURA 2.6 REPRESENTAO DA DEFORMAO POR CISALHAMENTO. ADAPTADA DE (VAZ, 2011). ........................................ 25

    FIGURA 2.7 PARAMETRIZAO DE UMA ELEMENTO QUADRILTERO. .................................................................................. 28

    FIGURA 2.8 ELEMENTO CST. ADAPTADA DE (RIBEIRO, 2004). ...................................................................................... 29

    FIGURA 2.9 COORDENADAS DE REA DE UM PONTO P. ADAPTADA DE (RIBEIRO, 2004). .................................................... 29

    FIGURA 3.1 EXEMPLO DE MALHA ESTRUTURADA. ........................................................................................................... 33

    FIGURA 3.2 EXEMPLO DE MALHA NO ESTRUTURADA. .................................................................................................... 33

    FIGURA 3.3 EXEMPLO DE HIBRIDA. .............................................................................................................................. 34

    FIGURA 3.4 EXEMPLO DE MALHA COM ARRANJO ERRADO ................................................................................................ 35

    FIGURA 3.5 INCOMPATIBILIDADE NO CAMPOS DOS DESLOCAMENTO. ................................................................................. 35

    FIGURA 3.6 TRIANGULAO NO DELAUNAY. ............................................................................................................... 36

    FIGURA 3.7 COMPARAO DE TRIANGULAO NO DELAUNAY E DELAUNAY. ADAPTADA (AKEL JUNIOR, 2008). ................... 37

    FIGURA 3.8 DOMNIO COM OS NS GERADOS. (AKEL JUNIOR, 2008) ............................................................................ 38

    FIGURA 3.9 MALHA GERADA PELO MTODO DA COLOCAO DOS NS. (AKEL JUNIOR, 2008) ............................................ 38

    FIGURA 3.10 EXEMPLO DA DECOMPOSIO DO DOMNIO USANDO O QUADTREE. (DISPONVEL EM

    ) ......................... 39

    FIGURA 3.11 EXEMPLO DO MTODO AVANO DA FRONTEIRA. (AKEL JUNIOR, 2008 P. 24) ............................................... 40

    FIGURA 3.12 TIPOS DE REFINAMENTO DE MALHAS. ADAPTADO DE (AKEL JUNIOR, 2008) .................................................. 41

    FIGURA 3.13 NS NO SUAVIZADOS E SUAVIZADOS. ADAPTADO DE (AKEL JUNIOR, 2008)................................................. 42

    FIGURA 4.1 TRIANGULAO GERADA UTILIZANDO FUNES DA CLASSE DELAUNAYTRIANGULATION. (MATLAB, 2013) ............. 43

    FIGURA 4.2 DIAGRAMA DE ESTADOS. .......................................................................................................................... 44

    FIGURA 4.3 EXEMPLO DA INSERO DA GEOMETRIA DO DOMNIO. .................................................................................... 45

    FIGURA 4.4 EIXOS HORIZONTAIS CONFORME O NVEL DE REFINAMENTO. ............................................................................ 46

    FIGURA 4.5 TRIANGULO EQUILTERO. ......................................................................................................................... 46

    FIGURA 4.6 INSERO DOS NS NO RETNGULO QUE ENGLOBA TODO O DOMNIO. .............................................................. 47

    FIGURA 4.7 MALHA GERADA APENAS COM OS NS DA REGIO INTERNA E OS VRTICES DO DOMNIO. ....................................... 47

    FIGURA 4.8 INSERO DOS NS NO CONTORNO DO DOMNIO .......................................................................................... 48

    FIGURA 4.9 MALHA TRIANGULAR GERADA COM A CLASSE DELAUNAYTRIANGULATION. ......................................................... 49

  • 8

    FIGURA 4.10 RESULTADO FINAL DE UMA MALHA GERADA COM O SOFTWARE. ..................................................................... 49

    FIGURA 4.11 MALHA REFINADA ................................................................................................................................. 50

    FIGURA 4.12 VIGA ENGASTADA LIVRE. ......................................................................................................................... 51

    FIGURA 4.13 DESLOCAMENTOS DO PROBLEMA DA FIGURA 4.11 EM ANLISE COM O ABAQUS. .............................................. 51

    FIGURA 4.14 DEFORMAES OBTIDAS ATRAVS DE ANLISE REALIZADA COM UMA MALHA CRIADO PELO SOFTWARE GERADOR. .... 52

    FIGURA 4.15 CHAPA COM FURO. ................................................................................................................................ 52

    FIGURA 4.16 RESULTADO DAS TENSES PRINCIPAIS NOS PONTOS P E Q (EIXO Y) EM ANLISE FEITA COM O ABAQUS. ................... 53

    FIGURA 4.17 RESULTADO DAS TENSES PRINCIPAIS NOS PONTOS M E N (EIXO X) EM ANLISE FEITA COM O ABAQUS. .................. 53

    FIGURA 4.18 CONDIES DE CONTORNO DO PROBLEMA APLICADAS NA MALHA CRIADA COM SOFTWARE GERADOR. .................... 54

    FIGURA 4.19 TENSES REFERENTES AO EIXO X............................................................................................................... 54

    FIGURA 4.20 - TENSES REFERENTE AO EIXO Y. ................................................................................................................ 54

  • 9

    INTRODUO

    O Mtodo dos Elementos Finitos (MEF) atualmente um dos mais

    importantes mtodos numricos utilizados para se obter a soluo aproximada de

    problemas fsicos modelados atravs de determinados Equaes Diferenciais

    Parciais. A ideia principal do MEF consiste em se dividir o meio analisado em finitas

    sub-regies de geometria simples e conhecidas (formato triangular, quadrilateral,

    cbico, etc.).

    Essas sub-regies so conectadas entre si entre atravs de determinados

    pontos, denominados ns ou pontos nodais. O conjunto das sub-regies com os

    pontos nodais denominado malha de elementos finitos. A preciso do MEF est

    diretamente ligada a qualidade dessa malha.

    Este estudo abordar os principais fundamentos do MEF, dando nfase ao

    desenvolvimento de um sistema gerador de malhas de elementos triangulares,

    1.1 Objetivos

    O objetivo principal deste trabalho desenvolver e apresentar um software

    computacional para gerao de malhas triangulares de trs ns para ser utilizada com

    o MEF.

    Como objetivos secundrios destacam-se:

    Breve estudo do MEF, seus fundamentos e formulaes bsicas.

    Problemas de Estado Plano, comparao de resultado analticos

    com resultados numricos.

    Mtodos e Algoritmos geradores de malhas.

    Computao grfica aplicada a engenharia.

    1.2 Organizao do Texto

    O desenvolvimento deste trabalho divide-se em quatro captulos, descritos

    a seguir.

  • 10

    O captulo 2 tem por objetivo apresenta o MEF, comentando sobre sua

    origem, sua evoluo, principais campos de aplicao e formulao bsica.

    No captulo 3 apresenta-se um estudo mais especifico sobre as malhas de

    elementos finitos, discutindo sobre suas caractersticas e qualidades, abordando

    tcnicas e mtodos comuns para uma gerao automtica.

    No captulo 4 discutida a implementao computacional, a forma como

    ela foi feita e os algoritmos utilizados para tal. So mostrado alguns exemplos de

    malhas geradas, bem como os resultados obtidos com anlise do MEF.

    A concluso do trabalho apresentada no captulo 5, onde so feitas

    crticas e reflexes acerca do trabalho e dos resultados obtidos.

  • 11

    O Mtodo dos Elementos Finitos

    Este captulo tem por finalidade introduzir os conceitos fundamentais do

    Mtodo dos Elementos Finitos, abordando os motivos que levaram a sua criao, seu

    desenvolvimento e generalizao aos longos dos anos, suas principais hipteses

    bsicas e um breve estudo do elemento triangular de deformao constante.

    2.1 Anlise Estrutural

    Segundo Martha (2010) o projeto estrutural tem por objetivo propor e

    descrever uma a estrutura de forma que esta venha a satisfazer todas as

    necessidades para qual ela ser construda, atentando para as mais variadas

    condies como: segurana, economia, esttica, disposies construtivas e restries

    legais.

    Um projeto estrutural possui inmeras etapas. No projeto, todos os detalhes

    necessrios para construo de uma obra devem ser descritos. A anlise estrutural

    a fase do projeto estrutural que determina as respostas (campos de tenses,

    deformaes, deslocamentos, etc.) da estrutura para os seus possveis casos de

    carregamento e solicitaes.

    No mbito da engenharia atual, impensvel a elaborao de um grande

    projeto estrutural feito manualmente. O avano da tecnologia trouxe aos engenheiros

    do ramo diversas ferramentas que auxiliam seus servios, minimizando tempo e

    possveis erros humanos referente aos clculos.

    A grosso modo, a anlise estrutural moderna consiste inicialmente em

    transformar o problema real, em um modelo computacional, aplicando seus

    condicionantes, como carregamentos e condies de contorno, para em seguida,

    efetuar seu processamento e obter os resultados. Da etapa inicial, visualizao do

    problema real, etapa final, modelagem computacional, h etapas intermedirias de

    grande importncia, que so elaboraes de modelos como pr-requisitos ao modelo

    computacional.

  • 12

    Na evoluo dessas etapas, existem erros inerentes aos tipos de

    consideraes, como mostra a Tabela 2.1. A criao destes modelos intermedirios

    necessita de um grande conhecimento e experincia do profissional, o qual dever

    minimizar esses erros em suas escolhas dos modelos.

    Tabela 2.1 Etapas de modelagem numa analise estrutural (SOTELITO, 2013).

    Aproximaes no MEF

    Problema Real Modelo Fsico

    Erro de modelagem

    Modelo Fsico Modelo Matemtico

    Erro de aproximao

    Modelo Matemtico Modelo Numrico

    Erro de discretizao

    Modelo Numrico Modelo Computacional

    Erro numrico

    Um problema de engenharia corresponde ao problema real, sendo este

    representado atravs um modelo fsico, um modelo simplificado da realidade. O

    modelo fsico ter uma representao matemtica baseada em teorias e hipteses

    que representam os fenmenos do sistema. Tal representao chamada de modelo

    matemtico ou modelo estrutural, como por exemplo, o uso da Teoria de Euler-

    Bernoulli para uma viga. Para Martha (2010), a elaborao do modelo estrutural uma

    das mais importantes na anlise estrutural e pode ser bastante complexa dependendo

    do tipo de estrutura.

    O modelo matemtico necessita de uma aproximao numrica para sua

    resoluo, trata-se de um problema complexo. Tal aproximao denominada de

    modelo numrico. A passagem do modelo matemtico para o modelo numrico

    chama-se discretizao, nesta etapa [...] o comportamento analtico do modelo

    estrutural substitudo por um comportamento discreto, em que solues analticas

  • 13

    contnuas so representadas pelos valores discretos dos parmetros adotados. [...]

    (MARTHA, 2010), esses parmetros variam dependendo do mtodo utilizado para

    resoluo do problema. Por exemplo, no mtodo das foras os parmetros so foras

    ou momentos e, no mtodo dos deslocamentos esses parmetros so deslocamentos

    ou rotaes.

    O modelo computacional a utilizao de uma interface de software pelo

    usurio. Muitos programas comerciais utilizam o Mtodo dos Elementos Finitos para

    o modelo numrico. Na implementao desses programas, muitos aspectos devem

    ser levados em conta Das vrias etapas a gerao e otimizao das malhas de

    elementos finitos uma das mais importantes pela garantia a qualidade dos

    resultados.

    2.2 Surgimento do MEF

    Para facilitar o estudo do comportamento das estruturas, costuma-se

    classific-las como reticuladas ou no-reticuladas. As estruturas reticuladas so

    aquelas cujos elementos estruturais possuem um eixo claramente definido, como as

    vigas, prticos, trelias e grelhas. Por serem as mais comuns e simples, elas foram as

    primeiras a serem estudas formalmente pela engenharia. Muitos conceitos que so

    comuns generalidade das estruturas, como equilbrio, tenso e deformao,

    surgiram no estudo das estruturas reticuladas. Estruturas como paredes, lajes, cascas

    e slidos so classificadas como no-reticuladas, sendo em geral estudadas como

    meios contnuos.

    As estruturas reticuladas podem ser simplesmente analisadas por diversos

    mtodos, como o Mtodo Clssico das Foras ou Mtodo Clssico dos

    Deslocamentos, que em geral so difceis de aplicar aos meios contnuos. Segundo

    Azevedo (2003), antes do surgimento do MEF os problemas de meios contnuos eram

    resolvidos atravs de sistemas de equaes das derivadas parciais que governavam

    o fenmeno, aplicando-se na maioria das vezes series de Fourier. Devido grande

    complexidade, esses procedimentos eram aplicados apenas a meios contnuos

    homogneos e de simples geometria. Para superar esses problemas, tornou-se

    comum a substituio das derivadas exatas por derivadas aproximadas, calculadas a

  • 14

    partir de pontos especficos. De maneira mais abrangente, os mtodos aproximados

    tinham por objetivo transformar um problema composto por equaes diferenciais em

    um problema composto por equaes algbricas.

    O MEF surgiu do aprimoramento de mtodos aproximados como o de

    Rayleigh-Ritz, Galerkin, diferenas finitas, resduos ponderados e outros. Bastante

    genrico, pode ser aplicado a estruturas de geometria diversificada e meios

    heterogneos. A formulao matemtica do MEF mais complexa, geralmente sendo

    fundamentada no Mtodo dos Deslocamentos (Rayleigh-Ritz), em Modelos de

    Equilbrio ou Mtodos Mistos, em geral, se baseiam na discretizao do problema

    complexo em elementos pequenos com geometria simples e conhecida.

    Devido grande quantidade de clculos necessrios para realizar uma

    anlise com o MEF, ele s teve utilidade de fato com o advento do computador digital.

    Seu desenvolvimento foi grandioso nas dcadas de 60 e 70 onde adquiriu as principais

    caractersticas e formato atuais. Com a popularizao do computador nas dcadas

    seguintes, o MEF tornou-se uma das maiores ferramentas na anlise de projetos

    estruturais.

    2.3 Fundamentos bsicos do MEF

    O conceito principal do MEF consiste em se dividir o meio analisado em

    sub-regies de geometria simples e conhecidas (formato triangular, quadrilateral,

    cbico, etc.), chamadas de elementos finitos, os quais so conectados atravs de

    determinados pontos, denominados ns ou pontos nodais. Existem muitos tipos de

    elementos finitos e variam em funo do tipo e da dimenso do problema (uni, bi ou

    tridimensional). A Figura 2.1 mostra alguns dos mais tradicionais tipos de elementos

    finitos uni, bi e tridimensionais.

  • 15

    Figura 2.1 Tpicas geometrias de elementos finitos. (FELIPPA, 2004).

    A este conjunto de elementos finitos conectados atravs dos pontos nodais

    d-se o nome de malha de elementos finitos (Figura 2.2).

    Figura 2.2 Malha Triangular de Elementos Finitos. (SOUZA, 2003).

    A implementao de um programa com base no MEF dividida em trs

    etapas:

    Pr-Processamento: Define-se a geometria e os demais dados de

    entrada, tais como as propriedades mecnicas dos materiais e as

    condies de contorno do domnio. Nesta etapa acontece a

    discretizao (gerao da malha de elementos finitos) do meio ao qual

    se procura a soluo.

    Processamento: Nesta etapa se estabelece equaes que governam o

    problema, monta-se as matrizes e vetores correspondentes, feita a

  • 16

    considerao das condies iniciais e de contorno, e por fim, a soluo,

    que pode ser linear ou no linear.

    Ps-Processamento: Apresentam-se os resultados da anlise.

    A preciso dos resultados do MEF no depende apenas da formulao do

    elemento, tambm est diretamente ligada qualidade da malha. Mesmo sendo um

    mtodo aproximado, com uma malha bem refinada a soluo obtida vai convergir para

    a soluo exata (de acordo com as teorias e hipteses adotadas) do problema.

    As caractersticas de cada elemento finito dependem do nmero,

    posicionamento e graus de liberdade de cada n. O conceito de grau de liberdade

    pode ser definido como o cada possvel movimento que cada n pode ter. O mesmo

    elemento finito pode ter diferentes graus de liberdade, dependendo da dimenso,

    condies e tipo do problema.

    O MEF surgiu como uma alternativa de resoluo dos problemas de

    engenharia estrutural. Porm, hoje em dia aplicado para os mais variados tipos de

    problemas. Souza (2003) cita que o MEF pode ser ferramenta para estudos de

    problemas como: conduo de calor, conduo de eletricidade, campos

    gravitacionais, campos eletroestticos, campos magnetostticos; fluxo irrotacional de

    fluidos ideais, percolao atravs de um meio poroso, torso de barras prismticas,

    etc.

    2.4 Formulao Matemtica

    O processo de desenvolvimento do MEF exige um vasto conhecimento

    matemtico abrangendo operaes com matrizes e solues de equaes

    diferenciais. H varias formulaes que podem ser adotadas para sua implementao.

    Na anlise de estruturas, elas se baseiam fundamentalmente em trs equaes: de

    equilbrio, de compatibilidade e constitutivas.

  • 17

    2.4.1 Princpios dos Deslocamentos Virtuais

    Diz-se que algo virtual quando ele imaginrio, um deslocamento virtual

    ou uma fora virtual so, respectivamente, um deslocamento imaginrio ou uma fora

    imaginria, arbitrariamente impostos sobre um sistema estrutural.

    Um trabalho considerado trabalho virtual quando:

    i. O trabalho realizado por foras reais durante um deslocamento virtual;

    ii. O trabalho realizado por foras virtuais durante um deslocamento real.

    2.4.1.1 Incremento de Energia de Deformao

    Se uma barra m for carregada at que sua deformao final m seja

    atingida, diz-se que esta barra possui ( )m m de tenso atuante com uma energia de

    deformao0m

    U produzida. Se nesta barra for aplicado uma tenso incremental m ,

    um incremento de deformao m tambm aparecer na barra.

    Figura 2.3 Incremento de energia de deformao especifica. Adaptada de Vaz (2011).

    O incremento total da energia de deformao especfica0m

    U ser:

    1 20 0 0 0 ( )m m m m mU U U erroU (2.1)

    Os termos 10m

    U e 20mU so denominados respectivamente de

    incremento de primeira e de segunda ordem de0m

    U , onde:

  • 18

    1

    0

    2

    0

    ( )

    1

    2

    m

    m

    m m m

    m m

    U

    U

    (2.2)

    A energia de deformao da barra ento ser:

    00

    m

    Vm

    m mU U dV (2.3)

    ondemV o volume da barra.

    A energia de deformao total de uma estrutura com n barras a soma das

    energias de deformao de todas as barras, assim:

    1

    n

    m

    m

    U U

    (2.4)

    Logo:

    1 2

    1 1 1

    1 2

    ( )n n n

    m m m m

    m m m

    U U U erroU

    U U U erroU

    (2.5)

    Onde:

    1

    1 0

    2

    1 0

    ( )

    1

    2

    Vmn

    m m m m

    m

    Vmn

    m m m

    m

    U dV

    U dV

    (2.6)

    As expresses em (2.6) podem ser generalizadas para o caso em que h

    mais de uma componente de tenso e deformao, ficando:

    1

    1 0

    2

    1 0

    1

    2

    Vmnt

    m m m

    m

    Vmnt

    m m m

    m

    U dV

    U dV

    (2.7)

  • 19

    2.4.1.2 Incremento do Trabalho externo

    De forma anloga ao que foi demostrado para incrementar uma energia de

    deformao, pode-se tambm realizar um incremento de trabalho externo:

    Figura 2.4 Incremento de trabalho externo. Adaptada de Vaz (2011).

    Uma fora externa aplicada produzindo um deslocamento final. O

    deslocamento id correspondente da fora if produz um trabalho externo iW no n i .

    Se um incremento de foraif for aplicado a barra, obrigatoriamente um incremento

    de deslocamentoid ir ocorrer no grau de liberdade correspondente.

    O incremento total do trabalho externoiW ser:

    1 2 ( )i i i i iW W W erroW d (2.8)

    Os termos 1iW e

    2

    iW so denominados respectivamente de incremento

    de primeira e de segunda ordem de iW , onde:

    1

    2 1

    2

    i i i

    i i i

    W f d

    W f d

    (2.9)

    O trabalho externo de toda a estrutura com n graus de liberdade obtido

    com a soma do trabalho externo de todos os graus de liberdade existentes:

  • 20

    1

    n

    i

    i

    W W

    (2.10)

    Logo:

    1 2

    1 1 1 1

    1 2

    ( )n n n

    i i i i

    i i

    W w U erroW d

    W W W erroW

    (2.11)

    Onde:

    1

    1

    2

    1

    1

    2

    n

    i i

    i

    n

    i i

    i

    W f d

    W f d

    (2.12)

    Que podem ser expressos na forma matricial:

    1

    2 1

    2

    t

    t

    W f d

    W f d

    (2.13)

    2.4.1.3 Formulao do Princpios dos Deslocamentos Virtuais

    O princpio dos trabalho virtuais afirmar: Para toda estrutura, o incremento

    de primeira ordem de energia de deformao igual ao incremento de primeira ordem

    do trabalho externo, que matematicamente fica:

    1 1U W (2.14)

    Para uma estrutura com n elementos onde atuam vrias componentes de

    tenso e deformao, a equao (2.14) pode ser reescrita como:

    1 0

    Vmnt t

    m m m

    m

    dV f d

    (2.15)

    A matriz de rigidez para um elemento finito pode ser obtida por meio da

    equao acima. As grandezas virtuais m e d so relacionadas por equaes de

  • 21

    compatibilidade, j que as componentes de d produzem as componentesm . As

    grandezas reaismf e so relacionadas por equaes de equilbrio.

    2.4.2 Formulao Geral

    Para generalizao dos MEF, algumas hiptese devem ser adotadas:

    O continuo idealizado por elementos finitos conectados atravs

    dos ns.

    Os deslocamentos u no interior do elemento dependem dos

    deslocamentos nodais do elemento md . Ambos so relacionados

    atravs de uma matriz N interpoladora: .m m mu N d

    As deformaes do interior dos elementos podem ser obtidas

    derivando os deslocamentos internos mu em relao s coordenas

    do sistema, resultando em: .m m mB d

    As tenses no interior do elemento so obtidas pelas relaes

    constitutivas entre os parmetros do material e as deformaes do

    elemento: .m mC

    Considerando os vetores das foras volumtricas q , superficiais p e das

    foras nodais f , para um nico elemento finito, a equao (2.15) pode ser reescrita

    na forma:

    1 1 1

    1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    0 0 0

    V V

    t t t tdV u q dV u p d d f

    (2.16)

    Obedecendo as hipteses para generalizao do MEF, as equaes de

    deslocamento e deformao em relao as grandezas virtuais podem ser escrita:

    u N d

    B d

    (2.17)

    E em relao as grandezas reais, tais expresses ficam:

  • 22

    u N d

    B d

    C C B d

    (2.18)

    considerando que d so deslocamentos virtuais arbitrrios, e substitudo as

    equaes (2.17) e (2.18) em (2.16), tem-se que:

    0 0 0

    V V

    t t t t td B C B dV d d N qdV N pd f

    (2.19)

    Simplificando:

    q pK d f f f (2.20)

    Onde:

    t

    V

    t

    q

    V

    t

    p

    K B C B dV

    f N q dV

    f N p d

    (2.21)

    Nas expresses mencionadas, K a matriz de rigidez do elemento, qf o

    vetor das foras nodais equivalente s cargas de volume, pf o vetor das foras nodais

    equivalentes s cargas de superfcie e f o vetor das foras nodais (VAZ, 2011).

    2.5 Problema de Estado Plano

    So ditas estruturas bidimensionais aquelas que possuem uma dimenso,

    denominada espessura t , muito menor que as outras duas. Os problemas de estado

    plano agem sobre estruturas bidimensionais e se classificam em dois: estado plano

    de tenso e estado plano de deformao, eles so representados em coordenadas

    cartesianas e geralmente a espessura t encontra-se na direo do eixo z . A Figura

    2.5 representa um problema de estado plano, onde os campos de deslocamentos

    (x, y)u e v(x, y) atuam na direo x e y .

  • 23

    Figura 2.5 Chapa plana de espessura t com plano mdio xy . Adaptada de Vaz (2011).

    No problema de estado plano correspondente ao plano xy as deformaes

    que interessam so as chamadas deformaes longitudinais x e y , que ocorrem

    nas direes x e y respectivamente, e a deformao de distoro xy atuante no plano

    xy . As equaes de compatibilidade dessas deformaes so dadas por:

    x

    y

    xy

    u

    x

    v

    y

    u v

    x y

    (2.22)

    onde u o deslocamento na direo x e v o deslocamento na direo y .

    Na forma matricial, a equao (2.22) fica:

    0

    0

    x

    y

    xy

    x

    u

    vy

    x y

    (2.23)

    E de forma compacta, tem-se:

    L u (2.24)

    Quando uma estrutura possu componentes de tenso normal nula na

  • 24

    direo perpendicular, diz-se que esta estrutura corresponde a um problema de

    estado plano de tenso. Neste caso as deformaes na direo do eixo z existem e

    so diferentes de 0.

    Nos problemas de estado plano de deformao acontece o inverso:

    considera-se a existncia de tenses na direo do eixo z , e desconsidera-se

    qualquer tipo de deformao.

    2.5.1 Estado plano de tenso

    As estruturas no estado plano de tenso possuem trs componentes de

    tenso: tenso normal na direo , xx ; tenso normal na direo , yy ; e tenso de

    cisalhamentoxy .

    Se o material da estrutura for isotrpico e linear elstico, para descrever o

    comportamento mecnico torna-se necessrio apenas o modulo de elasticidade

    longitudinal E e o coeficiente de Poisson .

    Se um elemento infinitesimal dxdy de uma estrutura no estado plano de

    tenso, estando livre para se deformar em qualquer direo, estiver com

    comportamento uniaxial de tenso na direo de x , ela ir se alongar na direo x ,

    segundo a lei de Hooke, e ir se encurtar na direo y , segundo o efeito de Poisson:

    xx

    xy

    E

    E

    (2.25)

    Se este mesmo elemento estiver com comportamento biaxial de tenso nas

    direes x e y , pode-se aplicar o princpio da superposies de efeitos, e suas

    deformaes seriam:

    yxx

    yxy

    E E

    E E

    (2.26)

  • 25

    Se dois binrios auto equilibrados de tenso cisalhante atuam sob o

    elemento, sua deformao se dar de acordo com figura abaixo:

    Figura 2.6 Representao da deformao por cisalhamento. Adaptada de (VAZ, 2011).

    Sendo que seus ngulos retos iro se fechar ou abrir de acordo com a

    equao:

    2 1 xy

    xy xyE G

    (2.27)

    onde G denominado mdulo de deformao transversal.

    Na forma matricial as relaes constitutivas mostradas acima, ficam:

    1 01

    1 0

    0 2 2 1

    x x

    y y

    xy xy

    E

    (2.28)

    Resumidamente:

    D (2.29)

    onde D representa a matriz de elasticidade do estado plano de tenso, sua inversa

    pode relacionar deformao com tenso:

    1D C (2.30)

  • 26

    A matriz C, inversa da matriz D, denominada matriz constitutiva para o

    estado plano de tenso, sendo dada por:

    2

    1 0

    1 01

    0 0 1 / 2

    EC

    (2.31)

    2.5.2 Estado plano de deformao

    No estado plano de deformao a tenso normal na direo do eixo z deve

    existir. Assim, as deformaes resultantes das trs tenses atuantes ficam:

    2 1

    yx zx

    yx zy

    yx zz

    xy xy

    E E E

    E E E

    E E E

    E

    (2.32)

    Levando em conta que 0z , obtm-se:

    z x y (2.33)

    Substituindo (2.33) em (2.32) e organizando na forma matricial, tem-se:

    1 01

    1 0

    0 0 2

    x x

    y y

    xy xy

    E

    (2.34)

    Resumidamente:

    D (2.35)

    De forma anloga ao estado plano de tenso, definiu-se uma matriz C

    inversa de D, 1.C D C a matriz constitutiva para uma estrutura em estado plano

    de deformao, e dada por:

  • 27

    1 0

    1 01 1 2

    0 0 1 2 / 2

    EC

    (2.36)

    2.6 Elementos Isoparamtricos

    Como demostrado nas equaes (2.21), para calcular os coeficientes da

    matriz de rigidez K e os termos independentes qf e pf necessrio efetuar integrais

    a nvel do elemento. Essas integrais podem ser efetuadas diretamente no domnio real

    do problema. Entretanto, isso dificulta e praticamente impossibilita uma

    implementao computacional genrica, pois cada elemento ter uma integral

    particular a ser resolvida. Por esse motivo, tornou-se padro o uso de elementos

    isoparamtricos (parmetros iguais), que mapeiam a geometria real do elemento em

    um sistema de coordenadas naturais, padronizando e facilitando a resoluo dessas

    integrais.

    O mapeamento isoparamtrico utiliza funes polinomiais idnticas as

    utilizadas na aproximao da soluo. Por exemplo, o elemento quadriltero da Figura

    2.7a parametrizado na Figura 2.7b. As coordenadas cartesianas reais (x , y )j j

    podem ser escritas em funo das coordenadas naturais ( , ) pela expresso:

    4

    1

    4

    1

    ( , ) ( , )

    ( , ) ( , )

    n

    j j

    j

    n

    j j

    j

    x N x

    y N y

    (2.37)

    onde ( , )jN a funo de interpolao local correspondente ao do elemento do n

    j.

  • 28

    Figura 2.7 Parametrizao de uma elemento quadriltero.

    Com esta mudana de coordenadas, os integrandos de (2.21) podem se

    expressa na seguinte forma:

    ( , ) ( , )

    ( , )

    ( , )

    t

    V

    t

    q

    V

    t

    p

    K B C B dV

    f N q dV

    f N p d

    (2.38)

    Para resoluo dessas novas integrais necessrio ajustas os domnios e

    limites de integrao para as coordenadas naturais. Isto feito atravs da matriz

    Jacobiana J de transformao de coordenadas, relacionando um elemento

    infinitesimal do domnio cartesiano real com um elemento infinitesimal do domnio

    natural:

    detdV t J d d (2.39)

    onde t a espessura do elemento.

    Assim, a matriz de rigidez do elemento pode ser calculada no domnio de

    coordenadas naturais:

    1 1

    1 1

    ( , ) ( , ) t dettK B C B J d d

    (2.40)

  • 29

    2.6.1 Elemento Triangular de Deformao Constante (CST)

    O elemento triangular linear um dos elementos mais simples j

    desenvolvidos. Este apresenta a forma de um tringulo com trs ns posicionados

    nas vrtices. Nos problemas de tenso-deformao, o elemento CST possui dois

    graus de liberdade por n, totalizando seis graus de liberdade por elemento, como

    mostra a figura abaixo:

    z

    Figura 2.8 Elemento CST. Adaptada de (RIBEIRO, 2004).

    Nos elementos triangulares isoparamtricos as coordenadas naturais

    correspondem s coordenadas de rea do elemento. Cada ponto P do triangulo

    determinado por suas coordenadas 1 2 3( , , ) :

    Figura 2.9 Coordenadas de rea de um ponto P. Adaptada de (RIBEIRO, 2004).

    Chamando a rea do tringulo de eijP a rea do tringulo formado

    pelo ponto P com os vrtices i e j, as coordenadas de reas so definidas:

  • 30

    23 31 121 2 3; ;

    P P PP P P

    (2.41)

    tornando vlida, para qualquer tringulo, a definio:

    1 2 3 1 (2.42)

    Sendo (x , y )i i as coordenadas cartesianas do vrtice i, as coordenadas de

    rea so determinadas por:

    1 1 11

    2 2 22

    3 3 33

    2

    2

    2

    x y

    x y

    x y

    (2.43)

    onde:

    i j k k j

    i j k

    i k j

    x y x y

    y y

    x x

    (2.44)

    Desta forma a geometria do elemento CST pode ser descrita como:

    1 1 2 2 3 3

    1 1 2 2 3 3

    x N x N x N x

    y N y N y N y

    (2.45)

    Com:

    1 1 2 2 3 3; ;N N N (2.46)

    Que pode ser escrito sob forma matricial:

    1 2 3(x, y) (x, y) N (x, y) N (x, y)N N (2.47)

    A matriz ,N x y contm as funes de interpolao dos graus de liberdade

    nodais. Ela chamada de matriz de funo de forma ou matriz de interpolao.

    Sabendo, pela equao (2.24), que a deformao pode ser expressa por

    L u , obtm-se:

    , ,x y L N x y d (2.48)

  • 31

    L uma matriz correspondente a uma operador diferencial que, quando

    aplicada na matriz de funo de forma ,N x y resulta na matriz de compatibilidade

    cinemtica, transformando os deslocamentos nodais em deformaes:

    1 2 3

    1 2 3

    1 1 2 2 3 3

    ,

    , , ,0 0 0

    , , ,0 0 0

    , , , , , ,

    B L N x y

    N x y N x y N x y

    x x x

    N x y N x y N x yB

    y y y

    N x y N x y N x y N x y N x y N x y

    x y x y x y

    (2.49)

  • 32

    Malhas de Elementos Finitos

    Por utilizar uma abordagem numrica, o MEF necessita de uma quantidade

    significativa de dados de entrada e de sada, Assim, a qualidade da soluo obtida

    estar diretamente ligada regularidade dos elementos utilizados na malha, tornando

    a etapa de pr-processamento fundamental.

    Este captulo trata de malhas de elementos finitos, dando nfase para as

    malhas triangulares e processos de gerao automtica.

    3.1 Principais Caractersticas das Malhas

    Nos primeiros estudos realizados com o MEF, as malhas eram construdas

    de forma manual. A gerao e refinamento automtico de malhar se deram junto com

    a popularizao do computador.

    As malhas podem ser classificadas em relao disposio de seus

    elementos, podendo ser estruturadas, no estruturadas e hbridas. Nas malhas

    estruturadas (Figura 3.1) os elementos so agrupados por famlia de linhas, em que

    membros de uma determinada famlia no se cruzam uns com os outros e atravessam

    cada membro de outras famlias apenas uma vez. Isto permite que as linhas de um

    determinado conjunto sejam numeradas consecutivamente (GONALVES, 2007).

    Nas malhas estruturadas, para se determinar todas as conectividades dos elementos

    basta ter as coordenadas dos ns, desta forma os ns ficam ordenados em uma

    matriz regular com a caracterstica de que cada n um vrtice do mesmo nmero de

    elementos, exceto aqueles que formam a borda externa da malha (AKEL JUNIOR,

    2008).

  • 33

    Figura 3.1 Exemplo de malha estruturada.

    Como vantagens, as malhas estruturas facilitam e otimizam a

    programao. Porm elas no so propcias para descrever, principalmente o

    contorno, de geometrias gerais. Para malhas estruturadas, geralmente se usa

    elementos quadrilaterais e hexadricos.

    Nas malhas no estruturadas (Figura 3.2) no existe uma regularidade do

    nmero de elementos em que cada n incide. Nesses tipos de malha para saber a

    conectividade dos ns necessrio uma tabela informando as ligaes de todos os

    elementos.

    Figura 3.2 Exemplo de malha no estruturada.

    As malhas no estruturadas possuem grande vantagem no processo de

    discretizao do meio analisado. Elas so capazes de se adaptar a contornos e

  • 34

    domnios complexos permitindo uma transio suave entre os elementos, sendo

    geralmente construdas por tringulos e tetraedros.

    As malhas hibridas (Figura 3.3), como o prprio nome sugere, so a

    composio de diferentes regies do domnio como malhas estruturadas e no

    estruturadas.

    Figura 3.3 Exemplo de hibrida.

    A convergncia dos resultados do MEF depende, entre outras coisas, da

    malha gerada para anlise do problema. Martha (1994) afirma que neste assunto

    pode-se salientar dois pontos bsicos: um relativo geometria do elemento e outro

    relativo ao arranjo entre os elementos.

    As formulaes dos elementos finitos tendem a privilegiar as formas mais

    regulares. Elementos finitos triangulares so em geral melhores quanto mais se

    aproximarem de tringulos equilteros, assim como os elementos retangulares so

    melhores quanto mais se aproximam de um quadrado. Isso acontece pelo fato de que

    os elementos so formulados com base nas coordenadas naturais. Para permitir a

    implementao computacional, todos os elementos so mapeados e tratados de

    forma parametrizada.

    Quanto ao arranjo entre os elementos, necessrio destacar que deve

    haver uma continuidade fsica tanto entre os ns quanto ao contorno dos elementos

    conectados, visto que nas fronteiras no poder haver incompatibilidade ou

    duplicidades de resultados.

  • 35

    Sabendo que a Figura 3.4 possui apenas elementos Q4 (elemento

    retangular com quatro ns disposto nas vrtices), percebe-se que ocorre um grave

    erro no arranjo dos ns da regio destacada. Os elementos, neste caso, no garantem

    a continuidade e unicidade dos resultados ao longo de todo domnio.

    Figura 3.4 Exemplo de malha com arranjo errado

    Outro exemplo deste tipo de inconsistncia acontece quando os lados dos

    elementos possuem polinmios de graus diferentes. A figura 3.5 exemplifica este

    problema. Nela dois elementos Q4 so ligados a um elemento Q8 (elemento

    retangular com trs ns em cada face). A incompatibilidade de resultados se d devido

    ao elemento Q8 ser descrito por funes polinomiais parablicas enquanto que o

    elemento Q4 descrito por funes polinomiais lineares.

    Figura 3.5 Incompatibilidade no campos dos deslocamento.

  • 36

    3.2 Malhas Triangulares

    As malhas triangulares so largamente utilizadas por se adaptarem mais

    facilmente aos mais diversos domnios. Os elementos triangulares facilitam a

    utilizao de diferentes nveis de discretizao e permitem uma boa transio para os

    outros tipos de elementos nas malhas hibridas.

    No que se refere utilizao de triangulao na computao cientifica,

    destaca-se pele eficincia e variedade de aplicaes a triangulao de Delaunay

    (1932).

    A triangulao de Delaunay no um algoritmo gerador de malhas, na

    verdade ela apenas um critrio de ligao em um conjunto de pontos. Este critrio

    conhecido como circuncrculo e afirma que: O crculo que passa pelos trs vrtices

    de cada tringulo da malha triangular no contm, no seu interior, nenhum ponto do

    conjunto das amostras alm dos vrtices do tringulo em questo. (AKEL JUNIOR,

    2008).

    Considerando a Figura 3.6, observa-se que o tringulo 1 formado pelos

    vrtices ABC e o tringulo 2 pelos vrtices BDC. Pela definio, a triangulao no

    pode ser considerada de Delaunay pois o circuncrculo do tringulo 1 tambm engloba

    o ponto D, que no faz parte de seus vrtices.

    Figura 3.6 Triangulao no Delaunay.

    Se a disposio das arestas forem reajustadas, como mostra a Figura 3.7,

    com a mesma disposio nodal tem-se uma triangulao dita de Delaunay.

  • 37

    Figura 3.7 Comparao de Triangulao no Delaunay e Delaunay. Adaptada (AKEL JUNIOR, 2008).

    Por essa caractersticas, as malhas geradas pela triangulao de Delaunay

    possuem tringulos com alta qualidade, uma vez que est tcnica procura evitar

    tringulos com ngulos internos mais agudos, procurando criar tringulos mais

    prximos de equilteros.

    3.3 Mtodos Geradores de Malhas

    Atualmente existem inmeros mtodos para gerao de malhas de

    elementos finitos, muitos deles sendo combinaes de um ou mais geradores. Os

    geradores de malha tm por funo bsica a insero, modificao e excluso dos

    pontos que sero ligados por meio de critrios pr-definidos, como o de Delaunay.

    Entre os vrios mtodos existentes, ser descrito uma breve resumo dos

    que serviram como base para desenvolvimento deste trabalho.

    3.3.1 Mtodo da Colocao dos Ns

    Este mtodo abrange de duas fases: a gerao de ns; e a gerao dos

    elementos.

    Na primeira fase so criados apenas os ns sobre o contorno da geometria,

    e posteriormente so inseridos os ns no interior do domnio.

    A disposio dos ns deve ser baseada em mtodos que otimizem a

    qualidade dos elementos. Os ns do contorno devem ter distncias padro entre eles.

  • 38

    Os ns internos primeiramente devem ser gerados sob eixos que acompanhem o

    formato do contorno, e posteriormente gera-se os demais ns.

    Figura 3.8 Domnio com os ns gerados. (AKEL JUNIOR, 2008)

    Na segundo etapa aplica-se um critrio de triangulao.

    Figura 3.9 Malha Gerada pelo mtodo da colocao dos ns. (AKEL JUNIOR, 2008)

    3.3.2 Mtodo da Decomposio Recursiva do Domnio.

    As malhas bidimensionais normalmente so construdas a partir da

    definio de quadtrees. Esta tcnica consiste em englobar o domnio em um

    quadrado, sendo esse quadrado dividido em quatro quadrantes. Esses quadrantes

    so classificados como cheios, vazios ou parciais, dependendo se possuem ou no

    domnio contido. Os quadrante definidos como parciais so ento subdivididos em

    novos quadrantes e classificados com o mesmo critrio anterior.

    Esse processo se repete at que o nvel de refinamento desejado seja

    atingido. Ao fim, os quadrantes so convertidos em tringulos e o contorno ajustado.

  • 39

    Esta tcnica permite a representao de domnios com forma mais complexas de

    maneira compacta.

    Figura 3.10 Exemplo da decomposio do domnio usando o quadtree. (Disponvel em )

    3.3.3 Mtodo do Avano de Fronteira

    Este mtodo constri a malha a partir do contorno do problema, podendo

    tratar geometrias arbitrrias. um dos mtodos mais populares na gerao de malhas

    adaptativas e, embora possua diferentes variaes em sua metodologias, seu

    algoritmo bsico se resume em poucos passos:

    i. Gerao de ns no contorno (Figura 3.11a).

    ii. Novos ns e elementos so gerados ao longo da frente da gerao anterior

    (Figura 3.11b).

    iii. Repetio dos passo i e ii at que o domnio esteja preenchido (Figura

    3.11c).

  • 40

    Figura 3.11 Exemplo do Mtodo Avano da Fronteira. (AKEL JUNIOR, 2008 p. 24)

    De acordo com Akel Junior (2008) este mtodo tambm muito utilizado

    no refinamento das malhas. Ele torna fcil o controle da posio dos ns internos do

    domnio, o que permite inserir, mover ou remover elementos especficos. Em

    contrapartida, ele necessita de algoritmos de ordenao e buscas para trabalhar de

    forma mais eficiente.

    3.3.4 Qualidade das Malhas

    J se falou que a preciso dos resultados esto diretamente ligados a

    qualidade da malha.

    Uma malha bem refinada no necessariamente significa uma malha com

    alta qualidade. Quando se trabalha com elementos isoparamtricos, o elemento real

    transformando em um elemento natural, como visto no captulo anterior. Para essa

    transformao, uma srie de operaes matemticas efetuada

    Os modelos matemticos desenvolvidos para resoluo do MEF so feitos

    para trabalhar com geometrias naturais pr-definidas. O elemento Q4 utiliza o

    quadrado como geometria natural, j o elemento CST utiliza o tringulo equiltero.

    Quanto mais diferentes forem a geometria real e a geometria natural de um

    elemento, menos precisos sero seus resultados. Esse erro ocorre devido s

    operaes matemticas utilizadas nas transformaes dos sistemas. Por isso

    comum que os geradores de malha estabeleam limites para a distoro do elemento

    real com o elemento natural.

  • 41

    No elemento CST essa distoro pode ser calculada pela relao entre o

    raio do crculo inscrito (r) e o raio do crculo circunscrito (R) do tringulo real. A razo

    r/R alcana seu valor mximo, 1/2, quando o triangulo equiltero. Multiplicando essa

    razo por 2, encontramos uma razo dita normalizada. Assim quando for zero pior

    caso ou 1 melhor caso (AKEL JUNIOR, 2008).

    2r

    R (3.1)

    3.3.4.1 Adaptabilidade e Suavizao da Malha

    Na adaptao das malhas de elementos finitos existem trs possibilidades

    bsicas (Figura 3.12):

    Refinamento h, ou refinamento local: so adicionados novos

    elementos na regio local de maior erro relativo.

    Refinamento r: o nmero de ns na malha entre a malha inicial e

    a malha final no se altera, o que ocorre uma movimentao

    dos ns afim de minimizar o erro;

    Refinamento p: bem mais complexo que os anteriores, consiste

    em aumentar a ordem das funes interpoladoras do elemento.

    Figura 3.12 Tipos de refinamento de malhas. Adaptado de (AKEL JUNIOR, 2008)

    No refinamento do tipo r, ocorre a suavizao da malha, melhorando

    consideravelmente a qualidade final. Um dos mais tradicionais tipo de suavizao a

  • 42

    Laplaciana. Essa tcnica consiste em deslocar cada n para a posio mdia dos

    vrtices em sua volta, ou desloc-lo para o centro do polgono formado por seus

    vizinhos (Figura 3.13).

    Figura 3.13 Ns no suavizados e suavizados. Adaptado de (AKEL JUNIOR, 2008)

    Esta suavizao retornar novas coordenadas para o n, sendo definidas

    como:

    1

    kn

    L

    n

    pp

    k (3.2)

    Este processo pode ser utilizado recursivamente e a cada interao a

    qualidade da malha ir melhorar at chegar em um nvel aceitvel de convergncia.

  • 43

    Implementao Computacional e Resultados

    Este captulo abordar as tcnicas e algoritmos utilizadas para a

    implementao do software gerador de malhas desenvolvido neste trabalho,

    mostrando os vrios estgios e seus respectivos resultados at sua finalizao.

    4.1 Ambiente de Desenvolvimento

    O gerador de malhas foi implementado em ambiente MATLAB, verso

    R2013a, pois, entres outros motivos, o MATLAB uma plataforma que se destaca

    pela simplicidade com que efetua operaes matriciais e plotagem de grficos, alm

    de possuir uma grande variedade de classes e funes nativas.

    Uma dessas classes chama-se DelaunayTriangulation. Ela possui funes

    que cria e manipula triangulaes. Para gerao de uma malha utilizando a classe

    DelaunayTriangulation necessita-se, basicamente, apenas inserir as coordenadas

    cartesianas dos Ns.

    Figura 4.1 Triangulao gerada utilizando funes da classe DelaunayTriangulation. (MATLAB, 2013)

    4.2 Algoritmos e Implementao

    Os conceitos e mtodos apresentados no captulo anterior so a base dos

    algoritmos utilizados para desenvolvimento do software. Uma viso geral do

  • 44

    funcionamento do programa representa pelo seu diagrama de estados exposto na

    Figura 4.2:

    Entrada de Dados

    Informando a Geometria dos Domnios

    Criando Ns do interior dos Domnios

    Criando Ns no contorno dos Domnios

    Gerando as malhas

    Integrando as malhas

    Suavizando e Refinando as malhas

    Figura 4.2 Diagrama de Estados.

  • 45

    4.2.1 Geometria do Domnio

    Umas das caractersticas deste gerador a possibilidade que o usurio tem

    de dividir o domnios em vrios subdomnios. Essa caracterstica permite trabalhar

    com diferentes nveis de refinamento ou ainda, dependendo do programa de anlise,

    com diferentes tipos de materiais.

    As geometrias dos domnios so representadas por meios de polgonos,

    cuja insero se d pelas coordenadas cartesianas de seus vrtices, de acordo com

    a ordem de suas arestas.

    A Figura 4.3a exemplifica um domnio a ser discretizado, ela composta

    por dois subdomnios diferentes. Cabe ao usurio informar as coordenadas dos

    vrtices de cada subdomnio, conforme ilustra a Figura 4.3b.

    Figura 4.3 Exemplo da insero da geometria do domnio.

    Esta a nica etapa de entrada de dados. Nesta fase o usurio tambm

    define o nvel de refinamento das geometrias que sero discretizados.

    4.2.2 Insero dos Ns

    Aps a etapa apresentada acima, o programa engloba todo o domnio em

    um nico retngulo. Em cada geometria os ns so criados de maneira uniforme

    ficando dispostos sobre eixos horizontais pr-definidos.

  • 46

    A quantidade desses eixos ser a responsvel pelo nvel de refinamento

    de cada subdomnio, de modo que quanto maior seu nmero mais refinada ser a

    malha.

    Usando como exemplo o domnio da Figura 4.3a, a Figura 4.4 apresenta

    dois nveis de refinamento.

    Figura 4.4 Eixos horizontais conforme o nvel de refinamento.

    A distncia dy entre os eixos horizontais calculada por:

    1nE

    dyh

    (4.1)

    onde nE o nmero eixos horizontais para o subdomnio e h a altura do retngulo

    que engloba o domnio total.

    A partir dos eixos horizontais e, consequentemente, do valor de dy pode-se

    criar eixos verticais de modo que a distncia dx entre eles permita a criao de

    tringulos equilteros:

    Figura 4.5 Triangulo equiltero.

  • 47

    Pela geometria do tringulo, a distncia entre os eixos verticais fica:

    2 2

    60 3

    dydx dy

    tg (4.2)

    Com os valores de dx e dy pode-se criar pontos que propiciem a formao

    de tringulos equilteros em qualquer regio do retngulo (Figura 4.6)

    Figura 4.6 Insero dos ns no retngulo que engloba todo o domnio.

    Pode-se tambm filtrar apenas os ns de uma regio especifica, como os

    ns internos do domnio (Figura 4.7).

    7

    Figura 4.7 Malha gerada apenas com os ns da regio interna e os vrtices do domnio.

  • 48

    O prximo passo criar os ns de contorno sobre as arestas da geometria.

    Para isso, adotou-se como distncia entre ns de um mesma aresta a distncia dx

    de seu subdominio.

    Quando se trabalha com vrios subdomnios, deve-se atentar para o

    processo de gerao de ns no contornos, sempre preservando a continuidade e

    unicidade dos elementos.

    Figura 4.8 Insero dos ns no contorno do domnio

    Um ponto que influencia diretamente os resultados do MEF diz respeito as

    condies de contorno que o usurio utiliza. Neste trabalho no foram implementadas

    tcnicas mais sofisticadas para a imposio dessas condies, mas, se fossem feitas

    deveriam ser incorporadas quando se gera os ns das arestas.

    4.2.3 Gerao e Otimizao da Malha

    Com a definio dos ns, o processo de gerao dos elementos aconteceu

    com o manuseio das funes da classe DelaunayTriangulation.

    Se o software no trabalhasse com subdomnios de refinamento, a gerao

    da malha seria tarefa trivial com as funes de DelaunayTriangulation. Porm, como

    se trabalhou com esta caracterstica, foi necessrio implementar uma srie de filtros

    para os ns inseridos, controlando rigorosamente a formao dos elementos,

  • 49

    atentando para que esses respeitassem as condies de contorno e continuidade de

    cada subdomnio.

    O resultado da gerao da malha se observa na Figura 4.9. Destaca-se a

    diferena no refinamento entre os tringulos do subdomnio 1 com os do subdomnio

    2.

    Figura 4.9 Malha Triangular gerada com a classe DelaunayTriangulation.

    Como era esperado, esta primeira malha possui uma excelente qualidade

    nos elementos internos, entretanto no se observa os mesmo resultados no

    elementos prximos as bordas.

    Para resolver este problema, aplicou-se a suavizao Laplaciana com o

    avano da fronteira de trs frentes de gerao. Este refinamento melhorou

    consideravelmente os resultados:

    Figura 4.10 Resultado Final de uma malha gerada com o software.

  • 50

    Caso os resultado no sejam satisfatrios, aconselha-se a aumentar o

    nmero de eixos horizontais at que se obtenha uma malha com a qualidade

    desejada, conforme ilustra a Figura 4.11.

    Figura 4.11 Malha refinada

    Nos Anexos desta monografia encontram-se outras exemplos de malhas

    criadas pelo software.

    4.3 Anlises com o MEF e Resultados

    A fim de validar a qualidade das malhas geradas pelo software, realizou-se

    a anlises de dois problemas clssicos da engenharia. Os resultados obtidos foram

    comparados com os da soluo analtica e com os do programa comercial Abaqus.

    4.3.1 Viga Engastada Livre com Carga Concentrada

    Este primeiro exemplo corresponde anlise do comportamento de uma

    viga em balano feita de ao, com uma carga concentrada de 10 kN na extremidade

  • 51

    livre. A viga tem comprimento de 1m e seo transversal 2,5x15cm, conforme ilustra

    a Figura 4.12.

    Figura 4.12 Viga engastada livre.

    Pela a teoria de Bernoulli, os deslocamentos verticais deste problema so

    fornecidos pela equao abaixo:

    3

    3

    PLu

    EI (4.3)

    Adotando mdulo de elasticidade igual a 21000 kN/cm, o deslocamento

    vertical na extremidade livre ser:

    310 100

    0,2253 21000 703

    cm

    (4.4)

    A mesma anlise foi feita com o Abaqus, e o valor do deslocamento vertical

    mximo foi de 0,223 .cm

    Figura 4.13 Deslocamentos do problema da Figura 4.11 em anlise com o Abaqus.

  • 52

    Utilizando o software gerador de malha desenvolvido neste trabalho e

    realizando a anlise com um programa de MEF, obteve-se um deslocamento vertical

    com o valor de 0,222cm , resultado bastante prximo aos anteriores:

    Figura 4.14 Deformaes obtidas atravs de anlise realizada com uma malha criado pelo software gerador.

    4.3.2 Chapa com Furo submetidas a Trao Uniaxial

    Neste segundo exemplo, analisada uma placa de ao com furo centrado,

    sujeita trao uniaxial de 8kN ao longo da maior dimenso. As dimenses da placa

    se encontram na Figura 4.15. Sua espessura de 5mm.

    Figura 4.15 Chapa com furo.

    Neste problema, as tenses mximas ocorrem na regio ao redor do furo.

    Por isso preocupou-se em verificar os valores das tenses dos pontos m, n, p e q.

    De acordo com as equaes apresentadas no por Timoshenko (1951), as

    tenses desses pontos seriam:

  • 53

    ,

    p,q

    83 3 80000 /

    0,6 0,005

    82666,67 /

    0,6 0,005

    m n

    PkN m

    b e

    PkN m

    b e

    (4.5)

    Utilizando mais umas vez o Abaqus, chegou-se ao valores de 8195 / kN m

    para os pontos m e n, e 2773 / kN m nos pontos p e q.

    Figura 4.16 Resultado das tenses principais nos pontos p e q (eixo y) em anlise feita com o Abaqus.

    Figura 4.17 Resultado das tenses principais nos pontos m e n (eixo x) em anlise feita com o Abaqus.

    Os resultados obtidos com uma malha criada com o software gerador

    tambm se aproximaram bastante dos dois resultados anteriores. Para os pontos m e

    n a tenso atuante ficou no valor de 7705 / kN m , e para os pontos p e q 2320 / .kN m

  • 54

    Observe nas figuras abaixo a malha criada com o software gerador e

    distribuio de tenes em cada eixo, perceba a semelhana com os resultados do

    Abaqus.

    Figura 4.18 Condies de contorno do problema aplicadas na malha criada com software gerador.

    Figura 4.19 Tenses referentes ao eixo x.

    Figura 4.20 - Tenses referente ao eixo y.

  • 55

    Concluso

    A gerao automtica de malhas hoje um dos principais alvos de estudo

    e aperfeioamento a respeito do MEF. Para um primeiro trabalho, o software aqui

    desenvolvido correspondeu perfeitamente as expectativas, criando elementos de boa

    qualidade, respeitando as condies de contorno e permitindo diferentes graus de

    refinamento, cabendo ao usurio apenas informar as geometrias dos domnios.

    O programa pode ser facilmente modificado e ampliado. Isso permite que

    futuras melhorias possam ser implementadas, tais como:

    Desenvolvimento de uma interface grfica interativa para criao

    das geometrias do domnio.

    Melhorias no processo da criao do elemento, permitindo a

    personalizao da insero ou remoo nodal.

    Desenvolvimento de tcnicas sofisticadas para insero das

    condies de contorno.

    Aperfeioamento do processo de suavizao nodal.

    Gerao de diferentes tipos de elementos.

  • 56

    Referncias Bibliogrficas

    AKEL JUNIOR, Alberto Fares. 2008. Estudo Sobre Gerao De Malhas de

    Elementos Finitos Para A Modelagem Numrica Do Mtodo MCSEM. TCC. Belm : UFPA,

    2008.

    AZEVEDO, lvaro F. M. 2003. Mtodo dos Elementos Finitos. [Online]

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2003. [Citado em: 1 de Junho de 2012.]

    http://www.fe.up.pt/~alvaro.

    DELAUNAY, Boris Nikolajewitsch. 1932. 1932.

    FELIPPA, Carlos A. 2004. Introduction to Finite Elements Methods. Notas de

    aula da disciplina Introduction to Finite Elements Methods (ASEN 5007). [Online] Aerospace

    Engineering Sciences Department, University of Colorado at Boulder, 2004. [Citado em: 1 de

    Setembro de 2012.] http://www.colorado.edu/engineering/CAS/courses.d/IFEM.d/Home.html.

    GONALVES, Nelson Daniel Ferreira. 2007. Mtodo dos Volumes Finitos em

    Malhas No-Estruturadas. Tese de Mestrado. Porto, Portugal : Faculdade de Cincias da

    Universidade do Porto, 2007.

    MARTHA, Luiz Fernando. 1994. Notas de Aula do Curso CIV2118 - Metodo dos

    Elementos Finitos. Rio de Janeiro : PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil, 1994.

    . 2010. Anlise de estruturas: conceitos e mtodos bsicos. Rio de Janeiro :

    Elsevier, 2010.

    MATLAB. 2013. Centro de Documentao, MATLAB R2013a. 2013.

    RIBEIRO, Fernando L B. 2004. Introduo ao Mtodo dos Elementos Finitos.

    Notas de Aula. Rio de Janeiro : COPPE / UFRJ - Programa de Engenharia Civil, 2004.

    SOTELITO, Elisa D. 2013. Notas de Aula do Curso CIV 2195 A Prtica da

    Modelagem e Simulao de Sistemas Estruturais em Engenharia Civil. Rio de Janeiro : PUC-

    Rio, Departamento de Engenharia Civil, 2013.

    SOUZA, Remo Magalhes de. 2003. O Mtodo dos Elementos Finitos Aplicado

    ao Problema de Conduo de Calor. Notas de Aula. Belm : UFPA. NICAE (Ncleo de

    Instrumentao e Computao Aplicada Engenharia), 2003.

  • 57

    TIMOSHENKO, Stephem P e GOODIER, J N. 1951. Theory of Elasticity. s.l. :

    McGraw-Hill Book Company, 1951.

    VAZ, Luiz Eloy. 2011. Mtodo dos elementos finitos em anlise de estruturas .

    Rio de Janeiro : Elsevier, 2011.

  • 58

    ANEXOS

    A - MALHAS GERADA EM DIFERENTE DOMNIOS

    A1 Seo Circular

    A2 Seo L

  • 59

    A3 Seo T

    A4 Seo I

  • 60

    A1 Seo U

    A6 Seo Pi de Ponte Ferroviria com lastro e dormente.

  • 61

    B - CDIGO FONTE DO PROGRAMA GERADOR DE MALHA

    % Universidade Federal do Para - UFPA % Centro Tecnolgico - CT % Departamento de Construo Civil - DCC % Curso de Engenharia Civil % Autor: Magno Pereira Almeida ([email protected]) % Verso 2.0 Data: 08/2014

    % Desenvolvido em MATLAB R2013a

    function main

    clc

    clear all

    close all

    %Funo de entrada, recebe a geometria do domnio e o nvel de refinamento

    [dmn] = input();

    %Coordenadas e valores mximos e mnimos das geometrias dos domnios

    xMIN = min( dmn.coords(:, 1) );

    xMAX = max( dmn.coords(:, 1) );

    yMIN = min( dmn.coords(:, 2) );

    yMAX = max( dmn.coords(:, 2) );

    xMIN = xMIN - 0.01 * xMAX;

    xMAX = xMAX + 0.01 * xMAX;

    yMIN = yMIN - 0.01 * yMAX;

    yMAX = yMAX + 0.01 * yMAX;

    h = abs( yMAX - yMIN );

    b = abs( xMAX - xMIN );

    maxEixos = max( dmn.nEixos' ); %Nmero de Eixos horizontais mximos

    dY = h / (maxEixos - 1);

    dX = (dY * 2) / sqrt(3);

    dM = (dY + dX) / 2;

    nNoEixo = round( b / dX ); %Nmero de ns no Eixo

    nLinha = nNoEixo * maxEixos; %Nmero de linhas da matriz de coords

    coords = zeros(nLinha, 2, dmn.nDom); %Pr alocao da matriz de coords

    nLC = zeros(1,1,dmn.nDom); %Controle de linhas matriz coords

    nLV = zeros(1,1,dmn.nDom); %Controle de linhas matriz de contornO

    %=========================================================================

    %Insero dos ns internos

    for nD = 1 : dmn.nDom;

    dy = h / (dmn.nEixos(1, nD) - 1);

    dx = (dy * 2) / sqrt(3);

    nNoEixo = round( b / dx );

    nLC(1, 1, nD) = 0;

    y = yMIN;

    for i = 1 : dmn.nEixos(1, nD);

    y = y + dy;

    if mod(i, 2) == 1 %Linhas impares

    for j = 0 : nNoEixo;

    if j == 0

    x = xMIN;

    else

    if j == nNoEixo

    x = xMAX;

    else

    x = x + dx;

    end

    end

    nLC(1, 1, nD) = nLC(1, 1, nD) + 1;

    coords (nLC(1, 1, nD), 1, nD) = x;

    coords (nLC(1, 1, nD), 2, nD) = y;

    end

    else %Linhas pares

  • 62

    for j = 0 : nNoEixo + 1;

    if j == 0

    x = xMIN;

    nLC(1, 1, nD) = nLC(1, 1, nD) + 1;

    coords (nLC(1, 1, nD), 1, nD) = x;

    coords (nLC(1, 1, nD), 2, nD) = y;

    x = x + (dx / 2);

    else

    if j == nNoEixo + 1

    x = xMAX;

    else

    x = x + dx;

    end

    end

    nLC(1, 1, nD) = nLC(1, 1, nD) + 1;

    coords (nLC(1, 1, nD), 1, nD) = x;

    coords (nLC(1, 1, nD), 2, nD) = y;

    end

    end

    end

    end

    %=========================================================================

    %Insero dos ns de contorno

    n = 0;

    nContorno = 0;

    coordsContorno = zeros(1, 2, dmn.nDom);

    for nD = 1 : dmn.nDom;

    nLV(1,1, nD) = 1;

    n = n + 1;

    coordsContorno (nLV(1, 1, nD), 1, nD) = dmn.coords(n, 1);

    coordsContorno (nLV(1, 1, nD), 2, nD) = dmn.coords(n, 2);

    nV = dmn.nVertices(1, nD);

    for i = 1 : nV;

    xi = dmn.coords(n, 1);

    yi = dmn.coords(n, 2);

    xj = dmn.coords(n+1, 1);

    yj = dmn.coords(n+1, 2);

    n = n + 1;

    l = sqrt((xj - xi)^2 + (yj - yi)^2);

    npontos = round( l / dM );

    dxi = (xj - xi) / (npontos);

    dyi = (yj - yi) / (npontos);

    for np = 1 : npontos;

    str = num2str(xi + (dxi * np));

    x = str2num(str);

    str = num2str(yi + (dyi * np));

    y = str2num(str);

    nLV(1,1, nD) = nLV(1,1, nD) + 1;

    coordsContorno (nLV(1, 1, nD), 1, nD) = x;

    coordsContorno (nLV(1, 1, nD), 2, nD) = y;

    end

    end

    nContorno = nContorno + nLV(1,1, nD);

    end

    contorno = zeros(nContorno, 2);

    inicio = 1;

    fim = 0;

    for nD = 1 : dmn.nDom;

    fim = fim + nLV(1, 1, nD);

    contorno(inicio:fim, :) = coordsContorno( 1:nLV(1, 1, nD), :, nD );

    inicio = fim + 1;

    end

    coordsNodais = unique(contorno,'rows');

    nContorno = numel(coordsNodais(:, 1));

  • 63

    %=========================================================================

    %Gerao da malha

    for nD = 1 : dmn.nDom;

    m = 0;

    D = [coordsContorno( 1:nLV(1, 1,nD), :, nD ); coords( 1:nLC(1, 1, nD), :, nD

    )];

    nump = nLV(1, 1, nD) + 1;

    C = [(1:(nump-3))' (2:nump-2)'; (nump-2) 1];

    DT = delaunayTriangulation( D, C );

    io = isInterior(DT);

    temp = DT.ConnectivityList(io, :);

    noUt = [ temp(:, 1); temp(:, 2); temp(:, 3)];

    noUt = unique(noUt,'rows');

    temp = zeros(1,2);

    for i = nLV(1, 1, nD) : numel(noUt);

    m = m + 1;

    temp(m, :) = DT.Points(noUt(i), :);

    end

    coordsNodais = [coordsNodais; temp];

    end

    inicio = 1;

    fim = 0;

    for nD = 1 : dmn.nDom;

    D = [coordsContorno( 1:nLV(1, 1, nD), :, nD ); coordsNodais];

    nump = nLV(1, 1, nD) + 1;

    C = [(1:(nump-3))' (2:nump-2)'; (nump-2) 1];

    DT = delaunayTriangulation( D, C );

    io = isInterior(DT);

    conectTemp = DT.ConnectivityList(io, :);

    temp = zeros(nContorno, 1);

    for i = 1 : nContorno;

    no = DT.Points(i,:);

    for j = 1 : nContorno;

    if no(1, 1) == coordsNodais(j, 1)

    if no(1, 2) == coordsNodais(j, 2)

    temp(i) = j;

    break;

    end

    end

    end

    end

    for i = 1 : numel(conectTemp(:,1));

    for j = 1 : 3;

    no = conectTemp(i, j);

    if no < nContorno + 1

    for k = 1 : nContorno;

    if no == k

    conectTemp(i, j) = temp(k);

    break;

    end

    end

    end

    end

    end

    fim = fim + numel(conectTemp(:, 1));

    conect(inicio:fim, :) = conectTemp(:, :);

    inicio = fim + 1;

    [coordsNodais] = suavizar(coordsNodais, conectTemp, nContorno);

    end

    printOK(b, h, xMAX, xMIN, yMAX, yMIN, conect, coordsNodais)

    return

  • 64

    %=========================================================================

    %Suavizao da Malha

    function [coordsNodais] = suavizar(coordsNodais, conect, nContorno)

    for nSuavizar = 1: 3; %nmero de suavizaes

    noContorno = zeros(nContorno, 1);

    for i = 1 : nContorno

    noContorno(i, 1) = i;

    end

    noFronteira = noContorno;

    for ff = 1 : 3; %nmero de frente de fronteira

    m = 0;

    elemSuavizar = zeros(1,1);

    noSuavizar = zeros(1,1);

    for k = 1 : numel(noFronteira(:,1))

    for i = 1 : numel(conect(:,1));

    for j = 1 : 3;

    no = conect(i, j);

    if no == noFronteira(k)

    m = m + 1;

    elemSuavizar(m, 1) = i;

    break;

    end

    end

    end

    end

    elemSuavizar = unique(elemSuavizar,'rows');

    noFronteira = [noContorno; noFronteira];

    noFronteira = unique(noFronteira,'rows');

    m = 0;

    for i = 1 : numel(elemSuavizar(:,1));

    elem = elemSuavizar(i);

    for j = 1 : 3;

    no = conect(elem, j);

    for k = 1 : numel(noFronteira(:,1))

    if no == noFronteira(k)

    aux = 0;

    break;

    else

    aux = 1;

    end

    end

    if aux == 1

    m = m + 1;

    noSuavizar(m, 1) = no;

    end

    end

    end

    if noSuavizar(1,1) == 0;

    break;

    end

    noFronteira = noSuavizar;

    noSuavizar = unique(noSuavizar,'rows');

    for k = 1 : numel(noSuavizar(:,1));

    m = -1;

    noVizinho = zeros(1,1);

    for i = 1 : numel(conect(:,1));

    for j = 1 : 3;

    if noSuavizar(k) == conect(i, j)

    m = m + 2;

    if j == 1

    noVizinho( m, 1) = conect(i, 2);

    noVizinho(m+1, 1) = conect(i, 3);

    elseif j == 2

    noVizinho( m, 1) = conect(i, 1);

    noVizinho(m+1, 1) = conect(i, 3);

  • 65

    elseif j == 3

    noVizinho( m , 1) = conect(i, 1);

    noVizinho(m+1, 1) = conect(i, 2);

    end

    break;

    end

    end

    end

    noVizinho = unique(noVizinho,'rows');

    x = 0;

    y = 0;

    n = numel(noVizinho(:,1));

    for i = 1 : n;

    x = x + coordsNodais(noVizinho(i), 1);

    y = y + coordsNodais(noVizinho(i), 2);

    end

    x = x / n;

    y = y / n;

    coordsNodais(noSuavizar(k), 1) = x;

    coordsNodais(noSuavizar(k), 2) = y;

    end

    end

    end

    return

    %=========================================================================

    %Desenhar Malha

    function printOK(b, h, xMAX, xMIN, yMAX, yMIN, conect, coordsNodais)

    figure;

    triplot(conect, coordsNodais(:,1), coordsNodais(:,2), 'k');

    hold off

    lado = max([b,h]);

    delta = lado/40;

    axis equal

    axis ([xMIN-delta, xMAX+delta, yMIN-delta, yMAX+delta]);

    return

    %=========================================================================

    % ENTRADA DE DADOS DOS EXEMPLOS DO ANEXO A function [dmn] = input()

    dmn.nDom = 1; % Nmero de Domnios

    dmn.nEixos(1) = 20; % Nmero de eixos de refinamento

    % Seco circular

    dmn.coord_1 = zeros(1,2);

    r = 20;

    for i = 0 : 36

    alfa = i*10;

    rad = pi * alfa / 180;

    dmn.coord_1(i+1, 1) = r * cos(rad);

    dmn.coord_1(i+1, 2) = r * sin(rad);

    end

    % Seco L

    dmn.coord_1 = zeros(1,2);

    dmn.coord_1 = [ 0 0;

    20 0;

    20 10;

    10 10;

    10 20;

    0 20;

    0 0];

    % Seco T

  • 66

    dmn.coord_1 = zeros(1,2);

    dmn.coord_1 = [ 7 0;

    14 0;

    14 14;

    21 14;

    21 21;

    0 21;

    0 14;

    7 14;

    7 0];

    % Seco I

    dmn.coord_1 = zeros(1,2);

    dmn.coord_1 = [ 0 0;

    21 0;

    21 7;

    14 7;

    14 14;

    21 14;

    21 21;

    0 21;

    0 14;

    7 14;

    7 7;

    0 7;

    0 0];

    % Seco U

    dmn.coord_1 = zeros(1,2);

    dmn.coord_1 = [ 0 0;

    21 0;

    21 21;

    14 21;

    14 7;

    7 7;

    7 21;

    0 21;

    0 0];

    %=========================================================================

    dmn.coords = [dmn.coord_1]

    dmn.nVertices(1) = numel( dmn.coord_1(:, 1)) - 1; %Nmero de Vrtices subdominio 1

    dmn.mat(1, :) = [2.4e7 0.15 0.3]; %Modulo de Elasticidade, Poisson, Espessura,

    return