sociologia 1 s_em_volume_3_professor
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1 edição revista
1 SÉRIEa
ENSINO MÉDIOCaderno do ProfessorVolume 3
SOCIOLOGIACiências Humanas
Nome:
Escola:
GOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAçãO
MATERIAL DE APOIO AOCURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
SOCIOLOGIAENSINO MÉDIO – 1ª SÉRIE
VOLUME 3a
São Paulo, 2013
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação eAperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão daEducação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenador de Gestão deRecursos Humanos
Jorge Sagae
Coordenadora de Informação,Monitoramento e Avaliação
Educacional
Maria Lucia Guardia
Coordenadora de Infraestrutura eServiços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento eFinanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para oDesenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de DesenvolvimentoCurricular de Gestão da Educação BásicaJoão Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamentaldos Anos Finais, Ensino Médio e EducaçãoProfissional – CEFAFValéria Tarantello de Georgel
Coordenação TécnicaRoberto CanossaRoberto Liberato
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno,Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela.
Educação Física: Marcelo
Ortega Amorim, MariaElisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio RobertoSilveira.
Língua Estrangeira Moderna
(Inglês eEspanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeirede Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e SílviaCristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa e
Literatura: Angela MariaBaltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dosSantos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira,Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de MatemáticaMatemática: João dos Santos, Juvenal deGouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia deBarros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias eVanderley Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da NaturezaBiologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth ReymiRodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno eRodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva eMaria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, FábioBresighello Beig, Renata Cristina de AndradeOliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de MatosCarvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, JoãoBatista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Área de Ciências HumanasFilosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de AbreuFerreira.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia
Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando deAlmeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony ShiguekiNakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, DanielaPeixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima,Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni,Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata TankGullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos,Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia PintoSantiago, Sandra Pereira Mendes, SebastianaGonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz,Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, ElanaSimone Schiavo Caramano, Eliane Gracielados Santos Santana, Elisabeth Pacheco LombaKozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristinados Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim,Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia AparecidaArantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A.Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos,Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José deSouza, Sandra Regina Teixeira Batista deCampos, Silmara Santade Masiero e SílviaCristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela
Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros,Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B.Ignacio Cunha, João Mário Santana, LetíciaM. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria CristinaCunha Riondet Costa, Maria José de MirandaNascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo CesarAlexandre Formici, Selma Rodrigues eSílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, ClóvisAntonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, IvanCastilho, José Maria Sales Júnior, Luciana MoraesFunada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, ReginaHelena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli SoaresJacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e ZildaMeira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, ClaudiaSegantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério,Fernanda Rezende Pedroza, Regiani BraguimChioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz.
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marcelinede Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo RobertoOrlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e WilsonLuís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana HernandesM. Garcia, Leandro dos Reis Marques, MarcioBortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, RafaelPlana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel
B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, GersonN. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier,Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda,Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P.Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, AndersonGomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, ClaudioNitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita deCássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellatoe Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira,
Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva,Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de LimaCardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto,Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling,Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, MerciaAlbertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço,Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e WalterGarcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean
Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura eTânia Fetchir.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão,
Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S.Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,Regiane Monteiro Pimentel Barboza, RodolfoMarinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita eTatiana F. Souza.
Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio,
Érica Marques, José Carlos Augusto, MariaAparecida Acunzo Forli e Maria Magalhãesde Alencastro.
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica
– CGEB
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOSCADERNOS DOS PROFESSORES E DOSCADERNOS DOS ALUNOSGhisleine Trigo Silveira
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Inês Fini (coordenadora)Ruy Berger (em memória)
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica MamiMakino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, LucianaVenâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de AraújoDonnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama eSueli Salles Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez,
Isabel Gretel María Eres Fernández, IvanRodrigues Martin, Margareth dos Santos e NeideT. Maia González.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,José Luís Marques López Landeira e JoãoHenrique Nogueira Mateos.
Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado.Matemática: Nílson José Machado, CarlosEduardo de Souza Campos Granja, José LuizPastore Mello, Roberto Perides Moisés, RogérioFerreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo eWalter Spinelli.
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, AdiltonLuís Martins e Renê José Trentin Silveira.
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo eSérgio Adas.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugellie Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,Melissa de Mattos Pimenta e Stella ChristinaSchrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola BovoMendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, LucileneAparecida Esperante Limp, Maria AugustaQuerubim Rodrigues Pereira, Olga AguilarSantana, Paulo Roberto da Cunha, RodrigoVenturoso Mendes da Silveira e Solange Soaresde Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene AparecidaEsperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, MariaAugusta Querubim Rodrigues Pereira, PauloRogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam
Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel,Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo deCarvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto deOliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira,Sonia Salem e Yassuko Hosoume.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes,
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza,Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença deSousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, MariaFernanda Penteado Lamas e Yvone MussaEsperidião.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika deFelice Murrie.
EQUIPE DE PRODUÇÃO
Coordenação executiva: Beatriz Scavazza.Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos deCarvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite,Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias deOliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov,Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo EduardoMendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata,Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli eVanessa Dias Moretti.
EQUIPE EDITORIAL
Coordenação executiva: Angela Sprenger.Assessores: Denise Blanes e Luis MárcioBarbosa.Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie.
Edição e Produção editorial: Adesign, Jairo Souza
Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
APOIO
Fundação para o Desenvolvimento da Educação– FDE
CTP, Impressão e Acabamento
Esdeva Indústria Gráfica S.A.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país,desde que ma
ntida a integridade da obra
e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos
do artigo 41 da Lei de DireitosAutorais.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239c São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 1ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins, Melissa de Mattos Pimenta, Stella Christina Schrijnemaekers. São Paulo: SEE, 2013.
ISBN 978-85-7849-370-7
1. Sociologia 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Martins, Heloísa Helena Teixeira de Souza. III. Pimenta, Melissa de
Mattos. IV. Schrijnemaekers, Stella Christina. V. Título.
CDU: 373.5:316
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas.Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sitesindicados permaneçam acessíveis ou inalterados.* As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images.* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos(escala, legenda e rosa dos ventos).
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-radores na reedição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que per-mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula detodo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com osprofessores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, nesteprograma, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilizaçãodos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas açõesde formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a buscapor uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo usodo material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de SãoPaulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividadesora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidadeda sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suasaulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportama construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando adiversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seutrabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinare elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman VoorwaldSecretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMáRIO
Ficha do Caderno 7
Orientação sobre os conteúdos do volume 8
Situações de Aprendizagem 10
Situação de Aprendizagem 1 – O caráter culturalmente construídoda humanidade 10
Situação de Aprendizagem 2 – Por que somos diferentes? 19
Situação de Aprendizagem 3 – Como o homem se tornou homem? 26
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensãodos temas 40
FICHA DO CADERNO
Cultura: Unidade e Diferença
Nome da disciplina: Sociologia
área: Ciências Humanas
Etapa da educação básica: Ensino Médio
Série: 1ª
Volume: 3
Temas e conteúdos: O que nos diferencia como humanos
Conteúdos simbólicos da vidahumana – Cultura
Características da cultura
A humanidade na diferença
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ORIENTAçãO SOBRE OS CONTEúDOS DO VOLUME
Caro professor,
No volume anterior, observamos que aSociologia tem como objeto o estudo do ho-mem nas suas relações e interações com outroshomens. O homem é, portanto, um ser social,e para viver em sociedade passa pelos proces-sos de socialização primária, secundária, pelaincorporação de papéis e pela construção desua identidade. Mas será então que é o viverem sociedade que nos diferencia dos outrosanimais? Certamente não. O homem só existeenquanto ser social, mas muitos animais tam-bém vivem em sociedade. Logo, não é viverem sociedade que torna o homem diferente
Conhecimentos priorizados
Para responder as questões O que nos unecomo seres humanos? e O que nos diferencia?,os conhecimentos priorizados aqui serão divi-didos em três Situações de Aprendizagem. NaSituação de Aprendizagem 1, será abordada aquestão de que “quase nada é natural no serhumano”. Outro tema que será introduzidopara discussão com os jovens é: o que nos unecomo seres humanos é o fato de que somosdiferentes por natureza. Mas para compreen-der isso teremos que evitar o etnocentrismo eadotar o relativismo como postura metodoló-gica que nos ajuda a compreender o outro.
dos outros animais.Na Situação de Aprendizagem 2, será apro-
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O que distingue o homem dos outros ani-mais é o fato de que ele é o único ser que teme produz cultura. As questões que nortearãoeste volume são:
f O que nos une como seres humanos?
f O que nos diferencia?
O que nos diferencia dos outros animaisé o fato de que o homem é o único capaz deadquirir cultura. Mas o que é cultura? Quaissão suas características? Qual é o papel doinstinto na vida do homem? E o do meiogeográfico? O homem é totalmente influen-ciado pelos seus genes? Estas são algumasdas questões que procuraremos tratar nestevolume para contemplar o que nos une e oque nos diferencia como seres humanos.
fundada a discussão iniciada na Situação deAprendizagem 1, que examina o fato de queo que nos une são as nossas diferenças. Daídecorre outra questão − Por que somos dife-rentes? −, a qual não será respondida nessaSituação de Aprendizagem, embora se fará amenção da existência de duas respostas equi-vocadas para ela. Uma é a que aponta as dife-renças entre os seres humanos como resultadoapenas do meio físico onde o homem foi cria-do: é o chamado determinismo geográfico; e aoutra, o determinismo biológico, que conside-ra que as diferenças genéticas explicam as dife-renças culturais.
Na Situação de Aprendizagem 3, será defi-nido o que é cultura, quais são suas caracte-rísticas, bem como será debatida a relação dohomem com seus instintos.
Sociologia - 1a série - Volume 3
Competências e habilidades
As competências e habilidades que devemser desenvolvidas pelos alunos neste volume3 da 1ª série do Ensino Médio priorizam adiscussão em torno do tema da cultura. Novolume anterior os jovens apreenderam que,para existir, o homem precisa passar por umprocesso de socialização, por meio do qualinternaliza as regras e costumes socialmen-te estabelecidos. Mas viver e se organizar emgrupo não é uma atividade tipicamente hu-mana. O que distingue o homem dos outrosanimais é o fato de que somos seres culturais.E as competências e habilidades neste volume
Metodologias e estratégias
A estratégia metodológica para estevolume é a de intercalar aulas dialogadascom leituras de texto e imagens.
Avaliação
Neste volume a avaliação priorizará aelaboração, por parte dos alunos, de textosdissertativos argumentativos. Deverão res-ponder como forma de avaliação às ques-tões que contemplem a matéria trabalhadaem sala.
tratam justamente dessa temática, para queos alunos possam distinguir entre o compor-tamento animal e o humano.
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SITUAçõES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1O CARÁTER CULTURALMENTE CONSTRUÍDO DA HUMANIDADE
Na Situação de Aprendizagem 1, os jovensdeverão tomar consciência de que quase nadaé natural no ser humano e que nossas maneirasde agir, pensar e sentir são culturalmente esta-
belecidas. Para isso serão conduzidos à com-preensão de que será preciso adotar a posturado relativismo para conseguir compreender ooutro e evitar o etnocentrismo.
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdos e temas: a unidade entre todos os seres humanos; o caráter social e culturalmenteconstruído da humanidade.
Competências e habilidades: desenvolver o espírito crítico dos alunos e sua capacidade de obser-vação da sociedade; desenvolver habilidades de leitura, produção de textos contínuos e expressãooral; compreender que a unidade entre todos os seres humanos é o fato de que o homem é umser cultural; reconhecer o caráter social, histórica e culturalmente construído da humanidade.
Estratégias: aula dialogada; interpretação de imagens.
Recursos: discussão com a sala, imagens e texto para leitura.
Avaliação: texto dissertativo.
c)©SueFlood/TheImageBank-GettyImages,d)©WorldFoto/Alamy-Otherimages.
a)©PeterBeavis/Stone-GettyImages,b)©K&KAmman/Taxi-GettyImages,
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Sondagem e sensibilização
Esta sensibilização tem como objetivo intro-duzir os alunos na discussão deste volume,cujas questões centrais são: O que nos une comoseres humanos? O que nos diferencia? Verifica-remos que o que nos une como seres humanosé também o que nos diferencia e que isso nadamais é do que o fato de sermos seres culturais.
Peça aos alunos que observem as fotos aseguir e retome com eles a discussão do volumeanterior sobre a importância de viver em socie-dade para o homem.
O homem existe como ser social e, por isso,
passa por um processo de socialização primáriae secundária à medida que cresce. Dessa for-ma, ele se insere em um grupo e na sociedade.
Nas fotos mostradas a seguir, veremos queoutros animais também vivem em grupo. Asfotos não mostram, mas sabemos que cada umdeles passou por um pequeno processo de socia-lização para poder viver com o grupo e que,portanto, não pode simplesmente agir confor-me a sua vontade. Logo, os animais tambémvivem em sociedade, assim como nós.
Mas os animais não são totalmente iguais anós, apesar de muitos viverem em grupo e pre-cisarem aprender a viver juntos.
Sociologia - 1a série - Volume 3
a) b)
c) d)
Figuras 1 a 4 – Grupos de animais
Questione:
f O que vocês acham que nos distingue dosoutros animais?
Deixe os alunos se expressarem. Verifiquese algum deles responderá de maneira corretaque o que nos distingue dos outros animais é
o fato de que temos cultura e os animais, não.Ou seja, muitos deles se organizam em grupospara viver, mas isso não os diferencia de nós,seres humanos.
Formule, então, para a turma outra questão
queorientaráiscussãodoolume:O
©IaraVenanzi/Kino
©CKLtd/Photonica-GettyImages
ue énatural no ser humano? É recomendável escrevera pergunta na lousa para não dispersar a aten-ção dos jovens.
Você pode dizer que esta questão os ajuda-rá a compreender as questões centrais do vo-lume: O que nos une como seres humanos? e O
que nos diferencia? Mas esclareça que a pergun-ta escrita na lousa não será totalmente respon-dida nessa aula, pois, para compreender o queune e o que diferencia os seres humanos, elesterão, primeiramente, que refletir sobre o queé natural para o ser humano, qual é a relaçãoque temos com nossos instintos e o que é quenos separa dos outros animais.
Para fechar a sensibilização, explique o queé natural no ser humano: a sua capacidadepara a diferenciação.
O que todos nós temos em comum é acapacidade de nos diferenciarmos uns dosoutros e de vivermos essa experiência, que éa de ser humano da forma mais variada possí-vel, por meio da imersão nas mais diferentesculturas. Logo, o que nos liga são as nossasdiferenças, e elas são dadas pela cultura.
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Etapa 1 – Os homens e a natureza
Os alunos precisarão compreender que oque consideramos como natural em nós é, defato, cultural, o que parece ser óbvio não o é.
Toda cultura é uma construção histó-rica e social. Nossos hábitos, costumes,maneiras de agir, sentir, viver e até mor-rer são culturalmente estabelecidos. Dizerque eles são uma construção não é aleató-rio. Pois construção tem a ver com mon-tagem, com algo que passa pela mão dohomem, que não está pronto, ou seja, quenão é dado pela natureza, mas sim quepassa por algum processo até se transfor-mar no que é.É histórica porque varia de uma época
para outra, porque demorou muito paraser o que é.
Mas será que existe uma natureza huma-na que seria a mesma para todos? Para osantropólogos está claro que não há umanatureza humana única e imutável. É fatoque a cultura nos molda como uma espé-cie única, e ela também nos modela comoindivíduos separados. Ou seja, não há serhumano que possa existir sem estar imersoem uma determinada cultura. Somos todosseres culturais. Pode-se dizer que não háuma natureza humana igual para todos osseres humanos, para além da constatação deque todos temos a capacidade de ser dife-rentes entre nós.
Para dar continuidade a essa discussão, leiapara a sala o que diz a legenda de cada umadas figuras a seguir.
Não é natural:
É social porque é partilhada por umgrupo.
©StefanKolumban/PulsarImages
©WolfgangKaehler/Corbis-Latinstock
©RosaGauditano/StudioR
©ZubinShroff/Stone-GettyImages
©RyanMcVay/Stone-GettyImages
Grupos humanos diferentes, portanto, têmculturas diferentes; isso significa dizer que quasenada no homem é natural. Os jovens precisamcompreender que, se um comportamento éconsiderado natural para uma sociedade e nãopara outra, isso significa que ele não é naturale, sim, cultural.
É importante não esquecer de dizer que:Figura 5 – Vestir jeans e camiseta
Se apenas um grupo ou alguns gru-pos consideram uma forma de agir, pen-sar e sentir como natural, então o alunopode ter certeza de que não se trata dealgo natural e, sim, cultural. Tudo o queé natural para uns e não para outros,não é natural. Pois natural seria o que fazparte da natureza humana, ou seja, deveriaser o que é compartilhado por todos osseres humanos.
Figura 6 – Comer arroz e feijão
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Sociologia - 1a série - Volume 3
Figura 7 – Casar de branco Figura 8 – Enterrar os mortos
Em outras culturas:
©RichardPowers/Corbis-Latinstock
©TimMacpherson/Rise-GettyImages
Figuras 9 e 10 – O jeans e a camiseta não são roupas naturais para o ser humano. Na Índia, por exemplo, é comum asmulheres usarem o sari; já no Brasil, muitos povos indígenas andam nus
Figura 11 – Comer arroz e feijão também não é algonatural, existem grupos no deserto que se alimentamde gafanhotos, e o escargot (tipo de lesma) é umaiguaria na França
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Figura 12 – Na nossa sociedade a noiva veste-se de branco,mas em muitas sociedades a cor da roupa da noiva não é obranco
Como para os jovens pode ser difícil acei-tar que nossas maneiras de agir, pensar esentir não são naturais, dê mais um exem-plo para a sua argumentação. Fale, então,
sobre o simbolismo das cores e explique queele também não é natural. Isto é, tal simbo-lismo é fruto do senso comum e de crenças decada cultura e por isso mesmo pode variarde uma cultura para a outra. Ou seja, é cos-
Figura 13 – Não são todos os povos que enterramseus mortos. Os indianos, por exemplo, costumamqueimá-los
tume associar as cores a diferentes emoções,estados de espírito ou acontecimentos, comose isso fosse perfeitamente natural a todos osseres humanos, o que não é verdade.
Como exercício em sala, peça para queos alunos escrevam o que cada uma dascores a seguir pode usualmente simbolizarno Brasil.
Figura 14 – Ouro,riqueza, dinheiro
Figura 15 – Paixão,amor
Figura 16 – Pureza,vida, luz, paz etc.
Figura 17 – Morte,escuridão, trevas
Figura 18 – Amor
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Verifique com a turma as respostas que foramdadas e mostre que, por exemplo, no caso do
branco e do preto esse simbolismo pode mudarmuito, dependendo da cultura de um povo.
Sociologia - 1a série - Volume 3
Muitos povos orientais não associam o branco à vida e à luz. Para eles, o branco “naturalmente” éassociado à morte e é usado como cor de luto. Nas culturas ocidentais, como é a nossa, ocorre o con-trário. Associamos “naturalmente” o branco à luz, ao sol e à vida, e o preto, às trevas, à escuridão, ànoite e à morte.Nenhuma dessas associações é natural ao ser humano, pois, caso isso fosse realmente natural,
todos os indivíduos, em todas as sociedades, fariam as mesmas associações. Se isso não ocorre, é por-que quase nada é natural no ser humano, e o simbolismo das cores é um exemplo de como o que mui-tos consideram como “natural”, na verdade, é fruto de uma construção histórica, social e cultural.
Peça agora para cada aluno, como pesquisaindividual a ser feita em casa, que escreva emseu Caderno exemplos de:
a) roupas ou adereços usados por diferentespovos;
b) hábitos diferentes dos brasileiros.
Etapa 2 − Etnocentrismo erelativismo cultural
Para podermos aprofundar nossa discussãosobre o homem como ser cultural, deve-mos discutir a respeito de duas posturas: ado etnocentrismo e a do relativismo cultural.O primeiro refere-se a uma postura que temos eque deve ser evitada, e o segundo, a uma postu-ra metodológica sugerida quando alguém querolhar outro povo ou grupo diferente do seu.
Para começar essa explicação, você podeescrever na lousa a seguinte frase: “[...] cadaqual denomina de bárbaro o costume que nãopratica na própria terra”1.
Ela é de Montaigne, um filósofo do século XVI.
Essa frase nos mostra que todos nós olha-mos para o mundo com os olhos ou as lentesdados por nossa cultura. Por meio dela olha-
mos o mundo e avaliamos os outros. Isso sechama etnocentrismo.
Como, provavelmente, essa é uma palavraque os alunos não conhecem e um termo mui-to importante em seu aprendizado, sugerimosque você primeiro discuta com eles o que com-preendem da frase de Montaigne:
f O que vocês acham que ele quis dizer comisso?
Espere as respostas e continue a explicação.
Comece falando sobre o sentido do ter-mo bárbaro. Ele pode ser usado de váriasformas: a) “Nossa, olha só que roupa legal! Elanão é bárbara?” ou b) “O que esse homem fezcom os reféns foi um ato bárbaro e cruel!”. Peçaque cada aluno escreva em seu Caderno: em a)a roupa é bárbara porque é..., e em b) o que ohomem fez é um ato bárbaro porque... (dê umtempo para que eles completem as frases).
Verifique as respostas dadas; na primeira fra-se, a roupa é bárbara porque é legal, moderna,diferente etc. Essa primeira conotação do usodo termo tem um sentido positivo. Já a segundafrase mostra o uso do mesmo termo, mas comuma conotação negativa. Bárbaro ali é alguémque fez algo muito ruim para as outras pessoas,algo que quase não é considerado humano.
1MONTAIGNE, Michael de. Les Essais, livre I. Chapitre XXX – Des cannibales. Tradução Stella Cristina Schrijnemaekers.Disponível em francês: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=3384>. Acesso em: 14 mar. 2013.
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A palavra bárbaro é de origem greco--latina. Os romanos a usavam para desig-nar todos os povos que não eram romanos.Todos os que não fossem romanos seriambárbaros. Com o tempo essa palavra adqui-riu a conotação de alguém que age de formaerrada, imprópria, quase não humana.
No caso da frase de Montaigne e com basenas aulas anteriores e na experiência pessoaldos alunos, peça que respondam se o uso dotermo é negativo ou positivo e por quê.
Agora você já pode explicar que a frasede Montaigne fala sobre o etnocentrismo.Destaque essa palavra na lousa e depois ques-tione a sala sobre o seu significado.
f Algum de vocês conhece essa palavra? Al-guém sabe o que ela significa?
Os alunos talvez se lembrem da discussãofeita na aula de Filosofia, no volume anterior.Deixe-os se manifestarem e aproveite as inter-
venções mais importantes para então dar o
blema quando se quer compreender o outro,quando se quer pensar sociologicamente.
Logo, o etnocentrismo é uma postura quedevemos evitar.
Mas como evitar os próprios valores? Comoevitar nossa maneira de agir, pensar e sentir?
Na Antropologia há um recurso metodoló-gico para isso e ele tem a ver com uma atitudemental que os pesquisadores adotam diante doque é diferente.
O antropólogo deve tornar exótico o queé familiar e tornar familiar o que é exótico.
Ou seja, é preciso assumir uma postura dedistanciamento ou afastamento diante de seumodo de pensar, agir e sentir. Ela está ligadaao estranhamento que os alunos aprenderamnos volumes 1 e 2. É tentar se colocar no lugardo outro e compreender como ele pensa. Isso éo relativismo cultural.
sentido etimológico da palavra etnocentrismo:Essa atitude não é fácil, pois são poucas as
pessoas dispostas a questionar ou ao menos
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etno = é uma palavra grega que significa povo.
centr = vem de centro.ismo = sufixo que designa prática de algo.Etnocentrismo é a postura segundo a qualvocê avalia os outros povos a partir de suaprópria cultura.
Nesse sentido, todos nós somos etnocêntri-cos. Uns mais e outros menos. O problema doetnocentrismo é que ele não nos permite com-preender como os outros pensam, já que deantemão eu julgo os outros conforme os meuspadrões, de acordo com os valores e ideias par-tilhados pela minha cultura. E isso é um pro-
deixar de lado sua maneira de agir, pensare sentir.
É chegado o momento de questionar a classea respeito de por que é tão difícil nos colocarmosno lugar do outro.
f Por que vocês acham que é tão difícil paranós nos colocarmos no lugar do outro?
f Por que até hoje nós confundimos diferençacom inferioridade?
f Por que ao olhar alguém que se veste dife-rente e tem hábitos diferentes a nossa ten-dência é tachá-lo como inferior?
O cavalo no jogo de xadrez anda em L, ou seja, duas casas para a frente e uma ou para a direita ou para a esquerda,
Sociologia - 1a série - Volume 3
Estimule-os a dar o maior número de respos-tas possíveis. Diga para a turma que existeum feixe de causas para isso, ou seja, que porvárias razões temos tal atitude.
Provavelmente uns dirão que isso é pró-prio do ser humano; outros, que tem a ver comegoísmo, ou com individualismo; outros, ain-da, que isso está relacionado à nossa cultura,pois estranhamos o que é diferente. E todasessas respostas estão certas. Mas talvez eles seesqueçam de que uma das razões mais impor-tantes para termos uma postura etnocêntricaestá ligada ao medo. Medo do outro e, acimade tudo, medo de nós mesmos.
Por que isso está ligado ao medo?
Porque, quando nós dizemos que o outro éinferior, automaticamente nos colocamos emuma posição de superioridade. E, se somossuperiores, somos os corretos, os melho-res. Logo, não precisamos questionar nossamaneira de agir, pensar ou sentir. Pois, quan-do olhamos o outro e procuramos genui-namente compreendê-lo na sua diferença,muitas vezes não olhamos somente para esteoutro. Olhamos também para nós mesmos.Ao aceitar o outro na sua diferença, mui-tas vezes somos levados a refletir sobre nós.Verificamos que existem outras possibilidadesde existência, outras formas de ver e pensar omundo e que a nossa é uma entre muitas. Nãoé a única possível e talvez nem a melhor.
E por que não queremos fazer isso?
Porque aceitar o outro na sua diferença levamuitas vezes a refletir sobre a própria existên-cia, e as pessoas nem sempre estão preparadasou simplesmente não querem rever ou repen-sar seu ponto de vista. Gostamos de achar queesse ponto de vista é o único possível, pois assim
esquecemos que é somente uma possibilidade,uma entre outras. Com isso fugimos da respon-sabilidade de pensar sobre as escolhas que fa-zemos dizendo que: “não temos escolha”, que“o mundo deve ser assim”, “sempre foi assim”,“não há o que mudar” e que o “diferente estásempre errado”, “é sempre inferior”.
Peça que façam como Lição de Casa umaredação sobre o medo e sobre como ele podeatrapalhar a nossa vida.
Retome, por fim, a discussão sobre o rela-tivismo cultural. Ter essa atitude não signifi-ca deixar de ser quem você é, e sim, aceitar ooutro na sua diferença, colocar-se no lugardo outro. A essa postura damos o nome derelativismo cultural.
O relativismo cultural é a posturasegundo a qual você procura relativizar suamaneira de agir, pensar e sentir e assim secolocar no lugar do outro. “Relativizar” sig-nifica que você estabelece uma espécie deafastamento, distanciamento ou estranha-mento diante de seus valores, para conseguircompreender a lógica dos valores do outro.
Um importante antropólogo chamadoClaude Lévi-Strauss pode ajudá-lo nesta dis-cussão sobre o etnocentrismo. Em um artigoque escreveu em 1952 para a Unesco, eledisse que a interpretação e a visão da diver-sidade se faz em função da própria cultura,e para essa discussão ele usa como metáforaexplicativa o trem e o andar do cavalo no jogode xadrez (LÉVI-STRAUSS, 1980). Ele com-parou as culturas com os trens, para falar doetnocentrismo, e, ainda, o desenvolvimentodas culturas com o andar do cavalo no jogode xadrez2. Como exercício em sala de aula
2
ou pode andar uma casa para a frente e duas para a esquerda ou para a direita.
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sobre a questão do etnocentrismo, peça aosalunos que leiam o texto a seguir e respondamem seus Cadernos: O que Lévi-Strauss quis
dizer quando sugeriu que as culturas são comotrens e se desenvolvem assim como anda o cava-lo no jogo de xadrez?
Claude Lévi-Strauss é um dos mais importantes antropólogos do século XX. Ainda jovem, em1934, veio ao Brasil e ajudou a fundar a Universidade de São Paulo (USP). Ele fez pesquisasem Mato Grosso com os índios Bororo e Kadiwéu, entre outros. Quatro anos depois, foi embora donosso país e desenvolveu, posteriormente, uma das mais importantes correntes da Antropologia:o estruturalismo. Em 1952, a pedido da Unesco, ele escreveu um artigo chamado Raça e história, emque criticava a ideia de raça e o etnocentrismo entre os povos, além de outros pontos.
Para falar sobre a ideia de que existiriam culturas que não se moveriam ou se transformariam eo etnocentrismo, ele deu o exemplo do viajante do trem: imaginem que cada cultura é um trem e nóssomos os passageiros. Nós olhamos o mundo a partir do nosso trem.
Mas os trens caminham em direções opostas, em diferentes velocidades. Um viajante verá de mododiverso um trem que vai ao sentido contrário, um trem que ultrapassa o seu ou outro que caminhaem uma outra direção.
Qual é o trem que nós podemos olhar melhor?Aquele que caminha na mesma direção que o nosso e na mesma velocidade, ou seja, de forma
paralela.
Mas, se cada trem é uma cultura, sabemos que as culturas não caminham todas na mesma dire-ção e nem na mesma velocidade. Umas caminham mais rápido, outras caminham em direções quaseopostas. As culturas possuem formas diferentes de observar o mundo. Cada uma tem o seu caminho,a sua direção e a sua velocidade. Se uma nos parece parada, isso ocorre porque não conseguimoscompreender o sentido do seu desenvolvimento.
É aquela que caminha paralela à nossa que nos permite a melhor observação, e que nos fornece aautoidentificação. Mas quem é que pode dizer qual é a melhor direção? O caminho mais avançado?Será que o que parece parado para nós está realmente parado? Como saber?
Na verdade, com isso ele quis dizer que é muito difícil para alguém de uma determinada culturaquerer avaliar alguém de outra cultura. Pois, já que a minha cultura é como um trem, muitas vezesnão consigo enxergar e compreender o que se passa nos outros trens (nas outras culturas). Issoocorre porque as culturas não têm todas elas as mesmas preocupações e nem os mesmos objetivos.É mais fácil entender a cultura que mais se parece com a nossa, ou seja, aquela que anda de formaparalela à nossa, partilhando os mesmos interesses e a mesma direção. Mas, como as culturassão diferentes, se muitas vezes não conseguimos compreender uma delas, não é porque ela estejaparada, ou errada, e sim, porque a direção que ela toma muitas vezes não faz sentido segundo anossa lógica de raciocínio.
Lévi-Strauss diz, ainda, que as culturas se desenvolvem como anda o cavalo no jogo de xadrez.No jogo de xadrez cada peça caminha de uma maneira: a torre em linha reta, o bispo na diagonal eo cavalo em L, ou seja, aos saltos. Logo, se as culturas andam em L ou aos saltos, elas não andamtodas em linha reta, nem seguem todas a mesma direção. Cada uma segue um sentido e uma linhade raciocínio que lhe é própria. É equivocado considerar errada e pouco evoluída a cultura quesegue uma direção diferente da nossa, como se todas devessem seguir a mesma direção, como setodas devessem andar da mesma forma. Cada cultura tem seus interesses próprios e, assim, umritmo, velocidade e direção de desenvolvimento que são seus. Não andam, ou se desenvolvem, emlinha reta.
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Sociologia - 1a série - Volume 3
O que é mais importante? Para um pigmeu1, mais importante do que saber quem descobriu oBrasil, ou quais são os tipos de clima do mundo, é saber quais plantas são comestíveis e quais sãovenenosas, quais podem ser usadas como remédio e quais não podem. Para um brasileiro que almejase tornar advogado, mais importante é adquirir os conhecimentos necessários para entrar na facul-dade. Conhecer quais são as plantas venenosas numa floresta pode não lhe ser de muita utilidade.Logo, o que é importante saber varia de um ponto para outro.1 Homem que pertence a uma etnia da África Central e que possui baixa estatura.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Você pode pedir para que respondam emseus Cadernos às seguintes questões:
1. Com base na leitura de texto de Lévi-Strausse nas explicações de seu professor, respondao que ele quis dizer com:
a) as culturas são como trens;
b) as culturas se movem assim como anda ocavalo no jogo de xadrez.
Assim, por meio das metáforas usadas porLévi-Strauss foi possível mostrar aos alunosque as culturas não são só diferentes entre si,mas são também difíceis de ser compreendidase avaliadas. Cada uma fornece uma visãode mundo, uma maneira de observar a rea-lidade, de viver e de pensar. E, se quisermos
realmente compreender o outro, devemos terconsciência disso e adotar, na medida do pos-sível, o relativismo como uma postura meto-dológica que nos ajude a nos desvencilhar doetnocentrismo.
Proposta de Questão para Avaliação
Como forma de avaliação dessa Situaçãode Aprendizagem, peça aos alunos que escre-vam, em uma folha avulsa, um texto disserta-tivo e argumentativo que relacione a discussãode sala de aula à Lição de Casa que fizeramsobre o medo, ao etnocentrismo, ao relativis-mo e às metáforas usadas por Lévi-Strauss nosentido de ver “as culturas como trens” e deque “elas se movem assim como anda o cavalono jogo do xadrez”.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2POR QUE SOMOS DIFERENTES?
O objetivo nesta segunda Situação deAprendizagem é mostrar aos alunos duas pos-
turas que devem ser evitadas: o determinismogeográfico e o determinismo biológico.
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Tempo previsto: 2 aulas.
Conteúdos e temas: determinismo geográfico; determinismo biológico.
Competências e habilidades: compreender os problemas e limitações do determinismo biológicoe do determinismo geográfico; desenvolver o espírito crítico dos alunos e sua capacidade deobservação da sociedade; desenvolver habilidades de leitura, produção de textos contínuos eexpressão oral.
Estratégias: aula dialogada.
Recursos: discussão com a sala e textos para leitura.
Avaliação: texto dissertativo.
Sondagem e sensibilização
Para a sensibilização desta Situação deAprendizagem, você pode escrever na lousa elançar para a sala a seguinte questão: Por quesomos diferentes?
Deixe os alunos se manifestarem; uns dirãoque isso ocorre porque as pessoas têm costumesdiferentes; outros, porque há indivíduos quetêm mais dinheiro e aqueles que têm menos;outros, ainda, porque as pessoas vêm de meiosdiferentes ou porque somos geneticamente dife-rentes, entre muitas outras possíveis respostas.De qualquer forma, esclareça aos alunos queo objetivo desta Situação de Aprendizagem é ode criticar duas posturas radicais que costu-mam dar uma explicação simplista para essaquestão. Essas posturas são: o determinismogeográfico e o determinismo biológico.
Etapa 1 − Por que somosdiferentes?
Se quase nada é natural no ser humano,outra questão apresenta-se para nós: Por quesomos diferentes?
Esta Situação de Aprendizagem será maisum passo na tentativa de responder a tal ques-tão. Na maioria das vezes o senso comum acre-dita que a diferença é fruto do meio físico e/ou de fatores biológicos. Os que acreditamque a diferença ocorre por conta do meio físi-co são os adeptos do determinismo geográficoe os que dizem que é uma questão biológi-ca são adeptos do determinismo biológico.Ambas são posturas ou explicações a seremevitadas. Você pode começar explicando odeterminismo geográfico. Peça a um aluno queleia o texto a seguir.
O determinismo geográfico pode ser definido como a postura segundo a qual se acredita que asdiferenças de ambiente físico condicionam totalmente a diversidade cultural. Ou seja, segundo essa pos-tura, os homens são diferentes, pois habitam áreas geográficas diferentes: umas mais frias, outras maisquentes, umas mais próximas ao mar, outras altas etc. Para os adeptos dessa postura, o meio físicocondiciona totalmente o comportamento do homem. Assim, acreditam, por exemplo, que pessoas quemoram em regiões quentes são mais preguiçosas, por conta do calor, entre outros preconceitos.
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Sociologia - 1a série - Volume 3
A Antropologia mostrou que existem limites para a influência do ambiente físico em uma deter-minada cultura. Ou seja, o meio físico pode influenciar o homem e seus costumes, mas não o con-diciona totalmente.Os hábitos, costumes e conteúdos simbólicos da vida de um povo podem sofrer influência do
meio físico. Existem elementos em nossa cultura que são influenciados pelo meio, como, por exem-plo, a maior parte das nossas roupas. Elas são adaptadas ao nosso clima. Ou, ainda, o fato de nosalimentarmos de mandioca, que é uma raiz que constitui a base da alimentação em muitas regiões doBrasil. Em países de clima mais frio é comum que as casas tenham sistema de aquecimento central,para que as pessoas não sofram com as baixas temperaturas, e que elas se alimentem de vegetais quese desenvolvem em temperatura mais baixa do que aquela aqui encontrada.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Peça para os alunos explicarem o que en-tenderam do texto e mostre a eles por queo determinismo geográfico é uma postura aser evitada.
Você pode fazer isso, primeiro, admitindoque o meio físico, em parte, influencia umacultura. Ou seja, existem elementos em nos-sa cultura que são influenciados pelo meio.
Mas o meio físico não condiciona totalmen-te uma cultura.
Como exercício em sala, solicite aos alu-nos que respondam em seus Cadernos o queeles entendem por determinismo geográfico eque escrevam exemplos diferentes dos contidosno texto de como o meio físico condicio-na a nossa cultura em parte. Eles podem lero que fizeram para que se verifique se osexemplos estão corretos. Depois, mostre quehá um limite para esse condicionamento. Emum mesmo meio geográfico podem se desen-volver culturas diferentes.
Como exemplo você pode citar os paísesescandinavos: Suécia, Noruega, Finlândia eDinamarca. Suécia, Noruega e Finlândia sãoos países que compõem a Península Escan-dinava e a Dinamarca fica na Jutlândia. Elestêm o mesmo clima e um relevo muito pare-cido, assim como a flora e a fauna. Mesmo
assim, possuem culturas diferentes e línguasdiferentes: há o sueco, o dinamarquês, o fin-landês e o norueguês.
Se fosse verdade que o meio físico con-diciona totalmente o comportamento dosseres humanos, só haveria uma culturana Península Escandinava, e não é o queacontece.
Por que isso ocorre?
Porque, ao contrário do que acreditam osadeptos do determinismo geográfico, o meiofísico não influencia totalmente a cultura.
Na verdade, há limites para a influênciado meio físico sobre a cultura. Esses limitessão dados pelos interesses de cada cultura.
Peça aos alunos que leiam o texto a seguire respondam em seus Cadernos às questões:
1. Segundo o texto, de que maneira a cul-tura age em relação ao meio físico?
2. Cite um exemplo do texto que mostre issoe explique por quê.
3. Descreva um exemplo, que não seja tiradodo texto, de como a cultura age de formaseletiva em relação ao meio físico.
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c)©JulieFisher/Taxi-GettyImages.
Northcott/Corbis-Latinstock,
Food-Latinstock,b)©DavidA.
a)©ABPL/Photolibrary/Fresh
c)©FernandoFavoretto.
b)©CatherineLedner/Stone-GettyImages,
a)©OviaImages/Alamy-Otherimages,
Toda cultura age seletivamente em relação ao meio físico em que ela se desenvolve e, por isso,existem elementos culturais que, apesar de aceitos, não estão de acordo com o meio geográfico.Um exemplo notório é o uso do terno e gravata em um país quente como é o Brasil na maioria dosmeses do ano. Essa roupa é adequada aos países de clima temperado, mas totalmente inadequada,na maior parte do ano, ao clima do nosso país.
a) b) c)
Figuras 19 a 21 – O uso do terno
Mesmo assim, os homens, seja por razões de trabalho, seja porque têm de comparecer a um deter-minado evento social, muitas vezes usam terno e gravata. Por que eles fazem isso? Não é porque essaroupa seja adequada ao nosso clima, mas, sim, porque ela tem um significado cultural. Trata-se doexemplo de uma vestimenta mais formal. Ela proporciona certo status social para quem a veste, poisnão é uma roupa barata.Se o meio físico influenciasse totalmente as culturas, como querem acreditar os adeptos do deter-
minismo geográfico, os homens usariam roupas adequadas ao nosso clima.Isso também pode ser refletido na nossa alimentação.
a) b) c)
Figuras 22 a 24 – Alimentação
Existem animais que habitam o Brasil e outros países, como a China, o Camboja, a Tailândia, oVietnã e o México, por exemplo. Mas isso não significa que eles sejam considerados passíveis de ser-vir como alimento aqui e lá. É o caso, por exemplo, do rato. No Brasil, é praticamente impensávelpara uma pessoa se alimentar da carne de ratos. Já na China, no Camboja, no Vietnã e na Tailândiaeles são normalmente consumidos como alimento. Na Tailândia também é comum comer espetos
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Sociologia - 1a série - Volume 3
de certas larvas na rua, assim como aqui se come churrasco. Há ainda o caso do México: lá é possí-
©ChrisRatcliffe/Alamy-Otherimages
vel comer tacos (prato típico mexicano feito de farinha de milho, parecido com uma panqueca, comvários tipos de recheios e molhos) recheados com certo tipo de grilo comestível. Se o determinismogeográfico realmente existisse, nós nos alimentaríamos igualmente desses animais também existentesem nosso território.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Pode-se concluir que o meio físico age sobrea cultura, embora não a condicione totalmen-te, pois esta age de forma seletiva em relaçãoaos elementos que aquele fornece.
Agora é o momento de abordar a outrapostura a ser evitada, que é o determinismobiológico. Segundo essa postura, as pessoas
É importante destacar que essa é uma pos-tura errada, pois diferenças genéticas nãodeterminam diferenças culturais. Infelizmente,muito do preconceito existente está relaciona-do a esse raciocínio equivocado.
Para trabalhar tal questão com a classe,comece com a leitura do texto a seguir.
seriam totalmente condicionadas por fatoresbiológicos, ou seja, a genética.
Outro grande equívoco é a postura do determinismo biológico, segundo a qual as diferenças gené-ticas determinam as diferenças culturais.
Essa é a velha história de que “o homem é o que é, pois isso estaria no sangue”, ou seja, todas asdiferenças entre duas pessoas seriam estabelecidas por meio dos nossos genes. A partir desse tipo deraciocínio, cria-se uma série de estereótipos, tais como: os judeus e os árabes nascem para negociar;os alemães são bons de cálculo; os norte-americanos são todos empreendedores etc. E a justificativaé a de que isso estaria no seu sangue.
Mas isso é um grande engano, por várias razões.A primeira razão é dada pelos avanços dos estudos genéticos que mostraram que os seres humanos
são muito parecidos e muito diferentes entre si do ponto de vista genético. Em termos da porcentagemtotal de material genético, a variação genética entre dois seres humanos é inferior a 1%. Entretanto,se verificarmos em números, será possível observar que há milhões de diferenças no código genéticoentre dois indivíduos escolhidos ao acaso. Ou seja, apesar de sermos muito parecidos em termos rela-tivos (uma diferença menor do que 1%), em termos absolutos, isto é, considerando o número de dife-renças genéticas, somos muito diferentes (milhões de diferenças entre dois indivíduos). Em outraspalavras, esses milhões de diferenças genéticas representam menos de 1% do total do código genético,não importando a origem geográfica ou étnica deles. No entanto, mais de 90% dessa variação ocorreentre indivíduos e menos de 10% ocorre entre grupos étnicos (“raças”) diferentes. Em outras pala-vras, há apenas uma raça de Homo sapiens: a raça humana!
Com base em tais informações é possível dizer que cada um de nós é um ser humano único e tão dife-rente de outro ser humano que procurar juntar as pessoas para formar grupos distintos (como, por exem-plo, “raças humanas”) não faz sentido. Não existem diferenças suficientes entre os grupos humanos parapermitir separar ou juntar os seres humanos em “raças”. As diferenças visualizadas entre populações dediferentes continentes são muito pequenas e superficiais, não se refletindo no genoma (constituição gené-tica total de uma pessoa).
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Mas, mesmo assim, há aquelas velhas questões: se isso é verdade, então por que tantos por-tugueses são padeiros? Por que tantos descendentes de árabes são comerciantes? Isso não estámesmo no seu sangue?
f)©AnonymousDonor/Alamy-Otherimages.
e)©D.Hurst/Alamy-Otherimages,
d)©DavidHancock/Alamy-Otherimages,
c)©MartinHarvey/Alamy-Otherimages.
b)©Mira/Alamy-Otherimages,
a)©BillBachmann/Alamy-Otherimages,
É claro que não. Acha isso quem ainda não viajou pelo mundo ou quem não leu sobre outroslugares do mundo. Afinal de contas, se isso fosse verdade, então Portugal seria um país de padei-
ros e em todos os lugares onde os portuguesesfossem morar eles seriam padeiros. Isso acon-tece? Não.Se aqui há muitos descendentes de portugue-
ses que são padeiros, isso se deve ao fato de queesta foi uma profissão em que vários imigrantesse deram bem, e estes a ensinaram a outros imi-grantes, mas não porque estaria no sangue delesser padeiro.O pão é um alimento de consumo em todas as
regiões do mundo, mas isso não quer dizer que sóos portugueses façam pão, ou que o façam melhordo que outros povos. Há padeiros chineses, malaios,indianos, botsuanos, alemães, franceses, gregos, es-panhóis, russos, chilenos, bolivianos, argentinos,holandeses, japoneses, australianos, moçambica-nos etc. E não só portugueses. Há padeiros em todasas sociedades, em todas as culturas. E, se há portu-gueses em todos esses lugares citados, isso não sig-nifica que eles sejam padeiros. Em outras regiõesdo mundo, eles podem ter se especializado em ou-tras profissões. Logo, é equivocado achar que pro-fissões tenham uma determinação biológica e queexista o determinismo biológico.
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Figura 25 – Padeiro
Deixe a classe se manifestar a respeito daleitura e direcione a discussão para as seguin-tes questões a ser respondidas no Cadernodo Aluno.
1. O que é o determinismo biológico e por queesta é uma postura que deve ser evitada.
2. Retire do texto e explique um exemplo quemostre por que a postura do determinismobiológico é equivocada.
3. Descreva um exemplo diferente do apre-
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
sentado no texto para mostrar o problemado determinismo biológico.
Não explore muito a questão da raça coma classe, pois ela será mais aprofundada novolume 4.
Para fechar esta discussão, dê o exemploda criação de uma criança. Toda criança aonascer é fruto da combinação de elementosgenéticos do pai e da mãe. Isso é verdade,mas a sua maneira de agir, pensar e sentir nãoestá relacionada com esse código genético.
Sociologia - 1a série - Volume 3
Na verdade, se transportarmos para a Bolíviaum bebê inglês e o criarmos ali com outrospais, ele desenvolverá os hábitos, a maneirade falar e de raciocinar típicos do lugar. Nãogostará de comer a comida que seus pais
biológicos ingleses apreciam e nem pensa-rá como um inglês, pois assumirá os hábitose costumes da família boliviana que o criou.A carga genética vinda de seus pais nãoinfluenciará seu comportamento.
Mesmo determinadas doenças, para asquais ele porventura tenha predisposição
genética, poderão não se manifestar, impe-didas possivelmente pelos hábitos alimenta-res e de vida adquiridos no novo país.
Isso demonstra, mais uma vez, que odeterminismo biológico é uma postura equi-vocada a ser evitada, pois a cultura podeinterferir no plano biológico.
Do ponto de vista biológico, em geral oshomens são mais fortes do que as mulhe-res, mas em várias culturas é a mulher quemrealiza o trabalho braçal e não o homem. AAntropologia tem mostrado que muitas ativi-dades atribuídas aos homens em determinadasculturas são realizadas pelas mulheres emoutras. Portanto, apesar de existirem diferen-ças biológicas entre homens e mulheres, a cul-tura pode interferir no plano biológico.
Outro exemplo é o do riso.
O riso é uma propriedade do homem e dosprimatas mais desenvolvidos. Mas o que é con-siderado risível varia de cultura para cultura:para os americanos, por exemplo, o engra-çado é o gênero pastelão com tortas na cara;na Itália é a piada picante, com duplo senti-do. Ou seja, o riso é totalmente condicionadopelos padrões culturais, apesar de toda a suafisiologia (LARAIA, 2009, p. 69).
a) b) c)
d) e) f)
Figura 26 a 31 – O riso
25
Como Lição de Casa, você pode pedir aosalunos que façam uma pesquisa complemen-tar individual e tragam para a sala de aula umcomentário crítico de um programa humorís-
tico da TV brasileira, discutindo o conceitode “engraçado”. Discuta com a sala o fato deque o que é considerado engraçado no Brasilpode não ser, e provavelmente não é, consi-derado engraçado em outros lugares. Se noBrasil, por exemplo, as pessoas satirizam os
portugueses por preconceito, na França sãoos belgas os ridicularizados.
Proposta de Questão para Avaliação
Peça aos alunos que escrevam um textoexplicando o que é o determinismo bioló-gico e o determinismo geográfico e quais osproblemas de cada uma dessas posturas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3COMO O HOMEM SE TORNOU HOMEM?
Nesta Situação de Aprendizagem, serão dis-cutidas a ideia de cultura, as características das
culturas e a relação entre os homens, o instintoe a cultura.
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdos e temas: ideia de cultura, separação entre instinto e cultura, características da cultura.
Competências e habilidades: compreender a ideia de cultura de um ponto de vista antropológico; distin-guir instinto de cultura; reconhecer o papel da cultura e do instinto na vida dos homens; compreenderque a humanidade só existe na diferença; identificar as características da cultura; conteúdos simbóli-cos da vida humana; desenvolver o espírito crítico dos alunos e sua capacidade de observação da socie-dade; desenvolver habilidades de leitura, produção de textos contínuos e expressão oral.
Estratégias: aula dialogada.
Recursos: discussão com a sala e textos para leitura.
Avaliação: questões.
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Sondagem e sensibilização
Como forma de sensibilização para a discus-
são sobre as características culturais e o papelda cultura na vida do homem, você pode pedirpara um aluno ler em voz alta o texto seguinte:
Sociologia - 1a série - Volume 3
“O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do OrientePróximo, mas modificado na Europa Setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixode cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornou doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de car-neiro, um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo emprego foi descoberto naChina. Todos esses materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo.Ao levantar da cama faz uso dos ‘mocassins’ que foram inventados pelos índios das florestas doLeste dos Estados Unidos e entra no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de invençõeseuropeias e norte-americanas, umas e outras recentes. Tira o pijama, que é vestuário inventado naÍndia, e lava-se com sabão que foi inventado pelos antigos gauleses, faz a barba que é um rito maso-quístico que parece provir dos sumerianos ou do antigo Egito.Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão sobre uma cadeira do tipo europeu meri-
dional e veste-se. As peças de seu vestuário têm a forma das vestes de pele originais dos nômades dasestepes asiáticas; seus sapatos são feitos de peles curtidas por um processo inventado no antigo Egitoe cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações clássicas do Mediterrâneo; a tira de panode cores vivas que amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos ombros pelos croatasdo século XVII. Antes de ir tomar o seu breakfast, ele olha a rua através da vidraça feita de vidroinventado no Egito; e, se estiver chovendo, calça galochas de borracha descoberta pelos índios daAmérica Central e toma um guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito de fel-tro, material inventado nas estepes asiáticas.De caminho para o breakfast, para para comprar um jornal, pagando-o com moedas, invenção
da Líbia antiga. No restaurante, toda uma série de elementos tomados de empréstimo o espera. Oprato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeiravez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano.Começa o seu breakfast, com uma laranja vinda do Mediterrâneo Oriental, melão da Pérsia, outalvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abissínia, com nata e açúcar. A domestica-ção do gado bovino e a ideia de aproveitar o seu leite são originárias do Oriente Próximo, ao passoque o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do café vêm waffles, os quaissão bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria-prima o trigo,que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-se com xarope de maple inventado pelos índiosdas florestas do leste dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de alguma espé-cie de ave domesticada na Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na ÁsiaOriental, salgada e defumada por um processo desenvolvido no norte da Europa.Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar, hábito implantado pelos índios americanos
e que consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que procede dos índios da Virgínia, oucigarro, proveniente do México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um charuto, trans-mitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias dodia, impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por umprocesso inventado na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se forbom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-europeia, o fato deser cem por cento americano”.
LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 313-314.
Pergunte aos alunos qual mensagem elesacham que o texto procura passar e peça pa-ra escreverem a resposta em seus Cadernos.
O texto nos mostra que aquele homem que seconsidera cem por cento americano na ver-dade é fruto de muitos cruzamentos culturais.
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Ou seja, se é verdade que o homem é fruto deuma cultura e que as culturas diferem entresi, também é fato que as culturas não são fe-chadas. Os seus gestos e hábitos são os de umnorte-americano, mas como não há culturaque exista sem ter contato com outras, essesgestos, hábitos e costumes resultam de cruza-mentos e contatos muitas vezes longínquos.Por isso é possível dizer que o ser humano éfruto de uma herança cultural, pois mesmo osgestos mais típicos de uma determinada cul-tura originam-se de ligações, cruzamentos econtatos dos quais muitas vezes não temosconsciência por serem distantes no tempo.
muito cuidado ao usar um termo ou umconceito. E o termo “cultura” é muito difí-cil de ser definido. Muitas são as definiçõesde cultura.
No volume 2 os alunos já compreende-ram que parte essencial do desenvolvimentohumano é o nosso processo de inserção nosgrupos sociais, ou seja, a socialização. E que ohomem, para existir, precisa estar em contatocom outros homens. Logo, o homem é um sersocial como o são diversos outros animaisque também precisam viver em sociedadepara sobreviver, como os elefantes, as gira-fas, os lobos e tantos outros.
As culturas estão constantemente se comu-nicando, estabelecendo trocas. Umas influen-ciam mais do que são influenciadas, mas nãohá nenhuma que exista fechada em si, pormais que ela tente. Este texto nos mostra quea ideia de cultura como algo fechado no tem-po e no espaço e que não se modifica é, nomínimo, ingênua.
Apesar de podermos falar em uma culturabrasileira, francesa ou tailandesa, e de hábitose costumes partilhados por um povo, deve-seter em mente que isso é fruto de um longo pro-cesso histórico e que, portanto, se altera como passar do tempo de acordo com as trocasculturais que são estabelecidas. Mas o que écultura? Quais são as características de todasas culturas? Como elas nasceram? Até ondeexiste o instinto? Estas são algumas das ques-tões que serão respondidas por esta Situação
Mas há algo que distingue o homem dosoutros animais, e este algo é o fato de que,diferentemente dos animais, o homem é umser cultural. Ou seja, assim como muitos ou-tros animais, o homem também precisa viverem sociedade para sobreviver. Contudo, nãoé viver em grupo ou passar pelo processo desocialização que nos diferencia dos outrosanimais, e sim, o fato de que somos seres cul-turais, e eles, não.
Mas o que é um ser cultural?
Por que isso distingue o homem dos outrosanimais?
Para tanto deveremos analisar o significa-do de cultura e por que ela é o elemento quenos distingue dos outros animais.
de Aprendizagem.É muito difícil aceitar que aquilo que nós
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Etapa 1 − A palavra cultura ea ideia de cultura
Os alunos já perceberam que uma carac-terística do senso comum é a imprecisãoterminológica, ou seja, a falta de uma preo-cupação em definir bem o que uma palavraquer dizer. Mas em ciência deve-se tomar
aprendemos não é natural, uma vez que o in-ternalizamos de tal forma que se torna quaseuma segunda natureza para nós. Mas, para re-fletir sociologicamente, é necessário ter cons-ciência de que “quase nada é natural no serhumano”. Já vimos que, para pensar sociolo-gicamente, é preciso ter consciência do carátersocial, histórico e cultural de nossas maneirasde agir, pensar e sentir.
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Ou seja, o que todos os seres humanos têmem comum é a sua capacidade de se diferenciaruns dos outros. O que há de natural no homemé a sua aptidão para a variação cultural, adiversidade, a escolha de múltiplos caminhos.
Comecemos esta discussão pelos muitossignificados que o termo cultura pode ter. Per-gunte para a sala: O que o termo cultura podesignificar para nós?
Solicite aos alunos que escrevam em seusCadernos o que eles acham que o termo cultu-ra pode significar. Depois, você pode pedir que
escrevam alguns dos sentidos desse termo.
a) Cultura pode significar um conhecimentodiferenciado: no senso comum muitas vezesassociamos o termo cultura a uma série deconhecimentos que diferenciam as pessoas.E por isso é comum dizer “fulano tem cul-tura, ele leu muitos livros” ou “aquela éuma pessoa que não tem cultura, pois nãosabe nada”, “fulano é culto”. Nesse sentidocultura tem a ver com uma espécie de saberque algumas pessoas adquirem, e outras,não. Essa forma de entender a cultura estáligada à raiz da palavra cultura.
Cultura é uma palavra que vem do latim, “cultura”, e que significava cuidado com o campo atéo século XIII. Depois ela não significa mais um estado da coisa cultivada, mas a ação de cultivar aterra. Já no século XVIII ela passa a designar o cuidado de trabalhar algo. Logo, cultura seria tudoaquilo que as pessoas cultivam (CUCHE, 2002, p.19). É por isso que se pode falar em uma cultura defungos, ou cultivo de fungos.O significado do termo pode variar de uma língua para outra.
b) Cultura pode ser compreendida como ocultivo de algo: essa outra concepção dotermo cultura se liga ainda mais à suaraiz. É usada em agricultura quandose quer falar a respeito de uma planta-ção. Para se ter uma plantação de algoé necessário fazer o cultivo de determi-nada espécie.
c) Cultura pode ser entendida como as mani-festações artísticas de um povo, comoquando se usa o termo cultura nas expres-sões: “teatro é cultura, cinema é cultura”.
d) Cultura também pode ser entendida comoos hábitos e costumes de um povo: seriaaquilo que as pessoas aprendem comomembros de uma sociedade. Ou seja, aspessoas dizem, por exemplo, “os alemãescomem salsicha, pois isso é uma caracterís-tica de sua cultura”.
Apesar dos múltiplos significados dotermo e das inúmeras variações, pode-mos dizer, genericamente, que cultura,tanto para a Antropologia como para aSociologia, significa tudo aquilo que ohomem vivencia, realiza e transmite pormeio da linguagem. Ou seja, a cultura estárelacionada com os conteúdos simbóli-cos da vida. Ou, como alguns diriam, comos mecanismos de controle dos indivíduosem sociedade, isto é, sistemas de símbolosentrelaçados e interligados entre si que for-necem para os indivíduos um modo de pen-sar, de agir e sentir.
Logo, o comportamento humano é re-gido por meio desses símbolos que sãopassados de geração para geração e quetambém se modificam. Não há ser humanocujo comportamento não seja regido pormeio de símbolos.
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Mas e os animais? Os animais não são tam-bém regidos por símbolos? Na natureza, overmelho e o preto muitas vezes não são sinô-nimos de perigo? Os animais não transmitemmensagens para os outros animais? Não esim. Comece pelo não. Os animais não sãoregidos por meio de símbolos, o que não querdizer que não possam transmitir mensagens.Sim, eles podem transmitir mensagens. Masessas mensagens são sempre as mesmas paraa espécie, por isso são sinais. Já entre os ho-mens, as mensagens variam de grupo paragrupo, pois são compostas de símbolossocialmente estabelecidos que variam de so-ciedade para sociedade.
O comportamento dos animais é regi-do predominantemente por meio de sinais,enquanto o do homem é regido predominan-temente por meio de símbolos. Isso ocorreporque os sinais são organicamente programa-dos, geneticamente transmissíveis e intransfor-máveis (RODRIGUES, 2003, p. 25-26).
Comece explicando por que o sinal é orga-nicamente programado. Isso ocorre porque fazparte da constituição biológica desses animaisse comunicarem da forma como se comunicam.A maioria dos animais, mesmo quando tiradosdo seu meio, desenvolve as características daespécie, ou seja, age como um membro criadopelo grupo, mesmo que tenham sido separadosao nascer. Já os nossos símbolos são socialmen-te programados. Um homem separado de seuspais ao nascer não agirá como eles, mas, sim,como membro do grupo que o criou.
Daí decorre o fato de que o comportamen-to dos animais é geneticamente transmissível.Afinal, a maioria deles vai se comportar sempreda mesma forma, não interessa em qual gru-po seja criado. Assim, todos os tigres sempreagirão e se comunicarão por meio dos mesmossinais, o castor sempre construirá seus diques damesma forma, assim como as abelhas semprefarão suas colmeias do mesmo jeito. Já o nosso
comportamento é regido muito mais pela for-ma por meio da qual somos criados.
O papel da educação e do aprendizado é fun-damental para que um ser humano possa sedesenvolver plenamente. Mas o que cada um deveaprender, como deve se comportar como mem-bro de um grupo, varia de cultura para cultura.
Por fim, é possível compreender a partir dissoque os sinais entre os animais são intransfor-máveis, pois são passados geneticamente degeração para geração. Ao passo que, entre osseres humanos, os símbolos são eminentemen-te transformáveis, ou seja, variam de culturapara cultura, de grupo para grupo.
Peça aos alunos para que registrem em seuCaderno a diferença entre símbolo e sinal.
Etapa 2 − O homem, o instinto e acultura
É o momento de discutir a relação entreinstinto e cultura. Peça para a classe escolheruma espécie animal que vive em grupo. Oslobos, por exemplo. Por intermédio dos docu-mentários que vemos na televisão, sabemosque os lobos vivem em grupo, que há regras nogrupo e que, inclusive, há um macho que pare-ce comandá-lo. Logo, entre os lobos há hierar-quia e uma organização social. Mas entre elesnão há cultura.
Por que entre eles não há cultura?
Porque um grupo de lobos – não interessase habita as Montanhas Rochosas, dos EstadosUnidos, ou se vive do outro lado do planeta,na Sibéria – sempre agirá e se organizará damesma forma. Isso porque os lobos podem seorganizar em grupo, mas não têm cultura.
Não há cultura entre os lobos, pois nãohá tradição viva, elaborada de geração para
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geração, que permita tornar única e singularuma dada sociedade. Uma tradição viva nadamais é do que um conjunto de escolhas. Tertradição não significa só viver determinadasregras, pois os animais vivem regras, mas viverconscientemente as regras. Sob determinadascircunstâncias os animais vão sempre agire reagir da mesma forma. Um grupo de lobossó agirá de forma diferente em relação a
outros grupos se um elemento externo ao gru-po influenciá-lo; caso isso não ocorra, agirásempre da mesma forma. Se eles mudam suasregras, fazem isso por mudanças no meio.
Com o homem não acontece o mesmo, poisnós estamos inseridos em culturas, em tradi-ções. A cada grupo humano corresponde umatradição cultural.
Só o homem tem essa capacidade de se projetar em tudo o que faz. Ele projeta seus valores, suas ideias,nos objetos que constrói. Pois o ser humano deixa vestígios de suas relações sociais nos objetos. O homemnão se adapta à natureza como os outros animais. Ele transforma a natureza, interage com ela. Só ele tema capacidade de transformar a natureza. Os animais sempre se adaptam ao meio ou, então, morrem.
Muitas espécies animais foram extintasporque ocorreram mudanças na natureza(resultantes ou não da ação do homem sobrea natureza) e estas espécies não conseguiramse adaptar. Com o homem isso não acontece;nós não só nos adaptamos à natureza comotambém, principalmente, interagimos com ela,transformando-a.
Um animal pode ser criado em outroambiente e não vai deixar de ser um animal ede adquirir as características de sua espécie. Porexemplo: o gato criado por cachorros não lati-rá. Mas o mesmo não acontece com o homem:transferido para outro ambiente, ele buscaráadaptar-se, transformando o meio que o cerca,criando objetos e símbolos e se transformandotambém nesse processo.
Assim, o homem, por meio da cultura, não ésó um animal que inventa objetos, mas é capazde pensar o próprio pensamento, ou seja, eleinventa a si mesmo como ser humano.
Concluindo: o mundo humano se desen-volve em um ritmo dialético com a nature-za, ou seja, o homem não responde como osanimais às mudanças que ocorrem, pois dife-
rentes culturas encontram diferentes formasde reagir às mudanças. Pode-se dizer queum animal, à medida que cresce, compor-ta-se cada vez mais como um membro desua espécie. Por exemplo, uma onça cada vezmais se comporta como uma onça conformecresce e se adapta ao meio. Mas não podemosdizer que um homem está se tornando maishomem, pois não há uma única possibilidadede ser homem.
A noção de adaptação, quando referida aosseres humanos, é mais difícil, pois não há umaúnica maneira de o homem adquirir sua huma-nidade, muito pelo contrário.
E isso é dado pela cultura. A resposta dohomem ao meio é cultural, pois somente nóstemos essa capacidade de transformar. Nós so-mos homens porque respondemos de modoespecífico às mudanças. Logo, um homemnão se torna apenas mais um homem à medidaque cresce, mas sobretudo se torna um brasi-leiro, um americano, um boliviano, um corea-no, um chinês, um alemão, um árabe etc.
Verificamos na aula anterior que isso sedeve à forma por meio da qual os homens
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se comunicam. O comportamento dos homensé regido por símbolos que variam de uma cul-tura para outra.
Com os animais não acontece o mesmo.É possível dizer que o homem é movido maispela cultura do que pelos seus instintos.
À medida que cresce, o homem é cada vez menos conduzido pelos seus instintos e cada vez mais pelacultura. É claro que o homem é um ser biológico que depende de uma série de funções vitais: todos oshomens comem, dormem, bebem etc. Entretanto, a maneira de satisfazer essas diferentes funções bio-lógicas varia de uma cultura para outra.Assim, entende-se que o comportamento do homem é fruto da interação entre biologia e cultura.
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Tomemos como exemplo a alimentação.Se fôssemos como as outras espécies, todos oshomens se alimentariam do mesmo modo, co-mendo os mesmos alimentos. É o que acontececom os outros animais. Animais de uma mes-ma espécie têm todos o mesmo tipo de ali-mentação. É isso o que ocorre no mundo dosanimais: todas as focas se alimentam dos mes-mos alimentos, e, se há uma mudança no seupadrão alimentar, isso se deve a uma altera-ção no meio físico e nos alimentos disponíveise não a uma escolha do grupo. Como os ho-mens são seres culturais, tudo ocorre de formamuito diferente:
a) em primeiro lugar, não nos alimentamostodos com os mesmos alimentos. Somos to-dos uma única espécie, mas os diferentesgrupos humanos têm formas muito distin-tas de alimentação. Alguém poderia dizerque isso ocorre porque em diferentes par-tes do mundo existem alimentos que sãotípicos de alguns lugares e outros que sãomuito diferentes. Mas já foi discutido naSituação de Aprendizagem 2 que o deter-minismo geográfico é uma postura equi-vocada. Afinal, o homem seleciona domeio o que ele considera que pode servirou não como alimento. E essa escolha éculturalmente orientada;
b) em segundo lugar, devemos nos lem-brar que os mesmos animais e vegetaissão encontrados em diferentes locais do
mundo, mas isso não quer dizer que sejamconsiderados como alimentos possíveis emtodos os lugares.
Peça aos alunos que escrevam em seus Ca-dernos exemplos de animais e/ou vegetais quesão considerados alimentos em alguns lugares enão em outros. Muitos provavelmente se lembra-rão de que os coreanos comem carne de cachor-ro e que os chineses comem escorpiões, além delesmas e baratas. Mas você pode lembrá-losde que muitos dos povos latino-americanoscomem o abacate na sua forma salgada. Emalguns lugares da América Latina, por exem-plo, as crianças levam sanduíches de pão comabacate como lanche para a escola. Vocêpode citar ainda que os franceses costumamconsumir fígado de pato.
Voltando à questão do instinto, pode-seafirmar que o processo de evolução do homemse dá de forma diferente daquele que ocorrecom os animais. Isso porque os animais de umamesma espécie, na medida em que são guiadospelo instinto, sempre agirão da mesma formasob as mesmas condições. Mas o mesmo nãoacontece com o homem.
Isso significa, então, que o homem não teminstinto? Qual será o papel do instinto na vidado homem?
No Caderno do Aluno, as respostas a estasquestões devem ser registradas.
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Chegamos então a outro ponto. O homem
é resultado do meio social em que foi sociali-zado. Se o homem fosse mesmo um ser levadopredominantemente pelos seus instintos, todosnós, em uma mesma situação, agiríamos damesma forma. Mas não é isso o que acontece,porque, apesar de o instinto ser o mesmo emtodos os lugares, não somos regidos somentepelo instinto.
A respeito do homem, peça aos alunos paraescreverem em seus Cadernos:
a) só ele produz cultura: ora, o que diferen-cia o homem dos outros animais é o fato deque ele é o único ser que possui cultura;
b) só o homem acumula experiências e astransmite de geração para geração, for-mando uma herança cultural; os primatas,como todos nós sabemos, são os seres quemais se parecem com o homem. Entretanto,ao contrário do homem, que vai acumu-lando experiências e as transmitindo paraas sucessivas gerações, os primatas nãofazem isso. Eles habitam as florestas evivem sempre da mesma forma. O homem,por exemplo, não vive mais em caver-
nas. Ano a ano, de geração a geração, nósvamos acumulando experiências e saberesa respeito da natureza. Algo que não acon-tece com os outros animais. Os animaismudam o seu comportamento quando háuma mudança no meio físico, mas não por-que resolvem agir de forma diferente;
c) só o homem renova e transforma seu com-portamento: ao contrário dos outros ani-mais, cujo comportamento se modificapara se adaptar a mudanças do meio físico,o homem está sempre renovando e trans-formando seus comportamentos, indepen-dentemente do meio físico no qual habita.O meio físico pode provocar certas mudan-ças no comportamento dos seres humanos,mas isso não é algo que determina a nossamaneira de agir. É o contato com outroshomens e culturas que provoca a renova-ção e a transformação nos hábitos, costu-mes, maneiras de pensar e de agir dos sereshumanos. O homem é capaz de partilhare transmitir a experiência. Ele a vai acu-mulando, os outros animais não. Mas elenão só a acumula. Com a acumulação elevai transformando os comportamentosanteriores;
Tudo isso é o resultado da interação com o meio físico e não só adaptação. Ou seja, o homem nãosó reage às adversidades do meio físico, mas também o transforma e cria coisas com essa experiência,igualmente se transformando nesse processo.
d) o homem é guiado mais pela cultura do quepelos seus instintos: isso porque, à medidaque o homem cresce, vai sendo cada vezmenos levado pelos seus instintos e cadavez mais orientado pela cultura. É claroque o homem é um ser biológico, que de-pende de uma série de funções vitais: todosos homens comem, dormem, bebem. En-tretanto, a maneira de satisfazer essas di-ferentes funções biológicas varia de umacultura para outra;
e) o processo de evolução do homem ocorrede forma diferente em relação ao dosoutros animais: um cachorrinho recém--nascido pode ser criado por uma gata.Mas por mais que a gata procure ensiná-lo,o cachorro não miará. Ele rosnará, latirá,mas não miará. Ou seja, nenhuma priva-ção de associação com sua espécie fará docachorro um gato. Isso porque o cachorro,assim como os outros animais, é movidoprimordialmente por seus instintos e é pro-
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gramado geneticamente para agir comoum cachorro. Já com o homem a ques-tão é outra. Ao nascer, ele é totalmentedependente de outros seres humanos e
dificilmente conseguirá viver afastadodos homens. E, se um bebê nascido emuma cultura é adotado por um casal deoutra cultura, ele aprenderá a língua eos hábitos do novo grupo. Não vai agircomo seus pais biológicos, ou gostar dasmesmas coisas que eles, mas será, sim,influenciado pelos seus pais adotivos. Ohomem, portanto, é resultado do meioem que foi socializado. Se o homem fossemesmo um ser guiado predominante-mente pelos seus instintos, todos nós agi-ríamos da mesma forma em uma mesmasituação, e não é isso o que acontece.
Os homens, assim como os outros ani-mais, possuem instintos. Mas a relação que ohomem tem com seus instintos é muito diferen-te da que os animais têm.
Quando nasce, o homem é puro instinto,assim com os outros animais. Se tem fome ousede, ele chora. Se não gosta de uma comida,ele cospe. Se tem vontade de satisfazer as suasnecessidade fisiológicas, ele urina e defeca ondeestiver, pois não consegue se controlar. Mas, aocontrário dos outros animais, à medida que cres-ce, o instinto passa a ter um papel secundáriona sua vida, pois aprende que para viver emsociedade é necessário contê-lo.
Dessa forma, as pessoas não defecam ouurinam quando querem. E, mesmo quan-do comem algo de que não gostam, muitas
vezes não cospem o alimento. Um exem-plo simples, mas ao mesmo tempo interes-sante, mostra isso: digamos que um rapazfoi convidado para comer na casa da jovempor quem tem sério interesse. Para impres-sioná-lo, a família dela faz uma iguaria mui-to apreciada por todos, mas que o rapaz, aoprovar, acha horrível.
Qual seria o instinto do jovem? Cuspiraquela gororoba! Mas isso não quer dizer queele vá agir de acordo com seus instintos. Ele écontrolado pelo padrão cultural internaliza-do, segundo o qual seria uma ofensa muitogrande à família da jovem não comer aquilo.E ele, se estiver de fato interessado na jovem,não apenas comerá o alimento de que não gos-tou como provavelmente sorrirá e dirá que oachou “uma delícia”, só para agradar à ama-da e seus familiares. Nesse sentido, pode-sedizer que o ser humano, assim como os outrosanimais, também possui instinto. Entretanto,conforme passa pelo processo de socializa-ção, seus instintos são “abafados”, reprimi-dos pelo padrão cultural que ele internaliza.
O texto a seguir poderá ajudá-lo a mostrarpara os alunos que o papel do instinto nos sereshumanos deve ser relativizado, ou seja, que elenão deixa de existir, mas pode ser atenuadoe reprimido pela cultura.
Peça a eles que o leiam e, como Lição deCasa para essa Situação de Aprendizagem,escrevam um texto com base na leitura e expli-cações dadas em sala de aula, sobre o papel doinstinto na vida dos seres humanos e como nósmuitas vezes o reprimimos.
“Como falar em instinto de conservação quando lembramos as façanhas dos camicases japo-neses (pilotos suicidas) durante a Segunda Guerra Mundial? Se o instinto existisse, seria impossí-vel aos arrojados pilotos guiarem os seus aviões de encontro às torres das belonaves americanas.O mesmo é verdadeiro para os índios das planícies americanas, que possuíam algumas socie-dades militares nas quais os seus membros juravam morrer em combate e assim assegurar ummelhor lugar no outro mundo.
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Como falar em instinto materno, quando sabemos que o infanticídio é um fato muito comumentre diversos grupos humanos? Tomemos o exemplo das mulheres Tapirapé, tribo Tupi do Nortede Mato Grosso, que desconheciam quaisquer técnicas anticoncepcionais ou abortivas e eramobrigadas, por crenças religiosas, a matar todos os filhos após o terceiro. Tal atitude era conside-rada normal e não criava nenhum sentimento de culpa entre as praticantes do infanticídio.Como falar em instinto filial, quando sabemos que os esquimós conduziam os seus velhos pais
para as planícies geladas para serem devorados pelos ursos? Assim fazendo, acreditavam que ospais seriam reincorporados na tribo quando o urso fosse abatido e devorado pela comunidade”.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 23. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p. 50-51.
O texto é um conjunto de exemplos que aju-dam a relativizar certas ideias do senso comum,tais como a do instinto de sobrevivência, doinstinto materno e do instinto filial. Com essesexemplos não se quis dizer que o homem nãotenha instinto, é claro que nós temos. Entretan-to, maior do que o papel do instinto na vidados seres humanos é a importância dos com-portamentos culturalmente transmitidos,que muitas vezes podem se opor a ele, comoforam os casos dos camicases do Japão, dasíndias Tapirapé de Mato Grosso e dos esqui-mós e seus pais.
Como pesquisa complementar em grupo,você pode pedir aos alunos que descrevamoutros dois exemplos de formas de agir queiriam contra os nossos instintos. Discuta comeles o resultado da pesquisa.
Etapa 3 − O homem e a cultura
Nesta aula você poderá trabalhar com osjovens algumas hipóteses de como evoluímos equais são as características da cultura.
Muitos são os autores que discutiram otema da evolução humana e os antropólogosestão de acordo com a ideia de que não houveum mesmo desenvolvimento unilinear3.
Há o consenso de que o que existe é umaevolução multilinear. Ou seja, de que as dife-rentes sociedades possuem um desenvolvi-mento próprio e não passam todas pelasmesmas etapas.
Um autor que pode ajudá-lo a trabalharcriticamente essa questão com os alunos éRoberto DaMatta (1987). Para ele, nessa ideiade desenvolvimento linear há uma concepçãoteatral da origem do homem, segundo a qual oseu desenvolvimento se deu por etapas:
a) no primeiro ato, o mundo é um lugar povoa-do por uma natureza hostil: animais perigo-sos e fenômenos naturais como vendavais,tempestades, glaciações;
b) no segundo ato, aparece o homem, apre-sentado como um ser solitário;
c) estimulado pelo mundo exterior, o homemusa sua inteligência e começa a aprenderpela experiência. Aos poucos, cria artefa-tos para enfrentar a natureza e dominá-la;
d) ele vê que precisa se agrupar para lutar con-tra o mundo exterior;
e) ele se vê obrigado a inventar instituiçõespara conter seus impulsos e os dos outros
3 A ideia de um desenvolvimento unilinear nada mais é do que a crença de que toda a humanidade passou, passa epassará por um mesmo processo linear de evolução, ou seja, pelas mesmas etapas.
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homens: a agressividade leva ao surgimentodas leis e do direito; sua sexualidade leva aosurgimento do casamento, da família etc.
Segundo DaMatta, esse teatro apresentadois aspectos importantes:
f uma visão utilitarista da cultura;
f o social é um fenômeno secundário, uma sim-ples resposta do homem a estímulos externos.
Quais são os problemas desse teatro?
f ele fala do homem, quando, na verdade, ohomem nunca existiu dessa forma atomi-zada, sozinho. O que sempre existiu foramsociedades e culturas;
f como se fala do homem deixando de lado asculturas e as sociedades, fala-se dele comogeneralidade, mas há aí um problema:ao deixar de lado a cultura, deixam-se delado as diferenças. E o homem só existe nadiferença. Não há um ser humano sozinho;
f um terceiro problema é que, ao deixar delado as diferenças, sugere-se que o homemnão reflete, não pensa, que ele só reage aoambiente natural. E isso não é verdade:
a) o homem interage com o meio, ou seja,ele não apenas se adapta. Ele é capaz decriar, inventar, transformar;
b) o homem nunca existiu sozinho, pois eleprecisa dos outros seres humanos paraexistir. Ao nascer é absolutamente frá-gil e só se humaniza em sociedade, ouseja, imerso em um grupo e por meio daincorporação de um sistema de símbo-los que são partilhados pelo grupo e quedizem como ele deve agir. Nesse sentido,não é possível esquecer que o homem sóexiste na diferença, imerso num determi-nado grupo.
O que mais essa visão de um único processolinear para toda a humanidade deixa de lado?
O que se deixa de lado com tudo isso é,na verdade, a ideia de que os diferentes sereshumanos procuram respostas diferentes para osmesmos problemas.
Se fôssemos realmente regidos por leis utili-tárias, ou seja, por uma única lógica do instinto,não existiriam diferenças. Só existiria, portan-to, para todos nós, uma única resposta possí-vel para os problemas de sobrevivência que nossão colocados. Mas existem muitas respostas.Elas não só existem como são também a baseda condição humana.
Tendo compreendido que o ser humano sóexiste como ser cultural, que o instinto existe en-tre nós, mas que é reprimido pela cultura, faltaagora finalizar o volume discutindo as caracte-rísticas da cultura.
Peça aos alunos que escrevam em seusCadernos as definições das características e aomenos um exemplo de cada definição. Depois,devem dar um exemplo diferente daquele vistoem sala de aula.
Várias são as características de todas as cul-turas. Entre elas é importante destacar que todacultura é:
a) simbólica: a cultura é um conjunto de sig-nificados sistematizados transmitidos porsímbolos e sinais, ou seja, a linguagem;
Podemos tomar como exemplo o coração:como um símbolo, seu significado é cons-truído social, histórica e culturalmente. Logo,pode variar em uma mesma cultura e entrediferentes culturas. Entre nós é muito usadoem propagandas. Em uma propaganda doDia dos Namorados, por exemplo, a imagemde um coração batendo ao lado de duaspessoas entrelaçadas significa amor. Mas o
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coração em nossa sociedade também é utili-zado como símbolo da vida. Assim, em outrapropaganda, cujo tema é a doação de órgãos,a imagem de um coração batendo não está tãorelacionada apenas com amor, mas, sim, coma vida, com solidariedade.
b) social: não existe uma cultura individual.Toda cultura é necessariamente partilhadapor um grupo. Ela diz respeito a um sistemade símbolos socialmente partilhados queajudam a reger o nosso comportamento;
Por exemplo, o direito. O direito refleteas regras do grupo, o que é importante paraaquele grupo, para aquela sociedade. Ele dizrespeito a significados e comportamentossocialmente partilhados e tidos como acei-táveis pela maioria da população, e que porserem tão importantes são codificados na for-ma de lei. Caso a lei não faça mais sentidopara a maioria da população, ela pode deixar defazer parte do Código. Por exemplo, até algumtempo atrás um homem poderia matar a suamulher e alegar legítima defesa da honra. Hoje,isso não é mais aceito pela maioria da populaçãoe essa lei foi retirada do Código Civil. Nenhumhomem tem o direito de matar sua esposa.
c) dinâmica e estável: pode-se dizer que todacultura é ao mesmo tempo dinâmica eestável. As culturas são dinâmicas, poisse transformam. Não há cultura que per-maneça estática. Mas é claro que umasse transformam mais rápido, outras maisdevagar. Entretanto, ao mesmo tempoque as culturas mudam, pode-se dizer queessa mudança não ocorre diariamente.Existem padrões, modelos institucionali-zados de comportamentos que são consi-derados aceitáveis e que não se modificamda noite para o dia. Por essa razão é pos-sível dizer que elas também são estáveis,pois durante determinado período detempo (que varia de cultura para cultura)permanecem as mesmas;
Existem duas possibilidades de mudançacultural: uma que é interna à própria cultu-ra e outra que é o resultado do contato comoutro sistema cultural. Elas mudam, en-tão, devido a fatores internos ou externos. Amudança por fatores internos à própria cultu-ra é mais difícil de ocorrer, pois a tendência deuma determinada cultura, quando tem poucocontato com outras, é a de reproduzir sempreo mesmo padrão. As mudanças culturais emvirtude de fatores externos são mais fáceis deocorrer. O contato com culturas com valores,costumes, modos de vida diferentes dos nos-sos pode provocar transformações culturais.
Um exemplo de mudança por fatores exter-nos é o dos hábitos alimentares dos brasilei-ros. Na nossa cultura não havia quase o hábitode comer hambúrguer. Mas, como a influênciada cultura norte-americana é grande, isso estámudando. Com a entrada de redes de fast-food,propagandas e a produção de hambúrgueres emlarga escala, com um preço cada vez mais bai-xo, é difícil encontrar indivíduos, especialmen-te os mais jovens, que não apreciem esse tipo dealimento.
d) seletiva: a cultura está sempre mudando. Éverdade. Mas a cultura muda de forma sele-tiva. Cada cultura absorve determinadospadrões, mas não todas as formas possíveis.É preciso dizer que muitas vezes essa sele-ção é inconsciente. Há a tendência de acharque o padrão cultural estabelecido não é umpadrão cultural, mas, sim, um comporta-mento natural. As pessoas se esquecem deque outros padrões são possíveis;
Para esclarecer essa questão, tome comoexemplo o casamento. Existem muitos padrõespossíveis de casamento na humanidade: o de umhomem com uma mulher (monogâmico), o deduas mulheres ou dois homens (homossexual),o de um homem com mais de uma mulher (po-ligâmico) e o de uma mulher com mais de umhomem (poliandria). Na nossa cultura, o úni-
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co aceito do ponto de vista jurídico, ou seja,o que é legalmente aceito, é aquele entre umhomem e uma única mulher. Mas outrospadrões são admitidos em diferentes socie-
dades. Na Holanda, por exemplo, admite-se ocasamento de um homem com uma mulher,o de duas mulheres e o de dois homens, masnão o casamento poligâmico ou a poliandria.Já no Irã, é permitido não só o casamento en-tre um homem e uma mulher, mas o casamentopoligâmico também, enquanto a poliandriae o casamento homossexual são impensáveispara a sociedade iraniana.
e) determinante e determinada: ao mesmo tempoque a cultura se impõe sobre o indivíduo, quedetermina o seu comportamento, o indi-víduo pode mudar a cultura, ou seja, elapode ser determinada pelo indivíduo. Todacultura é uma obra coletiva, mas pode sermodificada e é vivida de diferentes manei-ras pelas diferentes pessoas. Ela não é sóuma amarra, ela não só se impõe sobrenós. Nós também podemos modificá-la,determiná-la. Afinal, apesar de existir umsistema de símbolos partilhado por todos,as pessoas não se inserem em uma culturatodas da mesma forma, seja porque cadasubgrupo dentro de uma cultura se rela-ciona com ela de uma forma diferente, sejaporque cada pessoa compreende e se rela-ciona com os mesmos padrões culturais de
uma maneira única. Caso isso não ocor-resse, todos dentro de uma mesma culturapensariam da mesma forma, pois partilha-riam valores e símbolos. Mas não é isso oque acontece. Cada indivíduo se relacionacom o padrão social e culturalmente esta-belecido de forma única.
Para encerrar a discussão desse item, tomeo exemplo do direito. Como vimos, as regrasou as normas sociais mostram o que as pes-soas devem e não devem fazer, na medidaem que são expressões de um padrão cultu-ral. Essas regras ou normas são unificadas econsolidadas na forma de regras jurídicas quedisciplinam as relações dos homens em socie-dade, estabelecendo penalidades no caso deseu não cumprimento. Mas, assim como asregras sociais, as normas do direito não sãosomente determinantes, ou seja, agem sobrenós, elas também são determinadas por nós e,assim, podem ser modificadas. Uma expressãodisso é a lei do divórcio, que permite a disso-lução do vínculo matrimonial e um novo ca-samento com outras pessoas. Essa lei veio aalterar a norma social e jurídica que conside-rava o casamento como indissolúvel, e foi o re-sultado da mobilização de grupos sociais quelutaram pela sua efetivação.
Pode-se resumir o que foi trabalhado nestevolume da seguinte forma:
1. A cultura, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem.2. O homem age de acordo com os seus padrões culturais, ou seja, ele é um ser parcialmentemovido pelos instintos. O papel do instinto no homem diminui conforme ele passa pelo pro-cesso de socialização.
3. O homem depende muito mais do aprendizado do que do instinto.4. Como não só se adapta ao meio mas também interage com ele, o homem é capaz de viver sob os maisdiversos climas e situações. Assim ele conseguiu transformar quase toda a Terra em seu habitat.
5. A cultura é um processo cumulativo resultante das sucessivas gerações, ou seja, a experiênciavai sendo acumulada com o passar do tempo. Mas isso não quer dizer que ela não seja passí-vel de mudança.
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Propostas de Questões para Avaliação
Peça aos alunos que respondam as seguin-tes questões:
1. Explique por que há diferença de compor-tamento entre os seres humanos e os outrosanimais.
Porque os animais agem sempre da mesmaforma numa mesma situação ao passo que com ohomem isso não ocorre. Como os homens passampor processos de socialização diferentes, seucomportamento não é marcado pelos instintos,mas sim, por um padrão cultural internalizadoque influencia o seu comportamento, a suamaneira de agir, pensar e sentir.
2. Disserte sobre o papel do instinto na vidado homem. Por que, à medida que o homemenvelhece, os instintos vão perdendo aimportância?
O homem quando nasce é puro instinto,assim como ocorre com os outros animais.Mas, ao contrário dos outros animais, àmedida que cresce, o instinto passa a ter umpapel secundário na sua vida, pois aprendeque para viver em sociedade é necessáriocontê-lo. Entretanto, conforme passa peloprocesso de socialização seus instintos são“abafados”, reprimidos pelo padrão culturalque ele internaliza. Mais importante do queseus instintos para influenciar sua maneirade agir é o padrão cultural que ele interna-liza e que pauta o seu comportamento.
3. As culturas humanas são muito diferen-tes entre si. Entretanto, todas as culturastêm algumas características que as ligam.Explique duas características da cultura edê um exemplo de cada característica.
O aluno escolherá livremente as duas carac-terísticas da cultura.
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RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSORE DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DOS TEMAS
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Livros
CUCHE, Dennys. A noção de cultura nas ciên-cias sociais. 2. ed. Bauru: Edusc, 2002. Nestevolume recomendamos, principalmente aoprofessor, a leitura do capítulo 4, “O estudodas relações entre as culturas e a renovação doconceito de cultura”, para compreender a tra-jetória desse conceito na Antropologia.
DaMATTA, Roberto. A Antropologia noquadro das ciências. In: Relativizando: umaintrodução à Antropologia Social. Rio deJaneiro: Rocco, 1987. Apesar de o autor que-rer estabelecer o escopo da Antropologia nestetexto, ele é indicado para a discussão a respeitode cultura versus sociedade, bem como sobre odesenvolvimento do homem como ser cultural.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das cultu-ras. Rio de Janeiro: LTC, 1989. Para orientaro professor neste volume, recomendamos aleitura do capítulo 2, “O impacto do conceitode cultura sobre o de homem”. Nele o autornos mostra que só existimos como seres cultu-rais e que, portanto, é a cultura que nos tornahumanos. Os homens só existem imersos nasdiferentes culturas.
GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciên-cia do homem, filosofia da cultura. São Paulo:Contexto, 2008. Neste livro introdutório àsquestões da Antropologia, recomendamos aleitura do capítulo “Cultura e seus significa-dos”, pois aborda desde diferentes concep-ções de cultura até a distinção entre cultura ecivilização.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um con-ceito antropológico. 23. ed. Rio de Janeiro:Zahar, 2009. O livro é escrito de forma aces-
sível e aborda praticamente toda a gama detemas deste volume. Caso o professor queira,pode indicar algum capítulo aos seus alunos.Deve ser visto como uma importante leiturapara os professores que estão iniciando suasatividades didáticas.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. In:Claude Lévi-Strauss. São Paulo: Abril, 1980.(Os Pensadores). Recomendamos a leitura doartigo “Raça e história”, por parte dos profes-sores e, particularmente, para as aulas sobrerelativismo cultural e etnocentrismo.
LINTON, Ralph. O homem: uma introduçãoà antropologia. 12. ed. São Paulo: MartinsFontes, 2000.
RODRIGUES, José Carlos. Antropologiae comunicação: princípios radicais. Rio deJaneiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2003.Recomendado ao professor, o livro traz umaleitura instigante sobre a relação do homemcom a natureza e o papel da Antropologia nacompreensão do homem. Há exemplos inte-ressantes sobre formas de comportamento epensamentos em diferentes culturas e entre oshomens e os animais.
Site
Associação Nacional de Biossegurança.Disponível em: <http://www.anbio.org.br/jornais/jornal5/pag6.htm>. Acesso em: 14mar. 2013. Neste site é possível ter acesso auma série de artigos e entrevistas, como a doprofessor Sérgio Danilo Pena sobre a inexis-tência de raças e o papel da genética em nossasvidas. Apropriado também para a discussãosobre determinismo biológico.