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Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva Programa de Pós-Graduação em Filosofia – Unesp/Marília Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação – Unesp/Marília Departamento de Filosofia da Unesp Caderno de Resumos VII Encontro Internacional de Informação, Conhecimento e Ação Marília – 31/10 a 03/11 2011

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Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva Programa de Pós-Graduação em Filosofia – Unesp/Marília

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação – Unesp/Marília Departamento de Filosofia da Unesp

Caderno de Resumos

VII Encontro Internacional de Informação, Conhecimento e Ação Marília – 31/10 a 03/11

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31 de Outubro de 2011 (segunda-feira)

14h30-16h30 - Oficina I- Do Demiurgo ao Hacker: dois modelos da relação entre informação, conhecimento e ação Expositor: Alfredo Pereira Júnior (UNESP/Botucatu) Coordenadora: Mariana Claudia Broens (UNESP/Marília) 16h30-17h30 Seção de Pôster Coordenadores: Angela Halen e João Antonio Moraes 19h30 – Abertura Prof. Dr. Heraldo Lorena Guida (Vice-diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP) Prof. Dr. Ricardo Pereira Tassinari (Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UNESP) Prof. Dr. João Batista Ernesto de Moraes (Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação da UNESP) Apresentação Musical: Orquestra Unespiana de Transgressões - OUT 20h-22h Homenagem ao Professor Antonio Trajano Menezes Arruda Palestras de abertura: Expositores: Antonio Trajano Menezes Arruda (UNESP/Marília): Sentimentos Morais e Ação Ética Wilson Mendonça (UFRJ): Ficcionalismo ético Moderadora: Maria Eunice Quilici Gonzalez (UNESP/Marília)

01 de Novembro de 2011 (terça-feira) 9h-10h30 Mesa-Redonda 1: Informação, Ação e Ética Expositores: Isa Freire (UFPb) Rosangela Formentine Caldas (UNESP/Marília) Moderadora: Ana Maria Nogueira Machado (UNESP /Marilia) 10h45-12h 00 Mesa-Redonda 2: Conhecimento e Ação Ética Expositores: Lúcio Lourenço Prado (UNESP/Marília) Reinaldo Sampaio Pereira (UNESP/Marília) Moderadora: Clélia Aparecida Martins (UNESP /Marília) 14h-16h – Sessão de Comunicações I 16h15-18h – Oficina II – Informação, Auto-Organização e Complexidade Expositores: João Queiroz (UFJF) Vinicius Romanini (USP) Coordenador: Marcos Antonio Alves(UNESP/Marília) 20h-22h Palestras: Informação e Ética da Consciência Expositores: João de Fernandes Teixeira (UFSCar) Marcos Antonio Alves (UNESP/Marília) Moderador: Paulo Henrique Araújo Oliveira Pereira (UNESP/Marília)

02 de Novembro de 2011 (quarta-feira) 9h-10h30

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Palestras: Informação, Ética e Saúde Expositores: Virginia Bentes Pinto (UFC) Guilherme Ataíde Dias (UNESP/Marília) Moderadora: Silvana A. Gregorio Vidotti (UNESP/Marília) 10h45-12h15 Palestras: Conhecimento, ação e significado Expositores: André Leclerc (UFC) Ricardo Monteagudo (UNESP/Marília) Moderador: João Antonio de Moraes (UNESP/Marília) 14h-16h Mesa-Redonda 3: Sistêmica, Auto-Organização e Informação Expositores: Osvaldo Pessoa (USP) Mariana Claudia Broens (UNESP/Marília) Ítala Maria Loffredo D´Ottaviano & Ramon Andrade (UNICAMP) Moderadora: Mariana Vitti Rodrigues (UNESP/ Marília) 16h-17h Seção de Pôster Coordenadores: Ana Maria Nogueira e Juliana Moroni 17h-18h30 Mesa-Redonda 4: Informação, Consciência e Ação Expositores: Jonas Gonçalves Coelho (FAAC-UNESP/Bauru) Jézio Hernani Bonfim Gutierre (UNESP/Marília) Marcelo Carbone Carneiro (UNESP/Bauru) Moderadora: Nathália Pantaleão (UNESP/Marília) 18h30- 19h Reunião da Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva 18h30-19h30 Oficina III – Ciência, Tecnologia e Filosofia Ângela Gomes (USP e UFABC) João Fernando Marar (UNESP/Bauru) Coordenadoras: Renata Silva (UNESP/Marília), Ana Carolina Simionato (UNESP/Marília) e Talita Beltrão (UNESP/Marília)

03 de Novembro de 2011 09h-10h30 Palestras: Mapa do conhecimento humano no contexto digital Expositores: Chaim Zins (Israel) Plácida L. Amorim da Costa Santos (UNESP/Marília) Moderadora: Maria José Vicentini Jorente (UNESP/Marília) 10h45-12h15 Mesa Redonda 5: Informação e Semiótica Expositores: Winfried Nöth (PUC-SP) Lauro Frederico Barbosa Silveira (UNESP/Marília) Ana Maria Jorge Guimarães (PUC-SP) Moderadora: Mariana Vitti Rodrigues (UNESP/Marília)

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14h-15h30 - Sessão de Comunicações II 15h30-17h -Oficina IV – Auto-Organização, Informação e Vida Expositores: Gustavo Maia Souza (UNOESTE) Ricardo Pereira Tassinari (UNESP/Marília) Coordenador: Bruno Cardosode Melo (UNESP/Marilia) 17h-18h30 Mesa Redonda 6: Informação, Intenção e Arte no contexto filosófico Expositores: Carmen Beatriz Milidoni (UNESP/Marília) Ana Portich (UNESP/Marília) Marcio Benchimol Barros (UNESP/Marília) Moderadora: Laura Kugler (UNESP/Marília) 20h-22h Palestras de encerramento: Informação e ação moral no contexto das novas tecnologias Expositores: Rafael Capurro (Escola Superior de Mídias de Stuttgart/Hochschule der Medien Stuttgart) Maria Eunice Quilici Gonzalez (UNESP/Marília) Moderadora: Juliana Moroni (UNESP/Marilia) 22h - Encerramento

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Sessão de Trabalhos - Filosofia

31/10/2011 16h30-17h30

Sessão de Pôsteres

Informação e ação: uma reflexão na perspectiva da Filosofia Ecológica SOUZA, Renata Silva (UNESP/Marília) Affordances e antecipação da ação OLIVEIRA, Aline (UNESP/Marília) & MELO, Bruno Cardoso de (UNESP/Marília) Duplo-vínculo: uma relação de dependência entre os seres vivos e o meio ambiente AZEVEDO, Laura Rosa Kugler (UNESP/Marília) A relação entre as concepções de Peirce e Piaget sobre a produção de conceitos BRITO, Diego Maia (UNESP/Marília) O dualismo substancial e a questão do erro em Descartes SANT’ANNA, André Rosolem (UEM) O debate internalismo x externalismo e suas implicações para o conhecimento comum LEMES, Bruna (UNESP/Marília)

DIA 01/11/2011

14h-16h

Sessão de comunicações I Mente e Informação Mediador: João Antonio de Moraes Local: Anfiteatro II (Sala 64) Hora: 14h-16h Consciência, Leitura de mentes e Proposicionalidade OLIVEIRA, Guilherme Sanches de (USP) Information Naturalized: Detection and Decision-making in Cognitive Systems SOUSA, Carlos Eduardo Batista de (UENF) O problema da experiência: Dennett e Chalmers; informação e ontologia BELINI-LEITE, Samuel de Castro (UNESP/Marília) A constituição da consciência a partir do paradigma da auto-organização LIMA, Orion Ferreira de (UNESP/Botucatu) Informação, Ética e Filosofia Ecológica Mediadora: Mariana Vitti Rodrigues Local: Sala Multiuso Hora: 14h-16h Abordagens conceituais da informação a partir dos paradigmas epistemológicos da Ciência da Informação e da Filosofia da Informação SANTOS, Amanda Sertori dos (UNESP/Marília), OLIVEIRA, Etiene Siqueira de (UNESP/Marília), RASTELI, Alessandro (UNESP/Marília) & VALENTIN, Marta Lígia Pomim (UNESP/Marília) Um estudo das imagens no contexto da Ciência da Informação e da Filosofia Ecológica SIMIONATO, Ana Carolina (UNESP/Marília), MORONI, Juliana (UNESP/Marília), GONZALEZ, Maria Eunice Quilici (UNESP/Marília)& SANTOS, Plácida Ventura Amorim da Costa (UNESP/Marília) Filosofia Ecológica e Conhecimento Comum a partir de uma compreensão auto-organizada PANTALEÃO, Nathália Cristina Alves (UNESP/Marília), PEREIRA, Paulo Henrique Araújo Oliveira

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(UNESP/Marília) & BROENS, Mariana Claudia (UNESP/Marília) Cognitivismo Internalista: Novos Rumos para a Metaética FERREIRA, Idia Laura (UFRJ)

DIA 03/11/2011 14h-15h30

Sessão de Comunicações II

Auto-Organização e conhecimento Mediador: Gustavo Vargas de Paula Local: Anfiteatro II (Sala 64) Hora: 14h-15h30 Mecanismos de evolução biológica: seleção e auto-organização MASSAMANN, Diogo Fernando (UNESP/Marília) & BELINI-LEITE, Samuel de Castro (UNESP/Marília) Bom senso: teoria clássica e pragmática REINO, Thaisa Albuquerque (UNESP/Marília) & FERREIRA, Nicholas Gabriel Minotti Lopes (UNESP/Marília) Considerações sobre a noção de conhecimento proposta pelo "pensamento complexo" de Edgar Morin PILAN, Fernando César (UNESP/Marília) & CUSTODIO, Pollyana Agata Gomes da Rocha (UNESP/Marília) Ética e informação Mediador: Paulo Henrique Araújo Oliveira Pereira Local: Sala Multiuso Hora: 14h-15h30 Implicações éticas da tecnologia na emergência do self não conceitual MORONI, Juliana (UNESP/Marília)& GONZALEZ, Maria Eunice Quilici (UNESP/Marília) Ética informacional: uma abordagem no contexto da inteligência coletiva BEMBEM, Angela Halen Claro (UNESP/Marília) &Plácida Ventura Amorim da Costa (UNESP/Marília) A privacidade no âmbito da “virada informacional na Filosofia” MORAES, João Antonio de (UNESP/Marília) Semiótica e Informação Mediadora: Nathália Cristina Alves Pantaleão Local: Sala 10 Hora:14h-16h Semiótica e Ciência da Informação: uma aproximação necessária SILVA, Marcio Ferreira da (UNESP/Marília) Os processos semiótico-metabólicos e a consciência imediata CARVALHO, Maria Amélia de (UNESP/Botucatu) Informação e Estado de Informação: uma análise semiótica RODRIGUES, Mariana Vitti (UNESP/Marília) & GONZALEZ, Maria Eunice Quilici (UNESP/Marília)

Sessão de Trabalhos – Ciências da Informação

01 de novembro de 2011 14h–15h30

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Mesa 1 - Informação e Tecnologia Mediador: Ana Maria Jensen Ferreira da Costa Ferreira Local: Sala 22 – Prédio Didático de Aula Estudo sobre informação, sociedade e técnica na nova aurora do Ciberespaço OLIVEIRA, Walter Clayton Oliveira, VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio (Unesp) Web colaborativa e cultura wikipedia como princípios de socialização do conhecimento JORENTE, Maria José Vicentini (Unesp) Visualizando grafos sociais do Senado brasileiro (2007-2010) através de ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação RODRIGUES, Fernando de Assis, SANT’ANA, Ricardo Cesar Gonçalves (Unesp) Os tempos da Ciência da Informação e os espaços antropológicos: uma intersecção entre suas temporalidades BEMBEM, Angela Halen Claro, SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa (Unesp)

01 de novembro de 2011 15h30–18h

Mesa 2 - Mediação da Informação, Ética e Tecnologia Mediador: Ana Carolina Simionato Local: Sala 22 – Prédio Didático de Aula Ações para a inclusão social de idosos via Tecnologias de Informação e Comunicação: aliando ensino, pesquisa e extensão FERREIRA, Ana Maria Jensen Ferreira da Costa, VECHIATO, Fernando Luiz, INAFUKO, Laura Akie Saito, VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio (Unesp) A mediação da informação implícita e a ética em informação SANTOS NETO, João Arlindo dos Santos, ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de, PAULA, Thaís Regina Franciscon de (UEL e Unesp) Dispositivos tecnológicos e os processos de mediação: as leituras e escritos da Unati-Marília no ambiente virtual PAIVA, Simone Borges (USP) Arte, tecnologia e mediação cultural: uma abordagem do pop japonês NAKAMURA, Mariany Toriyama (USP) Coleções de livros: um estudo sobre particularidades PEDRÃO, Gabriela Bazan (Unesp) Apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação em bibliotecas escolares LANZI, Lucirene Catini , FERNEDA, Edberto, VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio (Unesp) Brecha digital: análise conceitual e métrica desde a periferia? BERRÍO-ZAPATA, Cristian Berrío-Zapata, SANT’ANA, Ricardo César Gonçalves (Unesp)

03 de novembro de 2011 14h-15h30

Mesa 3 – Ambientes informacionais digitais Mediador: Angela Halem Claro Bembem Local: Sala 22 – Prédio Didático de Aula Repositórios de dados abertos no apoio à gestão pública SANT’ANA, Ricardo César Gonçalves (Unesp) A epistemologia do planejamento estratégico empresarial na pesquisa em Ciência da Informação CALDAS, Rosangela Formentini (Unesp) Museu e informação no ambiente web: navegando na Ciência da Informação ZAGATTO, Vanessa Alves, JORENTE, Maria José Vicentini (Unesp) A credibilidade do conteúdo de blogs INAFUKO, Laura Akie Saito, VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio (Unesp) Ambientes virtuais e transparência pública: novas alternativas para o exercício da cidadania FERREIRA, Ana Maria Jensen Ferreira da Costa Ferreira, SANT’ANA, Ricardo César Gonçalves (Unesp)

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A visualização da informação nas páginas de arquivos permanentes na Web GONÇALVEZ, Paula Regina Ventura Amorim, JORENTE, Maria José Vicentini (Unesp) Ação social e mundo virtual SILVA, Angela Maria Gomes Silva (USP e UF ABC)

03 de novembro de 2011

15h30-18h Mesa 4 – Representação da Informação e Tecnologia Mediador: Fernando de Assis Rodrigues Local: Sala 22 – Prédio Didático de Aula Organização da informação e do conhecimento nas empresas: desenvolvimento de taxonomias e ontologias RIBEIRO, Camila, MUCHERONI, Marcos Luiz (USP) Representação, recuperação, uso e reuso da imagem digital SIMIONATO, Ana Carolina, SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa (Unesp) A natureza da imagem: entre o real e o fractal LIMA, Fábio Rogério Batista, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa (Unesp) Metadados do domínio bibliográfico ALVES, Rachel Cristina Vesú, SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa (Unesp) Documentos fotográficos: sua classificação em arquivos, bibliotecas e museus ALBUQUERQUE, Ana Cristina de, MADIO, Telma Campanha de Carvalho (Unesp) Web Semântica e suas contribuições para a modelagem de catálogos bibliográficos: um estudo sobre arquiteturas de metadados e FRBR SILVA, Renata Eleuterio da, SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa (Unesp) O prontuário da família na perspectiva da coordenação da atenção à saúde SANTOS, Daniela Cristina dos, FERREIRA, Janise Braga Barros (Unesp) O signo estruturante da Ciência da Informação: aspectos e reflexões semióticas do conceito informação DAL’EVEDOVE, Paula Regina, FUJITA, Mariângela Spotti Lopes Fujita (Unesp)

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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

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DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS: SUA CLASSIFICAÇÃO EM ARQUIVOS, BIBLIOTECAS E MUSEUS ALBUQUERQUE, Ana Cristina; MADIO, Telma Campanha de Carvalho. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. Adentramos com esta pesquisa, no campo dos estudos teóricos e conceituais em relação à classificação do conhecimento e de sua evolução, utilizando o documento fotográfico como fator principal para tecermos uma discussão sobre a importância, estado atual e contribuições epistemológicas sobre a classificação de documentos fotográficos nas áreas da Teoria da Classificação, Ciência da Informação, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. O objetivo geral desta pesquisa é analisar os subsídios epistemológicos da teoria da classificação, trilhando por suas raízes filosóficas até as classificações bibliográficas, que auxiliam na ordenação de acervos bibliográficos, museológicos e arquivísticos para entender sua construção e adequação a cada tipo de instituição. Dessa maneira, pretendemos analisar como é feita a classificação de documentos fotográficos nos acervos e coleções fotográficas nos seguintes espaços informacionais: Museu Paulista-SP, Biblioteca Mario de Andrade, SP e Arquivo Público do estado de São Paulo-SP, para podermos verificar in loco a importância da prática da classificação nos acervos fotográficos e seu estado atual, tendo em vista mudanças históricas e tecnológicas. Todas as normas vigentes em bibliotecas, arquivos e museus podem englobar objetos tão singulares como os documentos fotográficos e, estas três instituições têm semelhanças entre si. Na presente pesquisa procuraremos enfatizar a existência de princípios próprios, específicos a cada área, devido à função da instituição, sua relação com a sociedade e com o suporte informacional, mas também os princípios onde as três se aproximam. Desse modo, a informação sofrerá uma intervenção diferente em cada tipo de instituição, por parte do profissional específico, para que possa ser acessada pelo usuário. Cada tipo de acervo traz consigo problemas genéricos ao campo, e específicos a cada uma das três áreas a que se filia. E é nesse contexto que está inserida a problemática da classificação em relação ao documento fotográfico e o cerne de nossa pesquisa. Palavras-chave: Classificação filosófica; Classificação bibliográfica; Documento fotográfico. METADADOS DO DOMÍNIO BIBLIOGRÁFICO ALVES, Rachel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. As TIC causaram significativas mudanças em diversas áreas do conhecimento, surgiram não só novos tipos de recursos, mas também novos ambientes informacionais, principalmente por meio de sistemas de informação em ambiente Web. Com isso, novos meios de descrever os recursos informacionais tiveram que ser desenvolvidos para atender necessidades de representações distintas e em diversas áreas do conhecimento. Assim, os diferentes padrões de metadados foram estabelecidos em esquemas que variam de estruturas mais simples, passando por um tipo de esquema intermediário até esquemas de estruturas mais complexas de descrição. Com essa variedade como a área de Ciência da Informação vem construindo seus metadados e, consequentemente, suas representações informacionais? Por meio de uma metodologia de análise exploratória e descritiva da literatura objetivou-se analisar os instrumentos necessários para a construção de representações informacionais no âmbito do Tratamento Descritivo da Informação do domínio bibliográfico. A tese levantada é que a integração estratégica entre as tecnologias de informática e os métodos utilizados nos processos de Tratamento Descritivo da Informação do domínio bibliográfico consolidam a construção padronizada e consistente de metadados. A hipótese é que as teorias, os princípios, os fundamentos, os métodos e as técnicas do processo de catalogação, que passam atualmente por uma atualização, constituem-se como metodologias que norteiam a construção padronizada de representações de recursos informacionais nos padrões de metadados na área de Ciência da Informação, em especial do domínio bibliográfico (domínio relacionado a coleções de bibliotecas). Como resultado verificou-se que os metadados são elementos inerentes aos sistemas de informação e do processo de catalogação no domínio bibliográfico. Verificou-se que os metadados no domínio bibliográfico estão sendo construídos de acordo com a tendência atual: a convergência dos aspectos tecnológicos (desenvolvimento e aprimoramento de ferramentas tecnológicas para estruturação dos recursos informacionais, métodos mais eficientes para a construção de bancos de dados) e representacionais (desenvolvimento e aprimoramento de padrões para

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codificação dos dados e consequentemente o aprimoramento de teorias, princípios, fundamentos e instrumentos para o tratamento descritivo da informação), no intuito de melhor descrever os recursos. Assim, por se tratar de um domínio específico os metadados estabelecidos no domínio bibliográfico seguem princípios particulares. Os instrumentos de descrição: modelos conceituais, esquemas de codificação e padrões de metadados, constituem-se com ferramentas fundamentais para a representação no domínio, pois refletem as tendências atuais que integram estrategicamente os aspectos tecnológicos com aspectos representacionais para a construção de metadados no domínio bibliográfico. ÉTICA INFORMACIONAL: UMA ABORDAGEM NO CONTEXTO DA INTELIGÊNICIA COLETIVA BEMBEM, Angela Halen Claro1; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. Apesar da compreensão da sociedade atual como a sociedade da informação, pouco se discute os aspectos fundamentais da informação como fenômeno, sua abrangência e perspectivas em que ela pode ser compreendida. A predominante presença das tecnologias da informação e da comunicação na contemporaneidade requer que áreas como a Ciência da Informação repensem as questões da ética da informação em ambientes informacionais digitais, os quais podem ser construídos sob a perspectiva da inteligência coletiva. Essa inteligência está disseminada na humanidade, e necessita ser valorizada em sua variedade; pode ser coordenada em tempo real pela utilização das tecnologias da informação e comunicação, e tem por principal objetivo a mobilização das competências individuais (LÉVY, 2003). Observando a necessidade de compreender o efeito da informação na sociedade atual, e que a Ciência da Informação é campo interdisciplinar que se atém às questões da problemática social da informação, faz-se pertinente a discussão acerca das dimensões éticas da informação. Assim, tendo como procedimento metodológico a análise exploratória descritiva, e tomando como base a Filosofia da Informação, foram analisadas as propostas da ética da inteligência coletiva (LÉVY, 2003), da ética intercultural da informação (CAPURRO, 2003), e da ética universal da informação (FLORIDI, 2008) a fim de se compreender as aproximações e distanciamentos entre elas. A ética intercultural da informação (CAPURRO, 2003) pauta-se na concepção do relacionamento entre normas morais universais e as tradições morais locais. Já a ética informacional defendida por Floridi (2008) é universal e imparcial, haja vista que ela considera que todos os entes possuem valor moral da infosfera. A ética da inteligência coletiva (LÉVY, 2003) é uma ética de hospitalidade, sustentada pelo ideal de reciprocidade; é mais que uma moral do bem - é uma ética do melhor -, haja vista que o melhor é dinâmico, e o bem não varia. A análise proposta mostrou que a ética da inteligência coletiva se aproxima da ética intercultural da informação no que diz respeito ao ideal de hospitalidade e de inclusão. Além disso, a ética da inteligência coletiva, assim como a ética universal da informação valoriza o ser informacional. Todavia, o foco da inteligência coletiva é o humano, enquanto a ética universal da informação considera todos os seres como entes informacionais (FLORIDI, 2010). Apesar das peculiaridades envolvidas em cada proposta, pode-se observar que a informação é o padrão existente entre elas. OS TEMPOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E OS ESPAÇOS ANTROPOLÓGICOS: UMA INTERSECÇÃO ENTRE SUAS TEMPORALIDADES BEMBEM, Angela Halen Claro1; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. Os estudos acerca de inteligência coletiva em Ciências da Informação têm se concentrado em desdobramentos práticos, como nas formas de cooperação nos ambientes informacionais digitais da Web colaborativa, em detrimento dos conceituais. Essa inteligência se manifesta em um ser social que habita diferentes espaços antropológicos – Terra, Território, Espaço das mercadorias e Espaço do saber. A compreensão de como ele constrói o conhecimento e de como se apropria das tecnologias informacionais ocorre pela investigação acerca dos espaços que ele ocupa e dos que ainda ocupará. Esses espaços, que são relacionados diretamente com a existência do homem, sua ocupação no espaço e sua localização no tempo, também podem ser analisados na trajetória de construção da Ciência da Informação. A história dessa ciência pode ser delimitada em três tempos - gerência da informação, relação informação e conhecimento, e conhecimento interativo. Assim, o estudo se propõe a investigar as propriedades dos quatro espaços

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antropológicos (LÉVY, 2003) associando-os aos tempos da Ciência da Informação (BARRETO, 2002, 2008). Para tanto, optou-se pela investigação teórica, de nível descritivo e exploratório, que permitirá aprofundar os estudos dos aspectos sociais e culturais das tecnologias da informação, e entender como a área de estudo se posiciona enquanto campo do conhecimento perante os diversos e dinâmicos desafios que a ela se apresentam. A pesquisa em desenvolvimento tem mostrado que o indivíduo torna-se completo na ocupação dos diferentes espaços, e a Ciência da Informação se desenvolve por acompanhar essa evolução. Observa-se também que Ciência da Informação e os espaços antropológicos se reconfiguram de acordo com as tecnologias disponíveis no transcorrer da história. A EPISTEMOLOGIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL NA PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CALDAS, Rosangela. Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected]. O processo que envolve o planejamento estratégico pressupõe a análise estrutural organizacional e para tanto favorece a atuação profissional no tangente ao melhor reconhecimento dos ambientes e do mercado de trabalho empresarial. A informação tem papel fundamental para a elaboração de estratégias empresariais e a área da Ciência da Informação (CI) pode oferecer formas otimizadas de trabalho e de recursos institucionais (SARACEVIC, 2007). Durante a década de 90, ocorreu a crescente oferta de literatura no tema de informação estratégica diante de uma projeção anterior, a qual referenciava a tecnologia e a competitividade como requisitos para a implementação de novos procedimentos nos processos institucionais (ALMEIDA, 2000). Assim, a pesquisa propôs analisar a observância da natureza homogênea tanto do conhecimento como da lógica premente entre a aplicabilidade da informação estratégica na área da CI e a necessidade da execução do planejamento no âmbito de empresas de natureza diferenciadas, porém com o mesmo escopo no alcance de metas organizacionais. O estudo identificou, através do método quase-experimental da abordagem metodológica qualitativa, o fator do conhecimento técnico e teórico disposto para arquivos e bibliotecas no período compreendido entre 2008 e 2010 com o objetivo de analisar a relação interdisciplinar da área da CI com a informação estratégica e a aplicabilidade do diagnóstico como fator inicial para o processo de planejamento empresarial. O fator do ambiente tornou-se preponderante na determinação da informação estratégica e do planejamento, numa visão sistêmica institucional e para tanto, essa pesquisa contou com a colaboração de indústrias do ramo alimentício e de transporte aéreo. Foram realizadas visitas institucionais e aplicados instrumentos de recolha de dados que envolveram questionários, entrevistas, guia de observação participativa, averiguação do organograma institucional e uma planilha do trâmite documental. Conclui-se que a informação estratégica é vital para a existência empresarial, especialmente no tocante a novas formas tecnológicas para a aquisição de melhores processos de atuação e junto à elaboração das estratégias na tomada de decisões. A área de CI poderia colaborar com tópicos determinados, por exemplo, no contexto abarcado pelo intenso estudo de fluxos e gestão da informação e do conhecimento (informação verbal)[1]. No enfoque dado ao diagnostico, observou-se que a qualidade dos serviços poderia alcançar melhores índices para os funcionários, diante da consecução de objetivos institucionais resultando na proposta de novas formas de gestão documental e maior rapidez no tramite informacional. Percebeu-se a efêmera lacuna na área da CI que deveria explorar perspectivas observadas em estrutura organizacional, informação estratégica e aplicabilidade de modo paulatino do planejamento eficaz. OS PROCESSOS SEMIÓTICO-METABÓLICOS E A CONSCIÊNCIA IMEDIATA CARVALHO, Maria Amélia. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Botucatu. [email protected]. O objetivo do trabalho é investigar algumas possíveis correlações entre processos semióticos metabólicos e a produção de uma consciência imediata. Na perspectiva semiótica peirceana que adotamos, um metabolismo potencial apresenta uma tendência à aquisição de um hábito de economia energética. Nesta dimensão, um instinto nutricional se constitue numa lei do prazer que se expressa em processos orgânicos de regulação energética que buscam uma saciação. A vida deve ser mantida em estado de homeorese orgânica (um equilíbrio dinâmico) e, para tal, deve ocorrer a respiração; a ingestão de água e nutrientes provindos dos alimentos devem ser metabolizados e transformados em ATP (energia disponível) e calor. Essas transformações ocorrem em processos metabólicos que envolvem matéria, energia e informação. A partir da

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construção de um diagrama, onde as semioses que se desdobram em rede abertas podem expressar signos portadores de informação substancial em crescimento evolutivo, consideramos que o metabolismo é um signo continuamente interpretado e adotamos a hipótese de que em seres humanos atua uma mente instintiva, que por meio de uma consciência imediata, produz uma cognição corporal afetiva, desencadeando condutas éticas que devem manter a continuidade da vida. Palavras-chave: Semioses metabólicas. Consciência imediata. Informação substancial. Instinto nutricional. Condutas éticas. Cognição corporal afetiva. O SIGNO ESTRUTURANTE DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: ASPECTOS E REFLEXÕES SEMIÓTICAS DO CONCEITO INFORMAÇÃO EVEDOVE, Paula Regina Dal’1; FUJITA, Mariangela Spotti Lopes. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. A Ciência da Informação dispõe de um conjunto expressivo de teorias, modelos e conceitos que sustentam, dentre outros, os discursos, conhecimentos e aplicações práticas que tangenciam o seu caminhar científico. Contudo, para um caminhar evolutivo de base sólida e satisfatória, alguns aspectos que se interpõem na produção, tratamento e transferência da informação devem ser explorados e compreendidos por meio de teorias filosóficas. Este é um posicionamento necessário para a sua sobrevivência enquanto ciência, considerando-se que “a mais profunda compreensão do campo é fornecida pelo estudo das pressuposições filosóficas subjacentes” (HJØRLAND, 2000, p.527). Neste sentido, o seu objeto central deve ser abordado por diferentes ângulos, no intuito de aprofundá-lo em diferentes concepções. Esta fala baseia-se no fato de que, quando bem explorada, a intersecção latente em cada objeto, produto ou abordagem científica passa a recompor os pensamentos a partir do ponto inicial existente em cada esfera investigativa (ALMEIDA, 2009). Dentro do espectro da integração do diálogo e comunicação de conhecimentos entre a Teoria peirceana e a Ciência da Informação, sem excluir os níveis diferenciados de contribuição, realiza-se uma leitura semiótica do conceito informação e sua condição de signo estruturante. Para tanto, aborda-se a constituição dos conceitos científicos sob o olhar da Semiótica, especificamente o conceito de informação e sua atual conotação em Ciência da Informação. Ao encararmos o conceito informação sob o olhar de signo estruturante da Ciência da Informação, julga-se possível empreender e debater, com maior delimitação, as problemáticas que cercam o seu núcleo investigativo por meio de um trabalho de análise e realizar ponderações sobre os passos a serem galgados na busca por um encadeamento plural que sustente, de modo mais incisivo e menos especulativo, o seu fundamento nos moldes da cientificidade. Isto porque, enquanto área representativa de uma ação coletiva, a Ciência da Informação possui fenômenos informacionais que tem como precedente a complexidade, elemento passível de variações (MORIN, 1999). Ressalta-se que o diálogo com a Semiótica e Filosofia peirceanas é uma tarefa complexa, uma vez que a área exime-se de teorias sem conotação prática. Contudo, tratar de uma questão ímpar na área – seu objeto investigativo – sob a luz da Teoria peirceana é, dentre outros, um recorte conceitual necessário para a ampliação de seus horizontes investigativos. Acentua-se que, embora interligadas, algumas teorias não são aprofundadas neste momento. Esta característica decorre da intenção da obra em oferecer uma contextualização geral sobre o assunto abordado e não, obrigatoriamente, se ater no esclarecimento de conceitos paralelos. Assim, encaminham-se as discussões na tentativa de estimular o leitor a repensar e atualizar conceitos e relações fenomenológicas consideradas estáveis. Palavras-Chave: Ciência da Informação. Semiótica. Informação. Conceitos científicos. AÇÕES PARA A INCLUSÃO SOCIAL DE IDOSOS VIA TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: ALIANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO FERREIRA, Ana Maria Jensen Ferreira da Costa1; VECHIATO Fernando Luiz2; INAFUKO, Laura Akie Saito3; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. 2Bolsista FAPESP. 3Bolsista CNPq. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

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Devido ao aumento da expectativa de vida da população mundial, são intensificadas atualmente as discussões sobre o envelhecimento humano no que diz respeito aos seus aspectos biológicos, sociais, políticos e econômicos, tendo em vista a busca por melhorias na qualidade de vida dos idosos. Nesse contexto, torna-se relevante conhecer o perfil desse público para o provimento de ações que o beneficie, visando sua inclusão social e mudanças na imagem cultural do idoso em uma sociedade que cultua e divulga cada vez mais a estética e a jovialidade, bem como possibilitar o convívio intergeracional para que o preconceito seja amenizado (VIDOTTI et al, 2009). Especificamente, entendemos que os idosos, de um modo geral, estão à margem dos progressos tecnológicos da sociedade e defendemos que um dos caminhos para a inclusão social é a comunicação, a colaboração, o acesso à informação e a construção de conhecimento por meio de ambientes informacionais disponíveis na Web. Para tanto, objetiva-se elencar as ações desenvolvidas e em desenvolvimento no âmbito do projeto ‘Inclusão digital dos alunos da Universidade Aberta à Terceira Idade – UNATI/UNESP – Marília’ desde 2005, o qual tem como base a metodologia da pesquisa-ação de Thiollent (2004), que contribui para que pesquisadores e participantes atuem conjuntamente no planejamento e execução das ações para a resolução de um problema coletivo. Os resultados foram classificados em três categorias: ensino, pesquisa e extensão. Essa sistematização ocorreu pelo fato do projeto de extensão mencionado ter se extrapolado para o ensino e a pesquisa, o que justifica sua abrangência e importância.

• Ações de Ensino: cursos de informática ministrados por alunos do curso de Graduação em Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação – UNESP/Marília, com enfoque no processo de inclusão digital que tem como base o construtivismo e a busca da autonomia do sujeito cognoscente no processo de busca e uso de informação em ambientes digitais (VECHIATO; VIDOTTI, 2010); • Ações de Pesquisa: construção de ambientes digitais tendo como base as necessidades dos idosos e os subsídios teóricos e práticos da Arquitetura da Informação; • Ações de Extensão: compartilhamento de experiências e conhecimento entre as gerações, contribuindo para a integração intergeracional. Entendemos que a atividade de extensão permeia as duas anteriores, visto que a sistematização teórica dos fundamentos surgiu a partir da prática e esta, por sua vez, é alimentada pela experiência de ensino e pelo desenvolvimento das pesquisas.

Em nossa concepção, a inclusão digital torna-se o caminho para a inclusão social, possibilitando ao idoso a comunicação, a busca cotidiana por informações de interesse e a colaboração com conteúdos intelectuais, o que pode possibilitar a ele o compartilhamento de experiências e potencialidades que devem ser aprendidas e apreendidas pelos mais jovens, minimizando o preconceito e permitindo ao idoso o exercício da cidadania. AMBIENTES VIRTUAIS E TRANSPARÊNCIA PÚBLICA: NOVAS ALTERNATIVAS PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA FERREIRA, Ana Maria Jensen Ferreira da Costa1; SANTANA, Ricardo César Gonçalves. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. Com os ganhos propiciados por novos recursos como a Web 2 e por modelos de interação como as Redes Sociais, surgem novos ambientes digitais, mais dinâmicos e com diversas alternativas de participação, tais como os blogs, os micro blogs (Twitter), sites de compartilhamento de conteúdos multimídia (Youtube), redes sociais (Facebook) e ambientes virtuais (Second Life). Para Sáez Vacas (2007) a vida em sociedade é vista como um novo ambiente tecno-social e o comportamento e relações humanas são enriquecidos pela interação tecnologia-sociedade o que torna a Web um sistema dinâmico e complexo. Fumero (2007, p.23), acrescenta que nesse sistema estão presentes usuários geradores e consumidores de informação; registros informacionais e processos; sendo que estas variáveis do fluxo da informação alimentam a complexidade do sistema, definindo assim as características da Web 2.0. Nesse contexto, na sociedade em rede, o cidadão comum encontra uma alternativa para expressar suas opiniões e exigir seus direitos no que diz respeito à gestão da coisa pública. A partir de 1988, a Constituição Federal “fortalece a criação de ambientes participativos com destaque especial à participação do usuário na Administração Pública” (SANT’ANA, 2009, p.18). Porém, para que a Transparência Pública seja efetiva, a informação deve ser encontrada pelo cidadão de forma direta, amigável e, preferencialmente, sem intermediários, assim, a construção de ambientes digitais merece atenção especial. Com o objetivo de analisar como ambientes virtuais como o Second Life podem contribuir e favorecer a Transparência Pública definiu-se esta pesquisa de característica exploratória,

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descritiva e analítica, abordando temas: Second Life, NASA CoLab, Ciência da informação, Gestão Pública e Dados Abertos. A plataforma do Second Life (SL) lançada em 2003 pela Linden Lab, além de aspecto lúdico é um espaço utilizado para interação entre pessoas em ambiente virtual, sendo escolhido por empresas, governos e instituições de ensino para desenvolver treinamentos, palestras e reuniões. Dentre as comunidades do Second Life, destaca-se a ilha NASA Colab com uma biblioteca/arquivo disponibilizando informações sobre exploração espacial. Acredita-se que ambientes semelhantes a este possam ser utilizados pelas gerações futuras para o exercício da cidadania, proporcionando assim o acesso a informações que possam favorecer a Transparência Pública. Palavras-chave: Ambientes Virtuais. Transparência Pública. Second Life. COGNITIVISMO INTERNALISTA: NOVOS RUMOS PARA A METAÉTICA FERREIRA, Idia Laura Ferreira. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bolsista CAPES. [email protected]. Ao fazer o retrospecto da discussão sobre motivação moral a partir dos problemas apontados pelas abordagens dominantes, é possível determinar porque teorias volitivas têm sido trazidas novamente ao debate e, a partir de novos conceitos sobre intenção e vontade, buscar novos rumos para uma teoria unificada que acomode de maneira plausível toda a complexidade envolvida na agência moral humana. Em consequência da centralização do debate nas teorias cognitivistas, de um lado, e não-cognitivistas, de outro, por razões que podem ser rastreadas nas discussões das últimas décadas, foi paulatinamente deixado de lado o enfoque na colaboração das noções de intenção e vontade, em detrimento das noções básicas de crenças e desejos. Quando reabriu o debate das teorias internalistas da agência, Gary Watson argumentou (i) que a reformulação da decisão (making up one's mind) é o locus primário da agência humana e (ii) que a vontade é uma instância genuína dos juízos práticos. Watson considera se não deveria ser dito que a vontade e, portanto, a agência, não tem uma existência além do domínio prático, uma existência também na esfera cognitiva. Afinal, ele argumenta que juntamente ao fenômeno de “decidir-se a” o fenômeno “decidir que” também deveria ser classificado como um fenômeno ativo e daí como um modo de agência. Tendo como ponto de partida a articulação da distinção entre cognitivismo e não-cognitivismo moral e a questão psicológica sobre a natureza dos estados mentais expressos por enunciados morais, o trabalho busca, em primeiro lugar, traçar o curso da discussão sobre o internalismo motivacional e, em segundo lugar, discutir uma reconceituação da noção de intenção que fuja à abordagem tradicional para servir à nova noção de vontade como instância decisional ativa. Para isso, o trabalho mostra que há um hiato entre juízos morais e a ação moralmente motivada. O argumento central defende duas teses: (i) o internalismo motivacional se apóia em noções ad hoc sobre juízos morais e (ii) a deliberação moral envolve instâncias que fogem à descrição comumente aceita pela teoria metaética apartada da teoria volitiva da ação, isto é, a descrição que reduz os estados mentais envolvidos na ação a crenças e desejos. Palavras-chave: Metaética. Internalismo. Cognitivismo. Intenção. Vontade. A VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO NAS PÁGINAS DE ARQUIVOS PERMANENTES NA WEB GONÇALEZ, Paula Regina Ventura; JORENTI, Maria José Vicentini. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. A produção ampliada da informação a partir dos usos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) proporcionou o aumento da disponibilização da informação na forma visual com o objetivo de facilitar a compreensão do usuário sobre algum conhecimento. A Arquivologia presente nos campos de atuação da Ciência da Informação, gerencia a informação visando a sua preservação e organização intelectual com a finalidade de garantir o acesso ao conhecimento contido nos documentos. Segundo Silva et al. (1999), a Arquivologia pode ser tratada no panorama da interdisciplinaridade, no contexto das Ciências Sociais Aplicadas, destacando-se que com as tecnologias presentes já na metade do século XIX e como fortalecimento do uso das tecnologias na produção digital, a partir dos anos 80 no século XX, tornou-se possível mudar o enfoque do objeto de pesquisa, o documento, para a atuação sobre o tratamento da informação nele contida. O arquivo, antes utilizado como um espaço de custódia, isto é, de guarda de

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documentos atendia um número reduzido de usuários. Restringia-se a um grupo de especialistas ou historiadores e servia de subsidiário da história e da memória social e política, contendo inclusive uma similaridade com obra de arte, situado em um lugar para iniciados, e possuindo também uma “aura” de sagrado. Atualmente passa a disponibilizar seus conteúdos documentais a todos que precisam da informação e a área do Design da Informação facilita, assim, a interpretação e o acesso às informações arquivísticas por meio de recursos gráficos, imagens e da convergência de linguagens, para que as informações sejam apresentadas e captadas pelos usuários através de meios eficientes tanto na sua busca e recuperação, quanto no seu uso e reuso. Este estudo faz uma abordagem sobre o Design da Informação dos Arquivos Permanentes na ambiência digital e do acesso aos documentos e às informações a fim de facilitar a compreensão e a apropriação de algum conhecimento pelo usuário. Fato que nos leva a refletir que na reprodução, o objeto é transformado e sempre há perdas e ganhos. Na ambiência digital, se por um lado perdemos a autenticidade do documento enquanto probatório ao nos deparamos com um simulacro, uma reprodução, ganhamos com a oportunidade do acesso à informação para construção de novos conhecimentos. Ambientes digitais disponibilizam informações arquivísticas de forma rápida, simples e dinâmica aos usuários. Nestes ambientes, ao refletirmos sobre a responsabilidade do uso das TIC, há um ganho no acesso ao conhecimento, quando identificarmos que dificilmente as informações ali disponíveis seriam acessadas, pois um número muito mais reduzido de sujeitos teria acesso presencial às informações hoje disponíveis digitalmente. A CREDIBILIDADE DO CONTEÚDO DE BLOGS INAFUKO, Laura Akie Saito; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. A partir do paradigma da Web colaborativa, qualquer pessoa pode criar e modificar conteúdos disponíveis na Internet. Dentre suas ferramentas, os blogs têm se popularizado devido à facilidade de uso e publicação. Neste contexto, o usuário deixa de ser um leitor e consumidor de informação para tornar-se um produtor de conteúdos, e passa a publicá-los na rede sem necessitar de conhecimentos de programação, contribuindo para elevar o fluxo informacional. Esse imenso volume de informações disponíveis digitalmente tem gerado questionamentos acerca de sua confiabilidade e credibilidade, uma vez que a presença da tecnologia na sociedade influencia na formação de opinião e na criação de necessidades. Nesse sentido, este trabalho visa a discutir os conceitos de credibilidade na Web, em especial dos conteúdos publicados em blogs, pois estes ambientes estão sendo cada vez mais utilizados como fontes de informação. Os blogs são ambientes informacionais digitais que permitem publicar textos sobre temas diversos, organizados em ordem cronológica inversa, e podem conter, além de textos, conteúdos como música, imagens e vídeos. Para Primo (2008, p. 123), “[...] blogs são muito mais que uma simples interface facilitada para a publicação individual, como são frequentemente definidos. [...] Mas também [...] são espaços coletivos de interação”. Nesse sentido, consideramos os blogs como softwares sociais por permitirem a interação e o compartilhamento de informações entre usuários, tendo como foco a utilização da tecnologia no estímulo de interação entre pessoas e grupos. Assim, surgem inúmeros blogs sobre diversas temáticas, com conteúdos relevantes ou duvidosos, influenciando os processos de produção da informação e fomentando a superficialidade da informação e a sua fragmentação, fenômeno que, segundo Pinho Neto (2009), é explicado pelo imediatismo em que os processos ocorrem atualmente, uma vez que esta informação visa a atingir um grande público, e para isso o conteúdo informacional deve estar estruturado de forma simples e de fácil interpretação, de modo a não gerar conflitos e nem reflexões, são os chamados fatos-ônibus “[...] que, como se diz, não devem chocar ninguém, que não envolvem disputa, que não dividem, que formam consenso, que interessam a todo mundo, mas de um modo tal que não tocam em nada de importante” (BOURDIEU, 1997, p. 23). Além desta discussão, há ainda o embate entre a quantidade e a qualidade de informação. Neste contexto, Roszak (1998, p. 249) considera que “em uma democracia relevante não é a quantidade, mas a qualidade de informação que importa”. Assim, temos como critérios de qualidade de informação a relevância, a coerência e a credibilidade, de modo que estes fatores auxiliem a focar a atenção, a levantar questionamentos e críticas e que auxiliem na tomada de decisões (ROSZAK, 1998). Neste sentido, a credibilidade é um fator essencial para que um ambiente informacional digital possa ter seu valor na rede, ao disseminar informações confiáveis a seus usuários. A credibilidade não é uma característica inerente ao recurso informacional, mas uma qualidade atribuída por seus usuários. No contexto dos blogs informativos, Serra (2006) considera que este

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tipo de ambiente possui dois tipos de credibilidade: intrínseca e extrínseca. A credibilidade, sendo um processo dinâmico, pode aumentar ou diminuir ao longo do tempo, a partir da aproximação ou do distanciamento da credibilidade intrínseca com a extrínseca. Serra (2006) considera que os blogs se tornam “[...] um importante mecanismo de seleção da informação e da sua interpretação, que permite a indivíduos e comunidades filtrar a enorme massa de informações a que se encontram sujeitos na Web e fora dela, criando novos ‘fluxos de informação’” (SERRA, 2006, p. 10). Além disso, percebeu-se a importância da pesquisa da credibilidade da informação digital, ao se constatar que grande parte das informações hoje encontradas sobre assuntos específicos procede de blogs, justificando a necessidade da avaliação do conteúdo publicado nestes ambientes de modo a garantir ao usuário o acesso a informação confiável. Palavras-chave: Credibilidade. Blogs. Web colaborativa. WEB COLABORATIVA E CULTURA WIKIPEDIA COMO PRINCÍPIOS DE SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO JORENTE, Maria José Vicentini. Professora Assistente Doutora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected]. A cultura contemporânea cristalizada em ambientes digitais modificados com base nas inovações dos meios de comunicação da informação apresenta possibilidades de interação dos fluxos das informações com papel significativo na objetivação coletiva do conhecimento e das relações humanas. Informação é, nesse cenário, relacionada ao paradigma social com suporte nas tecnologias correntes e contextualizada por meio de princípios ou leis e padrões que regulamentam e estruturam pensamentos, linguagens e ações inseridos em um recorte de local e de tempo; remodela crenças, filtra e dá forma à percepção. A geração de indivíduos nativos digitais interage com as TIC por novos métodos de aproximação, aquisição, organização, produção de nova arquitetura e design na reutilização das informações. Modelos mentais de formatação a partir de construção pensamental edificados por fusões ou por integrações conceituais surgem a partir das hipertextualidades e intersemioticidades que se implicam nestes processos generacionais. Baseando-se nessas premissas, apresenta-se laboratório em desenvolvimento no âmbito da disciplina História da Cultura, ministrada nos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia da Unesp (Marília): alunos participam na melhoria de pontos de acesso em língua portuguesa na Wikipédia. Aderiu-se para isso ao projeto internacional da Fundação Wikimedia de Embaixadores de Campi. Se fora do Brasil o foco é compartilhamento, nesse laboratório consiste em simultaneamente preparar alunos na escrita científica. O ambiente ajuda no aprendizado das habilidades e se oferece como repositório aberto em que a informação poderá ser reutilizada; simultaneamente habilita para a identificação e recuperação de informações e para a interpretação e compreensão de seus aspectos formais e conteudísticos e de sua reorganização no ambiente bastante padronizado, considerando-se seus aspectos sintáticos e de codificações específicas. Compreendem-se atividades de busca, de seleção, de remix e de republicação de textos, imagens, áudio e vídeos, de inserção de hiperlinks, de referencias e de imagens na convergência das diversas fontes de informação hipertextuais, apoiadas por tutores. Criam-se comportamentos de compartilhamento e colaboração necessários no empoderamento informacional no Brasil. Como metodologias, criam-se grupos em que indivíduos já formados na cultura wiki direcionam os não formados de acordo com as exigências de leitura da disciplina e de posterior compartilhamento das informações no ambiente digital, proporcionando-lhe maior credibilidade. Trata-se de estratégia em busca de autonomia e suficiência que considera conhecimentos intersemióticos na edição, visualização e compreensão de informação na web colaborativa. Propõe-se verificação da confiabilidade do ambiente após o trabalho de consolidação e divulgação da melhoria dos verbetes. APROPRIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM BIBLIOTECAS ESCOLARES LANZI, Lucirene Catini; FERNEDA, Edberto; VIDOTTI, Silvana A B Gregorio.Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected], [email protected]. A biblioteca escolar deveria ser parte inserida no contexto educacional. Porém, não é esta a realidade que se observa tanto na teoria como na prática. Ao longo de sua trajetória a biblioteca escolar sempre foi considerada pelos estudantes como local entendiante, estagnado e relacionado a coisas ultrapassadas. O

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ideal é tornar a biblioteca como integrante do contexto e corresponsável pelo processo de ensino-aprendizagem dos alunos e pela formação da competência informacional. Talvez não como uma aprendizagem formal em sala de aula, mas certamente como colaboradora do desenvolvimento de conhecimento e instigadora de informações. Partindo do pressuposto que o bibliotecário escolar, além de ser um mediador da informação, é também um colaborador/educador e, como tal, precisa usar recursos pedagógicos para uma melhor assimilação cognitiva por parte dos alunos/aprendizes, este trabalho tem como objetivo apresentar referências e experiências que demonstram que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) podem ser aliadas na aquisição do conhecimento, acadêmico e cultural, pelos estudantes. Este estudo também teve como foco promover a dinamização do espaço da biblioteca procurando torna-la um ambiente participativo e que seja referencial de estudo, pesquisa e atualização dos estudantes. Para isso, utilizou-se como metodologia a Teoria de Piaget, que esclarece como funcionam as etapas de assimilação e acomodação do conhecimento através de práticas colaborativas, além de levantamento bibliográfico de autores da Ciência da Informação. Foi desenvolvido também um estudo de caso na biblioteca escolar do Colégio Cristo Rei de Marília/SP onde diversos recursos tecnológicos foram implantados como blogs, mais especificamente a plataforma Tumblr, e redes sociais. Também foi promovida uma Confraria da Informática na qual os alunos foram estimulados a pensar e trocar informações sobre a tecnologia. Todo este processo resultou no maior interesse dos alunos por pesquisas e uma maior motivação em buscar novas leituras. Com isso, a biblioteca em questão teve sua atuação reformulada, deixando de ser alheia ao aspecto pedagógico e passando a ser vista como personagem ativa do trabalho educacional desenvolvido pela instituição. O PROBLEMA DA EXPERIÊNCIA: DENNETT E CHALMERS; INFORMAÇÃO E ONTOLOGIA LEITE, Samuel de Castro Bellini. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. Bolsista CAPESP. [email protected]. O filósofo australiano David Chalmers considera a consciência um termo ambíguo referente a diversos fenômenos, e assim, acredita ser essencial distinguir entre dois problemas da consciência, os “problemas fáceis” e o “problema difícil”. De acordo com Chalmers (1995), os problemas fáceis da consciência são aqueles que parecem ser diretamente suscetíveis aos métodos da ciência cognitiva, pelos quais um fenômeno é explicado em termos de mecanismos computacionais ou neurais. Já o problema difícil parece ser incapaz de ser resolvido por esses métodos, se trata de entender como a consciência surge do processamento de informação. Chalmers (1995) mostra como na física as vezes uma entidade precisa ser considerada fundamental, não sendo explicada em termos de entidades mais simples. Ao invés disso, se cria uma teoria de como uma entidade fundamental se relaciona com o mundo. Tudo na teoria física é compatível com a ausência da consciência, portanto Chalmers (1995) afirma ser necessário fazer um acréscimo à ontologia física e compreender a experiência enquanto uma propriedade fundamental do universo. O filósofo acredita que uma teoria não redutiva da experiência irá especificar princípios básicos, nos mostrando como a experiência depende de elementos físicos do mundo. Esses princípios psicofísicos não poderão interferir com as leis da física, visto que estas já são um sistema fechado. Ao invés disso, os princípios serão um suplemento à teoria da física, mostrando como processos físicos dão origem à experiência. Como as leis físicas por si não explicam a experiência, os princípios básicos da nova teoria terão que postular um ingrediente extra para construir uma ponte explanatória. Este ingrediente para Chalmers é a informação. Dennett é um filósofo americano que investiga os processos mentais pela perspectiva de terceira pessoa e por esta não existem experiências subjetivas, apenas relatos de experiências. O filósofo deixa claro que osqualia não existem, apenas “parecem existir.” O indivíduo crê na existência dos mesmo, como uma máquina faria se assim fosse programada para crer. Dennett poderia até afirmar que não existem experiências subjetivas, mas faltaria ainda uma explicação de porque essas experiências “parecem existir”. Este trabalho comenta a posição de Dennett e Chalmers frente ao problema da experiência. Enquanto Dennett foge do problema, Chalmers precisa de ampliações da física para resolvê-lo. Como consideração final é proposto que talvez a experiência não seja algo que desafie nosso mundo físico exigindo novas entidades, mas sim nosso conceito de existência, de perspectiva e do que significa ser um sistema biológico ou um estado funcional. A revisão e ampliação conceitual pode ser uma rota menos perigosa para a resolução do problema, por não negar o fenômeno como Dennett nem ampliar a física como Chalmers. A NATUREZA DA IMAGEM: ENTRE O REAL E O FRACTAL

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LIMA, Fabio Rogerio Batista1; SANTOS, Plácida L. V. A. da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected]. Os seres humanos desde a pré-história fizeram uso da imagem para se expressar e se comunicar com outros povos. Essa forma de comunicação, transformou-se no decorrer dos tempos, junto com os suportes e as técnicas. Contudo, a consciência desse presente implica nos suportes e técnicas deste presente, pois ninguém esta a salvo das influências sobre a percepção que esses mesmos suportes e meios tecnológicos nos impõe. O período atual atingiu o estagio de revolução eletrônica que providencia um universo da informação (imagética) e do conhecimento através de tecnologias que operam de modo análogo ao cérebro humano em alta velocidade. Com o avanço da tecnologia, a produção, armazenamento e disseminação da informação imagética cresceu exponencialmente. Isso é visível nos meios de comunicação de massa. Dessa forma, a fotografia, o cinema, a televisão e as chamadas imagens infográficas transformaram radicalmente nossa relação com o espaço e o tempo, como nos diz André Parente (1999) “ a rede eletrônica informatizada não para de sintetizar cada vez mais o tempo”, e também a maneira como vemos a arte, a pintura especificamente, pois afetou a estética da obra. Grande parte das análises das novas imagens infográficas supõe uma relação causal direta entre novas tecnologias e novas linguagens, nova estética ou, como se costuma dizer um novo patamar da imaginação e contemplação do belo. O Hic et nunc ( o aqui e agora ) tão comentado por Walter Benjamim (2000) nos aguça novas reflexões. É neste sentido que caminha a explanação deste trabalho, de modo descritivo e exploratório e embasado na Ciência da informação e na semiótica Peirceana buscou-se sintetizar a natureza da imagem desde épocas pré-históricas até os dias atuais, e levar a reflexão de que novas imagens, requer novas tecnologias e com elas novas formas de vermos o mundo de informação imagética que nos cerca. Palavras-chave: Imagem. Tecnologia de Informação e Comunicação. Ciência da informação. Comunicação visual. A CONSTITUIÇÃO DA CONSCIÊNCIA A PARTIR DO PARADIGMA DA AUTO-ORGANIZAÇÃO LIMA, Orion Ferreira. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Botucatu. [email protected]. Neste trabalho nos propomos analisar o conceito de consciência a partir do paradigma ecológico. Nenhum aspecto da mente humana é fácil de se investigar. A consciência pode ser considerada o mais complexo, na medida em que sua natureza permanece envolta em muitos mistérios. Há quem diga ser insolúvel e outros preferem considerá-la intratável. Cremos que não é fácil encontrarmos uma resposta ao problema da consciência. Nem o dualismo nem o materialismo encontraram respostas satisfatórias. Desse modo, aventamos a hipótese de que seria possível pensarmos não mais em um modelo teórico reducionista da mente, mas num modelo que valorizasse uma abordagem sistêmica do organismo.O termo sistema pode ser compreendido como um composto, um complexo ou totalidade, cujas partes mantêm relação entre si, constituindo uma organização. (Broens, 2007). A idéia de uma teoria da generalidade não pretende rever o positivismo de unificação das ciências, pois, por si, a sistêmica não admite o reducionismo. Na medida em que se dão as interações dos sistemas com o ambiente, novas formas podem surgir, cujas propriedades são distintas de suas partes. O homem encontra-se em contínua interação com o meio, de modo que há uma mútua influência entre mundo exterior e mundo interior da mente. Esse universo interior inclui o a criação de cultura e a linguagem simbólica. O que ocorre é que a consciência manifesta a organização de sistemas vivos de alta complexidade. A concepção de um sistema auto-organizado nos permite pensar constantemente na novidade. Segundo Debrun (1996), há auto-organização quando elementos distintos ou semidistintos começam a compor ou recompor uma forma ou sistema por meio de interações livres, sem um supervisor que controle o sistema. Para Debrun há dois tipos de auto-organização, a primária e a secundária. O que caracteriza a auto-organização primária é a ausência de um centro controlador. A novidade decorre de um processo de interação entre elementos totalmente distintos entre si. Assim, a consciência resulta de um processo de auto-organização secundária, na medida em que não há um centro organizador dominante. Graças a essa extraordinária integração sistêmica entre organismo e meio que podemos pensar a consciência como resultado de uma série intrincada de interações que se auto-organizam. Não há interações somente no interior do cérebro, mas na totalidade do organismo com o mundo. Ao que nos parece, tais

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concepções contribuem para uma compreensão mais científica da consciência e, portanto, mais clara dos eventos mentais. Não mais pensamos em uma consciência imutável e incorpórea, à la Descartes, mas numa consciência situada e incorporada em nosso mundo. Palavras-chave: Consciência. Auto-organização. Complexidade. Sistema. Organismo. MECÂNISMOS DE EVOLUÇÃO BIOLÓGICA: SELEÇÃO E AUTO-ORGANIZAÇÃO MASSMANN, Diogo Fernando1; LEITE, Samuel de Castro Bellini2. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1,2 Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. A evolução biológica dos organismos começou a ser proposta na era de Lamarck, Wallace e Darwin, três naturalistas que buscavam entender a origem da complexidade dos organismos biológicos. O século XX fortaleceu essas ideias com evidências empíricas para a evolução, principalmente entendida enquanto um evento regido por forças de seleção natural em ambientes de difícil sobrevivência, da forma descrita por Darwin em “As origens das espécies” (1859). O principal aspecto do Darwinismo é a proposta de que a complexidade surge da seleção natural dos organismos mais aptos a sobreviverem nos ambientes nos quais se encontram. As mutações aleatórias, descobertas após Darwin, parecia ser outra peça fundamental para entender como a variação fenotípica ocorre para ser moldada de acordo com pressões seletivas. Apesar disto, novas pesquisas sobre auto-organização do organismo biológico mostraram que a ordem interna dos seres vivos pode não ser apenas uma combinação de mutações aleatórias e a força da seleção natural. Kauffman (1991; 1993) propôs a existência de processos filogenéticos auto-organizadores que reforçam padrões estruturais e funcionais encontrados nos seres vivos. Para este autor a seleção natural escolhe dentro de uma amostra já com certa ordem resultante de processos auto-organizados. Frente a estas novidades, teóricos tomaram diversas posições distintas sobre o papel da auto-organização na evolução biológica, sendo que alguns até mesmo chegam a afirmar que a força da seleção natural seria mínima em comparação à ordem espontânea da auto-organização. O objetivo deste trabalho é apresentar, de acordo com os raciocínios de Pereira Júnior (et al, 2004) e Kauffmann (1991, 1993), como o fenômeno da auto-organização em sistemas biológicos é completamente compatível e até mesmo complementar à teoria da seleção natural darwinista. A PRIVACIDADE NO ÂMBITO DA “VIRADA INFORMACIONAL NA FILOSOFIA” MORAES, João Antonio de. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. Bolsista CAPES. [email protected] Este trabalho tem por objetivo investigar problemas que se destacam em torno da privacidade no âmbito da “virada informacional na Filosofia”. Nosso ponto de partida é a hipótese segundo a qual novos rumos estariam sendo delineados na pesquisa filosófica, tendo como base o conceito de informação no tratamento de questões clássicas, tais como: qual a natureza da mente? O que é o conhecimento?; entre outras. No mesmo viés, os impactos da “virada informacional” podem ser sentidos na sociedade; impactos esses exemplificados com a inserção de tecnologias informacionais na vida cotidiana (e.g., celulares, notebooks), da qual emergem novos problemas e padrões de conduta. Tais impactos, tanto no âmbito de estudo filosófico-científico, quanto na sociedade, são responsáveis pelo surgimento de uma nova área de investigação na Filosofia denominada Ética Informacional (Floridi [2005b, 2008, 2009a]; Capurro [2006, 2010]; Ess [2006, 2008]; Brey [2007]; Himma [2008]). Uma vez que a Ética Informacional se apresenta enquanto área de investigação em constituição, não há uma concepção única de Ética Informacional, mas um consenso sobre a necessidade de reflexão acerca de questões éticas relacionadas aos impactos da inserção de tecnologias informacionais na vida cotidiana. Um dos problemas centrais dessa área de investigação é o da privacidade. No âmbito informacional, a privacidade é analisada considerando a informação disponível, acerca de um sujeito, a partir da qual se equaciona o grau de autonomia que ele possui em relação às suas informações pessoais. O desenvolvimento de novas tecnologias informacionais, na medida em que aumenta a interação do sujeito com o meio (natural ou virtual), afeta seu grau de privacidade (Floridi, 2006b). Conforme ressalta Capurro (2005, p. 1), um dos principais fatores que motivaram o debate sobre a privacidade informacional é o desenvolvimento de tecnologias informacionais. Julgamos que este fator estaria constituindo uma “sociedade da vigilância”,

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que envolve noções como as de ‘controle’, ‘subjetividade’, ‘autonomia’ e ‘proteção de informação’. A “sociedade da vigilância” pode ser exemplificada, principalmente, pela computação ubíqua. Este termo foi introduzido por Weiser (1991, p. 94) para denominar os processadores de informação disseminados na vida diária dos indivíduos, captando, armazenando e transmitindo informação sobre eles o tempo todo. Uma característica central da computação ubíqua é ser espalhada, sem um centro controlador específico, atuando, na maior parte das vezes, sem a consciência atenta dos indivíduos. Tendo em vista a influência da informação disponível no meio no direcionamento das ações, a nossa hipótese inicial é que: a inserção de tecnologias informacionais na vida diária da sociedade promove o surgimento de novos padrões de conduta. A partir de tal hipótese, a questão central que surge é: como a inserção de tecnologias informacionais na vida cotidiana dos indivíduos tem afetado a noção de privacidade do senso comum? Até que ponto tais tecnologias contribuem para a invasão, proteção e desejo de privacidade? Julgamos que a análise de problemas éticos no domínio da Ética Informacional pode contribuir para a compreensão de novos rumos da pesquisa filosófica na "Sociedade da Informação". AS IMPLICAÇÕES ÉTICAS DA TECNOLOGIA NA EMERGÊNCIA DO SELF NÃO CONCEITUAL MORONI, Juliana; GONZALEZ, Maria Eunice Quilici Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected]. O objetivo desse trabalho é estudar o self não conceitual no contexto da Ética Informacional, tendo em vista os seguintes problemas: 1 - Como caracterizar o self não conceitual? 2 - Quais as possíveis implicações éticas da uso da informação tecnológica na constituição do self não conceitual em ambientes virtuais? A hipótese central que norteará o desenvolvimento desse trabalho é que o self não conceitual, em ambientes virtuais, pode sofrer alterações a fim de criar possibilidades de emergência de um outro tipo de self não conceitual, neste caso, virtual. Pretendemos questionar as implicações positivas e negativas da influência das tecnologias na constituição do self não conceitual através da elaboração de uma ética voltada ao estudo das ações dos seres humanos em ambientes virtuais. Procuramos mostrar que investigações acerca do self não conceitual se tornam relevantes, uma vez que, segundo Floridi (2009), nos ambientes virtuais as relações agente-ambiente são deslocas do eixo estritamente material para o informacional, o qual focaliza as organizações e as disposições, não necessariamente materiais. Julgamos que um dos problemas em se caracterizar e definir o self não conceitual em ambientes virtuais se deve a que ele pode ser tornar confuso, uma vez que, segundo Floridi, em determinadas situações, o anonimato, proporcionado pelas tecnologias digitais, faz com que o indivíduo não se sinta responsável pelas suas ações, visto que, no ambiente virtual, essas ações podem não ter consequências reais. Essa situação, proporcionada pelos jogos virtuais, por exemplo, ilustra possíveis dificuldades em se estabelecer uma ética na sociedade. Por outro lado, segundo Gonzalez e Kobayashi (2011), o anonimato proporcionado pelas tecnologias digitais também pode propiciar a disseminação de informação útil que serve para reforçar a identidade pessoal de determinado grupo que sofre algum tipo de opressão pela sociedade, divulgar qualquer forma de discriminação ou violência, manter os laços de amizade entre pessoas que se encontram geograficamente distantes, entre outros. Desenvolveremos a tese de que oself não conceitual pode ser estudado com base na concepção de Capurro (2002; 2010) de que as emoções conectam os seres humanos, sendo essenciais para a elaboração de uma Ética Intercultural. A partir desta concepção, procuramos entender os padrões emocionais que conectam os seres humanos. Consideramos que o estudo dos padrões emocionais e sua relação com a concepção de self não conceitual é fundamental para a compreensão da emergência da identidade pessoal e da dinâmica dos processos que regem as relações nos ambientes virtuais. Palavras-chave: Informação. Self não conceitual. Padrões Emocionais. Ética Informacional. ARTE, TECNOLOGIA E MEDIAÇÃO CULTURAL: UMA ABORDAGEM DO POP JAPONÊS NAKAMURA, Mariany Toriyama. Programa de Pós Graduação da Escola de Comunicações e Artes - ECA/USP. [email protected] O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação transformou a sociedade não apenas no que toca a produção, circulação e recepção de produtos simbólicos, mas tornou mais complexo o cenário atual para as noções de estética e arte. Segundo Gianetti (2006) o avanço das tecnologias digitais possibilitou

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novas formas de criação e percepção artística que elevam as discussões sobre novos paradigmas estéticos e modificam as noções de autor, observador, objeto de arte e originalidade. A constituição de uma arte mais participativa e comunicativa entrelaça fortemente a idéia de mediação cultural. Para Teixeira Coelho (2004) e Davallon (2007), a mediação cultural é definida como o processo de aproximação do público a obras de arte e saberes culturais visando facilitar sua compreensão. No atual contexto, onde não há limitações espaciais que impeçam a interação entre as pessoas, a mediação incorporou novos significados e ações. A possibilidade de construção coletiva de conhecimento e a estruturação de uma sociedade em redes alteram a compreensão existente de informação, segundo Almeida (2009) as TICs permitem a constituição de espaços de circulação da informação menos hierárquicos possibilitando que o consumidor cultural, possa ser também um mediador. Kusahara (2009), da vertente pop, aponta a característica da cultura japonesa de não estabelecer limites entre a arte erudita e a arte popular. Segundo a autora, no final do século XIX, quando foi introduzido o sistema ocidental de arte e educação artística, por 100 anos a arte contemporânea japonesa não apresentava traços notáveis de seu passado histórico, o que vem mudando na geração de jovens artistas mais atentos ao sentido de “niponicidade”. O gosto natural pela tecnologia compõe uma forte cultura digital que aponta uma postura positiva com relação à tecnologia ao invés de negativa ou crítica. A relação da arte com a indústria também é uma característica que altera o sentido de produção e consumo de bens culturais. A ligação entre arte e tecnologia continuará a se desenvolver assim como os processos de mediação cultural que agora devem ter no público um potencial para compreender as obras. A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO IMPLÍCITA E A ÉTICA EM INFORMAÇÃO NETO, João Arlindo dos Santos1; JÚNIOR, Oswaldo Francisco de Almeida2; PAULA, Thaís Regina Franciscon3. 1Graduando em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina, 2Professor associado da Universidade Estadual de Londrina, professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília, 3Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista PIBIC/CNPq. 3Bolsista CAPES. O trabalho discute aspectos da Ética presente na Mediação da Informação Implícita, tendo como base o fazer cotidiano dos profissionais da Biblioteconomia e Ciência da Informação. Considera que, - frente a uma sociedade imediatista que passa por um momento de crise das profissões, de reorganização e reestruturação das áreas do conhecimento humano, ao avanço das tecnologias de informação e comunicação, - a mediação da informação no trabalho do bibliotecário é imprescindível na busca da informação pelo indivíduo. Partiu de um levantamento bibliográfico, dos termos Mediação, Mediação da Informação, Mediação da Informação Implícita e Ética em informação. Faz uma discussão em cima dos conceitos, sob uma abordagem qualitativa. Os conceitos de Mediação da Informação e Mediação implícita dão-se no âmbito da interferência (explícita ou implícita) realizada pelo profissional da informação em todos os serviços e produtos oferecidos em unidades informacionais. Sendo assim, a mediação da informação é toda ação realizada pelo profissional, consciente ou inconsciente, realizada individual ou em grupo, que busque propiciar a apropriação da informação. Deste modo a interferência se dá quando o profissional envolvido na mediação da informação, que não é neutro, recebe influência do leitor e o influencia também. Para Almeida Júnior, tendo a mediação como diretriz, como norte, como objeto, o bibliotecário pode alterar, pode transformar sua ação social, não a ideal, mas a real. Para o autor, a mediação determina todo e qualquer fazer do profissional da informação. Embora a mediação implícita da informação seja uma prática tão presente no cotidiano do bibliotecário, é ainda pouco discutida e um tanto não valorizada. Outra preocupação é a questão do bibliotecário não perceber a mediação em momentos distintos, momentos estes que necessitam da interferência deste profissional. “LEITURA MENTAL” E PROPOSICIONALIDADE OLIVEIRA, Guilherme Sanches. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de São Paulo. Bolsista CAPES. [email protected] O termo “leitura mental” (em inglês “mind-reading”) é comumente relacionado à telepatia, atividade paranormal que supostamente permite a alguém acessar o conteúdo mental privado de outras pessoas. Este sentido, advindo do polêmico campo da parapsicologia, é visto com ceticismo pela comunidade científica; outro sentido, porém, empregado na filosofia e nas ciências cognitivas, aponta para algo que é exercido por todas as pessoas o tempo todo, e que, de tão comum, muitas vezes passa desapercebido. Em nossa

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experiência cotidiana, nós frequentemente fazemos julgamentos sobre o que se passa na mente de outras pessoas, e apenas por meio de seu comportamento “exterior” atribuímos-lhes estados “interiores” comocrenças, desejos, intenções: isso ocorre, por exemplo, quando tentamos entender o que um bebê deseja mas ainda não sabe dizer, ou quando pretendemos decifrar nas entrelinhas o que um amigo realmente pensa mas não quer dizer. Em “Mindreading” (Oxford, 2003), Shaun Nichols e Stephen Stich tentam explicar esse fenômeno construindo um quadro teórico a partir de duas suposições básicas: primeiro, a ideia de que nossa arquitetura cognitivabásica se divide em crenças e desejos, os quais “diferem funcionalmente porque são causados de maneiras diferentes e possuem diferentes padrões de interação com outros componentes da mente” (p. 13); segundo, o enfoque representacional de que estas (e outras) atitudes proposicionais são estados relacionais. De acordo com esta segunda suposição, “possuir uma crença ou desejo com determinado conteúdo é ter uma instância[token] representacional com aquele conteúdo armazenado na mente de maneira funcionalmente apropriada”. Por exemplo: “crer que Sócrates era ateniense é possuir uma instância representacional de conteúdo Sócrates era ateniense armazenado na 'Caixa de Crenças', e o desejo de que amanhã será ensolarado é ter armazenado na 'Caixa de Desejos' uma representação cujo conteúdo é Amanhã será ensolarado” (p. 15). Partindo dessas duas suposições fundamentais, Nichols e Stich constroem uma teoria abrangente sobre nossa capacidade de “ler mentes”, os mecanismos envolvidos em seu desenvolvimento e até resultados experimentais que parecem corroborar a proposta em questão. Mas, embora sua proposta sobre a “leitura mental” seja convincente, uma dúvida permanece sobre suas suposições. Neste trabalho daremos especial destaque à crítica do caráter relacional das atitudes proposicionais, acerca do qual Robert Matthews argumenta: “dizer que um sujeito possui certa atitude proposicional é dizer que o sujeito está em uma relação substantiva a uma proposição (sentença, etc) tanto quanto dizer que um objeto que possui massa de 5 quilos é dizer que tal objeto está em uma relação substantiva com o número 5”. Matthews sugere que proposições, assim como números, são entidades abstratas, e que são usadas para representar certos estados psicológicos, e não “objetos” de tais estados. Nichols e Stich garantem que não estão comprometidos com uma visão linguística ou quase-linguística da atribuição de crenças e desejos, mas é inegável o caráter proposicional presente em sua teoria de “leitura mental”. ESTUDO SOBRE INFORMAÇÃO, SOCIEDADE E TÉCNICA NA NOVA AURORA DO CIBERESPAÇO OLIVEIRA, Walter Clayton; VIDOTTI, Silvana Ap. B. G. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. O defrontar dos desafios, derivados da propagação da cultura digital, universal, com que estamos atualmente a ser confrontados e os que se aproximam no futuro, exigem a tomada de posições esclarecidas e reflexivas acerca dos aspectos que condicionam as maneiras de ser, de viver e de pensar. E, em particular, na Ciência da Informação originam atitudes e atuações técnico-cientifícas consentâneas com as atuais necessidades informacionais com as situações que envolvam o movimento da informação em um sistema de comunicação humana requeridas de momento. A atual cultura tecnológica nos coloca, de modo indesmentível, perante a toda uma série de acontecimentos, de situações e de vivências, os quais, ao apanharem-nos desprevenidos, podem fazer com que nos sintamos a participar numa viajem mágica, errante e labiríntica, pelos mundos ciberespaciais. Uma viagem que tanto pode afastar-nos dos percursos reais da vida, como evadir-nos do mundo imediatamente material, a favor da aventura (des)humana pelo império (des)encantado das redes digitais. E, nesta, a simulação, a ubiquidade e a interatividade, arrastam-nos para uma dimensão técnica da existência, ou seja, para um (in)sustentável modo de vida no seio de uma (i)realidade (in)certa. Neste quadro conjuntural acima descrito, incidimos a nossa análise, de modo particular, no ciberespaço. Esta atenção prende-se, em termos gerais, pelo modo como este espaço virtual tem vindo a ser observado e, mesmo, utilizado nos diversos contextos pessoais e sócio-culturais, na atualidade. Também pelas potencialidades que abriga e reveste a Ciência da Informação para uma utilização, cuidada e equilibrada, em prol de um campo científico menos reativo e mais interdisciplinar e atraente. Ainda, devido à necessidade imperiosa que sentimos em que sejam (re)equacionadas questões decisivas sobre esta cultura eletronica emergente e que, paralelamente, vigore um pensamento crítico e interrogativo acerca da técnica e de uma possivel hermeneutica da Ciência da Informação. Entendemos consistir, o ciberespaço, um sinal significativo e paradigmático do deslumbramento contemporâneo, suscetível, por um lado, de consolidar e dar motivo à idolatria, a um otimismo pragmático e, por outro, a utopias de libertação e de igualização. Por outro lado, o

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percebemos como um campo propício para serem efetuadas desmistificações e alertas, nomeadamente do perigo de formas de atuações unidimensionais e redutoras, capazes de direcionarem os estilos de vida e a formação socio-informacional para estritos contextos virtuais. Estes, por si sós, e sem simbiose com outras práticas alternativas complementares, tornam-se incapazes de conduzir à infindável aventura do saber e da realização humanas. Nesta medida, focando o fenomeno cultural e interplanetário ciberespaço, pretendemos propor e questionar a situação existencial do homem no mundo atual, universalmente, e esclarecer quais os contextos da técnica e os processos cibercomunicacionais viáveis, com vista à prática efetiva de uma Ciencia da Informação integral que não escamoteie a dimensão hermeneutica, ética e ontológica, em particular. DISPOSITIVOS TECNOLÓGICOS E OS PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: AS LEITURAS E ESCRITOS DA UNATI-MARÍLIA NO AMBIENTE VIRTUAL PAIVA, Simone Borges. Programa de Pós Graduação da Escola de Comunicações e Artes - ECA/USP. [email protected]. “O que fazer com todas as coisas que não sei manipular?” A fala é de uma idosa e revela suas incertezas diante dos vários dispositivos tecnológicos oferecidos atualmente. O que fazer se não há a habilidade para manusear tais dispositivos? E serão eles tão importantes para a rotina dos idosos? Homens e mulheres com idade superior a 55 anos experimentaram a vida, a passagem do tempo e a vivência dos dias com um ritmo cadenciado, ordenado, linear. A geração atual experimenta uma mudança sensível nos modos de percepção do mundo, a partir do enfoque das tecnologias onde a urgência do novo é constante. O contexto ofereceu subsídios para o desenvolvimento do presente trabalho, que refletiu sobre as relações entre os processos de mediação da informação e os dispositivos tecnológicos, em especial o computador, assumindo que as práticas de leitura e de construção textual em ambientes virtuais poderiam auxiliar na apropriação destes dispositivos pelos idosos. Tal ação justificou-se que na medida em que homens e mulheres recorrem cada vez mais ao seu uso das tecnologias, sem apreender tais recursos de modo a atribuir signficados. Vygotsky contribuiu para a percepção do processo histórico que se amplia por meio dos aspectos socioculturais e das ações de mediação que complexificam o desenvolvimento dos sujeitos. Almeida Jr contribuiu para a compreensão para das ações culturais no âmbito das Bibliotecas e da Ciência da Informação, além de oferecer subsídios para uma percepção mais abrangente acerca das trocas simbólicas entre os sujeitos e os diversos suportes informacionais. A fundamentação teórica contribuiu para a articulação das atividades empíricas que foram direcionadas para os participantes do Grupo de Leitura da Universidade Aberta à Terceira Idade – UNATI – UNESP – Marília, homens e mulheres com idade acima dos 60 anos. Os idosos participaram de uma Oficina para criação do Blog Conto Prosa, espaço idealizado para divulgação dos escritos e discussões de leitura construídas coletivamente no âmbito da Oficina de Leitura. Para a coleta de dados, utilizamos a pesquisa-ação. A mediação foi apresentada como uma ação intervencionista que, ao introduzir um elemento intermediário numa relação de estímulo e resposta, provoca uma ruptura na ação e reorganização com vistas ao restabelecimento do equilíbrio. No contexto da Oficina, constatamos que há uma relação corpórea entre os sujeitos, os suportes. Enfocando a relação sujeito suporte, notamos que o contato é necessário. O manuseio permitiu a modelagem do o suporte, dando a ele as características que lhes são favoráveis, assim uma ação que remodela e atualiza o homem e que reinventa o instrumento a partir das ações empreendidas. FILOSOFIA ECOLOGICA E CONHECIMENTO COMUM A PARTIR DE UMA COMPREENSAO AUTO-ORGANIZADA PANTALEAO, Nathália Cristina Alves1; PEREIRA, Paulo Henrique Araújo Oliveira2; BROENS, Mariana Claudia3. 1,2Graduando em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 3Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1,2Bolsista PIBIC/CNPq. [email protected], [email protected], [email protected]. O objetivo deste trabalho é analisar a relevância e alcance cognitivo do conhecimento comum, relacionado diretamente com a experiência cotidiana. Para tal, nos valeremos dos pressupostos da ecologia informacional (Gibson, 1986), que considera os organismos como agentes situados no mundo estabelecendo relações significativas com este, sem a mediação de representações mentais internas. De acordo com perspectivas filosóficas clássicas, o conhecimento é essencialmente de natureza proposicional, produzido por seres humanos portadores de linguagem. A nosso ver, a perspectiva tradicional acerca do conhecimento exclui do

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conjunto de produtores de conhecimento os organismos incapazes de formular proposições. Como apontam Broens e Gonzalez (2006), existem ferramentas cognitivas do âmbito do conhecimento comum que são utilizadas por organismos em suas estratégias de interação ambiental. Tais ferramentas não são de natureza proposicional, são incorporadas e estão diretamente relacionadas às capacidades de percepção/ação manifestadas pelos organismos.Tais formas de conhecimento comum não podem ser concebidas como crenças verdadeiras justificadas (como ocorre com o conhecimento proposicional defendido pela abordagem epistemológica clássica), mas como disposições que surgiriam através da interação organismo e meio ambiente. Nesse sentido, sugerimos que o conhecimento comum se caracteriza em termos das relações que se estabelecem entre agente e mundo, a partir das quais se tornam possíveis certas affordances. As affordancesse referem àspossibilidades de ação disponíveis no meio para os organismos. As affordances englobam a própriocepção e a exterocepção – a informação referente ao animal e a informação do ambiente– simultaneamente à percepção/ação. O conhecimento comum, então, pode ser visto como a criação, preservação e quebra de disposições baseadas na troca contínua de informação entre o organismo e seu meio. Um elemento fundamental que permite mudanças é a captação dos parâmetros de controle e de ordem (Haken, 1983; Haselager, 2000) que fazem referência às organizações do meio e dos organismos. O primeiro é formado por aqueles que influenciam o comportamento dos organismos sem exercerem um papel necessariamente causal. O segundo constitui os padrões de comportamento resultantes das interações entre os componentes de um sistema. Quando esses padrões são estabelecidos direcionam o comportamento dos elementos do sistema. Nesse contexto, entendemos que a informação, ao englobar esses parâmetros,pode ser caracterizada como um processo auto-organizado que permite o estabelecimento/quebra de padrões de ação dos organismos. Por fim, defenderemos que o comportamento bem sucedido dos organismos é uma conseqüência de processos planejados com base no conhecimento comum não proposicional e não se restringem ao domínio humano. COLEÇÕES DE LIVROS: UM ESTUDO SOBRE PARTICULARIDADES PEDRÃO, Gabriela Bazan. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. Bolsista CAPES. [email protected]. Esta pesquisa é baseada no projeto de mestrado, em andamento, que buscará tratar mais profundamente as questões que cercam o mundo do colecionismo, coleções e colecionadores, tratando-os de uma forma mais específica: As coleções de livros. No decorrer da pesquisa será explicado com mais enfoque de onde e como surgiram as coleções, seus tipos e modos. Será discutido também um pouco sobre o livro como objeto, um pouco de sua história e características dos colecionadores específicos de livros, os bibliófilos. Mas, afinal, o que é uma coleção? Qual a diferença entre o mero acúmulo, a junção desordenada, e as coleções? Essas e muitas outras questões são freqüentes quando tratamos desse tema. Para o desenvolvimento e estudo de um trabalho que trata de coleções e livros como centro da pesquisa, a pesquisa bibliográfica junto de entrevistas se mostram instrumentos adequados. Levando em consideração a temática, em um primeiro plano, usamos como base da pesquisa entrevistas já realizadas com pessoas que possuíssem coleções de livros ou bibliotecas pessoais para conversarmos sobre o assunto e as particularidades de cada pessoa quanto à sua coleção. Assim, junto da bibliografia base foram utilizadas essas entrevistas com 19 questões, para cada entrevistado dizer o que achasse válido e importante. As questões abrangem diversos detalhes do colecionador e da coleção, de maneira que o entrevistado conte sua história a partir do momento em que começou a colecionar, passando pelos seus motivos, livros preferidos, empréstimo, aquisição de itens, como se organiza e até seus sentimentos sobre essa coleção ou biblioteca. É possível ver com essa pesquisa que, mesmo com semelhanças devido ao gosto comum de colecionar, os colecionadores de livro se diferenciam dos demais tipos. Notamos principalmente o apego à base conceitual do livro, como objeto de conhecimento e que transmite conhecimento. Um status elevado e muitas vezes tido como objeto de admiração pelo colecionador, que o utiliza como fonte de pesquisa e ao mesmo tempo o guarda como objeto de beleza e devoção. Com essa pesquisa foi possível realizar um estudo mais próximo e pessoal com a atividade colecionadora. Foi possível ver de perto que colecionar envolve muitas atividades em uma só. Vemos ainda que os colecionadores buscam atingir algo através de sua coleção, seja possibilitar a leitura a outras pessoas, dar a oportunidade de conhecer e descobrir esse mundo, seja o uso pessoal, crescimento individual como uma pessoa com mais conhecimento disposta a passar esse conhecimento a outras. Assim, as coleções formam uma ponte entre nosso mundo limitado e outro muito mais abrangente e rico, como imagem reflexa do colecionador, com suas regras e seu próprio poder.

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Palavras-chave: Coleção. Colecionismo. Livros. CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOÇÃO DE CONHECIMENTO PROPOSTA PELO "PENSAMENTO COMPLEXO" DE EDGAR MORIN PILAN, Fernando Cesar1; CUSTÓDIO, Pollyana Agata Gomes da Rocha2. 1Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 2Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1,2Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected]. Nosso trabalho pretende apresentar alguns elementos da filosofia de Edgar Morin que nos oferecem uma concepção de conhecimento contrária aos padrões clássicos. O pensamento complexo, teoria proposta por Morin, tem como um de seus principais objetivos levar o pensamento ocidental a se questionar sobre a possibilidade de um novo modelo de compreensão da natureza do conhecimento, apontando para o que ele mesmo chama de um novo paradigma. Morin discorda da visão metodológica de Descartes e propõe um método de conhecimento que não seja tão redutivo e simplificador como o método analítico cartesiano. O problema central do método analítico seria o pressuposto de que para conhecer é preciso separar. Quando a ciência moderna considerou somente coisas ordenadas como condição de possibilidade do conhecimento, descartando a relevância epistemológica da desordem, ela se equivocou, pois para o pensamento complexo, a desordem é tão relevante quanto a ordem. Neste sentido, uma concepção mais adequada e real do mundo precisa levar em consideração ordem e desordem, determinação e acaso. O pensamento complexo propõe uma noção de conhecimento na qual se trate a complexidade do real - seu caráter auto-organizador e auto-eco-organizador. O autor nos apresenta o chamado princípio dialógico como ferramenta que possibilita esta compreensão do universo. Esta dialógica, através de inumeráveis inter-retroações, está constantemente em ação nos mundos físico, biológico e humano. A dialógica permite assumir racionalmente a associação de noções aparentemente contraditórias para conceber um mesmo fenômeno complexo. Assim, o pensamento complexo vê as oposições como complementares e não excludentes. Podemos afirmar que o pensamento complexo se trata de um convite à uma nova postura epistemológica por parte daquele que conhece, que leve a eliminação da concepção de fixidez, em prol de uma concepção de conhecimento dinâmico, em constante transformação. Em suma, o pensamento complexo traz novidades, principalmente ao propor uma abertura à elementos como incerteza e desordem no âmbito do pensamento ocidental. A teoria do pensamento complexo de Edgar Morin parece contribuir para o estabelecimento de um novo paradigma ao apontar para a necessidade de uma nova postura teórica na compreensão da natureza do conhecimento. BOM SENSO: TEORIA CLÁSSICA E PRAGMÁTICA REINO, Thaisa Albuquerque; FERREIRA, Nicholas Gabriel Minotti Lopes. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. Bom senso é uma qualidade mental freqüentemente atribuída àquelas pessoas que mostram um elevado grau de sucesso na realização de suas ações em diversas situações. Neste trabalho problematizaremos a concepção mentalista clássica de bom senso e suas possíveis conseqüências no plano da ação com o objetivo de propor uma concepção pragmatista de bom senso. Para isso, analisaremos a relação do bom senso com as noções de hábito e experiência como concebidas por Dewey (1909, 1922) e também com a noção dehábito proposta pelas teorias Sistêmica e da Auto-Organização (Bertalanffy, 1979; Debrun, 1996; Bresciani e D´Ottaviano, 2000). Classicamente o bom senso pode ser entendido como a faculdade de discernir entre o verdadeiro e o falso mediante a aplicação da razão para julgar ou raciocinar em cada evento da vida. Tal caracterização encontra aporte no Discurso do Método no qual Descartes aponta que: “o bom senso é a coisa do mundo mais bem partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que têm”(1996, p. 65). Entretanto, emergem algumas dificuldades de análise no plano da ação, uma vez que Descartes considera o bom senso como atributo único da razão, isto é, da mente ou substância pensante, sendo ele, portanto, uma faculdade intrinsecamente humana e absoluta. Como exemplo de tais dificuldades podemos apontar a adequação ou inadequação da ação de um individuo em contextos específicos (lingüístico, científico, cultural) que não sejam os seus contextos de origem. Tais contextos possuem

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especificidades constituídas ao longo do tempo e compartilhadas entre os membros componentes do grupo, estando sujeitas à constantes atualizações e adequações. Para superar tais dificuldades propomos que a noção de bom senso passe a ser analisada sob a ótica pragmatista de John Dewey (1909). Dewey propõe que a dinâmica de criação, estabilidade e mudança de hábitos permite um permanente refinamento de todas as condutas através das adversidades: “todas as virtudes e vícios são hábitos que incorporam forças objetivas. Eles são interações de elementos contribuídos por uma formação de elementos individuais supridos pelo mundo exterior.” (Dewey, 1922, p.16). Dessa maneira uma ação adequada se originaria na interação indivíduo-ambiente e ocorreria de modo a favorecer o equilíbrio ou a manutenção do sistema indivíduo/meio. A noção de bom senso extrapola a capacidade de discernir o certo do errado, nesse sentido estaria diretamente relacionado à percepção do meio e do conjunto das ações dos elementos que o compõem. Assim uma ação seria expressão de um bom senso quando fosse reconhecidamente adequada em determinado contexto satisfazendo, mesmo que provisoriamente, as necessidades do agente/indivíduo sem afetar o equilíbrio do meio (macro-sistema). Desse modo, o bom senso não envolveria tanto uma reflexão previa necessária sobre um determinado tema, lugar ou situação, mas a capacidade de interação pragmaticamente eficaz do indivíduo com o ambiente em que se insere. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NAS EMPRESAS: DESENVOLVIMENTO DE TAXONOMIAS E ONTOLOGIAS RIBEIRO, Camila; MUCHERONI, Marcos Luiz. Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação da Universidade de São Paulo. caribeiro@gmail, [email protected]. Pode-se observar na literatura de Gestão do Conhecimento uma crescente preocupação com o conhecimento gerado nas organizações, mas pouco, ou quase nada se fala da organização e da representação desse conhecimento no ambiente empresarial. Nonaka (2000) fala da empresa criadora do conhecimento e da importância do processamento da informação para melhor utilização e efetivação do aprendizado nas organizações, entre outros autores ressaltam essa importância, as taxonomia e ontologias podem dar um novo alento a esta questão. Com o objetivo de apresentar como se da o desenvolvimento e a aplicação das taxonomias e ontologias nas organizações, apresentamos uma revisão de métodos apresentados na literatura publicada até o momento. Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Ontologia. Taxonomia. VISUALIZANDO GRAFOS SOCIAIS DO SENADO BRASILEIRO (2007-2010) ATRAVÉS DE FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO RODRIGUES, Fernando de Assis1; SANTANA, Ricardo Cesar Gonçalves. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista CAPES. [email protected], [email protected]. A construção de ambientes democráticos pressupõe, entre outras características, a possibilidade de fluxos informacionais que permitam a maior visibilidade possível sobre a gestão da coisa pública. Nas democracias representativas, ampliar os mecanismos de controle da sociedade civil sobre a administração pública, significa ir além do voto (BOHMAN, 1996). Estes mecanismos de controle podem ser ampliados, incrementando-se as alternativas ao fluxo informacional entre as ações e decisões dos representantes e os representados. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) podem viabilizar este incremento. Apresenta-se, como exemplo, modelo proposto por Andrew Odewahn (2010), de visualização para afinidades dos senadores norte-americanos, usando como base a teoria dos grafos. Os dados primários das votações e os metadados contendo informações sobre os senadores, disponibilizados pelo projeto civil GovTrack, foram recuperados e, tratados por Odewahn através de uma matriz de afinidades, propiciaram a geração do grafo. O cálculo da matriz permitiu identificar o grau de afinidade dos senadores com a maioria, ou seja, com mais de 65% de votos iguais nas respectivas matérias, em um período previamente estipulado de dois anos. O próximo passo foi a construção de um gráfico, utilizando o GraphViz, que permitiu a exibição visual de ligações entre os senadores em função de seus votos, permitindo análise que revelou disparidade entre as premissas ensinadas sobre o conceito bipartidário do senado na formação acadêmica norte-americana; e os resultados obtidos, revelando um cenário em que apresentam-se grupos internos dentro das estruturas partidárias e também senadores que possuem ligações tanto com membros de seu partido, quanto a

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membros da oposição. A proposta deste artigo é apresentar os resultados de experiência com aporte deste modelo para o cenário brasileiro, utilizando os dados disponibilizados nos sítios oficiais do Senado Federal brasileiro, mais precisamente os metadados dos senadores e os dados primários de votações abertas, no período de 2007 a 2010. Houve necessidade de se atentar a questões específicas do modelo brasileiro, como o sistema multipartidário, a unidade de tempo de quatro anos, e o uso, apenas, das votações abertas à sociedade. Assim, foi possível analisar, de forma visual, questões mais detalhadas como a possibilidade que estes resultados sintetizados indiquem a existência ou não de afinidades entre partidos (e seus membros). A visualização resultante produziu um grafo que não identifica padrões de afinidade que aponte a existência de grupos interpartidários ou mesmo uma separação entre partidos da base tida como de apoio ao governo e os partidos de oposição. Ao comparar o resultado do grafo com um grafo utilizando um recorte anual, também não apresentaram padrão de afinidade que caracterizasse a existência de grupos de senadores. Não foi possível identificar se os senadores brasileiros apresentam afinidades estáveis entre si, apresentando variações significativas na composição das votações realizadas. Portanto, reforça-se que é fundamental o acesso aos dados primários das matérias do senado, garantindo o seu uso e análise por qualquer setor da sociedade. INFORMAÇÃO E ESTADO DE INFORMAÇÃO: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA RODRIGUES, Mariana Vitti1; GONZALEZ, Maria Eunice Quilici Gonzalez2. 1Graduanda em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 2Docente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista PIBIC/CNPq. [email protected], [email protected] O objetivo deste trabalho é analisar o conceito de informação e de estado de informação caracterizado por Charles Sanders Peirce. O autor inicia o estudo referente à noção de informação analisando a extensão e a profundidade atribuíveis aos conceitos e às proposições. Neste contexto, informação seria, como ressalta Silveira (2008), “o produto, ou área, da extensão e da compreensão dos conceitos e das proposições”. Por extensão de um conceito ou termo entende-se a classe de objetos ou sujeitos que um signo pode ser atribuído; já a profundidade de um conceito ou termo é o conjunto de predicados ou ideias que são atribuíveis aos objetos, estando no domínio da forma. Em decorrência deste estudo, pretendemos expor o que Peirce denomina de estado de informação: o estado no qual a informação é experienciada por um interpretante apto a recebê-la. Analisaremos o espaço de atuação do “estado de informação” que, segundo o autor, “está em alguma parte entre dois extremos imaginários”, numa extremidade temos “o estado em que fato algum seria conhecido, mas apenas o significado dos termos”, e no outro extremo estaria “o estado em que a informação equivaleria a uma intuição absoluta de tudo que existe” (1977, p.137). Para cumprir nosso objetivo analisaremos o texto de Peirce denominado “Três principais sentidos em que compreensão e extensão serão considerados neste ensaio”. Por fim, indicaremos alguns pressupostos básicos da filosofia peirceana para discutir o tema apresentado com o intuito de ampliar nosso conhecimento a respeito do conceito deinformação. Palavras-chave: Informação. Estado de Informação. Profundidade. Extensão. REPOSITÓRIOS DE DADOS ABERTOS NO APOIO À GESTÃO PÚBLICA SANTANA, Ricardo César Gonçalves. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected]. A gestão pública tem que enfrentar os desafios de um novo cenário em que as possibilidades de controle social devem ir além do voto e a comunicação com a sociedade não pode se limitar aos discursos (BOHMAN, 1996). É preciso que seja disponibilizada uma ampla gama de informações à sociedade, sobre decisões, ações e eventos, de forma espontânea, franca e rápida (IBC, 2011). Uma questão que surge é a de que uma solução possível seria disponibilizar ferramentas de visualização de informações diretamente nos sites oficiais. No entanto, no processo de construção da visualização dos dados, os efeitos pretendidos (CAMILO, 2010) podem interferir na interpretação dos conteúdos em função do direcionamento que é dado nas fases de aquisição, análise, filtro, tratamento, representação, refino e interação (FRY, 2007). Assim, uma solução, propiciada pelas TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), é colocar à disposição da sociedade os dados gerados pelos processos transacionais da administração pública. Estes dados devem atender a pré-

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requisitos para que possam ser localizados, acessados, tratados e utilizados diretamente por qualquer indivíduo ou organização. Em 2007, um grupo coordenado por Tim O’Reilly, apresentou um conjunto de oito princípios com o propósito de definir o conceito de Dados Governamentais Abertos. Segundo estes princípios, para que sejam considerados abertos, os dados devem ser completos, primários, atuais, acessíveis, processáveis por máquinas, não discriminatórios, não proprietários e livres de licença. Acredita-se que o uso de Dados Abertos pode tornar o processo de comunicação pública mais eficiente. Adotou-se, neste texto, divisão do contexto da comunicação pública em duas dimensões: uma identificada com a eficácia e outra com o a democracia. A primeira responsável pela representação da comunicação ligada às ações essencialmente técnicas e relacionadas com os atos administrativos na busca por gerir a coisa pública eficazmente (PINHO; NASCIMENTO, 2002). A segunda dimensão, ligada ao princípio da democracia, representa a comunicação que reflete questões da qualidade da atuação da gestão pública e da busca por características como as da gestão participativa (CAETANO, 1965; CAMILO, 2010). Para efeito de estudo, aplicou-se um recorte, restringindo a análise à dimensão eficácia. Este artigo se propõe a descrever o conceito de Dados Abertos e indicar a possibilidade de uso de repositórios de dados abertos, discutindo suas especificidades e tomando como base, um modelo simplificado da comunicação pública na dimensão eficácia, relacionado ao princípio da publicidade (MARTINS, 2008). Em um processo de disponibilização de dados abertos, o volume tende a ser grande e, ainda, apresentar grande variedade de estruturas e, respectivamente, de metadados que possam facilitar a localização, acesso e utilização destes conteúdos. Assim, justifica-se a implementação de aplicações tecnológicas (repositórios) que organizem estes conjuntos de dados e seus respectivos metadados viabilizando o processo de recuperação. Esta estruturação deve, ainda, prever e facilitar a interoperabilidade entre repositórios. Espera-se, como resultado deste estudo, maior divulgação do conceito de Dados Abertos e ampliação de esforços, por parte de administrações públicas, na disponibilização de soluções como os repositórios, que ampliem o controle social sobre a gestão pública. ABORDAGENS CONCEITUAIS DA INFORMAÇÃO A PARTIR DOS PARADIGMAS EPISTEMOLÓGICOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DA FILOSOFIA DA INFORMAÇÃO SANTOS, Amanda Sertori; OLIVEIRA, Etiene Siqueira; RASTELI, Alessandro; VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. Não existe definição de informação universalmente aceita não somente porque o fenômeno em si mesmo seja imensamente complexo, mas antes porque os pressupostos em que implicitamente baseamos a análise de tal fenômeno fazem variar sua natureza e seus contornos (ILHARCO, 2003). A partir da complexidade inerente à informação, o presente trabalho tem como objetivos apresentar os paradigmas epistemológicos da Ciência da Informação; e as vertentes da filosofia para o fenômeno informação. Os paradigmas epistemológicos da Ciência da Informação, propostos por Rafael Capurro (2003), possibilitam a contextualização das vertentes filosóficas predominantes que influenciaram a área. Os paradigmas físico, cognitivo e social permitem a observação dos pressupostos teóricos que fundamentaram as discussões entorno do objeto de estudos da área, que é a informação. A partir dos paradigmas epistemológicos, observa-se que há a necessidade, na área de Ciência da Informação, de investigar a natureza ontológica e epistemológica da informação, sendo tais questões concernentes as discussões nucleares da Filosofia da Informação, que visa à investigação crítica dos conceitos essenciais do fenômeno informação. O conceito de informação em sua abordagem tradicional, de acordo com a teoria matemática de comunicação de Shannon e Weaver (1948), têm suas preocupações centrais em torno da comunicação, da mensurabilidade e da quantidade de informação gerada em uma fonte, da capacidade do canal que a transmite, bem como da sua confiabilidade e efetividade na transmissão de dados (Gonzalez; Nascimento; Haselager, 2004). Já as vertentes filosóficas para o fenômeno informação, estudam a informação a partir de óticas não contempladas na teoria matemática, tais como a natureza ontológica e epistemológica da informação, e as questões éticas relacionadas ao uso da informação física e digital, já que a Filosofia da Informação se propõe a estudar os múltiplos aspectos relacionados à informação a fim de tentar compreender tal fenômeno holisticamente. Como o contexto contemporâneo da Filosofia da Informação é a sociedade pautada nas tecnologias de informação e comunicação, juntamente com o desenvolvimento da informação gerada, manipulada e distribuída pela tecnologia, é necessário resgatarmos a essência filosófica para refletirmos sobre nosso objeto de estudos, a informação, na medida que essa tem a potencialidade de construir conhecimentos.

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Palavras-chave: Filosofia da Informação. Epistemologia. Informação. Conhecimento. O PRONTUÁRIO DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DA COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE SANTOS, Daniela Cristina dos1; FERREIRA, Janise Braga Barros2. 1Graduanda do Curso de Ciência da informação e Documentação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 2Professora Doutora do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 1Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected]. Introdução: No Brasil, a saúde da família é uma estratégia de reorganização da atenção básica à saúde. Neste cenário, a coordenação da atenção, cuja essência é a disponibilidade de informações a respeito dos problemas de saúde e dos serviços acessados pelo paciente, apresenta-se como uma ferramenta para o alcance da equidade e efetividade das ações de saúde. Na saúde da família, o prontuário da família representa uma rica fonte de informações para a equipe de saúde desenvolver a coordenação da atenção.Objetivos: Analisar o prontuário da família e seu conjunto informacional e identificar a “percepção” da equipe de saúde frente à sistematização, uso e importância do prontuário da família para a coordenação e qualificação da atenção. Método: Estudo descritivo com abordagem qualitativa (pesquisa documental e análise de conteúdo). Resultados: A análise dos dados apontou que 100% dos sujeitos reconheceram a importância do prontuário de família para o atendimento do paciente. Os sujeitos relacionaram esta importância a vários fatores: possibilidade de recuperações de informações; ser fonte complementar de informações sobre a dinâmica familiar; ser instrumento que amplia a visão do médico acerca do contexto familiar e territorial; ser ferramenta auxiliar do planejamento da assistência individual e familiar; ser subsídio para a formulação de intervenção na comunidade e ser um documento que facilita o monitoramento do processo de trabalho. Observou-se pouca sistematização do uso e dos conteúdos informacionais do prontuário, pequena padronização do registro da informação, da classificação e do arquivamento dos prontuários. Conclusão: Ainda é incipiente o emprego efetivo do prontuário de família pela equipe de saúde. Faz-se necessária uma definição e sistematização dos conteúdos informacionais essenciais a este documento bem como uma melhor utilização para favorecer a coordenação e a qualificação da atenção. A incorporação da tecnologia de informação e comunicação pela implantação do registro eletrônico na ABS/SF apresenta-se com uma alternativa promissora de integração de seu amplo conjunto informacional, na perspectiva da coordenação e da construção da rede integral de atenção. No entanto, embora exista o reconhecimento de que a TIC possa favorecer a coordenação e, consequentemente, impactar satisfatoriamente a assistência, a gestão, a pesquisa e o controle social, esta ação demanda um esforço conjunto, das equipes de saúde, da informação e informática em saúde para que o suporte eletrônico esteja sintonizado às características e necessidades do modelo de atenção e de gestão da ABS/SF, bem como de toda a rede de saúde. Palavras-chave: Informação em saúde. Atenção básica. Saúde da família. Prontuário da família. AÇÃO SOCIAL E MUNDO VIRTUAL SILVA, Angela Maria Gomes. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de São Paulo. [email protected]. As redes sociais virtuais (RSV) têm servido como meio de organização de eventos de ação social, aparecendo em duas formas principais: evento virtual de instanciação virtual (EVIVi); e evento virtual de instanciação real (EVIRe). Essa classificação é baseada na rede social Facebook e diz respeito aos objetos criados com a ferramenta Eventos e à forma como serão levados a termo. Além desses, há também manifestações que surgem em virtude de uma resposta coletiva a algum fato interno ao mundo virtual ou quanto a assuntos que acontecem fora dele, como a corrupção de algum político, a morte de um artista etc., apresentando um padrão de ação coletiva em postagens, alterações de fotos de perfil e compartilhamentos, os quais refletem a opinião dos integrantes da rede, mas têm uma organização totalmente aleatória e imediata. No caso dos eventos, interessam-nos aqueles que dizem respeito a ações sociais – organização de passeatas, manifestações, seminários, conferências etc. relacionadas com assuntos políticos e que não tenham objetivo apenas recreativo, como festas e baladas. A importância de se entender as relações entre o

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ambiente virtual gerado pela RSV e a realidade material está em que ela se transformou em um lugar de manifestação de ações sociais considerado legítimo por seus usuários. Além disso, como ferramenta, tornou-se aparentemente “eficaz” na difusão de eventos e aglomeração de pessoas. Entretanto, a grande adesão alcançada rapidamente por meio da rede pode ser enganosa, como foi o caso de alguns eventos do tipo EVIRe organizados em 2011 de grande aceitação na comunidade do Facebook. Por exemplo, o “Churrascão da gente diferenciada”, um protesto a ser realizado em frente ao shopping center Higienópolis contra a oposição dos moradores da região à construção de uma estação de metrô naquele bairro, teve 56.511 “confirmações virtuais” e compareceram ao local cerca de 600 pessoas. Esse não é um caso isolado. Outro fato interessante foi uma manifestação marcada para acontecer na residência do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, após aprovação de um aumento de 200% no salário dos vereadores e mais um aumento em seu próprio salário. Para esse EVIRe, houve 8.601 confirmações de presença e comparecimento efetivo de 19 pessoas. De outro lado, manifestações do tipo EVIVi, chegam a apresentar “bons resultados” como o “Protesto no Facebook a favor da educação no Brasil no dia 12/06/2011”, para o qual 292.705 pessoas confirmaram presença. Esse tipo de comportamento dos usuários de redes sociais leva a questionamentos não apenas da relação entre o “mundo real” e o “mundo virtual”, mas especificamente do significado atribuído à palavra “presença”. Seria a confirmação de presença um efeito da falta de um botão de “eu apoio” ou a percepção subjetiva do usuário muda quando “está” no mundo virtual? Por que as pessoas dizem que irão a um evento quando não irão? E por que dizem que não irão quando não é necessário ir a lugar algum (no caso dos eventos do tipo EVIVi)? SEMIÓTICA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA SILVA, Marcio Ferreira da. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. Bolsista CNPq. [email protected]. O presente trabalho discute a aproximação entre a Ciência da Informação e a Semiótica de Charles Sanders Peirce como uma teoria geral da comunicação. A comunicação é compreendida como um processo que envolve o ser humano em seus diversos aspectos, sociais, econômicos e políticos, ou seja, um contexto do homem social (BORDENAVE, 1985, p.8). Esta reflexão sobre a interpretação do cotidiano em que o homem traduz a realidade em que “a atribuição de significado a determinados signos é precisamente a base da comunicação geral e da linguagem em particular” (BORDENAVE, 1985, p.24). Ao processo de comunicação, teorias foram utilizadas para mensurar por diagramas este processo, dada sua complexidade de definição algumas foram aplicadas neste sentido, como a de Shannon e Weaver, McLuhan, Westley e McLean, consideradas conservadoras (COELHO NETTO, 1999, p.204), tentaram responder com esquemas ao complexo fenômeno da comunicação. Desse modo, a semiótica peirciana se apresenta como uma teoria filosófica importante a auxiliar na compreensão do fenômeno informação, consolidando-se como uma teoria da comunicação. A Semiótica de Charles Sanders Peirce, configura-se como de alcance genérico, que considera os signos humanos e não humanos, numa aceitação do extralinguístico, além de reconhecer que todo conhecimento estar disposto a falhas (falibilismo). Peirce criou uma teoria que, diferente da Semiologia, passou a considerar todo o ambiente na terra. Relações do ambiente humano, dos animais, ou seja, uma ciência desenvolvida para estudar a natureza. Peirce apresenta um modelo triádico e aplicável a todo e qualquer signo, seu esquema de representação do signo depende do signo, objeto e interpretante (IBRI 1992; COELHO NETTO, 1999; SANTAELLA, 1983, SILVEIRA, 2007). Se é possível analisar, interpretar a realidade e representá-la criando signos, a Semiótica surge como uma leitura interpretativa da realidade, contextualizada em todas as relações possíveis entre o homem e o universo. Para Coelho Netto (1999, p.213) a semiótica “é uma teoria da interpretação, então é teoria da comunicação, pois como se viu, em última instância (no sentido mais rigoroso desta expressão) a comunicação apresenta-se como produção de signos para serem interpretados”. A aproximação entre a Semiótica e a Ciência da Informação é estreita. Se a primeira visa analisar as produções humanas e suas relações interpretativas do real, numa metodologia geral que vai ao encontro da informação e do conhecimento. A outra, busca encontrar mecanismos ou maneiras de compreender a realidade dos fenômenos registrados pela humanidade, numa preocupação de discutir a informação e seus contextos, visando o acesso e a geração de conhecimento. Assim, torna-se necessário conhecer e aprofundar os pontos de contato e interfaces entre a Ciência da Informação e a Semiótica, questão fundamental para os estudos da compreensão do fenômeno da informação.

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WEB SEMÂNTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A MODELAGEM DE CATÁLOGOS BIBLIOGRÁFICOS: UM ESTUDO SOBRE ARQUITETURAS DE METADADOS E FRBR SILVA, Renata Eleutério da; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. Os avanços tecnológicos provenientes da evolução da Internet proporcionaram um crescimento exorbitante das informações contidas na Web, dificultando o acesso e recuperação destas. Muitas destas informações se localizam em uma camada profunda da Web, na qual mecanismos de busca online não conseguem alcançar. Este é o caso das informações contidas nos bancos de dados e sistemas de bibliotecas, cuja recuperação de registros e documentos digitais somente podem ser encontrados através de suas próprias interfaces de busca. A proposta de uma Web semântica, idealizada por Tim Berners-Lee no ano de 2001, surgiu como uma alternativa ao caos da Internet, ao passo que possibilitaria a interpretação das informações por máquinas, permitindo, assim, melhores qualidades de buscas e resultados mais relevantes aos usuários. Para tanto, desenvolveu-se diversas tecnologias e mecanismos inteligentes, estruturados em metadados, padrões, linguagens, ontologias e agentes de busca. Tais componentes são, até os dias de hoje, amplamente estudados, desenvolvidos e otimizados. Neste contexto, tem-se como objetivo geral identificar as contribuições que os conceitos, tecnologias, arquiteturas de metadados utilizados pela Web semântica podem oferecer à área da Ciência da Informação, mais especificamente ao desenvolvimento, modelagem e arquitetura de metadados em catálogos online, tendo por base os conceitos definidos nos modelo conceitual desenvolvido para a representação do universo bibliográfico denominado Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR), bem como estudos que possibilitam sua utilização como recurso ontológico. Visa, sobretudo, estudar meios de tornar as informações contidas em bases de dados e catálogos de bibliotecas (registros catalográficos e recursos informacionais digitais localizados na “Web profunda”) passíveis de recuperação na “Web superficial”. A proposta é estudar diversas arquiteturas de metadados semânticas e analisar o desenvolvimento de uma ontologia baseada nos FRBR (FRBR/CIDOC – International Committee for Documentation). Esta pesquisa caracteriza-se por seu caráter teórico-exploratório e está sendo realizada mediante análises descritivas da literatura sobre suas temáticas. UM ESTUDO DAS IMAGENS NO CONTEXTO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DA FILOSOFIA ECOLÓGICA SIMIONATO, Ana Carolina1; MORONI, Juliana2; GONZALEZ, Maria Eunice Quilici3; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa4. 1,4Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 2,3Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1,2Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo da imagem inserida no meio tecnológico, no contexto da Ciência da Informação e das investigações sobre percepção-ação na Filosofia Ecológica. Nesse sentido, o problema consiste no questionamento de: 1) Como a detecção da imagem ocorre através da percepção visual direta de informação disponível no ambiente? E 2) Quais os impactos da abordagem ecológica no estudo da imagem na Ciência da Informação? Tendo em vista estes dois problemas, analisamos a importância da imagem, enquanto representação externa, na sociedade humana como meio informacional. Posteriormente, estudamos no âmbito das pesquisas sobre percepção-ação na Filosofia Ecológica, levando em consideração as suas implicações para a Ciência da Informação. A imagem digital teve suas origens na fotografia, como relata Tacca (2005, p. 10), a descoberta da imagem técnica, ou sua fixação foi uma obsessão de cientistas em vários países simultaneamente, realizando pesquisas com materiais distintos, mas com perspectivas similares: uma imagem que poderia ser guardada, uma memória definitiva de pessoas, animais, paisagens e coisas; uma memória aparelhistica especular. A informação visual pode ser considerada o registro mais antigo da história humana: as pinturas das cavernas são exemplos, relatos antigos que se preservam até os dias atuais. A percepção da imagem é a captação direta de informação disponível no ambiente, ou seja, sem a mediação de representações mentais. Portanto, a imagem é onipresente, ela em si informa, documenta, elucida ou acrescenta sentido à informação. No caso da imagem digital, a percepção ocorre através da captação direta da informação espalhada no ambiente virtual, no qual temos acesso através de computadores

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e câmeras digitais, por exemplo. Em oposição às teorias representacionistas da percepção, a teoria ecológica proposta por Gibson (1986) tem como hipótese central que existem estruturas invariantes no ambiente, as quais são captadas diretamente pelo sistema perceptivo. As invariantes são caracterizadas por Gibson como padrões informacionais que direcionam as ações dos organismos no ambiente. Segundo Gibson (1986), no contexto da Filosofia Ecológica, a percepção visual das invariantes é panorâmica e contínua, envolvendo o sistema organismo-ambiente e suas histórias evolutivas. Nas palavras de Gibson (1986, p.1): a visão não depende somente de um olho que está conectado a um cérebro, mas dos olhos que estão na cabeça que está no corpo e que, por sua vez está situado em determinada superfície. Procuramos mostrar que a imagem apresenta uma expressão visual (ARNHEIN, 1954) constituída por elementos que a identificam semanticamente, como formas, relações espaciais, cores e intensidade da própria imagem. Nesse sentido, argumentamos que a percepção da imagem digital ocorre através da percepção direta das invariantes (cores, formas, estrutura, movimento, etc.) que a constituem, no ambiente natural ou virtual no qual ela está inserida. Concluímos provisoriamente que a inserção da concepção ecológica irá contribuir para a Ciência da Informação, principalmente em estudos sobre a recuperação e as representações externas institualizadas de recursos imagéticos digitais. Palavras-Chave: Recursos imagéticos digitais. Recuperação de imagens. Filosofia Ecológica. Percepção-ação. Invariante. REPRESENTAÇÃO, RECUPERAÇÃO, USO E REUSO DA IMAGEM DIGITAL SIMIONATO, Ana Carolina1; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista FAPESP. [email protected], [email protected]. Estamos vivenciando um mundo digital, onde a grande massa de informações produzida neste universo é constituída por arquivos textuais, sonoros, bem como os imagéticos. Estas imagens são capturadas por múltiplos dispositivos: celulares, câmeras digitais, filmadoras, entre outros; e posteriomente dispersos, sem nenhum tratamento representacional, prejudicando a recuperação, o uso e reuso deste recurso informacional. Dentro deste contexto, o propósito desta pesquisa é verificar as contribuições do Tratamento Descritivo da Informação para a construção de representações imagéticas; prosseguindo com a trajetória investigativa que se iniciou durante a pesquisa de Iniciação Científica. Deste modo, o objetivo desta pesquisa é analisar as estruturas de representação e recuperação da informação imagética, com o intuito de garantir os atributos que compreendam as necessidades específicas e auxiliem na construção de banco de dados, softwares e/ou motores de busca de imagens digitais. A metodologia consiste em uma abordagem perspectivista do tema proposto, permitindo a construção do conhecimento teórico sobre os instrumentos que orientam a construção de representações e as formas de recuperação na área de Ciência da Informação. Esta pesquisa encontra em fase de desenvolvimento, porém espera-se que os resultados compreendam os objetivos propostos e tanto a representação quanto a recuperação dos recursos imagéticos sejam realizadas pelas propriedades visuais compostas por meio da transcriação de formas. Ou seja, a imagem digital deverá ser recuperada pelas características que a instanciam, como os elementos visuais básicos: ponto, linha, forma, direção, tonalidade, coloração, textura, dimensão e movimento. E a sua representação deverá ser padronizada pelos instrumentos internacionais que abrangem: seu dominío digital, sua exaustividade na descrição e sua granulariedade para as relações Entidade - Relacionamento. Entre os padrões internacionais que estão sendo utilizados, são: para a representação o RDA (Resource Description and Access), os modelos conceituais da família FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), também inclusos o FRAD (Functional Requirements for Authority Data) e FRSAD (Functional Requirements for Subject Authority Data). E por fim, os padrões de metadados: Dublin Core, MARC (Machine-Readable Cataloging), MODS (Metadata Object Description Schema), MADS (Metadata Authority Description Schema) e o METS (Metadata en Coding & Transmission Standard). INFORMATION NATURALIZED: DETECTION AND DECISION-MAKING IN COGNITIVE SYSTEMS SOUSA, Carlos Eduardo Batista. Professor Associado de Filosofia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. [email protected]

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Information plays a central role in our life. From ordinary usage to precise contexts, the concept of information has several meanings, what turns the task to definite it really difficult. However, if we inspect the Greek and Latin roots, we will be able to recognize a noticeable semantic core, viz, something taking on a tangible form for someone (some cognitive system). Furthermore, such a form presents measurable degree of novelty, and in nature the ability to detect novelties has a straight survival value. Based on this primitive meaning, it is sketched a naturalized notion of information (in + form). With a handful concept of information, one could apply it to the study of cognitive systems (biological, artificial or whatever), i.e., how cognitive-detecting systems deal with information. The purpose of a naturalized concept of information is to avoid problems faced by researchers who attempt to understand and to reproduce intelligent behavior, as well to eschew dealing with the problem on whether information is a special entity or not. The core idea is that ‘information’ does not exist in nature; information is not an entity, but something created by cognitive systems during the interaction with the environment. What do exist in nature are ubiquitous patterns and forms. Organisms must be well adapted to detect, to select, to process and to unify the physical stimulus into meaningful piece of information. Such ability has a clear survival value since patterns and forms spreading over the natural world pose several constraints to cognitive systems. Hence organisms must be informed, i.e., up-to-date on the actual state of affairs in the surroundings in order to give a proper response. I argue that information is a constructo generated by the interaction of organisms (or some cognitive systems) with the environment. Through this process, information emerges and acquires semantic contents. Thus, cognitive systems can use the available information with some degree of novelty for decision-making situations. With a handful conception of information we can also avoid a plenty of philosophical problems and we can further bio-inspired robots. MUSEU E INFORMAÇÃO NO AMBIENTE WEB: NAVEGANDO NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ZAGATTO, Vanessa Alves; JORENTE, Maria José Vicentini. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected], [email protected]. Este projeto pretende estudar como a Ciência da Informação e Museologia atuam de modo interdisciplinar e complementar na área de informação em museus no Brasil. Estudar como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm papel fundamental para desenvolvimento de mecanismos de trabalho e ações culturais de informação em museus e principalmente no desenvolvimento de museus no ambiente virtual. Analisar os discursos especializados dos teóricos do domínio da Ciência da Informação a respeito das novas formas museu e seus respectivos suportes tecnológicos em 12 periódicos de Ciência da Informação . Estudar as novas formas de Museu e as formas da facilitação do fluxo da informação em museus como preconizado pelos autores. Observar as atividades desenvolvidas no meio digital, metodologias na construção dos acervos, suportes tecnológicos e recursos utilizadas. O presente trabalho por meio de um estudo bibliográfico se propõe estudar museu virtual de acordo com o referencial teórico selecionado e as intersecções das TIC (Tencnologias de Informação e Comunicação) e os aparatos e/ou recursos museológicos e tecnológicos utilizados na construção e concepção do museu virtual no contexto digital. Para o desenvolvimento da pesquisa foram selecionados 12 Periódicos de Ciência da Informação. Como critério de seleção utilizou-se principalmente o de impacto Qualis de A1 a B3 para garantir um caráter acadêmico científico do estudo. Em seguida serão pesquisados em cada periódico os artigos publicados sobre museu com o objetivo de observar nos periódicos de Ciência da Informação o que dizem os especialistas a sobre a influências das TICs sobre as formas de museu constituído em ambiente virtual. Observa-se que as tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm papel fundamental para a adaptação de museus ao ambiente virtual. Nota-se que a internet e as TIC não são a solução para que essas instituições garantam seu “espaço” no mundo virtual, precisando, constantemente, de ações e atitudes de difusão cultural por parte de profissionais da informação preparados, juntamente com “interação” de seus “visitantes”. Palavras-chave: Museu. Informação. Museu virtual. Ciência da Informação. BRECHA DIGITAL: ANÁLISE CONCEITUAL E METRICA DESDE A PERIFERIA? ZAPATA, Cristian Berrío1; SANTANA, Ricardo César Gonçalves. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista PAEDEx (Doutorado). [email protected], [email protected].

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A Brecha Digital é um fenômeno de manifestação relativamente recente no contexto acadêmico e das políticas públicas. A ONU declarou como problema crítico no ano 1999 e desde então, a literatura relacionada com o assunto é crescente, iniciando o debate sobre sua métrica: como medir a brecha? O trabalho propõe um modelo e metodologia de métrica para apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), baseado não somente nos aspectos intrínsecos (sujeito, motivação, percepção, meio particular) mas também extrínsecos (ambiente, superestrutura, infraestrutura, meio organizacional). Para isso, modelos de análise intrínseco como TAM, Maslow, Herzberg e Vroom hão sido revisados, e complementados com modelos de análise extrínseco como PEST, análise sistêmica da competitividade e análise de competências. Denota-se a existência de um elemento histórico a ser considerado, enquanto o paradigma das TIC é produto das sociedades distintas ao das sociedades subdesenvolvidas, e, portanto, o discurso das TIC idealizadas pode não ser útil. A construção de um conceito de métrica na Brecha Digital é proposta como uma visão crítica desde o olhar dos países subdesenvolvidos, da periferia (a maioria da população do planeta), baseada numa observação empírico-social. Um exame cuidadoso dos conceitos de “utilidade”, “produtivo”, “diferença”, “relevância” e “exclusão” se faz necessária. A Ciência da Informação Latino-americana, enfrenta um problema ético e técnico neste caso: devem se identificar os fatores críticos a ser medidos, mas isolando as conotações do discurso implicado das TIC devido a sua origem industrial e capitalista. Esta análise epistemológica combinada ao teste empírico do modelo, metodologia e instrumentos, é a base para a construção de uma visão da Ciência de Informação fundamentada e alternativa ao discurso de moda ou receitas geradas nas metrópoles mundiais ou corporações. Esta pesquisa fundamenta-se na necessidade de que a Ciência da Informação possa prover ferramental que facilite pensar, avaliar, planear e propor, políticas de alfabetação informacional e desenvolvimento de inclusão digital, efetivas, valoráveis, e libertadoras.

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RESUMOS DOS PÔSTERES

DUPLO-VÍNCULO: UMA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ENTRE OS SERES VIVOS E O MEIO AMBIENTE AZEVEDO, Laura Rosa Kugler de. Graduanda em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. Bolsista PIBIC/CNPq. [email protected] O objetivo desse trabalho é discutir o seguinte problema: é possível uma relação de reciprocidade entre os seres vivos e o meio ambiente? Para entendermos essa questão, a hipótese do duplo-vínculo e a ideia depadrão informacional, introduzidas por Gregory Bateson, serão abordadas nesse trabalho. Segundo Bateson (1986, 2000), os seres vivos estão ligados entre si e com a natureza através de padrões informacionais; esses podem ser caracterizados como conjuntos de relações que combinam vários tipos de organização que emergem de diferenças que podem resultar na geração de conhecimento. A informação, por sua vez, é caracterizada como sendo “a diferença que faz a diferença” (BATESON, 1986, p. 107). Já o duplo-vínculo tem como princípio a observação de relações de dependência entre diversos seres vivos e o meio ambiente, criando assim um vínculo entre esses seres quando há reciprocidade nessas relações. Citaremos como exemplo de duplo-vínculo e padrão informacional o seguinte caso: trocas de mensagens que acontecem entre animais da mesma espécie, ou de espécies distintas, e seus habitats se dão de forma positiva ou negativa. Quando ocorre uma interação em que ambos os animais mantêm uma troca, diz-se que

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houve umacomunicação entre eles. Entretanto, os casos que caracterizam a hipótese do duplo-vínculo são passíveis de não serem bem sucedidos quando a comunicação entre os organismos é truncada, por exemplo, com a existência de barulho. Há pessoas que se incomodam com o canto dos pássaros, ao passo que outras, não. No primeiro caso, supondo que ocorreu uma identificação do som do pássaro, causando um sentimento de desconforto no ouvinte, um duplo-vínculo teria se estabelecido negativamente entre eles, ou seja, houve umpadrão informacional negativo ligando o som do pássaro ao desconforto do ouvinte. Nesse sentido, procuraremos explicitar como as noções de duplo-vínculo e padrão informacional, juntas, podem explicar as relações reciprocidade entre os seres vivos entre si e o meio ambiente. Palavras-chave: Hipótese do duplo-vínculo. Padrão informacional. Filosofia ecológica. A RELAÇÃO ENTRE AS CONCEPÇÕES DE PEIRCE E PIAGET SOBRE A PRODUÇÃO DE CONCEITOS BRITO, Diego Maia. Graduando da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected]. O trabalho abordado tem como principais referências as obras Seis estudos de psicologia de Piaget e o capítulo Como tornar nossas idéias claras do livro Semiótica e filosofia, de Peirce. A problemática destacada é como podemos estabelecer uma conexão entre a proposta de tornar as ideias claras de Peirce com a teoria equilibração de Piaget. A hipótese é que Piaget explica o processo de equilibração seguindo as mesmas etapas que Peirce, ao descrever a rota para tornar as nossas ideias claras, pois ambos tem a mesma concepção sobre a função do pensamento. O objetivo geral é analisar as ideias contidas no texto de Peirce segundo as definições de Piaget, por vezes o inverso. Apesar de seus focos de estudos serem diferentes nas obras destacadas, ambos analisam a mente com um “microscópio intelectual”. Eles analisam como uma ideia é relacionada à outra e, após, posta em prática, ou seja, como o pensamento se organiza. Dessa forma não haverá distinção entre as conclusões resultantes, apenas entre os termos usados na expressão. Segundo Peirce, para tornar nossas ideias claras devemos passar por três etapas fundamentais: primeiro, ter noção de algo; segundo, defini-la; terceiro, considerar quais possíveis comportamentos o objeto de nossa concepção tem. Em Piaget, podemos utilizar os termos noção e definição de Peirce como assimilação de algo ou atividade do mundo exterior e/ou interior. A terceira etapa, que se resume em colocar o pensamento em prática para que se verifique se as implicações previstas condizem com os efeitos, pode ser interpretada, na visão de Piaget, como a utilização de um esquema de ação para investigação do próprio, com finalidade de utilização para adaptação. No plano abstrato, campo delimitado para o estudo de Peirce, poderíamos imaginar uma crença posta à prova através de um diálogo. A crença, nesse caso, seria um esquema de ação. Palavras-chave: Pensamento. Ação. Equilibração. AFFORDANCES E ANTECIPAÇÃO DA AÇÃO OLIVEIRA, Aline; MELO, Bruno Cardoso1. Graduando em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. 1Bolsista PROEX. [email protected], [email protected] O objetivo deste trabalho é analisar os conceitos de affordance, nicho, invariante de e eventos no contexto da Filosofia Ecológica, iniciada por Gibson(1986). A Filosofia Ecológica tem como pressuposto o principio de mutualidade, segundo o qual existe uma interação complementar entre organismo e ambiente. Através dessa interação, o organismo capta as affordances caracterizadas como disposições para ação. As affordances são percebidas diretamente pelo organismo, sem a necessidade de representações mentais internas. Através da dinâmica interação entre organismo e ambiente são constituídos os nichos ecológicos. Tais nichos, não se reduzem ao habitat, ou seja, o local onde um organismo vive, mas sim como ele vive, no sentido de que os nichos trazem nas suas próprias constituições, as marcas das ações dos organismos que neles habitam; dependendo dos nichos, certas invariantes se instauram. Gibson(1986) e Large(2011) caracterizam as invariantes de duas maneiras: estruturais e transformacionais. As invariantes estruturais são propriedades que possuem uma permanência e podem ser reconhecidas independente de sua extensão, posição ou formato. As invariantes transformacionais são descritas como propriedades características do movimento. Percebidas as invariantes, tanto por suas estruturas, quanto por seus deslocamentos, o organismo capta as informações e os significados disponíveis no ambiente propiciando a emergência de eventos. Os eventos são entidades ontológicas com aspectos temporais e espaciais dentro de limites perceptíveis aos organismos.

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Para Schimidt (2007), os eventos envolvem as informações do passado e do presente, resultantes da relação entre o organismo e o ambiente. Argumentamos que as affordances não só disponibilizam a ação imediata, mas também permitem a antecipação de acontecimentos, ou seja, possibilitam ações bem sucedidas(e algumas vezes equivocadas) dos organismos em seus nichos. Essas ações se tornam bem sucedidas através da interação atenta dos organismos com várias redes de eventos. O DUALISMO SUBSTANCIAL E A QUESTÃO DO ERRO EM DESCARTES SANT’ANNA, André Rosolem. Graduando em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá. [email protected] O dualismo substancial representa uma das abordagens tradicionais do problema-mente corpo. René Descartes explicita através de suas Meditações uma concepção do homem em termos de corpo e alma, de modo que a alma constitui um sujeito simples, indivisível e, principalmente, um sujeito pensante. Este sujeito possui acesso privilegiado e incorrigível ao que se passa em seu interior; sua existência enquanto ser essencialmente pensante é garantida somente na medida em que este sujeito pensa. O corpo, em contrapartida, não pode ser conhecido clara e distintamente na mesma medida em que a alma o é, embora corpo e alma interajam em consonância e estejam em íntima união no homem. O dualismo cartesiano é um dualismo ontológico, visto que pressupõe a existência de duas entidades de naturezas distintas. Tendo em vista a proposta cartesiana da união substancial, o empreendimento de Descartes precisa elucidar a origem dessa substância imaterial denominada alma e o modo pelo qual essa substância é capaz de interagir com entidades situadas no mundo físico. Torna-se claro, deste modo, que uma abordagem do homem só pode ser entendida consoante o entendimento da relação singular entre o corpo e a alma, uma vez que esta última, em conjunção com corpo, torna possível a inserção do sujeito pensante no mundo físico. Uma vez que o sujeito é um sujeito inserido no mundo, e não podendo este sujeito estar enganado em sua perspectiva de acesso aos seus pensamentos, sucede-se que o erro ao qual o homem está submetido resulta do julgamento precipitado a partir do que é apreendido em sua relação com o mundo. Tal resolução só é possível na medida em que se supõe uma liberdade que subjaz à vontade do homem. Neste contexto, a proposta deste trabalho consiste na realização de uma análise dos conceitos que permeiam a abordagem do dualismo substancial e na explicitação da importância da relação entre as substâncias na concepção do homem cartesiano, assim como apontar para o erro como produto do julgamento do homem frente ao que é apreendido acerca do mundo. INFORMAÇÃO E AÇÃO: UMA REFLEXÃO NA PERSPECTIVA DA FILOSOFIA ECOLÓGICA SOUZA, Renata Silva. Graduanda em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília. [email protected] O objetivo deste trabalho é investigar o seguinte problema: Como os organismos captam as informações relevantes do meio em que habitam? É na tentativa de clarificar tal questão que iremos investigar alguns conceitos que fundamentam a Filosofia Ecológica, tais como: Affordance e padrão informacional. Affordance é caracterizada, por Gibson (1986), como possibilidade de ação que o ambiente oferece aos organismos. A percepção das affordances ocorre diretamente através da captação da informação disponível no ambiente. A informação ecológica é entendida como a informação disponível no meio para a ação de organismos em certos nichos. Essa informação, por sua vez, caracteriza as estruturas invariantes do ambiente, que, quando apreendida por certo organismo, possibilitará que o mesmo execute (ou não) determinada ação. Se conseguirmos apreender, por exemplo, as estruturas invariantes que definem uma porta enquanto tal, captamos a affordance entrar (ou não) em um certo ambiente. Outras espécies de animais, como os insetos, captam as estruturas invariantes presentes na porta e, são dadas a eles diferentes affordances. Caso a porta esteja fechada, não há como esses insetos abrirem a mesma e entrarem, visto que o tamanho do seu corpo impossibilitaria tal ação, mas é dado a possibilidade desses organismos subirem pela porta e não se chocarem com a mesma. Sendo assim, concluímos que a informação que cada organismo tem acesso é percebida diretamente, ou seja, sem a necessidade de representação mental para realizarem determinadas ações.

.:: Comissão Organizadora::.

Maria Eunice Quilici Gonzalez (Coordenadora); Plácida L.V. Amorim da Costa Santos

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(Vice-Coordenadora); Mariana Claudia Broens; Silvana Ap. B. Gregorio Vidotti; Maria José Vicentini Jorente; Ana Maria Nogueira; Rosangela Formentini Caldas

.:: Comissão de Trabalho::.

João Antonio de Moraes; Paulo Henrique Araújo Oliveira Pereira; Laura Rosa Kugler Azevedo; Mariana Vitti Rodrigues; Bruno Cardoso de Melo; Renata Silva Souza; Juliana Moroni.

.:: Secretaria Geral::. Edna Bonini de Souza

.:: Comissão Científica ::.

Prof. Dr. Romeu Cardoso Guimarães - UFMG Prof. Dr. Ivo Assad Ibri – PUC-SP

Profa. Dra. Mariana Claudia Broens – Unesp/Marília Profa. Dra. Silvana Ap. B. Gregorio Vidotti– Unesp/Marília

Prof. Dr. Alfredo Pereira Jr. – Unesp/Botucatu Profa. Dra. Plácida L. V. Amorim da Costa Santos – Unesp/Marília

Profa. Dra. Ana Maria Nogueira– Unesp/Marília Profa. Dra. Caroline Kraus Luvizotto – Unoeste/Presidente Prudente

Prof. Dr. Edberto Ferneda– Unesp/Marília Prof. Dr. Ettore Breschiani Filho - UNICAMP/PUCCAMP

Prof. Dr. Gustavo Freire - UFPB Prof. Dr. Gustavo Maia Souza - Unoeste/Presidente Prudente

Profa. Dra. Isa Maria Freire - UFPB Profa. Dra. Ítala D'Ottaviano - UNICAMP

Prof. Dr. José Augusto Chaves Guimarães – Unesp/Marília Prof. Dr. Lauro Frederico Barbosa da Silveira – Unesp/Marília

Prof. Dr. Marcos Mucheroni - ECA/USP Profa. Dra. Maria Candida Soares Del-Masso – Unesp/Marília

Profa. Dra. Maria Eunice Quilici Gonzalez – Unesp/Marília Profa. Dra. Maria José Vicentini Jorente – Unesp/Marília

Profa. Dra. Mariângela Spotti Lopes Fujita – Unesp/Marília Prof. Dr. Ricardo César Gonçalves Santana – Unesp/Marília Profa. Dra. Rosangela Formentini Caldas – Unesp/Marília

Profa. Dra. Virginia Bentes Pinto - UFC

.:: Elaboração dos Anais ::. João Antonio de Moraes

Paulo Henrique Araújo Oliveira Pereira

APOIO: FAPESP CAPES CNPq

PROPG PROPE

FUNDUNESP STAEPE

STI