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Introdução

Faça tremer a terra com vibrações profundas e sonoras. Seja a força que guia incansavelmente a música. Ribombe como o agourento

trovão de uma tempestade se formando. Para você, não basta apenas ser ouvido; é preciso ser sentido também. Você precisa tocar contrabaixo.

Imagine sua música favorita sem o contrabaixo. Não funciona, não é? O baixo é a pulsação cardíaca da música, a fundação do groove e a cola que une todos os diferentes instrumentos. Você pode escutar a música soar enquanto ela é carregada pelo groove do contrabaixo. Você pode ouvi-la ganhar vida. Você pode sentir a vibração daquelas notas graves – algumas vezes sutil e aconchegante, e outras literalmente devastadora – enquanto elas impulsionam a música. O contrabaixo é o coração de tudo.

Deixe o centro do palco para os outros músicos – você tem um trabalho mais importante a desempenhar. As luzes da ribalta podem ser baca-nas, mas são os baixistas que comandam!

Sobre Este LivroVocê pode encontrar tudo o que precisa para dominar o contrabaixo em Contrabaixo Para Leigos, Tradução da 2ª edição – desde a forma correta para se percurtir uma nota até tocar um groove de funk no estilo do Jaco Pastorius. Está tudo aqui.

Cada capítulo é independente dos outros. Você pode ignorar as coisas que já sabe e ir diretamente às partes que lhe interessam sem se sentir perdido. Para encontrar o assunto pelo qual você procura, simplesmente verifique o sumário. Você também pode observar os tópicos específicos no índice remissivo ao final do livro. Ou você pode lê-lo do começo ao fim e trabalhar em suas habilidades com o baixo passo a passo. De todo modo, simplesmente lembre-se de aproveitar a jornada.

Eu estruturei este livro de modo que você possa decidir por si só até onde quer levar suas habilidades com o instrumento. Enquanto escrevia, verifiquei as exigências para ingresso em conservatórios e escolas de música e incluí as informações necessárias para preencher esses requisitos (sem ficar teórico demais – afinal, você não quer passar todo o seu tempo teorizando... você quer tocar). De fato, este livro vai muito além das exigên-cias mínimas e mostra a você como realmente aplicar toda essa informação ao tocar contrabaixo na vida real. Eu mostro a você como tocar diferentes estilos e como criar suas próprias levadas e solos, de modo que você não precise copiar a linha de contrabaixo de outra pessoa nota por nota.

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Contrabaixo Para Leigos 2

Não possui um contrabaixo? Sem problemas. Este livro não presume que você tenha seu próprio instrumento. Se você não tiver, simples-mente dirija-se à Parte V para descobrir como escolher o contrabaixo e os acessórios corretos para iniciar. Se você já tem um, pode começar com a seção de manutenção no Capítulo 17 e descobrir como configu-rar seu instrumento de modo que fique mais fácil de tocar.

Você não precisa ler música para descobrir como tocar um contrabaixo (pode desfranzir seu cenho agora... é verdade). Então, como você pode extrair as informações que precisa deste livro? Aqui está como:

Observe as 5 grades. As grades são imagens das notas que você toca no braço do contrabaixo. A grade mostra a você onde as notas estão em relação umas às outras e quais dedos você utiliza para tocá-las. A grade também fornece a você uma vantagem adicional: se você utilizar a grade para digitar um certo padrão de notas, então pode transferir o mesmo padrão (incluindo a digitação) para outras seções do braço e tocar aquele padrão de notas em outro tom. Por isso não é necessário ler música. As notas em uma página de partitura musical padrão ficam completamente diferentes para cada novo tom, mas, se você utiliza a grade, descobre que, no que compete aos padrões de notas, um tamanho serve para todos.Leia a 5 tablatura. Tablatura é uma técnica prática de notação que mostra a você em qual nota tocar e onde pressionar a corda para soar uma nota. O nome curto para tablatura é tab (caso alguém pergunte).Escute o 5 CD. Você pode escutar a maioria dos exercícios e levadas que são mostrados nas figuras do CD que acompanha o livro. Você pode escutar o som da levada, dar uma olhada na grade e na tab, colocar sua mão na posição correta no braço e então reproduzir o som.Depois de dominar a levada, você pode colocar o balanço do estéreo todo para um dos lados para remover o som do contra-baixo. Então você pode tocar a levada do exemplo com apenas a bateria e a guitarra (em outras palavras, com músicos de verda-de). Ou você pode criar sua própria levada na sensação e no estilo do exemplo.À medida que você se aprimora, tente ler a 5 partitura musical. Conforme evolui você pode olhar a partitura e começar a aprender a ler música. Após descobrir como tocar algumas frases-chave, você rapidamente descobre que ler partitura musical não é tão difícil quanto parece. De fato, você perceberá que isso até mesmo simplifica sua vida musical.

Convenções Utilizadas Neste LivroEu utilizo algumas convenções em Contrabaixo Para Leigos, Tradução da 2ª edição, para ajudar a manter o texto constante e simples de acompanhar. Aqui está uma lista destas convenções:

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3 Introdução

Mão direita e 5 mão esquerda: Em vez de dizer mão de toque e mão de digitação, eu digo mão direita para a mão que percurte a corda, e mão esquerda para a mão que “digita” as notas. Peço desculpas aos baixistas canhotos. Se você for canhoto, por favor, leia mão esquerda onde estiver mão direita e vice-versa.Subir, descer, mais alto e mais baixo: 5 Mover sua mão esquerda subindo pelo braço do baixo significa subir o tom (movendo sua mão em direção ao corpo do contrabaixo). Mover sua mão descendo pelo braço do baixo significa descer o tom (movendo sua mão para longe do corpo). Eu utilizo o mesmo princípio para a mão direita. Seguir para a próxima corda mais alta significa tocar aquela corda que tem o som mais agudo (a corda mais próxima do chão). A próxima corda mais baixa é aquela que tem o som mais grave (a corda mais próxima do teto). Simplesmente pense no som mais agudo (alto) ou mais grave (baixo) e você estará correto.

5 Notação musical tripla: Nas figuras, a música para as levadas e os exercícios está impressa com a notação musical padrão no topo, a tablatura abaixo e a grade ao lado. Você não precisa ler todas elas ao mesmo tempo (graças aos céus; isso seria pior que ler partitura de piano). Simplesmente escolha aquela com a qual você se sente mais confortável e então utilize as outras para verificar se você está tocando a levada ou o exercício corretamente. Claro, você também pode ouvir o CD para saber como, supostamente, a música deveria ficar.Os números: 5 No texto, os números entre 1 e 8 representam as notas em um acorde ou escala. A designação 7ª, por outro lado, refere-se a um acorde em particular, como o acorde em 7ª maior. Finalmente, a distância entre duas notas (o intervalo) é chamada de 2ª, 3ª, 4ª e daí por diante.

O Que Você Não Precisa LerMesmo que você ache que deva, não precisa ler cada palavra deste livro. Se você estiver com pressa ou não quiser ser técnico demais, sinta-se à vontade para pular o texto destacado pelo ícone Papo de Especialista. Você não precisa ler a página de créditos também. Para todo o resto, você encontrará um bocado de utilidade.

Suposições TolasEnquanto escrevia este livro, fiz uma suposição sobre você, leitor: suponho que você queira tocar o contrabaixo. Mas é só isso. Eu não suponho nada mais. Não importa em qual estilo você esteja interessa-do, este livro cobre todos. Não importa nem mesmo se você quer tocar um contrabaixo de quatro, cinco ou seis cordas; as grades apresenta-

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4 Contrabaixo Para Leigos

das neste livro podem ser utilizadas para qualquer contrabaixo, e as formas dos padrões nunca mudam. Tudo o que você tem de fazer é ler este livro com a mente aberta e, posso garantir, você estará tocando contrabaixo... e rápido.

Claro, você pode dominar o instrumento ainda mais rapidamente se utilizar este livro em conjunto com aulas particulares de um professor de contrabaixo. Além do mais, nenhuma experiência que você tenha tido tocando outro instrumento será desperdiçada.

Como Este Livro Está OrganizadoEste livro está organizado de modo que você possa obter fácil e rapida-mente as informações das quais precisa. Para maior eficácia, eu agrupo os capítulos em seis partes, as quais descrevo aqui:

Parte I: O Mundo de Acordo com o ContrabaixoSe você está apenas começando a tocar música, você irá querer come-çar bem aqui. A Parte I contém três capítulos sobre o básico que você precisa conhecer antes de tocar. O Capítulo 1 mostra a você todas as diferentes partes do contrabaixo (e explica por que tocar contrabaixo é uma ideia tão brilhante). O Capítulo 2 fala sobre como segurar seu contrabaixo, onde suas mãos devem ficar e como afinar seu instrumen-to. Suas primeiras músicas para acompanhar também são apresentadas neste capítulo. Afinal, por que esperar? Finalmente, o Capítulo 3 mostra a você como ler os vários sistemas de notação utilizados neste livro (e em todo o mundo).

Parte II: O Básico de TocarA Parte II contém dois capítulos que são cruciais para sua carreira como baixista. O Capítulo 4 dá a você exercícios para trabalhar a força e coordenação de suas mãos, e o Capítulo 5 introduz você no mundo dos acordes e escalas. No Capítulo 5, você começa a tocar linhas de baixo reais e descobre o que as fazem soar certo ou errado.

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5 Introdução

Parte III: Fazendo os Movimentos, Criando as LevadasA Parte III leva você a algum material de nível intermediário (e até mesmo a algum material avançado mas não tao complexo). O Capítulo 6 é um marco deste livro, pois ele mostra, passo a passo, como criar uma levada. As levadas são absolutamente essenciais para se tocar contra-baixo. Elas combinam ritmo e harmonia. O Capítulo 7 apresenta você aos solos e preenchimentos.

Parte IV: Utilizando o Acompanhamento Correto para Cada GêneroA Parte IV leva você a uma jornada de descoberta através dos diferen-tes gêneros musicais para contrabaixo. O Capítulo 8 mostra a você como tocar estilos de rock e o Capítulo 9 apresenta você ao swing. O Capítulo 10 tem alguns funks descolados e o Capítulo 11 leva você ao redor do mundo com alguns estilos exóticos para adicionar ao seu repertório de contrabaixo. O Capítulo 12 explica como tocar levadas em batidas estranhas. Finalmente, o Capítulo 13 demonstra como os diferentes gêneros são aplicados em uma situação musical real.

Parte V: Comprando e Cuidando do Seu ContrabaixoEsta parte é importante porque ajuda você a escolher seu melhor amigo contrabaixo e então mantê-lo em forma, de modo que vocês possam levar uma vida inteira de música juntos. O Capítulo 14, por exemplo, lida com a seleção do contrabaixo correto para suas necessidades. O Capítulo 15 conta quais acessórios farão seu contrabaixo soar melhor (ou simplesmente soar). O Capítulo 16 orienta você na da troca de cordas, e o Capítulo 17 explica como configurar seu contrabaixo e a executar a manutenção básica.

Parte VI: A Parte dos DezA Parte VI contém a seção registrada da série Para Leigos – a Parte dos Dez, que fornece informações divertidas e úteis em um formato fácil de acessar. No Capítulo 18, eu forneço a você uma seleção de dez grandes baixistas e, no Capítulo 19, dou a você dez grandes seções rítmicas (e você pode ouvir o estilo delas no CD).

E não se esqueça do apêndice! O apêndice apresenta o CD que acompa-nha o livro e explica como utilizá-lo. Nos exemplos do CD, um baterista e um guitarrista ou tecladista acompanham o baixista; então, em vez de tocar com uma bateria eletrônica, você pode tocar com músicos reais – uma experiência muito bacana.

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6 Contrabaixo Para Leigos

Ícones Utilizados Neste LivroNas margens do Contrabaixo Para Leigos (como em todos os livros da série Para Leigos), você encontra ícones que ajudam a manobrar pelo texto. Aqui está o significado dos ícones:

Este ícone aponta para conselhos especializados que ajudarão você a se tornar um baixista melhor.

Cuidado! Este ícone ajuda a evitar danos a seu instrumento, a você mesmo ou aos ouvidos de alguém.

Prepare-se para alguns fatos e informações técnicas que podem ser úteis algum dia. Se você quiser, pode ignorar esta parte – e ainda assim não perder o ritmo.

Certas técnicas valem a pena relembrar. Anote as informações destaca-das por este ícone.

Este ícone ajuda você a compreender melhor o que está escutando quando executa as amostras de áudio das diferentes técnicas no CD.

Para Onde Seguir a Partir DaquiPara onde você vai a partir daqui? Bem, para Hollywood Bowl, com certeza! Talvez não agora... mas, ei, nunca desista dos seus sonhos. Se você ainda não tem um contrabaixo, pule para o Capítulo 14 para ver o que o aguarda nas lojas (“O que o aguarda nas lojas”... percebeu? É o capítulo sobre comprar o contrabaixo). Se você é um iniciante, tem um contrabaixo e está pronto para tocar, pule para o Capítulo 2 e comece a afinar seu instrumento (para em seguida colocar suas mãos em forma). Se você já estiver tocando contrabaixo, comece lendo o Capítulo 5 com seu contrabaixo em mãos e então saia tocando pelo resto do livro.

Não importa em que nível você toque atualmente, este livro pode ajudá-lo a aprimorar suas habilidades. Se você estiver pegando o contrabaixo pela primeira vez, lembre-se de que trazer a música para sua vida pode muito bem ser o primeiro passo de uma jornada de enriquecimento musical para toda a sua existência. Se você quiser mergulhar ainda mais fundo em todo este assunto de contrabaixo, por favor visite-me em www.bassremedies.com.

DICA

CUID

ADO

PAPO D

E ESP

ECIALISTA

LEM

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Parte I

O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

“É a terceira vez que isto acontece esta noite. Eles começam tocando um blues, mas, no final,

todo mundo está tocando uma polca. Eu culpo o novo baixista de Milwaukee.”

por Rich TennantA 5ª onda

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Nesta parte...

Todos a bordo do trem do contrabaixo – você está iniciando uma viagem agitada. Esta parte coloca

você bem nos trilhos. O Capítulo 1 apresenta o básico do contrabaixo e o que faz cada parte, e o Capítulo 2 mostra a você como incorporar a sua anatomia (principalmente suas mãos) ao contrabai-xo. E, finalmente, o Capítulo 3 explica as várias formas de notação musical utilizadas neste livro. Então, aperte o cinto.

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Capítulo 1

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Neste Capítulo Diferenciando o contrabaixo de outros instrumentos de cordas

Compreendendo a função do contrabaixo

Verificando as partes de um contrabaixo

Aprontando-se para tocar contrabaixo

Construindo um repertório de levadas, solos e preenchimentos

Experimentando diferentes estilos musicais

Selecionando equipamentos para seu hábito de tocar contrabaixo

Cuidando de seu contrabaixo

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O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de

Contrabaixo?

O contrabaixo é a cola do ritmo e da harmonia – é a pulsação cardíaca da banda! Ele tem qualidades únicas que atraem você a

ele – talvez seja o som rico, profundo e aveludado ou os ritmos hipnóti-cos. Nas mãos certas, o contrabaixo é uma ferramenta tremendamente poderosa, pois ele dá à banda seu sentimento e atitude. O contrabaixo está no coração de muitas das músicas que você ouve atualmente. Mas o que exatamente é o contrabaixo? O que torna o contrabaixo tão poderoso? E como ele contribui para dar à música aquele sentimento irresistível? Seja você um novato cru do contrabaixo ou um veterano experiente, este capítulo pode ajudá-lo a responder essas questões.

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10 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

Descobrindo as Diferenças Entre o Contrabaixo e Seus Primos de Cordas Agudas

Os contrabaixos se diferem de seus primos de cordas agudas (outros instrumentos de cordas) de diversas maneiras significativas:

Contrabaixos tradicionalmente possuem quatro 5 cordas, enquanto as guitarras possuem seis. Nos anos 1970, alguns baixistas começaram a adicionar cordas. Atualmente você pode encontrar contrabaixos de cinco ou seis cordas (ou até mais), mas os de quatro cordas ainda são o padrão.Quase todos os contrabaixos são elétricos. 5 Outros instrumentos de corda vêm em todos os formatos: elétricos, acústicos ou uma combinação de ambos.As 5 cordas do contrabaixo estão a uma distância musicalmente equivalente umas das outras. O som de cada corda do baixo é afinado em uma distância igual da corda acima dela, tornando o instrumento perfeitamente simétrico. Deste modo, se você tocar uma escala começando em uma corda, você pode utilizar a mesma digitação para tocar aquela mesma escala começando em uma corda diferente. Este tipo de afinação torna tocar contrabaixo muito mais fácil que tocar a guitarra, em que a segunda corda mais aguda é afinada de modo diferente das outras.O contrabaixo possui um tom mais baixo que a 5 guitarra. As notas baixas do contrabaixo preenchem o extremo mais grave do espectro sonoro. Pense nessas notas como a fundação da música.O braço do baixo é mais longo que o da 5 guitarra, deixando assim as cordas mais longas. Quanto mais longas as cordas, mais grave o tom; quanto mais curtas as cordas, mais agudo o tom. Pense em um chiuaua e em um são bernardo, por exemplo. O chiuaua tem cordas vocais mais curtas, e um latido bastante agudo; o são bernardo... bem... você entendeu.O baixista e o guitarrista exercem funções diferentes. 5 Não vou entediar você com a descrição da função de um guitarrista, mas a do baixista é uma leitura fascinante, como mostra a seção seguinte. De todo modo, se você quiser saber mais sobre a descrição da função de um guitarrista, você pode verificar o Guitarra Para Leigos, 2ª edição, de Mark Phillips e Jon Chappell (Alta Books).

Compreendendo a Função do Baixista em uma Banda

Como baixista, você desempenha uma função crucial em uma banda (ao menos na minha opinião). Todos no grupo seguem seu direciona-

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11 Capítulo 1: O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de Contrabaixo?

mento sutil (e algumas vezes não tão sutil). Se o guitarrista ou saxofo-nista comete um erro, dificilmente alguém perceberá, mas se o baixista comete um erro, todos na banda e no público saberão instantaneamen-te que algo está errado.

Fazendo a conexão entre a harmonia e o ritmoVocê é responsável por conectar a harmonia (acordes) de uma canção com um ritmo específico (levada). Essa conexão contribui para o sentimento (emoção) e o gênero (estilo geral) da música. O sentimento e o gênero determinam se uma música é rock, jazz, latina ou qualquer outra coisa. O Capítulo 6 diz exatamente o que você precisa fazer para estabelecer levadas excelentes e a Parte IV discute os diferentes gêneros musicais que você provavelmente tocará. Você quer ser capaz de emular o estilo de qualquer baixista em qualquer gênero e, ao mesmo tempo, ser criativo – utilizando suas próprias notas e ideias.

Levando a canção adianteToda canção é composta de acordes que são particulares àquela música, e todas as notas na canção se relacionam com os sons daqueles acordes (veja o Capítulo 5 para mais informações sobre acordes). Em algumas canções, todos os acordes são os mesmos, desde o início até o final, e então todas as notas se relacionam com aquele único som de acorde, tornando tais canções simples para se tocar. Os acordes da maioria das canções, entretanto, mudam à medida que a música progride. Nessas canções, o primeiro grupo de notas se relaciona com o primeiro acorde e possui um tipo de som; o grupo seguinte de notas se relaciona com outro som de acorde; e assim por diante durante a canção.

Tocando notas que são relacionadas aos acordes de uma canção, uma nota por vez e em um ritmo preciso, o baixista impulsiona a música para frente. Você prepara cada acorde para os outros músicos em sua banda escolhendo notas que guiam suavemente de um som de acorde para o seguinte.

A boa música cria um pouco de tensão, que então leva a uma satisfató-ria liberação daquela tensão (uma resolução). Por exemplo, você pode sentir a tensão e liberação em uma canção simples como “Brilha, brilha, estrelinha”. A tensão se constrói à medida que você canta a primeira linha: “Brilha, brilha, estrelinha”. Você pode terminar a canção aqui? Não, porque você quer ouvir como ela termina. Isto é tensão. Quando você termina de cantar “quero ver você brilhar”, você sente a resolução da tensão, uma sensação de chegar em casa. Você pode terminar a música neste ponto; de fato, é assim que ela termina. O baixista desem-penha um papel importante na criação e liberação da tensão. Você está, basicamente, no banco do motorista!

LEM

BRE-SE

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12 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

Mantendo o tempoManter uma batida constante, ou uma pulsação, é uma das funções primárias do baixista. Eu me refiro a esta função como sendo travar com o baterista, pois você trabalha junto do baterista para estabelecer o ritmo. Então seja legal com seu baterista. Escute-o cuidadosamente e conheça-o bem. E quando vocês estiverem confortáveis um com o outro, passem algum tempo juntos lendo o que o Capítulo 3 tem a dizer sobre ritmo.

Nada funciona melhor que um metrônomo para ajudar você a desenvol-ver um senso infalível de tempo. O clique constante (e algumas vezes irritante) que emana dele fornece um plano de fundo ideal para sua colação precisa de notas, estejam elas dentro ou fora da batida. Você pode saber mais sobre o metrônomo no Capítulo 3.

Estabelecendo ritmosComo baixista, você precisa ter uma compreensão clara de como o ritmo exatamente se relaciona com a batida. Você precisa saber onde colocar as notas para a levada em relação à batida. E você quer tornar a levada memorável (veja o Capítulo 6 para saber mais sobre como criar levadas memoráveis). Se você não conseguir se lembrar delas, ninguém mais conseguirá também – incluindo o ouvinte (que, é claro, viaja para ouvir você tocar).

Visual tranquiloEnquanto os guitarristas se movem em seus exercícios aeróbicos no palco, pingando suor e destruindo suas guitarras, você tem de ficar tranquilo. Você pode se unir a eles na selvageria se quiser, mas você já assistiu a algum vídeo do The Who? John Entwistle está tranquilo. E, se você tiver alguma chance de assistir ao U2, veja o baixista deles, Adam Clayton. Ele é calmo e impertubável. Grandes baixistas estão simples-mente ocupados demais criando linhas de baixo fabulosas para se unir aos desvarios de seus companheiros de banda.

Dissecando a Anatomia de um ContrabaixoVocê pode chamá-lo de contrabaixo, baixo elétrico, contrabaixo elétrico ou simplesmente baixo. Você escuta todos esses rótulos quando discute música e instrumentos musicais – e pode encontrar indivíduos que acreditem que apenas um desses rótulos esteja correto. Mas realmente não importa por qual termo você optar: todos se referem ao mesmo instrumento.

A Figura 1-1 mostra a você a imagem de um contrabaixo (ou seja lá como você prefira chamá-lo), com todas as suas principais partes rotuladas.

DICA

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13 Capítulo 1: O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de Contrabaixo?

Mão

Cordas

Controles

Capotraste ou Nut

Tarraxas de afinação (ou cravelhas)

Trastes

Espelho do braço

Costas do braço

Pino da correia

Jack ou conector

Captadores

Pino da correia

Ponte

Você pode dividir o contrabaixo em três seções: o braço, o corpo e as partes internas. As diferentes partes do braço e do corpo são fáceis de enxergar, mas as partes internas não são tão óbvias. Você precisa remover o escudo (ou as coberturas) para chegar ao interior, mas saber onde ele está é importante.

O braçoO braço do contrabaixo está sob o controle da mão de digitação (usualmente a mão esquerda). A lista seguinte descreve a função de cada parte do braço.

A mão: 5 A mão é o topo do braço. Ela comporta as tarraxas de afinação (ou cravelhas) para as cordas.

Figura 1-1: O contrabaixo

em toda a sua glória.

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14 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

Tarraxas de afinação (ou cravelhas): 5 As tarraxas de afinação (também chamadas simplesmente de tarraxas ou cabeças de afinação) seguram a terminação das cordas (a outra terminação está ancorada na ponte sobre o corpo; veja a próxima seção para mais informações sobre o corpo do contrabaixo). Girando as tarraxas individuais, você pode aumentar ou reduzir a tensão nas cordas (o que aumenta ou diminui o tom).

O 5 capotraste: O capotraste (ou nut) é uma peça de madeira, plástico, grafite ou latão que fornece uma ranhura para cada corda. Ele forma uma das extremidades do comprimento de vibração da corda.

O espelho do braço: 5 O espelho é o lado plano do braço sob as cordas, onde estão os trastes.

Os 5 trastes: Os trastes são pequenas faixas de metal que estão incorporadas, perpendicularmente às cordas, por todo o comprimento do espelho do braço. Elas determinam o tom (som) da nota que está sendo tocada. Os trastes são arranjados em meio-tons (a menor unidade de distância musical de uma nota para a outra). Quando uma corda é pressionada contra um traste, o comprimento de vibração da corda, e deste modo o tom, é alterado.

As 5 cordas: Falando de maneira direta, as cordas não são parte do seu contrabaixo, pois você pode removê-las e substituí-las periodicamente. Entretanto, seu baixo seria absolutamente inútil sem elas (exceto, talvez, como um taco de “baixobol”). As cordas são conectadas às tarraxas de afinação em uma extremidade, e à ponte na outra. A vibração das cordas produz o som do seu contrabaixo.

As costas do braço: 5 As costas do braço referem-se à parte onde o dedão de sua mão de digitação descansa. O espelho está anexado à frente do braço. O braço e o espelho são, geralmente, peças de madeira diferentes, mas nem sempre.

O corpoO corpo do contrabaixo está sob o controle da mão de toque (usual-mente, a mão direita). A seguinte lista descreve a função de cada parte do corpo:

Os captadores: 5 Os captadores consistem em ímãs encaixados em uma barra plástica que está perpendicularmente sob as cordas. Você pode ter dois ímãs para cada corda, ou um único ímã longo para todas as cordas. Os ímãs formam um campo magnético, e a vibração da corda altera (ou modula) aquele campo. Esta modulação então é transformada em um sinal elétrico, que por sua vez é convertido em som pelo amplificador e pelo alto-falante.

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15 Capítulo 1: O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de Contrabaixo?

Os controles: 5 Os controles são botões utilizados para se ajustar o volume e tonalidade (grave e agudo) dos captadores. Eles ficam localizados em direção à parte inferior do contrabaixo (quando você está com ele na correia).

A ponte: 5 As cordas são fixadas ao corpo pela ponte. A ponte prende uma extremidade de cada corda e se localiza no final do corpo. Captadores modernos como Piero ou Lightwave são às vezes instalados dentro da ponte. Esses captadores leem a vibração da corda na ponte.

5 Pino da correia: O pino da correia é um botão de metal no corpo, próximo ao braço e à ponte do contrabaixo, onde você encaixa as extremidades de sua correia de ombro.

O jack: 5 O jack (também chamado de conexão) é um encaixe utilizado para se conectar o cabo de seu baixo até o amplificador (para saber mais sobre amplificadores, veja o Capítulo 15).

As partes internasAs partes internas não estão visíveis para o olho (elas estão ocultas na cavidade do instrumento e cobertas por escudos), mas são essenciais para o som e sentimento do contrabaixo. A lista seguinte descreve as partes internas do contrabaixo:

O 5 tensor: O tensor é uma barra de metal ajustável que corre pelo comprimento do braço do seu contrabaixo. O tensor controla a curvatura do braço e do espelho, e os mantém estáveis. Se você precisar ajustá-lo, pode alcançá-lo pela parte superior ou inferior do braço.

Os 5 eletrônicos: Os eletrônicos de um contrabaixo são uma coleção de fios, potenciômetros (ou capacitores eletrônicos, os dispositivos redondos conectados ao lado interno de um controle de volume), e outros itens eletrônicos de aparência importante que ajudam a converter a vibração das cordas em som. A cavidade para os eletrônicos normalmente está localizada sob o escudo na parte de trás do corpo do contrabaixo. Ela também pode estar localizada sob os botões de controle na frente do seu contrabaixo.

As baterias: 5 Se o seu baixo tiver circuitos ativos (eletrônicos com sua própria fonte de força), você tem uma ou duas baterias de 9 volts conectadas aos eletrônicos (por meio de fios). Essas baterias estão localizadas na mesma cavidade que os eletrônicos, ou em uma cavidade adjacente nas costas do corpo. Caso seu baixo tenha circuitos passivos (eletrônicos sem bateria), você não precisa se preocupar com a troca de baterias.

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16 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

Sobre Conhecimentos Básicos Necessários: Preparando-se para Tocar Contrabaixo

Preparar-se para tocar – tanto fisicamente (com exercícios) quanto mentalmente (com teoria) – é essencial para um bom baixista. Você também pode ter de preparar seu instrumento, afinando-o e tocando-o corretamente. Quando você toca o contrabaixo corretamente, seus dedos podem se mover com facilidade de uma nota para outra.

Coordenando suas mãos direita e esquerdaComo você toca contrabaixo com as duas mãos – uma de toque e a outra de digitação –, ambas precisam estar bem coordenadas uma com a outra. Com os exercícios do Capítulo 4, você pode aquecer suas mãos diaria-mente (assim como um atleta se aquece antes de um evento esportivo).

Dominando a estrutura dos acordes maiores e menoresDuas tonalidades básicas prevalecem na música: maior e menor. Cada tonalidade tem um som distinto. Os tons maiores são, de certo modo, alegres e brilhantes, enquanto os tons menores são tristes e escuros. Os músicos utilizam esses tons para expressar o humor da canção (ou deles mesmos, ao que importa).Como baixista, você tem uma vantagem única: o contrabaixo é perfeita-mente simétrico, e todos os padrões de digitação se mantêm intactos, não importando onde, no braço, você os toque. Qualquer acorde maior ou menor irá sempre parecer igual para seus dedos, pois o padrão das notas não muda. Cada traste no braço equivale a meio-tom, o menor intervalo musical (distância entre duas notas). O som de cada nota está a exatamente cinco meio-tons do som da próxima corda inferior... sem exceções! O Capítulo 5 diz tudo sobre esses padrões.

Como todos os acordes e escalas caem em padrões consistentes que você pode tocar em qualquer parte do braço, a pergunta se torna “Onde eu começo o padrão?” O Capítulo 3 guia você com facilidade por esse processo.

Afinando seu contrabaixoAfinar e Contrabaixo... soa quase como uma expedição de pesca (as palavras afinar [tune] e contrabaixo [bass], em inglês, lembram o nome de dois peixes, respectivamente o atum e o perca), mas pescar a nota certa é a última coisa que você quer fazer quando afina seu contrabai-xo. Seu baixo precisa estar afinado com os outros instrumentos, bem como com ele mesmo. O Capítulo 2 explica os diferentes métodos para afinar seu contrabaixo corretamente.

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17 Capítulo 1: O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de Contrabaixo?

Combinando escalas e acordesEscalas e acordes formam a espinha dorsal da música. Aqui está um breve resumo de cada um deles:

Escalas 5 são grupos de notas (normalmente sete) utilizadas para criar melodia.

Acordes 5 são três ou quatro notas específicas, dentro de uma escala, que formam o conteúdo harmônico (musical).

Como baixista, você utiliza as escalas junto dos acordes para formar suas linhas de baixo (ou levadas). Utilizar tanto escalas quanto acordes dá a você flexibilidade para expressar sua individualidade (veja o Capítulo 5 para mais detalhes). Você frequentemente pode apimentar suas linhas escolhendo a partir de diversas escalas correspondentes.

Tocando Levadas, Solos e PreenchimentosSer capaz de tocar levadas é essencial para ser um bom baixista. Afinal, as levadas que você toca determinam o conteúdo harmônico e rítmico de uma canção. É de se espantar que os bons baixistas sejam os músicos mais procurados?

Criando levadas e riffsCertos elementos são essenciais para a criação de levadas e riffs (os Capítulos 6 e 7 falam tudo sobre esses elementos). As levadas têm um conteúdo rítmico (esqueleto da levada) e um conteúdo harmônico (um acorde e escala). Os riffs são uma melodia curta que você pode tocar para preencher um espaço na música.

Um baixista geralmente irá tocar uma levada na oitava mais baixa e então adicionar um riff uma oitava acima para dar variedade à linha de baixo e manter os ouvintes interessados. A criação de levadas e riffs não é apenas uma questão de inspiração divina (embora ela nunca prejudique); ela é realmente ditada pela ciência.

Alimentando você mesmo, e seu público, com solos e preenchimentosComo baixista, seu trabalho é tocar a levada. Mas isso não significa que você tenha de deixar de tocar solos saborosos e preenchimentos de digitação rápida. Desde que seu solo ou preenchimento (solo miniatura) esteja relacionado à levada e seja realmente parte dela, você pode tocá-los quando quiser.

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18 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

Quando você precisa de um solo bacana, ou precisa preencher algum espaço com um flash de baixo (um minissolo elaborado para mostrar suas habilidades), as escalas de blues e pentatônicas são quase imbatí-veis, especialmente se você tocá-las uma oitava acima. Esteja você tocando blues, rock, jazz ou qualquer outra coisa do gênero, essas escalas, quando aplicadas de maneira apropriada, nunca deixarão você na mão. Você aproveita ainda a simetria do contrabaixo: uma digitação se adapta a todas! (Veja no Capítulo 7 um material sobre essas escalas e sobre preenchimentos e solos).

Experimentando com Diferentes Gêneros Musicais

Definir o gênero de uma canção é sua função primária como baixista. Você define um gênero pelas notas e ritmos que escolhe – e isto en-quanto acompanha a bateria! Nesta seção, eu mostro alguns dos gêneros comuns, além de dar algumas dicas para fazer você se sentir confortável tocando fora do seu gênero de especialidade.

Um gênero musical é um tipo geral de música, como world beat. Um estilo musical é uma subcategoria do gênero, como reggae ou música do oeste africano (que são considerados estilos do world beat).

A lista seguinte define os gêneros que você encontrará com mais frequência.

Rock: 5 Diversos estilos fazem parte deste abrangente gênero. Entre eles estão o pop, rock, rock’n’roll, fusion e até mesmo o country. Os estilos do rock são tocados geralmente com uma pulsação constante de oito colcheias (duas colcheias por tempo) travadas firmemente com a bateria, que direciona o som. Eu forneço uma ampla seleção de modelos (sugestões de notas e ritmos para cada estilo) para você escolher, e espero que você expanda-os para sua própria prática – simplesmente dê uma espiada no Capítulo 8 e agite!

Swing: 5 Os estilos de swing estão baseados em uma pegada de tercinas. Com a tercina, um único tempo é subdividido em três unidades iguais, não as duas unidades costumeiras. Os estilos deste gênero são, de certo modo, mais leves que os estilos do rock e incluem as linhas de baixo em shuffle, bem como as linhas do tipo walking bass. Folheie até o Capítulo 9 para descobrir mais sobre o swing.

5 Funk: Os estilos de funk dependem fortemente da semicolcheia, a menor subdivisão rítmica utilizada comumente na música. Para os baixistas, este é o gênero mais movimentado. Você tem muitas notas para tocar. Você precisa travar firmemente com a bateria e manter a levada firme. Este gênero concentra muita atenção no contrabaixo e é, frequentemente, um desafio técnico. Então, verifique o Capítulo 10 e prepare seus dedos para tocar algumas notas intrincadas.World beat: 5 O world beat é uma categoria amplamente reconhecida em qualquer loja de música. Eu utilizo este termo

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19 Capítulo 1: O Básico do Contrabaixo: Qual o Significado de Contrabaixo?

para descrever os estilos que não sejam nativos da música norte-americana, porém sejam relativamente comuns, como os estilos sul-americanos, africanos e caribenhos. Este livro prepara você para os estilos mais comuns do world beat, mas tenha em mente que há muito mais estilos internacionais por aí, esperando para serem explorados. Para saber mais sobre o gênero world beat, veja o Capítulo 11.

Compassos exóticos: 5 Estilos que utilizem compassos exóticos não fazem parte dos padrões de quatro tempos aos quais você possa estar habituado, mas compassos que utilizem cinco, seis ou sete tempos (ou até mais) fazem parte, definitivamente, da família dos compassos exóticos. Embora incomuns, os compassos exóticos podem soar bastante naturais quando tocados corretamente. De fato, a valsa (compasso de três tempos) é um estilo de compasso exótico que certamente parece natural, pois é muito comum. O Capítulo 12 conta a você como tocar compassos exóticos com suavidade.

Digamos, por exemplo, que você queira tocar jazz, mas seus amigos querem tocar rock’n’roll. Como criar uma levada de baixo que soe autêntica e se encaixe no esquema? O Capítulo 13 mostra os macetes dos principais gêneros de levadas musicais, de modo que você possa satisfa-zer qualquer exigência que seus companheiros de banda imponham sem soar como um músico de jazz tentando tocar rock’n’roll.

Estocando Alguns Equipamentos de Contrabaixo

Tantos contrabaixos, tão pouco tempo. Bem, talvez você tenha muito tempo, mas o fato permanece: você tem diversos contrabaixos diferentes para escolher e há novos chegando ao mercado o tempo todo. Você precisa saber o que procurar e escutar. Você também deve saber de que outros equipamentos você precisa para satisfazer seus desejos de contrabaixo.

Comprando um contrabaixoAlguns contrabaixos oferecem um som específico e outros oferecem uma gama de diversos sons adequados para muitos estilos musicais diferentes. Claro, você quer escolher um contrabaixo que você possa tocar conforta-velmente. Certo, seu baixo também deve ter um visual legal, mas lembre-se: o visual é tão profundo quanto o verniz. O Capítulo 14 ajuda você com todo o processo de compra (ou adoção?) de um contrabaixo.

Adquirindo um amplificadorDe quanta potência você precisa? Como é o som? Você pode carregar tudo sozinho, ou precisará de meia dúzia de roadies corpulentos para

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20 Parte I: O Mundo de Acordo com o Contrabaixo

mover o amplificador e o alto-falante? Verifique o Capítulo 15 para obter ajuda com essas questões. Oh, e falando em “mover”... Quanta grana você está disposto a movimentar? O seu orçamento é outra considera-ção a se fazer quando se compra um amplificador.

Acessórios para seu contrabaixoVocê precisa carregar alguns itens na bolsa do seu contrabaixo o tempo todo, como uma correia, afinador e cabos. Outros itens são opcionais, como um pedal de chorus ou adesivos bacanas para seus fãs. O Capítulo 15 ajuda você a determinar de quais acessórios precisa e quais não. Tente imaginar se você consegue tocar sem um item. Caso possa, ele é opcional; e caso não possa, é uma necessidade.

Dando ao Seu Contrabaixo a Boa e Velha Manutenção

Mesmo que seu contrabaixo exija muito pouca manutenção, certas partes precisam de um ajuste ocasional ou uma substituição periódica. Você pode fazer boa parte da manutenção por conta própria, com um complemento mínimo de ferramentas básicas. Verifique os Capítulos 16 e 17 para orientar-se por esse processo.

Trocando as cordasA troca de cordas é a mais comum das manutenções do contrabaixo. A frequência da troca de cordas depende do quanto você quer que seu som seja limpo – quanto mais novas as cordas, mais brilhante o som. Haja o que houver, por favor, não escute as histórias sobre baixistas que trocam suas cordas a cada 25 anos (e que só o fizeram porque uma arrebentou).

Troque suas cordas pelo menos a cada três ou seis meses (mais fre-quentemente, caso você toque muito). E certifique-se de lavar as mãos antes de tocar (parece engraçado, não?) para manter a sujeira de suas mãos longe de suas cordas. Para mais informações sobre troca de cordas, veja o Capítulo 16.

Limpando seu contrabaixoObviamente, você não pode simplesmente pegar a mangueira do jardim e fazer uma superlimpeza no seu contrabaixo. Seu contrabaixo, assim como qualquer outro instrumento musical, é muito delicado. Você precisa lidar com ele cuidadosamente quando remover as manchas de refrigerante da sua última apresentação (queimaduras de cigarro são mais difíceis). Cotonetes e tecidos finos são uma exigência. Dirija-se ao Capítulo 17 para um relatório completo sobre como limpar seu contrabaixo.

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