estudo e avaliaÇÃo comparativa de tÉcnicas de visÃo estÉreo

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FACULDADE LOURENÇO FILHO LICHIERY SILVA ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO FORTALEZA CE 2013

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MInha monografia, abordando o uso de visão estereo com OpenCV

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Page 1: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

FACULDADE LOURENÇO FILHO

LICHIERY SILVA

ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

FORTALEZA – CE

2013

Page 2: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

LICHIERY SILVA

ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Bacharelado do Curso de Sistemas de Informação,como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informaçãoda Faculdade Lourenço Filho.

Orientador: Prof. D.Sc. Rodrigo Carvalho Souza Costa.

FORTALEZA, 2013

LICHIERY SILVA

Page 3: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Sistemas de Informação

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Prof. Dsc. Rodrigo Carvalho Souza Costa

Orientador – FLF

_______________________________________

Prof. M.Sc. Tarique Silveira Cavalcante Faculdade Lourenço Filho

____________________________________

Prof. Esp. Anaxágoras Maia Girão Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFCE Campus Fortaleza

_____________________________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Manso Coordenador do Curso

Page 4: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

i

Dedico este trabalho a minha família que sempre me incentivou e me apoiou, durante minha vida, me mantendo no caminho correto.

Page 5: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar a instrução inicial em todos os meus atos, logo em seguida à

minha família que me apoiou durante a minha carreira acadêmica e propiciou a minha formação, principalmente a minha Avó e Tia que tiveram contribuição fundamental para esta

realização. Ao meu Orientador e Mentor, professor Rodrigo Carvalho Souza Costa, que contribuiu muito

tanto nesse trabalho como na minha carreira acadêmica e profissional, grande parte do meu conhecimento se deve a ele.

Por fim, mas não menos importante, aos meus amigos, que tiveram compreensão nos momentos em que me ausentei para conclusão desse trabalho, mas sempre me incentivaram a

termina- lo, uma participação especial ao meu amigo João Pedro Capistrano, que me ajudou com a parte da língua inglesa, de fundamental importância para o termino do trabalho.

Page 6: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

iii

“Se não existe meio de vencer um inimigo, CRIE um meio!

Se não há chance de vitória, ENCONTRE uma!”

Mestre Arsenal

Page 7: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

iv

RESUMO

Um grande diferencial do sistema de visão humano é a capacidade de percepção de

distância, propiciando uma forma de observação tridimensional do mundo. Através da visão,

o ser humano realiza tarefas cotidianas do seu dia-a-dia e toma decisões a partir do que

enxerga.

Para simular o processo de percepção humana, existe na Ciência da Computação a

área de Visão Computacional (VC) que extrai informações de cenas a partir do processamento

de imagens adquiridas, por exemplo, através de câmeras.

A área da VC é muito ampla e um de seus setores de estudo é a visão estereoscópica

que tem como objetivo realizar a percepção tridimensional a partir do processamento de

imagens de duas câmeras posicionadas de forma adequada. Esta área tem avançado muito nos

últimos anos e várias técnicas e algoritmos foram desenvolvidos.

O objetivo desta monografia é realizar uma avaliaçãodas características de algumas

implementações de técnicas de visão estérea (VE) em bibliotecas ou Softwares de

processamento de imagens disponíveis na internet.

Através da aplicação em um mesmo ambiente de testes e hardware é possível avaliar

os fatores, como iluminação e tipos de lentes das câmeras, que podem influenciar na detecção

de profundidade, possibilitando a compreensãodos ajustes necessários para auxiliar a escolha

da técnica de VEque agregue o menor custo computacional a uma detecção eficiente para

aplicações em tempo real.

Os algoritmos apresentados foram desenvolvidos em Linguagem C ANSI com a

biblioteca OpenCV, pois são os mais utilizados em sistemas de VE.

Os resultados encontrados ao final da monografia não são satisfatórios, mesmo as

técnicas funcionando, cada uma apresenta algum problema, como a taxa de processamento

muito alta, a identificação da imagem de resultado não é aceitável, impossível de realizar

testes com imagens de tamanho grande.

Palavras-chave:Visão Estéreo, Mapa de Profundidade, OpenCV.

Page 8: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

v

ABSTRACT

A great advantage of the human vision system is the ability to percept distance,

providing a form to observe the three-dimensional world. Through vision, humans can carry

out daily tasks of their daily life and make decisions based on what they see.

To simulate the process of human perception, there is, in the Computer Science, the

Computer Vision (VC) area that extracts information from scenes based on the processing of

images acquired by cameras.

The VC area is very wide and one of its study’s sectors is the Stereoscopic Vision

which aims to make a three-dimensional perception from processing images from two

cameras positioned appropriately.This area has made a huge advance in recent years and

many techniques and algorithms have been developed.

The purpose of this monograph is to conduct an assessment for the characteristics of

different implementations of techniques in libraries or Stereo Vision image processing

software available on the internet.

Through the application on the same test and hardware environment, it is possible to

evaluate the factors such as lighting and types of camera lenses, which may influence the

measurement of depth, allowing us to understand the necessary adjustments to assist the

Stereo Visiontechnique’s choice that represent the lowest computational cost at an efficient

detection for real-time applications.

The presented algorithms have been developed inlanguage C ANSI with the OpenCV

library, as mostly used in VS systems.

The results at the end of the monograph are not satisfactory, even the technical

functioning, each presents a problem, as the very high rate of processing, image identification

result is not acceptable, impossible to carry out tests with larger-sized images.

Key-Words: Stereo Vision, Depth Map, OpenCV.

Page 9: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

vi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 1

2. VISÃO ESTÉREO .............................................................................................................. 5

2.1. FUNDAMENTAÇÃO SOBRE A CAPTAÇÃO DA IMAGEM ................................ 6

2.2. VISÃO TRIDIMENSIONAL ...................................................................................... 8

2.3. CAPTAÇÃO ESTEREOSCOPICA........................................................................... 10

2.3.1. PARAMETROS INTRÍNSECOS.............................................................................. 10

2.3.2. PARAMETROS EXTRÍNSECOS............................................................................. 15

2.4. RETIFICAÇÃO ......................................................................................................... 16

2.5. RECONSTRUÇÃO 3D ............................................................................................. 17

2.6. MAPA DE PROFUNDIDADE.................................................................................. 19

2.6.1. CALIBRAÇÃO ESTÉREO ....................................................................................... 20

2.6.2. RETIFICAÇÃO SEM CALIBRAÇÃO ..................................................................... 20

3. MATERIAIS E METODOLOGIA ................................................................................... 22

3.1. OPENCV.................................................................................................................... 22

3.2. GIMP.......................................................................................................................... 22

3.3. CÂMERA UTILIZADA ............................................................................................ 22

3.4. METODOLOGIA DE TESTES ................................................................................ 24

4. RESULTADOS ................................................................................................................. 26

4.1. DEPTHMAP GIMP ................................................................................................... 26

4.2. MAPA DE PROFUNDIDADE COM AUTOCALIBRAÇÃO ................................. 28

4.3. RETIFICAÇÃO ESTÉREO....................................................................................... 30

5. CONCLUSÃO FINAL ...................................................................................................... 32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 33

Page 10: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de visualização de objetos no olho humano. ............................................... 1 Figura 2: Mecanismos para captação de imagens com focos visuais coincidentes. ................... 5

Figura 3: Representação Geométrica Esquemática de um MCI. ................................................ 7 Figura 4: Representação de uma câmera virtual. ........................................................................ 7 Figura 5: Exemplo de informação de profundidade obtida pela variação de luminosidade. a)

imagem original b) imagem com textura gerada a partir de uma variação de luminosidade. Fonte: Pinho (2013). ................................................................................................................... 9

Figura 6: Modelo de Câmera Pinhole. ...................................................................................... 11 Figura 7: Representação de Distorção de Lentes. ..................................................................... 12 Figura 8: a) Modelo chessboard utilizado como padrão para calibração de câmeras b) Imagem

adquirida através de câmera com distorção. ............................................................................. 14 Figura 9: Relação de sistemas de coordenadas do mundo real com as coordenadas da imagem.

.................................................................................................................................................. 15 Figura 10: Um Par Estéreo Retificado. Fonte: Segundo (2007). .............................................. 16 Figura 11: Exemplo de um Mapa de profundidade. Fonte: Bradski (2008). ............................ 19

Figura 12: Webcam Logitech C210.......................................................................................... 23 Figura 13: disposição das câmeras a) câmeras próximas b) câmeras afastadas. ...................... 23

Figura 14: Aquisição de imagens com câmeras próximas. a) Imagem da câmera esquerda e b) Imagem da câmera direita. Fonte: elaboração própria. ............................................................. 24 Figura 15: Aquisição de imagens com câmeras distantes. a) Imagem da câmera esquerda e b)

Imagem da câmera direita. Fonte: elaboração própria. ............................................................. 24 Figura 16: imagem da câmera a) direita b) esquerda e c) resultado do processamento feito

através do GIMP. ...................................................................................................................... 26 Figura 17: Resultado depthmap GIMP ..................................................................................... 27 Figura 18: Teste depthmap GIMP com diferentes parâmetros. ................................................ 27

Figura 19: Resultado depthmap GIMP, com OpenCV ............................................................. 28 Figura 20: Imagens adquiridas pela câmera (a) direita e (b) esquerda. .................................... 29

Figura 21: Detecção do tabuleiro de xadrez na câmera (a) Direita e (b) Esquerda. ................. 29 Figura 22:Execução do sistema, Mapa de Profundidade em tempo real .................................. 30 Figura 23: Resultado do mapa de Profundidade com retificação sem informações da

calibração. ................................................................................................................................. 31

Page 11: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

viii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

C Centro de Projeção

f Distancia Focal

FEH Fator de Escala Homogêneo

MP Mapa de Profundidade

MCI Mecanismo de Captação de Imagem

OPENCV Open Source Computer Vision

PDI Processamento Digital de Imagem

PII Parâmetro de Inclinação da Imagem

R Matriz de Rotação 3 por 3

VE Visão Estéreo

VC Visão Computacional

T Vetor de Translação 3D

Page 12: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

1

1. INTRODUÇÃO

A percepção visual é uma ferramenta muito importante para os seres vivos videntes,

pois possibilita um indivíduo organizar e interpretar suas impressões sensoriais para atribuir

significado ao meio através do sentido da visão. Ela é utilizada em tarefas cotidianas do ser

humanopara tomar decisões, baseadas nas informações obtidas pela captura do cenário, como,

por exemplo, a travessia de uma rua ou escolher frutas em um mercado (SOUTO & LUCAS,

2009; COSTA, 2012).

Ao contrário do que se pensa o olho não é capaz de identificar e separar objetos de um

cenário, o cérebro tem a capacidade de dividir a informação por prioridade de atenção à tarefa

sendo realizada, examinando o importante e suprimindo as outras informaçõesadvindas de

sensores musculares e os outros sentidos, que o ajudam a cruzar essas informações e tomar

uma decisão (BRADISK, 2008).

A associação entre o olho e o cérebro forma o sistema visual humano. Olhos apenas

captam os estímulos luminosos do mundo externo, similar a uma câmera. Através dos

elementos que compõem a estrutura do olho, a luz é focalizada em uma superfície repleta de

receptores sensoriais (retina) que detectam a luz e converte em estímulos (sinas elétricos) que

são conduzidos ao cérebro, gerando características iniciais de informações como cor, forma,

tonalidade, entre outras (GONZALEZ, 2011; ALEXANDRE & TAVARES, 2007).

Como o sistema visual humano é composto por dois olhos e devido ao seu

posicionamento, as imagens percebidas por ambos os olhos são ligeiramente diferentes,

conforme mostrado na Figura 1.

Figura 1: Exemplo de v isualização de objetos no olho humano.

.

Page 13: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

2

Na Figura 1 pode ser visto que existe um pequeno deslocamento lateral entre as

imagens adquiridas por ambos os olhos, quase imperceptível se observado separadamente.

Contudo, éesse deslocamento causado pela distância entre os olhos que permite ao ser

humano ter uma observação tridimensional do mundo externo (BRADISK, 2008).

Devido à importância da percepção visual, o ramo da (VC) está em franca ascensão,

pois, tem como objetivo simular o processo de percepção humana através de sistemas que

capturam imagens através de câmeras, a processam e com isso, são capazes de identificar e

rastrear objetos de interesse (BOURCHARDT, 2006; DELAI & COELHO, 2010).

Uma subárea da VC, conhecida como Visão Estéreo (VE), se dedica a desenvolver

técnicas para percepção tridimensional de objetos através do processamento de imagens

obtidas a partir de duas câmeras posicionadas de forma adequada. Com base nas suas posições

e seus campos de visão, é possível determinar-se a posição de qualquer ponto neste espaço,

desde que este ponto esteja presente em ambas asimagens capturadas (CORREA, 2004).

Existem diversos projetos, principalmente na área da robótica, que utilizam a VE, com

a finalidade de simular a visão e percepção humana e detectar objetos,um exemplo disto é o

trabalho de Kelber (2005) que tem como objetivo aplicar as técnicas desenvolvidas para a VE

para o desenvolvimento de um veículo autômato, podendo detectar eventuais colisões ou a

saída de pista(SEGUNDO, 2007; KELBER, 2005; CORRÊA, 2004).

Um exemplo similar é o trabalho de Achtelik et al.(2009) que compara sensores e

câmeras estéreo para utilizar na automação da navegação de um helicóptero quadrotor,

fazendo-o navegar em ambientes internos estruturados e desconhecidos, mas seu objetivo

final é a união dessas tecnologias para um melhor desempenho do helicóptero.

Outro exemplo é o trabalho de Dias(2009), que utiliza uma cabeça robótica para

simular o movimento da visão humana, juntamente com um método conhecido como

Transformada Generalizada de Hough, desenvolvida originalmente por Hough(1959), que

utiliza uma imagem de referência pré-determinada com a intenção de retirar informações de

interesses a serem buscadas, tornando a detecção de objetos invariável ao seu tamanho e

posição.

Seguindo esta linha de pensamento, no trabalho de Martins (2007) é proposta a VE

como uma estratégia para resolver problemas na área de realidade aumentada. Ela consiste no

alinhamento do mundo virtual com o mundo real através da calibração de câmeras para

corrigir a distorção devido a lentes. Neste trabalho em questão é mostrado que é possível

estabelecer uma correspondência dos cantos do padrão no mundo real com os da projeção na

Page 14: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

3

imagem, podendo assim, realizar a estimação de distância mesmo com câmeras com lentes

esféricas.

Existem também pesquisas para desenvolver e implementar novos algoritmos de VE, o

trabalho de Kelle (2012) propõe um novo modelo de visão estéreo densa, que procura realizar

uma estimação de distância mais precisa analisando todos os pontos que compões as duas

imagens (KELLE, 2012).

Uma vertente também é a área de detecção de pessoas, no trabalho de Yahiaoui (2008)

ele apresenta um sistema para contagem de passageiros de ônibus baseado em VE, em sua

pesquisa mostrou que é possível ter uma precisão de contagem de 99%, tendo seus testes

feitos com alguns vídeos em ônibus.

Na mesma linha de pesquisa, na tese de Lefloch (2007) é demonstrado que o a

detecção de profundidade utilizando câmeras com VE é mais preciso que métodos baseados

em feixe de laser, sensor de infravermelhos e sensor térmico. Contudo, uma desvantagem

deste tipo de abordagem é o seu elevado custo computacional.O autor apresenta um sistema

com câmeras de baixo custo e pode detectar que mesmo assim os resultados são satisfatórios.

O trabalho de Oosterhout (2011) apresenta uma técnica de detecção de pessoas através

do achado se suas cabeças com base em VEem três ambientes distintos, podendo concluir que

mesmo em situações de aglomeração o desempenho ainda era muito bom.

Pode-se perceber que ultimamente as empresas de cinema também utilizama VE para

produção de filmes 3D. As empresas utilizam uma técnica quefilma a cena com uma lente e

utiliza um espelho para captar a mesma cena com o deslocamento necessário para simular a

profundidade que o espectador percebe ao assistir um filme com esse formato (LANDIM,

2009).

Existem diversas implementações de técnicas de Visão Computacional (VC)

disponibilizadas em códigos abertos ou bibliotecas comerciais. Por exemplo, a biblioteca

OpenCVproduzida pela Intel e implementa diversos algoritmos de VC incluindo também

algoritmos de VE. Esta biblioteca possui implementações com elevada eficiência

computacional associada a eficaz processamento e, por causa disto, são bastante utilizadas em

diversos tipos de sistemas(DROPPELMANN, 2012).

O objetivo principal desta monografia é realizar uma avaliaçãodas características dos

algoritmos de VE implementados em bibliotecas disponíveis na internet para compreensão

dos ajustes necessários para auxiliar o desenvolvimento de aplicações que sejam capaz de

extrair informações de profundidade das imagens adquidas. .

Page 15: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

4

Essa monografia está dividida em seis capítulos, este descreve brevementeos objetivos

e trabalhos com técnicas de Visão Estéreo (VE), no segundo capítulo é apresentada a

fundamentação necessária para compreender as técnicas de VE que tornam possível estimar

profundidade utilizando duas câmeras.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada para avaliação, bem como as

ferramentas utilizadas para o desenvolvimento do trabalho como, ambiente, tipos de câmera e

as formas de testes utilizadas, no quarto capitulo será apresentado os resultados obtidos no

último capitulo serão apresentadasas conclusões do trabalho e perspectivas de trabalhos

futuros.

Page 16: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

5

2. VISÃO ESTÉREO

Segundo Correa (2004), a VE é um campo da Visão Computacional (VC) que se

dedica a desenvolver técnicas para percepção tridimensional e segundo Azevedo e Conci

(2003) uma das formas de se obter essa percepção é através da estéreoscopia.

A estéreoscopia consiste na visão de um mesmo foco por dois mecanismos de captura

de imagens (MCI), que combinados formam o chamado par estereoscópico. A captura da

imagem pode ser, posteriormente, reproduzida em softwares de modelagem virtual

(MALARD, 2008).

Em sua definição, a percepção estereoscópica é a capacidade de ver uma imagem

tridimensional a partir de duas imagens separadas adquiridas no mesmo ambiente sob pontos

de vista diferentes com um foco em comum, conforme mostrado na Figura 2 (PEREIRA,

2013).

Figura 2: Mecanismos para captação de imagens com focos visuais coincidentes.

Apesar de cada câmera ter seu campo de visão, a partir da combinação das

informações em comum de ambas as câmeras, conforme mostrado na região cinza escura que

torna possível a identificar a profundidade.

Segundo Pereira (2013), a estéreoscopia torna possível a percepção de profundidade

bem mais precisa que em câmeras monoculares. Contudo, Malard (2008) ressalta que somente

a junção do par estereoscópico não é suficiente para a obtenção de informações relativas à

distância, posições e tamanhos de objetos.

Para que seja possível obter estas informações alguns fatores devem ser levados em

consideração, como a iluminação e sombras, ou que compreendem a forma e volume do

Page 17: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

6

objeto, bem como a oclusão. Este conjunto de efeitos facilitam a identificação relativa dos

objetos e seu tamanho e otimizam o funcionamento dos algoritmos de VE e(MALARD,

2008).

Segundo Trucco e Verri (1998), a VE deve resolver dois problemas da VC, o primeiro

é conhecido por correspondência que consiste em determinar qual item no MCI esquerdo

corresponde ao mesmo item no MCI direito enquanto que o segundo problema é o chamado

reconstrução, que seria o processo de reconstrução da imagem a partir do par estéreo. O

primeiro possui dificuldades relacionadas com a existência de algumas partes da cena em

apenas um dos MCIs, portanto a VE deve ser capaz de identificar as partes da imagem que

não são abrangidas pelo outro MCI.

Com base nas regiões existentes em ambas as imagens, detectadas pelo primeiro

processo, é computada a diferença da posição dos objetos em cada MCI, conhecida como

disparidade (TRUCCO & VERRI, 1998).

2.1. FUNDAMENTAÇÃO SOBRE A CAPTAÇÃO DA IMAGEM

Segundo Malard (2008), os MCI, tais como maquinas fotográficas, câmeras

filmadoras e um dos olhos animal, possuem um campo de visão tipicamente representado por

uma pirâmide retangular, pois realiza a projeção perspectiva.

Nesta, todos os raios de projeção convergem para um ponto comum, chamado ponto

de observação ou centro da projeção e sua posição é representada pelo vértice cume da

pirâmide, conhecido como ponto de vista (CONCI, 2002; MALARD, 2008).

O foco visual dos MCI é equivalente ao centro geométrico da base da pirâmide, os

ângulos de abrangência do campo visual desses mecanismos correspondem ao angulo

limitado pelo vértice cume e pelas faces inclinadas do solido,desenhado em dourado na Figura

3 (MALARD, 2008; AZEVEDO e CONCI, 2003).

Azevedo e Conci (2003) ressaltam que o plano da imagem, onde a cena será projetada

está posicionada no ponto focal e, na maioria dos casos é perpendicular ao vetor de direção de

projeção, área tracejada em azul na Figura 3.

A orientação desses mecanismos é definida pela reta que liga o cume da pirâmide ao

centro geométrico de sua base e por uma reta normal ao plano que contem a reta suporte do

ponto de vista e do foco visual, conhecida como vector up(MALARD, 2008).

Page 18: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

7

Figura 3: Representação Geométrica Esquemática de um MCI.

Uma forma de se compreender as informações de posição e orientação da câmera e

que consolidam estes parâmetros da câmera função são mostradas na Figura 4.

Figura 4: Representação de uma câmera virtual.

Toda orientação da câmera é feita a partir de sua posição definida através de

coordenadas (x, y, z). O vector up que está intimamente relacionado à orientação do campo

visual observado pela câmera é definido como o vetor z (zx,zy,zz).

Page 19: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

8

O foco visual, representado pela letra D na Figura 4 é o foco visual e geralmente está

localizado sobre o objeto de interesse em primeiro plano. Através desses parâmetrosé definida

a orientação da câmera e está relacionada à determinação do campo de visão da câmera

(AZEVEDO e CONCI, 2003).

Além destes parâmetros é comum definir características de movimentação da câmera,

apresentadas como as letras A, B e C. Através destes pode-se modificar o campo de visão de

uma câmera sem mudar seu posicionamento (x, y, z).

A letra A define o movimento de inclinação, também conhecido como tilt, da câmera,

podendo rotacionar o vetor de direção (vector up) da câmera em relação ao eixo y,

similarmente a cabeça do ser humano movendo de baixo para cima ou vice-versa.

Já a letra B define o movimento panorâmico, conhecido como pan, podendo rotacionar

o vetor de direção em relação ao eixo z, similar ao movimento da cabeça do ser humano ao

movimentar a cabeça da esquerda para a direita. A letra C define a movimentação de

aproximação e distanciamento da câmera em relação ao foco visual.

2.2. VISÃO TRIDIMENSIONAL

Existem três categorias de estímulos visuais que o cérebro utiliza para a formação de

uma imagem tridimensional, conhecidas como visão monocular, informação óculo-motora e

estéreoscopia, está sendo utilizada em sistemas relacionados àVE (AZEVEDO e CONCI,

2003; PINHO, 2013).

Segundo Azevedo e Conci (2003), através da visão monocular pode-se obter a

informações inerentes à imagem, que são chamados de static depth cues (informações

estáticas de profundidade) ou pictorial depth cues (informações de profundidade na imagem)

e entre as informações temos a perspectiva linear, responsável pela aparente diminuição dos

tamanhos e das distâncias entre objetos à medida que o observador se distancia deles.

São exemplos deste tipo de informação o conhecimento prévio do objeto, a oclusão, a

densidade de texturas dentre outras. Por exemplo, ao se conhecerpreviamenteo objeto, sabe-

se o tamanho do objeto e então consegue-se determinar a distância absoluta do objeto ao

observador e a relativa entre objetos (AZEVEDO e CONCI, 2003).

Já a oclusão refere-se a obstrução da visão de um objeto por outro objeto e a

conhecendo a densidade de texturas pode-se perceber quais partes do objeto estão mais

distantes do observador. Por fim, a variação da reflexão da luz é outra forma de informações

inerentes conforme mostrado na Figura X.

Page 20: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

9

Figura 5: Exemplo de informação de profundidade obtida pela variação de luminosidade. a) imagem

original b) imagem com textura gerada a part ir de uma variação de lu minosidade. Fonte: Pinho (2013).

Observando as figuras, pode-se perceber a profundidade devido à intensidade de luz

refletida na superfície do objeto, é possível obter informações sobre a forma e curvaturas de

sua superfície (AZEVEDO e CONCI, 2003).

Além disto, a partir das sombras dos objetos, pode-se determinar a posição de um

objeto a partir de um piso colocado abaixo dele, além de uma distância relativa entre objetos

devido às noções de perspectivas (AZEVEDO e CONCI, 2003).

Segundo Pinho (2013), Azevedo e Conci (2003), as informações monoculares são

obtidas através da movimentação dos olhos a partir de dois conjuntos de músculos presos ao

globo ocular, o primeiro move o globo ocular e o segundo muda a curvatura da lente que fica

atrás da íris, existindo dois tipos de informações, a acomodação é usado os músculos que

alteram o foco com a mudança no formato das lentes dos olhos e a vergência utiliza os

músculos que produzem as rotações dos olhos para mudar o campo de visão.

As informações estereoscópicas estão diretamente relacionadas com a diferença entre

as imagens captadas por cada MCI e é chamada de diferença binocular para determinar a

distância relativa dos objetos, e a distância entre dois pontos projetadas em um anteparo, visto

especificamente por um MCI e ambos os pontos correspondentes no mesmo espaço é

conhecido como paralaxeressaltando que os objetos devem estar até dez metros do observador

(AZEVEDO e CONCI, 2003).

Mesmo com os vários dispositivos existentes que se utilizam da capacidade animal de

perceber profundidade com pares de imagens em estéreo, pode-se perceber altura e largura,

ainda não está claro o quanto dessa percepção depende das disparidades geométricas ou o

quanto está ligado à familiaridade de objetos pelo animal (AZEVEDO e CONCI, 2003;

COUTINHO, 2007).

Page 21: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

10

Além disto, é possível ter uma percepção de aproximação e distanciamento devido sua

relação direta com o tamanho visto pela câmera. Ao aproximar um objeto, seu tamanho

aumenta, já quando ele diminui, o tamanho percebido diminui. Fazendo este tipo de análise, a

percepção de distância pode ser feita monoscopicamente, de maneira aproximada (PEREIRA,

2013).

2.3. CAPTAÇÃO ESTEREOSCOPICA

Segundo Pereira (2013), algumas precauções devem ser tomadas para que se obtenha

um par estereoscópico, como:

a área de sobreposição mínima de cinquenta por cento entre as imagens,

os eixos das câmeras que formarão o par estereoscópico devem estar

aproximadamente coplanares,

a distância entre as estações de exposição das câmeras não deve ser muito grande

em relação à distância objeto/câmera e;

as fotografias devem ter aproximadamente a mesma escala, com uma variação no

máximo de cinco por cento entre elas.

Levando em consideração estas precauções, existem as condições ideais para obtenção

de imagens a partir de um par estereoscópico para a partir dele obter-se a determinação de um

mapa de profundidade que mapeia em cores a distância entre os objetose a câmera.

A partir disto, segundo Santos (2012), devem-se conhecer dois parâmetros das

câmeras, os intrínsecos, relacionados a características internas da câmera, como a distância

focal (f) e distorção das lentes, e os extrínsecos, relacionados com a orientação e a translação

das câmeras para poder determinar o par-estereoscópico. Estas informações são discutidas nas

subseções a seguir.

2.3.1. PARAMETROS INTRÍNSECOS

Os parâmetros intrínsecos estão relacionados ao mapeamento dos pontos na imagem e

sua representação em pontos no espaço tridimensional.Estes parâmetros são específicos para

cada câmera e são necessários para caracterizar as propriedades ópticas, geométricas e de

visualização da câmera (TRUCCO e VERRI, 1998).

Segundo Rudek (2006), um modelo matemático capaz de explicar os parâmetros

intrínsecos é o de uma câmera de orifício (pinhole)apresentadona Figura 6.

Page 22: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

11

Figura 6: Modelo de Câmera Pinhole.

Este tipo de câmera não possui uma lente, portanto, a imagem dos objetos é gerada

somente a partir convergência da luz refletida sobre o centro de projeção (O), localizado na

origem do sistema de coordenadas para fins de simplificação da notação, conforme mostrado

na Figura 6.

Segundo Santos (2012), devido à inexistência de lente e por consequente inexistência

de distorção na formação da imagem, a determinação dos parâmetros intrínsecos é

simplificada, pois o único fenômeno que deve ser avaliado é a projeção de perspectiva. Este

tipo de projeção possui apenas um parâmetro que consiste no comprimento focal (TRUCCO e

VERRI, 1998).

O plano de projeção, também conhecido como plano da imagem ou plano focal, é

posicionado a frente do centro de projeçãof (Z = f), onde f é a distância focal. A linha que

passa por O e é perpendicular ao plano da imagem é chamada de eixo principalou eixo óptico

e o ponto onde o eixo principal encontra o plano da imagem é chamado de ponto principal

(SANTOS. 2012).

Ao utilizar esse modelo de câmera e assumir que o centro de projeção está na origem

do sistema de coordenadas no plano tridimensional e o eixo óptico é colinear ao eixo Z,

apresentado na equação 1,com isto, tem-se que a projeção de um ponto um ponto no espaço

com coordenadas (X, Y, Z)T é mapeado para um ponto no plano da imagem (u,v)Te pode ser

obtido através de semelhanças de triângulos e que resumidamente é apresentado através de

(SANTOS, 2012, RUDEK, 2006, TRUCCO e VERRI, 1998):

Page 23: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

12

𝑢, 𝑣 𝑇 = 𝑓𝑋

𝑍, 𝑓

𝑌

𝑍 𝑇

. (1)

Levando-se em conta a projeção perspectiva, transformação das coordenadas na

imagem 𝑥𝑖𝑚𝑔 , 𝑦𝑖𝑚𝑔 , com o mesmo ponto na câmera, tem-se que (RUDEK 2006; TRUCCO

e VERRI, 1998) :

𝑥′ = −𝑥𝑖𝑚𝑔 𝑆𝑥, (2)

𝑦′ = −𝑦𝑖𝑚𝑔 𝑆𝑦, (3)

em que (Sx, Sy) representam o tamanho do pixel em milímetros.

Substituindo-se as equações 2 e 3 na equação 1, tem-se que:

𝑥 ′ = 𝑓𝑋

𝑍= −𝑥𝑖𝑚𝑔 𝑆𝑥, (4)

𝑦 ′ = 𝑓𝑌

𝑍= −𝑦𝑖𝑚𝑔 𝑆𝑦 . (5)

Desta forma, o ponto na imagem 𝑥𝑖𝑚𝑔 , 𝑦𝑖𝑚𝑔 está relacionado às coordenadas do

ponto no espaço através de :

𝑥𝑖𝑚𝑔 = −𝑓𝑋

𝑆𝑥 𝑍, (6)

𝑦𝑖𝑚𝑔 = −𝑓𝑌

𝑆𝑦 𝑍. (7)

Segundo Trucco e Verri (1998), em vários casos, a lente introduz na imagem uma

distorção que pode ser percebida na periferia da imagem, apresentado na Figura 6.

Figura 7: Representação de Distorção de Lentes.

Uma forma para modelar essas distorções usando um modelo radial simples. Se

(Xd,,Yd), representa as coordenadas com distorção radial, tem-se que a correção da posição é

definida através das equações:

𝑥 = 𝑥𝑑 1 + 𝑘1𝑟2 + 𝑘2𝑟

4 , (8)

Page 24: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

13

𝑦 = 𝑦𝑑 1 + 𝑘1𝑟2 + 𝑘2𝑟

4 , (9)

em que, r2 = Xd2 + Yd

2, e k1 e k2 são parâmetros intrínsecos de distorção radial. Através

destas equações, pode-se perceber que a distorção causa um deslocamento de radial dos

pontos da imagem. Estes deslocamentos são nulos é nulo no centro da imagem (xd = 0 ou yd

= 0) e vai aumentando conforme a coordenada vai distanciando do centro.

Normalmente, os parâmetros k1 e k2são muito pequenos e comumente ignorados, se

uma precisão alta não é necessária em toda a imagem ou quando os pixels da periferia são

descartados.Neste caso, k2 é definido como zero e k1 é o único parâmetro a ser estimado no

modelo de distorção radial, sek2 é muito maior que k1, a magnitude da distorção geométrica

depende da qualidade da lente a ser utilizada, como regra geral a média de qualidade e

tamanho é quinhentos de altura por quinhentos de largura (500 x 500) (TRUCCO e VERRI,

1998).

Segundo Santos (2012), um modelo matricial facilita a representação computacional,

supondo que os pontos em um espaço tridimensional e os pontos no plano de uma imagem

são representados por coordenadas equivalentes (Homogêneo).

Assumindo assim asequações necessárias para determinar os parâmetros intrínsecos

apresentados na equação 1 podem ser reescrita de forma matricial, levando em consideração

que o fator de escala homogêneo (FEH)é dado pelo Mapeamento da Câmera Pinhole = Z,

dado por:

𝑢𝑣1 =

𝑓 0 0 00 𝑓 0 00 0 0 1

𝑋𝑌𝑍1

. (10)

Considerando essas equações, assume-se que a origem das coordenadas no plano da

imagem é ponto principal, mas a maioria dos sistemas de imagens considera a origem como

sendo o ponto mais a á esquerda e mais acima, necessitando um mapeamento quando

necessário para a conversão do sistema de coordenadas no plano da imagem, dado por

(SANTOS, 2012):

𝑢𝑣1 =

𝑓 0 𝑝𝑥 0

0 𝑓 𝑝𝑦 0

0 0 0 1

𝑋𝑌𝑍1

, (11)

em que (Px,,Py)T são as coordenadas do ponto principal.

Santos (2012) afirma que a equação mostrada acima funciona se os pixels da imagem

tiverem o formato quadrado (1 : 1),chamado de razão de aspecto, mas para câmeras que

adotam o modelo CCD, existe a possibilidade de que seus pixels não sejam quadrados, então

Page 25: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

14

se as coordenadas da imagem são medidas em pixels e o número do pixel é medido em

unidade de distância nas coordenadas da imagem representados por (Sx, Sy) (na direção do

Eixo X e Y respectivamente), tem-se a representação matricial:

𝑢𝑣1 =

𝑓𝑆𝑥 0 𝑝𝑥 0

0 𝑓𝑆𝑦 𝑝𝑦 0

0 0 0 1

𝑋𝑌𝑍1

. (12)

Outro fator importante, que na maioria das câmeras, o parâmetro da inclinação da

imagem é nulo,levando isto em consideração o Parâmetro de Inclinação da Imagem (PII), a

equação12 pode ser reescrita através da equação 13:

𝑢𝑣1 =

𝑓𝑆𝑥 𝑃𝐼𝐼 𝑝𝑥 0

0 𝑓𝑆𝑦 𝑝𝑦 0

0 0 0 1

𝑋𝑌𝑍1

= 𝐾|𝑂3 𝑄 , (13)

em que o O3 é um vetor nulo, Q = (X, Y, Z, 1)Té um ponto no espaço tridimensional e K

representa os parâmetros intrínsecos da câmera ou Matriz de Calibração da Câmera (MCC)

(SANTOS, 2012)

Desta forma, quando a razão de aspecto é um para um (Sx=1 e Sy=1), Sx e Sy são

igual a um, se a imagem não for inclinada PII é igual a zero.

Santos (2012) complementa a afirmação de Trucco e Verri (1998) sobre a distorção

das lentes, afirmando que os parâmetros da distorção radial podem ser estimulado pelo

cálculo da curvatura de um linha na imagem bidimensional, que é uma linha reta no plano

tridimensional, utilizando um padrão de calibração mostrado na Figura 8a.

(a) (b)

Figura 8: a) Modelo chessboard utilizado como padrão para calibração de câmeras b) Imagem adquirida

através de câmera com d istorção.

As linhas destacadas em vermelho e verde, apresentado na Figura 8b, no mundo real

são linhas retas, mas na imagem capturada essas mesmas linhas possuem uma pequena

distorção (SANTOS, 2012).

Page 26: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

15

2.3.2. PARAMETROS EXTRÍNSECOS

Segundo Santos (2012), estes parâmetros estão relacionados com as coordenadas da

câmera e as coordenadas do mundo real, descrevendo a orientação e posição da câmera no

mundo tridimensional.

Rudek (2006) e Trucco e Verri (1998) ressaltam que as coordenadas de referência da

câmera são constantemente desconhecidos e um problema muito comum é determinar a

localização e a orientação das coordenadas da câmera com alguma coordenada de referência

conhecida, apenas com as informações da imagem e que a transformação entre as

coordenadas deve ser feita usando um Vetor de Translação 3D(T), que descreve as posições

relativas das origens dos dois frames de referência, e uma Matriz de Rotação 3 por 3(R), que

retorna os eixos correspondentes dos dois frames, onde a representação das coordenadas de

um determinado ponto P da câmera (Pc) é dado pela multiplicação de R pelas coordenadas de

um ponto P no mundo real (Pw), somado a T, representados na Figura 9.

Figura 9: Relação de sistemas de coordenadas do mundo real com as da imagem.

Santos (2012) apresenta um modelo matricial em que a posição e orientação da câmera

no sistema de coordenadas, mundo real, pode ser mostrado na equação :

𝑞 = 𝐾 | 𝑂3 𝑅 −𝑅𝐶𝑂3

𝑇 1

𝑋𝑌𝑍1

= 𝐾𝑅 𝐼 | − 𝐶 𝑄, (14)

em que,K representa os parâmetros intrínsecos, abordado na seção 2.3.2.R é a matriz de

rotação, eC consiste no centro de projeção da câmera no mundo em coordenadas não

Page 27: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

16

homogênease representam os parâmetros extrínsecos da câmera.I é uma matriz identidade, de

tamanho três por três (3x3),q e Q representam o mesmo ponto da câmera e do mundo

tridimensional, respectivamente.

A equação P = KR[I]-C representa o mapeamento completo de uma câmera pinhole,

incluindo os parâmetros intrínseco eextrínsecos.A matriz P, de tamanho três por quatro (3x4),

é chamada de Matriz de projeção da Câmera, onde o ponto Q no mundo tridimensional é

mapeado no ponto q no plano da imagem bidimensional, calculado a partir da transformação

linear q = PQ (SANTOS, 2012).

2.4. RETIFICAÇÃO

A retificação simplifica os cálculos associados a algoritmos de VE, a imagem obtida é

substituída por uma figura equivalente projetada em um plano de imagem comum, paralelo à

base de junção dos dois centros óticos, conforme apresentado na Figura 10 (SOUSA

SEGUNDO, 2007).

Figura 10: Um Par Estéreo Ret ificado.Fonte: Segundo (2007).

.

Neste modelo, a linha que liga os dois centros de Projeção das duas câmeras é

denominada linha de base, ou baseline. A interseção da baseline com o plano de imagem é

conhecida como epipole, sendo a imagem do centro de projeção de uma das câmeras feita

pela outra câmera (FARIAS, 2006).

Page 28: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

17

Este mesmo processo pode ser implementado pela projeção da imagem original em um

novo plano de imagem, considerando os dois planos da imagem П e П’ são projetos sobre um

plano comum Ц = Ц’, a imagem retificada é facilmente construída, considerando que a

imagem de entrada seja um poliedro e usando mapeamento de texturas para renderizar a

projeção dessa rede em um plano Ц = Ц’ (SOUSA SEGUNDO, 2007).

Existem duas possibilidades relacionadas com a escolha de um plano de imagem

retificado. A primeira consiste na distância entre esse plano e a linha de base, o que é

irrelevante, desde que se modifique somente a escala da imagem. A segunda consiste em um

balanço efetivo pela escala invertida dos eixos de coordenadas da imagem e a direção do

plano retificado normal no plano perpendicular à base, determinado a partir daescolha de um

plano paralelo à linha onde as duas retinas originais intersectam-se, o que minimiza a

distorção associada com o processo de projeção (SOUSA SEGUNDO, 2007).

Trucco e Verri (1998) sugere um algoritmo para tratar a retificação, que possui quatro

etapas; girar a câmera da esquerda, de modo que sua epipole vá em direção ao infinito, no

eixo horizontal; aplicar a mesma rotação na câmera da direita, de modo a recuperar a

geometria original; girar a câmera da direita em R(Matriz 3x3); ajustar à escala de ambas as

câmeras para o frame desejado.

2.5. RECONSTRUÇÃO 3D

A reconstrução 3D consiste em obter as informações tridimensionais dos objetos

observados em planos de imagens bidimensionais. Por exemplo, o principal problema para se

reconstruir um solido é conhecer sua forma geométrica.A partir de sua projeção no plano da

imagem formada por duas câmeras, pode-se descobrir a interseção no espaço de duas retas e

assim, saber o resultado da transformação dos pontos, projetados nas câmeras, tornando

possível convertê-los em pontos do espaço tridimensional. (RUDEK, 2006).

A reconstrução 3D pode ser obtida a partir do que se conhece sobre os parâmetros

disponíveis no sistema, em três situações (TRUCCO & VERRI, 1998):

quando os parâmetros intrínsecos e extrínsecos encontram-se disponíveis, o

problema de reconstrução pode ser resolvido usando triangulação;

quando apenas os parâmetros intrínsecos são conhecidos, pode-se resolver o

problemaavaliando os parâmetros extrínsecos através de um fator de escala;

Page 29: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

18

quando nenhum dos parâmetros (intrínsecos e extrínsecos) são conhecidos e a

única informação disponível é a correspondência de pixel, pode se obter a

reconstrução do ambiente, usando a transformação projetiva.

Nas seções a seguir são tratados os principais tipos de reconstrução.

2.5.1. RECONSTRUÇÃO POR TRIANGULAÇÃO

Esse é o caso mais simples, no qual se tem conhecimento dos parâmetros intr ínsecos e

extrínsecos. Sendo possível a localização tridimensional dos seus pontos de projeção, uma vez

que os parâmetros e localização de imagem são conhecidos apenas, os dois raios não vão

realmente se cruzar no espaço, sua interseção só pode ser estimado como o ponto de distância

mínimo de ambos os raios (TRUCCO & VERRI, 1998).

Segundo Bradski (2008),duas câmeras cujos planos de imagens são coplanares entre

elas, e paralelos com os eixos óticos, que estão a uma distância conhecida e distancias focais

iguais, supondo também que o ponto principal da câmera da direita e da esquerda estejam

calibradas para ter as coordenadas do mesmo pixel na imagem projetada pela câmera da

direita e da esquerda.

2.5.2. RECONSTRUÇÃO USANDO FATOR DE ESCALA

Segundo Trucco e Verri (1998), esse é o caso em que se consideram apenas os

parâmetros intrínsecos de ambas as câmeras para estimar os parâmetros extrínsecos e a

estrutura da cena tridimensional, uma vez que o método faz uso da matriz essencial, deve-se

assumir que pelo menos oito pontos de correspondência foram confirmados, supondo que são

dadas somente os parâmetros intrínsecos e uma quantidade de pontos de correspondência,

maior que oito, pode-se encontrar a localização dos pontos tridimensionais nas projeções de

ambas as câmeras.

Segundo Lourakis eZabulis(2013), o fator de escala é a proporção relacionada com o

deslocamento das duas câmeras, sugerindo que o objeto deve estar posicionado de modo que

fique alinhado com os quadrados de um tabuleiro de xadrez, conhecido comochessboard, a

vantagem é que não precisa de nenhuma configuração especial nas câmeras, mas existem dois

problemas, o cuidado com o posicionamento do objeto no quadrado do chessboard, portanto

suscetível ao erro humano e a imagem é trabalhada de forma separada, não aproveitando todo

o potencial de combina- las, que aumentaria a precisão geral.

Page 30: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

19

2.5.3. RECONSTRUÇÃO USANDO TRANSFORMAÇÃO PROJETIVA

Segundo Trucco e Verri (1998), é possível obter uma reconstrução tridimensional

mesmo que não se tenha a informação dos parâmetros intrínsecos e extrínsecos, mas a

reconstrução será única e desconhecida até a aplicação de uma Transformação Projetiva.

Mapeando cinco pontos arbitrários da cena na base de projetiva padrão e usando as

epipoles, a matriz de projeção de cada câmera pode ser recuperada para uma Transformação

Projetiva, (que está associado à base normal, já que não se sabe a localização dos cinco

pontos 3D em coordenadas de câmera), então uma vez que as matrizes de projeção são

determinadas, a localização do ponto 3D é obtida por triangulação no espaço de projetiva.

2.6. MAPA DE PROFUNDIDADE

Segundo Santos (2012), um mapa de profundidade, também conhecido como Imagem

de Profundidade, estima valores de profundidade de cada ponto, e os armazena, de uma

imagem bidimensional e uma estrutura tridimensional.

Segundo Bradski (2008), a detecção de um mapa de profundidade consiste em

processar duas imagens de ângulos diferentes do mesmo objeto e assim, baseado na distância

das câmeras, criar uma imagem onde cada objeto da cena tenha uma cor da escala de cinza

diferente, essa cor apresenta uma relação com a distância do objeto das câmeras, conforme,

apresentado na Figura 11.

Figura 11: Exemplo de um Mapa de profundidade.

Fonte: Bradski (2008).

Page 31: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

20

A lógica do mapa de profundidade é, geralmente, que os objetos mais próximos

assumam uma tonalidade mais próxima da cor branca enquanto os mais distantes assumam

uma cor mais próxima da cinza escura ou preta.

Existem duas formas de se conseguir um mapa de profundidade, através da calibração

estéreo, onde se calibra as câmeras para se obter a re lação entre o plano bidimensional e o

tridimensional, e a retificação sem a calibração, não necessitando calibrar as câmeras para

obter essa relação (BRADISK, 2008).

2.6.1. CALIBRAÇÃOESTÉREO

Segundo Badski (2008), a calibração estéreoé um processo de cálculo da relação

geométrica entre as duas câmeras no espaço, esse cálculo depende de encontrar a matriz de

rotação e o vetor de translação de ambas as câmeras. Existem muitas configurações que

podem ser feitas para a calibragem, o mais comum e simples é descobrir os raios principais

que se cruzam no infinito.

Segundo Madalena (2011), com a posição e direcionamento das câmeras conhecidos, é

possível determinar a posição de qualquer ponto nesse espaço, desde que esse ponto esteja

localizado em ambas as imagens capturadas pelas câmeras, sugerindo que a triangulação pode

calcular esses pontos.

Segundo Badski (2008) e Madalena(2011), os parâmetros de calibração, matriz de

rotação e vetor de translação, podem ser encontrados ao utilizar um chessboard, e então

aplicar a cada câmera, Santos (2012) apresenta um modelo matemático, que pode ser visto no

capítulo 2 deste trabalho, para demonstrar o funcionamento e importância do chessboard para

a calibração.

2.6.2. RETIFICAÇÃO SEM CALIBRAÇÃO

A retificação sem calibração significa que o processo de correção das distorções das

lentes e o pareamento dos pontos comuns das câmeras são feitos sem o conhecimento de

coordenadas físicas. Hartley (1999) apresenta um algoritmo que ignora esses parâmetros, pois

ele procura homografia que mapeiam as epipoles até o infinito, diminuindo as disparidades

encontradas entre as imagens estéreo, utilizando apenas os pontos entre os pares de imagens

correspondentes.

Segundo Bradski (2008), a vantagem dessa técnica é que se pode “calibrar” a cena

simplesmente observando-a, sua desvantagem é que não se tem senso de escala da imagem, se

usasse o chessboardpara obter pontos de correspondências, não haveria como saber a unidade

Page 32: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

21

de medida dos lados, centímetros ou metros, também não poderia se guardar os parâmetros

intrínsecos obtidos sem que houvesse comprimentos focais diferentes, pixels distorc idos,

diferentes centros de projeções ou pontos principais, assim só podendo realizar a reconstrução

3D até a transformação projetiva.

Page 33: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

22

3. MATERIAIS E METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os recursos utilizados para a realização da avaliação

de implementações técnicas de Visão Estéreo,desde as descrições das ferramentas e

aplicações, câmeras utilizadas, ambiente de testes e metodologia utilizada para realização dos

testes.

3.1. OPENCV

Segundo Marengoni (2009), a OpenCV (Open Source Computer Vision) é uma

biblioteca de programação, com código aberto, desenvolvida originalmente pela Intel, capaz

de implementar praticamente todas as operações relacionadas a cinco grupos de funções:

Processamento de Imagens, Analise Estrutural, Analise de Movimente e Rastreamento de

Objetos, Reconhecimento de Padrões e Calibração de Câmera e Reconstrução 3D, está

disponível na internet juntamente com seu manual de referência.

Bradski (2008) apresenta em seu livro, Learning OpenCV, a utilidade dessa biblioteca

para a área de PDI, incluindo alguns exemplos de código, em Linguagem C-ANSI, para

facilitar o entendimento.

3.2. GIMP

O GIMP é uma ferramenta de código aberto, que possui características de

manipulação gráfica, desenvolvido para plataforma Linux e mais recentemente para

plataforma Windows (GIMP, 2013).

Segundo Elsamuko (2013), utilizando duas imagens de um mesmo ambiente, seguindo

o modelo de imagem estéreo apresentado por Malard (2008), o algoritmo utiliza a primeira

câmera na captura de um pixel e os “arredores” da imagemprocurando correspondências na

imagem da segunda câmera, é sugerido que não se utilize valores grandes, nos tamanhos dos

frames, pois esse algoritmo não consegue interpretar todo o conteúdo da imagem demorando

muito para processar e o mapa de profundidade de retorno terá algumas falhas em algumas

áreas,.

3.3. CÂMERA UTILIZADA

Para não haver problemas de incoerência nas imagens, faz-se necessário que as

câmeras utilizadas sejam do mesmo modelo e estejam com o mesmo grau de proximidade em

relação à imagem (zoom).

Page 34: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

23

Durante a realização dos testes foi utilizada aWEBCAM Logitech C210, apresentada na

Figura 12, com as seguintes especificações: Resolução de 1.3 megapixels, Resolução máximo

de Imagem 640x480 pixels, Conexão USB, Clique para Notebook, Led de Iluminação,

Microfone Integrado de dimensões 2,8 cm de altura, 1,5 cm de comprimento e

6,8cmprofundidade (LOGITECH, 2013).

Figura 12: Webcam Logitech C210.

Fonte: Buscapé (2013).

A aquisição de imagens foi realizada utilizando dois tipos de posicionamento das

câmeras.No primeiro, as câmeras estão posicionadas com a menor distância entre eixos

ópticos, conforme mostrado na Figura 13a, ou seja, as câmeras estão próximas e seus eixos

ópticos encontram-se alinhados paralelamente.

(a) (b)

Figura 13: disposição das câmeras a) câmeras próximas b) câmeras afastadas.

Fonte: Elaboração própria.

Na segunda, as câmeras são afastadas em 10 cm conforme mostrado na Figura 13b.

Em ambos os casos, as câmeras estavam paralelas e no mesmo ângulo de visão, como sugere

Bradski (2008).

Um exemplo de imagens adquiridas através desta metodologia de aquisição é

apresentado na Figura 14, em que são mostradas as imagens de duas câmeras próximas e na

Figura 15 para câmeras distantes.

Page 35: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

24

(a) (b)

Figura 14: Aquisição de imagens com câmeras próximas. a) Imagem da câmera esquerda e b) Imagem da câmera

direita.Fonte: elaboração própria.

Figura 15:Aquisição de imagens com câmeras distantes. a) Imagem da câmera esquerda e b) Imagem da câmera

direita.Fonte: elaboração própria.

Todos os testes foram feitos no mesmo ambiente, para evitar alterações nas condições

de aquisição.

3.4. METODOLOGIA DE TESTES

Foram avaliadas as implementações de técnicas de Visão Estéreo presentes no GIMP e

no OPENCV utilizando três estratégias:

1. Estimação de profundidade diretamente a partir das imagens de duas câmeras,

utilizando o GIMP;

2. Estimação da profundidade usando informações da geometria das câmeras, utilizando

a Autocalibração de câmeras;

3. Estimação da profundidade a partir de uma imagem melhorada, utilizando a

retificação.

Na primeira estratégia, é avaliada a estimação do mapa de profundidade sem a

utilização de algoritmos de pré-processamento ou realce de imagens. Para realização deste

teste, foi utilizado oplugindepthmap do GIMP, dividido em dois testes, utilizando apenas o

plugin e conjunto com a biblioteca OpenCV.

Na segunda estratégia é utilizada a metodologia proposta por Bradski (2008), em que

primeiro é analisado o alinhamento das câmeras através da visualização das imagens

Page 36: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

25

adquiridas câmeras, caso não estejam bem alinhados, posiciona-se as câmeras de modo que

fiquem alinhadas.

Após essa verificação aplica-se uma função da biblioteca OpenCV, capaz de verificar

os pontos de correspondência entre as imagens geradas utilizando uma imagem dochessboard,

apresentada na Figura 8a, esta imagem foi impressa em uma folha de papel A4, em que cada

quadrado do tabuleiro possui uma áreade 35 milímetros.

A partir destas informações, é realizado o processo determinação dos parâmetros da

câmera, que pode ser utilizada para corrigir a distorção das lentes, para, então, poder realizar a

calibração das câmeras.

Após a realização da 1ª calibração é criado um arquivo que armazena os valores da

matriz de calibração. Nas próximas execuções do sistema, este arquivo é utilizado para evitar

a realização de calibração novamente, pois, estes parâmetros serão sempre os mesmos a não

ser que exista uma modificação da posição relativa entre câmeras. Com base neste conjunto

de informações são realizados os processamentos devidos para estimar o mapa de

profundidade.

Por fim, na terceira estratégia é realizado um processo conhecido como retificação em

conjunto aos demais processos da estratégia anterior, este processo melhora a qualidade da

imagem antes de ser trabalhada para propiciar um melhor resultado do processamento.

Pode-se ser feita após a calibração das câmeras, utilizando as informações da matriz de

calibração para remover a distorção óptica de cada uma das câmeras eobter um mapa de

profundidade mais preciso e a sem a necessidade dessa calibração, caso exista alguma

alteração nas posições das câmeras.

Com base nas metodologias apresentadas foram realizados testes e seus resultados

serão apresentados no capítulo a seguir.

Page 37: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

26

4. RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados dos testes realizados segundo a

metodologia descrita no capítulo anterior.

4.1. DEPTHMAP GIMP

Para avaliar o funcionamento do plugin depthmap, inicialmente foram utilizadas duas

imagens fornecidas no site do desenvolvedor, mostrada na Figura 16.

(a) (b) (c)

Figura 16: imagem da câmera a) d ireita b) esquerda e c) resultado do processamento feito através do GIMP.

Observando-se as figuras percebe-se que nesta imagem, o plugin é capaz de estimar

com eficiência o mapa de profundidade, pois as regiões mais próximas da imagem como o

balde é apresentada em cor cinza clara.Já a árvore é apresentada na cor cinza escuro e também

se percebe um degrade das tonalidades de cinza do piso desde a região mais próxima da

câmera, escurecendo os tons de cinza a medida que a distância aumenta.

Utilizando a mesma configuração do plugin, foi realizado um teste com as imagens

adquiridas com a webcam, utilizada em duas formas de alinhamento, com câmeras próximas e

distantes, respectivamente mostradas nas Figuras Figura 14 e Figura 15 e 14. O resultado do

processamento do plugin para ambos os posicionamentos é mostrado naFigura 17.

Page 38: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

27

(a) (b)

Figura 17: Resultadodepthmap GIMP

Nos testes realizados com o conjunto de parâmetros padrão, o mapa de profundidade

foi obtido com muito ruído e praticamente nenhuma nitidez da cena, impossibilitando a

interpretação da imagem posteriormente.

Foi possível observar que o funcionamento da implementação está relacionado com o

brilho da imagem. As imagens adquiridas em câmeras afastadas possuíam um brilho maior e

também as corespresentes no mapa de profundidade resultante estava mais clara, apresentado

na Figura 17 b.

Objetivando uma melhoria na estimação do mapa de profundidade, foram modificados

diversos parâmetros do plugin. Na Figura 18 são mostrados os mapas de profundidade

calculados a partir de imagens adquiridas em câmeras afastadas utilizando diferentes

parâmetros do plugin.

(a) (b) (c)

(d) (e)

Figura 18: Teste depthmap GIMP com diferentes parâmetros.

Page 39: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

28

Os resultados mostram que para apesar de utilizar diferentes parâmetros, não houve

melhoria na estimação do mapa de profundidade, pois, as imagens possuem ruídos e não é

possível observar qualquer relacionamento entre a distância e os pixels nas imagens

processadas.

Elsamuko (2008) sugere que os testes sejam realizados utilizando implementação do

método de depthmap implementado através da biblioteca do OpenCV, por esta possui um

melhor desempenho que o plugin perl do GIMP. Na Figura 19 é apresentado o resultado do

processamento do método de depthmap, implementado usando o OpenCV.

Figura 19: Resultado depthmap GIMP, com OpenCV

Como sugerido por Elsamuko (2008), o desempenho do depthmap foi melhor que o da

implementação feita no GIMP, fornecendo uma noção de distância superficial, mas a

qualidade do resultado ainda não era satisfatório para a interpretação da imagem

posteriormente.

4.2. MAPA DE PROFUNDIDADE COM AUTOCALIBRAÇÃO

Esse teste foi feito em dois momentos, pois essa técnica possui alguns passos que

necessitam de atenção, primeiro se tenta calibrar a câmera através do chessboard, apresentado

na seção 4.4, depois de calibrada poderá ser exibido o Mapa de Profundidade.

Foi desenvolvido um sistema para captar as imagens das câmeras, apresentado na

Figura 20, que inicialmente localiza e reconhece o tabuleiro de xadrez impresso em uma folha

A4, apresentado na Figura 21.

Com base nos tabuleiros localizados em ambas as câmeras, os parâmetros de

correspondências são determinados e, então, estes são salvos para calibrar as projeções de

imagem das câmeras.

Durante os testes foi observado que ao tentar localizar o chessboard, o sistema em

vários momentos não o detectava corretamente, fazendo uma calibração errada, sendo

necessária uma nova calibração e atualização dos parâmetros salvos.

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29

(a) (b)

Figura 20: Imagens adquiridas pela câmera (a) direita e (b) esquerda.

(a) (b)

Figura 21: Detecção do tabuleiro de xadrez na câmera (a) Direita e (b) Esquerda.

Após a conclusão desse primeiro momento, de localização do chessboard e

armazenamento dos pontos de correspondência, o sistema está pronto para exibir o mapa de

profundidade (depthmap).Mas, seu resultado também não foi muito preciso, apresentando

muitos ruídos na imagem, impossibilitando a identificação dos objetos, aFigura 22 apresenta a

execução em tempo real do Mapa de Profundidade.

O tempo necessário para o processamento foi de aproximadamente 1 segundo por

frame, indicando um elevado custo computacional, podendo ser utilizado em aplicações onde

há movimentos suaves.

Page 41: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

30

Figura 22:Execução do sistema, Mapa de Profundidade em tempo real

4.3. RETIFICAÇÃO ESTÉREO

Apesar do OpenCV possuir duas implementações da técnica de retificação, durante os

testes desta monografia foi realizado apenas os testes com a implementação que não utiliza a

calibração.

O resultado da estimação do mapa de profundidade (obtido a partir das imagens

retificadas) é mostrado na Figura 23.Observa-se pelos resultados que o mapa de profundidade

é bastante preciso, contudo, a rotina de retificação possui um alto custo computacional (1,2

segundos para processar as 2 imagens).

Neste caso, a realização de testes em tempo real ficou impossível devido ao tempo de

processamento que ele necessita. Este alto custo computacional é causado devido não

utilização dos parâmetros intrínsecos físicos das câmeras.

Page 42: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

31

Figura 23: Resultado do mapa de Profundidade com retificação sem informações da calib ração.

Os algoritmos funcionam bem para imagens de teste fornecidas pelos

desenvolvedores. Contudo, ao utilizar as imagens adquiridas a partir das webcams, nenhum

dos métodos possuiu uma qualidade na detecção esperada.

É necessário um estudo mais aprofundado, realizando maior quantidade de testes para

compreender as características dos algoritmos, bem como um melhor posicionamento e

especificação de distâncias para os testes.

Page 43: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

32

5. CONCLUSÃO FINAL

Nesta monografia foi apresentada a revisão bibliográfica das técnicas de visão estéreo

e foram realizados diversos testes com implementações de técnicas de visão estéreo

disponíveis em plug-ins do software de processamento de imagem GIMP e disponíveis na

biblioteca do OpenCV.

Os resultados do processamento feito através do plug- in do GIMP não conseguiu

atingir nenhum resultado positivo enquanto que os algoritmos de Autocalibração e Retificação

sem Calibração disponíveis no OpenCV se mostraram promissores e visto que em outros

trabalhos são muito utilizados e tem um bom desempenho, apesar de não ter obtido um mapa

de profundidade com a câmera utilizada no teste.

A proposta de implementação de um sistema com Autocalibração e Retificação se

mostra ser bem interessante, pois se melhorar o sistema de retificação ao ponto proposto no

seu algoritmo, os parâmetros salvos pela Autocalibração aumentarão muito o desempenho,

sendo possível exibir um mapa de Profundidade de alta precisão para uma cena em tempo

real.

As principais contribuições deste trabalho são:

revisão bibliográfica das técnicas de visão estéreo;

integração de funções do OpenCV para testes de técnicas de visão estéreo;

configuração do GIMP para avaliação do plugin.

Como perspectivas futuras para este trabalho sugerem-se

realização de testes com imagens adquiridas em diferentes condições de

maiores distâncias e com outros modelos de câmera;

avaliaçãode diferentes formas de alinhamento das câmeras, como por exemplo,

usar as câmeras em posição convergente, ao invés de câmeras com eixos

paralelos;

avaliação das metodologias para diminuição do tempo de processamento das

imagens para estimação do mapa de profundidade;

desenvolvimento sistemas que utilizem o mapa de profundidade para

realização de tarefas como, por exemplo, contagem de pessoas ou de objetos.

avaliaçãoda implementação da técnica de retificação que utiliza parâmetros de

calibração.

Page 44: ESTUDO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE VISÃO ESTÉREO

33

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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