soawr quarterly newsletterjan to mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do...

7
Jovens juntam-se aos membros da SOAWR na conferência anual Uma das estratégias da coligação para expandir o seu grupo-alvo estava virada para o envolvimento da juventude na campanha da promoção dos direitos humanos da mulher africana. O balanço anual teve a presença de participantes jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para mim”. Eis alguns trechos dos artigos que os jovens escreveram acerca de suas experiências da interacção com os membros da SOAWR. A SOAWR realizou de 18 a 20 de Janeiro de 2012 o seu seminário de balanço e programação anual em Adis Abeba, Etiópia. O encontro cujo objectivo era rever as actividades da coligação nos últimos dois anos reflectiu sobre as experiências dos membros bem como boas práticas aos níveis regional e nacional, e adoptou um plano de acção que incluía um roteiro a ser implementado durante o ano. No âmbito do encontro para o balanço anual, os membros da Coligação também fizeram encontros de lobbies e advocacia com as embaixadas dos países que ainda não ratificaram o Protocolo. As outras actividades que os membros da SOAWR realizaram incluem a participação na Cimeira da União Africana que decorreu sob o lema: “Impulsionando o Comércio Intra- Africano”, o que deu à FEMNET, membro da SOAWR, a oportunidade de lançar a 19 de Janeiro de 2012 o relatório de pesquisa internacional e documentário sobre a promoção do empoderamento económico da mulher através de comércio sensível ao género. Para um relatório completo dos eventos acima queira visitar: http:// www.soawr.org/resources/ SOAWRJan2012AU%20Summit.pdf O encontro para o balanço anual foi participativo e consistia em apresentações de painel, discussões em grupos de trabalho, e sessões de definição de estratégias. Uma das questões debatidas foi o progresso em relação à ratificação do Protocolo. Um representante da Comissão da UA, Sr. Adewale Inyanda, falou sobre uma iniciativa levada a cabo pela CUA visando a ratificação e domesticação dos tratados da UA que incluía a proposta de uma lei- modelo sobre a ratificação. Ele também destacou alguns desafios enfrentados pelos países na ratificação de tratados e sublinhou o facto de que a SOAWR havia feito um trabalho excelente na advocacia em prol da ratificação do Protocolo dos Direitos da Mulher e que havia muito a aprender da campanha da SOAWR. Durante a sessão sobre a domesticação do Protocolo, esforços regionais e experiências dos países foram discutidos incluindo planos para uma formação sobre a abordagem multissectorial como forma de domesticar/implementar o Protocolo em países seleccionados que já o ratificaram. Os membros também ouviram o relatório dos resultados do segundo encontro da domesticação realizado no ano passado em Nairobi para 16 países e formação de juristas de 12 países sobre a aplicação do Guia de Utilização do Protocolo dos Direitos da Mulher Africana em Acções Judiciais O encontro aproveitou para explorar novas estratégias de interacção e novos grupos- alvo na campanha do Protocolo. As questões debatidas incluíram formas de aproveitar as oportunidades para incluir as eleições bem como usar os meios de comunicação social como instrumento de advocacia. P UBLICACAO DA S OLIDARITY FOR AFRICAN WOMENS R IGHTS EDIÇÃO PORTUGUESA PRÓXIMOS EVENTOS ( CONTINUA P.7) Cimeira da União Africana de 9 a 16 de Julho de 2012, a ter lugar no Malawi. Para mais informações visite http://www.au-summit2012- malawi.mw/ Balanço Anual da SOAWR realiza-se em Adis Abeba 1 2 Sensibilização sobre instrumentos internacionais/ regionais no Sudão do Sul 2 SOAWR participa na campanha Africa UNiTE para acabar a violência contra a 3 COVAW organiza fórum público sobre o Protocolo em Arusha 3 FEMNET dá visibilidade à campanha Africa UNiTE 3 Jovens tanzanianos defendem Protocolo da UA dos direitos da mulher 4 Advocacia pela ratificação do Protocolo 4 Equality Now promove segundo curso de juristas em utilização do Protocolo em acções judiciais 4 POWA, ACDHRS & WLSA realizam evento paralelo sobre a CEDAW e o Protocolo da mulher à margem da CSW 5 Women First Coalition lança campanha dos media para desmistificar e divulgar o Protocolo no Uganda 6 Por dentro das notícias Declaração condena despimento de mulheres no 6 Nova vítima numa Guerra injusta 6 Novos membros eleitos ao comité directivo da SOAWR 7 Balanço anual da SOAWR realiza-se em Adis Abeba JANEIRO - MARÇO DE 2012 Quatro vencedores do Concurso Juvenil no encontro da SOAWR É preciso crer que a emancipação da mulher é a chave - Jerry Laurence Lemogo (Camarões) Os jovens, como se diz no meu país, Camarões, são a vanguarda da nação. São ingredientes indispensáveis para qualquer sucesso no desenvolvimento do continente africano, que está em fase emergente. Foi justamente em apoio deste espírito que a SOAWR convidou a juventude africana a reflectir sobre métodos e estratégias para a apropriação do Protocolo. Passa pela ratificação e domesticação deste instrumento jurídico que julgamos ser incontornável para a contribuição factual da mulher para o desenvolvimento de África. Chaves do sucesso do Protocolo O Protocolo deve explorar o continente com mais eficiência e desse modo encontrar novos métodos para (continua na página 2) Leah Chatta Chipepa, (AMwA) Uganda e Adewale Iyanda, Escritório do Conselho Jurídico da UA -Adis Abeba-Etiópia, no encontro anual

Upload: trinhdieu

Post on 10-Feb-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

Jovens juntam-se aos membros da SOAWR na conferência anual Uma das estratégias da coligação para expandir o seu grupo-alvo estava virada para o envolvimento da juventude na campanha da promoção dos direitos humanos da mulher africana. O balanço anual teve a presença de participantes jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para mim”. Eis alguns trechos dos artigos que os jovens escreveram acerca de suas experiências da interacção com os membros da SOAWR.

A SOAWR realizou de 18 a 20 de Janeiro de 2012 o seu seminário de balanço e programação anual em Adis Abeba, Etiópia. O encontro cujo objectivo era rever as actividades da coligação nos últimos dois anos reflectiu sobre as experiências dos membros bem como boas práticas aos níveis regional e nacional, e adoptou um plano de acção que incluía um roteiro a ser implementado durante o ano.

No âmbito do encontro para o balanço anual, os membros da Coligação também fizeram encontros de lobbies e advocacia com as embaixadas dos países que ainda não ratificaram o Protocolo. As outras actividades que os membros da SOAWR realizaram incluem a participação na Cimeira da União Africana que decorreu sob o lema: “Impulsionando o Comércio Intra-Africano”, o que deu à FEMNET, membro da SOAWR, a oportunidade de lançar a 19 de Janeiro de 2012 o relatório de pesquisa internacional e documentário sobre a promoção do empoderamento económico da mulher através de comércio sensível ao género. Para um relatório completo dos eventos acima queira visitar: http://www.soawr.org/resources/SOAWRJan2012AU%20Summit.pdf O encontro para o balanço anual foi participativo e consistia em apresentações de painel, discussões em grupos de trabalho, e sessões de definição de estratégias. Uma das questões debatidas foi o progresso em

relação à ratificação do Protocolo. Um representante da Comissão da UA, Sr. Adewale Inyanda, falou sobre uma iniciativa levada a cabo pela CUA visando a ratificação e domesticação dos tratados da UA que incluía a proposta de uma lei-modelo sobre a ratificação. Ele também destacou alguns desafios enfrentados pelos países na ratificação de tratados e sublinhou o facto de que a SOAWR havia feito um trabalho excelente na advocacia em prol da ratificação do Protocolo dos Direitos da Mulher e que havia muito a aprender da campanha da SOAWR. Durante a sessão sobre a domesticação do Protocolo, esforços regionais e experiências dos países foram discutidos incluindo planos para uma formação sobre a abordagem multissectorial como forma de domesticar/implementar o Protocolo em países seleccionados que já o ratificaram. Os membros também ouviram o relatório dos resultados do segundo encontro da domesticação realizado no ano passado em Nairobi para 16 países e formação de juristas de 12 países sobre a aplicação do Guia de Utilização do Protocolo dos

Direitos da Mulher Africana em Acções

Judiciais

O encontro aproveitou para explorar novas estratégias de interacção e novos grupos-alvo na campanha do Protocolo. As questões debatidas incluíram formas de aproveitar as oportunidades para incluir as eleições bem como usar os meios de comunicação social como instrumento de advocacia.

PUBLICACAO DA SOLIDARITY FOR AFRICAN WOMEN ’S R IGHTS

EDIÇÃO PORTUGUESA

PRÓXIMOS EVENTOS (CONTINUA P.7)

Cimeira da União Africana de 9 a 16 de Julho de 2012, a ter lugar no Malawi. Para mais informações visite http://www.au-summit2012-malawi.mw/

Balanço Anual da SOAWR realiza-se em Adis Abeba

1 2

Sensibilização sobre instrumentos internacionais/regionais no Sudão do Sul

2

SOAWR participa na campanha Africa UNiTE para acabar a violência contra a

3

COVAW organiza fórum público sobre o Protocolo em Arusha

3

FEMNET dá visibilidade à campanha Africa UNiTE

3

Jovens tanzanianos defendem Protocolo da UA dos direitos da mulher

4

Advocacia pela ratificação do Protocolo

4

Equality Now promove segundo curso de juristas em utilização do Protocolo em acções judiciais

4

POWA, ACDHRS & WLSA realizam evento paralelo sobre a CEDAW e o Protocolo da mulher à margem da CSW

5

Women First Coalition lança campanha dos media para desmistificar e divulgar o Protocolo no Uganda

6

Por dentro das notícias

D e c l a r a ç ã o c o n d e n a despimento de mulheres no

6

Nova vítima numa Guerra injusta

6

Novos membros eleitos ao comité directivo da SOAWR

7

Balanço anual da SOAWR realiza-se em Adis Abeba

JANEIRO - MARÇO DE 2012

Quatro vencedores do Concurso Juvenil no encontro da SOAWR

É preciso crer que a emancipação da mulher é a chave - Jerry Laurence Lemogo (Camarões)

Os jovens, como se diz no meu país, Camarões, são a vanguarda da nação. São ingredientes indispensáveis para qualquer sucesso no desenvolvimento do continente africano, que está em fase emergente. Foi justamente em apoio deste espírito que a SOAWR convidou a juventude africana a reflectir sobre métodos e estratégias para a apropriação do Protocolo. Passa pela ratificação e domesticação deste instrumento jurídico que julgamos ser incontornável para a contribuição factual da mulher para o desenvolvimento de África. Chaves do sucesso do Protocolo O Protocolo deve explorar o continente com mais eficiência e desse modo encontrar novos métodos para (continua na página 2)

Leah Chatta Chipepa, (AMwA) Uganda e Adewale Iyanda, Escritório do Conselho Jurídico da UA -Adis Abeba-Etiópia, no encontro anual

Page 2: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

Página 2

Sudão do Sul – sensibilização sobre os instrumentos internacionais e regionais sobre os direitos humanos das mulheres

Como uma nova nação, a República do Sudão do Sul tem muitas obrigações internacionais por cumprir. Tendo requerido a filiação na comunidade da África Oriental, e tendo sido aprovado como membro da União Africana assim como das Nações Unidas, o Sudão do Sul evidentemente está pronto para assumir o seu lugar na arena internacional. Uma das questões-chave que o Sudão do Sul terá de abordar como um novo membro da família global das nações é a garantia da defesa dos direitos humanos das mulheres particularmente através da ratificação de convenções e declarações internacionais. É à luz do acima que a Rede de Empoderamento Feminino do Sudão do Sul organizou de 22 a 23 de Fevereiro de 2012 um workshop de dois dias sobre instrumentos internacionais e regionais relativos aos direitos humanos das mulheres, em Juba. A conferência examinou as boas práticas regionais, internacionais e nacionais para alcançar a ratificação. Alexandriah Muhanji, Oficial de Programas da Equality Now, em representação da coligação SOAWR partilhou a experiência da SOAWR na ratificação, domesticação e implementação do Protocolo dos Direitos da Mulher Africana; e esboçou os passos que o Sudão do Sul precisa tomar ao submeter o seu instrumento de

Jovens juntam-se aos membros da SOAWR na conferência anual

O encontro levantou preocupações relacionadas ao aumento de casos de violência, discriminação e subordinação da mulher. Os participantes apelaram ao governo para priorizar e empenhar-se em contribuir para um ambiente são e seguro para as mulheres e crianças no Sudão do Sul. Para que os direitos da mulher sejam materializados, o encontro recomendou que o governo ratificasse a CEDAW, a Carta Africana e o Protocolo; e que elaborasse um plano de acção nacional para a implementação da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

JANEIRO - MARÇO DE 2012

reais e aprender da sua experiência. Conseguimos avaliar a questão da ratificação do Protocolo, a resistência com que se depara dentro dos países membros da União Africana, o compromisso da SOAWR e as soluções inovadoras que pretende alcançar. A vida antes, durante e depois do encontro da SOAWR - Nonyelum Umeasiegbu (Nigéria) Ao longo dos dois dias do encontro assisti com admiração enquanto as activistas desafiavam até mesmo as barreiras linguísticas para partilharem o progresso, sucessos, lições aprendidas e, mais importante ainda, planificar acções para a campanha de 2012. O objectivo geral e os objectivos específicos estavam claros em cada diálogo; assinar e ratificar o Protocolo nos países que ainda não o fizeram, e implementar e domesticar os seus princípios nos países que já o fizeram. Escutar os diálogos com admiração deu-me inspiração. As diversas actividades que estão a ser implementadas em todo o continente, os sucessos que estão a ser alcançados, e o próprio entusiasmo das pessoas que as realizam, serviram de inspiração para mim.

Tive também a oportunidade de experimentar em primeira mão as estratégias de lobbies e advocacia quando fomos visitar a embaixada do Egipto. Tivemos uma conversa animada e saímos como o compromisso do Embaixador de lutar em prol da ratificação do Protocolo pelo governo à luz da nova era no Egipto. Considero-me apoiante da coligação SOAWR e trabalharei tanto com a SOAWR como a nível individual para promover o Protocolo e seus princípios no seio da juventude no meu país.

A minha experiência em Adis Abeba – Anthony Itodo Samuel (Nigéria) Como jovem que participei na conferência da SOAWR, eu estava praticamente num território pouco familiar, rodeado por mulheres que dão o seu melhor no serviço de melhoramento da vida de outras mulheres. Enquanto escutava, fiquei impressionado com os esforços dos membros da coligação em várias partes da África. A experiência me pôs em contacto com pessoas que fazem mudanças reais, algo que há muito almejava, o desejo de transformar em realidade as várias ideias que tenho articulado nos meus ensaios. Continuo empenhado em promover os

Algumas das oportunidades que existem no país incluem o processo da redacção da constituição. Assim, foi realçada a responsabilidade do governo com a ajuda das organizações da sociedade civil de garantir que os instrumentos acima sejam ratificados e reflectidos na nova constituição.

O encontro terminou com um comunicado de imprensa que destacou que (1) o governo deve fazer uma sensibilização maciça sobre o papel e responsabilidades do governo e das organizações da sociedade civil na ratificação, domesticação e implementação de todos os instrumentos internacionais relevantes aos direitos humanos discutidos durante o encontro; (2) a República do Sudão do Sul deve ratificar e domesticar sem reservas os três instrumentos mencionados acima e elaborar um plano de acção nacional para a implementação da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas; (3) as organizações da Sociedade Civil devem advogar a favor de uma iniciativa conjunta com os intervenientes-chave dentro do governo da República do Sudão do Sul a fim de garantir que os requisitos mínimos são reflectidos na nova constituição e leis e políticas nacionais.

Para um exemplar completo do comunicado de imprensa e do relatório do workshop queira visitar: www.sswen.org

melhorar a condição da mulher no continente. Esta nova estratégia deve girar em torno dos seguintes eixos: 1. Harmonizar as agendas dos diferentes ministérios na promoção dos direitos das mulheres 2. Envolver a juventude: os jovens devem ser envolvidos na campanha do Protocolo. Isto se harmoniza com a Carta Africana Relativo aos Jovens, que diz no seu artigo 23, subalínea (c), que é preciso ‘estabelecer programas de sensibilização para dar a conhecer às raparigas e mulheres os seus direitos e oportunidades iguais para participar como membros iguais da sociedade.’

Participação no encontro da SOAWR: privilégio e experiência enriquecedora - Nelly Farah Nguegan, (Camarões)

Dada a abordagem prática que decididamente caracteriza as estratégias adoptadas, percebe-se a importância de fazer lobbies em todas as formas de acção pública. Uma abordagem e estratégias atraentes aos decisores e líderes políticos são de suma importância para o movimento de ONGs em geral, e para a SOAWR em particular. No final do encontro, depois de ter assistido às diversas sessões, vimos que há sempre uma solução para os desafios que se nos impõem. Há formas de avançar. Há uma maneira de alcançar a igualdade de género. Em todos os aspectos, esta experiência muda a nossa perspectiva do futuro e dos

Sra. Alexandriah Muhanji, Oficial de Programas da Equality Now, fazendo uma apresentação na conferência

Page 3: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

do Quénia, aborto inseguro, e falta de segurança económica, entre muitos outros aspectos. A maioria das questões levantadas, se não todas, são abordadas no Protocolo da UA sobre os Direitos da Mulher Africana, o que torna ainda mais importante que os cidadãos africanos o conheçam e lutem pela sua ratificação e implementação. Ouvir tais relatos estarrecedores de violência contra a mulher coloca um rosto humano nas campanhas como UNiTE. Realça a urgência de tolerância zero, a urgência de AGORA. A urgência de não somente Denunciar e Quebrar o Silêncio, mas também AGIR. De cada um de nós assumir responsabilidade; responsabilidade pela maneira como educamos os nossos filhos, os valores que inculcamos nos nossos irmãos, a maneira como tratamos as nossas irmãs e nossas filhas. Unamo-nos para pôr fim a esse crime hediondo até que possamos afirmar que nenhum homem ou mulher é vítima. Se nós não fizermos nada, então quem o fará? Se agora não é a hora, então quando?

PROJECTO FAZER OUVIR A VOZ DELA

SOAWR participa na campanha Africa UNiTE para acabar a violência contra a mulher

Antecedentes

A componente regional da campanha global UNiTE do Secretário das Nações Unidas - Africa UNiTE, foi lançada a 30 de Janeiro de 2010 pelo Secretário-geral das Nações Unidas e pelo Presidente da Comissão da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia. A campanha tem como base os compromissos políticos da UA para acabar com a violência contra as mulheres e raparigas conforme reflectidos no espírito da Declaração Solene sobre a Igualdade de Género em África e do Protocolo da UA sobre os Direitos da Mulher Africana. O objectivo geral da campanha é combater todas as formas de violência contra as mulheres e raparigas em África através de prevenção, resposta adequada, desenho de políticas, implementação e fim da impunidade.

A fim de despertar a consciência sobre a necessidade de acabar com a violência contra a mulher e acelerar os esforços e a implementação dos compromissos em África, organizou-se uma Escalada ao Monte Kilimanjaro de 5 a 9 de Março de 2012, sob o lema ‘Suba e Fale para Todo o Mundo Ouvir!’ enquanto se organizavam grandes eventos de advocacia da Campanha Africa UNiTE em todo o continente. O papel da SOAWR Na qualidade de membro do Comité Directivo regional da Africa UNiTE, a SOAWR organizou uma série de eventos paralelos com o apoio da Equality Now. Os eventos paralelos, cujo objectivo era o de publicitar a campanha, destacaram parte do trabalho realizado por membros da SOAWR e como este contribui para acabar com a violência contra mulheres e raparigas em África. A oportunidade também serviu como momento de advocacia em prol da ratificação e implementação do Protocolo dos Direitos da Mulher Africana. As actividades que a SOAWR realizou durante a campanha UNiTE estão detalhadas abaixo.

A JORNADA NO KILIMANJARO EM 5 DE MARÇO DE 2012 A 5 de Março de 2012, 75 homens, mulheres e jovens iniciaram uma jornada árdua de três dias subindo ao cume da montanha mais alta da África – Monte Kilimanjaro, cerca de 5900 metros acima do nível do mar. Os alpinistas representaram 36 países africanos e exprimiram o compromisso de África de acabar

com a violência contra a mulher e rapariga no nosso continente. O arranque da expedição foi dado por S.E. Jakaya Mrisho Kikwete, Presidente da República da Tanzânia, em Marangu Gate.

S.E. Jakaya Mrisho

Membros da SOAWR (Equality Now e COVAW Quénia) na cerimónia de lançamento na Base do Monte Kilimanjaro

Também houve várias expedições e eventos de solidariedade que se realizaram em todo o continente. A título de exemplo, o capítulo queniano da Africa UNiTE organizou uma marcha no dia 7 de Março antes do Dia Internacional da Mulher. A República dos Camarões organizou uma Escalada ao Monte Febe no dia 10 de Março. Burundi também organizou uma escalada similar. A África do Sul organizou bungee jumping e a Etiópia teve uma Corrida Feminina de 5 km a 11 de Março Fórum público sobre o Protocolo da UA: sobreviventes falam!

A Coligação contra a Violência contra a Mulher (COVAW Quénia), em nome da SOAWR, realizou um fórum público a 7 de Março de 2012 para divulgar o Protocolo da UA sobre os Direitos da Mulher relacionando-o com os compromissos dos Governos para acabar com a violência contras as mulheres e raparigas.

Mulheres participam no fórum público

“O meu caso não tinha nenhuma solução, mas para Deus tudo é possível.” Estas foram as palavras poderosas e profundas de uma das muitas sobreviventes que corajosamente contaram histórias horripilantes no fórum público. Estavam presentes mais de 200 mulheres e era possível sentir a energia na sala. O público comoveu-se à medida que se narravam casos de violência baseada no género. Muitos dos casos resultaram na perda de propriedades, perda de direitos de herança, actos de violência baseada no sexo e género durante a violência pós-eleitoral do

Página 3

Kikwete dá arranque à campanha

FEMNET desenhou uma estratégia de comunicação para garantir que a campanha fosse amplamente conhecida e, mais importante ainda, que fosse inclusiva e adoptada pelos cidadãos africanos. Havia actualizações constantes no twitter, blogues, fotos inseridas no facebook e vídeos no YouTube. Um mapa também foi colocado à disposição para localizar os vários locais de expedições e outros eventos da solidariedade. Pode-se aceder a todos esses nos seguintes links:

www.facebook.com/femnetsecretariat www.facebook.com/Solidarity-for-African-Womens-Rights-SOAWR www.youtube.com/femnet1 http://femnet.wordpress.com www.femnet.crowdmap.com

Embora a escalada das montanhas tenha sido o evento mais destacado nesta campanha, é simplesmente o início da luta desta campanha para acabar com a violência contra as mulheres e raparigas no nosso continente. Talvez este seja o legado que podemos deixar para futuras gerações, uma África livre de violência baseada no género.

Se agora não é a hora, então quando? Se nós não fizermos nada, então quem o fará? Unamo-nos para acabar todas as formas de violência.

Para mais informações sobre a campanha queira visitar: www.africaunitecampaign.org

FEMNET dá visibilidade à campanha Africa UNiTE

Page 4: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

PROJECTO FAZER OUVIR A VOZ DELA

Celebração do dia internacional da mulher solidariza-se com a campanha Africa UNiTE em Siha, Tanzânia

Advocacia pela ratificação do Protocolo

Página 4

Em Janeiro de 2012, os membros da SOAWR fizeram lobbies junto de embaixadores de vários países que ainda não ratificaram o Protocolo. Em equipas compostas de 5-6 representantes de diferentes países e um membro da juventude, os membros da SOAWR reuniram-se com os embaixadores e vice-embaixadores do Egipto, Maurícias, Serra Leoa e Tunísia. Os membros foram recebidos calorosamente e mantiveram boas conversações com os vários oficiais que lhes deram a garantia de que os seus países estavam empenhados em garantir que as mulheres gozem dos seus direitos humanos e que prometeram acompanhar o trabalho que está a ser feito pelas capitais para tornar mais célere a submissão dos seus instrumentos.

Membros da SOAWR com o Embaixador Egípcio, S.E. Mohamed Fathi Edress

Formação de juristas para usarem o manual do protocolo em acções judiciais

A Equality Now promoveu de 26-27 de Março de 2012 a 2ª Formação de Juristas sobre o Uso do Protocolo em acções judiciais em Arusha, Tanzânia. Dezoito juristas de Gana, Lesoto, Libéria, Malawi, Moçambique, Namíbia, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Zimbabwe e Serra Leoa beneficiaram da formação.

O Juiz Gérard Niyungeko, Presidente do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos (nas fotos), fez a abertura oficial da formação e saudou a colaboração com a Equality Now e SOAWR na prossecução dos objectivos do Tribunal Africano. Ele encorajou os juristas dos países que ratificaram o Protocolo que Estabelece o Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos (o Protocolo ao Tribunal) e que assinaram a declaração que dá o acesso de pessoas singulares e ONGs ao tribunal a submeterem casos ao Tribunal.

Os juristas foram treinados no uso do Protocolo ao pleitear casos a favor de mulheres e raparigas nos mecanismos judiciais nacionais e regionais. Os participantes do encontro foram informados de que nos 10 países que haviam ratificado o Protocolo representados na formação nunca houve nenhuma jurisprudência que fizesse referência ao Protocolo, muito embora houvesse alguns casos que haviam feito referência aos instrumentos internacionais dos direitos humanos incluindo a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres

(CEDAW).

Faiza Mohamed, Directora do Escritório da Equality Now em Nairobi, entrega um exemplar do manual ao Juiz Gerard Niyungeko, Presidente do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos no curso dos juristas

Um dos maiores desafios que foi identificado como tendo contribuído para o acima foi a fraca capacidade de aplicação por parte dos juristas e juízes dos instrumentos de direitos humanos ao dirimirem casos em tribunais.

Os participantes foram igualmente treinados nos passos práticos para a identificação e selecção de casos a serem submetidos nos cursos nacionais e regionais através de um exercício de processo simulado. O caso que foi simulado era da Serra Leoa e estava a ser dirimido por um participante daquele país representando a AdvocAid, que presta assistência jurídica. Os participantes também beneficiaram de uma visita ao Tribunal Africano e interagiram com os Assessores Jurídicos do Tribunal. Para definirem o caminho para a frente, os participantes elaboraram planos de acção que incorporavam estratégias para despertar a atenção de outros juristas ao Protocolo, submissão de casos de violação de direitos das mulheres em tribunais nacionais e regionais e finalmente para popularizar o

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher (8 de Março) a Rede contra a Mutilação Genital Feminina (NAFGEM), em colaboração com a Equality Now, organizou uma marcha comunitária e celebrações que faziam parte da campanha Africa UNiTE para acabar a violência contra a mulher. Cerca de 500 pessoas estiverem presentes, incluindo crianças em idade escolar, pessoas que costumavam fazer circuncisão, activistas, oficiais de governo e pessoas de boa intenção com idades compreendidas entre os 3 e 83 anos.

Os alunos fizeram apresentações através de gravuras num concurso chamado “nas palavras deles” retratando aquilo que consideram de violência contra a mulher (VCM). Alguns desenharam suas mães a serem espancadas pelos pais. Outros retrataram a desigualdade da carga de trabalho entre os homens e mulheres com desenhos de uma

mulher carregando uma enxada, o bebé e comida na cabeça enquanto o marido andava de mãos a abanar.

Alguns exprimiram suas ideias sobre a VCM através de pequenas redacções. Algumas das questões que mencionaram incluem o casamento prematuro, a mutilação genital feminina (MGF), assédio sexual, e serem obrigados a abandonar a escolar uma vez que isso

mataria o seu sonho de um dia serem o presidente da república! A Comissária Distrital, Anna Rose Nyamubi, esteve presente para dar apoio às mulheres do seu distrito eleitoral e renovar o seu compromisso para com elas. Também esteve presente o Sr. Aggrey Mwari, um Deputado Parlamentar de Siha, que exortou os membros da comunidade a não esperarem até que alguém lhes desse oportunidades, mas sim aproveitá-las assim que surgissem. Ele também reafirmou o seu compromisso de levantar e defender no Parlamento questões tais como a terra e direito de propriedade e outras questões de VCM que afectam as mulheres do distrito. Grupos de mulheres e estudantes apresentaram peças teatrais, canções e poesia e apelaram para o fim de todas as formas de discriminação e VCM/R. A mensagem foi bem clara: “Vamos nos UNIR para pormos fim à VCM/R!”

Page 5: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

PROJECTO FAZER OUVIR A VOZ DELA

A People Opposing Women Abuse (POWA), em colaboração com o Centro Africano para os Estudos de Democracia e Direitos Humanos (ACDHRS) e a Women and Law in Southern Africa (WLSA), todos membros da SOAWR, organizou a 29 de Fevereiro de 2012 um evento à margem da 56ª Sessão da Comissão do Estatuto da Mulher (CSW), em Nova Iorque. Estiveram presentes ao encontro mais de 100 participantes, incluindo oficiais seniores de alto nível do governo e representantes de organizações da sociedade civil de todo o mundo. Durante o encontro discutiu-se o progresso feito na implementação do Protocolo dos Direitos da Mulher Africana e da CEDAW, os instrumentos usados, e os desafios enfrentados pelos estados membros. O principal enfoque foi aos três países representados no painel: Gâmbia, África do Sul e Zâmbia.

Sra. Florence Butegwa, Representante da ONU na UA e UNECA e Sra. Sixolile Ngcobo, Oxfam, falam sobre os potenciais do Protocolo em garantir os direitos das mulheres.

Das apresentações ficou claro que os três países parecem ter logrado algum sucesso no seu trabalho visando a implementação dos dois instrumentos, sendo que a Gâmbia domesticou com sucesso tanto a CEDAW como o Protocolo da Mulher Africana através da Lei da Mulher de 2010. A Zâmbia, por outro lado, também criou algumas leis incluindo a Lei Contra a Violência Baseada no Género de 2011, a Lei Nº. 11/2008 Contra o Tráfico Humano, ambas as quais são leis abrangentes que prevêem a proibição e prevenção da violência baseada no género.

De acordo com Ministra da Mulher, Criança e Pessoa Portadora da Deficiência da África do Sul, ‘o quadro legal é uma das histórias de sucesso do país’, sendo que o governo fez avanços assinaláveis em garantir que essa legislação está alinhada com a Constituição e normas internacionais sobre os direitos humanos.

Contudo, apesar de todos os progressos e ganhos alcançados na legislação, todos os países citaram desafios em garantir a implementação efectiva devido a atitudes tradicionais e culturais negativas que ainda prevalecem e à falta de financiamento adequado.

O PROTOCOLO DA MULHER AFRICANA E A CEDAW: OPORTUNIDADES, GANHOS E DESAFIOS’

Sua Excelência Lulu Xingwana, Ministra da Mulher, Criança e Pessoa Portadora de Deficiência da África do Sul, Sra. Edwidge E M K Mutale, Secretária Permanente, Divisão do Género e Criança da Zâmbia e Dra. Isatou Njie-Saidy, Vice-presidente e Ministra da Mulher da Gâmbia, durante o evento paralelo

Sra. Florence Butegwa (Representante da ONU Mulheres na União Africana e UNECA) falou sobre as oportunidades que os países poderiam aproveitar para garantir a promoção efectiva e protecção dos direitos das mulheres em África, introduzindo o manual da ONU Mulheres que usa uma abordagem multissectorial para a implementação dos direitos das mulheres em África. Informou que a ONU Mulheres, SOAWR, Oxfam e Direcção da Mulher na Comissão da UA haviam trabalhado em parceria e que iriam realizar a primeira formação sobre adopção de uma abordagem multissectorial em defesa dos direitos da mulher. A discussão terminou com a Zâmbia e a Gâmbia manifestando interesse em participar na formação piloto sobre esta abordagem programada para ter lugar em Nairobi em Abril de 2012. A África do Sul já estava entre os países seleccionados para participarem na formação.

Página 5

ALLIANCES FOR AFRICA (AFA) - Nigéria

A AfA, no âmbito de RHV (Fazer Ouvir a Voz Dela) na Nigéria e em colaboração com a Coligação Nacional para Acção Afirmativa (NCAA), realizou a 16 de Março de 2012 um encontro de advocacia legislativa em Lagos para apelar ao governo estadual de Lagos a aprovar a proposta de lei de Género e Oportunidades Iguais. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO O fórum de Selecção e Casos da Iniciativa Justiça do Género em África realizou um encontro a 21 de Março de 2012 em Arusha, Tanzânia. O encontro, que foi organizado para coincidir com a 24ª sessão ordinária do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos em Arusha, passou em revista os mecanismos regionais de justiça como fóruns para proteger a justiça de género particularmente o Tribunal Africano. Os participantes identificaram as principais áreas de enfoque que grupos de mulheres e juristas podem monitorar ao longo dos próximos 12 meses. Para mais informações sobre a iniciativa acima queira visitar: www.alliancesforafrica.org

Page 6: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

Há muito tempo que o conhecimento do Protocolo dos Direitos da Mulher tem sido muito fraco no seio do público e particularmente ao nível das massas. Para aumentar o apoio e criar a demanda pública pela domesticação do Protocolo, a Women First Coalition, liderada por Akina Mama wa Afrika, lançou uma campanha para divulgar o Protocolo através de debates em estações de rádio em três regiões do país. A campanha tinha como objectivo trazer o Protocolo mais perto das massas, desmistificar e mostrar explicitamente a sua relevância para o empoderamento das mulheres e raparigas nas comunidades. Os convidados aos debates incluíam membros da coligação representando a Rede das Mulheres do Uganda (UWONET), Centro Muçulmano para a Justiça e Direito; e Acção para o Desenvolvimento (ACFODE). Em um dos debates patrocinados pela UNWONET no Norte do Uganda, notou-se que muitos ouvintes que ligavam ao programa eram homens que colocavam questões relacionadas com familiares do sexo feminino como irmãs, mães ou filhas. As questões tinham a ver com a posse e controlo de bens por parte de mulheres, desonra, coabitação e preocupações de que o Protocolo de Maputo com um nome ‘externo’ (Maputo) era estranho e que pouco tinha sido feito pelas mulheres idosas e viúvas. Eles também reconheceram que embora houvesse leis para prevenir a violência contra a mulher e sua desonra, os crimes continuavam a aumentar. Num outro programa de debate radiofónico organizado pelo Centro Muçulmano para a Justiça e Direito (MCJL) as questões que foram levantadas giravam em torno do receio dos homens de dar liberdade às mulheres. Os homens que ligaram mostraram cepticismo quanto a se o empoderamento da mulher estava mais relacionado ao desenvolvimento holístico que o ‘mau comportamento’ das mulheres por estarem a controlarem o seu corpo, seus recursos, etc. As mulheres que ligaram estavam a favor do Protocolo e do seu potencial de ajudá-las a alcançar o empoderamento económico e participar de forma activa, fazer ouvir a sua voz em questões de tomada de decisão dentro dos seus lares. Durante o debate organizado pela ACFODE, os ouvintes mostraram a preocupação de que a legalização do aborto era perigosa visto que seria mal usada. Também receavam que a domesticação do Protocolo resultasse numa reacção negativa contra as mulheres porque o poder já lhes tinha sido dado mas até então elas abusavam dele. De uma forma geral, as questões levantadas centravam-se nos Direitos de Saúde Sexual e Reprodutiva, acesso e controlo de propriedades e os receios subjacentes dos homens resultavam de ameaças às tendências patriárquicas institucionalizadas que influenciam os estereótipos e crenças tais como a submissão das mulheres e o seu papel relegado ao segundo plano. Os organizadores acharam que os encontros foram um grande sucesso visto que o Protocolo foi divulgado com sucesso e espera-se alcançar maior consciência de sua relevância na promoção dos direitos da mulher nos diferentes contextos.

PROJECTO FAZER OUVIR A VOZ DELA

Women First Coalition lança campanha com os media para desmistificar e divulgar o Protocolo no Uganda

Página 6

POR DENTRO DAS NOTÍCIAS Declaração condena despimento de mulheres no Malawi

Em Janeiro, a coligação SOAWR lançou uma campanha em solidariedade com as mulheres do Malawi, em particular para garantir o respeito e protecção dos seus direitos e dignidade. A coligação condenou veementemente o despimento de mulheres trajadas de calças e mini-saias por vendedores masculinos nas três cidades mais importantes do Malawi, nomeadamente, Lilongwe, Mzuzu e Blantyre. Uma declaração de protesto que foi endossada por 100 pessoas foi circulada aos media e à várias embaixadas malawianas nos países onde existem membros da SOAWR. A declaração instava com o governo para agir rapidamente para acabar com esta violação, preservando os direitos humanos e processando os perpetradores da violência. Leia a declaração na íntegra em Read the full statement at http://www.soawr.org/resources/StripMeNotfinal.pdf

Costa do Marfim ratifica o Protocolo da UA Sudão - nova vítima numa guerra injusta

Num comunicado de imprensa emitido em 23 de Março de 2012, a SOAWR felicitou a República da Costa do Marfim pela sua ratificação do Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Relativo aos Direitos da Mulher em África. O instrumento de ratificação foi submetido à Comissão da UA em 9 de Março de 2012. Desde o ano passado, a Equality Now vinha interagindo com o governo em nome da SOAWR para acelerar o processo da submissão do instrumento. A Costa do Marfim torna-se assim no 32º país a ratificar o Protocolo.

Veja SOAWR Press Release em http://www.soawr.org/resources/CoteDIvoire.pdf

A Iniciativa Estratégica para a Mulher no Corno da África (SIHA) instou e apelou ao governo sudanês a reformar urgentemente o código penal sudanês e a abolir o Regime de Ordem Pública em particular as leis estatais de ordem pública e quatro artigos (151, 152, 154 e 156) do código penal que enfatizam as restrições sobre a vestimenta, conduta e maneiras de interacção social das mulheres e que dão autoridade ilimitada à Polícia da Ordem Pública que muitas das vezes leva à perseguição violenta e humilhante de mulheres em público incluindo chibatadas. Para uma análise detalhada do regime de ordem pública veja o relatório da SIHA intitulado Beyond Trousers: the Public Order Regime and the Hu-man Rights of Women and Girls in Sudan available at http://www.sihanet.org/index.php?option=com_docman&Itemid=6

Page 7: SOAWR Quarterly NewsletterJan to Mar 2012 portuguese.pub … · jovens que foram vencedores do concurso de redacção do ano passado com o tema: “O significado do Protocolo para

Visita de sensibilização à República do Burundi pelo Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos O Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos em Bujumbura, de 21 -23 de Maio de 2012. Veja http://www.african-court.org/en/index.php/sessions/upcoming-sessions/86-burundi 25a Sessão Ordinária do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, 11-22 de Junho de 2012, Arusha, Tanzânia. Veja http://www.african-court.org/en/index.php/sessions/upcoming-

sessions/16-25th-ordinary-session-arusha

Visita de sensibilização à República do Quénia pelo Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos em Nairobi, de 11-13 de Julho de 2012. Veja http://www.african-court.org/en/index.php/sessions/upcoming-sessions/90-kenya

Cirurgia do Litígio sobre Questões de Liberdade e Segurança em África, a ser realizada em Acra, Gana de 17–19 de Julho de 2012. Veja mais em http://www.interights.org/home/index.html

Solidarity for African Women's Rights (SOAWR) é uma coligação de 39 organizações da sociedade civil de todo o continente que trabalham com vista a assegurar que o Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Relativo aos Direitos da Mulher em África permanece na agenda dos decisores

políticos e exortar todos os líderes africanos a salvaguardar os direitos das mulheres através da ratificação e implementação do Protocolo.

Próximos Eventos Continuação da página 1

Membros da Coligação

African Centre for Democracy And Human Rights Studies (ACDHRS), African Women’s Development and Communication Network (FEMNET), African Women’s Development Fund (AWDF), Akina Mama wa Afrika (AMWA), Alliances for Africa, Association des Juristes Maliennes (AJM), Action for Development (ACFODE), BAOBAB for Women’s Human Rights, Cellule de Coordination sur les Pratiques Traditionelle Affectant la Sante des Femmes et des Enfants (CPTAFE), Centre for Justice Studies and Innovations (CJSI), Coalition on Violence Against Women (COVAW), Collectif des Associations et ONGS

Féminines de Burundi (CAFOB), Eastern Africa Sub-regional Support Initiative (EASSI), Equality Now, FAHAMU for Social Justices, Federation of Women Lawyers Kenya

(FIDA-Kenya), Forum Mulher, Girl Child Network (GCN), Human Rights Law Service (HURILAWS), Inter-African Committee on Harmful Traditional Practices (IAC), Inter-African Network For Women, Media, Gender and Development (FAMEDEV), Legal and Human Rights Centre (LHRC), NGO Gender Coordination Network (NGOGCN), Oxfam GB, People Opposing Women Abuse (POWA), Sister Namibia, Strategic Initiative for the Horn of Africa (SIHA), Tomorrow’s Child Initiative (TCI), Reproductive Health and Rights Alliance (RHRA), Uganda Women's Network (UWONET), Union Nationale des Femmes de Djibouti (UNFD), University of Pretoria Center for Human Rights, Women Direct, Voix de Femmes, Women of Liberia Peace Network (WOLPNET), Women and Law Southern Africa (WLSA), Women in Law and Development in Africa (WiLDAF), Women’s Rights Advancement and Protection Alternatives (WRAPA), Women NGO’s

Secretariat of Liberia (WONGOSOL)

Novos membros eleitos ao Comité Directivo da SOAWR

African Women’s Development and Communication Network (FEMNET) Alliance for Africa (AFA) - Nigéria

Coalition on Violence Against Women (COVAW)- Quénia Fahamu for Social Justices

People Opposing Women Abuse (POWA) - África do Sul Inter-African Network for Women, Media, Gender Equality and Development

(FAMDEV) Equality Now, the SOAWR Secretariat, remains as a member of the committee

and will continue supporting its work.

SOAWR Secretariat c/o Equality Now P.O. Box 2018-00200 Nairobi, Kenya

Phone: +254-20-2719832 Fax: +254-20-2719868 E-mail: [email protected] Website: www.soawr.org

Situação do Protocolo

Em Março de 2011

Em Março de 2012

Total de Assinaturas 46 46

Total de Ratificações

30 32

Estados Partes ao Protocolo Angola, Benim, Burkina Faso, Cabo-verde,

Comores, Costa do Marfim, Djibouti, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Gambia, Gana, Guiné-Bissau, Quénia, Lesoto,

Libéria, Líbia, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Ruanda, Senegal, Seychelles, Africa do Sul, Tanzânia, Togo, Uganda,

Zâmbia, Zimbabwe