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INTERLETRAS, ISSN Nº 1807-1597. V. 6, Edição número 24, Outubro de 2016 a Abril 2017 - p 1 SMARTPHONES E SUAS UTILIDADES USUAIS E EDUCACIONAIS Luis Aurelio Casoni* Nara Maria Fiel de Quevedo Sgarbi** Solange Tieko Sakaguti*** RESUMO: O presente artigo apresenta dados de uma pesquisa on-line, com o objetivo de estudar quais aplicativos eram mais empregados pelos usuários de smartphones e o porquê dessa migração para esses aparelhos, e, principalmente, a troca do uso de chamadas de telefone e SMS para as novas mídias (leia- se WhatsApp, Facebook, entre outras). A pesquisa tem como objetivo a intensão de suprir a falta de artigos acadêmicos que coletem reflexões dos usuários sobre essa mudança. A grande maioria (92,60%, 125 pessoas) dos 135 entrevistados respondeu que possuía um aparelho. Desses, 86,40% afirmaram que usavam mais Redes Sociais nesses aparelhos e 31,20% usavam menos a função de SMS nesses aparelhos, seguidos por Jogos (26,40%) e aplicativos de filmes e músicas (22,40%). Assim, notou-se que a função básica desses aparelhos era a comunicação. Os fatores apontados pelos usuários para a migração das chamadas de voz para essas redes foram relativos às questões financeiras (economia de dinheiro), de agilidade e de facilidade de uso. ABSTRACT: This article describes dates of one researce online survey in order to study which applications were most used by smartphone users and the why of this migration to these devices, and especially changing the use of phone calls and SMS to the new media (read WhatsApp, Facebook etc). The research is aimed to address the lack of scholarly articles that collect reflections of users about this change. The vast majority (92.60%, 125 people) of the 135 respondents said they owned a handset. Of these, 86.40% said they used more social networks in these devices and 31,20% less used the SMS function on these devices, followed by games (26.40%) and movies and music applications (22.40%). Thus, it was noted that the key feature of these devices was basic communications. The factors mentioned by the users for the migration of voice calls to these networks were saving money, agility and facility of use. PALAVRAS-CHAVES: smartphones, comportamento, internet. KEYWORDS: smartphones, behavior, internet. INTRODUÇÃO Desde 2007, o mundo passou por uma revolução nas telecomunicações, com a popularização de um novo conceito, o de smartphone, definido por Theoharidou et al. (s.d, apud COUTINHO, 2014, p. 13) no estudo, A Risk Of Assesment Method for Smartphones”:

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SMARTPHONES E SUAS UTILIDADES USUAIS E EDUCACIONAIS

Luis Aurelio Casoni*

Nara Maria Fiel de Quevedo Sgarbi**

Solange Tieko Sakaguti***

RESUMO: O presente artigo apresenta dados de uma pesquisa on-line, com o objetivo de estudar quais

aplicativos eram mais empregados pelos usuários de smartphones e o porquê dessa migração para esses

aparelhos, e, principalmente, a troca do uso de chamadas de telefone e SMS para as novas mídias (leia-

se WhatsApp, Facebook, entre outras). A pesquisa tem como objetivo a intensão de suprir a falta de

artigos acadêmicos que coletem reflexões dos usuários sobre essa mudança. A grande maioria (92,60%,

125 pessoas) dos 135 entrevistados respondeu que possuía um aparelho. Desses, 86,40% afirmaram que

usavam mais Redes Sociais nesses aparelhos e 31,20% usavam menos a função de SMS nesses aparelhos,

seguidos por Jogos (26,40%) e aplicativos de filmes e músicas (22,40%). Assim, notou-se que a função

básica desses aparelhos era a comunicação. Os fatores apontados pelos usuários para a migração das

chamadas de voz para essas redes foram relativos às questões financeiras (economia de dinheiro), de

agilidade e de facilidade de uso.

ABSTRACT: This article describes dates of one researce online survey in order to study which

applications were most used by smartphone users and the why of this migration to these devices, and

especially changing the use of phone calls and SMS to the new media (read WhatsApp, Facebook etc).

The research is aimed to address the lack of scholarly articles that collect reflections of users about this

change. The vast majority (92.60%, 125 people) of the 135 respondents said they owned a handset. Of

these, 86.40% said they used more social networks in these devices and 31,20% less used the SMS

function on these devices, followed by games (26.40%) and movies and music applications (22.40%).

Thus, it was noted that the key feature of these devices was basic communications. The factors mentioned

by the users for the migration of voice calls to these networks were saving money, agility and facility of

use.

PALAVRAS-CHAVES: smartphones, comportamento, internet.

KEYWORDS: smartphones, behavior, internet.

INTRODUÇÃO

Desde 2007, o mundo passou por uma revolução nas telecomunicações, com a

popularização de um novo conceito, o de smartphone, definido por Theoharidou et al.

(s.d, apud COUTINHO, 2014, p. 13) no estudo, “A Risk Of Assesment Method for

Smartphones”:

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Smartphone é um celular com capacidade avançada, que executa um sistema

operacional identificável permitindo aos usuários estenderem suas

funcionalidades com aplicações terceiras que estão disponíveis em uma loja

de aplicativos [...] devem incluir um hardware sofisticado com: a) capacidade

de processamento avançada (CPUs modernas, sensores) b) Capacidade de

conexões múltiplas e rápidas (Wi-Fi, HSDPA) e c) tamanho de tela adequado

e limitado. Além disso, seu Sistema Operacional deve ser claramente

identificável, como Android, Blackberry, Windows Phone, Apple`s IOS, etc.

(THEOHARIDOU et al., p. 3, tradução de COUTINHO, 2014 p.13).

A popularização desse aparelho gerou um número maciço de usuários e, por

consequência, um fenômeno midiático que passou a ser estudado. Porém, a maioria das

pesquisas são superficiais dedicando-se ao estudo do uso de smartphones a um

determinado caso de uso. Esse artigo, por sua vez, objetiva investigar quais os motivos

que levaram ao declínio do uso de telefone e mensagens instantâneas em detrimento ao

uso de redes sociais, principalmente ao mensageiro WhatsApp, o qual ganha mais

usuários a cada dia ,assim como perceber qual a forma de contribuição diretamente

voltada ao processo de ensino/aprendizagem, uma vez que se torna uma ferramenta de

acesso fácil aos estudantes.

1. SMARTPHONES E CONCEITUAÇÕES

O primeiro smartphone lançado foi o IBM Simon, em 1992, com tela de 4.5 polegadas e

possibilidade de acessar a Internet, assim como desenvolver aplicativos. O aparelho

pioneiro fracassou nas vendas, mas foi o pontapé inicial para essa linha de aparelhos.

Segundo o site TUDO CELULAR (2014a), entre o lançamento do Simon e o

lançamento do iPhone, em 2007, várias outras empresas tentaram lançar aparelhos

semelhantes, mas possuíam muitos botões e seu uso era voltado para o mercado

corporativo. Durante esse período, nasceu o termo smartphone¸ através do Ericsson

R380, em 2000, o qual possuía tela sensível ao toque.

Como foi abordado, em 2007, o iPhone foi lançado estabelecendo o paradigma atual de

smartphone. O fenômeno ganhou aceleração com a popularização do maior concorrente

do iPhone: O sistema operacional Android, que apesar de ser criado em 2003, sua

empresa responsável foi comprada pelo Google Inc. em 2005 e teve seu primeiro

aparelho rodando o sistema em 2008 (HTC Dream) (MEYER, 2015).

Por ser de código aberto, o sistema foi distribuído entre vários fabricantes o que

possibilitou aparelhos mais baratos. Em 2013, os responsáveis pela empresa anunciaram

que 900 milhões de dispositivos com esse sistema foram ativados e em 2014, 81,5% dos

aparelhos vendidos no planeta eram Android (MEYER, 2015).

Com o estabelecimento e massificação do paradigma, a Internet poderia ser acessada

facilmente de qualquer lugar, por um aparelho que cabia no bolso. A possibilidade de

uso de aplicativos estendia as funções do aparelho em milhares de combinações

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possíveis. Hoje é possível ler livros, ver filmes, ouvir músicas, escrever textos, elaborar

planilhas e apresentações, criar diagramas, ver mapas (até com auxílio de GPS), acessar

terminais, ver compromissos, editar fotos, usar comunicação instantânea, entre outras

ações, sendo que muitas dessas possibilidades eram restritas a computadores de mesa.

Então, com essa novidade se popularizando, novos conceitos surgiram como de Mobile

Marketing e design responsivo de sites, a serem citados a seguir:

a) Mobile Marketing: Segundo a empresa Praesto Convergence (2009), define-se

Mobile Marketing como "interações de propaganda, serviços e relacionamento com o

consumidor que utilizam o telefone celular como canal de comunicação (principal ou

complementar a outras mídias). ” (Grifo do autor). Em resumo, é uma nova forma de

fazer marketing, pensada para o público que usa os smartphones. Segundo a agência

Paco (2014), uma campanha pensada no conceito de Mobile Marketing tem vantagens

como a hipersegmentação, facilidade de mensuração, agilidade na divulgação,

possibilidade de alta personalização e campanhas baratas.

b) Design responsivo de sites: Define-se como a forma de fazer um site para “apresentar

a informação de forma acessível e confortável para diversos meios de acesso. ”

(TABLELESS, 2015). É um conceito de desenvolvimento web que desenha o site de

acordo com as características do dispositivo usado (ou seja, o tamanho da tela). Esse

fator é crucial, de acordo com uma pesquisa divulgada pela agência Paco (2014), 52%

dos usuários que tiveram uma experiência ruim no universo móvel, diminuiu seu

engajamento na marca em questão.

Em meio a esse cenário, muitos aplicativos com o objetivo de melhorar a comunicação

surgiram, como o Facebook, Twitter (redes sociais, que inicialmente, atuavam na Web,

mas notaram os benefícios dos smartphones, e ,logo fizeram versões para esses

aparelhos) e, por último, o WhatsApp (mensageiro instantâneo), que em abril de 2015

teve uma média de 800 milhões de usuários por mês (TECHTUDO, 2015).Com todas

essas infinitas possibilidades e conexões num aparelho que cabe no bolso, o smartphone

foi considerado por Gustavo Coutinho (2014, p. 16), como:

[...] a representação máxima do que McLuhan (1999) chamou de extensão do

homem, um aparato tecnológico que se molda de forma praticamente

simbiótica com o seu usuário, estendendo sua capacidade de se comunicar e,

em consequência, influenciando e modificando a cultura até então

estabelecida.

Porém, apesar da massificação dos dispositivos móveis e das redes sociais, os motivos

que levaram a essa mudança são pouco discutidos no meio acadêmico, os artigos

dedicados ao tema, são, em sua maioria, artigos que apontam usos específicos dessas

tecnologias ou impactos diretos.

Esses impactos são citados por COUTINHO (2014):

a) Novas formas das empresas se comunicarem com seus clientes, denominando um

novo conceito, chamado de mobile marketing (já citado),

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b) Surgimento do mobile commerce, que é uma versão para aparelhos móveis do e-

commerce,

c) Aumento dos fenômenos de transmídia no planeta (definido pela SBGC2 (2013)

“como a transmissão de uma mensagem ou história através de várias mídias, onde o

foco na verdade é a história a ser transmitida”).

A mudança nos ventos da comunicação é enorme, tanto, que o então Ministro das

Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista à revista Época Negócios (2014), admitiu

que, em 2020, talvez, “ninguém use mais celular” e seria necessária uma mudança nas

concessões de telefonia móvel, colocando a banda larga entre os serviços ofertados.

2. PESQUISAS RECENTES

Em 2013, segundo a consultoria Morgan Stanley (apud COUTINHO, 2014 p. 28), o

Brasil tinha 70 milhões de smartphones ativos, sendo a quarta nação com o maior

número desses aparelhos no mundo. Seguindo uma pesquisa publicada pelo site Mobile

Time (TELE SINTESE, 2015), no Brasil, 64% dos usuários já falavam pelo WhatsApp,

e 82% dos entrevistados já haviam enviado mensagens pelo aplicativo nas últimas 24

horas anteriores à pesquisa, enquanto que 35% dos entrevistados haviam enviado SMS

no mesmo período. Segundo a mesma pesquisa, 78% dos usuários pesquisados

confirmaram que já haviam reduzido o número de SMS enviados e 83,2% dos usuários

possui o WhatsApp na tela inicial dos seus aparelhos móveis (MOBILE TIME, 2015a) e

(MOBILE TIME, 2015b).

Outra pesquisa foi divulgada pela Paco Ag. Digital (2014), a qual afirmava:

a) Que o brasileiro passa 84 minutos por dia no smartphone (a média mundial é de 74

minutos/dia),

b) Que a maioria dos usuários de smartphone possuem de 18 a 34 anos,

c) Que 2,5 milhões de pessoas, na época, realizaram compras em smartphones e tablets

(versões com telas maiores dos smartphones),

d) Que 10,7% das pessoas entrevistadas usam o smartphone como primeira escolha para

acessar a Internet e 53,9% elegem o aparelho com a segunda escolha para acessar a

rede.

Porém, não percebemos nenhuma pesquisa no meio acadêmico que aborde os objetivos

nesse texto proposto, sendo que entre eles está a busca do o porquê na diminuição do

uso de telefone convencional para as novas redes sociais. Isso se torna um fator

preocupante diante da evolução a qual estamos diariamente expostos, pois a educação

também precisa acompanhar essa evolução para que nossos estudantes tenham, também,

interesse pelos assuntos abordados dentro e fora de sala de aula, podendo obter esses

conhecimentos por meio da tecnologia, o que torna o aprendizado mais interessante.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essa pesquisa se deu por meio de aplicação de um questionário, on-line, hospedado na

plataforma Google Forms, entre os dias 01 a 31 de março de 2016. Foram convidados

para participar desse estudo alunos das universidades da cidade de Dourados-MS, por

meio de uma abordagem direta (visita às salas de aulas) e, ainda, por cartazes,

participantes de redes sociais e fóruns de discussão Android Brasil e Droid BR.

Ao todo, 135 pessoas responderam ao questionário. Os resultados dessa pesquisa serão

apresentados a seguir.

Primeiramente, foi questionado o sexo do entrevistado, sendo que 73,3% das pessoas

são do sexo masculino e outras 26,70% das pessoas entrevistadas são do sexo feminino.

Tabela 1 - Quantidade de respostas da pergunta 1: "Qual é o seu sexo?"

Em seguida, os entrevistados foram indagados se possuíam um smartphone, sendo que a

grande maioria (92,60%) respondeu positivamente para essa questão e outros 7,4% das

pessoas responderam que não tinham o aparelho. Vale ressaltar que quem respondia

“não” estava dispensada de responder as perguntas 3,4 e 5.

Gráfico 1 – Porcentual de respostas da pergunta 2: Você tem um smartphone?

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As 125 pessoas que responderam sim à questão anterior foram convidadas para

responder qual sistema operacional tinham em seus celulares.

Foram apresentadas três opções: Android (sistema operacional presente na maioria dos

smartphones existentes), iOS (sistema presente em iPhones) e Windows Phone

(presente nos celulares da linha Lumia), além das opções “Outro” e “Não Lembro”. O

Android é o mais usado, com 84% das respostas, seguido por iOS, que equipava 12%

dos aparelhos. 2,4% responderam que tinham o Windows em seus aparelhos e 0,8%

responderam que tinham outros e outros 0,8% alegaram que não lembravam.

Tabela 2 - Respostas a pergunta: Qual sistema você usa no Smartphone?

Logo depois, os 125 entrevistados que possuíam smartphone, foram convidados a

responderem qual grupo de aplicativos mais usavam e qual grupo menos usavam, as

opções eram as mesmas para as duas perguntas: Redes Sociais (WhatsApp, Twitter,

Facebook etc), Navegador (Chrome, Firefox, Safari), Ligações Telefônicas (Telefone

propriamente dito) , Aplicativos de filmes e músicas, Jogos e Outros 3.

Sobre qual grupo os usuários mais usavam, as Redes Sociais tiveram o maior número de

respostas com 86,40% das respostas, seguido pelo navegador de internet, que teve 4%

das repostas, confirmando a tendência de migração para as redes sociais. O telefone é o

mais usado por 2% das respostas e o SMS é o mais usado por apenas 1% das respostas,

desempenho menor que os aplicativos de jogos (1,6%), de filmes e música (2,4%) e

aqueles que responderam outros (3,2%).

Tabela 3 - Respostas da pergunta número 4

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Tabela 4 - Respostas daqueles que responderam “Outros” na pergunta 4

Gráfico 2 – Porcentual de respostas a pergunta número 4

Já na quinta pergunta, com as mesmas opções da questão anterior, tratou-se de levantar

qual grupo de aplicativos era menos usado pelos entrevistados. Os SMS foram a opção

com mais entrevistados, com 31,2% das respostas, depois foram os jogos com 26,40%

das respostas e a terceira opção mais lembrada foi os aplicativos de filmes e músicas

(com 22,40% das respostas). As ligações foram menos usadas por 10,4% das respostas,

o navegador foi menos usado por 4,8% dos entrevistados e as redes sociais foram menos

usadas por apenas 1,6% dos entrevistados.

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Tabela 5 - Respostas da questão 5

Tabela 6 - Menções dos quem responderam “Outros” na questão 5

Gráfico 5 – Porcentual de respostas a pergunta número 5

Dessa forma, percebemos que os resultados da pesquisa confirmaram o que foi relatado

em pesquisas anteriores; a grande maioria usa smartphones sendo grande parte deles

Android. A grande maioria usa mais as redes sociais (inclui o WhatsApp) e, como

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consequência, o uso de SMS (mensagens instantâneas que trafegam na rede da

operadora, normalmente tarifados) é o mais baixo, seguido pelos jogos e aplicativos de

filmes e música. Assim, os smartphones têm o mesmo foco dos primeiros celulares, a

comunicação, mas a forma dessa comunicação mudou.

Foram disponibilizadas também questões discursivas como a que se segue:

Em sua opinião, porque o comportamento dos usuários de Smartphones relegou o uso

do telefone comum em segundo plano (em outras palavras, deixou o uso de telefone em

decadência)?

Em relação às respostas apresentadas pelos entrevistados, concluímos que a opinião da

maioria tem muito a ver com a usabilidade ou facilidade dos smartphones em relação

aos telefones comuns. Levando em conta também o valor gasto entre um e outro, é

maioria a preferência pelo smartphone por ele ser mais barato do que o telefone para

interação social.

Para essa questão, o sujeito A respondeu:

“Nos dias de hoje quase todo mundo está conectado à Internet, tudo fica mais

fácil não existe fronteiras, em nossas casas na empresa em que trabalhamos

estamos conectados na grande rede, não havendo a necessidade de contratar

um plano específico para efetuar ligações, acabamos optando por aparelhos

que oferece mais recursos que envolve conectividade com a Internet. ” (sic).

Entretanto o sujeito B expõe que:

“Com a evolução da internet móvel, rápida, deixou de existir a necessidade

de FALAR ao telefone, agora falando por meio de mensagens que usam a

própria internet. Em casa, com internet, você tem aplicativos como skype,

que substituem a função do telefone. ” (sic).

Já o sujeito C afirmou:

“Por causa de suas inúmeras utilidades que antes, eram específicas apenas em

notebooks e desktops... uma relação simples é que o notebook derrubou o

desktop pelo fato de ser portátil, e os smartphones entram na sequência por

serem portáteis e pequenos...” (sic).

A facilidade de uso foi também o motivo do sujeito D:

“Redes sociais como, por exemplo, o WhatsApp, praticamente deixaram as

operadoras de telefonia obsoletas, em questão de ligações. Hoje em dia é

muito mais fácil enviar uma mensagem, seja de voz, ou texto, por esse tipo

de mídia, do que fazer uma ligação. Além de que, você tem muito mais

possibilidades. ” (sic).

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Percebemos, então, que os usuários migraram para as novas mídias por três motivos:

economia, proporcionada pelo fato do usuário deixar de gastar dinheiro com ligações e

mensagens de texto, nas redes sociais, bancadas por assinaturas (como no WhatsApp)

ou sustentadas por anúncios, já que o gato é baixo ou paga-se irrisoriamente pelo

serviço, não pela ligação ou mensagem em si, facilidade de uso e agilidade na entrega

da mensagem.

Uma outra questão dissertativa foi:

Na sua opinião, você acha que os mesmos sentimentos transmitidos pelo telefone

podem ser transmitidos por mensagens em Redes Sociais e outros serviços de Internet

(como WhatsApp)?

Nessa questão, tivemos opiniões divididas. Nesse contexto, o sujeito E explanou:

“Sim. A experiência não é a mesma e nem precisa ser, mas isso não significa

que seja ruim. Mas a questão vai além: as pessoas tem opção de escolher

como querem se comunicar. Outros serviços abrem a possibilidade de se

comunicar simplesmente com texto, audio, imagem ou até mesmo com vídeo.

Não é apenas voz que transmite emoção.” (sic)

O sujeito F afirmou:

“Depende como se usa os aplicativos. Se usar o skype ou facebook para fazer

uma ligação de áudio ou vídeo, sim. Obviamente que trocas de mensagens de

textos, conversas em áudio e conversas em vídeo comunicam sentimentos

diferentes e servem para propósitos diferentes. Cada uso do celular tem o seu

momento e espaço. Uma ligação direta para o número da pessoa, equivale a

uma ligação de áudio pelo skype, por exemplo, e é algo muito mais íntimo

que uma mensagem de whatsapp ou um texto na página do facebook.” (sic).

Entretanto, como já havíamos exposto, tivemos respostas negativas, como a do sujeito

G:

“Obviamente não. Cada caso é um caso. O que eu digo, X entende de uma

forma e Y de outra, dependendo muito da forma que cada qual interpreta. O

que tem de bom, tem de ruim.” (sic).

Por fim, o sujeito H:

“Infelizmente, como se diz, aproxima quem está longe e distancia quem está

perto, a pessoa trocando mensagens, pode apenas manipula-los, e com isso

levar a outra pessoa a crer que está convivendo em mundo maravilhoso.

Convivemos em uma sociedade que pensa apenas em si só, querendo levar

vantagens em cima das outras pessoas, mas tem o lado bom também, pois

existe os contatos entre pessoas que se amam de verdade e tem a opção de

conversar e transmitir um sentimento verdadeiro. ” (sic).

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Assim, houve uma discordância e até uma indecisão. Alguns discordam, falando que o

telefone é melhor, outros dizem que sim, afirmando que a pessoa ganha coragem para se

comunicar e que algumas mídias (como o Skype) oferecem chamadas de voz e vídeo,

melhorando o contato com a pessoa. Outros citam o momento que a mensagem é

empregada, sendo que algumas formas podem ser mais íntimas do que outras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, a pesquisa endossou a tese de pesquisas anteriores. As novas mídias de

comunicação, como redes sociais e WhatsApp, continuam a dominar a preferência dos

usuários de smartphones. Os aparelhos inteligentes são usados pela grande maioria dos

entrevistados, nesse caso, estudantes universitários. Pelo comportamento estudado,

vimos que os usuários têm um foco de uso nos smartphones, só que as formas de

propiciar a comunicação mudaram, passou da extensão do telefone para mensagens

instantâneas de alcance mundial.

A mudança de paradigma se deve à economia, à agilidade e à facilidade de uso, segundo

os usuários pesquisados, porém a população se divide quando se trata se poderia

suplantar o telefone de como nós conhecemos até hoje. Esse artigo contribuiu para

desmitificar um pouco do que os usuários dessa novidade tecnológica (comparado ao

celular, ao telefone fixo) pensavam a respeito da migração. Esperamos que esse texto

sirva de incentivo para que novos pesquisadores estudem esse fenômeno, com

instrumentos, sejam eles questionários, ou outros, mais detalhados abordando padrões

de uso e outros motivos para essa migração, que à medida que o tempo passa, engloba

mais gente no mundo.

Tendo em vista que a era tecnológica está acelerada e estamos em meio a surgimentos

de novas tecnologias, como por exemplo, a realidade aumentada, podemos buscar

ferramentas e aplicativos disponibilizados no mercado, tanto para a plataforma Android

quanto para IOS, para que o conteúdo apresentado seja disponibilizado de uma forma

mais dinâmica. Então, é possível que seja realizada uma pesquisa para que novos

aplicativos voltados à educação sejam elaborados para esse fim.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COUTINHO, Gustavo Leuzinger. A era dos smartphones: um estudo exploratório

sobre o uso dos smartphones no Brasil. 2015. 60 f. TCC (Graduação) - Curso de

Publicidade e Propaganda, Universidade de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em:

<http://bdm.unb.br/handle/10483/9405>. Acesso em: 09 jan. 2016.

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ÉPOCA NÉGOCIOS. "PODE SER QUE EM 2020 NINGUÉM MAIS USE

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*Acadêmico do curso de Ciência da Computação da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande

Dourados

**Professora doutora da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados

*** Professora mestre da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados