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Informativo 06, janeiro de 2015

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Informativo n. 6, edição de janeiro de 2015 do escritório Schaun & Monks Advogados

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Informativo 06, janeiro de 2015

RIO GRANDE DO SUL

Rua Marechal Deodoro, 1.400, sala 131 - Ed. Dr. Ary Signorini96020-220 Pelotas, RSTel.: + 55 (53) 3305-0432

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INFORMATIVO N. 6, JANEIRO DE 2015

ÍNDICE

ArtigosMudanças nas regras do Programa do Seguro-Desemprego:os reflexos do advento da MP n. 665/14

NotíciasCarf mantém autuação bilionária contra Ambev

Pessoa jurídica pode ser titular de EIRELI

Recuperação judicial não suspende execução contra avalistas e fiadores

Investidor em ‘start-ups’ poderá ter dedução do Imposto de Renda

STF pode julgar inconstitucionalidade de multa de 10% do FGTS este ano

Fisco não pode usar créditos como garantia para conceder parcelamento de dívida tributária

Profissional liberal terá de identificar CPF de cliente

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INFORMATIVO N. 6, JANEIRO DE 2015

ARTIGO

Mudanças nas regras do Programa do Seguro-Desemprego: os reflexos do advento da MP n. 665/14

Objetivando uma economia de aproximadamente de 18 bilhões de reais aos cofres públicos, no dia 30 de dezembro do último ano, foram publicadas pela Presidente Dilma Rousseff duas importantes Medidas Provisórias (as MP's n. 664 e 665) que, de forma substancial, promoveram alterações tanto na seara previ-denciária – mormente no que diz aos benefícios de pensão por morte e auxílio-doença – quanto na trabalhista, neste âmbito, especificamente, alterando algumas regras contidas na Lei 7.998/90, legislação que versa, dentre outras coisas, sobre o Programa do Seguro-Desemprego (PSD).

Apesar da diversidade de datas determinadas para o início da vigência das mencionadas inovações legislativas, as novas regras do seguro-desemprego já começarão a valer a partir do final de fevereiro próximo, motivo pelo qual é importante que se tenha ciência dos tópicos mais relevantes sobre esse benefício, bem como os principais reflexos dessas modificações no cotidiano trabalhista.

De forma breve, verifica-se que o benefício do seguro-desemprego, com fundo constitucional no art. 7º da Carta Maior, tem por propósito fundamental garantir assistência financeira ao trabalhador desempregado por dispensa injustificada ou indire-ta, bem como ao trabalhador em condição análoga à de escravo ou submetido a trabalho forçado. Do mesmo modo, por meio de ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional, também alcança seu fim na colaboração para o sustento próprio do trabalhador e de seu núcleo familiar enquan-to busca reintegrar-se no mercado de trabalho.

Para alcançar seus objetivos, contudo, essas ações coordenadas em prol do trabalhador apenas se mostram viáveis economica-mente se amparadas pelo financiamento garantido pelos progra-

mas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (popularmente conhecidos como PIS e PASEP, respectivamente) e pelas contribuições adicionais das empresas, cujos índices de rotatividade da força de trabalho superem o índice médio da rotatividade do setor, conforme legislação específica.

Ocorre que, segundo informações do Diário Oficial, no ano de 2013 o governo federal destinou mais de 4,9 bilhões de reais do orçamento para o pagamento do seguro-desemprego, o que, sem adentrar em discussões políticas, credita-se à percepção de que os trabalhadores viriam lançando mão das regras do programa (garantindo direito ao benefício com o cumprimento de somente seis meses de trabalho) para, deliberadamente, alternar períodos de vínculo empregatício com e sem carteira assinada, sem deixar de gozar do benefício.

Com o advento da medida provisória em debate, verificou-se que as principais alterações trazidas recaíram exclusivamente sobre os artigos 3º e 4º da legislação que instituiu o benefício, os quais ditam os critérios para a concessão das parcelas do recebi-mento do benefício.

Adentrando no tema, observa-se que o trabalhador que solicitar o seguro-desemprego pela primeira vez, agora, terá que compro-var a existência de vínculo empregatício e o recebimento de salário em no mínimo 18 meses, dentro dos últimos 24 meses anteriores à solicitação. Já na segunda vez que o trabalhador requerer o benefício deverá comprovar 12 meses de salários recebidos nos últimos 16 meses e, a partir da terceira solicitação, o desempregado terá que comprovar a existência de 6 meses de vínculo empregatício pretéritos à dispensa.

Outra questão importante trazida pela inovação legislativa diz respeito ao pagamento das parcelas: agora, na primeira solicita-ção do benefício, para se ter direito ao recebimento de 4 parcelas de seguro-desemprego, deve-se comprovar a relação de trabalho em, no mínimo, 18 meses e, no máximo, 23 meses nos últimos 36 meses; na segunda solicitação, para se ter direito a 4 parcelas,

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deve ser comprovado o vínculo por, no mínimo, 12 e, no máximo, 23 meses dentro dos últimos 36 meses. Por fim, a partir da terceira solicitação do seguro-desemprego, para que o traba-lhador faça jus ao recebimento de 3 parcelas, deverá provar sua relação de emprego de, no mínimo, 6 meses e, no máximo, 11 meses no último período de 36 meses; e para receber 4 parcelas, deverá cumprir o requisito mínimo de 12 e, no máximo, de 23 meses, dentro do mesmo período mencionado. Anote-se que, em todas as situações anteriormente expostas, nos casos em que o trabalhador comprovar a existência de mais de 24 meses de vínculo empregatício, terá direito ao recebimento de 5 parcelas do benefício.

Deste modo, nota-se que as mudanças afetarão principalmente aqueles desempregados que necessitarão fazer a solicitação do benefício pela primeira e pela segunda vez, restando os requisi-tos para a terceira solicitação e as seguintes praticamente inalte-rados, trazendo maiores consequências sobre os trabalhadores mais jovens e aqueles que estão deixando a informalidade já que nesse contexto estão mais expostos a atividades de curta duração, como o trabalho temporário.

Conclusivamente, e afora quaisquer opiniões políticas sobre os benefícios ou malefícios trazidos pela mudança, o que se tem é uma oportunidade valiosa para que observemos a influência que a legislação trabalhista exerce sobre os índices de desemprego, os motivos que levam à rotatividade no mercado de trabalho e a formalização das relações. Essa oportunidade, indubitavelmen-te, é única e caminha ao encontro da construção de medidas que favoreçam ambos os lados da relação econômica, aproximando a sociedade da tão almejada reforma trabalhista.

NOTÍCIAS

Carf mantém autuação bilionária contra Ambev

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) conde-nou a Ambev a pagar uma autuação fiscal bilionária relativa à amortização de ágio gerado em operações relacionadas à tomada de controle da empresa brasileira pela belga Interbrew, em 2004. No balanço de 2013, a Ambev vincula à autuação o valor de R$ 3,9 bilhões, mas fontes ligadas ao caso destacam que o montante ultrapassa os R$ 5 bilhões.

O processo foi julgado no último dia 26 pela 3ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do Carf. Da decisão ainda cabe recurso à Câmara Superior do Conselho - responsável por unificar o entendimento do órgão quando há decisões divergentes entre as turmas - ou ao Judiciário.

A autuação julgada quarta-feira foi aplicada em dezembro de 2011. O auto de infração diz respeito à amortização de dois ágios, aproveitados pela companhia a partir da incorporação da InBev Holding Brasil pela Ambev, em 2005. A operação foi realizada no contexto da fusão entre a Ambev e a Interbrew.

O ágio é gerado quando uma empresa adquire outra por um preço maior do que o de mercado, contando com uma valoriza-ção futura. A Lei nº 9.532, de 1997, permite que o ágio seja registrado como despesa nos balanços e amortizado em, no mínimo, cinco anos. Assim, a operação reduz o valor a pagar do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

No caso da Ambev, a fiscalização entendeu que haveria o chamado ágio por meio de empresa veículo. Para o Fisco, a incorporação da InBev Holding Brasil não teve outro motivo senão o aproveitamento do ágio.

Mariana O. SchaunAdvogada, sócia do escritório Schaun & Monks [email protected]

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De acordo com o procurador da Fazenda Nacional Marco Auré-lio Zortea Marques, o Fisco defende no processo que a incorpo-ração não é uma decorrência natural do processo de fusão. “Não foram consideradas operações que tinham propósito negocial, que não fosse fiscal”, afirma.

A argumentação foi acolhida pela maioria dos conselheiros do Carf. Os integrantes da turma mantiveram a autuação, mas reduziram para 75% a multa aplicada à Ambev. Originalmente, a autuação contava com uma penalidade de 150%, imposta quando há dolo ou fraude.

Marques diz que a Fazenda Nacional vai recorrer do processo em relação à multa. “A Fazenda entende que a exclusiva finali-dade fiscal da operação acarreta operações artificiais, e essa artificialidade caracteriza fraude”, afirma o procurador.

Ele ainda destaca que a fusão entre a Interbrew e a Ambev não é questionada pelo Fisco. “Em nenhum momento é questionada a fusão. O problema são as operações que ocorreram após a fusão ou em decorrência dela”, acrescenta Marques.

Em seu balanço de 2013, a Ambev considera a probabilidade de perda do processo administrativo como “possível”. A empresa informa no demonstrativo que não constituiu provisão e que, em caso de perda, a Anheuser-Busch Inbev (ABI), controladora da Ambev, reembolsará a companhia.

O advogado Luiz Paulo Romano, do Pinheiro Neto Advogados, diz que atualmente não é possível definir qual é o posicionamen-to do Carf sobre a amortização de ágio pelas empresas. “É muito difícil hoje dizer como Carf pensa, porque as turmas não têm uniformidade”, afirma.

Para Romano, o entendimento definitivo do Conselho sobre os diferentes tipos de ágio poderá ser tomado em 2015, quando a Câmara Superior provavelmente começará a analisar processos relativos ao tema.

Por meio de nota, a Ambev informou que a incorporação tratada no processo “observou estritamente toda legislação aplicável, razão pela qual a Ambev entende que a sua posição prevalecerá administrativa ou judicialmente e, portanto, entende ser desne-cessária a constituição de provisão para contingências”.

Fonte: Valor Econômico

Pessoa jurídica pode ser titular de EIRELI

O juiz Federal José Henrique Prescendo, da 22ª vara de SP, deferiu liminar em MS autorizando o arquivamento e registro da alteração contratual de uma empresa para o tipo societário Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), caso o pedido apenas tenha sido negado pela Junta em razão de se tratar de pessoa jurídica.

No caso, a Junta Comercial do Estado teria negado o pedido sob o fundamento de que a pessoa jurídica não pode ser titular de EIRELI, nos termos da IN 117/01. A instrução é do Departa-mento de Registro Empresarial e Integração e estabeleceu que o titular de EIRELI somente pode ser pessoa natural, brasileiro ou estrangeiro residente no país ou no exterior.

A empresa alegou que foi o DNRC extrapolou sua competência regulamentar com a restrição da titularidade da EIRELI para pessoas jurídicas, uma vez a limitação não foi imposta no art. 980-A, do CC, motivo pelo qual buscou o Poder Judiciário para resguardo do direito.

O magistrado, em análise da matéria, salientou que, diversa-mente da IN 117/11, a lei 12.441/01, instituidora da figura da EIRELI, não trouxe qualquer distinção entre pessoa física e pessoa jurídica para constituição do atinente tipo societário, sendo que a única restrição é que a pessoa física figure em apenas uma empresa dessa modalidade.

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“Notadamente, a instrução normativa somente se presta a regulamentar a lei ordinária hierarquicamente superior, não podendo inovar no ordenamento jurídico e estabelecer restrições não previstas em lei, sob pena de ofensa ao princípio constitu-cional da legalidade.”

Assim, o julgador concluiu que a IN extrapolou os limites legais, ao interpretar restritivamente o art. 980-A do Código, que se refere a uma única pessoa titular da totalidade do capital social, “sem qualquer limitação à pessoa jurídica”.

Fonte: Migalhas

Recuperação judicial não suspende execução contra avalistas e fiadores

O processamento da recuperação judicial de empresa ou mesmo a aprovação do plano de recuperação não suspende ações de execução contra fiadores e avalistas do devedor principal recuperando. Esse é o entendimento firmado pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão foi tomada em julgamento de recurso especial sob o rito dos repetitivos, estabelecido no artigo 543-C do Código de Processo Civil (CPC). A Seção fixou a seguinte tese: “A recupe-ração judicial do devedor principal não impede o prosseguimen-to das execuções, nem tampouco induz suspensão ou extinção de ações ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a suspensão prevista nos artigos 6º, caput, e 52, inciso III, ou a novação a que se refere o artigo 59, caput, por força do que dispõe o artigo 49, parágrafo 1º, todos da Lei 11.101/2005”.

Devedor solidárioSegundo o relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, a controvérsia é bastante conhecida no STJ. Após o deferimento da recuperação judicial e, mais adiante, com a aprovação do

plano pela assembleia de credores, surgem discussões acerca da posição a ser assumida por quem, juntamente com a empresa recuperanda, figurou como coobrigado em contratos ou títulos de crédito submetidos à recuperação.

Frequentemente, os devedores solidários da empresa em recupe-ração pedem a suspensão de execuções contra eles invocando a redação do artigo 6º da Lei 11.101/05: “A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário”.

Salomão explicou que o referido artigo alcança os sócios solidá-rios, pois na eventualidade de decretação de falência da socieda-de, os efeitos da quebra estendem-se a eles. A situação é bem diversa, por outro lado, em relação aos devedores solidários ou coobrigados. Para eles, a disciplina é exatamente inversa, prevendo a lei expressamente a preservação de suas obrigações na eventualidade de ser deferida a recuperação judicial do devedor principal.

O artigo 49, parágrafo 1º, da Lei 11.101 estabelece que “os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obriga-dos de regresso”.

Assim, o relator afirmou que não há suspensão da execução direcionada a codevedores ou devedores solidários pelo simples fato de o devedor principal ser sociedade cuja recuperação foi deferida, pouco importando se o executado é também sócio da recuperanda ou não, uma vez não se tratar de sócio solidário.

Salomão ressaltou que na I Jornada de Direito Comercial realizada pelo CJF/STJ foi aprovado o Enunciado 43, com a seguinte redação: “A suspensão das ações e execuções previstas no artigo 6º da Lei 11.101/2005 não se estende aos coobrigados do devedor”.

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Novação de créditosNo caso julgado, o avalista de Cédula de Crédito Bancário pretendia suspender execução ajuizada contra ele pelo Banco Mercantil do Brasil. No curso do processo, foi aprovado o plano de recuperação judicial e concedida a recuperação, com novação da dívida.

O ministro Salomão afirmou que, diferentemente da primeira fase, em que a recuperação é deferida pelo juiz e é formado o quadro de credores, nessa segunda fase, em que já há um plano aprovado, ocorre a novação dos créditos e a decisão homologa-tória constitui, ela própria, novo título executivo judicial.

Segundo o relator, a novação prevista na lei civil é bem diversa daquela disciplinada na Lei 11.101. Se a novação civil, como regra, extingue as garantias da dívida, inclusive as reais presta-das por terceiros estranhos ao pacto (artigo 364 do Código Civil), a novação decorrente do plano de recuperação traz, como regra, ao reverso, a manutenção das garantias (artigo 59, caput, da Lei 11.101), as quais só serão suprimidas ou substituídas “mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia”, por ocasião da alienação do bem gravado.

“Portanto, muito embora o plano de recuperação judicial opere novação das dívidas a ele submetidas, as garantias reais ou fidejussórias são preservadas, circunstância que possibilita ao credor exercer seus direitos contra terceiros garantidores e impõe a manutenção das ações e execuções aforadas em face de fiadores, avalistas ou coobrigados em geral”, disse o ministro.

As duas Turmas de direito privado do STJ entendem que tanto na primeira quanto na segunda fase da recuperação não cabe a suspensão das ações de execução, em razão do processamento da recuperação ou extinção, por força da novação.

AvalO entendimento das duas Turmas de direito privado vale para todas as formas de garantia prestadas por terceiro, sejam elas cambiais, reais ou fidejussórias — garantia pessoal em que

terceira pessoa se responsabiliza pela obrigação, caso o devedor deixe de cumpri-la. É o caso da fiança e do aval.

A garantia prestada por terceiro no processo julgado é na moda-lidade aval, que, diferentemente da fiança, é obrigação cambiá-ria que não tem relação de dependência estrita com a obrigação principal assumida pelo avalizado, subsistindo até mesmo quando a última for nula, conforme explicou o relator.

“Portanto, dada a autonomia da obrigação resultante do aval, com mais razão o credor pode perseguir seu crédito contra o avalista, independentemente de o devedor avalizado encontrar-se em recuperação judicial”, afirmou Salomão no voto.

Fonte: STJ

Investidor em ‘start-ups’ poderá ter dedução do Imposto de Renda

Para apoiar o desenvolvimento das chamadas start-ups – empre-sas inovadoras, com alto potencial de crescimento e geralmente criadas por jovens – a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inova-ção, Comunicação e Informática (CCT) aprovou nesta terça-feira (9) projeto que permite a dedução de valores investidos nesses empreendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Físicas.

Com o projeto (PLS 54/2014), que ainda será votado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador José Agripino (DEM-RN) quer ampliar as possibilidades de investi-mentos nas start-ups brasileiras, para aumentar a competitivida-de e chance de sucesso desses negócios.

O senador propõe que a dedução seja limitada a 20% do valor integralizado, que não poderá ultrapassar R$ 80 mil por ano-calendário, considerando todos os investimentos realizados, ainda que a participação envolva mais de uma start-up.

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Pelo projeto, o investidor deverá ser sócio investidor ou sócio cotista da empresa, não podendo atuar como gerente, diretor ou administrador, nem ser acionista majoritário.

Os valores investidos deverão permanecer por pelo menos três anos na start-up, que deverá, por sua vez, estar registrada em programa de incubação de empresas ou de parque tecnológico de instituição científica e tecnológica, conforme a Lei 10.973/2004. A última exigência foi incluída pelo relator na CCT, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Boas ideiasAgripino lembra que diversas start-ups surgiram nas últimas décadas, como Facebook e Yahoo, “graças à conjugação de boas ideias com o capital fornecido pelos chamados investidores-anjos”, pessoas físicas dispostas a aplicar seu capital em empre-sas em estágios embrionários.

Ele observa ainda que os investimentos em start-ups beneficiam a economia do país como um todo, pois resultam na geração de empregos qualificados e aumento na arrecadação de tributos. Mesmo com essas vantagens, observa o senador, o valor do investimento nessas empresas no Brasil equivale a apenas 1,2% do americano.

Apesar de o Ministério da Ciência e Tecnologia ter programa de incentivo às start-ups, Agripino diz que ainda não há no país estímulo para o investidor que apoia essas iniciativas, o que motivou a apresentação do projeto. O relator na CCT, senador Flexa Ribeiro, concorda com o autor da proposta: – Mesmo sendo uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda não conseguiu desenvolver um ambiente propício às atividades de inovação. Diversas ideias promissoras esbarram diariamente em inúmeros obstáculos. Um desses obstáculos é a dificuldade de o empreendedor conseguir financiamento para colocar em prática ideias arrojadas, com alto potencial de retorno, mas, ao mesmo tempo, com elevado risco – observa Flexa.

Durante a reunião, os senadores chegaram a aprovar um requeri-

mento que previa a realização de audiência pública sobre a proposta antes de sua votação, mas o autor, José Agripino, pediu que o debate para instruir a análise do projeto seja feito na CAE, comissão que votará o texto em caráter terminativo. A sugestão foi aceita pelos demais parlamentares.

Proteção à inovaçãoA CCT também aprovou a realização de audiência pública em conjunto com a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para discutir a proteção à inovação no Brasil. O autor do requerimento, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), sugeriu que sejam convidados para o debate os ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos.

Rádio e TVForam aprovados 81 projetos de decreto legislativo (PDS) com permissões, outorgas e renovações de concessões para TVs e rádios comerciais e comunitárias. As propostas são votadas de forma terminativa na CCT, mas há abertura de prazo de 5 dias para apresentação de recurso que pode levar o texto ao Plenário. Caso não haja manifestação dos parlamentares, as propostas seguem para a publicação no Diário do Senado.

Fonte: Agência Senado

STF pode julgar inconstitucionalidade de multa de 10% do FGTS este ano

As três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), que questionam a legalidade da multa de 10% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) , aplicada às empresas em demissões sem justa, devem entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015.

Para o advogado da área trabalhista do Demarest, Leonardo Pardini, o caso “deve ser julgado até no máximo o final do ano

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que vem pelos ministros do STF. Esse prazo só se estende se algum ministro pedir vistas e ficar muito tempo com os proces-sos”.

O ministro Luís Roberto Barroso determinou no final de 2013 a aplicação do rito abreviado as ADIs. Com isso, as ações serão julgadas diretamente no plenário do STF sem prévia análise dos pedidos de liminar.

A contribuição foi estabelecida pela Lei Complementar 110/2001, aprovada pelo Congresso para suprir um rombo nas contas do fundo, causado por decisão do STF no ano anterior. Na época, o Supremo reconheceu que os saldos das contas vinculadas ao FGTS foram corrigidas com variação abaixo da inflação durante implementação dos Planos Verão (1989) e Collor I (1990).

Para evitar uma enxurrada de ações individuais, o então presi-dente Fernando Henrique Cardoso propôs uma lei, aprovada pelo Congresso, que previa a cobrança de multa de 10% sobre o saldo do FGTS para as empresas em caso de demissão por justa causa. Esse recurso teria como destinação exclusiva cobrir o saldo negativo, sendo cobrado até março de 2012.

No entanto, presidente Dilma Rousseff revalidou a cobrança ao vetar o Projeto de Lei Complementar 200/12 que extinguia a multa. Segundo ela, a extinção do mecanismo provocaria uma redução de investimentos importantes em programas habitacio-nais, como o Minha Casa Minha Vida.

As ações que tramitam no Judiciário questionam a legalidade da continuação da cobrança da multa. “Todo tributo tem que ter uma destinação exclusiva. Os recursos da multa sobre o FGTS estão sendo usados para aumentar o caixa da União o que não é seu propósito inicial”, observa o especialista do Gaiofato e Tuma Advogados, Otávio da Luz.

Pardini explica que o Supremo já julgou a Lei Complementar constitucional em 2003, mas a discussão proposta agora é

diferente, pois “questiona a continuidade da cobrança mesmo com a própria lei prevendo sua extinção em março de 2012”.

Instâncias inferioresO Judiciário tem julgado de forma distinta, em instâncias inferiores, ações de empresas que solicitam o direito a suspen-são do recolhimento do adicional de 10% ao FGTS. A juíza federal Elizabeth Leão, da 12ª Vara Federal de São Paulo, concedeu liminar para a YGB Indústria e Comércio de Equipa-mentos, visando a desobrigação do recolher da multa. A magis-trada considerou que finalidade do tributo, cobrir um rombo na conta do FGTS, não existe mais, visto que o déficit já foi cober-to.

Segundo ela, esses recursos estão sendo destinados para outras áreas o que seria inconstitucional. “A finalidade evidente da contribuição não é alimentar o FGTS, mas permitir a consecu-ção de programas sociais e de infraestrutura”, escreveu Elizabe-th, no acordão em que concedeu a liminar.Em outro caso, o juiz federal José Carlos Francisco, titular da 14ª Vara Federal Cível em São Paulo, julgou uma ação da Asso-ciação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop) no sentido contrário.

Na decisão, ele ressalta que o STF, ao tratar exatamente do mesmo tema nas ADIs 2556-DF e 2568-DF, reconheceu a constitucionalidade das contribuições sociais gerais exigidas, nos termos da Lei Complementar 110/2001.

“O direito brasileiro contemporâneo está repleto de disposições normativas e de interpretações judiciais no sentido da necessária prevalência das orientações pacificadoras do Supremo Tribunal Federal em relação às coisas julgadas 'acidentais' que contra-riam o entendimento daquela Corte”, escreveu o juiz.

Fonte: DCI-SP

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