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Informativo 04, novembro de 2014

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Informativo n. 4, edição de novembro de 2014 do escritório Schaun & Monks Advogados

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Informativo 04, novembro de 2014

RIO GRANDE DO SUL

Rua Marechal Deodoro, 1.400, sala 131 - Ed. Dr. Ary Signorini96020-220 Pelotas, RSTel.: + 55 (53) 3305-0432

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INFORMATIVO N. 4, NOVEMBRO DE 2014

ÍNDICE

ArtigosO uso do regulamento interno como ferramenta de defesado empregador nas questões trabalhistas

NotíciasICMS não compõe base de cálculo da Cofins, decide Plenário do STF em recurso

Lançamento da Certidão Eletrônica de Débitos Trabalhistas

Governo veta Supersimples para ‘pessoa jurídica assalariada’

Novo Reintegra está isento de Imposto de Renda e CSLL

Contribuinte perde no Carf discussão sobre ágio

Empresas podem creditar valores de insumos isentos nocálculo do IPI

Senado aprova MP de incentivo à economia

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INFORMATIVO N. 4, NOVEMBRO DE 2014

ARTIGO

O uso do regulamento interno como ferramenta de defesa do empregador nas questões trabalhistas

O cotidiano das empresas, mormente no que diz às relações trabalhistas, faz surgir inúmeras situações que não estão pontu-almente compreendidas pela legislação existente. Nesse contex-to, a fim de garantir maior segurança às relações interpessoais e evitar desfalques econômicos, faz-se necessário que as empre-sas se utilizem de outras fontes normativas e é nesse momento que emerge a importância de se elaborar o regulamento interno da empresa.

Esse instrumento normativo, que se extrai da norma contida no artigo 444 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), consis-te elementarmente num conjunto esquematizado de regras que versam sobre execução das atividades laborais e condução das rotinas empresariais, sempre visando prevenir possíveis confli-tos e ordenar os processos internos.

Esse agregado de regras, que pode ser elaborado unilateralmen-te pelos empregadores e imposto aos empregados ou mesmo criado em parceria entre ambos, determina as permissões e vedações no âmbito interno das organizações e permite que o gestor tenha o poder de complementar as normas já estabeleci-das na legislação.

Dentre as vantagens que podem ser obtidas pelo empregador está a possibilidade de estabelecer cláusulas relacionadas ao adequado uso dos computadores e veículos, regras gerais sobre faltas e atrasos, deveres e obrigações dos empregados, pagamento de salários e tantas outras que sirvam como meio de facilitar a aplicação de punições disciplinares, demissões por justa causa, ajustamento de condutas e organização do trabalho.

Outro benefício expressivo é que os atos contrários aos estabele-cidos nesse conjunto de normas podem servir de salvaguarda à

empresa acaso demandada judicialmente, podendo lançar mão do documento como prova de suas alegações, ou ainda para instruir, por exemplo, ação regressiva e assegurar ressarcimento de eventuais danos.de prejuízos causados aos consumidores”. A Lei 12.529/11, que dispõe sobre a estrutura do Sistema Brasilei-ro de Defesa da Concorrência, reproduziu as disposições do CDC, quer dizer, a aplicação da desconsideração se dá da mesma forma.

Ademais, uma vez elaborado, para que o regulamento interno da empresa tenha validade jurídica e sirva, efetivamente, ao cumprimento de seus fins, é de vital importância que tanto os empregados já existentes quanto aqueles que venham a fazer parte da empresa tenham exata e comprovada ciência de seu conteúdo, garantindo que as regras possam ser cobradas com segurança em casos de transgressão.

Conclui-se que um regulamento feito de forma correta é capaz de promover a integração entre os polos da relação trabalhista, melhorando o rendimento da equipe e ampliando o crescimento da empresa. Além disso, quando homologado no sindicato de classe o documento se transforma em acordo coletivo e pode complementar ou até mesmo substituir a convenção coletiva local, o que auxilia as empresas que não possuem representativi-dade específica e que estão enquadradas em sindicatos de outras categorias.

Anote-se, finalmente, que o satisfatório funcionamento desse mecanismo e sua efetiva validade perante a resolução de confli-tos e litígios condiciona-se fundamentalmente ao conhecimento e capacidade técnica do profissional responsável por sua elabo-ração e confecção, devendo este estar atento e inteirado às constantes atualizações legislativas e familiarizado com as rotinas trabalhistas e empresariais.

Mariana O. SchaunAdvogada, sócia do escritório Schaun & Monks [email protected]

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NOTÍCIAS

ICMS não compõe base de cálculo daCofins, decide Plenário do STF em recurso

Foi concluído no Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (8), o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 240785, no qual se discute a constitucionalidade da inclusão do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Segu-ridade Social (Cofins). Os ministros, por maioria, deram provi-mento ao recurso do contribuinte, uma empresa do setor de autopeças de Minas Gerais, garantindo a redução do valor cobrado a título de Cofins. Nesse caso, a decisão vale apenas para as partes envolvidas no processo.

A retomada do julgamento foi precedido por pedido do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para que a apreciação do recurso ocorresse em conjunto com a Ação Decla-ratória de Constitucionalidade (ADC) 18 e o RE 574706 (com repercussão geral reconhecida), ambos sobre o mesmo tema e com impacto para todos os contribuintes. De acordo com Adams, mesmo não tendo repercussão geral, eventual decisão no RE 240785 poderia ser uma sinalização para os demais interessados. Uma sinalização talvez equivocada, sustentou o advogado-geral, já que o resultado do julgamento de hoje pode não se repetir no julgamento da ADC 18, uma vez que muitos votos foram proferidos por ministros que já não mais compõem o Tribunal.

Contudo, a Corte não acolheu a proposta por entender que o caso concreto começou a ser julgado há bastante tempo e conta com posições firmadas em votos já proferidos. Para o relator do caso, ministro Marco Aurélio, a demora para a solução do caso justificava prosseguir com o julgamento do RE 240785. O ministro afirmou haver demora excessiva para julgar o RE, que começou a ser apreciado há mais de quinze anos. “Urge, sob pena de um desgaste para o Supremo, ultimar a entrega da prestação jurisdicional às partes”, ressaltou o relator.

DecanoAcompanhando o entendimento do relator – favorável ao contri-buinte –, o ministro Celso de Mello proferiu hoje voto em que destacou as limitações constitucionais ao poder de tributar. Segundo o ministro, o exercício do poder de tributar deve submeter-se aos modelos jurídicos estabelecidos pela Constitui-ção Federal, que fixa limites à atuação do Estado.

“Não constitui demasia reiterar a advertência de que a prerroga-tiva de tributar não outorga o poder de suprimir ou inviabilizar direitos constitucionais assegurados ao contribuinte. Este dispõe de um sistema de proteção destinado não a exonerá-lo do dever de pagar tributos, mas destinado a ampará-lo quanto a eventuais excessos ou ilicitudes cometidas pelo poder tributante”, afirmou o decano.

DivergênciaEm seu voto-vista proferido na sessão desta quarta-feira, o ministro Gilmar Mendes foi favorável à manutenção do ICMS na base de cálculo da Cofins, acompanhando a divergência aberta pelo ministro Eros Grau (aposentado). No entendimento do ministro Gilmar Mendes, o conceito de receita bruta ou faturamento é o total recebido pelo contribuinte nas vendas de bens e serviços, e as exceções a essa regra devem estar previstas na legislação.

Ao contrário dos tributos sobre receita líquida, como o Imposto de Renda, que suporta deduções, os impostos sobre faturamento ou receita bruta não possuem exclusões. “A exclusão da base de cálculo sem previsão normativa constitui ruptura no sistema da Cofins. Se excluída a importância do ICMS, porque não retirar o Imposto Sobre Serviços (ISS), do Imposto de Renda (IR), do Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), taxas de fiscalização, do Programa de Integração Social (PIS), da taxa do Ibama, da base de cálculo da Cofins?”, indagou o ministro.

“Incentivar engenharias jurídicas só desonera o contribuinte no curto prazo, e só incentiva o Estado a criar novos tributos. Ou alguém duvida que a exclusão levará ao aumento de alíquota

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para fazer frente às despesas”, afirmou.

Fonte: Supremo Tribunal Federal

Lançamento da Certidão Eletrônica de Débitos Trabalhistas

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, lançou na quarta-feira (24/09), em Brasília, mais uma ferramenta visando à modernização dos serviços prestados pela instituição. Trata-se da Certidão Eletrônica de Débitos Trabalhistas (CEDIT). Com a nova ferramenta os empregadores que eventualmente necessitarem do documento não precisam mais se deslocar até uma unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para requerê-lo bastando tão somente acessar o link http://consultacpmr.mte.gov.br/ConsultaCPMR/ para obtê-lo em tempo real. Para Manoel Dias, o novo procedimento, “além de um avanço enorme contra a burocracia e mais um passo rumo à moderniza-ção dos serviços prestados pelo MTE”, representa também um progresso no tocante “à redução do custo Brasil” uma vez que os servidores que hoje fazem o serviço de emissão da Certidão - que em algumas Superintendências representa cerca de 50% do total dos servidores lotados no Setor de Multas e Recursos - serão direcionados para a realização de outras atividades. A Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas era emitida, manu-almente, nas unidades regionais do MTE e o interessado tinha que se deslocar até uma delas para obter o documento. Além disso, a certidão levava cerca de 15 dias para ser entregue e tinha prazo de validade que variava de acordo com cada regional. Ao fim do prazo que era determinado através de portaria do Supe-rintendente do Trabalho e Emprego, o interessado tinha que realizar todo o procedimento novamente para obter nova certidão.

A partir de agora, a Certidão Eletrônica de Débito Trabalhista tem entrega imediata e leva apenas alguns segundos para a realização das pesquisas nos bancos de dados e geração do documento, e em tempo real. Exigido em processos de licitação o documento pode ser acessado por qualquer cidadão que terá que informar apenas o CNPJ da empresa.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

Governo veta Supersimples para 'pessoa jurídica assalariada'

Em uma tentativa de conter a sonegação de impostos na contra-tação de mão de obra, o governo proibiu expressamente que pessoas jurídicas inscritas no Supersimples tenham vínculo de emprego com a empresa contratante. O veto está na regulamen-tação da lei que universalizou o Supersimples para todos os setores da economia, publicada no início do mês.

Em 2012 e 2013, a Receita identificou que empresas sonegaram, por meio dessa manobra, quase R$ 30 bilhões em contribuições à Previdência Social. A arrecadação total da Previdência somou R$ 313,7 bilhões em 2013.

Para quem contrata essas pessoas jurídicas, a vantagem é que os custos são muito inferiores aos embutidos na contratação de um funcionário. Essas contratações configuram uma relação comer-cial, sem custos trabalhistas para quem contrata.

O texto diz que será excluído do regime simplificado de tributa-ção a empresa que guardar com o contratante do serviço relação de “pessoalidade, subordinação e habitualidade”. A contratante está sujeita a multa e pagamento da contribuição previdenciária em atraso.

Apesar de considerada irregular e fiscalizada pelo governo, essa prática não era expressamente proibida. Com o uso crescente de pessoas jurídicas como disfarce para situação de emprego, o

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governo considerou oportuno explicitar a proibição.

“Membro de uma empresa do Simples não pode ser empregado de quem a contrata. Queremos evitar o fenômeno da ‘pejotiza-ção’ dos empregados”, afirmou o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos.

IrregularidadesA Receita afirma que tem detectado irregularidades dessa natureza em vários setores da economia, como indústria de calçados e de materiais cerâmicos.

Em 2012, o fisco identificou irregularidades desse tipo em 5.500 fiscalizações, o que resultou na cobrança de R$ 13,6 bilhões em pagamentos em atraso para a Previdência e multas. Em 2013, foram 5.800 casos, com a cobrança de R$ 15,7 bilhões de contri-buição previdenciária.

Segundo a Receita, a maioria das empresas flagradas recorre do processo ou tenta impugná-lo. “Enquanto o julgamento está pendente, suspenso, elas podem obter certidão positiva de débito”, informou o órgão.

Pelo Supersimples, pequenas e médias empresas têm a cobrança de oito impostos federais, estaduais e municipais reunida num só boleto. Para a maioria dos casos, a carga de impostos é menor do que no regime tributário convencional.

Dentre as empresas que podem declarar pelo Simples, está o MEI (Micro Empreendedor Individual), que abarca empresários individuais com faturamento anual de até R$ 60 mil. Segundo a Receita, os MEIs são os maiores responsáveis pelas contrata-ções irregulares.

Fonte: Folha de São Paulo

Novo Reintegra está isento de Imposto de Renda e CSLL

O Ministério da Fazenda autorizou, por meio de portaria, que as empresas deixem de pagar PIS, Cofins, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL sobre os valores restituídos aos exportadores pelo Novo Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), reaberto neste ano. Trata-se de um programa especial do gover-no federal criado para ressarcir às empresas que exportam manufaturados os custos tributários embutidos nas respectivas cadeias de produção.

O programa foi reaberto pela Medida Provisória nº 651, de 9 de julho. O artigo 22 da norma livra a restituição do PIS, Cofins, IRPJ e CSLL. Porém, o artigo 50 da MP determinava que essa isenção apenas entraria em vigor após a publicação de portaria que regulamentasse o dispositivo. Ao estabelecer a devolução de 3% sobre a receita dos exportadores pelo novo Reintegra, a Portaria nº 428, do Ministério da Fazenda, regulamenta também o artigo 22.

Porém, segundo a Receita Federal, em relação aos valores a receber pelo antigo Reintegra, criado pela Lei nº 12.546, de 2011, ainda há a incidência do IRPJ e CSLL. O programa vigorou até 2013 e ainda há valores a serem recebidos pelas empresas.

No dia 30 de setembro, foi publicada a Solução de Consulta nº 240 da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) da Receita Federal, consolidando seu entendimento pela incidência do IRPJ e da CSLL sobre o valor apurado no programa especial, por meio da norma de 2011.

No dia seguinte, em 1º de outubroº, a Portaria 428 foi publicada. A norma não fala expressamente sobre o IRPJ e a CSLL. Mas foi editada “tendo em vista o disposto no artigo 22 da Medida Provisória nº 651, de 9 de julho de 2014”.

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Procurada pelo Valor, a Receita Federal informou que, em relação aos valores a serem recebidos a partir deste mês (novo Reintegra) aplica-se a isenção do PIS, Cofins, IRPJ e CSLL. “Isenção esta válida apenas para os valores recebidos com base na Portaria do Ministério da Fazenda nº 428, de 2014”, diz a nota do Fisco.

Porém, a Receita Federal deixou claro que o benefício não possui efeito retroativo. “No regime anterior, vigente de 2011 a 2013, instituído pela Lei 12.546, os valores recebidos a título de Reintegra constituem-se em subvenção para custeio ou opera-ção, o que compõe o lucro sujeito à incidência do IRPJ e CSLL”, afirma.

Já os advogados afirmam que as empresas que ainda receberão pelo Reintegra antigo têm chances de conseguir na Justiça o direito à aplicação retroativa da isenção de IRPJ e CSLL. Em relação ao PIS e a Cofins isso já estava garantida pela Lei nº 12.844, de 2013.

Segundo o advogado Rafael Nichele, do escritório Cabanellos Schuh Advogados Associados, existe essa possibilidade. “Se antes da isenção já havia decisões judiciais que excluíam o Reintegra do cálculo do IRPJ e da CSLL, com a isenção do novo Reintegra em vigor, seus argumentos estão reforçados”, afirma. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, por exemplo, já proferiu decisões nesse sentido.

Para não correr risco de ser autuado pelo Fisco, o advogado observa que devem ser diferenciados os valores do Reintegra novo e do antigo. “Do ponto de vista da Receita, somente com a portaria houve permissão para a exclusão do IRPJ e da CSLL”, diz.

Como o novo Reintegra foi instituído por uma MP, é preciso ficar atento à sua conversão em lei, segundo o advogado Fabio Calcini, do Brasil Salomão & Matthes Advocacia. “A partir da publicação da portaria, não há tributação, enquanto a MP estiver em vigor. Se não for convertida em lei, dependerá da regulamen-

tação do Congresso Nacional”, afirma.

Para o advogado Paulo Honório de Castro Júnior, do Willian Freire Advogados Associados, faz sentido que a isenção comece a valer a partir da publicação da Portaria 428. “Apesar da porta-ria não mencionar a isenção fiscal, é ela quem determina o percentual para a fruição do novo Reintegra. O programa pode voltar a ser aplicado e, consequentemente, a isenção”.

Fonte: Valor Econômico

Contribuinte perde no Carf discussão sobre ágio

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) definiu que incide Imposto de Renda (IR) sobre o ágio resultante da venda de cotas por empresas limitadas. O posicionamento desfavorável aos contribuintes é da Câmara Superior, última instância do órgão, responsável por pacificar a jurisprudência quando há decisões divergentes.

Na operação tratada no processo, as cotas são disponibilizadas por valores superiores ao nominal, em geral por conta da valori-zação da companhia. “O ágio numa subscrição de cotas serve para que aquele que vai entrar na sociedade pague não só pela participação que vai ter, mas pelo valor de mercado da empresa naquele momento”, define o advogado Douglas Guidini Odori-zzi, do Dias de Souza Advogados Associados.

No caso concreto, a CPM Braxis, que atua na área de tecnologia da informação, disponibilizou cotas a R$ 5, sendo que R$ 1 era destinado ao capital social e R$ 4 correspondiam ao ágio. A companhia foi autuada, em 1999, por não recolher Imposto de Renda sobre uma reserva de ágio de R$ 80 milhões.

O impasse entre o Fisco e a empresa está na interpretação da legislação específica sobre o tema. Para a Receita Federal, não incide IR apenas em operações efetuadas por sociedades anôni-

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mas. Isso porque o artigo 442 do Regulamento do Imposto de Renda determina que, para “o contribuinte com a forma de companhia”, não integra o lucro real (base de cálculo do impos-to) o ágio na emissão de ações por preço superior ao valor nomi-nal destinadas à formação de reservas de capital.

Para o Fisco, as limitadas só teriam direito ao benefício se existisse uma norma específica sobre o tema com referência a elas. “Foi editada uma lei para dar isenção para as sociedades anônimas. Portanto, para as limitadas não existe isenção”, diz o procurador-chefe da Fazenda Nacional no Carf, Paulo Riscado.

A argumentação da Receita Federal foi aceita por metade dos conselheiros da Câmara Superior. Com o empate, coube ao presidente do Carf – que é representante do Fisco – resolver o impasse.

A posição contrária aos contribuintes foi primeiramente encam-pada pelo conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Ele também entende que a lei concede o benefício apenas às socie-dades anônimas.

Já o relator do processo, conselheiro Valmir Sandri, votou pela não tributação. Para ele, os valores recebidos nesse tipo de operação não configuram renda, e, portanto, independentemente da redação da lei, não devem ser tributados. Ele frisou, porém, que a situação é de não incidência do imposto, e não de isenção fiscal.

A advogada Ana Cláudia Utumi, do Tozzini Freire Advogados, defende que esse tipo de ágio não pode ser considerado receita e, portanto, não deve ser tributado. “É uma contribuição para o patrimônio líquido da empresa. Não pode ser considerado recei-ta”, afirma.

Segundo a tributarista, é comum que as empresas se transfor-mem em sociedades anônimas para realizar esse tipo de opera-ção sem risco de autuações. Ana Cláudia argumenta ainda que não seria necessária norma específica para prever a não tributa-

ção. “Se [o montante recebido pela empresa] sequer é receita, não pode ser tributado, com ou sem base legal.”

A tese a favor dos contribuintes havia sido acolhida pela 2ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 1ª Seção do Carf em 2009. O entendimento do relator na época, conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, foi o de que o ágio não compõe o lucro. “Para [esses valores] integrarem o lucro real seria neces-sário que a lei do Imposto de Renda expressamente estipulasse uma adição. No entanto, não há qualquer dispositivo nesse sentido”, diz em seu voto.

Fonte: Valor Econômico

Empresas podem creditar valores de insumos isentos no cálculo do IPI

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que os insumos livres do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) geram créditos para a apuração do tributo nas etapas seguintes de produção.

A União, derrotada, defendia a tese de que a empresa deveria pagar imposto sobre o valor total do bem. Mas o Supremo julgou que o tributo incide apenas sobre o valor agregado. O crédito para fins de cálculo do imposto fica permitido na aquisi-ção de insumos isentos, não tributados ou de alíquota zero.

O caso, tratado no recurso extraordinário 590.809, começou a ser julgado em setembro, mas ficou paralisado por causa de pedido de vista da ministra Cármen Lúcia. Na sessão de ontem, o parecer do relator Marco Aurélio, favorável aos contribuintes, acabou sendo acompanhado pelos demais ministros, com exceção de Teori Zavascki e Gilmar Mendes.

Os ministros mal chegaram a abordar especificamente as regras tributárias. A maior divergência entre eles era sobre a possibili-dade de ação rescisória (processo que busca desfazer sentença

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transitada em julgado) quando os tribunais mudam de parecer sobre determinado assunto. Os magistrados negaram a possibili-dade.

“A medida foi tomada com vistas a dar respeitabilidade às decisões judiciais e também para garantir a segurança jurídica dos cidadãos”, disse o sócio do Demarest Advogados, Antônio Carlos Gonçalves.

Na disputa em questão, que envolvia a União e a Metabel Indús-tria Metalúrgica, um tribunal havia dado parecer favorável à empresa com base em jurisprudência do próprio STF, no ano de 2004. Mais tarde, em 2007, o Supremo mudou de entendimento. Com isso, a União entrou com a ação rescisória para que fosse alterado o resultado do julgamento - pedido negado ontem pelo STF.

“O julgamento foi de enorme relevância porque restaurou o prestígio da segurança jurídica proporcionado pela coisa julga-da”, disse a sócia do Dias de Souza Advogados, Anna Paola Zonari. “Em outras palavras, o Supremo deixou claro o direito fundamental do cidadão à previsibilidade das decisões judiciais, bem como de não ser surpreendido por alterações jurispruden-ciais posteriores. A estabilidade das relações jurídicas gera credibilidade e contribui para a redução do chamado custo Brasil”.

Fonte: DCI – SP

Senado aprova MP de incentivo à econo-mia

O plenário do Senado aprovou, na quarta-feira, 29, o PLV 15/14, decorrente da MP 651/14. A MP trata da desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores da economia e da abertura de uma nova etapa do Refis da Crise - programa em que empresas e pessoas físicas podem parcelar seus débitos tributários. A medida foi aprovada pela Câmara no dia 14 e tinha validade até

o dia 6/11.

A partir do momento em que for publicada a lei resultante da medida provisória, os contribuintes terão mais 15 dias para se beneficiar das condições previstas no Programa de Refis, como o parcelamento em 180 meses. Com o objetivo de estimular a adesão ao Refis, a MP afasta a fixação de honorários advocatí-cios e de verbas de sucumbência nas ações judiciais que forem extintas em decorrência da adesão do devedor ao parcelamento.

Outra novidade da MP é a possibilidade de o contribuinte utilizar crédito de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSLL para fazer quitação antecipada de débitos parcelados pela RF ou pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Para o senador Walter Pinheiro, trata-se de uma matéria importantís-sima, pois “mexe na economia”. O senador Romero Jucá, que presidiu a comissão mista da MP, disse que o texto atende diver-sos setores com desoneração e incrementa a economia nacional.

Parcelamento de dívidasO senador Aloysio Nunes Ferreira criticou uma emenda inserida na Câmara que prevê o parcelamento de dívidas públicas decor-rentes de improbidade administrativa, inclusive com possibili-dade de redução do valor devido. Preocupado com a questão, Aloysio pediu que o artigo fosse votado separadamente.

Para o senador Randolfe Rodrigues, a emenda é um “elogio ao malfeito”. O senador José Pimentel, líder do governo, garantiu que o Executivo já deixou claro que esse artigo será vetado. O senador Wellington Dias disse que não é razoável dar um benefício para quem cometeu crime com o dinheiro público. No entanto, declarou confiar no compromisso de veto. Na mesma linha, o senador Waldemir Moka disse não concordar com o parcelamento, mas que votaria confiando na informação do veto e para não comprometer a MP.

Fonte: Migalhas

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