A visão da psicologia sobre o complexo Cérebro-Mente

Aline Maniçoba

Eliseu de Oliveira

Fábia Ribeiro

Isabelle Fiscina

Laís Palma

Larissa Medeiros

Priscilla Sales

Platão428\427 a.C – 348\347 a.C

Dualismo Corpo → Material

Alma → Imaterial, divina, portadora das

verdades essenciais, aprisionada pelo corpo.

Alma tripartida: Aspecto do apetite → apetites corporais e desejos;

Aspecto competitivo → padrões socialmente referenciados;

Aspecto calculista → tomada de decisão, razão e escolha.

Aristóteles384 a.C – 322 a.C

Dualismo

Alma Tripartida: Nutritiva →

aspecto impulsivo, irracional e animalesco;

Sensível →

regulação do prazer e da dor;

Racional →

unicamente humana, relação com o intelecto e a vontade.

René Descartes1596 – 1650

Antagonismo CORPO X ALMA Corpo → Físico, biológico, impulsivo, irracional, passivo e

agente mecânico;

Alma → Imaterial, racional, espiritual, ativa.

“ A mente controlaria o corpo; o espírito governaria os desejos corporais”

A influência do dualismo

Monismo Identidade entre mente e corpo

1- Monismo imaterialista redução do corpo à mente

2- Monismo materialista redução da mente ao corpo

O Cérebro Humano

Definição genérica

Aplicações

Origem da palavra

Posições sobre a natureza da mente

Regras mentais

A Mente Humana

Definição genérica

Aplicações

Origem da palavra

Posições sobre sua natureza

Regras mentais

Behaviorismo e o complexo Cérebro-Mente

Behaviorismo Clássico ou Metodológico

John B. Watson

Neobehaviorismo Mediacional

Edward C. Tolman e Clark L. Hull

Behaviorismo Filosófico

Ryle e Wittgenstein

Behaviorismo Radical

B. F. Skinner

Abordagem Gestáltica

CÉREBRO:Sistema dinâmico e auto-organizacional

Organização perceptual

Isomorfismo Psiconeural

O problema Mente-Cérebro em Freud

Identidade Psiconeural

Processos psíquicos com base neurofisiológica:

Causalidade;

Dimensão quantitativa;

Dimensão espacial.

O olhar da Psicologia Cognitiva

Foco de estudo;

Divergência em relação ao Behaviorismo;

Conexão: Funcionalismo;

Teoria Representacionalda Mente.

A Contribuição da Psicologia Histórico-

Cultural Objetivo

Premissas: Utilização do método genético; Funções complexas com suporte biológico; Funcionamento psicológico assentado em relações

sociais; Aspecto instrumental.

Luria e o domínio neuropsicológico

A relação Cérebro-Mente sob uma ótica Neurocientífica

→ Cérebro: entidade material, que pode ser visualizada e tocada;

→ Mente: entidade imaterial, conceito ainda obscuro.

Não existe Mente sem Cérebro: As funções mentais estão estreitamente relacionadas ao

funcionamento cerebral; Mesmo quando cérebro e mente são estudados separadamente,

é impossível negar a correlação e a influência de um sobre o outro.

Cérebro, Mente e Religião Seria lícito supor que existem áreas no cérebro cujos circuitos

são especializados em fé ou apego religioso? A associação entre a atividade fisiológica do cérebro, ambiente

cultural e crenças religiosas; O “aprender” a acreditar em Deus.

“Poderiam lesões cerebrais abolir crenças religiosas? Ou, ao contrário, poderiam 'tempestades elétricas'

(hiperestimulação de circuitos neuronais) provocadas por crises psicóticas ou epilépticas estar atuando em

circuitos cerebrais que processam um possível sentimento religioso?” (Cardoso, 1997)

Saver e Rabin (1997) → “The neural substrates of religious experience”

Ramachandran → pacientes com crise no lobo temporal

Mente e Corpo

Os hemisférios cerebrais e as fibras interconectantes

A “ponte” entre os hemisférios

Os possíveis efeitos de uma lesão”

A relação Cérebro-Mente sob uma ótica Neurocientífica

Descobertas e avanços

Aprendizagem Evento mental correlacionado com alterações

químicas e estruturais das célular nervosas; Técnicas modernas revelam como o cérebro

“aprende”; Ciências cognitivas modernas estudam componentes

do processo mental, como atenção, cognição visual, linguagem e imaginação.

Neurociência e genética Descoberta de bases anatômicas, bioquímicas e

hereditárias da esquizofrenia, distúrbios de humor, de memória, ansiedade, déficits intelectuais, entre outros.

Descobertas e avanços

A Complexidade da Relação Cérebro-Mente

Morin (1987), abordando tal complexidade, levantou as seguintes questões: “O que é o espírito que pode conceber o cérebro que o

produz?” “O que é o cérebro que pode produzir um espírito que

o concebe?”

Como solução para tal paradoxo, apresentou a seguinte sentença: “Não se pode isolar um do outro, e nenhum dos dois

da cultura”

Corrobora com a reflexão de Rolemberg (2011): “Por que separar o que a natureza não separou?”

O Surgimento do Espírito (ou Mente)

Para Tripicchio (2007), a dinâmica que faz eclodir o surgimento do espírito é:

APARELHO NEURONAL HUMANO

↓

MILHÕES DE NEURÔNIOS E SINAPSES

↓

COMPLEXIDADE E HARMONIA ORGANIZACIONAL

↓

COMPUTAÇÕES (Processamentos) → COGITO (Cognição)

Segundo ele, “o computo se torna cogito quando atinge a reflexidade do sujeito que pensa seu pensamento, pensando-se a si próprio, quando tem consciência da sua consciência”.

Espírito: definição e manifestações

Segundo Morin (1987), o espírito (ou mente): É um complexo de propriedades e qualidades;

Provém de um fenômeno organizador;

Participa dessa organização;

Retroage sobre as condições que o produzem.

Suas manifestações seriam: A Linguagem; O Pensamento; A Consciência... … enfim, os Processos Cognitivos.

Problemas e Possibilidades diante de tal Complexidade

Problemas: Demarcação “xenófoba” e “etnocêntrica” dos

saberes psicológicos;

Especificação do papel profissional e das suas fronteiras com as outras áreas.

Possibilidades de Solução: Sincretismo Disciplinar(Ampliação do espaço das ciências naturais nos

currículos de formação em psicologia).

Interdisciplinaridade e Multiprofissionalismo(Estreitamento do diálogo entre os diferentes campos do saber mediante a atuação integradados seus representantes).

Como o cérebro cria a mente?A contribuição de António Damásio

Como a mente consciente passa a existir ?

“A resposta definitiva estará mais próxima quando compreendermos melhor as funções cerebrais.” (Damásio)

“Como a cadeia de processos de mecanismos que chamamos de mente resulta da atividade do órgão que denominamos cérebro?” (Damásio)

A busca de bases biológicas para a mente consciente

O corpo e o cérebro são públicos, expostos, externos e inegavelmente objetivos;

A mente é privada, oculta, interna e inequivocamente subjetiva;

A compreensão de como é gerada a sensação do “eu”, marca da consciência mental é simplesmente impossível;

“O que se pode chamar de substância da mente divide os pesquisadores em dois blocos fundamentais: os que acreditam que o conhecimento atual do cérebro permita um julgamento mais definitivo sobre a mente e os céticos quanto as chances mais promissoras nesse sentido.” (Damásio)

Avaliação Das Dificuldades

O conformismo gerado pelas pesquisas atuais;

Explicação da física relacionada a acontecimentos biológicos ainda é incompleta;

A limitação da imaginação;

Conflito entre Observador e Observado.

Razões para otimismo

Dedicação histórica dos neurocientistas em resolver a parte do “filme no cérebro” do problema da consciência-mente.

Contribuições do desenvolvimento das Neurociências: Exames utilizando técnicas de imagem cerebral como o

PET e Fmri;

David Hubel e Torten Wiesel forneceram a primeira pista para entender como circuitos cerebrais representam a forma de um dado objeto;

Progresso envolvendo aspectos do filme-no-cérebro.

“Novas técnicas aumentam cada vez mais a capacidade

de estudar funções neurais no plano molecular e de

Investigar os fenômenos extremamente complexos

de larga escala que surgem no cérebro inteiro.”

(Damásio)

Confrontando o “Eu”

Como é possível sair do “eu” biológico e passar para o senso de propriedade dos pensamentos de uma pessoa sem cair na armadilha de invocar um homúnculo onisciente que interpreta a realidade?

Uma produção do filme

“Minha solução para o problema da mente consciente é que o senso do ‘eu’ no ato de conhecimento surge dentro do filme. A

autopercepção é na verdade parte do filme e cria assim, dentro do mesmo quadro , o ‘que é visto’ e o ‘que vê’, o ‘pensamento’ e o

‘pensador’. Não existe um espectador independente para o filme no cérebro. A ideia de espectador é construída dentro do filme, e

nenhum homúnculo fantasmagórico assombra o cinema.” (Damásio)

Pesquisadores conseguem “ler mentes” a partir de mapas do cérebro Instituto de Neurociências da Universidade de Princeton; O pressuposto básico é que tudo o que estiver na nossa mente,

incluindo ideias, conceitos, emoções ou planos, se reflete no padrão de atividade do nosso cérebro;

Analisar o comportamento cerebral de alguém que esteja pensando em determinado assunto e mapear as áreas ativadas permitiria descobrir qual é esse assunto;

Imagem e descrição de 60 objetos, divididos em 12 categorias; Este estudo seria o primeiro passo para um objetivo mais geral, que é

ajudar pessoas que têm dificuldade para se comunicar traduzindo sua atividade cerebral em palavras.

Estudos contemporâneos sobre Cérebro e Mente

Filosofia da Mentee Contemporaneidade

Estudo filosófico dos fenômenos psicológicos;

Alma ou espírito;

Metafísica, epistemologia e ética;

Ciência cognitiva, neurociência, linguística e inteligência artificial;

Monismo, dualismo e epifenomenalismo;

Cognitivismo computacional.

Discussão Aberta

Sabemos que não existe mente sem cérebro, e que toda intervenção psicológica altera o funcionamento da atividade neural que viabilizava o fenômeno em foco (Ex.: Uma psicoterapia p/ timidez promove uma reeducação sináptica das zonas corticais responsáveis pela inibição).

Diante disso, vocês consideram os seguintes problemas verdadeiros e as seguintes mudanças necessárias?

Acabar com o suposto reducionismo subjetivista existente na psicologia, não substituindo-o pelo reducionismo organicista, mas transformando-o em uma visão de homem integrada, já que uma abordagem não anula a outra senão a complementa?

Permitir que profissionais de psicologia sejam preparados para o direito de prescrever (ou não) drogas psicotrópicas, já que estas geram impactos justamente no sistema nervoso, lugar no qual se origina a atividade mental (objeto de sua prática)?

Referências

Cardoso, S. H. (1997). O que é a mente? Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n04/editori4.htm> Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Damasceno, B. P. (2004). A mente humana: abordagem neuropsicológica. Disponível em: <http://www.multiciencia.unicamp.br/artigos_03/a_02_.pdf>. Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Damásio, A. R. (?). Como o cérebro cria a mente? Disponível em: <http://www.methodus.com.br/artigo/255/como-o-cerebro-cria-a-mente.html> Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Landeira-Fernandez, J. & Cruz, A. P. M. (2003). Mente, Cérebro e a Prática Psicológica. Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n17/opinion/mind-brain.html> Acesso: em 09 de setembro de 2011.

Reeve, J. (2006). Motivação e Emoção. Trad. Luís Antônio Fajardo Pontes e Stella Machado. Rio de Janeiro: LTC.

Tripicchio, A. (2007). O Paradigma da Complexidadede e a Relação Cérebro/Mente. Disponível em: <http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/makepdf.php?itemid=599>. Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Wikipedia, a enciclopédia livre. (2011). Cérebro. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerebro>. Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Wikipedia, a enciclopédia livre. (2011). Mente. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mente>. Acesso em: 09 de setembro de 2011.

Obrigados!UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Departamento de Neurociências e Saúde Mental

Disciplina: Neurociências do Comportamento

Docentes: José Cortês Rolemberg e José Marcos Pondé

Discentes: Aline, Eliseu, Fábia, Isabelle, Laís, Larissa e

Priscila

Período: 2011.2

Data: 15 SET. 2011