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SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO DE PROGRAMAS DE GOVERNO – CAMINHOS PARA A CONSTRUÇÃO DE NOVOS PROCESSOS Maria Aparecida Fortes de Almeida Presidio Fabiane Louise Bitencourt Pinto Jamille Santos dos Santos Lima Alexandre Vasconcelos Junqueira Ana Suely Queiroz Ferreira Dora Neuhaus

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SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO DE PROGRAMAS DE GOVERNO – CAMINHOS

PARA A CONSTRUÇÃO DE NOVOS PROCESSOS

Maria Aparecida Fortes de Almeida Presidio Fabiane Louise Bitencourt Pinto Jamille Santos dos Santos Lima

Alexandre Vasconcelos Junqueira Ana Suely Queiroz Ferreira

Dora Neuhaus

2

Painel 21/001 Experiências de Governança Democrática

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO DE PROGRAMAS DE GOVERNO – CAMINHOS PARA A CONSTRUÇÃO DE NOVOS PROCESSOS: A EXPERIÊNCIA

DA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DA BAHIA

Isidro-Filho

Maria Aparecida Fortes de Almeida Presidio Fabiane Louise Bitencourt Pinto Jamille Santos dos Santos Lima

Alexandre Vasconcelos Junqueira Ana Suely Queiroz Ferreira

Dora Neuhaus

RESUMO

O modelo de Acompanhamento e Monitoramento do estado da Bahia se estrutura a

partir da análise qualitativa dos instrumentos de planejamento, dos registros da

execução física das ações governamentais, além da elaboração de apontamentos

sobre a execução dos programas.

O processo de monitoramento, que utiliza um submódulo no Sistema Integrado de

Planejamento, Contabilidade e Finança – FIPLAN é composto das seguintes etapas:

I – Identificação dos Responsáveis por Compromisso; II – Alinhamento Conceitual e

Processual; III – Planejamento para Execução Quadrienal; IV – Registro da Execução

dos Compromissos; V – Análise e Identificação de Pontos Críticos e VI – Reunião de

Monitoramento.

Para a implementação do processo, os desafios enfrentados foram: a estruturação da

Equipe; especificações no Sistema FIPLAN; normatização; identificação dos

Compromissos nos níveis estratégicos e técnicos; apropriação dos resultados na

programação anual do orçamento, e a possibilidade de revisão anual do PPA 2016-

2019.

Palavras-chave: Planejamento; Monitoramento; Programas de governo; Gestão

pública;

3

1. INTRODUÇÃO

A experiência ora relatada, reconhece a impossibilidade de proceder com o

Monitoramento e a Avaliação – M&A dos programas governamentais na ausência de

um fio condutor que vincule o Plano Plurianual – PPA e a Lei Orçamentária Anual –

LOA, com a execução realizada pelas unidades integrantes da estrutura

governamental brasileira em qualquer um dos três níveis de governo (federal, estadual

e municipal).

Ao final do diagnóstico (no âmbito do Estado da Bahia), concluímos que, a

metodologia de construção do PPA 2012/2015 estadual, referenciada no modelo

preconizado pelo governo federal, alcançou poucos resultados devido a vários fatores,

com destaque para a não utilização do Plano Plurianual como a bússola que conduz

a construção das demais peças (Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei

Orçamentária Anual–LOA), resultando em uma execução descolada do planejamento

que visa orientar a execução das políticas públicas.

Em nossa realidade, portanto, nos deparamos com planejamentos

organizacionais e Leis Orçamentárias Anuais não aderentes com os compromissos

assumidos no Plano Plurianual – PPA. Os seus 47 programas governamentais no

citado período, não se faziam passíveis de efetivo monitoramento e avaliação, tanto

por parte da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia – SEPLAN, unidade à

qual se atribui legalmente esta função; quanto pelas próprias unidades setoriais e

seccionais, responsáveis pela execução dos programas.

Desse modo, foi necessário reorientar o procedimento metodológico que

permeava a ação da SEPLAN, focada inicialmente na apuração dos indicadores dos

programas de governo e nas metas dos compromissos dos Programas do PPA

2012/2015. Assim, adotou-se como instrumento basilar a análise qualitativa das ações

orçamentárias, justamente por se tratarem do elo entre o planejamento e a sua

execução.

Fruto deste amadurecimento introduziu-se o tema gestão orçamentária nas

reuniões de monitoramento o que trouxe à baila, um fato ainda não apurado no

4

processo: o distanciamento entre o Planejamento, o Orçamento e a Execução das

atividades nas unidades que compõem a estrutura do Poder Executivo no estado da

Bahia.

Nesse sentido, era preciso realinhar o orçamento para que as ações

orçamentárias fossem o reflexo da execução e que sua ligação com o PPA 2012/2015

se revelasse como suporte para realização das Entregas 1 dos programas

governamentais nas diversas áreas, que por sua vez corroborariam para o alcance

das metas2 dos compromissos3 dos Programas.

Daí em diante, a necessidade descrita resultou num Processo de

Monitoramento e Avaliação, que inicialmente objetivava subsidiar o processo decisório

das unidades executoras das políticas públicas, passando a subsidiar de informações

importantíssimas o processo de programação orçamentária. Neste ponto, a unidade

gestora do processo de M&A passa a atuar de forma efetiva no Projeto de Qualificação

da Programação Orçamentária gerido pela unidade responsável pelo Processo de

Gestão Orçamentária.

A reorientação da metodologia de monitoramento dos programas

governamentais do Estado da Bahia neste período se apresenta como uma rica

experiência a ser partilhada por toda a rede de monitoramento formada pelos

conselhos territoriais, técnicos e gestores envolvidos na orçamentação e execução

dos programas; e de maneira mais ampla, tal experiência vem contribuindo, para um

Monitoramento mais eficaz e uma maior transparência das políticas públicas

implementadas.

2. PRIMEIRAS NOTAS

1 Entrega: Entrega ou Iniciativa, declara as iniciativas a serem empreendidas para a entrega de bens e serviços à sociedade, resultantes da coordenação de ações orçamentárias e outras ações institucionais e normativas, bem como da pactuação entre entes federados, entre Estado e sociedade e da integração de políticas públicas; 2 Meta do Compromisso: Meta: uma medida do alcance do Compromisso, podendo ser de natureza quantitativa

ou qualitativa; 3 Compromisso: reflete o que deve ser feito e as situações a serem alteradas pela implementação de um

conjunto de Entregas ou Iniciativas, sob a responsabilidade de um órgão setorial.

5

A Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia – SEPLAN, entre 2012 e

2013, participou do projeto Planejamento e gestão governamental na esfera estadual:

uma análise comparativa dos processos, conteúdos e sistemas de monitoramento e

avaliação dos PPAs, coordenado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –

IPEA. O exame buscou analisar experiências no tocante à concepção, elaboração,

monitoramento e avaliação dos Planos Plurianuais 2012-2015 em dez unidades da

Federação (CE, MG, MS, PR, RJ, RN, RS, SP, ES e BA), junto às instituições

estaduais integrantes da Rede IPEA.

Além do exame de textos legais (leis, decretos, portarias, pareceres e

resoluções), relatórios técnicos e dissertações de mestrado, pesquisas e materiais

informativos produzidos pelos órgãos vinculados à Secretaria de Planejamento do

Estado da Bahia – SEPLAN na elaboração e operacionalização do PPA 2012-2015.

Foram realizadas inclusive, entrevistas com diversos técnicos e dirigentes da própria

secretaria e de outras unidades participantes da construção do PPA, e ainda, com os

que estivessem envolvidos nos processos de monitoramento e avaliação dos

programas governamentais.

Dadas as peculiaridades metodológicas da proposta, em linhas gerais o

relatório do projeto do IPEA, agregou vital conhecimento sobre o andamento da

utilização do instrumento de planejamento consubstanciado no PPA 2012-2015,

organizado a partir de uma valiosa contextualização socioeconômica e apresentando

ao final, um pertinente balanço crítico sobre o processo de elaboração, conteúdo e

acompanhamento do PPA em vigor. Os contributos do IPEA, portanto, nos trouxeram

reflexões e sinalizações quanto à forma como o PPA fora elaborado e como vinha

sendo executado e analisado em nosso Estado. Dentre as conclusões apresentadas,

podemos destacar:

a) Que diferentes abordagens e enfoques metodológicos utilizados em anos

recentes pelos governos para elaboração dos PPA, terminaram por

fragilizar a consolidação deste instrumento de planejamento e execução

orçamentária;

b) Que a falta de institucionalização do Planejamento Estratégico no estado

da Bahia, fragilizou seu processo de construção e implementação;

6

c) Que havia uma dificuldade na definição de papéis dentro da estrutura da

SEPLAN na condução do PPA 2012-2015;

d) Que se fazia necessário maior clareza e aprofundamento quanto à

integração e gestão dos programas e seus resultados;

e) E que, embora, a consolidação do PPA participativo fora considerada um

avanço em termos de modernização da gestão pública no Estado da

Bahia, ainda, era indispensável evidenciar o espaço para decisão dos

programas prioritários da sociedade civil e organizar as instituições

responsáveis pelo acompanhamento popular de cada política pública nos

territórios de identidade;

f) Por fim, fora detectado que a indefinição de indicadores em cada

programa, juntamente com a falta de definições rigorosas dos conceitos

descritos nas metas associadas a cada programa, comprometia a

mensuração dos resultados, o monitoramento e avaliação por parte da

SEPLAN.

Identificava-se, portanto, de maneira fundamentada, pelo exame realizado pelo

IPEA, situações e condições que a equipe à frente do Monitoramento e Avaliação da

SEPLAN, já havia, de maneira empírica e em alguma proporção, detectado. O desafio

de contornar, reverter e superar aquele modus operandi estava posto. Todavia o

dilema era, exatamente, o que fazer, em que medida, com quais atores, grupos de

interesses e em qual prazo, dadas as implicações legais, institucionais e estratégicas

das possíveis ações corretivas.

Assim como a experiência relatada por Melo, Neto e Silva (2012), a elaboração

do PPA 2012-2015 na Bahia, resultou em um grande esforço para retratar de maneira

mais próxima as políticas públicas tais como eram vistas pelos órgãos setoriais.

Todavia, a reorientação metodológica se fez necessária, e mesmo indispensável (em

nosso caso), conforme as próximas seções. Considerando,

“(...) que escolhas e prioridades são explicitadas na lei do PPA, esta não passa de um registro momentâneo de um planejamento dinâmico e passível de alteração, e, portanto, faz sentido que o escopo de monitoramento e avaliação possa abranger novos elementos e ignorar alguns inicialmente contemplados em lei (...)” (Melo, Neto e Silva, 2012: 12).

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3. O PLANEJAMENTO (ORÇAMENTÁRIO) NO ESTADO DA BAHIA

Antes de prosseguirmos com o nosso relato, de forma breve iremos

contextualizar como se estruturou o planejamento orçamentário em nosso Estado em

anos recentes e suas principais mudanças.

3.1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

O Plano Estratégico de Ação (1988-1991), lançado em 1988, apresentava um

panorama da economia do estado, as estratégias de ação, suas diretrizes e metas

prioritárias para as dez regiões de planejamento existentes à época e os respectivos

recursos previstos; esta compreende, portanto, a primeira ação no campo do

planejamento de médio prazo no Estado.

Tendo sido promulgada a nova Constituição do Estado da Bahia, instituiu-se a

obrigatoriedade do PPA (seguindo a Constituição Federal de 1988). Desde então, a

SEPLAN, criada em 1989, tornou-se o órgão responsável pelo planejamento

governamental de médio prazo por meio da elaboração do PPA.

Assim, o primeiro PPA do Estado da Bahia, referente ao período 1992-1995,

pode ser considerado um conjunto de metas atreladas a programas e subprogramas

que se desdobravam nos orçamentos de projetos e atividades.

Já o segundo PPA (1996-1999), apresentou como diferencial, o conjunto de

programas estruturantes que se articulavam prevendo uma abordagem multissetorial

para intervenções. Todavia, se mantiveram as categorias de programação

orçamentária: função, programa e subprograma; fatores que dificultavam a

interlocução do orçamento com o plano (Freitas apud IPEA, 2013).

O PPA 2000/2003 dividiu-se em quatro estratégias, com dezenove macro

objetivos e noventa programas com atributos bastante delimitados (codificação,

denominação, justificativa, público-alvo, objetivo, unidade responsável, valor,

horizonte temporal e indicador) (Freitas apud IPEA, 2013). Com a adoção do

gerenciamento de programas, cada um deles, deveria dispor de um gerente, treinado

8

para desenvolver a atividade de gerir o monitoramento dos programas (Presídio,

2012). A ideia de institucionalizar o papel do gerente de programas não funcionou

como deveria, diante de alguns motivos: estrutura matricial e transversal do PPA em

conflito com a estrutura vertical das secretarias de Estado; questões de natureza

hierárquica e institucionais; ausência de incentivos, inclusive de remuneração, para

este trabalho adicional do gerente; o gerente era um profissional que deveria tomar

decisões, e por isso mesmo, normalmente era um assessor, graduado,

superintendente ou cargo similar. Daí, como a sua atividade informal (de gerente)

exigia a alocação de horas para a realização do trabalho, terminava conflitando com

a atividade formal do cargo de provimento temporário ao qual o gerente ocupava,

fragilizando o processo de gerenciamento por programas.

Com o processo de elaboração do PPA 2004/2007, identificou-se que os

noventa programas constantes na estrutura do Poder Executivo Estadual, até então,

constituíam um número exorbitante (de programas,) inclusive considerando a

necessidade de designar-se para cada um destes programas, um gerente. Em função

desta premissa, o número de programas do PPA 2004/2007 passou a um total de

trinta e sete. Todavia, o escopo de cada um dos trinta e sete programas era muito

abrangente, aproximando-os mais à uma política pública. A título de ilustração, a área

de saúde apresentava apenas um programa, enquanto que a área de educação

apresentava apenas dois programas que abarcavam todas as suas ações. Tal fator

fez com que o processo de acompanhamento se deslocasse da dimensão programa

para a dimensão projeto especial, cuja lógica não tinha respaldo na estrutura nem do

PPA e nem da LOA (Presidio, 2012). Registre-se ainda, que para a construção deste

PPA, pela primeira vez, houve a escuta de quinhentos representantes dos variados

segmentos sociais, na cidade de Salvador, tendo sido realizadas cerca de 30 reuniões

(Pomponet, 2012).

3.2. AVANÇOS RECENTES

Para a construção do PPA 2008/2011, a inovação foi justamente, a

participação. Essa participação materializou-se no âmbito interno, envolvendo as

9

secretarias de Estado, e no âmbito externo, foram realizadas plenárias em todos os

territórios da Bahia, para levantar junto à sociedade, contribuições para a elaboração

do PPA. Estas plenárias aconteceram em cada um dos Territórios de Identidade e

este evento denominou-se PPA Participativo – PPA-P. Deste modo, o PPA 2008/2011

apresentou 146 programas, sendo 101 finalísticos e 45 de gestão de políticas

públicas, cuja regionalização compreendia os 26 territórios de identidade4, que passou

a ser considerado como uma nova unidade de planejamento. “O objetivo da divisão

do estado em Territórios de Identidade, ocorrido neste período, foi contemplar as

diversidades econômicas, geográficas, sociais e culturais das diversas regiões do

extenso estado baiano no planejamento do desenvolvimento” (FERREIRA e

FAGUNDES, 2012, p. 7). O mapa a seguir, mostra a divisão dos territórios de

identidade da Bahia desde então:

4 A origem dos 26 Territórios de Identidade se deu em alinhamento com o Ministério do Desenvolvimento Agrário

– MDA, que demarcou o espaço geográfico baiano a partir da relação de pertença de seus cidadãos (BAHIA, 2011a).

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Mapa 1. Territórios de Identidade Bahia.

Durante a realização das plenárias territoriais foram eleitos dois representantes

titulares e outros dois suplentes para cada um dos 26 territórios de identidade, os

quais comporiam um fórum, que, juntamente com os titulares da SEPLAN e da

Secretária de Relações Institucionais, formariam o Conselho de Acompanhamento do

PPA– CAPPA, colegiado instituído pelo decreto nº 11.123, de 30 de junho de 2008.

Este Conselho surge como uma nova institucionalidade, em que a representação da

sociedade civil, se integra a um dos subciclos do planejamento.

E nesse mesmo movimento de aproximação com seus interlocutores internos

e externos, com a sociedade civil, a iniciativa privada, os movimentos sociais e as

Universidades, ente outros, em 2009 e 2010, a SEPLAN realizou o Ciclo de Debates

Pensar a Bahia 2023 – construindo o nosso futuro, discussões inclusive, que

subsidiaram a construção do PPA subsequente.

11

Para o PPA 2012-2015, houve a adoção de uma nova metodologia de

planejamento preconizada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,

fundamentada nos temas estratégicos e organizado em temas, facilitando ao

planejamento, incorporar a lógica intersetorial e transversal das políticas públicas

(BAHIA, 2011a).

4. REORIENTAÇÃO DA METODOLOGIA DE M &A NA SEPLAN, PONTOS DE PARTIDA

O PPA 2012 – 2015 incentivando a lógica intersetorial e transversal das

políticas públicas é formado por programas de governo, organizados em áreas

temáticas. Os programas foram constituídos e as Setoriais e Seccionais 5

apresentaram compromissos e metas a serem atingidas que colaborariam para que

os indicadores estipulados se comportassem como o planejado.

As oficinas de trabalho para construção do PPA 2012 – 2015 foram inovadoras,

promovendo a interlocução de órgãos e entidades que jamais haviam interagido,

apesar de atuarem em áreas de negócio complementares. Essa experiência facilitou

o início da implantação do Processo de M&A.

A construção do Sistema Estadual de Planejamento e Gestão Estratégica –

SEPEGE que tratava da reestruturação do Sistema Estadual de Planejamento trouxe

à tona o modelo conceitual que se materializa numa relação de retroalimentação de

processos onde: o planejamento, através da Cenarização, Formulação de Políticas

Públicas e Plano Plurianual, compõem a primeira etapa, seguida do orçamento

(Diretrizes Orçamentárias – LDO, Orçamento Anual – LOA e Gestão Orçamentária),

apresentando como terceira etapa a execução. Através da execução das Ações

Orçamentárias as políticas públicas e o PPA, se materializam. Como quarta e quinta

etapa tem-se o processo de monitoramento e de avaliação que recebe insumos

oriundos da execução, compara com o que foi planejado e retroalimenta o processo

5 Setorial é o nome referência das Secretarias de Estado, onde seu gestor máximo, responde diretamente ao

Governador do Estado, compõe a chamada administração direta. Seccional é o nome referência das organizações

que compõe a administração indireta (autarquias, empresas, fundações), seu gestor máximo não responde diretamente ao Governador do Estado, estando vinculada a uma setorial.

12

decisório com informações úteis ao acerto de rumos em busca do alcance das metas

estabelecidas. Este ciclo é representado a seguir (figura 1) que demonstra

graficamente o modelo conceitual do SEPEGE.

Figura 1. Modelo conceitual do SEPEGE.

Destacada e contextualizada a importância do Monitoramento e Avaliação

dentro do SEPEGE e diante da necessidade de implantar o processo como um dos

componentes de gestão, a Superintendência de Gestão e Avaliação – SGA no ano de

2011 encampou o desafio imposto pelo novo modelo que se materializaria através do

monitoramento e avaliação dos Programas de Governo responsáveis pela execução

das políticas públicas.

Assim, iniciou-se um processo de contratação do serviço de consultoria com o

objetivo de elaborar e implementar, através do repasse de tecnologia, um método

específico e orientador do processo de Monitoramento & Avaliação de Programas de

Governo, que abarcasse todos os 47 programas de governo. E de início, foram

escolhidos 20 Programas de Governo, listados a seguir:

PROGRAMAS

100 - Bahia Saudável 125 - Logística Integrada de Transporte

101 - Fortalecimento da Educação Básica 126 - Infraestrutura de Telecomunicações

102 - Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos

127 - Energia para o Desenvolvimento

103 - Educação Profissional 128 - Ciência, Tecnologia E Inovação

105 - Pacto Pela Vida 132- Moradia Digna

110 - Envelhecimento Ativo 133 - Mobilidade e Acessibilidade Urbana

112 - Segurança Alimentar e Nutricional 134 - Reabilitação do Centro Antigo

113 - Água Para Todos 135 - Turismo Sustentável

13

116 - Vida Melhor 138 - Economia Criativa

118 - Desenvolvimento Sustentável Povos e Comunidades Tradicionais

142 - Indústria e Mineração

Fonte: Seplan/Ba, Superintendência de Gestão de Avaliação, Diretoria de Monitoramento

O processo de desenvolvimento do método aconteceu através da realização

de oficinas de capacitação, de forma compartilhada com os servidores responsáveis

pela execução dos Programas nos órgãos finalísticos tendo como objetivo construir,

através de uma sequência de atividades, listadas a seguir, o Plano de M&A.

Figura 2 – Fluxograma de atividades, Plano de M & A.

Fonte: Planus Consultores Associados Ltda.

A apresentação conceitual deste fluxo, portanto, consistiu exatamente na

visualização do arcabouço teórico que envolve o tema Monitoramento e Avaliação,

objetivando alinhar os conhecimentos para realização dos trabalhos junto à SEPLAN.

Em seguida, os grupos participantes, foram relacionando os problemas,

construindo as respectivas árvores de objetivos, e elaborado o Plano de

Monitoramento que mais tarde desembocaria no Plano de Avaliação.

É importante salientar que o prazo para entrega dos produtos de cada

Programa, apresentou velocidade e estágios diferentes, em virtude da diversidade e

ou insuficiência do número de integrantes das equipes, do comprometimento das

secretarias com a construção dos planos de monitoramento e ainda, devido as

peculiaridades de cada um dos Programas a serem monitorados.

Ao longo do processo de construção aconteceram algumas modificações

dentre os Programas selecionados para ser alvo dos trabalhos. Assim, o Programa

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Bom Trabalho e o Planejamento e Gestão Estratégica, foram substituídos pelo,

Infraestrutura de Telecomunicações, e Energia para o Desenvolvimento,

respectivamente.

Em 2012 teve inicio a implementação do processo de monitoramento pela SGA,

desenhado durante o ano de 2011. Esta etapa iniciou-se com a validação dos

indicadores e pactuação de suas metas, informações a serem adotados na formulação

do Plano de Monitoramento. Para isso foram eleitos como piloto seis Programas de

Governo dentre os vinte trabalhados.

Em agosto do mesmo ano, com a ratificação dos Planos de Monitoramento

pelos Secretários envolvidos nos Programas, qualificando o processo através da

integração com a estrutura decisória, o processo ganhou concretude iniciando-se o

primeiro ciclo de Monitoramento dos Programas: 100 – Bahia Saudável; 101 –

Fortalecimento da Educação Básica; 103 – Educação Profissional; 125 – Logística

Integrada de Transportes; 133 – Mobilidade e Acessibilidade Urbana, e 142 – Indústria

e Mineração.

A alimentação dos indicadores constantes dos Planos de Monitoramento,

também, foi submetida à validação dos Secretários das pastas envolvidas e em

seguida foram analisadas pela equipe de monitores dos programas da SGA e pela

SEPLAN culminando com a Reunião de Monitoramento que discutiu as informações

com as equipes dos programas e suas lideranças – envolvidas em todo o processo

tanto de execução das ações como no seu monitoramento e avaliação.

Durante as reuniões de monitoramento, foi construído um plano de melhoria de

desempenho para cada programa, a partir dos principais entraves e gargalos

identificados na discussão entre SEPLAN e secretarias envolvidas.

Ao iniciar o segundo ciclo de monitoramento, mais sete Programas foram

incorporados aos seis primeiros: 105 – Pacto pela Vida (PPV); 113 – Água para Todos;

126 – Infraestrutura de Telecomunicações; 127 – Energia para o Desenvolvimento;

132 – Moradia Digna; 134 – Reabilitação do Centro Antigo de Salvador, e 135 –

Turismo Sustentável.

15

Ao final deste ciclo o processo necessitou ser revisto, pois os indicadores eram

muitos frágeis e sua alimentação não era uma sinalização efetiva para o

monitoramento dos programas. Desta forma, o processo de monitoramento centrou-

se nas metas dos compromissos pertencentes aos vinte Programas monitorados. Tais

metas foram discutidas, ajustadas e em alguns casos até redesenhadas,

informalmente, para que fosse possível realizar-se o processo de monitoramento.

Assim, com este intento, foram realizadas diversas Reuniões de Monitoramento que

trouxeram à tona variados problemas de gestão e incongruências entre o

planejamento e a execução, que simultaneamente foram ratificadas pelo exame

diagnóstico do IPEA e pela Avaliação Inicial dos Programas Governamentais

elaborada pela SGA, que investigou elementos da concepção e planejamento dos

vinte Programas monitorados, buscando respostas para as questões referentes à

existência de um diagnóstico da situação problema; clareza do objetivo do programa;

precisão dos compromissos, metas e entregas; qualidade dos indicadores

selecionados e publicados no PPA; e grau de aderência em relação ao marco lógico

desenhado, quando este existisse. Além disto, ela procurou analisar aspectos da

gestão do Programa, cujas dimensões estudadas eram: modelo de gestão; definição

clara de competências; existência de sombreamento entre as instituições; equipe

versus competência instalada.

Nessa perspectiva, o Processo de Acompanhamento ganhava espaço e

importância dentro da estrutura de monitoramento do Estado; inclusive com a

implantação do submódulo de acompanhamento do Sistema Integrado de

Planejamento, Contabilidade e Finanças do Estado da Bahia – FIPLAN, onde

encontramos um conjunto de dados a serem disponibilizados para o Processo de

Monitoramento. A riqueza de informações que poderia ser dali extraídas,

potencializaria a verificação dos dados apresentados ao longo do monitoramento, tal

fato permitiu que o instrumento fosse relocado como suporte fundamental ao

Monitoramento. Assim uma peça ainda inexplorada pelo processo de M&A, fora

considerada essencial e inserida decisivamente naquele contexto.

Ainda, fruto deste amadurecimento introduziu-se a questão orçamentária nas

reuniões de monitoramento o que trouxe à baila, um fato ainda não apurado no

16

processo: o distanciamento entre o Planejamento, o Orçamento e a Execução das

atividades das unidades que compõem a estrutura do Poder Executivo.

Dessa forma, foi preciso realinhar o orçamento para que as ações

orçamentárias fossem o reflexo da execução e que sua ligação com o PPA 2012/2015

se revelasse como suporte para realização das Entregas, que por sua vez

corroborariam para o alcance das metas dos compromissos dos Programas.

Daí em diante, a necessidade descrita resultou no Projeto de Qualificação da

Programação Orçamentária, desenvolvido em parceria entre as Superintendências de

Planejamento, Orçamento e Gestão e Avaliação propiciando ajustes de modelagem e

conteúdo para a LOA de 2015.

No que tange ao PPA 2012-2015 e seus Programas, o Monitoramento, através

do que foi diagnosticado pelo IPEA e Avaliação Inicial elaborada pela SEPLAN,

sinalizou os pontos que deveriam ser revistos no próximo PPA para que fossem

construídos Programas, Compromissos e Metas alinhados com as diretrizes de

governo e com a capacidade de execução das Unidades do Estado, contribuindo,

assim, para um Monitoramento mais eficaz e uma maior transparência das políticas

públicas implementadas.

5. SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO DOS PROGRAMAS DE GOVERNO DO PPA PARTICIPATIVO 2016-2019

O ciclo de gestão de programas concebe o processo das políticas públicas

como um ciclo contínuo, em que a partir de um diagnóstico dos problemas e

demandas da sociedade e da agenda política dos grupos eleitos, são planejados e

formulados os programas.

Nesse ciclo, o monitoramento tem por função, gerar informações relevantes

quanto à execução dos programas de governo e consiste em um processo

permanente de coleta, análise e sistematização de informações e de verificação do

17

andamento da ação governamental6 , bem como a identificação e a correção de

problemas. O monitoramento é o acompanhamento contínuo e periódico de um

programa ou política pública. É realizado por meio da coleta e análise sistemática de

dados e informações sobre a execução do programa, com a finalidade de verificar se

o desenvolvimento de sua implementação está de acordo com os padrões esperados,

ou seja, de acordo com os objetivos e metas inicialmente planejados (Vaitsman,

Rodrigues e Paes-Sousa, 2006; CEPAL, 1997).

O monitoramento é, portanto, uma função inerente à gestão, que fundamenta

a tomada de decisão e o controle social sobre a condução das políticas públicas. Para

tanto, sustenta-se sobre a observação, a coleta e a análise sistemática de dados e

indicadores sobre o desenvolvimento de um programa. É uma ferramenta que usa

informações para fazer o acompanhamento dos programas e, ao mesmo tempo,

produz informações sobre o funcionamento das atividades (MDS, SAGI, Secretaria

Nacional de Assistência Social, 2015).

Tendo como referência conceitual o Ciclo de Gestão de Políticas Públicas, a

Secretaria de Planejamento Estadual construiu o seu Sistema Estadual de

Planejamento e Gestão Estratégica, modelo que se caracteriza em uma relação de

retroalimentação de processos onde: o planejamento, através da Cenarização,

Formulação de Políticas Públicas e Plano Plurianual, compõe a primeira etapa,

seguida do orçamento (Diretrizes Orçamentárias – LDO, Orçamento Anual – LOA e

Gestão Orçamentária), apresentando como terceira etapa a execução das Ações

Governamentais, onde as políticas públicas e o PPA se materializam. Como quarta e

quinta etapas estão os processos de acompanhamento da ação e monitoramento e

avaliação de Programas que recebem insumos oriundos da execução, realizam

análise comparativa com o que foi planejado e retroalimentam o processo decisório

com informações úteis ao acerto de rumos em busca do alcance das metas

estabelecidas.

6 Representada por operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) ofertados à sociedade, que contribuem para atender aos objetivos de um Programa, o qual pode ser constituído por uma ou várias ações, subdivididas em orçamentária e não orçamentária.

18

Nesse sentido, a experiência ora relatada, refere-se ao ciclo de Planejamento

de uma Secretaria de Estado, que após os percalços relacionados ao procedimento

metodológico que permeou as ações de Monitoramento e a Avaliação – M & A no

Estado, ligados, sobretudo ao PPA 2012/2015 com seus 47 programas

governamentais, deparou-se com planejamentos organizacionais e Leis

Orçamentárias Anuais não aderentes aos compromissos assumidos no PPA.

Portanto, foi necessário reorientar o procedimento metodológico que permeava

as ações da Secretaria, focada inicialmente na apuração dos indicadores dos

programas de governo e nas metas dos compromissos dos Programas do PPA

vigente. Assim, adotou-se como instrumento basilar a análise qualitativa das ações

orçamentárias, justamente por se tratarem do elo entre o planejamento e a sua

execução.

Após breve histórico e relato da nossa experiência acumulada, passamos a

tratar, também de maneira abreviada, da implementação da nova sistemática de

Monitoramento a ser realizada junto ao PPA 2016/2019, a qual busca o

aperfeiçoamento da sistemática de coleta, analise e consolidação de informações

sobre a execução física e financeira das ações governamentais, através dos registros

fornecidos pelas setoriais e seccionais responsáveis pela execução dos

Compromissos e Metas, em tempo hábil. Essas informações subsidiarão a tomada de

decisão referenciada no modelo transversal preconizado, com o consequente

aprimoramento da rede de monitoramento, coordenado pela Secretaria de

Planejamento e possíveis revisões do plano plurianual.

Para tanto, primando pela reorientação da metodologia de M&A no Estado, a

implementação do novo modelo de monitoramento dos Programas do PPA 2016-

2019, cumpre as seguintes etapas: desenho do processo atual de monitoramento;

identificação de oportunidades de melhoria; redesenho do processo; padronização de

procedimentos; efetiva implementação do processo de monitoramento.

O processo de Monitoramento de Programas do PPA 2016-2019 está

estruturado a partir da análise qualitativa dos instrumentos de planejamento, dos

19

registros e da execução física e financeira das ações governamentais, além da

elaboração de apontamentos do acompanhamento.

A implementação do processo se dá com a consecução da sequência de

etapas da sistemática, e que resultam em importantes produtos para a concretização

do Monitoramento dos Programas de Governo do PPA 2016-2019.

5.1. ETAPAS DO MONITORAMENTO

I. Definição do Escopo do Monitoramento

A definição do escopo do monitoramento, leva em consideração critérios de

materialidade, relevância e criticidade, aplicados aos Programas de Governo e seus

compromissos, para estabelecer quais compromissos de cada programa a serão

monitorados.

II. Identificação dos Responsáveis por Compromissos

A identificação dos responsáveis por Compromisso se dá no Sistema Integrado

de Planejamento, Contabilidade e Finanças – FIPLAN, pelas Assessorias de

Planejamento e Gestão – APG, que cadastrará a unidade setorial ou seccional

responsável por cada um dos compromissos.

O responsável pelo compromisso será o superintendente ou equivalente nas

seccionais que responde pela unidade cadastrada como responsável pelo

compromisso.

III. Alinhamento Conceitual e Processual

O alinhamento conceitual será promovido pela Secretaria do Planejamento –

SEPLAN, no início do primeiro ano do PPA 2016-2019, com todos os envolvidos na

gestão e execução dos compromissos que compõem cada Programa de Governo do

Plano Plurianual.

IV. Planejamento da Execução da Meta Quadrienal

O Planejamento da Execução Quadrienal se dá em reunião de monitoramento

no início do primeiro ano do PPA 2016-2019, onde ocorre a pactuação sobre a

20

pretensão anual para cumprimento da Meta Quadrienal e a identificação dos

elementos monitoráveis (bens e serviços resultantes da execução de ações

governamentais) de maior relevância no cumprimento das Iniciativas vinculadas às

Metas dos Compromissos.

No início do 2º, 3º e 4º ano do PPA 2016-2019, haverá o fechamento do ano

anterior e a repactuação dos elementos monitoráveis.

V. Registro da Execução dos Compromissos

O Registro da Execução dos Compromissos será realizado mensalmente pelas

setoriais e seccionais no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e

Finanças – FIPLAN, nos submódulos de Acompanhamento e Monitoramento.

A responsabilidade pela qualidade e tempestividade das informações

registradas no FIPLAN é dos superintendentes ou equivalentes que respondem pelo

Compromisso do Programa de Governo.

VI. Análise e Identificação de Pontos Críticos

A Análise e Identificação de Pontos Críticos da execução dos Programas dar-

se-á, mensalmente, pela equipe de monitoramento da Superintendência de

Monitoramento e Avaliação da SEPLAN que registrará os achados no submódulo de

monitoramento do FIPLAN.

Os responsáveis pelos compromissos das setoriais e seccionais, igualmente

poderão realizar registros sobre achados de monitoramento no submódulo de

monitoramento do FIPLAN.

VII. Reunião de Monitoramento

A. Reunião de Planejamento da Execução Quadrienal

É realizada por Compromisso do Programa de Governo, coordenada pela

Diretoria de Acompanhamento e Monitoramento da Superintendência de

Monitoramento e Avaliação da SEPLAN e conduzida pelo Monitor do Programa de

Governo, com a participação do Superintendente ou o equivalente, responsável pelo

compromisso e o APG da setorial.

21

Nesta reunião o Monitor do Programa de Governo pactua com o responsável

pelo Compromisso, qual a pretensão anual de cumprimento da meta quadrienal e

quais serão os produtos (bem ou serviço) de ações governamentais que irão cumprir

com as Iniciativas vinculadas às Metas estipuladas no Plano Plurianual.

B. Reunião Ordinária de Monitoramento

É realizada por Compromisso do Programa de Governo, coordenada pela

Diretoria de Acompanhamento e Monitoramento da Superintendência de

Monitoramento e Avaliação da SEPLAN e conduzida pelo Monitor do Programa de

Governo, com a participação do responsável pelo compromisso e o APG da setorial,

com o objetivo de analisar o andamento da execução dos compromissos monitorados.

Nesta reunião o Monitor do Programa define, juntamente com o responsável

pelo Compromisso, a solução para os pontos críticos identificados que estejam na sua

alçada. E juntos definem sugestões de solução a serem encaminhadas para as

instâncias superiores.

C. Reunião da Gestão Político-Institucional

Coordenada pela Superintendência de Monitoramento e Avaliação com a

participação de responsáveis por compromissos, Assessores de Planejamento e

Gestão, Chefes de Gabinetes e representantes de unidades da SEPLAN e de outras

secretarias, que possam contribuir com ajustes e melhorias necessárias, apontadas

pela Instância de Gestão Tático-Operacional.

Nesta reunião, o Superintendente de Monitoramento e Avaliação analisa com

os gestores convocados à reunião, as sugestões de solução para os pontos críticos

apontados e encaminha decisões para ajustes e melhorias. Podendo identificar pontos

críticos que devam ser encaminhados à instância superior.

D. Reunião da Gestão Político-Estratégica

Coordenada pelo Gabinete do Secretário da SEPLAN com a participação de

Secretários, Chefes de Gabinete, Assessores de Planejamento e Gestão e

Superintendente de Monitoramento e Avaliação com o objetivo de tomar decisões em

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última instância sobre ajustes e melhorias necessárias, apontadas pela Instância de

Gestão Político-Institucional.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E OUTROS DESAFIOS

A experiência de monitoramento vivenciada pela SEPLAN Bahia, processo

iniciado há apenas dois anos, é reveladora de alguns aspectos que podemos agrupar

como pontos fortes e fracos do processo ora relatado.

Consideramos como principais pontos fracos desse processo: a ausência de

uma cultura de monitoramento e avaliação nas instâncias decisórias e equipes

envolvidas na execução dos programas; existência de estruturas organizacionais e

processos inadequados ao monitoramento da execução das políticas públicas; e a

formação insuficiente de capacidades em monitoramento e avaliação.

Já entre os pontos fortes é possível identificar que: houve a ampliação do

conhecimento do PPA e respectivos programas; constituiu-se uma rede de

interlocutores nas unidades executoras; ampliou-se a disseminação do

monitoramento e avaliação, com sua importância entre as equipes; institucionalizou-

se as informações sobre a execução física do PPA, numa ferramenta informacional

corporativa; e ainda, o fortalecimento da participação e transparência na gestão

pública.

Os principais desafios para a gestão do PPA 2016-2019 são: fortalecer a

relação das setoriais com o órgão central de planejamento e gestão, consolidar a

responsabilização dos dirigentes com os Compromissos e Metas pactuados e,

aprimorar, nos órgãos estaduais, o acompanhamento sistemático da execução dos

produtos, possibilitando uma maior transparência entre os bens e serviços entregues

e sua relação com o atendimento às demandas da população baiana, levantadas no

processo de escuta social.

Relevante destacar que o processo aqui descrito tem uma resultado intangível.

As dificuldades enfrentadas, nem sempre superadas, em todo esse processo

construtivo de uma metodologia de monitoramento, é incentivadora para alcançarmos

23

uma cultura que reconheça a relevância do Monitoramento e da Avaliação para a

gestão pública.

24

REFERENCIAS

BAHIA. Decreto nº 10.359, de 23 de maio de 2007. Aprova o regimento da secretaria

do planejamento. Diário Oficial [do] Estado da Bahia, Salvador, BA, v. 91, n. 19.419,

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______. Instrução Normativa nº 2 de 12 de novembro de 2012. Regulamenta a

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Plurianual no âmbito do Poder Executivo estadual. Diário Oficial [do] Estado da Bahia,

Salvador, Bahia, 2012. Disponível em: http://www. www.egba.ba.gov.br/diario/

BAHIA. Secretaria de Planejamento. Cartilha do Plano Plurianual-Participativo

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______. Plano Plurianual - PPA: 2012-2015. Salvador, BA: SEPLAN, 2011a.

______. Secretaria do Planejamento. Diretoria de Avaliação. Manual de Avaliação

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http://www.seplan.ba.gov.br/wp-

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Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de

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FERREIRA, Maria Inês Caetano; Helena Carla Cazas, FAGUNDES. Planejamento

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MDS. PolicyPapers, n. 17. ONU: Brasília, 2006.

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_____________________________________________________________

AUTORIA

Maria Aparecida Fortes de Almeida Presidio - Secretaria do Planejamento

Fabiane Louise Bitencourt Pinto

Jamille Santos dos Santos Lima

Alexandre Vasconcelos Junqueira

Ana Suely Queiroz Ferreira

Dora Neuhaus